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Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a Considerações sobre as contribuições sindical, assistencial, confederativa e associativa a Contribuição sindical dos empregados a Seguro-desemprego Legislação Trabalhista e Previdenciária Fascículo N o 07/2014 / a Previdência Social Folha de pagamento - Preenchimento - Incidências 01 / a IOB Setorial Comércio Exercício da profissão de sommelier 13 / a IOB Comenta A inaptidão constatada em exame médico demissional 14 / a IOB Perguntas e Respostas Folha de pagamento Elaboração 18 Férias - Lançamento 18 Informações obrigatórias 18 Saldo devedor do empregado 18

IOB - Legislação Trabalhista - nº 07/2014 - 2ª Sem Fevereiro · Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT07-03 ... escala transitória de salários-base

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a Considerações sobre as contribuições sindical, assistencial, confederativa e associativa

a Contribuição sindical dos empregados

a Seguro-desemprego

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Fascículo No 07/2014

/a Previdência SocialFolha de pagamento - Preenchimento - Incidências . . . . . . . . . . . . . 01

/a IOB Setorial

ComércioExercício da profissão de sommelier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

/a IOB ComentaA inaptidão constatada em exame médico demissional . . . . . . . . . . . 14

/a IOB Perguntas e Respostas

Folha de pagamentoElaboração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Férias - Lançamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Informações obrigatórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18Saldo devedor do empregado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

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Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Legislação trabalhista e previdenciária : folha de pagamento : preenchimento : incidência.... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2074-9

1. Previdência social - Leis e legislação - Brasil 2. Trabalho - Leis e legislação - Brasil I. Série.

CDU-34:368.4(81)(094)14-00506 -34:331(81)(094)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Leis : Previdência social : Direito previdenciário 34:368.4(81)(094) 2. Leis trabalhistas : Brasil 34:331(81)(094)

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Manual de ProcedimentosLegislação Trabalhista e Previdenciária

Boletimj

07-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Folha de pagamento - Preenchimento - Incidências SUMÁRIO 1. Introdução 2. Salário-de-contribuição - Teto 3. Tabelas 4. Empresa contratante de serviços executados

mediante cessão de mão de obra ou empreitada - Retenção e recolhimento de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura

5. Folha de pagamento - GPS - Preenchimento parcial 6. Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) 7. FGTS

1. IntroduçãoOs valores dos salários-de-contri-

buição e as respectivas alíquotas de desconto previdenciário são determinados pela Portaria Inter- ministerial MPS/MF nº 19/2014, os quais vigoram para os fatos geradores que ocorrerem a partir de 1º.01.2014.

2. SalárIo-de-ContrIBuIção - teto

O limite máximo do salário-de--contribuição para os fatos geradores ocorridos desde 1º.01.2014 é de R$ 4.390,24. Cabe observar que as contribuições da empresa, inclusive a rural, não estão sujeitas ao limite de incidência.

3. taBelaS

3.1 Segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso (inclusive das microempresas e aposentados em atividade)

A contribuição dos referidos segurados, limi-tada ao teto de R$ 4.390,24, observa a tabela do subitem 3.1.1, calculada de forma não cumulativa (Regulamento da Previdência Social - RPS, art. 198, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999).

3.1.1 Pagamento relativo aos fatos geradores que ocorrerem a partir de 1º.01.2014

TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA

PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 1º.01.2014

Salário-de-contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%)

até 1.317,07 8,00de 1.317,08 até 2.195,12 9,00de 2.195,13 até 4.390,24 11,00

Nota

Com o advento do Decreto nº 6.722/2008 foi acrescido o parágrafo único ao art. 198 do RPS, para estabelecer que a contribuição

do segurado trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, para o exercício de atividades de

natureza temporária por prazo não superior a 2 meses dentro do período de 1 ano, é de 8%

sobre o respectivo salário-de-contribuição.

3.1.2 doméstico

Tratando-se de paga-mento de remuneração

relativa aos fatos geradores que ocorrerem a contar de

1º.01.2014, a contribuição reco-lhida na Guia da Previdência Social

(GPS) corresponde a:

a) empregado:

- alíquota de 8,00% incidente nos valores até R$ 1.317,07; 9,00% de R$ 1.317,08 a R$ 2.195,12; e 11,00% de R$ 2.195,13 a R$ 4.390,24;

b) empregador:

- tratando-se de pagamento de remunera-ção a contar da competência janeiro/2014, a contribuição recolhida na GPS correspon-de à alíquota de 12,00% do salário-de-con-tribuição de seu empregado doméstico até R$ 4.390,24.

A folha de pagamento é documento de emissão obrigatória para efeito de

fiscalização trabalhista e previdenciária e, para sua elaboração, não existe modelo especial, podendo-se adotar os critérios que melhor atendam aos interesses de

cada empregador, observadas as informações que legalmente

deve conter

a Previdência Social

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07-02 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

Portanto, o recolhimento na GPS corresponde a 20,00%, 21,00% ou 23,00%, conforme a faixa do salário-de-contribuição.

WExemplosD Cálculos para pagamentos de remunerações rela-tivas aos fatos geradores que ocorrerem a contar de 1º.01.2014:a) salário percebido em janeiro/2014 = R$ 900,00:

- recolhimento na GPS = R$ 180,00 (20% de R$ 900,00, ou seja, 8,00% do empregado e 12,00% do empregador);

b) salário percebido em janeiro/2014 = R$ 1.500,00:- recolhimento na GPS = R$ 315,00 (21,00% de

R$ 1.500,00, ou seja, 9,00% do empregado e 12,00% do empregador);

c) salário percebido em janeiro/2014 = R$ 4.900,00:- recolhimento na GPS = R$ 1.009,76 (23,00%

de R$ 4.390,24 - limite máximo de contribui-ção, ou seja, 11,00% do empregado e 12,00% do empregador).

Importante

Vale ressaltar que é proibida a utilização de do-cumento de arrecadação previdenciária de valor infe-rior a R$ 10,00. Se o valor a recolher na competência for inferior ao valor mínimo estabelecido (R$ 10,00), deverá ser adicionado ao devido na competência seguinte, e assim sucessivamente, até atingir o valor mínimo permitido para recolhimento.

Lembra-se que a Resolução DC/INSS nº 39/2000 determinava que, desde 1º.12.2000, estava vedada a utilização de documento de arrecadação previdenciá- ria de valor inferior a R$ 29,00.

Com a alteração introduzida no art. 398 da Ins-trução Normativa RFB nº 971/2009 pela Instrução Normativa RFB nº 1.238/2012, este valor passa a ser de R$ 10,00.

A Instrução Normativa RFB nº 971/2009, art. 396, estabelece a forma de preenchimento do documento de arrecadação das contribuições previdenciárias.

3.1.3 Preenchimento da GPS

GPS PREENCHIDA PARCIALMENTE (*)

3. CÓDIGO DE PAGAMENTO 1600

4. COMPETÊNCIA 01/2014

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL-MPAS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – GPS 5.

IDENTIFICADOR

6. VALOR DO INSS 180,00

7.

1. NOME OU RAZÃO SOCIAL/FONE/ENDEREÇO:

8. 2. VENCIMENTO (Uso exclusivo INSS)

9. VAL OR DE OUTRAS ENTIDADES

10. ATM/MULTA E JUROS ATENCÃO: É vedada a utilização de GPS para recolhimento de receita

de valor inferior ao estipulado em Resolução publicada pelo INSS. A receita que resultar valor inferior deverá ser adicionada à contribuição ou importância correspondente nos meses subseqüentes, até que o total seja igual ou superior ao valor mínimo fixado

11. TOTAL 180,00 (**)

12. AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA Instruções para preenchimento no verso (***)

(Preencher em 2 vias - 1ª INSS e 2ª contribuinte)

(*) Os demais campos são preenchidos de acordo com a legislação mencionada na observação “Importan-te” inserida no subitem 3.1.2 e Resolução INSS nº 657/1998, observadas as alterações posteriores.

(**) Refere-se ao exemplo “a” do subitem 3.1.2, caso o recolhimento da contribuição previdenciária relativa à competência janeiro/2014 seja efetuado no dia 17.02.2014.

(***) Veja subitem 5.4.

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07-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

3.2 Contribuintes individuais (ex-segurados empresários e ex-segurados autônomos e equiparados) e segurados facultativos

3.2.1 escala transitória de salário-base - extinçãoDesde a competência abril/2003 está extinta a

escala transitória de salários-base utilizada até então, para fins de enquadramento e fixação do salário-de--contribuição dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS).

Dessa forma, desde a referida competência (abril/2003), o salário-de-contribuição do contribuinte individual passou a ser, independentemente da data de sua inscrição no RGPS, a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua ativi-dade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

3.2.2 Segurado facultativo - Salário-de-contribuiçãoA contribuição do segurado facultativo passou,

desde a competência abril/2003, a ser o valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, independentemente da data de sua inscrição no RGPS.

3.2.3 empresa - Contratação de contribuinte individualA empresa que utilizar os serviços de contribuinte

individual, seja ele autônomo ou empresário, fica obrigada a arrecadar a contribuição previdenciária deste segurado, mediante desconto a ser efetuado na remuneração correspondente aos serviços prestados, devendo recolher o valor arrecadado juntamente com as contribuições a seu cargo.

Com a publicação da Lei nº 11.933/2009, desde a competência outubro/2008, o prazo de recolhimento da mencionada contribuição passou para até o dia 20 do mês subsequente ao da competência e, caso não haja expediente bancário nesse dia, o recolhimento deve ser antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

Considerando que o contribuinte individual que presta serviço a uma ou mais empresas pode deduzir, da sua contribuição mensal, 45% da contribuição da empresa incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado no respectivo mês, limitada essa dedução a 9% do seu salário-de-contribuição, a Instrução Normativa RFB nº 971/2009, art. 78, inciso II, fixa em 11% a alíquota a ser aplicada pela empresa contratante sobre o valor dos serviços prestados, para efeito de desconto da contribuição previdenciária do contribuinte individual.

Desse modo, por ocasião do pagamento a ser efe-tuado ao contribuinte individual, a empresa tomadora do serviço deverá descontar do valor a ser pago, a título de

contribuição previdenciária, a quantia equivalente à apli-cação da alíquota de 11%, observado o limite máximo do salário-de-contribuição, e fornecer ao trabalhador o comprovante de pagamento de remuneração pelo serviço prestado, consignando, além dos valores da remuneração e do desconto feito a título de contribuição previdenciária, a sua identificação completa, inclusive com o número no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), o número de inscrição do contribuinte individual no RGPS e o compromisso de que a remuneração paga será informada na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) e de que a contribuição correspondente será recolhida.

O contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa ou concomitantemente exercer atividade como segurado empregado, empregado doméstico ou trabalhador avulso, quando o total das remunerações recebidas no mês for superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, deverá, para efeito de controle do limite, informar o fato à empresa em que isto ocorrer, mediante a apresentação:

a) dos comprovantes de pagamento, conforme descritos anteriormente, quando for o caso; ou

b) dos comprovantes de pagamento das remune-rações como segurado empregado, inclusive o doméstico, relativos à competência anterior à da prestação de serviços, ou declaração, sob as penas da lei, de que é segurado em-pregado, inclusive o doméstico, consignando o valor sobre o qual é descontada a contribui-ção naquela atividade ou que a remuneração recebida atingiu o limite máximo do salário-de--contribuição, identificando o nome empresa-rial da empresa ou empresas, com o número do CNPJ, ou o empregador doméstico que efetuou ou efetuará o desconto sobre o valor por ele declarado, quando for o caso.

Quando o total da remuneração mensal recebida pelo contribuinte individual por serviços prestados a uma ou mais empresas for inferior ao limite mínimo do salário-de-contribuição, o segurado deverá recolher diretamente a complementação da contribuição incidente sobre a diferença entre o limite mínimo do salário-de-contribuição e a remuneração total rece-bida ou a ele creditada, aplicando sobre a parcela complementar a alíquota de 20%.

WExemplosD a) serviço prestado por contribuinte individual (ex-

-segurado trabalhador autônomo) em 17.01.2014:- remuneração paga ao contribuinte individual: R$ 970,00;

(continua)

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07-04 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

- desconto a título de contribuição previdenciá- ria a ser efetuado pela empresa contratante: R$ 106,70 (R$ 970,00 x 0,11);

b) total da remuneração auferida no mês de janei-ro/2014 por contribuinte individual (ex-segurado trabalhador autônomo) que prestou serviço a uma só empresa:

- remuneração paga ao contribuinte individual: R$ 300,00;

- desconto a título de contribuição previdenciária a ser efetuado pela empresa contratante: R$ 33,00 (R$ 300,00 x 0,11);

- valor da contribuição complementar a ser re-colhida diretamente pelo contribuinte individual na GPS: R$ 84,80 (R$ 724,00 – R$ 300,00 = R$ 424,00) = R$ 424,00 x 0,20;

Cabe observar que, neste exemplo “b”, o valor da remuneração auferida no mês pelo contribuinte individual foi inferior ao limite mínimo do salário--de-contribuição, o qual corresponde ao valor de R$ 724,00 (salário-mínimo mensal válido para ja-neiro/2014), razão pela qual este ficou obrigado ao recolhimento da contribuição complementar calcu-lada sobre a diferença entre o limite mínimo do salá-rio de contribuição e a remuneração auferida (veja observação “Importante” no subitem 3.1.2).c) remuneração paga em 31.01.2014, a título de

pro labore, a contribuinte individual (ex-segura-do empresário): R$ 60.600,00, sendo que:

- empresário “A” recebe R$ 20.200,00; - empresário “B” recebe R$ 20.200,00; - empresário “C” recebe R$ 20.200,00; - desconto a título de contribuição previdenciá-

ria a ser efetuado pela empresa sobre o valor do pro labore de cada um dos empresários: R$ 482,93 (R$ 4.390,24 x 0,11).

3.2.4 Contribuinte individual não contratado por pessoa jurídica - Prestação de serviço por conta própria

O contribuinte individual que exercer sua atividade por conta própria, sem ser contratado por pessoa jurídica, fica obrigado a recolher diretamente a sua contribuição indivi-dual correspondente à aplicação da alíquota de 20% sobre o valor da remuneração auferida no mês, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

Por meio da Lei Complementar nº 123/2006, publi-cada no Diário Oficial da União (DOU 1) de 15.12.2006 e republicada no de 31.01.2009, a qual, entre outras dispo-sições, institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, foi renumerado o parágrafo único, o qual passou a ser § 1º, e acrescidos os §§ 2º e 3º ao

art. 21 da Lei nº 8.212/1991 (*), para fixar em 11% (*) a alí-quota de contribuição do segurado contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e do segurado facultativo que optarem pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição. A mencionada alíquota (11%) incidirá sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição.

Tratando, entre outros, do mesmo assunto, foi publicado no dia 13.02.2007 o Decreto nº 6.042/2007, que altera dispositivos do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999. Segundo o art. 199-A, introduzido pelo citado Decreto, a partir da competência em que o segurado fizer a opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribui-ção, é de 11% (*), sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, a alíquota de contribuição:

a) do segurado contribuinte individual que traba-lhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado;

b) do segurado facultativo;c) do microempresário individual (MEI) (*) de que

trata a alínea “p” do inciso V, do art. 9º do RPS, cuja contribuição deverá ser recolhida na for-ma regulamentada pelo Comitê Gestor do Simples Nacional.

(*) Importante

Nos termos da Lei nº 12.470/2011 - DOU 1 de 1º.09.2011, foram promovidas alterações na redação dos §§ 2º, 3º e 4º do art. 21 da Lei nº 8.212/1991. Assim, ficou estabelecido que, no caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, a alíquota de contribuição, incidente sobre o limite mínimo mensal do salário-de--contribuição, será de:

a) 11%, no caso do segurado contribuinte indivi- dual, ressalvado o disposto na letra “b”, que tra-balhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e do segurado fa-cultativo, observado o disposto na letra “b.2”; e

b) 5%:b.1) com vigência desde 1º.05.2011, no caso

do MEI, de que trata o art. 18-A da Lei Com-plementar nº 123/2006, observadas as alte-rações da Lei Complementar nº 139/2011;

b.2) com vigência a contar de 1º.09.2011, no caso do segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente a fa-mília de baixa renda.

(continuação)

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07-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

Entretanto, o segurado que tenha contribuído na forma mencionada e pretenda contar o tempo de con-tribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da con-tagem recíproca do tempo de contribuição, referida no art. 94 da Lei nº 8.213/1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença entre o percentual pago e o de 20%, acrescido dos juros moratórios previstos no § 3º do art. 5º da Lei nº 9.430/1996. Cabe observar que, por meio do art. 6º da Lei nº 12.507/2011 - DOU 1 de 13.10.2011, o qual acrescenta o § 5º ao art. 21 da Lei nº 8.212/1991, ficou definido que a referida contribuição complementar será exigida a qualquer tempo, sob pena de indeferimento do benefício.

Considera-se de baixa renda, para os fins do disposto na letra “b.2”, a família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) cuja renda mensal seja de até 2 salários--mínimos.

4. emPreSa Contratante de ServIçoS exeCutadoS medIante CeSSão de mão de oBra ou emPreItada - retenção e reColhImento de 11% SoBre o valor Bruto da nota FISCal ou FaturaA Instrução Normativa RFB nº 971/2009, arts. 112

a 143, estabelece os procedimentos a serem obser-vados na retenção previdenciária sobre o valor da nota fiscal, fatura ou recibo decorrentes da prestação de serviços através de cessão de mão-de-obra ou empreitada, nos casos que especifica, bem como aqueles relativos à arrecadação dos valores retidos.

A mencionada Instrução Normativa prevê que a empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada, nos casos nela relacionados, deverá reter 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo e recolher à Previdência Social a importância retida em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada, no dia 20 do mês subsequente ao da emissão da nota fiscal, fatura ou recibo de pres-tação de serviços, nos termos da Lei nº 11.933/2009.

Por força da Lei nº 10.666/2003 e da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, desde 1º.04.2003 o per-centual de retenção anteriormente mencionado sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo relativo a serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho tem-porário, será acrescido de 4%, 3% ou 2%, perfazendo,

portanto, 15%, 14% ou 13%, se a atividade exercida pelo segurado empregado na empresa contratante o expuser a riscos ocupacionais que permitam a con-cessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente.

O RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, observadas as alterações posteriores, aborda o assunto nos arts. 219 a 224-A.

Ressaltamos que as supracitadas regras de retenção e recolhimento de 11% sobre os serviços contratados (RPS) não se aplicam à contratação de serviços por intermédio de cooperativa de trabalho.

As empresas tomadoras de serviço de coope-rados intermediados por cooperativas de trabalho ficam obrigadas a recolher a contribuição previdenciá- ria correspondente à aplicação da alíquota de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. Desde 1º.04.2003, esta alí-quota será acrescida de 9%, 7% ou 5%, se o exercício de atividade na empresa tomadora sujeitar os coope-rados a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou integridade física e permitir a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente.

Vale lembrar que a Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012 estabelece os procedimentos para com-pensação e restituição dos valores retidos na forma da Lei nº 9.711/1998, que trata dos serviços executados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada.

NotaA Lei nº 12.780/2013 instituiu medidas tributárias de desoneração re-

ferentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos jogos Paraolímpicos de 2016. Entre as novas determinações constata-se que as pessoas jurídicas a seguir relacionadas estarão, no período entre 1º.01.2013 e 31.12.2017, dispensadas de efetuar a retenção previdenciária caso contra-tem serviços executados mediante cessão de mão de obra:

a) Comité Internacional Olympique (CIO) e as empresas a ele vincula-das, domiciliadas no exterior ou no Brasil;

b) Comitês Olímpicos Nacionais;c) Court of Arbitration for Sports (CAS);d) World Anti-Doping Agency (WADA);e) as federações desportivas internacionais.Esta dispensa é aplicada apenas em relação aos fatos geradores decorren-

tes das atividades próprias e diretamente vinculadas à organização ou realização dos eventos (os jogos e as atividades a eles relacionadas, oficialmente organiza-das, chanceladas, patrocinadas, ou apoiadas pelo CIO, Autoridade Pública Olím-pica - APO ou Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 - RIO 2016).

A dispensa em comento não alcança o Rio 2016.Ressalte-se que são consideradas empresas vinculadas ao CIO as

pessoas jurídicas, domiciliadas no exterior ou no Brasil, pertencentes ou con-troladas pelo CIO, direta ou indiretamente, na forma definida no § 2º do art. 243 da Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações).

A mencionada Lei, entre outras disposições, também concedeu ao RIO 2016, no mesmo período, em relação aos fatos geradores decorrentes das ativi-dades próprias e diretamente vinculadas à organização ou realização dos even-tos, isenção do pagamento das contribuições sociais previstas na alínea “a” do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/1991 (contribuições previdenciárias das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segura-dos a seu serviço e das contribuições administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), devidas por lei a terceiros, assim entendidos os fundos públicos e as entidades privadas de serviço social e de formação profissional).

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07-06 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

4.1 empresas em gozo da desoneração da folha de pagamento - retenção previdenciáriaNo caso de contratação de empresas para a execu-

ção dos serviços relacionados no Anexo I da Instrução Normativa RFB nº 1.436/2013, mediante cessão de mão de obra, na forma definida pelo art. 31 da Lei nº 8.212/1991, a empresa contratante deverá reter 3,5% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, observadas as determinações da mencio-nada Instrução Normativa e da Lei nº 12.844/2013.

Lembra-se que, conforme determina o art. 31 da Lei nº 8.212/1991, a empresa contratante de servi-ços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, sujeitos à retenção previdenciária, deverá reter 11% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 do mês sub-sequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia.

Observa-se, portanto, que, tratando-se de empresa prestadora dos mencionados serviços, a alíquota de retenção foi reduzida de 11% para 3,5%.

5. Folha de PaGamento (*) - GPS - PreenChImento ParCIal

Nos subitens a seguir, veja modelo de folha de pagamento (*) de empresa comercial varejista de calçados (vinculação ao Código de Pagamento 2100 - Empresas em geral - CNPJ, por exemplo, não optante pelo Simples Nacional, sem convênio de arre-cadação direta para Terceiros e Código FPAS - 515), com o correspondente recolhimento na GPS, relativo à competência janeiro/2014, cujo pagamento das remunerações tenha ocorrido em 31.01.2014.

(*) Importante

O modelo de folha de pagamento a seguir é ape-nas ilustrativo na parte relativa aos cálculos propria-mente ditos, uma vez que não há na legislação atual um formulário oficial a ser utilizado. Ademais, por estar preenchido parcialmente, não esgota todas as informa-ções complementares previstas na legislação em vigor.

Por essas razões, a empresa deverá adotar seu próprio modelo, lembrando que deverá preenchê--lo de acordo com o conteúdo, critérios de cálculo e outras condições estabelecidas na legislação trabalhista, previdenciária, contábil e tributária em vigor, bem como mantê-lo disponível para exibição e prova perante uma eventual fiscalização por parte dos órgãos competentes.

Assim, entre outras condições exigidas pela legislação, o art. 47 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009 estabelece que a empresa e o equiparado, sem prejuízo do cumprimento de outras obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária, estão obrigados a elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por estabelecimento, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente tota-lização e resumo geral, nela constando:

a) discriminados, o nome de cada segurado e respectivo cargo, função ou serviço prestado;

b) agrupados, por categoria, os segurados em-pregado, trabalhador avulso e contribuinte in-dividual;

c) identificados, os nomes das seguradas em gozo de salário-maternidade;

d) destacadas, as parcelas integrantes e as não integrantes da remuneração e os descontos legais;

e) indicado, o número de cotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado ou tra-balhador avulso.

Nos termos do art. 1º da Portaria SRP nº 58/2005 ficou definido que a empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária, quando intimada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), deverá apresentar documentação técnica completa e atualizada de seus sistemas, bem como os arquivos digitais contendo informações relativas aos seus negócios e atividades econômi-cas, observadas as orientações e especificações contidas no Manual Normativo de Arquivos Digitais (Manad) aplicado à Fiscalização da Receita Federal do Brasil. Recorda-se que, atualmente, o Manad é o previsto pela Instrução Normativa SRP nº 12/2006, que aprovou a versão 1.0.0.2 do Manual Normativo de Arquivos Digitais e o Sistema de Validação e Autenticação de Arquivos digitais (SVA). Assim, o Manad define a forma de cumprimento da obrigação acessória, criada pelo art. 8º da Lei nº 10.666/2003, discriminando sua aplicabilidade nas empresas sob o regime de direito privado e as pessoas jurídicas de direito público cujas obrigações orçamentárias, financeiras, contábeis e patrimoniais estão elenca-das na Lei nº 4.320/1964 e na Lei Complementar nº 101/2000. Portanto, a empresa que utiliza a folha de pagamento gerada por sistema eletrônico deverá seguir as instruções anteriormente descritas.

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07-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

5.1 empregadosFOLHA DE PAGAMENTO

CarimboPadronizadoFOLHA DE PAGAMENTO

Nome da Empresa: XXX & YYY Ltda.

99.999.999/0001-99(6)

Período de 1º a 31 de Janeiro de 2014

Folha Nº 001 Deptº/Seção

Rendimentos Descontos Salário-Família Valores Informativos

Salário ExtraordináriosNºde

Ordem

Nome do Empregado(Completo)

Dias Valor Horas Valor

Salário-Maternidade

(4)

Especificaçãode Alíquotas

% (7)

TOTAL(A) INSS

I. Renda(5) (2)

TOTAL(B)

Quotas(3)

Valor(C)

TOTALLÍQUIDO

(A - B + C)Salário-de-

ContribuiçãoINSS (1)

Valor do DepósitoFGTS (8)

01 João 31 724,00 8,00 724,00 57,92 - 02 57,92 02 49,32 715,40 724,00 57,92

02 Teodoro 31 850,00 8,00 850,00 68,00 - 01 68,00 01 24,66 806,66 850,00 68,00

03 Sidnei 31 1.400,00 9,00 1.400,00 126,00 - - 126,00 - - 1.274,00 1.400,00 112,00

04 Maria 31 1.800,00 9,00 1.800,00 162,00 - 01 162,00 - - 1.638,00 1.800,00 144,00

05 Luciano 31 2.350,00 11,00 2.350,00 258,50 - 03 258,50 - - 2.091,50 2.350,00 188,00

06 Amilcar 31 9.800,00 11,00 9.800,00 482,93 1.637,20 02 2.120,13 - - 7.679,87 4.390,24 784,00

TOTAL 186 16.924,00 16.924,00 1.155,35 1.637,20 09 2.792,55 03 73,98 14.205,43 11.514,24 1.353,92

Preparado por Conferido por Deptº de Pessoal

VejaTabelaadiante

(1) O teto do salário-de-contribuição para os fatos geradores que ocorrerem a contar de 1º.01.2014 corresponde a R$ 4.390,24.

(2) Colocar nesta coluna o número de depen-dentes considerados encargos de família, para fins de Imposto de Renda Retido na Fonte. A dedução por dependente corresponde, para o período de janeiro/2014 a dezembro/2014, a R$ 179,71.

(3) Inserir nesta coluna o respectivo número de quotas de salário-família. A tabela de valores das cotas de salário-família vigente em 2014 é a seguinte:

Competências a contar de Janeiro/2014

Remuneração Valor unitário da quota

até R$ 682,50 R$ 35,00 de R$ 682,50 até R$ 1.025,81 R$ 24,66

(4) O salário-maternidade é pago diretamente pela empresa à empregada gestante e, durante o período

de licença-maternidade, o empregador é obrigado a efetuar o recolhimento da contribuição incidente sobre o valor do benefício (Instrução Normativa RFB nº 971/2009, arts. 85 a 93).

(5) Tabela progressiva mensal para desconto do Imposto de Renda Retido na Fonte.

Base de cálculo mensal em R$ Alíquota (%) Parcela a deduzir do imposto em R$

até 1.787,77 de 1.787,78 até 2.679,29 de 2.679,30 até 3.572,43 de 3.572,44 até 4.463,81 acima de 4.463,81

-7,515

22,527,5

-134,08335,03602,96826,15

Dedução por dependente: R$ 179,71

(6) Inserir o número do CNPJ/CEI, conforme o caso.

(7) Veja item 6.

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07-08 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

5.2 Contribuinte individual (ex-segurado empresário)

A folha de pro labore paga aos contribuintes individuais (ex-segurados empresários) corresponde a R$ 60.600,00, sendo que:

- empresário “A” recebe R$ 20.200,00;

- empresário “B” recebe R$ 20.200,00;

- empresário “C” recebe R$ 20.200,00.

5.3 Contribuinte individual (ex-segurado trabalhador autônomo)

A empresa pagou R$ 1.100,00 relativos a ser-viços prestados por um contribuinte individual (ex--segurado trabalhador autônomo), aplicando, assim, a alíquota empresarial de 20% para recolhimento, ou seja, 20% de R$ 1.100,00 = R$ 220,00. Além da citada contribuição, a empresa também deve arre-cadar a contribuição previdenciária do contribuinte individual a seu serviço, ou seja, 11% de R$ 1.100,00 = R$ 121,00.

5.4 GPS - Preenchimento - Instruções

Levando-se em consideração os dados da folha de pagamento do subitem 5.1, principalmente no que se refere ao desconto total da contribui-ção previdenciária dos empregados, no valor de R$ 1.155,35, e ao total do salário-família pago no valor de R$ 73,98, bem como o disposto nos subitens 5.2 e 5.3 e no final do subitem 3.1.2, os campos da GPS são preenchidos de acordo com a Resolução INSS nº 657/1998, observadas as alterações posteriores, a qual traz as instruções no verso do formulário GPS, a seguir transcritas.

GPS - PREENCHIMENTO E INSTRUÇÕES

Campo 1 - NOME OU RAZÃO SOCIAL/FONE/ENDEREÇO

Informar o nome do contribuinte ou sua razão social, número do telefone e respectivo endereço.

Campo 2 - VENCIMENTO - (Uso exclusivo INSS)

Preenchimento exclusivo pelo INSS.

Campo 3 - CÓDIGO DE RECEITA

Informar o código de receita referente ao valor que está sendo recolhido (verificar Tabela de Código de Receita).

Nota

Embora no formulário da GPS, no Campo 3, conste a denominação “Código de Pagamento”, a Receita Federal do Brasil, por meio do Ato Declaratório Executivo Codac nº 46/2013, divulga a relação de códigos de receita para recolhimento das contribuições destinadas à Previdência Social e das destinadas a outras entidades e fundos, recolhidas por meio da GPS.

No caso em questão, deve-se apor 2100.

Campo 4 - COMPETÊNCIA

Informar a competência com 2 dígitos para o mês e 4 dígitos para o ano.

Na hipótese, inserir 01/2014.

No caso de contribuinte individual optante pelo recolhimento trimestral, registrar como competência o último mês do trimestre.

Campo 5 - IDENTIFICADOR

Registrar a identificação do contribuinte no CNPJ, CEI ou NIT/PIS/PASEP.

Neste exemplo, inserir 99.999.999/0001-99.

Campo 6 - VALOR DA CONTRIBUIÇÃO

Registrar o valor da contribuição previdenciária a ser recolhida (parte empresa e parte segurado), efetuando-se as compensações em valores corrigidos e as deduções admitidas pela legislação em vigor, em valores originários.

No caso, registrar R$ 18.741,15.

O valor da contribuição previdenciária corres-ponde a:

- 20% sobre a remuneração bruta paga aos empregados:R$ 3.384,80 = 20% de R$ 16.924,00;

- 20% sobre o total da remuneração paga aos contribuintes individuais (ex-segurados empre-sários e ex-segurado trabalhador autônomo): R$ 12.340,00 = 20% de R$ 61.700,00 (R$ 60.600,00 + R$ 1.100,00);

- 11% sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao contribuinte individual a título de arrecadação pela empresa da contribuição

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07-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

previdenciária do contribuinte individual a seu serviço, observado o limite máximo do salário--de-contribuição: R$ 1.569,79;

=> soma de 11% do salário-de-contribuição de cada um dos 3 empresários e do trabalhador autônomo:

- empresário “A” - 11% de R$ 4.390,24 = R$ 482,93;

- empresário “B” - 11% de R$ 4.390,24 = R$ 482,93;

- empresário “C” - 11% de R$ 4.390,24 = R$ 482,93;

- trabalhador autônomo - 11% de R$ 1.100,00 = R$ 121,00

- total: .......................................................... R$ 1.569,79

- 2,1578% sobre a remuneração bruta paga aos empregados para contribuição relativa aos Riscos Ambientais do Trabalho (GIIL-RAT), supondo-se que esta (2,00%) já esteja com a aplicação de um Fator Acidentário de Preven-ção (FAP) hipotético de 1,0789 - 2,00 x 1,0789 = 2,1578% (a empresa deverá verificar sua si-tuação real de alíquota GIIL-RAT e valor do FAP, de acordo com a legislação): R$ 365,19;

=> 2,1578% de R$ 16.924,00.

Vale destacar que, nos termos da Lei nº 10.666/2003, art. 10, ficou definido que a alíquota de contribuição de 1%, 2% ou 3%, destinada ao finan-ciamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até 50%, ou aumentada, em até 100%, conforme o regu-lamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e custo, calcu-lados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social.

Notas

(1) O Decreto nº 6.042/2007 alterou o RPS, entre outros, acrescendo o art. 202-A, o qual por sua vez foi alterado pelo Decreto nº 6.957/2009, para estabelecer modificações no tocante à aplicação, acompanhamento e ava-liação do Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

Para fins da redução ou majoração em comento proceder-se-á à discrimi-nação do desempenho da empresa, dentro da respectiva atividade econômica, a partir da criação de um índice composto pelos índices de gravidade, de fre-quência e de custo que pondera os respectivos percentis com pesos diferen-ciados.

(2) A Portaria Interministerial MPS/MF nº 413/2013 divulgou os índices de frequência, gravidade e custo, por atividade econômica, considerados para o cálculo do FAP do ano de 2013, com vigência para o ano de 2014, e dispôs sobre o processamento e julgamento das contestações e recursos apresentados pelas empresas em face do índice FAP a elas atribuídos.

(3) Cabe observar que por força da Lei nº 12.546/2011, alterada pelas Lei nº 12.715/2012, Lei nº 12.794/2013 e Lei nº 12.844/2013, foi instituída a desoneração da folha de pagamento, a qual abrange vários setores da eco-

nomia e que consiste na substituição temporária da contribuição previdenci-ária básica patronal de 20% sobre a folha de pagamento pela contribuição mediante aplicação da alíquota de 1% ou 2%, conforme o caso, sobre o valor da receita bruta, nos termos legais.

Total a recolher no campo 6: R$ 18.741,15 = (R$ 1.155,35 + R$ 3.384,80 + R$ 12.340,00 + R$ 1.569,79 + R$ 365,19 - R$ 73,98)

Campo 7 - (Não preencher)

Campo 8 - (Não preencher)

Campo 9 - VALOR DE OUTRAS ENTIDADES

Registrar o valor da contribuição a ser reco-lhida em função de dispositivos legais para outras entidades: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Serviço Nacional de Apren-dizagem Industrial (Senai), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Diretoria de Portos e Costas (DPC), Fundo Aeroviário (FAER), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Serviço Social dos Transportes (Sest), Serviço Nacional de Aprendizagem dos Transportes (Senat) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Coo-perativismo (Sescoop).

No caso, registrar R$ 981,59.

5,8% do total da folha de salários dos emprega-dos = R$ 16.924,00 ÷ 100 x 5,8 = R$ 981,59

Campo 10 - ATM/MULTA/JUROS

Registrar o somatório de atualização monetária, se houver, multa e juros de mora devidos em decor-rência de recolhimento fora do prazo de vencimento, calculados sobre o somatório dos valores registrados nos campos 6 e 9.

Campo 11 - TOTAL

Registrar o somatório dos campos 6, 9 e 10. No caso, apor R$ 19.722,74 (R$ 18.741,15 + R$ 981,59).

Campo 12 - AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA

Destinado à autenticação, pelo agente arrecada-dor, do valor recolhido.

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07-10 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

3. CÓDIGO DE PAGAMENTO 2100

4. COMPETÊNCIA 01/2014

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL-MPAS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – GPS 5.

IDENTIFICADOR 99.999.999/0001-99

6. VALOR DO INSS 18.741,15

7.

1. NOME OU RAZÃO SOCIAL/FONE/ENDEREÇO: XXX & YYY Ltda. Tel.:(0xx99) 9999-9999 Rua Tal, 999 – Centro – Jundaí – SP – CEP 90909-909 8.

2. VENCIMENTO (Uso exclusivo INSS)

9. VAL OR DE OUTRAS ENTIDADES

981,59 (**)

10. ATM/MULTA E JUROS (***) ATENCÃO: É vedada a utilização de GPS para recolhimento de receita

de valor inferior ao estipulado em Resolução publicada pelo INSS. A receita que resultar valor inferior deverá ser adicionada à contribuição ou importância correspondente nos meses subseqüentes, até que o total seja igual ou superior ao valor mínimo fixado

11. TOTAL 19.722,74 (****)

12. AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA Instruções para preenchimento no verso (*)

(Preencher em 2 vias - 1ª INSS e 2ª contribuinte)

(*) Veja a descrição dos campos 1 a 12 neste subitem.

(**) Sem convênio com o salário-educação. Veja demonstrativo a seguir:

Cód. Terceiros Rubricas

PercentuaisINSS % Terceiros %

Empresa 20,0

Seguro Acidente do Trabalho 2,0

0001 Salário-educação 2,5

0002 Incra 0,2

0016 Senac 1,0

0032 Sesc 1,5

0064 Sebrae 0,6

0115 22,0 5,8 (1)

(1) Desde a competência janeiro/1993.

(***) Atualização monetária, multa e juros, devidos após o prazo legal de recolhimento.

(****) Valor correto a pagar caso o recolhimento seja efetuado no prazo legal. Tratando-se de contribuição previdenciária de valor inferior a R$ 10,00, veja observação “Importante” no final do subitem 3.1.2.

6. ImPoSto de renda retIdo na Fonte (IrrF)

6.1 Cálculo

Utilizando-se a tabela válida para 2014, apuramos o IRRF de Maria, Luciano e Amílcar, da seguinte forma:

a) Maria, salário de R$ 1.800,00, pago em 31.01.2014:

Base de cálculo: R$ 1.800,00(1 dependente) – R$ 179,71(INSS: 9,00%) – R$ 162,00

R$ 1.458,29(isento de IRRF)

b) Luciano, salário de R$ 2.350,00, pago em 31.01.2014:

Base de cálculo: R$ 2.350,00(3 dependentes) – R$ 539,13(INSS: 11,00%) – R$ 258,50

R$ 1.552,37

(isento de IRRF)

c) Amílcar, salário de R$ 9.800,00, pago em 31.01.2014:

Base de cálculo R$ 9.800,00(2 dependentes) – R$ 359,42(INSS: 11,00%) – R$ 482,93

R$ 8.957,65

IRRF• 27,5% de R$ 8.957,65 = R$ 2.463,35• Parcela a deduzir – R$ 826,15

R$ 1.637,20

Total do IRRF = R$ 1.637,20

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07-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

6.2 documento de arrecadação de receitas Federais (darf) - Preenchimento

O recolhimento do IRRF é feito por meio do Darf, preenchido da seguinte forma:

DOCUMENTO DE ARRECADAÇÃO DE RECEITAS FEDERAIS (DARF)

PERÍODO DE APURAÇÃO 02 31.01.2014 NÚMERO DO CPF OU CGC 03 99.999.999/0001-99 CÓDIGO DA RECEITA 04 0561

MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

Documento de Arrecadação de Receitas Federais

DARF NÚMERO DE REFERÊNCIA

NOME/TELEFONE 0501 XXX & YYY Ltda. DATA DE VENCIMENTO

Fone: (0xx99) 999-9999 06VALOR DO PRINCIPAL 07 • 1.637,20 Veja no verso

instruções para preenchimento 0809 VALOR DOS JUROS E/OU

ENCARGOS DL - 1.025/69

VALOR TOTAL

AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA (Somente nas 1ª e 2ª vias)

Ap

rova

do p

ela

IN/S

RF

nº 8

1/96

TENÇÃOÉ vedado o recolhimento de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujo valor total seja inferior a R$ 10,00. Ocorrendo tal situação, adicione esse valor ao tributo/contribuição de mesmo código de períodos subseqüentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00.

INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO CAMPO O QUE DEVE CONTER

01 Nome e telefone do contribuinte. 02 Data de ocorrência ou do encerramento do período base no formato DD/MM/AA. 03 Número de Inscrição no CPF ou CGC. 04

Código da receita que está sendo paga. Os códigos de tributos e contribuições administrados pela SRF podem ser obtidos na “Agenda Tributária”, publicada mensalmente no Diário Oficial da União.

05 Preencher com:

- Código da Unidade da SRF responsável pelo despacho aduaneiro, se relativo ao recolhimento do imposto de Importação e IPI Vinculado à Importação;

- Número do lançamento, se relativo ao ITR - Código do município produtor, se relativo ao IOF - ouro; - Número da respectiva Inscrição, se relativo a débito inscrito em Dívida da União; - Número de processo, se pagamento oriundo de processo fiscal de cobrança ou de parcelamento de débitos; - Número de inscrição no Departamento Nacional de Telecomunicações, se relativo a taxa FISTEL; - Número de inscrição do imóvel, se relativo a rendas do Serviço de Patrimônio da União.

06 Data de vencimento da receita no formato DD/MM/AA. 07 Valor principal da receita que está sendo paga. 08 Valor da multa, quando devida. 09 Valor dos juros de mora, ou encargos do DL - 1.025/69 (PFN), quando devidos. 10 Soma dos campos 07 a 09. 11 Autenticação do Agente Arrecadador.

20.02.2014

1.637,20

6.3 Prazos para recolhimento (rendimentos de trabalho)

Veja comentários a respeito no “Calendário Men-sal de Obrigações e Tabelas Práticas”.

7. FGtS

As empresas depositam, mensalmente, até o dia 7 do mês subsequente ao da competência da remuneração, em conta bancária vinculada, impor-tância correspondente a 8% da remuneração paga ou

devida no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que trata a CLT, arts. 457 e 458, e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090/1962, com as modificações da Lei nº 4.749/1965. Não sendo dia útil, antecipar o recolhi-mento (Lei nº 8.036/1990, art. 15).

O depósito também é devido para os diretores não empregados, caso as empresas tenham optado por estender a estes o regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) (Lei nº 8.036/1990, art. 16).

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07-12 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

Para fins de recolhimento do FGTS, lembramos que a entrega regular da GFIP é efetuada em meio eletrônico mediante utilização do Sistema Empresa de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (Sefip) da Caixa Econômica Federal (Caixa), observadas as determinações da Circular Caixa nº 548/2011, da Instrução Normativa RFB nº 880/2008, da Circular Caixa nº 451/2008 e do Comunicado Caixa s/nº, publicado no DOU 3 de 17.10.2008.

Nos termos da Lei nº 8.036/1990, art. 18, na redação dada pela Lei nº 9.491/1997, art. 31, regu-lamentada pelo Decreto nº 2.430/1997 e pela Lei Complementar nº 110/2001, ficou estabelecido que os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao mês imediatamente anterior, que ainda não houverem sido recolhidos, bem como a importância igual a 40% ou 50% (despedida sem justa causa ou indireta) ou 20% (no caso de culpa recíproca ou força maior) do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada do FGTS, durante a vigência do contrato de trabalho, atuali-zados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, devem ser depositados na conta vinculada do trabalhador no FGTS, por meio da Guia de Recolhimento Rescisório do FGTS (GRRF).

Nota

Por intermédio da Lei Complementar nº 110/2001, entre outras provi-dências, foram instituídas as contribuições sociais devidas pelos emprega-dores à alíquota de 10% sobre o montante de todos os depósitos devidos, referente ao FGTS, durante a vigência do contrato de trabalho, acrescido das remunerações aplicáveis às contas vinculadas, em caso de despedida de empregado sem justa causa, e à alíquota de 0,5% sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas as parcelas de que trata o art. 15 da Lei nº 8.036/1990.

No que tange a exigibilidade da contribuição social de 0,5%, salien-tamos que a Lei Complementar nº 110/2001, em vigor desde a data de sua publicação (30.06.2001), estabeleceu a obrigatoriedade de recolhimento da referida contribuição pelo período de 60 meses, a contar do 1º dia do mês seguinte ao 90º dia da data de início da vigência da citada Lei, ou seja, 1º.10.2001.

Levando-se em consideração o período de exigibilidade (60 meses), insta ressaltar que este compreende os meses de outubro/2001 a setem-bro/2006.

Ressaltamos que, embora conste como início de vigência o mês de outubro/2001, a constitucionalidade da Lei Complementar foi contesta-da pelas Ações Diretas de Inconstitucionalidade nºs 2.556-2 e 2.568-6, sob alegação de que a referida contribuição deveria ser submetida ao princípio da anterioridade legal, previsto no art. 150, II, “b”, da Constitui-ção Federal. Assim, a mencionada contribuição só poderia ser cobrada a partir de janeiro/2002 (exercício financeiro seguinte ao da publicação da referida lei).

Em 13.06.2012, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao julgar as referidas ações, declarou a inconstitucionalidade da expressão “produzindo efeitos” constante do caput, bem como dos incisos I e II, todos do art. 14 da Lei Com-plementar nº 110/2001. Com esta decisão, as contribuições sociais ao FGTS correspondentes a 10% sobre o montante de todos os depósitos, devidas em caso de despedida de empregado sem justa causa, e a contribuição

mensal de 0,5% sobre a remuneração devida no mês anterior só podem ser cobradas a contar de janeiro/2002, em obediência ao principio constitucional da anterioridade legal.

Com relação ao início da exigência da contribuição social de 10% em caso de dispensa sem justo motivo, a Circular Caixa nº 548/2011 já determinava que a contribuição somente será devida quando a mo-vimentação do trabalhador tiver ocorrido em data igual ou posterior a 1º.01.2002.

Em 28.12.2006, a Caixa, por meio de dois Comunicados s/nº, dentre outras providências, divulgou o fim da contribuição social mensal instituída pela Lei Complementar nº 110/2001, a qual deixa de ser calculada a partir da competência janeiro/2007.

Lembramos que é mantida a exigibilidade da referida contribui-ção social até a competência dezembro/2006 para recolhimento até 05.01.2007.

Destacamos que, com exceção das supracita-das hipóteses de rescisão por dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e por culpa recíproca ou força maior, bem como na extinção normal do contrato de trabalho a prazo determinado, o depó-sito do FGTS que for cabível nas demais formas de extinção contratual deve ser efetuado por meio da GFIP.

Importante

As empresas informam, mensalmente, aos trabalhadores, o valor recolhido ao FGTS, devendo repassar-lhes todas as informações recebidas da Caixa ou dos bancos depositários, sobre as respec-tivas contas vinculadas (Lei nº 8.036/1990, art. 17).

Atualmente, assegura-se ao trabalhador o direito de receber, bimestralmente, extrato informativo da conta vinculada e, a qualquer tempo, mediante soli-citação à Caixa (conforme Regulamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - RFGTS, art. 22, aprovado pelo Decreto nº 99.684/1990).

Lembra-se, ainda, que cabe à Caixa, quando solicitada, informar ao empregador, no prazo máximo de 5 dias úteis, os dados atualizados da conta para fins de cálculos rescisórios (RFGTS, art. 10).

Convém destacar, ainda, que por meio da Lei nº 9.964/2000, art. 6º, foi estabelecida nova redação ao art. 22 da Lei nº 8.036/1990, o qual passou a dispor conforme segue:

Art. 22 - O empregador que não realizar os depósitos pre-vistos nesta Lei, no prazo fixado no art. 15, responderá pela incidência da Taxa Referencial - TR sobre a importância correspondente.

§ 1º - Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidi-rão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco décimos por

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07-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às obrigações e sanções previstas no Decreto-Lei nº 368, de 19 de dezembro de 1968.

§ 2º - A incidência da TR de que trata o caput deste artigo será cobrada por dia de atraso, tomando-se por base o índice de atualização das contas vinculadas do FGTS.

§ 2º-A - A multa referida no § 1º deste artigo será cobrada nas condições que se seguem:

I - 5% (cinco por cento), no mês de vencimento da obrigação;

II - 10% (dez por cento), a partir do mês seguinte ao do vencimento da obrigação.

§ 3º - Para efeito de levantamento de débito para com o FGTS, o percentual de 8% (oito por cento) incidirá sobre o valor acrescido da TR até a data da respectiva operação.

(Lei nº 12.254/2010; Lei nº 10.666/2003; Lei nº 12.470/2011; Lei nº 12.507/2011; Decreto nº 8.166/2013; Portaria Interministerial MPS/MF nº 19/2014; Lei nº 11.933/2009; Lei nº 11.941/2009; De-creto nº 6.957/2009; Decreto nº 7.655/2011; Instrução Normativa RFB nº 1.142/2011; Instrução Normativa RFB nº 971/2009, art. 47, art. 78, II, arts. 85 a 93, arts. 112 a 143, arts. 396 e 398, com as al-terações decorrentes da Instrução Normativa RFB nº 1.027/2010, da Instrução Normativa RFB nº 1.071/2010 e da Instrução Norma-tiva RFB nº 1.080/2010; e Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012)

N

a IOB Setorial

COméRCIO

Exercício da profissão de sommelier

1. Introdução

A Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) de 2002 atribui o código 5134-10 ao sommelier, também conhecido por “garçom” (serviços de vinhos), “degus-tador de vinho”, “escanção” e “especialista em vinho”.

2. SommelIer - ConCeItuação

De acordo com a Lei nº 12.467/2011, considera--se sommelier aquele que executa o serviço especiali-

zado de vinhos em empresas de eventos gastronômi-cos e de hotelaria, em restaurantes, supermercados e enotecas e em comissariaria de companhias aéreas e marítimas.

3. atIvIdadeS eSPeCíFICaS

São atividades específicas do sommelier:

a) participar no planejamento e na organização do serviço de vinhos nos estabelecimentos re-feridos no item anterior;

b) assegurar a gestão do aprovisionamento e armazenagem dos produtos relacionados ao serviço de vinhos;

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07-14 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

c) preparar e executar o serviço de vinhos;

d) atender e resolver reclamações de clientes, aconselhando e informando sobre as caracte-rísticas do produto;

e) ensinar em cursos básicos e avançados de profissionais sommelier.

4. vIGênCIa

A mencionada Lei nº 12.467/2011 entrou em vigor na data de sua publicação no DOU, ou seja, em 29.08.2011.

5. menSaGem de veto nº 340/2011 - tranSCrIção

A citada Lei nº 12.467/2011 foi publicada com vetos da Presidência da República, os quais reprodu-zimos adiante:

Mensagem de Veto nº 340, de 26.08.2011 - DOU 1 de 29.08.2011, pág. 7

Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei nº 17, de 2011 (nº 4.495/2008 na Câmara dos Deputados), que “Dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de Sommelier”.

Ouvidos, os Ministérios da Justiça, da Educação e a Advocacia-Geral da União manifestaram-se pelo veto aos seguintes dispositivos:

Parágrafo único do art. 1º

“Parágrafo único. É opcional aos estabelecimentos referi-dos no caput deste artigo a oferta da atividade exercida pelo provador de vinho ou degustador.”

Art. 2º

“Art. 2º Somente podem exercer a profissão de Sommelier os portadores de certificado de habilitação em cursos ministrados por instituições oficiais públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, ou aqueles que, à data de promulgação desta Lei, estejam exercendo efetivamente a profissão há mais de 3 (três) anos.”

Razões dos vetos

“A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso XIII, assegura o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, cabendo a imposição de restrições apenas quando houver a possibilidade de ocorrer algum dano à sociedade com a necessidade de proteção ao interesse público. Ademais, a redação conferida pelo parágrafo único do art. 1º poderia sugerir a obrigatoriedade da contratação de Sommelier pelos estabelecimentos citados no caput, violando o prin-cípio da livre iniciativa.”

“Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar os dispositivos acima mencionados do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional.”

(Lei nº 12.467/2011)

N

a IOB Comenta

A inaptidão constatada em exame médico demissional

Uma das dúvidas mais frequentes por parte das empresas, verificada por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, diz respeito à possibilidade ou não de proceder à rescisão contratual do trabalhador quando, no seu exame médico demissional, fica constatada a inaptidão para o trabalho.

As perguntas normalmente formuladas nessa hipótese são: é possível dar prosseguimento à res-cisão já iniciada? O empregado inapto tem direito à estabilidade no emprego até que a sua saúde seja restabelecida?

Para a elucidação das dúvidas em comento, devemos analisar a legislação aplicável à matéria. Assim vejamos.

A Norma Regulamentadora (NR 7), aprovada pela Portaria MTb nº 3.214/1978, determina que todos os empregadores cujos empregados sejam regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estão obrigados a elaborar e implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que tem por objetivo a promoção e a preservação da saúde dos trabalhadores.

O art. 168, II, da CLT dispõe ser obrigatória a rea-lização de exame médico por ocasião da demissão.

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07-15Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

O mencionado PCMSO deve incluir entre os seus exames obrigatórios o exame médico demissional, que deve ser realizado até a data da homologação da rescisão contratual, podendo, inclusive, ser dispen-sada a sua realização desde que tenha sido realizado outro exame médico ocupacional em período inferior a 135 dias, para as empresas cuja atividade econômica tenha graus de risco 1 e 2, e inferior a 90 dias, para aquelas cujos mesmos graus de risco sejam 3 e 4.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio das Súmulas nºs 371 e 378, descritas a seguir con-substanciou o seu entendimento acerca do tema, para determinar que caso ocorra a ruptura do contrato de trabalho e, se no período de projeção do aviso--prévio indenizado o trabalhador dispensado vier a ter direito ao benefício de auxílio-doença motivado por enfermidade não decorrente da profissão ou do trabalho, a dispensa só se efetiva após a alta médica previdenciária. Caso seja constada, após a ruptura contratual, a existência de doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato, o trabalhador estaria em gozo da estabili-dade provisória de emprego.

“Nº 371 - Aviso prévio indenizado. Efeitos. Superveniência de auxílio-doença no curso deste. (conversão das Orien-tações Jurisprudenciais nºs 40 e 135 da SBDI-1) - Res. 129/2005 - DJ 20.04.2005

A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela con-cessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário. (ex-OJs nºs 40 e 135 - Inseridas respectivamente em 28.11.1995 e 27.11.1998)”

“Nº 378 - Estabilidade Provisória. Acidente do Trabalho. Art. 118 da Lei nº 8.213/1991. (inserido item III) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado aci-dentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de cau-salidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91.”

Conclui-se, portanto, que no entendimento do TST a concessão do benefício de auxílio-doença moti-

vada por enfermidade não decorrente do trabalho, no período de projeção do aviso-prévio indenizado, adia os efeitos da rescisão para a data da expiração do benefício previdenciário.

Apenas no caso de constatação de doença profissional após a ruptura contratual é que o traba-lhador estará em gozo da estabilidade provisória, situação em que a rescisão contratual ocorrida se torna inválida.

Ante o exposto, entendemos, salvo melhor juízo, que a constatação de qualquer doença do trabalhador por ocasião da realização do exame médico demis-sional não lhe assegura qualquer tipo de garantia de manutenção de emprego. Nessa hipótese, a rescisão será mantida, cabendo ao trabalhador requerer à Previdência Social o benefício que lhe for cabível desde que atenda aos requisitos necessários à respectiva concessão. Caso o mencionado benefício seja concedido, aí então os efeitos da rescisão seriam concretizados após a alta médica previdenciária.

Constatando-se, no exame médico demissional, a existência de doença profissional ou do trabalho (equiparadas a acidente do trabalho) que demandem incapacidade para o exercício da atividade, o empre-gado estaria em gozo de estabilidade provisória e, por essa razão, a ruptura contratual não poderia ocorrer.

O nosso entendimento firma-se nas seguintes ponderações:

a) a função do exame médico demissional não é a de vedar a rescisão contratual em caso de ser constatada a inaptidão do trabalhador dispensado, posto que o mencionado exa-me pode ser realizado até a data da homo-logação e esta, por sua vez, dependendo do caso, pode ocorrer até 10 dias corridos após o término do contrato. Portanto, se a inten-ção do legislador tivesse sido a de impedir a ruptura contratual em caso de ser constada a inaptidão, a data da realização do exame seria fixada para período anterior à rescisão e não após esta;

b) sendo constatada a inaptidão do trabalhador lhe será assegurada a concessão do benefí-cio previdenciário a que fizer jus. Portanto, a ruptura contratual não estará desamparando o trabalhador, lançando-o no mercado de tra-balho sem condições de exercer as suas fun-ções, posto que caberá ao médico integrante do PCMSO orientar o trabalhador inapto quan-

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07-16 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

to às providências necessárias à recuperação da sua saúde e, se for o caso, encaminhá-lo à Previdência Social para requerer o benefício correspondente e, somente se o benefício vier a ser concedido, os efeitos da rescisão serão adiados para a ocasião da expiração do bene-fício previdenciário;

c) em sendo constatada a inaptidão decorrente de doença do trabalho ou profissional, a resci-são não poderia ocorrer em virtude da garan-tia de emprego prevista no art. 118 da Lei nº 8.212/1991. Assim, a ruptura contratual havida se torna inválida;

d) a norma legal em momento algum concedeu garantia de emprego, em geral, ao trabalhador considerado inapto, exigindo apenas a reali-zação do exame médico demissional.

Não obstante o entendimento ora adotado, a questão é controvertida, existindo, tanto na doutrina como na jurisprudência trabalhistas, entendimentos e decisões em sentidos diversos, ou seja, alguns defendem a posição de que a simples constatação de inaptidão para o trabalho no exame médico demissio-nal, independentemente de ser decorrente ou não de moléstia profissional ou do trabalho, impede a ruptura contratual do trabalhador.

Transcrevemos, a seguir, algumas decisões judi-ciais sobre o tema.

“Recurso ordinário - Término do contrato de trabalho - Prova - A data anotada no registro de baixa do contrato de trabalho do reclamante é dotada de presunção de veracidade iuris tantum. Não a elide a mera invocação da data de realização do exame médico demissional, ato que, embora prescrito pela legislação vigente, não se apresenta como requisito prévio à dispensa do empregado. De regra, trata-se de procedimento de natureza administrativa, relacionado à segurança e medicina do trabalho, sendo normalmente realizado após a data de efetivo rompimento do liame, mas antes da homologação da rescisão pelos órgãos competentes, como autoriza a NR nº 07, item 7.4.3.5, do Ministério do Trabalho. Recurso improvido, no particular.” (TRT- 6ª Região - Proc. 01150-2007-019-06-00-7 - 1ª Turma - Rel. Des. Valdir José Silva de Carvalho - J. 27.05.2008)

“Agravo de instrumento - Nulidade da despedida - Exame demissional - O art. 168, II, da Consolidação das Leis do Tra-balho, ao estabelecer a obrigatoriedade do exame médico demissional, não impôs sanção no sentido de impedir o direito potestativo de dispensa por parte do empregador. Logo, não há se falar em direito à reintegração. Multa do art. 477, § 8º, da CLT. Diante da situação delineada nos autos, não há que se falar em aplicação da multa prevista no art. 477 da CLT. Agravo de instrumento não provido.” (TST - AI-RR 56957/2002-900-04-00.2 - 4ª Turma - Rela Juíza Conv. Maria Doralice Novaes - DJU 22.06.2007)

“Reintegração - Art. 168, inciso II, da Consolidação das Leis do Trabalho - Obrigatoriedade do exame-médio demissio-nal - A pretensão do autor está adstrita à sua reintegração no emprego, ao argumento de que, comprovado no exame médico demissional que se encontrava enfermo, não poderia ter sido demitido. Ocorre que o artigo 168, inciso II da CLT, que o autor considera violado, limita-se a dispor acerca da obrigatoriedade do exame médico no momento da demissão do empregado, nada versando acerca da pretendida garantia de emprego, razão pela qual não há como se reconhecer ofensa do citado dispositivo consoli-dado. Agravo de instrumento a que se nega provimento.” (TST - AIRR 1728/2000-051-01-00.4 - 1ª Turma - Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa - DJU 10.06.2005)

“Exame médico demissional obrigatório - Art. 168 da CLT - Garantia de emprego - O art. 168 da CLT, ao dispor sobre a obrigatoriedade da realização do exame médico quando da demissão do empregado, não cria nenhuma garantia de emprego, em razão de o empregador descumprir a obrigação, razão pela qual não enseja a admissibilidade do recurso de revista pela alínea “c” do art. 896 da CLT, quando a decisão do Regional mantém a sentença que negou a reintegração no emprego. Agravo de instrumento não provido.” (TST - AIRR 53614 - 4ª Turma - Rel. Min. Mil-ton de Moura França - DJU 21.05.2004)

“Doença profissional - Nulidade da demissão - Requisi-tos - O contrato de trabalho não pode ser rescindido pela empresa, imotivadamente, enquanto em curso licença médica ou benefício previdenciário, já que no referido pe-ríodo encontra-se suspenso. Se não ocorrida tal situação, outra há que se configurar: Ter a doença sido qualificada pelo INSS como decorrente da atividade profissional e assim qualificada como acidente de trabalho, e ter o obreiro, assim, obtido o devido auxílio-doença, que deter-mina o eventual início da estabilidade acidentária. A mera constatação, por médico do trabalho, em exame admissio-nal ou demissional, de inaptidão para o serviço, não enseja a caracterização como doença profissional apta a qualifi-car a nulidade da dispensa e a reintegração no emprego, se de tal exame médico não decorreu licença para o traba-lho. Recurso conhecido e desprovido. Sentença mantida.” (TRT-10ª Região - RO 00969/2002 - 3ª Turma - Rel. Juiz Douglas Alencar Rodrigues - DJU 06.09.2002)

“Recurso de revista - Reintegração - Ausência do exame médico demissional - 1. O descumprimento da regra insculpida no art. 168, inciso II, da CLT, por ausência de exame demissional, não se revela suficiente para emba-sar condenação em reintegração no emprego, tendo em vista não haver cominação de nulidade da dispensa pela inobservância de tal exigência, mas apenas a previsão de eventual sanção administrativa, nos termos do art. 201 do referido diploma legal. 2. Agravo de instrumento a que se nega provimento.” (TST - AIRR 41167/2002-900-04-00.2 - 1ª Turma - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 21.10.2005)

“Exame médico demissional - Não se equipara à perícia médica, nem gera, por si só, nulidade da dispensa. A Lei não condiciona a validade da rescisão do contrato à reali-zação de exame médico demissional, nem tem amparo jurí-dico a alegação de que o exame realizado foi equivalente a uma simples consulta médica. O exame médico admis-sional ou demissional previsto no art. 168 da CLT não se equipara à perícia médica. Sua finalidade não é investigar doenças crônicas, de origem ocupacional, e sim constatar a higidez física e mental do trabalhador antes, durante e

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07-17Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

ao final do contrato. A falta do exame, ou o exame precário das condições de saúde, só tem importância jurídica se posteriormente ficar provado que o empregado é portador de doença ocupacional, adquirida em razão do trabalho exercido exclusivamente na empresa.” (TRT-2ª Região - RO 02142-2002-302-02-00 - (20050883202) - 9ª Turma - Rel. p/o Ac. Juiz Luiz Edgar Ferraz de Oliveira - DOESP 20.01.2006)

“Nulidade da despedida - Não-realização de exame médico demissional - Sendo a autora considerada apta para o trabalho em exame ocupacional realizado em período não superior a noventa dias, estava a demandada desobrigada de realizar o exame demissional previsto no inciso II do art. 168 da CLT, a teor do que dispõe o item 7.4.3.5 da NR-7 da Portaria 3.214/78, em sua nova redação. Negado provimento.” (TRT-4ª Região - RO 01181-2004-019-04-00-6 - Relª Rosane Serafini Casa Nova - J. 26.11.2008)

“Agravo de instrumento em recurso de revista - Reinte-gração - A Corte Regional registrou não haver previsão, em cláusula normativa, normativa, de reintegração do empregado, na hipótese de não efetuado o exame médico demissional. Recurso de revista desfundamentado, ante a ausência de indicação de violação de dispositivo legal ou de divergência jurisprudencial (art. 896 da CLT). Agravo de instrumento a que se nega provimento.” (TST - AIRR 1401/2002-900-01-00 - Rel. Min. Pedro Paulo Manus - DJe 28.11.2008)

“Recurso de revista - Estabilidade provisória - Doença profissional - 1- A Súmula nº 378, II, do TST prevê que o empregado tem jus à estabilidade provisória se, uma vez findo o contrato de trabalho, é constatada doença profis-sional decorrente dos serviços prestados, independente-mente da ocorrência de afastamento superior a quinze dias e da percepção do auxílio-doença. 2- Entretanto, no caso, porque exaurido o período de estabilidade, são devidos, apenas, os salários relativos ao período compreendido entre a data da despedida e o final do período da esta-bilidade, não se admitindo a reintegração no emprego, nos termos da Súmula nº 396, item I, do TST...” (TST - RR 6578/2002-902-02-00 - Rela Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi - DJe 06.02.2009)

“...Dispensa imotivada - Estabilidade provisória - Doença ocupacional no prazo do aviso-prévio - Ocorrência não demonstrada - A Corte regional manteve o indeferimento do pleito, consignando que, ‘‘não tendo o Reclamante gozado auxílio doença acidentário, não havendo prova de que a Reclamada tenha impedido, por algum modo, a frui-ção do benefício, nem se configurando qualquer hipótese de suspensão ou de interrupção do contrato de trabalho ao tempo da comunicação da dispensa, não se afiguram os pressupostos para impedimento da dispensa apresen-tados pelo Reclamante’’. Dessa decisão não se depreende violação da literalidade dos arts. 487 da CLT e 20, § 2º, e 118 da Lei nº 8.213/91. Conclusão diversa depende de revolvimento de fatos e provas, procedimento obstado nesta instância extraordinária, a teor da Súmula nº 126 do TST. Divergência não caracterizada. Recurso de revista de que não se conhece.” (TST - RR 39761/2002-900-03-00 - Rel. Min. Fernando Eizo Ono - DJe 06.02.2009)

“Recurso de revista - Estabilidade provisória - Doença pro-fissional - 1- O entendimento firmado no acórdão regional harmonizase com a jurisprudência desta Corte, a teor da Súmula nº 378, II, do TST, que prevê que o empregado tem

jus à estabilidade provisória se, uma vez findo o contrato de trabalho, é constatada doença profissional decorrente dos serviços prestados, independentemente da ocorrência de afastamento superior a quinze dias e da percepção do auxílio-doença. 2 - Entretanto, no caso, são devidos, ape-nas, os salários relativos ao período compreendido entre a data da despedida e o final do período estabilitário, não se admitindo a reintegração no emprego, nos termos da Súmula nº 396, item I, do TST...” (TST - RR 10604/2002-902-02-00 - Rela Mina Maria Cristina Irigoyen Peduzzi - DJe 12.12.2008)

“Estabilidade - Doença preexistente ao contrato de trabalho sem nexo com as atividades exercidas - Atitude discrimina-tória não comprovada - Reintegração indevida - O direito à estabilidade provisória, ou à correspondente indenização, visa coibir o empregador de efetuar a dispensa daqueles trabalhadores a que a Constituição Federal e a Lei Ordiná-ria asseguram estabilidade no emprego, como o trabalha-dor que adquiriu doença profissional, equiparada ao aci-dente de trabalho, em razão das atividades desenvolvidas em prol do empregador, nos termos do art. 118 da Lei nº 8.212/91. Se, contudo, a doença que acomete o obreiro é preexistente ao contrato de trabalho, não decorrendo das atividades exercidas; Se não comprovada a ciência do empregador sobre a doença; Se o exame médico demis-sional declara o obreiro apto sem restrições;e, por fim, se não resta comprovada a despedida discriminatória em vir-tude da doença, não se cogita de nulidade da despedida imotivada, mas de mero exercício do poder potestativo de resilição contratual do empregador. Recurso da Recla-mante a que se nega provimento.” (TRT-9ª Região - ACO 00618-2006-094-09-00-5 - Rel. Ubirajara Carlos Mendes - J. 01.06.2007)

“Nulidade da despedida. Reintegração. Exame médico demissional. Exame médico demissional realizado de acordo com as determinações da Portaria NR-7, da Por-taria no 3.214/78. Laudo pericial que não considerou a enfermidade do autor como doença profissional. Despe-dida válida. Provimento negado.” (Acórdão da 3ª Turma 4ª Região - RO 00217.721/97-4 - Rel. juiz Otacilio Silveira Goulart Filho - Fonte 06.11.2000)

“Agravo de instrumento - Recurso de revista - Reintegra-ção - A reintegração foi deferida porque o exame médico demissional revelou que o demandante não estava apto para a demissão. Agravo conhecido, mas não provido.” (TST - AIRR 136/2000-471-01-40.7 - 3ª Turma - Rel. Juiz Conv. José Ronald C. Soares - DJU 11.11.2005)

Observe-se que, apesar do entendimento ante-riormente descrito considerando-se a inexistência de dispositivo legal disciplinando especificamente o pro-cedimento a ser observado na situação em comento, o empregador deverá acautelar-se diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, sendo aconselhá-vel, por medida preventiva, consultar o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), bem como o sindicato da respectiva categoria profissional sobre o assunto, lem-brando que caberá à Justiça do Trabalho a decisão final da controvérsia, caso seja proposta ação nesse sentido.

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07-18 CT Manual de Procedimentos - Fev/2014 - Fascículo 07 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

FOlha de PagamentOElaboração

1) A empresa pode elaborar uma única folha de pagamento que englobe sua matriz e filiais?

Não. A empresa deverá elaborar a folha de paga-mento por estabelecimento, devendo manter, em cada um deles, uma via da respectiva folha e dos recibos de pagamentos.

(Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 225)

Férias - Lançamento

2) Como devem ser lançadas as férias do empre-gado na folha de pagamento, quando o gozo e o paga-mento recaírem em meses distintos?

De acordo com os arts. 130 e 142, caput, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o empre-gado perceberá, durante as férias, as quais são pagas em número de dias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão.

Considerando que a folha/recibo de pagamento deve conter os valores relativos ao mês a que se refere, esclarecemos que caso o pagamento e o gozo das férias recaiam em meses distintos, como por exemplo, férias gozadas integralmente no mês de abril com res-pectivo pagamento efetuado no mês de março, deverá ser adotado como competência o mês de abril.

Para fins de lançamento de folha de pagamento, bem como recolhimento dos encargos relativos às referidas férias (INSS e FGTS), deverá ser observada a competência do mês de abril.

(Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, arts. 130 e 142; Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo De-creto nº 3.048/1999, art. 225, inciso I, e § 9º, inciso IV)

Informações obrigatórias

3) Perante a legislação previdenciária, quais informa-ções devem constar na folha de pagamento de salários?

A empresa e o equiparado, sem prejuízo do cumprimento de outras obrigações acessórias pre-vistas na legislação previdenciária, estão obrigados a elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por estabelecimento, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização e resumo geral. Nela, devem constar:

a) discriminados o nome de cada segurado e o respectivo cargo, função ou serviço prestado;

b) agrupados por categoria os segurados emprega-do, trabalhador avulso e contribuinte individual;

c) identificado o nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;

d) destacados as parcelas integrantes e não inte-grantes da remuneração e os descontos legais; e

e) indicado o número de quotas de salário-famí-lia, atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso.

(Instrução Normativa RFB nº 971/2009, art. 47, III)

Saldo devedor do empregado

4) Como deve proceder a empresa se, no cálculo da folha de pagamento, ao efetuar descontos no salá-rio, for apurado saldo devedor do empregado?

Entendemos que, quando não houver a possi-bilidade de se efetuar o desconto total na folha de pagamento do empregado em determinado mês, em virtude de convênios ou porque o saldo do salário do empregado venha a ficar negativo, o valor restante poderá ser descontado do mês imediatamente subse-quente, devendo a empresa, por medida de cautela, comunicar previamente o empregado.

Para tanto, a empresa deve obter autorização prévia e expressa do empregado, para que se efetue esse des-conto, devendo observar que o empregado deve perce-ber, no mínimo, 30% do seu salário em dinheiro, de acordo com o disposto no parágrafo único do art. 82 da CLT.

Cumpre-nos esclarecer que, de acordo com o art. 462 da CLT, ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de documento coletivo de trabalho.

Vale lembrar que o entendimento jurisprudencial predominante, consubstanciado na Súmula nº 342, do TST, é no sentido de que os descontos salariais efetuados pelo empregador, com autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em pla-nos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativa associativa dos seus trabalhadores, em seu benefício e dos seus dependentes, não afrontam o disposto pelo art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico.

a IOB Perguntas e Respostas