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Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a IPI - Consulta tributária a ICMS - Crédito acumulado ICMS - IPI e Outros Fascículo N o 10/2014 Mato Grosso do Sul / a Federal IOF Factoring 01 / a Estadual ICMS Crédito fiscal 04 / a IOB Setorial Estadual Bancário - Obrigações acessórias das empresas administradoras de cartões de crédito e débito 08 / a IOB Comenta Federal IOF - Operações de crédito - Aplicação da alíquota adicional 09 / a IOB Perguntas e Respostas IOF Mútuo - Pagamento das parcelas - Implicações no atraso 10 Mútuo - Pessoa jurídica - Equiparação a instituição financeira 10 ICMS/MS CFOP - Armazém-geral ou depósito fechado - Utilização 10 Produtor rural - NF-e - Emissão 10

IOB - ICMS/IPI - Mato Grosso do Sul - nº 10/2014 - 1ª Sem ... · SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 345, DE 28.09.2010 - DOU 1 DE 25.10.2010 Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito,

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a IPI - Consulta tributária

a ICMS - Crédito acumulado

ICMS - IPI e OutrosFascículo No 10/2014

Mato Grosso do Sul

/a Federal

IOFFactoring . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Estadual

ICMSCrédito fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

/a IOB Setorial

EstadualBancário - Obrigações acessórias das empresas administradoras de cartões de crédito e débito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

/a IOB Comenta

FederalIOF - Operações de crédito - Aplicação da alíquota adicional . . . . . . 09

/a IOB Perguntas e Respostas

IOFMútuo - Pagamento das parcelas - Implicações no atraso . . . . . . . . 10Mútuo - Pessoa jurídica - Equiparação a instituição financeira . . . . . 10

ICMS/MSCFOP - Armazém-geral ou depósito fechado - Utilização . . . . . . . . . 10Produtor rural - NF-e - Emissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

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Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

ICMS, IPI e outros : IOF : factoring. -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2083-1

1. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - Brasil 2. Imposto sobre Produtos Industrializados - Brasil 3. Tributos - Brasil I. Série.

14-01165 CDU-34:336.223(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços : ICMS : Direito tributário 34:336.223(81) 2. Brasil : Imposto sobre Produtos Industrializados : IPI : Direito tributário 34:336.223(81)

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Manual de ProcedimentosICMS - IPI e Outros

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10-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 10 MS

IOF

Factoring SUMÁRIO 1. Introdução 2. Fato gerador 3. Contribuinte 4. Responsabilidade 5. Alíquota 6. Base de cálculo 7. Cobrança e recolhimento 8. Exemplo 9. Soluções de consultas

1. IntrOduçãO

O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) incide sobre as operações citadas, incluindo-se, entre as de crédito, as realizadas por empresas que exercem as atividades de pres-tação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Neste texto, examinaremos o tratamento tributário dispensado pela legislação do IOF às mencionadas operações.

(Regulamento do IOF - Decreto nº 6.306/2007, art. 2º, I, “b”)

2. FatO gEradOr

Constitui fato gerador do IOF a entrega do mon-tante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou a sua colocação à disposição do interessado.

A expressão “operações de crédito” compreende as operações de empréstimo sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito e desconto de títulos, a alienação, à empresa que exercer as atividades de factoring, de direitos creditórios resultantes de venda a prazo e o mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física.

(Decreto nº 6.306/2007, art. 3º, caput, § 3º)

3. COntrIBuIntE

O contribuinte é a pessoa física ou jurídica alie-nante do direito creditório resultante de venda a prazo a empresa de factoring.

(Decreto nº 6.306/2007, art. 4º, parágrafo único)

4. rESpOnSaBIlIdadE

A responsabilidade pela cobrança e pelo recolhimento do imposto é da empresa de factoring adquirente do direito

creditório.

Embora o contribuinte seja a pessoa jurídica ou a pessoa física que aliena o direito

creditório resultante de venda a prazo, a responsa-bilidade pelo recolhimento é atribuída à empresa de factoring, a exemplo do que ocorre nas demais operações de crédito, em que o tomador do financia-mento ou do empréstimo é o contribuinte.

A responsabilidade pelo recolhimento, no entanto, é atribuída pela legislação à instituição financeira.

(Decreto nº 6.306/2007, art. 5º, caput, II)

5. alíquOta

O imposto incide sobre o valor da respectiva ope-ração, mediante a aplicação das seguintes alíquotas:

a Federal

Constitui fato gerador do IOF a entrega

do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou

a sua colocação à disposição do interessado

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10-02 MS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 10 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

a) mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia;

b) mutuário pessoa física: 0,0041% ao dia.

Nota

Além das alíquotas citadas, há, ainda, a aplicação da alíquota adicional de 0,38%, independentemente do prazo da operação, seja o mutuário pes-soa física ou jurídica (Decreto nº 6.306/2007, art. 7º, § 15).

O IOF não excederá o valor resultante da apli-cação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por 365 dias, acrescido da alíquota adicional de 0,38%, ainda que a operação seja de pagamento parcelado.

Cálculo: pessoa física ou jurídica: 0,0041 x 365 = 1,4965% + 0,38% = 1,8765%.

Note-se que o IOF incidirá no período compreen-dido entre a data da ocorrência do fato gerador e a data do vencimento de cada parcela do direito credi-tório alienado à empresa de factoring.

(Decreto nº 6.306/2007, art. 7º, caput, II, §§ 1º e 15)

5.1 pessoa jurídica optante pelo Simples nacional

Quando se tratar de mutuário pessoa jurí-dica optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), em que o valor seja igual ou inferior a R$ 30.000,00, a alíquota será de 0,00137% ao dia.

Para reconhecimento da aplicabilidade da alí-quota reduzida, caberá ao mutuante exigir, no ato da realização da operação, declaração em 2 vias de que se enquadra como pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional e de que o signatário é seu repre-sentante legal e está ciente de que a falsidade na prestação desta informação o sujeitará, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrem, às penalidades previstas na legislação criminal e tribu-tária, relativas à falsidade ideológica (Código Penal, art. 299) e ao crime contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/1990, art. 1º).

Nota

Além da alíquota citada, haverá a aplicação da alíquota adicional de 0,38%, independentemente do prazo da operação (Decreto nº 6.306/2007, art. 7º, § 15).

(Decreto nº 6.306/2007, art. 7º, caput, VI, § 15, e art. 45, II)

6. BaSE dE CálCulO

A base de cálculo do IOF nas operações de fac-toring é o valor líquido entregue ou colocado à dispo-sição do alienante, correspondente ao valor nominal do título ou do direito creditório, deduzindo-se os juros cobrados antecipadamente.

(Decreto nº 6.306/2007, art. 7º, caput, II, § 4º)

7. COBrança E rECOlhIMEntO

O IOF será cobrado na data da operação de desconto e recolhido por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) até o 3º dia útil subsequente ao decêndio de sua cobrança, utilizando-se o código de receita 6895.

(Decreto nº 6.306/2007, art. 10, caput, III, parágrafo único)

7.1 recolhimento fora do prazo

O IOF não pago ou não recolhido no prazo legal será acrescido de:

a) juros de mora equivalentes à taxa Selic, acu-mulada mensalmente, calculados a partir do 1º dia do mês subsequente ao do vencimento até o mês anterior ao pagamento, e de 1% no mês do pagamento; e

b) multa de mora, calculada a partir do 1º dia subsequente ao do vencimento, à taxa de 0,33% por dia de atraso, limitada a 20%.

(Decreto nº 6.306/2007, art. 47)

8. ExEMplO

Suponhamos que uma duplicata de venda mer-cantil, sacada contra determinada pessoa jurídica, decorrente de operações comerciais, no valor de R$ 50.000,00, emitida em 03.01.2014, com vencimento em 05.05.2014, tenha sido negociada, no mesmo dia de sua emissão, pelo credor a uma empresa de factoring no valor líquido de R$ 45.000,00:

0,0041% (alíquota) × 123 dias (de 03.01 a 05.05.2014) = 0,5043% + 0,38%

R$ 45.000,00 × 0,8843% = R$ 397,94

O valor do IOF devido será de R$ 397,94 e deverá ser recolhido até o 3º dia útil subsequente ao decên-dio de sua cobrança (15.01.2014), com utilização do código de Darf 6895.

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10-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 10 MS

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

8.1 pagamento parcelado

Conforme o exemplo desenvolvido no item 8, suponhamos que o título fosse emitido para paga-mento em 4 parcelas iguais, no valor de R$ 12.500,00 cada uma, com vencimentos em 05.02, 05.03, 05.04 e 05.05.2014, respectivamente, e que tenha sido nego-ciado com a empresa de factoring pelo valor líquido de R$ 47.000,00.

Sendo que R$ 47.000,00 ÷ 4 = R$ 11.750,00 (cada parcela).

1ª Parcela (05.02.2014)

0,0041% × 34 dias = 0,1394% + 0,38%

R$ 11.750,00 × 0,5194% = R$ 61,03

2ª Parcela (05.03.2014)

0,0041% × 62 dias = 0,2542% + 0,38%

R$ 11.750,00 × 0,6342% = R$ 74,52

3ª Parcela (05.04.2014)

0,0041% × 93 dias = 0,3813% + 0,38%

R$ 11.750,00 × 0,7613% = R$ 89,45

4ª Parcela (05.05.2014)

0,0041% × 123 dias = 0,5043% + 0,38%

R$ 11.750,00 × 0,8843% = R$ 103,91

O total do IOF a recolher será de R$ 328,91 (soma das parcelas de R$ 61,03 + R$ 74,52 + R$ 89,45 + R$ 103,91).

9. SOluçõES dE COnSultaS

Transcrevemos, a seguir, a íntegra da Solução de Consulta nº 345/2010, da Divisão de Tributação da Superintendência Regional da 8ª Região Fiscal, da Receita Federal do Brasil (RFB).

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 345, DE 28.09.2010 - DOU 1 DE 25.10.2010

Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF

DIREITOS CREDITÓRIOS. AQUISIÇÃO. INCIDÊNCIA.

Não incide o IOF nas operações de crédito relativas às cessões de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo, quando o cessionário for instituição financeira, por falta de previsão legal. O imposto somente incidirá quando o cessionário for empresa que executa atividade de factoring.

Dispositivos Legais: Lei nº 4.595, de 1964, art. 17; Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, § 1º, inciso III, alínea d; Lei nº 9.532, de 1997, art. 58; Decreto nº 6.306, de 2007 - Riof/07, art. 2º, inciso I, alínea b, art. 3º, § 3º, inciso II, art. 4º e art. 5º; IN RFB nº 907, de 2009, art. 6º; e Resolução nº 2.144, de 1995, do CMN.

SONIA DE QUEIROZ ACCIOLY BURLO

Chefe

A Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), por meio da Solução de Consulta Cosit nº 25/2014, reformulou a Solução de Consulta SRRF/08 Disit nº 110/2008, no sentido de que não incide o IOF nas operações de cessão, sem coobrigação, de direitos creditórios decorrentes de vendas a prazo, quando o cessionário é instituição financeira. Todavia, quando do estabelecimento de cláusula de coobrigação do cedente (ou seja, em operações de cessão de direitos creditórios a instituição financeira com coo-brigação), incide o IOF/Crédito sempre que resta a operação caracterizada como desconto de títulos, na forma estabelecida pela Solução de Divergência Cosit nº 16/2011.

Veja, a seguir, a íntegra dessa Solução de Consulta:

SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 25, DE 23.01.2014 - DOU 1 de 30.01.2014, RET. DOU 1 DE 04.02.2014

ASSUNTO: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF)

Ementa: CESSÃO DE CRÉDITOS - INSTITUIÇÃO FINAN-CEIRA - INCIDÊNCIA - REFORMA A SOLUÇÃO DE CON-SULTA SRRF08/DISIT Nº 110, DE 2008.

Não incide o IOF nas operações de cessão, sem coo-brigação, de direitos creditórios decorrentes de vendas a prazo, quando o cessionário for instituição financeira. Todavia, quando do estabelecimento de cláusula de coobrigação do cedente (ou seja, em operações de cessão de direitos creditórios a instituição financeira com coobrigação), incide o IOF/Crédito sempre que restar a operação caracterizada como desconto de títulos, na forma estabelecida pela Solução de Divergência Cosit nº 16, de 2011.

Dispositivos Legais: Decreto nº 6.306, de 14 de dezembro de 2007, art. 2º, inciso I, alíneas “a” e “b” e art. 3º, § 3º; Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 58; Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art.15, §1º, inciso III, alínea d.

CLÁUDIA LÚCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA

Coordenadora-Geral da Cosit Substituta

(Solução de Consulta SRRF Disit nº 345/2010 - 8ª Região Fiscal; Solução de Consulta Cosit nº 25/2014)

N

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10-04 MS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 10 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

ICMS

Crédito fiscal SUMÁRIO 1. Introdução 2. Não cumulatividade do imposto 3. Crédito fiscal - Condições para escrituração 4. Dispensa de escrituração do crédito 5. Crédito nos serviços de transporte 6. Crédito do ICMS - Energia elétrica, serviço de

comunicação e Ativo Fixo 7. Extinção do direito ao crédito 8. Aproveitamento de outros créditos 9. Hipóteses de vedação ao crédito do ICMS para as

operações isentas ou não tributadas ou atividades alheias ao estabelecimento

10. Outras vedações ao crédito do imposto 11. Estorno de crédito do imposto 12. Penalidades

1. IntrOduçãO

Todos os contribuintes do imposto com escrita fiscal regular têm o direito de se creditar do ICMS cobrado nas operações anteriores. Para tanto, devem promover a escrituração de documentos fiscais idô-neos nos prazos previstos pela legislação fiscal.

Neste texto, com base no RICMS-MS/1998, arts. 53 a 67, aprovado pelo Decreto nº 9.203/1998, tra-taremos dos procedimentos que deverão ser obser-vados pelos contribuintes do imposto para efeito de apropriação e escrituração dos créditos fiscais.

2. nãO CuMulatIvIdadE dO IMpOStO

O ICMS é não cumulativo, compensando-se o devido em cada operação relativa à circulação de mercadoria ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas operações e prestações anteriores por este ou por outro Estado.

Para efeito de compensação do imposto, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar--se do ICMS anteriormente cobrado em operações ou prestações de que tenham resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao Ativo Fixo, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

(RICMS-MS/1998, arts. 53 e 54)

3. CrédItO FISCal - COndIçõES para ESCrIturaçãOO direito ao crédito, para efeito de compensação

com o débito do ICMS, reconhecido ao estabeleci-mento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham sido prestados os serviços, está con-dicionado à idoneidade da documentação e, sendo o caso, à escrituração, nos prazos e nas condições estabelecidas pela legislação fiscal.

Sendo o ICMS destacado a maior no documento fiscal, o valor do crédito não compreenderá o valor correspondente ao excedente eventualmente desta-cado no documento fiscal.

(RICMS-MS/1998, art. 54, §§ 1º e 2º)

3.1 regularidade do registroO registro de qualquer crédito do ICMS relativo

a mercadorias ou bens entrados ou adquiridos ou a serviço recebido deve ser feito no período em que se verificar a entrada da mercadoria ou do bem ou o recebimento do serviço.

Quando não realizado no período em que se verificou a entrada da mercadoria ou do bem ou no recebimento do serviço, o registro do crédito do ICMS deve ser comunicado, por escrito, à Agência Fazendária do domicílio do contribuinte, até o 10º dia seguinte ao do evento.

(RICMS-MS1998, arts. 55 e 56, caput)

3.2 Irregularidades no documento fiscal

O crédito é admitido somente depois de sanadas as irregularidades caracterizadas pela utilização de documento fiscal que:

a) não seja o exigido para a respectiva operação ou prestação;

b) não contenha as indicações necessárias à perfeita identificação da operação ou da pres-tação;

c) apresente emendas ou rasuras que lhe preju-diquem a clareza;

d) esteja irregularmente preenchido, incluída a falta de destaque do ICMS na sua 1ª via;

e) quando emitido para acobertar operação ou prestação sujeitas ao pagamento do ICMS no ato da sua realização, esteja desacompanha-do do respectivo comprovante;

a Estadual

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10-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 10 MS

ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

f) não contenha a autenticação ou o visto de entrada ou esteja desacompanhado do do-cumento Guia de Entrada de Produtos/Insu-mos - SAT-1, ainda que o ICMS esteja destaca-do regularmente.

(RICMS-MS/1998, art. 54, § 3º)

3.3 Crédito extemporâneo - homologação

O Fiscal de Rendas, depois de comunicado pelo chefe da repartição, deve diligenciar para constatar a efetiva entrada da mercadoria ou do bem ou o recebimento do serviço, homologando o crédito ou tomando as medidas que forem necessárias para glosar o valor correspondente ao crédito e à apli-cação da penalidade cabível.

O registro extemporâneo do crédito pode ocorrer, também, nos casos de reconstituição da escrita pelo Fisco ou pelo contribuinte, quando autorizado pela fiscalização.

(RICMS-MS/1998, art. 56, §§ 1º a 3º)

4. dISpEnSa dE ESCrIturaçãO dO CrédItO

Ficam dispensados do registro dos créditos os produtores, incluídos o extrator, o pescador e o arma-dor de pesca, nos casos em que a apuração do ICMS relativo às operações que realizarem seja efetuada pela Agência Fazendária.

(RICMS-MS/1998, art. 57)

5. CrédItO nOS SErvIçOS dE tranSpOrtE

O ICMS cobrado em prestações de serviços de transporte (fretes) pode ser creditado:

a) pelo destinatário do serviço, quando a opera-ção de origem da mercadoria tiver sido esti-pulada sob a cláusula free on board (FOB) e o transporte for por ele contratado;

b) pelo remetente da mercadoria, quando a ope-ração de saída ocorrer sob a cláusula CIF, o transporte for por ele contratado, e a respecti-va base de cálculo incluir o preço do serviço.

(RICMS-MS/1998, art. 58)

6. CrédItO dO ICMS - EnErgIa ElétrICa, SErvIçO dE COMunICaçãO E atIvO FIxO

Tratando-se de entrada de energia elétrica, de recebimento de serviço de comunicação ou de entrada de mercadoria destinada ao Ativo Fixo, para compensação do imposto, aplicam-se as seguintes regras:

a) somente dá direito a crédito a entrada de ener-gia elétrica no estabelecimento:a.1) quando a própria energia elétrica for ob-

jeto de operação de saída;a.2) quando consumida no processo de in-

dustrialização;a.3) quando seu consumo resultar em opera-

ção de saída ou prestação para o exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais;

a.4) a partir de 1º.01.2020, desde que não so-brevenha norma que disponha ao contrá-rio, nas demais hipóteses, nos termos da Lei Complementar nº 87/1996, alterada pela Lei Complementar nº 138/2010;

b) somente dá direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação utilizados pelo esta-belecimento:b.1) ao qual tenham sido prestados na execu-

ção de serviços da mesma natureza;b.2) quando sua utilização resultar em opera-

ção de saída ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais;

b.3) a partir de 1º.01.2020, desde que não so-brevenha norma que disponha ao contrá-rio, nas demais hipóteses, nos termos da Lei Complementar nº 87/1996, alterada pela Lei Complementar nº 138/2010;

c) relativamente ao crédito decorrente da entra-da de mercadoria destinada ao Ativo Fixo:c.1) a apropriação deve ser feita à razão de

1/48 por mês, devendo a 1ª fração ser apropriada no mês em que ocorrer a en-trada no estabelecimento;

c.2) em cada período de apuração do impos-to, não é admitido o credito de que trata a letra “a”, anterior, em relação à proporção das operações de saída ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total das operações de saída ou prestações efetua-das no mesmo período;

c.3) para aplicação do disposto nas letras “a” e “b”, o montante do crédito a ser apro-priado deverá ser o obtido multiplican-do-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 da relação entre o valor das operações de saída e pres-tações tributadas e o total das opera-ções de saída e prestações do período, equiparando-se às tributadas as saídas e prestações com destino ao exterior;

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10-06 MS Manual de Procedimentos - Mar/2014 - Fascículo 10 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

c.4) o quociente de 1/48 deve ser proporcio-nalmente aumentado ou diminuído, caso o período de apuração seja superior ou infe-rior a um mês;

c.5) na hipótese de alienação dos bens do Ati-vo Fixo, antes de decorrido o prazo de 4 anos, contado da data de sua aquisição, não é admitido, a partir da data da aliena-ção, o credito de que trata este subitem em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio;

c.6) além do registro em conjunto com os demais créditos, o crédito do imposto referente ao Ativo Fixo deve ser objeto de controle na forma prevista no RICMS--MS/1998, Subanexo VII ao Anexo XV, ou seja, no Controle de Crédito do ICMS do Ativo Permanente (CIAP);

c.7) ao final do 48º mês, contado da data da entrada do bem no estabelecimento, o saldo remanescente do crédito deverá ser cancelado.

(RICMS-MS/1998, art. 59)

7. ExtInçãO dO dIrEItO aO CrédItO

O ICMS, para compensação com o devido nas operações ou prestações seguintes, somente pode ser aproveitado pelo valor nominal, extinguindo-se o direito à sua utilização após 5 anos contados da data da emis-são do documento fiscal no qual ele foi destacado.

(RICMS-MS/1998, art. 60)

8. aprOvEItaMEntO dE OutrOS CrédItOS

O contribuinte pode creditar-se, também, do ICMS:

a) nas devoluções de mercadorias, em virtude de garantia ou troca, quando efetuadas por produtor ou por qualquer pessoa natural ou jurídica não obrigada à emissão de documen-tos fiscais;

b) no retorno de mercadoria, por qualquer moti-vo não entregue ao destinatário, inclusive no caso do ICMS retido;

c) espontânea e efetivamente pago em período anterior, por erro ocorrido no cálculo, na escri-turação ou na apuração, ou por decorrência de imunidade, isenção ou não incidência, devendo anotar detalhadamente, no livro de apuração, o fato motivador do crédito;

d) correspondente à diferença a seu favor, verifi-cada entre o montante recolhido e o apurado,

como consequência do seu desenquadramento do regime de estimativa.

(RICMS-MS/1998, art. 62, I a IV)

9. hIpótESES dE vEdaçãO aO CrédItO dO ICMS para aS OpEraçõES ISEntaS Ou nãO trIButadaS Ou atIvIdadES alhEIaS aO EStaBElECIMEntO

A entrada de mercadoria ou a utilização de ser-viços resultantes de operação ou prestação isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadoria ou serviço alheios à atividade do estabelecimento, não dão direito ao crédito do ICMS.

A legislação fiscal presume como alheios à ativi-dade do estabelecimento, salvo prova em contrário:

a) veículos de transporte pessoal e as mercadorias ou os serviços utilizados na sua manutenção;

b) artigos de lazer e de decoração, enfeites, obras e objetos de arte;

c) brindes;d) mercadorias ou serviços destinados a benefí-

cios sociais de funcionários e seus dependen-tes, inclusive transporte e alimentação;

e) serviços de televisão por assinatura;f) coisas úteis e voluptuárias, nos termos da de-

finição dada pela lei civil;g) qualquer outro bem ou serviço que não se ca-

racterizem como essenciais ao exercício da atividade.

(RICMS-MS/1998, art. 63 e parágrafo único)

10. OutraS vEdaçõES aO CrédItO dO IMpOStO

Também será vedado o crédito relativo à merca-doria entrada no estabelecimento ou prestação de serviços a ele feita:

a) para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, no caso em que a saída do produto resultante não seja tributada ou esteja isenta do ICMS, exceto no caso de se tratar de saída para o exterior;

b) para comercialização ou prestação de servi-ços, no caso em que a saída ou a prestação subsequentes:b.1) não sejam tributadas ou estejam isentas do

ICMS, exceto as destinadas ao exterior;b.2) estejam beneficiadas pela redução da

base de cálculo do ICMS, hipótese em que a vedação é proporcional à redução.

(RICMS-MS/1998, art. 64, caput, I e II)

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Manual de Procedimentos

11. EStOrnO dE CrédItO dO IMpOStO

O ICMS creditado deve ser estornado sempre que a mercadoria ou o bem entrados no estabelecimento ou o serviço por ele tomado:

a) sejam objeto de saída ou prestação de servi-ço isentas ou não tributadas, sendo essas cir-cunstâncias imprevisíveis na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço;

b) sejam objeto de saída ou prestação de servi-ço, com redução da base de cálculo, sendo essa circunstância imprevisível na data da en-trada da mercadoria ou da utilização do servi-ço, hipótese em que o estorno deve ser pro-porcional à redução;

c) sejam objeto de saída com base de cálculo in-ferior à das respectivas entradas, hipótese em que o estorno deve ser equivalente à diferença;

d) sejam integrados ou consumidos em processo de industrialização, no caso em que a saída do produto resultante não seja tributada ou esteja isenta do ICMS;

e) venham a ser utilizados visando fim alheio à atividade do estabelecimento;

f) venham a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se;g) forem objeto de:

g.1) furto, roubo ou sinistro;g.2) quebra ou perda de peso ou de quan-

tidade, não compreendidos os resíduos ou diminuição de peso resultantes do processo de industrialização;

h) sejam objeto de remessa efetivada por contri-buinte com inscrição cancelada.

Também deverá ser estornado o crédito do imposto quando não existir, por qualquer outro motivo, operação posterior.

O estorno do crédito deve ser feito em valor idêntico ao dos créditos gerados nas operações ou prestações anteriores.

(RICMS-MS/1998, art. 65, I ao IX, § 1º)

12. pEnalIdadES

O contribuinte que descumprir os preceitos tri-butários em relação ao cumprimento das obrigações tributárias principal e acessória poderá ser autuado e, assim, estará sujeito às penalidades cabíveis. Dessa forma, o RICMS-MS/1988 aplica as seguintes sanções aos infratores das regras relacionadas ao crédito do imposto:

a) quando utilizar crédito do ICMS em desacordo com o disposto nessa Lei ou na legislação tri-butária: multa equivalente a 150% do valor do crédito do ICMS efetivamente utilizado, sem prejuízo da anulação do respectivo registro e do concomitante pagamento do ICMS que dei-xou de ser recolhido;

b) se utilizar crédito do ICMS que, nos termos des-sa Lei ou da legislação tributária, deveria ter sido estornado: multa equivalente a 150% do valor do crédito do ICMS efetivamente utilizado, sem pre-juízo do estorno do crédito e do concomitante pa-gamento do ICMS que deixou de ser recolhido;

c) caso utilize crédito em momento anterior ao da efetiva entrada da mercadoria no estabeleci-mento ou ao do recebimento de serviço: multa equivalente a 50% do valor do crédito do ICMS efetivamente utilizado, sem prejuízo do paga-mento do valor da correção monetária e dos de-mais acréscimos legais, em relação à parcela do ICMS que teve retardado o seu recolhimento;

d) se transferir crédito do ICMS a outro estabe-lecimento em hipótese não permitida ou em montante superior ao limite autorizado pela le-gislação: multa equivalente a 80% do valor do crédito transferido irregularmente, aplicada ao estabelecimento que o transferiu, sem prejuízo da anulação da transferência;

e) caso receba em transferência de crédito de ICMS em hipótese não permitida ou em mon-tante superior ao limite autorizado pela legis-lação: multa equivalente a 80% do valor do crédito recebido irregularmente e multa equi-valente a 150% do valor do crédito recebido irregularmente e efetivamente utilizado, apli-cada ao estabelecimento que o recebeu em transferência, sem prejuízo da anulação do respectivo registro e do concomitante paga-mento do ICMS que deixou de ser recolhido;

f) se registrar de crédito do ICMS em desacor-do com o disposto nessa Lei, sem implicar, no entanto, a falta de pagamento do ICMS: multa equivalente a 10% do valor do crédito indevi-damente registrado;

g) caso não efetue estorno de crédito do ICMS que, nos termos dessa Lei ou da legislação tributária, deveria ter sido estornado, sem im-plicar, no entanto, a falta de recolhimento do ICMS: multa equivalente a 10% do valor do crédito que deveria ter sido estornado, sem prejuízo do seu estorno.

(RICMS-MS/1998, art. 119, II)

N

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EStadual

Bancário - Obrigações acessórias das empresas administradoras de cartões de crédito e débito

O setor bancário no Brasil possui grande impor-tância na economia do País, sendo um segmento que não para de crescer.

Internet Banking é o canal preferencial do cliente bancário e representa 39% do total de transações. O crescimento das transações em Internet Banking e POS é próximo de 25% ao ano, muito superior ao dos canais mais tradicionais. O uso do Internet Banking cresce mais do que o número de usuários de Internet. Isso é uma evidência de que uma maior parcela dos usuários de Internet estão usando o Internet Banking. O volume de transações em Internet Banking aumentou 23,7% ao ano, indicando uma maior inclusão digital da população.

Os cartões de crédito, débito e lojistas despontam como meio de pagamento altamente utilizado, com penetração superior nas classes A/B (atuais 88%) e penetração crescente na classe C (atuais 68%). O cres-cimento do número de transações acima do crescimento do número de cartões indica a grande intensificação do uso e a consequente importância da tecnologia neste canal. Os cartões de débito são mais numerosos do que os de crédito e os de rede e loja (38% vs. 26% e 36%, respectivamente), confirmando o aumento da presença dos bancos na ponta do comércio.

No âmbito estadual, considerando a importância de tal setor para a economia, há tratamento tributário diferenciado para diversos segmentos bancários, entre eles destacamos as administradoras de cartões de crédito e débito.

Segundo disposições do RICMS-MS/1998, as admi-nistradoras de cartão de crédito ou de débito e os estabe-lecimentos similares são obrigados a prestar, no prazo e na forma estabelecidos em regulamento, as informações relativas às operações de crédito e de débito que realiza-rem, vinculadas às operações ou prestações realizadas por contribuintes do Estado do Mato Grosso do Sul.

Das informações a serem prestadas, não poderão constar quaisquer dados relativos às pessoas físicas clientes dos estabelecimentos contribuintes de ICMS do Estado de Mato Grosso do Sul, vedada a divulgação dessas informações e, principalmente, considerar que:

a) são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado

o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

b) é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de inves-tigação criminal ou instrução processual penal;

c) é vedada a divulgação, por parte da Fazen-da Pública ou de seus servidores, de informa-ção obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades, exceto por:c.1) requisição de autoridade judiciária no in-

teresse da justiça;c.2) solicitações de autoridade administrativa

no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instaura-ção regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa.

Nos casos de prestações de informações ao Fisco, por administradoras de cartões de créditos ou de débi-tos e por estabelecimentos similares, assim como por administradoras de shopping center, as informações:

a) devem ser prestadas de forma ou modo englo-balizado;

b) podem ser prestadas por período;c) não podem identificar os adquirentes das mer-

cadorias ou os tomadores dos serviços.

Há de se ressaltar, ainda, que as administradoras de cartões de crédito ou de débito e similares estão sujeitas às penalidades a serem aplicadas, caso cometam uma infração punível. Assim, no caso da falta de prestação de informações relativas às operações de crédito e de débito que realizarem, vinculadas a operações ou pres-tações realizadas por contribuintes do Mato Grosso do Sul, será aplicada multa equivalente a 1% do valor das operações de crédito e de débito do respectivo período, sendo que não inferior a 50 UFERMS nem superior a 1000 UFERMS por estabelecimento de contribuinte a que se vinculam as operações ou prestações.

(CF/1988, art. 5º, X e XII; CTN/1966, art. 198, caput; RICMS-MS/1998, arts. 109-A, 109-B e art. 119, VII, “c”; http://www.febraban.org.br)

N

a IOB Setorial

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ICMS - IPI e Outros

Manual de Procedimentos

FEdERal

IOF - Operações de crédito - Aplicação da alíquota adicional

O fato gerador do IOF ocorre na entrega do mon-tante ou do valor que constitua o objeto da obrigação ou a sua colocação à disposição do interessado nos seguintes momentos:

a) na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado;

b) no momento da liberação de cada uma das parcelas, nas hipóteses de crédito sujeito, contratualmente, à liberação parcelada;

c) na data do adiantamento a depositante, assim considerado o saldo a descoberto em conta de depósito;

d) na data do registro efetuado em conta deve-dora por crédito liquidado no exterior;

e) na data em que se verificar excesso de limite, assim entendido o saldo a descoberto ocorri-do em operação de empréstimo ou financia-

mento, inclusive sob a forma de abertura de crédito;

f) na data da novação, composição, consolida-ção, confissão de dívida e dos negócios asse-melhados; e

g) na data do lançamento contábil, em relação às operações e às transferências internas que não tenham classificação específica, mas que, pela sua natureza, se enquadrem como opera-ções de crédito.

Note-se que o débito de encargos não configura entrega ou colocação de recursos à disposição do interessado, exceto quando apurado pela soma dos saldos devedores diários.

A alíquota máxima do IOF é de 1,5% ao dia, incidente sobre o valor das operações de crédito. A base de cálculo dessas operações e as respectivas alíquotas reduzidas vigentes, de acordo com o tipo de operação, são as indicadas no quadro a seguir, observando-se que deverá ser adicionado às respec-tivas alíquotas o percentual de 0,38%, na forma do § 15 do art. 7º do Decreto nº 6.306/2007.

a IOB Comenta

OPERAÇÃO BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA

a) empréstimo sob qualquer modalidade, in-clusive abertura de crédito:

a.1) valor do principal não definido a ser utili-zado pelo mutuário

soma dos saldos devedores diários apurados no último dia de cada mês mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041%

a.2) valor do principal definido a ser utilizado pelo mutuário

o principal entregue ou colocado à disposição mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041% ao dia

b) desconto, inclusive alienação de direitos creditórios a empresas de factoring

valor líquido obtido (valor nominal, deduzidos os juros cobrados antecipadamente)

mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041% ao dia

c) adiantamento a depositante soma dos saldos devedores diários apurados no último dia de cada mês mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041%

d) empréstimos, inclusive sob a forma de fi-nanciamento, sujeitos à liberação dos recur-sos em parcelas

valor do principal de cada liberação mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041% ao dia

e) excessos de limite

e.1) valor do principal não definido a ser uti-lizado

valor dos excessos computados na soma dos saldos devedores diários apurados no último dia de cada mês

mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041%

e.2) valor do principal definido a ser utilizadovalor de cada excesso apurado diariamente, resultante de novos valores entregues ao in-teressado

mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041% ao dia

f) financiamento para aquisição de imóveis não residenciais valor da operação de crédito (contrato) mutuário pessoa física: 0,0041% ao dia

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Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

O art. 8º do Decreto nº 6.306/2007 especifica as operações de crédito tributadas à alíquota zero.

No entanto, diversas dessas operações estão sujeitas à alíquota adicional de 0,38%, independente-mente do prazo da operação, na forma do § 5º do art. 8º do referido Decreto.

Desse modo, sobre a base de cálculo do IOF será aplicada a alíquota correspondente à respectiva ope-ração e, em seguida, a alíquota adicional de 0,38%, conforme o exemplo a seguir:

- mutuário pessoa física ou jurídica: 0,0041 x 30 dias = 0,123 + 0,38 = 0,503%.

Admitindo-se que a base de cálculo corresponda a R$ 10.000,00, teremos: 0,503% x 10.000,00 = R$ 50,30 (IOF a recolher).

(RIOF - Decreto nº 6.306/2007, arts. 3º, §§ 1º e 2º, 6º, 7º, caput, §§ 12 e 15, e 8º, caput, § 5º)

N

a IOB Perguntas e Respostas

IOF

Mútuo - Pagamento das parcelas - Implicações no atraso

1) Qual a consequência tributária, em relação ao IOF, no caso de as parcelas de empréstimo pessoal não serem pagas no vencimento?

Do ponto de vista obrigacional, as partes devem cumprir com o que foi contratado.

Assim, o valor da parcela deve ser pago na data de vencimento. Porém, pode acontecer de o mutuário não realizar o pagamento na data prevista.

Em caso de prorrogação ou renovação de ope-ração de crédito sem alteração do devedor, o IOF deverá ser calculado sobre o valor não liquidado da operação anteriormente tributada e será considerado complementar à anteriormente feita com aplicação da mesma alíquota vigente na data da operação inicial.

A alíquota máxima do IOF é de 1,5% ao dia. Assim sendo, se houver prorrogação do prazo superior a 365 dias, não será exigido o IOF complementar sobre o tempo que excedê-lo.

No entanto, deverá ser acrescido ao valor tributá-vel o adicional de 0,38%, previsto no § 15 do art. 7º do Decreto nº 6.306/2007.

(Decreto nº 6.306/2007, arts. 6º e 7º, §§ 1º, 7º e 15)

Mútuo - Pessoa jurídica - Equiparação a instituição financeira

2) A pessoa jurídica que realiza operação de mú-tuo é equiparada a instituição financeira?

Sim. A pessoa que realiza operações de mútuo é equiparada a instituição financeira.

Na realização dessa operação, o contrato deverá conter cláusula prevendo as condições de pagamento (prazo, forma de pagamento e acréscimos).

(Constituição Federal/1988, art. 192, § 3º; Lei nº 9.779/1999, art. 13)

ICMS/MS

CFOP - Armazém-geral ou depósito fechado - Utilização

3) O Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) 5.923 pode ser utilizado nas operações com armazém-geral ou depósito fechado?

Sim. O CFOP 5.923 deverá ser empregado na operação em remessa por conta e ordem de terceiros de mercadorias depositadas ou para depósito em depósito fechado ou armazém-geral.

(RICMS-MS/1998, Anexo XV, Subanexo I)

Produtor rural - NF-e - Emissão

4) É obrigatória a emissão de Nota Fiscal Eletrôni-ca (NF-e) pelo produtor rural em Mato Grosso do Sul?

Não. A NF-e pode ser utilizada em substituição à Nota Fiscal de Produtor, modelo 4, excetuadas as operações de saída de gado bovino ou bubalino, somente pelos contribuintes que:

a) possuam Inscrição no Cadastro de Contribuin-tes Estaduais (CCE) e estejam inscritos no Ca-dastro Nacional de Pessoa Jurídica;

b) que realizem a escrituração fiscal bem como a entrega da Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA) ou de outro documento que a substitua.

(RICMS-MS/1998, Anexo XV, Subanexo XII, art. 2º, § 2º)