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  Curso Técnico em Agropecuária MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAZONAS Campus São Gabriel da Cachoeira APOSTILA DE ZOOTECNIA GERAL Professora Sarah Ragonha de Oliveira Zootecnista, M.Sc.

Introdução a Zootecnia

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Material introdutório ao Estudo de Zootecnia.

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  • Curso Tcnico em Agropecuria

    MINISTRIO DA EDUCAO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E

    TECNOLOGIA DO AMAZONAS

    Campus So Gabriel da Cachoeira

    APOSTILA DE

    ZOOTECNIA GERAL Professora Sarah Ragonha de Oliveira

    Zootecnista, M.Sc.

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    Pgina 2

    Apostila de Zootecnia Geral

    PARTE 1 Introduo Zootecnia ....................................................... 3

    PARTE 2 Noes de Bioclimatologia ................................................. 12

    PARTE 3 Anatomia dos animais domsticos .................................... 17

    PARTE 4 Noes de nutrio, alimentos e alimentao animal ... 29

    PARTE 5 Princpios da reproduo dos animais domsticos ........ 34

    PARTE 6 Sade dos animais e zoonoses ........................................... 37

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................ 41

    SUMRIO

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    PARTE 1 INTRODUO ZOOTECNIA

    1 INTRODUO

    A zootecnia a cincia que visa aproveitar as potencialidades dos animais domsticos,

    com a finalidade de explor-los racionalmente como fonte de alimento e outras finalidades

    junto aos seres humanos, adaptando os aniamais ao ambiente criatrio e, desta forma,

    aproveitando-os com finalidade nutricional e econmica. Ao conhecimento biolgico do

    animal soma-se tambm os princpios da economia e da produo de alimentos, visando suprir

    o mercado com produtos adequados para a alimentao humana. Pode-se dizer que o seu

    principal objetivo "produzir o mximo, no menor tempo possvel, sempre

    visando lucro, tendo em conta o bem estar animal". O Zootecnista o profissional habilitado para atuar na produo animal e as principais reas de atuao so:

    Nutrio e Alimentao, Forragens, Gentica e Melhoramento, Reproduo, Manejo,

    Instalaes, Higiene, Tecnologia de Produtos e Derivados de Origem Animal e Administrao

    Rural.

    1.1 Conceitos diversos

    1) A zootecnia a cincia que estuda a criao de animais com objetivos econmicos e envolve

    a formao nas reas de melhoramento, nutrio, fisiologia, morfologia e anatomia de

    animais, e tambm de fatores relacionados terra e a sua explorao sustentvel, bem estar e

    comportamento animal, aspectos econmicos, sociais e ambientais, entre muitos outros.

    2) A zootecnia a cincia aplicada que trata da adaptao dos animais domsticos ao ambiente criatrio e deste aos animais com fins econmicos. tambm a arte de criar animais. Como cincia deriva diretamente da biologia como uma zoologia aplicada, pois ao conhecimento biolgico do animal se aplicam os princpios da economia.

    Zootenia uma cincia aplicada a produo animal de forma econmica.

    estuda as tcnicas de criao dos animais

    domsticos

    seu processo acompanha o progresso de outras cincias que se interagem (Biologia,

    Qumica, Matemtica, Fsica, Portugus) (Agronomia; Veterinria; Engenharia de

    alimentos; Gesto ambiental; Administrao)

    o animal aproveita produtos essenciais

    para alguma finalidade

    processos criatrios que visam lucro, com

    seus valores que possibilitam gerao

    de renda nos diversos segmentos.

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    2 HISTRICO DA ZOOTECNIA

    O homem conhecido como um animal herbvoro, embora registros evidenciem que

    tenha sido inicialmente com hbito de preferncia herbvora (evidenciado pelas caractersticas

    e disposio dos dentes). Posteriormente comeou a se alimentar de pequenos animais,

    principalmente aqueles que eram encontrados juntamente com os vegetais que eram

    colhidos, como pequenos insetos e lagartos. Da em diante o homem tornou-se tambm

    caador.

    A evoluo dos instrumentos de caa permitiu ao homem se alimentar de animais de

    maior porte, mas ainda no haviam tcnicas para conservar a caa com caractersticas

    desejveis para o consumo. Inicialmente os homens comearam a se organizar em grupos para

    caar e ento encurralar grupos de animais em locais onde houvesse maior disponibilidade de

    alimento, e ento cada animal era abatido quando houvesse necessidade. Mais adiante

    comearam-se a aprimorar as tcnicas para manter os animais prximos as residncias e aliou-

    se essas tcnicas alguma evoluo na rea da agricultura. Assim, o homem no mais colhia

    vegetais ou caava, mas sim plantava e criava o que consumia. Isso proporcionou ao homem a

    possibilidade de no ter de se deslocar para obter a carne e as peles necessrias sua

    alimentao e conforto, mas tambm o leite e, com a domesticao do boi, uma fora para

    trao. A domesticao deve ter surgido espontaneamente em vrios locais, resultado da

    evoluo natural de aproximao e observao dos animais no decurso das caadas. O

    primeiro animal domesticado foi o co, seguindo-se animais para a alimentao, como a cabra,

    o carneiro, o boi e o cavalo

    Figura 1. Relacionamento da zootecnia com as outras cincias.

  • 5

    3 DOMESTICAO DOS ANIMAIS

    A palavra domesticao originria do latim domus, o que significa casa. Portanto,

    um animal domstico pode ser considerado como um animal que convive

    em casa, sob o domnio do homem?

    No necessariamente isso pode ser verdade, pois existem muitos animais, como

    insetos, pssaros e at mamferos, que convivem com o homem, mas muitas vezes nos causam

    prejuzos, como doenas no caso dos ratos.

    Na verdade, para serem considerados como domsticos esses animais devem estar em

    perfeita SIMBIOSE com o homem:

    Figura 2. Relao de simbiose entre o homem e o animal domesticado.

    DOMSTICO o animal que, criado e reproduzido pelo homem, perpetua tais condies

    atravs de geraes por hereditariedade, oferecendo utilidades e prestando servios em

    mansido.

    A explorao dos animais domsticos j existia antes da criao da palavra,

    inicialmente tratada como a forma de criar a partir da domesticao dos primeiros animais

    pelo homem primitivo. O objeto da zootecnia o animal domstico, ou seja, o animal que

    pertence a uma espcie criada e reproduzida pelo homem, dotada de mansido hereditria e

    que proporciona algum proveito ao homem.

    3.1 ATRIBUTOS DOS ANIMAIS DOMSTICOS

    O animal domstico deve passar aos seus descendentes (hereditariamente)

    caractersticas prprias, que podem ser agrupadas nos seguintes atributos:

    ANIMAL HOMEM

    ALIMENTO, PROTEO

    ALIMENTO, PROTEO, FORA

    LEMBRANDO: SIMBIOSE uma relao mutualmente vantajosa, na qual, dois ou mais

    organismos diferentes sao beneficiados por essa associao.

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    1-Sociabilidade: A conduta da maioria dos animais de viver em grupos/conjunto, sendo um

    ser socivel.

    2-Mansido: a expresso da ausncia do instinto selvagem, que deve ser passada aos

    descendentes.

    3-Fecundidade em Cativeiro: A perpetuao da espcie em cativeiro tem sido ponto decisivo

    para condicionar a perpetuao das espcies domsticas.

    4-Funo Especializada: O animal deve apresentar uma funo de interesse pelo homem, sem

    o qual no h motivo de sua domesticao (A FUNO PODE SER PRODUO DE CARNE,

    PRODUO DE LEITE, PRODUO DE OVOS, TRAO, ETC.)

    5-Facilidade de adaptao ambiental: Devido s mudanas de ambientes, que so comuns

    durante a domesticao, o animal que tem dificuldades nesta adaptao tem dificuldades de

    atingir o final deste processo.

    3.2 MOTIVOS DA DOMESTICAO

    Observaram-se vrios motivos para a domesticao dos animais, alm do evidente

    inter-relacionamento, a prpria necessidade de sobrevivncia do homem, destacando-se:

    Alimentao: necessidade de uso dos animais como alimento, tendo uma reserva

    principalmente para os perodos de escassez seca, falta de alimento (o parto de

    fmeas em cativeiro foi um avano, para o uso do leite animal pelo homem).

    Sobrevivncia Ambiental: o uso de peles ou plos como agasalhos para enfrentar as

    intempries climticas e tambm como artefatos: sandlias, capas, tapetes e tecidos;

    Aproveitamento da Fora Motriz: o uso dos animais no transporte de cargas,

    montarias;

    Inspirao Religiosa: presena do animal como fonte de motivao para a caa, ritos

    religiosos etc.

    3.3 O MEIO AMBIENTE E OS ANIMAIS SELVAGENS E DOMSTICOS

    O meio ambiente em que vivem os animais em estado selvagem e em domesticidade

    proporciona situaes bastante divergentes e que devem ser apreciadas em seu conjunto.

    MEIO FSICO:

    Animais selvagens: dependem de fatores climticos, a procura de condies favorveis de

    abrigo, alimentao, etc; Vo em busca de recursos migratrios e adaptaes de conduta.

    Animais domsticos: so protegidos pelo homem, que esto sempre adaptando o manejo ao

    seu conforto trmico. Usam abrigos artificiais e vegetaes apropriadas para sombreamento.

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    MEIO BIOLGICO

    Animais selvagens: Dieta disponvel e necessitam de muito

    tempo e energia para procurar alimentos. Rapinagem /

    Predatismo

    Animais domsticos: Dietas no variadas. Com a presena

    de alimentos constantes, sendo sujeitos s deficincias

    alimentares qualitativas.

    4 GRUPAMENTOS ZOOTCNICOS

    Os animais so classificados e agrupados de acordo

    com algumas caractersticas em comum, que so

    importantes para a identificao. Por isso, devemos

    entender:

    Indivduo o animal isoladamente em relao sua prpria

    espcie e s outras. Um indivduo nunca totalmente igual

    ao outro, exceto no caso de gmeos univitelinos. Cada

    indivduo pode ser reconhecido e/ou identificado atravs do

    seu patrimnio hereditrio e a forma com que ele se

    apresenta, ou seja, seu gentipo e o seu fentipo.

    Gentipo a composio de genes de um indivduo.

    Resulta de sua posio gentica e das suas potencialidades

    em termos hereditrios.

    Fentipo a aparncia fsica e externa de um indivduo;

    tudo o que pode ser visto ou sentido, representado. o

    resultado da interao entre gentipo e do meio ambiente

    (clima, alimentao) em que vive o indivduo.

    GENTIPO = FENTIPO +

    AMBIENTE

    Espcie um grupo de indivduos suficientemente

    diferentes de outros para merecer um nome comum,

    entendendo-se que tero os seus filhos semelhantes entre

    si, vindo assim a produzir a existncia de indivduos

    semelhantes.

    QUAL A DIFERENA ENTRE ANIMAL

    SILVESTRE, ANIMAL EXTICO E ANIMAL

    DOMSTICO?

    Animal silvestre - todo aquele pertencente s espcies nativas, migratrias e outras, aquticas ou terrestres, que tenha a sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente dentro dos limites do territrio brasileiro e em suas guas jurisdicionais.

    Animal extico todo aquele cuja distribuio geogrfica no inclui o territrio brasileiro. As espcies ou subespcies introduzidas pelo homem, inclusive domsticas que se tornaram selvagens, tambm so consideradas exticas.

    Animal domstico Todo aquele que por meio de processos tradicionais de manejo e melhoramento zootcnico tornou-se domstico, tendo caractersticas biolgicas e comportamentais em estreita dependncia do homem, podendo inclusive apresentar aparncia varivel, diferente da espcie silvestre que o originou.

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    Figura 3. Exemplo espcie bovina.

    Raa por definio pode ser compreendido como o conjunto de indivduos da mesma

    espcie, com origem comum, finalidades econmicas definidas, gerando descendncias com a

    mesma caracterstica de produtividade e distintivos particulares.

    Na espcie de bovinos temos vrias Raas. Ex. Nelore, Simental, Holands, Limousin, Gir, etc.

    Figura 4. Exemplo de raas da espcie bovina diferentes: 1) Nelore produo de carne; 2)

    Simental produo de leite; 3) Holandes produo de leite; 4) Limousin produo de

    carne; 5) Gir produo de carne e leite.

    Variedade Variao da raa original em que so mantidas todas as caractersticas gerais e

    comuns, diferindo apenas por um ponto particular. Como exemplo tpico, Bovinos da raa

    Nelore com variedade Padro e Mocho; Ovinos da raa Santa Ins com variedade Malhada e

    Castanha.

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    4 5

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    Figura 5. Bovino da raa Nelore variedade mocho (1) e padro (2).

    5 UTILIZAO DOS ANIMAIS DOMSTICOS

    Todo aproveitamento econmico que se faa dos animais estar aliado as suas

    funes. A zootecnia funciona basicamente como uma indstria, na qual o animal

    aproveitado como uma mquina viva. De acordo com a eficincia das atividades fisiolgicas, os

    animais domsticos so classificados em FUNES.

    CRESCIMENTO: o crescimento o aumento relativo da massa corporal, como por

    exemplo:

    crescimento da superfcie do corpo: fornece pele;

    crescimento dos pelos: fornece l;

    crescimento muscular: fornece carne;

    A definio de crescimento est relacionada com uma determinada fase da vida do

    animal, assim, um animal adulto, embora possa engordar, no considerado em fase de

    crescimento. O crescimento verdadeiro ocorre nos msculos e ossos.

    Figura 7. Curva de crescimento dos animais.

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    A curva de crescimento pode ser apreciada como em fases de crescimento:

    acelerado;

    desacelerado;

    estagnao;

    declnio em peso.

    LOCOMOO: a locomoo pode ser definida como o ato de transportar-se de um

    local para outro em progresso contnua, partindo de uma postura inicial de equilbrio. O

    cavalo tem despertado grande interesse no estudo da locomoo, sendo utilizado para o

    trabalho no campo, por exemplo.

    REPRODUO: a funo da perpetuao da espcie, responsvel pela expanso dos

    rebanhos. O aproveitamento de um animal de alta qualidade depende principalmente da sua

    capacidade de reproduo. Quando falamos de reproduo, falamos tambm de fertilidade,

    que a maneira de mostrar a boa capacidade de reproduo. Ela representada pelo nmero

    de animais nascidos por estao, durao entre dois partos e perodo de servio.

    LACTAO: uma atividade fisiolgica prpria das glndulas mamrias, cujos produtos

    so o primeiro alimento necessrio para a preservao da vida nos animais mamferos. O leite

    produzido em grande quantidade aproveitado para a alimentao humana.

    5.1 Classificao das utilidades dos animais

    Os animais so aproveitados pelo homem principalmente para:

    produo de alimentos: carnes, vsceras, toucinho, leite e derivados, ovos;

    produo de derivados no comestveis: cercas, pelos, chifres, peles, penas, adubo;

    alimentos para animais: farinhas de carne, sangue, fgado, ossos;

    trabalho e esportes: animal de carga ou trao, cela; guarda e faro;

    elemento cientfico: cobaias e animais para testes;

    elemento decorativo e de companhia: sem fins econmicos.

    6 SISTEMAS DE PRODUO DOS ANIMAIS DOMSTICOS

    Atualmente so aplicadas diferentes formas, ou maneiras, da criao dos animais

    domsticos. Elas so classificadas dependendo de vrios fatores, como:

    objetivo da produo;

    rea disponvel;

    capital investido;

    mo-de-obra disponvel.

    Atravs da anlise desses fatores possvel classificar os sistemas em:

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    Sistema extensivo;

    Sistema semi-intensivo;

    Sistema intensivo;

    Sistema super-intensivo.

    Veremos, agora, a explicao de cada um dos sistemas de produo mais aplicados na

    zootecnia.

    6.1 Sistema extensivo

    Muito praticado no Brasil, principalmente em regies pouco povoadas, com terras

    muito grandes, baratas, distantes dos centros consumidores e no existe mo-de-obra

    qualificada para trabalhar. Os recursos naturais so aproveitados ao mximo, com pequeno

    gasto com capital e mo-de-obra.

    Caracteriza-se por pouca interveno do homem, no havendo manejo reprodutivo ou

    manejo sanitrio. Normalmente os animais se alimentam dos recursos disponveis, sem

    suplementao. Por os investimentos serem baixos, no visa lucro e, quando h, acontece a

    longo prazo e em pequena escala. Muito utilizado nas criaes de subsistncia.

    Esse sistema muito utilizado nas criaes de gado de corte e tambm para a

    piscicultura em barragens.

    6.2 Sistema Semi-intensivo

    Esse sistema praticado em propriedades de menor tamanho. um sistema

    intermedirio entre o extensivo e o intensivo, onde se usa maior capital e mo-de-obra. Existe

    a aplicao de alguns conhecimentos zootcnicos no qual os animais recebem um pequeno

    manejo, com instalaes rsticas, suplementao alimentar e separao em lotes.

    Esse sistema utilizado, por exemplo, nas criaes de gado de corte e avicultura do

    tipo caipira.

    6.3 Sistema intensivo

    Esse sistema utilizado principalmente em propriedades pequenas ou onde o custo da

    terra alto. Consiste no confinamento dos animais, com um alto aproveitamento do espao

    visando mxima produo. Neste caso, os investimentos so altos e tambm visa elevados

    lucros.

    So aplicados todos os conhecimentos zootcnicos visando aumento da produo,

    como: manejo reprodutivo, inseminao artificial, melhoramento gentico do rebanho,

    manejo alimentar correto de acordo com a fase de vida do animal e manejo e controle

    sanitrio.

  • 12

    Os investimentos so altos e os ciclos de produo so mais curtos. Da mesma

    maneira, os riscos so muito maiores, por isso existe um controle intenso da produo.

    Esse sistema pode ser empregado em todas as criaes, como aves, sunos,

    bovinocultura de corte e de leite, ovinos, caprinos, piscicultura, etc.

    PARTE 2 NOES DE BIOCLIMATOLOGIA

    1 INTRODUO

    O que BIOCLIMATOLOGIA?! uma cincia que visa vincular o clima e seus elementos fsicos com o bem estar

    animal para oferecer condies ambientes capazes de permitir a expresso plena do gentipo

    e obteno de conforto.

    O meio ambiente um dos grandes responsveis pela produtividade animal, pois, aliado

    herana gentica (gentipo), expressa no fentipo (caracterstica externa) do indivduo seu

    potencial gentico de produo.

    GENTIPO + AMBIENTE = FENTIPO

    2 FATORES AMBIENTAIS QUE INFLUENCIAM NO BEM-ESTAR ANIMAL

    O animal domstico, como todo ser vivo, vive em um ambiente constitudo pelo

    conjunto de condies exteriores naturais e artificiais que, sobre ele, exerce a sua atuao.

    O clima, como a sucesso habitual das condies do tempo na regio, o mais

    importante dos fatores que atuam sobre os animais: que pode ser diretamente ou

    indiretamente:

    a influncia direta acontece atravs da temperatura do ar, da radiao solar e da

    umidade, por sua relao com o calor atmosfrico. Os componentes climticos

    condicionam as funes do corpo para manter a temperatura normal;

    a influncia indireta acontece atravs da qualidade e quantidade de vegetais

    indispensveis criao animal e do favorecimento de doenas;

    2.1 Variaes naturais diretas

    So aquelas conseqncias da ao dos elementos climticos.

    Radiao - raios solares temperatura e luminosidade.

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    Temperatura - A mais importante, sua ao incide de maneira considervel nos

    mamferos e aves.

    Luminosidade - Fotoperodo Reprodutivo + Crescimento Vegetativo.

    Chuva e Umidade Chuvas Umidade.

    Vento a perda de calor e disseminao de agentes causadores de doenas.

    2.2 Variaes naturais indiretas

    Apresentam conseqncias considerveis nas criaes de animais.

    Fertilidade do solo Disponibilidade de nutrientes para desenvolvimento de plantas;

    pH do solo Produo ideal prximo neutralidade (6,0 a 6,5);

    Endoparasitas e Ectoparasitas Climas tropicais, pocas de maiores temperaturas e umidades (Chuvas-Primavera/Vero),

    2.3 Variaes artificiais

    So de responsabilidade direta do homem e de conseqncia mais acentuada nas

    criaes do tipo intensivo.

    Instalaes construes destinadas ao abrigo dos animais devem ser construdas de

    maneira a atenuar os efeitos ambientais;

    Alimentao alimentos de maior palatabilidade e digestibilidade so os mais

    recomendados.

    Sade e trato grande parte das doenas que acometem os animais so controlveis

    pelo homem, atravs do ambiente de criao e condies adequados.

    3 TEMPERATURA

    Na Bioclimatologia aplicada a Zootecnia a temperatura o elemento climtico de

    maior influncia, e veremos detalhadamente.

    Homeostasia = Manuteno do equilbrio fsico e qumico nos animais

    A temperatura de um organismo um dos principais fatores que afetam sua funo.

    Por isso, os animais utilizam vrias estratgias para regular a temperatura de seus tecidos.

    Caso a temperatura corprea baixe muito, os processos metablicos ficam to lentos e a

    funo corprea para. Por outro lado, um aumento na temperatura alm do valor normal, em

    torno de 38 a 45 C, pode desnaturar protenas e tambm ser fatal.

    Dependo da estratgia para regular a Temperatura, os animais so classificados como

    Pecilotermos e Homeotermos

    Os pecilotermos (peixes em geral, anfbios, rpteis), tambm so conhecidos como

    animais de sangue frio, porque a sua temperatura corporal varia com a do ambiente.

  • 14

    Os homeotermos (Mamferos e Aves) so animais que conseguem manter a

    temperatura do corpo constante, mesmo que ocorram alteraes da temperatura ambiente.

    Os homeotermos precisam consumir grande quantidade de energia para manter a

    temperatura do corpo, por isso procuram quase que constantemente por alimentos.

    No estudo dos animais zootcnicos, a maioria das espcies so mamferos e aves,

    portanto vamos enfocar na manuteno da temperatura corprea normal nos homeotermos.

    A temperatura corprea depende do equilbrio ent re consumo e produo de

    calor

    A temperatura corporal dos animais equilibrada entre a quantidade de calor

    produzida e absorvida e a quantidade de calor perdida para o meio. Portanto:

    Se a temperatura corporal estiver mais elevada que a temperatura ambiente animal

    sente CALOR

    Se a temperatura corporal estiver mais baixa que a temperatura ambiente animal

    sente FRIO

    Se a temperatura corporal estiver em equilbrio com a temperatura ambiente

    animal em CONFORMTO TRMICO

    Figura 8. Esquema de variao da temperatura e a zona de conforto trmico.

  • 15

    3.1 Produo e perda de calor

    Termognese = produo de calor.

    A TEMPERATURA do corpo pode vir:

    do METABOLISMO (funcionamento do corpo)

    por ESFORO FSICO (atividade fsica na contrao muscular e por tremores da derme

    pela musculatura lisa)

    de FONTES EXTERNAS (quando a temperatura ambiente maior que a temperatura

    corporal ocorre ganhos por irradiao, conduo e conveco

    Termlise = perda de calor.

    Os animais perdem calor de diferentes formas:

    por IRRADIAO: Perda de calor corporal para o meio.

    por CONVECO: Contato da gua/ar na superfcie que aquecida pelo corpo

    (ventiladores e nebulizadores)

    por EVAPORAO: pela secreo respiratrias, suor e saliva convertidos em vapor de

    gua.

    por CONDUO: Superfcie do abjeto qualquer mais fria que a corporal (deitado sobre

    uma superfcie mais fria)

    Agora devemos aproveitar esses conhecimentos sobre a perda e o ganho de

    temperatura, ou calor, para tentar manter o ambiente o mais agradvel possvel para os

    animais, para que eles possam transformar todo o alimento consumido em ganho de peso, ou

    produo.

    Exemplo 1. Aproveitamento dos ventos naturais para a ventilao.

    Figura 9 . Disposio dos galpes para aproveitar o vento.

  • 16

    Exemplo 2. Uso de lanternim para melhorar a ventilao.

    Figura 10. O lanternim.

    Figura 11. Efeito do lanternim sobre a ventilao dentro do galpo.

    Exemplo 3. Orientao do galpo e uso de vegetao para minimizar os efeitos do sol.

    Figura 12. Orientao do galpo no sentido leste-oeste e uso de rvores para minimizar os

    efeitos do sol.

  • 17

    PARTE 3 ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMSTICOS

    1. INTRODUO

    O termo Anatomia tem origem grega e significa separar em partes (dissecar).

    Constitui-se como o ramo da biologia no qual se estudam a estrutura e organizao dos seres

    vivos, tanto externa quanto internamente. A anatomia lida com a forma e a estrutura dos

    organismos e est em ntima relao com a fisiologia, que a cincia que estuda as funes do

    organismo.

    Portanto, a ANATOMIA estuda as formas e a constituio do corpo e a FISIOLOGIA

    estuda o funcionamento do corpo.

    Para o estudo da anatomia podemos utilizar vrios mtodos, contudo, o mais didtico

    o mtodo sistemtico, no qual o corpo dividido em sistemas de rgos e aparelhos que so

    semelhantes em estrutura e funo, e cada sistema estudado separadamente. Podemos

    dividir o estudo sistemtico da anatomia em:

    osteologia: estuda e descreve o esqueleto;

    sindesmologia: estuda e descreve as junturas, ligamentos;

    miologia: estuda e descreve os msculos;

    esplancnologia: estuda e descreve as vsceras;

    angiologia: estuda e descreve os rgos da circulao;

    neurologia: estuda e descreve o sistema nervoso;

    rgos do sentido;

    tegumento comum: pele.

    Figura 13. A anatomia estuda as partes externas de um animal.

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    Figura 14. A anatomia estuda as partes internas dos animais. Exemplo: msculos e esqueleto.

    2 SISTEMA CARDIOVASCULAR

    O sistema cardiovascular consiste no corao e nos vasos sanguneos que so

    responsveis pelo transporte de sangue pelo organismo. O objetivo transportar oxignio,

    nutrientes e outras substncias, e manter a temperatura do corpo constante.

    Dentro dos componentes do sistema cardiovascular podemos destacar:

    2.1 Componentes do sistema cardiovascular

    SANGUE

    O sangue constitudo pelo plasma, clulas vermelhas, clulas brancas e

    plaquetas. O plasma o lquido que envolve as outras clulas. constitudo por gua,

    nutrientes, hormnios e outras substncias. As clulas vermelhas contm

    hemoglobina, que uma protena responsvel pelo transporte do oxignio, portanto,

  • 19

    a funo das clulas vermelhas transportar oxignio. As clulas brancas tem funo

    de proteo do sangue, enquanto as plaquetas so responsveis pela coagulao

    sangunea.

    VASOS SANGUNEOS

    Os vasos sanguneos so constitudos pelas artrias, veias e capilares. As

    artrias levam o sangue oxigenado do corao para o restante do corpo, possuem

    paredes firmes e elsticas para receber a presso do sangue aps ser bombeado pelo

    corao. As veias trazem o sangue desoxigenado do restante do corpo para o corao,

    possuem paredes frgeis e sem elasticidade e possuem vlvulas para impedir que o

    sangue retorne. Os capilares so o local onde ocorre a troca gasosa nos tecidos, so

    vasos muito finos que permitem a troca.

    CORAO

    O corao dos animais superiores, como mamferos e aves, dividido em

    quatro cavidades, que so chamadas de cmaras. Cada lado do corao possui duas

    cmaras, chamadas de trio e de ventrculo.

    Figura 15. Esquema do corao dividido em quatro cmaras.

    O corao tem como funo bombear o sangue at os pulmes para que seja

    oxigenado (pequena circulao) e bombear o sangue j oxigenado para o restante do

    corpo para transportar oxignio aos tecidos (grande circulao). Dessa maneira,

    dizemos que existe uma circulao dupla:

    do corao at o pulmo e de volta ao corao;

    do corao para o restante do corpo e de volta ao corao.

  • 20

    Figura 16. Circulao dupla no corpo dos

    animais superiores.

    3 SISTEMA RESPIRATRIO

    Os objetivos do sistema respiratrio so: fornecer ao organismo uma condio de troca de

    gases com o ar atmosfrico; Assegurar permanente concentrao de oxignio no sangue,

    necessria para as reaes metablicas; Serve como via de eliminao de gases txicos, que

    resultam dessas reaes e que so representadas pelo gs carbnico.

    O sistema respiratrio composto pelo TRATO RESPIRATRIO SUPERIOR e TRATO

    RESPIRATRIO INFERIOR. O trato superior formado por rgos localizados fora da caixa

    torcica: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traquia. O trato

    inferior composto pelos rgos localizados na cavidade torcica: parte inferior da traquia,

    brnquios, bronquolos e alvolos (pulmes). Todos os rgos so responsveis por captar o

    ar atmosfrico e lev-lo at os pulmes, local onde ocorrem as trocas gasosas: captao de

    oxignio e liberao de gs carbnico.

    Os pulmes esto presentes sempre em pares e so compostos pelos bronquolos

    ramificados e os alvolos. Os alvolos so minsculos sculos de ar que constituem o final das

    vias respiratrias e um capilar pulmonar envolve cada alvolo. A funo dos alvolos trocar

    oxignio e gs carbnico atravs da membrana capilar alvolo-pulmonar.

    O sangue que est

    desoxigenado (sem

    oxignio) chamado

    de sangue venoso,

    porque so as veias

    que so responsveis

    por trazer esse sangue

    at o corao. A

    principal veia que entra

    no corao chamada

    de veia cava.

    O sangue que est

    oxigenado (com oxignio) chamado

    de sangue arterial,

    porque so as artrias

    responsveis pelo

    transporte desse tipo

    de sangue. A principal

    artria que sai do

    corao chamada de

    artria aorta.

  • 21

    Figura 17. Esquema representativo do pulmo.

    Figura 18. Esquema representativo dos alvolos.

  • 22

    4 SISTEMA DIGESTRIO

    O aparelho digestrio tem como funes preparar o alimento para que seja utilizado

    na formao e substituio de clulas e dos tecidos prprios do corpo e para disponibilizar

    energia necessria para manuteno. No sistema digestrio o alimento reduzido

    mecanicamente em diversos segmentos e decomposto quimicamente. Esse sistema tambm

    coordena atividades secretoras das clulas e glndulas anexas, cujos hormnios atuam nos

    eventos digestrios sendo, dessa maneira, complementado por um suprimento nervoso, vasos

    sanguneos, linfticos, responsveis pelo transporte de partculas.

    Figura 19. Organizao do sistema digestrio de um co.

    4.1 Cavidade oral

    A cavidade oral (boca) composta pelos dentes, lngua e glndulas salivares.

    responsvel pela captao, reduo e insalivao do alimento. O tamanho da boca depende do

    hbito de alimentao do animal, assim como a quantidade e o formato dos dentes.

    4.2 Faringe

    Regio comum aos aparelhos respiratrio e digestrio, fica localizada entre a cavidade

    oral e o esfago.

    4.3 Esfago

    O esfago a continuidade do canal alimentar da faringe em direo ao estmago.

    Penetra no estmago atravs da crdia.

    4.4 Estmago

    O estmago situa-se entre o esfago e o intestino delgado, representando um

    segmento dilatado do aparelho digestrio. Nos diferentes animais domsticos diferencia-se

  • 23

    quanto a forma e a constituio do tipo de mucosa, existindo animais que possuiem estmago

    simples e estmago composto.

    Animais de estmago simples ou unicavitrio, pois possui uma nica cavidade,

    tambm so chamados de animais monogstricos (mono = um; gstrico = estmago). Esses

    animais possuem estmago com uma nica cavidade, que se parece muito com saco. No

    estmago ocorre a secreo de suco gstrico e enzimas, que so substncias responsveis

    pela digesto dos alimentos.

    Exemplos de animais com estmago simples so o porco, cavalo, o co, gato e o

    homem.

    Figura 20. Formato dos estmagos simples dos animais monogstricos.

    Animais de esmago composto ou pluricavitrio, pois possui quatro cavidades

    diferentes, tambm so chamados de animais ruminantes, devido ao seu hbito de ruminar. O

    estmago composto pode ser dividido em quatro compartimentos: rmen, retculo, omaso e

    abomaso. Os trs primeiros compartimentos so chamados de pr-ventrculos, realizando a

    digesto mecnica dos alimentos atravs da mastigao e reduo enzimtica devido

    fermentao microbiana. No omaso tambm ocorre grande absoro de gua. J o abomaso

    comparvel ao estmago unicavitrio das outras espcies, pois realiza a secreo e digesto

    enzimtica das partculas.

    Exemplos de animais com estmago pluricavitrio ou ruminantes so os bovinos e

    ovinos.

  • 24

    Figura 21. Esquema representativo do estmago pluritavitrio.

    Figura22. Esquema representativo do aparelho digestrio de uma vaca e do processo

    de ruminao.

    O tipo de estmago que o animal apresenta determina basicamente o seu

    hbito alimentar. Animais com estmago simples no possuem enzimas capazes de

    digerir as fibras, presentes no capim, por exemplo, por isso esse no constitui a base

    da sua alimentao. J os animais poligstricos o rmen e o retculo funcionam como uma

    cmara de fermentao perfeita, que mantm um ambiente favorvel ao desenvolvimento da

    populao microbiana e esta, por sua vez, responsvel pela utilizao da fibra contida no

    capim.

  • 25

    4.5 Intestino

    O intestino inicia-se caudalmente ao piloro e termina no nus. subdividido em

    intestino delgado segmento entre o piloro e o ceco; e intestino grosso segmento entre

    ceco e nus. O comprimento desses dois segmentos pode variar de acordo com o hbito

    alimentar do animal: um animal carnvoro possui o intestino mais curto cerca de 3 a 4 vezes

    o comprimento do seu corpo. J um animal herbvoro possui um intestino mais longo cerca

    de 25 vezes o comprimento do seu corpo.

    O intestino delgado o local onde ocorre digesto e absoro de parte dos alimentos

    ingeridos. DIGESTO reduo enzimtica dos nutrientes nos seus componentes absorvveis.

    Apresenta trs segmentos: duodeno, jejuno e leo. O intestino delgado o local onde ocorre a

    formao das fezes bolo fecal e reabsoro da gua. Tambm dividido em trs

    segmentos: ceco, clon e reto. O ceco um saco com uma extremidade cega e nos animais

    herbvoros, como o eqino, essa parte do intestino acentuadamente grande - primeira

    cmara de fermentao para digesto da celulose. O reto termina no nus, local onde ocorre a

    eliminao das fezes.

    Figura 23. Esquema representativo do intestino de um suno.

    5 SISTEMA REPRODUTOR

    5.1 Sistema reprodutor masculino

    O aparelho reprodutor masculino tem como funes a produo de gametas

    masculinos, a introduo e liberao dos gametas no trato reprodutivo da fmea e a produo

    de hormnios sexuais. Est intimamente relacionado com o sistema urinrio.

    Nos mamferos, o aparelho reprodutor masculino composto por

  • 26

    dois testculos, que so responsveis pela produo de espermatozides e

    testosterona, localizados no escroto: ambiente favorvel para a produo de

    espermatozides;

    rgos acessrios, compostos pelas glndulas ampulares, glndulas seminais,

    prstata, glndulas bulbouretrais, responsveis pela produo do esperma;

    Ductos: epiddimo, ducto deferente;

    Uretra e pnis.

    Figura 24. Localizao dos sacos escrotais das diversas espcies de mamferos com importncia

    zootcnica.

    O testculo o local onde acontece a produo de espermatozides. Eles so

    produzidos nos tbulos seminferos e so liberados na rede testicular. Da rede testicular os

    espermatozides seguem para o ducto eferente, que faz a ligao at o epiddimo. O

    epiddimo aloja espermatozides a medida que amadurecem antes de serem expelidos pela

    ejaculao, sendo que o tempo de amadurecimento dura cerca de 10 a 15 dias. O ducto

    deferente um tubo muscular que sofre contraes peristlticas durante a ejaculao,

    impulsionando os espermatozides do epiddimo para a uretra.

    Testculos de

    diversas espcies

    de mamferos com

    importncia

    zootcnica.

    A forma,

    localizao e

    tamanho variam

    com cada espcie,

    assim como a

    capacidade de produo de

    espermatozides.

  • 27

    Figura 25. Desenho esquemtico de um testculo.

    As glndulas sexuais acessrias Produzem o volume do ejaculado, ou smen, que o

    meio de transporte dos espermatozides. O smen fornece condies favorveis para a

    nutrio do espermatozide. O pnis o rgo masculino da cpula.

    5.2 Sistema reprodutor feminino

    O sistema reprodutor feminino tem como objetivos a produo do gameta feminino, a

    liberao desse gameta em local onde possa ser fertilizado pelo gameta masculino, fornecer

    um ambiente para desenvolvimento e crescimento do embrio e expelir o feto quando ele for

    capaz de sobreviver fora do corpo da me. Os rgos femininos incluem: dois ovrios, duas

    tubas uterinas, tero, vagina e vulva.

    Ao contrrio do sistema reprodutor masculino, os rgo reprodutivos femininos no

    tem ligao com o sistema urinrio, sendo o canal do sistema reprodutor diferente do canal

    do sistema urinrio.

    Os ovrios so os rgo primrios de reproduo da fmea. So responsveis por

    produzir vulos e hormnios sexuais femininos. O seu tamanho e forma tambm variam de

    acordo com a espcie. Nos ovrios ocorre o amadurecimento do vulo para que ele possa ser

    liberado o que chamado de OVULAO.

  • 28

    Figura 26. Sistema reprodutor e urinrio da fmea.

    As tubas uterinas so tubos pares que conduzem os vulos de cada ovrio para o

    respectivo corno uterino. o local comum de fertilizao dos vulos. So divididas em 4

    segmentos funcionais: fmbrias, infundbulo, ampola e stimo. A funo das trompas

    conduzir vulos e espermatozides em direes opostas, quase simultaneamente, onde ocorre

    a fertilizao, e os embries permanecem por cerca de 3 dias. O tero composto por dois

    cornos uterinos, corpo e crvice. A gestao pode ocorrer tanto nos cornos como no corpo do

    tero, dependendo da espcie.

    A vagina a parte do trato reprodutivo da fmea que se encontra dentro da pelve. o

    envoltrio para o pnis durante a cpula (vagina latim bainha) e o canal de nascimento

    canal do parto.

  • 29

    PARTE 4 NOES DE NUTRIO, ALIMENTOS E ALIMENTAO

    ANIMAL

    1 OBJETIVOS DA NUTRIO ANIMAL

    A nutrio tem como base o conhecimento das necessidades nutritivas do organismo,

    em funo da sua espcie, de sua idade, de seu sexo e suas produes

    Figura 26. As necessidades nutricionais dependem de vrios fatores, que devem ser

    considerados de forma balanceada.

    NUTRIO X ALIMENTAO ? ?

    O objetivo da nutrio proporcionar ao animal a quantidade de nutrientes

    necessrios para que ele possa crescer com qualidade, sade e para que possa produzir e se

    reproduzir.

    Alimento uma substncia que, consumida por um indivduo, capaz de contribuir

    para assegurar o ciclo regular de sua vida e a sobrevivncia da espcie a qual pertence.

    TRS CARACTERSTICAS IMPORTANTES NA ALIMENTAO:

    O valor nutritivo de um alimento no sempre o mesmo;

    No pode ter substncias txicas;

    Deve ser palatvel para o animal.

  • 30

    O valor de um alimento baseado em seu teor de nutrientes:

    Os alimentos podem ser de origem:

    Animal: como carne de frango, peixe ou boi;

    Vegetal: como milho, mandioca, arroz, tucum, etc.

    2 PRINCPIOS NUTRITIVOS E SUAS FINALIDADES

    2.1 Carboidratos

    So as biomolculas mais abundantes na natureza. So representados principalmente

    pelos acares, os amidos, as celuloses, as gomas e substncias afins. A quantidade de

    carboidratos no corpo animal sempre pequena, porm continuamente substituda. Os

    carboidratos so a principal fonte de calor e de energia para a realizao de vrios processos

    vitais.

    Os alimentos ricos em carboidratos tem principalmente origem vegetal: os gros de

    cereais so ricos em amido; as folhas dos vegetais, as palhas, os talos, ricos em celulose; os

    tubrculos e as razes ricos em fcula e acares; os frutos, ricos em acares e cidos

    orgnicos. A nica fonte de carboidratos de origem animal o leite, em funo da lactose.

    Na alimentao, os carboidratos so utilizados, principalmente, como fonte de energia,

    engordar e ganhar fora.

    2.2 Protenas

    As protenas so substncias muito importantes para a alimentao, pois muitas delas

    o organismo no pode produzir, por isso elas devem ser consumidas atravs do alimento. As

    protenas esto relacionadas com todos os processos de manuteno do corpo, como para a

  • 31

    defesa, na formao das clulas, na digesto dos alimentos, e para o crescimento dos

    msculos.

    As principais fontes de protenas so os alimentos de origem animal, como a carne,

    ovo, o leite e seus derivados (manteiga, iogurte, etc.).

    2.3 Lipdeos

    Lipdeos so alimentos vegetais e animais que possuem substncias insolveis na gua,

    quer dizer, que no se misturam com a gua. LIPDIOS = GORDURAS = LEOS.

    Os lipdeos de origem animal normalmente tem a sua forma slida na temperatura

    ambiente, como a gordura de porco, e os lipdeos de origem vegetal tem a forma lquida, como

    os leos de soja, de milho ou de dend.

    Os lipdeos tambm so utilizados na alimentao para fornecer energia para o corpo.

    2.4 Vitaminas

    As vitaminas so substncias orgnicas, que so facilmente destrudas pelos agentes

    fsicos e qumicos (sol, calor, luz, etc.) e que a sua maioria o organismo animal no pode

    produzir, mas so indispensveis para vida. A falta de vitaminas chamada de avitaminose e

    pode causar doenas caractersticos, podendo ser mortais. A ao das vitaminas especfica,

    sendo que cada uma tem a sua funo no organismo, no podendo ser substitudas.

    Normalmente as quantidades necessrias diariamente so muito pequenas e elas no so

    utilizadas como matria energtica, nem como alimento.

    Podemos classificar as vitaminas em VITAMINAS LIPOSSOLVEIS ou HIDROSSOLVEIS.

    As vitaminas lipossolveis so solveis em lipdios (gorduras e leos) e so as vitaminas A, D, E

    e K. As vitaminas hidrossolveis so solveis em gua e compreendem todas as outras

    vitaminas (C, complexo B, etc.).

    2.5 Minerais

    Os mineira so substncias inorgnicas, essenciais na dieta animal, e necessrios em

    quantidade relativamente pequena, comparados energia e a protena. As principais fontes de

    minerais so os alimentos e os compostos inorgnicos, como o calcrio, mas tambm podem

    ser orgnicos, como a casca de ovo.

    Todos os nutrientes citados acima, carboidratos, protenas, lipdeos, vitaminas e

    minerais, so de extrema importncia para que os animais cresam com toda a sade e

    vitalidade, e para que desempenhem suas funes vitais. Para que isso acontea necessrio

    que todos os nutrientes estejam presentes na alimentao em quantidades suficientes e

    proporcionais entre eles. Isso quer dizer que se houver falta de energia e excesso de protena,

    o organismo no vai funcionar como deveria, o que ns chamamos de deficincia

    nutricional. Por isso, preciso que haja o BALANCEAMENTO da rao, isto , todos os

    nutrientes em quantidades adequadas, sem excesso ou falta de nenhum deles.

  • 32

    2.6 Lei de Mnimo O fator limitante interfere na mxima produo

    3 CLASSIFICAO DOS ALIMENTOS

    Ns podemos classificar os alimentos de acordo com as suas caractersticas

    nutricionais da seguinte maneira:

    Figura 28. Classificao dos alimentos.

    Figura 27. Nutrientes limitantes.

    Imagine que a nutrio como um barril formado de tbuas que correspondem aos nutrientes essenciais para a sua capacidade de produo; Porm todos os nutrientes devem atender a necessidade do animal para a produo ocorrer no nvel mximo, at o nutriente limitante em menor quantidade. Neste exemplo podemos verificar que a ordem crescente dos fatores limitantes : Energia, Protena, Minerais, Fsforo, Sdio, Selnio, Zinco, Vitamina.

  • 33

    3.1 Alimentos Volumosos

    So aqueles alimentos de baixo teor energtico, com altos teores em fibra, com muita

    ou pouca gua. So os de mais baixo custo na propriedade. Os mais usados para os herbvoros

    so as pastagens, capineiras, silagens, cana-de-acar, bagao de cana, fenos, palhadas de

    culturas e cascas de certos gros e sementes.

    3.2 Alimentos Concentrados

    So aqueles com alto teor de energia, podendo ser divididos em: energticos e

    proticos.

    Os alimentos energticos so alimentos concentrados com menos de 20% de protena

    bruta (PB), sendo utilizados principalmente como fonte de ENERGIA. Podem ser de origem

    vegetal - milho, sorgo, trigo, arroz; ou de origem animal - sebos e gordura animal.

    Os alimentos proticos so alimentos concentrados com mais de 20% de PB, sendo

    utilizados principalmente como fonte de PROTENA. Podem ser de origem vegetal - farelo de

    soja, farelo de algodo, farelo de girassol, soja gro, farelo de amendoim, caroo de algodo;

    ou de origem animal - farinha de sangue, de peixe, carne e ossos.

    Uma rao completa e balanceada contm uma mistura de ingredientes que fornecem

    a quantidade ideal de nutrientes que cada espcie necessita. Quando fornecemos uma rao

    completa no preciso suplementar com nenhum outro tipo de alimento, pois ele ser

    responsvel por nutrir o animal em cada fase de produo.

    No entanto, podemos utilizar alimentos alternativos como suplemento alimentar para

    diminuir o uso da rao e minimizar os custos de produo. importante lembrar que os

    alimentos alternativos muitas vezes possuem deficincias em alguns nutrientes, por isso,

    quando utilizado esse tipo de alimentao, preciso haver uma variedade de alimentos para

    suprir as necessidades dos animais.

    O uso de alimentos alternativos, como os resduos vegetais, pode trazer vantagens

    para a criao de algumas espcies de animais domsticos tanto no sentido nutricional como

    para a reutilizao dos resduos, os quais so geralmente descartados em altas quantidades,

    podendo gerar em problemas ambientais e econmicos. Alguns exemplos de alimentos que

    podem ser utilizados com o alternativos so: resduos da produo da farinha de mandioca

    (crueira), resduos de frutos nativos (pupunha, castanha, buriti, goiaba moda e desidratada,

    cupuau, jenipapo, etc.) entre muitas opes.

  • 34

    PARTE 5 PRINCPIOS DA REPRODUO DOS ANIMAIS

    DOMSTICOS

    A reproduo na criao dos animais domsticos tem como objetivo perpetuar a

    espcie de interesse produtivo. Nesse processo, a fmea tem como objetivos a produo do

    gameta, a liberao desse gameta em local onde possa ser fertilizado pelo gameta masculino,

    ale de fornecer um ambiente adequado para desenvolvimento e crescimento do embrio e

    expelir o feto quando ele for capaz de sobreviver fora do corpo da me. J o macho tem como

    funes a produo de gametas, a introduo e liberao dos gametas no trato reprodutivo da

    fmea e a produo de hormnios sexuais. Cada pai contribui com metade das caractersticas

    do novo indivduo, o filho, por isso, devemos observar atentamente os animais que vamos

    escolher como reprodutores.

    1 A ESCOLHA DOS REPRODUTORES

    A escolha dos reprodutores tem muita importncia para o sucesso de uma criao

    zootcnica. No poder haver aumento significante do valor produtivo do rebanho sem que se

    escolham pais de boa qualidade, capacitados em transmitir virtudes produtivas aos seus filhos.

    Podemos considerar que os machos so responsveis por 50% da herana dos filhos

    (descendentes); os outros 50% sero dados pela matriz (a me). No pequena a importncia

    da fmea em termos de qualidade, contudo, a sua importncia em termos de quantidade

    menor significativamente que a dos machos, pois o nmero de filhos gerados pelos machos

    muito maior que o das fmeas.

    Diversos aspectos devem ser levados em considerao quando se deseja adquirir ou

    escolher animais para a reproduo, sendo eles:

    Observaes ligadas ao indivduo;

    Observaes dos pais;

    Observaes dos filhos.

    Observaes ligadas ao indivduo

    Essas observaes revelaro as boas e ms qualidades resultantes do que foi

    proporcionada atravs da unio dos pais dos indivduos e exteriorizado pelas caractersticas do

    ambiente (LEMBRE-SE: FENTIPO = GENTIPO + AMBIENTE). So utilizados como critrios de

    escolha apenas as caractersticas externas do indvduo. Nessas observaes, devemos levar em

    conta alguns aspectos:

    Sade: boa sade condio fundamental para a reproduo. Observar a presena ou

    ocorrncia de doenas transmissveis.

  • 35

    Caractersticas sexuais: observar a expresso da sexualidade, pela masculinidade ou

    feminilidade do indivduo. Machos que se desenvolvem em condies precrias de

    alimentao e sade tendem a apresentar aspecto feminino quando chegam

    puberdade. As fmeas que crescem masculinizadas tendem infertilidade.

    Temperamento: animais de temperamento nervoso ao so dceis e so agressivos,

    sendo inconvenientes reprodutores, podendo praticar o coito de maneira defeituosa

    ou mesmo inutilizar as fmeas.

    Integridade dos rgos genitais: condio fundamental para a escolha de

    reprodutores, pois caso contrrio, estaro total ou parcialmente impedidos de se

    reproduzir.

    Produo: observar qual o desenvolvimento do indivduo quanto a caracterstica

    desejada, para que fatores desejveis possam ser passados para os descententes. Por

    exemplo, se eu quero escolher uma galinha para ser reprodutora, observar se ela

    boa produtora de ovos ou no.

    Observao dos pais

    o estudo dos pais do animal, principalmente de animais jovens, cujo julgamento no

    pode ser feito com muito critrio. Esse estudo de grande valor, podendo nos dar uma idia

    da bagagem hereditria do animal. Para isso foi criado o registro genealgico, que

    instrumento para avaliao dos gentipos.

    Observao dos filhos

    Somente a qualidade dos filhos realmente capaz de revelar a qualidade do

    reprodutor. Seus filhos devem ser observados cuidadosamente, sob todos os pontos de vista,

    comparando com os filhos de outros reprodutores. Os reprodutores de alta qualidade

    normalmente so conservados por longo perodo na reproduo, o que torna a sua aquisio

    bastante difcil e o preo elevado.

    2 TIPOS DE MONTA

    A monta o ato de reunir, para o acasalamento, animais de sexos opostos, com a

    finalidade de orientar a criao. Para isso, devem-se escolher os parceiros.

    As maneiras como o homem orienta ou facilita a unio sexual chamada de tipos de

    monta, que deve ser escolhida de maneira a aproveitar a capacidade de cada animal e

    melhorar o seu rendimento como reprodutor. O quadro abaixo ir exemplificar os dois tipos e

    quais so suas vantagens e desvantagens.

  • 36

    QUADRO 1. Vantagens e desvantagens da monta livre e da monta controlada.

    MONTA LIVRE MONTA CONTROLADA

    No existe acompanhamento do homem; os

    animais escolhem os seus pares, e o

    momento para se reproduzir.

    Normalmente ocorre em sistemas de criao

    do tipo extensivo.

    O homem orienta a reproduo, escolhe que

    animais iro se reproduzir, quais so os seus

    pares e o momento exato para que ocorra a

    reproduo.

    Normalmente ocorre nos sistemas de criao

    do tipo intensivo.

    VANTAGENS DESVANTAGENS VANTAGENS DESVANTAGENS

    Exige menor trabalho

    e menor mo-de-

    obra, no

    necessariamente

    precisa ser

    qualificada.

    Maior ndice de

    natalidade.

    No controla as

    cobries;

    No possvel

    manter o controle da

    paternidade.

    O controle da sade

    dos animais e das

    doenas difcil.

    Existe maior risco de

    ocorrer acidentes.

    Existe uma maior

    eficincia de

    aproveitamento dos

    machos.

    Pode haver

    comprovao da

    paternidade.

    Existe um controle da sade e das doenas

    dos animais.

    Exige mo-de-obra

    especializada,

    treinada para

    identificar os

    animais.

    Menor ndice de

    natalidade.

    Para que ocorra a reproduo dos animais domsticos preciso conhecer a

    particularidade reprodutiva de cada espcie e assim escolher qual o melhor sistema de

    monta, quais so os melhores reprodutores e que indivduos apresentam as melhores

    qualidades produtivas.

  • 37

    PARTE 6 SADE DOS ANIMAIS E ZOONOSES

    A sade animal, o melhoramento gentico e a alimentao adequada so a base que

    serve de apoio ao desenvolvimento de qualquer sistema de produo de animais.

    importante que estes tres fatores sejam fortalecidos e que haja um equilbrio entre eles.

    1 HIGIENE

    Higiene uma cincia que estuda os meios para preservar o homem e os animais das

    doenas, assim como as regras para manter um estado de perfeita sade.

    O uso da higiene importante para manter um melhor aproveitamento dos alimentos,

    um melhor crescimento dos animais e uma menor mortalidade. Os objetivos de manter a

    higiene dentro do processo produtivo incluem:

    Estabelecer criaes saudveis;

    Limpar o meio onde os animais vivem;

    Diminuir a poluio do ambiente por produtos da excreo dos animais;

    Manter um equilbrio entre a criao animal e o ambiente;

    Prevenir a transmisso de doenas entre os animais, e dos animais para o homem;

    Manter a sade dos animais e do homem.

    Para que esses objetivos sejam atingidos preciso que todas as pessoas envolvidas na

    criao dos animais mantenham a higiene sempre. O SANEAMENTO um conjunto de

    medidas que visam preservar ou modificar as condies ambientais com o objetivo de prevenir

    doenas e promover a sade.

    SADE x DOENA

    A sade o estado de completo bem-estar fsico, mental e social, e no significa

    apenas a ausncia de doena. A doena pode ser definida como uma falha nos mecanismos

    de adaptao do organismo, levando a uma perturbao no funcionamento correto de um

    rgo ou de um sistema, interferindo no seu funcionamento correto.

    2 MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

    So medidas importantes que podem e devem ser utilizadas com a finalidade de

    impedir ou diminuir o risco de transmisso de uma doena. um conjunto de atividades

    utilizadas para proteger uma populao de um fenmeno desfavorvel a sade. Profilaxia

    um conjunto de medidas tomadas para prevenir doenas.

    Os objetivos so:

    Evitar a entrada de doenas dos animais de uma propriedade;

  • 38

    Controlar ou evitar o aparecimento de novos casos de doenas j existentes na

    propriedade;

    Diminuir os efeitos da doena, quando no pode ser evitada.

    2.1 Medidas de preveno

    SANEAMENTO DO AMBIENTE: procedimentos para higienizar o ambiente onde os animais

    vivem, com o objetivo de prevenir doenas e proteger a sade do animal. Para manter o

    saneamento do ambiente recomenda-se: manter a gua em condies higinicas, dar um

    destino adequado aos dejetos dos animais, controlar a qualidade dos alimentos fornecidos aos

    animais, destinar adequadamente o lixo, utilizar instalaes adequadas, etc.

    QUARENTENA: tem o objetivo de no introduzir novas doenas nos animais. Quando um

    animal novo chega na propriedade, este deve ser mantido isolado dos outros animais, durante

    30 dias, para evitar o seu contato com os outros animais da propriedade. Nesse perodo esse

    animal deve ser observado, procurando qualquer sinal de doena, e se ele no apresentar

    nenhuma, no final dos 30 dias ele pode ser colocado com os outros animais.

    VACINAO: a vacina fornece a proteo do animal contra uma determinada doena assim,

    quando ele tiver contato com um vrus causador de uma doena, o seu organismo j vai estar

    preparado para se defender e impedir que o vrus se instale no seu organismo, causando a

    doena.

    EDUCAO SANITRIA: importante informar os criadores de animais sobre a importncia de

    manter a sade dos animais e prevenir a entrada de doenas, a vacinao e a destinao

    adequada dos dejetos e do lixo, para que uma propriedade no seja responsvel pela

    contaminao de outra.

    3 DESINFECO DE DESINFETANTES

    A limpeza e a desinfeco so consideradas como os principais mtodos de preveno

    de doenas. muito importante usar um programa de limpeza e desinfeco abrangente e de

    uso contnuo para diminuir a contaminao do ambiente e dos animais. Essas medidas so

    usadas para prevenir a ocorrencia de uma doena.

    Desinfeco significa controlar ou eliminar os organismos causadores de doenas

    utilizando processos qumicos ou fsicos. Desinfetante um agente que mata os organismos

    patognicos (organismos causadores de doenas). Geralmete os desinfetantes so utilizados

    para objetos, ferramentas, etc.

    Para desinfetar podemos utilizar agentes fsicos, como o sol ou o calor. Para a

    desinfeco qumica utilizamos produtos qumicos, como gua sanitria, detergentes ou

    cidos. importante lembrar que sempre ao utilizar um equipamento ou ferramenta, deve-se

    ento, desinfet-lo antes de guard-lo para ser utilizado novamente, para evitar que ele

    contamine um outro animal ou objeto.

  • 39

    4 ZOONOSES

    Zoonoses so doenas transmissveis dos animais para o homem, sendo comuns para

    ambos. A transmisso dessas doenas pode ser direta, quando a doena transmitida de um

    indivduo infectado ao outro no infectado. Tambm pode ser indireta quando pode ocorrer

    atravs de outros veculos, como ingesto de gua, leite e outros alimentos contaminados,

    pela inalao de ar ou pela picada de outros animais.

    Como fatores responsveis pela ocorrncia de zoonoses podemos citar:

    Quando o homem o os animais compartilham o mesmo ambiente;

    A falta de higiene, favorecendo a proliferao de insetos e roedores;

    A penetrao do homem em novas reas geogrficas;

    4.1 Principais zoonoses

    TUBERCULOSE: causada por bactrias e pode ocorrer no homem e nos animais domsticos,

    principalmente bovinos e sunos. A infeco pode ocorrer pela ingesto de leite cru e

    derivados contaminados, ou pela gua, ar ou objetos contaminados. Os sintomas da doena

    nos animais incluem tosse, animais magros e quietos, infertilidade, diarria e diminuio da

    produo.

    LEPTOSPIROSE: causada por uma batria e pode ocorrer nos animais domsticos e silvestres, o

    rato pode transmitir a doena atravs da urina. A infeco pode ocorrer por contato com

    animais infectados, contgio ambiental, como banho em guas contaminadas, etc. os sintomas

    incluem febre, magreza, abortos.

    SALMONELOSE: causada por uma bactria e pode ocorrer em todas as espcies de animais

    domsticos. A infeco pode ocorrer por ingesto de gua contaminada por fezes de animais

    doentes, ingesto de alimentos contaminados, como leite e ovos, carne e derivados. Os

    sintomas incluem diarria, febre, disfuno do corao, falta de apetite, magreza.

    RAIVA: causada por um vrus e pode ocorrer em todos os mamferos. A infeco pode ocorrer

    por contato com animais doentes. Os principais transmissores so o co e o gato e os

    morcegos que sugam sangue. Os sintomas incluem intranquilidade, falta de apetite, os animais

    se afastam do homem e de outros animais. Depois da fase inicial o animal se torna agressivo.

    Em alguns casos os animais se tornam paralticos, param de se locomover.

    TOXOPLASMOSE: causada por um protozorio e pode ocorrer em todas as espcies de

    animais mamferos domsticos. A infeco pode ocorrer por ingesto de carne contaminada

    crua ou mau cozida e tambm gua, solo e alimentos contaminados. Tambm pode ocorrer

    infeco do filho quando ainda est na barriga da me. Os sintomas incluem disfuno da

    maioria dos rgaos e tecidos, dependendo do local parasitado: hepatite, meningite,

    miocardite.

  • 40

    TENASE OU CISTICERCOSE: causada por vermes e pode ocorrer em bovinos e suns. A infeco

    pode ocorrer por ingesto de carne contaminada ou ingesto de alimentos contaminados

    atravs das fezes dos animais. Os animais infectados normalmente no apresentam sintomas.

    A melhor maneira de evitar a ocorrncia das zoonoses manter a higiene e a profilaxia

    na criao dos animais, evitando assim que os animais fiquem doentes, e se por um acaso

    ficarem, evitar que o homem se contamine pelo contato com esses animais infectados. Deve-

    se sempre tomar cuidado com a gua de beber dos animais e dos humanos, sempre coletar as

    fezes e dar um destino adequado a elas, lavar sempre as mos aps mexer com os animais e

    sempre antes de se alimentar.

    Usando a higiene dentro de casa e dentro das criaes dos animais domsticos j um

    grande passo para prevenir a ocorrncia das zoonoses!

  • 41

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ANDRIGUETO, J. M. Nutrio Animal. Volume 1, Editora Nobel, 3 ed. 411 p. 1988.

    ANDRIGUETO, J. M. Nutrio Animal. Volume 2, Editora Nobel, 3 ed. 411 p. 1988.

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    Rio de Janeiro, 2001.

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    GEORGI, J.R. Parasitologia veterinria. Rio de Janeiro, Interamericana, 3 ed. 1982.

    HAFEZ, E.S.E. Fisiologia da Reproduo. 6 ed. Malone, 582p. 1990

    RAMALHO, M.; SANTOS, J.B.; PINTO, C.B. Gentica Agropecuria. Publicaes Globo Rural,

    Rio de Janeiro, 1989.

    TORRES, A.P. Alimentos e nutrio das aves domsticas. Editora Nobel, 1979.

    TORRES, G. C. V. Bases para o Estudo da Zootecnia. Centro Editorial e Didtico da Didtico

    da UFBA. Salvador, 1990.