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INTRODUÇÃO O Código Civil define o dever de indenizar ao definir os atos ilícitos, e os motivos culposos que possam causar prejuízos a terceiros. A indenização é fruto de uma lesão a direito por um ato comissivo ou omissivo, ato este capaz de gerar uma diminuição no patrimônio de um terceiro de boa-fé, ou mesmo uma cessão em algum lucro que poderia aumentar o patrimônio deste terceiro. Como será neste trabalho dissertado, veremos a culpa objetiva e a culpa subjetiva, dentro desta culpa estão aos elementos caracterizadores que são: Negligência, que é a inércia de cautela, a Imprudência, que é o exercício de um ato considerado perigoso sem que o agente observe todo zelo, cuidado e atenção que deveria empreender, e a Imperícia, que é a falta de conhecimento, capacidade ou aptidão para desenvolver certa habilidade, e mesmo sem possuir esta habilidade o agente se dispõe a 1

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INTRODUÇÃO

O Código Civil define o dever de indenizar ao definir os atos ilícitos, e

os motivos culposos que possam causar prejuízos a terceiros. A indenização é

fruto de uma lesão a direito por um ato comissivo ou omissivo, ato este capaz

de gerar uma diminuição no patrimônio de um terceiro de boa-fé, ou mesmo

uma cessão em algum lucro que poderia aumentar o patrimônio deste terceiro.

Como será neste trabalho dissertado, veremos a culpa objetiva e a culpa

subjetiva, dentro desta culpa estão aos elementos caracterizadores que são:

Negligência, que é a inércia de cautela, a Imprudência, que é o exercício de

um ato considerado perigoso sem que o agente observe todo zelo, cuidado e

atenção que deveria empreender, e a Imperícia, que é a falta de conhecimento,

capacidade ou aptidão para desenvolver certa habilidade, e mesmo sem

possuir esta habilidade o agente se dispõe a realizar o ato, e por falta de

preparo causa o dano ao terceiro.

O ato ilícito é um ato antijurídico, mas que não se desprende da culpa,

pois a culpa é involuntária, sendo a ilicitude é voluntária e involuntária, sendo

que a responsabilidade por conta da ilicitude sobrepõe a impenhorabilidade

legada no artigo 649 do CPC.

O estudo da responsabilidade civil tem sido objeto de grandes

preocupações nos últimos anos, tendo em vista que toda manifestação da

vontade humana traz em si o problema da responsabilidade. A medida que a

sociedade se desenvolve, mais aumentam as atividades humanas,

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conseqüentemente, crescendo as relações inter-pessoais, aumentando as

possibilidades de dano a outrem ainda que involuntariamente.

A responsabilidade pelo ato ilícito nada mais é que o dever de responder

pelo ato tido como ilícito que tenha ocasionado dano a outrem, diferentemente

de obrigação civil, que é uma responsabilidade que por ventura, ou por uma

conduta se tornou uma obrigação e que deve de pronto ser cumprida.

A diferença entre responsabilidade civil e obrigação civil, é que a

primeira vem a se tornar real, enquanto a segunda já deve ser cumprida pelo

obrigado.

A finalidade da reparação civil é restabelecer a statu quo ante, ou seja, o

estado anterior ao fato gerador do dano, mas para se caracterizar o dever de

indenizar é preciso provar que o dano foi causado pelo agente, e a intensidade

deste dano é que irá estabelecer o montante da indenização.

Por haver a indenização é pressuposto haver o dano, pois o perigo do

dano por si só não gera direito à indenização, mais somente o dano em si. O

perigo de dano pode gerar direito a medidas cautelares para evitar a ocorrência

do dano, mas o direito à indenização somente ocorre após o dano ocorrer, sedo

a indenização um direito subjetivo do lesado.

O dano é a ofensa a um bem jurídico, seja patrimonial ou moral, não

havendo proprietário deste não há prejuízo, e nem o que indenizar. Então a

indenização e sempre conseqüência do dano, visando repará-lo.

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O artigo 927 do CC positiva:

“Aquele que por ato ilícito causar dano a outrem fica obrigado a indenizá-lo.”

Já o parágrafo único do artigo supra, prevê as possibilidades de

indenização sem na ausência de culpa, ou seja, são casos nos quais existe a

responsabilidade objetiva, em que não se precisa provar a culpa, mas somente

o dano já gera o direito à indenização.

Existe até obrigação de indenizar pelo ato de outrem, é o que aduz nossa

legislação pátria, no artigo 43 e 47 do CC, que declara que a pessoa jurídica é

responsável pelos atos de seus agentes no exercício do mandato, e o pai é

responsável pelos atos do menor, (932-I CC), salvo imputação no artigo 928

do CC.

Outros casos em que terceiros devem indenizar são os casos do artigo

932 do CC, o patrão que tem responsabilidade sobre os atos do empregado, os

tutores pelos tutelados, bem como os curadores pelos atos dos curatelados, os

donos de animais pelos danos causados pelos mesmos (936 CC), entre outros.

Como supra elucidado, e no que será infra dissertado, a

responsabilidade civil é muito ampla, podendo até mesmo atingir terceiros que

nada têm a ver com a relação dos agentes, bem como independer de culpa, ou

de ato antijurídico, como vemos a responsabilidade civil é independente da

criminal, não sendo o reconhecimento de uma dependente o do conhecimento

de outra, como veremos a seguir nos tipos de responsabilidades expostas, e

comentários dos estudiosos do direito a serem expostos neste trabalho.

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CRITÉRIOS PARA O VALOR DE UMA INDENIZAÇÃO

1- LUCROS CESSANTES

Lucros cessantes nada mais são do que o que se deixou de prover no

futuro por algum acontecimento pretérito.

O CC assim expressa:

Art. 402: “Salvo exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos

devidas ao credor abrangem, alem do que perdeu, o que razoavelmente

deixou de ganhar.”

Art 403: “Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e

danos só incluem os prejuízos efetivos, e os lucros cessantes por efeito dela

direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.”

Nos lucros cessantes pressupõe-se que o lesado tinha, no momento da

lesão, um direito ao ganho que se frustrou. Correspondendo os lucros

cessantes aos prejuízos que advieram ao lesado por ter aumentado, em

conseqüência da lesão, o seu patrimônio, tais prejuízos, em termos de direito,

não correspondem aos custos fixos (despesas com pessoal, rendas,

fornecimentos e serviços externos, etc.)

Vejamos uma decisão do STJ:

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Acórdão do S.T.J. de 21/11/79, B.M.J. nº 291, pág. 480.

Danos patrimoniais compreendem duas modalidades: os danos emergentes,

que correspondem aos prejuízos sofridos, respeitando à diminuição do

patrimônio já existente do lesado; e os lucros cessantes, que correspondem

aos ganhos que deixou de ter por não ter aumentado, em conseqüência da

lesão, o seu patrimônio (art. 564º, nº 1, do Cód. Civil).» - cfr. acórdão do

S.T.J. de 4/3/80, R.L.J. 114º- 317.

Vejamos o pensamento de um renomado estudioso:

“Configurados o dano e os lucros cessantes pela paralisação de veiculo de

veiculo de auto-escola necessário ao desenvolvimento das atividades é cabível

a condenação, cujo montante, todavia, deve ser apurado em liquidação de

sentença, considerando-se, notadamente, o volume médio de aulas

ministradas pela empresa e o valor das mesmas, porem com a dedução das

despesas operacionais.” (Theotônio Negrão, Notas CC, 27ª ed., pág. 155).

Este pensamento de Theotônio Negrão fez referência a um caso

especifico de dano sofrido por uma empresa de auto-escola. Mas à luz deste

pensamento podemos deduzir que todas as relações nas quais há ocorrência de

indenização por lucros cessantes a interpretação da determinação de seu valor

é com base na citação supra.

Exemplo hipotético de fixação do valor de uma indenização por

lucros cessantes:

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Um mecânico ao fazer a revisão no carro de um taxista esquece a

mangueira que leva o óleo lubrificante ao motor sem o devido aperto. O

automóvel após uma viagem de 50 Km. funde o motor por falta de

lubrificação. Após um processo judicial de conhecimento ficou provado que o

dano foi provocado por culpa do mecânico, e como o taxista utilizava o carro

para o labor diário, da seguinte forma: trabalha de segunda a sexta-feira das 8

as 18 h, fazendo em media 20 corridas por dia, com preço médio de vinte reais

cada, gera um total diário de R$ 400,00/dia. Como o automóvel ficou parado

por quinze dias para conserto gerou prejuízo de R$ 6.000,00, descontado o

combustível diário de R$ 50,00, chegamos ao valor de indenização de R$

5.250,00.

Os lucros cessantes são as seqüelas do ilícito sobre o patrimônio futuro

da vítima, sendo assim, nos casos necessários, os cálculos efetuados para

apurar lucro cessante devem ser feitos mediante perícia, deduzindo do valor

bruto do prejuízo as despesas operacionais da atividade que deixou de ser

realizada.

Estas seqüelas que nascem com algum impedimento devido ao fato

delituoso são chamadas lucros cessantes. Os lucros são cessantes quando há

impedimento em percebê-los, e o causador deste impedimento é que deve

indenizar o prejudicado no montante exato em que ele iria receber se não

houvesse o impedimento.

Sendo assim além dos danos emergentes cabe também a indenização

pelos lucros cessantes, ou seja, o legislador protege o lesado não só com o que

perdeu como o que deixou de ganhar, isto por que a proteção do direito é

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ampla, não se restringindo a perca eminente, mas protegendo também o

patrimônio futuro do lesado.

Segundo Agostinho Alvim: “Até prove ao contrário admite-se que o

credor haveria de lucrar aquilo que o bom senso diz que lucraria. Aí há uma

presunção de que os fatos se desenrolariam dentro de seu curso normal,

tendo-se em vista os antecedentes.”

Já no entender de Fischer: “Não basta, pois, a simples possibilidade de

realização do lucro, mas também não é dispensável a absoluta certeza de que

este se teria verificado sem a interferência do evento danoso. O que deve

existir é uma probabilidade objetiva que resulte do curso normal das coisas, e

das circunstancias especiais do caso concreto.”

Como observamos na doutrina dos estudiosos do direito há

discordância na adoção do suporte probatório para a fixação de indenização

por lucros cessantes, sendo uns pensamentos mais liberalistas e outros mais

conservadores, pois no pensamento de Alvim o bom censo já deve entender

que o lesado lucraria normalmente de acordo com suas características

anteriores ao fato. Já na opinião de Fischer, não bastam as características

anteriores aos fatos, mas a prova de que o lucro realmente ocorreria, sendo

que não basta o potencial, mas tem que estar presente a prova de que se não

ocorresse o evento danoso o ganho viria.

A determinação do quantum indenizatório no lucro cessante é

com base no que o lesado inequivocamente provou que deixou de lucrar

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devido ao evento danoso, sedo que os juros e correção nestes casos incidem a

partir do dano (sumula 54 do STJ).

2- DANO EMERGENTE

O dano é a lesão de um bem jurídico, no caso do dano emergente mais

conhecido por dano patrimonial imediato, é a diminuição do patrimônio em si

ou de seu valor, que emerge logo em seguida ao ilícito.

Os danos se dividem em danos diretos, os que resultam imediatamente

do fato, e danos indiretos, que são os que decorrem de circunstancias

ulteriores ao fato, mas que nem por isto deixam de ser lesivos ao patrimônio

do lesado.

Os danos emergentes são os danos provenientes de atos ilícitos, ou

quebra de contratos, ou seja, de um desrespeito a alguma norma e/ou pacto

que traz conseqüências lesivas à parte adversa ao autor do fato.

Avalia-se o dano pela quantidade de diminuição no patrimônio do

lesado, sendo o dano emergente o que emerge com a atitude. Ex: quebra de

contrato traz algum prejuízo a parte contraria, então esta deve ser indenizada

pelos prejuízos que teve com a quebra do vinculo contratual.

Os danos emergentes são os que emergem com os atos ilícitos de

pessoas, e por esta imersão devem ser reparados pelo autor do ato ilícito, pois

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nada mais justo do que este reparar um dano que ocorrera somente por culpa

deste.

A propósito, assim já entendeu a corte máxima de justiça do Estado de

São Paulo – SP:

“Para constituir o titulo indenizatório o pressuposto necessário e

imprescindível é a demonstração do dano, seja por responsabilidade por

ilícito ou contratual” (TJSP-1ªC-Ap.-Rel. Octávio Stucchi-j.14.12.82-RT

575/133).

Caio Mario da Silva Pereira nos ensina: “Se o problema é complexo na

sua apresentação, mais ainda o será na sua solução. Na falta de um principio

que o defina francamente, o que se deve adotar como solução é a regra da

certeza do dano. Se pela morte ou incapacidade da vítima, as pessoas, que

dela se beneficiavam, ficaram privadas de socorro, o dano é certo, e cabe

ação contra o causador. Vitimando a pessoa que prestava alimentos à outras

pessoas, privou-as do socorro e causou-lhes prejuízo certo.”

Nos casos citados por Caio Mário cabe reparação do dano, pois o dano

em todos é material, que é o tipo de dano mais facilmente quantificável, ao

contrario do dano moral, que por ser subjetivo é dificilmente quantificável.

Compete à vítima da lesão pleitear a indenização, ou aos herdeiros,

quando o dano afeta o patrimônio do “de cujus”.

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O dano emergente como supra dissertado é o dano imediato após o ato

lesivo, é, por exemplo, o que o dono de um veiculo abaldroado gasta para

consertá-lo após o acidente. Representa o patrimônio que a vítima tinha antes

do acidente, e o que terá depois de tal.

Já o lucro cessante não é o imediato logo após o fato, mas o que se

emergerá no futuro próximo ou distante.Sendo este mais difícil de se

quantificar que o primeiro, pois este é uma expectativa de ganho, e não uma

perca imediata.

Como sustenta o Prof. Orlando Gomes: “A restituição da coisa não é

propriamente uma indenização, por isso que, em se verificando, só por força

de expressão se pode falar em responsabilidade, que surge tão somente como

observa Salvatier, quando a usurpação, ou esbulho, ocasionar um prejuízo

que deva ser reparado.”

O conserto da coisa não é tudo. Para que não haja o direito à

indenização é preciso que não haja depreciação no valor do bem após o dano,

então só o conserto por si só não isenta o sujeito da indenização. O que ocorre

no caso de um automóvel, que após uma colisão a parte que deu causa ao

acidente conserta o veículo, mas não estará livre da indenização no caso de

depreciação no valor do bem por motivo da colisão, devendo o passivo reparar

o valor da depreciação do dano.

O dano emergente também é passivo de atualização com juros de mora,

sendo que a atualização é feita desde o evento danoso na forma da sumula 54

do STJ.

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3- JUROS

Os juros são devidos desde a citação do Réu, ou em outros casos, desde

a data do evento lesivo ao patrimônio do ofendido.

Vejamos o entendimento do direito positivo brasileiro:

Art. 405 do CC: “Contam-se os juros de mora desde a citação inicial”.

O valor dos juros legais é calculado segundo a taxa que estiver em vigor

para a mora no pagamento de impostos à união. (art. 406 do CC). Salvo se o

contrato estipular outro paramento, ou trouxer o percentual expresso.

Com a revogação do artigo 192 da CF, e com a EC. 40/2003, passou-se

a ser utilizada somente a redação do artigo 406 do CC.

O pedido inicial, quando por danos materiais deve vir acrescido dos

juros legais na forma do artigo 293 do CPC, pois como supra demonstrado, o

juiz fixará juros a partir da citação do Réu, e não no momento anterior a este.

Os juros de mora têm natureza de rendimento do bem a que a vitima foi

privada, representado a efetiva renda do capital, evitando que se corroa e

deprecie.

Este entendimento é tão incisivo, que o STF já sumulou que: “Incluem-

se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial, ou a

sentença. (sumula 254 do STF).”

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Como vemos na tabela para a mora de inadimplência em imposto

federal, os juros são de 1% ao mês, que devem ser calculados mês a mês, após

o acréscimo da devida correção monetária.

Tabela:

Taxa de Juros Selic

Aplicável a tributos federais

Mês/Ano1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

2008

Janeiro0,00 % 2,58 % 1,73 % 2,67 % 2,18 % 1,46% 1,27% 1,53% 1,97% 1,27% 1,38% 1,43% 1,08% 0,93%

Fevereiro3,63 % 2,35 % 1,67 % 2,13 % 2,38 % 1,45% 1,02% 1,25% 1,83% 1,08% 1,22% 1,15% 0,87% 0,80%

Março2,60 % 2,22 % 1,64 % 2,20 % 3,33 % 1,45% 1,26% 1,37%  1,78% 1,38% 1,53% 1,42% 1,05% 0,84%

Abril4,26 % 2,07 % 1,66 % 1,71 % 2,35 % 1,30% 1,19%  1,48%  1,87% 1,18% 1,41% 1,08% 0,94%

0,90%

Maio4,25 % 2,01 % 1,58 % 1,63 % 2,02 % 1,49% 1,34%  1,41%  1,97% 1,23% 1,50% 1,28% 1,03%

0,88%

Junho4,04 % 1,98 % 1,61 % 1,60 % 1,67 % 1,39% 1,27%  1,33% 1,86% 1,23% 1,59% 1,18% 0,91%

0,96%

Julho4,02 % 1,93 % 1,60 % 1,70 % 1,66 % 1,31% 1,50%  1,54% 2,08% 1,29% 1,51% 1,17% 0,97%

1,07%

Agosto3,84 % 1,97 % 1,59 % 1,48 % 1,57 % 1,41% 1,60%  1,44%  1,77% 1,29% 1,66% 1,26% 0,99% 1,02%

Setembro3,32 % 1,90 % 1,59 % 2,49 % 1,49 % 1,22% 1,32% 1,38%  1,68%  1,25% 1,50% 1,06% 0,80%

 

Outubro3,09 % 1,86 % 1,67 % 2,94 % 1,38 % 1,29% 1,53%  1,65%  1,64%  1,21% 1,41% 1,09% 0,93%

 

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Novembro2,88 % 1,80 % 3,04 % 2,63 % 1,39 % 1,22% 1,39%  1,54%  1,34%  1,25% 1,38% 1,02% 0,84%

 

Dezembro2,78 % 1,80 % 2,97 % 2,40 % 1,60 % 1,20% 1,39%  1,74%  1,37%  1,48% 1,47% 0,99% 0,84%

A propósito já entendeu o TJ/SP:

“A indenização por morte de menor em acidente deverá ser paga na forma e

pensão correspondente a 2/3 dos ganhos da vitima, mais 13º salário até a

data em que se completaria 25 anos de idade, pois já poderia estar casada,

com vida independente da dos pais. Os juros de mora serão devidos da data

da citação.” (1º TACSP – 3ª C – Ap. Rel. Silvio Marques – j. 23.04.91 – RT

674/145).

Sabemos que para a reparação do dano seja completa, alem da correção,

incide sobre o valor corrigido os juros, tendo natureza de rendimento do bem a

que a pessoa se vira privada.

No nCC os juros compostos não mais são aplicados, aplicando-se

somente os juros simples, que devem ser aplicados sobre o capital corrigido,

pois assim normatiza o artigo 406 do CC:

“Quando os juros de mora não forem convencionados, ou o forem sem taxa

estipulada, ou quando provierem da determinação da lei, serão fixados

segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos

devidos à fazenda nacional.”

A tabela da mora cobrada nos impostos é a alíquota supracitada, e os

juros, assim como a correção, flui a partir do evento danoso (sumula 54 do

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STJ), esses nos casos de responsabilidade extracontratual. No caso de

inadimplemento contratual estes correm a partir da citação (405 do CC). Tal

regra não se aplica à indenização por ato ilícito, sendo que para este existe

regra específica (398 do CC).

Nos lembra Alvim: “O ato ilícito situa-se fora da responsabilidade

contratual, portanto, na esfera da responsabilidade extracontratual, ficando

circunscrito ao campo da responsabilidade aquiliana”.

Assim se alguém fecha um contrato para realização de alguns serviços,

e, por ato ilícito causa dano ao contratante deve-se correr os juros a partir da

citação, mas se não haver a vitima, com acréscimo contrato e simplesmente

alguém por ato ilícito lesar outrem deve indenizar a vitima acrescido de juros

legais a partir da citação.

A estipulação de juros pelas partes em contrato sofre limitações pela lei.

O objetivo desta limitação é evitar casos de locupletamento, não tolerada pelo

nosso direito.

A lei de usura normatiza que as partes podem convencionar até 12% de

juros anuais, e devem ser arbitrados em sentença judicial, ainda que não foram

requeridos na inicial (sumula 254 do STJ), por ser de interesse publico, pois se

o valor estivesse em mãos do beneficiado poderia estar rendendo e sem o juro

ocorrerá dano ao beneficiário.

Doutrinariamente discute-se se os juros fixados com a indenização têm

caráter moratório ou compensatório. Em minha modesta opinião acredito ter

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os juros caráter compensatório, visto que é uma compensação pelo rendimento

a que o dinheiro poderia estar submetido, não sendo meramente oratórios, pois

os juros moratórios seriam apenas para o condenado liquidar a sentença, o que

não é o objetivo principal do juro na indenização.

Na obrigação liquida a contagem de juro tem inicio com a mora do

devedor, e na obrigação ilíquida, os juros são computados a partir da citação,

tendo se em vista que é a partir da citação que forma amora do processado,

podendo este a partir da citação quitar o debito a que fora citado para se

defender.

Existem entendimentos de que os juros moratórios são devidos a partir

do evento, e outros em que os mesmos são devidos a partir da citação do Réu,

sendo predominante o primeiro.

Vejamos algumas divergências de entendimentos:

Ementa: “Segundo a jurisprudência pacífica do STJ, na responsabilidade

objetiva oriunda de ato ilícito ocorrido em transporte coletivo com

passageiro, os juros de mora incidem a partir da citação e os compostos não

são devidos.” (Ac. 3ª t. do STJ, Resp. 132.691-SP 23-05-00).

Ementa: “Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de

responsabilidade extracontratual (sumula 54 do STJ), não se conhecendo o

RE pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo

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sentido da decisão do juízo a quo.” (Ac. 4ª T do STJ, Agravo Regimental, no

Al 200.571-SP, 07-11-00).

Como observado os entendimentos quanto ao inicio da incisão dos juros

moratórios são divergentes de acordo com cada tipo de evento, sendo alguns a

partir da citação do Réu no processo, e outros a partir da data do evento.

4- CORREÇÃO MONETÁRIA

A correção abrange qualquer indenização seja patrimonial moral, por

ato ilícito, ou seja, todas, aliás todos os montantes têm que ser liquidados, e

para a liquidação devem ser acrescidos os juros legais mais correção para que

o valor não seja reduzido pela inflação e outros índices que fazem o dinheiro

perder o poder aquisitivo.

A Ratio Essendi do sistema corretivo está na defesa do credor contra o

crescente aviltamento do poder aquisitivo da moeda, corroída pela inflação,

contra a qual nosso país, como tantos outros, vem lutando; constituindo hoje, a

pior praga de natureza econômica de um povo, a inflação.

Como observa Caio Mário, a distinção entre débito de valore e débito di

voluta é o único meio de, numa época dominada pela onda inflacionária,

proporcionar ao credor um pagamento que corresponda ao valor atualizado da

obrigação. As perdas e danos também por ser uma divida de valor é sujeita à

correção monetária.

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Sendo assim qualquer valor fixado a titulo de ressarcimento ou

compensação de mal causado sofrerá incidência de correção monetária, sendo

a correção monetária de interesse público não precisa nem ser solicitada na

inicial, a determinação de tal correção pelo julgador não gera uma decisão

extra-petita, devido ao interesse público na incidência da correção monetária.

Vejamos um entendimento do Tribunal de Justiça de Mato Grosso:

“A correção monetária é devida ex vi legis, independentemente de pedido

expresso.” (TJMT-1ªC. Ap.-Rel.Licínio Carpineli Stefani-j. 14.04.86-RT

613/165).

Já o TJSP entendeu diferente em data pretérita:

“Embora correta a assertativa de que o termo inicial da correção na ação de

reparação do dano deva ser contado da data do evento, se a pretensão não foi

pedida na inicial, não poderá ser acolhida pela sentença, pois esta estaria

extravasando o âmbito do pedido.” (1º TACSP-5ªC- Ap.- Rel. Jorge Tanus-j.

19.10.83-RT 590/239).

Hoje em dia os entendimentos são remansosos de que se o pedido

inicial não requerer a correção monetária, a mesma ainda assim é aplicável por

ser de interesse público, devendo ser aplicada independentemente de

solicitação.

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A alteração de fato pode causar alteração nos efeitos da indenização.

Nesse aspecto devemos entender que os valores devem ser atualizados ou

corrigidos monetariamente.

È fora de dúvida e unanimemente entendido que na indenização por ato

ilícito, as verbas devem ser corrigidas monetariamente. Deve ser tomado por

base o dia em que a lesão ocorreu, em seguida procede-se à correção

monetária.

Preceitua o artigo 389 do CC:

“Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais

juros e atualização monetária segundo índices oficiais previamente

estabelecidos, e honorários de advogado.”

E não diferente é o preceito do artigo 395 do mesmo diploma:

“Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros,

atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente

estabelecidos, e honorários de advogado.”

Durante a vigência do CC de 1916, o STF relutou em aceitar a correção

monetária nas indenizações por ato ilícito, enquanto vários tribunais do país,

especialmente o de São Paulo já a dotaram, o Pretório Excelso a negava.

Posteriormente o Pretório Maximo de nossa nação começou a entender

que por se tratar de valor com que o lesado poderia repor os prejuízos sofridos

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com o ato ilícito, entendeu que é totalmente cabível a correção monetária, uma

vez que a moeda se desvaloriza, sofrendo a vitima perdas irreparáveis.

A lei 6.899/81 determinou que em todas as decisões judiciais que

determinem a reparação de dano deve ser acrescida de atualização monetária.

Esta lei dispôs também que o calculo seria feito a partir da propositura da

ação. Mas a jurisprudência, contudo, continuou entendendo que a correção é

aplicável a partir da data da ocorrência do fato.

Hoje todas estas divergências encontra-se superadas com a vigência do

artigo 389 do nCC.

Sabemos que quando a sentença fixa uma prestação pecuniária em uma

referência valorativa, ex: salário mínimo a correção é automática, não

precisando o aplicador do direito fazer a atualização (sumula 490 do STF).

O entendimento pacifico sobre a data para aplicação da correção

monetária, é a data do dano patrimonial, sendo que após a propositura da ação

na liquidação de sentença são calculados novamente as correções a partir da

citação do réu, por motivo de que antes da citação o réu não tinha consciência

do montante da dívida, não podendo pagar algo que desconhece.

A correção veio para efetivar a reparação do dano, pois se não for

corrigido o valor se deteriora e perde-se com a inflação, não tendo efeito a

reparação do dano, que sem a devida correção somente iria ser maléfica ao

indenizado, perdendo o efeito de benefício para o indenizado, e de coação ao

indenizador.

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Há diversas taxas a serem utilizadas para a correção monetária, a mais

comumente utilizada pelos tribunais é a tabela de correção judicial, que é

formulada pelo tribunal de justiça, e aplicável judicialmente. Existem outras

tabelas utilizadas em contratos ou outros tipos de negocio jurídico, que são a

tabela IGPM, a INPC e outras aceitas como legitimas para a realização dos

diversos negócios jurídicos.

Modelos de índices para calculo de correção monetária:

Tabela da correção judicial TJ/MG:

FATORES DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA BASEADOS NA

VARIAÇÃO DE: ORTN/OTN/BTN/TR/IPC-r/INPC

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

2008 1,05087

75

1,04367

61

1,03869

04

1,03342

00

1,02684

82

1,01708

42

1,00791

22

1,00210

00

Tabela de correção

monetária pelo INPC:

Mês   INPC (IBGE) no

mês

  INPC (IBGE)

Acumulado

  05/2007 0,26% 5,90%

  06/2007 0,31% 5,62%

  07/2007 0,32% 5,30%

  08/2007 0,59% 4,96%

  09/2007 0,25% 4,34%

  10/2007 0,30% 4,08%

  11/2007 0,43% 3,77%

  12/2007 0,97% 3,33%

  01/2008 0,69% 2,34%

  02/2008 0,48% 1,63%

  03/2008 0,51% 1,15%

  04/2008 0,64% 0,64%

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Tabela de correção monetária pelo IGPM:

IGPM (FGV)

  NO ANO NO MÊS

JAN 1,08 1,09

FEV 1,60 0,53

MAR 2,40 0,74

ABR 3,70 0,69

MAI 5,92 1,61

JUN 8,21 1,98

JUL 9,49 1,76

AGO   -0,32

SET    

OUT    

NOV    

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DEZ

Seria quase impossível se falar em correção monetária sem se distinguir

dividas em dinheiro e dividas em valor. Nas dividas em dinheiro, a prestação

se aperfeiçoa com base na expressão nominal da moeda, sem considerar seu

valor aquisitivo. E nas dividas de valor, ao contrario, na fixação da prestação

leva-se necessariamente em conta o poder aquisitivo da moeda.

Na jurisprudência historicamente falando, as primeiras manifestações

deste instituto foram as hipóteses de indenização oriundas de obrigação

alimentar. Posteriormente o STF estendeu o benefício a outras indenizações.

Lícito é, porém aos tribunais incursionar livremente sua própria taxa de

correção. Porém a tabela do tribunal é feita pelos contadores peritos, que se

baseiam em outras tabelas e taxas com base na estipulação governamental.

A correção é calculada de acordo com natureza da lesão, sendo em

alguns casos a partir da citação, e em outros a partir do dano ou do evento, nas

formas estabelecidas pelas sumulas do STJ.

5- DANO MORAL E ESTÉTICO

Existem diversos critérios para estipulação dos valores das

indenizações, talvez o dano moral seja o mais difícil de se estipular, pois os

critérios não podem ser objetivos, sendo a intensidade do dano subjetivo a

cada indivíduo, pois cada individuo tem uma valorização interior, perspectivas

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e sentimentos tão individuais que nem mesmo o mais vivido dos homens é

capaz de saber com certeza o que seu semelhante está sentindo em seu

interior.

Isto não significa, porém, que as ofensas ficarão impunes, pois como já

entendeu o STJ, “a dor não tem preço”, sendo que o valor da indenização é

para amenizar a dor, mas nunca para saná-la visto que a dor é inerente a cada

ser e o bem estar é uma maneira de amenizar a dor.

Tendo-se um dano moral comprovadamente sofrido, como avaliá-lo?

Agindo com total prudência, o juiz pode conciliar o dever de indenizar

com a medida educacional imposta ao ofensor, de modo a convencê-lo a não

permanecer na via do abuso e contumácia, em que isto resvale para o

enriquecimento ilícito.

Para avaliar o dano moral o juiz deve seguir o universo sentimental e

sensações multiformes, e tentar chegar a resposta de como será indenizado um

dano subjetivo, ainda há que ser lembrado possíveis pedidos de desculpas,

atenuantes do sentimento do ofendido por ações do ofensor, ou até mesmo

agravantes como deboches do ofensor em data posterior ao fato.

Como disserta Parizato, em Prática da Responsabilidade Civil, pág. 54,

o quantum indenizatório do dano moral não pode nunca ser absoluto por

trata de um dano subjetivo, a tendência do magistrado é se nortear pela

doutrina e jurisprudência.

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E segue renomado doutrinador.....

“È preponderante, na reparação dos danos morais, o papel do juiz. A ele seu

prudente arbítrio, compete medir as circunstancias, ponderar os elementos

probatórios, inclinar-se sobre as almas e perscrutar as coincidências em

busca da verdade, separando sempre o joio do trigo, o licito do ilícito, o

moral do imoral, as aspirações justas das miragens dos lucros, proferidas por

Dernburg”. (O Dano Moral e Sua Reparação, Ed. Forense, 1983, págs.

630/631).

Não existe um critério objetivo para avaliar o dano moral, sua avaliação

deve ser feita com moderação e razoabilidade; análise do grau de culpa;

análise do nível sócio-econômico das partes; experiência e bom senso do juiz

devem ser levados em conta.

Deve-se procurar desestimular o ofensor, avaliam-se as circunstâncias

fáticas e circunstanciais.

Mas historicamente falando até mesmo para facilitar o trabalho do

julgador, o dano moral já foi alvo de uma linha pouco sensível de julgadores

que tentou avaliar o dano moral de maneira objetiva. Tentativa esta que como

já esperado no podia prevalecer, visto que o valor interno é subjetivo, as

circunstancia que geraram a relação entre agressor e ofendido também é

peculiar ao caso.

Já se tentou fixar valor para o dano com base no entendimento do STJ, é

o que veremos a seguir:

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No quadro abaixo, encontram-se decisões do Superior Tribunal de

Justiça avaliando o dano moral segundo os critérios atualmente adotados pela

doutrina e jurisprudência para cada caso:

Segundo os critério acima podemos ver abaixo a intensidade do valor do dano

moral para cada caso.

Esta tabela tentou avaliar de forma objetiva o dano moral, mas sabemos

que cada caso é em todo seu particular, não devendo ser avaliado de forma

objetiva, mas de forma subjetiva, pois é um dano do patrimônio interno, e o

dano interno tem intensidade de acordo com cada individuo.

Muitas foram as tentativas de se avaliar o dano moral de maneira

objetiva, mas hoje nesta fase liberalista do direito com o magistrado dando

importância a cada caso de maneira especial, como podemos observar com o

principio da equidade, em o juiz tem o dever de aplicar a igualdade através do

tratamento desigual.

Vejamos mais uma doutrina:

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“Sobrevindo em razão de ato ilícito, perturbação nas relações

psíquicas; na tranqüilidade; nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa

figura-se o dano moral, passível de indenização, inclusive em relação aos

danos estéticos.” (Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, 15ª ed., pág.

79).

E segue outro doutrinador:

“Dano moral é a lesão a direito personalíssimo, produzida ilicitamente

por outrem. Não afeta a priori o patrimônio material do lesado, embora nele

possa vir a repercutir. Aceitando-se a responsabilidade civil como sanção,

não há como se recusar o ressarcimento do dano moral.” (Francisco Amaral,

Direito Civil, 5ª ed., pág. 556)

Como iremos observar em muitos julgados há heterogeneidade na

fixação de valores do ressarcimento do dano moral, pois como supra

elucidado, a moral é subjetiva a cada ser, entendendo cada juiz de maneira

diversa na fixação destes valores.

O valor do dano moral deve ser fixado por acordo entre as partes, pela

lei, ou pelo juiz. A fixação do quatum denomina-se liquidação, é legal quando

determinada em lei, convencional, quando por acordo, ou judicial quando

fixada pelo juiz.

O dano moral está incluso no direito civil, por que a relação se se

estabelece entre particulares, deixando-se ao direito administrativo o problema

da responsabilidade do Estado.

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O dano estético é um dano causado por prestação de serviços de

estética, ou por algum outro fator capaz de lesar a exterioridade física do

lesado.

Quando falamos em dano estético estamos falando de um dano à

natureza física externa de alguém, e como o belo é relativo, não estamos

falando em deixar alguém mais feio, mas qualquer mudança na aparência

física da pessoa que trará transtornos à mesma.

Vejamos um julgado de dano estético:

“Quando da lesão física culposa resulta dano estético para mulher solteira, a

indenização deve corresponder às duas modalidades de prejuízo: a

correspondente ao dano estético propriamente e ao prejuízo decorrente da

maior dificuldade da vitima em encontrar casamento vantajoso. O dote, além

da indenização pelo dano estético, é um plus que contempla o dano moral

sofrido pela mulher causadora.” (TJRJ-2º Gr. Cams. – Embs. Infrs.-Rel.

Roque Batista-j. 11.12.75-RT 513/266)

O dano estético é qualquer modificação não esperada na estrutura física

externa do lesado capaz de trazer conseqüências danosas tanto materiais

quanto morais ao lesado, tendo que ser dimensionado de acordo com o

tamanho do dano na estrutura física externa, e da conseqüência que este

trouxe.

Exemplo de dano estético:

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Um médico opera uma paciente para realização de uma cirurgia

plástica, no entanto, ao invés de embelezar a pessoa, a cirurgia traz uma

infecção por erro médico deixando a pessoa feia, então para amenizar o

sofrimento moral da vitima o medico tem que pagar uma indenização, e se em

conseqüência da mesma cirurgia a pessoa perder algum contrato, terá que

responder também por danos materiais, ou se deixar de trabalhar responderá

por lucros cessantes, etc...

“Para se haver dano estético é necessário que a pessoa seja lesada

permanentemente, em caso de leso temporária, o dano é material, e

facilmente quantificável”. (Rui Stoco Responsabilidade civil e sua

interpretação, 2ª ed., pág. 453).

Como já entenderam os tribunais em seus julgados a maneira de se

indenizar o dano estético segue o seguinte padrão:

“Indenização-Responsabilidade civil – Ato ilícito - Dano estético -

Deformidade causada por erro médico em cirurgia plástica - condenação do

Réu no custeio de outra cirurgia reparadora – Escolha do médico e do

hospital a critério da autora – Verba a ser fixada na fase de liquidação, que

será por artigos - sentença confirmada.” (TJSP – 6ª C. – Ap.-Rel.Melo

Junior-j.19.1291-RJTJESP 137/182).

Predomina hoje o entendimento de que a quantia outorgada ao ofendido

não representa um ressarcimento, no sentido rigoroso do termo, e, sim uma

compensação ou satisfação simbólica, visto que nela domina a idéia de pena

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privada, de manifesta incompatibilidade com a sistematização dos princípios

que formam o arcabouço da teoria de indenização de danos.

Como ensina Wilson Melo da Silva: “Para avaliar o dano moral,

haver-se-á de levar em consideração, em primeiro lugar, a posição social e

cultural do ofensor e do ofendido. Para isso deve-se ter em vista o homo

medius, de sensibilidade ético-social normal. O segundo elemento a pesar na

dosagem do quantum reparatório reside na maior ou menor culpa com que se

houve o agente.”

Assim quanto ao quantum do dano moral entendeu o TJ/MG:

“Número do processo: 1.0000.00.297701-5/000(1) Precisão: 16

Relator: GERALDO AUGUSTO

Data do Julgamento: 11/02/2003

Data da Publicação: 21/02/2003

Ementa:

ATO ILÍCITO - RESPONSABILIDADE DEMONSTRADA - INDENIZAÇÃO

DEVIDA - VALOR - DANO MORAL. No plano do direito, com é sabido, em

se tratando de responsabilidade civil decorrente de ato ilícito, o Brasil

adotou, como regra, a teoria subjetiva da culpa; segundo ela, o lesado deve

provar o evento danoso, o dano e nexo de causalidade; uma vez demonstrados

estes elementos, a indenização é devida. Cabe ao julgador, examinando as

circunstâncias específicas de cada caso, fixar o ""quantum"" da indenização,

de acordo com sua conclusão lógica e criteriosa, buscando sempre, em cada

caso concreto, o meio termo justo e razoável para esta indenização, já que

esse valor não depende de critério e nem de pedido da parte. Não tem o efeito

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de reposição da perda, nem de pena, e sim de reparação civil, devendo ser

arbitrado a prudente arbítrio do julgador, sempre com moderação, tendo em

vista a dor moral.”

“Número do processo: 1.0069.01.000301-5/001(1) Precisão: 53

Relator: DES. VALDEZ LEITE MACHADO - Relator, vencido parcialmente

Data do Julgamento: 22/08/2007

Data da Publicação: 10/09/2007

Ementa:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - ACIDENTE DE TRÂNSITO - CITAÇÃO -

LEGITIMATIO AD CAUSAM - DENUNCIAÇÃO DA LIDE - CONTRATO

TRANSPORTE MERCADORIA - RESPONSABILIDADE CIVIL - PREPOSTO

- DANO MORAL E ESTÉTICO - DANO EMERGENTE - QUANTUM

INDENIZATÓRIO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - SUCUMBÊNCIA

RECÍPROCA. Comparecendo o réu e contestando normalmente a causa, não

há que se invocar nulidade ou irregularidade da citação. Os legitimados ao

processo são os titulares dos interesses em conflito, havendo legitimidade

ativa ad causam quando o autor é o possível titular do direito pretendido e

passiva se o réu é a pessoa indicada para sofrer os efeitos da sentença, em

casos de procedência do pedido. A relação contratual existente entre o

proprietário do caminhão e a empresa que o encarregou do transporte da

mercadoria é estranha à vítima do abalroamento, sendo que seu direito,

nascido do ato ilícito, volta-se imediatamente contra o dono do veículo

causador do acidente, sendo, assim, parte ilegítima para atuar no pólo

passivo da ação de indenização proposta pela vítima do ato ilícito a empresa

proprietária da carga transportada. Contra o proprietário do veículo dirigido

por terceiro considerado culpado pelo acidente conspira a presunção juris

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tantum de culpa in eligendo e in vigilando, em razão de que sobre ele recai a

responsabilidade pelo ressarcimento do dano que a outrem possa ter sido

causado. Se o réu foi declarado parte ilegítima, a denunciação por ele feita

fica prejudicada. Não processada regularmente a denunciação da lide

informalmente requerida, inadmissível é reconhecer-se a final, na sentença, o

pretendido direito de regresso contra os co-réus na causa. Provado que o

preposto das empresas rés foi o responsável pelo acidente que causou,

cumpre seja aquelas responsabilizadas pela reparação destes, a teor do art.

1521, III, do CC/1916. Difícil se afirmar a inexistência de danos morais, tais

como, sofrimento e abalo psicológico de pessoas que se envolveram em

acidente de trânsito, mormentem se tratando de menores, não tendo

necessariamente que apresentar conseqüências externas. A condição sine qua

non à caracterização do dano estético, que justifica uma indenização

correspondente, é a ocorrência de efetiva e permanente transformação física

da vítima, pois sua aparência constitui um patrimônio subjetivo que tem

valor moral e econômico. Os lucros cessantes, para serem indenizáveis,

devem ser fundados em bases seguras, plausíveis ou verossímeis, de modo a

não compreender os proventos hipotéticos, imaginários ou fantásticos. A

indenização por dano moral deve ser fixada atendendo-se principalmente ao

princípio da razoabilidade, de modo a compensar o aborrecimento sofrido

pela vítima. Cada parte deve suportar as custas e a verba honorária na

proporção de sua derrota, bem como recebê-las na medida de sua vitória.”

Partindo-se da idéia que o dano deformante à integridade física não é

igual a qualquer outro tipo de dano moral, constituindo a mais grave e mais

violenta das lesões à pessoa, pois além de gerar sofrimento pela transformação

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física, gera um outro dano moral, que é o dano moral à imagem social, pode-

se pensar na possibilidade de cumular estes dois tipos de dano (moral e

estético), portanto há que se cumular dano moral e estético, sendo o estético

medido pela intensidade do dano.

Quanto a lesão à moral pura V enosa já descreveu:

“Do ponto de vista estrito, o dano imaterial, isto é, não patrimonial, é

irreparável, insusceptível de avaliação pecuniária por que é incomensurável.

A condenação em dinheiro é mero atenuante da dor, sendo mais um

satisfação que uma reparação, e temos também o ponto de vista punitivo ao

causador, em que a fixação do montante deve ter objetivo em punir o

causador”. (Silvio de Salvo Venosa, Responsabilidade Civil, 2004, pág. 41).

A pessoa jurídica também é susceptível a sofrer dano moral, mas sua

ofensividade não é a honra pessoa, e sim ao seu bom nome, bem como a sua

idoneidade.

A sumula 227 do STJ já determina:

“A pessoa jurídica também pode sofrer dano moral.”

Vejamos um julgado:

Ementa: “O protesto indevido de título acarreta à pessoa jurídica forte abalo

em sua imagem, em seu conceito, motivando que terceiros passem a ter fortes

dúvidas sobre sua situação financeira, assim, tal abalo, apesar de não

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acarretado conseqüências patrimoniais, por si só, autoriza a condenação em

indenização por dano moral correspondente a 10 vezes o valor atualizado do

título.” (Ac. 2ª cam. Extraordinária B do TACivSP, na Ap. Civ. 716.708-2, j.

10-06-97, RT 747/289).

A fixação do dano moral em se tratando de pessoa jurídica é avaliado

da mesma maneira que o dano moral à pessoa física, devendo-se levar em

conta as possibilidades do causador, tendo o objetivo de punição através da

perca patrimonial, e a extensão do dano se o dano é leve ou grave à imagem

da pessoa jurídica perante o mercado.

È importante destacar que a pessoa jurídica não é susceptível de dano

estético, tendo-se em vista ser uma pessoa ficta, e para ocorrer o dano estético

seria preciso existir para ser lesada a parte física literal da mesma.

Sendo as incidências de juros e correção nos casos de dano moral e

estético calculadas a partir do evento que causou a lesão na honra ou na

estrutura física do individuo, ou no caso de pessoa jurídica, a partir do dano.

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CONCLUSÃO

Como dissertado em toda a obra, os critérios para a fixação do valor

correspondente ao dano são muito complexos, principalmente quando vamos

avaliar os danos subjetivos, que é o caso do dano moral e do dano estético, os

outros danos, por serem danos da matéria são mais facilmente avaliados, pois

a matéria por si só já está expressa em um valor material.

Os juros e a correção monetária são parâmetros para o valor não ser

depreciado, sendo os juros calculados para uma atenuação na perca, no sentido

de que se o valor estivesse na posse da vitima poderia ter sido aplicado.

A correção é calculada para atenuar as percas com a inflação, pois

além da possível aplicação a que o valor poderia estar submetido, ainda tem-se

que descontar a inflação, pois esta irá engolir o poder de posse do valor se não

descontada.

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Como supra elucidados, os critérios para avaliar os danos são os

mesmos nos diversos tribunais, o que diferencia nos entendimentos é o valor,

existem tribunais mais liberalistas, que fixam, por exemplo, o dano moral alto,

e tribunais mais conservadores, que fixam o dano moral mais baixo, ou mais

objetivamente ou genericamente.

Vimos também que o dano moral está previsto até mesmo na CF, além

do CC, e outros diplomas, bem como se toda a lesão a direito será apreciada,

os outros danos na matéria (lucros cessantes e dano emergente), estão

regulados em lei objetiva, que são direito objetivos de todos os brasileiros, até

a lesão ocorrer, aí o direito torna-se subjetivo do lesado, e uma obrigação

subjetiva do agente.

Há controvérsia entre os tribunais para reconhecer o dano, e fixar os

valores, a exemplo o TJ/RS, que é liberal, reconhecendo o dano moral com

mais facilidade que o TJ/MG, que é mais conservador, dificilmente

reconhecendo o dano moral.

Os valores também são diferentemente fixados, sendo que no Rio

Grande do Sul, o dano é fixado em um valor mais alto do que em Minas

Gerais e outros Estados. Esta é uma tendência regional, as pessoas terem a

moral mais facilmente ofendida, e serem mais sensíveis, então como o dano é

peculiar ao caso à relação e ao sentimento interno é de se notar que nenhuma

decisão sobre a fixação do valor do dano será entendida por ambas as partes

litigantes como sendo justa, sempre irá contrariar uma parte.

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Não podemos deixar de enfatizar o do emergente que como já vimos é

o que emerge com o ato delitivo, sendo este o mais fácil de ser fixado, pois se

emerge com o evento, por si só já se dá o valor, sendo a principal discussão

pela ocorrência ou não deste dano.

Os lucros cessantes é o segundo tipo de dano mais fácil de fixar, pois é

o dano causado pelo evento, e em data a posteriori, ou seja, por motivo do

evento o lesado deixou de perceber algum beneficio que com certeza

perceberia no futuro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, Francisco. Direito Civil, 5ª ed., Renovar, São Paulo, 2003.

MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 15ª ed., Atlas, São Paulo, 2004.

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STOCO, Rui, Responsabilidade Civil e sua Interpretação Jurisprudencial, 2ª

ed., Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1995.

GONÇALVEZ, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, 3ª ed., Saraiva, São

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