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Information Realizou-se este sábado, dia 29 de Novembro, na Pisci- na Municipal, o “1º Natal em Apneia do Clube Naval da Horta”, uma iniciativa da Secção de Apneia do CNH, que tem como Responsáveis Paulo Nóbrega e Simone Mar- tins. Esta prova contou com a participação de 2 apneístas internacionais (William Winram e Fred Buyle) e os re- sultados foram excelentes, como descrevem Paulo e Simone: “No passado dia 29 de novembro realizou-se uma com- petição de apneia indoor, na Piscina Municipal da Horta – o “1° Natal em Apneia”. O que inicialmente foi pensado apenas como um treino mais sério do grupo de apneístas que habitualmente treina na piscina, acabou por ser uma prova com marcas de grande nível. Houve 15 atletas que participaram, sendo alguns iniciantes neste desporto. De referir ainda a participação de 2 crianças na prova. Tivemos também a presença de 2 apneístas campeões mundiais: Frederic Buyle e William Winram, que por um feliz acaso se encontravam na ilha neste dia e que se mostraram desde logo bastante interessados em partici- par. (...)" CONCESSÃO DO BAR DO CNH Contrato de Concessão do Salão Bar do Clube Naval da Horta foi assinado esta quinta-feira, dia 06 de novembro O empresário João Martinho atraves- sou o canal Pico/Faial e comprometeu- se a dar uma nova imagem ao Salão Bar do Clube Naval da Horta. NOVO MONITOR DA ESCOLA DE VELA Novo Monitor da Escola de Vela do Clube Naval da Horta defende “mais quantidade com qualidade”. Licenciou-se em Arquitectura (possuindo uma Pós-Graduação em Avaliação Imobiliária) e exerceu a profissão, mas a sua paixão sempre foi a Vela, 21º ANIVERSÁRIO APADIF A APADIF nasceu há 21 anos e ac- tualmente conta com 4 valências: Centro de Dia para Idosos, na Con- ceição; ATL para crianças na Escola da Volta, nos Flamengos; Centro de Desenvolvimento e Inclusão Juvenil (CDIJ) e Moviment’arte, apoiando cerca de 200 utentes, graças ao tra- balho de 27 funcionários. RUI SILVEIRA - ESTÁGIO EM LAS PALMAS Rui Silveira realiza 2ª parte do Estágio em las Palmas, nas Canárias De 04 a 08 de Dezembro o atleta faialense participa na Semana Olímpi- ca Canaria, “1º Natal em Apneia do Clube Naval da Horta” Nº8 — Novembro de 2014

Ir_ao_mar nº8 - Novembro de 2014

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Revista mensal sobre a atividade do Clube Naval da Horta

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Page 1: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Information

Realizou-se este sábado, dia 29 de Novembro, na Pisci-

na Municipal, o “1º Natal em Apneia do Clube Naval da

Horta”, uma iniciativa da Secção de Apneia do CNH, que

tem como Responsáveis Paulo Nóbrega e Simone Mar-

tins.

Esta prova contou com a participação de 2 apneístas

internacionais (William Winram e Fred Buyle) e os re-

sultados foram excelentes, como descrevem Paulo e

Simone:

“No passado dia 29 de novembro realizou-se uma com-

petição de apneia indoor, na Piscina Municipal da Horta –

o “1° Natal em Apneia”. O que inicialmente foi pensado

apenas como um treino mais sério do grupo de apneístas

que habitualmente treina na piscina, acabou por ser uma

prova com marcas de grande nível. Houve 15 atletas que

participaram, sendo alguns iniciantes neste desporto. De

referir ainda a participação de 2 crianças na prova.

Tivemos também a presença de 2 apneístas campeões

mundiais: Frederic Buyle e William Winram, que por um

feliz acaso se encontravam na ilha neste dia e que se

mostraram desde logo bastante interessados em partici-

par. (...)"

CONCE SSÃO DO BA R DO CNH

Contrato de Concessão do Salão Bar

do Clube Naval da Horta foi assinado

esta quinta-feira, dia 06 de novembro

O empresário João Martinho atraves-

sou o canal Pico/Faial e comprometeu-

se a dar uma nova imagem ao Salão

Bar do Clube Naval da Horta.

NOVO MONITO R DA ES CO LA

DE V EL A

Novo Monitor da Escola de Vela do

Clube Naval da Horta defende “mais

quantidade com qualidade”.

Licenciou-se em Arquitectura

(possuindo uma Pós-Graduação em

Avaliação Imobiliária) e exerceu a

profissão, mas a sua paixão sempre foi

a Vela,

21º ANIVERSÁRIO APADIF

A APADIF nasceu há 21 anos e ac-

tualmente conta com 4 valências:

Centro de Dia para Idosos, na Con-

ceição; ATL para crianças na Escola

da Volta, nos Flamengos; Centro de

Desenvolvimento e Inclusão Juvenil

(CDIJ) e Moviment’arte, apoiando

cerca de 200 utentes, graças ao tra-

balho de 27 funcionários.

RUI S ILVEIRA - ESTÁGIO

EM LAS PALMAS

Rui Silveira realiza 2ª parte do Estágio

em las Palmas, nas Canárias

De 04 a 08 de Dezembro o atleta

faialense participa na Semana Olímpi-

ca Canaria,

“1º Natal em Apneia do Clube Naval da Horta”

Nº8 — Novembro de 2014

Page 2: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

William Winram, que por um feliz acaso se encontravam na ilha

neste dia e que se mostraram desde logo bastante interessados em

participar.

Em prova houve duas disciplinas: estática, medida pelo tempo em

apneia, e dinâmica com barbatanas em que interessa a distância

percorrida em apneia.

Na apneia estática o melhor resultado foi de 6min 1seg consegui-

dos pelo atleta Fred Buyle, em segundo ficou o atleta Décio Leal

com 5min 15seg e em terceiro André Azevedo com 5min 6seg,

ambos atletas faialenses, havendo ainda muitas marcas acima dos

4min.

Na apneia dinâmica com barbatanas destacam-se as provas do

canadiano William Winram que conseguiu percorrer 150metros

debaixo de água, de Paulo Nóbrega com 117 e de Fred Buyle com

116. De realçar ainda que houve 6 atletas com marcas acima dos

100 metros.

Quanto à classificação geral (soma da pontuação das duas pro-

vas) em primeiro lugar ficou William Winram, em segundo Fred

Buyle e em terceiro André Azevedo.

Na categoria das crianças em primeiro lugar ficou Miguel Nóbre-

ga com um tempo de 1min 26segundos e com 39 metros na dinâ-

mica, e em segundo ficou Ana Rebikoff com 1min 10seg na prova

de estática e 25 metros na dinâmica.

A competição teve como Juiz Internacional Michèle Monico, (Juíz

da Associação Internacional para o Desenvolvimento da Apneia:

AIDA), esposa de William Winram.

A finalizar houve um convívio, no “Vítor dos Leitões”, no final do

qual foram entregues os prémios, patrocinados pelo Clube Naval

da Horta, a quem agradecemos a colaboração”.

Apneia Estática

William Winram, Fred Buyle e André Azevedo no pódio do“1º Natal em Apneia do Clube Naval da Horta”

A prova decorreu na Piscina Municipal e contou com 15 ap-neístas, supervisionados pela Juiz Internacional, Michèle Monico.

Realizou-se este sábado, dia 29 de Novembro, na Piscina Mu-

nicipal, o “1º Natal em Apneia do Clube Naval da Horta”,

uma iniciativa da Secção de Apneia do CNH, que tem como

Responsáveis Paulo Nóbrega e Simone Martins.

Esta prova contou com a participação de 2 apneístas interna-

cionais (William Winram e Fred Buyle) e os resultados foram

excelentes, como descrevem Paulo e Simone:

“No passado dia 29 de novembro realizou-se uma competi-

ção de apneia indoor, na Piscina Municipal da Horta – o “1°

Natal em Apneia”. O que inicialmente foi pensado apenas

como um treino mais sério do grupo de apneístas que habitu-

almente treina na piscina, acabou por ser uma prova com

marcas de grande nível. Houve 15 atletas que participaram,

sendo alguns iniciantes neste desporto. De referir ainda a

participação de 2 crianças na prova. Tivemos também a pre-

sença de 2 apneístas campeões mundiais: Frederic Buyle e

Page 3: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

William Winram, do Canadá, detentor de vários recordes mundiais

Simone Martins e William Winram, 1º classificado

Fotografias cedidas por: Simone Martins

CL ASS IF ICA ÇÃO G ERAL - FE M I -

N INO :

1ª Ana Rebikoff

CL ASS IF ICA ÇÃO GE RAL - M AS -

CUL INO :

1º William Winram

2º Fred Buyle

3º André Azevedo

4º Paulo Nóbrega

5º Rui Campos

6º Tiago Castro

7º Décio Leal

8º Gjalt Van der Zee

9º Franz Hutschenreuter

10º Nuno Fraião

11º Daniel Rafael

12º Lorenz Kremer

13º Valdo Pereira

14º Miguel Nóbrega

A CLA SS IF ICA ÇÃO PO D E S ER

CONSUL TA DA NO S SEG UINTE S

L INKS :

Classificação Geral:

http://freedivecentral.com/a-general.php?

num_competicao=157

Classificação por Disciplina:

http://freedivecentral.com/a-results.php?

num_competicao=157

Page 4: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Licenciou-se em Arquitectura

(possuindo uma Pós-Graduação

em Avaliação Imobiliária) e exer-

ceu a profissão, mas a sua paixão

sempre foi a Vela, desporto que

começou a praticar aos 6 anos de

idade na Associação Naval de Lis-

boa. O desemprego provocado

pela crise em que se encontra

mergulhado o país, fez com que

tenha vindo parar aos Açores on-

de, curiosamente, está a fazer do

seu gosto pelo mar e pela Vela a

sua nova vida profissional. Trata-

se de José Miguel Barros, o novo

Monitor da Escola de Vela do

Clube Naval da Horta (CNH),

que se sente “muito feliz” por fa-

zer agora o que mais gosta: estar

ligado ao mar, aos barcos e ensi-

nar! Motivar os velejadores e dar

-lhes as bases para que possam

evoluir e atingir um nível qualita-

tivo superior, são objectivos do

novo reforço do CNH, que já se

inscreveu num Curso de Treina-

dor porque, garante, não tem ou-

tro objectivo que não seja este.

O Gabinete de Imprensa do Clu-

be Naval da Horta esteve à con-

versa com José Miguel Barros

com o intuito de conhecê-lo e per-

ceber as suas motivações.

Gabinete de Imprensa do Clube Naval

da Horta: Como surgiu a oportunidade

de ser Monitor de Vela do CNH?

José Miguel Barros: Sou natural de Lis-

boa onde vivia e trabalhava como arquitec-

to, mas o desemprego atingiu-me, assim

como à minha mulher, que é natural de São

Jorge. Neste novo cenário, e com uma filha

de 2 anos, decidimos vir para os Açores

(São Jorge) em Maio deste ano. Respondi a

um anúncio para o Clube Naval de Santa

Maria, onde trabalhei durante 2 meses e

posteriormente respondi a outro para a

Empresa Sailazores (aluguer de veleiros e

barcos nos Açores) tendo sido chamado

para a Horta, onde estão os 4 veleiros de

aluguer desta empresa, que no próximo

ano aumentará a sua frota para 6, e onde

tenho todo o gosto em trabalhar e poder

ajudar a crescer junto com ela. Uma vez no

Faial, foi através do Duarte Araújo

(Treinador de Vela Ligeira no CNH) que

conheço desde os 8/9 anos, que fiquei a

saber que o Clube Naval da Horta estava a

precisar de um Monitor para dar apoio ao

Treinador de Vela Ligeira.

Gabinete de Imprensa do CNH: Como

conheceu o Duarte Araújo?

José Miguel Barros: Embora eu seja de

Lisboa e o Duarte do Porto, o facto de fa-

zermos regatas a nível nacional fez com

que nos tenhamos conhecido desde os Op-

timist, eram ambos umas crianças.

José Miguel Barros: “É óptimo estar

nos Açores e já não penso voltar pa-

ra Lisboa”

Gabinete de Imprensa do CNH: A Vela

acompanhou-o sempre ao longo da sua

vida?

José Miguel Barros: A Vela é um hobbie

de fim-de-semana, que pratico desde os 6

anos de idade, na Associação Naval de

Lisboa. É aquilo de que eu mais gosto. Se

pudesse dedicava-me só à Vela, pois gosto

muito de barcos, regatas (participei há 2

anos na Atlantis Cup) de dar aulas e de

ensinar. Depois, comecei a fazer competi-

ção. Passei dos Optimist para os 420. En-

tretanto, ainda fiz Laser e depois realizei

algumas regatas de Cruzeiro e Snipe. Des-

de os 18 anos que dou aulas de Vela, mas

em Lisboa jamais iria trabalhar nesta área,

pois o mercado está saturado. Nunca pen-

sei vir para os Açores e haver tantas opor-

Novo Monitor da Escola de Vela do Clube Naval da Horta defende “mais quantidade com qualidade”

Page 5: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

tunidades de trabalho no meu hobbie, na-

quilo de que gosto e poder ver o mar e

estar nos barcos todos os dias, o que é ex-

celente. Não tenho outro objectivo que não

seja este. Foi um bom recomeço.

É óptimo estar nos Açores e não sinto falta

de muitas das coisas que tinha em Lisboa.

A maior parte dos meus amigos, ligada à

área da construção, foi trabalhar para o

estrangeiro, porque em Portugal a situação

não está famosa.

Gabinete de Imprensa do CNH: Vai ser

fácil conjugar a actividade na Sailazores

e no CNH?

José Miguel Barros: No Verão poderá ser

um pouco mais complicado, porque os

charters entram e saem ao fim-de-semana,

mas no Inverno como faço a parte de ma-

nutenção dos barcos que não operam nesta

altura do ano, fico com mais tempo livre

ao fim-de-semana.

Gabinete de Imprensa do CNH: Como

está a decorrer o trabalho no Clube Na-

val da Horta?

José Miguel Barros: Estou como Monitor

no CNH há pouco mais de um mês, dando

apoio ao Treinador Duarte Araújo nas

Classes 420 e Laser de Vela Ligeira. Acho

óptimo e gosto muito de ensinar e de aju-

dar os alunos a evoluir.

Quero que os meus alunos saibam o que

estão a fazer e o que devem fazer numa

regata (competição). Vão ser realizadas

regatas a nível regional e se existir um

esforço grande e eles souberem o que fize-

ram de correcto e de errado numa regata, já

é excelente.

Em Lisboa sempre tive dificuldade em

viver junto ao mar. Para fazer Vela, tinha

de apanhar o autocarro e demorava cerca

de 30 minutos para chegar ao Clube de

Vela, em Belém, e agora tenho este privilé-

gio, que nunca pensei vir a ser uma reali-

dade. Fico no CNH por tempo indetermi-

nado, pois já não tenho intenção de voltar

para Lisboa.

Gabinete de Imprensa do CNH: Para

ser Treinador falta-lhe a formação espe-

cífica.

José Miguel Barros: Sim, e para isso já

me inscrevi no Curso de Treinador. Quan-

do fui treinador em Lisboa e no Porto

(onde vivi 2 anos) dava aulas ao fim-de-

semana e na altura não era exigida esta

formação específica como agora. Estou a

pensar avançar para isso logo que possível,

porque tenho todo o interesse em aprender

e ver em que é que posso melhorar. Consi-

dero que é uma mais-valia para mim e para

o Clube.

Gabinete de Imprensa do CNH: O que

acha do facto de haver pouca competi-

ção nos Açores?

José Miguel Barros: É uma realidade

muito diferente do que se passa no resto do

país. Sempre que há uma regata noutra ilha

ou a nível nacional, sair do Faial é como

fazer regatas na Austrália (como forma de

expressão), porque o material tem de ir em

contentores para outra ilha. Em Portugal

continental, basta pôr os barcos no atrelado

e vamos embora para qualquer lado.

É pena que assim seja, porque os Açores

têm condições excelentes para a prática da

Vela. Muita da experiência das regatas

requer mais participantes, pois é assim que

os velejadores atingem um nível com mai-

or qualidade. Quanto maior for o número

de participantes, mais competição e quali-

dade existe.

“Já percebi que nos Açores não se

paga para praticar qualquer tipo de

desporto, o que faz com que os miú-

dos estejam envolvidos em muitos e

talvez não se aperfeiçoem em ne-

nhum”

Gabinete de Imprensa do CNH: Quando

diz que os Açores têm condições excelen-

tes para a Vela está a referir-se à natu-

reza?

José Miguel Barros: E não só. Eu para

fazer Vela em Lisboa, além de ter de per-

correr uma grande distância de autocarro,

havia ainda a questão financeira, pois os

meus pais tinham de pagar uma mensalida-

de. E eu só ia porque tinha essa iniciativa e

esse gosto. Fazia questão de ir. Tinha um

barco por mérito e cuidava dele. Por isso

eu digo que cá existe algo muito melhor do

que no Continente português, que é o facto

de os velejadores não pagarem nada, utili-

zando todo o material do Clube, fazendo

disto como se fosse um desporto da Esco-

la. Se calhar as pessoas ainda não se aper-

ceberam muito bem disto. Já percebi que

nos Açores em qualquer tipo de desporto

não se paga, o que é muito bom. Por esta

razão existem muitos desportos e todos os

miúdos fazem muitas coisas e talvez por

isso, provavelmente, não se aperfeiçoam

em nenhum se não houver um gosto acen-

tuado por um determinado desporto.

Gabinete de Imprensa do CNH: Consi-

dera isso uma desvantagem?

José Miguel Barros: Acho que havendo

uma divulgação e aprendizagem maior, a

mentalidade e formação dos miúdos pode-

rá vir a mudar. Eles têm de estar motivados

e querer vir aos treinos e aprender. Devem

gostar do que estão a fazer. Às vezes é

difícil conciliar desportos de fim-de-

semana, como o voleibol ou futebol. Os

atletas estão muito dispersos e alguns, so-

bretudo os mais novos, ainda não sabem

muito bem o que querem seguir.

Gabinete de Imprensa do CNH: Os miú-

dos têm responsabilidade em relação ao

material do Clube?

José Miguel Barros: Noto que têm vindo

a ser sensibilizados para a necessidade de

cuidarem do material que utilizam. Quem é

mais responsável, vem aos treinos e tem

alguns resultados, tem material melhor e

quando houver uma selecção também esta-

rá contemplado. É muito importante os

velejadores terem atenção com o barco, os

carrinhos, os cabos, as capas, etc, porque

Page 6: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

isso também os faz ganhar responsabilida-

de para as regatas lá fora.

Eu com 10 anos possuía um barco próprio

e tinha de cuidar dele, caso contrário nin-

guém o fazia. Para ir a regatas fora de Lis-

boa, tinha de ser eu a amarrar o barco no

atrelado com as cintas. Se ele caísse a res-

ponsabilidade era minha e quando chegas-

se a casa ainda podia apanhar por causa

disso. Se perdesse material, a responsabili-

dade também era minha porque tudo isto

era um investimento familiar. Neste con-

texto, sinto que deve haver uma maior

atenção dos atletas em relação a tudo o que

o Clube lhes faculta para eles desenvolve-

rem o seu desporto preferido.

Gabinete de Imprensa do CNH: A Vela

é um desporto importante na vida deles?

José Miguel Barros: A formação inicial

da Vela faz (Optimist) faz com que miúdos

muito pequenos tomem decisões importan-

tes muito cedo. Quando estão na água den-

tro de um barco, num ambiente que não o

seu, têm de tomar decisões. E isso cria

responsabilidade e também os ajuda na

formação enquanto cidadãos, o que poderá

ser benéfico no futuro. E essa vontade de

querer e esse gosto vêm não só com aquilo

que lhes é dado ao nível da formação, mas

também com o que depois recebem em

troca: as regatas, que são um benefício,

uma competição, estarem a fazer Vela por

um objectivo.

Gabinete de Imprensa do CNH: O que

achou dos seus novos alunos?

José Miguel Barros: Sinto que querem

aprender e saber mais. Já lhes disse que

nisso os posso ajudar esclarecendo as dúvi-

das no sentido de atingirem um patamar

mais elevado de forma mais rápida do que

chegando lá por experiências próprias. É

claro que por experiência própria tinham

de vir treinar todos os dias e aprender com

os erros, mas tendo ajuda e sabendo o que

fizeram bem ou mal, poderão atingir um

nível mais elevado mais rapidamente. Ape-

sar disto que referi, nada os impede de

treinarem mais sempre que quiserem e

puderem, pois o objectivo é aumentar o

trabalho com vista ao crescimento e aper-

feiçoamento.

Gabinete de Imprensa do CNH: Poderi-

am ser em maior número?

José Miguel Barros: Sim, acho que pode-

ria haver mais miúdos na Vela. Natural-

mente que para isso era preciso ter mais

barcos. Se houvesse estas condições em

Lisboa, o Clube estava sempre a abarrotar

e haveria lista de espera para entrar, pelo

menos para experimentar. É claro que há

miúdos que vêm por imposição dos pais,

mas nesses casos não resulta. Para hobbie,

existem os Cursos de Verão. No Inverno

tem de ser um bocado mais puxado, mais

técnico, e aí requer gosto. Há miúdos que

vêm experimentar e no fim dizem: “Afinal,

gosto mesmo disto!”

Em Lisboa, eu dava aulas aos sábados e

domingos, durante todo o dia. Estamos a

falar de treinos que começavam às 10 da

manhã e terminavam perto das 5 da tarde,

com almoço dentro da água.

Gabinete de Imprensa do CNH: Esta-

mos muito longe disso…

José Miguel Barros: Naturalmente que

aqui não será assim. Estamos a estudar a

possibilidade de haver treinos extra de

semana e treinos regulares aos sábados e

domingos.

Estive a conversar com o Duarte e enten-

demos que é preciso começar do zero, ou

seja, haver a criação de bases para depois

termos mais miúdos que queiram continuar

na Vela, vendo-a como um desporto em

que queiram evoluir. Existem sempre algu-

mas bases que eles precisam de aperfeiço-

ar, mesmo os maiores. Não quer dizer que

estejam errados, mas faltam alguns aspec-

tos de base para que num futuro próximo

se possam criar umas boas equipas de Vela

no Clube, com mais quantidade e com me-

lhor qualidade. Acredito que mais tarde

será possível organizar umas regatas ou

idas lá fora. Eu e o Duarte queremos ter,

dentro de 1 a 3 anos, velejadores que con-

sigam fazer alguma coisa a nível nacional.

Gabinete de Imprensa do CNH: Compe-

tir em casa, uns com os outros, não é a

mesma coisa…

José Miguel Barros: Quando competimos

uns com os outros, em casa, sabemos sem-

pre o nível do outro. O interessante de uma

regata é chegar com pessoas novas e não se

saber o nível de nenhum para se ver exac-

tamente o nível em que se está. É assim

que se consegue qualificar o nível de cada

pessoa.

Gabinete de Imprensa do CNH: O que

de mais importante está a faltar?

José Miguel Barros: Motivação própria,

embora uns tenham mais do que outros.

Gabinete de Imprensa do CNH: E como

é que se consegue motivá-los?

José Miguel Barros: Quando melhorarem

e obtiverem bons resultados nas provas

regionais, vão ver que os treinos valeram a

pena. Já lhes disse que vamos ter muito

tempo pela frente e as coisas requerem

tempo. Não podem querer aprender tudo

de uma vez só. Se conseguirem aprender

devagarinho e bem é muito melhor do que

quererem fazer tudo de uma vez só, sem

terem bases de coisas simples. E chega-se

a esse nível vindo às aulas. E como eles

vêm, vão conseguir.

Gabinete de Imprensa do CNH: A con-

centração é outro factor extremamente

importante.

José Miguel Barros: É claro que estamos

a falar de atletas com idades muito diferen-

tes. O grau de concentração de miúdos em

Optimist é totalmente diferente dos de La-

ser ou 420. Eu também passei por isso e o

que me ajudou bastante, para além do gru-

po grande de amigos que eu tinha – a mai-

or parte dos amigos que tenho são da Vela

– era esta motivação, pois não só ia fazer

uma coisa de que gostava muito (era o que

Page 7: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

mais gostava de fazer) como estava com os

meus amigos. Criando esta relação de des-

porto e amizade com um grupo bom e que

se dê bem, nasce aquela vontade de querer

aprender e evoluir naturalmente, e isso é

muito importante não só para a Vela como

para a vida. Se me disserem que vai ser

muito difícil porque não se fazem provas lá

fora, eu digo que ainda há muito a fazer cá

dentro.

Gabinete de Imprensa do CNH: As pro-

vas nacionais significam outro patamar

para estes atletas.

José Miguel Barros: Eu vejo que aqui nos

Açores se olha para as provas nacionais

como se fosse um mundial. Esta mentali-

dade tem de se mudar. No entanto, esta

mudança só se atinge com os treinos. Para

conseguirmos fazer alguma coisa a nível

nacional, temos de treinar mais.

Apesar do que se possa dizer, vejo despor-

tistas açorianos que atingem muito bons

resultados lá fora (nível nacional).

Gabinete de Imprensa do CNH: Há ta-

lentos neste grupo.

José Miguel Barros: Todos os atletas va-

lem a pena desde que queiram. Natural-

mente, que uns que vão atingir níveis total-

mente diferentes (superiores), como acon-

tece em todas as modalidades. Mas o inte-

resse da Vela é mesmo esse: todos eles

pensam nesta modalidade de maneira dife-

rente e numa regata vê-se que uns são mais

nervosos e outros mais calmos. Já lhes

expliquei que numa regata não é preciso

fazer tudo a 100 por cento e que a pessoa

que ganha é a que erra menos. Eu já noto

alguma diferença no sentido de eles quere-

rem aprender e vejo que estão a evoluir.

Gabinete de Imprensa do CNH: A mu-

dança constante de treinador não é posi-

tiva.

José Miguel Barros: Uma mudança cons-

tante nunca é positiva. Acho que um Clube

evolui tendo alguns princípios básicos para

se criar uma boa equipa. Desde já, logo na

formação, tendo alguns miúdos que quei-

ram estar na Vela não por imposição dos

pais, mas por vontade própria. Com isto,

criando as bases no Clube e havendo maior

quantidade de miúdos nas bases (nas Esco-

linhas), é possível traçar uma linha de con-

tinuidade. Se tivermos muitos velejadores,

alguns vão continuar. Mas com menos,

chega-se ao fim com muito poucos ou ne-

nhum. E essa formação vem logo de início.

O conceito que temos – eu e o Duarte – é

de se criar para o futuro mais quantidade

com qualidade. Uma grande troca de trei-

nadores não é positivo, mas se desde o

início os miúdos tiverem bases sólidas,

conseguem atingir patamares diferentes,

mesmo mudando de treinador.

“Sou apologista de só haver investi-

mento numa modalidade caso se no-

te evolução, competição e responsa-

bilidade por parte dos alunos. E se

assim for, os resultados aparecem

com naturalidade”

Gabinete de Imprensa do CNH: O em-

penho e a aposta do Clube também aju-

dam muito.

José Miguel Barros: O Clube faz um es-

forço enorme para arranjar material e repa-

rar o que existe, logo tem de haver uma

resposta dos velejadores, e quando falo em

resposta significa cuidar do material, vir

aos treinos o que leva a ter resultados, para

poder haver um investimento maior da

parte do Clube.

Sou apologista de só haver investimento

numa modalidade, caso se note evolução,

competição e responsabilidade por parte

dos alunos. E se assim for, os resultados

aparecem com naturalidade.

Há muita vontade do Clube Naval da Horta

em querer dar um passo à frente com pes-

soas de fora. E isto não quer dizer que se-

jam melhores do que as de cá, apenas têm

vivências diferentes. Todos têm a ganhar

com o esforço de ambas as partes, desde

que haja uma Direcção que tenha objecti-

vos neste sentido. E o actual elenco directi-

vo tem consciência disso, até porque con-

tratou o Duarte e agora também estou a dar

o meu contributo.

Aproveito para agradecer ao CNH por me

ter dado esta oportunidade e espero retribui

-la da mesma forma que me ajudou, sendo

certo que estou a fazer algo de que gosto

muito e que a minha melhor recompensa

são os resultados.

Fotografias de: Cristina Silveira

Page 8: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

A APADIF nasceu há 21 anos e

actualmente conta com 4 valên-

cias: Centro de Dia para Idosos,

na Conceição; ATL para crianças

na Escola da Volta, nos Flamen-

gos; Centro de Desenvolvimento e

Inclusão Juvenil (CDIJ) e Movi-

ment’arte, apoiando cerca de 200

utentes, graças ao trabalho de 27

funcionários.

O Clube Naval da Horta (CNH) é parceiro

da Associação de Pais e Amigos dos Defi-

cientes da Ilha do Faial (APADIF), que

está a comemorar 21 anos de existência e

tem como Presidente José Fialho.

Atendendo ao Protocolo assinado em No-

vembro de 2011 e à criação do Projecto

“Vela Para Todos - Faial Sem Limites”,

estas duas instituições puseram em marcha

no Faial a Vela para pessoas com mobili-

dade reduzida, iniciativa pioneira e única

na Região Autónoma dos Açores. Neste

sentido, é de recordar o Campeonato Naci-

onal da Classe Access realizado em Julho

deste ano e que juntou, pela primeira vez,

participantes de todas as regiões de Portu-

gal, numa organização de sucesso do Clu-

be Naval da Horta, em estreita colaboração

com o seu parceiro privilegiado: a APA-

DIF.

Perante todas referências, é com regozijo

que o CNH se associa ao programa come-

morativo do 21º aniversário da APADIF –

assinalado no dia 10 do corrente – organi-

zando o “Torneio APADIF - Regatas de

Vela Ligeira”, que vai já na sua 3ª edição.

Sábado, dia 08, todas as Classes da Escola

de Vela do Clube Naval da Horta partici-

parão nesta Prova – integrada no Campeo-

nato de Ilha do Faial – incluindo a Classe

Access.

Aproveitando a efeméride, o Gabinete de

Imprensa do Clube Naval da Horta conver-

sou com João Duarte, Vice-Presidente da

APADIF e simultaneamente Treinador e

Responsável pelo Projecto da Vela para

pessoas com mobilidade reduzida no CNH.

O programa consagra, como se pode obser-

var abaixo, um vasto leque de actividades,

que visam, de acordo com João Duarte,

“desenvolver um trabalho de promoção da

inclusão e dos direitos das pessoas com

deficiência”.

“Transmaçor preparada com acessibili-

dades”

Segunda-feira, dia 03, a convite da Trans-

maçor, utentes das diferentes valências da

APADIF viajaram até ao Pico, um passeio

que serviu de treino para as tripulações no

manuseamento de equipamento adaptado

que existe na embarcação. “A deslocação

permitiu avaliar até que ponto é que existi-

am ou não as condições de acessibilidade

necessárias para este transporte e, por ou-

tro lado, pretendeu-se sensibilizar a comu-

nidade regional, e o Faial em particular,

para a necessidade da destruição das bar-

reiras arquitectónicas e a promoção de

cada vez mais e melhores acessibilidades

para todos”, salienta este Técnico em Edu-

cação Especial e Reabilitação.

“O Clube Naval da Horta é um par-

ceiro privilegiado da APADIF, com

quem desenvolve o Projecto “Vela

Para Todos – Faial Sem Limites”

Além da visita às recém-inauguradas insta-

lações da gare de passageiros da Madalena,

“esta viagem foi extremamente positiva,

porquanto permitiu verificar que existiu

por parte da Transmaçor a preocupação de

dotar a empresa de barcos devidamente

equipados que possibilitam a acessibilida-

de muito fácil de qualquer pessoa em ca-

deira de rodas ou mesmo de maca”, susten-

ta João Duarte, congratulando-se com “a

facilidade com que hoje em dia se faz o

transporte de doentes entre o Faial e o Pi-

co”.

O programa de terça, quinta e sexta-feira

(4, 6 e 7) contempla visitas a várias Esco-

las do Faial com o intuito de “sensibilizar

para a diferença”. Nesse sentido, Vanda

Ângelo, colaboradora da APADIF, fala das

suas vivências pessoais enquanto invisual,

dando o testemunho de uma vida, onde

esteve presente o lado profissional.

Quarta-feira, dia 05, desenvolveram-se

actividades radicalmente diferentes, em

que os utentes das valências da APADIF

bem como os convidados do Centro de

Actividades Ocupacionais (CAO) da Santa

Casa da Misericórdia da Horta tiveram a

21º Aniversário da APADIF: Vice-Presidente fala do papel desta instituição na comunidade faialense

Page 9: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

oportunidade de fazer um slide, com cadei-

ra de rodas ou sem esta conforme a sua

situação, com a ajuda da equipa Grande

Ângulo, dos Bombeiros Faialenses. “Os

Soldados da Paz disponibilizaram-se de

imediato e ficaram entusiasmadíssimos

com esta parceria”, avança João Duarte.

Uma visita ao Quartel e um passeio na

mais carismática viatura dos Bombeiros,

culminaram as acções previstas para este

dia. Estas actividades tiveram início pelas

14 horas na Praça da República e conta-

ram, também, com o apoio da Câmara Mu-

nicipal da Horta ao nível da disponibiliza-

ção do espaço e de alguns equipamentos

necessários.

Sexta-feira, dia 07, a APADIF debate com

os Responsáveis pelo Programa Integrado

de Policiamento de Proximidade (PIPP) da

PSP local as preocupações e dificuldades

que existem ao nível das acessibilidades na

ilha do Faial, e mais concretamente na

cidade da Horta, para pessoas com mobili-

dade reduzida que são automobilistas. “São

pessoas que têm veículos adaptados, circu-

lam na via com esses veículos e muitas

vezes têm dificuldades muito específicas

em termos de acessibilidades aos passeios,

aos locais públicos e não só”, explica o

Vice-Presidente desta instituição, acrescen-

tando que “numa primeira fase o objectivo

é avaliar as preocupações específicas deste

público-alvo, mas a pretensão final é esten-

der isso a todas as pessoas e tentar identifi-

car os pontos mais críticos da acessibilida-

de na cidade”.

Sendo esta uma primeira reunião prepara-

tória, “o que se espera é que sejam pensa-

das algumas acções de sensibilização para

a promoção de melhores acessibilidades e

um maior cuidado ao nível do automobilis-

ta, do peão, do estacionamento, etc”, refere

João Duarte, que já reparou que “no parque

de estacionamento do Hiper, por exemplo,

os lugares destinados a idosos ou pessoas

com mobilidade reduzida, que se encon-

tram junto à porta, muitas vezes estão ocu-

pados por pessoas sem qualquer tipo de

problema.

Estas acções destinam-se a educar e sensi-

bilizar o público em geral para o respeito

de quem é diferente”.

De salientar que só no Projecto “Vela para

Todos - Faial Sem Limites”, existem 3

condutores.

Este Técnico defende que “é possível der-

rubar as barreiras arquitectónicas existen-

tes”. No entanto, o que mais o preocupa

não são as que existem mas, sim, as que

são construídas todos os dias. “Aquelas

que existem já são contornadas pelas pes-

soas com mobilidade reduzida, o problema

são as que surgem de novo”.

João Duarte é o Treinador da Classe

Access, no Clube Naval da Horta

Embora a legislação seja abundante no que

toca a regras de construção de acessibilida-

des, a verdade é que não passam do papel.

“Portugal é um dos países mais avançados

em termos de legislação e da protecção das

pessoas com deficiência ao nível das aces-

sibilidades, dispondo de decretos-lei muito

específicos no acesso a edifícios públicos e

privados”, sublinha João Duarte, afirman-

do que “a lei existe, mas pelos vistos em

Portugal as coisas não acontecem por de-

creto”. “Entendo que devia ser feito um

esforço no que diz respeito à inspecção dos

serviços competentes para avaliarem se a

lei é ou não cumprida, mas também no que

concerne à mentalidade das pessoas, fazen-

do-as ver que as acessibilidades não são

uma preocupação do vizinho do lado, mas

algo de âmbito global. Além do mais, este

assunto não tem como foco apenas pessoas

com deficiência, mas quem tem crianças e

anda com carrinhos de bebé, pessoas mais

idosas, acidentados, etc. Quando as acessi-

bilidades são melhores, todos nós benefici-

amos”, remata.

“Horta e os seus habitantes não estão

preparados para a diferença”

Este Dirigente concorda que a Horta está

“muito longe” de ser uma cidade com

acessibilidades. Aliás, classifica-a como

“um labirinto”. “Apesar de começar a ha-

ver aqui e ali sinais de alguma preocupa-

ção neste sentido, não há medidas de fundo

para essa mudança”, constata.

Passeios, edifícios, estacionamentos, utili-

zação do mobiliário urbano como caixotes

do lixo, mupies, sinais de trânsito, bancos,

etc, são exemplos do que é preciso mudar.

“As pessoas pensam que tudo isto não in-

comoda, mas são obstáculos que, caso não

haja cuidado, constituem rasteiras perigo-

sas para aqueles que são invisuais ou se

deslocam em cadeiras de rodas”.

Paralelamente ao facto de a cidade (e da

ilha) não estar preparada para uma popula-

ção com mobilidade reduzida, os seus ha-

bitantes sofrem do mesmo mal. “Temos de

trabalhar mais a esse nível, pois a questão

da deficiência só é verdadeiramente perce-

bida quando nos toca directamente, temos

alguém na família ou quando trabalhamos

na área. Temos de mudar este cenário, para

que todos possam ter os mesmos direitos e

oportunidades”, enfatiza.

Mesmo desconhecendo os meandros do

projecto, João Duarte sabe que a edilidade

está a fazer um levantamento daquilo que

são as barreias arquitectónicas e a possibi-

lidade de, ao nível do espaço urbano co-

mum, se desenvolverem obras de readapta-

ção de algumas situações para minimizar

essas dificuldades.

“População deve ser participante e não

espectadora”

A realização destas actividades tem como

objectivo envolver a população, que já vê

com “alguma naturalidade” estas acções, a

qual deve passar de mera espectadora a

participante activa. “Este modelo de uma

maior participação das pessoas e envolvi-

mento das entidades está a ser iniciado. O

que se pretende – e constitui mesmo um

objectivo da APADIF – é a visibilidade da

deficiência. Temos de dar mais visibilidade

à diferença para que esta seja compreendi-

da e conhecida no sentido de vivermos

numa comunidade em que a diferença dei-

xe de ser algo que incomoda ou deixe de

ser uma diferença tão visível como é por

vezes hoje em dia”.

Page 10: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

João Duarte: “O que me preocupa

não são as barreiras arquitectónicas

existentes, mas as que surgem de

novo”

APADIF: 21 anos a trabalhar para uma

sociedade mais inclusiva

Ao fim de 21 anos de lutas e labutas, o

Vice-Presidente não tem dúvidas em dizer

que “a APADIF está bem presente na co-

munidade faialense”. “Sentimos que a co-

munidade está mais desperta, embora eu

tenha o hábito de dizer que estamos a subir

uma escadaria muito grande. Apesar de

ainda termos muitos degraus para subir, já

conseguimos subir alguns. É um processo

que está sempre a evoluir. Penso que nes-

tes 21 anos a APADIF tem dado um con-

tributo nessa escalada que visa uma socie-

dade mais inclusiva”, frisa.

O facto de as pessoas que trabalham na

APADIF e de os utentes das diversas va-

lências serem não só da cidade mas tam-

bém de algumas freguesias rurais (onde já

foram realizadas certas acções de divulga-

ção e sensibilização), contribuiu para o

conhecimento desta instituição.

Questionado sobre a capacidade de respos-

ta da APADIF, João Duarte responde que

“não há total cobertura” das necessidades

evidenciadas. E é por isso que a APADIF

está a batalhar para a criação de um segun-

do CAO na ilha do Faial, que possa dar

resposta a pessoas adultas com deficiência.

“É uma resposta mais global do que aquela

que é dada actualmente pelo projecto Mo-

viment’arte. O nosso desejo é transformar

este projecto num centro de actividades

ocupacionais com uma capacidade de res-

posta das 9 às 5 da tarde, que possa englo-

bar mais utentes, indo de encontro às ne-

cessidades das famílias que nos procuram”,

sublinha este Responsável.

Visando uma resposta cabal, esta institui-

ção acalenta o desejo de vir a ter uma va-

lência de residência. “Temos de preparar o

futuro dos nossos utentes, uma vez que os

familiares directos, os cuidadores, são pes-

soas ainda com mais idade do que os uten-

tes que não conseguem acompanhá-los

toda a vida”.

Refira-se que a Santa Casa já dispõe de

uma residência e de um CAO no Faial,

áreas em que “há necessidade de alargar o

apoio que é dado por forma a dar resposta

a todos os que procuram a APADIF”.

O foco de acção desta instituição está mais

centrado nos adultos, porque no que diz

respeito às crianças, “essa matéria é da

responsabilidade do Ministério da Educa-

ção e das Escolas”. “Numa lógica de esco-

la inclusiva, é aí que estas respostas têm de

ser dadas”, realça este Técnico, acrescen-

tando que “as crianças com deficiências

devem ser apoiadas nas escolas por equi-

pas multidisciplinares, com apoio individu-

alizado, que lhes permita ter o seu aprovei-

tamento e convívio escolar”.

A APADIF tem vindo a alertar as entida-

des responsáveis para uma maior necessi-

dade de investimento da escola pública no

atendimento das crianças que são diferen-

tes. Neste sentido, em Setembro deste ano

foi criado o Moviment’arte, que é um mo-

vimento reivindicativo de pais para que

existam mais condições para as crianças

que são diferentes e que necessitam de

uma resposta mais adequada nas escolas.

Por tudo o que foi exposto, João Duarte

acredita que “a APADIF tem tido um papel

importante na sociedade faialense”, com

impacto directo na vida das famílias que

têm problemas de deficiência. “São peque-

nas respostas que ainda estão aquém daqui-

lo que são as necessidades reais, mas acre-

ditamos que têm tido um impacto positivo

no dia-a-dia dessas famílias”.

Valências e utentes

Ao longo destas duas décadas de trabalho,

a APADIF não se restringiu só a questões

relacionadas com a deficiência. “É uma

instituição que esteve sempre aberta a cola-

borar com as diferentes entidades nas áreas

sociais, tentando dar resposta nessas áreas

e a situações de carência na ilha”, sustenta

o Vice-Presidente.

Como tal, dispõe também de um Centro de

Dia para Idosos, que funciona na Concei-

ção; de um Centro de Desenvolvimento e

Inclusão Juvenil (CDIJ), relacionado com a

prevenção do abandono e sucesso escolar e

produção de hábitos de vida saudável junto

da comunidade juvenil; e um ATL para

crianças na Escola da Volta, nos Flamen-

gos.

No dia de aniversário – dia 10, segunda-

feira – todas as valências da APADIF irão

intervir na Sessão Comemorativa, que tem

como palco o Teatro Faialense. Haverá

música e dança para crianças, jovens e

idosos. Este evento é aberto a toda a comu-

nidade faialense, pelo que João Duarte

convida a população a comparecer.

Nesse dia, os Presidentes da APADIF, José

Fialho, e da Câmara Municipal da Horta,

José Leonardo Silva, também intervirão,

bem como representantes de outras insti-

tuições. A festa vai contar com a presença

do Director Regional da Solidariedade

Social, Frederico Sousa, em representação

da Secretária da tutela, Andreia Cardoso.

A finalizar, será apresentado o jornal

“Vozes”, editado anualmente há cerca de

20 anos e que habitualmente sai à rua em

dia de aniversário. A edição deste ano

constitui “uma surpresa em termos de novo

visual” e conta com a colaboração especial

de Renata Lima.

As eleições para os Corpos Sociais da

APADIF acontecem de 2 em 2 anos, pelo

que este ano há caras novas. José Fialho

conduz os destinos desta instituição há

mais de 16 anos.

Page 11: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Rui Silveira começa a nova época no dia 10 de Janeiro, em Miami, nos EUA

Fotografia de: Cristina Silveira

O atleta da Classe Laser Standard do Clube Naval da Horta (CNH), Rui Silveira, começa esta quarta-feira, dia 19, a 2ª parte de um Estágio

que decorre na ilha de Las Palmas, nas Canárias até ao dia 03 de Dezembro próximo. Recorde-se que a 1ª parte desenrolou-se de 29 de

Outubro a 09 deste mês.

De 04 a 08 de Dezembro o velejador do CNH participa na Semana Olímpica Canaria, que se realizará no mesmo local. No entanto, o re-

gresso a Portugal continental só deverá acontecer no dia 13 do próximo mês, para dar tempo de despachar o barco do atleta para Miami,

nos Estados Unidos da América, onde Rui Silveira vai iniciar a próxima época, no dia 10 de Janeiro de 2015. A permanência nos EUA está

prevista até ao dia 03 de Fevereiro de 2015. Durante este tempo, o velejador do Clube Naval da Horta vai realizar treinos e participar em 2

competições: a Fort Lauderdel e a World Cup Miami.

Até lá, o atleta faialense terá ainda muito trabalho pela frente, afirmando que estas semanas são “muito importantes” no sentido de se pre-

parar “convenientemente para os novos desafios que aí vêm, sendo fundamental uma boa condição física”.

Antes de embarcar para a América, Rui Silveira virá ao Faial passar a quadra natalícia com a família.

De 19 de Novembro a 03 de Dezembro: Rui Silveira realiza 2ª parte do Estágio em las Palmas, nas Canárias

De 04 a 08 de Dezembro próximo, o atleta faialense participa na Semana Olímpica Canaria, que se realiza no mesmo local.

Page 12: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Fonte da foto: www.velazores.com

Tal como tinha sido anunciado no passado mês de Outubro, realizaram-se na ilha do Faial, nos dias 07, 08 e 09 do corrente, o Curso para

Juízes e Oficiais de Regatas à Vela e a Reciclagem para aqueles que já tinham feito esta formação. Assim, 9 inscritos fizeram o Curso de

Juiz e Oficial de Regata e 9 actualizaram os seus conhecimentos (Reciclagem). Os formandos eram oriundos das ilhas Faial, Pico, Tercei-

ra, Santa Maria e São Miguel.

Esta foi uma iniciativa da Associação Regional de Vela dos Açores (ARVA), tendo a formação sido orientada por João Allen, Formador da

Federação Portuguesa de Vela (FPV).

Promovidos pela ARVA, no Faial: Curso para Juízes e Ofi-ciais de Regata e Reciclagem para antigos participantes

contaram com 18 inscritos

Page 13: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Decorreu este domingo (dia 02), a Entrega de Prémios do Campeo-

nato Regional de Corrico de Barco 2014, após o almoço-convívio

que teve como palco o Restaurante “O Cagarro”, na Praia do Almo-

xarife.

Recorde-se que este Campeonato foi promovido pela Associação

Açoriana de Pesca Desportiva de Mar, de São Miguel, tendo decor-

rido nas ilhas do Faial, Graciosa e Santa Maria. O campeão regio-

nal foi Renato Azevedo, do Clube Naval da Horta (CNH), que rece-

beu o prémio das mãos do Presidente desta Associação, Carlos Pa-

lhinha, que veio propositadamente ao Faial para o efeito.

Carlos Palhinha, Presidente da Associação Açoriana de Pesca Desportiva de Mar; José Decq Mota, Presidente da Direcção do CNH; Fernando Medeiros, diretor da Secção de Pesca Desportiva do CNH e a tripulação da embarcação "Senhora da Guia" Campeâ Regional de Corrico Costeiro, constituída por Renato Azevedo, António Freitas, José Neves e Dário Azevedo

Fotografia de: Fernando Medeiros

Do Clube Naval da Horta participaram neste Campeonato Regional

4 embarcações: “Senhora da Guia”, de Renato Azevedo, o campeão

a nível regional; “Rosana”, de Hélder Fraga; “Zeus”, de Jorge Oli-

veira e “Gustavo”, de José Resendes.

Instado a comentar a forma como decorreu este convívio, o Direc-

tor da Secção de Pesca Desportiva do CNH, Fernando Medeiros,

refere que foi “muito bom”, congratulando-se com o facto de o

campeão regional ser um pescador do Clube Naval da Horta.

O almoço e os prémios foram suportados pela Associação Açoriana

de Pesca Desportiva de Mar que não participou no evento por ra-

zões de calendário.

Num contexto de contenção de custos, este ano a Associação adop-

tou um novo modelo no que respeita à entrega de prémios aos ven-

cedores que, ao inverso de se deslocarem todos a São Miguel como

era habitual, recebem Carlos Palhinha nas suas ilhas, como aconte-

ceu este domingo no Faial.

Seguindo ou mudando o figurino, “o importante é a realização des-

tas iniciativas que permitem a troca de experiências, o conhecimen-

to de novas pessoas e realidades e o enriquecimento pessoal”, real-

ça Fernando Medeiros.

As pontuações de cada uma das ilhas participantes neste Campeo-

nato encontram-se em anexo, podendo ser consultadas.

Dário Azevedo, Carlos Palhinha, Renato Azevedo, António Frei-tas (“Godinho”), José Resendes e Fernando Medeiros, Director da Secção de Pesca Desportiva do CNH

Fotografia de: José Decq Mota

Renato Azevedo, do Clube Naval da Horta, sagrou-se vencedor do Campeonato Regional de Corrico de Barco

2014

Page 14: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

“O Campeonato decorreu bem e de forma previsível. Sabíamos que

íamos ter muitas dificuldades em vencer qualquer prova mas, mais

do que isso, conseguimos alcançar alguns dos objectivos propostos”.

É este o balanço que o novo Treinador de Natação do Clube Naval da

Horta (CNH), Hélder Gandarez, faz à participação dos atletas faia-

lenses no Campeonato Regional de Clubes – Natação, que decorreu

este fim-de-semana (01 e 02), em São Miguel.

Hélder Gandarez sublinha que “este Campeonato permitiu reencon-

trar atletas e técnicos de outras ilhas e ver que a competição é renhi-

da”.

É com “humidade e realismo” que o novo Técnico do CNH encara os

resultados atingidos, salientando, a propósito: “Com um mês e meio

de treino conseguimos elevar as capacidades físicas dos nadadores.

Contudo, é necessário mais tempo para consolidar e procurar a forma

desportiva. Com os resultados alcançados pudemos aferir as nossas

capacidades e dificuldades nas várias vertentes (técnicas e físicas),

para que possamos trabalhá-las de forma mais correcta e concreta”.

Instado a pronunciar-se sobre o que aconteceu no terreno e aquilo

que eram as expectativas, Hélder Gandarez afirma: “Temos de ser

mais ambiciosos, pois dispomos das condições perfeitas para treinar.

Os atletas conseguem muito mais. Considero que ainda estamos nu-

ma fase de aprendizagem, mas o grupo está mais unido. Falta ainda

um pouco mais de empenho dentro e fora dos treinos”.

Já em relação ao sentimento dos atletas, o Treinador acha que

“ficaram contentes” com a participação e “com algumas das presta-

ções registadas”. E frisa: “Penso que dariam mais se pudessem, mais

ainda têm algum tempo pela frente. No entanto, o trabalho tem de

começar a ser feito neste momento”.

Hélder Gandarez sente-se “satisfeito” pelos atletas, salientando que

notou “uma grande camaradagem no grupo, responsabilidade e preo-

cupação em dar o melhor nas provas”. Mas enquanto Treinador, am-

biciona outros patamares. E confessa:” Não estou satisfeito, pois é

claro que queria mais, mas temos de pensar no futuro e não no pre-

sente imediato. Acredito que daqui a algum tempo estarão a melhorar

os seus tempos em toda a linha”.

Campeonato Regional de Clubes em São Miguel: “É necessário mais tempo para consolidar e procurar a forma

desportiva”, sublinha Hélder Gandarez

O Treinador Hélder Gandarez congratula-se com o desempenho dos nadadores do Clube Naval da Horta, mas confessa que quer resultados mais ambiciosos, uma vez que dispõem das con-dições perfeitas para treinar. O segredo está em trabalhar as dificuldades nas vertentes técnicas e físicas, embora este Téc-nico também ache importante aumentar o número de atletas na Competição.

Page 15: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

“É preciso criar a mística do clube”

Quanto ao futuro, define-o assim: “É importante angariar mais

atletas para a Competição, visto que temos as melhores instalações

dos Açores, embora admire os atletas que tenho, pois são fantásti-

cos e corajosos. O futuro passa também por criar uma “cultura”,

formação sustentada e ambiciosa na ilha para se reflectir na Com-

petição e, assim, estaremos em pé de igualdade com os outros

clubes. Como me dizia alguém numa conversa de Café é preciso

“criar a mística do clube”.

“Por onde passei, vi as dificuldades dos clubes no sentido de pro-

porcionarem aos seus atletas as melhores condições de treino, seja

aqui na Região seja no Continente português. No entanto, vejo que

na ilha do Faial há excelentes condições de treino e poucas pesso-

as a usufruí-las ou a tirar proveito para a Competição. O Desporto

em qualquer modalidade é a afirmação de um Povo, de uma Regi-

ão e de um País”, sustenta Hélder Gandarez.

Recorde-se que esta Prova Regional, realizada na Piscina do Com-

plexo Desportivo das Laranjeiras, em Ponta Delgada, integrou o

calendário da Associação de Natação da Região Autónoma dos

Açores (ANARA), em que participaram todos os clubes filiados

nesta Associação, com nadadores federados nos Escalões de In-

fantis, Juvenis, Juniores e Seniores.

Da Secção de Natação do Clube Naval da Horta participaram os

atletas Tomás Oliveira, Diogo Vieira, Gonçalo Oliveira, Afonso

Santimano e Manuel Valagão, que se fizeram acompanhar pelo

Treinador Hélder Gandarez.

Os resultados encontram-se no anexo que pode ser consultado.

Diogo Vieira foi um dos nadadores faialenses que parti-

cipou neste Campeonato

Gonçalo Oliveira, atleta do Clube Naval da Horta, tam-

bém presente nesta competição regional

Fotografias retiradas do Facebook da ANARA

A melhoria dos tempos foi uma das características dos nadadores do CNH Fotografia de: Hélder Gandarez

Page 16: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Decorreu este sábado, dia 08, no Complexo Desportivo da Escola

Secundária Manuel de Arriaga (ESMA), na Horta, o Torneio Monte

da Guia – Natação. De acordo com o Treinador da Secção de Nata-

ção do Clube Naval da Horta (CNH), Hélder Gandarez, “a Prova

decorreu conforme planeado, embora a previsão das participações

dos atletas tenha ficado um pouco aquém do que se esperava”.

“Devemos melhorar esse aspecto, que é muito importante”, realça.

“Os Torneios servem para aferir as vertentes que devem

ser melhoradas ao longo dos treinos”, salienta Hélder

Gandarez

Hélder Gandarez refere que “os atletas participantes estiveram

bem”. E explica: “Os tempos de alguns foram batidos, para outros

foi menos conseguido, mas por escassos segundos, e para outros

ainda foi o primeiro contacto com este tipo de prova”.

Por isso, enquanto Treinador afirma-se “satisfeito pelas boas presta-

ções de alguns atletas e menos pela ausência de outros”. “Mas o que

interessa é mesmo a progressão e formação dos que participam nes-

tas provas”, frisa.

A propósito da motivação dos nadadores, este Técnico sente que

“ela existe por parte dos que participam nas provas e querem fazer o

seu melhor e ainda por parte daqueles que começam a integrar esta

vertente da natação ao nível da Competição. A predisposição deve

ser conjunta, a dos atletas e a do treinador, para que possamos atin-

gir mais e melhores resultados”.

No entender deste Treinador, “os Torneios servem para aferir o nível

de forma desportiva em que nos encontramos e, também, para reunir

todas as vertentes que uma competição implica, a fim de serem trei-

nadas e melhoradas ao longo dos treinos”.

Recorde-se que se tratou de uma prova local do calendário da Asso-

ciação de Natação da Região Açores (ANARA).

Natação – Torneio Monte da Guia: Para o Treinador Hélder Gandarez “existe motivação e os atletas querem fazer o

seu melhor”

Para alguns dos nadadores, tratou-se do primeiro contacto com este tipo de prova

Page 17: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Os nadadores com o Treinador Hél-

der Gandarez

Decorreram este sábado, dia 29, no Com-

plexo Desportivo da Escola Secundária

Manuel de Arriaga (ESMA), na Horta, 2

actividades de Natação: Torregri 1 e Festi-

val das Técnicas Alternadas, de manhã, e

Torneio de Fundo da Horta, à tarde.

Aqui fica o balanço feito pelo Treinador da

Secção de Natação do Clube Naval da

Horta (CNH), Hélder Gandarez:

TORREGRI 1 E FESTIVAL DAS TÉC-

NICAS ALTERNADAS:

1. Em que consistiu o Torregri 1 e Festi-

val das Técnicas Alternadas e como de-

correu esta actividade?

Como o próprio nome diz, é um Festival

para todos os escalões de formação. Os

atletas mais jovens puderam participar em

provas oficiais e outras não, sendo sempre

bom um contacto com este tipo de organi-

zação, com o intuito de mostrarem as suas

capacidades e habilidades ao longo da

mesma.

2. Qual o objectivo?

É mais um momento de actividade física

desportiva ao longo do ano, com o objecti-

vo principal de dar a conhecer esta modali-

dade aos atletas mais novos, aprendendo

assim as regras de participação, os estilos

de nado, como são organizadas as provas e

por quem, etc…

3. Quantos atletas participaram?

Um total de 25 atletas de ambos os sexos.

4. Qual o comentário face aos resultados

alcançados?

Os mais novos participaram de forma in-

formal, ao passo que os outros consegui-

ram melhorar os seus tempos pessoais.

5. Como se sentem os nadadores?

Felizes por participarem, bem como a as-

sistência nas bancadas. Os pais estavam

contentes pelos filhos participarem neste

tipo de prova.

TORNEIO DE FUNDO DA HORTA:

1. Como decorreu o Torneio de Fundo

da Horta?

Decorreu bem, dentro do previsto, pois são

provas mais exigentes ao nível da resistên-

cia. Os atletas empenharam-se ao máximo

para conseguir bons tempos, visto que al-

guns não são atletas fundistas, ou seja, a

sua aptidão não está muito virada para pro-

vas de resistência.

2. Em que é que consistiu esta activida-

de?

Este Torneio está virado para os atletas que

possuem mais resistência do que velocida-

de, sendo por isso provas de longas distân-

cias e, como tal, deu para aferir quais as

competências dos atletas nestas provas,

bem como os tempos pessoais dos mes-

mos.

3. Quantos atletas participaram?

Participaram 6 atletas: 5 masculinos e 1

feminino.

4. Qual o comentário face aos resultados

alcançados?

Dos resultados alcançados foram obtidos

tempos mínimos, o que significa que esta-

mos a trabalhar dentro dos tempos exigi-

dos. No entanto, sabemos que, perante

estes resultados alcançados, o nosso dever

é melhorar, porque a competição é renhida.

Estamos no bom caminho, mas espera-nos

ainda muito trabalho pela frente.

5. Como se sentem os nadadores?

Sentem-se contentes, mesmo aqueles que

não obtiveram os melhores resultados fica-

ram felizes pelos outros terem conseguido,

pois representamos uma equipa, um Clube:

o CNH.

6. Os Juízes também têm um papel mui-

to importante nestes eventos…

Sim, e quero aproveitar esta oportunidade

para agradecer a forma cordial e profissio-

nal que demonstram nas provas que se

realizam cá na ilha e fora da mesma. Sem

eles, nada disto era possível. Já conhecia

alguns deles antes de ser Treinador da Sec-

ção de Natação do Clube Naval da Horta e

considero que são pessoas fantásticas e

amigáveis.

Estas actividades permitem aos atle-

tas demonstrarem as suas habilida-

des e capacidades

Fotografias cedidas por: Hélder Gan-darez

Natação: Torregri 1 e Festival das Técnicas Alternadas e Torneio

de Fundo da Horta - “Nadadores sentem-se felizes por partici-

parem e melhorarem os seus tempos”, afirma o Treinador

Page 18: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Domingo passado (dia 02), o tempo ajudou e permitiu que fossem

concluídas as 2 primeiras Provas e realizada a 3ª do Troféu Turis-

mar de Mini-Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH) 2014.

A propósito, o Director da Secção de Mini-Veleiros do CNH, João

Nunes, refere que “as Provas decorreram muito bem, tendo a me-

teorologia sido excelente, numa bela tarde para a prática da moda-

lidade”. “Realizámos muitas regatas para aproveitar o bom tem-

po”, sublinha.

E após a competição, foi tempo de convívio e camaradagem, co-

mo habitualmente, na sede da Empresa de Actividades Marítimo-

Turísticas de Mário Carlos, a Turismar, patrocinadora deste Tro-

féu pelo segundo ano consecutivo.

“Estes momentos de conversa e de petisco depois das provas são

importantes e salutares para os participantes”, defendem em unís-

sono João Nunes e Mário Carlos.

Participaram 8 velejadores, supervisionados pelos Júris de Prova,

Nuno Costa e Manuel Nunes.

A 4ª Prova deste Troféu, composto por 6, realiza-se no dia 16 des-

te mês.

Hedi Costa, João Nunes e José Gonçalves foram os vencedores

das 3 primeiras Provas do Troféu Turismar de Mini-Veleiros do

Clube Naval da Horta 2014

Page 19: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

CLASSIFICAÇÃO

1ª, 2ª e 3ª Provas do Troféu Turismar de Mini-Veleiros do

CNH 2014:

1º - Hedi Costa

2º - João Nunes

3º - José Gonçalves

4º - Eduardo Pereira

5º - António Pereira

6º - Bruno Gonçalves

7º - Mário Carlos

8º - Francisco Rosa

9º - Emanuel Silva (DNC)

Nota: DNC = não competiu

Page 20: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

“Com vento muito variável, decorreu bem e de forma muito compe-

titiva” a 4ª Prova do Troféu Turismar de Mini-Veleiros do Clube

Naval da Horta (CNH) 2014, realizada na tarde deste domingo (dia

16), na Baía da Horta. A competição foi renhida ao ponto de os 3

primeiros concorrentes terem ficado em igualdade de pontuação,

pelo que o desempate foi feito de acordo com as regras da Federa-

ção Internacional de Vela (International Sailing Federation - ISAF).

“O público aderiu” e houve mesmo “um novo velejador: Nuno Ro-

sa, que já competiu com o seu mini-veleiro”, como explica João

Nunes, Director da Secção de Mini-Veleiros do CNH, entidade or-

ganizadora deste evento.

Realizaram-se 7 regatas, sob o olhar atento do Júri de Prova, consti-

tuído por Ana Figueiredo e Nuno Costa.

Como habitualmente, após a competição foi tempo de convívio na

sede da Empresa de Actividades Marítimo-Turísticas Turismar (de

Mário Carlos), patrocinadora deste Troféu pelo 2º ano consecutivo.

Fazendo um balanço às 4 Provas realizadas até agora, João Nunes

salienta que “este Troféu está a correr muito bem, verificando-se

competição, dinâmica, novos velejadores e convívio”.

A 5ª Prova – de um total de 6 – realiza-se no dia 30 deste mês, es-

tando o terminús deste Troféu programado para Dezembro próximo.

CLASSIFICAÇÃO:

1º João Nunes

2º António Pereira

3º José Gonçalves

4º Hedi Costa

5º Nuno Rosa

6º Mário Carlos

Fotos de: Amparo Pérez Ferragud

4ª Prova do Troféu Turismar de Mini-Veleiros do CNH 2014: João Nunes, António Pereira e José Gonçalves no pódio

Page 21: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

Associando-se às comemorações do 21º Aniversário da Associação

de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha do Faial (APADIF), de

quem é parceiro, o Clube Naval da Horta (CNH) organizou uma

Regata em que participaram 24 atletas da sua Escola de Vela, inclu-

indo os velejadores da Classe Access (Vela para pessoas com mobi-

lidade reduzida). A Prova decorreu este sábado, dia 08, na Baía da

Horta.

“A ausência de vento fez com que as regatas tenham começado

mais tarde do que a hora prevista (10 horas)”, explica Luís Paulo

Moniz, da Secção de Vela Ligeira do CNH, acrescentando que fo-

ram realizadas 2 das 3 regatas previstas e que “o vento soprou de

sudoeste fraco, mas constante e sem ondulação”.

A Comissão de Regata foi constituída por António Luís e Jorge

Macedo, apoiados por Carlos Moniz e Luís Moniz.

Este evento contou com o trabalho no terreno dos Treinadores João

Duarte e Duarte Araújo e do Monitor, José Miguel Barros.

A Cerimónia de Entrega de Prémios decorreu durante o convívio

que teve como espaço o Pavilhão do Clube Naval da Horta, onde

estiveram presentes o Presidente da Direcção do CNH, José Decq

Mota; o Presidente da APADIF, José Fialho; os membros da Comis-

são de Regata, Treinadores, Monitor, velejadores e alguns pais.

As Classificações encontram-se em anexo, podendo ser consultadas.

Regata de Vela Ligeira do 21ºAniversário da APADFI con-tou com a participação de 24 atletas da Escola de Vela do

Clube Naval da Horta

Page 22: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

A Regata de Vela de Cruzeiro de São Martinho do Clube Naval da

Horta (CNH), realizada este domingo, dia 09, “decorreu num ambi-

ente descontraído, com vento muito agradável e estável”, refere

Luís Paulo Moniz, Dirigente do CNH, acrescentando que havia

“pouca ondulação e vento de sudoeste”.

Largada da Horta, rondar os ilhéus e voltar à Horta, foi o percurso

deste passeio, em que participaram 5 embarcações: “Air Mail” -

Luís Carlos Decq Mota; “Rift” - Carlos Moniz; “Tuba V” - Fernan-

do Rosa; “Rajada” - António Luís e “Soraya” - Frederico Rodri-

gues.

Regata de Vela de Cruzeiro de São Martinho do Clube Na-val da Horta decorreu em ambiente descontraído

Page 23: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

A Assinatura decorreu na Sala de

Reuniões do CNH

Foi assinado na tarde desta quinta-feira, dia

06, na Sala de Reuniões do Clube Naval da

Horta, o Contrato de Concessão do Salão

Bar do Clube Naval da Horta (CNH) entre o

Presidente da Direcção do CNH, José Decq

Mota, e o empresário picoense João Carlos

Oliveira Martinho.

Numa cerimónia privada e cordial, foi assi-

nado o documento, válido por um ano, reno-

vável.

José Decq Mota e João Martinho se-

lam o início de um Contrato

Tendo em conta que o anterior concessioná-

rio não estava interessado em continuar a

exploração deste espaço, o processo de no-

vo concurso decorreu de forma célere, ques-

tão tida como “muito importante” para a

Direcção do Clube Naval da Horta, subli-

nhou José Decq Mota na ocasião, salientan-

do que o elenco directivo desta casa “dá

muito valor a esta questão, não só pela

questão económica que representa mas,

sobretudo, porque um Clube desta natureza

deve, obrigatoriamente, dispor de um instru-

mento que constitua um ponto de conver-

gência em direcção ao mar, onde possa ha-

ver convívio, debate de ideias, troca de ex-

periências e degustação gastronómica”. Este

Dirigente sustenta que “o Clube Naval da

Horta existe para fomentar os desportos

náuticos, as regatas locais e internacionais,

projectar a ilha e os Açores no mundo”. E

prossegue: “O Bar, com um bom serviço,

que seja simultaneamente convidativo e

atraente, é importante para uma instituição

como esta, cartão de visita de muitos

‘aventureiros’ e estrangeiros que aportam a

esta cidade-mar, capital oceânica do iatis-

mo, dona de uma das mais belas baías do

mundo, em que o mar faz parte da vivência

diária deste povo, mestre na arte de bem

receber”.

João Martinho é um jovem empresário pico-

ense que acalentava o sonho de explorar o

Bar do Clube Naval da Horta. Gerindo um

bar há 7 anos e um restaurante há 5 meses,

na ilha Montanha, abraçou agora mais este

projecto, o que é sinónimo de dinâmica,

ambição e criação de postos de trabalho.

Com base neste percurso, o Presidente da

Direcção do CNH, rematou: “Fazemos con-

fiança nesta proposta pela experiência de-

monstrada que, certamente irá valorizar o

Clube Naval da Horta no seu todo”.

Em jeito de agradecimento a este voto de

confiança, o empreendedor João Martinho

espera “superar as expectativas”. Nesse

sentido, vai remodelar o espaço, garantindo

que o Bar irá apresentar “uma imagem com-

pletamente nova”.

Este “risco calculado” é uma parceria com o

sócio faialense Gabriel Gonçalves, um jo-

vem DJ, com percurso firmado na música/

animação, conhecido no Barão Palace, Faial

Fashion e outros projectos.

Para João Martinho, as novas embarcações

vieram encurtar as já pequenas distâncias

que separam estas ilhas irmãs, pelo que não

Contrato de Concessão do Salão Bar do Clube Naval da Horta foi assinado esta quinta-feira, dia 06 de novembro

O empresário João Martinho atravessou o canal Pico/Faial e comprometeu-se a dar uma nova imagem ao Salão Bar do Clube Naval da Horta. Os trabalhos de remodelação são vários, mas estarão concluídos daqui a um mês, altura em que este espaço abrirá portas com várias novidades para o público jovem e menos jovem, patentes ao longo de 3 zonas diferentes, mas complementares.

Foto: Marco Nascimento

Page 24: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

vê entraves em termos geográficos até,

porque, garante “os negócios quando são

bem estruturados gerem-se sozinhos”. Ten-

do-se proporcionado o momento de con-

cretizar a ideia que tinha já no tempo em

que era estudante cá – “fazer algo de giro

neste espaço” – este empresário promete

dinamizar a noite no Faial que, segundo

ele, “precisa de ser revitalizada”. Nova

imagem, serviço diferenciado, aposta nos

produtos de qualidade, música ao vivo,

eventos e DJ’s fazem parte deste novo me-

nu.

“Como o espaço do Salão Bar é bastante

amplo, a nossa ideia é dividi-lo em 3 zo-

nas: a primeira será uma zona de refeição;

na zona intermédia as pessoas poderão

estar a ver televisão, a conversar, a jogar

uma cartada ou mesmo os estudantes pode-

rão ficar a estudar, fazer um trabalho ou

tomar um copo, e na terceira zona quem

entra, do lado direito do Bar, vai estar a

mesa de snooker. Será uma zona lounge

onde se poderá estar a disfrutar de um bom

gin, uísque, vodka, etc, e olhar para a pai-

sagem, para a Marina, para o Pico, para o

que está à nossa frente”, explica João Mar-

tinho.

João Martinho: “Já quando estuda-

va no Faial olhava para este espaço e

pensava que um dia poderia fazer

aqui algo de engraçado”

O Salão Bar ficará assim com 2 zonas mais

vocacionadas para a música e um terceiro

espaço com menos música e som, onde se

poderá descontrair.

“Congregar malta jovem e menos jovem” é

outro dos objectivos destes novos sócios

que agarraram este projecto há um mês,

dispondo agora de pouco mais de 30 dias

para revelarem o fruto e a imaginação das

muitas horas de trabalho que têm pela fren-

te. Sem querer estragar a surpresa, mas

revelando muita energia e vontade em

mostrar que é possível dar a este espaço a

dignidade que merece, aproveitado o seu

enorme potencial, este empresário da outra

margem assegura: “Vamos apresentar um

espaço moderno e apetecível, onde cabem

todas as gerações”.

O Vice-Presidente Jorge Macedo

testemunhou a Assinatura da Con-

cessão do Salão Bar do CNH

Fotografias de: Cristina Silveira

Foto: Marco Nascimento

Foto: Filipe E Vania

Page 25: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

VISITAS DO SITE

CNH

Janeiro: 5.054

Fevereiro: 5.596

Março: 6.611

Abril: 6.011

Maio: 7.545

Junho: 13.098

Julho: 10.531

Agosto: 9.636

Setembro: 8.779

Outubro: 7.940

Novembro: 7.434

Embora os números não

sejam nem digam tudo,

aqui fica em termos es-

tatísticos, o número de

visitas que o site do

Clube Naval da Horta

(CNH) registou ao longo

deste ano, ou seja, de

Janeiro a Novembro. No

total, foram 88.235

visitas, número significa-

tivo e que atingiu o seu

pico no mês de Junho,

com mais de 13 mil visu-

alizações.

DEZEMBRO NO MAR

Page 26: Ir_ao_mar nº8 -  Novembro de 2014

TEXTOS

Cristina Silveira

MONTAGEM

Luís Moniz