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Inveja, Estou Fora

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Inveja - Uma luta constante

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição Julho/2008

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Else Albuquerque

Copidesque:

Jussara Fonseca

Revisão:

Adriana Santos

Capa e Diagramação:

Luciano Buchacra

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Introdução

“Senhor, que o seu Espírito Santo me oriente para que eu entenda perfeitamente a sua Palavra. Abro meu coração como terra boa para receber a semente da sua Palavra. Quero florescer e, assim, ser como árvore planta-da junto aos ribeiros de águas, que no devido tempo dá o seu fruto e cujas folhas não murcham. Em nome de Jesus Cristo, amém!”

Embora eu já tenha participado de muitas reuniões de oração, nunca ouvi alguém confessando o pecado da inveja a Deus. Esse é um pecado muito sutil, porque ele pode ser disfarçado com facilidade. Contudo, a Deus nin-guém engana.

Lúcifer era um anjo de luz cheio da glória e do res-plendor de Deus, mas ele se transformou no diabo, ex-

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clusivamente por causa da inveja. Quando observamos o que acontece no mundo hoje, quando ouvimos falar sobre os conflitos, sobre as guerras, a respeito das lutas, das discórdias em um casamento, dos conflitos entre funcionários de uma empresa, de situações difíceis entre vizinhos, percebemos que existe uma raiz comum a tudo isso, que é a inveja. A Bíblia fala muito sobre esse terrível mal. E é sobre ela que falaremos neste livro.

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A pressão dA InvejA

“então, vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu

próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.” (Eclesiastes 4.4).

Este pecado chamado inveja é um pecado bem es-condido, pois você nunca ouviu alguém dizer: “Eu sou uma pessoa invejosa”. Muitos já confessaram pecados de mentira, de lascívia e muitos outros. Todos nós já oramos clamando: “Senhor, perdoe os meus pecados”. Mas con-fessar-se invejoso, assumir o pecado da inveja é algo que eu ainda não vi acontecer. Preste bem atenção ao que o pregador diz: “Então, vi que todo trabalho e toda destreza

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em obras provém da inveja do homem contra o seu próxi-mo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.”

Sempre, no final do ano ou próximo ao final do ano, as fábricas de automóveis lançam seus novos modelos. Esses modelos não são tão diferentes assim, eles colocam apenas alguns itens a mais e acrescentam outros mais sofisticados. Entretanto, embora a estrutura seja a mes-ma, as pessoas querem sempre mudar de carro. Em todas as propagandas afins, existe uma mensagem subliminar de que você não pode ficar sem aquele novo carro. Que possuir o tal automóvel vai lhe conferir status e poder e, assim, as outras pessoas terão inveja de você. Outro apelo com uma mensagem bastante subliminar é o referente à moda do vestuário. Roupas são apenas roupas, mas a maneira como as pessoas se vestem é que demonstra a particularidade de cada um. Entretanto, muitas pessoas compram roupas por causa da etiqueta que elas trazem e que lhes conferem status. Às vezes, a roupa é até muito feia e esquisita, mas a etiqueta “tem nome” e é isso o que importa para essas pessoas, pois a marca provocará inve-ja em outras pessoas.

Quando começamos a observar com mais acuidade, notamos que a fonte de muitos males é a inveja como está escrito: “Vi que todo trabalho e toda destreza em obras provém da inveja.” O texto diz “todo trabalho”, en-tão, talvez você até argumente que, dessa maneira, nunca haverá progresso, pois como progredir sem trabalho? O trabalho é extremamente necessário em todas as áreas

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de nossa vida, mas temos de discernir a nossa motivação para realizá-lo. As Escrituras dizem “que todo trabalho e toda destreza em obras”, ou seja, aquilo que os homens fazem de maneira efetiva, “provém da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento.” A pessoa cujo coração é invejoso será sempre movida pela inveja em tudo o que ela fizer. E, essa pessoa nunca será uma pessoa satisfeita, porque sempre haverá algo mais para ela ambicionar. E essa não será uma ambição saudável, no sentido de buscar melhoria de vida, mas de querer sempre mais para ser melhor que os outros e ter mais que o seu semelhante.

A Palavra de Deus nos exorta a transformar a nossa maneira de pensar. Sendo assim, a nossa motivação nun-ca poderá ser a de provocar inveja nos outros. A nossa motivação não pode ser um sentimento indigno como a inveja porque temos de viver para o louvor da glória de Deus, o nosso Pai.

Quando uma pessoa vive comparando as coisas que possui com as dos outros e se comparando com outras pessoas, ela vive sob pressão. Ela acha que somente quan-do tiver essas coisas viverá a plenitude da vida. Mas não é assim. A realidade é que a plenitude da vida independe de coisas, porque ela vem exclusivamente de Deus, da presença dele em nossa vida e do nosso relacionamento com Ele. Isso é o que verdadeiramente conta.

Certa senhora nutria grande inveja de uma de suas vizinhas. Ela sabia até os passos que a vizinha dava, pois

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ficava sempre observando o que ela fazia. Se a vizinha ia a um determinado supermercado, ela dizia: “Eu tenho de comprar naquele supermercado também”. Ela não queria ficar “por baixo”. Se a vizinha comprava uma geladeira, ela não sossegava enquanto não comprava uma geladeira igual. Só faltava colocar câmeras escondidas dentro da casa da vizinha para saber tudo que ela possuía para que pudesse ter igualzinho também. Certo dia, essa vizinha comprou uma televisão muito grande e instalou uma an-tena enorme. A televisão era muito cara e a tal senhora não possuía dinheiro para comprá-la, então ela comprou uma antena igual. Assim, quem passasse do lado de fora da casa poderia pensar que ela também tinha uma televi-são semelhante. Infelizmente, as pessoas chegam a esse nível de inveja. A pessoa que se alimenta da inveja vive sempre insatisfeita e sempre está a se comparar, não pe-los valores da Bíblia, mas firmada em coisas e status esta-belecidos pela sociedade.

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por que ele e não eu?

A semente do pecado que brotou em Lúcifer foi: “Ele viu Deus no trono”, então disse: “Por que Ele e não

eu?” A raiz da inveja nutre-se exatamente desse pensa-mento: “Por que ele e não eu?” Esse é um sentimento que destrói pessoas e relacionamentos à medida que vai cres-cendo porque é um pecado sutil, oculto. O que eu quero que os meus amados leitores compreendam é que a inve-ja alimenta todos os outros pecados.

Quando uma pessoa se converte e vem para Jesus, ela não mais assalta um banco ou uma joalheria, ou uma casa ou uma pessoa. Também não adultera mais e passa a ter um cuidado muito grande para não tornar a pecar. A

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vida dessa pessoa muda totalmente, por isso, ela não vai estar mais com um copo de bebida nas mãos, ou com um cigarro entre os dedos. Ela passa por uma mudança muito grande, entretanto, no coração, pode existir o perigo sutil de a inveja estar alojada em um plano bem profundo.

Todo fofoqueiro é invejoso. Existe um tipo de admira-ção do fofoqueiro pela pessoa alvo de suas fofocas, mas essa admiração é doentia e se transforma em inveja. E a inveja o transforma em um fofoqueiro implacável.

Só a título de amostragem do que a inveja pode fazer e trazer ao coração de um homem, tomemos Adolf Hi-tler como exemplo. Ele foi sim um grande estadista, que conseguia magnetizar toda uma multidão com seus dis-cursos. Contudo, por traz desse magnetismo havia algo terrível. A intenção maior de Hitler era de se sobrepor a todas as nações, e o que o movia era a inveja. Com sua doutrina ariana de estabelecer uma raça única e, ao seu modo, “pura”, ele não admitia ninguém que estivesse fora de seus conceitos. E aos seus olhos, os judeus deveriam se eliminados, pois não se enquadravam como parte do povo que ele queria estabelecer. Um detalhe merece des-taque: visto que sobre os judeus permanecia a promessa de serem uma nação e raça eleita e em razão disso, esta-rem prosperando e se multiplicando e se estabelecendo em várias partes do mundo, Hitler se corroia por dentro, pois via esses judeus, essa nação, como uma ameaça real à toda a sua doutrina. Na concepção dele, eles precisa-riam ser eliminados. São muitas as razões que estão por

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trás do Holocausto, que a história tenta, até hoje, apagar das suas páginas. Mas um fato é certo: Hitler era movido pela inveja. Dela se alimentava e por ela vivia.

Com tudo isso quero dizer que ainda que não venha cometer um genocídio como Hitler, é de se pensar: quan-tos já matou em nome da inveja, por ver que você ainda não tem o que os outros tem. Não é sem motivo que Sa-lomão, em um de sus provérbios, advertira que é difícil conter um homem invejoso. “Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à inveja?” (Provérbios 27.4). É fácil lidar com situações de fúria, de ira, mas a inveja é silenciosa e se manifesta de maneira muito sutil.

É interessante notar que as tentações para os homens são bem diferentes das tentações para as mulheres. Mui-tas vezes, aquilo que causa inveja em um homem, não tem nenhuma importância para a mulher. Por exemplo: a maior alegria para um torcedor é quando o time do outro lado perde. Agora, essa alegria é motivada por causa de quê? Por causa da inveja. Se um ganha o outro fica fu-rioso: “Por que ele e não eu?” Já uma mulher pode ficar com inveja porque sua amiga comprou uma roupa que ela estava com muita vontade de comprar.

“Quem pode resistir à inveja?” Adão e Eva estavam no jardim do Éden. Os dois viviam em amor. Todo o plano, todo o sonho, toda a vontade de Deus, tudo estava fluin-do de maneira muito bonita. Entretanto, neste ínterim, chega o tentador e diz à Eva que se ela comesse do fruto seria igual a Deus (Gênesis 3.5). Adão e Eva olhavam para

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Deus, passeavam com Ele ao entardecer, os anjos o ado-ravam, eles viam o poder do Senhor. Contudo, quando o tentador disse que se eles comessem do fruto seriam iguais a Deus, aquela semente da inveja, que estava la-tente, foi regada pela cobiça: “Ah, nós vamos ser iguais a Deus.” “Por que Ele e não eu?” Então, se eu tenho um meio para ser igual a Ele, eu vou tomar esse caminho. Mas esse caminho era o da inveja. Eles saíram do Jardim.

Eva teve seus filhos, Caim e Abel. Os dois eram irmãos, filhos dos mesmos pais, ouviram as mesmas histórias, mas a semente da inveja e da destruição estava ali, aloja-da no coração de Caim. E quando foi regada deu origem à dureza.

“Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta con-cebeu e deu à luz a Caim; então, disse: Adquiri um varão com o auxílio do Senhor. Depois, deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador. Acon-teceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou. Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante.” (Gênesis 4.1-5).

Os dois vieram oferecer ao Senhor as suas ofertas, mas dizem as Escrituras que Deus se agradou da oferta de Abel. Ele se agradou da motivação e da obediência de Abel, que ofereceu ao Senhor o seu sacrifício, o sangue foi derramado. Caim, por sua vez, não tomou o caminho

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que Deus havia orientado. Então, a fumaça do sacrifício de Abel subiu para o Senhor, mas a fumaça da oferta, do holocausto de Caim, não subiu e, como dizem as Escritu-ras, no verso 5: “Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e des-caiu-lhe o semblante”. Ele ficou irado, seu semblante ficou duro e a alegria foi-se embora por causa da inveja.

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A mAldIção dA InvejA

Deus aceitou o sacrifício do meu irmão e a fumaça do sacrifício dele sobe e a do que eu ofereço não? Ele ficou duro, insensível, implacável, mas o Senhor Deus, com muito carinho, lhe disse: “Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, toda-via, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gêne-sis 4.6-7). Se você alimenta a inveja, ela cresce cada vez mais, mais se você não a alimentar, ela “morrerá de fome”. Quando existe a inveja, a pessoa não muda o foco, ela só fala sobre aquilo, porque isso incomoda, porque isso está

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dentro dela. Caim não pensava em outra coisa porque a inveja estava lançando suas raízes e, cada vez mais, su-gando todo o sentido da sua vida.

“Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Es-tando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.” (Gênesis 4.8). A pessoa que é alvo da inveja de alguém nem sempre sabe que o é. Muitas vezes, os próprios amigos conhecidos podem nutrir a inveja. Você não terá inveja de uma pessoa que não conhece ou que mora do outro lado do mundo. Você poderá ter inveja do seu vizinho, de um parente seu ou daquela pessoa muito chegada.

“Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.” O campo é um lugar bonito, cheio de flores, mas, naque-le exato momento, ele se transformou em um palco de terror onde Caim matou seu irmão. Abel estava ali, e não sabia de nada do que se passava no coração de seu irmão, mas Caim rangia os dentes. Isso, porque a vitória, o suces-so de Abel o incomodava. Eu fico imaginando aquele mo-mento quando Caim começou a agredir seu irmão. Abel deve ter perguntado para ele: “Meu irmão, por que você está fazendo isto? O que eu lhe fiz?” A inveja era tanta que cegou Caim e, finalmente, ele mata Abel. Caim pisa sobre ele e bate no peito: “Eu venci, o motivo da minha inveja morreu”.

“Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?

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E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão.” (Gênesis 4.9-11).

Onde está Abel? Muitas vezes a pessoa acha que ma-tando aquele que lhe causa inveja, o problema estará resolvido. Porém, a situação continua a mesma, a inveja continua ali, firme. Onde está? Onde está Abel, seu irmão? Você o sepultou? Mas você não consegue sepultar a lem-brança. Você não conseguirá sepultar, de forma alguma, a motivação do ato cometido.

“Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?” Deus, então, começa a falar: “Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim. (verso 11). És agora, pois, maldito por sobre a terra [...]” Caim, que tinha tudo para dar certo na vida, no entanto, deu em caminhos de morte (Provérbios 14.12).

As pessoas chegam às raias da violência, como aca-bamos de ver na Palavra de Deus, o próprio irmão, uma pessoa tão chegada, tão junta, mata o outro por causa da inveja.

Eu já ouvi muitas histórias, as mais absurdas que você possa imaginar. Algum tempo, eu estava em uma cidade e fui jantar com uma família muito bonita, o casal e os filhos viviam em perfeita harmonia. Tempos depois, vol-tei àquela mesma cidade e fiquei sabendo que aquele homem tinha se separado da mulher. Fiquei estarrecido com o ocorrido. Por causa da inveja, ele havia se enamo-

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rado de outra mulher, mais jovem e muito bonita, como uma “miss”, e estava, agora, com ela. Esse homem veio me procurar e contou-me sua história. E ele disse: “Pastor, desde que eu abandonei minha mulher e fiquei com a outra, eu me tornei impotente”. Toda conquista do inve-joso dá em erro.

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lIvre dA InvejA

No capítulo 37 de Gênesis, vemos a história de José. Toda família grande tem um filho que é o caçula. O caçula é normalmente o mais paparicado porque, quase sempre, ele é o filho da velhice. Jacó tinha dez filhos. E o caçula se chamava José. Jacó comprava roupas para os filhos, mas a roupa de José era a mais bonita, toda listrada, e os ir-mãos passaram a nutrir inveja de José. Eles ficavam irados com o carinho do pai por José e esbravejavam: “Tudo é de José, tudo é ele, tudo nesta casa é para José”. Mas José lhes contava histórias e também seus sonhos: “Atávamos feixes no campo, e eis que o meu feixe se levantou e fi-cou em pé; e os vossos feixes o rodeavam e se inclinavam

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perante o meu. Então, lhe disseram seus irmãos: Reina-rás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás real-mente? E com isso tanto mais o odiavam, por causa dos seus sonhos e de suas palavras. Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmãos, dizendo: Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim. Contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o o pai e lhe disse: Que sonho é esse que tiveste? Acaso, viremos, eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? Seus irmãos lhe tinham ciúmes; o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo.” (Gênesis 37.7-11).

Você conhece a história. José tinha dezessete anos, o seu coração era limpo, bonito diante de Deus. O pai havia mandado José levar comida para os irmãos, mas quan-do ele chegou ao local, não viu os irmãos ali. Ele poderia ter voltado, mas não, ele procurou até saber o local onde os irmãos estavam e foi até lá. Quando ele se aproximou, os irmãos disseram: “Lá vem aquele sonhador, vamos matá-lo?” (Gênesis 37.19-20). José, inocentemente, foi se aproximando, mas seus irmãos, que estavam com muita raiva e cheios de inveja, o agarraram. José não estava en-tendo nada do que estava acontecendo, afinal, aqueles eram seus irmãos, e não seus inimigos. Eles dormiam sob o mesmo teto e comiam da mesma comida, mas a inveja fez com que os dez irmãos o lançassem dentro de uma cisterna vazia. José, ali naquela cisterna, nem sabia o que estava acontecendo. Antes de jogá-lo na cisterna, eles tiraram sua túnica talar que seu pai lhe havia dado. Um

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dos motivos da inveja estava ali, aquela roupa que lhes provocara tal sentimento. Tiraram a túnica de José, mata-ram um animal, derramaram o sangue dele sobre aquela roupa e teceram um terrível plano: “Vamos dizer que uma fera selvagem matou o nosso irmão e o problema estará resolvido”. Uma mentira nunca resolve e nem resolverá problema algum. Enquanto faziam isso, um outro irmão, cheio de compaixão, tirou José de dentro da cisterna. Pas-sava por ali uma caravana de midianitas que levava es-cravos. Então, seus irmãos o venderam como escravo por trinta moedas. José foi levado para o Egito como escravo.

A reação de José sempre foi a reação de uma pessoa que confia no seu Deus: “Senhor, minha vida está em tuas mãos e eu não vou permitir que a inveja destrua a minha vida. Eu não vou reagir segundo os meus irmãos; o ódio não vai fazer parte da minha história”. Em razão da sua fé e da sua obediência a Deus, José foi levado, aos trinta anos, para o trono do Egito. Mas antes, durante treze anos, ele amargou todo tipo de sofrimento, de calúnias e abando-no. Ele ficou treze anos preso até que subiu ao trono do Egito. Muito tempo depois, quando os irmãos foram ao Egito em busca de comida, José poderia ter dito: “Chegou a minha vez, a minha vingança está preparada”. Mas não foi essa a reação dele. Quando José tinha tudo para se vingar de seus irmãos, a Palavra de Deus conta que ele começou a chorar. E ele chorava compulsivamente; era um pranto tão forte que as pessoas começaram a ouvir. José disse: “Vocês intentaram mal contra a minha vida,

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mas Deus tinha um plano para mim, e eu estou aqui”.A crise não desenvolve o nosso caráter, ela apenas

revela o nosso caráter; são as situações da vida que reve-lam o que somos. Naquela hora, José poderia estar com o coração cheio de amargura e querer se vingar, mas ele não fez isso. Ele sabia que o seu lugar e toda a sua vida estavam nas mãos de Deus, o Pai. Quantas pessoas, hoje, por não terem essa compreensão entram por caminhos que as desestabilizam totalmente ou até as levam à mor-te? Pessoas que abandonam o rebanho do Senhor por qualquer coisa e entram por caminhos de destruição. Ao observar a vida de José, percebemos que ele foi um ho-mem que não nutriu inveja em nenhum momento de sua vida. Ele não permitiu que o veneno da inveja chegasse à sua alma.

Em 1 Samuel, capítulo 18, lemos a história de Davi e Saul. Saul tinha tudo para “dar certo”. Quando foi escolhido, ele era o mais bonito de Israel, ele teve a bênção, o favor, e estava no trono. Ele era o rei, enquanto Davi era um sim-ples pastor de ovelhas e estava, ali, cumprindo as ordens do rei. O que o rei o mandava fazer, Davi fazia. Ele ia para as guerras, lutava como um vencedor, mas a semente da inveja começou a dominar o coração de Saul. Então, houve uma ocasião que suscitou inveja no coração de Saul:

“Vindo Saul e seu exército, e voltando também Davi de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dan-çando, com tambores, com júbilo e com instrumentos de

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música. As mulheres se alegravam e, cantando alternada-mente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares. Então, Saul se indignou muito, pois estas palavras lhe desagradaram em extremo; e disse: Dez milhares deram elas a Davi, e a mim somente milha-res; na verdade, que lhe falta, senão o reino? Daquele dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos.” (1 Samuel 18.6-9).

Daí por diante, vamos encontrar Saul perseguindo Davi, que estava ali, querendo cumprir tudo o que o rei mandava. Por causa da inveja, Saul tentava de todas as maneiras destruir Davi. Saul tentava aniquilar Davi, e a motivação era a inveja. Por que as mulheres cantaram: “Davi matou dez milhares e eu só milhares”? Isso motivou o crescimento da inveja em seu coração.

Existe uma coisa que os homens buscam muito, que é o reconhecimento. Um problema muito forte na questão da inveja do homem chama-se reconhecimento. A mu-lher já é mais doce, e não tem tanta preocupação assim nessa área, apesar de ela também precisar ser reconheci-da. A tentação do homem é diferente da tentação da mu-lher. É muito difícil um homem sentir inveja de outro ho-mem por causa de um sapato ou de uma roupa. Algo que é problema para o homem pode não ser problema para a mulher. Na questão do reconhecimento, aquilo que para ele é terrível é: “por que ele e não eu?” Com as mulheres é mais ou menos assim: “Por que elas estão cantando desse jeito? Por que estão agindo desta maneira?”

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Quando alguém é colocado como chefe de determi-nado trabalho, os outros homens ficam com inveja, mas a maioria das mulheres sabe administrar isso muito bem. Elas dizem: “Bem, que bom para ele. Vou trabalhar para que um dia chegue a minha vez”.

“Não tenhas inveja do homem violento, nem sigas nenhum de seus caminhos.” (Provérbios 3.31). Homem violento é aquele que abre caminho na força, ou seja, que conquista as coisas no braço. Ele faz por ele mesmo. A Bíblia diz que “o homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada.” (João 3.27). Nós só temos o que Deus nos dá. Tudo o que conquistamos, pisando no outro, nós não temos. Não vamos perder o que Deus nos dá. Mas aquilo que é conquistado com violência não vale a pena. Deus diz: “Não tenhas inveja do homem violento, nem sigas nenhum de seus caminhos.”

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não Inveje os ArrogAntes

“Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me res-valaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a pros-peridade dos perversos. Para eles não há preocupações, o seu corpo é sadio e nédio. Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens. Daí, a soberba que os cinge como um colar, e a violência que os envolve como manto. Os olhos saltam-lhes da gor-dura; do coração brotam-lhes fantasias. Motejam e falam maliciosamente; da opressão falam com altivez. Contra os céus desandam a boca, e a sua língua percorre a terra. Por

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isso, o seu povo se volta para eles e os tem por fonte de que bebe a largos sorvos. E diz: Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo? Eis que são estes os ím-pios; e, sempre tranqüilos, aumentam suas riquezas. Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência. Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado. Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos. Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles. Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fa-zes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados, totalmente aniquilados de terror! Como ao sonho, quan-do se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, despreza-rás a imagem deles. Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença. Toda-via, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me rece-bes na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra. Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre. Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no Senhor Deus ponho o meu refúgio, para pro-clamar todos os seus feitos.” (Salmo 73.1-28).

Observe que o drama de Asafe, que escreveu esse

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Salmo, não é diferente do drama de muitos. Talvez seja seu drama ao ver uma pessoa que não tem nenhum re-ferencial de pureza, de justiça, e de fé, uma pessoa des-qualificada. Então, a inveja começou a tomar conta do seu coração e ele disse: “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes.” Ele con-tinua descrevendo como eles vivem, parece que tudo dá certo para eles, enquanto que para mim que sou íntegro e estou na casa de Deus, parece que as coisas não che-gam assim tão facilmente.

Talvez você tenha uma colega de escola que esteja vivendo de maneira contrária aos princípios do Senhor, mas que ganha um buquê de flores no dia dos namora-dos. Você, porém, que está guardando sua virgindade, sua pureza, ganha apenas um sonho. Existem os momen-tos do “quase” em nossa vida: “Quanto a mim quase [...]”, quase acabei, quase me desviei, quase deixei tudo para trás, quase deixei meus princípios, quase”. Mas, há um momento em que o salmista disse: “até que entrei no san-tuário de Deus e atinei com o fim deles.” (Salmo 73.17.) Na nossa vida é como termina que verdadeiramente conta. Jesus Cristo disse: “Pois que aproveitará o homem se ga-nhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mateus 16.26).

“Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados, totalmente aniquilados de terror! Como ao sonho, quan-

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do se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, despreza-rás a imagem deles. Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença.” (Salmo 73.18-22).

Quando uma pessoa entra pelo caminho da inveja, ela fica transtornada e embrutecida. Somente ela tem ra-zão e ninguém mais tem direito algum. Mas, ele diz: “To-davia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita.” (Salmo 73.23). Quando estamos em sintonia com o Senhor e o sentimento de inveja não toma conta de nós, podemos dizer com toda a força do nosso cora-ção: “Tu sempre estás comigo e o melhor da minha vida é a tua presença”. O melhor da nossa vida é a presença do Senhor. A maior riqueza que possuímos é o Senhor.

Já dissemos que a inveja das mulheres é diferente da dos homens. O grande problema das mulheres para o ter-reno fértil no coração delas é a competição. Na década de trinta, quando a bolsa de valores de Nova York que-brou, foi um caos total. Todas as ações não valiam mais nada, entretanto, as únicas ações que mantiveram seus preços e com tendências a subir, não foram as ações das indústrias de remédios, ou de brinquedos, mas, sim, as das indústrias de cosméticos. Pode ter a crise que for, mas a mulher se esforça para comprar um batom, um perfume ou uma tintura de cabelo.

Há algum tempo, eu fui a uma determinada igreja e achei muito interessante o que acontecia ali. Aqui, em

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nossa igreja nós somos muito simples, mas ali, naquela igreja, o que muito me impressionou foi o fato de que as mulheres iam para a igreja arrumadas como se fossem a um casamento. Todas elas vinham maquiadas, produ-zidas, mas se você fosse à casa delas, veria que, muitas delas moravam em dois cômodos. Elas comiam mal, mo-ravam mal, mas andavam como se estivessem em um desfile. Por quê? Porque o grupo promove isso. Podemos observar que a moda muda. Há uns anos atrás, todas as mulheres usavam lenço na cabeça, hoje ninguém mais usa. A moda muda e todas as mulheres, de modo geral, acompanham. Por quê? Não podem ficar para trás.

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dIsputA fAmIlIAr

No livro de Gênesis, no capítulo 30, há uma disputa entre duas irmãs, uma chamava-se Raquel, uma jovem doce, muito bonita, e sua irmã, que se chamava Lia. É a história de Jacó que queria se casar com Raquel, mas aca-bou se casando com Lia.

“Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve ciúmes de sua irmã e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão morrerei. Então, Jacó se irou contra Raquel e disse: Acaso, estou eu em lugar de Deus que ao teu ventre impediu frutificar? Respondeu ela: Eis aqui Bila, minha serva; coabita com ela, para que dê à luz, e eu traga filhos ao meu colo, por meio dela. Assim, lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó a

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possuiu. Bila concebeu e deu à luz um filho a Jacó. Então, disse Raquel: Deus me julgou, e também me ouviu a voz, e me deu um filho; portanto, lhe chamou Dã. Concebeu outra vez Bila, serva de Raquel, e deu à luz o segundo filho a Jacó. Disse Raquel: Com grandes lutas tenho competido com minha irmã e logrei prevalecer; chamou-lhe, pois, Naf-tali. Vendo Lia que ela mesma cessara de conceber, tomou também a Zilpa, sua serva, e deu-a a Jacó, por mulher. Zil-pa, serva de Lia, deu a Jacó um filho. Disse Lia: Afortuna-da! E lhe chamou Gade. Depois, Zilpa, serva de Lia, deu o segundo filho a Jacó. Então, disse Lia: É a minha felicida-de! Porque as filhas me terão por venturosa; e lhe chamou Aser. Foi Rúben nos dias da ceifa do trigo, e achou mandrá-goras no campo, e trouxe-as a Lia, sua mãe. Então, disse Raquel a Lia: Dá-me das mandrágoras de teu filho. Respon-deu ela: Achas pouco o me teres levado o marido? Tomarás também as mandrágoras de meu filho? Disse Raquel: Ele te possuirá esta noite, a troco das mandrágoras de teu filho. À tarde, vindo Jacó do campo, saiu-lhe ao encontro Lia e lhe disse: Esta noite me possuirás, pois eu te aluguei pelas mandrágoras de meu filho. E Jacó, naquela noite, coabitou com ela. Ouviu Deus a Lia; ela concebeu e deu à luz o quin-to filho. Então, disse Lia: Deus me recompensou, porque dei a minha serva a meu marido; e chamou-lhe Issacar. E Lia, tendo concebido outra vez, deu a Jacó o sexto filho. E disse: Deus me concedeu excelente dote; desta vez perma-necerá comigo meu marido, porque lhe dei seis filhos; e lhe chamou Zebulom. Depois disto, deu à luz uma filha e lhe

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chamou Diná. Lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a fez fecunda. Ela concebeu, deu à luz um filho e disse: Deus me tirou o meu vexame. E lhe chamou José, dizendo: Dê-me o Senhor ainda outro filho. Tendo Raquel dado à luz a José, disse Jacó a Labão: Permite-me que eu volte ao meu lugar e à minha terra. Dá-me meus filhos e as mulheres, pelas quais eu te servi, e partirei; pois tu sabes quanto e de que maneira te servi.” (Gênesis 30.1-26).

Nós vimos nesse texto, a disputa das duas irmãs, e a motivação dessa competição foi a inveja.

Os maiores conflitos que Moisés teve durante os qua-renta anos conduzindo o povo pelo deserto não foi tan-to com o povo, mas foi exatamente com a sua liderança, porque os seus próprios irmãos, Miriã e Arão, chegavam e diziam: “Por que é só Moisés, por que não nós?” “E disse-ram: Porventura, tem falado o Senhor somente por Moi-sés? Não tem falado também por nós? O Senhor o ouviu.” (Números 12.2).

O Salmo 106 descreve algumas lutas, frutos da inve-ja, e todo ele fala sobre a ingratidão. Mas vamos meditar apenas nos versículos de 13 a 16:

“Cedo, porém, se esqueceram das suas obras e não lhe aguardaram os desígnios; entregaram-se à cobiça, no de-serto; e tentaram a Deus na solidão. Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma. Tiveram inveja de Moisés, no acampamento, e de Arão, o santo do Senhor.”

Quantas histórias tristes nós conhecemos de pesso-as da igreja que se levantaram contra seus líderes, moti-

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vadas pela inveja. Algumas chegaram a tirar o pastor da igreja e a pessoa que fez o complô assume o pastorado. Mas, dentro de pouco tempo, ele vai vendo aquela igreja se definhar. Ele vai se definhando até que fecha as portas. Nós somente temos o que Deus nos dá.

Nos livros do Pentateuco, principalmente nos livros do Êxodo e Números, nós vemos como Moisés sofreu. As pessoas sempre questionaram suas atitudes, sendo que ele estava fazendo apenas a vontade do Senhor. As pes-soas estavam curtindo a inveja: “Ah, vamos tirar ele daí. Ele está se achando o maior. Vamos colocar outro”. E, quantas vezes, essa história tem se repetido nos dias de hoje?

Nós sabemos que quem levou Jesus à cruz não foram os judeus, tampouco foram os romanos, mas foram os nossos pecados. E, dentre eles, qual o pecado que estava ali no topo e que levou Jesus à cruz?

“Jesus estava em pé ante o governador; e este o in-terrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes. E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas acusações te fa-zem? Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a admirar-se grandemente o governador. Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar ao povo um dos presos, conforme eles quisessem. Naquela oca-sião, tinham eles um preso muito conhecido, chamado Barrabás. Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou

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a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado.” (Mateus 27.11-18).

Pilatos sabia que os sacerdotes tinham inveja de Je-sus. Ele sabia que eles manipularam a multidão para que gritassem e soltassem Barrabás e que Jesus Cristo fosse crucificado. Pilatos sabia que tinha sido por inveja.

O livro de Ester fala de um homem invejoso, chamado Hamã, que curtia uma inveja doentia por Mordecai. Len-do a história, no livro de Ester, podemos ver como aquele homem tão amargo fez com que as coisas mudassem de forma tão terrível.

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ConClusão

Eu quero concluir dizendo quatro coisas que é a raiz desse problema e como nos libertar dele.

1- Você precisa ter uma compreensão sobre Você.

A primeira raiz é que, normalmente, a pessoa tem uma imagem distorcida dela mesma. Muitas vezes, ela não gosta de si mesma. Ela se olha no espelho e diz: “Deus errou tudo em mim e acertou tudo no outro”. Veja o exemplo de Saul; ele era um homem bonito, forte, mas quando ele foi chamado, estava escondido no meio das bagagens. Ou seja, ele não se valorizava, não gostava dele mesmo, tinha uma imagem errada de si próprio. A inveja encontrou todo o espaço que precisava na sua vida.

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2 - o orgulho.Outra raiz que leva à inveja é aquele sentimento de

orgulho. É quando nós nos vemos além do que somos. Quando dizemos: “Eu mereço, ou eu sou bom mesmo, tudo o que eu tenho é pelos meus próprios méritos”. Isso é orgulho. Quando a pessoa tem orgulho no coração, a semente da inveja encontra um terreno propício para crescer.

3 - não conhecer Deus.Outra raiz é a não compreensão ou a imagem distor-

cida de Deus. Quando a pessoa não tem o conhecimento da justiça de Deus, de que Deus é um Deus fiel, essa pes-soa começa a dizer: “Deus é justo com o outro, mas não é justo comigo”. É quando ela começa a fazer comparações e a perguntar: “Por que Deus está abençoando aquele ou-tro e não me abençoa?” Deus é justo, e quando a pessoa passa a questionar a justiça de Deus é muito triste! Mas quando você diz: “Deus me ama, é muito diferente!”

4 - o meDo.A inveja brota no coração da pessoa que tem medo.

Ela brota no coração daquela pessoa insegura, que não consegue descansar nas promessas do Senhor. A Palavra diz que “no amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1 João 4.18).

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Como responder a uma pessoa que você sabe que sente inveja de você? Não provocando inveja nessa pessoa. “Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos ou-tros, tendo inveja uns dos outros.” (Gálatas 5.26) Não provoque seu irmão. É a graça de Deus que temos de ministrar sobre as pessoas. Se você tem uma casa, diga: “Esta casa foi um mila-gre de Deus na minha vida”. Se você tem um carro, diga: “Este carro foi um milagre de Deus na minha vida”. Se você se casou fale que o seu casamento foi um milagre de Deus. Quando você atribui todas as coisas, todos os feitos, todos os milagres a Deus, dando-lhe a glória devida, tudo flui na sua vida.

Nós precisamos evitar o manipulador. A Bíblia diz para fugirmos do homem contencioso, do homem inve-joso, porque a inveja é mais cruel que toda a fúria. “Cruel é o furor, e impetuosa, a ira, mas quem pode resistir à in-veja?” (Provérbios 27.4).

Não provoque, de maneira alguma, ciúmes e inveja nos outros, mas deixe o seu coração no coração de Deus, o nosso Pai. Não tenha medo. “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmo 27.1). Você está guardado pelo Senhor, portanto, descanse nele. Abençoe os invejosos, abençoe aqueles que te mal-dizem, porque a Palavra de Deus diz para abençoarmos e não amaldiçoarmos. Seja assim, um abençoador. Vimos que o pecado começou no coração de um anjo. E esse anjo era um anjo de luz, Lúcifer. Tudo começou por causa da inveja. Toda destruição repousa sobre a inveja.

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Veja a sua vida como um milagre de Deus. Quem sabe você não esteja sofrendo por causa da inveja? Que nesta hora haja arrependimento no seu coração e você comece a deixar Jesus Cristo ser o Senhor pleno da sua vida. Existe necessidade de virar as costas para este pecado que nos leva a destruir as pessoas que amamos. Volte-se para o Senhor.

te conViDo a fazer esta oração:“Senhor Jesus, “vê se há em mim algum caminho mau

e guia-me pelo caminho eterno.” (Salmos 139.24). “Se eu tenho abrigado a inveja em minha vida eu quero me arre-pender. Lava o meu coração. Tomo posse do seu perdão, pelo sangue de Jesus. Que as minhas motivações, todas elas, possam refletir o seu amor. Pai, que na minha vida eu não tenha nada que seja uma conquista motivada pela inveja. Eu quero, Senhor, ter apenas o que o Senhor me der e eu lhe agradeço porque o Senhor tem me dado tanto, e eu o louvo por isso, Senhor. Eu reconheço que os seus caminhos são mais altos do que os meus cami-nhos. Eu sou o que a sua Palavra diz que eu sou, por isto, ó Deus, eu não tenho inveja, porque o meu coração é alvo da tua bondade. Eu posso o que a sua Palavra diz que eu posso e tenho o que a tua Palavra diz que tenho, e isso me basta. Eu quero que Jesus reine em meu coração. Que a minha vida seja simples, e os meus valores sejam os valores da sua Palavra, por isto, Senhor, quero ser uma inspiração para o meu próximo. Que as pessoas possam

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ver a sua presença em mim, que elas saibam que é a sua graça que faz com que eu seja o que sou. Em nome de Jesus, amém!”

Deus abençoe,

Pr. Márcio Valadão

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