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1 INTRODUÇÃO “A porta da fé, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós”. Com essas palavras, o Papa Bento XVI inicia a carta em que proclama o Ano da Fé. Esse Ano vem para nos confirmar nos trabalhos pastorais que realizamos até hoje em nossa igreja local e, ao mesmo tempo, despertar uma reflexão e uma pergunta: “As nossas pastorais, os nossos planos de ação, os programas, as estruturas dos planos da nossa pastoral de conjunto estão ajudando o nosso povo a crescer na fé?”. A resposta a essa pergunta poderemos encontrá-la no presente Plano de Pastoral, resultado de um grande trabalho realizado nas bases da nossa Diocese. Permito-me unicamente ressaltar a dimensão missionária que perpassa o Plano todo. Sua intenção é propor para o próximo triênio uma caminhada que leve em consideração os vários segmentos da nossa ação pastoral: as famílias, os jovens e a formação de lideranças. As palavras do Documento de Aparecida continuam sendo um grande incentivo nessa direção missionária: “A Diocese, em todas as suas comunidades e estruturas, é chamada a ser “comunidade missionária”. Cada Diocese necessita fortalecer sua consciência missionária, saindo ao encontro dos que ainda não creem em Cristo no espaço de seu próprio território e responder adequadamente aos grandes problemas da sociedade na qual está inserida. Mas também com espírito materno, é chamada a sair em busca de todos os batizados que não participam na vida das comunidades cristãs” (DAp. 168). Que este Plano de Pastoral seja ponto de referência para toda a Diocese e nos ajude a trabalhar em vista da comunhão, trilhando as mesmas metas e objetivos; seja um instrumento precioso para que as portas da nossa Igreja permaneçam sempre abertas, a fim de que mais batizados encontrem nela segurança e revigoramento na própria fé. Dom José Negri, PIME Bispo Diocesano de Blumenau

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INTRODUÇÃO

“A porta da fé, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na

sua Igreja, está sempre aberta para nós”. Com essas palavras, o Papa Bento XVI inicia a

carta em que proclama o Ano da Fé.

Esse Ano vem para nos confirmar nos trabalhos pastorais que realizamos até hoje

em nossa igreja local e, ao mesmo tempo, despertar uma reflexão e uma pergunta: “As

nossas pastorais, os nossos planos de ação, os programas, as estruturas dos planos da

nossa pastoral de conjunto estão ajudando o nosso povo a crescer na fé?”.

A resposta a essa pergunta poderemos encontrá-la no presente Plano de Pastoral,

resultado de um grande trabalho realizado nas bases da nossa Diocese.

Permito-me unicamente ressaltar a dimensão missionária que perpassa o Plano

todo. Sua intenção é propor para o próximo triênio uma caminhada que leve em

consideração os vários segmentos da nossa ação pastoral: as famílias, os jovens e a

formação de lideranças.

As palavras do Documento de Aparecida continuam sendo um grande incentivo

nessa direção missionária: “A Diocese, em todas as suas comunidades e estruturas, é

chamada a ser “comunidade missionária”. Cada Diocese necessita fortalecer sua

consciência missionária, saindo ao encontro dos que ainda não creem em Cristo no

espaço de seu próprio território e responder adequadamente aos grandes problemas da

sociedade na qual está inserida. Mas também com espírito materno, é chamada a sair em

busca de todos os batizados que não participam na vida das comunidades cristãs” (DAp.

168).

Que este Plano de Pastoral seja ponto de referência para toda a Diocese e nos

ajude a trabalhar em vista da comunhão, trilhando as mesmas metas e objetivos; seja um

instrumento precioso para que as portas da nossa Igreja permaneçam sempre abertas, a

fim de que mais batizados encontrem nela segurança e revigoramento na própria fé.

Dom José Negri, PIME

Bispo Diocesano de Blumenau

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CONCÍLIO VATICANO II DE TODOS NÓS!

Dando graças a Deus, de 2012 a 2015 celebramos o Jubileu de Ouro do Concílio

Vaticano II. Ao convocar este maior acontecimento da Igreja no século passado, o Papa

João XXIII o anunciou como verdadeira primavera renovadora no campo pastoral. No pós-

Concílio vivemos, de fato, verdadeiro Pentecostes, num ímpeto de comunhão e

participação, na missão evangelizadora. Atualização, renovação, diálogo amplo,

tornaram-se realidades presentes nos diversos níveis da Igreja.

Passados 50 anos, os tempos são outros; estamos em nova época! Novas

respostas devem ser dadas aos desafios de hoje, pela Igreja que precisa se renovar,

sempre mais, no vigor missionário e no compromisso concreto de amor a Deus e ao

próximo.

O PLANO DE PASTORAL da amada Diocese de Blumenau procura oferecer

respostas aos novos desafios. Somos convocados à “nova evangelização para a

transmissão da fé cristã na atualidade, com novo ardor, novos métodos, novas

manifestações”, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Diocese

discípula, missionária, profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz

da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao

Reino definitivo do Pai!

Na realização deste verdadeiro mutirão evangelizador, a Diocese toda estará

vivendo, de forma esplêndida, o Jubileu de Ouro do Concílio Vaticano II. Que a Mãe de

Jesus, da Igreja, nos ajude, sendo nossa inspiradora na caminhada!

Dom Angélico Sândalo Bernardino

Bispo Emérito de Blumenau

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OBJETIVO GERAL DA AÇÃO EVANGELIZADORA

A Diocese de Blumenau em comunhão com as Diretrizes Gerais da Ação

Evangelizadora da Igreja no Brasil e em unidade com Regional Sul IV da CNBB tem como

objetivo geral:

EVANGELIZAR,

A PARTIR DE JESUS CRISTO E NA FORÇA DO ESPÍRITO SANTO,

COMO IGREJA DISCÍPULA, MISSIONÁRIA E PROFÉTICA,

ALIMENTADA PELA PALAVRA DE DEUS E PELA EUCARISTIA,

À LUZ DA EVANGÉLICA OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES,

PARA QUE TODOS TENHAM VIDA (Jo 10,10),

RUMO AO REINO DEFINITIVO.

I. PARTIR DE JESUS CRISTO

“Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram

reunidos os Onze e os outros discípulos. E estes confirmaram: Realmente, o Senhor

ressuscitou e apareceu a Simão!´” (Lc 24,33-34).

1. Depois que Jesus se fez conhecer aos discípulos de Emaús, como amigo, com sua

Palavra, com o convívio à mesa, Jesus desaparece. A ausência dele, porém, não é

uma pura e simples ausência. Ela abre o espaço para as premissas de um novo

tipo de presença, que não é mais externa aos discípulos, mas é, por assim dizer,

interiorizada. A nova realidade, criada por Jesus nos discípulos, começa a se

expressar em um novo estilo de vida: os discípulos tomam distância de suas

esperanças ambíguas, dos seus projetos, do cansaço, das preguiças. Um novo

ardor invade o coração deles e os enche de alegria. Quando já é noite, eles não

mais temem a escuridão, as inseguranças e os medos, não estão mais

preocupados consigo mesmos, pelo próprio descanso. Dirigem-se às pressas a

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Jerusalém e todos são envolvidos por uma missão que os fascina e os impulsiona

a lançar-se.

2. As relações dos discípulos também mudam, elas são envolvidas nesta nova

realidade que experimentaram no encontro com o Ressuscitado. Eles não ficam

sozinhos e à parte, mas sentem a necessidade de comunicar um ao outro; não

como fizeram antes, as amarguras as decepções, mas incentivar-se,

reciprocamente, com a lembrança do coração que ardia, e o encontro com Jesus

tinha suscitado neles. Eles sentem a necessidade de voltar correndo a Jerusalém

para contar o que eles viveram, para se agregar de novo à comunidade dos

discípulos, preparando-se para a missão de serem testemunhas do Ressuscitado

até os confins da terra.

3. Se nós entendemos o que foi a experiência dos discípulos, se os acompanhamos

através do caminho destes dois anos (2010 – Ano da Palavra; 2011 – Ano da

Liturgia), se percebemos que nestes anos descobrimos que Jesus é a verdade, a

esperança, a salvação de nossa vida, não podemos somente aderir a sua pessoa,

mas deveríamos sentir profundamente a urgente necessidade de comunicar aos

outros a nossa descoberta.

4. Se entendermos de verdade que Jesus não é um homem qualquer, mas aquele

que conhece a plena verdade do homem, a minha verdade e aquela de cada um,

não podemos permanecer indiferentes diante de tantos irmãos e irmãs que vivem e

trabalham, sofrem e morrem sem conhecer e sem ter encontrado o próprio Jesus.

Sentimo-nos, então, impulsionados a nos tornarmos testemunhas do Ressuscitado.

5. É Jesus mesmo quem convida os seus discípulos a serem missionários e

testemunhas. É emocionante e, de certa responsabilidade, também saber que o

próprio Cristo pede a nossa livre colaboração para alcançar a todos.

6. Duas palavras de Jesus dentre tantas palavras que ele falou a respeito da missão:

a primeira é extraída de Lucas, capítulo 10. Jesus envia pela primeira vez os

discípulos, dois a dois, aos povoados da Galileia para anunciar o evangelho. Ele

recomenda que sejam pobres, sinceros, simples, capazes de enfrentar as

dificuldades, incompreensões, firmes em testemunhar o evangelho, confiando

unicamente no Pai. Na nossa sociedade tão preocupada pelo bem-estar e pelo

sucesso, Jesus apresenta um estilo de vida sóbrio, simples, que sabe aderir às

coisas essenciais e que sabe ir contra a corrente.

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7. A segunda palavra está contida na página final do evangelho de Mateus. Antes de

voltar definitivamente ao Pai, Jesus ressuscitado envia os seus discípulos pelo

mundo inteiro. Confia a eles uma missão universal, aberta a todos os povos. O

mundo de hoje tornou-se uma aldeia com os meios de comunicação. Tem-se,

portanto, uma explosão em sentido muito universal de notícias, de interesses. Mas

é o tempo também das discriminações raciais, das injustiças que as nações

desenvolvidas cometem contra as que estão em vias de desenvolvimento, das

divisões entre classes sociais e da corrida aos armamentos. O discípulo de Jesus

encontra no evangelho um anúncio de fraternidade e de paz que deve anunciar ao

mundo inteiro, a todos os homens e mulheres.

II. A REALIDADE QUE NOS DESAFIA

8. Vivemos hoje uma realidade marcada por grandes mudanças. Como discípulos de

Jesus Cristo, sentimo-nos desafiados a discernir os “sinais dos tempos”, à luz do

Espírito Santo, para nos colocar a serviço do Reino, para que todos tenham vida. A

novidade dessas mudanças é que elas têm alcance global. A utilização dos meios

de comunicação de massa está introduzindo na sociedade uma visão a respeito da

felicidade, uma percepção da realidade e até uma linguagem, que querem impor-se

como autêntica cultura. Quando as pessoas percebem esta fragmentação e

limitação, costumam sentirem-se frustradas, ansiosas, angustiadas.

9. A realidade traz uma crise do sentido que dá unidade a tudo o que existe e que

chamamos de sentido religioso. Este sentido se coloca através de nossas

tradições, especialmente a religiosidade popular com forte ênfase mariana. No

entanto, essa preciosa tradição começa a diluir-se; já não se transmite de uma

geração à outra como no passado. Ao lado da sabedoria das tradições, localizam-

se agora a informação do último minuto, a distração, o entretenimento, as imagens

dos vencedores que souberam usar a seu favor as ferramentas tecnológicas.

10. Entre os pressupostos que enfraquecem e menosprezam a vida familiar,

encontramos a ideologia de gênero, segundo a qual cada um pode escolher sua

orientação sexual, sem levar em consideração as diferenças dadas pela natureza

humana. Isso tem provocado modificações legais que ferem gravemente a

dignidade do matrimônio, o respeito ao direito à vida e a identidade da família.

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11. Surge hoje uma supervalorização do indivíduo, sem preocupação com critérios

éticos. O individualismo enfraquece os vínculos comunitários. As relações

humanas são consideradas objetos de consumo, conduzindo a relações afetivas

sem compromisso responsável e definitivo. As mudanças culturais alteraram os

papéis tradicionais de homens e mulheres. As novas gerações crescem na lógica

da vida como espetáculo, considerando o corpo como ponto de referência de sua

realidade presente. Têm atração pelas sensações e crescem sem referência aos

valores e instâncias religiosas.

12. Entre os aspectos positivos dessa mudança cultural aparece o valor fundamental

da pessoa, de sua consciência e experiência, a busca do sentido da vida e da

transcendência. Essa ênfase na valorização da pessoa abre novos horizontes,

onde a tradição cristã adquire renovado valor, sobretudo quando a pessoa se

reconhece no Verbo encarnado.

13. A Igreja Católica tem dado testemunho de Cristo, anunciado seu Evangelho e

oferecido seu serviço de caridade principalmente aos mais pobres, no esforço de

promover sua dignidade e também no empenho de promoção humana nos campos

da saúde, da economia solidária, da educação, do trabalho, da cultura, da

assistência, entre outros. Devido à animação bíblica da pastoral, aumenta o

conhecimento da Palavra de Deus e do amor por ela. A renovação litúrgica

acentuou a dimensão celebrativa e festiva da vida cristã centrada no mistério

pascal de Cristo Salvador, em particular da Eucaristia.

14. Estão sendo superados os riscos de reduzir a Igreja a sujeito político, com melhor

discernimento dos impactos sedutores das ideologias. Nosso povo tem grande

estima pelos sacerdotes. Crescem os esforços de renovação pastoral das

paróquias. A Doutrina Social da Igreja tem animado o testemunho e a ação

solidária de leigos e leigas. Alegra-nos o profundo sentimento de solidariedade que

caracteriza nossas comunidades e a prática de compartilhar e de ajuda mútua.

15. No entanto, o crescimento percentual da Igreja não segue o mesmo ritmo que o

crescimento populacional. Lamentam-se algumas infidelidades à doutrina, à moral,

à comunhão. Percebemos uma evangelização com pouco ardor e sem novos

métodos e expressões, uma ênfase no ritualismo sem o conveniente caminho de

formação. Preocupa-nos uma espiritualidade individualista, uma mentalidade

relativista no ético e no religioso. Na evangelização, na catequese e, em geral, na

pastoral, persistem também linguagens pouco significativas para a cultura atual e

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em particular para os jovens. Falta espírito missionário. Enfrentam-se dificuldades

para assumir a sustentação econômica das estruturas pastorais. Alguns

movimentos eclesiais nem sempre se integram adequadamente na pastoral

paroquial e diocesana. Nas últimas décadas, numerosas pessoas perdem o sentido

transcendente de suas vidas e abandonam as práticas religiosas.

III. IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO

16. A Conferência de Aparecida convocou a Igreja na América Latina e no Caribe a

colocar-se em estado permanente de missão: a missão Continental (DAp 551). A

Igreja é, por natureza, missionária. Essa é sua essência e compromisso de

identidade e fidelidade a Jesus Cristo, missionário do Pai, na força do Espírito

Santo, que chamou, formou discípulos e os enviou em missão. A partir de

Aparecida, a Igreja, povo de Deus, comunidade missionária, sabe que está

convocada para a missão, “para que todos os povos tenham vida em abundância”

(Jo 10,10).

17. O próprio papa Bento XVI nos convida a uma missão evangelizadora que

convoque todas as forças vivas, e a condição indispensável é que nos façamos

autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo. “Ao chamar os seus para que o

sigam Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o evangelho do Reino a

todas as nações (Mt 28,19). Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz

partícipe de sua missão, ao mesmo tempo em que o vincula a ele como amigo e

irmão” (DAp 144). Só quem se torna discípulo pode ser missionário e a missão

forma o discípulo. Todos “de modo harmônico e integrado no projeto pastoral da

Diocese” (DAp 169).

18. Começaremos na nossa Diocese valorizando o que já temos nesta perspectiva,

como por exemplo, a religiosidade popular, “aquela rica e profunda religiosidade

popular, na qual aparece a alma dos povos latino-americanos e o precioso tesouro

da Igreja Católica na América Latina” (DAp 258). Essa religiosidade alimenta-se de

profundas expressões de espiritualidade. A religiosidade popular é o

“imprescindível ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se

faça mais fecunda. Por isso, o discípulo missionário precisa ser sensível a ela,

saber perceber suas dimensões interiores e seus valores inegáveis... ela é, em si

mesma, um gesto evangelizador pelo qual o povo cristão evangeliza a si mesmo e

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cumpre a vocação missionária da Igreja.” Em todos os nossos santuários e

paróquias são previstas as festas dos padroeiros com tríduos, novenas, etc. Como

não tornar estes momentos intensos de fé, momentos de profunda espiritualidade e

de evangelização? Pensemos em quantas pessoas que normalmente não

costumam participar das atividades nas paróquias poderemos aproximar numa

festa. Sem falar de outras práticas ligadas mais à tradição popular como

procissões, caminhadas penitenciais, etc.

19. O Documento de Aparecida (DAp 492ss) aponta os novos espaços de

evangelização, isto é, ambientes onde se faz cultura: o mundo da comunicação e

da educação, da política e dos formadores de opinião no mundo do trabalho, o

mundo dos empresários. Além disso, encontramos novos campos missionários e

pastorais que se abrem. Um deles é a pastoral do turismo e do entretenimento, os

clubes, os esportes, o cinema, centros comerciais e outras opções que diariamente

chamam a atenção e pedem para ser evangelizados.

20. Neste contexto não podemos perder de vista a missão específica que nos foi

confiada ao assumir o compromisso missionário com a nossa igreja-irmã de

Humaitá. Que o triênio missionário seja um incentivo para reforçar os nossos

relacionamentos com esta igreja da Amazônia, e multipliquemos os nossos

esforços na ajuda recíproca, levando em consideração que há mais alegria em dar

do que em receber.

IV. IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

21. Iniciação cristã é um processo pelo qual a pessoa humana é introduzida na

experiência de um “encontro vivo e persuasivo com Cristo”. Isso acontece com o

anúncio de testemunhas autênticas (DAp 280; SC 64).

22. A transcendência é uma das necessidades da pessoa humana. Nascemos todos

com o instinto da religiosidade. É uma força inata que nos impele à transcendência.

Mas isso ainda não é religião. A religião requer um ato consciente e livre da pessoa

humana, não de admitir uma determinada ética, nem de aceitar alguma verdade

doutrinal, mas sim de aderir a uma pessoa, que manifesta o amor de Deus, de uma

forma concreta, doando a vida para salvar a humanidade. Esta pessoa é Jesus

Cristo. A adesão a esta pessoa chamamos Fé.

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23. Na prática, a fé se concretiza como uma teia de relações que, de acordo com o

lugar, a cultura, o jeito de cada povo, vai levando as pessoas a se relacionarem

entre si com gestos de amor (serviço), fortemente arraigados na adesão à pessoa

de Jesus.

24. Isso parecia mais fácil em épocas do passado. Mas, na sociedade de hoje,

constatam-se tantas rupturas, tantos desencontros, tantos desvios que dificultam o

anúncio da pessoa de Jesus. São famílias desestruturadas, instituições sem rumo

definido, pregadores e pregações que apresentam um Cristo que já não é o Cristo

do Evangelho. Constatam-se ainda uma cultura de falsos valores, a relativização

da moral, uma religião intimista, uma igreja institucional, que não é vista como

comunidade, mas “tipo supermercado”, que apenas fornece sacramentos que

interessam às pessoas, em determinados momentos.

25. Diante desta situação e dos desvios gritantes, o Documento de Aparecida (293-

294) é enfático: “A paróquia precisa ser o lugar onde se assegure a iniciação cristã

e terá como tarefas irrenunciáveis: iniciar na vida cristã os adultos batizados e não

suficientemente evangelizados; educar na fé as crianças batizadas em um

processo que as leve a completar sua iniciação cristã; iniciar os não batizados que,

havendo escutado o querigma, querem abraçar a fé” (DAp 293). E segue: “Assumir

essa iniciação cristã exige não só uma renovação de modalidade catequética da

paróquia. Propomos que o processo catequético de formação adotado pela Igreja

para iniciação cristã seja assumido em todo o Continente como a maneira ordinária

e indispensável de introdução na vida cristã e como a catequese básica

fundamental. Depois, virá a catequese permanente que continua o processo de

amadurecimento da fé. Nela se deve incorporar o discernimento vocacional e a

iluminação para projetos pessoais de vida” (DAp 294).

26. Infelizmente, há batizados que, timidamente, exprimem sua pertença à Igreja da

seguinte forma: “Sou católico, mas não sou praticante”. Tais pessoas merecem

pena e perdão, porque, na realidade, não sabem o que estão dizendo. Cristão que

não pratica a vida cristã é uma contradição nos próprios termos.

27. O que espanta é que o número destas pessoas é inumerável. São pessoas que

não participam da Eucaristia, não celebram os sacramentos, não se sentem

inseridos na comunidade eclesial, conhecem superficialmente alguns enunciados

da catequese, não têm consciência da sua missão de ser sal, fermento e luz no

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mundo. E, então, conforme a necessidade social, ou psicológica, ou de

conveniência, buscam esporadicamente algum sacramento.

28. Com espanto, constata-se nas comunidades que, apesar da catequese para

crianças, adolescentes e jovens, as igrejas são menos frequentadas, ano após

ano. De forma alguma, queremos desconhecer ou minimizar as romarias, as

grandes concentrações. Existem na nossa Igreja como em outras denominações.

Devemos analisá-las de forma positiva sem esquecer que devemos também olhá-

las de forma crítica. Até onde vai a religiosidade (que é um instinto) e onde começa

a religião (que é um ato livre e consciente), que decorre da fé (adesão total à

pessoa de Jesus). É a partir daqui, que alguém pode se considerar discípulo

missionário de Jesus. “A messe é grande e os operários são poucos”. É preciso

fazer também das romarias e das concentrações meios de iniciação cristã.

Reconheçamos que o nosso povo é muito religioso. Mas, entre ser religioso e viver

a religião há a necessidade de um processo que chamamos “iniciação cristã”.

29. O dia a dia da pastoral, sobretudo da Catequese, nos convence de que a grande

parte dos que perfazem as etapas da Catequese nas paróquias não ultrapassam o

nível instintivo da religiosidade. O compromisso religioso não é um objetivo. O

objetivo mesmo é atingir o fim de uma etapa, na qual se recebe um determinado

sacramento, mais como sinal social do que como compromisso de fé. É apenas

para apresentar um diploma de uma etapa vencida. Por isso, eventualmente,

recorrem aos sacramentos e, raramente, celebram a Eucaristia. Para celebrar um

casamento, recorre-se à secretaria paroquial, a fim de encaminhar o processo

matrimonial, quando não para pedir licença de realizar a cerimônia num clube. Os

cursos de preparação dos noivos seriam um momento de iniciação cristã. Como

são realizados? Qual o conteúdo? Da mesma forma, os encontros de pais e

padrinhos em preparação para o batismo seriam outro momento de iniciação cristã.

Isso acontece? E por aí afora. Os que trabalham nestes cursos estão preparados

para transmitir o objetivo da Igreja, no que toca à iniciação cristã?

30. A fé é dom de Deus. Não se é cristão por uma decisão ética, nem por causa de

uma ideia, mas pela adesão a um acontecimento, a uma Pessoa: Jesus Cristo. O

grande desafio é o seu seguimento. Mas, como seguir alguém que não é

conhecido? E o que fazer para fazê-lo conhecido? Novamente, buscamos a

resposta na aplicação da “iniciação cristã”.

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31. Hoje em dia, costuma-se falar em formação permanente ou continuada. No nível

acadêmico, definem-se até as etapas posteriores do ensino fundamental:

bacharelado, graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado. Em

todas as profissões busca-se cada vez mais o aperfeiçoamento, a especialização.

É edificante ver pessoas altamente especializadas, falando de forma convincente

de assuntos que elas dominam. Por outro lado, é lastimável, quando nos

defrontamos com algumas destas pessoas tendo a coragem de se pronunciar em

termos de conteúdo e de vivência da fé. Dão a nítida impressão de estarem ainda

exibindo “o terninho ou o vestidinho da primeira comunhão”. Mas, quem se

aperfeiçoa para ser esposo, esposa, pai, mãe? O que é formação integral da

pessoa? Podemos afirmar que algum cristão alcançou a formação integral, se não

chegou ainda a um “encontro pessoal com Cristo?”. Isso compreenderia “o cultivo

da amizade com Cristo pela oração, o apreço pela celebração litúrgica, a

experiência comunitária, o compromisso apostólico, mediante um permanente

compromisso aos demais” (DGAE 86). A pessoa humana integral é a pessoa

humana sonhada por Deus. Uma pessoa sem fé, infelizmente, não pode ser dita

“pessoa humana integral”.

32. O contexto em que vivemos é marcado pelo pluralismo e pelo subjetivismo. Tem-

se grande respeito pela individualidade da pessoa, que tem sua liberdade, sua

experiência, sua capacidade, seus valores, sua caminhada cristã pela ação do

Espírito Santo. Cada pessoa é única. Por isso, a importância e a necessidade de

uma atenção e acompanhamento personalizados. O processo de iniciação cristã

não impõe nada, mas respeita a individualidade. A persuasão acontece pelo

testemunho de vida de membros da comunidade e da própria comunidade. Esse

testemunho também desperta e estimula a busca da verdade. Essa é a pedagogia

do Evangelho. “Mestre, onde moras? Vinde e vede! E eles foram, ficaram com

Jesus, fizeram a experiência. Transmitiram a experiência a outros, e estes foram

convidados a se aproximar de Jesus para um contato pessoal e fazer a sua

experiência de Jesus”.

33. Assim funciona o processo da iniciação cristã. “Os discípulos não buscaram, em

primeiro lugar doutrinas, mas o encontro pessoal, o relacionamento solidário e

fraterno, a acolhida, a vivência implícita do próprio Evangelho” (DGAE 89).

Crianças, adolescentes, jovens, adultos, batizados e não suficientemente

evangelizados, os não batizados que querem abraçar a fé; para todos o lugar da

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iniciação cristã é a comunidade eclesial (DGAE 90). O objetivo último é formar

discípulos missionários que basicamente serão exemplos de vida cristã que, pelo

testemunho, se tornam capazes de persuadir a outros a buscar a adesão pessoal e

o encontro com Cristo. A formação destes discípulos missionários deve integrar

cinco aspectos fundamentais: o encontro com Cristo, a conversão, o discipulado, a

comunhão, a missão. Tudo isto deve ter como pano de fundo e, ao mesmo tempo,

como objetivo o próprio objetivo de Cristo, que se fez todo para todos, pão da vida,

tendo preferência pelos mais pobres.

V. IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL

34. Deus se dá a conhecer no diálogo que estabelece conosco. Conclui-se como é

importante que o Povo de Deus seja educado e formado claramente para conhecer

as Sagradas Escrituras na sua relação com a Tradição viva da Igreja,

reconhecendo nelas a própria Palavra de Deus (VD 17-18).

35. Vinculado à iniciação à vida cristã, o atual momento da ação evangelizadora

convida o discípulo missionário a redescobrir o contato pessoal e comunitário com

a Palavra de Deus como lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo (DAp 247-

249). É, pois, no contato eclesial com a Palavra de Deus que o discípulo

missionário, permanecendo fiel, vai encontrar forças para atravessar um período

histórico de pluralismo e grandes incertezas. O mundo fala, mas tem sede da

palavra que guia, tranquiliza, impulsiona, envolve, ajuda a discernir. O mundo tem

sede, portanto, da Palavra de Deus.

36. Ao se curvar diante da Palavra, o discípulo missionário sabe que não o faz

isoladamente. Acolhe o dom da Palavra na Igreja e com toda a Igreja. Assim, a

Palavra é saboreada na gratuidade e na eclesialidade. Quantas comunidades se

nutrem dominicalmente da Palavra de Deus! Quanta riqueza evangelizadora

acontece nos Grupos de Reflexão!

37. São vários os métodos de leitura da Bíblia. A Conferência de Aparecida destacou

a Leitura Orante como caminho de encontro com a Palavra de Deus. Nela, o

discípulo missionário acolhe a Palavra como dom, mergulha na riqueza do texto

sagrado e, sob o impulso do Espírito, assimila esta Palavra na vida e na missão.

38. A Igreja, como casa da Palavra deve, antes de tudo, privilegiar a Liturgia, pois esta

é o âmbito privilegiado onde Deus fala à comunidade. Nela Deus fala e o povo

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escuta e responde. Cada ação litúrgica está, por sua natureza, impregnada da

Escritura Sagrada.

39. A Diocese de Blumenau quer investir cada vez mais na formação de todos os

católicos para que, nas mais diversas formas de seguimento e missão, sejam

agentes deste contato vivo, apaixonado e comprometido com a Palavra de Deus.

Assim, como toda a Igreja, todos os serviços eclesiais precisam estar

fundamentados na Palavra de Deus e serem por ela iluminados. Para que isto

aconteça, algumas atitudes e vivências tornam-se indispensáveis:

40. Em primeiro lugar, nos deparamos com a necessidade de possuir a Bíblia. No

entanto, é necessário também que a pessoa seja ajudada a ler corretamente a

Escritura, “chegar à interpretação adequada dos textos bíblicos e empregá-los

como mediação do diálogo com Jesus Cristo” (DAp 248; VD 73).

41. O Ano da Palavra deu novo impulso à animação bíblica em nossa Diocese.

Despertou nossas comunidades para a leitura orante da Palavra de Deus,

valorizando as celebrações da Palavra e fortalecendo os Grupos de Reflexão. Por

isso, é importante que, nos próximos anos, continuemos a incentivar a “Lectio

Divina” com seus quatro momentos: leitura, meditação, oração, contemplação, que

favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo, o Verbo de Deus (DAp 249).

42. Dentre as diferentes formas de animação bíblica da pastoral, sobressaem aquelas

que reúnem grupos de famílias – os nossos Grupos de Reflexão – em torno à

meditação e vivência da Palavra de Deus. O ano de 2012, como Ano da Família

em nossa Diocese e, em comunhão com o Encontro Mundial das Famílias, será um

tempo de grande renovação do ministério junto às famílias de nossas

comunidades, um tempo de missão permanente, onde procuraremos reacender o

ardor pela Palavra e pela Liturgia.

43. Dado que a Bíblia encerra “valores antropológicos e filosóficos que influíram

positivamente sobre toda a humanidade”, é importante favorecer o conhecimento

da mesma “entre os agentes culturais, mesmo nos ambientes secularizados e entre

a educação religiosa (VD 110-111).

44. Investir na animação bíblica da pastoral e em agentes e equipes leva à instituição

e à formação continuada dos ministros e ministras da Palavra. Implica a

“necessidade de cuidar, com uma adequada formação, do exercício do múnus de

leitor na celebração litúrgica (...), com capacitação não apenas bíblica e litúrgica,

mas também técnica” (VD 58).

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45. Em todos os níveis da ação evangelizadora – Diocese, Paróquia, Comunidade –

sejam fortalecidas as iniciativas com a específica missão de propiciar meios de

aproximação de cada pessoa com a Palavra de Deus para entrar em comunhão e

oração com ela; evangelizar e proclamá-la como vida em abundância para todos.

Para isso, o material para os Grupos de Reflexão seja sempre mais valorizado

como instrumento valioso na animação bíblica. Além disso, sejam proporcionados

retiros, cursos, encontros, e outras iniciativas a partir da realidade local.

46. No próximo Triênio Missionário, dentro das comemorações do Cinquentenário do

Concílio Vaticano II, haja a possibilidade de oferecer a todos um contato mais

estreito com os documentos referentes à Palavra de Deus e à Sagrada Liturgia.

VI. IGREJA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES

47. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, citando o

Documento de Aparecida, nos lembram que “a dimensão comunitária é intrínseca

ao mistério e à realidade da Igreja que deve refletir a Santíssima Trindade” (DAp

304), pois “sem vida em comunidade, não há como efetivamente viver a proposta

cristã, isto é, o Reino de Deus. A comunidade acolhe, forma e transforma, envia em

missão, restaura, celebra, adverte e sustenta” (Doc. 94, n.56).

48. A Diocese de Blumenau, segundo os dados (IBGE) do último censo de 2010,

possui 636.171 habitantes. Possuímos 38 Paróquias, 2 Áreas Pastorais e 278

Comunidades. Atuam em nossa Diocese, 6 Congregações Religiosas Femininas e

5 Masculinas e ainda há a presença de uma Comunidade de Vida e Aliança.

49. A Igreja em Santa Catarina nos convida a criar redes de comunidades. É nos

setores e nas pequenas comunidades, como os grupos de família (grupos de

reflexão), as comunidades eclesiais de base, as comunidades territoriais, as novas

comunidades, que acontece o convívio e se favorecem vínculos profundos,

afetividade, interesses comuns, estabilidade e solidariedade nos sonhos, nas

alegrias e nas dores (Plano Regional de Pastoral, n. 75).

50. Para sermos uma Igreja Comunidade de Comunidades faz-se necessário

passarmos de uma pastoral de “conservação/manutenção” para uma pastoral

autenticamente “missionária”. Em vista disso, a Diocese de Blumenau, definiu em

sua última Assembleia de Pastoral que, para o triênio de 2012-2014, viveremos um

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Triênio Missionário, dando destaque à Família (2012), à Juventude (2013) e à

Formação de Lideranças (2014).

51. O Plano Regional de Pastoral lembra-nos que “as paróquias têm papel

fundamental para se tornarem uma rede de comunidades. O valor primordial tem

que ser o diálogo, que permite maior aproximação e caminho permanente de

fraternidade. Na paróquia precisam ser estimuladas as diferentes vocações,

carismas, espiritualidades, movimentos, serviços, ministérios...” (n. 75 c.). “Uma

Igreja ministerial, com atuação forte dos leigos e leigas. A Igreja confia-lhes

espaços de participação, bem como ministérios e responsabilidades, para que

todos vivam o compromisso de batizados” (n.76).

52. Somos convidados a realizar uma verdadeira Pastoral de Conjunto, integrando as

pastorais e movimentos nas atividades propostas para este Triênio Missionário,

animando, assim, nossas Comarcas, Paróquias e Comunidades.

VII. IGREJA A SERVIÇO DA VIDA PLENA PARA TODOS

53. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). O

texto resume a missão de Jesus e, por extensão, também a missão da Igreja.

Exige que o cristão assuma atitudes, não apenas no que se refere ao anúncio do

imprescindível valor da vida, mas também através de práticas que ajudam a vida a

desabrochar e florescer, em toda a sua plenitude. Em meio a um mundo marcado

por tantos sinais de morte e inúmeras formas de exclusão, “a Igreja, em todos os

seus grupos, movimentos, associações, animados por uma Pastoral Social

estruturada, orgânica e integral, tem a importante missão de defender, cuidar e

preservar a vida, em todas as suas expressões”. O serviço da vida começa pelo

respeito à dignidade da pessoa humana, através de iniciativas como:

a. Promover e defender a dignidade da vida humana em todas as etapas da

existência, desde a fecundação até a morte natural;

b. Tratar o ser humano como fim e não como meio, respeitando-o em tudo o

que lhe é próprio: corpo, espírito e liberdade;

c. Tratar o ser humano sem preconceitos nem discriminação, acolhendo,

perdoando, recuperando a vida e a liberdade de cada pessoa, tendo

presente as condições materiais e o contexto histórico, social, cultural em

que cada pessoa vive;

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d. Olhar especial merece a família, patrimônio da humanidade, lugar e escola

de comunhão, primeiro lugar para a iniciação cristã das crianças, no seio da

qual os pais são os primeiros catequistas. A família é considerada um dos

eixos da ação evangelizadora. A Pastoral Familiar, como os demais

movimentos familiares poderão contribuir para que a família seja, de fato,

lugar da realização humana, de santificação na experiência da paternidade e

filiação e de educação contínua e permanente da fé;

e. Crianças, adolescentes e jovens, que constituem parcela importante da

população, precisam de mais atenção por parte de nossas comunidades

eclesiais, pois são os mais expostos ao drama do abandono e ao perigo das

drogas, da violência, da venda de armas, do abuso sexual, bem como a

falta de oportunidades e perspectivas do futuro. Além da Pastoral da

Juventude, torna-se urgente a Pastoral Universitária como também uma

Pastoral Infanto-Juvenil mais consistente e efetiva em nossas Igrejas.

54. No serviço à vida, a Igreja deve acompanhar as alegrias e preocupações dos

trabalhadores e trabalhadoras. A Igreja deve fazer-se presente nos locais de

trabalho, nos sindicatos, nas associações de classe e lazer. Em nossos dias,

através das diversas pastorais sociais, numa luta contra o desemprego e

subemprego. Merecem uma atenção especial:

a. Os migrantes, forçados pela busca de trabalho e moradia;

b. Os migrantes sazonais, os que constituem mão de obra barata e super

exploração;

c. Vítimas de tráfico de pessoas seduzidas por propostas de trabalho que

levam também a exploração sexual;

d. Trabalhadores explorados pelos métodos de terceirização e vítimas de

atravessadores de mão de obra;

e. Novos migrantes estrangeiros em busca de sobrevivência em nossa Pátria,

muitos vivendo a situação de não cidadania e discriminação. Diante desses

desafios e realidades, é urgente a Igreja acompanhar os migrantes e

refugiados.

55. Promover uma sociedade que respeite as diferenças, combatendo o preconceito e

as discriminações nas mais diversas esferas, efetivando a convivência pacífica das

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várias etnias, culturas e expressões religiosas, o respeito às legítimas diferenças. A

Igreja, como Mãe, deve ser a primeira a se interessar pela defesa dos Direitos

Humanos. Deve estar atenta, porém, para que, nesta luta, não haja manipulação e

distorções prejudiciais à vida plena.

56. É importante educar para a preservação da natureza e o cuidado com a ecologia

humana, através de atitudes que respeitem a biodiversidade e de ações que zelem

pelo meio ambiente. Entre essas ações destaca-se a preservação da água,

evitando sua privatização, mas também do solo e do ar.

57. Incentive-se cada vez mais a participação social e política dos cristãos leigos e

leigas nos diversos níveis e instituições, promovendo a formação permanente e

ações concretas nos Conselhos de Direito e em Campanhas populares.

58. Deve haver um empenho na busca de Políticas Públicas que oferecem condições

necessárias ao bem estar de pessoas, famílias e povos. Estas políticas devem

estar voltadas para a defesa e promoção da vida e do bem comum, segundo a

Doutrina Social da Igreja. Atenção especial deve ser dada pela Igreja à Pastoral

carcerária. Faz-se necessária a presença da Igreja junto a numerosa população

reclusa em condições desumanas. É urgente a formação de pensadores e pessoas

que estejam em níveis de decisão, evangelizando, com especial atenção e

empenho:

59. O mundo universitário: uma consistente Pastoral Universitária é necessária em

quase todas as Igrejas particulares;

60. O mundo da Comunicação, garantindo a presença da Igreja no diálogo com a

mentalidade e a cultura contemporânea, à luz dos valores do evangelho.

61. O mundo dos empresários: presença Pastoral junto aos empresários, aos

políticos, aos formadores de opiniões do mundo do trabalho, dirigentes sindicais e

comunitários.

62. No contexto cultural cada dia mais marcado pelo ceticismo diante do

conhecimento da verdade, a evangelização assume o desafio de aproximar a fé e a

razão, através do diálogo atento, atualizado e corajoso com as pessoas de hoje.

63. Este diálogo se faz urgente no contexto eclesial da “nova evangelização”,

mantendo e proclamando com firmeza os elementos essenciais da fé, com adesão

intelectual à Revelação.

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64. Em nosso tempo, cada vez mais leigos e leigas se interessam por sua formação

teológica, também na Doutrina Social da Igreja, tornando-se verdadeiros

missionários da caridade no seio da sociedade secular.

65. Neste ano de 2012, queremos deter-nos sobre a realidade familiar. Afirma o

Documento de Aparecida que “a família está fundada no sacramento do

matrimônio entre um homem e uma mulher, sinal do amor de Deus pela

humanidade e da entrega de Cristo por sua esposa, a Igreja” (nº 433ss). A família

tem origem, tem o seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último

destino na comunhão de amor das três pessoas da Santíssima Trindade.

66. Devemos, portanto, assumi-la como um dos eixos transversais de toda a ação

evangelizadora da Igreja, e respaldá-la por uma pastoral familiar intensa, vigorosa

e frutuosa. Trabalhando em favor da família, estaremos trabalhando

contemporaneamente com toda a realidade pastoral da nossa diocese. Coloco aqui

agora algumas pistas de ação que poderão nos ajudar a refletir:

a. Evitar o pessimismo. A um aluno do ensino superior foram apresentadas

algumas questões para responder, e no meio dessas, havia uma questão a

respeito da família. O aluno sem hesitação respondeu que a instituição

família “já era”. Procuremos ao menos, neste ano, ser positivos, e acreditar

que podemos fazer muito em favor da família.

b. A oração em família. Devemos acreditar que quem salva a família é a

oração. Engajar os grupos de reflexão para que alarguem seus raios de

ação atingindo o maior número de famílias.

c. Ação de prevenção. Rever os cursos de preparação para o matrimônio,

fazer uma séria análise sobre os objetivos que queremos alcançar e ver se

os métodos são ainda válidos, ou se necessitam de uma revisão.

d. Realizar um censo na paróquia, através dos pais das crianças da catequese

(por exemplo) para descobrir os casais amasiados que vivem sem o

sacramento do matrimônio e fazer um acompanhamento junto às crianças.

e. Ajudar a família a superar os momentos de crise que podem ocorrer. Pensar

em criar nas paróquias centros de atendimento às famílias com a presença

de psicólogos voluntários que prestem seus serviços atendendo famílias

carentes em todos os níveis.

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f. Incentivar em nossas paróquias a Pastoral dos casos especiais, casais de 2ª

união, proporcionando âmbitos adequados para a acolhida e integração na

comunidade.

g. Integrar os vários movimentos familiares, para que promovam iniciativas

comuns que tenham como alvo a família.

VIII. ANO DA FÉ

O Santo Padre, o Papa Bento XVI, através de sua carta apostólica Porta fidei

(Porta da Fé), proclama o ano de 2012 como o Ano da Fé, que se iniciará em 11 de

outubro de 2012, no 50º aniversário de abertura do Concílio Vaticano II e no 20º

aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo Beato

Papa João Paulo II, e terminará em 24 de novembro de 2013, Solenidade de Cristo Rei do

Universo. "Será um momento de graça e de empenho para uma sempre mais plena

conversão a Deus, para reforçar a nossa fé n'Ele e para anunciá-Lo com alegria ao

homem do nosso tempo", explicou o Papa.

Para a vivência deste Ano, a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu algumas

indicações para melhor vivermos o Ano da Fé.

1. Em nível diocesano

1.1. Deseja-se uma celebração de abertura do Ano da Fé e uma solene conclusão

do mesmo, em nível de cada Igreja particular, ocasião para “confessar a fé no

Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro”.

1.2. Será oportuno organizar em cada Diocese do mundo uma jornada sobre

o Catecismo da Igreja Católica, convidando especialmente os sacerdotes, as

pessoas consagradas e os catequistas.

1.3. Cada Bispo poderá dedicar uma Carta Pastoral ao tema da fé, recordando a

importância do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica levando em

conta as circunstâncias pastorais específicas da porção de fiéis a ele confiada.

1.4. Deseja-se que em cada Diocese, sob a responsabilidade do Bispo, sejam

organizados momentos de catequese, destinados aos jovens e àqueles que estão

em busca de um sentido para a vida, com a finalidade de descobrir a beleza da fé

eclesial, e que sejam promovidos encontros com as testemunhas significativas da

mesma.

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1.5. Será oportuno valorizar a assimilação do Concílio Vaticano II e do Catecismo

da Igreja Católica na vida e na missão de cada Igreja Particular, especialmente em

âmbito catequético. Haja empenho renovado por parte das coordenações de

catequese das Dioceses, as quais têm o dever de providenciar a formação dos

catequistas no que diz respeito aos conteúdos da fé.

1.6. A formação permanente do clero poderá ser concentrada, especialmente

neste Ano da Fé, nos Documentos do Concílio Vaticano II e no Catecismo da Igreja

Católica, tratando, por exemplo, de temas como “o anúncio do Cristo ressuscitado”,

“a Igreja, sacramento de salvação”, “a missão evangelizadora no mundo de hoje”,

“fé e incredulidade”, “fé, ecumenismo e diálogo inter-religioso”, “fé e vida eterna”, “a

hermenêutica da reforma na continuidade”, “o Catecismo na preocupação pastoral

ordinária”.

1.7. Os Bispos são convidados a organizar, especialmente no período da

Quaresma, celebrações penitenciais nas quais se peça perdão a Deus, também e

particularmente, pelos pecados contra a fé. Este Ano será também um tempo

favorável para se aproximar com maior fé e maior frequência do sacramento da

Penitência.

1.8. Deseja-se um envolvimento do mundo acadêmico e da cultura por uma

renovada ocasião de diálogo criativo entre fé e razão por meio de simpósios,

congressos e jornadas de estudo, especialmente nas universidades católicas,

mostrando “que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica,

porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade”.

1.9. Será importante promover encontros com pessoas que, “embora não

reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do

sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo”.

1.10. O Ano da Fé poderá ser uma ocasião para prestar uma maior atenção às

escolas católicas, lugares próprios para oferecer aos alunos um testemunho vivo

do Senhor e para cultivar a sua fé com uma referência oportuna à utilização de

bons instrumentos catequéticos, como por exemplo, o Compêndio do Catecismo da

Igreja Católica ou como o Youcat.

2. Em nível das paróquias / comunidades / associações / movimentos

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2.1. Em preparação para o Ano da Fé, todos os fiéis são convidados a ler e meditar

atentamente a Carta apostólica Porta fidei do Santo Padre Bento XVI.

2.2. O Ano da Fé “será uma ocasião propícia também para intensificar

a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia”. Na Eucaristia,

mistério da fé e fonte da nova evangelização, a fé da Igreja é proclamada,

celebrada e fortalecida. Todos os fiéis são convidados a participar dela

conscientemente, ativamente e frutuosamente, a fim de serem testemunhas

autênticas do Senhor.

2.3. Os sacerdotes poderão dedicar maior atenção ao estudo dos documentos do

Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, tirando daí fruto para a

pastoral paroquial – a catequese, a pregação, a preparação aos sacramentos – e

propondo ciclos de homilias sobre a fé ou sobre alguns dos seus aspectos

específicos, como por exemplo, “o encontro com Cristo”, “os conteúdos

fundamentais do Credo”, “a fé e a Igreja”.

2.4. Os catequistas poderão haurir sobremaneira da riqueza doutrinal do Catecismo

da Igreja Católica e guiar, sob a responsabilidade dos respectivos párocos, grupos

de fiéis à leitura e ao aprofundamento deste precioso instrumento, a fim de criar

pequenas comunidades de fé e de testemunho do Senhor Jesus.

2.5. Deseja-se que nas paróquias haja um empenho renovado na difusão e na

distribuição do Catecismo da Igreja Católica ou de outros subsídios adequados às

famílias, que são autênticas igrejas domésticas e primeiro lugar da transmissão da

fé, como por exemplo, no contexto das bênçãos das casas, dos batismos dos

adultos, das crismas, dos matrimônios. Isto poderá contribuir para a confissão e

aprofundamento da doutrina católica “nas nossas casas e no meio das nossas

famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de

transmitir às gerações futuras a fé de sempre”.

2.6. Será oportuno promover missões populares e outras iniciativas nas paróquias

e nos lugares de trabalho para ajudar os fiéis a redescobrir o dom da fé batismal e

a responsabilidade do seu testemunho, na consciência de que a vocação cristã “é

também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado”.

2.7. Neste tempo, os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das

Sociedades de Vida Apostólica são solicitados a se empenhar na nova

evangelização, com uma adesão renovada ao Senhor Jesus, pela contribuição dos

próprios carismas e na fidelidade ao Santo Padre e à sã doutrina.

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2. 8. As Comunidades contemplativas durante o Ano da Fé dedicarão uma intenção

de oração especial para a renovação da fé no Povo de Deus e para um novo

impulso na sua transmissão às jovens gerações.

2.9. As Associações e os Movimentos eclesiais são convidados a serem

promotores de iniciativas específicas, as quais, pela contribuição do próprio

carisma e em colaboração com os Pastores locais, sejam inseridas no grande

evento do Ano da Fé. As novas Comunidades e os Movimentos eclesiais, de modo

criativo e generoso, saberão encontrar os modos mais adequados para oferecer o

próprio testemunho de fé ao serviço da Igreja.

2.10. Todos os fiéis, chamados a reavivar o dom da fé, tentarão comunicar a

própria experiência de fé e de caridade dialogando com os seus irmãos e irmãs,

também com os das outras confissões cristãs, com os seguidores de outras

religiões e com aqueles que não creem ou são indiferentes. Deste modo se deseja

que todo o povo cristão comece uma espécie de missão endereçada aqueles com

os quais vive e trabalha, com consciência de ter recebido “a mensagem da

salvação para comunicar a todos”.