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Boletim j Manual de Procedimentos Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Veja nos Próximos Fascículos a IRPF e Fonte - Desconto do imposto sobre rendimentos pagos a pessoas físicas no ano-calendário de 2015 a IRPF e Fonte - Comprovante Eletrônico de Rendimentos Pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte e Comprovante Eletrônico de Pagamentos de Serviços Médicos e de Saúde a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 04/2015 Aviso Importante Este fascículo contém folha extra do Calendário Mensal de Obrigações e Tabelas Práticas IOB referente ao mês de Janeiro/2015. / a Tributos e Contribuições Federais CSL Opção pelo pagamento mensal em 2015 01 / a Direito Comercial Fiança 06 / a IOB Setorial Construção Civil Cofins/PIS-Pasep - Conceito de obras de construção civil no regime de apuração cumulativa das contribuições 09 / a IOB Perguntas e Respostas Contabilidade Pagamento de NF-e - Crédito obtido - Contabilização 10 IRPF/IRRF Prêmios obtidos em competições desportivas - Sujeição à incidência 10 Legislação Societária Formação do capital social para fins societários 11

IOB - Imposto de Renda - nº04/2015 -4ª Sem Janeiro

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IOB ICMS-IPI, Imposto de Renda, 04-2015,4a Sem Janeiro

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Page 1: IOB - Imposto de Renda - nº04/2015 -4ª Sem Janeiro

Boletimj

Manual de Procedimentos

Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Veja nos Próximos Fascículos

a IRPF e Fonte - Desconto do imposto sobre rendimentos pagos a pessoas físicas no ano-calendário de 2015

a IRPF e Fonte - Comprovante Eletrônico de Rendimentos Pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte e Comprovante Eletrônico de Pagamentos de Serviços Médicos e de Saúde

a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 04/2015

Aviso ImportanteEste fascículo contém folha extra do Calendário Mensal de Obrigações e Tabelas Práticas IOB referente ao mês de Janeiro/2015.

/a Tributos e Contribuições Federais

CSLOpção pelo pagamento mensal em 2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Direito ComercialFiança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

/a IOB Setorial

Construção CivilCofins/PIS-Pasep - Conceito de obras de construção civil no regime de apuração cumulativa das contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

/a IOB Perguntas e Respostas

ContabilidadePagamento de NF-e - Crédito obtido - Contabilização . . . . . . . . . . . 10

IRPF/IRRFPrêmios obtidos em competições desportivas - Sujeição à incidência 10

Legislação SocietáriaFormação do capital social para fins societários . . . . . . . . . . . . . . . . 11

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© 2015 by IOB | SAGE

Capa:Marketing IOB | SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB | SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : CSL - Opção pelo pagamento mensal em 2015... -- 11. ed. --São Paulo : IOB Folhamatic EBS - SAGE, 2015. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2340-5

1. Falência - Leis e legislação - Brasil 2. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 3. Pessoa jurídica - Brasil 4. SIMPLES - Leis e legislação - Brasil I. Série.

14-13339 CDU-34:336.2:347.72(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Tributação : Empresas : Direito tributário 34:336.2:347.72(81)

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Calendário de Obrigações e Tabelas Práticas - Tributário EXTRA

Anexo à Edição nº 04/2015 FE 1

AGENDA DE OBRIGAÇÕES FEDERAIS PARA JANEIRO/2015 - ALTERAÇÃO

Posteriormente ao envio dos Calendários de Obrigações e Tabelas Práticas - Tributário Federal/Trabalhista e Previdenciário para o mês de Janeiro/2015, foi publicada a Portaria MTE nº 2.018/2014 - DOU 1 de 24.12.2014, a qual alterou a redação de alguns dispositivos da Norma Regulamentadora nº 4 (NR 4 ), aprovada pela Portaria MTb nº 3.214/1978.

Dentre as alterações ora promovidas, destaca-se a que prevê que compete aos profissionais inte-grantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da inspeção do trabalho.

Assim, em relação ao texto anteriormente vigente, a empresa, por meio dos seus profissionais dos SESMT, ficou dispensada da obrigatoriedade de encaminhar ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) os citados mapas de avaliação anual, até o dia 31 de janeiro.

Em razão dessa alteração, solicitamos aos Srs. Clientes que anotem na Agenda de Obrigações dos mencionados Calendários a seguinte modificação, a fim de mantê-los atualizados:

EXCLUIR da Agenda de Janeiro/2015, pág. 8, a seguinte obrigação:

30Sexta-feira

Mapa de Avaliação Anual(SESMT/MTE)

Envio ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Mapa de Avaliação Anual com dados atualizados de acidentes do traba-lho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade.

Mapa

TRIbuTáRIO FEDERAl/TRAbAlhISTA E PREvIDENCIáRIOMantenha esta folha encartada no

Calendário Tributário Federal/Trabalhista e Previdenciário para Janeiro/2015

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

04-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 IR/LS

CSL

Opção pelo pagamento mensal em 2015 SUMÁRIO 1. Empresas obrigadas ao pagamento mensal 2. Contribuição mensal calculada por estimativa 3. Prazo de pagamento da contribuição mensal 4. Empresa que reduzir ou suspender os pagamentos

mensais do IRPJ com base em balanços ou balancetes

5. Ajuste anual

1. EmPRESaS oBRIgadaS ao PagamEnto mEnSaL

As empresas que optarem pelo paga-mento mensal do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) ficarão obri-gadas também ao pagamento mensal da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), com obser-vância das normas tratadas neste texto.

Nota

Conforme estabelecem os arts. 75 e 119, § 1º, I da Lei nº 12.973/2014, a pessoa jurídica pode optar pela aplicação an-tecipada do novo regime tributário, para o ano-calendário de 2014, devendo ser observado que a opção será:

a) irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazi-das pelos mencionados artigos e os efeitos do art. 117, caput, I a VI e VIII e X, da referida lei ocorrerão a contar de 1º.01.2014;

b) manifestada na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Fe-derais (DCTF) referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto/2014 ou no mês de dezembro/2014. Saliente-se que, na DCTF de dezembro de 2014, pode, inclusive, solicitar alteração da opção feita em agosto/2014.

A data da adoção inicial do novo regime tributário, disposto nos arts. 1º, 2º, 4º a 71 e incisos I a VI, VIII e X do caput do art. 117 da Lei nº 12.973/2014, será:

a) 1º.01.2014 para as pessoas jurídicas optantes nos termos do art. 75 da mesma Lei, disciplinado pela Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014 e pela Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014; e

b) 1º.01.2015 para as não optantes.

Assim, para as operações ocorridas anteriormente à data da adoção inicial, permanece a neutralidade tributária estabelecida nos arts. 15 e 16 da

Lei nº 11.941/2009, e a pessoa jurídica deverá proceder, nos períodos de apuração a partir dessa data, aos respectivos ajustes na base de cálculo da CSL, observando-se que, na contabilidade societária (representada pela Escrituração Contábil Digital - ECD), os ativos e passivos estarão mensura-dos de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/1976, e no FCONT (que é gerado a partir da contabilidade societária, expurgando e inserindo os lançamentos informados no Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para o Controle Fiscal Contábil de Transição de que trata a Instrução Normativa RFB nº 967/2009), os ativos e passivos estarão mensurados de acordo com os métodos e critérios vigentes em 31.12.2007.

Dessa forma, os ajustes de adição e exclusão na determinação da base de cálculo da CSL serão controlados pelas subcontas na forma dos arts. 163 a 169 da Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, com o objetivo de manter a neutralidade tributária.

(Lei nº 9.430/1996, art. 28; Lei nº 12.715/2012, art. 49; Instrução Normativa RFB nº 1.110/2010, com a redação dada pela Instrução Normativa nº 1.499/2014; Instrução Normativa RFB nº 1.469/2014, art. 2º, § 1º; Instrução Normativa RFB nº 1.484/2014, art. 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014,

arts. 1º, § 1º, e 179)

2. ContRIBuIção mEnSaL CaLCuLada PoR EStImatIva2.1 Base de cálculo

A base de cálculo da CSL devida em cada mês corres-

ponderá à soma dos seguintes valores:

a) 12% da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano-ca-lendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as ativida-des mencionadas no subtópico 2.1.2;

NotaA receita bruta compreende o produto da venda de bens nas operações

de conta própria, o preço da prestação de serviços em geral, o resultado auferi-do nas operações de conta alheia e as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas anteriormente, observando-se que:

a) não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacada-mente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário;

b) incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações decorrentes da atividade, observada a letra “a”.

a Tributos e Contribuições Federais

A contribuição social devida em cada

mês deverá ser paga no mesmo prazo de pagamento

do Imposto de Renda, ou seja, até o último dia útil do mês

subsequente ao de sua apuração

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04-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

b) ganhos de capital (lucros) obtidos na aliena-ção de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente) e demais ganhos, receitas e resultados auferidos no mês, não compreen-didos na receita bruta de vendas e serviços, inclusive:

b.1) rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa;

b.2) rendimentos auferidos em operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;

b.3) ganhos líquidos de operações financei-ras de renda variável;

b.4) ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanen-tes em sociedades coligadas ou contro-ladas e de participações societárias que permaneceram no Ativo da pessoa jurídi-ca até o término do ano-calendário sub-sequente ao de suas aquisições;

b.5) ganhos auferidos em operações de co-bertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

b.6) receita de aluguel de bens se a locação dos bens não estiver compreendida no objeto da empresa, deduzida dos encar-gos necessários à sua percepção;

Nota

Se a locação dos bens estiver compreendida no objeto da empresa, os aluguéis serão computados na receita bruta sobre a qual se aplica o percen-tual de 32%, de acordo com o subtópico 2.1.2.

b.7) juros equivalentes à Selic, relativos a im-postos e contribuições a serem restituí-dos ou compensados;

c) variações monetárias ativas, observando-se que, desde 1º.01.2000, as receitas de varia-ções cambiais, decorrentes da atualização monetária de direitos de crédito e obriga-ções expressos em moeda estrangeira, serão consideradas, à opção da pessoa jurídica:

c.1) no momento da liquidação da operação correspondente (regime de caixa); ou

c.2) pelo regime de competência, aplicando--se a opção escolhida para todo o ano--calendário;

Nota

Desde o ano-calendário de 2011:

a) o direito de efetuar a opção pelo regime de competência referido em “c.2” supra somente pode ser exercido no mês de janeiro;

b) o direito de alterar o regime adotado, no decorrer do ano-calendário, é restrito aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de câmbio, considerando-se, para esse efeito, aquela superior a per-centual a ser determinado pelo Poder Executivo;

c) a opção ou sua alteração deverá ser comunicada à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB):

c.1) no mês de janeiro de cada ano-calendário, no caso da letra “a” desta Nota;

c.2) no mês posterior ao de sua ocorrência, no caso da letra “b” desta Nota.

d) ganhos de capital auferidos na devolução de capital ao titular ou aos sócios ou acionistas, em bens e direitos avaliados a preços de mer-cado; nesse caso, o ganho de capital corres-ponderá à diferença entre o valor de mercado e o valor contábil dos bens ou direitos entregues;

e) a diferença entre o valor em dinheiro ou o va-lor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor dos bens e direitos que tenham sido en-tregues para a formação do referido patrimônio.

(Lei nº 9.249/1995, art. 20; Lei nº 9.430/1996, arts. 29 e 30; Lei nº 9.532/1997, art. 17, § 4º, “a”; Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 30; Lei nº 12.249/2010, art. 137; Lei nº 12.973/2014, arts. 6º e 50; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 3º, caput e §§ 2º e 3º)

2.1.1 atividades imobiliárias - Percentual aplicável sobre a receita financeira desde 1º.01.2006

Desde 1º.01.2006, a receita financeira das empre-sas imobiliárias, quando decorrente da comercializa-ção de imóveis e apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato, passou a integrar a receita bruta sobre a qual se aplica o percentual (12%) de determinação de base de cálculo da CSL devida mensalmente, por estimativa.

Essa disposição aplica-se à pessoa jurídica que explora atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda.

Portanto, a referida receita financeira não deve ser considerada como as chamadas “demais receitas” e, sim, como integrante da receita bruta.

Nota

Conforme estabelecem os arts. 75 e 119, § 1º, I da Lei nº 12.973/2014, a pessoa jurídica pode optar pela aplicação antecipada das disposições contidas nos seus arts. 1º e 2º e 4º a 70, para o ano-calendário de 2014, observando-se que a opção será irretratável e acarretará a observância de todas as alterações trazidas pelos mencionados artigos e os efeitos do art. 117, caput, I a VI e VIII e X, da referida lei ocorrem a contar de 1º.01.2014.

Observado o disposto no parágrafo anterior, a base de cálculo da CSL, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal, corres-ponderá a 12% sobre a receita bruta, auferida no período, deduzida das de-voluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos,

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04-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades de prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço público, a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº 9.249/1995, cujo percen-tual corresponderá a 32%.

(Lei nº 9.249/1995, arts. 15, § 1º, III, “e”, 20, § 2º; Lei nº 11.196/2005, art. 34; Lei nº 12.973/2014, art. 9º)

2.1.2 Prestadoras de serviços - Base de cálculo

Desde 1º.09.2003, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida no mês para fins de apuração da base de cálculo da CSL das empresas optantes por estimativa mensal e das pessoas jurídi-cas desobrigadas de escrituração contábil é de 32% para aquelas que exerçam as seguintes atividades:

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de transportes, inclusi-ve de carga;

b) intermediação de negócios;

c) administração, locação ou cessão de bens imó-veis, móveis e direitos de qualquer natureza;

d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, ges-tão de crédito, seleção de riscos, administra-ção de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de servi-ços (factoring);

e) prestação de serviços de construção, recupe-ração, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de con-cessão de serviço público.

(Lei nº 9.249/1995, art. 15, § 1º, III; Lei nº 10.684/2003, art. 22; Lei nº 12.973/2014, art. 9º)

2.2 alíquota

No cálculo da CSL devida mensalmente pelas pessoas jurídicas em geral, aplica-se a alíquota de 9% sobre a base de cálculo determinada de acordo com os procedimentos informados nos subitens anteriores.

Nota

A alíquota da CSL:

a) foi de 8% para fatos geradores ocorridos até 30.04.1999 (ressalvada a alíquota especial de 18% aplicável, até 31.12.1998, a instituições financeiras e entidades a elas equiparadas) e de 12% (para as pes-soas jurídicas em geral), relativamente a fatos geradores ocorridos no período de 1º.05.1999 a 31.01.2000;

b) passou a ser de 9% (para todas as pessoas jurídicas), relativamente a fatos geradores ocorridos a partir de 1º.02.2000.

(Lei nº 9.249/1995, art. 19; Medida Provisória nº 2.158-35/ 2001, arts. 6º e 7º; Lei nº 7.689/1988, art. 3º, II; Lei nº 11.727/2008, art. 17)

2.2.1 Instituições financeiras e equiparadas - alíquota aplicável desde 1º.05.2008

Desde 1º.05.2008, a alíquota da CSL devida pelas pessoas jurídicas de seguros privados, as de capitalização e as referidas na Lei Complementar nº 105/2001, art. 1º, § 1º, I a XII (bancos de qualquer espécie, distribuidoras de valores mobiliários, corre-toras de câmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento e investimentos, socieda-des de crédito imobiliário, administradoras de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, administradoras de mercado de balcão organizado, cooperativas de crédito, associações de poupança e empréstimo, bolsas de valores e de mercadorias e futuros, e entidades de liquidação e compensação), passou a ser de 15%.

Nota

A Solução de Divergência Cosit nº 4/2012 esclareceu que as corretoras de seguros estão sujeitas ao cálculo da CSL com base na alíquota de 9%.

(Lei nº 7.689/1988, art. 3º, I; Lei nº 11.727/2008, arts. 17 e 41, II; Instrução Normativa RFB nº 810/2008)

2.3 Bônus de adimplência fiscal

O bônus de adimplência fiscal, instituído pela Lei nº 10.637/2002, será utilizado no ajuste anual, no caso de pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado anual, e:

a) corresponde a 1% da base de cálculo da CSL determinada segundo as normas estabeleci-das para as pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração com base no lucro presu-mido;

b) será calculado em relação à base de cálculo referida na letra “a”, relativamente ao ano-ca-lendário em que for permitido seu aproveita-mento;

c) será deduzido em relação à CSL devida no ano-calendário;

d) será registrado na contabilidade da pessoa ju-rídica beneficiária:

d.1) na aquisição do direito, a débito de conta de Ativo Circulante e a crédito de Lucro ou Prejuízos Acumulados;

d.2) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSL e a crédito da con-ta de Ativo Circulante referida em letra “d.1”.

A parcela do bônus que não puder ser apro-veitada em determinado período poderá sê-lo em

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04-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

períodos posteriores, vedado o ressarcimento ou a compensação distintos dos referidos neste item.

Lembra-se que a utilização indevida do bônus implica a imposição da multa de 50% exigida isola-damente, calculada sobre o valor da CSLL que deixar de ser recolhida em razão da dedução indevida do bônus.

Nota

De acordo com a Solução de Consulta Cosit nº 42/2014, a partir do momento em que as contribuições previdenciárias passaram a ser adminis-tradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a verificação de sua adimplência nos últimos 5 anos-calendário passou a constituir requisito para a obtenção do direito ao bônus de adimplência fiscal de que trata o art. 38 da Lei nº 10.637/2002.

(Lei nº 9.430/1996, art. 44, II; Lei nº 11.488/2007; Lei nº 10.637/2002, art. 38; Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 114 a 119)

2.3.1 Pessoas jurídicas que não farão jus ao bônus

Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos 5 anos-calendário, tiver se enquadrado em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da RFB:

a) lançamento de ofício;b) débitos com exigibilidade suspensa;c) inscrição em dívida ativa;d) recolhimentos ou pagamentos em atraso;e) falta ou atraso no cumprimento de obrigação

acessória.

Notas

(1) Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou ju-dicial, que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições referidas nas letras “a” e “b” serão desconsideradas desde a origem.

(2) Ocorrendo a desoneração integral, a pessoa jurídica poderá calcu-lar, a partir do ano-calendário em que obteve a decisão definitiva, o bônus em relação aos anos-calendário em que estava impedida de deduzi-lo.

(3) O período de 5 anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em relação ao qual se dará o aproveitamento do bônus.

2.4 Exemplo

Admita-se que uma empresa optante pelo paga-mento mensal do Imposto de Renda por estimativa em 20X1 no mês de janeiro deste ano:

a) auferiu receitas de vendas de mercadorias no valor total de R$ 2.300.000,00, sem inclusão do IPI, líquidas de vendas canceladas ou de-voluções de clientes e de descontos incondi-cionais;

b) auferiu rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa de R$ 25.000,00;

c) obteve ganhos líquidos em operações finan-ceiras de renda variável de R$ 18.000,00;

d) alienou bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente), apurando ganho de capital (lucro) de R$ 50.000,00;

e) não teve outros ganhos, receitas ou resultados que devam ser computados na base de cál-culo da CSL (veja a letra “b” do subitem 2.1).

Nessa hipótese, teremos:

a) base de cálculo da contribuição mensal:

12% de R$ 2.300.000,00 R$ 276.000,00Rendimentos de aplicações financeiras de ren-da fixa R$ 25.000,00Ganhos líquidos de operações financeiras de renda variável R$ 18.000,00Ganhos de capital na alienação de bens do Ativo Não Circulante R$ 50.000,00Soma R$ 369.000,00

b) contribuição devida:

9% s/ R$ 369.000,00 = R$ 33.210,00

2.5 deduções do valor da contribuição devida

Do valor da CSL devida em cada mês, poderão ser deduzidos:

a) o valor da CSL retida na fonte sobre pagamen-tos efetuados por órgão da administração pú-blica federal, pelo fornecimento de bens e ser-viços;

b) o valor da CSL retida sobre receitas auferidas no período, originadas de pagamentos efetua-dos por outra pessoa jurídica de direito priva-do, na hipótese de pagamento pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manu-tenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra, pela pres-tação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de ser-viços profissionais.

(Lei nº 9.430/1996, art. 64, § 4º; Lei nº 10.833/2003, art. 36; Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 9º)

3. PRazo dE PagamEnto da ContRIBuIção mEnSaL

A contribuição social devida em cada mês deverá ser paga no mesmo prazo de pagamento do Imposto

Page 9: IOB - Imposto de Renda - nº04/2015 -4ª Sem Janeiro

04-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

de Renda, ou seja, até o último dia útil do mês subse-quente ao de sua apuração.

(Lei nº 9.430/1996, arts. 6º e 28; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 142)

3.1 Preenchimento do darf

No preenchimento do Darf para o pagamento da contribuição devida mensalmente, devem ser indica-dos, no campo 04, os seguintes códigos:

a) entidades financeiras: 2469;

b) demais empresas: 2484.

3.2 Contribuição apurada em valor inferior a R$ 10,00

O Darf não pode ser utilizado para pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00.

Se a contribuição mensal apurada for de valor inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionada à contri-buição devida em mês(es) subsequente(s) até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser paga no prazo para o pagamento da contribuição devida no mês em que esse limite for atingido, junto com essa, sem nenhum acréscimo moratório.

Nota

De acordo com o art. 29 da Lei nº 11.941/2009, que incluiu o art. 68-A ao texto da Lei nº 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclu-sive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

(Lei nº 9.430/1996, art. 68)

4. EmPRESa quE REduzIR ou SuSPEndER oS PagamEntoS mEnSaIS do IRPJ Com BaSE Em BaLançoS ou BaLanCEtES

A forma de cálculo e pagamento da CSL está atrelada à forma de cálculo e pagamento adotada para o Imposto de Renda, ou seja:

a) no mês em que o Imposto de Renda for pago pelo valor determinado por estimativa, a CSL deverá ser paga com base no cálculo estima-do, focalizado no tópico 2;

b) no mês em que o pagamento do Imposto de Renda for suspenso ou reduzido com base em balanço ou balancete, o valor da CSL a pagar deverá ser calculado com base no balanço ou balancete levantado, observado o seguinte:

b.1) será calculada a contribuição devida no ano-calendário em curso, até o mês, com base no resultado apurado no balanço ou balancete levantado, ajustado pelas adições, exclusões e compensação pre-vistas na legislação pertinente, aplican-do-se sobre a base de cálculo apurada a alíquota informada no subtópico 2.2;

b.2) do valor da contribuição devida no pe-ríodo em curso, até o mês do balanço ou balancete, será deduzida a soma da CSL paga, correspondente aos meses anteriores do mesmo ano-calendário, que compreende:

b.2.1) a soma da CSL efetivamente paga mensalmente, por estima-tiva ou com base em balanço ou balancete de suspensão ou redu-ção; e

b.2.2) o valor da CSL que deixou de ser paga em virtude de compensa-ção com os valores referidos nas letras “a” e “b” do subtópico 2.5;

c) o resultado da operação descrita na letra “b”, quando positivo, constituirá o valor da contri-buição a pagar relativa ao mês do levantamen-to do balanço ou balancete;

d) se o resultado da operação da letra “b” for nulo ou negativo, a empresa ficará desobri-gada de efetuar o pagamento da contribuição relativa ao mês do levantamento do balanço ou balancete;

e) caso o pagamento do Imposto de Renda de-vido no mês de janeiro/20X1 seja reduzido ou suspenso com base em balanço ou balance-te levantado em 31.01.20X1, o pagamento da CSL devida nesse mês poderá ser:

e.1) suspenso, se a base de cálculo da CSL apurada nesse mês for negativa; ou

e.2) reduzido, se a base de cálculo positiva apurada for menor que a base de cálculo determinada por estimativa.

Entretanto, importa ressaltar que, no mês em que a empresa suspender ou reduzir o pagamento men-sal do Imposto de Renda, com base em balanço ou balancete, deverá calcular o valor da CSL a pagar de acordo com os procedimentos tratados neste tópico, ainda que o valor determinado por essa forma seja maior que o determinado por estimativa.

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04-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Nota

A demonstração do resultado ajustado da CSL relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes de suspensão ou redução poderá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) ou em livro espe-cífico para apuração da CSL, observando-se, nessa hipótese, o seguinte:

a) a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução da CSL, o contribuinte deverá determinar um novo resul-tado ajustado para o período em curso, desconsiderando aqueles apurados em meses anteriores do mesmo ano-calendário;

b) as adições, exclusões e compensações, computadas na apuração do resultado ajustado, correspondentes aos balanços ou balance-tes, deverão constar, discriminadamente, na Parte A do Lalur, para fins de elaboração da demonstração do resultado ajustado do pe-ríodo em curso, não cabendo nenhum registro na Parte B do referido livro.

Observa-se também que a transcrição do Lalur, ou livro específico para a apuração da CSL, será dispensada no caso de o contribuinte ter apresenta-do a Escrituração Contábil Digital (ECD), nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013.

(Instrução Normativa SRF nº 390/2004, art. 28; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 12, § 5º)

5. aJuStE anuaL

Similarmente ao procedimento aplicável ao Imposto de Renda, as pessoas jurídicas submetidas

ao regime de pagamentos mensais devem apurar o valor da CSL efetivamente devida sobre o resultado anual, com base no balanço de 31 de dezembro, ajustado pelas adições, exclusões e compensação previstas na legislação pertinente.

Do valor da CSL efetivamente devida sobre o lucro anual, apurado em 31 de dezembro, são deduzidos os valores da CSL paga mensalmente, por estimativa ou com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução, bem como outros valores cuja compen-sação é admitida (saldos dos valores referidos no subtópico 2.5 que não tenham sido compensados nos pagamentos da CSL mensal); o saldo apurado deve ser pago (se positivo) ou pode ser restituído (se nega-tivo) nos mesmos prazos e condições estabelecidos para o Imposto de Renda.

(Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 15, § 1º, I, 17 e 30)

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a Direito Comercial

Fiança SUMÁRIO 1. Introdução 2. Diferença entre aval e fiança 3. As normas sobre fiança no Código Civil

1. IntRodução

Fiança, por definição, é um ato de confiança do fiador no afiançado, manifestado de forma expressa.

A principal característica da fiança, sob esse ângulo, é a de prestar garantia ao cumprimento de uma obrigação, salvaguardando os interesses do credor.

2. dIFEREnça EntRE avaL E FIança

Em síntese, pode-se afirmar que há duas diferen-ças básicas entre o aval e a fiança:

a) o aval é garantia autônoma, prestada pelo avalista no próprio título, enquanto que a fian-ça representa obrigação acessória;

b) o benefício de ordem (veja subitem 3.3, adian-te) pode aproveitar ao fiador, mas é inaplicável para o avalista.

Na prática, contudo, costuma-se dizer que a fiança é um instituto mais gravoso para quem o con-cede do que o aval.

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04-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

A propósito, cabe registrar que a Lei nº 8.009/1990, que dispôs sobre a impenhorabilidade do bem de família, prevê, em seu art. 3º, VII (incluído pela Lei 8.245/1991, art. 82), que a impenhorabilidade não é oponível em processo de execução por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de loca-ção.

Nota

Um esclarecimento sobre o benefício supracitado: a Lei nº 8.009/1990, art. 1º, dispõe que o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade fa-miliar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, co-mercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas no referido diploma legal.

3. aS noRmaS SoBRE FIança no CÓdIgo CIvIL

A Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), em seus arts. 818 a 839, disciplina a fiança nos termos focalizados nos subitens seguintes.

3.1 aspectos gerais

De acordo com o Código Civil (CC/2002), arts. 818 a 826:

a) pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra;

b) a fiança é dada por escrito (em instrumento autônomo ou como cláusula do próprio contra-to a que se refira) e não admite interpretação extensiva;

Nota

A propósito, registre-se o enunciado da Súmula 214 do Superior Tribu-nal de Justiça (STJ), segundo o qual “o fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu”.

c) pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade;

d) de outro lado, o credor não é obrigado a acei-tar fiador se não for pessoa idônea, domicilia-da no município onde tenha de prestar a fian-ça e não possua bens suficientes para cumprir a obrigação;

e) as dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, somente pode ser demandado depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor;

f) se não for limitada, a fiança compreenderá to-dos os acessórios da dívida principal, inclusi-ve as despesas judiciais, desde a citação do fiador;

g) a fiança pode ser de valor inferior ao da obri-gação principal e contraída em condições me-nos onerosas e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, somente valerá até o limite da obrigação afiançada;

h) as obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor;

Nota

A exceção mencionada na letra “h” supra não abrange o caso de mú-tuo feito a menor. A propósito, o CC/2002, art. 588, dispõe que “o mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores”.

i) se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, o credor poderá exigir que seja substituído.

3.2 autorização do cônjuge

O CC/2002 dispõe que:

a) nenhum dos cônjuges pode prestar fiança sem autorização do outro, exceto no regime de separação absoluta (art. 1.647);

b) qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente de-mandar a invalidação da fiança, concedida pelo outro cônjuge com infração do requisito supracitado (art. 1.642, IV).

Notas

(1) Com referência à letra “a”, segundo o CC/2002, art. 1.648, cabe ao juiz suprir a outorga quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.

(2) Nos termos do art. 1.649 do mesmo diploma legal, a falta de au-torização, não suprida pelo juiz, quando necessária, tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação até 2 anos depois de terminada a sociedade conjugal. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.

3.3 Benefício de ordem

De acordo com o CC/2002, art. 827, o fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam execu-tados primeiramente os bens do devedor. Este é o chamado “benefício de ordem”.

O parágrafo único do dispositivo citado impõe como regra que o fiador que alegar o benefício de ordem deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, que bastem para quitar o débito.

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04-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

Por seu turno, o CC/2002, art. 829, dispõe que não aproveita o benefício de ordem ao fiador:

a) se este houver renunciado expressamente ao benefício (a renúncia não pode ser tácita);

b) se se obrigou como principal pagador ou de-vedor solidário;

c) se o devedor for insolvente ou falido.

É fato que, na prática, o benefício de ordem é geralmente inócuo, já que, em inúmeros casos, o cre-dor exige a renúncia a tal benefício, pelo fiador, para aceitar a fiança.

Nota

Ainda com referência ao benefício de ordem, acrescente-se que o CC/2002, art. 839, afirma que, uma vez invocado o benefício da excussão (execução judicial dos bens do devedor), se se retardar a execução e o de-vedor cair em insolvência, o fiador que invocou o benefício ficará exonerado da obrigação se provar que os bens por ele indicados eram, no tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada.

3.4 Fiança conjuntamente prestada

Segundo o CC/2002, arts. 829 a 831:

a) a fiança conjuntamente prestada a um só dé-bito por mais de uma pessoa importa no com-promisso de solidariedade entre elas se decla-radamente não se reservarem o benefício de divisão;

b) estipulado esse benefício, cada fiador respon-de unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no pagamento;

c) cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma sob sua responsabilida-de, caso em que não será obrigado por valor maior;

d) o fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor, mas só po-derá demandar a cada um dos outros fiadores pela respectiva quota. Deve ser observado, neste caso, que a parte do fiador insolvente será distribuída pelos outros.

3.5 outros efeitos da fiança

O CC/2002, em seus arts. 832 a 836, dispõe que:

a) o devedor responde também perante o fiador por todas as perdas e danos que este pagar e pelos que sofrer em razão da fiança - ou seja, o direito de regresso do fiador contra o devedor

não abrange apenas o valor da dívida, mas, também, outros desembolsos dela decorren-tes;

b) o fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa estipulada na obrigação principal (ou aos juros legais da mora, se não houver taxa convencionada);

c) quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada contra o devedor, o fiador poderá promover-lhe o andamento;

d) o fiador pode exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efei-tos da fiança durante 60 dias após a notifica-ção do credor;

e) a obrigação do fiador passa aos herdeiros, mas a responsabilidade da fiança limita-se ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.

3.6 Extinção da fiança

Diz o CC/2002, art. 837, que o fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais (por exemplo: novação feita sem consentimento do fiador) e as extintivas da obrigação (por exemplo: a pres-crição) que competem ao devedor principal se não provierem simplesmente de incapacidade pessoal, exceto no caso de mútuo feito a pessoa menor.

Nos termos do art. 838 do mesmo diploma, o fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado nas seguintes hipóteses, todas representativas de atos unilaterais do credor:

a) se, sem consentimento seu, o credor conce-der moratória ao devedor;

b) se, por fato do credor, for impossível a sub--rogação nos seus direitos e preferências;

c) se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que de-pois venha a perdê-lo por evicção.

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04-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

a IOB Setorial

COnSTRuçãO CIvIL

Cofins/PIS-Pasep - Conceito de obras de construção civil no regime de apuração cumulativa das contribuições

1. IntRodução

Em regra geral, a pessoa jurídica tributada pelo lucro real se sujeita ao regime de incidência não cumulativa para efeitos de apuração da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, às alíquotas de 1,65% e de 7,6%, respectivamente.

Entretanto, a legislação que rege a matéria exce-tua, para fins de tributação, entre outras, as receitas decorrentes da contratação de obras de construção civil, determinando que essas receitas sejam tribu-tadas às alíquotas previstas no regime cumulativo. Nesse sentido, abordaremos os conceitos aplicáveis para aplicação dos efeitos tributários decorrentes do enquadramento de tais receitas.

2. RECEItaS dECoRREntES dE ExECução PoR admInIStRação, EmPREItada ou SuBEmPREItada, dE oBRaS dE ConStRução CIvIL

Estão sujeitos ao regime cumulativo para fins de incidência da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, às alíquotas de 0,65% e de 3%, respec-tivamente, as receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, até 31.12.2015.

(Lei nº 10.833/2003, arts. 10, XX, e 15, V; Lei nº 12.375/2010, art. 8º)

3. ConStRução PoR admInIStRação

Na construção contratada pelo regime de admi-nistração, também chamado “a preço de custo”, será de responsabilidade dos proprietários ou adquirentes o pagamento do custo integral de obra, observadas as seguintes disposições:

a) todas as faturas, duplicatas, recibos e quais-quer documentos referentes às transações ou aquisições para construção, serão emitidos

em nome do condomínio dos contratantes da construção;

b) todas as contribuições dos condôminos para qualquer fim relacionado com a construção se-rão depositadas em contas abertas em nome do condomínio dos contratantes em estabele-cimentos bancários, as quais serão movimen-tadas pela forma que for fixada no contrato.

No regime de construção por administração, será obrigatório constar do respectivo contrato o montante do orçamento do custo da obra, elaborado com estrita observância dos critérios e normas critérios e normas para execução de orçamentos de custo de constru-ção e a data em que se iniciará efetivamente a obra.

(Lei nº 4.591/1999, arts. 58 e 59)

4. ConStRução PoR EmPREItada

A construção sob o regime de empreitada pode ser:

a) a preço fixo, o preço da construção será irre-ajustável, independentemente das variações que sofrer o custo efetivo das obras e qual-quer que sejam suas causas;

b) a preço reajustável, o preço fixado no contrato será reajustado na forma e nas épocas nele expressamente previstas, em função da varia-ção dos índices adotados, também previstos obrigatoriamente no contrato.

No contrato de construção por empreitada deverá ser mencionado o montante do orçamento atualizado da obra, calculado de acordo com os critérios e nor-mas para a avaliação de custo global de obra, com base nos custos unitários divulgados mensalmente pelos sindicatos estaduais da indústria da construção civil, quando o preço estipulado for inferior ao mesmo.

Na forma de expressa referência, os contratos de empreitada entendem-se como sendo a preço fixo.

Nota

Considera-se construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execu-ção, sendo tais materiais incorporados à obra (Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 2º, § 7º, II).

(Lei nº 4.591/1999, arts. 54 e 55)

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04-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 - Boletim IOB

Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

a IOB Perguntas e Respostas

5. oBRaS dE ConStRução CIvIL

Enquadram-se, no conceito de obras de constru-ção civil, as obras e os serviços auxiliares e comple-mentares da construção civil, tais como:

a) construção, demolição, reforma e ampliação de edificações;

b) sondagens, fundações e escavações;

c) construção de estradas e logradouros públi-cos;

d) construção de pontes, viadutos e monumen-tos;

e) terraplenagem e pavimentação;

f) pintura, carpintaria, instalações elétricas e hi-dráulicas, aplicação de tacos e azulejos, colo-cação de vidros e esquadrias; e

g) quaisquer outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo.

Nota

Ficam modificadas as conclusões em contrário constantes em Solu-ções de Consulta ou em Soluções de Divergência emitidas antes da publica-ção deste ato independentemente de comunicação aos consulentes

(Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 10/2014; Ato Decla-ratório Normativo Cosit nº 30/1999)

N

COnTABILIDADE

Pagamento de NF-e - Crédito obtido - Contabilização

1) Como devem ser contabilizados o crédito obtido sobre a Nota Fiscal Eletrônica de Serviço do Município de São Paulo e a parcela desse crédito compensável com o IPTU?

O crédito obtido pelo tomador do serviço, calcu-lado com base no ISS pago pelo prestador, é receita tributável. Para quitar o IPTU, é permitido utilizar um percentual do crédito de ISS. Os lançamentos contá-beis são os seguintes:

1. Pela constituição do crédito:

D - ISS a Recuperar (Ativo Circulante)

C - Outras Receitas - Crédito de ISS (Conta de Resultado)

2. Pela compensação de parte do crédito de ISS com o IPTU a Recolher:

D - IPTU a Recolher (Passivo Circulante)

C - ISS a Recuperar (Ativo Circulante)

IRPF/IRRF

Prêmios obtidos em competições desportivas - Sujeição à incidência

2) Os valores recebidos a título de prêmios obtidos em competições desportivas estão sujeitos à incidên-cia do Imposto de Renda?

Sim. Haja vista terem sido outorgados pela avaliação do desempenho dos participantes, os valores correspondentes a esses prêmios assumem o aspecto de remuneração do trabalho, assalariado ou não assalariado, conforme haja ou não vínculo empre-gatício entre a pessoa física e a fonte pagadora.

Tais prêmios estão sujeitos ao recolhimento men-sal obrigatório (carnê-leão), ao ajuste na Declaração de Ajuste Anual do beneficiário, se recebidos de pessoa física sem vínculo empregatício, e à inci-

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04-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2015 - Fascículo 04 IR/LS

Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

dência do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e à Declaração de Ajuste Anual, se distribuído por pessoa física com vínculo empregatício ou por pessoa jurídica.

Se os prêmios forem entregues à pessoa física não residente no Brasil, estes se sujeitam à incidência do IRRF à alíquota de 25%.

(RIR/1999, art. 685, II, “a”; Parecer Normativo CST nº 173/1974; Parecer Normativo CST nº 62/1976; Perguntas e Res-postas IRPF/2014, questão nº 180)

LEgISLAçãO SOCIETáRIA

Formação do capital social para fins societários

3) Como é feita a formação do capital social?

Os sócios, no ato da subscrição, poderão com-prometer-se a contribuir para a formação do capital social mediante pagamento em dinheiro, conferência de bens ou créditos à sociedade, sendo-lhes, entre-tanto, vedada a contribuição que consista em presta-ção de serviços.

Em relação à contribuição em dinheiro, ressalte--se que, ao contrário das sociedades anônimas (Lei nº 6.404/1976, art. 80, I), não há para as sociedades limitadas qualquer previsão legal que exija a integra-

lização de um percentual mínimo do capital subscrito no ato da constituição da sociedade e que, tampouco, fixe um prazo máximo para sua integralização.

Com relação à contribuição dos sócios realizada mediante a conferência de bens, não existe nas sociedades limitadas a obrigatoriedade de prévia avaliação por peritos ou empresa especializada dos bens conferidos pelos sócios, tal como ocorre nas sociedades anônimas (Lei nº 6.404/1976, art. 8º). Entretanto, a exata estimação dos bens conferidos implica a responsabilidade solidária de todos os sócios até o prazo de 5 anos a contar da data do registro da sociedade (Código Civil, art. 1.055, § 1º).

Observe-se que contribuir para a formação do capital social, na forma e no prazo estabelecidos no contrato, é uma das principais obrigações dos sócios. O não cumprimento dela torna o sócio remisso, podendo este, conforme deliberação dos demais sócios, ser cobrado judicialmente pelo montante devido ou ter a sua participação reduzida ao montante eventualmente integralizado, ou ainda ser expulso da sociedade (Código Civil, art. 1.004, parágrafo único, e art. 1.058).

(Lei nº 6.404/1976, arts. 8º e 80, I; Código Civil, arts. 1.004, 1.055, § 1º, e 1.058)