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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ÁREA DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO APOSTILA INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO PROFESSOR: Dr. Wyser José Yamakami ILHA SOLTEIRA AGOSTO / 2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ÁREA DE MATERIAIS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO

APOSTILA

INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA

NO TRABALHO PROFESSOR: Dr. Wyser José Yamakami

ILHA SOLTEIRA AGOSTO / 2013

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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SUMÁRIO CAPITULO 1 - ASPECTOS HUMANOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DA ENGENHARIA ...6 

1.1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................................6 

1.2 - PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROFISSIONAIS ..................................................................7 

1.3 - PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO................................................................8 

1.4 - SIGNIFICADO ECONÔMICO SOCIAL DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES NO TRABALHO ..........................................................................................................9 

1.5 - HISTÓRICO ................................................................................................................................10 

CAPÍTULO 2 – ACIDENTES DE TRABALHO................................................................................15 

2.1 – EVOLUÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO .................................................................15 

2.2 - ACIDENTE ..................................................................................................................................27 

2.3 – TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO ...........................................................................28 

2.4 – CAUSAS DOS ACIDENTES...................................................................................................29 

A) FALTA DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA:............................................................30 

B) RECUSA DO TRABALHADOR EM USAR O EPI: ...........................................................30 

C) IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGÊNCIA DO TRABALHADOR: ................30 

D) DEFEITO NOS EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS COM OS QUAIS SE TRABALHA:30 

E) FALTA DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO: ............................................................................................................................31 

ANEXO 1 - NR-04 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). ..........................................................................................................................31 

ANEXO 2 - NR-05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA ...........................35 

ANEXO 3 - NR - 05 - MAPA DE RISCOS ................................................................................58 

F) ACIDENTES DE TRÂNSITO: .................................................................................................71 

G) FORÇA MAIOR, CASO FORTUITO: ...................................................................................72 

H) ÁLCOOL, TABAGISMO E TÓXICOS: ................................................................................72 

2.5 - EFEITOS DO ACIDENTE SOBRE O HOMEM ...................................................................74 

2.6 - A SITUAÇÃO PREVIDENCIÁRIA E LEGAL DO ACIDENTADO ................................74 

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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2.7 - RESPONSABILIDADE CIVIL PELO ACIDENTE .............................................................76 

2.8 - LEGISLAÇÃO BÁSICA PREVENTIVA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ............77 

CAPÍTULO 3 – LEGISLAÇÃO ............................................................................................................85 

3.1- HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS:........................................................................85 

3.1.1 - PRIMEIRAS LEIS TRABALHISTAS: ............................................................................86 

3.2 - ETAPAS DO INQUÉRITO POLICIAL DE ACIDENTE DE TRABALHO COM MORTE: ................................................................................................................................................87 

CAPÍTULO 4 - NORMALIZAÇÃO .....................................................................................................89 

4.1- ORGANISMOS NORMATIVOS:.............................................................................................89 

4.1.1 - ISO - International Standart Organization ........................................................................89 

4.1.2 - COPANT - Comissão Pan-americana de Normas Técnicas...........................................89 

4.1.3 - ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.......................................................90 

4.2 - PREPARO DO PROJETO DE NORMA TÉCNICA:...........................................................94 

4.3 - TIPOS DE NORMAS TÉCNICAS: .........................................................................................96 

4.3.1- Procedimento (N) (NB): .......................................................................................................96 

4.3.2 - Especificações (E) (EB) ......................................................................................................96 

4.3.3 - Metodologia (M) (MB)........................................................................................................96 

4.3.4 - Padronização (P) (PB) .........................................................................................................96 

4.3.5 - Outros tipos de Normas:......................................................................................................96 

4.4 – ESTRUTURAS DAS NORMAS .............................................................................................98 

CAPITULO 5 - ANÁLISE E COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO .................99 

5.1 - COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES: .....................................................................................99 

5.2 - FICHA DE ANÁLISE:.............................................................................................................100 

5.3 - RELATÓRIO DO ACIDENTE DE TRABALHO: ..............................................................100 

5.4 - FICHA ANALÍTICA E QUADRO ESTATÍSTICO:...........................................................100 

CAPITULO 6 - CADASTROS DE ACIDENTES ............................................................................102 

6.1 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS: ...................................................................................102 

6.2 - COEFICIENTES DE FREQÜÊNCIA (CF): .........................................................................102 

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6.3 - COEFICIENTE DE GRAVIDADE (CG):.............................................................................103 

6.4 - TABELA DE DIAS DEBITADOS: .......................................................................................104 

6.5 - ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE (IAG): ......................................................105 

6.6 - AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONVENCIONAL DE ANÁLISE DE ACIDENTES: .105 

CAPÍTULO 7 - CUSTO TOTAL DOS ACIDENTES......................................................................108 

CAPÍTULO 8 - PREVÊNÇÃO DE INCÊNDIOS .............................................................................133 

8.1 - INTRODUÇÃO:........................................................................................................................133 

8.2 - INCÊNDIO: ............................................................................................................................... 133 

8.2.1 - Causas dos Incêndios .........................................................................................................133 

8.2.2 - Como Apagar um Incêndio ...............................................................................................134 

8.3 - CLASSES DE FOGO: ..............................................................................................................134 

8.4 - DISPOSITIVOS DE COMBATE A INCÊNDIOS: ............................................................134 

8.4.1 - Sistema de alarme: .............................................................................................................134 

8.4.2 - Rede de hidrantes: ..............................................................................................................134 

8.4.3 - Sistemas de Sprinklers:......................................................................................................134 

8.4.4 - Extintores (dispositivos portáteis): ..................................................................................135 

CAPÍTULO 9 - VENTILAÇÃO INDUSTRIAL ...............................................................................137 

9.1 - DEFINIÇÃO ..............................................................................................................................137 

9.2 - TIPOS DE VENTILAÇÃO......................................................................................................137 

9.2.1 - Insuflação e Exaustão Naturais ........................................................................................137 

9.2.2 - Insuflação Mecânica e Exaustão Natural ........................................................................137 

9.2.3 - Insuflação Natural e Exaustão Mecânica ........................................................................137 

9.2.4 - Insuflação E Exaustão Mecânica......................................................................................138 

9.3 - PROPRIEDADES DO AR.......................................................................................................138 

9.4- ALGUNS CONCEITOS DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE .....................................139 

9.4.1- Pressão Estática: ..................................................................................................................139 

9.4.2 - Pressão de Velocidade:......................................................................................................139 

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9.4.3 - Equação da Conservação de Energia ...............................................................................140 

9.4.4 - Duto Circular Versus Duto Retangular ...........................................................................141 

9.5 - VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA .................................................................................146 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma do Acidente de Trabalho........................................................................28

Figura 2 – Embriaguez ..................................................................................................................73

Figura 3 – Efeitos do acidente sobre o homem .............................................................................74

Figura 4 - Elaboração de uma norma.............................................................................................95

Figura 5 - Estrutura de uma norma................................................................................................98

Figura 6 - Grupo de lesões.............................................................................................................99

Figura 7 - Comunicação de um acidente .....................................................................................101

Figura 10 - insuflação e exaustão mecânica ................................................................................138

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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CAPITULO 1 - ASPECTOS HUMANOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DA ENGENHARIA

1.1 – INTRODUÇÃO

Na América Latina observa-se que os governos utilizam como principal recurso para sair

da etapa de subdesenvolvimento um acelerado processo de industrialização em curto prazo.

Embora este processo de industrialização traga inegáveis benefícios econômicos, traduzidos em

progressivos aumentos da renda per capita e daí, melhores níveis de vida para a população desses

países, é necessário se considerar conjuntamente com esses positivos benefícios econômicos, a

agressão constante a que está exposto o homem em seus meios de trabalho e sua comunidade. De

outra forma, deve entender-se que é antieconômico buscar o desenvolvimento industrial de um

país, sem resolver as conseqüências sanitárias e sociais que este traz consigo. Obtém-se um

resultado final negativo, quando se verifica que o custo das enfermidades e acidentes, superam

os novos bens produzidos.

A engenharia de Segurança deve ter como responsabilidade primária a prevenção de

doenças ocupacionais (ou profissionais) e acidentes no trabalho. O pessoal médico complementa

a ação preventiva e de controle, nessas áreas específicas.

É matéria fundamental estudar o binômio homem-ambiente de trabalho, reconhecendo,

avaliando e controlando os riscos que possam afetar a saúde dos trabalhadores. Nesse sentido, ao

considerar-se a prevenção e redução de riscos para a saúde dos trabalhadores deve praticar-se o

princípio estabelecido pela OIT ao declarar que: “Segurança e Higiene no trabalho são conceitos

individuais e deverão ser tratados como dois aspectos de um mesmo problema, isto é, o da

proteção dos trabalhadores.

Indubitavelmente, os programas de proteção para a saúde dos trabalhadores devem

condicionar-se a serem planejados levando em conta não só a prevenção de acidentes e doenças

profissionais, mas também a proteção, fomento e conservação da saúde no sentido mais amplo

como definido pela OMS: “A saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e

não somente a ausência de afecções ou enfermidades”. Logo, a responsabilidade pela vida e

saúde dos trabalhadores está ligada ao trinômio Estado-Empresa-Trabalhador, já que os efeitos

sobre a saúde se manifestam nesses três componentes.

ASPECTO SOCIAL: Para ilustrar o efeito dos acidentes de trabalho sobre a sociedade,

um exemplo é dado a seguir. Supondo que um homem viva até os 60 anos, trabalhando dos 15

aos 50 anos (35 anos de trabalho). Quando criança ou aposentado sua produtividade é negativa,

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enquanto sua produção é de 10 unidades produtivas / ano no período em que trabalha. O

consumo durante toda sua vida é de 5 unidades produtivas / ano. Verificando-se o saldo de sua

produção em toda sua vida tem-se:

S = 35 x 10 - 60 x 5 = + 50 unidades produtivas / ano

Supondo que este indivíduo sofresse um acidente de trabalho aos 30 anos diminuindo sua

produção para 5 unidades produtivas / ano, o saldo final seria:

S = (30 - 15) x 10 + (50 - 30) x 5 - 60 x 5 = - 50 unidades produtivas / ano

Destacam-se ainda outros problemas sociais decorrentes dos acidentes de trabalho, tais

como: desemprego, a delinqüência, a mendicância, etc.

ASPECTO HUMANO: Para avaliar os danos causados ao ser humano devido aos

acidentes de trabalho faz-se a seguinte pergunta: - Quanto vale a vida de um homem?. São

muitos os acidentes que levam a morte ou deixam seqüelas que impossibilitam ou dificultam o

retorno do homem ao trabalho, tendo como conseqüência a desestruturação do ambiente familiar,

onde tais infortúnios repercutem por tempo indeterminado. Lembra-se aqui que o "homem é a

maior riqueza de uma nação".

ASPECTO ECONÔMICO: O acidente de trabalho reduz significativamente a produção

de uma empresa, além de representar uma fonte de gastos como: remédios, transporte, médico,

etc. O prejuízo econômico decorre da paralisação do trabalho por tempo indeterminado, devido a

impossibilidade de substituição do acidentado por um elemento treinado para aquele tipo de

trabalho e, ainda, a influência psicológica negativa que atinge os demais trabalhadores e que

interfere no ritmo normal do trabalho, levando sempre a uma grande queda da produção. O

trabalhador também sofre com este prejuízo, apesar da assistência e indenizações recebidas

através da Previdência Social, pois isto não lhe garante necessariamente o mesmo padrão de vida

mantido até a então. Aqui se encontra um bom motivo para se investir na prevenção de acidentes

de trabalho.

1.2 - PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROFISSIONAIS

É fundamental prestar atenção apropriada à limpeza, higiene e demais fatores que

acondicionam os lugares de trabalho, para evitar as doenças profissionais. O estudo das doenças

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ocupacionais, suas causas e efeitos, levam a desenvolver técnicas de prevenção que junto podem

produzir um maior bem-estar do trabalhador, e daí, um aumento da produção.

O controle das doenças ocupacionais compete primariamente ao pessoal de engenharia

que, ao determinar a magnitude dos riscos, conhecer a toxicologia das substâncias químicas e os

efeitos sobre a saúde dos demais fatores que acondicionam o ambiente de trabalho, estão em

posição adequada para aplicar os diversos métodos e equipamentos de controle. O pessoal

médico ajuda, para um melhor êxito, o controle das ditas doenças por meio de exames médicos

pré-admissionais, periódicos e de diagnóstico precoce, pela seleção e colocação dos operários de

acordo com suas habilidades e adequação pessoal, pela educação e ensino de hábitos de higiene

pessoal. Além disso, é necessário contar com a cooperação das gerências e dos trabalhadores

para assegurar um contínuo interesse, supervisão, inspeção e manutenção das práticas de

controle.

Em geral, o controle dos riscos para a saúde dos trabalhadores obedece a uma série de

princípios básicos. Na maioria dos casos um eficiente controle se pode obter ao aplicar uma

combinação de medidas e em sua aplicação o denominador comum vem a ser a educação

sanitária; fica implícito considerar também a boa operação e melhor manutenção dos

componentes mecânicos selecionados.

Entre os princípios básicos utilizados na redução dos riscos industriais, tem-se: ventilação

geral, ventilação local exaustora, substituição de materiais, mudança de operações e/ou

processos, término de operações, divisão de operações, equipe de pessoal, manutenção, ordem e

limpeza

1.3 - PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO

A prevenção de acidentes é o propósito primário de um programa de segurança,

permitindo a continuidade das operações e a redução dos custos de produção. Dessa forma, a

prevenção de acidentes industriais, não só é um imperativo social e humano, como também um

bom negócio. Como prevenir, significa impedir um evento, tomando medidas antecipadas, a

análise causal dos acidentes é o mais importante passo na prevenção dos mesmos.

Está amplamente demonstrado, que os acidentes na indústria têm uma causa e podem ser

prevenidos. As causas gerais dos acidentes são:

As condições inseguras

Equipamento defeituoso, falta de protetores,

iluminação e ventilação inadequada, desordem e sujeira,

falta de espaço, falta de equipamento de proteção individual

e/ou coletiva adequado, etc.

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Os atos inseguros

Negligência, excesso de confiança, ignorância,

preocupações alheias ao trabalho, imprudência, imperícia,

falta de supervisão, ordens mal entendidas ou mal

executadas, temor, falta de cooperação, etc.

As atitudes inseguras Indiferença à segurança, falta de interesse, etc.

As formas universais de sua prevenção, uma vez conhecidas as causas mediante a análise

e investigação dos acidentes são:

Engenharia

Esta supõe uma inspeção e revisão cuidadosa das

condições inseguras. Além disso, implica numa revisão

dos processos e operações que contribuem ao

melhoramento da produção. Nesse aspecto é interessante

notar a importância que tem as sugestões do pessoal

mais experimentado.

Treinamento e educação

Isto implica o conhecimento das regras de

segurança, análise de função, o treinamento e

desempenho da função, instruções sobre primeiros

socorros e prevenção de incêndios, conferências aos

supervisores, a educação profissional, a propaganda por

meio de cartazes, sinais, avisos e quadros de segurança,

concursos e campanhas organizadas, publicações, etc.

Medidas disciplinares

Constituem um último recurso e não são bem

aceitos. O problema não consiste em achar um culpado,

mas modificar os atos inseguros e atitudes inseguras do

pessoal, por meio de treinamento e propaganda para

evitar acidentes. Em outras palavras, é fundamental criar

a mentalidade de segurança entre o pessoal.

Verifica-se que segurança não é somente um problema pessoal (humano), mas que

implica em engenharia, planejamento, produção, estatísticas, conhecimento das leis de

compensações e a habilidade de vender o programa à gerência e aos trabalhadores.

1.4 - SIGNIFICADO ECONÔMICO SOCIAL DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES NO TRABALHO

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  Os danos e custos que produzem os acidentes e doenças ocupacionais na indústria

brasileira são de tal magnitude que as próprias indústrias devem compreender a necessidade de

preveni-los. Antes dessa necessidade o governo estabelece a obrigatoriedade para que as

empresas disponham de serviços especializados em segurança, higiene e medicina do trabalho,

com o propósito de evitar os acidentes e doenças ocupacionais e em conseqüência as perdas que

ocasionam.

Sem dúvida alguma, as doenças gerais oferecem um sério obstáculo ao desenvolvimento

sócio-econômico de um país, porque debilitam o trabalhador e restringem sua capacidade

produtiva. Hoje, já sabe-se que um bom número de trabalhadores, por não disporem de

adequadas condições de saneamento, precárias habitações, com alimentação deficiente de

proteínas e vitaminas, com baixíssima renda, com pouquíssima ou nenhuma instrução em

matéria de higiene e expostos à doenças contagiosas, participam indubitavelmente do clássico

círculo de Winslow, ou seja: a pobreza gera a doença e essa produz a pobreza.

Outro aspecto fundamental que incide negativamente na economia do país é o fato de que

os acidentes e doenças ocupacionais reduzem a capacidade de produção da força mais valiosa de

uma nação que é a população economicamente ativa, reduzindo-se a geração de riqueza por

incapacidade e/ou morte de um jovem trabalhador.

Alguns países criam leis dando aos trabalhadores compensações monetárias pelo trabalho

com tóxicos ou tarefas insalubres, ou lhes concedem jornadas reduzidas de trabalho, aumento de

dias de férias, ou diminuição dos anos necessários para a aposentadoria. Todas essas medidas

não contribuem para a solução dos problemas, afetam profundamente os custos e a produtividade

ao subtrair uma quantidade enorme de jornadas de trabalho de pessoal experimentado. Prevenir

ainda é o melhor remédio.

Segurança no Trabalho: é a função que tem por objetivo o estudo e a implementação de

medidas que visam eliminar ou controlar os riscos existentes na execução do trabalho, sejam eles

relativos ao ambiente ou decorrentes de atitudes humanas, propiciando, dessa forma a eliminação

dos acidentes ou, pelo menos, a redução de sua freqüência e gravidade e conseqüentemente a

manutenção e o aumento da “condição produtiva”.

1.5 - HISTÓRICO

No Mundo

Século XVI - George Bauer - levantamento sobre doenças e acidentes em trabalhadores

de minas de ouro e prata (1556).

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1700 - Médico Bernardino Ramazzini - livro “De Morbis Artificum Diatriba” - relaciona

cerca de 50 atividades profissionais com doenças - considerado o “Pai da Medicina do

Trabalho”.

1760 - Início da Revolução Industrial (Inglaterra):

- Mulheres e crianças trabalhando em ambiente sem condições sanitárias (higiene

em geral).

- Máquinas inseguras, ruidosas, iluminação e ventilação deficientes, etc.

- Inexistência de limites por horas de trabalho → acidentes.

Estas condições no início da revolução industrial causavam doenças até contagiosas.

Diante desse quadro dramático, cria-se no Parlamento Britânico uma comissão de inquérito - Sir.

Robert Peel.

1802 - “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes:

- 12 horas/dia,

- Proibia trabalho noturno,

- Lavar as paredes 2 vezes / ano,

- Obrigava uso de ventilação.

1819 - Leis Complementares, poucos avanços devido à forte oposição dos empregadores.

1830 - Médico Robert Bauer - aconselha industrial amigo à contratar 1 médico para

diariamente visitar a fábrica.

1833 - “Factory Act” - 1a lei efetiva no campo de proteção ao trabalhador.

- Aplicava-se a todas as empresas têxteis movidas à vapor ou energia hidráulica.

- Proibia trabalho noturno aos menores de 18 anos.

- 12 horas / dia.

- 69 horas / semana.

- Fabricas precisam ter escolas → freqüentadas por todos os trabalhadores menores

que 13 anos.

- Idade mínima para o trabalho: 9 anos.

- Um médico devia atestar se o desenvolvimento físico da criança correspondia a

sua idade cronológica.

1834 - Robert Bauer - nomeado Inspetor Médico da fabricas.

1842 - Industrial James Smith (Escócia) - contrata 1 médico para examinar os menores

trabalhadores antes de sua admissão ao serviço, examiná-los periodicamente, orientá-los

em relação a problemas de saúde prevenindo as doenças ocupacionais ou não. Surgia a

função específica do Médico de Fábrica.

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No Brasil

Século XIX - engenhos de açúcar e café.

1889 - 630 fábricas e 54000 empregados.

1907 - 3200 fábricas - 150000 empregados. (1o Rio de Janeiro, 2 o São Paulo).

1907, 1912, 1917, 1920 - greves por melhores condições de trabalho.

1918 - 1 a lei sobre acidentes no trabalho. DL No 3724 de 15/01/1918.

1919 - Marca a presença dos 1as indústrias Americanas. As greves culminam no código

sanitário de São Paulo. Lei 13.493 de 05/03/1919 - alterações no DL 3724

1923 - Inspetoria de higiene industrial e profissional - Ministério do Interior e Justiça

(DL. 16300).

1934 - Inspetoria de higiene e segurança do trabalho - MTIC (Ministério do trabalho,

indústria e comércio) - 2a lei de acidentes do trabalho. Lei 24.637 de 10/07/1934 -

alterações no DL 3724.

1941 - Surge a ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes

1942 - Divisão de higiene e segurança do trabalho.

1943 - CLT - DL. 5452 de 01/05/43 - capítulo V - higiene e segurança do trabalho.

- Guerra Mundial influencia na Industrialização (CSN, Petrobrás)

1944 - DL. 7036/ M.T. de 10/11/44 - lei de acidentes - SESI. Revoga a lei 3724

1949 -Standart Oil (fábrica) - cria 1o Serviço de Previdência de Acidentes.

Década de 50:

- II Congresso Pan-americano de Medicina do Trabalho.

- I Congresso Nacional de CIPAS.

- 1953 - Portaria 155 - regulamenta CIPAS - Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes.

Década de 60:

- CONPAT - Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes.

- 1963 - criada a Fundacentro - subordinada a secretaria de segurança e medicina do

trabalho do M.T.

- 1967 - nova lei de acidentes do trabalho. Lei 293 de 28/02/67 revoga o DL 7036

(1944). Lei 5316 de 14/09/67 - Seguro de acidentes não permanecerá só no campo

privado.

- 1968 - Portaria 32 - CIPA’s.

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Década de 70:

- 1972 - Portaria 3237 - Segurança, higiene e medicina do trabalho.

- 1975 - Portaria 3460 - Segurança e medicina do trabalho.

- 1976 - Lei de Acidentes No 6367 de 19/10/76 (DL. 79037 de 24/12/76). Revoga a

lei 5316. O seguro é feito obrigatoriamente pelo INPS.

- 1977 - Lei 6514 - revisão do capítulo V, título II da CLT. (DL 5452)

- 1978 - Lei No 83080 - Substitui e cancela 79037 (24/12/76)

- 1978 - Regulamentada a Lei 6514 - Portaria 3214 / MTb /78

Década de 80:

- 1983 - Portaria No 6 de 09/03/83 SSMT - MT - Alterações da 3214. Alterações da

Nrs 1, 2, 3 e 6.

- 1988 - Portaria No 3067 de 12/04/88 - MT - Aprovação das normas

regulamentadoras rurais - Segurança e Higiene do trabalho rural (art. 13 da lei

5889 de 08/06/73).

Década de 90:

- 1991 - Lei 8213 - determina que o INSS cobre de empresas culpadas por acidentes de trabalho os benefícios pagos aos acidentados.

- 1992 – Criação da FENATEST – Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho.

Anos 2000:

Criação de normas relativas ao uso das empresas do Perfil Profissiográfico Previdenciário

(PPP).

Obs: A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico previdenciário,

abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do

contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, cópia autêntica deste documento, sob

pena da multa prevista no art. 283. Para fins de concessão de benefícios por incapacidade, a

partir de 01/11/2003, a Perícia Médica do INSS poderá solicitar à empresa o PPP, com vista à

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    14 

fundamentação do reconhecimento técnico do nexo causal e para avaliação de potencial

laborativo objetivando processo de reabilitação profissional.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    15 

CAPÍTULO 2 – ACIDENTES DE TRABALHO

2.1 – EVOLUÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO

Não há notícias sobre a ocorrência de acidentes do trabalho na época em que o trabalho

era meramente artesanal. De maneira análoga, as informações são mínimas sobre os acidentes

ocorridos atualmente nas indústrias de artesanato. Isso se verifica pelo fato do artesão pouco

manusear máquinas, trabalhando basicamente com ferramentas e equipamentos de pequeno

porte.

O mesmo não acontece no sistema industrial, onde predomina a máquina e ferramentas

de maior porte, onde os acidentes avolumam-se de maneira a preocupar trabalhadores, sindicatos

e autoridades ligados ao setor trabalhista e previdenciário, e vários segmentos da sociedade.

Com o crescimento industrial, a proliferação de estabelecimentos empregatícios trouxe o

conseqüente aumento dos acidentes. Nos EUA, em 1953, a previsão de acidentes de trabalho por

dia (média de 18 dias), assim se apresentava:

Operários mortos 62

Incapacitados permanentemente 350

Incapacitados temporariamente 7600

Total 8012

Na Itália, só na indústria, ocorria anualmente, em 1976:

Acidentes (inclusive doenças profissionais) 930000

Incapacidade permanente 40000

Total 970000

No Brasil, em 1972, a situação não foi melhor:

Acidentes típicos 1479318

Doenças do trabalho 2389

Acidentes de trajeto 23016

Total 1504723

Em 1976, somente no município de Osasco, na grande São Paulo, a situação era a

seguinte:

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    16 

Empregados 150000

Acidentes 19732

Mortes 55

DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES DO TRABALHO – PERFIL NAICONAL EM 1985

Dados da Revista CIPA numero 106 em 1998

BRASIL

Acidentes Típicos 1007864

Doença Profissional 3981

Acidentes no Trajeto 63320

EM SÃO PAULO

Acidentes Típicos 476902

Doença Profissional 1822

Acidentes no Trajeto 24925

DISTRIBUIÇÃO DAS CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO – PERFIL

NACIONAL EM 1985

BRASIL

Simples Assistência Médica 152534

Incapacidade Temporária 904804

Incapacidade Permanente 27283

Mortes 4360

SÃO PAULO

Simples Assistência Médica 86798

Incapacidade Temporária 405384

Incapacidade Permanente 9429

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    17 

Mortes 1234

No Brasil, em 1980, a situação foi (dados obtidos do Boletim Estatístico de Acidentes do

Trabalho - BEAT):

BRASIL

Acidentes Típicos 1404531 (95,9%)

Doença Profissional 3713 (0,3%)

Acidentes no Trajeto 55967 (3,8%)

SÃO PAULO

Acidentes Típicos 629182

Doença Profissional 1899

Acidentes no Trajeto 23334

Acidentes Segundo a conseqüência para SÃO PAULO

Simples Assistência Médica 126143

Incapacidade Temporária 5380143

Incapacidade Permanente 9146

Mortes 1231

Evolução dos acidentes do trabalho no Brasil - Acidentes liquidados segundo a conseqüência.

Tipos 1981 1982 1983 1984 1985

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    18 

Assist. Médica 166.613 140.123 124.134 131.179 152.534

Incapacid. Temp. 1.108.193 1.042.487 891.963 845.206 904.804

Incapacid. Perm. 29.921 31.816 30.166 28.628 27.283

Mortes 4.808 4.496 4.214 4.508 4.360

Total 1.309.535 1.218.922 1.050.477 1.009.516 1.088.981

Acidentes registrados segundo a classificação:

Tipos 1981 1982 1983 1984 1985

Acidente típico 1.215.539 1.117.832 943.110 901.238 1.007.864

Doença profissional 3.204 2.766 3.016 3.283 3.981

Acidente de trajeto 51.722 57.874 56.989 57.074 63.320

Total 1.270.465 1.178.472 1.003.115 961.575 1.075.165

Massa segurada, percentagem de acidentes e custos por acidente:

Ano Massa segurada *

Acidentes do trabalho

% Custo por acidente (CZ$)

1981 19.761.054 1.270.465 6,43 27,25

1982 20.057.468 1.178.472 5,88 64,49

1983 20.258.045 1.003.115 4,95 174,40

1984 20.260.438 961.575 4,74 694,13

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    19 

1985 20.452.109 1.075.165 5,25 1.763,70

* Somente segurados cobertos pela Legislação acidentaria urbana.

ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES DE TRABALHO (1970-1999)

Ano Trabalhadores Típico Trajeto Doenças Óbitos Total

1970 7.284.022 1.199.672 14.502 5.937 2.232 1.220.111

1971 7.553.472 1.308.335 18.138 4.050 2.587 1.330.523

1972 8.148.987 1.479.318 23.389 2.016 2.854 1.504.723

1973 10.956.956 1.602.517 28.395 1.784 3.173 1.632.696

1974 11.537.024 1.756.649 38.273 1.839 3.833 1.796.761

1975 12.996.796 1.869.689 44.307 2.191 4.001 1.916.187

1976 14.945.489 1.692.833 48.394 2.598 3.900 1.743.825

1977 16.589.605 1.562.957 48.780 3.013 4.445 1.614.750

1978 16.638.799 1.497.934 48.511 5.016 4.342 1.551.461

1979 17.637.127 1.388.525 52.279 3.823 4.673 1.444.627

1980 18.686.355 1.404.531 55.967 3.713 4.824 1.464.211

1981 19.188.536 1.215.539 51.722 3.204 4.808 1.270.465

1982 19.476.362 1.117.832 57.874 2.766 4.496 1.178.472

1983 19.671.128 943.110 56.989 3.016 4.214 1.003.115

1984 19.673.915 901.238 57.054 3.233 4.508 961.525

1985 21.151.994 1.010.340 63.515 4.006 4.384 1.077.861

1986 22.163.827 1.129.152 72.693 6.014 4.578 1.207.859

1987 22.617.787 1.065.912 64.830 6.382 5.738 1.137.124

1988 23.661.579 926.356 60.202 5.025 4.616 991.583

1989 24.486.553 825.081 58.524 4.838 4.554 888.443

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    20 

1990 23.198.656 632.012 56.343 5.217 5.355 693.572

1991 23.004.264 579.362 46.679 6.281 4.527 632.322

1992 22.272.843 490.916 33.299 8.299 3.516 532.514

1993 23.165.027 374.167 22.709 15.417 3.110 412.293

1994 23.667.241 350.210 22.824 15.270 3.129 388.304

1995 23.755.736 374.700 28.791 20.646 3.967 424.137

1996 23.838.312 325.870 34.696 34.889 4.488 395.455

1997 24.140.428 347.482 37.213 36.648 3.469 421.343

1998 24.491.635 347.738 36.114 30.489 3.793 414.341

1999 - 319.617 36.716 22.032 3.605 378.365

Total 546.600.455 30.039.594 1.319.722 269.652 121.719 31.628.968

Fonte: INSS/RIAS/SUB/CAT/DATAPREV.

GRÁFICOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO (1970-1999)

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    21 

Obs: Enquanto o número de acidentes diminui, o número de mortes se mantém constante. Possivelmente, esse fato seja devido à possibilidade de não haver registro sobre a ocorrência de todos os acidentes, enquanto que a totalidade de mortes, obrigatoriamente, deve ser registrada.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    22 

DADOS DE ACIDENTES DE TRABALHO NO ANO DE 2000 E 2001

Quantidade de Acidentes Registrados no Brasil

Ano Típico Trajeto Doença Óbitos Total

2000 304.963 39.300 19.605 3.094 363.868

2001 283.193 38.982 17.470 2.557 339.645

Fonte: INSS/RIAS/SUB/CAT/DATAPREV.

ACIDENTES DE TRABALHO POR REGIÃO NO BRASIL

Ano 2000

Local Típico Trajeto Doença Total

Norte 8.147 1.215 531 9.893

Nordeste 22.017 3.617 2.417 28.051

Sudeste 183.100 23.148 11.927 218.175

Sul 76.541 8.496 3.992 89.029

Centro-oeste 15.158 2.824 738 18.720

Fonte: INSS/RIAS/SUB/CAT/DATAPREV.

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    23 

Ano 2001

Local Típico Trajeto Doença Total

NORTE 8.984 1.322 592 10.898

NORDESTE 20.751 3.612 2.491 26.854

SUDESTE 163.843 23.286 10.495 197.624

SUL 73.298 8.052 3.161 84.511

CENTRO-OESTE

16.317 2.710 731 19.758

Fonte: INSS/RIAS/SUB/CAT/DATAPREV.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    24 

TAXA DE ACIDENTES FATAIS POR 100 MIL TRABALHADORES

a) NACIONAL:

Fonte: OIT/MPAS

b) INTERNACIONAL:

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    25 

Fonte: OIT/MPAS

COMPARAÇÃO DE TAXAS DE ACIDENTES FATAIS ENTRE PAISES

Os dados sobre a classificação de países pela taxa acidentes de trabalho fatais não são

muito confiáveis, pois os dados não são completos. Não se dispõe de dados de países potenciais

como, por exemplo, a China. Outros tantos, como Índia e Paquistão, possuem dados parciais e ou

referentes a apenas um tipo de atividade. Comparando-se as tabelas do MPAS com as da ILO,

nota-se que alguns dados não tem o mesmo valor (Observação retirada do site:

www.areaseg.com.br).

ILO - International Labour Organization (OIT, em Inglês)

MPAS – Ministério da Previdência e Assistência Social

País Taxa Ano

Paquistão 86,00 1996

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    26 

Índia 34,00 1997

El Salvador 33,00 1998

Turquia 29,00 1997

Peru 18,60 1996

Brasil 17,20 2000

Equador 16,80 1994

Tailândia 15,40 1998

Malásia 15,00 1998

Singapura 14,20 1998

México 12,00 1997

Fonte: OIT/MPAS

Pontos a considerar:

* India - dados relativos à mineração e exploração de pedreiras.

* Paquistão - dados relativos à mineração e exploração de pedreiras.

* El Salvador - segundo o site da ILO a taxa é de 36,6 em 1998.

* Singapura - o site da ILO, não mostra dados de 1998. Mostra 15,6 para 1997.

* Malasia - o site da ILO, mostra 15,1 para a Malásia em 1998.

Obs: Para dados mais completos veja http://laborsta.ilo.org, site de estatísticas

da International Labor Organization (Organização Internacional do Trabalho),

DADOS DE ACIDENTES DE TRABALHO NA UNESP - CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA

Alguns dados de acidentes de trabalho ocorridos na faculdade de engenharia, Unesp -

Campus de Ilha Solteira são também apresentados, os quais foram obtidos nos últimos 16 anos,

no período entre 1987 a 2003:

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    27 

Total de Lesões que Requereram Assistência Médica ou 1º Socorros

62,93%

27,58%

9,49% 1º SocorrosAssistência MédicaSem Informações

0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%90,00%

100,00%

19871988198919901991199219931994199519961997199819992000

Período

Acidentes Anuais

Ac. TípicoAc. Trajeto

2.2 - ACIDENTE

Acidente é um acontecimento infeliz, casual ou não, fortuito, imprevisto, que resulta em

ferimento, dano, ruína.

Acidente do Trabalho: é toda lesão corporal ou perturbação funcional que, no exercício

ou por motivo de trabalho, resultar de causa externa, súbita, imprevista ou fortuita, determinando

a morte do empregado ou a sua incapacidade para o trabalho, total ou parcial, permanente ou

temporária.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    28 

2.3 – TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO

Três são as formas de acidentes:

1) Acidente típico,

2) Acidente "in itinere" ou de trajeto,

3) Doenças profissionais.

Figura 1 - Organograma do Acidente de Trabalho

1) Acidente Típico: é aquele que decorre diretamente do exercício do trabalho, a serviço da

empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte,

a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

2) Acidente "in itinere” ou de trajeto: é aquele que ocorre no trajeto do empregado; é o que

decorre não de sua prestação laborial, não enquanto trabalha, mas no trajeto de e para o

trabalho. É o acidente de trabalho indireto. Podem ser:

a) A viagem do empregado;

b) No período das refeições ou descanso;

c) A ação de terceiros, em certos casos.

a) A viagem pode ser:

- Em viagem a serviço da empresa, seja qual for ao meio de locomoção

utilizado, inclusive veiculo de propriedade do empregado.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    29 

- No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquele.

b) No intervalo para refeições podem ocorrer acidentes como intoxicação pela

alimentação fornecida pelo restaurante do local de trabalho, água contaminada no

refeitório, queda no refeitório, nas ocasiões de satisfação das necessidades

fisiológicas no local de trabalho, etc. Além de desabamento, inundação ou incêndio.

c) Nesta categoria incluem-se:

- Sabotagem e terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiros de trabalho,

- Ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo de disputa relacionada com o trabalho.

- Ato de imprudência ou negligência de terceiros, inclusive companheiro de trabalho

- Ato de pessoa privada da razão.

3) Doenças Profissionais: são as decorrentes das condições ou excepcionais em que o

trabalho seja executado, desde que , diretamente relacionada com a atividade exercida,

cause redução da capacidade para o trabalho

2.4 – CAUSAS DOS ACIDENTES

A) FALTA DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA,

B) RECUSA DO TRABALHADOR EM USAR O EQUIPAMENTO,

C) IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGÊNCIA DO TRABALHADOR,

D) DEFEITO NOS EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS COM OS QUAIS SE TRABALHA,

E) FALTA DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS EM SEGURANÇA E MEDICINA

DO TRABALHO,

F) ACIDENTES DE TRÂNSITO,

G) FORÇA MAIOR, CASO FORTUITO,

H) ÁLCOOL, TABAGISMO E TÓXICOS

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    30 

A) FALTA DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA: De alto custo aquisitivo, nem todos os empregadores sondados mostram simpatia pelos

equipamentos de proteção (preço e conceituação). Na filosofia destes, somente os empregados

sob maior risco eventualmente utilizar-se-iam de reduzido número de equipamentos.

Nos trabalhadores que labutam a curta distância de uma fonte qualquer de risco, não é

observada a disponibilidade de equipamentos de segurança, apesar de receberem fagulhas, forte

calor, odores causadores de mal estar, poeiras, etc. O argumento mais freqüente para não usarem

os equipamentos, é de que estes trabalhadores não estão expostos a perigo.

B) RECUSA DO TRABALHADOR EM USAR O EPI: Óculos pesados, máscaras, capacetes, roupas mais espessas que os de uso habitual,

calçados com reforços, luvas, etc, constituem o equipamento de segurança do trabalhador. No

corpo seu peso é bem superior ao da indumentária habitual. Alegando desconforto e até mesmo

perda da agilidade para a execução das tarefas, os trabalhadores mostram-se pouco interessados

no uso de EPI (conscientização).

C) IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGÊNCIA DO TRABALHADOR: O simples uso de equipamentos de segurança não resolve o problema, se não forem

tomados certos cuidados no ambiente de trabalho. O comportamento do trabalhador é fator

determinante de grande número de acidentes.

A imprudência, a negligência e a imperícia, expõem o prestador de serviços a mais de um

risco de acidente diário.

Imprudência é a prática de um ato perigoso, realiza-se uma conduta que a cautela indica

que não deve ser realizada. A imprudência é positiva, ou seja, o sujeito pratica uma ação.

Negligência é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado. A

negligência é negativa, ou seja: o sujeito deixa de fazer algo, opondo-se à imprudência. A

imprudência e a negligência são atitudes antônimas entre si.

Imperícia é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. É possível que, em

face da ausência de conhecimento técnico ou prático, causem-se acidentes.

D) DEFEITO NOS EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS COM OS QUAIS SE TRABALHA: As instalações da empregadora, e os equipamentos (máquinas manuais e fixas,

ferramentas, etc) de limitada duração, podem apresentar defeitos no momento do uso,

simplesmente deixar de funcionar, como também apresentar rupturas em seu corpo. Problemas

que podem até mesmo, causar danos letais aos que estiverem trabalhando com eles no momento.

A pouca perícia, a falta de correta manutenção, o desgaste e a má qualidade podem ser

fatores determinantes deste problema.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    31 

E) FALTA DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO:

Empregados e empregadores, em seu maior número, são constituídos de pessoas leigas

em matéria de segurança e medicina do trabalho. Sensível ao problema estabeleceu o legislativo

no artigo 200 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) - DL. 5452 de 01/03/1943:

Art. 200: Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às

normas de que trata este capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada setor de trabalho.

Atendendo ao disposto na citada norma legal, foi baixada a portaria 3214, de 08 de junho

de 1978, que estabelece as NRs - Normas Regulamentadoras de segurança e medicina do

trabalho. São ao todo 28 NRs e atualmente acrescidas das NRRs (Normas Regulamentadoras

Rurais). A NR-4 alterada pela portaria No 33/83, estabelece:

ANEXO 1 - NR-4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

4.1) As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos de administração direta e

indireta e dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela CLT,

manterão obrigatoriamente, serviços especializados em Engenharia de Segurança de em

Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do

trabalhador no local de trabalho.

4.2) O dimensionamento dos serviços especializados em engenharia de segurança e em

medicina do trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de

empregados do estabelecimento constantes dos quadros I e II anexos, observados as exceções

previstas nesta NR.

4.2.1 - Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de

trabalho com menos de 1000 empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito

Federal não são considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de

engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os serviços especializados em

engenharia de segurança e em medicina do trabalho.

4.2.1.1 - Neste caso, os Engenheiros de Segurança do Trabalho, os Médicos do

Trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados.

4.2.2 - As empresas que possuam mais de 50% de seus empregados em

estabelecimento ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao da

atividade principal deverão dimensionar os SESMT em função do maior grau de risco,

obedecido o disposto no quadro II desta NR.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    32 

4.2.3 - A empresa poderá constituir SESMT centralizado para atender a um

conjunto de estabelecimentos pertencente a ela, desde que a distância a ser percorrida entre

aquele em que se situa o serviço e cada um dos demais estabelecimentos não ultrapasse a 5000

m, dimensionando-o em função do total de empregados e do risco, de acordo com o quadro II

anexo e o sub-item 4.2.2.

4.3.3) O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os profissionais

especializados previstos no quadro II anexo, sendo permitido aos demais engenheiros e médicos

exercerem engenharia de segurança e medicina do trabalho, desde que habilitados e registrados

conforme estabelece a NR-27.

4.4) Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

deverão ser integrados por engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro

do trabalho, técnico de segurança do trabalho e auxiliar do trabalho, obedecido o quadro II.

4.4.1 - Para fins desta norma regulamentadora, as empresas obrigadas a constituir

SESMT, deverão exigir dos profissionais que as integram, comprovação de que satisfazem os

seguintes requisitos:

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho: engenheiro ou arquiteto portador de

certificado de conclusão de curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho, em

nível de pós-graduação.

b) Médico do Trabalho: médico portador de certificado de conclusão de curso de

especialização em medicina do trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado

de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação

equivalente, reconhecida pela comissão nacional de residência médica, do MEC, ambos

ministrados por Universidade ou Faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina.

c) Enfermeiro do Trabalho: enfermeiro portador de certificado de conclusão de

curso de especialização em enfermagem do trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por

Universidade ou Faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem.

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: auxiliar de enfermagem ou técnico de

enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de

enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo

MEC.

e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de

registro profissional expedido pelo MEC.

4.4.2 - Os profissionais integrantes dos SESMT deverão ser empregados da

empresa, salvo os casos previstos nos itens 4.14 e 4.15 (referente ao engenheiro e técnico de

segurança).

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    33 

4.9) O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do

trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 horas (tempo parcial) ou 6 horas (tempo integral) por dia

para as atividades dos SESMT, de acordo com o estabelecido no quadro II anexo, respeitada a

Legislação pertinente em vigor.

QUADRO I - GRAU DE RISCO PARA AS ATIVIDADES

CÓDIGO ATIVIDADES GRAU DE RISCO

01.11-2 Cultivo de cereais 3

01.31-7 Cultivo de frutas cítricas 3

01.41-4 Criação de bovinos 3

05.11-8 Pesca 3

10.0 Extração de carvão mineral 4

11.1 Extração de petróleo e gás natural 4

13.10-2 Extração de minério de ferro 4

15.11-3 Abate de reses, preparação de produtos de carne 3

15.23-7 Produção de sucos de frutas e de legumes 3

15.32-6 Refino de óleos vegetais 3

15.41-5 Preparação de leite 3

15.51-2 Beneficiamento de arroz e fabricação de produtos do arroz 3

17.21-6 Fiação de algodão 3

19.31-3 Fabricação de calçados de couro 3

19.10-0 Curtimento e outras preparações de couro 4

20.21-4 Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada ou aglomerada 4

22.11-0 Edição e impressão de jornais 3

23.30-2 Elaboração de combustíveis nucleares 4

24.61-9 Fabricação de inseticidas 3

26.30-1 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e estuque 4

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    34 

27.11-1 Produção de laminados planos de aço 4

28.11-8 Fabricação de estruturas metálicas para edifícios, pontes, torres de transmissão, andaimes e outros fins 4

29.40-8 Fabricação de máquinas-ferramentas 3

29.71-8 Fabricação de armas de fogo e munições 4

30.21-0 Fabricação de computadores 3

31.15-5 Fabricação de motores elétricos 3

32.10-7 Fabricação de material eletrônico básico 3

34.20-7 Fabricação de caminhões e ônibus 3

35.31-9 Construção e montagem de aeronaves 4

40.10-0 Produção e distribuição de energia elétrica 3

45.21-7 Edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços - inclusive ampliação e reformas completas 4

45.25-0 Montagens industriais 4

45.41-0 Instalações elétricas 3

64.20-3 Telecomunicações 2

80.30-0 Educação superior 2

Em seus itens, a NR-4 regulamenta o serviço destes profissionais, suas relações com o

empregador e empregados. O objetivo desse profissional é levar ao trabalhador os

conhecimentos necessários a prevenção de acidentes.

Nem sempre, porém estas empresas mantêm estes serviços especializados na prevenção

de acidentes, o que acaba redundando em total ignorância das normas de segurança. A falta

desses profissionais no mercado de trabalho, segundo alegam, acarreta a inobservância destas

normas e os benefícios.

É difícil o contato direto do engenheiro com todos os trabalhadores. Ciente disto, o

legislativo que editou a CLT e a portaria 3214/78, determina o seguinte:

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ANEXO 2 - NR-5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA 5.1) As empresas privadas e públicas e os órgãos governamentais que possuam

empregados regidos pela CLT ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento, por

estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA.

5.2) A CIPA tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos ambientes de

trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutralizar os

mesmos, discutir os acidentes ocorridos, encaminhando aos SESMT e empregador o resultado da

discussão, solicitando medidas que previnam acidentes semelhantes e, ainda, orientar os demais

trabalhadores quanto a prevenção de acidentes.

5.3) A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados de

acordo com as proporções mínimas estabelecidas no quadro I desta NR ou com aqueles

estipulados em outras NRs.

5.3.1 - A composição da CIPA deverá obedecer a critérios que permitam estar

representada a maior parte dos setores do estabelecimento, não devendo faltar em qualquer

hipótese, a representação dos setores que ofereçam maior risco ou que apresentem maior número

de acidentes.

5.3.4 - Os membros titulares da CIPA, designados pelo empregador, não poderão

ser reconduzidos para mais de dois mandatos consecutivos.

5.4) Organizada a CIPA, a mesma deverá ser registrada no órgão regional do Ministério

do Trabalho - MTb, até 10 (dez) dias após a eleição.

QUADRO II – DIMENSIONAMENTO DOS SESMT

Numero de Empregados no Estabelecimento

Grau de

Risco Técnicos

50 a

100

101 a

250

251 a

500

501 a 1000

1001 a

2000

2001 a

3500

3501 a

5000

>5000 p/ cada grupo de 4000 ou fração acima de

2000 **

Tec. Seg. Trab.

1 1 1 2 1

Eng. Seg. Trab.

1* 1 1*

Aux. Enf. Trab.

1 1 1

Enf. Trab. 1*

1

Médico Trab 1* 1* 1 1*

2 Tec. Seg. Trab.

1 1 2 5 1

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    36 

Eng. Seg. Trab.

1* 1 1 1*

Aux. Enf. Trab.

1 1 1 1

Enf. Trab. 1

Médico Trab 1* 1* 1 1

Tec. Seg. Trab.

1 2 3 4 6 8 3

Eng. Seg. Trab.

1* 1 1 2 1

Aux. Enf. Trab.

1 2 1 1

Enf. Trab. 1

3

Médico Trab 1* 1 1 3 1

Tec. Seg. Trab.

1 2 3 4 5 8 10 3

Eng. Seg. Trab.

1* 1* 1 1 2 3 1

Aux. Enf. Trab.

1 1 2 1 1

Enf. Trab. 1

4

Médico Trab 1* 1* 1 1 2 3 1

* Tempo parcial (mínimo de 3 horas).

** O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento da

faixa de 3501 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração de 2000.

OBS.: Hospitais, ambulatórios, maternidades, casas de saúde e repouso, clínicas e

estabelecimentos similares com mais de 500 empregados deverão contratar um enfermeiro do

trabalho em tempo integral.

5.4.1 - O registro da CIPA será feito mediante requerimento ao Delegado

Regional do Trabalho ou Delegado do Trabalho Marítimo, acompanhado de cópia dos

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    37 

atos da eleição e da instalação e posse, contendo o calendário anual das reuniões

ordinárias da CIPA, constando dia, mês, hora e local de realização dos mesmos.

5.5) Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutíneo

secreto.

5.5.6 - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano,

permitida uma reeleição

A CIPA terá as seguintes atribuições:

e) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, a SIPAT - Semana Interna

de Prevenção de Acidentes do Trabalho,

o) elaborar, ouvidos os trabalhadores de todos os setores do estabelecimento, o

mapa de riscos, o qual deverá ser refeito a cada gestão da CIPA.

5.27) Os membros titulares da CIPA representantes dos empregados não poderão sofrer

despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico

econômico ou financeiro.

5.27.1 - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em casos de reclamação à Justiça

do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados no item 5.27, sob

pena de ser condenado a reintegrar o empregado.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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DIMENSIONAMENTO DA CIPA

QUADRO I

 

 

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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OBS.: Os membros efetivos e suplentes terão representantes dos Empregadores e Empregados.

* As atividades econômicas integrantes dos grupos estão especificadas por CNAE nos QUADROS II e III.

* Nos grupos C-18 e C-18a constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70 trabalhadores e quando o estabelecimento possuir menos de 70 trabalhadores observar o dimensionamento descrito na NR 18 - subitem 18.33.1.

QUADRO II

Agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, para dimensionamento de CIPA

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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QUADRO III

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    45 

Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, com correspondente agrupamento para dimensionamento de CIPA

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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ANEXO 3 - NR - 05 - MAPA DE RISCOS Mapa de Risco: é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de

trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças

ocupacionais. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho

(materiais, máquinas, ferramentas, instalações, suprimentos, e espaços de trabalho) e a forma de

organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, gestão e planejamento de trabalho,

postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.)

O mapa de risco é estabelecido na Portaria 3214 de 08 de Julho de 1978, através do ANEXO IV

da NR – 5 - MAPA DE RISCOS.

1) O mapa de riscos tem como objetivos:

a) Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e

saúde no trabalho da empresa.

b) Possibilitar, durante a sua elaboração a troca e divulgação de informações entre os

trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

2) Etapas de elaboração do mapa de risco:

a) Conhecer o processo de trabalho no local analisado:

    ‐ Os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamento profissionais e de segurança

e saúde, jornada;

    ‐ Os instrumentos e materiais de trabalho;

    ‐ As atividades exercidas;

    ‐ O ambiente.

b) Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação da tabela I;

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    59 

c) Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:

    ‐ Medidas de proteção coletiva;

    ‐ Medidas de organização do trabalho;

    ‐ Medidas de proteção individual;

    ‐  Medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários,

bebedouro, refeitório, área de lazer.

d) Identificar os indicadores de saúde:

    ‐ Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos

riscos;

    ‐ Acidentes de trabalho ocorridos;

    ‐ Doenças profissionais diagnosticadas;

    ‐ Causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;

f) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando através de círculo:

    ‐ O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada na tabela I;

    ‐ O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do

círculo;

    ‐  A especificação do agente (por exemplo: químico - sílica, hexano, ácido

clorídrico; ou ergonômico - repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotada também dento

do círculo;

    ‐ A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve

ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de círculos.

3) Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá

ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os

trabalhadores.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    60 

4) No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Risco do estabelecimento deverá

ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo e

superveniente, modificar a situação de riscos estabelecida.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS.

Grupo 1

Verde

Grupo 2

Vermelho

Grupo 3

Marrom

Grupo 4

Amarelo

Grupo 5

Azul

Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos

Biológicos

Riscos Ergonômicos Riscos de

acidentes

Ruídos

Vibrações

Radiações

ionizantes

Radiações não

ionizantes

Frio

Calor

Pressões

anormais

Umidade

Poeiras

Fumos

Névoas

Neblinas

Gases

Vapores

Substâncias,

compostos ou

produtos

químicos em

geral

Vírus

Bactérias

Protozoários

Fungos

Parasitas

Bacilos

Esforço físico intenso

Levantamento e

transporte manual de

peso

Exigência de postura

inadequada

Controle rígido de

produtividade

Imposição de ritmos

excessivos

Trabalho em turno e

noturno

Jornadas de trabalho

prolongadas

Monotonia e

repetitividade

Outras situações

causadoras de

"Stress" físico e/ou

psíquico

Arranjo físico

inadequado

Máquinas e

equipamentos

sem proteção

Ferramentas

inadequadas ou

defeituosas

Iluminação

inadequada

Eletricidade

Probabilidade de

incêndio ou

explosão

Armazenamento

inadequado

Animais

peçonhentos

Outras situações

de risco que

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    61 

poderão

contribuir para a

ocorrência de

acidentes

MAPAS DE RISCO IDEALIZADOS AO LONGO DO CURSO DE FUNDAMENTOS DE

ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

Na seqüência são apresentados alguns exemplos de mapas de risco, confeccionados pelos

alunos do curso de engenharia de segurança e medicina do trabalho, ao longo do curso

ministrado na Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, disciplina obrigatória do curso de

engenharia mecânica. Em particular, é apresentado o mapa de risco da Oficina Mecânica,

englobando também a área de Soldagem, o Almoxarifado e a sala dos técnicos, todos estes

setores instalados no bloco M-1, do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de

Engenharia de Ilha Solteira – FEIS.

MAPA DE RISCO DA OFICINA MECÂNICA

Objetivos

O presente trabalho tem por objetivo o levantamento de um mapa de riscos da Oficina

Mecânica, englobando também a área de Soldagem, o Almoxarifado e a sala dos técnicos, todos

estes instalados no bloco M-1 do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de

Engenharia de Ilha Solteira – FEIS.

Descrição das atividades

No local citado acima são desenvolvidas atividades de ensino, bem como serviços de

usinagem, montagem de equipamentos, soldagem, entre outras.

Área da Oficina

Descrição dos riscos

Riscos Físicos

Ruídos: Lixadeiras, Tornos, Retificadora manual, Guilhotina, Furadeiras, Plainas, Fresadoras.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    62 

Calor: Devido ao ambiente possuir pouca ventilação natural.

Radiações não ionizantes: Solda elétrica, fornos, soldas de oxiacetileno.

Riscos Químicos

Em solventes: Hidrocarbonetos alifáticos e destilados de petróleo;

Em Thinner: Ésteres, cetona, hidrocarbonetos, glicoéteres;

Em graxas: Óleos minerais, sabão de lítio;

Em aditivos: Antiferrugem, anticorrosivo, antioxidante;

Gasolina, álcool, Diesel, óleo lubrificante.

Riscos Ergonômicos

Levantamento de peso (eventualmente);

Serviços com postura inadequada (eventualmente).

Riscos de acidentes

Arranjo físico inadequado (na área de Soldagem);

Iluminação inadequada;

Manuseio de produtos químicos e trabalhos com soldagem.

Profissionais que atuam na seção

Darci Alves Ribeiro

Edvaldo Silva de Araújo

Ronaldo Mascoli

Equipamentos de proteção utilizados

A seguir são listados os equipamentos de proteção (individual e coletiva) que devem ser

utilizados por questão de segurança:

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    63 

Óculos;

Aventais de amianto;

Luvas de amianto;

Perneiras;

Mangotes;

Protetor auricular;

Máscara respiratória;

Ventiladores.

Características do ambiente

Janelas com pouca ventilação natural;

Ventiladores suficientes;

Iluminação Insuficiente;

Mobiliário e equipamentos em bom estado de conservação.

 

Área de Soldagem

Instrumentos e materiais utilizados

Máquinas de solda convencional, Tig e Oxiacetileno;

Equipamento poli-corte e esmeril;

Armário para guardar os EPIs;

Equipamentos de proteção coletiva (ventiladores e exaustores).

Atividades exercidas

Soldagem;

Pinturas.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    64 

Características do ambiente

Exaustores;

Ventiladores;

Iluminação insuficiente;

Janelas;

Arranjo físico inadequado.

Riscos Físicos

Radiações não-ionizantes (solda elétrica, solda de oxiacetileno).

Riscos Químicos

Solventes;

Thinner;

Graxas;

Aditivos.

Riscos Ergonômicos

Levantamento e transporte de peso.

Equipamentos de proteção individual fornecidos

Máscaras para soldagem;

Óculos;

Protetor auricular;

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    65 

Luvas:

Aventais;

Máscaras respiratórias.

 

Almoxarifado

Atividades exercidas

Armazenagem de materiais (metálicos e não metálicos), caixas de eletrodos, varetas de

solda, latas de graxa, compressores, entre outros.

Características do Ambiente

Iluminação inadequada;

Ventilação precária;

Arranjo físico inadequado;

Entrada inadequada para a matéria-prima;

Limpeza precária;

Mobiliário precário.

Riscos Físicos

Calor;

Ruído proveniente da sala ao lado (oficina).

Riscos Químicos

Tintas;

Solventes;

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    66 

Gasolina;

Óleos;

Poeira;

Graxa.

Riscos Ergonômicos

Manuseio de materiais pesados (barras, chapas e trilhos de aço, entre outros).

Riscos de Acidentes

Materiais cortantes;

Iluminação inadequada.

Equipamentos de proteção individual fornecidos

Luvas;

Aventais;

Máscara respiratória.

 

Sala dos Técnicos

Instrumentos e materiais utilizados

Régua;

Esquadro;

Paquímetro.

Atividades exercidas

Preparo das aulas;

Projetos;

Controle da saída e entrada de materiais.

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    67 

Uso de computador

Características do Ambiente

Janelas com pouca ventilação;

Iluminação insuficiente;

Ar condicionado.

Riscos Ergonômicos

Iluminação insuficiente.

Sugestões de melhora do prédio M-1 (oficina mecânica)

Melhorar a iluminação em geral, tanto do setor de trabalho, bem como iluminação

localizada;

Melhoria da ventilação: ventiladores, exaustores e natural;

Construir um banheiro para os funcionários no local de trabalho, pois o que é utilizado

fica localizado fora do setor;

Colocar em local visível uma caixa de primeiros socorros.

Descrição dos riscos

Área da Oficina

Riscos Físicos

Ruídos: Lixadeiras, Tornos, Retificadora manual, Guilhotina, Furadeiras, Plainas,

Fresadoras.

Calor: Devido ao ambiente possuir pouca ventilação natural.

Radiações não ionizantes: Solda elétrica, fornos, soldas de oxiacetileno.

Riscos Químicos

Em solventes: Hidrocarbonetos alifáticos e destilados de petróleo;

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Em Thinner: Ésteres, cetona, hidrocarbonetos, glicoéteres;

Em graxas: Óleos minerais, sabão de lítio;

Em aditivos: Antiferrugem, anticorrosivo, antioxidante;

Gasolina, álcool, Diesel, óleo lubrificante.

Riscos Ergonômicos

Levantamento de peso (eventualmente);

Serviços com postura inadequada (eventualmente).

Riscos de acidentes

Arranjo físico inadequado (na área de Soldagem);

Iluminação inadequada;

Manuseio de produtos químicos e trabalhos com soldagem.

Área de Soldagem

Riscos Físicos

Radiações não-ionizantes (solda elétrica, solda de oxiacetileno).

Riscos Químicos

Solventes;

Thinner;

Graxas;

Aditivos.

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Riscos Ergonômicos

Levantamento e transporte de peso

Almoxarifado

Riscos Físicos

Calor;

Ruído proveniente da sala ao lado (oficina).

Riscos Químicos

Tintas;

Solventes;

Gasolina;

Óleos;

Poeira;

Graxa.

Riscos Ergonômicos

Manuseio de materiais pesados (barras, chapas e trilhos de aço, entre outros).

Riscos de Acidentes

Materiais cortantes;

Iluminação inadequada

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F) ACIDENTES DE TRÂNSITO: Os acidentes ocorridos com veículos automotivos podem ser colocados entre os de maior número de acidentes de trajeto. TABELA I - CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS.

Grupo 1 Verde

Grupo 2 Vermelho

Grupo 3 Marrom

Grupo 4 Amarelo

Grupo 5 Azul

Riscos Físicos Riscos Químicos

Riscos Biológicos

Riscos Ergonômicos Riscos de acidentes

• Ruídos

• Vibrações

• Radiações

ionizantes

• Radiações não

ionizantes

• Frio

• Calor

• Pressões

anormais

• Umidade

• Poeiras

• Fumos

• Névoas

• Neblinas

• Gases

• Vapores

• Substâncias,

compostos ou

produtos

químicos em

geral

• Vírus

• Bactérias

• Protozoários

• Fungos

• Parasitas

• Bacilos

• Esforço físico

intenso

• Levantamento e

transporte manual de

peso

• Exigência de postura

inadequada

• Controle rígido de

produtividade

• Imposição de ritmos

excessivos

• Trabalho em turno e

noturno

• Jornadas de trabalho

prolongadas

• Monotonia e

repetitividade

• Outras situações

causadoras de

"Stress" físico e/ou

psíquico

• Arranjo físico

inadequado

• Máquinas e

equipamentos sem

proteção

• Ferramentas

inadequadas ou

defeituosas

• Iluminação

inadequada

• Eletricidade

• Probabilidade de

incêndio ou explosão

• Armazenamento

inadequado

• Animais peçonhentos

• Outras situações de

risco que poderão

contribuir para a

ocorrência de

acidentes

Curso de direção defensiva:

- Foi desenvolvido nos EUA pela National Safety Council

- Foi trazido para o Brasil em 1971 pelo SENAI.

- Objetiva o aperfeiçoamento profissional do motorista

Direção Defensiva: é dirigir de modo que se evitem acidentes, apesar das ações incorretas de

terceiros e condições adversas.

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G) FORÇA MAIOR, CASO FORTUITO: Força maior: é o fato que não provém da essência da exploração, mas se forma fora dela;

é um agente material ou humano irrompendo de fora para provocar o acidente.

Caso fortuito: é fator proveniente das próprias condições da exploração, ao que

acrescentaremos o fator humano, não intelectual, quer por parte do patrão, quer dos operários.

São fatores externos ao trabalhador com os quais ele não contribui, mas acaba vítima no

acidente.

H) ÁLCOOL, TABAGISMO E TÓXICOS: Embriaguez: é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool, cujos efeitos podem

progredir de uma ligeira excitação inicial, até ao estado de paralisia e coma.

Fases da embriaguez:

a) Excitação (euforia, loquacidade, diminuição da capacidade de autocrítica),

b) Depressão (confusão mental, falta de coordenação motora, irritabilidade, disartria -

dificuldade de articulação das palavras devido a perturbação do sistema nervoso central (centro

nervoso)),

c) Sono (o ébrio cai e dorme, havendo anestesia e relaxamento dos esfíncteres,

culminando com o estado de coma).

A embriaguez pode ser:

• Completa: correspondente a segunda e terceira fase,

• Incompleta: correspondente a 1a fase.

Tendo em vista o elemento subjetivo do agente em relação à embriaguez, esta pode ser:

- Caso fortuito,

- Força maior.

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Figura 2 – Embriaguez

Despojado da plenitude de sua capacidade de raciocínio, o embriagado expõe-se aos

riscos com menos responsabilidade que o habitual. De reflexos mais acelerados, porém menos

sensível, o etilizado nem sempre reage com as devidas cautelas.

Não só a embriaguez no serviço é prejudicial, a habitual pode levar o ébrio a gradativa

perturbação de seu equilíbrio físico e mental, de forma a expô-lo aos perigos de seu ambiente de

trabalho, mesmo que jamais tenha se apresentado embriagado em serviço.

Sensível aos problemas do álcool no organismo humano, a legislação trabalhista cuidou

do ébrio através da CLT:

Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:

Embriaguez habitual ou em serviço.

Além dos problemas no trabalho, o álcool afeta o fígado e o cérebro.

Tabagismo(fumo): o tabagismo, pouco atacado, proibido em coletivos interurbanos no

Estado de São Paulo (lei Estadual 110), porém pouco praticada, merece mais atenção.

O tabaco no pulmão do trabalhador contribui para acentuar os problemas oriundos de

poeiras e outros agentes que atacam os pulmões, contribuindo para a evolução da doença,

antecipando os seus efeitos maléficos sobre o trabalhador.

Tóxicos: os entorpecentes, de comércio e consumo proibidos por lei, atuando de forma

nociva sobre o organismo e mente do homem, podem levá-lo a expor-se a acidentes, de

forma ainda mais perigosa que o álcool.

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2.5 - EFEITOS DO ACIDENTE SOBRE O HOMEM

Morte: é o fim da vida animal ou vegetal. Logo, a morte do empregado constitui a

inutilização mais completa que pode sofrer a máquina humana de trabalho. Morte, é assim, o

momento em que cessam todos as funções vitais do corpo, e este deixa de existir, entrando em

processo de decomposição. Extinto o homem, extingue-se o seu trabalho e o seu emprego.

Incapacidade: é a impossibilidade para se realizar determinadas tarefas. Ela pode ser:

a) Incapacidade temporária total: é a impossibilidade de o trabalhador realizar,

por certo espaço de tempo, quaisquer trabalhos.

b) Incapacidade temporária parcial: é a redução, por certo espaço de tempo, da

capacidade de trabalho.

Figura 3 – Efeitos do acidente sobre o homem

c) Incapacidade permanente total: é a incapacitação, por toda a vida, para o trabalho.

d) Incapacidade permanente parcial: é a redução, por toda a vida, da capacidade de

trabalho.

Acidente Fatal: quando provoca a morte do trabalhador.

Acidente grave: quando provoca lesões incapacitantes no trabalhador.

OBS.: Não se deve esquecer que, por menos lesão que sofra o trabalhador, nada paga as dores, o

sofrimento e angústia, até o diagnóstico da lesão. Ansiedades e incertezas acompanham o

trabalhador até a sua volta ao serviço, pois a aposentadoria por incapacidade nunca se busca.

2.6 - A SITUAÇÃO PREVIDENCIÁRIA E LEGAL DO ACIDENTADO

Inicialmente, não cabia ao trabalhador acidentado, qualquer assistência e/ou indenização,

o que o deixava ao completo desamparo, caso não tivesse formado patrimônio antes do acidente,

salvo se provasse culpa ou dolo do empregador, o que além de oneroso, era praticamente

impossível, pois acidentes ocorridos no ambiente de trabalho tinham por testemunhas os

empregados deste mesmo empregador, os quais tinham os seus empregos a zelar.

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No Mundo:

Leis mais humanas que davam soluções mais práticas ao problema foram aparecendo. Em

1884, na Alemanha, instituiu-se a assistência médica às vítimas de acidentes de trabalho. Após a

guerra de 1914, surgiu a idéia da readaptação. Mais tarde, apareceram as instituições

previdenciárias.

No Brasil:

A primeira lei sobre o assunto foi a de 1919, e cuidava apenas da assistência médica e da

indenização. O DL. 7036 de 1944, foi a primeira norma legal a atender o acidentado em seus três

aspectos: assistência, indenização e reabilitação.

O DL. 293/67 cuidou apenas da assistência médica, deixando para a CLT, a reabilitação e

prevenção do acidente de trabalho, com as alterações previstas no DL. 229/67.

A lei 5316/67 restabeleceu em parte as conquistas, atendendo inclusive a prevenção de

acidentes e a reabilitação profissional dos acidentados.

Situação previdenciária atual:

A atual Consolidação das Leis da Previdência Social, instituída pelo Decreto 89312 de 23

de janeiro de 1984, que a reeditou, a partir do artigo 160 estabelece os benefícios ao acidentado.

Ao assumir integral responsabilidade pelos benefícios ao acidentado, esta legislação

exclui o empregador de quaisquer responsabilidades pelo acidente de trabalho, tornando-o imune

a encargos de qualquer natureza, salvo em manter o emprego e as contribuições à previdência, e

depósito do FGTS.

Aqui começam os problemas. Isento de ônus quanto ao acidentado, o empregador não se

preocupa com a integridade física e/ou psíquica de seus empregados.

Ocorrido o acidente, basta comunicá-lo à previdência social, que a partir de então, é

responsável pela vítima.

A estabilidade provisória cessa com a reabilitação do empregado e seu retorno ao serviço,

o qual poderá ter seu contrato de trabalho unilateralmente rescindido, ainda que sem justa causa,

uma vez que atualmente, com o advento do FGTS, instituído pela lei 5107, substitui a

estabilidade do artigo 492 da CLT (Decreto Lei 5452, de 01/05/1943), pagando-lhe o pouco a

que tem direito.

OBS.: Cobrança é prevista na lei 8213 de 1991. Ela determina que o INSS cobre de empresas

culpadas por acidentes de trabalho os benefícios pagos a acidentados.

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2.7 - RESPONSABILIDADE CIVIL PELO ACIDENTE

A) PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO:

O código civil estabelece alguns casos em que o responsável por acidentes é civilmente

responsável por indenização. Tais casos não se aplicam ao acidente do trabalho que esta coberto

pela Previdência Social.

A legislação civil prevê - Cod. Civil art. 1518: "Os bens do responsável pela ofensa ou

violação dos direitos de outrem, ficam sujeitos à reparação do dano causado".

No artigo 1521 são também responsáveis pela reparação civil:

I)

II)

III) O patrão...... por empregados..... no exercício do trabalho que lhes competir, ou por

ocasião dele (art. 1522).

Art. 1522 A - A responsabilidade estabelecida no artigo antecedente, No III, abrange as

pessoas jurídicas que exerçam exploração industrial.

Não é difícil perceber que as indenizações acima estabelecidas referem-se somente a

terceiros, e não ao empregado, conclusão que se pode tirar do artigo 1521, III, pois o patrão é

responsabilizado pelo ato de seus empregados.

O direito de terceiros poderá ser violado no caso de acidentes de trabalho. Neste caso, o

empregador é responsável pelos danos que os seus empregados causarem a terceiros; quanto ao

empregado, este é encaminhado aos cuidados do órgão previdenciário a que pertence.

B) PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO:

O Poder Público não está isento de responsabilidades, em caso de acidentes de trabalho,

quanto à indenização a terceiros.

Cod. Civil art. 15: As pessoas jurídicas de direito público são civilmente responsáveis por

atos de seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros....

Desta forma, se o acidente ocorrer com empregado do serviço público, no exercício de

suas atividades, aquele também é responsável em relação a terceiros. Não importa o regime

jurídico do servidor, nem tão pouco a forma de sua investidura, basta que seja agente do serviço

público. Os empregados são encaminhados ao órgão previdenciário próprio.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    77 

Logo, os danos decorrentes de acidentes de trabalho que atingir terceiros, obriga os

empregadores à indenização, na forma prescrita pelo Código Civil, seja o empregador: pessoa

física, pessoa jurídica de direito privado ou de direito público.

Quanto aos empregados, estes devem ser encaminhados à previdência social.

2.8 - LEGISLAÇÃO BÁSICA PREVENTIVA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

A) CLT - CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO:

A legislação básica preventiva em matéria de Segurança e Medicina do Trabalho é a

própria CLT, que em seu capítulo V, com redação que lhe deu a lei 6514/77, regula o assunto da

seguinte forma:

a) Os códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados e Municípios, e as

convenções coletivas de trabalho, podem complementar a legislação existente, uma vez que a

aplicação dessa não desobriga aqueles (art. 154);

b) Competência dos órgãos de âmbito nacional e dos DRT (art. 155/156);

c) Incumbência dos empregadores e empregados (art. 17/158);

d) Delegação de competência no tocante à fiscalização e orientação das disposições

relativas a este assunto (art. 159);

e) Obrigatoriedade de inspeção prévia dos estabelecimentos empregadores, com

faculdade de o delegado Regional do Trabalho interditar ou embargar obras desses

estabelecimentos (art. 160/161);

f) Obrigatoriedade de manutenção de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -

CIPA (art. 162/165);

g) Obrigatoriedade de fornecimento, por parte do empregador, gratuito ao empregado, de

equipamento aprovado pelo Ministério do Trabalho (art. 166/167);

h) Obrigatoriedade de exame médico gratuito por ocasião da admissão do empregado,

bem como notificação compulsória das doenças profissionais (art. 168/169);

i) As condições de segurança e higiene dos edifícios (art. 170/174);

j) As condições de iluminação e conforto térmico destes (art. 175/178);

k) As condições elétricas e proibição de manuseio desta por quem não for qualificado

(art. 179/181);

l) A instalação de dispositivos de segurança em máquinas e equipamentos, bem como a

proibição de manutenção de máquinas em movimento (art. 184/185);

m) Segurança em caldeiras, com obrigatoriedade de inspeção periódica (art. 187/188);

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    78 

n) Regula as atividades insalubres e perigosas, obriga ao pagamento de adicionais nestas

categorias e advertência aos empregados de que trabalham nestas condições (art. 189/197);

o) Estabelece o limite de carga a ser transportado pelo homem, e a colocação de assentos

quando necessário (art. 198/199).

B) NORMAS REGULAMENTADORAS:

O artigo 200 estabelece algumas normas sobre a segurança em geral, mas seu capítulo

determina a regulamentação de toda a matéria, o que foi feito pela Portaria 3214, que estabelece

as 28 NRs, as quais, resumidamente, estabelecem o seguinte:

NR1 - Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas

Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do Trabalho Urbano, bem como os

direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema

específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à

existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

NR2 - Inspeção Prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao

MTb a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua

realização. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à

existência desta NR, é o artigo 160 da CLT.

NR3 - Embargo ou Interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a

sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a

serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à

Segurança e a Medicina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.

NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:

Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos

pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em

Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a

saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal,

ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da

CLT.

NR5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA: Estabelece a obrigatoriedade

das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por

estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de

prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de

acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que

dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 163 a 165 da CLT.

NR6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI: Estabelece e define os tipos de EPI's a

que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de

trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A

fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR,

são os artigos 166 e 167 da CLT.

NR7 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional: Estabelece a

obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e

instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto

dos seus trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento

jurídico à existência desta NR, são os artigos 168 e 169 da CLT.

NR8 - Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser

observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A

fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR,

são os artigos 170 a 174 da CLT.

NR9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais: Estabelece a obrigatoriedade de

elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam

trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA,

visando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação,

reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes

ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio

ambiente e dos recursos naturais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT.

NR10 - Instalações e Serviços em Eletricidade: Estabelece as condições mínimas

exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em

suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma

e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros, em quaisquer das fases de

geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as

normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas internacionais. A

fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR,

são os artigos 179 a 181 da CLT.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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NR11- Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Estabelece

os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao

transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma

mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de infortúnios laborais. A fundamentação

legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos

182 e 183 da CLT.

NR12 - Máquinas e Equipamentos: Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e

higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e

manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. A

fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR,

são os artigos 184 e 186 da CLT.

NR13 - Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece todos os requisitos técnicos-legais

relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se

prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica,

que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT.

NR14 - Fornos: Estabelece as recomendações técnicos-legais pertinentes à construção,

operação e manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho. A fundamentação legal,

ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 187 da

CLT.

NR15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes

insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando

vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do

exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à

sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à

existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT.

NR16 - Atividades e Operações Perigosas: Regulamenta as atividades e as operações

legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas

correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 01: Atividades e Operações

Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis,

tem a sua existência jurídica assegurada através dos artigos 193 a 197 da CLT.A fundamentação

legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à caracterização da energia elétrica

como sendo o 3° agente periculoso é a Lei n° 7.369 de 22 de setembro de 1985, que institui o

adicional de periculosidade para os profissionais da área de eletricidade. A portaria MTb n°

3.393 de 17 de dezembro de 1987, numa atitude casuística e decorrente do famoso acidente com

o Césio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as radiações ionozantes, que já eram insalubres de

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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grau máximo, como o 4° agente periculoso, sendo controvertido legalmente tal enquadramento,

na medida em que não existe lei autorizadora para tal.

NR17 - Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptaçào das condições

de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um

máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fundamentação legal, ordinária e

específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT.

NR18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: Estabelece

diretrizes de ordem administrativa, de planejamento de organização, que objetivem a

implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas

condições e no meio ambiente de trabalho na industria da construção civil. A fundamentação

legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200

inciso I da CLT.

NR19 - Explosivos: Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito,

manuseio e transporte de explosivos, objetivando a proteção da saúde e integridade física dos

trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que

dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.

NR20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece as disposições regulamentares

acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis,

objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores m seus ambientes de

trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à

existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.

NR21 - Trabalho a Céu Aberto: Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a

prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar

livre e em pedreiras. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento

jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

NR22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: Estabelece métodos de segurança

a serem observados pelas empresas que desemvolvam trabalhos subterrâneos de modo a

proporcionar a seus empregados satisfatórias condições de Segurança e Medicina do Trabalho. A

fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR,

são os artigos 293 a 301 e o artigo 200 inciso III, todos da CLT.

NR23 - Proteção Contra Incêndios: Estabelece as medidas de proteção contra Incêndios,

estabelece as medidas de proteção contra incêndio que devem dispor os locais de trabalho,

visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal,

ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso

IV da CLT.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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NR24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Disciplina os

preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no

que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozinhas, alojamentos e água potável, visando a

higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhadores. A fundamentação legal,

ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso

VII da CLT.

NR25 - Resíduos Industriais: Estabelece as medidas preventivas a serem observadas,

pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de

trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação

legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200

inciso VII da CLT.

NR26 - Sinalização de Segurança: Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas

como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho, de modo a proteger a saúde e a

integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá

embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VIII da CLT.

NR27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do

Trabalho: Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profissional que desejar exercer as

funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro

profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e

específica, tem seu embasamento jurídico assegurado través do artigo 3° da lei n° 7.410 de 27 de

novembro de 1985, regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530 de 9 de abril de 1986.

NR28 - Fiscalização e Penalidades: Estabelece os procedimentos a serem adotados pela

fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à

concessão de prazos às empresas para no que diz respeito à concessão de prazos às empresas

para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedimento de

autuação por infração às Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. A

fundamentação legal, ordinária e específica, tem a sua existência jurídica assegurada, a nível de

legislação ordinária, através do artigo 201 da CLT, com as alterações que lhe foram dadas pelo

artigo 2° da Lei n° 7.855 de 24 de outubro de 1989, que institui o Bônus do Tesouro Nacional -

BTN, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas, e posteriormente, pelo artigo

1° da Lei n° 8.383 de 30 de dezembro de 1991, especificamente no tocante à instituição da

Unidade Fiscal de Referência -UFIR, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de

multas em substituição ao BTN.

NR29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Tem por

objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde

aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores

portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos demais trabalhadores que

exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e

retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua existência jurídica

está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida Provisória n° 1.575-6, de

27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n°

152 da OIT.

NR30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário : Aplica-

se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de mercadorias ou de

passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem, na navegação interior, no

serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas marítimas e fluviais, quando em

deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e portuário. A observância desta Norma

Regulamentadora não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições legais com

relação à matéria e outras oriundas de convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.

NR31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,

Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aqüicultura: Estabelece os preceitos a serem

observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o

planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura,

exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. A sua

existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NR32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde: Tem por

finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à

segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem

atividades de promoção e assistência à saúde em geral.

NR33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados: Tem como objetivo

estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento,

avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente

a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

De que trata cada Norma Regulamentadora Rural (NRR):

NRR1 - Disposições Gerais: Estabelece os deveres dos empregados e empregadores

rurais no tocante à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência

jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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NRR2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR:

Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do número de empregados

que possuam, organizem e mantenham em funcionamento serviços especializados em Segurança

e Medicina do Trabalho, visando à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais

no meio rural. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8

de junho de 1973.

NRR3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR:

Estabelece para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter em funcionamento

uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A sua existência jurídica é assegurada por

meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR4 - Equipamento de Proteção Individual - EPI: Estabelece a obrigatoriedade para

que os empregadores rurais forneçam, gratuitamente, a seus empregados Equipamentos de

Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito estado de conservação, a fim de protege-los

dos infortúnios laborais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº.

5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR5 - Produtos Químicos: Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do

Trabalho rural a serem observados no manuseio de produtos químicos, visando à prevenção de

acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do

artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973. 

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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CAPÍTULO 3 – LEGISLAÇÃO

Em termos de Segurança e Medicina do Trabalho a Portaria 3214 de 08 de julho de 1978

é a legislação básica preventiva.

Homero: "O trabalho é o fruto do ódio dos deuses para com os homens"

Sêneca: "Ao trabalhador o único direito é o suicídio"

A lei de todas as leis é a constituição Federal de um País.

Isonomia (art. 5): Todos são iguais perante a lei, sem distinção de sexo, raça, trabalho,

credo religioso e convicções políticas. Será punido pela lei o preconceito de raça.

Weimar (Alemanha) em 11 de agosto de 1819 deu um basta ao liberalismo, e o governo

passou a ter influência no destino da atividade liberal.

Direito Natural: de vida

Direito Positivo: dos homens (de autor)

3.1- HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS:

1) LEIS CONSTITUCIONAIS (CONSTITUINTE)

2) LEIS ORDINÁRIAS (CONGRESSO)

3) DECRETO - LEI (EXECUTIVO)

4) DECRETO (EXECUTIVO)

5) REGULAMENTO (ADM.)

6) PORTARIA (ADM.)

7) REGIMENTO (ADM.)

8) SENTENÇA

9) PREJULGADOS (TRIBUNAL)

LEIS CONSTITUCIONAIS (CONSTITUINTE): São as leis básicas ou fundamentais

(Constituição) que contêm os preceitos gerais reguladores de uma associação política. A

constituição é a lei básica de uma associação humana politicamente organizada.

Programáticas: O trabalho é uma obrigação social

Não auto-executáveis: "O Salário Família" Leis Constitucionais

Executáveis: É proibido o trabalho de mulheres em

atividades perigosas

LEIS ORDINÁRIAS (CONGRESSO): São as que ampliam, desenvolvem ou interpretam

princípios consagrados na lei fundamental.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Congresso elabora → Executivo sanciona

DECRETOS (EXECUTIVO): São fórmulas de certos atos (determinação escrita) dos

chefes de estado, como: para concessão de privilégios ou aprovação de contrato, previsto em lei,

para nomeações, promoções, demissões, aposentadorias, etc., de funcionários públicos.

REGULAMENTO (ADMINISTRATIVO): São atos pelos quais o governo estabelece o

modo de cumprir (regra, norma) uma lei ou decreto.

PORTARIAS (ADMINISTRATIVO): São documentos de ato administrativo pelos quais

uma autoridade pública (Ministros) praticam certos atos, tais como: nomeação, exoneração,

licença e penas disciplinares dos funcionários públicos.

ORDEM: É o ato pelo qual se leva ao conhecimento do inferior as relações da

administração superior.

CIRCULARES: São instruções e ordens segundo as quais devem proceder os funcionários

públicos.

OFÍCIOS: São formulas usadas pelas autoridades publicas quando se dirigem a seus

superiores, aos seus iguais, ou aos funcionários de elevada categoria.

DESPACHOS: São decisões proferidas pelas autoridades administrativas nas petições das

partes ou nos processos administrativos

REGIMENTO (ADMINISTRATIVO): Conjunto de normas que regem uma instituição.

SENTENÇA: Julgamento proferido pelo Juiz.

PREJULGADO (TRIBUNAL): É uma decisão do tribunal.

3.1.1 - PRIMEIRAS LEIS TRABALHISTAS: a) Lei 62 de 05/06/1935

b) Lei 185 de 14/01/1936

c) Decreto - lei 5432 de 01/05/1943

a) "Assegurava ao empregado da indústria ou do comércio uma indenização, quando não

existia prazo estipulado para o término do contrato de trabalho e quando havia despedida sem

justa-causa".

b) "Instituía comissões de estudo do salário mínimo".

c) "Aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho"

"Somente pelo Decreto 41721 de 25/07/1957 o Brasil adotou as recomendações

da OIT. Recomendações que determinavam igualdade de direito dos trabalhadores nacionais e

estrangeiros em casos de indenização de acidente de trabalho.

**Prejulgados: "O adicional por insalubridade pago em caráter permanente integra a

remuneração para o cálculo da indenização". Prejulgado no 11/75.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Doloso : Premeditação Imprudência: excesso na conduta (motorista

atropela com muita velocidade)

Negligência: descaso na conduta (cirurgião

que esquece alguma coisa no corpo do

paciente.

CRIME Culposo

Imperícia: desqualificação de conduta.

Culposo: o fato é previsível, mas o sujeito não é.

Código Penal: art. 121 - Homicídio

Art. 129 - Lesão corporal

Art. 132 - Periclitação da vida e da saúde

3.2 - ETAPAS DO INQUÉRITO POLICIAL DE ACIDENTE DE TRABALHO COM MORTE:

1) B.O.

2) Portaria

3) Exame do instrumento do crime

4) Exame do local (com levantamento de cadáver) - trabalho realizado pela polícia técnica

5) Exame necroscópico

6) Oitiva de testemunhas, presenciais e dos integrantes da CIPA

7) Oitiva do empregador ou gerente

8) Relatório do Delegado

Prazo de conclusão do inquérito é de 10 dias. Os demais inquéritos são de 30 dias.

Cabe ao Delegado Regional do Trabalho:

a) Impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas regulamentadoras - NRs;

b) Embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de trabalho, locais de trabalho, máquina e equipamento;

c) Atender requisições judiciais para a realização de perícias.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Normas Públicas: Segurança e Higiene do Trabalho (são inegociáveis).

Normas Privadas: Contrato de locação (é possível a alteração).

Canteiro de obra: é a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações

de apoio à construção de uma obra.

Frente de trabalho: é a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem

operações de apoio à construção de uma obra.

Local de trabalho: é área de trabalho não compreendida nas duas definições anteriores,

onde, eventualmente são desenvolvidos serviços.

Embargo: é a paralisação total ou parcial da obra, quando ficar demonstrada a existência

de grave ou iminente risco para a saúde do trabalhador.

Interdição: é a paralisação de algo que já funciona (total ou parcial).

Considera-se grave e iminente risco aquele passível de produzir de imediato infortúnios

do trabalho.

Embargo ou Interdição: - Delegado Regional do Trabalho - Fiscal do Trabalho (Agente de Inspeção) - Entidade Sindical

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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CAPÍTULO 4 - NORMALIZAÇÃO É o processo de estabelecer e de aplicar regras a fim de realizar uma ordem num dado

domínio para o benefício e com o concurso de todos os interessados e, em particular, para a

obtenção de uma ótima economia de conjunto, respeitando as exigências funcionais e de

segurança.

Norma: documento elaborado e aprovado segundo procedimentos preestabelecidos,

resultante do consenso dos interessados, contendo prescrições que visam obter:

a) Economia geral em termos de esforço humano, energia, materiais e outros meios

necessários à produção;

b) Proteção dos interesses dos consumidores, através de qualidade adequada de bens e

serviços;

c) Segurança de bens e pessoas;

d) Uniformidade de meios de expressão e comunicação entre as partes interessadas.

4.1- ORGANISMOS NORMATIVOS:

4.1.1 - ISO - International Standart Organization (Criação: 1946, Sede: Genebra, Suíça) tem por objetivos:

a) Organizar a coordenação e unificação das normas nacionais e orientar os países

membros sobre o assunto;

b) Estabelecer normas internacionais;

c) Incentivar e facilitar o desenvolvimento de novas normas que sejam usadas no domínio

nacional e internacional;

d) Organizar o intercâmbio de informações relativas aos trabalhos dos países membros e

seus comitês técnicos;

e) Cooperar com organismos internacionais interessados pela normalização.

4.1.2 - COPANT - Comissão Pan-americana de Normas Técnicas (Criação: 1964)

Criação: 1949 Petrópolis - RJ pela UPADI - União Pan-americana de Engenheiros.

Países membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos,

Guatemala (representando Honduras, Nicarágua, El Salvador e Costa Rica), México, Paraguai,

Peru, Uruguai e Venezuela.

O COPANT tem 27 comissões técnicas.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Brasil – ABNT

EUA - ASTM, ANSI, ASME

Alemanha - DIN

4.1.3 - ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas (Criação: 1940, Sede: Rio de Janeiro)

Órgão responsável pela normalização técnica no pars, fornecendo a base necessária ao

desenvolvimento tecnol6gico brasileiro.

E uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como F6rum Nacional de

Normalizac;ao - UNICO - através da Resolução n.o 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.

E membro fundador da ISO (International Organization for Standardization), da

COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de

Normalização).

Única e exclusiva representante no Brasil das entidades:

ISO - International Organization for Standardization

E das entidades de normalização regional:

COPANT - Comissão Panamericana de Normas Técnicas

IEC - International Electrotechnical Comission

AMN - Associação Mercosul de Normalização

a) Sócios:

Mantenedores: pessoas físicas ou jurídicas

Coletivos: pessoas jurídicas

Individuais: pessoas físicas

Entidades associadas: de fins não lucrativos que prestem serviços a ABNT.

b) Comitês Brasileiros:

O Comitê Brasileiro (ABNT/CB) e um 6rgao da estrutura da ABNT com Superintendente

eleito pelos s6cios da ABNT, nele inscritos, com mandato de 2 anos, permitidas duas reeleicões.

O Organismo de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e um organismo publico, privado

ou misto, sem fins lucrativos, que, entre outras, tem atividades reconhecidas no campo da

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Normalização em um dado domínio setorial, credenciado pela ABNT segundo critérios

aprovados pelo CONMETRO.

Comitê Brasileiro (CB) e Organismo de Normalização Setorial (ONS): são os 6rgaos que

fazem o planejamento, a coordenação e 0 controle das atividades de normalização. São os

núcleos operacionais da ABNT com o comprometimento de elaborar normas e mante-las

atualizadas.

Todo o trabalho dos Comitês Brasileiros e Organismos de Normalização Setorial e

orientado para atender ao desenvolvimento da tecnologia e participação efetiva na normalização

internacional e regional. Comissão de Estudo Especial Temporária (CEET) e uma Comissão de

Estudo vinculada a Gerencia do Processo de Normalização da ABNT, com objetivo e prazo

determinados, para tratar do assunto não coberto pelo âmbito de atuação dos Comitês Técnicos.

A ABNT possui, atualmente 57 Comitês, 4 Organismos de Normalização Setorial,

atuando nas seguintes áreas:

ABNT/CB-01 Mineração e Metalurgia

ABNT/CB-02 Construção Civil

ABNT/CB-03 Eletricidade

ABNT/CB-04 Maquinas e Equipamentos Mecanicos

ABNT/CB-05 Automotivo

ABNT/CB-18 Cimento, Concreto e Agregados

ABNT/CB-19 Refratarios

ABNT/CB-20 Energia Nuclear

ABNT/CB-24 Segurança contra incêndio

ABNT/CB-25 Qualidade

ABNT/CB-28 Siderurgia

ABNT/CB-32 Equipamentos de Proteção Individual

ABNT/CB-38 Gestao Ambiental

ABNT/CB-41 Minerios de Ferro

ABNT/CB-42 Soldagem

ABNT/CB-49 Optica e Instrumentos Opticos

ABNT/CB-53 Normalização em Metrologia

ABNT/CB-55 Refrigeração, Ar Condicionado, Ventila<;ao e Aquecimento

ABNT/CB-57 Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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ORGANISMOS DE NORMALIZACAO SETORIAL

ABNT/ONS-27 Tecnologia Grafica

ABNT/ONS-34 Petróeo

ABNT/ONS-51 Embalagem e Acondicionamento Plasticos

ABNT/ONS-58 Normaliza<;ao Setorial de Ensaios nao-destrutivos

c) Marca de Conformidade:

CERTIFICACAO

E um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente da relação

comercial com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto,

processo ou serviço esta em conformidade com os requisitos especificados. Estes requisitos

podem ser: nacionais, estrangeiros ou internacionais.

As atividades de certificação podem envolver: analise de documentação,

auditorias/inspeções na empresa, coleta e ensaios de produtos, no mercado e/ou na fabrica, com o

objetivo de avaliar a conformidade e sua manutenção.

Marcas e Certificados de Conformidade da ABNT são indispensáveis na elevação do

nível de qualidade dos produtos, serviços e sistemas de gestão.

E um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente da relação

comercial com o objetivo de atestar publicamente, por escrito, que determinado produto,

processo ou serviço esta em conformidade com os requisitos especificados. Estes requisitos

podem ser: nacionais, estrangeiros ou internacionais.

As atividades de certificação podem envolver: analise de documentação,

auditorias/inspeções na empresa, coleta e ensaios de produtos, no mercado e/ou na fabrica, com o

objetivo de avaliar a conformidade e sua manutenção.

Marcas e Certificados de Conformidade da ABNT são indispensáveis na elevação do nível de qualidade dos produtos, serviços e sistemas de gestão.

Os Certificados que podem ser obtidos:

Certificado de Registro de Empresa ABNT: É o documento que atesta a conformidade do Sistema de Garantia da Qualidade de uma empresa (fabricante de produtos ou prestadora de serviços) em relação aos requisitos de uma das Normas da série NBR ISO 9000.

Certificado de Sistemas de Gestão Ambiental ABNT: Toda empresa que possua um Sistema de Gestão Ambiental implantado segundo a norma NBR ISO 14001 pode solicitar à ABNT o Certificado de Registro de Sistema de Gestão

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Ambiental de Empresa, que atesta a conformidade de seu sistema em relação aos requisitos da norma em referência.

Certificado de Marca de Conformidade ABNT: É o documento que atesta a qualidade e aptidão ao uso do produto de acordo com as Normas Brasileiras respectivas ou, na ausência delas, com Normas Internacionais ou Estrangeiras aceitas. Materializa-se mediante a impressão da Marca de Conformidade ABNT no produto, pela aplicação de selos, etiquetas ou outro meio equivalente.

Certificado de Marca de Segurança ABNT: É o documento que atesta a que um produto atende as características de segurança especificadas nas Normas Brasileiras respectivas ou, na ausência delas, nas Normas Internacionais ou Estrangeiras aceitas. Materializa-se mediante a impressão da Marca de Segurança

ABNT no produto, pela aplicação de selos, etiquetas ou outro meio equivalente.

Certificado de Conformidade ABNT: A ABNT emite os Certificados de Conformidade quando as empresas necessitam demonstrar que seus produtos e serviços cumprem com especificações técnicas ou Normas Brasileiras, Internacionais ou Estrangeiras. Estes Certificados têm finalidades específicas, como, por exemplo, quando as peculiaridades do produto não permitem a

aposição da Marca de Conformidade ABNT (Q), ou no caso de lotes para exportação ou ainda em serviços certificados.

Certificado do Rótulo Ecológico ABNT - Qualidade Ambiental: É o certificado que atesta que um produto está em conformidade com critérios ambientais de excelência estabelecidos para uma determinada categoria de produtos. Portanto, identifica os produtos com menor impacto ambiental em relação a outros produtos comparáveis, disponíveis no mercado.

Certificado de Manejo Florestal sustentável ABNT/CERFLOR: É o certificado concedido a uma unidade de manejo florestal manejada segundo os Princípios, Critérios e Indicadores de sustentabilidade florestal ABNT/CERFLOR. Com este certificado, o produtor florestal pode comprovar que a madeira vem de origem sustentável

ABNT como Organismo de Certificação

A ABNT e um Organismo Nacional que oferece credibilidade internacional.

Todo nosso processo de certificação esta estruturado em padrões internacionais, de acordo com ISO/IEC Guia 62/1997, e as auditorias são realizadas atendendo as normas ISO 10011 e 14011.

E credenciada pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza<;ao e Qualidade Industrial), o qual possui acordo de reconhecimento com os membros do IAF

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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(International Acreditation Forum) para certificar Sistemas da Qualidade (ISO 9000) e Sistemas de Gestão Ambiental (ISO 14001) e diversos produtos e serviços.

d) Formas de Comunicação:

- Normas Técnicas;

- Boletim;

- Informativo Periódico;

- Atos de reuniões das Comissões Técnicas (Membros).

4.2 - PREPARO DO PROJETO DE NORMA TÉCNICA:

É economicamente útil?

Exceção: interesse geral (Ex.: segurança)

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Figura 4 - Elaboração de uma norma

 

 

 

Comitê Brasileiro

Texto Base

Modificações

Comissão de Estudo

Organizar a Matéria Aprovada

Projeto de Norma (NB-0)

Comitê Brasileiro

Correções - Encaminhar a Secretaria Executiva (ou Comissão de Estudos

Secretaria Executiva

Estudo, Corrigir, Votar ou Devolver

Aprovada

Numerada

Publicada

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    96 

4.3 - TIPOS DE NORMAS TÉCNICAS:

4.3.1- Procedimento (N) (NB): São as normas técnicas que constituem um conjunto metódico e preciso de preceitos

destinados a estabelecer regras para execução de cálculos, projetos, obras, serviços ou

instalações, a prescrever condições mínimas de segurança e higiene na execução e utilização de

obras, máquinas ou instalações, a recomendar regras para a elaboração de outras normas.

Novo Símbolo: NBR → INMETRO

4.3.2 - Especificações (E) (EB) É a classe de norma técnica que constitui um conjunto metódico e preciso de preceitos

destinados a fixar características, condições, ou registros exigíveis para matéria prima, produtos

semi-fabricados, elementos de construção, materiais ou produtos industriais acabados.

4.3.3 - Metodologia (M) (MB) É a classe de norma técnica que inclui um conjunto uniforme de preceitos a ser seguido

para identificar, verificar ou determinar as características físicas, químicas, geométricas ou

outras de elementos de construção, materiais ou produtos industriais. Pode ser de ensaio ou de

análise.

4.3.4 - Padronização (P) (PB) É a classe de norma técnica que constitui um conjunto metódico e preciso de condições a

serem satisfeitas com o objetivo de uniformizar formatos, dimensões, pesos e outras

características de elementos de construção, materiais, aparelhos, objetos, produtos industriais

acabados, ou ainda de desenhos e projetos.

4.3.5 - Outros tipos de Normas: Terminologia: (T) (TB)

Simbologia: (S) (SB)

Classificação: (C) (CB)

As normas técnicas da ABNT são elaboradas por: produtores, comerciantes,

consumidores, órgãos técnicos e profissionais, entidades oficiais que tratam da matéria.

Conteúdo da Norma Técnica: Capa, Histórico, Sumário, Lista de Tabelas e Figuras,

Corpo, Fontes Bibliográficas, Apêndices e Índice.

Qualificativos utilizados em uma Norma:

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o Normalizado: A característica pode ser aplicada sem restrição.

o Preferencial: Preferida entre alternativas possíveis.

o Opcional: Característica que pode ser usada.

o Recomendado: Quando não existe suficiente experiência.

Palavra chave: Expressão pela qual uma norma pode ser localizada por assunto.

NB-0 → Elaboração de Norma

i. Elementos Preliminares:

- Cabeçalho

- Sumário

- Rodapé

- Margem

ii. Texto:

Seções, Alíneas, Sub-alíneas, Figuras, Tabelas, Notas e Anexos

Capítulo - Seção primária.

iii. Elementos Complementares:

- Notas de rodapé

- Índice alfabético

- Sinais de Finalização e Prosseguimento

- Capa

Reprografias: As cópias e correções devem ser feitas a partir do original, para evitar

fraudes.

Redação das Normas: Clara, precisa e concisa.

Alteração de Normas:

a) Errata: editada em folha verde, corrige erros (linguagem, semântica)

b) Ementa: folha verde, corrige erros técnicos

c) Revisão: folha rosa, alteração profunda

d) Substituição

e) Cancelamento

 

 

 

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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4.4 – ESTRUTURAS DAS NORMAS

Figura 5 - Estrutura de uma norma

Votação dos Projetos:

- Aprovação sem restrições

- Aprovação com sugestões de forma, em anexo

- Desaprovação, por objeções técnicas, em anexo

- Abstenção

Prazo: 120 dias corridos.

"Se houver uma objeção técnica, o projeto é devolvido a Comissão para Estudo".

Elaboração e Revisão de Normas:

Prazo para elaboração: 2 anos (mais 1 no máximo)

Prazo para revisão: a cada 2 anos (máximo a cada 5 anos)

NB-18 → Cadastro de Acidentes

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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CAPITULO 5 - ANÁLISE E COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO

Os acidentes podem ser classificados em 3 grandes grupos, quanto as lesões produzidas:

1) Sem lesões: acidentes sem vítimas (com danos à propriedade)

2) Pequenas lesões: curáveis em 1 dia (acidentes sem perda de tempo)

3) Lesões curáveis em 1 ano, ou que causem incapacidade permanente (acidentes com perda de

tempo).

De acordo com uma investigação H. W. Heinrich, tal classificação acontece com o

seguinte perfil:

 

Figura 6 - Grupo de lesões

Ou seja, para cada Lesão incapacitante, acontecem 29 lesões menores e 300 acidentes

sem lesões.

5.1 - COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES:

Quando ocorre um acidente, diversas providências precisam ser tomadas:

- Socorro das vítimas: as vítimas precisam ser removidas e encaminhadas a um

posto de atendimento médico.

- Desimpedimento do local: é necessário restabelecer-se a ordem preexistente no

local a fim de que o trabalho retorne o seu curso.

- Remoção das causas: o acidente deve ser investigado, a fim de que suas causas

sejam identificadas e removidas.

- Atendimento a exigência da Legislação Previdenciária.

- Atendimento a exigência da Legislação Trabalhista.

- Coleta de dados para o cálculo do custo do acidente.

- Coleta de dados para formulação de política prevencionista.

A primeira comunicação feita a partir do acidente de trabalho é da própria vítima, ou de

testemunha, ao chefe imediato, ou a outro qualquer representante da empresa (art. 7o)

A segunda comunicação é ao INPS, deve ser feita em impresso apropriado.

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"Tendo conhecimento do acidente, a empresa deverá comunicá-lo ao INPS dentro de 24

horas, sob pena de multa variável de 1 a 10 vezes o maior salário mínimo, aplicável pelo INPS"

(art. 8o seção III do Decreto 61784 de 28/11/67).

"O INPS, exige que haja na comunicação do acidente de trabalho, o nome de duas

testemunhas".

Paralelamente à segunda comunicação, o chefe imediato da vítima, ou a pessoa que

tomou as primeiras providências, deve imediatamente avisar o departamento de segurança.

5.2 - FICHA DE ANÁLISE:

Tão logo tome conhecimento da ocorrência, o departamento de segurança inicia suas

investigações, visando apenas a forma exata, detalhes que ocorreu o acidente.

Oitiva de testemunhas e do chefe imediato.

O trabalho do inspetor de segurança é consubstanciado numa ficha de a análise de

acidente, a qual deve ser feita no mínimo em duas cópias (para arquivo do departamento de

segurança e para a CIPA).

5.3 - RELATÓRIO DO ACIDENTE DE TRABALHO:

O departamento de segurança, de posse da Ficha de Análise de Acidente, aguardará o

recebimento do relatório médico, da previdência social. A posse dos elementos constantes nesses

documentos e de outros que eventualmente possua em seus arquivos (acidentes anteriores

sofridos pela vítima, suas licenças médicas e faltas, acidentes semelhantes acorridos, etc) o

departamento de segurança, pelo seu responsável, elaborará o relatório do acidente do trabalho,

que deverá ser encaminhado à diretoria com o propósito de medidas que evitem a repetição do

acidente.

5.4 - FICHA ANALÍTICA E QUADRO ESTATÍSTICO:

Por seu lado, a CIPA como os elementos recebidos do departamento de segurança, deverá

proceder à elaboração da ficha de análise de acidente e do quadro de estatística de acidentes e os

encaminhará ao órgão local do MTb - DRT (art. 8o, port. 32 de 29/11/68).

OBS.: Quando o acidente de trabalho for fatal, deverá haver comunicação do fato a

autoridade policial para a instauração do respectivo inquérito.

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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Figura 7 - Comunicação de um acidente

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CAPITULO 6 - CADASTROS DE ACIDENTES Para se poder aplicar alguma medida com relação às lesões ocorridas em qualquer

indústria, com a finalidade de se determinar o grau de segurança, torna-se necessário saber com

que freqüência essas lesões ocorrem e a gravidade das mesmas.

6.1 - AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS:

A maneira usual para a verificação das condições de nossas indústrias em relação a

prevenção de acidentes é através do cadastro de acidentes. Além do que o cadastro serve para:

- Avaliar se o programa de segurança está sendo bem orientado e conduzido,

- Avaliar se os gastos feitos com o programa estão sendo compensados,

- Criar interesse na prevenção de acidentes,

- Determinar as fontes principais dos acidentes,

- Fornecer informações sobre os atos e condições inseguras.

6.2 - COEFICIENTES DE FREQÜÊNCIA (CF):

O coeficiente de freqüência expressa o número de acidentes com perda de tempo ocorrida

em um milhão de horas- homens trabalhados. Este é o número padrão adotado para possibilitar

comparação entre coeficientes de empresas que possuam diferentes números de empregados.

HNxCF

610=

Onde:

N = número de acidentados com perda de tempo.

H = Horas-homem trabalhadas (de exposição ao risco).

Ex.: Se uma determinada fábrica "A", no ano que passou ocorreram 10 acidentes com

perda de tempo, sendo que foram trabalhadas 200.000 horas-homens durante o ano, aplicando a

fórmula tem-se:

00,501021010

5

6

==xxCF

OBS.: O CF deve ser computado até a segunda casa decimal.

Significa que durante o ano os trabalhadores da fábrica "A" sofreram lesões que

provocam perda de tempo à razão de 50, por cada milhão de horas trabalhadas. O CF indica a

freqüência (quantidade de acidentes), mas não a gravidade.

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6.3 - COEFICIENTE DE GRAVIDADE (CG):

O coeficiente de gravidade representa a perda de tempo resultante dos acidentes em

número de dias, ocorridos em um milhão de horas-homens trabalhadas. A gravidade das lesões é,

dessa forma, medida pelos dias de trabalho perdidos pelos trabalhadores, em decorrência de

acidentes.

Dias Perdidos (DP): dias em que o acidentado não tem condições de trabalho, por ter

sofrido um acidente que lhe causou uma incapacidade temporária. São contados de forma

corrida, incluindo sábados e domingos, a partir do dia seguinte ao acidente até o dia da alta

médica, inclusive.

Aos dias efetivamente perdidos, pelo acidentado que sofreu lesão, incapacitado

permanentemente, somam-se os dias debitados correspondentes. O CG é dado por:

HTxCG

610=

Onde

T = tempo computado, onde T = DP + DD

DP = dias perdidos

DD = dias debitados

Se no caso a fábrica "Ä", as 10 lesões provocaram um total de 200 dias perdidos, pela

expressão de CG, tem-se:

100010210200

5

6

==xxCG

OBS.: - CG dever ser aproximado para um no inteiro.

- Semana de 40 horas e ano de 50 semanas de trabalho (2000 horas / ano)

Isto significa que o tempo perdido devido aos acidentes ocorridos na fábrica "A", no ano

passado, foi de 1000 dias para cada 1.000.000 horas trabalhadas. Supondo que cada trabalhador,

trabalhou 2000 horas por ano, a média de tempo perdido foi de 2 dias por homem por ano.

É óbvio, que quando figura uma incapacidade permanente, como por exemplo, perda de

um dedo, perda de um olho, a perda real de tempo enquanto a lesão cicatriza, não constitui uma

medida exata da gravidade. Para acurar tal problema adota-se a chamada tabela de dias

debitados.

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6.4 - TABELA DE DIAS DEBITADOS:

A tabela de dias debitados permite a comparação de redução de capacidade devido ao

acidente. Representa uma perda econômica, tendo a vida média do trabalhador sido estimada em

20 anos ativos, ou 6000 dias. É usada internacionalmente e foi organizada pela: International

Association of Industrial Accident Board and Comissions.

Se em nosso exemplo, incluíssemos uma lesão da qual resultou a perda de 2 dedos da

mão, a carga correspondente de 750 dias, os quais acrescidos à perda de tempo proveniente das 9

lesões restantes, que equivalem a 180 dias, nos dá um total de 930 dias, sendo o CG dado como:

4650102

10)750180(5

6

=+

=x

xCG

EXEMPLOS PRÁTICOS DOS CÁLCULOS DO COEFICIENTE DE GRAVIDADE E DE

FREQÜÊNCIA:

Em um mês de 21 dias de trabalho, de 8 horas cada um, o registro de acidentes de uma

determinada indústria, mostrou que um trabalhador sofreu uma lesão incapacitante durante a

jornada de trabalho.

A contabilidade para o mesmo período indicou:

- 182 trabalhadores cumpriram no mês, integralmente, sua jornada de trabalho.

- 7 trabalhadores, cumpriram, no mesmo período, 6 horas extras cada um.

- 1 trabalhador pediu demissão quando faltavam 5 dias para o final do mês.

- Um novo trabalhador foi contratado, e trabalhou 6 dias.

- 1 trabalhador que se acidentou permaneceu afastado 6 dias, mas 2 (dois) desses dias não

eram dias de trabalho regular.

Cálculo do Coeficiente de Freqüência:

Se 182 trabalhadores trabalharam seu turno completo todos os dias, acumularam 21 x 8 =

168 horas cada um. O total de horas de exposição para estes trabalhadores, foi portanto, 182 x

168 = 30.576 horas.

O total de horas-extras dos 7 trabalhadores foi 7 x 6 = 42 horas.

Como o mês tem 21 dias de trabalho, o empregado que pediu demissão e deixou de

trabalhar 5, restaram 16 dias; suas horas de exposição foram portanto: 16 x 8 = 128 horas.

As horas de exposição do novo operário foram 6 x 8 = 48 horas.

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O trabalhador acidentado esteve ausente do trabalho na realidade 4 dias e efetivamente

trabalhou 17 dias: 17 x 8 = 136 horas.

OBS.: ao computar-se os dias perdidos ou debitados para efeito de cálculo do CG deve-se

incluir todos os 6 dias de afastamento. No cálculo das horas de exposição, contudo devem-se

considerar somente as horas efetivamente trabalhadas.

As horas efetivamente trabalhadas por todos os trabalhadores no mês (H), foram:

H = 30.930 horas-homens trabalhadas.

33,32930.30

000.000.11==

xCF

32,33 lesões para cada milhão de horas-homens trabalhadas no mês.

6.5 - ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE (IAG):

É um índice não normalizado, que estabelece as prioridades quanto as ações de controle

dos acidentes de trabalho em uma indústria, considerando diferentes setores, sendo dado como:

NT

CFCGIAG ==

Onde:

T = Tempo computado por acidentado

N = Numero de acidentados com perda de tempo

6.6 - AVALIAÇÃO DO SISTEMA CONVENCIONAL DE ANÁLISE DE ACIDENTES:

Através de um exemplo ilustrativo, analisamos aspectos básicos do sistema convencional de análise de acidentes, dando maior atenção à real representatividade dos índices considerados até aqui, ao desejarmos quadros reflexivos das situações potenciais de risco dos ambientes de trabalho, e como, em contra partida pode contribuir para o engenheiro de segurança como uma metodologia global de análise. Supondo que uma empresa seja dividida num determinado número de setores, a fim de que o SESMT possa estabelecer prioridades de ação, após a análise quantitativa dos acidentes ocorridos num certo período. Admitindo que esta empresa possua 200 empregados distribuídos em 5 setores, obtém-se o seguinte quadro:

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Setor

No de Empreg.

H

No de Acidentes S/

Lesões

N

Dp

Dd

T

CF

CG (X104)

IAG

Prioridade

1 20 9600 ____________ 1 ___ 900 900 104 9,4 900 1o 2 50 24000 9 5 50 1800 1850 208 7,7 370 3o 3 50 24000 1 1 ___ 500 500 42 2,1 500 2 o 4 40 19200 26 2 15 ____ 15 104 0,08 8 5 o 5 40 19200 24 3 20 100 120 156 0,6 40 4 o

Total 200 96000 60 12 85 3300 3385 Período: 60 dias de trabalho.

Jornada de trabalho: 8 horas

Horas trabalhadas no período: 480 horas

Uma vez obtido o quadro, analisando criticamente as prioridades determinadas, verifica-

se aparentes distorções:

- O setor 2, onde há maior No de acidentados e horas-homem de exposição ao risco

comparece em 3 o lugar na escala de prioridades. Por outro lado, o setor 1, com um único

acidentado e o menor N o de horas-homem de exposição ao risco, seria o indicado para a

concentração de esforços (setor apresenta 10% H).

- Observando-se o N o de acidentes sem lesões, bastante significativo (5 vezes maior que

o N0 de acidentados), constatamos que no setor referente a 1 a prioridade (setor 1), não ocorrem

nenhum acidente sem lesão, e que o setor que apresentou o maior deles (setor 4), está em último

lugar na escala de prioridades.

- Ainda, conforme as considerações anteriores, o setor 3 comparece como 2 a prioridade,

apresentando um único acidentado e o mesmo número de H que o setor 2 (3 a prioridade), onde

há o maior número de acidentados com lesão.

Sem muita dificuldade, observamos que o serviço especializado, encontrar-se-ia com as

suas duas primeiras prioridades concentradas em setores que na realidade poderiam ser de

importância relativa.

Conclusões:

1) O sistema convencional de análise tem um caráter puramente estatístico e está baseado

em fatos ocorridos (acidentes), sendo os índices daí retirados, de discutível representatividade

para o estabelecimento de ações de controle que reflitam coerentemente a potencialidade dos

riscos presentes em cada ambiente de trabalho.

2) Esta baixa representatividade reside no procedimento convencional, que "mistura" o

fato (acidente) e seu efeito (lesão), atribuindo índices básicos (coeficiente de freqüência e

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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gravidade) que refletem claramente essa mistura, pecando igualmente nesse aspecto qualquer

combinação dos mesmos.

Ressalta-se, imediatamente que, uma vez que essa consciência é assumida, não devemos

simplesmente nos despojar do sistema convencional e de seus índices. Apenas, tenha-se em

mente suas limitações.

Baseado neste fato que se introduziu a Engenharia de Segurança de Sistemas, onde se

detectam riscos potenciais e se promovem ações antes que ocorra o acidente (evento

catastrófico).

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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CAPÍTULO 7 - CUSTO TOTAL DOS ACIDENTES Texto Extraido Do Livro Curso De Engenharia De Segurança Para Engenheiros Vol. 6 – Fundacentro Págs : 1483-1504

 

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De acordo com uma investigação de Frank Bird Jr. (Controle de danos), numa indústria metalúrgica americana (Lukens Steel Company), a partir de uma análise de 90000 acidentes após um período de mais de 7 anos, em 1966, chegou à seguinte proporção:

H. W. Heinrich e Roland P. Blake apontaram a necessidade de ações tão ou mais importantes, que deveriam tender a prevenir os acidentes, além de assegurar também o risco da lesão (Evolução do Prevencionismo). Heinrich em 1931 efetuou uma pesquisa que revelou a relação 4:1 entre os custos segurados (diretos) e não segurados (indiretos) de um acidente. Esse valor foi obtido para a média indústria americana, não sendo propósito usá-lo, em todos os casos, como estimativa do custo de acidentes. Sabe-se que essa relação pode variar desde 2,3:1 até 101:1, o que evidencia a necessidade de estudos específicos. Heinrich introduziu pela primeira vez a filosofia de acidentes com danos a propriedade (acidentes sem lesão) em relação aos acidentes com lesão incapacitante. Sua investigação apresentou o seguinte resultado:

Tomando-se um caso modelo, aplicando-se a proporção de Bird, tem-se para uma

empresa "X" e seus acidentes durante um ano: CASO MODELO

Lesões incapacitantes 71 Lesões que requereram assistência médica 416 Lesões que requereram primeiros socorros 9.706 Número de trabalhadores 2580 Horas-homem trabalhadas 3750000 Prêmios de seguros US$ 208.300,00

CASO MODELO Custo indireto médio das lesões:

Por Lesão incapacitante US$ 52,00 Por lesão - assistência médica US$ 21,50 Por lesão - primeiros socorros US$ 3,10

Aplicando estes custos no nosso caso, tem-se: 71 lesões incapacitantes a US$ 52,00 US$ 3.692,00 416 lesões - assistência médica a US$ 21,50 US$ 8.944,00 9706 lesões - primeiros socorros a US$ 3,10 US$ 30.088,60 Total - Custo indireto médio das lesões US$ 42.724,60

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    130 

Tendo-se em mente, as estatísticas do caso modelo, aplicando-se a proporção de Bird,

verifica-se que o número estimado de acidentes com danos à propriedade é de:

CASO MODELO

Custo dos danos à propriedade (proporção de Bird)

Lesões incapacitantes 71

Acidentes com danos à propriedade (71 x

500)

35.500

Média de acidentes por dia (35.500/(50

sem.)/(5 dias)

142

US$ 325.545,00 por milhão de horas-homem trabalhas (Bird - 1959) - dado

conseguido por investigação.

Caso modelo: 3.750.000 horas-homem

Custo dos danos à propriedade = US$ 1.220.793,75

(US$ 325.545,00 x 10-6 x 3.750.000)

Média por acidente = US$ 34,39

(1.220.793,75 / 35.500)

CASO MODELO

Custo total dos Acidentes

Prêmios de Seguros US$ 208.300,00

Custo Indireto das lesões US$ 42.724,60

Custo dos danos à propriedade US$ 1.220.793,75

Custo total estimado US$ 1.471.818,35

 

 

  Custos diretos ou segurados

 

US$ 208.300,00

US$ 1.263.518,35 

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    131 

 

  Custos indiretos ou não-segurados

Proporção - 6,1 : 1

OBS.: A proporção entre os custos indiretos (não segurados) e os diretos (segurados) de 6,1:1,

tem por objetivo dar uma idéia de como cada empresa pode estimar os seus custos individuais.

Certamente, a proporção 6,1:1 do modelo, não será mais significativa do que a proporção de 4:1

de Heinrich.

James A. Fletcher (Canadá - 1970) propôs controle total de perdas através de práticas

administrativas e segurança de sistemas. Quatro aspectos básicos do “Controle de Danos”.

Informação, investigação, análise e revisão do processo.

Custos diretos (segurados): despesas diretamente ligadas ao atendimento do acidentado,

que são responsabilidade do INSS. O custo segurado representa saída definida de dinheiro, sendo

os dados retirados diretamente da contabilidade ou setor responsável pelo cálculo de custos da

empresa. Exemplos:

o Despesas médicas, hospitalares e farmacêuticas necessárias na recuperação do

acidentado;

o Pagamento de diárias e indenizações: enquanto afastado do serviço por motivos de

acidente, o acidentado receberá diárias pagas pelo INSS;

o Transporte do acidentado;

o Contribuições: Taxa básica; taxa adicional; tarifação individual

o Convênio com entidades médicas

Custos indiretos (não segurados): parcela que engloba as despesas, geralmente não

atribuíveis aos acidentes, mas que é conseqüência indireta dos mesmos. Exemplos:

o Salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores que não o acidentado;

o Salários pagos ao trabalhador acidentado não coberto pelo INSS;

o Salários adicionais pagos por trabalho em horas extras;

o Despesas com treinamento do substituto do acidentado;

o Diminuição da eficiência do acidentado ao retornar ao trabalho;

o Custo de material ou equipamento danificado no acidente.

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    133 

CAPÍTULO 8 - PREVÊNÇÃO DE INCÊNDIOS

8.1 - INTRODUÇÃO:

Para que haja fogo deve haver a união de três elementos: calor, oxigênio e combustível.

Se anularmos qualquer destes elementos o fogo deixará de existir.

Calor é traduzido pela temperatura elevada de um corpo. Três são os processos de

transmissão do calor.

a) Irradiação: é o processo que ocorre através de raios caloríferos.

b) Condução: é o processo de transmissão de calor de átomo para átomo, de moléculas a

moléculas, num mesmo corpo ou de corpo a corpo se juntos um ao outro.

c) Convecção: é o processo de transmissão de calor por intermédio de massas gasosas ou

líquidos aquecidos.

8.2 - INCÊNDIO:

Incêndio pode ser definido como sendo um fogo intenso que se propaga produzindo

destruição.

8.2.1 - Causas dos Incêndios As causas dos incêndio podem ser:

a) Causas naturais: são aqueles que ocorrem sem a interferência do homem. Os

incêndios que se seguiram ao terremoto de 1765 em Lisboa, matando mais de 40.000

pessoas e os que juntamente com as lavas do Vesúvio exterminaram Pompéia e

Herculano.

b) Causas acidentais: são aquelas que originam incêndios por razões fortuitas, como:

iluminação, vícios de construção, chaminés, balões, fogos de artifícios, graxas,

líquidos inflamáveis, etc.

c) Causas propositais: são aquelas associadas aos incêndios provocados

criminosamente, através de velas, campainhas elétricas, material combustível, etc.

O código penal brasileiro, em seu artigo 278 estabelece: “Causar incêndio, expondo a

perigo a vida, a integridade física ou patrimônio, de outrem:

Pena - Reclusão de três a oito anos, e pagamento de cinco a trinta dias de multa.

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8.2.2 - Como Apagar um Incêndio Há três maneiras possíveis para apagar-se um incêndio:

a) Retirada do combustível: madeira, papel, tecido, etc.;

b) Por abafamento: quando elimina-se o oxigênio;

c) Por resfriamento: quando elimina-se o calor.

8.3 - CLASSES DE FOGO:

Classe A: são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em sua

superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibra, algodão,

etc.

Classe B: são considerados inflamáveis os produtos que queimem somente em sua

superfície, não deixando resíduos, como: óleos, graxas, vernizes, tintas gasolina, benzina, etc.

Classe C: quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como motores,

transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.

Classe D: elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.

8.4 - DISPOSITIVOS DE COMBATE A INCÊNDIOS:

8.4.1 - Sistema de alarme: Pode ser manual ou automático.

Manual: pode ser um sino, sirene ou apitos de chaminé e destina-se a transmitir

sinais indicativos de incêndios.

Automático: é acionado por fonte de energia elétrica independente, através de um

sensor de fumaça, calor ou luz.

8.4.2 - Rede de hidrantes: A rede de hidrantes internos está equipada com mangueiras, esguichos e fechos de

abertura rápida, sendo abastecidos por um reservatório construído sobre o último pavimento do

edifício e abastecido por uma bomba de recalque. A rede deve ser inspecionada periodicamente a

fim de evitar obstrução e emperramentos. As mangueiras não devem ser utilizadas para lavar

escadarias e corredores, e quando usadas devem ser secadas à sombra.

8.4.3 - Sistemas de Sprinklers: É um sistema de chuveiros automáticos associado a uma instalação de água sob pressão.

Funciona através de um sensor de temperatura (≅ 68 °C).

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    135 

8.4.4 - Extintores (dispositivos portáteis): Com base nos princípios de extinção do fogo foram inventados os extintores de

incêndios. Os tipos mais comuns são:

a) Extintor de Dióxido de Carbono ou CO2 : é para ser usado, preferencialmente,

nos fogos das classes B e C, embora possa ser usado também nos fogos de classe A em seu

início. Age pelo princípio de resfriamento e abafamento. Suas vantagens são:

- Extinção imediata do fogo;

- Não é condutor de energia elétrica;

- É inofensivo para o corpo humano;

- Não danifica os equipamentos (indicado para materiais eletrônicos,

computadores, plotters, printers, etc.;

- Não deixa resíduos.

b) Extintor de Pó Químico : é para ser usado nos fogos das classes B e C. Nos

incêndios classe D será utilizado o extintor tipo “Químico seco”, porém o pó químico será

especial para cada material.

Usa-se nas mesmas condições do extintor de CO2 , não devendo ser aplicado em

instalações elétricas se as mesmas forem sensíveis (material eletrônico). Seu uso é indicado em

automóveis.

c) Extintor Tipo “Espuma” (soda - ácido) : é para ser usado nos fogos de classes A

e B. É condutor de eletricidade e atua por resfriamento e abafamento.

OBS: O extintor de “espuma” deverá ser recarregado anualmente.

O extintor de espuma é normalmente associado a espuma química: - essa é produzida

através da reação de dois produtos a saber, sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio e gás

carbônico nas bolhas.

d) Extintor de Água - gás ou de Água Pressurizada : é para ser usado em fogos

classe A. Age pelo princípio de resfriamento. Ë condutor de eletricidade, e a água é sem agente

extintor.

O extintor de água pressurizada, é normalmente associado a espuma mecânica: LGE +

Água + Ar. O LGE entra de 3% a 6% em razão das características de fabricação e do tipo de

líquido onde será aplicado. O ar, em razão da quantidade, produz espuma de baixa expansão (10:

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1 - dez partes de ar, uma parte de LGE + água), de média expansão (200: 1), de alta expansão

(1000 : 1). A espuma de aeroporto é a de baixa expansão.

e) Outros :

- O método de abafamento por meio de areia (balde de areia) poderá ser usada

como variante nos fogos das classes “B” e “D”.

- O método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido poderá ser usado

como variante nos fogos classe D.

- Água, poderá ser usada para extinguir os começos de fogo de classe A.

A água nunca será empregada:

a) Nos fogos de classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de neblina;

b) Nos fogos de classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada;

c) Nos fogos de classe D;

d) Chuveiros automáticos (“sprinklers”).

OBS: Só devem ser usados extintores que obedeçam as normas brasileiras ou

regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

- INMETRO.

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    137 

CAPÍTULO 9 - VENTILAÇÃO INDUSTRIAL 9.1 - DEFINIÇÃO

É o processo de retirar ou fornecer ar por meios naturais ou mecânicos de ou para um

recinto. O fim fundamental da ventilação é controlar a pureza do ar num recinto fechado.

A ventilação industrial é uma operação realizada por meios mecânicos que visem a

controlar a temperatura, a distribuição do ar, a umidade e a eliminar agentes poluidores do

ambiente, tais como gases, vapores, poeiras, fumos, névoas, microorganismos e odores,

designados por "contaminantes" ou "poluentes".

9.2 - TIPOS DE VENTILAÇÃO

9.2.1 - Insuflação e Exaustão Naturais O fluxo de ar que sai ou entra de um recinto por infiltração ou ventilação natural depende

da diferença de pressão entre as partes interior deste recinto e da resistência ao fluxo exterior de

ar oferecida pelas aberturas e frestas do recinto.

9.2.2 - Insuflação Mecânica e Exaustão Natural

 

 

 

 

 

9.2.3 - Insuflação Natural e Exaustão Mecânica  

 

 

 

 

SALA

Ps

Ar viciado

Pe

Filtros de Ar

Ventilador 

Ps > Pe

Figura 8 - Sistema de insuflação natural

SALA

Ps Ar viciado

Pe

Ps <Pe

Ar externo

Ventilador

Figura 9 - insuflação natural e exaustão mecânica

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    138 

9.2.4 - Insuflação E Exaustão Mecânica  

 

 

 

 

 

Figura 10 - insuflação e exaustão mecânica

O fluxo de ar mais comum é: Vexaustão = 0,8 Vinsuflação

Os contaminantes podem ter origem em processos de manufatura (solda, fundição), nos

tratamentos superficiais (limpeza com solventes, pintura, jateamento, polimento, etc), no

transporte e transferência de materiais particulados (correias transportadoras, enchimento de

recipientes, etc)

RESUMO

ELEMENTO INSUFLAMENTO EXAUSTÃO

Pressão interna Mais fácil controle Menos difícil controle

Pureza do ar que entra Existe Não existe

Efeito direcional do ar O ar é lançado O ar é aspirado

Custo Geralmente maior Geralmente menor

 

9.3 - PROPRIEDADES DO AR

Os constituintes normais do ar atmosférico terrestre são: oxigênio, vapor de água, gases

inertes, dióxido de carbono e pequenas quantidades de matéria sólida microscópica, as vezes

chamada de impurezas atmosféricas permanentes. O ar seco e puro tem a seguinte composição

(% em peso): nitrogênio, gases raros, hidrogênio - (76,80%); oxigênio (23,16%); dióxido de

carbono (0,04%).

Sob o ponto de vista do condicionamento de ar, qualquer outra substância no ar pode ser

chamada de contaminante.

A ventilação para conforto térmico é conseguida:

• Restabelecendo-se as condições atmosféricas alteradas pela presença do homem.

• Refrigerando-se o ar ambiente no verão.

• Aquecendo-se o ar ambiente no inverno.

SALA

PsAr viciado

Pe

Ar externo

Filtros de Ar

VentiladorVentilador

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    139 

A ventilação para manutenção da saúde e segurança do homem é conseguida:

• Reduzindo-se a concentração de aerodispersóides nocivos, até que baixe a valores

permissíveis.

• Mantendo-se a concentração de gases, vapores e poeiras, inflamáveis e explosivos, fora

das faixas de inflamabilidade ou de explosão.

9.4- ALGUNS CONCEITOS DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE

9.4.1- Pressão Estática: Para corpos gasosos, o esforço externo de compressão define a proximidade entre as moléculas

do gás. Quanto maior o esforço de compressão, menor será o volume ocupado. Uma vez que um

corpo gasoso está submetido sempre a um esforço de compressão, ele reage sobre todos os

demais corpos que estão em contato com ele em todas as direções. Essa reação é denominada

"pressão estática". Assim, a pressão estática é a força por unidade de área exercida por um gás

sobre um corpo qualquer em contato com esse gás.

Unidades: mm c.a , pol. H2O 1 Kg / m2 = 1 mm ca

9.4.2 - Pressão de Velocidade: Quando certa massa de um fluido esta em movimento com uma certa velocidade v, ela

possui além da energia potencial Epot., referente a uma pressão estática, uma parcela de energia

cinética Ecinet.

A energia cinética por unidade de massa é dada por:

gVP

gVE

c

cinet

2

22

2

=

=

Ao contrário da pressão estática que se manifesta em todos os sentidos a pressão cinética

manifesta-se no sentido do movimento.

A pressão total é dada por:

Ptotal = PE + PC

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    140 

9.4.3 - Equação da Conservação de Energia Para um fluido real existem perdas de energia, quando o fluido escoa entre duas seções

quaisquer:

PP

gV

PPpZ

Pg

V

PPpZ

CE

E

CE

E Δ+++

=++

2

22

2

2

1

21

1

1

22

21

Onde:

Pe = peso específico

Essa perda de energia é decorrente de uma soma de perdas, ou seja:

- Perda por atrito (entre o fluido e as paredes e, entre as camadas do fluido)

- Perda devido a singularidade (cotovelos, contrações, expansões, trechos retos, etc).

A fim de se vencer as resistências num sistema de dutos é necessário fornecer energia de

modo a manter uma pressão diferencial entre os pontos inicial e final do sistema.

O VENTILADOR fornece ao ar uma pressão estática suficiente para superar a resistência

do sistema.

]/[2... 2

2

mND

VLfPH

ρ=Δ

Ou:

]..[2... 2

acmgDVLfP

H

ρ=Δ

Onde:

f = fator de atrito adimensional

L = comprimento de trecho reto (m)

DH = diâmetro hidráulico (m) DH = (4.A/P)

A = área da seção e, P = perímetros

ρ = densidade do fluido (Kg / m3 )

V = velocidade do fluido (m/s)

g = aceleração da gravidade

Δ P = perda de carga (N/m2 ou m.c.a)

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9.4.4 - Duto Circular Versus Duto Retangular Com referência a dutos para remoção de partículas, os dutos com seção circular são os

mais recomendados, enquanto os de seção retangular são indicados para sistemas de ar

condicionado.

Vantagens do duto circular:

- Menor possibilidade de depósito de partículas, pois não há cantos vivos.

- Menor perímetro para uma dada área transversal (menos material, menor custo).

- Menor perda de carga devido ao menor fator de atrito, decorrente da menor superfície

interna de contato.

- Inexistência de transições

EXEMPLOS DE APLICAÇÃO:

Exemplo 6.1

Qual devera ser o suprimento de ar para diluição de odores corporais em uma sala

onde se encontram 15 pessoas adultas sentadas, trabalhando? A sala mede 5 m x 8,4 m x 3

m.

Solução

Volume da sala: 5 x 8,4 x 3=126m3

Taxa de ocupação: 126/15=8,4 m3/pessoa

Exigência de suprimento: aproximadamente 0,34m3/min/pessoa x 15 pessoas = 5,1 m3/min=180

cfm

Exemplo 6.2

Um recinto mede 5m x12m x 3m e nele trabalham, em regime de atividade moderada, 12

pessoas. Calcular o suprimento de ar para remover odores e eventuais fumaças de cigarro.

Solução:

Usaremos a curva D do gráfico da fig. 6.9

Volume do ar no recinto : V= 5x12x3=180m3 = 6,354 cfm

Volume de recinto por pessoa: 6,354/12=525 cfm

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    142 

Com este valor, vemos pela curva D da fig 6.9 que serão necessários 10 cfm por pessoa,

portanto, um total de 10 x (12 pessoas) =120 cfm de ar exterior.

Exemplo 6.3

Para o caso do exemplo 6.2, admitamos que se trata de trabalho moderado e o local seja

uma oficina. Suponhamos 10 renovações por hora (oficina), portanto com duração de 6min cada:

6,354 cf x 10 = 63,540 cf/hora

Ou 63,540/60=1.059 cfm=30m3/min

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    143 

Exemplo 6.4

Deseja-se realizar uma instalação de ventilação com exaustão mecânica (ventilação

induzida) em uma sala de uma indústria onde trabalham 22 funcionários (escritório, sala

de contabilidade, por exemplo).

A sala mede 20 m x 8 m x 3,50 m (pé direito = 3,50 m).

A entrada do ar se faz por janelas amplas em uma das extremidades. A remoção do ar

se fará com dois ventiladores axiais na parede oposta. Determinar a vazão necessária à

obtenção de um razoável nível de conforto. Suponhamos que 40% das pessoas fumem.

1 Processo: Baseado no número de renovações por hora Volume do recinto: V =

20 x 8 x 3,50 = 560 m3 Pelas Tabelas 6.2 e 6.3, encontramos, para escritórios, 6

a 20 renovações por hora. Adotei 10 renovações por hora.

Volume de ar necessário em cada hora:

Q = 560 x 10 = 5.600 m3/h

A secção livre de passagem do ar na sala, considerando vigas de 30 cm de altura,

será:

S = 8 m x 3,20 - 25,6 m3

A velocidade media aproximada de escoamento ao longo da sala será:

Figura 11 - Esquema do sistema de ventilação

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

    144 

Tabela 1 - tabela 6.2 - Renovações de ar recomendadas

Tabela 2 - tabela 6.3 - Renovators de ar recomendadas (American Society of heating and air conditioning engineering, Guide and date book)

Como a velocidade ambiente esta compreendida entre os valores entre 1,5 e 10 m/min,

podemos considerar a vazão aceitável.

A vazão em m3/min será: 5.600 - 60 = 93,3 m3/min

Usando dois ventiladores, cada um deverá ler capacidade de ordem de 50 m3/min. O

catálogo da Metalúrgica Venti Silva Ltda., por exemplo, indica ventilador axial Mod. E 40

T6P, com Q = 55 m3 /min, pressão estática: 7 mm H2O, diâm. 400 mm, motor trifãsico

220/380 V ou monofásico 110/220 V, N = 1/4 HP.

2º Processo: baseado no número de m³/h de ar por pessoa.

Pela Tabela 6.5 temos:

Não fumantes: 0,60 x 22 pessoas x 13 m³/h = 171,6 m³/h.

Fumantes: 0,40 x 22 pessoas x 68 m³/h = 598,4 m³/h.

Total = 770,0 m³/h.

Velocidade de escoamento: V=(Q/S)=770,0 / 25,6 = 30 m/h = 0,5 m/min.

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    145 

Com a vazão obtida pelo 2º processo, teríamos uma velocidade de ar muito

reduzida no recinto. Podemos usar as recomendações da NB-10/1978 da ABNT

indicadas na Tabela 6.6, para determinação vazão de ar necessária para a ventilação.

Tabela 3 –tabela 6.6 - Vazão de ar necessárias

M3/pessoa/hora Local

Recomendável Mínima

Porcentagem de pessoas fumando

Escritórios 25 17 Baixa Escritórios 50 25 Grande Sala de diretores 85 50 Muito grande Restaurantes 25-35 20 Considerável Salas de reunião 85 50 Muito grande Salas de reunião 35 25 Baixa Salas de aula 50 40 Nenhuma

Quando se faz insuflamento de ar díretamente sobre os operários a fim de

dissipar calor pelo aumento da evaporação e da convecção, pode-se chegar a

temperaturas ambientes relativamente elevadas, como de 35"C e até 36"C, desde que a

temperatura do termómetro de bulbo úmido nâo seja elevada. Recomenda-se, todavia,

procurar que a temperatura do termómetro de bulbo seco no ambiente não seja maior

que 27"C (80°F), o que entretanlo, para determinados processos industriais, é inviável.

Haverá portanto necessidade de insuflar ar em temperaturas de 26°C a 28°C para que

haja um alívio térmico considerável.

A Tabela 6.9 apresenta valores da velocidade de ar aceitável conforme a

natureza do trabalho realizado pelo operário.

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    146 

Tabela 4 - tabela 6.9 - Movimentação de ar aceitavel sobre o trabalhador

9.5 - VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA

OBJETIVO: diluir uma certa massa de ar contaminado através do fornecimento de ar

não-contaminado, até que a concentração ambiente seja reduzida a níveis inferiores que passam a

causar riscos à saúde e/ou riscos de explosão e inflamabilidade.

DESVANTAGEM: Esse método de ventilação não impede a emissão de poluentes para o

ambiente para o ambiente de trabalho, mas simplesmente dilui esses poluentes.

• Proteção da saúde do trabalhador: A concentração dos poluentes deve ser inferior ao

TLV (Threshold Limit Value) - Limite Inferior de Concentração.

• Segurança do trabalhador: Concentração dos poluentes deve ser inferior ao LEL (Lower

Explosive Limit) - Limite Inferior de Explosividade.

TAXA DE VENTILAÇÃO:

VDCPGQ

mol

610.387.=

Ou: kTLVP

GQmol

.10.387.6

=

Onde: Q = taxa de ventilação (pés3 / min.)

G = taxa de geração da substância que se quer diluir (lb./min)

387 =volume de 1 lb. mol de qualquer gás a 700 F a 1 atm (cf/lb)

Pmol = peso molecular da substância (lb.)

VDC = Ventilation Design Concentration = concentração permitida no ambiente em

(ppm) (tabela 8.4).

TLV (Threshold Limit Value) - Limite Inferior de Concentração - (tabela 8.8).

k = fator de segurança compreendido entre 3 e 10 (tabela 8.5).

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INTRODUÇÃO A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO TRABALHO  

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EXEMPLO: 8.3

Num processo, libera-se 0,045lb/min de um solvente para o qual o VDC=150 ppm e cujo

Pmol =58,4 lb. Qual a taxa de ventilação para que se obedeça ao valor da VDC(Ventilation

Design Concentration)?

Solução:

Pmol = 58,4 lb(acetona)

VDC(valor tabelado) = 150 ppm

G = 0,045 lib/min (taxa de geração da substancia)

Aplicando a formula:

Q = G*[(387/Pmol)*(106/VDC)]

Vazão de ar a ser insuflado: Q = 0,045*[(387/58,4)*(106/250)]=150 cfm.

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FATORES IMPORTANTES:

1) O poluente gerado não dever estar presente em quantidade que exceda a que pode ser

diluída com um adequado volume de ar.

2) A distância entre o trabalhador e a fonte emissora do poluente deve garantir que as

concentrações médias não sejam superiores ao TLV.

3) A toxidade do poluente deve ser baixa. TLV ≤ 100 PPM (substância altamente tóxica),

100 < TLV ≤ 500 PPM (substância moderadamente tóxica), TLV > 500 PPM (substância

levemente tóxica).

4) A taxa de geração (emissão) do poluente deve ser uniforme.

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FATORES LIMITANTES PARA POEIRAS E FUMOS

1) Altas toxidades geralmente encontradas requerem uma excessiva quantidade de ar de

diluição.

2) A velocidade e a taxa de material gerado muito altas.

3) Não há dados seguros sobre a quantidade de fumos e produção de poeiras.

OBS.: A ventilação geral diluidora é mais frequentemente usada para controlar vapores de

solvente orgânicos moderados ou levemente tóxicos.

PRINCIPAIS PRÍNCÍPIOS A SEREM APLICADOS NUM PROJETO DE

VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA

1) Escolher a saída de exaustão o mais próxima possível das fontes contaminantes, a fim

de se obter o benefício da ventilação local.

2) A fim de tornar eficiente a diluição, a saída exaustora e o suprimento de ar devem ser

locados de tal modo que o ar empregado na ventilação passe através da zona de contaminação.

3) A movimentação geral do ar no recinto deverá manter a fonte poluente entre o

operador e a saída de exaustão.

4) Num sistema contaminado (insuflamento de ar mais exaustão) é preferido com um

moderado excesso de exaustão se houver áreas contíguas ocupadas, e com um moderado excesso

de insuflamento se não houver tais áreas.

5) Evitar-se a recirculação do ar exaurido. Descarga de ar sempre acima do telhado.

Ausência de janelas ou outras entradas próximas à saída de descarga.

VENTILAÇÃO GERAL DILUIDORA PARA MISTURA DE SUBSTÂNCIAS

Quando duas ou mais substâncias estão presentes, o efeito combinado deve ser levado em

considerado. Assim, na ausência de informação contrária, os efeitos de diferentes riscos devem

ser considerados aditivos, isto é:

0,1....3

3

2

2

1

1 ≥++++n

n

TLVC

TLVC

TLVC

TLVC

Significa que o TLV da mistura foi excedido

Se for menor que 1,0 - significa que o TLV da mistura não foi excedido.

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TAXA DE DILUIÇÃO PARA A MISTURA (Q)

Q = 403 x (densidade do líquido) x 106 x k x (pints / h)

(Peso molecular do Liq.) x (TLV) x 60

Onde:

k = fator de segurança TLV em ppm.

peso molecular em lb. 1 pint = 0,473 litros 1 pé 3 = 0,02832 m 3

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TAXA DE ALTERAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE UMA SUBSTÂNCIA EM UM AMBIENTE VENTILADO

Em um ambiente ventilado com uma taxa de ventilação Q.

, onde uma substância está à

razão de G (lb./min) ou pints/h, a concentração dessa substância no ambiente irá variar com o

tempo, tendo em vista a taxa de geração G e a taxa de ventilação Q.

. Assim, num certo intervalo

de tempo será introduzida no ambiente uma certa massa de ar limpo, fazendo com que a

concentração dessa substância mude com o tempo nesse ambiente.

Se admitirmos que a substância ao ser gerada é misturada instantaneamente com o

volume total de ar do espaço, temos que a variação da concentração com o tempo pode ser dada

por:

dKdt

GV

K QV

G K QV

= − =−. .

. .

dK

G K Q

dtVt

t

K

K

−= =∫∫

..

00

0 [ ]KG

Qe K eQ t t V Q t t v= − +− − − −

.( )/ ( )/.1 0

00

Taxa de Geração Concentração Volume de ar

de diluição

Variação da concentração como o tempo

Volume do ambiente

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t V

Q

G Q K

G Q K=

⎣⎢⎢

⎦⎥⎥.

.

.ln .

.0

1o Caso: Para o instante inicial t0 = 0 , onde a concentração inicial K0 = 0,

[ ]K G

Qe Q t V= − −

.. /1

t V

Q

G

G Q K=

⎣⎢⎢

⎦⎥⎥. .ln

.

Isto é, pelo gráfico, se num ambiente cuja concentração de uma substância é zero (K0 =

0), começarmos a emitir essa substância a uma taxa de geração G, por exemplo, em lb./min e se

esse ambiente for ventilado a uma taxa de ventilação Q.

, por exemplo, em pés3/min, a

concentração irá crescer com o tempo de acordo com a expressão anterior, tendendo a atingir o

valor máximo G/Q.

para um tempo infinito.

2o Caso: É o caso onde existe uma concentração inicial no ambiente (K0 ≠ 0) e não existe mais geração de poluentes (G

. = 0).

K K e Q t V= −0.

.. /

tV

Q

KK

= . ln 0

Isto é, quando em um ambiente cuja concentração inicial é diferente de zero, e a taxa de

geração da substância é zero (desliga-se a operação, por exemplo), sendo esse ambiente

ventilado com uma taxa de ventilação, a concentração irá decrescer com o tempo, tendendo a

zero, para um tempo infinito.

3o Caso: É aquele em que a geração da substância poluente ocorre intermitentemente. Assim no

primeiro intervalo de tempo G ≠ 0, no segundo G = 0, no terceiro G ≠ 0, e assim sucessivamente.

Se o ambiente for ventilado com uma taxa de ventilação Q. , irá ocorrer uma sucessão dos dois

primeiros casos.

A concentração num ciclo do tipo mencionado irá variar com o tempo, porém depois de

um número não muito grande de ciclos ela terá um valor máximo dado pela expressão:

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KG

Q

e

e emax

Q t V

Q t V Q t V=

−⎡⎣⎢

⎤⎦⎥

−⎡⎣⎢

⎤⎦⎥

−.

.. /

.. / . /

.1

Onde:

t = tempo de geração

t’ = tempo de ventilação sem geração

Para valores de Q.t/V a partir de 4 ou 5, a expressão anterior fica:

KG

Qmax = .

Obs.: Em todos esses casos, estamos admitindo que o ar que entra no ambiente é limpo no que se

refere à substância que está sendo gerada, ou seja, K da substância no ar de entrada é zero.

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