INTRODUÇÃO - Vogais · nental, segundo o qual países como Portugal deviam impedir a entrada de ... Portugal precisava do comér ‑ cio inglês, pelo que não aderiu ao Bloqueio;

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INTRODUÇÃO

A 27 de agosto de 1810, o paiol de Almeida, na região da Guarda, explo‑diu, destruindo o castelo medieval e a igreja matriz da vila portu‑guesa. Mas os danos não foram apenas arquitetónicos: cerca de 500

soldados luso ‑britânicos morreram na tragédia, o que facilitou a vida aos franceses que nos queriam invadir.

Pensem nisto por um instante: Napoleão impusera o Bloqueio Conti‑nental, segundo o qual países como Portugal deviam impedir a entrada de navios de comércio britânicos nos seus portos. Portugal precisava do comér‑cio inglês, pelo que não aderiu ao Bloqueio; de modo que viu as suas fron‑teiras violadas pelo exército francês e, por isso, pediu ajuda ao seu velho aliado inglês. No meio disto, explodiu um paiol, ajudando a causa napo‑leónica.

Não precisamos de ir mais longe do que isto para nos depararmos com um exemplo de como a grande e a pequena história se combinam e confun‑dem. Caso assistam a um documentário ou leiam uma biografia sobre Napo‑leão, dificilmente encontrarão uma menção que seja à explosão de Almeida, o tipo de dado que, pela sua pequenez na História, está confinado a mono‑grafias escritas por historiadores locais.

No entanto, uma boa parte dos acontecimentos que mudam o mundo estão repletos destes pequenos acasos, que têm mais peso do que queremos admitir na nossa fortuna. Pensem em D. João III. O rei viu todos os seus filhos morrerem até nascer João Manuel e contrariar essa sina. Ironia das ironias, João Manuel produziria um varão, D. Sebastião, que tomaria a coroa. Sabemos como a história acaba: com a dinastia dos Filipes.

Isto não significa que o objetivo último deste (humilde) livro seja encon‑trar as mais ínfimas dobras da História nacional e justificá ‑las à luz dos acon‑tecimentos do tempo em que ocorreram. Não, antes de mais estes cadernos

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são uma espécie de declaração de amor a um subgénero literário que pode‑mos apelidar de entretenimento. Passo a explicar.

Na casa em que cresci havia — felizmente — todo o tipo de literatura: os clássicos russos, os americanos, os portugueses e os brasileiros, livros técnicos sobre (acima de tudo) engenharia mecânica, uma quantidade absur‑da de policiais da coleção Vampiro, e depois uma série de livros — sobre religião, columbofilia, carpintaria, a história da União Soviética — que osci‑lavam entre o pedagógico e a pura propaganda.

Quando estava a crescer, uma página de Agatha Christie tinha valor idêntico ao das coboiadas que encontrava na mesa do barbeiro, um Steinbe‑ck não era obrigatoriamente superior ao (por assim dizer) grafismo da Gina. (Embora não houvesse Gina em casa — uma falha grave na biblioteca pater‑nal.) Essas separações só vieram mais tarde — ao princípio era tudo verbo.

Se tudo era verbo, para um pequeno e impressionável rapazote tudo era merecedor de atenção, desde que estivesse sob a forma de livro. De modo que parei em cada uma das páginas das enciclopédias Larousse a que ninguém dava uso lá em casa, decorei as fronteiras da antiga Jugoslávia em mapas que o velhote colecionava, aprendi, em manuais de bricolagem, a tratar de trepadeiras que não fazia questão de fazer crescer e, tudo somado, devo ter perdido uns anos de vida de volta das histórias de Portugal que ocupavam umas valentes prateleiras do corredor do andar de cima na nossa casa.

Mas a minha forma de ler sempre foi porosa: procurei certezas na ficção e, enquanto estudante de ciências, por mais conforto que um livro sobre (digamos) a história da matemática me trouxesse, li sempre a não ficção de forma novelesca.

E no caso da História? Bem, a vantagem da História é que sabemos quando determinado evento se deu. Tomarmos conhecimento desse ínfimo grau de certeza dá ‑nos algum conforto quando olhamos em volta e vemos a devastação do mundo, o caos que o rege. Com sorte, o conhecimento do passado impede ‑nos de repetir erros iguais aos cometidos anteriormente e traz lucidez às nossas expetativas sobre a humanidade.

Mas eu nunca almejei ser um historiador. Para ser honesto, os livros de História sempre funcionaram para mim como as telenovelas para a minha mãe e para as mães dos meus amigos.

Saber que a família real chegou ao Brasil a 22 de janeiro de 1808 é interes‑sante e um dado fundamental da nossa história. Mas porque não havemos de colocar no mesmo grau de importância o nascimento, a 21 de janeiro de


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1909, de Saúl Fernandes de Aguilar, ilusionista que à sua época foi uma estrela internacional, a quem Alexandre O’Neill dedicou um poema?

Isto não significa que Saúl tenha determinado a vida dos portugueses do mesmo modo que a ida da família real para o Brasil — apenas que pode ser tão fascinante imaginar a vida deste Saúl como a da família real. Os fac‑tos escolhidos devem tanto à sua importância como ao fascínio que exercem sobre mim, como aquele que abre esta introdução.

Se alguma vantagem retirei das tardes que passei a ler aleatoriamente páginas de História de Portugal foi uma certa renitência àquela ideia de Por‑tugal enquanto pacato retângulo, de povo ordeiro, que quando era garoto os adultos se esforçavam por nos vender.

Este livro é a junção dos dois parágrafos anteriores. Não ambiciona ser uma História de Portugal e do Mundo, embora queira, de forma leve e diver‑tida, recuperar os eventos mais importantes do nosso passado. Mas também pretende não deixar cair no esquecimento eventos de outra ordem de gran‑deza, mas a que um fanático das curiosidades e da cultura popular (como eu) não é capaz de resistir: a primeira aparição de Júlio Isidro na televisão, a lei de 1890 que permitia que se criassem escolas secundárias femininas ou o dia em que Pinto da Costa se tornou presidente do Futebol Clube do Porto.

Alguns factos, como o cerco de Lisboa, os Descobrimentos, o pogrom de Lisboa, a instauração da República ou o 25 de Abril eram incontornáveis. O mesmo pode dizer ‑se de certas figuras gigantes no imaginário popular, como Eusébio, Afonso Henriques, o Infante D. Henrique, José Saramago ou mesmo António de Oliveira Salazar.

Mas quando é que começámos a ter eletricidade em Portugal? Quando é que surgiu a linha do Vouga? Quando é que nasceu a CUF? E quando é que o nosso país passou a ter (oficialmente) a profissão de carteiro? Certa‑mente isto não surgiu tudo no século xx.

Claro que perante este critério — de recuperar tanto os momentos mais importantes da nação, como alguns dos mais ínfimos; de, no fundo, recriar algumas da traves ‑mestras, mas também do caruncho que tantas vezes pre‑sidem ao destino de uma nação velha como a nossa — era inevitável incluir um sem ‑número de batalhas, acordos políticos e traições (que são, aliás, abundantes na história portuguesa e internacional).

Em que é que isto resulta? Na lembrança de momentos (digamos) menos nobres como o Mapa Cor ‑de ‑Rosa (quando Portugal sonhava dominar o inte‑rior de África, de Angola a Moçambique), talvez o momento em que Portugal


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começou a aperceber ‑se de que não seria por muito mais tempo um império colonial, e também na menção de acontecimentos que não têm mais do que uma nota de rodapé na História de Portugal ou do mundo, como os tumul‑tos de Maio de 1915, em que armazéns e padarias foram assaltadas à conta da fome que a população portuguesa sentia.

Com sorte, talvez os leitores mais esquecidos fiquem com a noção de quão convulsa foi a I República ou da tremenda confusão que marcou o período da Guerra Civil Portuguesa; talvez se apercebam de que, até à déca‑da de 1930, a ditadura foi recebida por constantes motins e que a nossa His‑tória — no geral — está pejada de conspirações desde o primeiro momento.

Se muitas entradas são sobre a História de Portugal, outras refe rem ‑se ao mundo todo — e versam conquistas e descobertas, invenções e figuras deter‑minantes. Perceberemos melhor o nosso país se soubermos quando Edison patenteou a lâmpada elétrica, ou quem foi Rosa Parks.

Que vos entretenha e que vos elucide, que complexifique a ideia que tinham de Portugal e do mundo e que vos divirta tanto quanto me divertiu a mim pesquisar em livros e jornais antigos — é o que espero que esta obra faça.


MêsJANEIRO


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1 DE JANEIRO dia mundial da paz

1502 Os navegadores portugueses ficaram conhecidos pela sua perícia cartográfica, mas também cometeram erros. Foi o caso, neste dia. Comanda‑dos por Gaspar de Lemos, os nossos descobridores chegam à Baía da Guana‑bara e tomam ‑na pela foz de um rio. Juntam um mais e um e apelidam ‑na Rio de Janeiro. Hoje, o Rio é uma cidade importante (a segunda mais popu‑losa do Brasil) e ainda não mudou o nome para Baía de Janeiro.

1707 D. João V torna ‑se o vigésimo quarto rei de Portugal. O seu reinado, que durou 43 anos, foi dos mais longos da nossa história. Foi também muito próspero, graças ao ouro que vinha do Brasil e que lhe permitiu investir em obras públicas, como a Igreja do Menino Deus e o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa, e o Palácio ‑Convento de Mafra, mandado construir para celebrar o nascimento do seu filho varão.

1868 Costuma dizer ‑se que Portugal é um país moderado, mas a história não o confirma. Neste dia tem lugar aquilo que ficou conhecido por «Janei‑rinha», um movimento contestatário particularmente intenso em Braga, Lisboa e Porto — onde os protestos foram mais violentos. Em causa estava a regulamentação do imposto da sisa, bem como o aumento de outros impostos, que desencadeou uma forte oposição por parte dos comerciantes dos gran‑des centros urbanos, pois consideravam esta legislação prejudicial. A «Janei‑rinha» acabou por levar à queda do governo. Uma curiosidade: foi este evento que deu origem ao título do jornal portuense O Primeiro de Janeiro, e que durou 147 anos.


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1982 É criada a Internet. Internet significa «entre redes» e designa o pro‑tocolo de comunicação (conhecido como TCP/IP, ou Transmission Control Protocol/Internet Protocol) e foi desenvolvida pela ARPA (Advanced Resear‑ch Project Agency, um instituto governamental norte ‑americano) para liga‑ção entre redes de comunicações de diferentes caraterísticas. Começou por ser usada por instituições militares e académicas, mas depressa o seu uso generalizou ‑se em todo o mundo, no âmbito do trabalho e do lazer.

1986 Portugal e Espanha aderem à Comunidade Económica Europeia (CEE), inaugurando uma época de bem ‑estar até então desconhecida em Portugal.

2002 Entra em circulação a moeda única — o euro —, nos países euro‑peus que adotaram a moeda comum, e que ficou conhecida como a Zona Euro: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxem‑burgo, Malta, Países Baixos e Portugal. A ideia, nesses tempos remotos, era unir ainda mais a Europa, facilitar trocas de bens e serviços, e permitir a ajuda financeira entre os países membros.

2008 Deixou de se poder fumar em espaços públicos em Portugal. A medi‑da exaltou os ânimos de muitos portugueses, mas com o tempo as pessoas habituaram ‑se a ir para a porta dos restaurantes e cafés acender o cigarrinho.

2011 Dilma Rousseff é empossada como a 36.o Presidente do Brasil, a pri‑meira mulher a ocupar o cargo na história do Brasil. Apesar dos grandes protestos da população, ocorridos por todo o país, em 2013, sobre condições de saúde, educação e segurança, resultando na queda de popularidade da presidente, Dilma foi reeleita em 2014 para um segundo mandato.

2 DE JANEIRO

1554 Acontece uma fatalidade que mudou a história de Portugal. João Manuel, filho de D. João III, torna ‑se Príncipe de Portugal após a morte dos seus quatro irmãos mais velhos. Nascido em 1537, durante algum tempo pareceu escapar à sina familiar: aos 15 anos casou com Joana de Áustria, princesa espanhola e sua prima direita, que engravidou ao fim de um ano


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e pouco de casamento. No entanto, viria a morrer neste dia. O seu filho, D. Sebastião viria ao mundo dezoito dias depois; D. Sebastião herdou do seu avô o trono com apenas 3 anos de idade, mas só o assumiu aos 14. De forma intrépida lançou ‑se numa invetiva em Marrocos e desapareceu em Ceuta, em 1578, com apenas 24 anos. Como não tinha filhos, deixou o país numa encruzilhada, que levou à perda da independência.

1950 Nove meses depois de ter sido detido pela PIDE (lado a lado com Álvaro Cunhal e Sofia Ferreira), Militão Ribeiro, membro do Comité Central e do Secretariado do Partido Comunista Português, morre na Penitenciária de Lisboa. Nascido numa família humilde, Militão emigrou para o Brasil aos 13 anos e juntou ‑se ao Partido Comunista Português (PCP) local, razão pela qual mais tarde foi expulso do país. De regresso a Portugal, manteve o empenho político. Até hoje o PCP defende que Militão foi assassinado. O período que passou na sua última prisão foi particularmente duro — além de ser impedido de comunicar com quem quer que fosse durante meses, não lhe permitiram sair da cela ou usar papel higiénico, tomar banho ou mudar de roupa. A luz da sua cela nunca se apagava. No Tarrafal contraíra uma doença do fígado e aqui, naquela que foi a sua última «casa», foi ‑lhe negado tratamento médico, enquanto continuava a ser torturado.

3 DE JANEIRO

1521 O Papa Leão X excomunga Martinho Lutero, na sequência da publi‑cação das 95 Teses que este escreveu. Ao longo destes textos, Lutero opunha‑‑se às indulgências: a concessão de perdão a troco de dinheiro. Para Lutero apenas Deus poderia perdoar. Esta visão do cristianismo tornou ‑se conhe‑cida como protestantismo.

1960 Álvaro Cunhal, juntamente com outros camaradas do PCP, foge da prisão do Forte de Peniche. Uma das fugas mais espetaculares da história do fascismo português, por se tratar de uma prisão de alta segurança do Estado Novo. A «fuga de Peniche», como ficou conhecida, deu ‑se graças a um plano bem ‑sucedido, por parte dos envolvidos, no interior e no exterior da prisão, e à «desorganização» da guarda prisional.


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1980 Francisco Sá Carneiro é nomeado primeiro ‑ministro de Portugal, encabeçando o VI Governo Constitucional. Sá Carneiro ocuparia o cargo apenas durante onze meses: o mandato terminaria abruptamente com a sua morte, que até hoje não foi explicada, quando o avião em que seguia se des‑penhou em Camarate.

4 DE JANEIRO dia mundial do braille

1248 D. Sancho II, o quarto rei de Portugal, morre em Toledo. Nascido em 1209, subiu ao trono em 1223, sucedendo ao seu pai, D. Afonso II. Dedicou‑‑se à expansão do território, através da conquista de todo o Alentejo. Devido a conflitos entre os homens ‑ricos e o clero, e à sua incapacidade em resta‑belecer a ordem no reino, D. Sancho II foi deposto pelo Papa Inocêncio IV em 1245, e o seu irmão, D. Afonso, nomeado regente, até ser coroado rei, após a morte de D. Sancho II.

1558 Mem de Sá chega ao Brasil, tornando ‑se o terceiro governador ‑geral da região, cargo que ocupou até 1572. O facto em si não seria extraordiná‑rio, pese embora haja relatos de ter desempenhado bem o seu papel — o que é curioso é que Mem era irmão do grande poeta português Sá de Miranda, a quem mais tarde o grande escritor António Lobo Antunes roubou o últi‑mo verso de um soneto para intitular o romance Que Farei Quando Tudo Arde?

1960 É assinado o tratado que cria a EFTA, sigla da denominação inglesa da Associação Europeia de Comércio Livre, pelo Reino Unido, Portugal, Áustria, Dinamarca, Noruega, Suécia e Suíça, países que não faziam parte da Comunidade Económica Europeia (CEE). Este tratado permitiu a criação de uma área de comércio livre, em que os produtos importados dos estados‑‑membros não estavam sujeitos a impostos aduaneiros. Em 1973 daria lugar ao Espaço Económico Europeu (EEE), que instituiu a liberdade total de cir‑culação de produtos, serviços, pessoas e capital, entre os estados ‑membros da EFTA e da CEE, abrindo caminho para a criação da União Europeia em 1993.


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5 DE JANEIRO

1866 Nasce António Maria Baptista, político e militar português que, ape‑sar de não ser de primeira grandeza, se distinguiu nas campanhas coloniais e foi ministro da Guerra em 1919 e chefe do Governo em 1920. Mas o facto mais extraordinário da sua vida é a sua morte: a 6 de junho de 1920 sofreu uma apoplexia em pleno Conselho de Ministros, após receber uma carta insultuosa.

1919 Fundação do Partido dos Trabalhadores Alemães (percursor do Par‑tido Nazi), cujo militante número 7 foi… Adolf Hitler.

2011 Morre Malangatana, artista de origem moçambicana que alcançou reputação mundial. A sua versatilidade era enorme — desenhou, fez cerâ‑mica, escreveu poemas — enfim, o artista completo.

6 DE JANEIRO

1412 O mundo viu nascer uma das maiores figuras da história, Joana d’Arc. Quer dizer, pensa ‑se que foi nesta data que veio ao mundo — não é total‑mente certo. Joana entrou para os compêndios de História durante a Guer‑ra dos Cem Anos que, resumidamente, opôs a França à Inglaterra e durou mais de cem anos, provocando, ao que se julga, milhares de mortos. Joana d’Arc foi a responsável pela libertação de Orleães do jugo inglês, e ainda saiu vitoriosa de uma série de batalhas. Consta que D. Isabel, filha de D. João I, terá movido influências no sentido de Joana ser capturada. Acabou por ser condenada à fogueira por heresia pela Igreja inglesa, em 1431. Mais tarde o seu processo canónico foi revisto, culminando na sua canonização, em 1920, pelo Papa Bento XV. Tardou…

1779 D. Frei Manuel do Cenáculo, bispo de Beja e arcebispo de Évora, toma uma das medidas pelas quais se tornou célebre: manda recolher rapazes das famílias mais pobres da zona que vai de Ourique a Beja, de modo a serem educados sob a sua tutela. A educação que os rapazes recebiam era gratuita, claro (ao fim e ao cabo, eram pobres). O seu objetivo era que os rapazes fos‑sem dar instrução à diocese de Beja, em troca e após receberem educação.


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1838 Samuel Morse realiza, em New Jersey, EUA, a primeira demonstra‑ção pública de duas invenções que mudariam para sempre as comunicações à distância — o telégrafo e o código Morse.

7 DE JANEIRO

1355 Um dos momentos mais marcantes da nossa história: aos 35 anos de idade, D. Inês de Castro é executada por ordem de D. Afonso IV, pai de D. Pedro, de quem Inês era amante. Inês de Castro pertencia à nobreza gale‑ga (apesar de o seu pai ser bastardo) e tornou ‑se aia de D. Constança, esposa de D. Pedro, que viria mais tarde a ser rei de Portugal. Por motivos políticos — e também porque o caso era do conhecimento popular — D. Afonso IV mandou exilar Inês na fronteira castelhana. Mas D. Constança morre aquan‑do do parto de D. Fernando (que também viria a ser rei, sucedendo a seu pai) e Pedro uniu ‑se de novo a Inês, com quem teve quatro filhos. Como isto implicaria complicações políticas em termos de sucessão, D. Afonso, temen‑do que os filhos de Inês assumissem o trono, matou ‑a.

1610 Galileu descobre quatro luas de Júpiter, conhecidas como as luas gali‑leanas: Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Este facto viria a revelar ‑se funda‑mental no seu trabalho. A descoberta só foi possível graças a melhorias que o astrónomo introduziu no seu telescópio. Valha a verdade, não é certo que tenha sido neste dia, mas quanto ao mês não há dúvidas.

1927 Grande momento para a humanidade: é estabelecida a primeira liga‑ção telefónica transatlântica, ligando Nova Iorque e Londres.

2015 Atentado, em Paris, ao jornal satírico Charlie Hebdo. O massacre foi perpetrado pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, como forma de protesto contra o jornal pela edição Charia Hebdo, que causou polémica no mundo muçulmano. Do atentado resultaram 12 mortos e 5 feridos, o que desenca‑deou grandes manifestações públicas pela tolerância e pela liberdade de expressão, um pouco por todo o mundo.


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8 DE JANEIRO

1455 Um bom dia — ou um bom negócio — para Portugal: o Papa Nico‑lau V concede ao rei de Portugal, seus sucessores e ao infante D. Henrique, as terras descobertas ou a descobrir pelos portugueses.

1935 Numa pequena terra americana chamada Tupelo, nasce um rapaz que viria a ficar conhecido como Elvis Presley ou o «Rei do Rock». Os seus primeiros discos para a Sun Records, variações do blues negro, são conside‑rados fundamentais. Elvis vendeu mais de 600 milhões de discos, tornou ‑se um ícone mundial e uma estrela de cinema. A sua forma carismática de dançar levou a que fosse conhecido por «Elvis the Pelvis», além do penteado caraterístico e do vestuário que usava nos concertos. Cedo entrou em deca‑dência, acabando por falecer devido a uma mistura de barbitúricos. Resiste, porém, o mito de que Elvis não morreu e que ainda terá vivido muitos anos. Resta saber até quando…

1959 Guerrilheiros liderados por Fidel Castro descem da Sierra Maestra, e entram triunfantes em Havana, provocando a queda da ditadura de Ful‑gencio Batista, e mudando para sempre a história da América Latina. Fidel Castro manteve ‑se no poder até 2008, ano em que foi substituído pelo irmão Raúl Castro.

2001 Tem início a emissão de um canal de televisão totalmente dedicado à informação. O primeiro em Portugal — a SIC Notícias — e de certa forma uma versão nacional de canais do género americanos, como a CNN.

9 DE JANEIRO

1822 Os brasileiros chamam ‑lhe o Dia do Fico: D. Pedro de Alcântara, filho de D. João VI — que fugira para o Brasil aquando das invasões fran‑cesas de 1807 — contrariou as ordens que vinham de Portugal exigindo o seu regresso e, segundo consta, terá afirmado «Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digam ao povo que fico», recusando ‑se assim a


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voltar para Portugal e abrindo caminho ao processo de independência do Brasil, país de que viria a ser o fundador.

10 DE JANEIRO

1863 É inaugurada em Londres a primeira linha de ferro subterrânea. Na altura parecia uma ideia estranha, mas inovadora.

1875 É fundado o Partido Socialista Português, que não deve ser confun‑dido com o Partido Socialista encabeçado muito mais tarde por Mário Soares. Este, que duraria até 1933, nasceria de um congresso da Associação Inter‑nacional de Trabalhadores, e era anti ‑anarquista. Defendeu as ideias de Marx, de Proudhon, esteve por detrás da criação de jornais, mas depois, com a ditadura de 1926, que proibia a existência de partidos políticos, definhou.

1907 A Torre de Belém é classificada como Monumento Nacional. Em 1983 seria classificada pela UNESCO como Património Mundial. Foi mandada construir por D. João II de Portugal, como forma de proteger a cidade de Lisboa, mas foi D. Manuel I que começou a erguê ‑la em 1514, ficando pron‑ta cinco anos mais tarde. Ao longo do tempo a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa da barra do Tejo e, a partir da ocupação filipina, os antigos paióis foram transformados em masmorras. Atualmente é um dos pontos turísticos mais importantes de Lisboa.

1946 Na sequência da Segunda Guerra Mundial é criado um organismo denominado Organização das Nações das Unidas (ONU). Neste dia decorre a primeira reunião da assembleia ‑geral, em Londres, com a presença de 51 países. O objetivo da ONU é a promoção da paz mundial. Se a ONU tem tido ou não sucesso na sua tarefa, não é propriamente claro…

11 DE JANEIRO dia internacional do obrigado

1569 É criada em Londres a primeira lotaria de que há registo. Não se sabe exatamente em que é que o vencedor gastou o dinheiro.


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1890 Ficou conhecido como Ultimato inglês. Neste dia os ingleses enviam a Portugal um telegrama em que convidam (leia ‑se: obrigam) o nosso país a retirar de imediato as suas tropas do território que ia de Moçambique a Angola. Portugal reclamava ser dono deste território desde um acordo feito entre vários países, no âmbito da Conferência de Berlim, do qual resultou o chamado «Mapa Cor ‑de ‑Rosa», uma forma de divisão de África. Caso Por‑tugal se recusasse a aceitar esta exigência, a Inglaterra avançaria com uma intervenção militar. No fim, o rei D. Carlos I cedeu, decisão que foi conside‑rada escandalosa e uma humilhação.

1896 Morre João de Deus Nogueira Ramos, mais conhecido por João de Deus, célebre poeta e pedagogo português. Valha a verdade, mais do que a sua poesia, o que o imortalizou foi a sua Cartilha Maternal, de 1876, que se destinava a servir de instrumento de aprendizagem de leitura. Muito sau‑dada pelos intelectuais da época, entre os quais Alexandre Herculano, a Cartilha foi considerada revolucionária e inovadora, acabando por ser apro‑vada, em 1878, como o método nacional de aprendizagem da escrita da lín‑gua portuguesa.

1963 Tem lugar uma invenção que mudou, de alguma forma, o mundo: a primeira discoteca abre as portas. Chamava ‑se Whisky a Go Go e ficava em Los Angeles.

12 DE JANEIRO

1759 Sai a sentença do chamado Processo dos Távoras, com os acusados a serem considerados culpados e condenados à pena capital logo no dia seguin‑te. Tudo começou com a tentativa de assassinar o rei D. José I, que ficou feri‑do mas escapou. O seu primeiro ‑ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo (o Marquês de Pombal) — um homem que a nobreza desprezava, visto ser um provinciano —, de imediato prendeu dois homens que confessaram a auto‑ria do atentado, dizendo ter recebido ordens da família dos Távoras. A 13 de janeiro, D. Francisco, a esposa e os dois filhos, e outros cúmplices, num total de 18 pessoas, são executados com requintes de crueldade.


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1882 Inauguração da Exposição de Arte Ornamental Portuguesa e Espa‑nhola em Lisboa. Daqui resultou, alguns anos depois, a ideia de inventariar, fotografar e catalogar todo o património artístico português, de modo a conservá ‑lo. Desta exposição nasceu também o Museu Nacional de Bellas Artes e Archeologia, o primeiro grande museu nacional, inaugurado em 1884, e entretanto renomeado, em 1911, Museu Nacional de Arte Antiga.

1976 Morre Agatha Christie, a mais conhecida autora de romances poli‑ciais. Entre as suas criações mais notórias inclui ‑se Hercule Poirot e Miss Marple. Em 2009, a HarperCollins publicou um livro com todas as histórias de Miss Marple e que veio a receber o World Guinness Record para o livro mais grosso alguma vez publicado, com mais de 4000 páginas, 322 mm de espessura e 8 quilos de peso.

1991 O Congresso americano vota a favor da intervenção americana no Iraque, país que havia invadido o Kuwait. Começava a primeira Guerra do Iraque, liderada por George Bush. A segunda seria conduzida pelo seu filho, na sequência do 11 de Setembro.

2010 Um terramoto de magnitude 7.0 na escala de Richter atinge o Haiti, provocando mais de 300 mil mortos e um milhão e meio de desalojados. O epicentro do terramoto registou ‑se em Pentionville, a 15 quilómetros da capital, Port ‑au ‑Prince.

13 DE JANEIRO

1400 Nasce D. João, Infante e o terceiro Condestável de Portugal. Filho de D. João I e da rainha Filipa de Lencastre, foi uma personagem menor da his‑tória nacional, com uma personalidade incomum: defendeu que se perdesse Ceuta para resgatar o seu irmão Fernando, e acalmou o povo quando Leonor de Aragão (sua avó) ficou a reger o reino até que Afonso V (sobrinho do Infan‑te) fosse coroado rei. Esta divisão fora deixada por escrito por D. João I, mas aparentemente a população não a apreciou e, perante a contestação, o pró‑prio Infante instalou ‑se em Lisboa para evitar os motins e manter a paz.


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1882 Portugal moderniza ‑se com a concessão de três redes de telefone (em Lisboa, Porto e Braga) à companhia Edison Gower Bell. A 26 de abril é inaugurada a primeira rede pública.

1898 É publicada, no jornal literário L’Aurore, uma famosa carta aberta do escritor Émile Zola ao Presidente da República Francês Félix Faure, intitu‑lada J’accuse! (Eu acuso!) Nesta carta, o escritor insurge ‑se contra o processo instaurado contra um oficial do exército francês, Alfred Dreyfus, por sus‑peita de ter vendido informações secretas a um adido militar alemão. Dreyfus é considerado culpado por unanimidade, sem o acusado ou o seu defensor terem conhecimento de um dossiê com factos importantes (e considerados falsos) sobre a acusação. Muitos creem que por detrás desta acusação está o facto de Dreyfus ser judeu. Em 1900, revisto o seu caso, acabaria por ser amnistiado e em 1906 reabilitado e reintegrado no Exército com dignidade de oficial da Legião de Honra.

1930 O Rato Mickey surge pela primeira vez em banda desenhada, um ano e pouco depois da sua primeira aparição na curta ‑metragem Plane Crazy. A primeira história era baseada nessa animação. A banda desenhada foi fundamental para a expansão do império Disney.

1979 Tem lugar o primeiro concerto dos Xutos e Pontapés, na sala dos Alunos de Apolo, em Lisboa, numa comemoração dos 25 anos do rock. Iro‑nicamente, os Xutos eram uma banda punk, movimento que inicialmente pretendia acabar com o rock. Na altura o vocalista ainda era Zé Leonel. O bai‑xista já era Tim, que viria a tornar ‑se vocalista e letrista, e os restantes dois membros que até hoje se mantêm já lá estavam: Zé Pedro na guitarra e Kalu na bateria. O primeiro álbum só sairia em 1982: 78/82 reunia os temas escri‑tos nesse intervalo de anos (1978 e 1982).

14 DE JANEIRO

1539 Espanha anexa Cuba, que Cristóvão Colombo descobrira. E a situa‑ção assim permaneceu até 1898.


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1659 Fica para a história a Batalha das Linhas de Elvas, mais uma pequena tentativa dos nossos vizinhos em se apropriarem do nosso território. Os espa‑nhóis entraram em Portugal, ficaram na zona do rio Caia com um exército brutal, que incluía não só infantaria, como cavalaria e uma muito apetre‑chada artilharia. Em escassos dias instalaram ‑se em colinas próximas de Elvas e começaram a bombardear a cidade. Os portugueses tiveram de reu‑nir de emergência exércitos oriundos das localidades próximas, enquanto a peste ia causando centenas de baixas diárias. Quando os espanhóis voltaram para casa tinham perdido mais de 15 mil homens. Em resultado da batalha, D. António Luís de Meneses, Conde de Cantanhede, recebeu o título de Mar‑quês de Marialva.

1863 Nasce, em Lisboa, Manuel Gomes da Costa. O militar viria a ser, em 1926, o décimo primeiro presidente da República portuguesa (segundo no período da Ditadura Militar, que durou entre 1926 e 1928), acumulando (de forma incomum) o cargo com o de presidente do Ministério (a versão antiga de primeiro ‑ministro). Gomes da Costa destacou ‑se na Primeira Guerra Mundial e encabeçou a Revolução de 28 de Maio de 1926, que impôs a refe‑rida ditadura.

15 DE JANEIRO

1446 D. Afonso V faz 14 anos e torna ‑se rei de Portugal. Durante o seu rei‑nado sentiu um certo apelo pelo continente africano, procurando expandir Portugal pelo Norte de África — facto que lhe valeu o cognome «o Africa‑no». Mais tarde abdicou em favor do seu filho, D. João II. Há quem sugira que D. Afonso V sofresse de depressão.

1834 Os liberais conquistam Leiria — não pelo povo, mas pelas armas. Esta batalha, por assim dizer, faz parte do período designado Guerra Civil Portuguesa, que durou entre 1828 e 1834. De um lado havia os liberais, lide‑rados por D. Maria II de Portugal, e do outro os absolutistas, liderados por D. Miguel. Em causa estavam as regras de sucessão ao trono: as Cortes atri‑buíram ‑no a D. Miguel (que estava na Áustria e veio reclamar o trono); D. Maria dizia que era seu. D. Pedro IV, pai de D. Maria, havia de levar a melhor.


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1920 A Primeira República teve muitos momentos inusitados (e foi sem dúvida um período de grande agitação) e este é um dos mais extremos: no mesmo dia, Francisco Fernandes Costa foi nomeado e exonerado presiden‑te do Ministério, não tendo sequer tomado posse. Este brevíssimo período de liderança foi batizado, jocosamente, de «Governo dos Cinco Minutos». Se quisermos ser honestos, terá provavelmente durado mais do que isso. Mas não muito mais.

1975 Assinatura do Acordo de Alvor: Portugal reconhece que Angola, em breve, se tornará independente.

16 DE JANEIRO

1412 Os Médicis tornam ‑se banqueiros do Papado. A família começou a ganhar força no século xiv e o seu poder, alicerçado no seu banco, ainda duraria centenas de anos — só no século xviii se assistiu à queda da família.

1533 Ivan, o Terrível, é proclamado primeiro czar da Rússia. Personagem complexa, expandiu o território russo através de múltiplas conquistas. Dado a episódios de fúria, chegou ao cúmulo de matar o sucessor que ele próprio indicara.

1862 Morre um dos maiores vultos políticos do século xix português, Pas‑sos Manuel, que na realidade se chamava Manuel da Silva Passos. Bacharel em Direito, foi líder dos Setembristas, que defendiam a soberania popular e lutaram pela feitura da Carta Constitucional (que data de 1826). Passos Manuel tomou a pasta do Ministério do Reino em 1836, após a Guarda Nacional tomar Lisboa, no que ficou conhecido por Revolução de Setembro, da qual Passos Manuel era o principal ideólogo. A rainha cedeu, adotou a Carta Constitucio‑nal e empossou Passos Manuel, que tentou desenvolver a indústria, as artes e ainda criou uma rede de liceus. Menos de um ano depois seria deposto.

1960 Júlio Isidro começa a trabalhar na RTP. Anos depois tornar ‑se ‑ia um ícone nacional ao apresentar o programa de domingo Passeio dos Alegres (onde lançou Herman José), e outros programas como Festa é Festa, A Festa Continua e Arroz Doce.


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17 DE JANEIRO

1773 James Cook torna ‑se o primeiro homem a atravessar o Círculo Polar Antártico de navio. Cook, que foi o primeiro europeu a chegar à Austrália e ao Havai, era não só um exímio navegador, como um homem de tremenda coragem. A viagem pelo Círculo Polar Antártico era particularmente peri‑gosa, mas foi de extraordinária importância para a fixação de mapas. Cook viria a morrer no Havai, ilhas que descobriu em 1778.

1917 É criado o Corpo Expedicionário Português, o braço militar luso que foi enviado para França com o objetivo de travar as forças alemãs, no quadro da Primeira Guerra Mundial. O Corpo Expedicionário era liderado pelo general Norton de Matos.

1929 Estreia da personagem Popeye, o Marinheiro, numa tira de banda desenhada publicada no New York Evening Journal, periódico do magnata William Randolph Hearst, nos EUA. A criação é de Elzie Crisler Seagar. Popeye, bem como outras personagens da banda desenhada, como Olívia Palito, tornar ‑se ‑iam muito populares nos desenhos animados e no cinema.

1995 Um dia triste para Portugal, com a morte de Miguel Torga, um dos maiores escritores portugueses do século xx. Nascido no seio de uma famí‑lia transmontana pobre, emigra para o Brasil e depois regressa para estudar Medicina. O contacto com a realidade mais dura marca a sua escrita, tanto em Vindima como nos Contos da Montanha.

18 DE JANEIRO

1934 Na Marinha Grande, os operários vidreiros tomam o poder. Mas apenas por algumas horas… A repressão da ditadura esmaga rapidamente a revolta. Esta revolta deveu ‑se à entrada em vigor do Estatuto Nacional do Trabalho, fascista, em que os sindicatos livres passavam a ser oficialmente proibidos. Por todo o país, os trabalhadores convocaram uma greve geral, com o objetivo de derrubar o governo de Salazar, mas acabou por fracassar. A revolta dos trabalhadores vidreiros ficou marcada na história como um momento alto da resistência ao fascismo.


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1984 Neste dia parte Ary dos Santos, figura incontornável da cultura portu‑guesa do século xx: poeta excessivo, amante dos prazeres da vida, homossexual assumido (não publicamente mas no seu vasto rol de amigos), tornou ‑se popular à conta dos poemas que escreveu para fadistas como Amália e Car‑los do Carmo. Também era um exímio praticante da boémia e da boa mesa.

19 DE JANEIRO

1883 Em Roselle, New Jersey, estreia ‑se o primeiro sistema de iluminação elétrica com ligações pelo ar. Este enorme passo rumo à civilização (e à insó‑nia) é criado e liderado por Thomas Edison. Anos mais tarde, Nova Iorque e New Jersey viriam a ter tantos cabos elétricos no ar, que mal se via o céu — o que levou a que se iniciasse a pesquisa sobre a instalação de cabos de eletricidade no subsolo.

1919 Começa a Monarquia do Norte, que não dura mais de 25 dias. Desde a implantação da República, em 1910, que havia monárquicos descontentes — em particular Paiva Couceiro. Neste dia uma junta militar hasteou a bandeira da monarquia no Porto, iniciativa que teve algum êxito entre a população, e proclamou a restauração da Monarquia. Após três semanas de escaramuças, os monárquicos foram vencidos e regressou ‑se à chamada «República Velha».

1923 Discretamente, surge neste planeta, mais propriamente em Póvoa de Atalaia (no Fundão), um tal José Fontinhas, que mais tarde viria a ser conhecido pelo pseudónimo Eugénio de Andrade. Foi um dos mais extraor‑dinários poetas portugueses do século xx, conhecido pela sua escrita lím‑pida, carnal e bucólica. Vencedor do Prémio Camões (em 2001), cultivou sempre uma grande reserva face ao aparelho mediático. As Mãos e Os Frutos permanecem os seus livros mais populares.

20 DE JANEIRO

1567 Estácio de Sá, que chegara ao Brasil (mais propriamente a Salvador, na Bahia) em 1563 para expulsar os franceses que disputavam o território


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com os portugueses, consegue finalmente vencê ‑los, na Batalha de Uruçu‑mirim, no Rio de Janeiro. Na peleja, terá sido ferido num olho por uma lança, morrendo neste dia. Era parente de Mem de Sá.

1775 Um dia intenso, o do nascimento do físico André ‑Marie Ampère. Este cientista, além de inventar o primeiro telégrafo elétrico, desenvolveu o eletromagnetismo a níveis até então nunca vistos. Graças às suas equações, temos hoje eletricidade. Em sua homenagem, a medida que mede a inten‑sidade da corrente elétrica foi designada Ampére.

21 DE JANEIRO

1793 Tem lugar um dos momentos mais conhecidos da história mundial: Luís XVI, rei de França, é executado com recurso à guilhotina. Luís tentara abolir o esclavagismo e criar um regime de maior tolerância para os não‑‑católicos, mas os nobres não apreciaram estas ideias. Também apoiou a independência dos norte ‑americanos, mas a crise financeira que se abateu sobre França criou uma revolta popular que levou à sua morte (e da sua mulher, Marie Antoinette).

1909 Não é um nome que diga muito aos mais novos, mas no seu tempo Saúl Fernandes de Aguilar foi uma estrela — embora neste dia fosse apenas um recém ‑nascido. Célebre ilusionista, que adotou o nome Conde D’Aguilar, chegou a atuar em Espanha e tinha bastantes presenças na RTP. Alexandre O’Neill chegou a dedicar ‑lhe um poema. É uma influência para Luís de Matos, o mais conhecido ilusionista português desde então.

22 DE JANEIRO

1462 Diogo Gomes descobre a Ilha de São Vicente, em Cabo Verde.

1506 É criada a Guarda Suíça, o corpo de guarda responsável pela segu‑rança do Papa e do Vaticano. Os candidatos devem ser naturais dos cantões suíços, de religião católica, apostólica e romana, solteiros, de nascimento


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legítimo e com idade compreendida entre os 18 e os 25 anos, se nunca tive‑rem sido soldados, ou com menos de 30 anos, se já tiverem cumprido o ser‑viço militar. É o exército mais pequeno do mundo. Veste uma farda no mínimo «invejável»: azul, vermelha e amarela e com símbolos medievais.

1808 A família real portuguesa chega ao Brasil, procurando refúgio do exército napoleónico. Esta medida já fora considerada sempre que o territó‑rio português estivera em perigo, mas nunca antes fora adotada. Entre 1808 e 1821 mais de 15 mil pessoas foram para o Brasil. A encabeçá ‑las estava a rainha D. Maria e o seu filho, o príncipe ‑regente de Portugal, D. João. Em 1818, com a morte da mãe, tornou ‑se D. João VI, rei de Portugal.

1905 Os russos chamam ‑lhe o «Domingo Sangrento»: Durante uma mani‑festação pacífica em São Petersburgo, em frente ao Palácio de Inverno do Czar Nicolau II, em que reivindicavam a reforma agrária, a tolerância religiosa e o fim da censura, a guarda do Czar disparou contra a multidão, matando cen‑tenas de manifestantes. Este massacre provocou revoltas por toda a Rússia, que desencadearam a Revolução de 1905.

1961 O Santa Maria, um paquete português que estava aportado em Lis‑boa, é sequestrado por um grupo de exilados políticos portugueses e espa‑nhóis que se opunha às ditaduras de Salazar e de Franco. A comandá ‑los estava o capitão Henrique Galvão, naquele que será, possivelmente, o pri‑meiro sequestro político de um paquete.

23 DE JANEIRO

1368 Começa a dinastia Ming, na China, com a ascensão ao trono de Tchu Yuan ‑Tchang, um monge budista itinerante tornado soldado. Neste período, a China viveu uma época de grande prosperidade e expansão. A dinastia Ming duraria 276 anos, até ser derrubada pelos Manchus.

1556 Ocorre o sismo de Shaanxi (na província de Shaanxi, na China) que, segundo alguns, foi o sismo mais mortífero de sempre: terão morrido cerca de 830 mil pessoas.


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1905 O mítico Zé Povinho, criado por Rafael Bordalo Pinheiro, continua a viver no imaginário dos portugueses, mas o seu autor morria neste dia. Bordalo Pinheiro foi o artista completo: pintor, ceramista, jornalista e cari‑caturista. As suas caricaturas ficaram célebres, mas foi o Zé Povinho (que criou quando dirigia a Fábrica de Faianças das Caldas) que o imortalizou.

1942 Estreia no cinema O Pátio das Cantigas, um retrato da vida num bair‑ro popular lisboeta durante a altura dos santos populares. O filme foi reali‑zado por Francisco Ribeiro e o guião escrito por Vasco Santana e António Lopes Ribeiro, irmão do realizador. À frente do elenco (que incluía estrelas como Laura Alves e o próprio Vasco Santana) estava António Silva. Consi‑derado um dos grandes êxitos do período áureo do cinema nacional. Fica‑ram para sempre na memória dos portugueses o célebre o pregão «Evaristo, tens cá disto?!» e o monólogo de Narciso, embriagado, em conversa com um poste de iluminação pública. Em 2015 fez ‑se um remake, dirigido por Leo‑nel Vieira.

24 DE JANEIRO

41 Após quatro anos de reinado, Caio Júlio César é assassinado. Foi o ter‑ceiro imperador romano, sendo considerado louco e cruel — conduziu o seu povo a uma situação de inanição e impôs ‑lhe impostos duríssimos para eri‑gir estátuas de si próprio. O mais extraordinário mito a seu respeito é o de tentar nomear o seu cavalo sacerdote. Foi morto pela guarda pretoriana (a sua guarda pessoal). Caio Júlio César era conhecido por Calígula, que quer dizer «sandálias». A alcunha foi ‑lhe atribuída pelos soldados das legiões comandadas pelo pai, que achavam graça em vê ‑lo mascarado de legionário, com pequenas caligae (sandálias militares) nos pés.

1965 Dá ‑se um momento inolvidável na história do futebol português: realiza ‑se a segunda mão da qualificação para o Campeonato do Mundo de Futebol, e Portugal vence a Turquia por um total de 5 ‑1. No ano seguinte, Portugal estaria pela primeira vez num campeonato mundial de futebol, no caso em Inglaterra, país que nos derrotaria nas meias ‑finais, a 26 de julho, antes de ganhar a final. Portugal acabaria por conquistar o terceiro lugar no pódio ao vencer a URSS, a 28 de julho. Para a memória fica a vitória sobre


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o Brasil de Pelé e a extraordinária recuperação frente à Coreia, bem como as exibições de Eusébio.

25 DE JANEIRO

1554 Colonos portugueses jesuítas, liderados por Manuel da Nóbrega, fundam a cidade de São Paulo, no Brasil. Estavam convencidos de que ali encontrariam metais preciosos. Na prática, isto deu início ao movimento de colonização português do Brasil.

1576 Paulo Dias de Novais, neto de Bartolomeu Dias, desembarca na então «Ilha das Cabras» e funda São Paulo de Luanda. Este nome só foi atribuído mais tarde, quando Salvador Correia de Sá recuperou a terra, após um breve período sob o domínio dos holandeses, entre 1641 e 1648. Luanda viria a tornar ‑se na capital de Angola.

1935 A 14 de julho de 1976 tornar ‑se ‑ia o primeiro Presidente da Repúbli‑ca democraticamente eleito após o 25 de Abril, mas foi neste dia que Rama‑lho Eanes nasceu. Eanes tornou ‑se célebre ao impedir o Golpe de 25 de Novembro, em que forças da esquerda radical tentaram tomar o poder. Há quem considere que é aos esforços de Eanes, vitorioso no 25 de Novembro, que devemos a manutenção da democracia.

1942 Em Lourenço Marques, Moçambique (que então pertencia a Portu‑gal), nasce um tal Eusébio, que viria a tornar ‑se o maior futebolista portu‑guês (bem, pelo menos até Cristiano Ronaldo se revelar). Ao serviço do Benfica foi campeão europeu e guiou a Seleção nacional ao terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1966. Morreu em 2014 e está sepultado no Panteão Nacional.

26 DE JANEIRO

1531 Um terramoto atinge Lisboa. Como se não fosse suficiente, segue ‑se um tsunami, de que resultou a morte de mais de 30 mil pessoas, além de


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vários monumentos terem ruído por completo. Curiosamente, este sismo terá ficado esquecido até ao século xx, altura em que se encontraram relatos da sua ocorrência. Acredita ‑se que o medo de que acontecesse um novo tsu‑nami fez com que o Bairro Alto fosse construído.

27 DE JANEIRO dia internacional em memória

das vítimas do holocausto

1668 D. Pedro II leva a cabo um golpe de Estado, depondo o seu irmão, o rei D. Afonso VI. Com a morte deste, a 12 de setembro, D. Pedro II torna ‑se rei (e assim se manteria até à sua morte em 1706). Durante o seu reinado desenvolveu a área dos têxteis e outras áreas comerciais e teve particular preocupação com a proteção das fronteiras do país.

1756 Em Salzburgo nasce um rapaz chamado Mozart. Em apenas trinta e cinco anos de vida comporia 16 óperas, 19 missas e 41 sinfonias (entre mui‑tas outras peças), antes de morrer — provavelmente — de febre reumática.

1842 Costa Cabral repõe, através de uma revolta militar, a Carta Consti‑tucional de 1826. Esta era a segunda Constituição Portuguesa, escrita duran‑te o reinado de D. Pedro II. Na prática, levou a cabo um golpe de Estado contra o governo de que fazia parte, a que se seguiu um período conhecido como Cabralismo. Em 1846, com a revolta da Maria da Fonte, exilou ‑se, mas ainda voltaria mais tarde à política em Portugal.

1879 Thomas Edison patenteia a lâmpada elétrica, após experimentar mais de mil filamentos até chegar ao fio de cobre. Nascia assim o mundo contem‑porâneo.

1888 Fundação da National Geographic Society, nos EUA, por 33 explora‑dores e cientistas, para a promoção e divulgação do conhecimento geográfico e das ciências naturais. Gardnier Greene Hubbard foi o primeiro presidente da organização, e Alexander Graham Bell, um dos inventores do telefone, foi o seu sucessor. A primeira edição da revista foi publicada nove meses depois.


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1944 Chega ao fim o cerco a Leninegrado (atual São Petersburgo) levado a cabo por tropas nazis, italianas e finlandesas. Estas forças ocuparam a cidade durante 900 dias, antes de os soviéticos se conseguirem libertar. Mais de um milhão de pessoas morreram de fome e de doença durante o cerco.

28 DE JANEIRO

1908 Dá ‑se o Golpe do Elevador da Biblioteca: um grupo de republicanos tenta levar a cabo um golpe de Estado para proclamar a República. Afonso Costa e outros tomaram as suas posições no Elevador de S. Julião, também conhecido por Elevador da Biblioteca (em Lisboa), mas o governo, de sobreavi‑so, aplacou o golpe. Por pouco tempo: dias depois dar ‑se ‑ia o Regicídio. A estru‑tura do elevador foi desmantelada em 1920.

1924 Chega ao fim a vida de Teófilo Braga, escritor e político português nas‑cido em 1843 que foi o segundo Presidente da República (a seguir a Manuel de Arriaga), no período da Primeira República. Exerceu o cargo por pouco tempo — entre 29 de maio de 1915 e 4 de agosto do mesmo ano. A sua vasta obra literária — mais de trezentos títulos — contempla poesia, ensaio, pas‑sando também pelas recolhas.

29 DE JANEIRO dia mundial dos leprosos

1860 Nasce Anton Tchekhov, médico, dramaturgo e contista russo. A sua escrita é marcada pela melancolia, a aguda observação das mais diversas nuances sociais e um humor muito subtil. Era médico e viria a morrer muito novo, de tuberculose. Algumas das suas obras mais populares são História Melancólica, A Feiticeira e A Estepe.

1886 Começa a revolução na indústria automóvel: Karl Benz inventa o primeiro motor movido a gasolina, inutilizando o carro a gás e o carro elé‑trico. Hoje em dia o carro elétrico conhece um ressurgimento.


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1945 Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo fundam o jornal desportivo A Bola. Na altura era publicado duas vezes por semana e hoje é um diário, tendo também edição online e um canal de televisão por cabo. Cândido de Oliveira dá nome à Supertaça, o troféu que inaugura ofi‑cialmente a época futebolística em Portugal, opondo o campeão em título ao detentor da Taça de Portugal.

30 DE JANEIRO

1574 Morre Damião de Góis, grande historiador e humanista português nascido em 1502. Fez parte da corte de D. Manuel I, foi diplomata, travou ami‑zade com Erasmo de Roterdão e foi escolhido pelo Cardeal D. Henrique para escrever a crónica oficial do rei D. Manuel I. O escrito — em que mencionava o massacre aos judeus — valeu ‑lhe o ódio dos nobres e do clero. Foi persegui‑do pela Inquisição, preso e, depois de libertado, apareceu (neste dia) morto na sua casa em Alenquer. Até hoje há quem desconfie de que foi assassinado.

1648 Fim da Guerra dos Oitenta Anos, que opunha o que viria a ser a República Holandesa à Espanha. O fim da guerra é assinalado pela assina‑tura de um tratado em que as então autodenominadas Sete Províncias Unidas dos Países Baixos obtinham a sua independência. Neste período a Repúbli‑ca Holandesa tornou ‑se uma potência mundial, com grande poder naval e beneficiou de um significativo crescimento económico, científico e cultural. Com o tempo tornar ‑se ‑iam na atual Holanda.

1933 Após umas eleições atribuladas em 1932, Adolf Hitler é nomeado Chanceler alemão pelo Presidente Paul von Hindenburg, para acalmar as hostes, e com a convicção de que conseguiriam manter Hitler sob controlo. Foi claramente subestimado…

1948 Morre Mahatma Gandhi, figura essencial na libertação da Índia do jugo inglês. Gandhi, que estudou Direito em Londres, lutou contra várias medidas britânicas, apelando sempre à desobediência civil não ‑violenta. Foi preso muitas vezes, mas por fim, em 1947, a Inglaterra concederia à Índia a independência. Foi assassinado com três tiros por um fanático hindu.


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31 DE JANEIRO dia mundial do mágico

1512 Nasce o Cardeal D. Henrique ou Henrique I de Portugal (embora haja quem lhe chame Henrique II, tendo em conta que o pai de Afonso Hen‑riques era Henrique). Henrique I viria a ser o último rei português antes da dinastia Filipina. Quinto filho de D. Manuel I, dedicou ‑se à vida religiosa, ascendendo a Cardeal. Não tinha descendência, pelo que quando D. Sebas‑tião desapareceu e Henrique se tornou regente, a sucessão do reino ficou nas mãos de D. Filipe II de Castela, I de Portugal.

1891 É o dia da chamada Revolta de 31 de Janeiro — um levantamento militar na cidade do Porto contra a monarquia. Os revoltosos tomaram os Paços do Concelho e o jornalista e político republicano Augusto Manuel Alves da Veiga proclamou a implantação da República em Portugal. Curio‑samente, ele hasteou uma bandeira vermelha e verde e o hino dos revoltosos era A Portuguesa. Pouco depois o movimento foi aplacado por guardas muni‑cipais fiéis ao governo. Da escaramuça resultaram 12 mortos e 40 feridos. Duzentos e cinco revoltosos foram capturados, condenados ao degredo em África. A Portuguesa foi proibida, mas viria mais tarde a ressurgir.

1989 Fernando Namora, poeta, pintor e escritor português nascido em 1919 e conhecido, em particular, pela obra Retalhos da Vida de Um Médico (que deu origem a uma série de televisão nos finais dos anos 1970) morre aos 70 anos de idade, deixando uma extensa obra de pendor neorrealista.


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INTRODUÇÃO - Vogais · nental, segundo o qual países como Portugal deviam impedir a entrada de ... Portugal precisava do comér ‑ cio inglês, pelo que não aderiu ao Bloqueio;