16
Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a DIPJ - Instruções básicas relativas ao ano-calendário de 2013, exercício de 2014 a DIPJ - Entidades imunes ou isentas (sem finalidade lucrativa) - Instruções básicas relativas ao ano-calendário de 2013, exercício de 2014 a DIPJ - Instruções de preenchimento da Ficha 06 (Demonstração do Resultado) da DIPJ 2014 pelas pessoas jurídicas sujeitas ao Lucro Real Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 20/2014 / a Tributos e Contribuições Federais IRPJ Compensação fiscal pela divulgação gratuita de propaganda partidá- ria e eleitoral, de plebiscitos e referendos 01 / a S/A Órgãos de administração 04 / a IOB Setorial Desporto Tributação das entidades desportivas e dos atletas profissionais 07 / a IOB Perguntas e Respostas Cofins/PIS-Pasep Comodato - Crédito sobre a depreciação de bens 13 Contabilidade Construções em andamento - Contabilização 13 Hardwares e softwares - Contabilização 13 IRPJ/CSL Distribuição gratuita de prêmios - Autorização Caixa Econômica Federal 14 Preço de transferência - Apuração e ajuste para tributação 14 Preço de transferência - Margem de divergência 14

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a DIPJ - Instruções básicas relativas ao ano-calendário de 2013, exercício de 2014

a DIPJ - Entidades imunes ou isentas (sem finalidade lucrativa) - Instruções básicas relativas ao ano-calendário de 2013, exercício de 2014

a DIPJ - Instruções de preenchimento da Ficha 06 (Demonstração do Resultado) da DIPJ 2014 pelas pessoas jurídicas sujeitas ao Lucro Real

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 20/2014

/a Tributos e Contribuições Federais

IRPJCompensação fiscal pela divulgação gratuita de propaganda partidá-ria e eleitoral, de plebiscitos e referendos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a S/AÓrgãos de administração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04

/a IOB Setorial

DesportoTributação das entidades desportivas e dos atletas profissionais . . . . 07

/a IOB Perguntas e Respostas

Cofins/PIS-PasepComodato - Crédito sobre a depreciação de bens . . . . . . . . . . . . . . . 13

ContabilidadeConstruções em andamento - Contabilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Hardwares e softwares - Contabilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

IRPJ/CSLDistribuição gratuita de prêmios - Autorização Caixa Econômica Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14Preço de transferência - Apuração e ajuste para tributação . . . . . . . . 14Preço de transferência - Margem de divergência . . . . . . . . . . . . . . . 14

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Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : S/A : órgão da administração.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2152-4

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-03726 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

20-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 IR/LS

IRPJ

Compensação fiscal pela divulgação gratuita de propaganda partidária e eleitoral, de plebiscitos e referendos

SUMÁRIO 1. Introdução 2. Cálculo da compensação fiscal 3. Exemplos 4. Contribuição Social sobre o Lucro

1. INTRODUÇÃO

As emissoras de rádio e televisão obrigadas à divulgação gratuita da propaganda parti-dária e eleitoral, de plebiscitos e refe-rendos podem efetuar a compensa-ção fiscal, pela cedência do horário gratuito destinado à divulgação, na apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), inclusive da base de cálculo dos recolhimentos mensais previstos na legislação fiscal e da base de cálculo do IRPJ devido com base no lucro presumido, conforme previsto:

a) na Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995, art. 52, parágrafo único); e

b) na Lei nº 9.504/1997, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010, que estabelece normas gerais para as eleições (art. 99).

Discorremos, a seguir, sobre os procedimentos a serem observados para fins da compensação fiscal supramencionada, com base nas disposições constantes do Decreto nº 7.791/2012, que, desde 21.12.2010, disciplina o assunto, as quais se aplicam, inclusive, aos comunicados, às instruções e a outras requisições da Justiça Eleitoral relativos aos progra-mas partidários e eleitorais.

2. CÁLCULO DA COMPENSAÇÃO FISCAL

A apuração do valor da compensação fiscal se dará, mensalmente, de acordo com o seguinte pro-cedimento:

a) parte-se do preço dos serviços de divulgação de mensagens de propaganda comercial, fi-xados em tabela pública pelo veículo de divul-gação, para o mês de veiculação da propa-ganda partidária e eleitoral, do plebiscito ou referendo (veja a nota);

b) apura-se o “valor do faturamento” com base na tabela a que se refere a letra “a”, de acordo com o seguinte procedimento:

b.1) parte-se do volume de serviço de divul-gação de mensagens de propaganda

comercial local efetivamente prestado pelo veículo de divulgação no mês da veiculação da propaganda par-tidária e eleitoral, do plebiscito ou referendo;

b.2) classifica-se o volume de servi-ço da alínea “b.1” por faixa de horário, identificando-se o res-pectivo valor com base na ta-bela pública para veiculações comerciais locais;

b.3) para cada faixa de horário, multiplica-se o respectivo valor unitário de prestação de serviço pelo volume de serviço a ela relativo; e

b.4) o somatório dos resultados da multi-plicação referida na alínea “b.3”, para cada faixa de horário, corresponde ao “valor do faturamento”, com base na ta-bela pública;

c) apura-se o “valor efetivamente faturado” no mês de veiculação da propaganda partidá-ria ou eleitoral com base nos documentos fis-

a Tributos e Contribuições Federais

Não existe previsão legal para a extensão

da compensação fiscal também em relação à

Contribuição Social sobre o Lucro (CSL)

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20-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

cais emitidos pelos serviços de divulgação de mensagens de propaganda comercial local efetivamente prestados;

d) calcula-se o coeficiente percentual entre os valores apurados conforme previsto nas letras “b” e “c”, de acordo com a seguinte fórmula:

Coeficiente Percentual =

Valor efetivamente faturado (letra “c”)x 100Valor do faturamento conforme tabela

(letra “b”) x 0,8

e) para cada espaço de serviço de divulgação de mensagens de propaganda cedido para o horário eleitoral e partidário gratuito:e.1) identifica-se, na tabela pública de que

trata a letra “a”, o respectivo preço, multi-plicando-o pelo espaço cedido e por 0,8;

e.2) multiplica-se cada resultado obtido na letra “e.1” por 0,25 no caso de transmis-sões em bloco, e por um, no caso de in-serções;

e.3) aplica-se sobre cada valor apurado na letra “e.2” o coeficiente percentual a que se refere a letra “d”; e

f) apura-se o somatório dos valores decorrentes da operação de que trata a letra “e.3”.

Nota

O veículo de divulgação, assim considerado qualquer meio de divul-gação visual, auditiva ou audiovisual, capaz de transmitir mensagens de propaganda ao público, desde que reconhecido pelas entidades sindicais ou associações civis representativas de classe, legalmente registradas, fixa-rá, em tabela pública, o preço dos serviços prestados, aplicável a todos os compradores, em igualdade de condições, incumbindo ao referido veículo respeitá-la e fazer com que seja respeitada por seus representantes.

(Decreto nº 7.791/2012, art. 2º; Decreto nº 57.690/1966, arts. 10 e 14)

2.1 Exclusão da base de cálculo do IRPJ

O valor apurado na forma mencionada no item 2 poderá ser excluído:

a) do lucro líquido para determinação do lucro real;

b) da base de cálculo IRPJ devido mensalmente por estimativa, ou com base em balanço ou balancete de suspensão ou redução, de que trata o art. 2º da Lei nº 9.430/1996; e

c) da base de cálculo do IRPJ incidente sobre o lucro presumido.

(Decreto nº 7.791/2012, art. 3º)

2.2 Concessionárias de serviços públicos

As empresas concessionárias de serviços públi-cos de telecomunicações obrigadas ao tráfego gra-

tuito de sinais de televisão e rádio também poderão fazer a exclusão de que trata o subtópico 2.1.

(Decreto nº 7.791/2012, art. 4º)

2.3 Comunicados, instruções e requisições da Justiça Eleitoral

Essas exclusões aplicam-se também aos comu-nicados, às instruções e a outras requisições da Justiça Eleitoral relativos aos programas partidários e eleitorais.

(Decreto nº 7.791/2012, art. 5º)

Notas

(1) O Ministro de Estado da Fazenda fica autorizado a expedir atos normativos complementares ao Decreto nº 7.791/2012.

(2) No período de 05.01.2005 a 20.12.2010, a compensação fiscal pe-las emissoras de rádio e televisão obrigadas à divulgação gratuita da propa-ganda partidária ou eleitoral era regulamentada pelo Decreto nº 5.331/2005, ora revogado. Por esse critério, na determinação da base de cálculo mensal estimada do Imposto de Renda (balanço ou balancete de suspensão ou re-dução, ou lucro presumido), as emissoras de rádio e televisão, obrigadas à divulgação gratuita de propaganda partidária ou eleitoral, puderam deduzir 0,8 do resultado da multiplicação do preço do espaço comercializável pelo tempo efetivamente utilizado pela emissora em programação destinada à publicidade comercial, no período de duração daquela propaganda, con-forme regulamentação do Poder Executivo. As empresas concessionárias de serviços públicos de telecomunicações, obrigadas ao tráfego gratuito de sinais de televisão e rádio, puderam excluir 0,8 do valor que seria cobrado às emissoras de rádio e televisão pelos tempos destinados à divulgação gratuita de propaganda partidária ou eleitoral, para efeito da determinação da base de cálculo mensal estimada do Imposto de Renda, conforme defi-nido em regulamentação do Poder Executivo (Manual de Preenchimento da DIPJ 2013).

(Lei nº 9.096/1995, art. 52, parágrafo único; Lei nº 9.504/1997, art. 99; Lei nº 12.350/2010, art. 58; Decreto nº 7.791/2012, art. 4º)

3. EXEMPLOS

3.1 Pessoa jurídica tributada com base no lucro real

Consideremos determinada emissora de TV, tribu-tada pelo IRPJ com base no lucro real, que tenha cedido espaço em sua programação em função da propa-ganda eleitoral gratuita e que apresente os seguintes dados, em relação ao mês de setembro/20X1:

a) optou pela apuração do IRPJ com base em balanço de suspensão ou redução, tendo obti-do lucro líquido de R$ 1.000.000,00;

b) não apresenta nenhuma exclusão ou adição à base de cálculo do IRPJ, nem compensação de prejuízo fiscal;

c) de acordo com o preço fixado em tabela pú-blica pelo referido veículo de divulgação, há a previsão das seguintes faixas para o horário de divulgação dos comerciais locais (*):

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20-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

Programa Início Término Valor unitário do serviço por minuto (A) Volume do serviço (B) Total (A) x (B) = (C)

Alfa 12:00 14:00 R$ 20.000,00 30 minutos R$ 600.000,00

Beta 20:00 22:00 R$ 40.000,00 30 minutos R$ 1.200.000,00

Valor do faturamento (D) R$ 1.800.000,00

(*) Por medida de simplificação, consideramos que a referida emissora possui somente esses dois programas.

Nesse caso, aplicando-se a fórmula constante do tópico 2, com base nos dados constantes da tabela supra, e, considerando-se que, naquele mês, o valor efetivamente faturado pela emissora fosse de R$ 1.500.000,00,teríamos:

CP =Valor efetivamente faturado

x 100Valor do faturamento conforme tabela x 0,8

CP =R$ 1.500.000,00

x 100R$ 1.800.000,00 x 0,8

CP =R$ 1.500.000,00

x 100R$ 1.440.000,00

CP = 1,042 x 100

CP = 104,2%

Uma vez calculado o coeficiente percentual, deve ser calculado o limite dedutível para fins da determinação do lucro real, observando-se que, para cada espaço de serviço de divulgação de mensa-gens de propaganda cedido para o horário eleitoral e partidário gratuito:

a) identifica-se, na tabela pública (letra “c”, no quadro, coluna “C”), o respectivo preço, multi-plicando-o pelo espaço cedido e por 0,8;

R$ 600.000,00 x 0,8 = R$ 480.000,00R$ 1.200.000,00 x 0,8 = R$ 960.000,00

b) multiplica-se cada resultado obtido na letra “a” deste item por 0,25 pelo fator das transmis-sões serem exibidas em bloco; e

R$ 480.000,00 x 0,25 = R$ 120.000,00R$ 960.000,00 x 0,25 = R$ 240.000,00

c) aplica-se sobre cada valor apurado na letra “b” deste item o coeficiente percentual apurado na letra “c”, do item 3.1, apurando-se, poste-riormente, o somatório desses valores.

R$ 120.000,00 x 104,2%........................... R$ 125.040,00R$ 240.000,00 x 104,2%........................... R$ 250.080,00Limite dedutível IRPJ................................. R$ 375.120,00

Na apuração do lucro real no mês de setembro/20X1, o Lalur deverá apresentar os seguin-tes dados:

DEMONSTRATIVO DO CÁLCULO

Lucro líquido (setembro/20X1)............................ R$ 1.000.000,00(-) Compensação fiscal....................................... (R$ 375.120,00)Lucro real............................................................ R$ 624.880,00IRPJ normal (15% x R$ 624.880,00)................... R$ 93.732,00IRPJ adicional (10% x R$ 464.880,00)................ R$ 46.488,00IRPJ a recolher.................................................... R$ 140.220,00

Ressalta-se que o cálculo descrito refere-se ao lucro real, especificamente quanto à apuração mensal baseada no balanço de suspensão ou de redução, o qual se sujeita ao ajuste anual, por ocasião do encer-ramento do período de apuração em 31.12.20X1.

3.2 Pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido

Considerando os mesmos dados do exemplo constante no subtópico 3.1, e que a referida emissora de TV tivesse auferido receita bruta no valor de R$ 2.000.000,00, no trimestre, teríamos o seguinte cálculo para a apuração do IRPJ no lucro presumido.

DEMONSTRATIVO DO CÁLCULO

Receita Bruta sujeita ao percentual de 32%........ R$ 2.000.000,00Base de cálculo 1 (32% x R$ 2.000.000,00)........ R$ 640.000,00(-) Compensação fiscal........................................ (R$ 375.120,00)Base de cálculo 2................................................. R$ 264.880,00IRPJ normal (15% x R$ 264.880,00).................... R$ 39.732,00IRPJ adicional (10% x R$ 204.880,00)................. R$ 20.488,00IRPJ a recolher..................................................... R$ 60.220,00

Nota

Considerando-se que o lucro presumido é apurado trimestralmente, o exemplo demonstrado foi apurado para o 3º trimestre do ano-calendário.

3.3 Dedução do Simples Nacional

A Lei nº 9.504/1997, art. 99, § 3º, incluído pela Lei nº 12.034/2009, art. 3º e, posteriormente alterado pela Lei 12.350/2010, art. 58, contempla a possibilidade da compensação fiscal no caso de microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples Nacional), para fins da dedução da base de cálculo de imposto e contri-buições federais devidos pela emissora nesse regime. Entretanto, ainda depende de regulamentação, uma

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20-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

vez que o referido dispositivo determina a utilização dos critérios a serem definidos pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN).

4. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO

Tanto a Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/1995) quanto a Lei nº 9.504/1997, que estabe-lece normas gerais para as eleições, fazem referência ao direito de compensação fiscal pelas emissoras de rádio e televisão.

Por seu turno, o Decreto nº 7.791/2012 estabelece que tal compensação é efetuada por meio de exclusão

da base do cálculo do IRPJ, nos moldes anteriormente explicitados.

Portanto, não existe previsão legal para a extensão da compensação fiscal também em relação à base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL).

Nesse sentido esclareceu a Solução de Consulta Cosit nº 1/2005, segundo a qual a compensação fiscal pela veiculação das propagandas eleitoral e partidária gratuitas não se aplica para efeitos de apuração de base de cálculo da CSL.

N

Órgãos de administração SUMÁRIO 1. Órgãos encarregados da administração - Constituição,

composição e competência 2. Conselho fiscal 3. Critério remuneratório dos órgãos de administração e

do conselho fiscal

1. ÓRGÃOS ENCARREGADOS DA ADMINISTRAÇÃO - CONSTITUIÇÃO, COMPOSIÇÃO E COMPETÊNCIA

A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de admi-nistração e à diretoria, ou somente à diretoria (Lei nº 6.404/1976, Lei das S/A, art. 138, caput).

O estatuto deverá estabelecer (art. 140):

a) o número de conselheiros, ou o máximo e mí-nimo permitidos, e o processo de escolha e substituição do presidente do conselho pela assembleia ou pelo próprio conselho;

b) o modo de substituição dos conselheiros;c) o prazo de gestão, que não poderá ser supe-

rior a 3 anos, permitida a reeleição; ed) as normas sobre convocação, instalação e

funcionamento do conselho que deliberará por maioria de votos, podendo o estatuto estabe-lecer quorum qualificado para certas delibera-ções, desde que especifique as matérias.

Nota

O estatuto poderá prever a participação no conselho de representantes dos empregados, escolhidos por voto destes, em eleição direta, organizada pela empresa, em conjunto com as entidades sindicais que os representem.

São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas impedidas por lei especial ou condenadas por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, crime contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou condenadas a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos. São ainda inelegíveis para os cargos de administração de companhia aberta as pessoas declaradas inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários (art. 147, §§ 1º e 2º).

O conselheiro deve ter reputação ilibada, não podendo ser eleito, salvo dispensa da assembleia--geral, aquele que (art. 147, § 3º):

a) ocupar cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado, em especial, cargos em conselhos consulti-vos, de administração ou fiscal; e

b) tiver interesse conflitante com a sociedade.

Nota

A comprovação do cumprimento das condições previstas nas letras “a” e “b” será efetuada por meio de declaração firmada pelo conselheiro eleito nos termos definidos pela Comissão de Valores Mobiliários, com vistas ao disposto na Lei das S/A, arts. 145 e 159, sob as penas da lei.

a S/A

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20-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

1.1 Conselho de administração

A adoção do conselho de administração é facul-tativa às companhias de uma maneira geral, sendo, porém, obrigatória para as companhias com capital autorizado e para as companhias abertas (art. 138, § 2º). O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 membros, eleitos pela assembleia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo (art. 140, caput).

O art. 146, em sua redação original, previa que todos os membros do conselho de administração fossem residentes no Brasil. Todavia, a Lei nº 10.194/2001, art. 2º, alterou a redação daquele dis-positivo legal, passando a admitir para o conselho de administração a eleição de acionista não residente no País, mantendo, contudo, a restrição para os diretores da sociedade, que devem ser residentes no País, podendo ser acionistas ou não.

Assim, de acordo com a nova redação dada ao art. 146, os membros do conselho de administração devem ser pessoas naturais e acionistas da compa-nhia, residentes ou não no País.

Observe-se, porém, que a posse do conselheiro residente ou domiciliado no exterior fica condicionada à constituição de representante, residente no País, com poderes para receber citação em ações contra ele propostas com base na legislação societária, me-diante procuração com prazo de validade que deverá estender-se por, no mínimo, 3 anos após o término do prazo de gestão do conselheiro (art. 146, § 2º).

O conselho de administração é um órgão de deliberação colegiada e as suas decisões devem ser tomadas sempre por maioria de votos, podendo o estatuto estabelecer quorum qualificado para certas deliberações, desde que especifique as matérias. A representação da companhia cabe, porém, privativa-mente aos diretores (arts. 138, § 1º, e 140, IV).

Competem ao conselho de administração, dentre outras, a definição da política e a orientação geral dos negócios da companhia, assim como a nomeação, a destituição, a fixação das atribuições e a fiscalização da gestão dos diretores. Ficam a seu cargo, ainda, a escolha e a destituição dos auditores independentes. Verifica-se, pois, que esse conselho não possui qual-quer tipo de função executiva (art. 142 e incisos).

1.2 Diretoria

A diretoria é o órgão executor da política e da orientação estabelecidas pelo conselho de adminis-

tração, ou pela assembleia, sendo de sua exclusiva competência a representação da companhia perante terceiros.

O art. 143 determina que a diretoria deve ser com-posta por 2 ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração ou, na falta deste, pela assembleia-geral.

Essa disposição se aplica à composição da dire-toria de qualquer sociedade anônima, independente-mente de seu objeto social e do fato de ser de capital aberto ou fechado.

A disciplina relativa ao funcionamento da diretoria, observado o limite mínimo de integrantes supracitado, é de natureza estatutária, uma vez que o art. 143 deter-mina que o estatuto deve estabelecer (incisos I a IV):

a) o número de diretores, ou o máximo e o míni-mo permitidos;

b) o modo de sua substituição;

c) o prazo de gestão, que não poderá ser supe-rior a 3 anos, admitindo-se a reeleição;

d) as atribuições e os poderes de cada diretor.

Vê-se que a lei reserva muito ao estatuto no que respeita à disciplina de composição e funcionamento da diretoria, o que certamente impõe a tomada de cautelas. O capítulo do estatuto atinente ao tema deve ser redigido de forma que deixe especialmente claras as limitações e prerrogativas de cada diretor.

Importa, ainda, sublinhar que, se a sociedade tiver conselho de administração, seus membros, até o máximo de 1/3, poderão ser eleitos para os cargos de diretores (art. 143, § 1º).

2. CONSELHO FISCAL

O conselho fiscal é o órgão encarregado da fiscalização dos atos dos membros do conselho de administração e da diretoria. Nesse sentido, a sua competência de atuação é bastante ampla e não se restringe apenas à revisão periódica das contas ou de alguns atos da administração.

Com exceção das sociedades de economia mista, nas quais o funcionamento do conselho fiscal será obrigatoriamente permanente, nas demais com-panhias, a lei deixa a critério dos estatutos decidir se o funcionamento do referido órgão será permanente ou se ocorrerá apenas nos exercícios em que os acionistas pedirem a sua instalação.

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20-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Será possível, pois, um conselho fiscal não per-manente, que só se instalará a pedido dos acionistas que representarem, no mínimo, 10% das ações com direito a voto ou 5% das ações sem direito a voto.

O conselho fiscal não permanente, uma vez instalado, funcionará com mandato que terminará na primeira assembleia-geral ordinária que ocorrer após a sua instalação.

O pedido de funcionamento do conselho fiscal poderá ser formulado em qualquer assembleia, que elegerá seus membros. A lei não exige que a matéria conste do anúncio de convocação.

O conselho fiscal será composto por 3 membros efetivos, no mínimo, e suplentes em igual número dos efetivos, pessoas naturais e residentes no País, acionistas ou não, eleitos pela assembleia-geral. Na constituição do conselho fiscal, serão observadas as seguintes normas:

a) os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com voto restrito, terão direito de eleger um membro efetivo e o respectivo su-plente, em votação separada;

b) os acionistas minoritários com direito a voto também terão direito de eleger um membro efetivo e respectivo suplente, em votação se-parada, desde que representem, em conjunto, 10%, no mínimo, das ações com direito a voto;

c) os demais acionistas com direito a voto pode-rão eleger membros efetivos e respectivos su-plentes, em número igual ao dos eleitos nos termos das letras “a” e “b”, mais um.

Assim sendo, o número mínimo de membros será de 3 e o máximo limitado a 5, isto é, 2 eleitos pelos minoritários e portadores de ações sem direito a voto e 3 (igual ao número eleito pelos minoritários mais um) pelos demais acionistas com direito a voto. Para que uma pessoa faça parte do conselho fiscal, é condição essencial que seja diplomada em curso de nível uni-versitário ou que tenha exercido, no prazo mínimo de 3 anos, cargo de administrador de empresas.

Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos até a primeira assembleia--geral ordinária que se realizar após a sua eleição e poderão ser reeleitos. A função de membro do conse-lho fiscal é indelegável.

Para poder exercer suas funções com autonomia, não poderão fazer parte do conselho fiscal membro da

administração, seu cônjuge ou parente até o 3º grau, empregado da companhia ou sociedade controlada pertencente ao mesmo grupo (art. 162, § 2º).

3. CRITÉRIO REMUNERATÓRIO DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DO CONSELHO FISCAL

3.1 Conselheiros de administração e diretores

A remuneração dos conselheiros de administra-ção e dos diretores, inclusive benefícios de qualquer natureza e verbas de representação, será sempre fixada pela assembleia-geral de acionistas, que, para tanto, deverá levar em conta o grau de respon-sabilidade de cada um, o tempo a ser dedicado no exercício de suas funções, a competência e a repu-tação profissional e, também, o nível de remuneração determinado pela oferta e procura no mercado para aquele tipo de profissional.

Como se pode inferir do exposto, embora de livre fixação por parte da assembleia, a remuneração deverá obedecer a critério que possibilite uma ava-liação, a qualquer tempo, dos valores estabelecidos.

Para assegurar aos administradores participa-ção nos lucros, o estatuto da companhia deverá fixar dividendo mínimo obrigatório em 25% ou mais do lucro líquido. Além disso, a lei estabelece que o montante de participação dos administradores não deve ultrapassar sua remuneração anual nem 10% do lucro, prevalecendo o limite menor. A lei estabeleceu, ainda, que os administradores somente farão jus à participação nos lucros no exercício social em relação ao qual for atribuído aos acionistas o dividendo obri-gatório, escapando dessa restrição, desde que haja aprovação pela unanimidade dos acionistas, somente companhias fechadas que tenham menos de 20 acio-nistas, conforme estabelece a Lei das S/A, art. 294.

Deverá ser procedido o cálculo da participação dos administradores com base no lucro do ano que remanescer depois de compensados os prejuízos de anos anteriores.

3.2 Grupo de sociedades

Quando um grupo de sociedades possuir uma administração comum, conforme faculta a lei, os administradores investidos em cargos em mais de uma sociedade poderão ter sua remuneração rateada entre estas e a participação nos lucros determinada com base nos resultados das demonstrações finan-ceiras consolidadas (art. 274).

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20-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

Verifica-se na Lei das S/A, portanto, a preocu-pação do legislador em dar prioridade absoluta à distribuição dos dividendos sobre a participação dos administradores nos lucros das empresas.

3.3 Conselheiros fiscaisNo que tange à remuneração dos conselheiros

fiscais, a Lei das Sociedades por Ações eliminou a possibilidade de remuneração meramente simbólica ao estabelecer que a remuneração, além do reem-bolso obrigatório das despesas de locomoção e

estada necessárias ao desempenho da função, será fixada pela assembleia-geral que os eleger e não poderá ser inferior, para cada um dos membros, a 10% daquela que, em média, for atribuída a cada diretor, não computados benefícios, verbas de representação e participação nos lucros.

(Lei nº 6.404/1976, arts. 138 a 152, 161, 162, 274 e 294, com alterações introduzidas pelas Leis nºs 9.457/1997, 10.194 e 10.303/2001)

N

a IOB Setorial

DeSPORTO

Tributação das entidades desportivas e dos atletas profissionais

1. INTRODUÇÃO

O futebol profissional é um dos esportes mais fomentados, especialmente neste ano em que o Brasil sediará a Copa do Mundo.

Por isso, torna-se fundamental uma reorganiza-ção societária, bem como um planejamento tributário capaz de assegurar a continuidade e a manutenção dessas entidades desportivas.

Neste texto, abordaremos o tratamento tributário e societário aplicável às entidades de prática despor-tiva profissional, mais especificamente aos clubes de futebol, sob o aspecto do IRPJ, da CSL, do PIS-Pasep e da Cofins, assim como aos atletas profissionais.

2. CARACTERíSTICAS DAS ENTIDADES DESPORTIvAS

O desporto brasileiro abrange práticas formais e não formais e obedece às normas gerais da Lei nº 9.615/1998 (conhecida como Lei Pelé), inspirado nos fundamentos constitucionais do Estado Democrático de Direito.

Observa-se que a prática desportiva formal é regulada por normas nacionais e internacionais e pelas regras de prática desportiva de cada modali-dade, aceitas pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto. A prática desportiva não formal, por sua vez, é caracterizada pela liber-dade lúdica de seus praticantes.

As entidades de prática desportiva participantes de competições profissionais, as ligas em que se organizam e as entidades de administração de des-porto, independentemente da forma jurídica adotada, sujeitam os bens particulares de seus dirigentes às penalidades aplicáveis aos casos de abuso da per-sonalidade jurídica, previsto na Lei nº 10.406/2002, art. 50, além das sanções e responsabilidades pre-vistas no caput do art. 1.017 do mesmo ato legal, na hipótese de os dirigentes aplicarem créditos ou bens sociais da entidade desportiva em proveito próprio ou de terceiros.

Notas

(1) Considera-se abuso da personalidade jurídica o desvio de finali-dade ou a confusão patrimonial, caso em que poderá o juiz decidir, a re-querimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

(2) O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros terá de restituí--los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes e, se houver prejuízo, por ele também responderá. O administrador também ficará sujeito às sanções quando tiver em qualquer operação interesse con-trário ao da sociedade e tomar parte na correspondente deliberação.

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20-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

3. REGIME JURíDICO DAS ENTIDADES DESPORTIvAS

A Lei nº 9.615/1998, art. 27, § 9º, faculta às entidades desportivas profissionais se constituírem regularmente em sociedade empresária, segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 da Lei nº 10.406/2002 - Código Civil.

Consideram-se entidades desportivas profissio-nais as entidades de prática desportiva envolvidas em competições de atletas profissionais, as ligas em que se organizam e as entidades de administração de desporto profissional.

Apenas as entidades desportivas profissionais que se constituírem regularmente em sociedade empresária não ficarão sujeitas ao regime da sociedade em comum e, em especial, à responsa-bilidade solidária e ilimitada prevista no art. 990 do Código Civil.

Para os fins de fiscalização e controle, as ativida-des profissionais das entidades de prática desportiva, das entidades de administração de desporto e das ligas desportivas, independentemente da forma jurí-dica como estas estejam constituídas, equiparam-se às das sociedades empresárias, notadamente para efeitos tributários, fiscais, previdenciários, financeiros, contábeis e administrativos.

Isso ocorre porque o art. 18 da Lei nº 9.532/1997 revogou a isenção concedida, em virtude do art. 30 da Lei nº 4.506/1964, às entidades que se dedi-cam a atividades de prática desportiva, de caráter profissional, entre outras especificadas naquela Lei. Entretanto, no mesmo dispositivo, a Lei nº 9.532/1997 prescreve que não elidirá a fruição, conforme o caso, de imunidade ou isenção da entidade que se enqua-drar nas condições dos seus arts. 12 (imunidade) ou 15 (isenção).

3.1 Imunidade

Para efeito da aplicação da imunidade prevista no art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal/1988, considera-se imune a instituição de educação ou de assistência social que presta os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos.

Para o gozo da imunidade, a entidade desportiva está obrigada a atender aos seguintes requisitos:

a) não remunerar, por qualquer forma, seus diri-gentes pelos serviços prestados;

b) aplicar integralmente seus recursos na manu-tenção e no desenvolvimento dos seus objeti-vos sociais;

c) manter escrituração completa de suas recei-tas e despesas em livros revestidos das for-malidades que assegurem a respectiva exati-dão;

d) conservar em boa ordem, pelo prazo de 5 anos, contados da data da emissão, os docu-mentos que comprovem a origem de suas re-ceitas e a efetivação de suas despesas, bem como a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua si-tuação patrimonial;

e) apresentar, anualmente, declaração de rendi-mentos, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB);

f) recolher os tributos retidos sobre os rendimen-tos por ela pagos ou creditados e a contribui-ção para a seguridade social relativa aos em-pregados, bem como cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes;

g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade ou a órgão público, no caso de incorporação, fusão, cisão ou en-cerramento de suas atividades;

h) outros requisitos, estabelecidos em lei espe-cífica, relacionados com o funcionamento das entidades anteriormente citadas.

Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine o referido resultado, integralmente, à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais.

(RIR/1999, art. 170)

3.1.1 Suspensão da imunidade

Salienta-se que, sem prejuízo das demais pena-lidades previstas na lei, a RFB suspenderá o gozo da imunidade, relativamente aos anos-calendário em que a pessoa jurídica houver praticado ou, por qualquer forma, houver contribuído para a prática de ato que constitua infração a dispositivo da legislação tributária, especialmente no caso de informar ou declarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou em dinheiro, ou, de qualquer

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20-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

forma, cooperar para que terceiro sonegue tributos ou pratique ilícitos fiscais.

Considera-se infração a dispositivo da legislação tributária o pagamento, pela instituição imune, em favor de seus associados ou dirigentes ou, ainda, em favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela associada por qualquer forma, de des-pesas consideradas indedutíveis na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL).

Caso seja constatada alguma irregularidade, a fiscalização tributária expedirá notificação fiscal, na qual relatará os fatos que determinaram a suspensão do benefício, indicando, inclusive, a data da ocor-rência da infração, em conformidade com o disposto no art. 32 da Lei nº 9.430/1996.

3.2 Isenção

Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as asso-ciações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.

A isenção aplica-se, exclusivamente, em relação ao IRPJ e à CSL, exceto para os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável.

Às instituições isentas aplicam-se as disposições do subtópico 3.1, letras “a” a “h”, bem como as pena-lidades previstas no subtópico 3.1.1, se constatado o desvio da finalidade para a qual foram instituídas:

SOLUÇÃO DE CONSULTA nº 167/2002

ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário

EMENTA: ISENÇÃO. A associação civil que pratica em caráter habitual atividade de natureza econômica, con-correndo no mercado com outras pessoas jurídicas de maneira não equitativa, não se caracteriza como entidade isenta, estando sujeita aos tributos e contribuições federais como as pessoas jurídicas de natureza comercial.

3.3 PIS-Pasep e Cofins

As entidades imunes ou isentas estarão sujeitas ao recolhimento da contribuição para o PIS-Pasep, o qual será determinado com base na folha de salários, à alíquota de 1%, em conformidade com o disposto no art. 13, III e IV, da Medida Provisória nº 2.158-35/2001.

Para as entidades isentas, haverá a tributação da Cofins para as receitas que não decorram de seu objetivo social. As receitas das atividades próprias das entidades, por sua vez, são isentas da Cofins (Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 13).

3.4 Entidades de prática desportiva profissional e não profissional

A Constituição Federal/1988 estabelece, em seu art. 217, inciso III, que é dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observando-se que será dado tratamento diferenciado ao desporto profissional e não profissional.

3.4.1 Entidades de prática desportiva não profissional

Conforme aduzido nos subtópicos 3.1 e 3.2, as entidades desportivas podem ser constituídas como instituições de assistência social sem fins lucrativos (imunes) ou na condição de instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e de asso-ciações civis (isentas), desde que tenham caráter desportivo não profissional e cumpram as exigências legais suscitadas para fazer jus aos benefícios tribu-tários mencionados nesses subtópicos.

3.4.2 Entidades de prática desportiva profissional

Não se enquadrando em nenhuma das hipóteses mencionadas no subtópico 3.4.1, as entidades serão tributadas nos mesmos moldes das demais pessoas jurídicas. Assim, a exploração e a gestão do desporto profissional constituem exercício de atividade econô-mica, devendo se organizar em conformidade com o Código Civil vigente.

3.5 Sociedades empresárias

As entidades de prática desportiva profissional constituídas na forma do subtópico 3.4.2, e em consonância com a Lei nº 9.615/1998, art. 2º, pará-grafo único, por explorarem o desporto de forma profissional, são consideradas como entidades que exercem atividade econômica, razão pela qual se submetem ao regime jurídico tributário dispensado às demais pessoas jurídicas.

A propósito, a exploração do desporto de forma profissional, por ter conotação de atividade econo-micamente organizada, afasta, de per si, a aplicação do art. 53 do Código Civil, posto que este cuida das entidades sem finalidade lucrativa, cuja organização é estritamente para fins não econômicos.

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Imposto de Renda e Legislação Societária

Por esse motivo, a Lei nº 9.615/1998, art. 27, § 13, equipara as entidades de prática desportiva profissional, para efeitos tributários, às sociedades empresárias. Assim sendo, essas entidades, na condição de pessoas jurídicas, sujeitam-se ao reco-lhimento do IRPJ, da CSL, da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins.

Não há que se falar em conflito de normas, uma vez que a Lei nº 9.615/1998 - Lei do Desporto - pro-cura dar cumprimento ao comando constitucional previsto no art. 217, que determina o tratamento diferenciado ao desporto profissional e ao não pro-fissional.

Considerando-se as exigências legais, bem como o exercício habitual de atividade econômica pelos clubes de futebol profissional (como a licença de uso da imagem dos seus atletas, o licenciamento de produtos e marcas, os contratos de patrocínio, entre outros), torna-se inviável o enquadramento das enti-dades de prática desportiva profissional na condição de imunes ou isentas.

3.5.1 Sociedades empresárias limitadas e sociedades comuns

A lei faculta às entidades desportivas profissio-nais se constituírem regularmente em sociedades empresárias, segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 do Código Civil.

Para essa finalidade, consideram-se entidades desportivas profissionais as entidades de prática desportiva envolvidas em competições de atletas profissionais, as ligas em que se organizam e as entidades de administração de desporto profis-sional.

Contudo, apenas as entidades desportivas profissionais que se constituírem regularmente em sociedade empresária na forma focalizada neste subtópico não ficam sujeitas ao regime da sociedade em comum e, em especial, ao disposto no art. 990 do Código Civil.

Na sociedade comum, todos os sócios respon-dem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024 do Código Civil, aquele que contratou pela sociedade.

Nota

A Lei nº 10.406/2002, art. 1.024, trata do benefício de ordem e dispõe que “os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais”.

Reitera-se que, nesse caso, para os fins de fis-calização e controle, as atividades profissionais das entidades de prática desportiva, das entidades de administração de desporto e das ligas desportivas, independentemente da forma jurídica como estas estejam constituídas, equiparam-se às das socieda-des empresárias, notadamente para efeitos tributá-rios, fiscais, previdenciários, financeiros, contábeis e administrativos.

O Código Civil, art. 966, define “empresário” da seguinte forma: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica orga-nizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços”. Por exclusão, conclui, no parágrafo único do mesmo dispositivo, o seguinte: “Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constitui elemento regular da empresa”.

Assim, aqueles que exercem uma profissão inte-lectual, de natureza científica, literária ou artística sob a forma de sociedade devem fazê-lo por intermédio de uma sociedade simples.

Havendo a produção ou circulação de bens ou serviços, é necessária a forma empresária, de acordo com um dos seguintes tipos: sociedade em nome coletivo, sociedade limitada, sociedade por ações, sociedade em comandita por ações e sociedade em comandita simples. Porém, as mais comuns são a sociedade anônima, regida pela Lei nº 6.404/1976, e a sociedade limitada, regida pelo Código Civil.

4. TRIBUTAÇÃO DAS SOCIEDADES

As normas tributárias estão em consonância com a previsão constitucional de promover o esporte sem, contudo, deixar de impor os tributos devidos pelas entidades desportivas.

4.1 IRPJ

O IRPJ segue a regra geral do lucro real, presu-mido ou arbitrado e incide à alíquota de 15% sobre o lucro tributável apurado no final de cada período--base. Caso a base de cálculo exceda a parcela men-

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20-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

sal e proporcional de R$ 20.000,00 ao mês, incidirá a alíquota de 10% sobre o excedente.

O lucro tributável no lucro real corresponde ao lucro líquido contábil, ajustado pelas adições, exclu-sões e compensações determinadas pelo RIR/1999. No lucro presumido, a base de cálculo será obtida mediante a aplicação dos percentuais de presunção de 1,6%, 8%, 16% ou 32% sobre a receita bruta aufe-rida pela pessoa jurídica, conforme a atividade, e a alíquota incidirá sobre essa base de cálculo.

(Instrução Normativa SRF nº 93/1997, arts. 3º, 35 e 40)

4.2 CSL

As entidades de prática desportiva profissional submetem-se à CSL, aplicando-se a alíquota de 9% sobre a base de cálculo tributável.

(Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 18 e 85)

4.3 PIS-Pasep e Cofins

A contribuição para o PIS-Pasep e a Cofins inci-dem sobre o faturamento, nas formas previstas na Lei nº 9.718/1998, art. 3º, na Lei nº 10.637/2002, art. 1º, e na Lei nº 10.833/2003, art. 1º.

4.3.1 Regime cumulativo

No regime cumulativo, as alíquotas aplicáveis são as seguintes:

a) PIS-Pasep: 3%;b) Cofins: 0,65%.

4.3.2 Regime não cumulativo

No regime não cumulativo, as alíquotas aplicáveis são as seguintes:

a) PIS-Pasep: 1,65%;b) Cofins: 7,6%.

5. TRIBUTAÇÃO DOS JOGADORES PROFISSIONAIS

Os atletas profissionais são considerados pela legislação do Imposto de Renda como pessoas físicas e serão tributados na condição de residentes no Brasil (caso exerçam a atividade no País) ou residentes no exterior (se exercerem a profissão fora do País).

No caso de transferência de atleta para o exterior, deve ser analisada a situação em que essa pessoa física se enquadra para se determinar qual é o efetivo impacto tributário que decorrerá sobre os rendimen-

tos provenientes do País ou do exterior, nos moldes da Instrução Normativa SRF nº 208/2002.

5.1 Tributação dos atletas profissionais residentes no Brasil

Observa-se que a pessoa física residente no País será tributada na forma da tabela progressiva vigente por ocasião do efetivo pagamento do rendimento, nos termos dos arts. 620, 624 e 628 do RIR/1999.

5.2 Tributação dos atletas profissionais residentes no exterior

Por outro lado, os rendimentos do trabalho, com ou sem vínculo empregatício, e os da prestação de serviços, bem como os demais proventos pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, por fonte situada no País, a pessoa física residente no exterior, estão sujeitos à incidência do imposto na fonte à alíquota de 25%, salvo acordo ou tratado internacional, em conformidade com o art. 685 do RIR/1999.

Salienta-se que a simples saída do atleta profis-sional do País não define a condição de não residente, tampouco permite que deixe de ser devido o Imposto de Renda sobre os seus rendimentos auferidos tanto no Brasil como no exterior.

Para efeito da legislação do Imposto de Renda, a condição de não residente, entre outros requisitos, é estabelecida no momento em que a pessoa se retira em caráter permanente do País. Nesse sentido, o atleta profissional deverá observar as regras quanto à Comunicação de Saída Definitiva e à entrega da Declaração de Saída Definitiva do País, informando os dados relativos ao período abrangido entre 1º de janeiro e a data da saída definitiva do País.

Assim, apresentadas a Comunicação de Saída Definitiva e a Declaração de Saída Definitiva do País, fica definido que o atleta profissional realmente não reside mais no Brasil, e, para efeitos tributários, seus rendimentos auferidos no exterior somente poderão ser tributados na forma prevista para aquele país em que fixar residência.

5.2.1 Tributação do atleta profissional residente no exterior que não entregou a Comunicação e a Declaração de Saída Definitiva do País

O atleta profissional que se retira em caráter per-manente do Brasil sem a entrega da Comunicação de Saída Definitiva e da Declaração de Saída Definitiva

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20-12 IR/LS Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

do País, ou em caráter temporário, é considerado como residente fiscal no Brasil durante os primeiros 12 meses consecutivos de ausência. Portanto, somente terá a condição de não residente, para efeitos tribu-tários, a partir do 13º mês consecutivo de ausência.

5.2.2 Sujeição à dupla tributação

Nesse sentido, dentro desse período de 12 meses, o atleta profissional estará sujeito ao pagamento do Imposto de Renda no Brasil e no exterior (na forma da legislação aplicável no exterior).

Entretanto, na existência de tratado ou acordo internacional, será possível a compensação do Imposto de Renda pago no exterior com o imposto devido no Brasil.

Assim, em se tratando de rendimentos auferidos por residente no País de fontes do exterior, para efeito do Imposto de Renda, o recolhimento será efetuado na forma do carnê-leão, observando-se o seguinte:

a) o imposto relativo ao carnê-leão deve ser cal-culado mediante a utilização da tabela pro-gressiva mensal vigente no mês do recebi-mento do rendimento e recolhido até o último dia útil do mês subsequente ao do recebimen-to do rendimento;

b) o imposto pago no país de origem dos rendi-mentos pode ser compensado no mês do pa-gamento com o imposto relativo ao carnê-leão e com o apurado na Declaração de Ajuste Anual, até o valor correspondente à diferença entre o imposto calculado com a inclusão dos rendimentos de fontes no exterior e o imposto calculado sem a inclusão desses rendimen-tos, observados os acordos, tratados e con-venções internacionais firmados pelo Brasil ou a existência de reciprocidade de tratamento;

c) se o pagamento do imposto ocorrer em ano-ca-lendário posterior ao do recebimento do ren-dimento, a pessoa física poderá compensá-lo com o imposto relativo ao carnê-leão do mês do seu efetivo pagamento e com o apurado na Declaração de Ajuste Anual do ano-calendário do pagamento do imposto, observado o limite de compensação de que trata a letra “b” relati-vamente à Declaração de Ajuste Anual do ano--calendário do recebimento do rendimento;

d) caso o imposto pago no exterior seja maior que o imposto relativo ao carnê-leão no mês do pa-gamento, a diferença pode ser compensada nos meses subsequentes até dezembro do ano-

-calendário e na Declaração de Ajuste Anual, observado o limite de que trata a letra “b”.

(Instrução Normativa SRF nº 208/2002; Perguntas e Res-postas nº 119 - IRPF/2014)

5.2.3 Cessão de direitos de atleta profissional no exterior

Os demais rendimentos pagos, creditados, empregados, entregues ou remetidos a não residente por fontes situadas no Brasil, bem como os decor-rentes de cessão de direitos de atleta profissional, solicitação, obtenção e manutenção de direitos de propriedades industriais no exterior, e aquisição ou remuneração, a qualquer título, de qualquer forma de direito, sujeitam-se à incidência do imposto na fonte à alíquota de 15%, quando não tiverem tributação espe-cífica prevista em lei, ou, se recebidos por residente em país com tributação favorecida, à alíquota de 25%.

Nota

Considera-se país com tributação favorecida aquele que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20%.

Nesse sentido, decidiu a Solução de Consulta Cosit nº 15/2002 sobre rendimentos decorrentes de gratificações, prêmios e participações pagos a atleta profissional:

SOLUÇÃO DE CONSULTA nº 15 de 26 de Agosto de 2002

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF

EMENTA: PRÊMIOS PAGOS A ATLETA. Os valores das gratificações, prêmios, participações, pagos a atleta pro-fissional em decorrência dos resultados obtidos em com-petições esportivas possuem caráter remuneratório e estão sujeitos à incidência do imposto de renda, na fonte e na declaração. Se os prêmios forem entregues a pessoa física não-residente no Brasil, sujeitam-se à incidência exclusiva na fonte à alíquota de 25%.

Portanto, o tratamento tributário da cessão de direito sobre passe de atleta, no caso de a pessoa física titular de direito sobre passe de atleta cedê-lo a terceiros, a diferença positiva entre o preço de aquisição atualizado até 31.12.1995 e o de cessão deve ser tributada como ganho de capital na alienação de direitos, observando--se que esse direito deve estar informado na Declaração de Bens e Direitos de seu titular. No entanto, na hipótese das quantias remetidas para o exterior, para pagamento do valor do passe, estas serão tributáveis na fonte à alíquota de 25%, nos termos dos arts. 682, inciso I, e 685, caput e inciso II do RIR/1999.

A Solução de Consulta nº 160/2001 da 10ª Região Fiscal decidiu em relação ao pagamento de “passe” de atletas profissionais:

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20-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

SOLUÇÃO DE CONSULTA nº 160 de 28 de Agosto de 2001

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF

EMENTA: RENDIMENTOS DE RESIDENTES OU DOMI-CILIADOS NO EXTERIOR. PASSE DE ATLETA. As impor-tâncias remetidas ao exterior para pagamento de “passe” de jogador profissional de futebol (aquisição de direitos) sujeitam-se à tributação na fonte à alíquota de quinze por cento. Quando a remessa for destinada a beneficiário resi-dente ou domiciliado em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a vinte por cento, a alíquota de imposto será de vinte e cinco por cento.

Ratificando o entendimento, a Decisão nº 18/2000 da 5ª Região Fiscal decidiu:

DECISÃO nº 18 de 18 de Dezembro de 2000

ASSUNTO: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF

EMENTA: ATLETA PROFISSIONAL DE FUTEBOL. TRANS-FERÊNCIA DE CLUBE NO EXTERIOR PARA CLUBE SEDIADO NO BRASIL. REMESSA DE IMPORTÂNCIAS EM CONTRAPARTIDA. As importâncias remetidas para o exterior em contrapartida pela transferência de atleta profissional de futebol de clube sediado no estrangeiro para clube sediado no Brasil sujeitam-se à incidência de Imposto Sobre a Renda Retida na Fonte à alíquota de quinze por cento. Nos casos em que o beneficiário seja residente ou domiciliado em país que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota máxima inferior a vinte por cento, a alíquota aplicável é de vinte e cinco por cento.

(Lei nº 9.615/1998; Lei nº 9.779/1999, arts. 7º e 8º; RIR/1999, art. 685; Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 29; Medida Provisória nº 2.189-49/2001, art. 16; Instrução Norma-tiva SRF nº 208/2002, arts. 26 a 45; Perguntas e Respostas nº 618 - IRPF/2014)

N

a IOB Perguntas e Respostas

COFInS/PIS-PASeP

Comodato - Crédito sobre a depreciação de bens

1) Nos contratos de comodato, quem poderá apro-veitar o crédito da Cofins e do PIS-Pasep sobre a de-preciação dos bens cedidos se as partes estiverem sujeitas ao regime de incidência não cumulativa das contribuições?

Nessa hipótese, o direito ao aproveitamento de crédito caberá à pessoa jurídica comodante ou seja, àquela que cedeu o bem em comodato.

(Lei nº 10.637/2002, art. 3º; Lei nº 10.833/2003, art. 3º)

COnTABIlIDADe

Construções em andamento - Contabilização

2) Como as empresas em geral devem classificar conta representativa de construções em andamento?

Para as empresas que não exploram a atividade imobiliária, as aplicações que representam cons-

truções em andamento devem ser classificadas em conta do Ativo Não Circulante - Imobilizado.

No caso de empreendimento que envolva a construção de bens de naturezas diversas, a empresa deverá fazer a distribuição contábil dos acréscimos de maneira a permitir, no término da construção, a correta identificação de cada bem, segundo sua natureza e as taxas anuais de depreciação a eles aplicáveis.

(Lei nº 6.404/1976, art. 179, IV, com a redação dada pela Lei nº 11.638/2008, art. 1º; Parecer Normativo CST nº 2/1983; Resolução CFC nº 1.177/2009, item 22)

Hardwares e softwares - Contabilização

3) Como contabilizar a aquisição de computado-res e seus periféricos (hardwares) e os softwares de aplicação?

A aquisição de computadores e seus periféricos, conhecidos como hardwares, e de programas de aplicação ou aplicativos, também conhecidos como

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20-14 IR/LS Manual de Procedimentos - Maio/2014 - Fascículo 20 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

softwares, adquiridos externamente ou desenvolvidos na própria empresa, deve ser contabilizada no Ativo Não Circulante, no subgrupo do Imobilizado e do Intangível, respectivamente. Observe-se que tais valo-res poderão, ainda, ser depreciados ou amortizados.

Os softwares de base, isto é, os softwares indispensáveis ao funcionamento da máquina, são contabilizados juntamente com as máquinas a que pertencem (computadores) e são, de igual forma, depreciados.

(Lei nº 6.404/1976, art. 179, IV e VI)

IRPJ/CSl

Distribuição gratuita de prêmios - Autorização Caixa Econômica Federal

4) A quem competem a operacionalização, a emis-são de autorizações e a fiscalização das atividades relativas à distribuição gratuita de prêmios efetuada mediante sorteios, vales-brindes, concursos efetuado por uma pessoa jurídica?

A operacionalização, a emissão das autorizações e a fiscalização das atividades relativas à distribuição gratuita de prêmios efetuada mediante sorteios, vales--brindes, concursos ou apurações assemelhadas é da competência da Caixa Econômica Federal, exceto quando a própria Caixa ou qualquer outra instituição financeira seja parte interessada.

Nesses casos, a competência para análise e autorização dos pedidos é da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (SEAE).

(Lei nº 9.649/1998, art. 18-B, incluído pela Medida Provisó-ria nº 2.216-37/2001, art. 1º)

Preço de transferência - Apuração e ajuste para tributação

5) Qual é o período de cálculo do ajuste para tribu-tação do preço de transferência?

Nos cálculos para fins de apuração dos preços parâmetros e do ajuste para tributação das regras do preço de transferência, deverá sempre ser conside-rado o período anual, ainda que a empresa apure o lucro real trimestral. Encerra-se o período de obrigato-riedade em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Excetuam-se, dessa regra, as hipóteses de início e encerramento de atividades, bem como os casos de suspeita de fraude.

Se houver encerramento de atividade, o período de apuração será entre o início do ano-calendário e a data de encerramento das atividades.

(Instrução Normativa SRF nº 1.312/2012, art. 54)

Preço de transferência - Margem de divergência

6) Em quais hipóteses a pessoa jurídica não fica obrigada a efetuar ajustes para os efeitos das regras dos preços de transferência?

Quando o preço ajustado a ser utilizado como parâmetro divergir em até 5%, para mais ou para menos, com relação aos valores constantes nos docu-mentos de importação ou exportação, não será exigido da empresa nenhum ajuste na apuração do Imposto de Renda e na base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro, ou seja, será considerada satisfatória a comprovação nas operações com pessoas jurídicas vinculadas.

(Instrução Normativa RFB nº 1.312/2012, art. 51)