Introdução fisiologia da voz (ok)

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    1/28

    Introduo

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    2/28

    O ponto principal para quem canta ou quem fala a comunicao. A mensagem a sertransmitida deve ser recebida e entendida pelo ouvinte. Para tanto, preciso seconhecer mais a respeito do aparelho responsvel pela comunicao: o corpo.

    Quem canta tambm precisa comunicar-se de forma falada durante as apresentaes, e

    por isso, o cantor no deve ignorar os cuidados com a voz falada.

    importante saber que todos tm a capacidade de comunicao, desde que queiramdedicar-se e tentar sempre o aprimoramento de seus conhecimentos. Todos estosujeitos falha e imperfeio, porm cabe a cada um procurar desenvolver seu dom,conhecer suas limitaes e capacidades.

    Para se comunicar no basta apenas falar, ou simplesmente cantar. Comunicar-se colocar sentimento na mensagem, no apenas com a voz, mas com o corpo em geral. Ocorpo funciona de modo conjunto, no podendo ser fracionado de modo a serem usados

    apenas alguns rgos que produzem som.

    O comunicador deve ser consciente dos aspectos que envolvem o seu trabalho, como avoz, postura, respirao, e tudo o mais que pode interferir no seu objetivo central.

    1. Aparelho Fonador

    O aparelho fonador formado por 2 aparelhos e tem a funo de produzir sons - vozcantada e voz falada. Nestes quadros, o aparelho fonador est esquematizado de formabastante resumida.

    APARELHO DIGESTIVO

    rgo Funo Biolgica Funo Fonatria

    Lbios Contm os alimentos na bocaArticulao de sons bilabiais(B,P,M) e labiodentais (F,V)

    Dentes Tritura os alimentos Escoamento do som

    Lngua Joga o alimento para oesfago Participa de todos os sonsproduzidos

    Palato duro(cu da boca)

    Suporte da lngua Projeo da voz

    FaringeDireciona o ar para ospulmes, e os alimentos parao esfago

    Caixa de ressonncia

    APARELHO RESPIRATRIO

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    3/28

    rgo Funo Biolgica Funo Fonatria

    Cavidades NasaisFiltrar, aquecer eumidificar o ar

    Vibrao e amortizao dosom - ressonncia nasal

    Faringe Via de passagem do ar Amplia os sons - caixa deressonncia

    Laringe Via de passagem do arVibrador - contm as cordasvocais

    TraquiaVia de passagem do ar -defesa a via area

    Suporte para vibrao dascordas vocais

    PulmesTrocas gasosas erespirao vital

    Fole e reservatrio de ar paravibrar as cordas vocais

    Musculaturarespiratria

    Desencadeia o processorespiratrio

    Produo de presso no arque sai

    O aparelho fonador dividido em 5 partes

    Parte Componentes Funo

    Produtores

    Pulmes, msculosabdominais, diafragma,msculos intercostais,msculos extensores da coluna

    Produzem a coluna de arque pressiona a laringe,produzindo som nas cordasvocais

    Vibrador Laringe Produz som fundamental

    Ressonadores Cavidade nasal, faringe, boca Ampliam o som

    ArticuladorLbios, lngua, palato mole,palato duro, mandbula

    Articulam e do sentido aosom, transformando sonsem orais e nasais

    Sensor /Coordenador

    Ouvido - capta, localiza econduz o som; crebro -analisa, registra e arquiva osom

    Captam, selecionam einterpretam o som

    2. Como Produzida a Voz Humana?

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    4/28

    A produo do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde esto as cordasvocais. A laringe composta por trs anis de cartilagem. Dentro destes anis, esto ascordas vocais, que so pequenos msculos com grande poder de contrao/extenso.So classificadas em verdadeiras e falsas. As verdadeiras (com cerca de 1 cm noshomens e at 1,5 nas mulheres) esto na parte inferior da laringe e as falsas na partesuperior. O som da voz normal produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas.

    Durante a respirao, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que para aproduo de som elas se fecham, e o ar faz presso, causando uma vibrao queproduz o som.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    5/28

    Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)

    3. Articulao e Clareza do Som

    Cantar um elemento da articulao. As palavras da msica devem ser muito claras eobjetivas, para causar um processo de ao e reao imediata. Para que isto acontea,deve-se levar em conta dois processos:

    Articulao: processo pelo qual os rgos da fala moldam o som vocal em sons

    reconhecveis da fala.

    Interpretao: processo pelo qual se carrega o esprito ou significado da msica

    atravs do modo como se executa.

    O primeiro passo para uma boa interpretao o domnio de uma boa articulao. Tantono canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser maisacentuados do que na conversao usual.

    Os elementos na figura acima esto intimamente envolvidos no que se refere articulao e clareza do som. Qualquer alterao no funcionamento deles ir interferir nosom emitido.

    Lbios

    H pessoas que possuem um problema de excessiva tenso labial, o que impede a boamobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tnus labialbaixo, ou seja, flcido.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    6/28

    A posio ideal para os lbios, aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressoagradvel, feliz. Deve-se evitar pux-los exageradamente para os cantos ou para frentequando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.

    Para aqueles com problema de tenso ou flacidez labial, existe um procedimento muito

    simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudilogo Nolio Duarte.Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:

    Quem tem excessiva tenso, deve relaxar os lbios, apertando com o indicador e opolegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numrica referida. Deve apertarcada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode serincmodo, mas, ao final, os resultados vo valer pena.

    J quem tem lbios flcidos, precisa de tonificao. O procedimento o mesmo, s queao invs de apertar demoradamente, d-se ligeiros apertes (apertando e soltandoimediatamente) no mesmo sentido numrico do esquema. Estas pessoas tambmpodem fazer exerccios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.

    De um modo em geral, neste exerccio das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" paratreino labial, pois estas consoantes so totalmente dependentes dos lbios.

    LnguaA lngua o principal rgo da articulao, pois interfere na formao das vogais econsoantes. Em mdia, a lngua trabalha numa velocidade de 370 movimentos porminuto.

    Cerca de 90% dos problemas que envolvem a lngua so de tenso. Isso causa oressecamento da boca pela retrao constante da lngua. Este posicionamento noestimula muito a produo de saliva em termos fisiolgicos, e tambm interfereconsideravelmente na emisso do som, por razes explicadas mais adiante quando

    falarmos da faringe.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    7/28

    Existem, tambm, aqueles que precisam tonificar a lngua, sendo caracterizados peloacmulo excessivo de saliva.

    A lngua deve permanecer numa determinada posio, chamada de "posio derepouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os

    seguintesexerccios de relaxamento.

    - colocar a lngua um pouco para fora da boca e morderlevemente a pontinha da lngua

    - pressionar a lngua fortemente contra os dentes fechados por 5segundos;

    Em seguida, deve-se associar os dois exerccios lentamente. Alguns problemas dapronncia do "S" podem ser resolvidos com a colocao da lngua na posio derepouso.

    Maxilar

    A tenso um grande fator limitante da boa atuao dos maxilares. Pode-se percebera tenso existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de bocafechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores aps o ensaio ou apresentao, oumesmo aps a fala.

    O maxilar interfere nos msculos da face, modificando o poder de contrao. Portanto,

    deve-se relaxar esses msculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca eliberando os msculos da garganta.

    Nunca se deve usar posies foradas, tais como empurrar o maxilar para frente, pux-lo para trs ou tranc-lo numa posio. A sonoridade vai depender, em parte, daabertura que for dada ao maxilar. Em relao tenso ao maxilar inferior, pode-serealizar alguns exerccios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realiz-losaqueles com tendncia luxao do maxilar.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    8/28

    1. LateralizaoAbrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para aesquerda.

    2. Abertura totalAbrindo bem a boca por alguns segundos.

    3. Projeo anteriorCom a lngua na posio de repouso, projetando-se o maxilarpara a frente, permanecendo assim por alguns segundos.

    4. Projeo posteriorCom a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar poralguns segundos.

    Faringe

    A faringe tem a funo de ampliar o som, e embora no seja essencial para aarticulao, est intimamente ligada posio assumida pela lngua. Seu melhor

    desempenho depender do comportamento da lngua.

    A ampliao do som ser tanto melhor quanto melhor for o espao que o som puderocupar dentro da boca.

    Como se pode ver neste esquema, a voz ter uma melhor ampliao na posio 1, aqual tem o dobro do tamanho da posio 2. Deve-se notar como o hbito to comumda posio 3 diminui consideravelmente o espao para a ampliao da voz.

    Existem exerccios que facilitam a aquisio do hbito da posio 1:

    - sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a lngua inicialmente sobe e emseguida, sua parte posterior desce. Ento, com o dedo indicador e o polegar em cadaextremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    9/28

    lngua estiver descendo, mantm-se uma presso para baixo, forando os dedos, semesquecer que a ponta da lngua deve estar no padro de repouso.

    - pode-se escolher um tom mdio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podemcantar variando 0 padro de lngua na posio 2 (representado pela vogal em

    minsculo) e posio 1 (representada pela vogal em maisculo).

    PalatoO palato se divide em 2 partes: o palato duro (cu da boca) e o palato mole (vula,conhecida como campainha).

    O palato duro est envolvido com a projeo da voz, e o palato mole com a formaode sons orais e nasais.

    O som, na verdade, formado por ondas. As ondas s se propagam em linha reta, daa importncia do palato duro aliado a uma boa postura da cabea:

    Sabe-se que as narinas so responsveis pela ressonncia nasal. Porm, o som nasals ser emitido com a "permisso" do palato mole (a vula).

    (Sons nasais)

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    10/28

    (Sons orais)

    Para emitir esses sons nasais, a vula desce. Caso suba, os sons emitidos sero orais.

    O excesso ou a falta de nasalidade podem representar srios problemas de voz,afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.

    A origem dos problemas pode estar no hbito de colocao errada da voz, atproblemas mais srios, como tumores, sinusite, adenide e excesso de muco.

    4. O Mau Uso da Voz

    Deve-se ter em mente que o mau uso da voz no comea ao se cantar de formaerrada, mas sim ao se falar de forma errada. Os cantores esto duplamente expostos ater problemas nas cordas vocais. Por isso, necessrio saber como preservar a voztanto ao se falar quanto ao se cantar.

    O incio dos problemas nas cordas vocais pode ser sutil, uma rouquido aqui, umadorzinha ali. No entanto, este um assunto extremamente importante para ser

    ignorado, pois, s vezes, o descaso pode levar perda completa da voz.Ao menor sinal de que algo no vai bem com as cordas vocais, ou em qualquer outrorgo envolvido com a fonao, deve-se procurar um especialista, o fonoaudilogo.

    Um dos problemas comuns sentir gosto de sangue na boca aps uma apresentaomusical, ou se falar muito. Apesar de o ferimento ser minsculo, gotculas de sangueso jogadas pelo ar na boca, causando essa sensao. Outra sensao comum o deareia. As dores, geralmente, so em pontadas. Com o tempo, uma simples leso pode-se tornar em uma espcie de cicatriz chamada fibrose, apresentar vrios cistos, calos e

    at mesmo se tornar em um tumor.

    Timbre

    Um erro comum, porm muito grave, em relao ao timbre. O timbre o fatodeterminante do tipo de voz: soprano, mezzo soprano, contralto, tenor, bartono ebaixo. O timbre de uma pessoa no escolhido aleatoriamente, ele existe por razesanatmicas: o tamanho da laringe. Por exemplo, os homens que tm o "gog"

    pronunciado ou pontiagudo tm maior facilidade de ressonncia, e conseqentementevoz mais grave.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    11/28

    O desconhecimento disto muito srio e pode destruir a voz de uma pessoa. Muitaspessoas com caractersticas de voz grave tm cantado por a com uma voz aguda evice-versa. Alguns deles at com uma voz "linda". Porm, esta voz "linda" foi apenasfabricada, e no vai durar muito.

    Em quase 100% das pessoas existe um padro anatmico determinante do timbre. Diz-se que as pessoas com pescoo comprido e "gog" proeminente possuem timbre grave(baixo e contralto); pessoas com pescoo de tamanho mdio com pouca proeminnciapossuem timbre mdio (bartono e mezzo); e pessoas com pescoo mais curto,praticamente sem salincia possuem um timbre agudo (tenor e soprano).

    Cantar e falar fora do prprio timbre natural pode provocar um "destimbramento" vocal,ou seja, uma descaracterizao da voz com perda da qualidade.

    Tenso da Corda Vocal

    Em relao tenso da corda vocal, podem ocorrer 3 tipos de problemas:

    1. Frouxido completa

    2. Excesso de compresso

    3. Desequilbrio no funcionamento

    Na Frouxido completa, as cordas no se fecham totalmente, resultando em um somsoprado, pois uma dose excessiva de ar est fluindo, e devido a esta interferncia navoz, a pessoa far mais esforo para produzir sons.

    Quando h excesso de compresso, as cordas vocais ficam muito apertadas. Isto podeser devido a tenses, falta de orientao tcnica, e resulta em um som difcil, tenso,irritante, estrangulado ("taquara rachada"), forado, provocando tenso nos outrosmsculos associados na produo vocal.

    Havendo Desequilbrio no funcionamento das cordas vocais (ora tensas, orarelaxadas), ocorrero mudanas sensveis na produo do som vocal.

    O ideal que a corda fique num meio termo, suficientemente contrada para no deixaro ar escapar rapidamente.

    Sustentao e Fora

    Os problemas de sustentao de nota e tambm a falta de fora sonora (voz de poucoalcance, volume), tem sua origem nos produtores (elemento do aparelho fonador), ou

    mesmo em razes pessoais, como o medo de soltar a voz, talvez no por falta de

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    12/28

    capacidade, mas por no ter aprendido a us-la. Ento, necessrio um trabalho deconscientizao de voz orientada por um professor de canto.

    Por outro lado, a pessoa que tem o hbito de falar alto demais, no pronunciando bemas palavras, correm um alto risco de apresentar calos de corda vocal, alm de outros

    problemas como dor de cabea, sinusite, faringite, e at mesmo cries pelo desgastedo esmalte.

    Perda de Tons

    A perda de tons, no , necessariamente, um problema vocal. Esta uma questomais ligada a um fator hormonal. As crianas possuem timbres muito semelhantes, nosendo distintos os timbres de meninos ou meninas. Porm, por volta dos 10 -12 anos, o

    corpo comea a receber uma descarga de hormnios, e os rapazes passam por umprocesso de transio de voz mais significativo que as moas, pois podem chegar aperder at 7 tons, enquanto que as moas apenas cerca de 3 tons.

    Outra situao que isto acontece nas mulheres aps os 45 anos, devido a perda dehormnios, com uma perda de cerca de 3 tons. Isto pode ser remediado com areposio hormonal, sob prescrio mdica, evidentemente. Nos homens, aps 50-55anos, ocorre o oposto, pois tm sua voz "agudizada", tambm por questes hormonais.Quando se cuida bem da voz, as mudanas so mais sutis, no provocando nenhumdistrbio vocal.

    5. Mitologia Vocal

    A maioria das pessoas acredita em certas formas de terapia para tratar a voz. Essascrendices so infundadas, portanto incorretas.

    Voz Cansada

    Alguns dizem que a voz cansada uma coisa natural ou normal depois de uma fala

    prolongada, ou mesmo fala leve. Falando assim, fica parecendo que os msculos dalaringe e faringe (msculos que produzem voz) se cansassem e aceitassem arouquido, a ardncia ou mesmo a perda parcial da voz, faringite e at laringite comoalgo plenamente normal.

    Outros acreditam que algumas pessoas nascem com garganta dbil, ou com vozinsuficiente, e que sempre tendero a transtornos vocais.

    Isto tudo no verdade, e sim coisa de gente mal informada, pois a voz bemempregada no se cansa, no produz sintomas negativos e nem esforos extras para

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    13/28

    falar. O uso constante em si no leva a problemas de voz; o que causa essesproblemas o uso indevido, mal administrado, abusivo e vocalizao incorreta.

    A voz bem definida (tom apropriado, entonao e ritmo corretos) pode ser usadadurante jornadas de trabalho de at 8 horas dirias. No entanto, deve-se lembrar que o

    cansao fsico acarreta cansao vocal, assim como a sade geral do indivduo deve serlevada em conta.

    O que deve acontecer identificar o problema e procurar o especialista, seja mdico,fonoaudidlogo, professor de canto, e no sair por a fazendo as receitinhas caseirasaleatoriamente, pois alm de no trazer benefcios, podem, algumas vezes, constituirriscos em potencial.

    comum se confundir faringe e laringe ao se pensar nesses preparados e receitas. importante se ter em mente que nenhum desses xaropes, chs e gargarejos chegam

    at as cordas vocais. Basta conhecer a anatomia para verificar este fato:

    menor gota ou farelo tocar as cordas vocais, desencadeia-se um processo muitodesagradvel de tosse, desespero, falta de ar.

    Alguns especialistas acreditam que no se deve fazer o gargarejo com o objetivo demedicar as cordas vocais, uma vez que o lquido no chega efetivamente at elas.

    Alguns mtodos caseiros podem ser at teis, porm durante perodos limitados,apenas mascarando os sintomas verdadeiros sem eliminar a causa do problema, quepode ser uma vocalizao incorreta ou uso abusivo da voz, ou at problemas comofaringite.

    Problema Central

    Um erro freqente a no focalizao no problema central causador da doena.

    Assim, muitas pessoas chegam a trocar de profisso para usar menos a voz, ou fazerum repouso vocal exagerado (que no significativo nas terapias da voz), e at

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    14/28

    mesmo, alguns se utilizam de tranqilizantes por tempo indefinido. Os relaxamentos(ioga, meditao transcendental, regresses psquicas...) no devem ser tentadoscomo resoluo do problema vocal. A pessoa deve procurar um especialista.

    Educao Vocal

    Um grande mito que s se educa a voz para o canto. A voz falada merece tantaateno quanto a voz cantada, pois uma pode acabar interferindo na outra.

    H casos de pessoas que perdem completamente sua voz devido ao modo de falarerrado, sendo s vezes necessrio uma cirurgia para a retirada das cordas vocais.

    Existem "dicas" para "melhorar" a voz que so to fora da realidade que chegam aagredir a inteligncia. Algumas destas so o uso de lpis ou

    bolinhas na boca durante a fala; fazer massagem com lcool canforado na garganta;fazer vocalizes com grande intensidade, de madrugada, para aumentar a extensovocal...

    Diante de tais afirmaes, preciso usar o bom senso e perceber que se devetrabalhar os rgos envolvidos na produo do som com sensibilidade,conscientizao, percepo. Algumas "receitas" podem ser perigosas, podendo causarat queimaduras. E alguns vocalises feitos com grande intensidade levam ParafoniaHipercintica (distenso das cordas vocais).

    Aquecimento Vocal

    A laringe muito sensvel, e um dos primeiros rgos a ser afetado diante doestresse, emoes, cansao e outros. Isso faz com que haja modificao na voz, emuitas vezes, a situao obriga s pessoas a forarem seu "instrumento ". E, algumasvezes, a situao se torna pior, pois "soltam" a voz de qualquer jeito , sem umaquecimento prvio.

    O aquecimento vocal to importante para o cantor quanto o aquecimento fsico paraum jogador de futebol, por exemplo; pois pode evitar leses importantes. Por outrolado, no correto gastar tempo demais "esquentando" a voz. H pessoas que passam30 minutos neste processo, e ao final, em vez de terem "aquecido", tero mesmo"fervido" a voz. Isto resulta em pouca produtividade durante o perodo que se segue.

    O ideal que o vocalise no exceda 5 minutos. Existe uma tcnica elaborada por umpesquisador fonoaudilogo chamada "Manipulao da Laringe". Ainda h controvrsiasquanto ao uso deste mtodo, mas aparentemente no h nenhum efeito colateral

    malfico. Ele consiste em o que seria uma "massagem" na laringe, em pontosespecficos pr-determinados, diferenciados para voz grave e aguda. A necessidade e

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    15/28

    a forma de utilizao deste mtodo devem ser definidas por um profissional capacitado.No tente faz-lo por conta prpria.

    6. Caractersticas VocaisVoz Rouca

    A rouquido pode ser causada por vrios fatores, tais como o uso abusivo, processospatolgicos (calos, tumores...), e tambm pela mb colocao da voz devido a algumprocesso emocional (traumtico ou no).

    No raro encontrar crianas que se expressam atravs de berros. Isso acontece porvrios motivos: moram em lugares com alta poluio sonora, ou mesmo porque seus

    familiares falam muito alto. Neste caso, o referencial que acompanha a criana desdepequena que o normal falar com um volume de voz elevado. Outras vezes comum que numa mesma famlia todos falem com voz rouca, sem necessariamenteexistir algum impedimento fsico por tanto, sendo apenas uma questo de referencialadquirido com a convivncia familiar.

    Assim, as pessoas vo assimilando este comportamento, e, ao emitir a voz, foram ascordas vocais sem saber, e o que antes era apenas um costume familiar, torna-se umproblema orgnico srio: calor, inchao, plipos, etc.

    O que deve acontecer identificar o problema e procurar o especialista, seja mdico,fonoaudilogo, professor de canto, e no sair por a fazendo as receitinhas caseirasaleatoriamente, pois alm de no trazer benefcios, podem, algumas vezes, constituirriscos em potencial.

    Outro fator causador de srios problemas nas cordas vocais o cigarro. No s ofumante ativo est sujeito aos problemas vocais, mas tambm, os fumantes passivos,que absorvem a fumaa emitida pelo ativo. Portanto, um crime familiares fumaremperto de crianas, principalmente em ambientes fechados, pois a poluio envenena osistema respiratrio e afeta as cordas vocais, causando rouquido e outros problemas

    mais graves, como tumores malignos. Vale lembrar que de acordo com uma pesquisade 1997, 73% dos tumores de corda vocal so malignos.

    No se deve ignorar o problema da voz rouca. de extrema importncia realizar otrabalho de correo dos problemas orgnicos com um otorrinolaringologista(medicaes/cirurgias) e tambm dos problemas "mecnicos" com um fonoaudilogo(timbre, colocao, exerccios, volume, etc.).

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    16/28

    Voz Fina

    Em 99% dos casos, segundo pesquisas, a voz fina de origem emocional. O maiscomum , ao entrar na puberdade, o rapaz assustar-se com a mudana e procurarmanter a voz da infncia, apesar de sua laringe j estar pronta para a transformao.

    Um ponto perigoso o excesso de mimo na infncia em ambos os sexos, podendoalterar o ritmo da fala, alm de manter a voz infantil. Isso muito perigoso para osmeninos, que podem ser taxados de homossexuais logo cedo, podendo gerar traumasmuito profundos na criana.

    Outro desencadeador da voz fina so os traumas, como os cirrgicos. A retirada dasamdalas um bom exemplo, pois a criana pode ficar com medo de falar firme,mantendo a voz infantil.

    As causas orgnicas so mais raras, e ocorrem, normalmente, diante de uma atrofiafsica de origem hormonal. Existem alguns mtodos de tratamento, e a pessoa deveprocurar um especialista.

    Voz Trmula

    Embora seja um problema de difcil resoluo, existem mtodos, que bem aplicados epraticados podem surtir excelentes resultados.

    Este um problema difcil, pois advm de um trauma muito forte, onde a pessoa insisteem falar apesar de tudo. A voz falha, fica trmula, o que causa uma forte tenso nascordas vocais. Ento, a pessoa sente dificuldade de se adaptar ao enfrentar situaessemelhantes ao trauma. interessante notar que durante o relaxamento damusculatura das cordas vocais, como no sorriso, a pessoa consegue emitir a vozcorretamente.

    7. Postura Corporal Correta

    impossvel imaginar um piano que tenha um som perfeito se estiver com algumaparte faltando, ou quebrado, ou mesmo mal posicionado. Uma flauta amassada noter o mesmo som de uma que est perfeita.

    Desta forma, acontece com o corpo humano. O som produzido ser sempreinfluenciado pela postura que se adota, por diversas razes. Uma boa postura:

    bem menos cansativa do que uma postura m ou relaxada, pois assim, os

    ossos e msculos fcam posicionados de modo que haja o mnimo de esforo e tenso.

    Causa um melhor aproveitamento respiratrio.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    17/28

    D um melhor aspecto visualizao, alm de transmitir maior segurana.

    Coloca o mecanismo vocal na melhor posio para o seu posicionamento,

    tornando mais fcil a produo de uma sonoridade com qualidade.

    Traz confiana, bem-estar psicolgico e fsico o todo o organismo. Faz o corpo funcionar melhor, conseqentemente beneficia a sade vocal.

    A boa postura para cantar deve ser aprendida e praticada at que se torne um bomhbito.

    1. Ps: uma boa base d maior segurana e firmeza. Inicialmente, deveroestar um pouco afastados. Em apresentaes mais demoradas, o ideal variar asustentao do peso entre os ps, porm no de forma demorada, para evitar fadiga etenso. No se deve colocar o peso apenas sobre os calcanhares.

    2. Pernas: como ajudam a fixar e sustentar o corpo, elas nunca ficamtotalmente relaxadas. No entanto, elas devem ficar flexveis, nunca rgidas, prontaspara o movimento. No se deve apoiar todo 0 peso do corpo somente em uma perna,pois haver uma forte tendncia a tremer. Para ajudar a resolver a tenso nas pernas eps, pode-se fazer algum alongamento nesta regio.

    3. Quadris: devem estar equilibrados, evitando um lado estar mais elevado queo outro. Porm, uma leve alternncia, ou movimentao ajuda a relaxar esta regio,pois no bom que esteja muito rgida durante a apresentao.

    4. Abdome: no deve estar exageradamente projetado para dentro ou parafora. Deve-se evitar tenses demasiadas neste local, pois a musculatura desta regio de extrema importncia para a respirao controlada, como a de um cantor ouorador.

    5. Costas: manter a coluna ereta de forma no rgida favorece o bem estar dosom, por melhorar as condies da expanso do trax, melhorando a respirao. Devepermanecer de forma equilibrada, sem inclinaes exageradas.

    6. Trax: deve estar numa posio relaxada, evitando-se qualquer contraomuscular exagerada, para facilitar o mecanismo do ar. Deve-se sentir todo o traxagindo em conjunto.

    7. Ombros: devem estar descontrados, sem nenhuma tenso nestasarticulaes. Qualquer rigidez nesta regio pode comprometer a ao dos msculos dotrax e do pescoo. Eles no devem se mover muito para frente, nem para trs, nempara baixo, muito menos para cima. A rigidez local pode complicar a toda a postura.

    8. Braos e mos: devem estar cados livremente ao longo do corpo, de forma

    natural, o mais livre de tenso possvel. Os maneirismos devem ser evitados, comoficar apertando as mos frente ou atrs, ou torcendo-as, pois isso causa uma

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    18/28

    tremenda tenso nos braos e no trax, alm de interferir na ao dos outros msculosdo corpo. Esse tipo de atitude tambm bastante deselegante. E ao segurar omicrofone, deve-se ter o cuidado de manter os ombros e braos relaxados, para evitartenso no pescoo.

    9. Cabea: deve estar centralizada. O olhar deve estar na direo das pessoas,e o queixo no deve estar nem muito baixo nem muito alto.

    10. Posio sentada: quando se est sentado, o principal apoio do corpo oassento. O tronco e a cabea devem estar alinhados, com a coluna ereta, e os quadrisdevem estar bem apoiados no encosto, sem, no entanto, fazer com que o abdomefique projetado para frente, ou o oposto, ficando com a coluna inclinada para frente. Emambas as situaes haver comprometimento da respirao, e cansao em poucotempo. Se se est sentado em uma cadeira com braos, no se deve apoiar os

    prprios braos sobre os da cadeira, pois haver maior sobrecarga nos ombros,prejudicando a coluna.

    8. O Sistema Respiratrio

    O Sistema Respiratrio possui vrias funes, que vo alm da respirao, como a dedefesa e a de fonao. importante, no entanto, saber que sua principal funo arealizao da entrada e sada de ar (gs) nos pulmes, processo chamado deventilao. Desta forma, o sistema respiratrio comparado a uma "bomba vital" quetrabalha 24 horas por dia, realizando suas funes sem que se tenha conscinciadesse movimento.

    A entrada do ar extremamente importante para o organismo, pois ele compostopelo Oxignio (21%), Nitrognio (75%), Gs Carbnico e outros gases. O metabolismohumano depende da contnua chegada de Oxignio (O2), retirado do meio ambiente.

    As necessidades bsicas de um adulto sadio em repouso, so em torno de 250 ml de02. Por outro lado, necessrio que o Gs Carbnico (C02), produto final de inmeros

    processos metablicos, seja continuamente retirado do organismo. Com a ventilao, o

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    19/28

    02 abundantemente oferecido ao corpo com a entrada de ar nos pulmes, enquantoque o CO2 retirado com a sada do ar.

    As Vias RespiratriasO ar entra pelo nariz e pela boca; passa pela faringe; laringe; traquia; brnquios ebronquolos (no pulmo).

    Cada uma dessas estruturas possui uma significativa funo na respirao. O nariz,alm de servir de "porta de entrada e sada" do ar, o precondiciona de vrios modos,aquecendo-o (37), umidificando-o e limpando-o. A faringe, comumente chamada degarganta, divide-se em duas vias: na traquia e no esfago. nessa regio que oalimento separado do ar. O ar vai para a traquia, enquanto o alimento atinge oesfago. Essa separao controlada por reflexos nervosos. A laringe forma atransio das vias areas superiores e inferiores, e nela que se localizam as cordasvocais.

    Continuando-se com a traquia, esto dois tubos de passagem de ar para cadapulmo, os brnquios. Estes tubos vo diminuindo de espessura e se dividindo cadavez mais medida em que entram nos pulmes, num total de 23 divises.

    Ao final dessas divises, esto os bronquolos, que por sua vez dividem-se embronquolos respiratrios. At esse ponto, a "rvore brnquica" j possui cerca de 1milho de tubos. No entanto, a troca gasosa ocorre apenas em estruturas queencerram estas divises, os alvolos (explicados posteriormente).

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    20/28

    Os Pulmes

    Os pulmes so rgos essenciais da respirao, localizados dentro da caixa torcica,um de cada lado do corao e revestidos por uma membrana muito delicada, a pleura.

    O volume pulmonar varia entre 4 a 6 litros, aproximadamente a quantidade de arcontida numa bola de basquete.

    O peso aproximado dos pulmes de uma pessoa com dimenses mdias 1 kg. A

    rea de superfcie pulmonar considervel. Se o pulmo fosse estendido, o tecidocobriria cerca de 60 a 80 m2. Isto aproximadamente 35 vezes maior que a superfciecorporal da pessoa, e superfcie para cobrir quase a metade de uma quadra de tnis.

    Os Alvolos e as Trocas Gasosas

    Os alvolos so sacos elsticos de parede muito fina, e em nmero de 300 milhes emcada pulmo. Na figura acima esto representados vrios deles. Cada pequeno globo

    um alvolo diferente.

    Nos alvolos, ocorrem as trocas gasosas, porque ao lado esto pequenos vasossangneos, os capilares. O O2 passa atravs da parede do alvolo e da parede docapilar, indo parar na corrente sangnea; e o CO2 passa pela parede do capilar e pelado alvolo, sendo, ento, possvel elimin-lo do organismo.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    21/28

    Durante cada minuto em repouso, cerca de 250 ml de O2 deixam os alvolos epenetram no sangue, e aproximadamente 200 ml de CO2 saem dos capilares e entramnos alvolos.

    9. Os Grupos Musculares da Respirao

    Existe uma diferena de presso entre o ar dentro dos pulmes e a superfcie decontato com a parede torcica, que faz com que os pulmes fiquem aderidos ao interiordessa parede. Por isso, os pulmes acompanham literalmente todos os movimentos,ou qualquer mudana no volume do trax.

    Sozinhos, os pulmes no conseguem alterar seu volume, pois, para isso, precisamdos msculos.

    Os movimentos da caixa torcica, assim como qualquer outro movimento corporal(andar, chutar, comer...) dependem de uma contrao muscular.

    O ato de respirar pode ser dividido em 2 momentos: a inspirao (entrada de ar) e aexpirao (sada de ar).

    Existe um grupo de msculos responsvel por cada uma das etapas. importantesaber que nem todos eles so usados ao mesmo tempo, a depender da situao,torna-se necessria a presena de apenas alguns deles.

    No entanto, em cada grupo, existem aqueles que so os mais solicitados, e so tidoscomo os principais; e os demais, so tidos como acessrios.

    O grupo dos inspiratrios bem grande, com mais de 15 msculos, que elevam ascostelas ao se contrarem. Eles podem ser classificados como:

    Msculos Inspiratrios Principais

    Diafragma (principal)

    Intercostais externos

    Msculos Inspiratrios Acessrios

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    22/28

    Esternocleidoccptomastoideo (ECOM)

    Escalenos

    outros

    O grupo dos expiratrios menor, com cerca de 8 msculos, que atuam no sentido deabaixar as costelas:

    Msculos Expiratrios Principais

    Intercostais Internos

    Msculos Expiratrios Acessrios

    Msculos abdominais

    Outros

    A Respirao

    A diferena de presso que existe entre o ar ambiente e o ar de dentro do pulmo que faz com que o ar entre. Algo parecido acontece com uma seringa ou um aspiradorde p.

    Dentro do pulmo, a presso negativa, e devido gravidade, em uma pessoasentada ou de p, a presso da parte de baixo mais prxima do zero que a da partede cima. Por isso o ar entra primeiro na parte de baixo, e em seguida na de cima, e aofinal da inspirao, todo o pulmo deve estar cheio por igual. Da a importncia de umaboa postura durante a inspirao, caso contrrio, no possvel usar toda acapacidade pulmonar, o que interfere diretamente no "flego" e nas trocas gasosas deuma pessoa.

    Quando o processo dessas trocas termina, comea a expirao. A caixa torcica vaivoltando sua posio inicial, empurrando o ar para fora. como um elstico esticadoque tende a voltar ao normal.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    23/28

    A Inspirao

    A contrao dos msculos inspiratrios aumenta o volume da caixa torcica,conseqentemente do pulmo. Um exemplo deste movimento a elevao da ala dobalde, representado a inspirao. Isto causa aquele efeito da seringa, porque maisespao para o ar vai surgindo.

    O principal responsvel por este efeito o diafragma, por ser o mais forte. Osintercostais tambm so muito importantes, principalmente para aqueles que precisamde muito ar, como os cantores.

    H dois tipos de inspirao:

    relaxada, a normalmente usada, e realizada pelos inspiradores principais;

    forada, feita pelos inspiradores principais mais os acessrios.

    Os msculos acessrios no devem ser usados na respirao normal, principalmentepara quem canta. Como a maioria deles est localizada na regio do pescoo, e suacontrao (tenso) pode prejudicar o som produzido pelas cordas vocais.

    O Diafragma

    O diafragma um msculo plano, amplo, em forma de guarda-chuva, que fica entre otrax e o abdome, e est preso nas costelas e na coluna.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    24/28

    Ao se contrair o diafragma, suas bordas levantam as costelas, enquanto o seu centrose abaixa, empurrando os rgos do abdome.

    Intercostais ExternosOs intercostais externos so, junto com o diafragma, fazem parte dos msculosinspiratrios principais. Eles esto localizados entre cada uma das costelas. Quandoeles se contraem, eles elevam a caixa torcica, aumentando o seu volume, epromovendo a entrada do ar. Na figura abaixo, os intercostais externos estorepresentados pela cor vermelha. Leve em considerao que a ilustrao estindicando apenas um grupo de msculos, entre um par de costelas. Na verdade, elesesto presentes unindo todas as costelas.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    25/28

    Na cor verde, vemos os intercostais internos, responsveis pela expirao, explicadamais adiante. Observe na "viso superposta" como eles ficam posicionados atrs dosintercostais externos. O fato de eles serem inclinados em posies opostas causa osmovimentos opostos de inspirao e expirao. Os intercostais internos abaixam as

    costelas, fazendo com que o ar saia na expirao forada.Esses msculos esto entre as costelas e atuam para que todas elas faam o mesmomovimento durante a inspirao ou expirao e atuam para que todas elas faam omesmo movimento durante a inspirao ou expirao.

    Acessrios

    Estes msculos atuam no sentido de elevar as costelas na inspirao forada. Devem

    estar relaxados na hora de cantar. Na ilustrao fica mais visvel que existem doisECOMs, um de cada lado; com os escalemos ocorre o mesmo, esto em pares.

    ECOM Escalenos

    Expirao

    Existem dois tipos de expirao, a normal e a forada. A expirao normal, relaxada uma ao natural, assim como a volta de um elstico puxado. O diafragma e osintercostais externos simplesmente voltam ao normal. Os msculos da expiraoapenas devem entrar em ao quando se precisar de uma expirao forada, comosoprar uma vela, numa tosse ou espirro, por exemplo.

    A expirao dura cerca de 2 a 3 vezes mais que a inspirao. Mas, mesmo assim, um

    cantor deve ter total controle sobre o relaxamento do diafragma, para que sua volta

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    26/28

    posio inicial seja o mais lenta possvel, de acordo com a necessidade, e para nosoltar o ar de vez.

    10. ExercciosTreino da Utilizao Muscular

    1. Respirao DiafragmticaPessoa deitada com um livro no abdome. A inteno elevar o livro.

    2. Diafragma e IntercostaisEm p, fazendo a respirao diafragmtica, e expandindo as laterais do trax.

    Treino do Aumento da Capacidade Pulmonar

    1. Soluo InspiratrioInspirar aos poucos pelo nariz at encher o pulmo: inspirar - pausa - inspirar pausa -inspirar o mximo - soltar o ar de vez pela boca.

    2. Expirao AbreviadaInspirar fundo normalmente (nariz) e soltar um pouquinho; inspirar fundo outra vez esoltar um pouquinho; inspirar mais uma vez, at sentir o pulmo o mais cheio possvel,

    e soltar de vez pela boca.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    27/28

    Treino do Controle Diafragmtico

    1. Inspirao ProfundaInspirar profundamente pelo nariz, e soltar pela boca, em "SSS", demorando o maiortempo possvel.

    2. Exerccio da velaSoprar a vela a uma pequena distncia (cerca de 1 palmo) sem apagar a chama, emantendo-a em equilbrio na posio oblqua.

    11. O Pigarro

    O Sistema Respiratrio tem um mecanismo muito interessante para se defender das

    muitas impurezas do ar respirado. Esse mecanismo formado por um sistema declulas que possuem clio, de clulas que fabricam muco e de muco.

    O mecanismo funciona como uma esteira rolante, pois a sujeira do ar gruda no muco eos clios tratam de empurr-lo para cima, em direo da laringe.

    Diariamente, a produo de muco chega a 100 - 150 ml em 24 horas. Sem o muco, osclios no funcionam, como no caso de uma desidratao sria. E o excesso de mucopode dificultar muito o trabalho dos clios, como nas infeces ou ao inalar substnciasirritveis, como fumo, lcool ou sedativos.

    O ato de fumar modifica o efeito de esteira rolante, porque no fumante h perda declios, e excesso de muco, entre outros problemas.

    Comumente, o muco chamado de pigarro quando interfere na voz, causa tosse etc. Omuco ou pigarro precisa ser eliminado do organismo, e quando passa pelas cordasvocais, podem causar uma diferena na sua vibrao, modificando o som produzido.

    A forma que o corpo usa naturalmente para eliminar o pigarro atravs da tosse.

    12. Tosse

    A tosse existe para eliminar as secrees do Sistema Respiratrio, e por isso precisaser eficiente.

    A melhor posio para tossir a sentada ou a inclinada para frente, com o pescoovoltado um pouco para baixo. A inspirao deve ser profunda, pelo diafragma. Aexpirao deve ser forada pelos msculos da barriga, os abdominais, podendo fazerum som de "Q" durante a tosse, que deve ser tripla, para ser mais eficiente.

    O cantor deve ter cuidado ao tossir, para no agredir suas cordas vocais com a forada grande quantidade de ar que passa por elas.

  • 7/28/2019 Introduo fisiologia da voz (ok)

    28/28

    BIBLIOGRAFIA

    BETHLEM, Newton - Pneumologia. Atheneu.

    CALLAIS-GERMAIN, Blandine - Anatomia para o Movimento Vol I : Introduo Anlise das Tcnicas Corporais.Manole, So Paulo.

    CARVALHO, Paes de; COSTA, Fonseca - Circulao e Respirao. Cultura Mdica, 3edio.

    DUARTE, Nolio - Apostila: Comunicando Atravs da Voz - Estratgias para o UsoCorreto e Eficiente da Voz Cantada e Falada. Vox Edies, Rio de Janeiro.

    GOSS, Charles M. - Gray Anatomia. Guanabara Koogan, 29 edio.

    GUYTON, Arthur C. - Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenas. GuanabaraKoogan, 5 edio.

    McARDLE, William D. e outros - Fisiologia do Exerccio. Guanabara Koogan, 3 edio.