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Introdução
Todos os músicos a dada altura do seu percurso quiseram aprender músicas de outras
bandas ou artistas. E se por um lado tentar descobrir os acordes por meio próprio é um
ótimo meio de progressão, pode ser frustrante deixar de tocar uma música só porque se está
encalhado em determinado ponto, ou porque não se sabe fazer este ou quele acorde. Além
disso ter uma tablatura ou partitura serve sempre pelo menos como meio de confirmação.
Nós em Anaquim não somos exceção. Por isso decidimos fazer este livro para que as pessoas
possam aprender as nossas músicas da maneira que elas foram gravadas em disco. Claro que
isto não invalida que façam as vossas próprias versões dos nossos temas, mudando os ritmos
ou as progressões harmónicas. O que interessa é ter a coragem de as interpretar. Afinal de
contas as músicas nascem por obra de uns quantos, mas vivem por obra de muitos mais.
De resto, divirtam-se!
José Rebola
2
Prefácio
Todos os músicos a dada altura do seu percurso quiseram aprender
músicas de outras bandas ou artistas. E se por um lado tentar
descobrir os acordes por meio próprio é um ótimo modo de progressão,
pode ser frustrante deixar de tocar uma música só porque se está
‘encalhado’ em determinado ponto ou porque não se sabe fazer este ou
aquele acorde. Além disso ter uma tablatura ou partitura serve sempre,
pelo menos, como meio de confirmação.
Nós em Anaquim não somos exceção… Por isso decidimos fazer este livro,
para que as pessoas possam aprender as nossas músicas da maneira que
elas foram gravadas em disco. Claro que isto não invalida que façam as
vossas próprias versões dos nossos temas, mudando os ritmos ou as
progressões harmónicas. O que interessa é ter a coragem de as
interpretar. Afinal de contas, as músicas nascem por obra de uns
quantos, mas vivem por obra de muitos mais.
Divirtam-se!
ANAQUIM
3
Índice
Índice …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 3
Considerações ………………………………………………………………………………………………………………………………………… 4
As Vidas dos Outros ………………………………………………………………………………………………………………………… 5
Horas Vagas ……………………………………………………………………………………………………………………………………………… 10
Lídia ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 13
Lusíadas ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 18
Chama-me Vida ………………………………………………………………………………………………………………………………………… 21
Na Minha Rua …………………………………………………………………………………………………………………………………………… 24
O Meu Coração ………………………………………………………………………………………………………………………………………… 28
Balalaikas ………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 32
Bocados de Mim ……………………………………………………………………………………………………………………………………… 38
Monstros ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 41
Saltimbanco ……………………………………………………………………………………………………………………………………………… 46
Vampiros ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 50
Metamorfose ……………………………………………………………………………………………………………………………………………… 54
Pobre Velho Louco ……………………………………………………………………………………………………………………………… 58
A Morte Saiu à Rua …………………………………………………………………………………………………………………………… 62
Tom Sawyer ………………………………………………………………………………………………………………………………………………… 64
4
Considerações
Os acordes (ou cifras) encontram-se no sistema anglo-saxónico, cuja
correspondência com o nosso é a seguinte:
A – Lá ; B – Si ; C – Dó ; D – Ré ; E – Mi ; F – Fá ; G – Sol
Os diagramas dos acordes são apenas sugestões, havendo sempre formas
alternativas de os fazer.
Pressupõe-se alguma familiarização com as tablaturas de guitarra.
Em caso de dúvida, consultem, por exemplo, os seguintes sites:
http://alunos.lis.ulusiada.pt/11064601/comolertab.htm (em português)
http://www.ultimate-
guitar.com/lessons/for_beginners/guide_to_tab_notation.html?no_takeover
(em inglês)
Apresentam-se aqui as harmonias originais mas elas podem, em alguns
casos, ser simplificadas. Como exemplo, acordes de sétima (C7) ou nona
(C9) podem ser simplificados por acordes maiores normais (C).
Nota para os acordes diminutos, cuja representação é feita por „dim‟
ou pelo símbolo correspondente „º‟, sendo as duas formas equivalentes.
Confiem nos vossos ouvidos mas, para esclarecimento de qualquer
dúvida, não hesitem em contactar-nos via facebook…
https://www.facebook.com/anaquimbanda
5
6
As Vidas dos Outros
Intro (VER TABLATURA):
B7
E C E C# F#9 C7 B7 E C#7 F#9 B7
E C E C# F#9 C7 B7
Verso:
E A B
Eu sou tão bom a falar das vidas dos outros
E Am B
Há sempre um conselho a dar p'rás vidas dos outros
G#m F#
Nada é eterno e se aguentarmos todo o mal tem fim
E F# Am B
É fácil ter calma quando a alma não me dói a mim
Eu sou tão bom a tornar todo o mal inerte
Se é aos outros que lhes custa que o passado aperte
Mas quando a inquietude vem toda para o meu lado
Deita-se desnuda e não desgruda até me ter vergado
Ponte:
G#7 C#m
É tão simples quando estou de fora
G#7 C#m
A ver passar as nuvens pelo ar
D C#m
Aplaudir, rever-me e concluir
F#m G#
Que eu também já lá estive e...
F#m G# C#m
Já soube ultrapassar
G#7 C#m
Só a mim é que ninguém me entende
G#7 C#m
e a minha dor não tem como acabar
D C#m
Ai quão melhor era acordar um dia
F#m G# A B E
E ter as vidas dos outros todas em meu lugar
7
Refrão:
E C
As vidas dos outros, nunca me soam mal
E C#
Vêem problemas no que é no fundo normal
F#9 C7 B7
Ai se eles soubessem como é viver assim
E C#7 F#9 B
As vidas dos outros são tão simples para mim
E C
As vidas dos outros, nunca me soam mal
E C#
Vêem problemas no que é no fundo normal
F#9 C7 B7
Ai se eles soubessem como é viver assim
E C#7 F#9 B
As vidas dos outros são tão simples para mim
E C#7 F#9 B E
As vidas dos outros são tão simples para mim
Interlúdio:
E A B E C#m A B E
Verso:
Eu sou tão bom a falar das vidas dos outros
Sempre me sei comportar nas vidas dos outros
Volta, revolta, o melhor está para vir
Solta tudo agora, não demora tornas a sorrir
Eu sou tão bom a apagar qualquer mau momento
Se é aos outros que lhes bate à porta o sofrimento
Mexe, remexe, alguma coisa hás-de encontrar
A solução é procurar
Paragem:
E F#
Eu sou tão bom a falar,eu sou tão bom a cantar
Am B
eu sou tão bom a contar as vidas dos outros
E F#
Eu sou tão bom a falar, Eu sou tão bom a curar
Am B7
Tudo menos o meu próprio mal
8
Refrão:
As vidas dos outros, nunca me soam mal
Vêem problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim
As vidas dos outros, nunca me soam mal
Vêem problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim
Final:
E A B E
9
10
11
Horas Vagas
Intro:
Bm A D F# Bm Bm A D F# G F# Bm
Bm A D F# Bm Bm A D F# G F# Bm
Em F Em B Em F G F# F F# G F#
Bm F Bm F Bm F Bm A7
Verso:
D
Pus as mãos à frente p‟ra não perceber
D
Tentei que o segredo fosse esconder
Bb A D
Que há quem diga que a vida é dos outros, estão loucos
Mas não evito que essa ideia cresça em mim
Eu próprio já pensei que fosse assim
Tudo um grande embuste de quem chora, agora
Ponte:
Bb A D
Temo que a razão se escape a quem teimar em não mudar
Bb A D E
Filhos da caverna que outros ajudaram a povoar
Gm A F# Bm
De um irrespirável ar, que canta e dança e entretém quem vem
C#
Mas sempre insiste, que só ele existe,
G F# Bm A7
e ai de quem negar tê-lo por rei
Verso:
Saibam que eu nem sempre fui um escravo fiel
Noutros tempos tive o meu papel
De Messias estereotipado, moldado
Mas nada reneguei por me julgar sozinho,
Senão ainda me perdia p‟lo caminho
É que as indicações são pouco claras, e raras
12
Ponte:
Só nas horas vagas eu desperto e vejo, o que desejo
Só nessas horas vagas novas sombras são cativa ilusão
De uma outra criação, que canta e dança e entretém quem vem
E ainda que teime, que só ela reine,
de bom grado a aceito como lei
Interlúdio:
Bm C#
Mas não vou conseguir, se não chegar a entender
Em F# Bm
Se é má vontade ou simples tradição sofrer
Bm C#
Eu não vou muito longe, nesta incerta viagem
Em F# Bm
Se o combustível for minha coragem
Encosto-me a dormir e a aceitar o que nego
Qualquer paisagem serve a um olhar cego
E é melhor esquecer que já tive outra prece,
Que a vida bem premeia quem merece
Final:
Bm C#
Como animais, como animais,
Em F# Bm
vou-me curar do vício de querer sempre mais
Bm C# Em F# Bm
Como animais, como animais, enquanto ainda não é tarde de mais
Bm C#
Como animais, como animais,
Em F# Bm
curei-me do desejo de querer sempre mais
Bm C# Em F# Bm6 Bm
Como animais, como animais, enquanto ainda não é tarde de mais
13
14
Lídia
Intro: (VER TABLATURA)
Dm Eº Dm/F Eº x4
Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº A A A
Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Eº Dm A Dm
Parte 1:
Dm Gm A
Quem te falou em escolhas certas mentiu-te
Dm Gm A
Quem te apontou caminhos sem os percorrer
Dm Gm C F
Quem te mostrou suas aguarelas nas telas pintadas
Bb Eº A
por uma só forma de ver
Dm Gm A Dm
Quem te falou numa verdade enganou-te
Dm Gm A Dm
Há mais verdades escondidas por aí
Dm Gm A
Somos voláteis somos feitos de contrários
Dm Gm A Dm
Somos todos santos somos todos mercenários
Ponte:
Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Eº
Sa- cri - fi - co minha vontade,
Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº A A
por um tiro no escuro que nos deixa sós
Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Eº
Custa ver que na reali–da-de
Dm Eº Dm/F Eº Dm A Dm
o tiro não foi no escuro o tiro foi em nós
Não pretendo não fazer erros,
vou aprendendo com o mal que trago em mim
E se aprendo sinto-me gente,
que só é gente quem consegue ser assim
15
Refrão:
Dm Bb Eº A Dm Bb Eº
Alguém, que vendo o mal nunca está bem
A Dm Bb Eº
Que vendo o mal nunca está bem,
A Dm Bb Eº A
que vendo o mal nunca está bem
Dm Bb Eº A Dm Bb Eº
Alguém, que vendo o mal nunca está bem
A Dm Bb Eº
Que vendo o mal nunca está bem,
A
que vendo o mal nunca está
Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Eº Dm Eº Dm/F Eº Dm A Dm
bem
Parte 2:
Dm
Alguém me disse que a vida passa a correr
Gm Dm E A
E eu fui na corrida sem sequer me aperceber
Dm
Alguém me disse que a vida passa a correr
Gm Dm A Dm
E eu fui na corrida sem parar p‟ra abastecer
Dm C Bb F
A vida são dois dias disse um homem já maduro
Gm Dm E A
Tive um ontem e hoje o mais certo é não ter futuro
Dm C Bb F
O velho do Restelo diz que a vida são dois dias
Gm Dm A Dm
E entre o choro e o riso eu não deixei horas vazias
16
Parte 3:
Dm A7 Dm
Lídia enlacemos as mãos vamos ficar então
A7
somente a ver passar o rio
Dm A7 Dm
Lídia joguemos xadrez façamos isso em vez
A7
de dar à guerra o nosso brio
Dm A7 Dm
Lídia, sejamos alheios aos desgostos feios
A7
de quem já não quer quem tem
Dm A7 Dm
Mas Lídia,eu sinto-me vazio a ver passar o rio,
A
sem te ter nem fazer por ser
Refrão:
Alguém, que vendo o mal nunca está bem
Que vendo o mal nunca está bem,
que vendo o mal nunca está bem
Alguém, cuja maldição afinal
Está nessa fraqueza carnal,
de querer o bem e ter o mal
17
18
19
Lusíadas
Intro:
D G A x3
D A
Verso:
D B E
Este é o nosso triste fado,
A G# G F#
Do vamos andando e do pobre coitado
F# Bm
Velha canção em que a culpa é do estado
Bb A
Por ser o espelho do reinado
E a história, por mais do que uma vez
Foi mais cruel que a de Pedro e Inês
Levou-nos o que tanta falta nos fez,
Sem deixar razões ou porquês
Ponte:
Bm
Temos fuga ao fisco, estradas de alto risco
E
Temos valiosos costumes e tradições
D A
Que eu não percebo, se nos maldizemos, quais as razões?
Temos chicos espertos, burlas e protestos
Temos tantos motivos p‟ra sorrir
Que eu nem imagino qual será a desculpa que vem a seguir…
Refrão:
D C# D C# C B
Gosto tanto deste país, só não entendo o que o faz feliz
E
Se é rir da miséria de outros, quando a vemos
A A7
Ou chorar da nossa própria, quando a temos
20
D C# C C# C B
Gosto tanto deste país, só não entendo quando ele se diz
E
Senhor de um futuro maturo, duro mas seguro
A D
Eu juro que ainda não o vi
Interlúdio:
D G A x3
D A Bbº Bm
Parte 2:
Bm
Os queixumes, sei-os de cor
E
Endereçados, a Nosso Senhor
D
Intercalados, com suspiro ou dor
A
De um bom sofredor.
Dentro de momentos, seguem-se os lamentos
Não há dinheiro p‟rós medicamentos
Não há dinheiro p‟ra tantos sustentos
Tão longe vão outros tempos
Solo 1 e 2:
(igual a verso)
Solo 3 e 4:
(igual a ponte)
Refrão:
Gosto tanto deste país, só não entendo o que o faz feliz
Se é rir da miséria de outros, quando a vemos
Ou chorar da nossa própria, quando a temos
Gosto tanto deste país, só não entendo quando ele se diz
Senhor de um futuro maturo, duro mas seguro
Eu juro que ainda não o vi
21
22
Chama-me Vida
Intro:
Am
Am Bm7(b5) E Dm E
Am Bm7(b5) E Am
Verso:
Am
Cada dia era um dia, cada hora dizia
G C E Am
Algo novo sobre ser mulher, sobre ser maior
Dm E
Sobre o medo e o amor
Am
Cada olhar, cada adeus, cada gesto dos seus
G C E Am
Era luz, era choro, era canto, era pouco e era tanto
Dm E
Do seu manto de cor
Ponte:
B F#m C#m
E no fundo a fobia da ancoragem, essa eterna viagem
D A F A
Bem tentava curar, p‟ra ter algo de seu
D A F E Am
Mas só no nada querer, ela nada perdeu
Bm7(b5) E
(Toda a gente dizia)
Refrão:
Am Dm
Suga-me até ao tutano e chama-me vida
E Am Am/G Am/F#
Deixa-me ser a paragem da tua corrida
F Dm
Mesmo os rios mais inquietos descansam num mar
E Am
Não quero que um dia caias de tanto voar
Bm7(b5) E
(E ela respondia)
23
Am Dm
Voo porque lá em cima me deixam sonhar
E Am Am/G Am/F#
Cada paragem que faço é só p‟ra descansar
F Dm
Mas levo tudo em minhas águas, não quero apagar-te
E Am Bm7(b5) E
Chamo-te vida se dela quiseres fazer parte
Interludio:
(igual à intro)
Verso:
Cada chão era um palco, cada rua um teatro
Mesmo o erro era um sábio juízo e ao chorar com um sorriso
Era fácil sofrer
Se temia arriscava, se gostava beijava
Sem qualquer preconceito a mensagem que à sua passagem
Ensinava a viver
Solo:
(igual à ponte)
Refrão:
Suga-me até ao tutano e chama-me vida
Deixa-me ser a paragem da tua corrida
Mesmo os rios mais inquietos descansam num mar
Não quero que um dia caias de tanto voar
Voo porque lá em cima me deixam sonhar
Cada paragem que faço é só p‟ra descansar
Mas levo tudo em minhas águas, não quero apagar-te
Chamo-te vida se dela quiseres fazer parte
Final:
(igual à intro)
24
25
Na Minha Rua
Intro: (VER TABLATURA)
Cm
Verso:
Cm
Na minha rua, há restos de vidas
Cm
Restos de famílias de mães desaparecidas
G#7 G7
E outras há que deram vida às vidas que por ali param
G#7 G7
Vindas de passagem e de passagem lá ficaram
Na minha rua há restos de cartazes
Restos de eleições, de “sim ao aborto” e outras frases
Que eu não votei mas fiz pressão p‟ra que outro alguém votasse
E a minha consciência passa a vida num impasse
Refrão:
Cm G D# F G#7
Na minha rua há restos de mim por todo o lado
G7
Espalhados pelo tempo e pelo espaço
Cm G D# F G#7
Na minha rua há pedaços de mim por toda a parte
G7
Rasgados e atirados pelo ar
Paragem:
Cm
Verso:
Na minha rua há restos de namoros
De beijos e abraços de zangas e desaforos
E eu não tive ninguém que se dignasse a odiar-me
No meu mau feitio de preguiça, humor e charme
Na minha rua há restos de noites,
Restos de garrafas, bebedeiras e açoites
Gemidos disfarçados p‟la euforia dos turistas
À porta de boîtes tão baratas como ariscas
26
Refrão:
Na minha rua há restos de mim por todo o lado
Espalhados pelo tempo e pelo espaço
Na minha rua há pedaços de mim por toda a parte
Rasgados e atirados pelo ar
Solo:
(igual a verso)
Refrão:
Na minha rua há restos de mim por todo o lado
Espalhados pelo tempo e pelo espaço
Na minha rua há pedaços de mim por toda a parte
Rasgados e atirados pelo ar
Final:
Cm F
É tão bom saber que há vida assim
Cm F
Ai faz tão bem, saber com quem contar
D# D
Eu quero ir, poder então fugir
G# G
É bom p‟ra mim é bom p‟ra quem tão bem me quer
27
28
29
O Meu Coração
Intro: (VER TABLATURA)
G D 4x
Verso:
G D
O meu coração é um viajante,
G D
que se entrega num instante por aí aonde for
G D
Acha que sabe bem o que eu preciso,
G D
prende-se a qualquer sorriso, sem motivos de maior
G D G D
O meu coração é inocente, pensa que a vida é um mar de rosas
A D A D
Mas eu que vi espinhos em toda a gente, afasto essas certezas duvidosas
O meu coração é um bicho muito estranho
que se esconde e não responde a quem chamar
Alérgico ao exterior vive na toca,
onde se esconde e sufoca por não ver entrar o ar
O meu coração vive trancado, diz-se que atirou a chave ao mar
E eu que a procurei por todo o lado, só me resta assim continuar
Refrão:
G D
Coração triste, não me arrastes em teu passo
G D
Meu corpo insiste em decidir o que faço
Am B7 Em D/F# G
Se eu vir que sim tu vires que não eu cá vou bem sem coração
A D
Entre o morrer de amor e o viver nesta prisão
G D
Coração louco, não me imponhas o teu vício
G D
Que a pouco e pouco, vou cedendo ao sacrifício
Am B7 Em D/F# G
É que eu sei bem que se acordares e procurares por aí,
A D G
encontras outro coração p‟ra ti
30
Verso:
O meu coração é uma criança,
ansiosa pela dança de quem lhe estender a mão
Mas este é caprichoso e corrosivo,
analista compulsivo que não chega à conclusão
O meu coração segue as novelas, jubila com as falas das actrizes
O meu carrega histórias de mazelas, e afasta-se desses finais felizes
Refrão
Interludio:
G G A D7 2x
Ponte:
Em B7
Falei primeiro a bem por ser assunto de respeito
B7 Em
Mas não me deu ouvidos, prosseguiu naquele jeito
Am Em
Mudei p‟rás ameaças, tentei que usasse a razão
F# B
Mas é palavra estranha p‟ró meu pobre coração
Em B7
Farta desses maus tratos fiz as malas e parti
B7 Em
E logo te encontrei com o mesmo mal de que eu sofri
Am Em
A mesma frustração, a mesma pose, o mesmo olhar
F# B
E em teu toque senti no meu corpo outro pulsar
Am G
Juntos rimos de tudo só chorámos nas novelas
F B7
Fingimos ser crianças e dançámos como elas
Am G
Perdemos noite e dia, e entre histórias e canções
D
Juntámos nomes, gostos e moradas,
e quase sem dar por nada encontrámos corações
Refrão
Final
G D (7x) G
31
32
33
34
35
36
37
38
39
Bocados de Mim
(só vozes)
Eu gostava de ser dessas pessoas positivas
que andam pela vida cheias de planos p‟ra amanhã
Que dizem frases feitas mas têm suas próprias manias
e as outras gostam delas porque elas são mesmo assim
Eu gostava que no fundo o mundo fosse simples,
que o dia fosse um barco e a noite fosse um cais
Se tudo fosse sim ou não p‟ra mim era mais fácil
e eu não tinha que magoar as pessoas que gosto mais
Verso:
D G
Eu gostava de ser mais ajuda p‟rá família,
Em A
de aprender a fazer bolos em casa da minha avó
D G
Porque ela me quer lá e até faz alguns petiscos
Em A
co‟a minha mãe a ajudar p‟ra que ela não se sinta só
D G
Eu gostava de me lembrar mais de algumas coisas
Em A
que a vida foi levando em tratamentos de choque
D G
De me recordar de cheiros, de barulhos
Em A D
e dos discos com que a minha irmã me ensinou a ser alguém do rock
Ponte:
Bm F#m
Mas ando pela vida feito placa de auto-estrada,
G D A
que ensina o caminho aos outros mas pouco sabe de si
Bm F#m
Mas ando pela vida por ver andar meus amigos,
G Em A D
e confesso que por vê-los nem me custa andar aí
Interlúdio:
D G A G A D 2x
40
Verso:
Eu gostava de ser um assunto mais peculiar,
como o blog da Filipa e os textos que lá diz
Qualquer coisa que tivesse algum efeito nas pessoas
como os poemas da Inês ou as anedotas do Luís
Eu gostava de me dedicar aos trocadilhos,
que me fazem perder tempo e não fazem rir ninguém
Porque há coisas que não são p‟ra rir são só para ter pinta
já dizia o meu pai e eu só agora entendi bem
Ponte:
Mas ando pela vida cinzentão e esbatido,
sem ter a coragem de convidar gente p‟ra dançar
Mas ando pela vida sem ter a lata do Hugo,
que é capaz de fazer tudo para a malta se animar
Interlúdio
Verso:
Eu gostava de saber explicar bem o que sinto,
de não mentir como minto quando digo que estou bem
Porque todos temos dores e para cheirar as flores
desbravamos os caminhos com a ajuda de quem vem
Eu gostava de ser qualquer coisa mais bonita,
fosse o sorriso da Rita fosse o carinho da Rute
De lutar cegamente por aquilo em que se acredita
porque há lutas que se perdem mas precisam que alguém lute
Ponte:
Mas ando pela vida às vezes sem ser sincero,
isso lá me vai custando quando é hora de deitar
Finjo ser a pessoa que eu quero que os outros gostem,
e acabo a não ser nada que valha a pena gostar
Final:
G A D G A D
São só bocados de mim, são só bocados de nós
G A Bm G Em A D
São só bocados que eu enfim, deixei ir na minha voz
São só bocados de mim, são só bocados de nós
São só bocados que eu enfim, deixei ir na minha voz
Fim:
D A D A D A D
41
42
Monstros
Intro baixo (VER TABLATURA – compassos 1-8):
Dm C Bb A Dm F Bb A
Dm C Bb A Dm F Bb A
Riff1 (VER TABLATURA – compassos 9-17):
Dm C Bb A x4
Verso:
Dm C Bb A
Eu não acredito que seja abençoado
Dm C Bb A
Se alguém me enfeitiçou foi o próprio Diabo
Dm F G A
Coitado! Que feitiço tão mal empregue…
Dm Bb A Dm
Podia tê-lo guardado para o Sr. que se segue
Leva a tua avante que eu levo a minha cruz
Troco o masoquismo por alguém que me seduz
E a luz, que nunca chega a ser a minha
Ofusca nos momentos em que a razão me convinha
Ponte:
Gm Dm
Não queiras salvar alguém que nasce condenado
Gm Bb Ab A Dm
Não queiras a calma de uma alma enforcada na negação de si
Riff2 (solo):
Dm C Bb A x3 Dm C Bb
43
Refrão:
A Dm A Dm
Mas bem lá no fundo, sei que há mais no mundo
Gm C F E
Que escapam aos padrões ditos normais, e banais
A Dm A Dm
Incompreendidos, auto-excluídos
F C Bb A D5 D5b
Monstros com bocados a menos, com pecados a mais
F C Bb A D5 D5b
Monstros com bocados a menos, com pecados a mais
Riff1:
(igual à intro)
Verso:
Eu não acredito na bela sem senão
Vivo iludido com a própria ilusão
E não me digam que ela não existe
O mundo ao fim ao cabo é de quem lhe resiste
Leva a tua avante que eu levo o que restou
Que interessa o que seria se não fosse como sou
Não vou modificar minha vontade
Só porque mais ninguém lhe vê um véu de verdade
Ponte:
Não queiras o hoje de um eterno insatisfeito
Amanhã a fúria de um mundo imperfeito volta p‟ra se vingar em ti
Riff2
Refrão:
Mas bem lá no fundo, sei que há mais no mundo
Que escapam aos padrões ditos normais, e banais
São postos de lado, marginalizados
Monstros com bocados a menos, com pecados a mais (3x)
44
45
46
47
Saltimbanco
Riff:
Am Dm Am Dm Am B7 E
Am Dm Am Dm Am Dm E Am
Verso:
Am
O meu destino é simplesmente andar p‟lo mundo
Dm E
Pode não ser profunda esta tarefa que me escolhem, em que me acolhem,
Am
onde tudo dura um segundo
Am
A minha vida é simplesmente ler poemas,
Dm E
Filmes de cinema com finais já conhecidos, fazer ruídos
Am Am/G F E Am
Para ouvidos incompreendidos, numa tentativa de atenção
Ponte:
Dm E
Incaracteristicamente falando eu gosto,
F C
e o gosto dos outros se é bom gosto é meu também
E Am Am/G
Se ouvir ensina eu aprendo mais do que é preciso,
F E Am
sem ter que dar lições p‟ra ninguém
Insuspeitamente falando até aposto,
virão melhores dias do que o dia que aí vem
Mas sem degraus uma escada é parede e não caminho
valem pelo uso que eles têm
Riff
48
Verso:
A minha vida é terreno fronteiriço,
Onde o dia acaba e a noite continua, pesada e nua
Queimando seu fogo mortiço
A minha vida é de versos e reversos,
Propósitos imersos sob o manto da rotina
Que recrimina qualquer impulso que lhe fuja ao braço
Por ter medo dos que o seguirão
Ponte:
Incaracteristicamente eu contribuo
P‟ra qualquer conluio que faça frente à razão
Se serão bons é coisa que ainda ninguém sabe ao certo,
Mas decerto piores não serão
Mas inequivocamente haja a lembrança
Que são más as mudanças para a mesma condição
Qualquer destino é melhor do que o de um saltimbanco
Que anda sem nunca ter o seu chão
Riff final:
Am Dm Am Dm Am B7 E
Am Dm Am Dm Am Dm E Dm E F E Dm E Am
Am
49
50
51
Vampiros
Intro (VER TABLATURA):
B7 Em Em Cº
Em C B7 x4
Verso:
Em
Reza a história que os vampiros já cansados
D Em
Retornaram ao covil p‟la madrugada
Am Em
E entre brumas e despojos retrataram
C B7
Cicatrizes de uma luta atribulada
Em
Mas o mal nunca dorme e pouco descansa
D Em
Que a vingança nunca espera por ninguém
Am Em
E é ponto certo que ao vir outro dia
D C B7 Em
outra noite virá também
Riff 1:
Em Cº B7 Em Em Cº B7 Em Em Em B7 Em
Verso:
Bem astutos disfarçaram os seus dentes
E vestiram outra pele e outra cara
Enganavam à primeira vista os crentes
Enganavam em quem Deus acreditara
E ao saírem para a rua a seu contento
Prontamente a cidade lhes sorriu
E o sorriso transformou-se num lamento
Pelo sangue que lhes fugiu
Riff 2:
Em Cº B7 Em Em Cº B7 Em Em Cº B7 Em B7 Em
52
Refrão:
D G
Tem cuidado que aos morcegos nada escapa
B7 Em
e da sua capa espreitam quem
F Em
Lhes franqueia as suas portas à chegada
B7 Em
na inocência de lhes querer bem
D G
E à cautela vai olhando pelos espelhos
B7 Em
com uma estaca pronta a usar
F Em
É que os vampiros hoje em dia nada temem
D C B7 Em
e bebem sangue do mesmo mar
Riff3:
Em Cº B7 Em Em Cº B7 Em Em Cº B7 Em
Em C B7 x4
Solo:
Em Am C F B7
Em Em Am Am C F B7
Refrão:
Tem cuidado que aos morcegos nada escapa
e da sua capa espreitam quem
Lhes franqueia as suas portas à chegada
na inocência de lhes querer bem
E à cautela vai olhando pelos espelhos
com uma estaca pronta a usar
É que os vampiros hoje em dia nada temem
e bebem sangue do mesmo mar
53
54
Final
Em Cº B7 Em Em Cº
55
Metamorfose
Riff:
C#m D C#m B A G#m6 C#m x2
Verso:
C#m A Era uma vez um jovem sem ofício, sem respeito pelo sacrifício,
G#m C#m
Sem respeito pelo que a família sempre lhe deu
C#m A Ficou patente desde tenra idade, que se afastou da sociedade
G#m6 C#m
Na escolha de viver num sôfrego inferno seu
Ponte:
D F6
Mas subitamente, algo se fez diferente,
A
E então mudou, rompeu, jurou
D F6
Levar-se mais a sério, lutar contra o império
A
Gritou, marchou
G#7 C#m D C#m
E é vê-lo insatisfeito, de estrela vermelha ao peito
B A G#7 C#m
E a lutar por direitos que nem sabia serem seus.
Riff
Verso:
O pai então andava deprimido, culpava-se pelo sucedido
Buscava falhas no seu modo de educar
Era coisa que não estava prevista, sair-lhe um filho comunista
Ateu e anti-benfiquista p‟ra piorar
Ponte:
Mas instintivamente, algo se fez diferente
E então mudou, reviu, jurou
Não se levar a sério, fazer parte do império
Comprou, gastou
E é vê-lo engravatado, lugar cativo no estádio,
Jantar em clubes privados e a pagar com cartões
Riff
56
Interlúdio (discurso):
C#m A G#m C#m x4
Solo baixo e voz (VER TABLATURA):
Depois veio o pior,
fez amor com quem não amava e desse amor nasceu um sofredor,
mal educado no tempo livre dos pais, o sofredor cresceu,
e aprendeu, que no nosso mundo pouco há de seu e então escolheu,
todo o caminho que lhe foi dito evitar
Riff (apenas uma vez)
Ponte 2:
D F6 A
Tentou mudou, mudou gostou, gostou fartou, fartou mudou
D F6 A
Tentou mudou, mudou gostou, gostou fartou, fartou mudou
G#7 C#m D C#m
E agora diz à gente, que é por demais evidente,
B A G#7 C#m
Que a teima de ser diferente não o ensinou a ser só
Solo bateria:
(acordes do riff)
Riff
57
58
59
Pobre Velho Louco
Intro (VER TABLATURA):
A F# B7 E7
Verso:
A F#
Eu sou um pobre velho louco que a saudade enjeitou
B7 F E7
Guardo a alegria num canto e a tristeza no que restou
A F#
Eu nunca fui a direito, isso deu cabo de mim
B7 F E7
Quando te perdes em estradas não tardas a achar um fim
Ponte:
D D#º A F#
E um copo de vinho em cima da mesa
B7 D#º A F#
Um gira-discos berra música francesa
B7 D#º A F#
O gato aos pés, quase a adormecer
B7 E7 A G# G F#
Não há melhor maneira de morrer
F E7 A
Não há melhor maneira de morrer
Solo:
A F# B7 E7 2x
Verso:
Eu sempre fui bom em planos, sempre fui mau em acção
Tento uma vida de luxo levo uma vida de cão
Não sei quem traça os destinos mas deve ser engraçado
Essa gente de alta roda que dita a moda do fado
Ponte:
Meio copo de vinho em cima da mesa
Um gira-discos canta música francesa
O gato aos pés, quase a adormecer
Não há melhor maneira de morrer, Não há melhor maneira de morrer
60
Solo:
A F# B7 E7 2x
Verso:
Vais ficar triste e sozinho, já dizia a sábia gente
E essas lembranças de esperança batem leve levemente
Como quem chama por mim, como quem sopra um conselho
Amigos eu já vou tarde, eu sou louco, pobre e velho
Ponte:
Já não há mais vinho e a música acaba
Ressoa a hora certa na porta de entrada
O gato dorme e os pés começam já a aquecer
Não há melhor maneira de morrer
Não há mesmo mais nada a fazer
Solo:
A F# B7 E7 3x
A F# B7 E7 A G# G F# F E7 Amaj7
61
62
63
A Morte Saiu à Rua
Intro piano
Verso:
F#m A E F#m
A morte saiu à rua num dia assim
F#m A E F#m
Naquele lugar sem nome p‟ra qualquer fim
F#m A D
Uma gota rubra sobre a calçada cai
Bm A E F#m
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Interludio:
F#m A E F#m x3
Verso:
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
Final:
F#m A E F#m x4
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65
Tom Sawyer
Intro (VER TABLATURA):
F
Verso:
F Dm
Vês passar um barco rumando p‟ró sul
F
Brincando na proa gostavas de estar
Dm
Voa lá no alto por cima de ti
F
um grande falcão és o rei és feliz
Ponte:
Bb Gm
E quando tu... vês o Mississipi
Bb Gm Eb C
Tu... saltas pela ponte e... voas com a mente
Verso:
Nuvens de tormentas estão sobre ti
Cobrem todo o céu por cima de ti
Corre agora corre e te esconderás
entre aquelas plantas ou te molharás
Ponte:
E sonharás que és um pirata
tu... sobre uma fragata
tu... sempre à frente de um bom grupo
de raparigas e rapazes
Refrão (x2):
F C
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
F C
Por aí a passear, Tom Sawyer
Bb C F Dm
mil amigos deixarás, aqui e além
Gm Eb C
descobrir o mundo, viver aventuras
66
Solo:
(acordes do verso)
Ponte:
E sonharás que és um pirata
tu... sobre uma fragata
tu... sempre à frente de um bom grupo
de raparigas e rapazes
Refrão (x4):
Tu andas sempre descalço, Tom Sawyer
Por aí a passear, Tom Sawyer
mil amigos deixarás, aqui e além
descobrir o mundo, viver aventuras
Final:
F
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69
ANAQUIM 2011