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Uma Convenção é uma lei internacional que tem princípios a serem seguidos pelos países que aceitaram e assinaram (Países signatários). A Convenção Sobre os Direitos da Criança é uma lei internacional que estabelece todos os direitos da pessoa menor de 18 anos. Direito é o sistema de normas de conduta criado e imposto por um conjunto de instituições para regular as relações sociais. Direitos da Criança Moçambique é um dos países signatários da Convenção Sobre os Direitos da Criança desde 1990. Em 1994 ractificou este instrumento comprometendo- se deste modo a garantir os direitos de todas as crianças Moçambicanas, assegurando um bom início de vida, um crescimento saudável com acesso aos serviços básicos de educação, saúde, água e saneamento, convivência familiar e comunitária e a participação em questões que lhes diz respeito. Introdução Segundo a Convenção dos Direitos da Criança e a Constituição da República de Moçambique, CRIANÇA, é todo ser humano com idade menor de 18 anos de idade. Por isso, todas estas pessoas têm todos os direitos consagrados nesta Convenção. Sumário da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança Em Linguagem Simples REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTéRIO DO GéNERO, CRIANÇA E ACÇãO SOCIAL Com o apoio do:

Introdução Direitos da Criança · As crianças têm o direito de escolher a sua própria religião e crença. os pais devem-lhes ajudar a decidir sobre o que é certo ou errado,

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Page 1: Introdução Direitos da Criança · As crianças têm o direito de escolher a sua própria religião e crença. os pais devem-lhes ajudar a decidir sobre o que é certo ou errado,

Uma Convençãoé uma lei internacional que tem princípios a serem seguidos pelos países que aceitaram e assinaram (Países signatários). A Convenção Sobre os Direitos da Criança é uma lei internacional que estabelece todos os direitos da pessoa menor de 18 anos.

Direitoé o sistema de normas de conduta criado e imposto por um conjunto de instituições para regular as relações sociais.

Direitos da Criança

Moçambique é um dos países signatários da Convenção Sobre os Direitos da Criança desde 1990.

Em 1994 ractificou este instrumento comprometendo-se deste modo a garantir os direitos de todas as crianças Moçambicanas, assegurando um bom início de vida, um crescimento saudável com acesso aos serviços básicos de educação, saúde, água e saneamento, convivência familiar e comunitária e a participação em questões que lhes diz respeito.

Introdução

Segundo a Convenção dos Direitos da Criança e a Constituição da República de Moçambique, CRIANÇA, é todo ser humano com idade menor de 18 anos de idade.

Por isso, todas estas pessoas têm todos os direitos consagrados nesta Convenção.

Sumário da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança

Em Linguagem Simples

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUEMINIStéRIo Do GéNERo,

CRIANÇA E ACÇão SoCIAl

Com o apoio do:

Page 2: Introdução Direitos da Criança · As crianças têm o direito de escolher a sua própria religião e crença. os pais devem-lhes ajudar a decidir sobre o que é certo ou errado,

Sumário da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da CriançaArtigo 36: Outras Formas de Exploração

As crianças têm o direito de serem protegidas de qualquer forma de exploração ou actividade que coloque em risco ou prejudique o seu desenvolvimento.

Artigo 37: Tortura e Privação de LiberdadeAs crianças têm o direito de serem protegidas da tortura, tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Elas têm o direito de não serem colocadas em prisões com adultos e de manterem contacto regular com os seus familiares.

Artigo 38: Guerra e Conflictos ArmadosAs crianças têm o direito à protecção e liberdade em situação de guerra, devendo ver assegurado o direito de não ir à tropa ou participar directamente na guerra antes de completarem os 15 anos de idade.

Artigo 39: Recuperação e Reinserçãoo Governo tem a obrigação de assegurar que as crianças vítimas de conflitos armados, tortura, negligência e exploração beneficiem de cuidados adequados para a sua recuperação e reinserção social.

Artigo 40: Justiça de MenoresAs crianças têm o direito à ajuda legal e tratamento justo no sistema de justiça que respeita os seus direitos quando acusadas de infringir a lei. A pena de prisão deve ser usada como medida de último recurso.

Artigo 41: Respeito às Melhores NormasNo caso em que as leis do País onde a criança vive providenciem melhor protecção dos seus direitos do que a proteccção dada pelos artigos desta Convenção, essas leis devem então ser aplicadas.

Artigo 42: Conhecimento dos DireitosAs crianças têm o direito de conhecer os seus direitos estabelecidos nesta Convenção e os adultos têm a obrigação de conhecer estes direitos e ajudar as crianças a aprendê-los.

Artigo 43-54: Aplicação e Entrada em Vigor Estes artigos explicam como os governos e organizações internacionais como UNICEF, Save the Children, devem trabalhar para assegurar que as crianças sejam protegidas com os seus direitos.

A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) tem um total de 54 artigos que explicam detalhadamente cada um dos direitos nela contidos. Este folheto traz um resumo dos principais direitos da CDC para que crianças, pais, encarregados de educação e outros interessados saibam mais sobre estes direitos para que possam protegê-los e defendê-los com vista a criarem um ambiente são e saudável para todos.

Artigo 1: Definição de Criançatodas as pessoas com idade menor a 18 anos são consideradas criança pela Convenção Sobre os Direitos da Criança.

Artigo 2: Sem discriminaçãotodas as crianças, sem excepção, têm todos estes direitos, independentemente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião, etnia, de onde vem, etc. o Governo tem obrigação de proteger todas as crianças contra todas as formas de discriminação e de promover os seus direitos.

Artigo 3: O melhor para a Criançatodas as acções que afectam a vida das crianças devem levar em conta o que é melhor para elas. o Governo deve garantir os direitos da criança tomando em consideração os direitos e deveres dos seus pais ou encarregados.

Artigo 4: Recursos para a Garantia dos Direitos o Governo deve tomar todas as medidas necessárias e utilizar o máximo de recursos disponíveis para garantir todos esses direitos a todas as crianças. o Governo deve também ajudar as famílias a protegerem os direitos da criança criando um ambiente onde elas possam crescer e atingir o seu potencial.

Artigo 5: Orientação das Criançaso Governo deve respeitar os direitos e responsabilidades das famílias de garantirem os direitos das crianças, e a dirigirem e orientarem as suas crianças a exercitar os seus direitos.

Artigo 6: Sobrevivência e Desenvolvimentotodas as crianças têm o direito à vida e todos devem assegurar a sua sobrevivência e desenvolvimento pleno.

Artigo 7: Registo, Nome, Nacionalidade e CuidadosAs crianças têm o direito a um nome e nacionalidade reconhecidos oficialmente pelo Governo e sempre que possível serem cuidadas pelos pais.

Artigo 8: Preservação da IdentidadeAs crianças têm o direito a uma identidade – nome, nacionalidade e laços familiares, isto é, direito a um registo oficial respeitado e reconhecido pelo Estado.

Artigo 9: Separação dos PaisAs crianças têm o direito de viverem com os seus pais; não devem ser separadas dos seus pais a não ser que isso seja mau para elas porque estes são negligentes ou as maltratam. Elas têm o direito de viver numa família que cuide e as proteja. Em caso dos pais estarem separados, elas têm direito de ter contacto e de conviver com ambos pais, a não ser que isso seja mau para elas.

Artigo 10: Reunificação FamiliarAs crianças têm o direito a viver com seus pais onde eles estiverem; em caso de estarem a viver num país diferente de um ou de ambos pais, devem ser admitidas a viajarem para esses países para permitir que continuem em contacto.

Artigo 11: Deslocações e Retenções Ilícitaso Governo deve tomar medidas para evitar o tráfico ilegal de crianças para fora do país e que elas sejam ilegalmente impedidas de retornar ao seu país.

Artigo 12: Respeito à Opinião da CriançaAs crianças têm o direito de serem ouvidas, de darem a sua opinião e de essa opinião ser respeitada e levada em conta em decisões que afectam a sua vida.

Artigo 13: Liberdade de ExpressãoAs crianças têm o direito a expressarem-se livremente; a fazerem descobertas e partilharem o que pensam com os outros através da fala, desenhos, escrita ou usando qualquer outro meio, excepto se, ao fazê-lo, prejudica ou ofende a elas e as outras pessoas.

Artigo 14: Liberdade de Pensamento, Consciência e ReligiãoAs crianças têm o direito de escolher a sua própria religião e crença. os pais devem-lhes ajudar a decidir sobre o que é certo ou errado, e o que é melhor para elas.

Artigo 15: Liberdade de AssociaçãoAs crianças têm o direito de reunir-se com outras crianças e criar ou juntar-se a grupos ou organizações, desde o momento que isso não prejudique a ninguém.

Artigo 16: Direito à PrivacidadeAs crianças têm o direito à privacidade. A lei deve protegê-las dos ataques ilegais à sua forma de vida, família, lar, honra e ao bom nome. A sua vida e correspondência não devem ser objecto de interferência arbitrária ou ilegal.

Artigo 17: Acesso à Informação ApropriadaAs crianças têm o direito de receberem informações que sejam importantes para o seu bem estar, através da rádio, televisão, livros, jornais, computadores e outras fontes. os adultos devem garantir que a informação que elas recebem pode ser entendida por estas, não é prejudicial, devem ajudar-lhes a encontrar e entender o que precisam.

Artigo 18: Responsabilidade dos PaisAs crianças têm o direito de serem criadas pelos seus pais, sempre que isso for possível, e ambos têm a obrigação comum em relação à educação e desenvolvimento delas e de sempre terem em conta o que é melhor para cada criança.

Artigo 19: Protecção contra todo Tipo de Violênciao Governo deve tomar as medidas necessárias para proteger as crianças contra qualquer forma de violência, abuso, abandono, tratamento negligente, maus tratos ou exploração.

Artigo 20: Crianças Privadas de Ambiente FamiliarAs crianças que temporariamente ou permanentemente não podem viver no seio da sua família têm o direito a viver numa família substituta que respeite a sua religião, cultura e língua. têm direito a ajuda e assistência especial do Estado.

Artigo 21: AdopçãoAs crianças têm o direito à protecção caso tenham sido adoptadas ou estejam a viver em casas de acolhimento e deve ter-se em conta o que é melhor para elas, estejam elas a viver dentro ou fora do país onde nasceram.

Artigo 22: Crianças RefugiadasAs crianças têm o direito à ajuda e protecção especial, assim como a todos os outros direitos que elas têm, se tiverem sido forçadas a deixar as suas casas para viver noutro país como refugiadas.

Artigo 23: Crianças com DeficiênciaAs crianças com deficiência física ou mental têm o direito de desfrutar de uma vida plena e decente, em condições que garantem sua dignidade, favorecem sua autonomia e facilitam sua participação activa na comunidade.

Artigo 24: Saúde e Serviços MédicosAs crianças têm o direito aos melhores cuidados de saúde possíveis, água potável, alimentos nutritivos, um ambiente limpo e seguro, e informação que lhes ajude a estar bem.

Artigo 25: Revisão Periódica da ColocaçãoAs crianças que estão a viver fora da própria família, cuidadas e protegidas pelo Estado, em centros, têm direito a que a sua situação seja revista regularmente e a ter as condições de residência onde vivem inspeccionadas de forma regular para determinar se são as mais apropriadas.

Artigo 26: Segurança Social As crianças têm o direito à ajuda do governo através da previdência social ou seguro social em caso de estarem numa situação de pobreza ou necessitadas.

Artigo 27: Nível de Vida AdequadoAs crianças têm o direito a um nível de vida adequado ao seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e social. os pais têm a responsabilidade primária de garantir esse direito dentro de suas possibilidades e meios financeiros e o Estado deve apoiar as famílias que não têm condições de providenciar esse nível de vida.

Artigo 28: Direito à EducaçãoAs crianças têm o direito à educação de qualidade, gratuita e que respeite a dignidade humana delas. Elas devem ser encorajadas a irem à escola até ao nível mais alto possível.

Artigo 29: Objectivos da EducaçãoAs crianças têm o direito de ter uma educação que lhes ajude a usar e desenvolver os seus talentos e habilidades. Deve também lhes ajudar a viver em paz, proteger o ambiente e a respeitar as outras pessoas.

Artigo 30: Crianças de MinoriasAs crianças têm o direito de praticar a sua própria cultura, religião e a falar a sua língua, quer esta seja falada pela maioria da população desse País ou não. As crianças que pertencem às minorias e a grupos indígenas devem ter uma protecção especial em relação a este direito.

Artigo 31: Lazer, Actividades Recreativas e CulturaAs crianças têm o direito a brincar, descansar e praticar actividades recreativas próprias para a sua idade.

Artigo 32: Trabalho InfantilAs crianças têm o direito de serem protegidas de trabalhos perigosos ou que sejam maus para a sua saúde e educação. Em caso de estarem a trabalhar, têm o direito de serem protegidas e de serem pagas justamente.

Artigo 33: Abuso de DrogasAs crianças têm o direito de serem protegidas do consumo ou venda de drogas, assim como de serem usadas na produção e no tráfico ilícito dessas drogas.

Artigo 34: Exploração SexualAs crianças têm o direito de serem protegidas de exploração e abuso sexual, incluindo casamentos prematuros.

Artigo 35: Venda, Tráfico e RaptoAs crianças têm o direito de serem protegidas dos raptos, venda ou tráfico para qualquer fim ou sob qualquer forma.

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