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INTROCRIM INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA CONTATO Endereço Introcrim Rua Fernando Amaro, 60 - Sala 34 CEP 80.045-080 Alto da XV - Curitiba/PR Online Email: [email protected] Website: www.introcrim.com www.introcrim.com.br CURSO PRESENCIAL

INTRODUÇÃO À CRIMINOLOGIA€¦ · INTRCRIM Introdução à Criminologia 8 // 23 O NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA 1. Movimentos Penais Ilustrados: o problema em sugerir uma Escola Clássica

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INTROCRIM

INTRODUÇÃO ÀCRIMINOLOGIA

CONTATO

Endereço

IntrocrimRua Fernando Amaro, 60 - Sala 34CEP 80.045-080Alto da XV - Curitiba/PR

Online

Email: [email protected] Website: www.introcrim.com www.introcrim.com.br

CURSO PRESENCIAL

Introcrim Treinamento em Desenvolvimento Profissional Ltda.

SUMÁRIO

INTROCRIM.COM

INTRODUÇÃO ÀCRIMINOLOGIA

AULA 02 | DIACRONIA DA CRIMINOLOGIA LIBERAL

AULA 03 | MÉTODO DA CRIMINOLOGIA RADICAL

AULA 04 | CRIMINOLOGIA CRÍTICA E AMÉRICA LATINA

AULA 01 | CONCEITOS E FORMAÇÃO DA CRIMINOLOGIA

| INTRODUÇÃO

PÁG. 10

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INTRODUÇÃO

SOBRE O CURSO

Por meio de uma abordagem crítica, o presente curso tem por objetivo apresentar aos mais diversos públicos uma introdução à Criminologia, enquanto estudo das determinações do crime. Em um processo transdisciplinar, que envolve uma contextualização em meio ao universo das ciências criminais - tanto empíricas quanto normativas - propõe-se uma discussão sobre a formação da Criminologia como ciência, passando pelas principais escolas criminológicas até uma análise da Criminologia Crítica, com o intuito de fomentar uma visão desconstruída da realidade do Sistema de Justiça Criminal.

Não é possível compreender as ciências penais e o sistema de justiça criminal senão a partir de uma abordagem crítica, que avalie todas as questões e problemáticas que daí surgem desde uma análise estrutural da sociedade. A importância do Curso de Introdução à Criminologia reside exatamente em apresentar ao público alvo as ferramentas necessárias para essa compreensão.

MÓDULO #01CONCEITOS E FORMAÇÃODA CRIMINOLOGIA

PROF. RICARDO ALVES KRUGMestrando em Criminologia pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Universidade de São Paulo (USP). Graduate Foundations Certified Professional, com foco em Criminologia, pela Columbia University in the City of New York (EUA). Especialista em Criminologia, Direito Penal e Política Criminal pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC). Especializando em Gestão Contábil pela FAE Business School (FAE). Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba (UniCuritiba). Diretor do Introcrim. Coordenador Adjunto do Laboratório de Ciências Criminais do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM/PR).

Referências Bibliográficas e Pontos da Aula

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LEITURAS OBRIGATÓRIAS

BATISTA, Vera Malaguti. Introdução Crítica à Criminologia Brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2011.

ANITUA, Gabriel Ignacio. Histórias dos Pensamentos Criminológicos. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

GARLAND, David. Of crime and criminals: the development of criminology in Britain. In: MAGUIRE,

M.; MORGAN, R.; REINER, R. (eds.). The Oxford Handbook of Criminology. 3 ed. Oxford: Clarendon

Press, 2002.

MUNCIE, John. The construction and deconstruction of crime. In: MUNCIE, J.; MCLAUGHIN, E. (eds.).

The Problem of Crime. Londres: Sage, 2001.

TAPPAN, Paul. Who is the criminal? In: American Sociological Review. Vol. 12. No. 1. 1947.

LEITURAS ADICIONAIS

MATERIAL DE APOIO

CRIMINOLOGIA ou Criminalística? (Temporada 1, ep. 5.) Introcrim [Web Série]. Produção: Ricardo

Alves Krug. Curitiba: Introcrim, 2019. (8 min.), son., color. YouTube. Disponível em: <https://youtu.be/

clRZeqddGwk>.

O NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA

1. O que é a Criminologia: breves apontamentos sobre as dificuldades em estabelecer os

limites da disciplina.

2. Discurso e disciplina: a constituição da Criminologia enquanto disciplina no final do século

XIX e a concepção de David Garland sobre as suas características.

3. A junção de dois projetos: a distinção entre o projeto governamental e o projeto lombrosiano,

com a junção de ambos resultando na formação das vertentes criminológicas.

4. Conceito de Edwin Sutherland: making the law, breaking the law and society’s reaction.

5. Conceitos de crime: introdução sobre as diversas formas de se pensar o conceito de crime

como violação da lei penal ou de códigos morais; como construção social; censura ideológica;

invenção histórica; ou como dano social.

INTROCRIM Introdução à Criminologia

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O NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA

1. Movimentos Penais Ilustrados: o problema em sugerir uma Escola Clássica da Criminologia.

2. Cesare Beccaria: a fundação da Accademia dei Pugni, publicação de “Dos Delitos e das

Penas” e as contribuições do Marquês de Beccaria para a reforma e racionalização do sistema de

justiça criminal.

3. Jean-Paul Marat e o potencial revolucionário: as contribuições esquecidas de Marat

enquanto um visionário de problemas relativos à administração da justiça.

4. Jeremy Bentham: a fundação de uma ética utilitária racional e a construção do modelo do

Panopticon de prisão.

5. Revolução positivista e seus precursores intelectuais: o contexto histórico de mudanças

nas ciências biológicas e sua transposição para as ciências sociais; as contribuições da fisionomia,

frenologia e da teoria da evolução.

6. Escola Positivista Italiana: a fundação da primeira escola criminológica com unidade de

objeto e método e seu destaque internacional.

7. A antropologia criminal de Cesare Lombroso: as contribuições de Cesare Lombroso para

a fundação da Criminologia a partir de seus estudos na antropologia criminal; apresentação de “O

homem delinquente”; balanço de contribuições e críticas.

8. Enrico Ferri e Rafaele Garofalo: os avanços de Ferri no projeto positivista, sua relação

com o Direito e as influênciais sociais; o conceito de crime natural de Garofalo e suas posições

conservadoras.

9. Eugenia e Criminologia: a teoria da evolução e a seleção ativa na sociedade; a apropriação

da antropologia criminal pelo discurso eugenista; os horrores do nazismo e de sua política de

extermínio.

10. Tendências biológicas modernas: a persistência da etiologia individual na Criminologia;

a relação entre o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o crime; influências da

nutrição na prática delituosa; testosterona e violência.

11. Positivismo Psicológico: associação diferencial, behaviorismo e aprendizagem social.

12. Avaliando o Positivismo: os principais problemas do paradigma positivista na Criminologia.

Referências Bibliográficas e Pontos da Aula

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LEITURAS OBRIGATÓRIAS

BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. 4 ed. São Paulo: Fundação Calouste Gulbenkian, 2016

CIRINO DOS SANTOS, Juarez. A Criminologia da Repressão: uma crítica ao positivismo em

Criminologia. Rio de Janeiro: Forense, 1979.

LOMBROSO, Cesare. O Homem Delinquente. São Paulo: Ícone, 2017.

FERRI, Enrico. The Positive School of Criminology. Chicago: Charles H. Kerr & Company, 1913.

HOLLIN, Clive. Psychology and Crime. 2 ed. London: Routledge, 2012.

LOMBROSO, Cesare. Criminal Man. Trad. Mary Gibson e Nicole Hahn Rafter. Londres: Duke

University Press, 2006.

MANNHEIM, Herbert (ed.). Pioneers in Criminology. 2 ed. Londres: Patterson Smith, 1972.

MARAT, Jean-Paul. Plano de Legislação Criminal. São Paulo: Quartier Latin, 2008.

RAFTER, Nicole H. Criminal anthropology in the United States. In: Criminology. Vol. 30. No. 4. 1992.

SUTHERLAND, Edwin; CRESSEY, Donald. Principles of Criminology. 5 ed. J.B. Lippincott Company,

1955.

LEITURAS ADICIONAIS

MATERIAL DE APOIO

CESARE Lombroso: o pai da Criminologia? (Temporada 1, ep. 1.) Introcrim [Web Série]. Produção:

Ricardo Alves Krug. Curitiba: Introcrim, 2018. (9 min.), son., color. YouTube. Disponível em: <https://

youtu.be/L5s_nbhlJAk>

CESARE Beccaria: o “criminólogo” iluminista? (Temporada 1, ep. 3.) Introcrim [Web Série]. Produção:

Ricardo Alves Krug e Thiago Celli de Araújo. Curitiba: Introcrim, 2019. (12 min.), son., color. YouTube.

Disponível em: <https://youtu.be/8nZA1JIyMg4>

EUGENIA e Criminologia: uma raça a exterminar? (Temporada 1, ep. 4.) Introcrim [Web Série].

Produção: Ricardo Alves Krug. Curitiba: Introcrim, 2019. (16 min.), son., color. YouTube. Disponível

em: <https://youtu.be/ MyKcoBb5RWo>

NOVE Ideias de Cesare Beccaria (Temporada 1, ep. 2.) Introcrim Express [Web Série]. Produção:

Ricardo Alves Krug. Curitiba: Introcrim, 2019. (6 min.), son., color. YouTube. Disponível em: <https://

youtu.be/ V1RS4BtPAzc>

MÓDULO #02DIACRONIA DA CRIMINOLOGIA LIBERAL

PROF. MSC. CAIO PATRICIO DE ALMEIDAMestre em Direito Penal e Criminologia pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Criminologia, Direito Penal e Política Criminal pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC). Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba (UniCuritiba). Professor de Direito Penal da Faculdade de Pinhais (FAPI). Advogado e sócio do escritório Dieter e Almeida Advogados Associados. Coordenador Adjunto do Laboratório de Ciências Criminais do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM/PR).

Referências Bibliográficas e Pontos da Aula

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DIACRONIA DO PENSAMENTO CRIMINOLÓGICO LIBERAL

1. Etiologia: características das etiologias individuais e ambientais.

2. Teoria da escolha racional: desdobramentos político criminais a partir de análises de custo-

benefício, especialmente a “teoria das janelas quebradas” e as políticas de tolerância zero; o mito da

racionalidade informada.

3. Escola de Chicago: a principal escola etiológica social e sua construção de uma criminologia

ambiental.

4. Teoria da anomia: o conceito de anomia, as pressões anômicas e a tipologia das adaptações

de Robert King Merton.

5. Subculturas criminais: as contribuições dos estudos subculturais criminológicos e a chave

interpretativa das técnicas de neutralização.

6. Associação diferencial: o crime como conhecimento aprendido a partir do relacionamento

com outras pessoas, desde a concepção de Edwin Sutherland.

7. Labeling Approach: o paradigma da reação social, teorema de Thomas e a construção do

criminoso na perspectiva dos teóricos do etiquetamento.

LEITURAS OBRIGATÓRIAS

ALBRECHT, Peter-Alexis. Criminologia: uma fundamentação para o Direito Penal. Rio de Janeiro:

Lumen Juris, 2010.

BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2011

BECKER, Howard. Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

BERNARD, Thomas J.; SNIPES, Jeffrey B.; GEROULD, Alexander L. VOLD’S Theoretical Criminology.

7 ed. New York: Oxford University Press, 2015.

GARLAND, David. A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade contemporânea. Rio

de Janeiro: Revan, 2008.

TAYLOR, Ian; WALTON, Paul; YOUNG, Jock. The New Criminology. In: MCLAUGHLIN, Eugene;

MUNCIE, John; HUGHES, Gordon (Ed.). Criminological perspectives: essential readings. 2 ed.

Londres: Sage, 2005, p. 257-270.

YOUNG, Jock. A sociedade excludente. Rio de Janeiro: Revan, 2002.

INTROCRIM Introdução à Criminologia

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LEITURAS ADICIONAIS

HAYWARD, Keith; MARUNA, Shaad; MOONEY, Janey (Ed.). Fifty key thinkers in criminology. Nova

York: Routledge, 2010.

MCLAUGHLIN, Eugene; MUNCIE, John; HUGHES, Gordon (Orgs.). Criminological perspectives. 2

ed. London (Inglaterra): Sage, 2005.

MERTON, Robert K. Social Theory and Social Structure: enlarged edition. New York (Estados

Unidos): Free Press, 1968.

PRATT, John, et al. The New Punitiveness: trends, theories, perspectives. Portland (Estados Unidos):

William Publishing, 2005.

SUTHERLAND, Edwin. Principles of Criminology. 11 ed. Oxford: General Hall, 1992. Disponível

em: <:https://books.google.com.br/books?id=wqRQqXKuU7sC&printsec=frontcover&hl=pt-

BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false> Acesso em: 16 mar. 2017.

MATERIAL DE APOIO

TEORIA das Janelas Quebradas (Temporada 1, ep. 9). Introcrim [Web Série]. Produção: Ricardo

Alves Krug e Thiago Celli de Araújo. Curitiba: Introcrim, 2019 (15 min.), son. color. YouTube. Disponível

em: <https://www.youtube.com/watch?v=b7IJrZvsxPk>

TIPOLOGIA das Adaptações. Introcrim [Web Série]. Produção: Caio Patricio de Almeida e Ricardo

Alves Krug. Curitiba: Introcrim, 2017 (6 min.), son. color. YouTube. Disponível em: <https://www.

youtube.com/watch?v=uv7beJ563zE>

TEORIA do Etiquetamento (Temporada 1, ep. 2). Introcrim [Web Série]. Produção: Ricardo Alves

Krug e Thiago Celli de Araújo. Curitiba: Introcrim, 2019 (15 min.), son. color. YouTube. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=10BKpWFEhR0>

MÓDULO #03INTRODUÇÃO AO MÉTODO DA CRIMINOLOGIA RADICAL

PROF. MSC. THIAGO CELLI DE ARAÚJOMestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ). Especialista em Criminologia, Direito Penal e Política Criminal pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC). Especialista em Criminologia, Direito e Processo Penal pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Bacharel em Direito pela Universidade Cândido Mendes (UCAM). Professor do Programa de Especialização em Criminologia, Direito e Processo Penal da Universidade Cândido Mendes (UCAM).

INTROCRIM Introdução à Criminologia

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INTRODUÇÃO AO MÉTODO DA CRIMINOLOGIA RADICAL

1. A pílula vermelha – um retorno necessário à teoria marxiana: como pudemos observar

nos encontros anteriores, a criminologia passou por uma verdadeira ruptura paradigmática a partir

das pesquisas desenvolvidas pelos teóricos do etiquetamento (cf.: BARATTA, 2013). Assim, desvelou-

se um novo panorama diante daqueles que estivessem interessados em estudar a questão criminal.

Vejamos algumas das principais conclusões alcançadas:

a) O crime e o criminoso não são fenômenos ontológicos: se o primeiro não passa de construção

social, histórica e juridicamente determinada, o segundo é resultante de um processo de valoração

negativa atribuída ao sujeito;

b) Ambos os processos (criminalização primária e secundária) operam seletivamente;

c) A constatação dessa seletividade expõe a distinção entre criminalidade real e criminalidade

aparente, verificável a partir da chamada cifra oculta;

d) Sendo o sistema penal seletivo, resta evidente que ele opera com base em estereótipos,

produzindo e reproduzindo estigmas nos sujeitos criminalizados.

Restava saber o porquê desses fenômenos ocorrerem universalmente. Foi assim que se iniciou um

movimento riquíssimo de resgate ao pensamento de Karl Marx, fomentando, a partir de sua teoria

social do mundo burguês e, principalmente, por meio de seu método de investigação, as bases para

uma criminologia efetivamente crítica; uma criminologia radical.

2. O Democrata Radical que se tornou Comunista: Karl Marx nasceu a 5 de maio de 1818, em

Tréveris, na região da Renânia, antiga Prússia. Filho de pais com larga ascensão judaica e rabínica,

seu pai, Herschel, optou por converter a si e aos filhos ao protestantismo, posto que almejava ocupar

cargo público – o que era vedado aos judeus.

a) 1835: Reflexões de um Jovem sobre a Escolha de uma Profissão: a profissão enquanto

mediação entre indivíduo e comunidade;

b) 1835-1836: Universidade de Bonn;

c) 1836: Universidade de Berlim.

Marx trava contato com a filosofia de G.W.F. Hegel (1770-1831), e toma parte no embate sobre

seu legado, o qual havia cindido os hegelianos em dois grupos: hegelianos de esquerda (“jovens

hegelianos”) e hegelianos de direita (“velhos hegelianos”). (Cf.: MCLELLAN, 1969).

Referências Bibliográficas e Pontos da Aula

15 // 23

Hegel, que morre reitor da Universidade de Berlim, passou mais de trinta anos de sua vida à

sombra de outro intelectual, seu amigo Schelling (1775-1854). No entanto, com a publicação d’A

Fenomenologia do Espírito (1807), Hegel desponta como intelectual brilhante e original. Entendendo

que o texto expunha uma crítica velada ao seu pensamento, Schelling rompe definitivamente com

Hegel. Enquanto este último vai ocupar um espaço cada vez maior na vida cultural germânica, o

primeiro é relegado ao ostracismo, acabando por fundar as bases do Irracionalismo moderno, cuja

expressão mais bem-acabada é Friedrich Nietzsche (1844-1900). (Cf.: PINKARD, 2000).

a) 1840: Ascensão de Frederico Guilherme IV ao trono: o combate ao hegelianismo.

b) 1841: Diferença entre a filosofia da natureza de Demócrito e a de Epicuro.

c) 1842: A Gazeta Renana: sobre a insuficiência da filosofia hegeliana.

O ingresso na carreira jornalística obrigou Marx a acertar as contas com o seu passado intelectual,

acerto de contas este, que pode ser claramente verificado mediante exame dos materiais produzidos

entre 1843 e 1844, nos quais se constata a guinada materialista que o levou ao comunismo.

a) 1843: Crítica da Filosofia do Direito de Hegel > Um democrata radical aposta no voto universal.

b) 1843: Sobre a Questão Judaica > A insuficiência da democracia burguesa e a aposta na

emancipação humana.

c) 1844: Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel > Um comunista e o sujeito

revolucionário, o proletariado.

d) 1844: Um esboço genial...

3. A Descoberta da Crítica da Economia Política:

(1844) Manuscritos Econômico-Filosóficos > Alienação.

O primeiro passo para compreendermos a teoria social marxiana é apreendermos o papel

desempenhado pelo trabalho. Em Marx, o trabalho é uma categoria teórico-ontológica; é a expressão

mais clara da natureza da nossa espécie.

Para Marx, o trabalho é a mediação essencial entre o ser social e a natureza; é o meio pelo qual

satisfazemos nossas necessidades, desenvolvemos novas capacidades, criando, com isso, novas

necessidades.

Das necessidades concretas emergem metas, objetivos ou finalidades, alcançáveis mediante o

emprego adequado de meios idealmente projetados.

INTROCRIM Introdução à Criminologia

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No entanto, nas sociedades em que se desenvolve o modo de produção capitalista, o trabalho é

alienado: há uma separação entre um sujeito e um objeto que pertencem adequadamente um ao

outro. Isto se realiza, para Marx, ao menos em quatro formas: a) com relação ao produto do trabalho;

b) atividade produtiva; c) ser genérico; d) entre os produtores.

4. A Ética Marxiana: liberdade: possibilidade de escolha entre alternativas concretas; igualdade:

de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades; solidariedade:

negação da hierarquização entre indivíduo e sociedade a partir do desenvolvimento de um princípio

comunitário e da socialização do poder político; florescimento da espécie: o livre desenvolvimento de

cada um corresponde ao livre desenvolvimento de todos.

5. O modo de produção capitalista – gênese da prisão e da forma jurídica: capítulo XXIV:

A Assim Chamada Acumulação Primitiva. Quais são as possibilidades concretas dos expropriados?

Trabalho assalariado, mendicância/vadiagem; furtos/roubos.

a) Rusche: O modo de produção determina o modo de punição.

b) Pashukanis: A forma-mercadoria determina a forma jurídica.

c) Melossi e Pavarini: A prisão opera como mecanismo disciplinador para o trabalho fabril.

BIOGRAFIAS RECOMENDADAS

BERLIN, Isaiah. Karl Marx. 5ª. Ed. New Jersey: Princeton University Press, 2013.

CORNU, Auguste. The origins of marxian thought. Springfield: Charles C. Thomas Publisher, 1957.

HUNT, Tristram. Comunista de casaca: a vida revolucionária de Friedrich Engels. Trad.: Dinah

Azevedo. Rio de Janeiro: Record, 2010.

McLELLAN, David. Karl Marx: a biography. 4ª. Ed. London: Palgrave Macmillan, 2006.

PINKARD, Terry. Hegel: a biography. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

WHEEN, Francis. Karl Marx: a life. New York: W. W. Norton & Company, 2000.

Referências Bibliográficas e Pontos da Aula

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LEITURAS OBRIGATÓRIAS

NETTO, José Paulo. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão Popular,

2011.

MARX, Karl. Posfácio da segunda edição. In: MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política, livro

I: o processo de produção do capital. Trad.: Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013, pp. 83-91.

MARX, Karl. Grundrisse: manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia

política. Trad.: Mario Duayer e Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011,

pp. 39-64.

MARX, Karl. Miséria da filosofia: resposta à filosofia da miséria, do sr. Proudhon. Trad.: José Paulo

Netto. São Paulo: Boitempo, 2017, pp. 97-114.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus

representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas.

Trad.: Rubens Enderle, Nélio Schneider e Luciano Martorano. São Paulo: Boitempo, 2012, pp. 25-95.

MATERIAL DE APOIO

ALBRECHT, Peter-Alexis. Criminologia: uma fundamentação para o Direito Penal. Trad.: Juarez

Cirino dos Santos e Helena Schiessel Cardoso. Curitiba: ICPC; Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.

BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do Direito Penal: introdução à sociologia do

direito penal. 6ª. Ed. Trad.: Juarez Cirino dos Santos. Rio de Janeiro: Revan/ICC, 2013.

CIRINO DOS SANTOS; Juarez. A criminologia radical. 3ª. Ed. Curitiba: ICPC: Lumen Juris, 2008.

COHEN, G. A. Karl Marx’s theory of history: a defence. Princeton: Princeton University Press, 2000.

LEOPOLD, David. The young Karl Marx: german philosophy, modern politics, and human flourishing.

Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

MARX, Karl. Cadernos de Paris & manuscritos econômico-filosóficos de 1844. Trad.: José Paulo

Netto e Maria Antónia Pacheco. São Paulo: Expressão Popular, 2015.

MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. 2ª. Ed. Trad.: Rubens Enderle e Leonardo de

Deus. São Paulo: Boitempo, 2010.

MARX, Karl. Os despossuídos: debates sobre a lei referente ao furto de madeira. Trad.: Nélio

Schneider. São Paulo: Boitempo, 2017.

INTROCRIM Introdução à Criminologia

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MARX, Karl. Liberdade de imprensa. Trad.: Cláudia Schilling e José Fonseca. Porto Alegre: L&PM,

2010.

McLELLAN, David. The young hegelians and Karl Marx. London: Macmillan, 1969.

MELOSSI, Dario; PAVARINI, Massimo. Cárcere e fábrica: as origens do sistema penitenciário (séculos

XVI-XIX). 2ª. Ed. Trad.: Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan: ICC, 2010.

PASHUKANIS, Evgeny B. The general theory of law and marxism. New Brunswick: Transaction

Publishers, 2009.

RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. 2ª. Ed. Trad.: Gizlene Neder. Rio

de Janeiro: Revan: ICC, 2004.

TAYLOR, Ian; WALTON, Paul; YOUNG, Jock. The new criminology: for a social theory of deviance.

40a. Ed. London: Routledge, 2013.

TAYLOR, Ian; WALTON, Paul; YOUNG, Jock (org.). Criminologia crítica. Trad.: Juarez Cirino dos

Santos e Sérgio Tancredo. Rio de Janeiro: Graal, 1980.

MÓDULO #04CRIM. CRÍTICA E RECEPÇÃO NA AMÉRICA LATINA

PROF. MSC. JUNE CIRINO DOS SANTOSDoutoranda em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Criminologia, Direito Penal e Política Criminal pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal (ICPC). Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Sócia do escritório Juarez Cirino Advogados Associados.

INTROCRIM Introdução à Criminologia

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1. Rusche e Kirchheimer (Punição e Estrutura Social): correspondência entre sistema de

produção e sistema de punição; relação concreta entre crime e pena (trabalho); controle social no contexto

das relações econômicas.

2. Taylor, Walton & Young (A Nova Criminologia): conjuntura política do norte (crescimento

econômico, movimentos contestatórios e novos padrões de controle social); crítica da Criminologia

tradicional; premissas da nova Criminologia (retomada do caráter político e reinvindicação do método

materialista dialético);

3. Melossi & Pavarani (Cárcere e Fábrica): pena como retribuição equivalente pelo critério geral

do tempo (Pashukanis); origens na expropriação e expulsão de camponeses, a fábrica como instituição

fundamental, o cárcere como instituição auxiliar à fábrica no controle social e o cárcere como fábrica de

sujeitos disciplinados para o trabalho (Melossi); origens do modelo prisional na exploração do trabalho

carcerário, inviabilidade da prisão produtiva e o cárcere como instituição central do controle social/fábrica

como instituição central da produção material;

4. Criminologia Crítica: materialismo dialético para trabalhar categorias da Criminologia liberal;

estrutura, instituições e Direito Penal (objeto); concreto, estruturalmente constituído (sujeito); economia

política do delito; sistemas de produção e métodos de punição; interesses dominantes e o cárcere;

5. Crítica do Direito Penal: consequência política da Criminologia Crítica; instrumento ideológico

para manutenção do capitalismo; Direito Penal não-neutro (proteção parcial e privilegiada de bens

jurídicos e igualdade formal como desigualdade material);

6. Alessandro Baratta: ideologia da defesa social; controle social, criminalização e reprodução

da realidade social (desiquilíbrio do poder punitivo e gestão diferencial do crime); crime e controle

social (produto da criminalização e o sistema de justiça criminal como seletivo e excludente); cárcere

e reprodução da desigualdade (garantia da desigualdade, modelo punitivo como fracasso aparente e

sucesso real, crítica dos fins da pena – punir como única função); política criminal alternativa (ruptura com

a lógica punitiva, compromisso teórico e prática política, e política penal [punição] vs. política criminal

[transformação]);

7. Criminologia Latino-americana: conjuntura política fértil; arma teórica contra a violência estatal;

identidade própria e independência científica; anticapitalista, libertadora e com objetivos políticos claros;

tentativas de realização de política criminal alternativa.

Referências Bibliográficas e Pontos da Aula

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LEITURAS OBRIGATÓRIAS

ANIYAR DE CASTRO, Lola. Criminología de la reacción social. Maracaibo, Venezuela: Instituto de

Criminologia, Facultad de Derecho, Universidad del Zulia, 1977.

BARATTA, Alessandro. Che cosa è la criminologia critica? (A cura di Victor Sancha Mata). In: Dei

delitti e delle pene, Torino, ano 1, n. 1, 1991, p. 53-81.

BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal. Tradução de Juarez Cirino

dos Santos. 2ª edição. Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 1999.

CIRINO DOS SANTOS, Juarez. A criminologia radical. 3ª edição. Rio de Janeiro / Curitiba: Lumen

Juris / ICPC, 2008.

COHEN, Stanley. Visions of social control. Cambridge, Inglaterra: Polity Press, 1985.

MALAGUTI BATISTA, Vera. Introdução crítica à criminologia brasileira. 2ª edição. Rio de Janeiro:

Revan, 2012.

MELOSSI, Dario; PAVARINI, Massimo. Cárcere e fábrica: as origens do sistema penitenciário (séculos

XVI – XIX). Tradução de Sérgio Lamarão. 2ª edição. Rio de Janeiro: Revan, 2010.

OLMO, Rosa del. A América Latina e sua criminologia. Tradução de Francisco Eduardo Pizzolante

e Sylvia Moretzsohn. Rio de Janeiro: Revan, 2004.

PASHUKANIS, Evguiéni B. Teoria geral do direito e marxismo. Tradução de Paula Vaz de Almeida.

Revisão técnica de Alysson Leandro Mascaro e Pedro Davoglio. São Paulo: Boitempo, 2017.

RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. Traduzido por Gizlene Neder.

Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999.

MATERIAL DE APOIO

CLASSE, Gênero e Crime: Julia e Herman Schwendinger (Temporada 1, ep. 10). Introcrim [Web

Série]. Produção: Ricardo Alves Krug e June Cirino dos Santos. Curitiba: Introcrim, 2019 (13 min.), son.

color. YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=72nXSmiy5LA>.

O CRIME não existe (Temporada 1, ep. 7). Introcrim [Web Série]. Produção: Ricardo Alves Krug.

Curitiba: Introcrim, 2019 (16 min.), son. color. YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/

watch?v=J6vqP7tbf_Y>.

O ESTIGMA de Goffman. Introcrim [Web Série]. Produção: June Cirino dos Santos. Curitiba: Introcrim,

2019 (6 min.), son. YouTube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vVSeM8p__hw>.

INTROCRIM Introdução à Criminologia

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LEITURAS ADICIONAIS

ANDRADE, Vera Regina Pereira de. A soberania patriarcal: o sistema de justiça criminal no tratamento

da violência sexual contra a mulher. In: Revista Brasileira de Ciências Criminais, n. 48, p. 260-290,

maio/junho de 2004.

ANITUA, Gabriel Ignacio. Histórias dos pensamentos criminológicos. Tradução de Sérgio Lamarão.

Rio de Janeiro: Revan, 2008.

BARATTA, Alessandro. Debate sobre “criminologia crítica y crítica del derecho penal”, a diez años

de su aparición. In: ELBERT, Carlos Alberto; BELLOQUI, Laura (organizadores). Alessandro Baratta:

criminología y sistema penal – compilación in memoriam. Buenos Aires, Argentina: B de F Ltda., 2004.

DAVIS, Angela Y. Are prisons obsolete? Nova Iorque, EUA: Seven Stories Press, 2003.

DEKESEREDY, Walter S. Contemporary critical criminology. Nova Iorque, EUA: Routledge, 2011.

GARLAND, David. A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade contemporânea.

Traduzido por André Nascimento. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

HULSMAN, Louk. Penas perdidas: o sistema penal em questão. Belo Horizonte: D’Plácido, 2017.

SMAUS, Gerlinda. Abolizionismo: il punto di vista femminista. In: Dei delitti e delle pene, Torino, ano

1, n. 1, 1991, p. 83-103.

SOZZO, Máximo. Viagens culturais e a questão criminal. Tradução de Sérgio Lamarão. Rio de

Janeiro: Revan, 2014.

ZAFFARONI, Eugenio Raul; BATISTA, Nilo; et al. Direito penal brasileiro I. 4ª edição. Rio de Janeiro:

Revan, 2011.

INTROCRIM

CRIMINOLOGIA INTERATIVA E IMERSIVA

Esse material foi elaborado em apoio ao nosso curso presencial. Caso ele tenha chego a você por outros meios e você queira aprender mais sobre a Criminologia, entre em contato conosco para maiores informações!

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