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INTRODUÇÃO A supervisão escolar tem um papel importante na educação. Essa função tem como tarefa, ajudar professores no planejamento, métodos, técnicas, avaliação, etc. Sem esse profissional a escola não consegue desenvolver um bom trabalho. O supervisor escolar também pode apresentar contribuições à classe docente no que diz respeito à indisciplina de alunos. A indisciplina passa a ser um trabalho do supervisor escolar, porque repercute no trabalho final do docente que é o ensino. Devido à questão de indisciplina nas escolas é importante estudar o tema, começando com a pergunta o que é indisciplina?, o aluno desrespeitador, sem limites e desinteressado. Também é preciso falar da caracterização supervisora em perspectiva histórica observando alguns aspectos: a função supervisora, a idéia de supervisão e a profissão de supervisão. E por último o supervisor apresentar ou apontar contribuições frente à situação indisciplina vivenciadas na escola. Uma das contribuições seria capacitar docentes a respeito de métodos e técnicas mais atuais. Outra contribuição seria buscar e orientar junto aos docentes sobre pesquisar e dominar suas áreas de estudo. Indisciplina é quando o aluno tem um mau comportamento, desobediente, não cumpridor de suas tarefas. O aluno de hoje é menos respeitador do que o aluno de antes, a escola atual teria se tornado muito permissiva. As crianças de hoje não tem limites, não reconhece a autoridade, não respeitam as regras e a responsabilidade por isso é dos pais, que são muito permissivos. O aluno desinteressado ou o professor não dá uma aula atrativa. A sala de aula não é atrativa, quanto os outros meios de comunicação e particularmente a televisão. Também os assuntos e recursos precisam ser mais atuais e atrativos. A função supervisora, a sociedade se caracterizava pelo modo coletivo de produção da existência. Os homens não estavam divididos em classes e produziam sua existência em comum, se educando. Nas sociedades primitivas a educação coincidia com a própria vida, sendo uma ação espontânea. Não se falava em educação em sentido estrito, não se podendo falar em ação

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INTRODUÇÃO

A supervisão escolar tem um papel importante na educação. Essa função tem como

tarefa, ajudar professores no planejamento, métodos, técnicas, avaliação, etc. Sem esse

profissional a escola não consegue desenvolver um bom trabalho.

O supervisor escolar também pode apresentar contribuições à classe docente no que

diz respeito à indisciplina de alunos. A indisciplina passa a ser um trabalho do supervisor

escolar, porque repercute no trabalho final do docente que é o ensino.

Devido à questão de indisciplina nas escolas é importante estudar o tema, começando

com a pergunta o que é indisciplina?, o aluno desrespeitador, sem limites e desinteressado.

Também é preciso falar da caracterização supervisora em perspectiva histórica observando

alguns aspectos: a função supervisora, a idéia de supervisão e a profissão de supervisão. E

por último o supervisor apresentar ou apontar contribuições frente à situação indisciplina

vivenciadas na escola. Uma das contribuições seria capacitar docentes a respeito de

métodos e técnicas mais atuais. Outra contribuição seria buscar e orientar junto aos

docentes sobre pesquisar e dominar suas áreas de estudo.

Indisciplina é quando o aluno tem um mau comportamento, desobediente, não

cumpridor de suas tarefas.

O aluno de hoje é menos respeitador do que o aluno de antes, a escola atual teria se

tornado muito permissiva.

As crianças de hoje não tem limites, não reconhece a autoridade, não respeitam as

regras e a responsabilidade por isso é dos pais, que são muito permissivos.

O aluno desinteressado ou o professor não dá uma aula atrativa. A sala de aula não é

atrativa, quanto os outros meios de comunicação e particularmente a televisão. Também os

assuntos e recursos precisam ser mais atuais e atrativos.

A função supervisora, a sociedade se caracterizava pelo modo coletivo de produção da

existência. Os homens não estavam divididos em classes e produziam sua existência em

comum, se educando.

Nas sociedades primitivas a educação coincidia com a própria vida, sendo uma ação

espontânea. Não se falava em educação em sentido estrito, não se podendo falar em ação

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supervisora em sentido próprio. Por isso exatamente já se fazia presente a função

supervisora.

A idéia de supervisão, na sociedade feudal produzia-se para atender as necessidades de

consumo. Com o desenvolvimento da economia medieval o comércio foi intensificando

determinando o processo de produção. Assim surgiu a sociedade capitalista ou burguesa.

Com isso o processo produtivo foi se deslocando do campo para a cidade, passando da

agricultura para a indústria.

Ao deslocamento do eixo produtivo do campo para a cidade e da agricultura para a

indústria, saber espontâneo assistemático para o saber metódico sistemático correspondeu

o deslocamento do processo educativo de formas difusas, para formas específicas e

institucionalizadas com a escola. Com o processo de institucionalização da educação começa

a ideia de supervisão educacional.

A profissão de supervisão educacional, década de XX surgimento dos profissionais da

educação, isto é técnicos em escolarização. O elemento propulsor foi à criação da

Associação Brasileira de Educação em 1924 por Heitor Lira. No plano federal, a reforma João

Luís Alves de 1925, pelo decreto 16.782A, o departamento Nacional de Ensino e o Conselho

Nacional do ensino em substituição o Conselho Superior do Ensino que entre 1911 e 1925

era o único órgão encarregado da administração escolar. Esse foi um passo importante para

a criação, cinco anos mais tarde do Ministério da Educação e Saúde Pública.

Os métodos e técnicas são usados para ajudar os docentes no ensino e aprendizagem de

alunos. Eles precisam ser usados de forma precisa. Supervisor escolar pode capacitar seus

professores nesta tarefa, porque assim os alunos ficariam mais atentos, envolvidos com

aulas atrativas, sem indisciplina.

Professores precisam buscar se atualizar, pesquisar suas áreas de estudo. O supervisor

escolar pode junto com o docente incentivar essa busca, permitindo com isso dominar a

questão de indisciplina de seus alunos.

Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica. Os principais autores utilizados na

realização deste trabalho. Aquino, G, Julio. 1997. A Indisciplina e a Escola Atual. E Saviani,

Dermeval. 1999. A função Supervisora numa perspectiva histórica, Muss, E. Ralf, 1967.

Problemas de disciplina.

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CAPÍTULO I

INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

Conceito de indisciplina é quando um discente não presta atenção nas aulas, não houve

quando os docentes falam, não fazem os deveres de aula e de casa, estão sempre se

colocando como vítimas perante as pessoas em sua volta, não acatam ordens de seus

superiores e estão sempre atrapalhando o bom andamento das aulas.

Tais conceitos podem estar relacionados a problemas de ordem tanto psicopedagógicos,

de natureza cognitiva ou tanto de natureza comportamental como exemplifica Julio Groppa

Aquino, pesquisador.

O aluno problema é tomado, em geral, como aquele que padece de

certos supostos distúrbios psico/pedagógicos, distúrbios estes que

podem ser de natureza cognitiva (os tais distúrbios de aprendizagem),

ou de natureza comportamental, e nessa última categoria enquadra-se

um grande conjunto de ações que chamamos usualmente de

indisciplinadas. (AQUINO, 1997, p. 2).

1.1 Aluno Desrespeitador

A escola de nossos pais, era uma escola para a minoria da população. Uma

escola burguesa, lá existia a exclusão.

Eram escolas militares, de padres, poucas escolas leigas, atendiam poucos alunos.

Nossos pais se quer completavam a escolaridade devida. Nossos avós então? Escola de

qualidade sempre foi difícil encontrar.

No passado existiu os exames de admissão dos níveis primário e ginasial. Eram

escolas para pessoas com boa situação. O exame de admissão de antigamente é o que

chamamos hoje de vestibular para as universidades públicas. No passado era primário e

ginásio, hoje o nome é ensino fundamental com nove anos de escolaridade.

Nove anos são o tempo mínimo e obrigatório de escolaridade. A escola foi ficando

cada vez democrática, ampliando o número de vagas para o ensino formal. Mas o grande

impasse continua sendo a permanência do aluno na escola.

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Sem qualidade no ensino, não é possível uma escola progredir, devido a isto

os profissionais da educação têm enfrentado muitas dificuldades para ensinar. Conseguir

que alunos permaneçam na escola por nove anos é tarefa árdua. O ensino é público e

gratuito e nem assim se consegue que as crianças alcancem a escolaridade completa.

É preciso fazer algo para que alunos completem seus estudos, com um padrão de

qualidade. Muitos alunos chegam a iniciar o ensino médio, mas muitos deles nem sequer

chegam ao vestibular. Assim percebe-se que o quadro de antigamente é parecido com o de

hoje. Existe ainda a velha exclusão, onde poucos alcançam a escolaridade desejada.

Todos nós pais, professores, Estado tem a responsabilidade de garantir uma escola de

excelência para os alunos indisciplinados ou não, com recursos ou não, com pré-requesitos

ou não, com problemas ou não. Incluir passa ser dever de todos os educadores preocupados

com a sociedade e com seu compromisso como profissional.

No passado as escolas eram militarizadas em seu funcionamento, filas, o pátio, o

uniforme, os cânticos e a relação de medo e coação que se tinha com figuras escolares que

revelavam a hierarquia que tinha a época.

A escola de outrora funcionava, pode-se afirmar com base em ameaças e castigos.

Cultura do militarismo da época passada.

Hoje nossos alunos vivem outra realidade e precisamos criar relações civis em sala de

aula. Uma relação de respeito é condição primordial, mas não suficiente para o trabalho em

sala de aula.

Podemos respeitar alguém por medo ou por admiração. O primeiro funda-se nas

noções de hierarquia e superioridade e o segundo nos de respeito. No passado o aluno

respeitava inspirado nos moldes militares, fruto de obediência cega a um superior. Hoje o

respeito ao professor não pode mais acontecer por medo de punição, mas sim da autoridade

do professor.

Hoje o professor não distribui e nem faz cumprir ordens disciplinares, não tem mais a

função disciplinadora.

Para muitos docentes o bom aluno é aquele parado, sem iniciativa, apático, que não

pergunta nada. Muitas escolas de hoje ainda funcionam como no passado no que diz

respeito às normas disciplinares. Algumas instituições escolares ainda aplicam a punição, a

represália, a submissão, por meio da avaliação. Muitos professores ameaçam seus alunos

por meio de provas, testes difíceis, notas baixas, expulsões e transferências.

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A indisciplina escolar nos indica que ainda existem práticas escolares arraigadas, dos

tempos passados. É preciso mudanças no interior das relações escolares, em particular na

relação professor – aluno, também é preciso buscar a orientação do supervisor escolar, pois

é ele o especialista em questões ligadas aos docentes e consequentemente questões dos

alunos.

E mais ainda é preciso que os profissionais da educação como: diretor, supervisor,

orientador educacional e ou, coordenador de ensino estejam cientes e estudem o regimento

escolar de seus estabelecimentos. É neste documento que está escrito todas as normas que

se quer que sejam cumpridas pelos pais, alunos e profissionais da educação. É também

verdade que os pais dos alunos não costumam ler este manual, e acho que nem mesmo os

profissionais do ensino. Entretanto, sabes-se que ao longo do ano letivo circulam entre os

discentes avisos a respeito das normas disciplinares da escola a serem cumpridas, mas será

que estão sendo bem trabalhadas, argumentadas entre pais, alunos e profissionais da escola?

Se não, precisam urgentemente serem conhecidas, explicadas e praticadas.

Também é preciso dizer que tanto o regimento, quanto a proposta pedagógica são

documentos que precisam ser elaborados por todo o corpo da escola e também com o

conhecimento e aprovação da comunidade de pais de alunos. E o que se vê é que ambos os

documentos são feitos por terceiros, que não fazem parte da instituição escolar.

1.2- O Aluno sem limites

Os pais não dão limites aos seus filhos. A educação vem de casa, a escola ensina. Os

alunos vêm de seus lares cheios de manias, sem regras, mal educados, e chegam a escola

indisciplinados.

Tem pais que são totalmente ausentes. Não ficam em casa, estão sempre ocupados

com seus afazeres e esquecem que tem filhos e que estes precisam de atenção, amor e

carinho.

Quando os pais estão em casa não suportam as queixas de seus filhos. Os pais geralmente

deixam eles fazerem o que bem entendem para não haver chateação e nem incomodo para

ambas as partes. Educar dá trabalho e requer muito tempo e disposição.

Muitas das vezes o aluno dito indisciplinado dentro da escola não o é fora dela. Este

conhece muito bem a normas num jogo coletivo. E se saem muito bem.

Pode se dar exemplo quando numa brincadeira ou jogo já existem as regras pré

estabelecidas, ninguém pode desrespeitar, se não sai fora do jogo.

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Crianças quando iniciam na escola já conhecem bem as normas de funcionamento de

um grupo, porque elas já estão estabelecidas na coletividade humana. As regras no mundo

infantil não permitem muitas exceções.

Nem na teoria nem na prática pode-se sustentar a falta de normas e de limites. A

inquietação e a curiosidade das crianças e jovens que eram reprimidas; agora podem ser

pensadas como subsídios para o trabalho de sala de aula e entusiasmo para docentes

realizarem um melhor trabalho.

Quanto mais o aluno estiver engajado nas atividades de sala de aula, mais será o rendimento

do professor. Quanto mais o professor dominar sua área de atuação e melhorar nos

métodos e técnicas de ensino, maior será o envolvimento do aluno nas suas tarefas.

A falta de limites dos pais estaria refletindo no trabalho final do professor. Pais não

estariam acompanhando os filhos nas tarefas de casa. Pode-se pensar que crianças mal

educadas em casa, passa a ser um aluno indisciplinado em sala de aula. Ainda observamos

que alunos indisciplinados com alguns professores, podem ainda não ser indisciplinado com

outros professores.

Muitos pais de hoje coloca a responsabilidade de educar seus filhos na escola. Escola é

lugar de ensino e aprendizagem. A casa é o lugar onde as crianças recebem educação de

seus pais. Não se pode confundir os papéis, o de educar e o de ensinar, pais e escola.

Quando acontece situação de indisciplina na escola, logo se chama os pais e se convoca

os profissionais da educação, diretores, supervisores escolares, orientadores educacionais. É

preciso entender que problemas que ocorrem dentro da escola como a indisciplina de

alunos precisam ser resolvidos com professores, diretores, supervisores e orientadores, sem

ter que chamar pais de alunos.

Professores pensam que a indisciplina de alunos está a cargo dos pais somente. A

educação da criança é o resultado da intervenção da família e da escola. Não é verdade. A

família tem o dever de educar, formar, dar exemplos bons a seus filhos. Já a escola tem a

função de ensinar conhecimentos sistematizados. São funções e objetivos diferentes.

A família cuida da conduta, formação da personalidade da criança. A escola visa o

ensino aprendizagem, conhecimento organizado, formal.

Se pensarmos que a criança não apresenta conduta adequada para a sala de aula, seria

um complicador não um impeditivo para o conhecimento. A docência é diferente a do

trabalho realizado pela família.

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Professor não é pai, muitas das vezes o professor coloca como tarefa principal a

normatização moral dos hábitos da criança e do adolescente, para que só a partir daí possa

fazer o trabalho de docência em sala de aula.

O professor não se profissionalizou para ser pai postiço. A paternidade não exige

qualificação específica. Para ser professor é preciso se especializar e acontece

paulatinamente durante alguns anos.

O professor não foi contratado para exercer tarefas de pai. Às vezes o trabalho de sala

de aula exige muito do docente, mas nem por isso se pode delegar ao docente a função de

pai. O professor foi contratado para ensinar conhecimentos sistematizados, não se pode

confundir as funções de pai e de professor.

Também tem a questão que o professor foi contratado para a função de professor, não

pode acontecer a quebra de contrato, é preciso que o professor cumpra com suas

obrigações pela qual foi admitido.

Como todas as outras relações sociais como: pai e filho, marido e mulher, paciente e

médico, patrão e empregado. Na relação professor e aluno existem regras, normas

funcionais que precisam ser conhecidas e respeitadas para que a ação possa ser concluída. É

sabido que os alunos têm a consciência das regras do jogo pedagógico. Os discentes sabem

reconhecer quando um professor está realizando bem as tarefas, quando é competente,

responsável e compromissado. Os alunos sabem respeitar as regras do jogo quando é bem

orientado. Os alunos também percebem quando o docente não quer nada com o seu ofício.

A indisciplina parece acontecer porque muitas das vezes o docente abandona suas

funções em sala de aula. Os alunos diante da situação não reconhecem seu próprio papel em

sala de aula, porque o próprio professor não se faz presente na ação pedagógica.

A indisciplina do aluno pode ser percebida, quando na realidade o professor não

consegue exercer seu papel e suas funções de docente. O que é oferecido ao aluno será que

está de acordo com o que é preciso, relevante, atrativo e significativo?

Qual tem sido o envolvimento que os professore tem com suas funções? Os docentes

têm agido como moralizadores ou como um profissional qualificado em sala de aula? Será

que estamos valorizando por demais as famílias dos nossos alunos ou não temos os

dedicado com afinco o nosso campo de atuação? Os alunos deveriam ser encarados como

parceiros do trabalho do docente, onde pudessem juntos encontrar solução para as

situações que ocorrem no interior da sala de aula como exemplo a indisciplina.

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A família é muito importante na vida de um ser humano. Ser pai, mãe exige

compromisso, tempo, amor, equilíbrio e renúncia. Os pais de hoje, já não é o mesmo de

antes. Eles trabalham, divertem-se, estudam e ainda tem filhos. Hoje a vida é corrida, e os

filhos ficam a mercê da sorte, de babás, avós, empregadas. E o limite ao filho deixa de ser

dado. E aí a escola fica sobrecarregada, pais achando que a escola precisa fazer o seu

trabalho. E escola é lugar de ensino sistematizado. Lugar de relações com outras pessoas. A

indisciplina dos alunos ocorre e pais são chamados, eles não sabem responder nada a

respeito de seus filhos porque não os conhecem, não convivem com eles, e aí a escola é

penalizada, mais precisamente o professor que está em sala de aula, e que por sua vez não

sabe resolver a questão da indisciplina por várias razões e uma delas pode ser porque sua

atuação como docente deixa a desejar e também porque os conteúdos são pouco atrativos.

Sendo assim nem pais, nem professores resolvem a questão da indisciplina. O que está

acontecendo de verdade é que é preciso conceber a idéia que pai tem responsabilidade de

pai e professor tem atribuições de professor e precisa trabalhar com o ensino e também

com a questão indisciplina de seus alunos em sala de aula. É preciso buscar orientação de

seus superiores. E o supervisor escolar pode ser um deles.

1.3- O Aluno desinteressado

A sala de aula costuma ser um lugar bastante desinteressante para os alunos. Os meios

de comunicação costumam ser mais convidativo. E aí a saída seria uma aula com mais

recursos didáticos e conteúdo mais atuais.

Meios de comunicação não é escola e vice-versa. Mídia é informação, escola é uma

instituição de ensino onde se aprende conteúdos sistematizados.

Escola deve ser espaço de conhecimento acumulado, de conteúdo de diversas

disciplinas. Professor não é um comunicador de informações e muito menos um ator, como

também aluno não é um agente passivo que ouve, é antes de mais nada, um sujeito crítico e

atuante no processo pedagógico.

Em sala de aula pretende-se reconstruir conteúdos e não apenas transmitir informações

já prontas, acabadas como: fórmulas dadas ou fatos.

O trabalho pedagógico vai mais além do que apenas informar conhecimento. Este

reporta-se ao passado, informações refere-se ao presente. O conhecimento vem antes da

informação. É necessário adquirir conhecimento prévio para entender algumas informações

que são veiculadas em rádio, TV, computador etc.

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Em sala de aula o nosso ponto de início é a informação e o nosso ponto final é o

conhecimento. Trabalhar com a realidade do aluno é o que se prega a máxima pedagógica

recente. Mas percebemos que o trabalho pedagógico visa a transformação do pensamento

do discente. O pensamento do aluno contrapõe sua realidade. Conhecimento contrapõe os

saberes sistematizados aqueles pragmáticos do dia-a-dia.

Escola lugar do passado e deve continuar sendo. Não é o caso do conhecimento

escolar. O conhecimento sistematizado é o grande legado que nossos antepassados nos

deixaram.

Nós humanos somos transitórios, somos passado e futuro. E é no interior da

transitividade que se figura o processo educativo. É preciso que os futuros cidadãos estejam

obtendo tudo que lhes foi legado, para poderem usufruir da vida a que tem direito com

responsabilidade.

Às vezes tem-se a impressão que os alunos não têm interesse algum no que temos

para oferecer, ou então que os conteúdos são alheios aos da criança e do jovem de hoje.

Vale observar que as demandas não são definidas, ou irredutíveis a ponto de não poderem

ser transformadas. Curiosidade é algo que marca fortemente a infância e a adolescência. A

imaginação é a estratégia principal empregada para descobrirem o mundo intangível a sua

volta. Qual é o papel do professor? Seria contar histórias em sala de aula, recontar histórias,

as histórias das conquistas do pensamento humano, nas ciências, nas humanidades, nas

artes.

Não existe nada tão instigante como desvendar a lógica de algo desconhecido total ou

parcial, um problema matemático, análise de um texto literário, dos movimentos dos astros

longíquos ou da geografia de terras alheias. Exigem-se do aluno imaginação e inquietude, os

mesmos ingredientes da indisciplina.

O aluno é normalmente desinteressado, já chega à escola cheio de canssaço, queixas

de dias anteriores, de professores, de amigos da escola etc. É bem verdade que ultimamente

a escola de um modo geral não vem despertando nos alunos muito interesse.

Antigamente as escolas mesmo as do município do rio, ofereciam a seus alunos mais

atração. Os professores de educação física ministravam mais jogos, e eram interessantes,

estimulantes de se jogar, brincar, alegrava a garotada. Os pais acompanhavam mais a vida

de seus filhos, existia a figura do orientador educacional que tralhava muito a questão das

normas, indisciplinas de alunos.

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Existia naquela época muita paz, muita alegria, muita conversa e organização e

também muito esclarecimento quanto às regras a serem cumpridas dentro de uma escola.

Os professores eram mais satisfeitos com suas profissões, eram mais alegres, porque

existia disciplina e com isso alunos calmos, concentrados nas matérias.

Docentes trabalhavam seus programas de maneira eficiente, com autoridade na hora

de lançarem notas. Eles de fato tinham o manejo de classe e eram respeitados e também

respeitavam seus alunos, porque havia por de trás deles toda uma estrutura montada por

profissionais atuando nos bastidores.

A indisciplina acontecia com menos freqüência, o aluno era mais interessado, porque

já se fazia com ele um trabalho de diálogo anterior.

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CAPÍTULO II

A Supervisão Educacional em perspectiva histórica

2.1 BREVE HISTÓRICO

A supervisão é o ato de supervisionar algo ou pessoas. Supervisiona-se para assegurar

regularidade de funcionamento e de comportamento. Constata-se que nas comunidades do

passado, onde a educação se praticava de forma onde não era concentrada em um só ponto

ou órgão, isto é era ministrada de maneira geral, estava presente a função supervisora.

(SAVIANI, 2006).

As sociedades históricas se caracterizavam pelo modo onde as pessoas tinham o mesmo

interesse comum de produzir sua própria forma de vida. Isto é os homens se apropriavam do

que a própria natureza lhes fornecia. Por isso essa forma de sociedade era chamada de

comunismo primitivo. Os homens se educavam porque não estavam divididos em classes,

portanto produziam suas vidas em sociedade, em comum, com outras pessoas.

Nas Sociedades primitivas, os homens agiam sobre a natureza, coletando frutos,

pescando, caçando, cuidando de animais, e se relacionando com outros indivíduos, assim

eles se educavam e também as novas gerações.

Nesse contexto, a educação se confrontava com a própria existência, sendo, pois, uma

ação natural dos povos, não diferenciada de outras formas de ação desenvolvida pelo

homem.

Não se falava em educação em sentido preciso, exato e também por isso não se falava

em ação supervisora em sentido literal. Portanto, exatamente por isso já se fazia presente aí,

a função supervisora. A ação educativa era exercida pelo meio em que se vivia, pelo centro

das relações, pelas relações e ações vitais desenvolvidas pelas comunidades com a

participação direta das novas gerações, as quais por essa forma se educavam.(SAVIANI,

2006).

Os maiores de idade educavam de forma discreta, isto é por meio indireto defendendo e

dando direção aos menores por aquilo que devia ser imitado e eventualmente por

expressões de pensamento (palavras), em suma, supervisionando-os.

Com o estabelecimento de residências surge a instituição particular e com isso a

separação de indivíduos em categorias de cidadãos definidos por critérios econômicos,

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sociais. Assim sendo, os povos da antiguidade, com o advento das propriedades particulares

da terra constitui-se a classe dos proprietários contrapondo-se à dos não proprietários.

Embora a raiz humana se defina pelo trabalho, o que implica que o indivíduo, enquanto

homem, não passa a viver sem um ofício, a condição de dono dá a essa classe, a

possibilidade de viver sem trabalho. A vida por ser humana continua a depender do labor,

não, porém, do próprio trabalho, mais do trabalho alheio, dos não proprietários, escravos

que assumem encargo de sustentar a si mesmos e também a seus patrões. Estes passam a

desfrutar do tempo sem afazeres, totalmente livre. No comunismo primitivo, a educação

coincidia inteiramente com o processo de trabalho sendo comum a todos os membros da

comunidade. Com a partilha dos indivíduos em classes, a educação se faz fragmentada,

distinguindo a educação burguesa da educação dos proletariados.

A palavra escola significa o lugar do ócio. A educação das classes abastadas, que

dispunha de tempo livre, passa a se formar como instituição. Mas a educação da classe

pobre continua a coincidir com o processo de trabalho.

Na idade média, no modo de produção, existia o senhor feudal, dono de propriedades,

de terras, e existia também, os servos, escravos não proprietários. A educação escolar

destinada à classe burguesa que não pensavam viver do próprio trabalho, que tinham seus

tempos livres se contrapunha a educação da minoria do povo, a classe pobre, estabelecida

pelo trabalho.

Nos períodos correspondentes a época medieval, mesmo que tenha surgido uma

educação constituída por uma escola, ainda não se colocava o problema da ação

supervisora, em sentido exato, porque a instituição escolar constituía-se numa estrutura que

não era complicada, que restringia-se a ligação de um especialista com seus aprendizes.

A conclusão acima não significa que não se fazia presente à função supervisora, ao

contrário. E sua presença, diferente do que ocorria no passado, vai assumir objetivamente a

forma de fiscalização, monitoramento e mesmo de repressão expressa nas punições e

castigos físicos.

A forma de manifestação da função supervisora pode ser encontrada na figura do

pedagogo tal como que surgiu na Grécia, como aquele que acompanha a pessoa infantil ao

local do conhecimento.

O pedagogo na Grécia antiga, era um criado que cuidava de menores de idade e guiava-

os até o mestre do qual recebiam instruções. Com o passar do tempo significou o próprio

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educador, não só porque encarregava-se do ensino das crianças, mas porque de fato sua

função, desde o começo era de estar sempre perto das crianças, cuidando delas, isto é

inspecionando, controlando todos seus atos.

A função supervisora também se fazia presente na educação dos trabalhadores,

escravos. Existia naquela época uma pessoa que supervisionava os trabalhos dos operários

como se fosse um controlador das tarefas, da produção. Os escravos eram educados para a

submissão e para o trabalho. Naquela época se fazia presente à figura do capataz, aquele

que tomava conta dos escravos e de seus afazeres.

Então, o pedagogo era aquele que supervisionava a educação (paidéia) dos menores da

classe burguesa, que correspondia o capataz que supervisionava a educação(duléia) dos

trabalhadores, proletariados, escravos, classes pobres.

2.2 A idéia de Supervisão

Na sociedade feudal dominava a economia de subsistência, plantava-se para comer. Se a

economia ultrapassasse o que era consumido, poderia acontecer a troca. Com o

desenvolvimento da economia medieval foi excedendo a produção, intensificando o

comércio. Diante disto o processo de troca foi aumentando, surgindo assim a sociedade

burguesa, capitalista. Na economia feudal a troca determinava o consumo. Com isso o

processo produtivo deslocou-se do campo para acidade, da agricultura para a indústria.

Na idade média onde a cidade (aldeia) e a indústria (artesanato) se subordinavam

respectivamente ao campo e a agricultura, na época moderna a relação investe-se, o campo

e agricultura passam a se subordinar a cidade e a indústria. Diante desse fato rompem-se as

relações naturais que prevaleciam na idade média, onde os povos se instituíam segundo

laços de sangue. A nobreza passava-se de pai para filho, assim como a servidão. Sob o modo

de produção do capital as relações deixam de ser naturais para serem sociais. (SAVIANI,

2006).

Os povos em lugar de se organizarem segundo o direito natural, como ocorria no

feudalismo passam a se organizarem com base no direito positivo que é estabelecido

formalmente por convenção contratual e se traduz em constituições escritas. Dá-se a

incorporação da ciência ao processo produtivo por meio da indústria. Não existe ciência oral,

assim deu-se por intermédio de códigos escritos. A escrita, como uma exigência se difundiu,

fato que foi impulsionado para o plano ideológico, pela reforma protestante que pela

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doutrina do livre exame, os fiéis eram obrigados a lerem as escrituras sagradas e a

viabilização, no plano tecnológico, pela descoberta da imprensa.

As mudanças citadas resultaram num conceito geral de escola, colocando-a em destaque

de aspecto mais importante e detentor de poder de educação. Até a idade média o

conhecimento da representação da língua falada por sinais gráficos era adquirido pela

minoria da classe burguesa, e a elas ficando também restrita a educação escolar.

Na época Moderna, com a reivindicação da propagação dos códigos formais, se coloca

também a necessidade de abranger a escola. Porque o que está em voga agora é o

conhecimento, costumes de um povo, cujo elemento mais simples é a série completa das

letras de uma língua (alfabeto). Trata-se assim de uma cultura que não é fabricada de jeito

natural, feito sem obrigação, de iniciativa própria, mas de forma organizada, formal,

metódica, demandando também para a sua aquisição, formas sistemáticas e deliberadas, o

que provocou o planejamento.

Em conseqüência, a escola como expressão objetiva da institucionalização da educação

que já se encontrava em ascensão das constituições econômicas-sociais anteriores, foi

colocado no lugar de forma primordial e predominante de educação.

Com o desenvolvimento gradativo de organização difundida da educação começa a

aparecer à idéia de supervisão educacional, o que vai se caracterizando na reunião da

instrução pública desde a sua manifestação, ainda religiosa, nos séculos XVI e XVII com as

propostas de Lutero, Calvino e Melonchthon, com Comenius, os jesuítas e os lassalitas

passando, nos séculos XVIII e XIX às propostas de organização de sistemas estatais e

nacionais, de orientação laica, até as amplas redes escolares instituída no século atual.

(SAVIANI, 2006).

Com a chegada dos primeiros jesuítas em 1549 inicia-se a reunião das atividades

educativas em nosso país.

No planejamento de instrução formulada pelo padre Manuel da Nóbrega está presente a

função supervisora, mas não se manifesta ainda a idéia de supervisão. Mas o Ratium

Studiorum, que é adotado no Brasil após a morte de Nóbrega, que aconteceu em 1570, já se

faz presente à idéia de supervisão.

O plano Ratium Studiorum é instituído por uma reunião de normas cobrindo todas as

atividades das pessoas diretamente ligadas ao ensino, indo desde as leis do provincial, às do

reitor, do prefeito de estudos, dos professores de modo geral e de cada matéria de ensino,

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passando pelas regras da prova escrita, da distribuição de prêmios, do bedel, chegando ás

regras dos alunos e concluindo com as regras das diversas academias.

O Ratium pressupunha o desenho do chefe geral de estudos como ajudante do diretor

para ajudá-lo na boa ordem dos fundamentos do saber, a quem os docentes e todos os

discentes deveriam obedecer. Estabelecia, ainda, quando a extensão e variedade do

trabalho escolar o exigissem um diretor de estudos de nível mais baixo e, conforme as

condições, um prefeito de princípios de ordem, subalternos, os dois ao prefeito responsável

por todos os setores.

Contudo, além do reitor, a quem cabia a direção geral dos estudos, presume-se a figura

do prefeito de estudos, cujas atribuições são postuladas por trinta ordens. A ordem número

1 institui-se que é dever do prefeito, organizar os estudos, conduzir e direcionar as aulas,

para que os que freqüentam, tenham bom proveito, nas ciências, artes e letras para o

alcance de Deus.

A regra número 5 determina que cabe ao prefeito orientar aos docentes a respeito de

ensinar todas as matérias de modo a conduzir todo o módulo que foi estabelecido. A regra

número 1 7 referente à função de escutar e reparar os docentes ; estipula pelo menos uma

vez por mês assistir às aulas dos professores; leia também as anotações dos alunos. Se notar

ou ouvir de alguma pessoa coisas que mereça reprovação, uma vez constatada, chame o

professor para conversar, com calma e presteza, e, se for importante fale com o p. reitor.

Relata-se no Ratium Studiorum, a idéia de supervisão educacional, ou seja, a função

supervisora é destacada das demais tarefas educativas e apresentada na mente como uma

atribuição exclusiva para o qual, o resultado é destinado a um membro, também exclusivo,

diferente do reitor e dos docentes, conceituado como prefeito dos estudos.

Com as Reformas Pombalinas da instrução pública, foram criadas as aulas régias. Devido

às reformas ficou dissolvido o caráter orgânico da função supervisora concentrada na figura

do prefeito de estudos. As reformas também estabeleciam o cargo de diretor geral dos

estudos e a designação do comissário para fazer nos estabelecimentos de ensino um

apanhado do estado de conservação do prédio. As cartas dos professores régios diziam que

os comissários também exerciam a função de diretor de estudos. (SAVIANI, 2006).

A idéia de supervisão reunia tanto o aspecto político quanto o aspecto administrativo

(inspeção e direção) em nível de sistema concentrados no desenho do diretor geral, e as

etapas de direção fiscalização, coordenação e orientação do ensino em nível local, a cargo

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dos comissários ou diretores dos estudos, os quais operavam por comissão do diretor geral

dos estudos.

Com o advento do Brasil independente, inaugura-se a questão da organização autônoma

da instrução pública, com a lei de 15 de outubro de 1827, que criou as escolas de primeiras

letras, em todas as vilas do Império. O artigo v dessa lei exigia que os estudos fossem

ministrados de acordo com o método do ensino mútuo. No ensino mútuo o professor

exercia duas funções: a de docência e a de supervisão.

No império torna-se recorrente a idéia de supervisão, explicando que essa função seja

ocupada por pessoas capacitadas. O regulamento de 17 de fevereiro de 1854, no âmbito das

reformas Couto Ferraz, destacou como ocupação do inspetor geral, supervisionar, seja

pessoalmente, seja pelos seus subordinados ou pelos do conselho diretor, todas as escolas,

colégios, casas de educação. Cabia também ao inspetor geral direcionar as provas dos

professores e lhes conferir, autorizar a abertura de escolas particulares e até mesmo rever

os livros, corrigi-los ou substituí-los por outros.

2.3 - A profissão de Supervisor

Para Saviani, (2006), o que dá importância a década de 20 do ponto de vista do título

que estamos falando é o aparecimento dos profissionais da educação, isto é o surgimento

dos técnicos em escolarização, formando-se uma nova classe profissional. O subsídio que

impulsionou foi à criação da Associação Brasileira de Educação em 1924 por disposição de

Heitor Lira. É relevante trazer a memória que o surgimento da A. B. E. Aconteceu ao mesmo

tempo a dos técnicos em educação, que por meio dela receberam grande incentivo.

No âmbito federal, a reforma João Luís, de 1925, criada pelo decreto 16.782-A. O

departamento Nacional do Ensino e o Conselho Superior do Ensino que, entre 1911 e 1925,

era o único órgão encarregado da administração escolar. A relevância do decreto se deve,

pois, ao fato de que com essas medidas, se inicia a reservar órgãos específicos, de caráter

técnico. E assim tais assuntos estavam a cargo de uma mera secretaria do Ministério do

Império, e, depois, do Ministério da Justiça e Negócios Interiores. E esse foi um passo

relevante para a invenção, cinco anos depois, do Ministério da Educação e Saúde Pública.

Mas é no espaço de Estados que a inclinação estabelecida se expressa de forma mais

fácil de entender. Aqui, também, se procurou constituir órgãos de propriedade da

administração do ensino em lugar das Inspetorias de Instrução Pública enquanto seções das

Secretarias do Interior ou da Agricultura, Indústria e Comércio. Essa mudança da máquina

Page 17: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

governamental põe em prática a divisão dos campos de atividades técnicos-pedagógicos

daqueles especificamente administrativos. Jorge Nagle esclarece que essa inclinação se

exprime na argumentação da reforma Pernambucana de 1928, regida por Carneiro Leão,

quando este confirma a preferência da concepção de uma diretoria técnica considerando

que nenhum plano educativo, nenhum programa poderá ser posto em prática com eficácia,

se não tiver para comandá-lo um órgão eficiente. (SAVIANI, 2006).

Para o legislador Pernambuco será o primeiro Estado a acabar com os ultrapassados

modelos de não distinguir, no mesmo sentido, a parte técnica e a parte administrativa. E

encherga-se grande benefício nessa divisão porque, sem as inquietações administrativas da

perda inevitável de tempo com os candidatos, as nomeações, as transferências, as

promoções, o Diretor Técnico dará todo o seu tempo no estudo e resolução dos problemas

técnicos.

A divisão entre a parte técnica e a parte administrativa é circunstância para o

aparecimento do desenho do supervisor diferente do diretor e também do inspetor.

Acontece aí a separação do trabalho nas escolas, cabendo ao supervisor a parte técnica. E é

quando se quer ceder o desenho de inspetor uma função preferencialmente de orientação

pedagógica e de estímulo à competência técnica, em lugar da fiscalização para achar

deficiências e aplicar castigos, que esse profissional passa a ser chamado de supervisor.

No Estado de São Paulo, o supervisor tem as atribuições de um agente educativo que

desempenha as funções antes atribuídas ao inspetor, conceituando-se coordenador

pedagógico ao supervisor que atua nas unidades escolares.

O Manifesto dos pioneiros da educação nova pronunciado em 1932, elaborou um

conjunto de medidas para reorganização educacional do país de acordo com a percepção

dos novos profissionais da educação que, embora vindos de outras áreas de atuação, como:

jornalismo, direito e a medicina, postularão que as obras próprias da ciência no ramo da

educação já nos faziam perceber, em todo o seu poder reconstrutor, a verdade de que se

pode ser tão ciêntifico no estudo e na solução das situações educacionais difíceis, como nos

da engenharia e das finanças.

Vale para os pioneiros e também para o ideário escolanovista de modo geral, a

cooperação das ciências é fundamental para tornar mais lógico os serviços educacionais. Isso

indica que a relevância das ciências recai primordialmente sobre os meios que elas podem

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proporcionar tendo em vista a eficiência do processo educativo, isto é, o efeito esperado,

que realiza bem tarefa, que alcança objetivos, uma escola pública, laica, gratuita e universal.

O crescimento das ciências iniciou os alicerces dos conjuntos de princípios da nova

educação, adaptando o objetivo essencial e aos ideais que ela deve perseguir os processos

apropriados para realizá-los. A citação à engenharia e às finanças, na escrita anterior é

sentida, percebendo que se pretendia conseguir, na educação, o nível tecnológico, isto é, a

transformação da técnica em tecnologia pela via da argumentação da ciência. E é

certamente num contexto de maior relevância dos meios na organização dos serviços

educacionais, tendo uma visão lógica do trabalho educativo, que se adquirem importância

os técnicos também chamados de especialistas em educação entre eles, o supervisor.

Foi, portanto, a ascensão da sociedade burguesa na visão do capital que, aumentando o

desenvolvimento gradativo da industrialização e urbanização que ficou mais forte as

pressões sociais em torno da questão educacional, acompanhando às mudanças dos anos 20

primordialmente por disposição dos governos estaduais, já que o poder nacional ainda

permaneceu um tanto a margem desse movimento. Contudo, depois da Revolução de 1930,

toda essa conclamação ganha vulto nacional, passando a ser dirigida pelo poder principal.

Sendo assim as reformas Francisco Campos, em 1931 e as reformas Capanema de 1942 a

1946, seguem agora em espaço nacional, ao desenvolvimento de

estruturação/reorganização do ensino brasileiro que irá cair na lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, assinada em 20 de dezembro de 1996.

O mencionado acontecimento se desenvolveu em dois rumos mutuamente dependentes

entre si: de um lado trata-se da organização da burocracia estatal no espaço da educação

implicando na concepção e fundação do Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais

de Educação assim como dos órgãos federais e estaduais, sejam eles integrantes dos

anteriores como as Secretarias e Departamentos do Ministério e as Delegacias,

coordenações e Departamentos das Secretarias de Educação, sejam complementares ou

autônomos como o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, a Coordenação de

Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior, os Centros Brasileiros e Regionais de

Pesquisas Educacionais, a Fundação Nacional do Livro Fundação de Assistência ao Estudante,

os conselhos de Educação etc. De outro lado, tratava-se da capacitação dos funcionários

para trabalhar essa cada vez mais longa e complicada máquina burocrática. Para abordar a

essa segunda reivindicação constituiu-se, no espaço das reformas Francisco Campos, pelo

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decreto 19851 de 11 de abril de 1931, o Estatuto das Universidades Brasileiras que

pressupunha a implementação de Faculdades de Educação, Ciência e Letras que, ao serem

instaladas, acabou por priorizar a designação Filosofia, Ciências e Letras.

A essa faculdade coube a atividade de formar os professores das distintas disciplinas das

escolas secundárias, instituindo-se em seu interior, o curso de pedagogia, com a missão de

formar professores das disciplinas específicas do curso normal bem como técnicos de

educação, com tarefas de planejamento.

A classe Técnicos de Educação tinha, aí um propósito geral. Na verdade os cursos de

pedagogia formavam pedagogos, e estes eram os técnicos ou especialistas em educação. O

sentido real de técnico da educação acontecia ao mesmo tempo, então, com o pedagogo

generalista, e assim ficou até o final da fase acima descrita, isto é, os anos 60.

No final da década de 60, já com o período militar, procurou-se combinar a educação à

nova circunstância por meio de novas reformas do ensino. E por isso é aprovado pelo então

Conselho Federal de Educação o parecer 252 de 1969 que deu nova expressão aos cursos de

pedagogia.

Através desse parecer, em lugar de se formar o técnico em educação com várias

funções, sendo que nenhuma delas era esclarecida, como vinha acontecendo, procurou-se

profissionalizar o educador em uma função particular, sem a preocupação com a sua

inserção no quadro mais alto do processo educativo, isto é, não se tinha a preocupação com

o status da função, e sim com o que ela poderia realmente contribuir para a educação e

como poderia melhor atender a comunidade escolar.

Tais funções foram denominadas habilitações (conjunto de saberes e qualidades que

habilita alguém a exercer uma função). O curso de pedagogia foi, então, organizado na

forma de habilitações que, após um núcleo comum concentrado nas disciplinas de

fundamento da educação, dadas de forma bem resumida, deveriam assegurar uma

formação exclusiva da ação educativa.

Foram previstas quatro habilitações concentradas nos campos de interesse técnicos,

diferenciadas por função, a saber: administração, inspeção, orientação e supervisão,

também previu-se como habilitação possível de ser cursada junto com uma dentre aquelas

da área técnica, o magistério de disciplinas dos cursos normais. A habilitação planejamento

educacional foi guardada para o nível de pós-graduação (mestrado).

Page 20: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

É com o parecer 252 de 1969, que se procurou conseguir com força a profissionalização

da função de supervisor educacional. Entretanto, desde a década de 30, percebeu-se que a

idéia de supervisão tenha se enveredado rumo a especificação das atribuições do supervisor

comunicando a sua profissionalização, ficava uma certa imprecisão do que se dizia a respeito

das funções de inspeção. É certo que a reforma Francisco Campos de 1931, tratava-se das

tarefas de acompanhamento pedagógico; entretanto, tais atividades eram designadas ao

inspetor escolar e se reduziam, efetivamente aos aspectos administrativos e de mera

fiscalização, não se colocando a necessidade de que esse acompanhamento do

desenvolvimento gradativo pedagógico fosse feito por um indivíduo específico no interior da

unidade escolar.

2.4 – HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DO SUPERVISOR ESCOLAR NA CONTEMPORANEIDADE.

O supervisor escolar é aquele profissional que decide várias situações no seu dia - a -

dia. Suas decisões precisam estar embasadas em legislações educacionais.

O supervisor escolar é um profissional que precisa ter: iniciativa, disciplina,

autoridade, liderança e formação continuada.

No que diz respeito à iniciativa, o supervisor precisa estar atento as legislações

educacionais, a novos métodos, técnicas de ensino, a prestar um serviço de qualidade ligado

a novas conquistas, a novos horizontes, a iniciativa corresponde a se apresentar sempre na

frente, inovando, colaborando, indo de encontro as situações difíceis a serem enfrentadas.

Também chamar aos docentes a sempre inovarem em sua tarefas.

É preciso falar da disciplina, o supervisor é o responsável pelo trabalho docente em

sala de aula. Ser supervisor escolar exige disciplina, cumprir horários, tarefas, dar exemplo

de comportamentos, fazer com que a equipe também cumpra prazos, estar atento as

situações diversas que ocorrem no decorrer do dia, estar disposto a sempre auxiliar, ajudar,

orientar e a dar bons exemplos.

O supervisor é uma autoridade, não só no sentido de exercer um cargo superior, um

cargo de chefia, mas também no sentido de ser uma autoridade no assunto, conhecer muito

bem seu ofício, ser um estudioso na sua área de atuação. A autoridade há muito tempo, no

que diz respeito ao autoritarismo caiu em desuso. Autoridade não é autoritarismo,

arrogância, falar alto, com voz áspera, nada disso. Hoje se fala muito em autoridade como

sinônimo de competência, firmeza, humildade, organização. Autoridade é na realidade como

a pessoa se comporta diante de uma situação difícil. Então, para se ter autoridade é preciso

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competência, muito estudo, comprometimento com o que se faz. O supervisor precisa ser

autoridade no assunto de supervisão escolar, precisa conhecer bem o seu ofício, estar

atualizado, capacitado no que diz respeito a legislações educacionais.

Faz-se necessário que o supervisor exerça liderança no sentido de proporcionar ao

grupo confiança, respeito e exemplos de atitudes e falas. Líder é aquele que consegue que

todos prestem atenção no que ele fala. Sua fala é levada em consideração. Pessoas são

motivadas pela experiência e competência do supervisor. Líder é sempre prestigiado pelos

seus subordinados, porque é uma pessoa que dá exemplos de boa conduta, eficiência,

simplicidade e humildade.

O supervisor precisa estar preocupado com a formação continuada dos docentes,

precisa buscar a todo memento conhecimentos, pesquisar assuntos das áreas de atuação

dos professores. Orientar e estimular os docentes a procurar caminhos que levem ao

conhecimento. A formação continuada precisa acontecer sempre, todos precisam estar

comprometidos, unidos para que o ensino seja de qualidade. O supervisor precisa buscar

meios, oportunidades, tempo, para que a formação continuada seja uma constante na rotina

dos docentes e também o próprio supervisor escolar precisa estar sempre atualizado.

O supervisor escolar tem como atribuições o desenvolvimento do currículo, orientar

os docentes na condução dos planos, dos métodos, das técnicas de ensino. Também cabe ao

supervisor a tarefa de selecionar e treinar pessoal. Organizar e dar condições de trabalho

como recursos e materiais didáticos. O supervisor tem como atividade principal atuar no

acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, avaliando resultados, programas e

processos. Cabe também ao supervisor escolar está atualizado no que diz respeito à

legislação educacional como: leis, deliberações, resoluções e portarias, etc. Deve também

fazer parte da elaboração do projeto maior da instituição, isto é o projeto político

pedagógico.

Sem o supervisor escolar, a escola não funciona com qualidade. O profissional

supervisor escolar é aquele que dá existência ao trabalho pedagógico, que viabiliza todo o

trabalho educacional, que dá clareza as tarefas dos docentes e que direciona todo o

processo ensino aprendizagem.

O supervisor escolar, orientar os docentes em suas tarefas de ensino aprendizagem

e também em outras tarefas como por exemplo no que diz respeito a indisciplina de alunos

na escola especificamente em sala de aula, pois para se dar uma aula e ter bons resultados

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futuros é preciso alunos atentos, comprometidos com o que está sendo ensinado. Muitos

alunos desconhecem regras, normas da escola e aí acontece nas salas de aula e dentro das

escolas a indisciplina de alunos.

O supervisor precisa estar atento a questão da indisciplina porque isso contribui

para que alunos não tenham um bom aproveitamento.

O supervisor escolar precisa junto aos docentes e alunos, quando estes chegam à

escola, deixar bem claro e orientar a respeito das normas e regras da escola, como se deve

se comportar em sala de aula, na escola, perante o superior, professor, diretor e alunos. As

regras e normas precisam ser esclarecidas e orientadas, não só no início do ano letivo, mas

sim em todo o decorrer do ano, exaustivamente para ficar bem claro e ficar bem esclarecido

para os alunos.

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CAPÍTULO III

3.1 – O SUPERVISOR APRENSENTAR OU APONTAR CONTRIBUIÇÕES FRENTE À SITUAÇÃO

INDISCIPLINA VIVENCIADAS NA ESCOLA.

Autoritarismo todas as decisões são centralizadas em uma só pessoa ou pequeno

grupo de pessoas. E democracia é um regime no qual todas as decisões são tomadas a partir

da consulta e/ou debate de todos os interessados.

Em nosso contexto escolar constatamos que nossas escolas têm uma tradição

autoritária. Nelas o poder de decisão está sempre colocado na autoridade hierarquicamente

superior e as relações se dão de cima para baixo.

Os professores desempenham um papel - chave, isto é, um papel central nesse

contexto... está enredado num sistema de normas e controles tão forte quanto o que ele

impõe aos seus alunos. (Harper e Oliveira, 1986, p. 67). Não tendo nunca saído do

mundo da escola grande número de professores interiorizou a importância de um

desempenho individual, a supervalorização da inteligência, a separação entre o ensino e a

realidade fora da escola. (Harper e Oliveira, 1986, p. 67 ).

A falta de vivência da democracia é também um obstáculo, pois a possibilidade da

perda da autoridade assusta os professores, os quais temem que relações horizontais entre

professor e aluno provoquem uma inversão nas relações de poder da escola e que os alunos

se coloquem como dominadores.

Tais preocupações são plenamente justificadas, pois, em muitos casos, quando o aluno

possui um espaço para decidir, há uma tendência para que ele passe a tomar as decisões,

invertendo as posições, criando assim um cliama de permissividade.

Em uma pesquisa realizada com alunos do ensino médio, perguntou-se: o que você

faria se fosse diretor da escola? A resposta foi: “Mandaria todos os professores embora, ou

seja, os alunos seriam os porta-vozes de um poder de dominação que antes estava com os

professores. (Guimarães, 1985, p. 158).

Parece que o ideal seria um clima democrático; entretanto, antes de tentar

experimentá-lo na escola, devemos ter clareza do conceito de educação que está sendo

adotado e do tipo de homem que queremos formar.

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O clima democrático não significa que professores e alunos sejam iguais, o docente é

mais velho que o aluno, tem mais experiência, ou seja, é um educador, logo, é impossível

nivelar o professor ao aluno. Entre professor e aluno deve haver diálogo, o que não pode

existir é antagonismo. Toda vez que aparecem relações antagônicas entre professor e aluno

é sinal de que houve autoritarismo. (Freire e Shor, 1986, p. 115). O professor deve

estabelecer uma relação dialógica com seu aluno e abrir espaço livre para que participe, pois

“é impossível ensinar participação sem participação”. (Freire e Shor, 1986, p. 114).

A autoridade deve ser usada para dirigir a classe, pois, quanto mais confiança os

alunos tiverem no professor, enquanto autoridade que dirige um curso produtivo, que pode

manter a disciplina, que tem bom domínio do conhecimento mais confiança os alunos terão

nas intervenções do professor, o qual deve utilizar a autoridade dentro dos limites da

democracia.

A relação entre autoridade do professor e clima democrático vai ser diferente para

cada grupo de alunos, cada situação nova necessitará de ajustes. Uma sala de aula

democrática pode ter uma variedade de formatos, pois o educador deve ajustar seu papel às

necessidades do momento. (Freire e Shor, 1986, p. 116).

A autoridade do professor deve estar sempre presente, porém, sua forma deve

mudar quando os mudam, ou seja, recriar-se a cada situação. (Freire e Shor, 1986, p. 117).

Podemos perceber que não há uma fórmula única de democracia na escola, ou seja,

não há uma receita pronta e acabada, é necessário, portanto, experimentar. Como toda

mudança, o estabelecimento de um clima democrático na escola enfrentará obstáculos e

apresentará erros, o que nos parece inevitável.

É sabido que o sucesso na direção da turma depende, em grande parte, do grau e

direção da motivação que os alunos tenham. As condições físicas da turma, as diferenças

individuais, a atmosfera do grupo e os motivos de natureza social são todos eles fatores

importantes, no controle da turma. Há, porém, condições adicionais que dependem

diretamente do professor, como por exemplo, a maneira como ele emprega os motivos

incentivadores, a sequência em que apresenta os assuntos, o grau de dificuldade com que

desenvolve o trabalho e a maneira como procura despertar a atenção dos alunos, interessá-

los no assunto e levá-los a ter um objetivo em vista.

Existem duas condições motivadoras da aprendizagem que são: condições

motivadoras extrínseca e a intrínseca.

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A motivação extrínseca diz respeito ao elogio, na aprovação e na aceitação, mesmo

quando esses recursos chegam a um ponto em que o seu aspecto positivo perde a

significação, uma vez que são reservados apenas para um trabalho bem feito, mas são dados

mesmo quando o aluno realiza um trabalho medíocre. Assim, o elogio tende

consequentemente, a perder a sua efetividade. Outros professores tendem acentuadamente

para a censura, a crítica e a rejeição como motivos incentivadores, provocando assim uma

atmosfera negativa, pelo fato das crianças sentirem que não podem fazer nada certo,

desenvolvendo até, eventualmente, uma atividade de derrota.

Um equilíbrio entre motivos incentivadores positivos e negativos é mais real,

especialmente se os comentários negativos implicarem em crítica ao comportamento e/ou

ao trabalho, mas não à pessoa. Existe uma diferença quando o professor diz “não gosto de

você”, ou então diz, “não gosto do seu trabalho”. Uma crítica pode ser muito mais efetiva se

ela contiver sugestões construtivas para uma melhora.

Parece assim que o elogio e a censura verbais contribuem para melhorar o moral

da classe e o desempenho dos trabalhos escolares.

1 – O elogio e a censura parecem ser mais efetivos do que ignorar o estudante, ou do que

uma experiência apenas, de sucesso ou falha.

2 – O elogio parece, geralmente, ser mais positivo do que a censura ou repreensão,

particularmente se usado com freqüência.

3 - O elogio e a censura perdem sua efetividade e têm efeitos negativos se usado

indiscriminadamente.

No que diz respeito a motivação intrínseca, a pessoa que se tenha tornado

intrinsecamente motivada poderá precisar de alguma ajuda para atingir os seus objetivos,

será porém, pouco provável que ela se comporte inadequadamente e que necessite

motivação extrínseca caracteriza-se por uma atmosfera condutiva à aprendizagem e difere,

acentuadamente, de uma turma em que a motivação é, predominante, extrínseca.

Criar em um estudante motivações intrínsecas, requer uma grande soma não

só de conhecimentos psicológicos, como também de conhecimento subjetivo do assunto.

Algumas das práticas pedagógicas que visam a desenvolver a motivação intrínseca vêm

sendo atualmente debatidas. A remoção das influências que provocam a falta de atenção,

um mínimo de satisfação das necessidades básicas, uma atmosfera democrática e um auto-

conceito real. Alguns fatores adicionais poderiam ser acrescentados a essa relação, a saber:

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1 – O assunto a ser estudado é significativo.

2 – O assunto a ser estudado é do interesse do aluno.

3 - O estudante aprende a aplicar aquilo que estuda.

4 – É evidenciado algum sucesso ou progresso.

5 - O assunto tem relação com experiência anteriores do aluno.

6 - Existe auto-envolvimento na atividade, de forma a que ela possa executada através da

participação no seu planejamento, da tomada de decisões e da avaliação.

É óbvio que esses fatores acham-se intimamente relacionados. O interesse depende,

imensamente, da significação que o assunto possui; quanto maior a sua significação para o

aluno, maior será também o seu interesse. As atividades nas quais as crianças podem

participar com êxito estimulam o seu interesse, enquanto que, o fracasso constante tem,

provavelmente, o efeito contrário. Se um estudante lida com um assunto que tenha um

objetivo significativo, interessante e que proporcione experiências bem sucedidas ou um

sentimento de progresso, é obvio que tal atividade resulta em outro envolvimento.

Consequentemente, terá lugar a aprendizagem e as condições que convidam à travessura e

ao mau comportamento ficarão reduzidos ao mínimo.

As afirmações de que as técnicas são instrumentos “a serviço de quem os utiliza, e só

têm valor em relação à finalidade que o homem lhes impõe”(Mialaret 1997, p. 143); de que

o fazer escolar é... algo concreto e se materializa na dimensão da técnica do ensino” (Paulo

1998, p. 92); de que as técnicas devem ser compreendidas como componentes de

“estratégia geral de abordagem do fonômeno educativo..., como um instrumental teórico-

prático...”(Vasconcellos 1988, p. 99); “de que a dimensão técnica de ensino seja um

elemento estruturante do método didático”(Candau, 1988, PP. 31-32 ), corroboram nossa

maneira de expressar que as técnicas intermediam as relações entre o professor e o aluno,

são mediações, ou condições necessárias e prováveis mas não suficientes do processo de

ensino.

Se as técnicas têm esse caráter instrumental, pode-se afirmar que elas encontram sua

razão de ser no serviço que prestam. No entanto, conhecê-las teoricamente não garante o

seu sucesso. A maneira de utilizá-las é que define seu potencial; é imprescindível, aqui,

retomar aquela dimensão teórica e prática da técnica de ensino.

Isso significa afirmar que as técnicas de ensino podem estar a serviço da

manipulação, do tecnicismo, da escola nova, da perspectiva libertadora. É claro, no entanto,

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que toda técnica encarna os princípios pedagógicos, instrucionais, educacionais e políticos

que a sustentam. É isso que possibilita torná-la concreta, não metafísica. Do contrário, ela

seria apenas objeto de formalismo.

Enfatizando: toda técnica é tecida e envolvida por determinados idéias educativos.

Não é a técnica que define o ideal educativo, mas o contrário. Assim é possível usar do

retroprojetor sem ser tecnicista. É possível realizar estudo dirigido sem aquela auréola

planificante que o definia. É possível a aula expositiva sem ser tradicional. Pode-se usar da

instrução programada, mesmo conhecendo seus limites sem a certeza de estar no melhor

caminho, ou de que o ensino e a aprendizagem têm garantidos o sucesso. É sempre

significativo para o processo pedagógico concreto que as técnicas de ensino não obscureçam

ou não enevoem a necessária intersubjetividade entre professor e aluno e entre os próprios

alunos em virtude do que os reúne em uma escala.

Portanto, o lugar que os técnicos ocupam num ideário pedagógico é que define

sua própria constituição. Ou de outra forma: a constituição intrínseca da técnica está na

direção da prática social, à qual ela serve. E isso se resolve no âmbito do ideário pedagógico.

Ela pode, portanto, ser resgatada em conformidade a um outro método ou a um outro

ideário pedagógico.

Pode-se afirmar que a subordinação primeira das técnicas de ensino se refere ao

método. Fazendo empréstimo das especulações sobre a ciência, pode-se compreender, de

um modo geral, o método como um conjunto de processos de que o homem lança mão para

se atingir um determinado fim.

Analogamente à conceituação de método científico, propomos que o método de

ensino seja constituído por um conjunto de processos de que o professor lança mão para

perseguir a finalidade de ensinar. E nisso estamos concordes com Gaston Miaret: “sejamos

prudentes em nossos julgamentos, pois um instrumento (e as técnicas processos

pedagógicos são apenas instrumentos) está a serviço de quem o utiliza, e só tem valor em

relação à finalidade que o homem lhe impõe.

Podemos fazer um julgamento sobre um princípio pedagógico que achamos bom

ou mau, sobre um grande método que corresponde ou não às nossas concepções: é sempre

difícil dar uma opinião geral e definitiva sobre as técnicas e processos que, em relação ao

método geral, ao educador que os utiliza e situação escolar em que aparecem, podem ser,

como na língua Esopo, a melhor ou pior das coisas (Mialaret 1977, p. 143).

Page 28: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

Apoiado na afirmação de que o “método se concretiza nas diversas etapas ou

passos que devem ser dados para solucionar um problema. Esses passos são as técnicas ou

processos”(Cervo e Bervian, 1976, p. 38), pode se observa que as distinções entre método,

técnica e processo são bastante sutis e tênue. Isso também se verifica na identificação de

técnicas com as expressões estratégia, tática, instrumento, ou quando se procura a

significação de processos e procedimentos.

Nesse nível, é preciso que se afirme uma vez que o problema primeiro que as

técnicas de ensino pretendem solucionar é o direcionamento do aspecto metodológico do

mesmo. Na composição de tal aspecto, há outros elementos a compor a racionalidade

teórico-prático do processo pedagógico e educativo. Nesse patamar é que se encadeia a

metodologia de ensino. Por isso, a nosso ver, parece descabido afirmar a autonomia, ou até

a existência em si, da dimensão metodológica do ensino, como se ela possuísse uma unidade

transcendental.

Na execução do trabalho didático, o professor está sempre se deparando com a

necessidade de definir as técnicas que irá utilizar para desenvolver os conteúdos de seu

programa de ensino.

O professor criativo, de espírito transformador, está sempre inovar sua prática e um

dos caminhos para tal fim seria dinamizar as atividades desenvolvidas em sala de aula. Uma

alternativa para a dinamização seria a variação das técnicas de ensino utilizadas. Outra seria

a introdução de inovações nas técnicas já amplamente conhecidas e empregadas.

São várias as técnicas de ensino como por exemplo: aula expositiva, estudo do

texto como técnica de ensino, na sala de aula o estudo dirigido, seminário como técnica de

ensino socializada.

A técnica de ensino aula expositiva, mesmo sendo considerada tradicional,

verbalista e autoritária, poderá ser transformada em uma atividade dinâmica, participativa e

estimuladora do pensamento crítico do aluno. E tal atividade como técnica de ensino aula

expositiva dialógica dá a aula expositiva uma dimensão dialógica. Essa forma de aula

expositiva utiliza o diálogo entre professor e alunos para estabelecer uma relação de

intercâmbio de conhecimentos e experiência. O diálogo, entretanto, deve ser considerado

não apenas como uma conversação mais sim como uma busca recíproca do saber (Freire e

Guimarães 1982).

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De acordo com Freire e Shor (1986), o ensino dialógico se contrapõe ao ensino

autoritário, transformando a sala de aula em ambiente próprio à reelaboração e produção

de conhecimentos.

Na aula expositiva dialógica o professor toma como ponto de partida a

experiência dos alunos relacionada com o assunto em estudo. Os conhecimentos

apresentados pelo professor são questionados e redescobertos pelos alunos a partir de

confronto com a realidade conhecida. Ao contrário do que ocorre na aula expositiva

tradicional, a aula expositiva dialógica valoriza a vivência dos alunos, seu conhecimento do

concreto, e busca relacionar esses conhecimentos prévios com assunto a ser estudado. O

fundamento dessa nova dimensão da técnica é que somente partindo-se do concreto é

possível chegar a uma compreensão rigorosa da realidade (Freire e Shor 1986).

O professor de hoje deve não apenas estar cônscio dos acontecimentos sociais

e políticos que afetam seus alunos, mas também das recentes evoluções do currículo,

mudanças nos métodos de ensinar e novas descobertas reveladas pelas pesquisas no

processo de ensino-aprendizagem. Em muitos aspectos o professor deve ser um estudioso

durante toda a vida. Obter um diploma de professor ou autorização para lecionar é apenas o

começo.

O supervisor escolar poderá orientar os docentes a documentar problemas de

aprendizagem e experimentar diferentes métodos que suavizarão os problemas. Também o

professor poderá manter-se a par da literatura em sua especialização, assim sendo se estará

numa melhor posição para tentar novos procedimentos e descarta-se de práticas que não

deram certo.

Se o professor teve sucesso ao adaptar um método para uma criança, anote a

natureza do problema e os métodos usados, inclusive os que funcionaram e os que não

funcionaram. Será que o professor seria capaz de deslindar as razões para os fracassos? Que

fatores foram responsáveis pelo sucesso? Anote todos os detalhes. O relatório poderá ser a

base para um estudo que investigue suas hipóteses em detalhe, usando uma amostragem

bem maior do que a disponível.

O supervisor poderá também orientar aos docentes a procurarem a

biblioteca da escola. Lá o professor irá encontrar livros profissionais e revistas de educação

que tratam das novas descobertas no setor do conhecimento. O bibliotecário da escola

poderá ajudar fornecendo uma lista das novas aquisições e monografias de pesquisa.

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Alguns professores fazem pessoalmente assinaturas de uma ou outra

publicação. Por que não partilhar esta riqueza e trazer de casa aqueles que já se leu?

O supervisor escolar poderá também junto aos docentes organizar reuniões

mensais ou bimestrais para relatórios de pesquisa. O corpo docente poderá ser dividido num

certo número de comissões e cada grupo seria responsável por um relatório mensal. Poderá

ser poupado muito tempo com tal esforço em grupo.

Na sala dos professores deverá estar a disposição dos docentes algumas

publicações tais como: Revista de educação do Mec, cadernos do Mec, outros periódicos

sobre educação, etc.

O professor de hoje como o medico, deve estar inteirado dos progressos

feitos no seu campo. Os docentes, em muitos casos, são estimulados e inspirados uns pelos

outros porque compartilham dos mesmos problemas e estão sempre procurando maneiras

de resolvê-los. Muito pode ser realizado se você trabalhar de comum acordo com os outros

em sua escola, através de leituras partilhadas e discussões de como traduzí-las para as

rotinas diárias da sala de aula.

Um psicólogo educacional pode ser convidado para falar ao corpo docente

no começo do ano. Esta palestra deve orientar o grupo a definir áreas de investigações,

dependendo dos problemas da sua escola. Todas as idéias acima têm de ser estabelecidas

pelo supervisor escolar e organizadas com sua aprovação e orientação. Ao trabalhar com

seus colegas, deverá se estar consciente de que nem todos os professores estarão

interessados em participar de tal programa. Entretanto, o fato de que as reuniões são

bastante distantes uma da outra e de que as necessidades deles serão o tópico primordial,

poderia conduzir à sua aceitação. Vale a pena tentar iniciar tal programa.

Page 31: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Lidar com a indisciplina de alunos nas escolas e especialmente dentro das salas de

aulas é tarefa bastante difícil para professores. Estes precisam de ajuda, orientação do

supervisor escolar, porque este tem a função de auxiliar todo o trabalho dos docentes em

salas de aulas e especialmente no rendimento dos alunos.

Para tal rendimento ser alcançado é preciso esforços dos professores e da ajuda do

supervisor escolar. Professores e supervisor escolar poderão juntos solucionar a questão

indisciplina.

É sabido que muitos são os motivos para que alunos sejam indisciplinados em sala

de aula. Tais motivos como: a falta de limites, desinteresse e a falta de respeito. São

cotidianos e precisam ser levados em consideração, mas não se deve focar só neles, é

preciso também levantar outras questões como: professores que não se reciclam, que não

pesquisam ou não buscam se aprimorarem em sua áreas de ensino, não se atualizam.

Também tem a questão de profissionais não estarem realmente comprometidos com seus

ofícios. Todas essas questões geram problemas de aprendizagem em sala de aula. Alunos

não aprendem nada, e aí alunos não prestam atenção, ficam sempre dispersos, com atenção

em outras coisas que não é o ensino.

Professores precisam realmente estar atentos a todas essas questões, e o

supervisor escolar precisa observar todas essas deficiências. Juntos professores e supervisor

escolar precisam achar soluções. O supervisor escolar é o profissional capacitado para dar

todo o apoio que o professor precisa. Sua formação dá a esse profissional condições para

lidar com os problemas de indisciplina dos alunos.

O supervisor escolar deve e pode organizar reuniões mensais, seminários,

congressos, palestras e discussões para ajudar os professores. Também pode orientar na

coleta de livros, revistas, periódicos que falem do assunto, incentivando discussões que

viabilizem um entendimento comum sobre o assunto.

Enfim, professores precisam saber que pesquisar sua áreas de estudo é a melhor

solução para se poder solucionar problemas, o supervisor atento deve cada vez mais

colaborar com os professores na busca de tal pesquisa. O supervisor escolar precisa a todo

momento estar em contato com o professor e este precisa saber que não está sozinho nas

Page 32: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

dificuldade do dia-a-dia e que com certeza a questão indisciplina na escola e nas solas de

aulas pode sim ser debatidas e resolvidas e conjunto.

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BIBLIOGRAFIA

AQUINO, G , Groppa. A indisciplina e a escola atual. SP, USP, 1997.

SAVIANI, Dermeval. A função Supervisora numa perspectiva histórica. 1999.

D’ ANTOLA, Arlette. Disciplina na escola: Autoridade versus autoritarismo. EPU, 1989.

MUSS, E. Rolf. Problemas de disciplina. Ao livro técnico. S.A. 1967.

PASSOS, Ilma. A. V. Técnicas de ensino: Por que não? Papirus, SP. 1991.

DEMBO, Myron, Como resolver problemas de ensino. EPU. SP. 1976.

.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O supervisor escolar frente à indisciplina: Possíveis mediações.

Geni de Souza Xavier

Prof. Flávia Cavalcante

Rio de janeiro

2011

Page 35: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INTITUTO A VEZ DO MESTRE

O Supervisor Escolar Frente à Indisciplina: Possíveis Mediações.

OBJETIVOS:

Este trabalho tem como objetivo ajudar

a todos os professores a enfrentarem a

questão da indisciplina nas escolas e

principalmente nas salas de aulas.

Administração e Supervisão Escolar

Geni de Souza Xavier

Page 36: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

AGRADECIMENTOS

A Deus, Senhor de todas as coisas, a

meu amado filho, a meus irmãos e

irmães e a professara Flávia

Cavalcante (profissional

competente) que foi minha

professora de supervisão escolar e

também minha orientadora na

monagrafia, que me ensinou que é

muito importante conhecer

profundamente o nosso campo de

atuação.

Page 37: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a todos os

professores que trabalham em sala de

aula e convivem diariamente com a

indisciplina de alunos. Também ao

Guilherme, meu único filho muito

amado que tanto me incentivou.

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RESUMO

A questão indisciplina nas escolas e principalmente em salas de aulas, é bastante preocupante

não só para professores, mas também para pais e alunos. O supervisor escolar é o profissional

responsável em auxiliar professores no quesito ensino-aprendizagem, também ele poderá e está

capacitado para orientar sobre a situação indisciplina de alunos. Sua tarefa é orientar e deixar bem claro

que pais e alunos têm suas parcelas de responsabilidade nas questões de indisciplina, mas não é só eles,

os professores precisam perceber e entender que podem e devem contribuir efetivamente em resolver

as dificuldades da indisciplina, pesquisando e buscando mais se atualizarem nos conhecimentos sobre

suas áreas de atuação, para então assim ministrarem aulas atrativas.

Page 39: INTRODUÇÃO fileProblemas de disciplina. CAPÍTULO I INDISCIPLINA: EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

METODOLOGIA

ESTE TRABALHO TRATA DE UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 1

CAPÍTULO I 3

EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO

CAPÍTULO II 10

A SUPERVISÃO EDUCACIONAL EM PERSPECTIVA HISTÓRICA

CAPÍTULO III 22

O SUPERVISOR APRESENTAR OU APONTAR CONTRIBUIÇÕES FRENTE À SITUAÇÃO INDISCIPLINA

VIVENCIADAS NA ESCOLA.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 30

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