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Boletim j Manual de Procedimentos Veja nos Próximos Fascículos a Adicional de periculosidade a Aposentadoria por tempo de contribuição a Transferência de empregados Legislação Trabalhista e Previdenciária Fascículo N o 23/2014 / a Trabalhismo Futebol - Copa do Mundo de 2014 01 / a IOB Setorial Mineração Trabalho em minas no subsolo - Jornada e condições de higiene e conforto 09 / a IOB Comenta Consequências trabalhistas decorrentes da arregimentação de traba- lhadores rurais por meio de “gatos” 10 / a IOB Perguntas e Respostas Copa do Mundo de 2014 Jornada de trabalho 13 Férias escolares 14

IOB - Legislação Trabalhista - nº 23/2014 - 1ª Sem Junho · trabalhadores, de camisetas, bottons, bonés, distin-tivos e quaisquer outros adornos pessoais relativos ao selecionado

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Veja nos Próximos Fascículos

a Adicional de periculosidade

a Aposentadoria por tempo de contribuição

a Transferência de empregados

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Fascículo No 23/2014

/a TrabalhismoFutebol - Copa do Mundo de 2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a IOB Setorial

MineraçãoTrabalho em minas no subsolo - Jornada e condições de higiene e conforto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09

/a IOB ComentaConsequências trabalhistas decorrentes da arregimentação de traba-lhadores rurais por meio de “gatos” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

/a IOB Perguntas e Respostas

Copa do Mundo de 2014Jornada de trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13Férias escolares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

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© 2014 by IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Capa:Marketing IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial IOB FOLHAMATIC EBS > SAGE

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Legislação trabalhista e previdenciária : Futebol - Copa do Mundo de 2014: IOB setorial:trabalho... -- 10. ed. -- São Paulo : IOB Folhamatic, 2014. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2173-9

1. Previdência social - Leis e legislação - Brasil 2. Trabalho - Leis e legislação - Brasil I. Série.

CDU-34:368.4(81)(094)14-04465 -34:331(81)(094)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Leis : Previdência social : Direito previdenciário 34:368.4(81)(094) 2. Leis trabalhistas : Brasil 34:331(81)(094)

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Manual de ProcedimentosLegislação Trabalhista e Previdenciária

Boletimj

23-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 CT

A edição 2014 da Copa do

Mundo de Futebol terá por sede o Brasil e será realizada no período de

12.06 a 13.07.2014, razão pela qual foram divulgadas várias normas relativas ao evento, as quais irão fatalmente trazer repercussões no âmbito do trabalho, como, por exemplo, a

possibilidade de decretação de feriados nos dias dos jogos e a concessão de

férias escolares no período respectivo

a Trabalhismo

Futebol - Copa do Mundo de 2014 SUMÁRIO 1. Introdução 2. Conceitos 3. Dias de jogos - Feriados - Possibilidade 4. Locais de trabalho - Decoração 5. Serviço voluntário 6. Serviços de segurança privada 7. Campanhas sociais na competição 8. Concessão de vistos de entrada no País 9. Estrangeiros - Permissões de trabalho - Emissão 10. Férias escolares 11. Justiça do Trabalho 12. Previdência Social 13. Legislação - Aplicação subsidiária 14. Tabela

1. Introdução

A nossa vocação para o futebol, esporte tão popular no mundo, que já nos rendeu e continua rendendo importantes títulos internacionais e a fama de “país do futebol”, não havia conseguido, até a Copa de 2010, sensibilizar nossos legisladores a ponto de inspirar normas que disciplinassem a vida do País nestes dias de muita ansiedade, apreensão e expectativa, que podem ser sucedidos de alegrias ou tristezas.

Dessa forma, não existia na legislação trabalhista qualquer dispositivo que assegurasse aos trabalha-dores o direito de paralisar suas atividades ou até de se ausentarem do trabalho durante os dias ou horas que antecedem ou sucedem os jogos, sem prejuízo ou não da remuneração correspondente.

Isto quer dizer que se um empregador não permitisse que os empregados saíssem da empresa

para assistir aos jogos estaria pura e simplesmente fazendo valer o contrato de trabalho firmado, que prevê direitos e obrigações a ambas as partes.

No entanto, a edição 2014 da Copa do Mundo de Futebol terá por sede o Brasil, razão pela qual têm sido divulgadas várias normas relativas ao evento, as quais irão fatalmente trazer repercussões no âmbito do trabalho, como, por exemplo, a pos-sibilidade de decretação de feriados nos dias dos jogos e a concessão de férias escolares no período respectivo. No âmbito previdenciário, já foram con-cedidas isenções de contribuições para algumas

pessoas jurídicas.

2. ConCeItos

A Lei nº 12.663/2012, regulamentada pelo De - creto nº 7.783/2012, que dispõe, dentre outras, sobre as medidas rela-

tivas à Copa do Mundo Fifa/2014, que será reali-

zada no Brasil, definiu, entre outros, os seguintes conceitos

para os respectivos eventos:

a) .........................................................................Fédération Internationale de Football Asso-ciation (Fifa) - associação suíça de direito pri-vado, entidade mundial que regula o esporte de futebol de associação, e suas subsidiárias não domiciliadas no Brasil;

b) subsidiária Fifa no Brasil - pessoa jurídica de direito privado, domiciliada no Brasil, cujo ca-pital social total pertence à Fifa;

c) Copa do Mundo Fifa/2014 - Comitê Organiza-dor Brasileiro Ltda. (COL) - pessoa jurídica de direito privado, reconhecida pela Fifa, consti-

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23-02 CT Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

tuída sob as leis brasileiras com o objetivo de promover, dentre outras, a Copa do Mundo Fifa/2014, bem como os eventos relacionados;

d) Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - as-sociação brasileira de direito privado, sendo a associação nacional de futebol no Brasil;

e) competição - Copa do Mundo Fifa/2014;f) eventos - a competição e as seguintes ativi-

dades relacionadas à competição, oficialmen-te organizadas, chanceladas, patrocinadas ou apoiadas pela Fifa, Subsidiárias Fifa no Brasil, COL ou CBF:f.1) os congressos da Fifa, banquetes, ceri-

mônias de abertura, encerramento, pre-miação e outras cerimônias, sorteio pre-liminar, final e quaisquer outros sorteios, lançamentos de mascote e outras ativi-dades de lançamento;

f.2) seminários, reuniões, conferências, workshops e coletivas de imprensa;

f.3) atividades culturais: concertos, exibições, apresentações, espetáculos ou outras expressões culturais, bem como os pro-jetos Futebol pela Esperança (Football for Hope) ou projetos beneficentes similares;

f.4) partidas de futebol e sessões de treino; ef.5) outras atividades consideradas relevan-

tes para a realização, organização, pre-paração, marketing, divulgação, promo-ção ou encerramento da competição;

g) confederações Fifa - as seguintes confedera-ções:g.1) Confederação Asiática de Futebol (Asian

Football Confederation - AFC);g.2) Confederação Africana de Futebol (Con-

fédération Africaine de Football - CAF);g.3) Confederação de Futebol da América do

Norte, Central e Caribe (Confederation of North, Central American and Caribbean Association Football - Concacaf);

g.4) Confederação Sul-Americana de Futebol (Confederación Sudamericana de Fútbol - Conmebol);

g.5) Confederação de Futebol da Oceania (Oceania Football Confederation - OFC); e

g.6) União das Associações Europeias de Fu-tebol (Union des Associations Européen-nes de Football - Uefa);

h) associações estrangeiras membros da Fifa - as associações nacionais de futebol de ori-gem estrangeira, oficialmente afiliadas à Fifa, participantes ou não da competição;

i) emissora fonte da Fifa - pessoa jurídica licencia-da ou nomeada, com base em relação contra-tual, para produzir o sinal e o conteúdo audiovi-sual básicos ou complementares dos eventos, com o objetivo de distribuição no Brasil e no ex-terior para os detentores de direitos de mídia;

j) prestadores de serviços da Fifa - pessoas ju-rídicas licenciadas ou nomeadas, com base em relação contratual, para prestar serviços relacionados à organização e à produção dos eventos:j.1) como coordenadores da Fifa na gestão

de acomodações, de serviços de trans-porte, de programação de operadores de turismo e dos estoques de ingressos;

j.2) como fornecedores da Fifa de serviços de hospitalidade e de soluções de tec-nologia da informação; ou

j.3) outros prestadores licenciados ou nomea-dos pela Fifa para a prestação de servi-ços ou fornecimento de bens, admitidos em regulamento;

k) parceiros comerciais da Fifa - pessoa jurídica licenciada ou nomeada, com base em qual-quer relação contratual, em relação aos even-tos, bem como os seus subcontratados, para atividades relacionadas aos eventos, excluin-do-se a LOC, a CBF, as confederações Fifa, as associações estrangeiras membros da Fifa, a emissora fonte da Fifa e os prestadores de serviços da Fifa;

l) voluntário da Fifa, de subsidiária Fifa no Brasil ou do LOC - pessoa física que dedica parte do seu tempo, sem vínculo empregatício, para auxiliar a Fifa, a subsidiária Fifa no Brasil ou o LOC na organização e realização dos eventos.

3. dIas de jogos - FerIados - PossIBIlIdade

Durante a Copa do Mundo Fifa/2014, a União poderá declarar feriados nacionais os dias em que houver jogo da seleção brasileira de futebol.

Nota

O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio da Por-taria nº 113/2014, estabeleceu que, em caráter excepcional, o horário de expediente dos órgãos e das entidades da administração pública federal di-reta, autárquica e fundacional, nos dias das partidas da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo Fifa/2014, se encerrará às 12h30min (horário de Brasília), sem prejuízo da prestação dos serviços considerados essenciais.

De acordo com a Circular DC/Bacen nº 3.703/2014, os bancos múlti-plos com carteira comercial, os bancos comerciais e as caixas econômicas podem alterar o horário de atendimento ao público de suas agências nos dias dos jogos da seleção brasileira de futebol durante a Copa do Mundo Fifa 2014, com a obrigatoriedade de funcionamento mínimo de 4 horas, dispensa-do o cumprimento do horário obrigatório e ininterrupto de que trata o art. 1º, § 1º, inciso I, da Resolução nº 2.932/2002.

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23-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que sediarão os eventos poderão, também, declarar feriado ou ponto facultativo os dias de sua ocorrência em seu território.

Observa-se, portanto, que caberá à União decla-rar ou não os dias de jogos que envolvam a seleção brasileira como feriados nacionais.

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão, também, decretar feriados, em seus res-pectivos âmbitos, os dias de jogos que ocorrerem em seus territórios.

Nota

Até o fechamento desta edição, apenas as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo haviam decretado feriado nos dias de jogos da Copa do Mundo nos seus respectivos territórios.

São 12 as cidades (sede) que receberão os jogos da Copa:

a) Belo Horizonte (MG);b) Brasília (DF);c) Cuiabá (MT);d) Curitiba (PR);e) Fortaleza (CE);f) Manaus (AM);g) Natal (RN);h) Porto Alegre (RS);i) Recife (PE);j) Rio de Janeiro (RJ);k) Salvador (BA);l) São Paulo (SP).

Nota

A Fifa divulgou que a Copa do Mundo de Futebol/2014 será realizada de 12.06 a 13.07.2014.

4. loCaIs de traBalho - deCoração

Não há qualquer determinação legal relativa à decoração dos locais de trabalho devido à Copa do Mundo. Portanto, esta possibilidade deve ser negociada entre empregados e empregador. Cabe às empresas disciplinar a possibilidade de decoração das áreas de trabalho com, por exemplo, bandeiras, bandeirolas, imagens e demais adereços alusivos ao evento e a organização dos chamados “bolões” ou qualquer outro sistema de apostas.

Além disso, devem ser criadas regras, também de conhecimento geral, acerca da utilização, pelos trabalhadores, de camisetas, bottons, bonés, distin-

tivos e quaisquer outros adornos pessoais relativos ao selecionado brasileiro ou a equipes de futebol nacionais ou internacionais. Especial atenção deve ser dada àqueles empregados que, por força da atividade, usam uniforme, cabendo ao empregador padronizar a utilização de complementos comemora-tivos ou simplesmente proibir a sua utilização.

5. servIço voluntárIoO serviço voluntário que vier a ser prestado por

pessoa física para auxiliar a Fifa, a subsidiária Fifa no Brasil ou o COL, na organização e realização dos eventos, constituirá atividade não remunerada e aten-derá aos seguintes requisitos:

a) não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim para o tomador do serviço voluntário;

b) será exercido mediante a celebração de ter-mo de adesão entre a entidade contratante e o voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício.

A concessão de meios para a prestação do ser-viço voluntário, a exemplo de transporte, alimentação e uniformes, não descaracteriza a gratuidade do serviço voluntário.

O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias, desde que expressamente autorizadas pela entidade a que for prestado o serviço voluntário.

O serviço voluntário que vier a ser prestado por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos observará o disposto na Lei nº 9.608/1998, a qual regulamenta o serviço voluntário.

6. servIços de segurança PrIvada

A prestação dos serviços de segurança privada nos eventos obedecerá à legislação pertinente e às orientações normativas da Polícia Federal quanto à autorização de funcionamento das empresas contra-tadas e à capacitação dos seus profissionais.

7. CaMPanhas soCIaIs na CoMPetIção

O Poder Público poderá adotar providências visando à celebração de acordos com a Fifa, com vistas à:

a) divulgação de eventos, entre outros, de cam-panha pelo trabalho decente;

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23-04 CT Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

b) efetivação de aplicação voluntária pela referi-da entidade de recursos oriundos dos even-tos, para, entre outros, a divulgação da impor-tância do combate ao racismo no futebol e da promoção da igualdade racial nos empregos gerados pela Copa do Mundo.

8. ConCessão de vIstos de entrada no País

Deverão ser concedidos, sem qualquer restrição quanto à nacionalidade, raça ou credo, vistos de entrada, aplicando-se, subsidiariamente, no que cou-ber, as disposições da Lei nº 6.815/1980 (a qual define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil) para:

a) todos os membros da delegação da Fifa, in-clusive:a.1) membros de comitê da Fifa;a.2) equipe da Fifa ou das pessoas jurídicas,

domiciliadas ou não no Brasil, de cujo capital total e votante a Fifa detenha ao menos 99%;

a.3) convidados da Fifa; ea.4) qualquer outro indivíduo indicado pela

Fifa como membro da delegação da Fifa;b) funcionários das confederações Fifa;c) funcionários das associações estrangeiras

membros da Fifa;d) árbitros e demais profissionais designados

para trabalhar durante os eventos;e) membros das seleções participantes em qual-

quer das competições, incluindo os médicos das seleções e demais membros da delegação;

f) equipe dos parceiros comerciais da Fifa;g) equipe da emissora fonte da Fifa, das emisso-

ras e das agências de direitos de transmissão;h) equipe dos prestadores de serviços da Fifa;i) clientes de serviços comerciais de hospitalida-

de da Fifa;j) representantes de imprensa; ek) espectadores que possuam ingressos ou con-

firmação de aquisição de ingressos válidos para qualquer evento e todos os indivíduos que demonstrem seu envolvimento oficial com os eventos, contanto que evidenciem de ma-neira razoável que sua entrada no País possui alguma relação com qualquer atividade rela-cionada aos eventos. Nesta hipótese, o prazo de estada será de até 90 dias, improrrogáveis.

O prazo de validade dos vistos de entrada con-cedidos encerra-se no dia 31.12.2014. O prazo de

estada dos portadores dos vistos concedidos mencio-nados nas letras “a” a “j” poderá ser fixado, a critério da autoridade competente, até o dia 31.12.2014.

Considera-se documentação suficiente para obtenção do visto de entrada ou para o ingresso no território nacional o passaporte válido ou documento de viagem equivalente, em conjunto com qualquer instrumento que demonstre a vinculação de seu titular com os eventos.

NotaNão se concederá visto ao estrangeiro:

a) menor de 18 anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização expressa;

b) considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais;

c) anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada;

d) condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira; ou

e) que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Minis-tério da Saúde.

O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obs-tado ocorrendo qualquer dos casos mencionados, ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça.

O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa devida em virtude da Lei nº 6.815/1980 não poderá reentrar sem efetuar o seu paga-mento, acrescido de correção monetária.

O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá esten-der-se a todo o grupo familiar.

8.1 regulamentação da concessão dos vistos de entrada

O Decreto nº 7.783/2012, o qual regulamentou a Lei nº 12.663/2012, determinou que o Ministério das Relações Exteriores fixará o prazo de estada dos porta-dores de vistos de entrada no País relacionados à Copa do Mundo Fifa/2014, que serão emitidos em caráter prioritário e sem qualquer custo aos interessados.

Cabe, ainda, ao mencionado Ministério, dispor sobre a concessão de vistos de entrada por meio eletrônico.

Nota

Os requerimentos de visto de entrada serão apresentados ao Ministério das Relações Exteriores.

9. estrangeIros - PerMIssões de traBalho - eMIssão

Serão emitidas, em caráter prioritário e sem qual-quer custo, as permissões de trabalho, caso exigíveis, para as pessoas a seguir relacionadas, desde que comprovado, por documento expedido pela Fifa ou por terceiro por ela indicado, que a entrada no País se destina ao desempenho de atividades relacionadas aos eventos:

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23-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

a) todos os membros da delegação da Fifa, in-clusive:a.1) membros de comitê da Fifa;a.2) equipe da Fifa ou das pessoas jurídicas,

domiciliadas ou não no Brasil, de cujo capital total e votante a Fifa detenha ao menos 99%;

a.3) convidados da Fifa; ea.4) qualquer outro indivíduo indicado pela

Fifa como membro da delegação da Fifa;b) funcionários das confederações Fifa;c) funcionários das associações estrangeiras

membros da Fifa;d) árbitros e demais profissionais designados

para trabalhar durante os eventos;e) membros das seleções participantes da com-

petição, incluindo os médicos das seleções e demais membros da delegação;

f) equipe dos parceiros comerciais da Fifa;g) equipe da emissora fonte da Fifa, das emisso-

ras e das agências de direitos de transmissão;h) equipe dos prestadores de serviços da Fifa;i) clientes de serviços comerciais de hospitalida-

de da Fifa;j) representantes de imprensa.

O prazo de validade da permissão de trabalho não excederá o prazo de validade do respectivo visto de entrada, em qualquer das hipóteses mencionadas.

Poderão ser estabelecidos procedimentos espe-cíficos para concessão de permissões de trabalho e os requerimentos serão concentrados em um único órgão da administração pública federal.

9.1 Permissão de trabalho - ProcedimentosCabe ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),

ouvido o Ministério do Esporte, conceder as permis-sões de trabalho para as pessoas mencionadas no item 9, quando exigíveis nos termos do inciso V do caput do art. 13 da Lei nº 6.815/1980 e das Resoluções do Conselho Nacional de Imigração.

Para a concessão da permissão de trabalho, a pessoa jurídica interessada na atividade profissional do estrangeiro deverá apresentar requerimento expedido pela Fifa, ou por terceiro por ela indicado, acompanhado de documentos que demonstrem a vinculação do profissional estrangeiro a atividades relacionadas à Copa do Mundo Fifa/2014.

O MTE decidirá sobre as permissões de trabalho, quando devidamente instruídas, no prazo de 5 dias

úteis, encaminhando-as ao Ministério das Relações Exteriores para concessão do visto de entrada nas repartições consulares brasileiras no exterior.

As permissões de trabalho serão concedidas sem qualquer custo, pelo prazo de até 2 anos, pror-rogável, observado em qualquer hipótese o limite de 31.12.2014.

Os requerimentos de permissão de trabalho poderão ser efetuados em meio eletrônico, em sis-tema próprio disponibilizado na internet pelo MTE. O sistema possibilitará a consulta pública instantânea dos requerimentos em tramitação ou já decididos.

Nota

O Conselho Nacional de Imigração, por meio da Resolução Normativa CNIg nº 98/2012, disciplina a concessão de autorização de trabalho para obtenção de visto temporário a estrangeiro no Brasil, que venha trabalhar, exclusivamente, na preparação, organização, planejamento e execução, dentre outras, da Copa do Mundo Fifa/2014 e dos Jogos Olímpicos e Para-límpicos Rio 2016.

10. FérIas esColaresEm 2014, os sistemas de ensino deverão ajustar os

calendários escolares de forma que as férias escolares decorrentes do encerramento das atividades letivas do primeiro semestre do ano, nos estabelecimentos de ensino das redes pública e privada, abranjam todo o período entre a abertura e o encerramento da Copa do Mundo Fifa/2014.

11. justIça do traBalhoA Fifa, as subsidiárias Fifa no Brasil, seus repre-

sentantes legais, consultores e empregados são isentos do adiantamento de custas, emolumentos, caução, honorários periciais e quaisquer outras des-pesas devidas, entre outros, aos órgãos da Justiça do Trabalho, em qualquer instância, e aos tribunais supe-riores, assim como não serão condenados em custas e despesas processuais, salvo comprovada má-fé.

12. PrevIdênCIa soCIal

A Lei nº 12.350/2010 determinou que a Fifa ficará isenta, entre outras, da contribuição previdenciária patronal (geralmente de 20%) e para terceiros, em relação aos fatos geradores decorrentes das ativida-des vinculadas à realização, no Brasil, da Copa do Mundo Fifa/2014. A isenção também será concedida à subsidiária Fifa no Brasil e às seguintes pessoas jurídicas não domiciliadas no País:

a) confederações Fifa;b) associações estrangeiras membros da Fifa;c) emissora fonte da Fifa; ed) prestadores de serviços da Fifa.

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23-06 CT Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

As isenções serão aplicadas aos fatos geradores que ocorrerem no período de 1º.01.2011 a 31.12.2015.

As isenções não desobrigam:a) as pessoas físicas residentes no País que aufi-

ram renda ou proventos de qualquer natureza decorrentes da prestação de serviços às pes-soas jurídicas participantes dos eventos, do recolhimento da contribuição na qualidade de contribuinte individual; e

b) as pessoas jurídicas participantes dos eventos de reter e de recolher a contribuição previden-ciária dos segurados empregados.

NotaA União compensará o Fundo do Regime Geral de Previdência Social

(RGPS), no valor correspondente à estimativa de renúncia relativa às contri-buições previdenciárias decorrente da desoneração, de forma a não afetar a apuração do resultado financeiro do RGPS.

A renúncia consistirá na diferença entre o valor da contribuição que seria devido, como se não houvesse incentivo, e o valor da contribuição efe-tivamente recolhido.

O valor estimado da renúncia será incluído na lei orçamentária anual, sem prejuízo do repasse, enquanto não constar na mencionada lei.

12.1 Procedimentos necessários à habilitação ao gozo dos benefícios fiscais

Por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.289/2012, a Receita Federal do Brasil (RFB) divul-gou os procedimentos necessários para a habilitação ao gozo dos benefícios fiscais referentes à realização, no Brasil, dentre outras, da Copa do Mundo.

Somente poderão usufruir dos benefícios fiscais mencionados no item 12 os eventos, as bases tem-porárias de negócios e as pessoas físicas e jurídicas, domiciliadas ou não no Brasil, previamente habilitadas pela RFB.

Nota

Não poderão habilitar-se à fruição dos benefícios fiscais, entre outras, as pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) e aquelas com situação irregular perante a RFB.

12.2 Informações na guia de recolhimento do Fundo de garantia do tempo de serviço e Informações à Previdência social (gFIP)

As bases temporárias de negócios e as pessoas jurídicas que gozam dos benefícios fiscais de isen-ção da contribuição previdenciária patronal de 20% e para terceiros, em relação aos fatos geradores decorrentes das atividades vinculadas à realização, no Brasil, da Copa do Mundo Fifa/2014, de que trata a Lei nº 12.350/2010, deverão observar, quando do preenchimento da GFIP, os seguintes procedimentos:

a) os valores de contribuição previdenciária pa-tronal calculados pelo Sistema Empresa de

Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (Sefip) e demonstrados no campo “Compro-vante de Declaração das Contribuições a Re-colher à Previdência Social”, nas linhas “Em-pregados/Avulsos”, “RAT - Agentes Nocivos”, “Valores pagos a Cooperativas” e “Adicional Cooperativas”, localizados abaixo do título “Empresa”, deverão ser somados e informa-dos no campo “Compensação”;

b) os campos “Código de Outras Entidades (Ter-ceiros)” e “Alíquota Rat” deverão ser preenchi-dos com “zeros”;

c) o campo “FAP” deverá ser preenchido com “1,00”;d) a Guia da Previdência Social (GPS) gerada

pelo Sefip deverá ser desprezada, devendo ser preenchida GPS com os valores efetiva-mente devidos sobre os fatos geradores decla-rados em GFIP;

e) os relatórios “Relatório de Valor de Retenção”, “Relatório de Compensações” e “Relatório de Reembolso” gerados pelo Sefip devem ser des-prezados e mantidos os demonstrativos de ori-gem do crédito, para fins de fiscalização e/ou pedido de reembolso/restituição/compensação;

f) as informações relativas ao contribuinte indi-vidual não deverão ser declaradas em GFIP, ficando a cargo do próprio segurado o recolhi-mento de sua contribuição previdenciária.

Nota

A base temporária de negócios no País, instalada pelas pessoas jurídi-cas não domiciliadas no território nacional - confederações Fifa, associações estrangeiras membros da FIFA, emissora fonte da Fifa e prestadores de ser-viços da Fifa - com a finalidade específica de servir à organização e realiza-ção dos eventos, não configura estabelecimento permanente para efeitos de aplicação da legislação brasileira.

A Instrução Normativa RFB nº 1.313/2012 determi-nou, entre outros, que as bases temporárias de negócios no País instaladas pela Fifa, por emissora fonte da Fifa, por prestadores de serviços da Fifa, por confederações Fifa e por associações membros da Fifa estão dispen-sadas de apresentar a GFIP quando tiverem contratado apenas contribuintes individuais. Esta determinação não desobriga o contribuinte individual do recolhimento de sua própria contribuição previdenciária.

13. legIslação - aPlICação suBsIdIárIaAplicam-se, subsidiariamente à competição,

no que couber e exclusivamente em relação às pessoas jurídicas ou naturais brasileiras, exceto às subsidiárias Fifa no Brasil e ao COL, as disposições da Lei nº 9.615/1998, regulamentada pelo Decreto nº 7.984/2013, a qual, entre outras providências, institui as normas gerais sobre desporto.

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23-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

14. taBelaReproduzimos a seguir a tabela dos jogos da Copa do Mundo.

COPA DO MUNDO 2014 - BRASIL

GRUPO A (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo12.06 17h Brasil X Croácia São Paulo

A

13.06 13h México X Camarões Natal17.06 16h Brasil X México Fortaleza18.06 18h Camarões X Croácia Manaus23.06 17h Camarões X Brasil Brasília23.06 17h Croácia X México Recife

GRUPO B (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo13.06 16h Espanha X Holanda Salvador

B

13.06 18h Chile X Austrália Cuiabá18.06 16h Espanha X Chile Rio de Janeiro18.06 13h Austrália X Holanda Porto Alegre23.06 13h Austrália X Espanha Curitiba23.06 13h Holanda X Chile São Paulo

GRUPO C (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo14.06 13h Colômbia X Grécia Belo Horizonte

C

14.06 22h Costa do Marfim X Japão Recife19.06 13h Colômbia X Costa do Marfim Brasília19.06 19h Japão X Grécia Natal24.06 16h Japão X Colômbia Cuiabá24.06 17h Grécia X Costa do Marfim Fortaleza

GRUPO D (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo14.06 16h Uruguai X Costa Rica Fortaleza

D

14.06 18h Inglaterra X Itália Manaus19.06 16h Uruguai X Inglaterra São Paulo20.06 13h Itália X Costa Rica Recife24.06 13h Itália X Uruguai Natal24.06 13h Costa Rica X Inglaterra Belo Horizonte

GRUPO E (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo15.06 13h Suíça X Equador Brasília

E

15.06 16h França X Honduras Porto Alegre20.06 16h Suíça X França Salvador20.06 19h Honduras X Equador Curitiba25.06 16h Honduras X Suíça Manaus25.06 17h Equador X França Rio de Janeiro

GRUPO F (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo15.06 19h Argentina X Bósnia Herzegóvina Rio de Janeiro

F

16.06 16h Irã X Nigéria Curitiba21.06 13h Argentina X Irã Belo Horizonte21.06 18h Nigéria X Bósnia Herzegóvina Cuiabá25.06 13h Nigéria X Argentina Porto Alegre25.06 13h Bósnia Herzegóvina X Irã Salvador

(continua)

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23-08 CT Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 - Boletim IOB

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Manual de Procedimentos

GRUPO G (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo

16.06 13h Alemanha X Portugal Salvador

G

16.06 19h Gana X EUA Natal21.06 16h Alemanha X Gana Fortaleza22.06 18h EUA X Portugal Manaus26.06 13h EUA X Alemanha Recife26.06 13h Portugal X Gana Brasília

GRUPO H (1ª fase)Data Horário (*) Jogos Local Grupo

17.06 13h Bélgica X Argélia Belo Horizonte

H

17.06 18h Rússia X Coreia do Sul Cuiabá22.06 13h Bélgica X Rússia Rio de Janeiro22.06 16h Coreia do Sul X Argélia Porto Alegre26.06 17h Coreia do Sul X Bélgica São Paulo26.06 17h Argélia X Rússia Curitiba

Oitavas de final (**)Data Horário (*) Jogos Local Jogo

28.06 13h 1º do grupo A X 2º do grupo B Belo Horizonte Jogo 4928.06 17h 1º do grupo C X 2º do grupo D Rio de Janeiro Jogo 5029.06 13h 1º do grupo B X 2º do grupo A Fortaleza Jogo 5129.06 17h 1º do grupo D X 2º do grupo C Recife Jogo 5230.06 13h 1º do grupo E X 2º do grupo F Brasília Jogo 5330.06 17h 1º do grupo G X 2º do grupo H Porto Alegre Jogo 541º/07 13h 1º do grupo F X 2º do grupo E São Paulo Jogo 551º/07 17h 1º do grupo H X 2º do grupo G Salvador Jogo 56

Quartas de finalData Horário (*) Jogos Local Jogo

04.07 17h Vencedor do Jogo 49 X Vencedor do Jogo 50 Fortaleza 5704.07 13h Vencedor do Jogo 53 X Vencedor do Jogo 54 Rio de Janeiro 5805.07 17h Vencedor do Jogo 51 X Vencedor do Jogo 52 Salvador 5905.07 13h Vencedor do Jogo 55 X Vencedor do Jogo 56 Brasília 60

SemifinalData Horário (*) Jogos Local Jogo

08.07 17h Vencedor do Jogo 57 X Vencedor do Jogo 58 Belo Horizonte 6109.07 17h Vencedor do Jogo 59 X Vencedor do Jogo 60 São Paulo 62

Decisão do 3º colocadoData Horário (*) Jogos Local Jogo

12.07 17h Perdedor do Jogo 61 X Perdedor do Jogo 62 Brasília 63

Decisão da Copa do Mundo de Futebol - Brasil - 2014Data Horário (*) Jogos Local Jogo

13.07 16h Vencedor do Jogo 61 X Vencedor do Jogo 62 Rio de Janeiro 64(*) Horário de Brasília (DF)(**) Jogam os classificados em 1º e 2º lugares do respectivo grupo na primeira fase.

(Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, art. 444; Lei nº 12.350/2010, arts. 7º, 8º, 26, 62; Lei nº 12.663/2012, arts. 19, 20, 21, 29, 37, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 53, 56, 57, 58, 63, 64, 66 e 70; Decreto nº 7.783/2012, arts. 2º, 3º. 4º, 5º e 6º; Ato Declaratório Executivo Codac nº 54/2012; Instrução Normativa RFB nº 1.289/2012; Instrução Normativa RFB nº 1.304/2012; Instrução Normativa RFB nº 1.313/2012, art. 3º; Portaria Interministerial MPS/ME nº 598/2012)

N

(continuação)

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23-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 CT

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MIneRaçãO

Trabalho em minas no subsolo - Jornada e condições de higiene e conforto1. Introdução

O trabalho em minas no subsolo é regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), arts. 293 a 301, e pela Norma Regulamentadora nº 22 (NR 22), aprovada pela Portaria MTb nº 3.214/1978, com reda-ção dada pela Portaria MTE nº 2.037/1999 e alterada pelas Portarias SIT/DSST nº 27/2002, SIT nº 63/2003 e SIT nº 202/2011, que dispõem acerca da segurança e saúde ocupacional na mineração em geral.

A NR 22 tem por objetivo disciplinar os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento da atividade mineradora com a busca permanente pela segurança e saúde dos trabalhadores.

O campo de aplicação da NR 22 compreende minerações subterrâneas, minerações a céu aberto, garimpos - no que couberem -, beneficiamentos mine-rais e pesquisa mineral.

Toda mina e demais campos de atuação devem estar sob supervisão técnica de profissional legal-mente habilitado.

A empresa ou permissionário de lavra garimpeira deve registrar, por meio de livro ou fichas próprias, as atividades de supervisão técnica da mina, efetuadas pelo profissional legalmente habilitado, bem como as observações e intervenções propostas e realizadas, que devem ficar no estabelecimento à disposição dos órgãos fiscalizadores.

Entre outras obrigações, estabelece a NR 22 que as empresas, os permissionários de lavra garimpeira ou os responsáveis pelas minas devem zelar pelo seu estrito cumprimento, prestando as informações que se fizerem necessárias aos órgãos fiscalizadores.

Neste texto, analisamos somente as questões atinentes à jornada de trabalho dos empregados nas minas de subsolo e algumas condições de conforto e higiene que lhes são asseguradas.

2. traBalhadores - Idade MínIMaO trabalho em minas de subsolo só é permitido

para homens entre 21 e 50 anos de idade.

3. jornada - duração do traBalho - redução e elevação da jornada - Intervalos Para desCanso - ProrrogaçõesA duração normal do trabalho será de 6 horas

diárias, perfazendo-se um total de 36 horas semanais, podendo ser inferior a esse limite, por determinação da autoridade competente, tendo em vista as condi-ções locais de insalubridade, bem como os métodos e processos do trabalho.

3.1 IntervalosEm cada período de 3 horas consecutivas de

trabalho será obrigatória uma pausa de 15 minutos para repouso, computados normalmente na duração da jornada.

3.2 tempo despendido entre a boca da mina e o local de trabalhoSerá computado para efeito de salário o tempo

despendido pelo empregado entre a boca da mina e o local de trabalho e vice-versa.

3.3 jornada - ProrrogaçãoA duração normal de trabalho efetiva no subsolo

poderá ser elevada até 8 horas diárias ou 44 horas semanais, com autorização prévia da autoridade competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho, do qual deverá constar o acréscimo de, pelo menos, 50% sobre o valor da hora normal.

4. transFerênCIa de loCal de traBalhoSempre que, por motivo de saúde, for necessária

a transferência do empregado para a superfície, a juízo da autoridade competente em matéria de segu-rança e saúde no trabalho, a empresa deverá fazê-lo, assegurando ao transferido a remuneração atribuída ao trabalhador de superfície em serviço equivalente, respeitada a capacidade profissional do interessado.

Recusando-se o empregado a atender a essa transferência, caberá à autoridade em questão deci-dir a respeito.

a IOB Setorial

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23-10 CT Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 - Boletim IOB

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Consequências trabalhistas decorrentes da arregimentação de trabalhadores rurais por meio de “gatos”

No âmbito rural, é comum os empregadores con-tratarem seus trabalhadores rurais por intermédio dos denominados “gatos” ou “turmeiros”. Nessa situação, a dúvida surgida diz respeito ao tratamento trabalhista a ser dispensado aos trabalhadores contratados, isto é, devem ser considerados empregados do tomador dos serviços ou do “gato”, ou caracterizados como trabalhadores autônomos?

Para a solução da questão, faz-se necessária a análise dos conceitos legais de empregado e autô-nomo. Assim, vejamos.

O art. 2º da Lei nº 5.889/1973, que estatui as normas reguladoras do trabalho rural, conceitua como empregado rural toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário.

Do conceito em questão conclui-se que, para a caracterização do vínculo empregatício, se exige, entre outros, os seguintes requisitos:

a) prestação de serviço de natureza não eventual a empregador;

b) subordinação hierárquica;

c) pessoalidade;

d) pagamento de salário.

5. alIMentação

O empregador deverá fornecer ao trabalhador do subsolo alimentação compatível com a natureza do trabalho, sob a supervisão de um nutricionista, na forma da legislação vigente.

Havendo fornecimento de alimentação no sub-solo, a empresa ou permissionário de lavra garimpeira manterá um local adequado que atenda às condições de segurança, higiene e conforto.

Nos locais e postos de trabalho, será fornecida aos trabalhadores água potável em condições de higiene.

6. Instalações sanItárIas

A empresa ou permissionário de lavra garimpeira manterá instalações sanitárias tratadas e higieni-zadas, destinadas à satisfação das necessidades fisiológicas, próximas aos locais e frentes de trabalho.

Em subsolo os recipientes coletores dos dejetos gerados deverão ser removidos ao final de cada turno de trabalho para a superfície, onde se dará destino conveniente a seu conteúdo, respeitadas as normas de higiene e saúde e a legislação ambiental vigente.

As instalações sanitárias que adotarem proces-samento químico ou biológico dos dejetos deverão

observar as normas de higiene e saúde e as instru-ções do fabricante.

7. nr 24 - observação

As condições de conforto e higiene nos locais de trabalho serão aquelas estabelecidas na NR 24 - Con-dições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho -, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214/1978.

A empresa ou permissionário de lavra garimpeira poderá substituir os armários individuais por outros dispositivos para a guarda de roupa e objetos pessoais que garantam condições de higiene, saúde e conforto.

Havendo locais para a troca e guarda de roupa no subsolo, estes deverão observar os requisitos previstos na NR 24.

8. transPorte

Quando o empregador fornecer, diretamente ou por intermédio de empresas idôneas, transporte para deslo-camento de pessoal, deverá observar que este seja rea-lizado em veículo apropriado, garantindo condições de comodidade, conforto e segurança aos trabalhadores.

(Constituição Federal/1988, art. 7º, XIII e XVI; CLT, arts. 293 a 301; NR 22, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214/1978, subitens 22.1.1, 22.2, 22.2.1, 22.3.1, 22.3.3, 22.3.3.1 e 22.37, observadas as alterações efetuadas pela Portaria SIT 27/2002 e pela Portaria MTE nº 732/2014)

N

a IOB Comenta

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23-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 CT

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Assim, se na relação de trabalho não for verificada a ocorrência dos requisitos mencionados nas letras de “a” a “d”, não haverá como caracterizar o vínculo empregatício.

Autônomo, como o próprio nome indica, é o traba-lhador que desempenha seu ofício com autonomia, sem que haja uma subordinação típica a outrem, podendo livremente adotar diversos procedimentos disponíveis na execução do seu trabalho. Normalmente presta serviços em caráter eventual e por conta própria.

Outra notável característica do trabalhador autô-nomo vincula-se ao fato de poder fazer-se substituir por outrem na execução dos serviços.

Do cotejo entre os dois conceitos, verifica-se que várias são as características e condições que podem ser consideradas para distinguir um trabalho autônomo de um trabalho com vínculo empregatício, como, por exemplo, a inexistência de subordinação, a exclusividade ou não da prestação do serviço autô-nomo em relação ao seu contratante, a continuidade ou eventualidade dos serviços prestados, a essen-cialidade ou não do trabalho a ser desenvolvido na empresa contratante em comparação com o tipo de serviço a ser prestado pelo autônomo contratado etc.

Em relação ao empregado, a prestação dos ser-viços é sempre em caráter pessoal e habitual, há a subordinação direta do empregado ao empregador, existe o controle diário da jornada de trabalho e o empregador dirige a prestação dos serviços.

O art. 3º do mesmo diploma legal considera empregador rural a pessoa física ou jurídica, proprie-tária ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por meio de prepostos e com auxílio de empregados.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula nº 331, I e III, esclarece ser ilegal a con-tratação de trabalhadores por empresas interpostas, formando-se o vínculo empregatício diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário, de serviços de vigilância, conservação e limpeza e serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador e, excetuado o trabalho temporário, desde que inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta.

Portanto, observa-se que, apesar de usual, a intermediação da mão de obra rural por meio de “gato” ou “turmeiro” não é aceita no âmbito judicial.

Ante todo o exposto, entendemos:

a) em relação aos trabalhadores rurais, conside-rando que o intermediador da mão de obra, nesse caso o denominado “gato” ou “turmei-ro”, apenas os arregimenta e oferece os seus serviços ao tomador, cabendo a este último dirigir, fiscalizar e remunerar os empregados, o vínculo empregatício é estabelecido entre o tomador dos serviços e os trabalhadores co-locados à sua disposição, uma vez que nesta relação estarão presentes os elementos ca-racterizadores do vínculo de emprego ante-riormente mencionados, ou seja, pessoalida-de, habitualidade, subordinação etc.;

b) em relação ao “gato” ou “turmeiro”, é necessá-rio verificar se na prestação dos serviços não se encontram presentes os mesmos elementos caracterizadores do vínculo empregatício, ou seja, caso o arregimentador da mão de obra trabalhe segundo as orientações do tomador, negocie as condições de trabalho - tais como o valor da remuneração e horário de trabalho - e fiscalize o desempenho do trabalho etc., esta-rá, no nosso entender, caracterizado o vínculo empregatício com o empregador rural tomador dos seus serviços. Caso contrário, isto é, inexis-tindo os elementos caracterizadores do vínculo empregatício (habitualidade, pessoalidade, su-bordinação) na prestação dos serviços, o tra-balhador poderá ser, a princípio, considerado autônomo. Entretanto, dada a não aceitação dessa intermediação no âmbito judicial, o risco da caracterização do vínculo empregatício com o tomador dos serviços é considerável.

Para melhor compreensão do tema, reproduzimos a seguir algumas decisões judiciais.

Agravo de instrumento - Recurso de revista - Vínculo de emprego - Caracterização - O Tribunal Regional, a partir da valoração das provas dos autos, reconheceu o vínculo de emprego diretamente com o reclamado tomador de serviços. Registrou, ainda, que houve intermediação de mão-de-obra por meio do denominado “gato ou turmeiro”, figura popular no meio rural, cuja função é arregimentar pessoas para trabalhar nas fazendas. Portanto, o proces-samento do apelo revela-se inviável; Pois, para se concluir de forma diversa, seria imprescindível a reapreciação da prova, procedimento vedado, nesta fase recursal de natu-reza extraordinária, nos termos da Súmula nº 126 do TST. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR 1710/2004-044-03-40.1 - Rel. Min. Walmir Oliveira da Costa - DJ-e 18.06.2010, pág. 395)

Intermediação de mão-de-obra - Conforme pacífico na jurisprudência, a contratação do trabalhador por interposta pessoa, no caso, o “gato ou turmeiro”, figura muito conhe-cida no meio rural brasileiro, é ilegal, formando-se o vínculo

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23-12 CT Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 - Boletim IOB

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diretamente com o tomador dos serviços e real emprega-dor. Contrato de prestação de serviços - Legalidade - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974) (item I da Súmula 331/TST). (TRT 3ª Região - RO 76/2010-057-03-00.0 - Rel. Des. Antonio Alva-res da Silva - DJ-e 16.12.2010, pág. 53)

Trabalhador rural - Intermediação de mão-de-obra - Reco-nhecimento de vínculo diretamente com o produtor rural - Segundo Evaristo de Morais Filho, a não-eventualidade estará presente sempre que os serviços prestados se rela-cionem com as “atividades normais, constantes e uniformes da empresa” (in “Introdução ao Direito do Trabalho”, 7ª edi-ção, LTr, São Paulo, 1995, pág. 250). Conforme elementos constantes dos autos, os serviços prestados pelo reclamante (capina de plantação de mandioca) eram essenciais às atividades desenvolvidas pelo 2º réu (cultivo de mandioca), sendo relevante frisar que o fato de tais serviços esporadi-camente sofrerem interrupções não afasta o caráter não--eventual verificado. E da mesma forma como concluído em sentença, presentes estão a pessoalidade, a onerosidade (a remuneração era apenas repassada pelo “gato”) e a subordi-nação, requisito este que atualmente vem sendo definido em um plano objetivo, ou seja, apropriação do trabalho de uma pessoa (física) por outra (física ou jurídica), que incorpora o resultado de tal labor, inserido em sua atividade-fim. (TRT 9ª Região - ROPS 656/2010-092-09-00.1 - 2ª Turma - Relª Rosalie Michaele Bacila Batista - DJ-e 20.08.2010, pág. 285)

Trabalhador rural - Serviços prestados mediante intermedia-ção de arregimentador - “Gato” - Vínculo de emprego - Para a Lei nº 5.889/73, empregador rural é a “pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade econô-mica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de preposto com o auxílio de empregados”. É por demais conhecida do Judiciário Trabalhista o fato de que no meio rural é comum a arregimentação de trabalhadores, por prepostos empregados ou por terceiros, para a reali-zação do trabalho agrícola. No meio rural o arregimentador ou intermediador de mão-de-obra recebe a denominação popular de “gato”, atividade, aliás, que merece ser ampla-mente coibida, pois que revela um engenhoso estratagema engendrado com vistas a burlar preceitos de proteção ao trabalhador, merecendo, por isso mesmo, reproche, como manda o artigo 9º da CLT - Vínculo de emprego que se reco-nhece quando configurados os pressupostos que informam a relação de emprego (arts. 2º e 3º da CLT). Sentença man-tida. (TRT 9ª Região - RO 13.952/95 - 5ª Turma - Ac. 15.664/96 - Rel. Juiz Luiz Felipe Haj Mussi - DJPR 02.08.1996)

Colheita da laranja - Alegação da recda de contratação com o produtor sob a forma de “fruta posta” - Prova oral que evidencia a contratação do “gato” pelo comprador da Recda, que faz os pagamentos, visita os pomares e com-bina as condições da colheita. Matéria prima que somente é obtida com o labor dos colhedores, que ganham R$ 0,40 pela caixa da laranja, sem qualquer outro direito trabalhista. Fraude caracterizada na forma do artigo 9º da CLT. Inci-dência do disposto no inciso I do Enunciado nº 331 do C. TST. Vínculo que se reconhece com a empresa produtora do suco de laranja. (TRT 15ª Região - ROPS 0930-2004-037-15-00-0 - Relª Juíza Maria da Graça Bonança Barbosa - DOESP 15.07.2005, pág. 53)

Serviços arregimentados pelo “gato” - Vínculo com o toma-dor de serviços - Não há dúvidas que o autor executava seus

serviços em prol do reclamado. A figura do “gato”, traduzia--se, pois, em verdadeiro preposto do réu, arregimentando pessoal para trabalhar nas lavouras, preparação da terra e colheitas, bem como no período de entressafra. Evidente a fraude na contratação. Sentença que se mantém. (TRT 9ª Região - Proc. 00229-2003-668-09-00-0 - (15134-2004) - Rel. Juiz Sergio Murilo Rodrigues Lemos - DJPR 23.07.2004)

Vínculo empregatício - Trabalhador rural safrista - Deve ser reconhecida a relação de emprego rural quando demons-trada a prestação de trabalho continuado na colheita de café, mormente quando eram os representantes da recla-mada que contratavam, combinavam preços da produção e fiscalizavam as tarefas de cada contratado, sendo da reclamada, ainda, o ônus do transporte dos trabalhadores. O fato de a trabalhadora ter sido agenciada pela famige-rada figura do turmeiro, ou gato, não impede a formação do vínculo com a fazenda contratante. Por outro lado, o tra-balho comprovado presume-se subordinado e não even-tual, pois era necessário ou essencial à consecução da atividade normal da fazenda e consistia em atividade que se insere no processo produtivo desta, não dependendo, portanto, de um acontecimento incerto. (TRT 3ª Região - ROPS 1473/03 - 2ª Turma - Relª Juíza Alice Monteiro de Barros - DJMG 22.05.2003, pág. 8)

Parceria avícola - Contratação através de “gato” - Não há dúvidas que o autor executava seus serviços em prol da primeira reclamada, sendo completamente infundada a alegação de manutenção de contrato de parceria. A prova testemunhal produzida pelo autor, comprova, à saciedade, que era o técnico em agropecuária da primeira ré quem orientava e fiscalizava os serviços desempenhados pelos apanhadores de frango. A figura do “gato”, traduzia-se, pois, em verdadeiro preposto da primeira reclamada, arregimentando pessoal para trabalhar nas granjas, apa-nhando e carregando frangos que depois seriam por ela comercializados. Evidente a fraude na contratação. Reco-nhecimento de vínculo de emprego para com a tomadora dos serviços que se mantém. (TRT 9ª Região - RO 13103-2002 - Proc. 00160-2002-672-09-00-2 - (12240-2003) - Rel. Juiz Sergio Murilo Rodrigues Lemos - DJPR 06.06.2003)

Relação de emprego - “Gato” - Inexistência - Provado nos autos que o autor é um agenciador de empregados para o reclamado, com autonomia na prestação de serviços, vulgarmente chamado “gato”, não há falar em vínculo de emprego entre as partes. (TRT 3ª Região - RO 8.521/02 - 8ª Turma - Relª Juíza Cleube de Freitas Pereira - DJMG 06. 09.2002)

Recurso ordinário empresarial - Trabalhador rural - Inter-mediação de mão-de-obra - Vínculo de emprego com a proprietária da terra - Afiguram-se desconstituídos de validade os alegados contratos de empreitadas firmados pela reclamada - proprietárias de amplas e diversas áreas rurais - pois em verdade, dizem respeito a perfeito contrato de trabalho. O pseudo-empreiteiro - agiu apenas como preposto da Reclamada e desempenhando a função de gato, figura essa popularmente conhecida no meio campe-sino. Vínculo de emprego configurado. Sentença mantida. (TRT 23ª Região - RO 1999/2001 - (3184/2001) - Rel. Juiz Guilherme Bastos - DJMT 21.01.2002, pág. 29)

Vínculo de emprego - Arregimentação de mão-de-obra rural por empresa interessada no produto da safra (laranja) - Empresa que se vale de intermediador para arregimen-tação de mão-de-obra destinada aos fins de seu objeto

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23-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 CT

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

COPa dO MundO de 2014

Jornada de trabalho

1) O empregador é obrigado a dispensar o empre-gado durante os jogos da Copa do Mundo?

Inexiste na legislação trabalhista qualquer dis-positivo que assegure aos trabalhadores o direito de paralisar suas atividades durante os dias ou horas em que ocorrem os jogos. Esta obrigação, quando existe, deflui do documento coletivo de trabalho da categoria profissional respectiva, do Regulamento Interno da empresa ou da mera liberalidade do empregador.

Assim, nada impede que as partes (empregador e empregados) acordem pela paralisação das ativi-dades durante os jogos da Copa, podendo utilizar, inclusive, a compensação das horas ou períodos de ausência através do chamado “banco de horas”.

Ressalte-se que durante a Copa do Mundo Fifa de 2014 a União poderá declarar feriados nacionais os dias em que houver jogo da seleção brasileira de futebol.

Observa-se, portanto, que caberá à União decla-rar ou não os dias de jogos que envolvam a seleção brasileira, como feriados nacionais.

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão, também, decretar feriados em seus respec-tivos âmbitos os dias de jogos que ocorrerem em seus territórios.

Não havendo a decretação de feriados nacionais nos dias de jogos da seleção brasileira, bem como inexistindo decretação de feriados municipais ou es-taduais nos dias de jogos da Copa, os trabalhadores não terão o direito de paralisar suas atividades ou de se ausentarem do trabalho durante os dias ou horas que antecedem ou sucedem os jogos.

Isso quer dizer que, na inexistência das mencio-nadas decretações, se um empregador não permitir que os empregados saiam da empresa para assistir aos jogos estará pura e simplesmente fazendo valer o contrato de trabalho firmado, que prevê direito e obrigações a ambas as partes.

social, inclusive deslocando técnico, como seu represen-tante, para acompanhar o produto desde a sua formação até a colheita, orientando e fiscalizando os lavradores, os quais são pagos com dinheiro intermediado por gato, mas oriundo de seu empreendimento, é empregadora destes, segundo a definição legal dos artigo 2º e 3º da CLT. (TRT 9ª Região - RO 02142-2001 - 2ª Turma - Rel. Juiz Luiz Eduardo Gunther - J. 31.07.2001)

Cortador de cana - Safra - Cortador de cana admitido pela figura de “gato” para trabalhar em propriedade rural que explora plantio e comercialização da cana-de--açúcar é empregado safrista e não diarista eventual, sendo reconhecido o vínculo empregatício de que trata o artigo 14 da Lei 5.889/73. (TRT 9ª Região - RO 3757/2000 - (04879/2001) - Relª Juíza Sandra Maria da Costa Ressel - DJPR 02.03.2001)

Subempreitada - Intermediação de mão de obra - “Gato” - A pessoa encarregada de arregimentar a transportar pes-soal para a lavoura, popularmente conhecida por “gato”, não pode ser considerado subempreiteiro, porque não se

insere na sua definição legal. O que existe nessas con-dições e a intermediação, com locação de mão-de-obra proibida por lei. Reconhecimento da relação de emprego com o proprietário da fazenda, a quem o serviço foi pres-tado. Sentença mantida. Recurso da reclamada a que se nega provimento. (TRT 9ª Região - RO 2.599/93 - 2ª Turma - Ac. 2.041/94 - Rel. Juiz José Montenegro Antero - DJPR 04.02.1994)

Apesar do posicionamento adotado pelo Con-selho Técnico IOB, o empregador deverá acautelar--se diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, caso em que é aconselhável, por medida preventiva, consultar antecipadamente o Ministério do Trabalho e Emprego, bem como o sindicato da res-pectiva categoria profissional, lembrando que caberá ao Poder Judiciário a decisão final da controvérsia caso seja proposta ação nesse sentido.

N

a IOB Perguntas e Respostas

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23-14 CT Manual de Procedimentos - Jun/2014 - Fascículo 23 - Boletim IOB

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Manual de Procedimentos

Entretanto, nessa hipótese (inexistência de decre-tação de feriados), pode ocorrer entre a empresa e seus empregados, ou entre esta e a entidade sindical respectiva, a negociação com o intuito de possibilitar aos trabalhadores o tempo necessário para assistir aos jogos.

Nas atividades não essenciais podem ocorrer, mediante acordo, entre outras, as seguintes situações:

a) paralisação total da empresa ou estabeleci-mento desta;

b) organização de escalas de revezamento para que a empresa ou certos setores continue em atividade durante toda a jornada (plantões);

c) paralisação parcial, com permanência dos empregados nas dependências da empresa, ficando por conta do empregador ou dos pró-prios empregados, autorizados para tanto, a instalação de aparelhos que permitam a estes o acompanhamento da competição (televiso-res, telões, rádios etc.).

Os citados acordos poderão, como normalmente acontece, prever a compensação futura das horas ou períodos de ausência, utilização do chamado “banco de horas”, não afastando a hipótese de concessão desse tempo pela empresa, por liberalidade, sem qualquer compensação futura.

Férias escolares

2) Durante o período da Copa do Mundo Fifa de 2014 haverá férias escolares?

Em 2014, os sistemas de ensino deverão ajustar os calendários escolares de forma que as férias esco-lares decorrentes do encerramento das atividades letivas do 1º semestre do ano, nos estabelecimentos de ensino das redes pública e privada, abranjam todo o período entre a abertura e o encerramento da Copa do Mundo Fifa de 2014 de Futebol, ou seja, de 12.06 a 13.07.2014.

(Lei nº 12.663/2012, art. 64)