79
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no comportamento e aprendizagem do peixe paulistinha LUANA CARLA DOS SANTOS Orientadora: Ana Carolina Luchiari Natal/2016

Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

  • Upload
    hakien

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no comportamento

e aprendizagem do peixe paulistinha

LUANA CARLA DOS SANTOS

Orientadora: Ana Carolina Luchiari

Natal/2016

Page 2: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

LUANA CARLA DOS SANTOS

Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no comportamento

e aprendizagem do peixe paulistinha

Dissertação apresentada ao programa de

pós-graduação em psicobiologia como

requisito para obtenção de título de

Mestre em Psicobiologia

Área de concentração: Comportamento

Animal

Orientadora: Ana Carolina Luchiari

NATAL, 2016

Page 3: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do Centro de

Biociências

Santos, Luana Carla dos.

Irish Coffee: efeitos de álcool e cafeína no comportamento e

aprendizagem do peixe paulistinha / Luana Carla dos Santos. – Natal,

RN, 2016.

77 f.: il.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Carolina Luchiari.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em

Psicobiologia.

1. Atividade locomotora e memória. – Dissertação. 2. Substâncias

psicoativas – Dissertação. 3. Peixe paulistinha. – Dissertação. I. Luchiari,

Ana Carolina. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III.

Título.

RN/UF/BSE-CB CDU 159.953

Page 4: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

TITULO: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no comportamento e aprendizagem do

peixe paulistinha

AUTOR: Luana Carla dos Santos

DATA DA DEFESA: 04 de março de 2016

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________

Dr. Rodrigo Egydio Barreto

UNESP – Botucatu, SP

__________________________________________

Dr. Rámon Hipolyto Lima

UFRN - Natal, RN

__________________________________________

Dra. Ana Carolina Luchiari (orientadora)

UFRN - Natal, RN

Page 5: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

AGRADECIMENTOS

Após mais uma jornada acadêmica chega o momento de olharmos para trás e

analisarmos todos os caminhos que percorremos até a conclusão desse ciclo. Dedicarmos-nos

a pesquisar o que apreciamos, achamos pertinente e gratificante, mas como em toda

caminhada há inúmeros desafios, frustrações e êxitos.

Como em todos os momentos da minha vida, compartilho todas essas fases com

pessoas fundamentais nesse processo, que estão ou estiveram comigo no dia a dia, que

“abraçaram a causa”, que me fizeram refletir e amadurecer pessoalmente e profissionalmente,

enfim, que através de incentivos e críticas construtivas influenciaram no resultado final desse

trabalho no qual me dediquei integralmente durante esses dois anos.

Assim, inicio meus agradecimentos referenciando as pessoas mais importantes na

minha vida, a minha família, que sempre me apoiam, dão incentivo e amor incondicional.

Pessoas que compreendem minhas mudanças de humor (não é fácil!), respeitaram meus

momentos de isolamento quando precisava ficar um final de semana inteiro diante do

computador, em silêncio, escrevendo sobre ela, elaborando apresentações. Pessoas prontas

para acolher minha angustias e vibrar a cada vitória, não importando a hora do dia.

À minha orientadora Ana Carolina Luchiari, pela orientação, pelos conselhos que só

me ajudaram nesses nossos quase seis anos de convivência, essa jornada que teve início no

comecinho da graduação. Agradeço a paciência, a compreensão, ao tempo dedicado mesmo

quando estava tão longe do Brasil.

Agradeço as colegas de laboratório: Jéssica Polyana e Júlia Ruiz que foram meus

braços direito, esquerdo, pernas e corpo todo. Por toda dedicação e empenho, pelas horas

gasta analisando vídeos, trocando água dos peixes, limpando vazamento, pesando cafeína,

fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim, sem vocês este trabalho

não seria possível.

Continuando aos agradecimentos as colegas do laboratório: Adrielly Marcela, Diana

Chacon, Jaquelinne Pinheiro, Jéssica Janine e Priscila Fernandes, pelo auxílio na realização

dos experimentos, pela colaboração na revisão da dissertação, pelas ideias, conselhos e

discussões sobre o trabalho que ajudaram e muito no andamento dele. Agradeço pelo

empenho, apoio e amizade. Sem dúvidas, essa pesquisa carrega um pouco de cada uma.

Enfim, expresso aqui meus agradecimentos e desejo de encontros profissionais futuros

com essas figuras que tiveram importância direta na realização deste mestrado, sem esquecer

os funcionários da UFRN, em especial, aos que viabilizaram meu trabalho nos finais de

semana e feriados.

Page 6: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

RESUMO

Substâncias psicoestimulantes vêm sendo utilizadas de forma indiscriminada há

muitos anos, e pouco se sabe os efeitos que elas causam a curto e longo prazo no

comportamento geral, na aprendizagem e na memória. Essas substâncias são bastante usadas

por jovens e adultos e elas possuem efeitos diferentes. Essas substâncias são dose dependente,

caso consumidas em baixa quantidade agem como estimulante, aumentando a atividade

locomotora, caso consumidas em alta quantidade, causam efeito depressor, diminuindo a

atividade locomotora e/ou causando ansiedade. Poucos estudos vêm investigando os efeitos

dessas substâncias na atividade locomotora, aprendizagem e memória e grande parte desses

estudos são realizados em roedores. Peixe paulistinha é um modelo animal promissor para

estudos comportamentais, cognitivos, ontogenéticos, dentre outros. Nossos objetivos foram

determinar os efeitos do álcool, cafeína e de seu uso combinado com álcool, na atividade

locomotora desses animais, usando para isso doses crônicas durante 27 dias e doses agudas

durante um dia. Visto que pouco se sabe sobre os efeitos dessa exposição prolongada.

Também investigamos os efeitos das substâncias em teste de reconhecimento de objetos, que

se baseia na memória de único evento. Essas memórias são mais vulneráveis que memórias

baseadas em várias repetições de eventos. Sendo assim, um teste adequado para utilizar com

uso de substâncias psicoativas. Observamos que o uso crônico de cafeína provoca alteração na

atividade locomotora dos animais, do mesmo modo, abstinência de álcool combinada com

cafeína em dose aguda (dose média) provoca aumento de atividade locomotora. Quando

submetidos a testes de memória, os animais exposto a doses altas agudas de álcool e em

abstinência dessa droga têm prejuízo na formação e/ou resgate da memória. No entanto,

tratamento com cafeína não prejudica a formação de memória. Animais expostos a tratamento

com dose crônica moderada de álcool e dose aguda moderada de cafeína tem melhor

desempenho na tarefa, indicando que dose aguda moderada de cafeína pode evitar os efeitos

deletérios ocasionados pela abstinência do álcool. Em termos do comportamento geral, doses

agudas de cafeína aumentam a locomoção, enquanto doses elevadas e a abstinência de cafeína

induzem a comportamentos tipo-ansioso. A combinação álcool crônico e cafeína aguda

induzem a alto comportamento tipo-ansiedade, enquanto a combinação cafeína crônica e

álcool agudo diminuem tanto a locomoção quanto a ansiedade.

Palavras-chaves: Substâncias psicoativas, peixe paulistinha, atividade locomotora, memória

Page 7: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

ABSTRACT

Psychostimulant substances are being used in an indiscriminate way for many

years and little is known about the effects they cause in short and long term in learning and

memory. These substances are highly used by young people and adults and they present

different effects. The substances are dose dependent, if consumed in lower quantity they act

as a stimulant, increasing locomotor activity, if consumed on higher doses, they cause a

depressor effect, lowering the locomotor activity. Few studies investigate the effects of these

substances on the locomotor activity, learning and memory and most of these studies are on

rodents. The zebrafish is a good animal model for behavioral, cognitive, ontogenetic and other

studies. Our objectives were to determine the effects of alcohol, caffeine and its combined use

with alcohol on the locomotor activity of the animals, using chronic doses during 27 days and

acute doses during one day, since little is known about the effects of the prolonged exposition.

As also, investigate the effects of the substances on a one trial learning test of objects

discrimination, which is based on a memory of one single event. This type of memory is more

vulnerable than the memories based on many repetitions. Therefore, an adequate test to use

with the psychoactive substances. We found that the chronic use of caffeine provokes an

alteration on the locomotors activity of the animals. In the same way, alcohol withdrawal

combined with acute caffeine (moderate dose) provokes an increase on locomotors activity.

When submitted to the discrimination tests the animals exposed to higher acute doses of

alcohol and withdrawal of this drug have impairment on memory. However, the caffeine

treatment does not harm memory. Animals exposed to a treatment with moderate chronic

alcohol dose and moderate acute caffeine dose learned the task, indicating that moderate acute

caffeine doses may prevent deleterious effects caused by alcohol withdrawal. In terms of the

general behavior, acute doses of caffeine increase the mobility, while high doses of caffeine

and its abstinence induce anxiety-like behavior. The combination of chronic alcohol and acute

caffeine induces high anxiety-like behavior, while chronic caffeine combined with acute

alcohol decrease both locomotion as anxiety.

Key-words: Psychoative substance, zebrafish, locomotor activity, memory.

Page 8: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

SUMÁRIO

Introdução geral................................................................................................................... 7

Breve histórico do uso de substâncias psicoativas.................................................................... 7

O álcool................................................................................................................................. 8

Metabolismo.................................................................................................................... 8

Ação do álcool no sistema nervoso central....................................................................... 9

Efeitos do álcool no comportamento – estudos com peixe paulistinha............................... 11

Cafeína................................................................................................................................. 12

Metabolismo.................................................................................................................... 12

Ação da cafeína no sistema nervoso central........................................................................ 13

Efeitos da cafeína no comportamento – estudos com peixe paulistinha............................... 14

O uso combinado de álcool e cafeína.................................................................................... 15

Peixe paulistinha como modelo animal.................................................................................. 17

Objetivos................................................................................................................................. 18 -19

Capítulo 1

Irish coffee: Behavioral changes induced by alcohol and caffeine in zebrafish

Resumo...................................................................................................................................... 20

1. Introdução............................................................................................................................. 21

2. Materiais e métodos.......................................................................................................... 23

3. Resultados............................................................................................................................ 27

4. Discussão.............................................................................................................................. 41

Agradecimentos......................................................................................................................... 40

5. Referências............................................................................................................................ 47

Figura 1..................................................................................................................................... 29

Figura 2...................................................................................................................................... 31

Figura 3...................................................................................................................................... 32

Figura 4...................................................................................................................................... 33

Figura 5...................................................................................................................................... 35

Figura 6...................................................................................................................................... 37

Figura 7...................................................................................................................................... 38

Figura 8...................................................................................................................................... 39

Figura 9...................................................................................................................................... 40

Capitulo 2

Irish coffee: Effects of alcohol and caffeine on object discrimination in zebrafish

Resumo...................................................................................................................................... 56

1. Introdução............................................................................................................................. 56

2. Materiais e métodos.......................................................................................................... 57

3. Resultados............................................................................................................................ 58

4. Discussão.............................................................................................................................. 60

Agradecimentos......................................................................................................................... 64

5. Referências............................................................................................................................ 64

Tabela 1..................................................................................................................................... 57

Figura 1..................................................................................................................................... 59

Figura 2...................................................................................................................................... 60

Figura 3...................................................................................................................................... 61

Figura 4...................................................................................................................................... 62

Figura 5...................................................................................................................................... 63

Figura 6...................................................................................................................................... 64

Conclusões gerais..................................................................................................................... 66

Referências............................................................................................................................... 67

Anexos....................................................................................................................................... 76-77

Page 9: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

7

Introdução geral

Breve histórico do uso de substâncias psicoativas

O uso de substâncias psicoativas é um hábito humano milenar (Seidl, Costa &

Sudbrack, 1999) e pode ser correlacionado com diferentes contextos sociais, como lazer,

rituais religiosos e fins terapêuticos (Merlin, 2003). Na América, Europa e Ásia antiga, o

homem já utilizava plantas como a papoula do ópio, também chamada planta da felicidade,

pelo seu efeito alucinógeno (MacRae, 2001; Seibel & Toscano, 2001) e ansiolítico (Seibel &

Toscano, 2001). Ao longo do tempo, diferentes substâncias psicoativas passaram a ser

consumidas pelo homem, como álcool, maconha, cocaína, cafeína, nicotina, dentre outras

(Seidl et al., 1999) na busca pela atenuação de sensações desprazerosas e promoção de bem-

estar.

O álcool foi bastante consumido na forma de vinho por egípcios, gregos e hebreus,

sendo considerado uma “dádiva dos deuses” (Amouretti et al., 1999; Carneiro, 2005; Purcell,

2003; Rosenzweig, 1998). A maconha foi comumente utilizada pela medicina chinesa como

anestésico em cirurgias e ainda como hipnótico, analgésico e espasmolítico (Murad, 1996). Os

nativos da América do Sul, ainda hoje possuem o hábito de mascar folhas de coca para tolerar

o trabalho em altitudes, somado à pobre dieta alimentar (Bahls & Bahls, 2002; Gold, 1993).

Esse hábito de mascar folha da coca garante efeito estimulatório, semelhante ao efeito da

ingestão de cafeína, proporcionando maior rendimento aos trabalhadores (Bucher &

Olievenstein, 1992), sendo utilizada também como anestésico local (Seidl et al., 1999). Os

chineses utilizavam plantas com cafeína para preparação de chás, hábito esse difundido

mundialmente (Trevisanato & Kim, 2000). Com o passar dos séculos, os efeitos prejudiciais

destas substâncias tornaram-se conhecidos e atualmente a maconha, a heroína e a cocaína são

consideradas ilícitas na maioria dos países; embora o álcool, a nicotina e a cafeína sejam

Page 10: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

8

drogas lícitas que estão incorporadas aos hábitos sociais de homens e mulheres (Pratta &

Santos, 2009).

Dentre as substâncias mencionadas, destacamos o álcool e a cafeína que são

largamente consumidas pela sociedade atual (Fredholm, Bättig, Holmén, Nehlig, & Zvartau,

1999; WHO, 2014). Apesar de ser uma droga lícita, o álcool pode causar dependência e é

considerado o segundo maior causador de complicações neuropsiquiátricas, perdendo apenas

para depressão (Brundtland, 2000). No ano de 2012, 3,3 milhões de pessoas chegaram a óbito

em decorrência do uso de álcool, devido à síndrome alcoólica fetal, cirrose hepática, câncer de

boca, câncer da faringe, câncer do esôfago, câncer da laringe, pancreatite, violência

interpessoal, acidentes de trânsito, dentre outros (WHO, 2014). Já a cafeína age de maneira

menos evidente, podendo levar também à dependência física de forma mais branda que o

álcool (Griffiths & Woodson, 1988), e, se consumida de forma desregulada, pode ocasionar

quadros de dor de cabeça, enjoo, letargia, dentre outros.

O álcool

Metabolismo

Após a ingestão, o álcool é rapidamente absorvido no estômago e intestino delgado,

sendo levado até a corrente sanguínea, e distribuído nos líquidos corporais totais (Cuppari,

2002; Dutra de Oliveira & Marchini, 2003). A concentração de álcool no sangue é máxima

em aproximadamente 30 min após o consumo, se o indivíduo estiver com o estômago cheio

esse processo tende a ser mais longo (Norberg, Jones, Hahn, & Gabrielsson, 2003). O

metabolismo gástrico do álcool é menor nas mulheres do que nos homens, o que contribui

para maior sensibilidade das mulheres a essa substância (Lieber, 2000; Schuckit, 2006a,

2006b).

Page 11: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

9

O álcool é principalmente metabolizado no fígado, pela oxidação hepática.

Inicialmente, o álcool é transformado em acetaldeído pela ação da enzima ADH (álcool

desidrogenase), depois a enzima ALDH (aldeído desidrogenase) age e transforma o

acetaldeído em ácido acético e na coenzima NADH (nicotinamida adenina dinucleotídeo). Por

fim, o ácido acético é oxidado em dióxido de carbono. O ADH também é encontrado no

estômago, intestino, musculatura esquelética e tecido cerebral (Baraona, 2000; Duester et al.,

1999; Lim et al., 1993; Zakhari, 2006).

O álcool também pode ser metabolizado por vias extra-hepáticas, quando mantido

em grandes concentrações no organismo. Esse processo ocorre em grande parte no cérebro,

local com baixa atividade de ADH, por ação da enzima citocromo P450 (Zakhari, 2006).

Outra enzima que também realiza metabolismo extra-hepático é a catalase, encontrada nos

peroxissomos, e é utilizada em menor escala (Zimatkin & Deitrich, 1997). Independente da

enzima, o metabolismo do álcool tem como principal subproduto o acetaldeído, uma

substância tóxica, cujo acúmulo leva a reações adversas como tontura, náusea, vômito,

taquicardia e taquipnéia (Edenberg, 2007; Tuma, 2002).

Pequenas quantidades de álcool são excretadas na urina, no suor e no ar expirado,

enquanto o metabolismo do álcool é responsável pela excreção de 90-98% do álcool ingerido

principalmente devido à função hepática do ADH e ADLH (Brunton, Chabner, & Knollman,

2012). É necessário certo cuidado com o consumo, visto que o álcool atravessa a barreira

hematoencefálica e placentária facilmente (Gilman et al., 1996).

Ação do álcool no sistema nervoso central

Segundo a WHO (2014), drogas são substâncias capazes de alterar a função dos

organismos vivos. Aquelas com ação sobre o sistema nervoso central (SNC) podem aumentar

Page 12: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

10

(estimulantes) ou diminuir (depressoras) sua atividade, ou ainda alterar a capacidade

perceptiva (perturbadoras); e dessa forma geram mudanças fisiológicas e comportamentais.

Apesar de ser considerado uma droga de forma geral depressora, o efeito inicial do álcool é

excitatório. Assim que entra no sistema nervoso central, o álcool causa o aumento dos níveis

de serotonina (Forman, Chou, & Strichartz, 2009) e ativação da via de recompensa, mediando

pelo sistema dopaminérgico mesocórticolímbico a sensação de prazer que é gerada durante

esta fase do consumo. É devido à excitação desta via que o álcool pode causar o

comportamento de busca pela substância (Moreau, 1996; Samson & Harris, 1992). Após o

quadro inicial de euforia, surge o efeito depressor do álcool (Rang, Dale, Ritter, & Flower,

2007), que se dá pela ação sobre a neurotransmissão GABAérgica, que é inibitória (SMITH;

OLSEN, 1995). Esse neurotransmissor (GABA) possui dois tipos de receptores, GABAA e

GABAB, apenas GABAA é estimulado pelo álcool e nesse momento, ocorre aumento no

tempo de abertura do canal e maior influxo de Cl- (Forman et al., 2009).

O consumo de álcool de forma crônica reduz o número de receptores GABAA, sendo

esse um dos efeitos que promove a tolerância à droga (Sanna et al., 1993). A decorrente busca

pela dose que continue causando os mesmos efeitos anteriores pode levar o indivíduo à

dependência. Caso o indivíduo interrompa o consumo de álcool no estágio da dependência,

ele pode apresentar sintomas da crise de abstinência, derivados da perda dos efeitos inibitórios

da droga e deficiência de receptores GABAA (Devaud, Fritschy, Sieghart, & Morrow, 1997).

Além de estimular a atividade dos receptores GABAA, o etanol também atua sobre o

receptor do glutamato, funcionando como um antagonista. O glutamato possui três receptores:

NMDA, cainato e AMPA, e embora todos sejam inibidos na presença do álcool, os receptores

NMDA são mais afetados (DeLucia, Cruz, Marin, & Planeta, 2006). O consumo crônico de

álcool acaba por promover o aumento do número de receptores glutamatérgicos (Freund &

Page 13: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

11

Anderson, 1996; Hoffman, Lorio, Snell, & Tabakoff, 1995), o que está relacionado com a

hiperestimulação deste sistema durante a abstinência do álcool, podendo ocasionar crises

convulsivas e acidentes vasculares cerebrais (Lovinger, 1993).

Efeitos do álcool no comportamento – estudos com peixe paulistinha

O álcool afeta vários aspectos funcionais do organismo, como memória (Luchiari,

Chacon, & Oliveira, 2015), aprendizagem (Santos, Oliveira, Oliveira, Silva, & Luchiari,

2016), ansiedade (Maximino, da Silva, Gouveia, & Herculano, 2011) e locomoção (Tran &

Gerlai, 2013). Daremos ênfase ao seu efeito na função cognitiva e locomotora.

A aprendizagem é um processo contínuo, que ocorre por meio de interações com

outros sujeitos ou objetos ao longo do tempo de vida do indivíduo (Kandel & Schwartz,

2001). Aprender e lembrar o que foi aprendido é essencial para a sobrevivência em muitas

espécies. Uma vez que o animal vive uma dada experiência, o indivíduo pode alterar seu

comportamento e responder de forma mais eficiente quando enfrentar aquela mesma situação

novamente.

Roedores expostos a etanol na fase pré-natal submetidos a tarefas cognitivas de medo

condicionado demonstram atraso na resposta quando expostos ao risco (Brady, Allan, &

Caldwell, 2013). Peixes pauslistinhas expostos a altas doses de álcool apresentam prejuízo na

realização de tarefas cognitivas como tarefas de aprendizagem associativa, enquanto que

peixes sob efeito de baixas doses apresentam melhora na realização dessa mesma tarefa

(Chacon & Luchiari, 2014). Nessa mesma linha, já foi visto que doses baixas e moderada de

álcool administradas de forma aguda alteram a preferência de local de peixe paulistinha,

passando a preferir o local onde o animal foi inicialmente submetido ao álcool, mostrando o

quão recompensador é essa substância (Collier, Khan, Caramillo, Mohn, & Echevarria, 2014).

Page 14: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

12

É sabido que o álcool tem efeito dose-dependente, doses intermediárias de álcool

(0,25% e 0,50%) aumentam a atividade locomotora de peixe paulistinha, enquanto que doses

elevadas diminuem a atividade locomotora desses animais (Gerlai, Lahav, Guo, & Rosenthal,

2000). No entanto, durante a abstinência de álcool, esses mesmos animais apresentam altos

índices de freezing, passam mais tempo no fundo do aquário e sua latência para chegar à

superfície do aquário é maior, o que caracteriza um comportamento tipo-ansioso (Egan et al.,

2009). De forma similar, roedores expostos a doses médias (1.g/Kg, 10% e 35%) de álcool,

aumentam a atividade locomotora (Brys, Pupe, & Bizarro, 2014; Jerlhag, Landgren,

Egecioglu & Dickson, 2011).

Cafeína

Metabolismo

Após o consumo, a metabolização da cafeína se inicia no trato gastrointestinal, e

após 20-30 min do seu consumo, a substância atinge níveis máximos no organismo e pode

levar de 2,5 à 10 h para total eliminação. No entanto, sua total eliminação pode variar de

acordo com diversos fatores como idade, peso corporal, ingestão de medicamentos, dentre

outros (Magkos & Kavouras, 2005).

Aproximadamente 5% da quantidade ingerida é eliminada através da urina (Kumar,

2013). Assim como no álcool, a enzima citocromo P450 atua metabolizando a cafeína, mas

nesse caso, essa ação ocorre em sua maior parte no fígado, e não no cérebro. A enzima

citocromo P450 metaboliza a cafeína em três dimetilxantinas: paraxantina, que pode aumentar

as taxas sanguíneas de glicerol e gorduras; teobromina, que provoca dilatação dos vasos

sanguíneos causando efeito diurético; e teofilina, responsável pela dilatação das vias aéreas

(também utilizada no tratamento de asma).

Page 15: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

13

Ação da cafeína no sistema nervoso central

No cérebro, a cafeína interfere na atividade da adesonina, neurotransmissor com

efeitos inibitórios e de normalização da homeostase de diversas células (Longhi, Robson,

Bernstein, Serra, & Deaglio, 2013; Purves et al., 2010). A cafeína possui conformação

estrutural semelhante à adenosina, e uma vez que ocorre a ligação entre a cafeína e o receptor

adenosinérgico, ela inibe o receptor e bloqueia a ação inibitória da adenosina, fazendo

prevalecer os efeitos estimulantes da cafeína, como aumento da disposição, alerta e

concentração (Griffiths & Woodson, 1988; Griffiths et al., 1986).

A cafeína liga-se apenas a dois receptores de adenosina, receptor A1 e receptor A2A

(Fredholm, Ijzerman, Jacobson, Klotz, & Linden, 2001). O receptor A1 está presente em

diversas regiões do cérebro como hipocampo, córtex cerebral, cerebelo e núcleos

hipotalâmicos; e estimula a liberação de neurotransmissores como o glutamato, dopamina,

acetilcolina e serotonina, que são excitatórios e aumentam o estado de vigília e atenção

(Sheth, Brito, Mukherjea, Rybak, & Ramkumar, 2014). O receptor A2A está distribuído pelos

oligodendrócitos, microglia, bulbo olfatório, gânglios basais e regiões pré-sinápticas no

hipocampo, região onde também ocorre liberação de glutamato, noradrenalina e acetilcolina

(Sheth et al., 2014). Somada à ação nos receptores de adenosina, outras vias de atuação da

cafeína também são responsáveis por seu efeito estimulante como o bloqueio dos receptores

GABAA (receptores de ação inibitória) e mobilização do cálcio intracelular (responsável pelo

aumento de atividade locomotora).

O consumo da cafeína ativa áreas relativas ao prazer, busca pela substância, alerta,

concentração, dentre outros, mediados pelos neurônios dopaminérgicos, adrenérgicos,

glutamatérgicos, serotoninérgicos e adrenérgicos (Fredholm et al., 1999; Longhi et al., 2013).

Page 16: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

14

Recentemente tem se noticiado uma possível ação neuroprotetora do consumo do café

orgânico, o que pode estar relacionado a menores taxas de mal de Alzheimer e Parkinson nas

sociedades da América do Sul, nas quais se consomem esse tipo de café.

Semelhante ao consumo de álcool, a cafeína também pode levar ao desenvolvimento

de dependência decorrente de seu consumo crônico (Heishman & Henningfield, 1992), no

entanto, a abstinência da cafeína é bem mais branda que a do álcool, sendo associada a dores

de cabeça, fadiga, irritação e sonolência (Kenneth Silverman, Suzette M. Evans, Eric C.

Strain, 1994; Richardson, Rogers, Elliman, & O’Dell, 1995). O consumo crônico e agudo

parece não ocasionar prejuízos à saúde (Abreu, Silva-Oliveira, Moraes, Pereira, & Moraes-

Santos, 2011), sendo este o provável motivo de não existirem restrições quanto a seu consumo

(Aguiar, Turnes, Cardoso, Vasconcelos, & Caputo, 2011; Killer, Blannin, & Jeukendrup,

2014).

Efeitos da cafeína no comportamento – estudos com peixe paulistinha

Quando comparadas as informações sobre o efeito do álcool no comportamento do

peixe paulistinha com os dados até então existentes sobre a cafeína, podemos afirmar que

pouco se sabe sobre o efeito da cafeína nesta espécie. Entretanto, os estudos realizados têm

mostrado que a cafeína pode alterar o comportamento dos animais, embora de forma mais

branda que o álcool.

A cafeína é dita uma substância benéfica para a memória. De acordo com Cunha e

Agostinho (2010), essa característica benéfica se deve não a uma melhora direta da memória,

mas à habilidade normalizadora da cafeína, ou seja, de prevenir prejuízos a memória. Animais

submetidos à exposição crônica de cafeína, ao receber uma dose aguda de canabidiol,

Page 17: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

15

substância que prejudica a formação de memória, não apresentaram alteração nesta função

(Nazario et al., 2015), confirmando o papel normalizador da cafeína.

A cafeína também apresenta efeito dependente da dose consumida. A exposição à

dose aguda média (50mg/L) ocasiona alteração na atividade locomotora do peixe paulistinha,

diminuindo a velocidade média, indicando certo grau de ansiedade conferido pela

administração da substância (Ladu, Mwaffo, Li, Macrì, & Porfiri, 2015). De modo

semelhante, animais expostos à dose alta (85mg/L) de cafeína passam mais tempo no lado

escuro do aquário que os indivíduos controle, indicando grau de ansiedade devido à

administração da substância (Steenbergen, Richardson, & Champagne, 2011). De acordo com

Egan et al. (2009), peixes paulistinha expostos a dose aguda alta de cafeína (100 mg/L)

tiveram o desenvolvimento de comportamento tipo-ansioso, caracterizado pelo aumento na

latência para explorar o topo da coluna d’água, somada a diminuição do tempo nessa área.

Quando peixes paulistinha receberam doses de 1μM de cafeína demonstraram

aumento da atividade locomotora (velocidade e distância percorrida), já animais expostos a

dose alta de 100μM diminuíram a atividade locomotora (Gupta, Khobragade, Shingatgeri, &

Rajaram, 2014). A abstinência da cafeína é mais branda do que a do álcool, muitas vezes não

indicando fatores relacionados à sua administração. Cachat et al. (2010) demonstraram que

peixe paulistinha em abstinência de cafeína (50 mg/L), não apresenta alteração na sua

atividade locomotora e nem em seus níveis de cortisol. Diferente do álcool que é considerado

uma forte recompensa, Collier et al. (2014) testaram o paradigma de preferência por local

com diferentes doses de cafeína, e observaram que o paulistinha não apresenta

comportamento de busca pela substância, indicando a ausência de um efeito de recompensa

da cafeína no paulistinha.

Page 18: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

16

O uso combinado de álcool e cafeína

A combinação do consumo de álcool e cafeína tem se tornado cada vez mais popular,

principalmente entre os jovens (Sionaldo E. Ferreira et al., 2004; Marczinski, 2011; O’Brien,

McCoy, Rhodes, Wagoner, & Wolfson, 2008). Esse consumo tem sido feito muitas vezes de

forma desenfreada, podendo acarretar prejuízos para o indivíduo, como diminuição no

julgamento em tomada de decisões, comportamento de risco (violência, comportamento

sexual arriscado), e maior propensão a acidentes (Marczinski, 2011; Oteri, Salvo, Caputi, &

Calapai, 2007; Thombs et al., 2010). Pouco se sabe da ação combinada dessas duas

substâncias no metabolismo, no entanto, cafeína não exerce nenhum efeito sobre o

metabolismo hepático do álcool, consequentemente, não reduz a concentração de álcool no

sangue (Sionaldo Eduardo Ferreira, de Mello, Pompeia, & Souza-Formigoni, 2006). Não

existem estudos que investiguem a ação combinada dessas substâncias no sistema nervoso

central.

Poucos estudos investigam o comportamento sob efeito dessas substâncias e a

maioria desses estudos é desenvolvido em roedores. Com relação ao afeito da combinação na

atividade locomotora, estudos indicam que esse uso pode aumentar os efeitos estimulatórios

iniciais do álcool ou reduzir efeitos depressores posteriores (Heinz, de Wit, Lilje, & Kassel,

2013; Spinetta et al., 2008), podendo levar o indivíduo a consumir mais álcool (Sionaldo

Eduardo Ferreira et al., 2006; Spinetta et al., 2008). Spinetta et al. (2008) observaram que

roedores conseguem reconhecer o odor de outros indivíduos mesmo sob efeito combinado

dessas substâncias, indicando efeito positivo dessa combinação, sugerindo que a cafeína

consegue reverter os efeitos prejudiciais ocasionados pelo álcool. Outro estudo aponta que

roedores machos submetidos à combinação dessas substâncias tiveram aumento do número de

entradas em compartimento escuro, indicando diminuição da ansiedade (Hughes, 2011).

Page 19: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

17

Não existem investigações acerca da mistura dessas substâncias no comportamento

do peixe paulistinha, importante modelo em neuroetologia.

Peixe paulistinha como modelo animal

O peixe paulistinha (Danio rerio) é um vertebrado pertencente à classe dos

teleósteos, que surgiu a aproximadamente 350 milhões de anos (Metscher & Ahlberg, 1999).

Esses indivíduos são encontrados em riachos de águas doces e lentas no sul e leste da Ásia,

habitando águas rasas, com temperaturas que variam entre 24ºC a 38ºC (Engeszer, Patterson,

Rao, & Parichy, 2007). Os indivíduos possuem organização do sistema nervoso central

semelhante aos outros vertebrados, tendo o sistema nervoso divido em quatro partes: a medula

espinhal, que está protegida pela coluna vertebral e está localizada na parte mais caudal do

sistema nervoso central, o rombencéfalo, correspondente à parte mais caudal do encéfalo

dentro do crânio, o prosencéfalo, mais rostral e ocupando a maior área no cérebro, e o

mesencéfalo.

Diversos estudos evidenciam o peixe paulistinha como excelente modelo em estudos

translacionais de diversas áreas, por possuírem similaridade significativa com humanos, em

torno de 60-80% (Reimers, Hahn, & Tanguay, 2004; Renier et al., 2007), fazendo dele muitas

vezes um modelo alternativo ao uso de roedores. Esses indivíduos possuem o genoma

totalmente sequenciado (Howe et al., 2013; Silveira et al., 2002; Woods et al., 2000) e

compartilham diversos sistemas de neurotransmissores com mamíferos, como exemplo o

serotonérgico (Rink & Guo, 2004), dopaminérgico (Ma, 2003), glutamatérgico (Edwards &

Michel, 2002), GABAérgico (Nam, Kim, & Lee, 2004), dentre outros. Esses indivíduos

possuem rápido desenvolvimento, chegando à fase adulta três meses após fertilização

Page 20: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

18

(Kimmel, Ballard, Kimmel, Ullmann, & Schilling, 1995). São também considerados modelo

importantes para estudos com drogas, por apresentarem rápida absorção das drogas pelo

sistema nervoso central (Goldsmith, 2004), sem a necessidade de metodologias invasivas e

altamente manipulativas.

Existem hoje cerca de 46.000 estudos realizados com o peixe paulistinha como

modelo, de acordo com a plataforma de pesquisa “web of knowledge”

(https://apps.webofknowledge.com/UA_GeneralSearch_input.do?product=UA&SID=4BSQA

XhN9rynOCvHn7b&search_mode=GeneralSearch). Dentre as diversas publicações voltadas

para esse modelo, encontramos abordagem em diversas áreas como biologia do

desenvolvimento (Kimmel et al., 1995; Kishi, 2011; Peng, Zhang, & Meng, 2012), genética

(Hu et al., 2015; Nishimura et al., 2015; Shah, Davey, Whitebirch, Miller, & Moens, 2015),

comportamento (Hu et al., 2015; Niihori et al., 2015; Santos et al., 2016), toxicologia

(Gebauer et al., 2011; Santos et al., 2016; Wu et al., 2009), doenças degenerativas (De Groef,

Dekeyster, & Moons, 2015; Lu et al., 2015; Seto et al., 2015), e desenvolvimento de drogas

terapêuticas (Rubinstein, 2003, 2006)

Objetivo Geral

O objetivo geral desse estudo foi verificar a ação do álcool, cafeína e da combinação

dessas substâncias no comportamento locomotor e no desempenho em tarefa discriminativa

envolvendo a memória no peixe paulistinha.

Page 21: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

19

Objetivos específicos

Caracterizar o comportamento locomotor ao longo do tempo de exposição do peixe

paulistinha às doses crônicas e agudas de álcool, cafeína e da combinação dessas

substâncias (capítulo 1).

Avaliar os efeitos ansiolíticos e ansiogênicos de doses crônicas e agudas de álcool,

cafeína e da combinação dessas substâncias (capítulo 1).

Averiguar o desempenho do peixe paulistinha em tarefa de reconhecimento de objetos

quando sob efeito crônico e agudo de álcool, cafeína e da combinação dessas

substâncias (capítulo 2).

Page 22: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

20

(Artigo a ser submetido para a revista Pharmacology, Biochemistry and Behavior) 1

2

Irish Coffee: Behavioral changes induced by alcohol and caffeine in zebrafish 3

Santos, L.C., Oliveira J.R., Oliveira, J.J., Silva, P.F., Luchiari A.C. 4

Departamento de Fisiologia, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio 5

Grande do Norte, PO BOX 1510, 59078-970 Natal, Rio Grande do Norte, Brazil. 6

Phone: +55 84 32153409, Fax: +55 84 32119206, E-mail: [email protected] 7

8

Resumo 9

Enquanto a cafeína é conhecida por estimular o estado de alerta e diminuir a fadiga e 10

a sonolência, o álcool é um grande inibidor do sistema nervosa central. O uso combinado 11

dessas duas substâncias vem crescendo nas últimas décadas, mas pouco se sabe sobre os 12

efeitos desta combinação. Neste sentido, este estudo objetivou caracterizar o efeito de 13

diferentes doses de cafeína e do uso combinado dessas substâncias sobre o comportamento 14

do peixe paulistinha, um modelo animal estabelecido para investigações 15

neurocomportamentais por apresentar respostas comportamentais sólidas e semelhança 16

neuroquímica e fisiológica com mamíferos. Avaliamos a atividade locomotora em termos de 17

velocidade média, distância total percorrida, tempo de freezing e tempo no fundo do tanque 18

durante o período de 60 min do peixe paulistinha sob tratamento agudo, crônico e 19

abstinência de álcool e cafeína. Observamos que a dose média aguda de cafeína e seu uso 20

crônico aumentam a atividade locomotora e diminuem o comportamento tipo-ansioso, 21

enquanto a dose aguda elevada e a cessação do uso continuado provocam elevado 22

comportamento tipo-ansioso. Por outro lado, o uso de dose média de cafeína durante a 23

abstinência de álcool aumenta a atividade locomotora, enquanto a dose elevada de cafeína 24

Page 23: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

21

provoca aumento acentuado da ansiedade. O uso de dose aguda de álcool durante a 25

abstinência de cafeína tem papel inverso, aumentando a atividade locomotora conforme a 26

dose, embora o comportamento tipo-ansioso seja ausente. Concluímos que a análise 27

temporal do comportamento é bastante sensível em permitir o estudo de alterações 28

comportamentais decorrentes da exposição ao álcool e à cafeína, e que o peixe paulistinha 29

oferece a oportunidade de estudos comportamentais e neurofisiológicos mais aprofundados 30

para o entendimento dos mecanismos de ação de drogas de uso indiscriminado pela 31

sociedade. 32

33

Palavras-chave: Atividade locomotora, álcool, cafeína, peixe paulistinha. 34

35

Page 24: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

22

1. Introdução 36

Álcool e cafeína são substâncias psicoativas largamente consumidas pela população 37

(Fredholm et al., 1999; Goetzel et al., 2003; Gerlai, 2010). Ambas as drogas têm efeitos 38

sobre o sistema nervoso central pela interferência em uma gama de vias moleculares (Nehlig 39

et al., 1992; Hyman e Malenka, 2001; Vengeliene et al., 2008); o consumo excessivo de 40

qualquer destas substâncias pode levar ao desenvolvimento de tolerância, que pode ser 41

observada comportamentalmente (Ocakçioglu et al., 1998; Arias et al., 2012; Tran e Gerlai, 42

2013). Atualmente, estas drogas vêm sendo usadas em associação, e mais comumente o 43

consumo de cafeína é feito em busca de suas ações estimulantes para minimizar os efeitos 44

depressores do álcool após consumo excessivo. 45

O álcool é a droga de abuso legalmente comercializada mais difundidas em nossa 46

sociedade (Ferreira e Willoughby, 2008; National Institute on Alcohol Abuse and 47

Alcoholism, 2008), com alto potencial aditivo. Sabe-se que sua ingestão em doses baixas 48

está associada com a boa saúde física e mental (Weyerer et al., 2011; Chacon e Luchiari, 49

2014), ao contrário, o uso agudo ou crônico de altas doses pode provocar grandes prejuízos 50

às funções fisiológicas e cognitivas (Obernier et al., 2002; Rosenbloom e Pfefferbaum, 51

2004; Crews e Nixon, 2009; Beveridge et al., 2013; Spinello et al., 2013; Luchiari et al., 52

2015). Já a cafeína, muito menos associada a danos sistêmicos, quando usada em baixas 53

doses aumenta a frequência cardiorespiratória, acelera o metabolismo e o estado de alerta, e 54

diminui o cansaço e a fadiga (Braga e Alves, 2000; De Luca et al., 2007). No entanto, seu 55

uso indiscriminado pode causar problemas cardiovasculares, insônia e transtornos de 56

ansiedade (Striley et al., 2011). 57

As duas drogas apresentam efeito bifásico: por exemplo, doses baixas de álcool e 58

cafeína aumentam a atividade locomotora (Gerlai et al., 2000; Halldner et al., 2004), 59

Page 25: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

23

aumentam a agressividade (Wilson et al., 2000; Gerlai et al., 2000), aceleram a tomada de 60

decisão (Killgore et al., 2007; Anderson et al., 2011) e melhoram o desempenho em tarefas 61

cognitivas (Angelucci et al., 2002; Chacon e Luchiari, 2014; Luchiari et al., 2015), enquanto 62

doses altas diminuem a locomoção (Tran e Gerlai, 2013; Halldner et al., 2004), causam 63

efeitos gerais depressores (Marin et al., 2011; Rosemberg et al., 2012), prejudicam a 64

formação de memoria (Santos et al., 2016) e o desenvolvimento normal do animal 65

(Rodriguez et al., 2014). Entretanto, esses efeitos dependem do tempo de exposição à droga: 66

o consumo diário e por longos períodos ocasiona o desenvolvimento de tolerância (Tran e 67

Gerlai, 2013; Tran et al., 2015; Luchiari et al., 2015), e a exposição aguda provoca 68

sensibilização, ou seja, doses menores passam a provocar efeitos similares àqueles de doses 69

elevadas nos próximos contatos com a droga (Blaser et al., 2010). Neste sentido, o estudo 70

dos efeitos do álcool e da cafeína no comportamento, tanto em separado quanto em 71

associação, permitirá a investigação dos mecanismos que embasam a ação destas drogas. 72

O peixe paulistinha é considerado modelo para estudos com drogas pela facilidade de 73

administração (Gerlai et al., 2000), alta homologia genética com seres humanos (Crollius e 74

Weissenbach, 2005) e similaridade do sistema nervoso central com mamíferos (Barbazuk et 75

al., 2000; Collier e Echevarria, 2013), o que permite que os resultados de pesquisas sejam 76

translacionais para doenças humanas (Kolb e Whishaw, 1998; Klee et al., 2012). O estudo 77

de Tran e Gerlai (2013) utilizou o paulistinha para caracterizar os efeitos do álcool em 78

diversas doses e tempos de exposição, mostrando mudanças temporais nos padrões de 79

natação avaliados. Embora diversos estudos sobre os efeitos do álcool no comportamento 80

tenham sido conduzidos, não há relatos sobre a caracterização comportamental dos efeito de 81

cafeína ou da combinação álcool-cafeína. Além disso, não se sabe o quanto doses elevadas 82

das substâncias combinadas podem afetar os comportamentos normais, causando reversão 83

Page 26: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

24

da tolerância ou sensibilização. A combinação dessas duas drogas é amplamente utilizada 84

pela sociedade, e o presente estudo avalia esta questão. Apresentamos a caracterização 85

temporal detalhada das alterações comportamentais durante a fase aguda de contato com as 86

drogas, concomitante ou não com o uso crônico prévio tanto de álcool quanto de cafeína. 87

Abordamos também a cessação do uso das drogas, visando observar as principais alterações 88

da primeira fase da abstinência. 89

90

2. Materiais e métodos 91

2.1. Procedimentos gerais 92

Peixes paulistinha (Danio rerio) adultos (4 a 5 meses) adquiridos em fazenda de 93

criação local (Natal-RN) foram transferidos para o biotério do Laboratório de Peixes 94

Ornamentais (Departamento de Fisiologia da UFRN) e estocados em tanques (80x25x40cm, 95

50 L) dispostos em sistema de recirculação de água com filtragem mecânica, biológica e 96

química e desinfecção através de luz UV. A temperatura da água permaneceu em 28ºC, o pH 97

em 7,1 e o fotoperíodo adotado foi 12C:12E (claro: escuro). A alimentação ocorreu duas 98

vezes ao dia com Artêmia salina e ração comercial peletizada (38% proteína e 4% lipídeo, 99

Nutricom Pet). 100

Para o tratamento com as drogas, os animais foram transferidos para aquários 101

(50x30x30cm; 30L) sem filtração e recirculação, e a água foi trocada diariamente para 102

assegurar sua qualidade e manter as concentrações desejadas das drogas. A aeração de cada 103

aquário foi mantida com pedras porosas. A qualidade da água, composição química e 104

temperatura foram mantidas as mesmas das condições de estoque, tanto na fase de exposição 105

às drogas quanto na fase de avaliação comportamental. 106

Os testes experimentais conduzidos com os animais seguiram as normas éticas 107

Page 27: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

25

aprovadas pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA n° 045/2015) da UFRN. 108

2.2. Administração de drogas 109

Após a transferência para aquários de 30L, dos animais foram mantidos sem drogas 110

por 5 dias para aclimatação as condições dos aquários. Nesse período, apenas 50% da água 111

foi trocada diariamente. Em seguida, a submissão às drogas teve inicio e foi feita de forma 112

contínua (24h/dia). Empregamos o protocolo 2x3 baseado em Tran e Gerlai (2013), com 113

duas doses crônicas (0mg/L e 50mg/L) e três doses agudas (0mg/L, 50mg/L e 100mg/L) 114

para os tratamentos exclusivos com cafeína. Para os grupos que receberam a combinação de 115

álcool e cafeína, modificamos o protocolo para 2X2, duas doses crônicas e duas agudas, nas 116

quais dois grupos receberam cafeína crônica e álcool agudo e outros dois grupos receberam 117

álcool crônico e cafeína aguda. As doses de cafeína e de álcool foram ministradas de forma 118

gradual para evitar mortalidade dos animais e lentamente tornar o peixe aclimatado às 119

concentrações finais das drogas (Tran e Gerlai, 2013). 120

A administração crônica durou 27 dias e a concentração final foi mantida em 50mg/L 121

de cafeína e 0,50% de álcool. Assim, inicialmente os peixes foram alojados em 12mg/L de 122

cafeína ou 0,125% de álcool durante os dias 1-4, em seguida a dose foi aumentada para 123

25mg/L de cafeína ou 0,250% de álcool para os dias 5-8, foi novamente aumentada para 124

35mg/L de cafeína ou 0,375% de álcool nos dias 9-12, e subsequentemente foi aumentada 125

para 50mg/L de cafeína ou 0,50% de álcool e mantida pelo restante do período de exposição 126

crônica (dias 13-27). 127

No 28º dia, os peixes foram individualmente expostos a uma das doses de cafeína 128

aguda (00, 50 ou 100 mg/L) ou álcool agudo (0.00, 0.50 ou 1.00%) em um tanque de 30L, 129

durante 60 min. Nesse período, o comportamento dos peixes foi registrado individualmente. 130

O delineamento 2×3 com cafeína permitiu a formação de 6 grupos experimentais, aos 131

Page 28: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

26

quais nos referimos considerando C para a concentração crônica e A para a concentração 132

aguda, como se segue: C00A00 (n=10), C00A50 (n=11), C00A100 (n=11), C50A00 (n=12), 133

C50A50 (n=10), C50A100 (n=7). 134

O delineamento 2×2 com álcool e cafeína permitiu a formação de 4 grupos 135

experimentais, aos quais nos referimos considerando C para a concentração crônica (Cc 136

concentração crônica de cafeína e Ca concentração crônica de álcool) e A para a 137

concentração aguda (Ac concentração aguda de cafeína e Aa concentração aguda de álcool), 138

como se segue: Cc50Aa0.50 (n=10), Cc50Aa1.00 (n=13), Ca0.5Ac50 (n=10), Ca0.5Ac100 139

(n=10). 140

2.3. Registro do comportamento 141

No 28º dia de submissão às drogas, os peixes foram individualmente expostos à dose 142

aguda de cafeína ou álcool (acima descrito) durante 1 hora e o comportamento dos animais 143

foi registrado em vídeo (Sony Digital Vídeo Câmera Recorder; DCR-SX45). Os arquivos de 144

vídeo foram transferidos e analisados utilizando o software ZebTrack desenvolvido em 145

MatLab (Pinheiro-da-Silva et al., unpublished results). Para caracterização dos efeitos das 146

drogas nos indivíduos, foram considerados os seguintes parâmetros: velocidade média de 147

natação, distância total percorrida, tempo em freezing. ocupação da região do fundo do 148

aquário (entre 0 e 6 cm da base do tanque). 149

2.4. Análises estatísticas 150

Foram realizadas análises iniciais de normalidade e homoscedasticidade dos dados. A 151

análise temporal, ao longo dos 60 min, foi realizada utilizando Anova para medidas 152

repetidas (RM Anova) para cada grupo experimental. Todos os parâmetros locomotores 153

(velocidade média, distância total percorrida, freezing e tempo de permanência no fundo do 154

aquário) foram analisados quanto a media geral dos 60 min através de Anova One Way 155

Page 29: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

27

seguida de Teste post hoc Tukey HSD para identificar diferenças entre os grupos. RM 156

Anova foi utilizada para comparar os três blocos de tempo (0-20, 21-40, 41-60 min) dentro 157

de cada grupo. Realizamos Anova Two Way para comparar o efeito das substâncias ao 158

longo dos três blocos de tempos. Para todos os testes, adotamos o nível de significância de 159

5%. 160

161

3. Resultados 162

3.1. Tratamento com cafeína 163

A análise da velocidade média sugere que a cafeína tem efeito temporal neste 164

comportamento (Fig. 1). Houve efeito dos grupos (Anova Two Way, F=31,54; p<0,001) sob 165

os comportamentos. Não houve efeito do tempo (Anova Two Way, F=0,62; p=0,54), nem do 166

tempo sob os grupos (Anova Two Way, F=0,47; p=0,87). A análise por RM Anova 167

confirmou estas observações e mostrou efeito significativo do tratamento com dose média 168

aguda de cafeína - C00A50 (F=2.66, p<0.001) e do tratamento crônico com cafeína - 169

C50A50 (F=1.83, p<0.001). O grupo controle teve resultado inverso àquele do grupo sob 170

tratamento crônico (RM Anova, F=3.54, p<0.001). A trajetória temporal dos grupos sob 171

tratamento agudo alto de cafeína (C00A100), abstinência (C50A00) e aumento agudo da 172

dose (C50A100) não foi significativo (RM Anova, C00A100: F=0.90, p=0.62; C50A00: 173

F=0.94 p=0.60; C50A100: F=1.09, p=0.31). A análise das médias dos intervalos de 20 min 174

mostrou que o tratamento agudo de 50mg/l (C00A50) tem efeito significativo no aumento da 175

velocidade média entre 20 e 40 min da exposição (RM Anova, F=4.17, p=0.03) e o efeito do 176

uso continuado de cafeína foi inverso ao grupo controle, com menor velocidade nos 20 min 177

iniciais da observação (RM Anova, C00A00: F=9.55, p=0.002; C50A50: F= 7.27, p=0.006). 178

Os outros grupos não mostraram diferença entre intervalos de tempo (RM Anova, C00A100: 179

Page 30: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

28

F=0.06, p=0.94; C50A00: F=1.88, p=0.18; C50A100: F=0.46, p=0.64). O teste post hoc de 180

Tukey HSD feito em busca de diferenças entre os grupos indicou que houve diferença 181

significativa (p<0.05) entre C50A100 em relação a C00A50, C00A100 e C50A00, e o grupo 182

C50A50 diferiu significativamente dos grupos C00A50 e C00A100. 183

Nós também avaliamos a distância total percorrida nos 60 min de análise (Fig. 2). 184

Este parâmetro é calculado a partir da localização central do animal em relação à amostra 185

imediatamente anterior, e indica a quantidade de deslocamento do indivíduo. O padrão geral 186

de variação de deslocamento parece similar aos resultados encontrados para velocidade 187

média. Houve efeito dos grupos (Anova Two Way, F=22,69; p<0,001) sob os 188

comportamentos. Não houve efeito do tempo (Anova Two Way, F=0,49; p=0,62), nem do 189

tempo sob os grupos (Anova Two Way, F=0,30; p=0,96). A RM Anova detectou efeito 190

temporal significativo nos grupos tratados com cafeína aguda 50mg/L (F=2.46, p<0.001) e 191

cafeína crônica (F=1.84, p<0.001). O grupo controle apresentou maior distância percorrida 192

nos 20 min iniciais e diminuição deste comportamento no restante do tempo (RM Anova, 193

F=3.40, p<0.001). A mesma análise não indicou diferença temporal para os outros grupos 194

(C00A100: F= 0.91, p=0.67; C50A00: F=1.16, p=0.20; C50A100: F=0.96, p=0.56). 195

A comparação entre os blocos de 20 min indicou haver diferença significativa no 196

grupo controle (RM Anova, F=10.02, p=0.002) e no tratamento crônico com cafeína (RM 197

Anova, F=7.27, p=0.006), o controle com maior distancia percorrida nos 20 min iniciais e o 198

grupo crônico com decréscimo do deslocamento no tempo. Os outros grupos não mostraram 199

diferença entre intervalos de tempo (RM Anova, C00A50: F=3.39, p=0.056; C0A100: 200

F=0.08, p=0.92; C50A00: F=1.43, p=0.26; C50A100: F=0.46, p=0.64). O teste post hoc de 201

Tukey HSD entre os grupos mostrou que apenas o grupo C50A100 diferiu do grupo controle 202

(p=0.04), do grupo C00A50 (p<0.001), do grupo C00A100 (p<0.001) e do grupo C50A00 203

Page 31: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

29

Fig. 1. Velocidade média dos grupos expostos a tratamento com cafeína ao longo de intervalo de 60 204 min. A letra C representa exposição crônica e os valores que seguem são as concentrações da cafeína utilizadas 205 (00 e 50mg/L). A letra A representa exposição aguda de cafeína e os valores que seguem são as concentrações 206 de cafeína usadas (00, 50 e 100mg/L). Os gráficos (a) C00A00 (n=9), (c) C00A50 (n=10), (e) C00A100 207 (n=10), (g) C50A00 (n=11), (i) C50A50 (n=9) e (k) C50A100 (n=9) apresentam velocidade média minuto a 208 minuto ± SEM (RM Anova, resultados estatísticos vide texto). Os gráficos (b), (d), (f), (h), (j) e (l) 209 representam a comparação entre os três blocos de tempo de velocidade média ± SEM (0-20, 21-40, 41-60min). 210 Letras minúsculas indicam diferença estatística entre os blocos de tempo (Rm Anova, p<0.05). 211

212

0

10

20

30 (a) C00A00 (b) C00A00

b a a

0

10

20

30 (c) C00A50 (d) C00A50

b a a

0

10

20

30 (e) C00A100 (f) C00A100

0

10

20

30 (g) C50A00 (h) C50A00

(i)C50A50 (j) C50A50

a b b

0

10

20

30

1 min - time intervals

(k)C50A100

0 10 20 30 40 50 60

0-20min 21-40min 41-60min

20 min - time intervals

(l) C50A100

Aver

age

spee

d (

cm/s

)

Page 32: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

30

(p<0.001). Já o grupo C50A50 diferiu dos grupos C00A50 (p<0.001) e do grupo 213

C00A100 (p=0.01). 214

O comportamento de freezing foi avaliado como indicador de estresse/ansiedade. 215

Este parâmetro parece ser afetado pelo tratamento com cafeína (Fig. 3). Houve efeito dos 216

grupos (Anova Two Way, F=22,04; p<0,001) sob os comportamentos. Não houve efeito do 217

tempo (Anova Two Way, F=0,41; p=0,66), nem do tempo sob os grupos (Anova Two Way, 218

F=0,47; p=0,87). A RM Anova da trajetória temporal minuto a minuto demonstrou efeito 219

significativo da dose aguda média (50mg/L) e alta (100mg/L) de cafeína (C00A50: F=1.80, 220

p<0.001; C00A100: F=2.67, p<0.001), do pré-tratamento com cafeína e retirada da droga 221

(F=1.65, p<0.002) e do pré-tratamento com aumento da dose de forma aguda (F=2.32, 222

p<0.001). A análise dos outros grupos não indicou diferença significativa na trajetória 223

temporal (C00A00: F=0.63, p=0.99; C50A50: F=0.98, p=0.51). Quando analisamos as 224

médias de blocos de 20 min para o comportamento de freezing, a RM Anova mostrou haver 225

diferença significativa com alto freezing nos 20 min iniciais do grupo que recebeu dose 226

crônica de cafeína (F=6.14, p=0.01) e aumento progressivo do freezing nos 3 blocos de 227

tempo para o grupo em abstinência de cafeína (F=4.28, p=0.02). Os outros grupos não 228

apresentaram diferença entre os blocos de 20 min (RM Anova, C00A00: F=0.21, p=0.81; 229

C00A50: F=2.75, p=0.09; C00A100: F=0.19, p=0.83; C50A100: F=0.11, p=0.89). O teste 230

post hoc de Tukey HSD em busca de diferenças entre os grupos para cada intervalo de 20 231

min demonstrou que o grupo em abstinência de cafeína difere dos grupos controle e 232

tratamento crônico com cafeína nos intervalos de 20 a 40 min (p<0.05) e 40 a 60 min 233

(p<0.05), mas não ha diferença entre os grupos nos 20 min inicias da observação (p>0.05). 234

235

236

Page 33: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

31

Fig. 2. Distância total percorrida dos grupos expostos à cafeína ao longo de intervalo de 60 min. A 237 letra C representa exposição crônica a cafeína e os valores que segue são as concentrações utilizadas (00 e 238 50mg/L). A letra A representa exposição aguda de cafeína e os valores que seguem são as concentrações 239 utilizadas (00, 50 e 100mg/L). Os gráficos (a) C00A00 (n=9), (c) C00A50 (n=10), (e) C00A100 (n=10), (g) 240 C50A00 (n=11), (i) C50A50 (n=9) e (k) C50A100 (n=9) apresentam distância total percorrida minuto a minuto 241 ± SEM (RM Anova, Resultados estatísticos vide texto). Os gráficos (b) C00A00 (n=9), (d) C00A50 (n=10), (f) 242 C00A100 (n=10), (h) C50A00 (n=11), (j) C50A50 (n=9) e (l) C50A100 (n=9) representam comparação entre 243 os três blocos de tempo de distância total percorrida ± SEM (0-20, 21-40, 41-60min). Letras minúsculas 244 indicam diferença estatística entre os blocos de tempo RM Anova, p<0.05). 245

0

500

1000

1500 (a) C00A00 (b) C00A00

b a a

0

500

1000

1500 (c) C00A50 (d) C00A50

0

500

1000

1500 (e) C00A100 (f) C00A100

0

500

1000

1500 (g) C50A00 (h) C50A00

0

500

1000

1500 (i) C50A50 (j) C50A50

a b

b

0

500

1000

1500

1min - time intervals

(k) C50A100

0 10 20 30 40 50 60

0-20min 21-40min 41-60min

20 min- time intervals

(l) C50A100

Tota

l dis

tance

tra

vel

ed (

cm)

Page 34: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

32

246

Fig. 3. Tempo de freezing dos grupos expostos à cafeína ao longo de intervalo de 60 min. A letra C 247 representa exposição crônica e os valores que seguem são as concentrações da cafeína utilizadas (00 e 248 50mg/L). A letra A representa exposição aguda de cafeína e os valores que seguem são as concentrações da 249 cafeína utilizadas (00, 50 e 100mg/L). Os gráficos (a) C00A00 (n=9), (c) C00A50 (n=10), (e) C00A100 250 (n=10), (g) C50A00 (n=11), (i) C50A50 (n=9) e (k) C50A100 (n=9) apresentam freezing minuto a minuto ± 251 SEM (RM Anova, Resultados estatísticos vide texto). Os gráficos (b), (d), (f), (h), (j) e (l) representam 252 comparação entre os três blocos de tempo de freezing ± SEM (0-20, 21-40, 41-60 min). Letras minúsculas 253 indicam diferença estatística entre os blocos de tempo (RM Anova, p<0.05). 254

255

0

20

40 (a) C00A00 (b) C00A00

0

20

40 (c) C00A50 (d)C00A50

0

20

40 (e) C00A100 (f)C00A100

0

20

40 (g) C50A00 (h)C50A00

b

a

c

0

20

40 (i) C50A50 (j)C50A50

a a b

0

20

40

1 min - time intervals

(k) C50A100

0 10 20 30 40 50 60

0-20min 21-40min 41-60min 20 min - time intervals

(l)C50A100

Fre

ezin

g (

s)

Page 35: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

33

Adicionalmente, medimos também o tempo que os animais de cada grupo 256

experimental permaneceram próximos ao fundo do tanque. Este tempo pode também ser um 257

parâmetro comportamental sensível aos efeitos da cafeína, pois depende do nível de medo e 258

da função motora dos animais (Rosemberg et al. 2012). A RM Anova demonstrou que 259

apenas os grupos C00A50 e C50A50 apresentaram diferença ao longo dos 60 minutos de 260

observação (C00A00: F=1.33, p=0.06; C00A50: F=3.24, p<0.001; C00A100: F=1.28, 261

p=0.09; C50A00: F=0.76, p=0.91; C50A50: F=2.95, p<0.001; C50A100: F=1.06, p=0.38). 262

A comparação do tempo médio total de permanência na parte inferior do tanque através de 263

Anova identificou diferença entre os grupos (F=11.44, p<0.001), sendo os grupos de 264

tratamento agudo alto (100mg/l) e pré-tratamento com aumento da dose (C50A100) que 265

tiveram os maiores tempos na área do fundo, e o grupo controle o menor tempo (Fig. 4). 266

267

268

Fig 4. Tempo médio ±SEM de permanência no fundo do tanque pelos grupos expostos à cafeína. A 269 letra C representa exposição crônica e os valores que seguem são as concentrações da cafeína utilizadas (00 e 270 50mg/L). A letra A representa exposição aguda de cafeína e os valores que seguem são as concentrações da 271 cafeína usadas (00, 50 e 100mg/L). Letras minúsculas indicam diferença estatística entre os grupos (One Way 272 Anova, p<0.05). 273

274 275 276

0

10

20

30

40

50

C00A00 C00A50 C00A100 C50A00 C50A50 C50A100

Tim

e sp

ent

in b

ott

om

are

a o

f th

e ta

nk

(s)

a

ab

c

ab ab

bc

Page 36: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

34

3.2. Tratamento com álcool e cafeína 277

A análise de velocidade média indicou que o tratamento com combinação das 278

substâncias (álcool e cafeína) exerce efeito temporal neste comportamento (Fig. 5). Houve 279

efeito dos grupos (F=9,74; p<0,001) e dos grupos sob o tempo (F=4,20; p<0,001) nos 280

comportamentos. Não houve efeito do tempo (F=0,08; p=0,92). A análise por RM Anova 281

mostrou que o grupo Ca0.50Ac50 (F=2.66, p<0.001) apresentou variação significativa da 282

velocidade média ao longo dos 60min de análise. Os grupos Ca0.50Ac100, Cc50Aa0.50 e 283

Cc50Aa1.00 não apresentaram diferença de velocidade média na trajetória temporal (RM 284

Anova, Ca0.50Ac100: F=1.13, p=0.26; Cc50Aa0.50: F=0.90, p=0.68; Cc50Aa1.00: F=0.94, 285

p=0.60). Houve diferença significativa entre as médias de blocos de 20 min para a 286

velocidade média apenas no grupo Ca0.50Ac50 (RM Anova, F=3.58, p=0.04; Fig. 5b), 287

enquanto os outros grupos não tiveram diferenças significativas (RM Anova, Ca0.50Ac100: 288

F=0.36, p=0.70; Cc50Aa0.50: F=0.82, p=0.45; Cc50Aa1.00: F=0.34, p=0.72). O teste post 289

hoc de Tukey HSD entre os grupos mostrou que apenas o grupo Ca0.50Ac50 diferiu 290

significantemente (p<0.05) de todos os outros grupos. 291

Para a distância total percorrida, houve efeito dos grupos (Anova Two Way, F=9,67; 292

p<0,001) e dos grupos sob o tempo (Anova Two Way, F=3,98; p<0,001) nos 293

comportamentos. Não houve efeito do tempo (Anova Two Way, F=0,18; p=0,84). 294

Novamente apenas o grupo Ca0.50Ac50 apresentou diferença ao longo dos 60 minutos (RM 295

Anova, Ca0.50Ac50 F=1.44, p=0.002, Fig.6a). Os grupos Ca0.50Ac100, Cc50Aa0.50 e 296

Cc50Aa1.00 não apresentaram diferença significativa na trajetória temporal (RM Anova, 297

Ca0.50Ac100: F=1.12, p=0.28; Cc50Aa0.50: F=0.94, p=0.6; Cc50Aa1.00: F=0.99, p=0.51). 298

Apenas o grupo Ca0.50Ac50: mostrou diminuição da distância percorrida nos 20 min 299

finais de observação (RM Anova, F=4.18, p=0.04; Fig. 6b). 300

Page 37: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

35

Fig. 5. Velocidade média dos grupos expostos a tratamento com álcool e cafeína ao longo de intervalo 301 de 60 min. A letra C representa exposição crônica ao álcool (Ca) ou cafeína (Cc) e os valores que seguem são as 302 concentrações de álcool (0.50%) ou cafeína (50mg/L) utilizadas. A letra A representa exposição aguda ao 303 álcool (Aa) ou cafeína (Ac) e os valores que seguem correspondem as concentrações de álcool (0.50% e 1.00%) 304 ou cafeína (50 mg/L e 100 mg/L) usadas. Os gráficos (a) Ca0.50Ac50 (n=9), (c) Ca0.50Ac100 (n=7), (e) 305 Cc50Aa0.50 (n=10), e (g) Cc50Aa1.00 (n=10) apresentam a velocidade média minuto a minuto ± SEM (RM 306 Anova, Resultados estatísticos vide texto). Os gráficos (b) Ca0.50Ac50, (d) Ca0.50Ac100, (f) Cc50Aa0.50, (h) 307 Cc50Aa1.00 representam comparação entre os três blocos de tempo de velocidade média ± SEM (0-20, 21-40, 308 41-60 min). Letras minúsculas indicam diferença estatística entre os blocos de tempo (RM Anova, p<0.05). 309

310 Não houve diferença significativa entre os grupos Ca0.50Ac100, Cc50Aa0.50 e 311

Cc50Aa1.00 na comparação entre os intervalos de 20min de observação (RM Anova, 312

Ca0.50Ac100: F=0.16, p=0.84; Cc50Aa0.50: F=1.10, p=0.35; Cc50Aa1.00: F=0.46, p=0.64). 313

O teste post hoc de Tukey HSD entre os grupos mostrou que o grupo Ca0.50Ac50 diferiu 314

0

30

60 (a) Ca0.5Ac50 (b) Ca0.5Ac50

b b

a

0

30

60 (c) Ca0.5Ac100 (d) Ca0.5Ac100

0

30

60 (e) Cc50Aa0.50 (f) Cc50Aa0.50

0

30

60

1min - time intervals

(g) Cc50Aa1.00

0 10 20 30 40 50 60

0-20min 21-40min 41-60min

20 min - time intervals

(h) Cc50Aa1.00

Aver

age

spee

d (

cm/s

)

Page 38: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

36

significantemente (p<0.05) de todos os outros grupos, sendo os outros grupos (Ca0.50Ac100, 315

Cc50Aa0.50 e Cc50Aa1.00) semelhantes entre si (p<0.05). 316

Nos resultados de freezing, houve efeito dos grupos (Anova Two Way, F=2,55; 317

p=0,04) e dos grupos sob o tempo (Anova Two Way, F=4,18; p<0,001) nos 318

comportamentos. Não houve efeito do tempo (Anova Two Way, F=0,33; p=0,72). Os grupos 319

Ca0.50Ac50, Ca0.50Ac100 e Cc50Aa1.00 apresentaram diferença significativa ao longo dos 320

60min de observação (RM Anova, Ca0.50Ac50: F=1.44, p=0.02; Ca0.50Ac100: F=1.77, 321

p<0.001; Cc50Aa1.00 F=1.55, p=0.007, Fig. 7). O grupo Cc50Aa0.50 não apresentou 322

diferença significativa na trajetória temporal (RM Anova, F=1.01, p=0.46). Não houve 323

diferença significativa entre os grupos nos intervalos de 20min de observação (RM Anova, 324

Ca0.50Ac50: F=13.41, p=0.29; Ca0.50Ac100: F=0.62, p=0.56; Cc50Aa0.50: F=4.20, p=0.12; 325

Cc50Aa1.00: F=0.09, p=0.91). O teste post hoc de Tukey HSD entre os grupos mostrou que 326

o grupo Ca0.50Ac100 diferiu significantemente (p<0.05) dos outros grupos. 327

Quanto ao tempo de permanência no fundo do tanque, a RM Anova indicou que o 328

grupo Ca0.50Ac50 diferiu significativamente durante a trajetória temporal, enquanto os 329

outros grupos não diferiram (Ca0.50Ac50: F=1.95, p<0.001; Ca0.50Ac100: F=1.28, p=0.95; 330

Cc50Aa0.50: F=0.74, p=0.93; Cc50Aa1.00: F=0.73, p=0.93). O tempo médio total de 331

permanência na parte inferior do tanque não diferiu entre os grupos (Anova, F=0.57, 332

p=0.69). 333

334

335

Page 39: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

37

Fig. 6. Distância total percorrida dos grupos expostos a tratamento com álcool e cafeína ao longo de 336 intervalo de 60 min. A letra C representa exposição crônica ao álcool (Ca) ou cafeína (Cc) e os valores que 337 seguem são as concentrações de álcool (0.50%) ou cafeína (50mg/L) utilizadas. A letra A representa exposição 338 aguda ao álcool (Aa) ou cafeína (Ac) e os valores que seguem correspondem as concentrações de álcool (0.50% 339 e 1.00%) ou cafeína (50 mg/L e 100 mg/L) usadas. Os gráficos (a) Ca0.50Ac50 (n=9), (c) Ca0.50Ac100 (n=7), 340 (e) Cc50Aa0.50 (n=10), e (g) Cc50Aa1.00 (n=10) apresentam a distância total percorrida minuto a minuto ± 341 SEM (RM Anova, Resultados estatísticos vide texto). Os gráficos (b) Ca0.50Ac50, (d) Ca0.50Ac100, (f) 342

Cc50Aa0.50, (h) Cc50Aa1.00 representam comparação entre os três blocos de tempo da distância total 343 percorrida ± SEM (0-20, 21-40, 41-60min). Letras minúsculas indicam diferença estatística (p<0.05) entre os 344 blocos de tempo (RM Anova, p<0.05). 345

346

0

1000

2000

3000 (a) Ca0.5Ac50 (b) Ca0.5Ac50

b b a

0

1000

2000

3000 (c) Ca0.5Ac100 (d) Ca0.5Ac100

0

1000

2000

3000 (e) Cc50Aa0.5 (f) Cc50Aa0.50

0

1000

2000

3000

1min - time intervals

(g) Cc50Aa1.0

0 10 20 30 40 50 60 0-20min 21-40min 41-60min

20 min - time intervals

(h) Cc50Aa1.00

Tota

l dis

tance

tra

vel

ed (

cm)

Page 40: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

38

Fig 7. Tempo de freezing dos grupos expostos a tratamento com álcool e cafeína ao longo de intervalo 347 de 60 min. A letra C representa exposição crônica ao álcool (Ca) ou cafeína (Cc) e os valores que seguem são as 348 concentrações de álcool (0.50%) ou cafeína (50mg/L) utilizada. A letra A representa exposição aguda ao álcool 349 (Aa) ou cafeína (Ac) e os valores que seguem correspondem as concentrações de álcool (0.50% and 1.00%) ou 350 cafeína (50 mg/L e 100 mg/L) usada. Os gráficos (a) Ca0.50Ac50 (n=9), (c) Ca0.50Ac100 (n=7), (e) Cc50Aa0.50 351 (n=10), e (g) Cc50Aa1.00 (n=10) apresentam freezing minuto a minuto ± SEM (RM Anova, resultados 352 estatísticos vide texto). Os gráficos (b) Ca0.50Ac50, (d) Ca0.50Ac100, (f) Cc50Aa0.50, (h) Cc50Aa1.00 353 representam comparação entre os três blocos de tempo do freezing ± SEM (0-20, 21-40, 41-60min). Letras 354 minúsculas indicam diferença estatística entre os blocos de tempo (RM Anova, p<0.05). 355

356 357 Por fim, comparamos os comportamentos dos grupos de tratamento cruzados de 358

álcool crônico (álcool crônico + cafeína 50mg/L e álcool crônico + cafeína 100mg/L) com 359

os animais em abstinência de álcool (Ca0.50Ac00). Tanto a velocidade média quanto a 360

0

30

60 (a) Ca0.50Ac50 (b) Ca0.5Ac50

0

30

60 (c) Ca0.50Ac100 (d) Ca0.50Ac100

0

30

60 (e) Cc50Ac0.50 (f) Cc50Ac0.50

0

30

60

1 min - time intervals

(g ) Cc50Aa1.00

0 1 0 20 30 40 50 60 0-20min 21-40min 41-60min 20 min - time intervals

(h) Cc50Aa1.00

Fre

ezin

g (

s)

Page 41: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

39

distância total percorrida foram menores para os grupos Ca0.50Ac00 e Ca0.50Ac100 do que 361

para Ca0.50Ac50 (Anova, velocidade média: F=11.33, p=0.001; Fig. 8a, distância percorrida: 362

F=8.31, p=0.002; Fig. 8b). Os tempos de freezing e no fundo do tanque foram maiores para 363

o grupo Ca0.50Ac100 do que para os outros grupos (Anova, freezing: F=9.33, p=0.001; Fig. 364

8c, tempo no fundo: F=4.09, p=0.03; Fig. 8d). 365

Fig.8. Parâmetros locomotores dos grupos expostos cronicamente a álcool e agudamente a cafeína. (a) 366

velocidade média ± SEM, (b) distância total percorrida ± SEM, (c) freezing ± SEM e (d) tempo de 367

permanência no fundo ± SEM. A letra Ca representa exposição crônica ao álcool e o valor que segue é a 368

concentração de álcool utilizada (0.50%). A letra Ac representa exposição aguda à cafeína e os valores que 369

seguem correspondem âs concentrações (00 mg/L, 50 mg/L e 100 mg/L) usadas. Letras minúsculas indicam 370

diferença estatística entre os grupos (One Way Anova, p<0.05). 371

372

A comparação entre os grupos de tratamento cruzado com cafeína crônica (cafeína 373

crônica + álcool 0.50% e cafeína crônica + álcool 1.00%) com os animais em abstinência de 374

cafeína (Cc50Aa00) diferiram quanto à velocidade média navegada (Anova, F=3.48, p=0.04; 375

0

20

40

Ca0.50Ac0.00 Ca0.50Ac50 Ca0.50Ac100

Ave

rage

sp

eed

(cm

/s)

b b

a a)

0

1000

2000

Ca0.50Ac0.00 Ca0.50Ac50 Ca0.50Ac100

To

tal d

ista

nce

tra

vele

d (

cm)

b b

a b)

0

20

40

Ca0.50Ac0.00 Ca0.50Ac50 Ca0.50Ac100

Fre

ezin

g (s

)

b b

a c)

0

30

60

Ca0.50Ac0.00 Ca0.50Ac50 Ca0.50Ac100 Tim

e sp

ent

in t

he

bo

tto

m a

rea

of t

he

tan

k (

s)

a

b ab

d)

Page 42: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

40

Fig. 9a) e quanto à distância total percorrida (Anova, F=3.65, p=0.04; Fig. 9b), sendo apenas 376

o grupo Cc50Aa00 diferente do grupo Cc50Aa1.00. Os comportamentos de freezing e tempo 377

no fundo do tanque não diferiram entre os grupos (Anova, freezing: F=0.99, p=0.38; Fig. 9c, 378

tempo no fundo: F=2.40, p=0.11; Fig. 9d). 379

380

Fig. 9. Parâmetros locomotores dos grupos expostos cronicamente a cafeína e agudamente a álcool. (a) 381

velocidade média ± SEM, (b) distância total percorrida ± SEM, (c) freezing ± SEM e (d) tempo de 382

permanência no fundo ± SEM. A letra Cc representa exposição crônica à cafeína e os valor que segue é a 383

concentração de cafeína (50mg/L) utilizada. A letra Aa representa exposição aguda ao álcool e os valores que 384

seguem correspondem às concentrações de álcool (0.00, 0.50% e 1.00%) usadas. Letras minúsculas indicam 385

diferença estatística entre os grupos (One Way Anova, p<0.05). 386

387

4. Discussão 388

Neste trabalho caracterizamos variações no padrão locomotor do peixe paulistinha 389

0

5

10

Cc50Aa0.00 Cc50Aa0.50 Cc50Aa1.00

Ave

rage

sp

edd

(cm

/s) ab

b

a a)

0

300

600

Cc50Aa0.00 Cc50Aa0.50 Cc50Aa1.00

To

tal d

ista

nce

tra

vele

d (

cm) a

b

ab

b)

0

15

30

Cc50Aa0.00 Cc50Aa0.50 Cc50Aa1.00

Fre

ezin

g (s

)

c)

0

20

40

Cc50Aa0.00 Cc50Aa0.50 Cc50Aa1.00

Tim

esp

ent

in t

he

bo

tto

m a

rea

of t

he

tan

k (

s)

d)

Page 43: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

41

em resposta à cafeína e à combinação de cafeína e álcool, em diferentes doses e tratamentos 390

ao longo do tempo. Observamos que a cafeína tem efeito temporal dose-dependente na 391

atividade locomotora e em parâmetros indicadores de comportamento tipo-ansioso no 392

paulistinha, destacando-se o aumento de atividade locomotora e diminuição da ansiedade 393

decorrente das doses média aguda e do tratamento crônico com cafeína, bem como o 394

aumento do comportamento tipo-ansioso da dose alta aguda e da abstinência de cafeína. 395

Além disso, a exposição ao álcool durante a abstinência de cafeína promoveu diminuição 396

crescente (decorrente da dose) no padrão locomotor sem concomitante indução de 397

comportamento tipo-ansioso, enquanto a exposição à cafeína durante a abstinência de álcool 398

induziu aumento da atividade locomotora e decréscimo de ansiedade apenas na dose média 399

(50mg/L). Este é o primeiro estudo a apresentar a avaliação comportamental temporal dos 400

efeitos da exposição aguda e crônica da cafeína no peixe paulistinha. 401

A dose aguda média de cafeína altera o comportamento do peixe paulistinha. A 402

cafeína é conhecida por sua ação estimulante (De Luca et al., 2007), mas esse efeito varia de 403

acordo com a dose consumida. Roedores submetidos a dosagens agudas médias aumentam a 404

atividade locomotora, enquanto dosagens altas promovem sua diminuição, indicando efeito 405

dose dependente (Angelucci et al., 2002). Em peixes, estudos têm encontrado resultados 406

divergentes: Steenbergen et al. (2011) observaram que peixes paulistinha expostos a 85 407

mg/L de cafeína durante 5 min não apresentam modificação do padrão locomotor e passam 408

mais tempo no compartimento escuro do tanque (resposta relacionada à ansiedade), 409

enquanto Richendrfer et al. (2012) relatam diminuição da velocidade média em indivíduos 410

submetidos à dose de 100 mg/L ao longo de 1h de observação. Tais diferenças podem 411

decorrer de variações metodológicas aplicadas por cada estudo, incluindo diferentes doses e 412

tempo de exposição, o que pode ter contribuído para a diferença nos resultados. Semelhante 413

Page 44: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

42

ao nosso estudo, Ladu et al. (2015) utilizaram dose aguda média de 50 mg/L durante 40min, 414

mas, contrário ao nosso resultado esta dose reduziu a locomoção. 415

Em nosso estudo, o tratamento crônico por 28 dias com cafeína (C50A50) induziu ao 416

aumento da atividade locomotora (Fig. 1i e j; Fig. 2i e j) ao longo do registro do 417

comportamento. Alguns outros estudos apresentam efeito resposta comportamental 418

semelhante ao grupo controle, sugerindo que o efeito estimulante da cafeína na atividade 419

locomotora desaparece quando seu consumo é contínuo, caracterizando o desenvolvimento 420

de tolerância a essa substância (Meliska et al., 1990; Abreu et al., 2011; Ruiz-Medina et al., 421

2013). Entretanto, a adaptação comportamental a uma droga pode ser afetada pelo contexto; 422

um fator não farmacológico, como o ambiente no qual o animal está inserido, pode alterar a 423

resposta à droga (Mattson et al., 2008; Siegel e MacRae, 1984). A tolerância a uma 424

substância pode ser maior quando ela é administrada repetidamente no mesmo ambiente 425

(Siegel e MacRae, 1984) enquanto é mais evidente a ocorrência de sensibilização quando o 426

contexto é novo (Badiani et al., 1995). Mattson et al. (2008) observaram que não só a 427

atividade locomotora em ratos submetidos a cocaína é modulada pela mudança do ambiente, 428

mas diferentes áreas cerebrais são ativadas quando o ambiente de submissão a droga é 429

modificado. Em nosso estudo, grupos de animais foram submetidos a 27 dias de tratamento 430

crônico com cafeína e, no 28o dia, os animais foram individualmente observados em 431

ambiente separado. Assim, acreditamos que a alteração ambiental pode ter sido responsável 432

pela resposta de sensibilização observada através do aumento da locomoção neses animais. 433

Esses resultados são corroborados pela resposta de freezing (Fig. 3i e j), na qual houve 434

maior incidência de freezing nos 20 min iniciais de observação, indicando sensibilização à 435

droga relacionada ao contexto. 436

O aumento de atividade locomotora após o consumo de cafeína se deve ao bloqueio 437

Page 45: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

43

dos receptores de adenosina do tipo A2 (El Yacoubi et al., 2000), impedindo a ação inibitória 438

da adenosina no sistema nervoso (Dunwiddie e Masino, 2001). O papel antagonista da 439

cafeína produz efeitos que em geral são estimuladores do sistema nervoso central e 440

ativadores da transmissão dopaminérgica (Daly e Fredholm, 1998; Kirch et al., 1990; 441

Nehlig, 2010). Outro evento que ocorre no momento da ingestão da cafeína e que causa 442

aumento de atividade locomotora é a inibição da fosfodiesterase (enzima que hidroliza o 443

AMPc), que promovem liberação de cálcio das reservas intracelulares e interfere na 444

sensibilidade dos receptores GABA (Ribeiro e Sebastião, 2010). 445

Enquanto o comportamento locomotor (vel. média e distância percorrida) do grupo 446

em abstinência de cafeína foi semelhante ao grupo controle, a resposta de freezing se 447

mostrou crescente ao longo dos 60 min de observação. Em humanos, a abstinência de 448

cafeína tem sido associada a efeitos negativos como fadiga, dores de cabeça e ansiedade 449

(Hughes et al., 1991; Silverman et al., 1992; Khaliq et al., 2012; Rogers et al., 2013). A 450

interrupção do consumo de cafeína aumenta a sensibilidade à adenosina, o que causa 451

letargia, sonolência e altera a atividade cerebral (Jones et al., 2000; Rogers et al., 2013). 452

Roedores tratados com doses médias de cafeína durante 21 dias apresentam maiores níveis 453

de imobilidade e diminuição de níveis de serotonina e seus metabólitos quando em 454

abstinência da droga (Khaliq et al., 2012), o que pode indicar estado de ansiedade. Contrário 455

ao nosso resultado, Cachat et al. (2010) não encontraram nenhuma alteração no 456

comportamento de freezing e nos níveis de cortisol em paulistinha quando em 12 h de 457

abstinência do tratamento por 7 dias com cafeína. Deste modo, acreditamos que os efeitos da 458

cafeína sejam decorrentes do tempo de exposição à droga, que deve provocar inibição 459

adenosinérgica crescente e, no pico de abstinência observado em nosso estudo (60 min sem 460

a droga após 27 dias de uso continuado), o aumento da atividade da adenosina deve ter 461

Page 46: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

44

provocado o incremento do comportamento tipo-ansioso. 462

O tempo que o animal permanece no fundo do aquário também é considerado um 463

comportamento indicador de ansiedade (Cachat et al., 2010). Apesar do aumento no 464

comportamento de freezing, o tempo que o grupo abstinência permaneceu no fundo do 465

tanque foi semelhante ao controle. Esse parâmetro foi mais sensível em demosntrar 466

comportamenti tipo-ansioso nos grupos que receberam a dose aguda alta de cafeína 467

(C00A100 e C50A100). Esses resultados corroboram estudos sobre o efeito ansiogênico da 468

cafeína (Egan et al., 2009; Steenbergen et al., 2011). 469

A cafeína é uma substância amplamente utilizada pela sociedade (Fredholm et al., 470

1999) e, se utilizada moderadamente (até 200 mg/dia em média) pode trazer diversos 471

benefícios, como melhora no desempenho de tarefas (Abreu et al., 2011; Aguiar et al., 472

2011), no entanto o uso elevado e abusivo pode inibir estes efeitos (Burgess, 1982). 473

Além da cafeína já encontrada em chás, refrigerantes, chocolates e no próprio café, o 474

uso dessa substância combinada ao álcool tem se mostrado cada vez mais comum entre 475

jovens (O’Brien et al., 2008; Oteri et al., 2007). A cafeína é tanto utilizada para reverter os 476

efeitos depressores de altas doses de álcool, como potencializar os efeitos excitatórios de 477

doses baixas do álcool, ou ainda o consumo do álcool e da cafeína é feito por indivíduos que 478

ingerem essas drogas em altas doses com regularidade (Ferreira et al., 2004). Esse consumo 479

combinado dessas drogas feito de forma indiscriminada pode provocar sintomas como 480

diarreia, náusea, vômito, fadiga, enxaqueca e aumento dos batimentos cardíacos (Ferreira et 481

al., 2006; Finnegan, 2003; O’Brien et al., 2008; Thombs et al., 2010). No entanto, alguns 482

estudos relatam efeitos cognitivos benéficos do uso combinado das substâncias: Gulick e 483

Gold (2009) sugerem que o álcool pode bloquear os efeitos ansiogênicos da cafeína, e Heinz 484

et al. (2013) propõem que o uso de cafeína recobra a reatividade perdida devido ao consumo 485

Page 47: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

45

de álcool. 486

Em nosso estudo, o grupo tratado cronicamente com álcool e sujeito aos efeitos 487

agudos de dose média de cafeína (Ca0.5Ac50) apresentou aumento da atividade locomotora e 488

diminuição do comportamento tipo-ansioso (freezing) decorrente da abstinência do álcool 489

(Fig. 8). A retirada do álcool após o uso continuado leva ao desenvolvimento da síndrome de 490

abstinência, caracterizada pelo surgimento de comportamento tipo-ansioso no paulistinha 491

(Cachat et al., 2010; Tran et al., 2015). Nossos resultados mostram que dose moderada de 492

cafeína durante a abstinência do álcool decresce o quadro de ansiedade dos animais, e 493

aumenta a atividade locomotora, o que não pode ser observado para a dose alta de cafeína 494

(Figs. 5, 6 e 8). A dose aguda alta de cafeína induz ao comportamento tipo-ansioso, reduz a 495

locomoção e, em muitos casos provoca comportamento semelhante à convulsão e posterior 496

morte dos indivíduos. A mesma reatividade foi observada por Rodriguez et al. (2014) em 497

larvas de peixe paulistinha sob ação de altas doses de cafeína. É sabido que a adenosina 498

regula a atividade de vários neurônios, como os glutamatérgicos; se o efeito da adenosina é 499

bloqueado, a transmissão glutamatérgica aumenta e consequentemente a resposta excitatória 500

(Fisone et al., 2004; Nehlig et al., 1992). 501

Durante a abstinência do álcool, a atividade glutamatérgica também é alta. A soma 502

desses efeitos pode gerar o resultado observado no comportamento dos animais, embora na 503

dose moderada isto tenha ocorrido de forma mais branda e não prejudicial aos indivíduos. 504

Santos et al. (2016) verificaram que dose alta de cafeína durante a abstinência do álcool 505

prejudica a aprendizagem de animais, além de causar morte, mas mostraram que a dose 506

moderada de cafeína permite desempenho cognitivo comparável ao grupo controle. 507

A abstinência da cafeína também tem elevado efeito ansiogênico, com principal 508

efeito sobre o aumento do freezing (Fig. 3). A exposição ao álcool (dose moderada ou alta) 509

Page 48: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

46

não alterou esse parâmetro ou o tempo de permanência do animal na área basal do tanque, 510

mas induziram a decréscimo progressivo da velocidade média e da distância total percorrida 511

(Fig. 9). Esse resultado provavelmente se deve ao efeito depressor do álcool. O álcool possui 512

efeito dose-dependente na atividade locomotora do paulistinha, doses intermediárias (0,25 a 513

0,50%) aumentam a atividade, enquanto dose alta de 1,00% diminui a atividade devido aos 514

efeitos sedativos da droga (Gerlai et al., 2000; Chacon e Luchiari, 2014; Luchiari et al., 515

2015). Desta forma, o uso de doses agudas de álcool não são eficientes em reduzir os efeitos 516

da abstinência de cafeína (Fig. 9), como também não promovem qualquer beneficio em 517

tarefa cognitiva (Santos et al., 2016). 518

Este trabalho é o primeiro a avaliar temporalmente a ação da cafeína em peixe 519

paulistinha e apresentar os efeitos do uso combinado de cafeína e álcool, combinação esta 520

bastante usual na sociedade atual. Como demonstrado para outras substâncias psicoativas, o 521

efeito da cafeína depende da dose e do tempo de exposição, embora não tenhamos registrado 522

algum prejuízo grave da sua administração. Já a combinação comum entre álcool e cafeína 523

pode ser altamente deletéria, como observado no uso continuado de álcool e posterior 524

exposição à cafeína em dosagem elevada. Os dados existentes sobre os efeitos da cafeína em 525

paulistinha ainda são escassos, principalmente quando comparamos com o que se sabe sobre 526

o álcool. Dentre a literatura disponível, os dados são divergentes e inconclusivos, sendo 527

necessários maiores investimentos em estudos nesta temática, incluindo mais doses e 528

combinações que viabilizem o estudo dos efeitos de ambas as drogas agindo ao mesmo no 529

organismo. Ainda assim, destacamos o paulistinha como modelo translacional e eficiente 530

para esse tipo de estudo e reiteramos efeitos potenciais de doses moderadas das substancias 531

aqui estudadas. Como já dito pelo médico e alquimista Paracelso (1493-1541), “somente a 532

dose correta diferencia o veneno do remédio”. 533

Page 49: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

47

534

Agradecimentos 535

Agradecemos a J.P.S Lima pelo suporte técnico com os dados coletados. Esse estudo 536

foi financiado pelo Cnpq (Universal 481396/2012-8). 537

538

5. Referências 539

Abreu, R.V., Silva-Oliveira, E.M., Moraes, M.F.D., Pereira, G.S., Moraes-Santos, T., 540

2011. Chronic coffee and caffeine ingestion effects on the cognitive function and antioxidant 541

system of rat brains. Pharmacol. Biochem. Behav. 99, 659–664. 542

doi:10.1016/j.pbb.2011.06.010 543

Anderson, B.M., Stevens, M.C., Meda, S.A., Jordan, K., Calhoun, V.D., Pearlson, 544

G.D., 2011. Functional imaging of cognitive control during acute alcohol intoxication. 545

Alcohol. Clin. Exp. Res. 35, 156-165. 546

Angelucci, M.E.M., Cesário, C., Hiroi, R.H., Rosalen, P.L., Da Cunha, C., 2002. 547

Effects of caffeine on learning and memory in rats tested in the Morris water maze. Braz. J. 548

Med. Biol. Res. 35, 1201–1208. 549

Arias, C., Revillo, D.A., Spear, N.E., 2012. Chronic tolerance to the locomotor 550

stimulating effect of ethanol in preweanling rats as a function of social stress. Alcohol 46, 551

245–252. 552

Badiani, A., Browman, K.E., Robinson, T.E., 1995. Influence of novel versus home 553

environments on sensitization to the psychomotor stimulant effects of cocaine and 554

amphetamine. Brain Res. 674, 291–298. doi:10.1016/0006-8993(95)00028-O 555

Barbazuk, W.B., Korf, I., Kadavi, C., Heyen, J., Tate, S., Wun, E., Bedell, J.A., 556

McPherson, J.D., Johnson, S.L., 2000. The syntenic relationship of the zebrafish and human 557

Page 50: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

48

genomes. Genome Res. 10, 1351–1358. 558

Beveridge, T.J.R., Smith, H.R., Porrino, L.J., 2013. Differential development of 559

tolerance to the functional and behavioral effects of repeated baclofen treatment in rats. 560

Pharmacol. Biochem. Behav. 106, 27–32. 561

Blaser, R.E., Koid, A., Poliner, R.M., 2010. Context-dependent sensitization to 562

ethanol in zebrafish (Danio rerio). Pharmacol. Biochem. Behav. 95, 278–284. 563

Braga, L.C., Alves, M.P., 2000. A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de 564

endurance. Rev. Bras. Ciên. e Mov 8, 33–37. 565

Burgess, J.W., 1982. Chronic exposure to caffeine during early development 566

modifies spatial behavior in juvenile jewel fish schools. Pharmacol. Biochem. Behav. 17, 567

137–140. doi:10.1016/0091-3057(82)90275-1 568

Cachat, J., Canavello, P., Elegante, M., Bartels, B., Hart, P., Bergner, C., Egan, R., 569

Duncan, A., Tien, D., Chung, A., Wong, K., Goodspeed, J., Tan, J., Grimes, C., Elkhayat, 570

S., Suciu, C., Rosenberg, M., Chung, K.M., Kadri, F., Roy, S., Gaikwad, S., Stewart, A., 571

Zapolsky, I., Gilder, T., Mohnot, S., Beeson, E., Amri, H., Zukowska, Z., Soignier, R.D., 572

Kalueff, A. V., 2010. Modeling withdrawal syndrome in zebrafish. Behav. Brain Res. 208, 573

371–376. doi:10.1016/j.bbr.2009.12.004 574

Chacon, D.M., Luchiari, A.C., 2014. A dose for the wiser is enough: The alcohol 575

benefits for associative learning in zebrafish. Prog. Neuro-Psychopharmacology Biol. 576

Psychiatry 53, 109–115. 577

Spinello, C., Macrì, S., Porfiri, M., 2013. Acute ethanol administration affects 578

zebrafish preference for a biologically inspired robot. Alcohol 47, 391–398. 579

doi:10.1016/j.pnpbp.2014.03.009 580

Collier, A.D., Echevarria, D.J., 2013. The utility of the zebrafish model in 581

Page 51: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

49

conditioned place preference to assess the rewarding effects of drugs. Behav. Pharmacol. 24, 582

375–383. 583

Crews, F.T., Nixon, K., 2009. Mechanisms of neurodegeneration and regeneration in 584

alcoholism. Alcohol Alcohol. 44, 115–127. 585

Crollius, H.R., Weissenbach, J., 2005. Fish genomics and biology. Genome Res. 15, 586

1675–1682. 587

Daly, J.W., Fredholm, B.B., 1998. Caffeine—an atypical drug of dependence. Drug 588

Alcohol Depend. 51, 199–206. 589

Aguiar, R.A., Turnes, T., Cardoso, T.E., Vasconcelos, D.I.C., Caputo, F., 2011. 590

Efeito da ingestão de cafeína em diferentes tarefas de tempo de reação. Rev. Bras. Ciências 591

do Esporte 34. 592

De Luca, M.A., Bassareo, V., Bauer, A., Di Chiara, G., 2007. Caffeine and 593

accumbens shell dopamine. J. Neurochem. 103, 157–163. 594

Dunwiddie, T. V, Masino, S.A., 2001. The role and regulation of adenosine in the 595

central nervous system. Annu. Rev. Neurosci. 24, 31–55. 596

Egan, R.J., Bergner, C.L., Hart, P.C., Cachat, J.M., Canavello, P.R., Elegante, M.F., 597

Elkhayat, S.I., Bartels, B.K., Tien, A.K., Tien, D.H., Mohnot, S., Beeson, E., Glasgow, E., 598

Amri, H., Zukowska, Z., Kalueff, A. V., 2009. Understanding behavioral and physiological 599

phenotypes of stress and anxiety in zebrafish. Behav. Brain Res. 205, 38–44. 600

doi:10.1016/j.bbr.2009.06.022 601

El Yacoubi, M., Ledent, C., Parmentier, M., Costentin, J., Vaugeois, J.M., 2000. The 602

anxiogenic-like effect of caffeine in two experimental procedures measuring anxiety in the 603

mouse is not shared by selective A(2A) adenosine receptor antagonists. 604

Psychopharmacology (Berl). 148, 153–63. doi:01480153.213 [pii] 605

Page 52: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

50

Ferreira, S.E., de Mello, M.T., Pompeia, S., de Souza-Formigoni, M.L.O., 2006. 606

Effects of Energy Drink Ingestion on Alcohol Intoxication. Alcohol. Clin. Exp. Res. 30, 607

598–605. doi:10.1111/j.1530-0277.2006.00070.x 608

Ferreira, S.E., Hartmann Quadros, I.M., Trindade, Á. a., Takahashi, S., Koyama, 609

R.G., Souza-Formigoni, M.L.O., 2004. Can energy drinks reduce the depressor effect of 610

ethanol? An experimental study in mice. Physiol. Behav. 82, 841–847. 611

doi:10.1016/j.physbeh.2004.06.017 612

Ferreira, M.P., Willoughby, D., 2008. Alcohol consumption: the good, the bad and 613

the indifferent. App. Physiol. Nutr. Metab. 33, 12-20. 614

Finnegan, D., 2003. The health effects of stimulant drinks. Nutr. Bull. 28, 147–155. 615

doi:10.1046/j.1467-3010.2003.00345.x 616

Fisone, G., Borgkvist, A., Usiello, A., 2004. Caffeine as a psychomotor stimulant: 617

Mechanism of action. Cell. Mol. Life Sci. 61, 857–872. doi:10.1007/s00018-003-3269-3 618

Fredholm, B.B., Bättig, K., Holmén, J., Nehlig, A., Zvartau, E.E., 1999. Actions of 619

caffeine in the brain with special reference to factors that contribute to its widespread use. 620

Pharmacol. Rev. 51, 83–133. 621

Gerlai, R., Lahav, M., Guo, S., Rosenthal, A., R., 2000. Drinks like a fish: zebrafish 622

(Danio rerio) as a behavior genetic model to study alcohol effects. Pharmacol. Biochem. 623

Behav. 67, 773–782. 624

Gerlai, R., 2010. High-Throughput Behavioral Screens: the first step towards finding 625

genes involved in vertebrate brain function using zebrafish. Molecules 15, 2609-2622. 626

Goetzel, R.Z., Hawkins, K., Ozminkowski, R.J., Wang, S., 2003. The health and 627

productivity cost burden of the “top 10” physical and mental health conditions affecting six 628

large US employers in 1999. J. Occup. Environ. Med. 45, 5–14. 629

Page 53: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

51

Gulick, D., Gould, T.J., 2009. Effects of ethanol and caffeine on behavior in 630

C57BL/6 mice in the plus-maze discriminative avoidance task. Behav. Neurosci. 123, 1271–631

1278. doi:10.1037/a0017610 632

Halldner, L., Ådén, U., Dahlberg, V., Johansson, B., Ledent, C., Fredholm, B.B., 633

2004. The adenosine A 1 receptor contributes to the stimulatory, but not the inhibitory effect 634

of caffeine on locomotion: a study in mice lacking adenosine A 1 and/or A 2A receptors. 635

Neuropharmacology 46, 1008–1017. 636

Heinz, A.J., de Wit, H., Lilje, T.C., Kassel, J.D., 2013. The combined effects of 637

alcohol, caffeine, and expectancies on subjective experience, impulsivity, and risk-taking. 638

Exp. Clin. Psychopharmacol. 21, 222–34. doi:10.1037/a0032337 639

Hughes, J.R., Higgins, S.T., Bickel, W.K., Hunt, W.K., Fenwick, J.W., Gulliver, 640

S.B., Mireault, G.C., 1991. Caffeine self-administration, withdrawal, and adverse effects 641

among coffee drinkers. Arch. Gen. Psychiatry 48, 611–617. 642

Hyman, S.E., Malenka, R.C., 2001. Addiction and the brain: the neurobiology of 643

compulsion and its persistence. Nat. Rev. Neurosci. 2, 695–703. 644

Jones, H.E., Herning, R.I., Cadet, J.L., Griffiths, R.R., 2000. Caffeine withdrawal 645

increases cerebral blood flow velocity and alters quantitative electroencephalography (EEG) 646

activity. Psychopharmacology (Berl). 147, 371–377. 647

Silverman, K., Evans, S.M., Strain, E.C., Griffiths, R.R., 1992. Withdrawal syndrome 648

after the double-blind cessation of caffeine consumption. N. Engl. J. Med. 327, 1109–1114. 649

Khaliq, S., Haider, S., Naqvi, F., Perveen, T., Saleem, S., Haleem, D.J., 2012. Altered 650

brain serotonergic neurotransmission following caffeine withdrawal produces behavioral 651

deficits in rats. Pak. J. Pharm. Sci. 25, 21–25. 652

Killgore, W.D., Lipizzi, E.L., Kamimori, G.H., Balkin, T.J., 2007. Caffeine effects 653

Page 54: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

52

on risky decision making after 75 hours of sleep deprivation. Av. Space Environ. Med. 78, 654

957-962. 655

Kirch, D.G., Taylor, T.B., Gerhardt, G.A., Benowitz, N.L., Stephen, C., Wyatt, R.J., 656

1990. Effect of chronic caffeine administration oh monoamine and monoamine metabolite 657

concentratiows in rat brain. Neuropharmacology 29, 599–602. 658

Klee, E.W., Schneider, H., Clark, K.J., Cousin, M.A., Ebbert, J.O., Hooten, W.M., 659

Karpyak, V.M., Warner, D.O., Ekker, S.C., 2012. Zebrafish: a model for the study of 660

addiction genetics. Hum. Genet. 131, 977–1008. 661

Kolb, B., Whishaw, I.Q., 1998. Brain plasticity and behavior. Annu. Rev. Psychol. 662

49, 43–64. 663

Ladu, F., Mwaffo, V., Li, J., Macrì, S., Porfiri, M., 2015. Acute caffeine 664

administration affects zebrafish response to a robotic stimulus. Behav. Brain Res. 289, 48–665

54. doi:10.1016/j.bbr.2015.04.020 666

Luchiari, A.C., Salajan, D.C., Gerlai, R., 2015. Acute and chronic alcohol 667

administration: Effects on performance of zebrafish in a latent learning task. Behav. Brain 668

Res. 282, 76–83. doi:10.1016/j.bbr.2014.12.013 669

Marin, M.T., Zancheta, R., Paro, A.H., Possi, A.P.M., Cruz, F.C., Planeta, C.S., 670

2011. Comparison of caffeine-induced locomotor activity between adolescent and adult rats. 671

Eur. J. Pharmacol. 660, 363–367. doi:10.1016/j.ejphar.2011.03.052 672

Mattson, B.J., Koya, E., Simmons, D.E., Mitchell, T.B., Berkow, A., Crombag, H.S., 673

Hope, B.T., 2008. Context-specific sensitization of cocaine-induced locomotor activity and 674

associated neuronal ensembles in rat nucleus accumbens. Eur. J. Neurosci. 27, 202–212. 675

doi:10.1111/j.1460-9568.2007.05984.x 676

Meliska, C.J., Landrum, R.E., Landrum, T.A., 1990. Tolerance and sensitization to 677

Page 55: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

53

chronic and subchronic oral caffeine: Effects of wheelrunning in rats. Pharmacol. Biochem. 678

Behav. 35, 477–479. 679

National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, 2008. Alcohol and Other 680

Drugs. Natl. Inst. Alcohol Abus. Alcohol. 1–6. 681

Nehlig, a., Daval, J.L., Debry, G., 1992. Caffeine and the central nervous system: 682

Mechanisms of action, biochemical, metabolic and psychostimulant effects. Brain Res. Rev. 683

17, 139–169. doi:10.1016/0165-0173(92)90012-B 684

Nehlig, A., 2010. Is caffeine a cognitive enhancer. J. Alzheimers Dis. 20, S85–S94. 685

O’Brien, M.C., McCoy, T.P., Rhodes, S.D., Wagoner, A., Wolfson, M., 2008. 686

Caffeinated cocktails: Energy drink consumption, high-risk drinking, and alcohol-related 687

consequences among college students. Acad. Emerg. Med. 15, 453–460. doi:10.1111/j.1553-688

2712.2008.00085.x 689

Obernier, J.A., White, A.M., Swartzwelder, H.S., Crews, F.T., 2002. Cognitive 690

deficits and CNS damage after a 4-day binge ethanol exposure in rats. Pharmacol. Biochem. 691

Behav. 72, 521–532. 692

Ocakçioglu, A.B., Yavuzer, S., Yaman, A., Elhan, A., 1998. The effects of anti-NGF 693

on the spatial learning and memory. Pathophysiology 5, 216. doi:10.1016/S0928-694

4680(98)81135-8 695

Oteri, A., Salvo, F., Caputi, A.P., Calapai, G., 2007. Intake of energy drinks in 696

association with alcoholic beverages in a cohort of students of the School of Medicine of the 697

University of Messina. Alcohol. Clin. Exp. Res. 31, 1677–1680. 698

Ribeiro, J.A., Sebastiao, A.M., 2010. Caffeine and adenosine. J. Alzheimer’s Dis. 20, 699

3–15. 700

Richendrfer, H., Pelkowski, S.D., Colwill, R.M., Creton, R., 2012. On the edge: 701

Page 56: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

54

Pharmacological evidence for anxiety-related behavior in zebrafish larvae. Behav. Brain 702

Res. 228, 99–106. doi:10.1016/j.bbr.2011.11.041 703

Rodriguez, R.S., Haugen, R., Rueber, A., Huang, C.C., 2014. Reversible neuronal 704

and muscular toxicity of caffeine in developing vertebrates. Comp. Biochem. Physiol. Part - 705

C Toxicol. Pharmacol. 163, 47–54. doi:10.1016/j.cbpc.2014.03.004 706

Rogers, P.J., Heatherley, S. V., Mullings, E.L., Smith, J.E., 2013. Faster but not 707

smarter: effects of caffeine and caffeine withdrawal on alertness and performance. 708

Psychopharmacology (Berl). 226, 229–240. doi:10.1007/s00213-012-2889-4 709

Rosemberg, D.B., Braga, M.M., Rico, E.P., Loss, C.M., Córdova, S.D., Mussulini, 710

B.H.M., Blaser, R.E., Leite, C.E., Campos, M.M., Dias, R.D., 2012. Behavioral effects of 711

taurine pretreatment in zebrafish acutely exposed to ethanol. Neuropharmacology 63, 613–712

623. 713

Rosembloom, M.J., Pfefferbaum, A., 2004. Recovery of chort0term memory and 714

psychomotor speed but not postural stability with long-term sobriety in alcoholic woman. 715

Neurosphychology 18, 589-597. 716

Ruiz-Medina, J., Pinto-Xavier, A., Rodríguez-Arias, M., Miñarro, J., Valverde, O., 717

2013. Influence of chronic caffeine on MDMA-induced behavioral and neuroinflammatory 718

response in mice. Psychopharmacology (Berl). 226, 433–444. doi:10.1007/s00213-012-719

2918-3 720

Santos, L.C., Oliveira, J.R., Oliveira, J.J., Silva, P.F., Luchiari, A.C., 2016. Irish 721

coffee: Effects of alcohol and caffeine on object discrimination in zebrafish. Pharmacol. 722

Biochem. Behav. doi:10.1016/j.pbb.2016.01.013 723

Siegel, S., MacRae, J., 1984. Environmental specificity of tolerance. Trends 724

Neurosci. 7, 140–143. 725

Page 57: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

55

Steenbergen, P.J., Richardson, M.K., Champagne, D.L., 2011. Patterns of avoidance 726

behaviours in the light/dark preference test in young juvenile zebrafish: A pharmacological 727

study. Behav. Brain Res. 222, 15–25. doi:10.1016/j.bbr.2011.03.025 728

Striley, C.L.W., Griffiths, R.R., Cottler, L.B., 2011. Evaluating dependence criteria 729

for caffeine. J. Caffeine Res. 1, 219–225. 730

Thombs, D.L., O’Mara, R.J., Tsukamoto, M., Rossheim, M.E., Weiler, R.M., 731

Merves, M.L., Goldberger, B.A., 2010. Event-level analyses of energy drink consumption 732

and alcohol intoxication in bar patrons. Addict. Behav. 35, 325–30. 733

doi:10.1016/j.addbeh.2009.11.004 734

Tran, S., Chatterjee, D., Gerlai, R., 2015. An integrative analysis of ethanol tolerance 735

and withdrawal in zebrafish (Danio rerio). Behav. Brain Res. 276, 161–170. 736

doi:10.1016/j.bbr.2014.02.034 737

Tran, S., Gerlai, R., 2013. Time-course of behavioural changes induced by ethanol in 738

zebrafish (Danio rerio). Behav. Brain Res. 252, 204–213. doi:10.1016/j.bbr.2013.05.065 739

Vengeliene, V., Bilbao, A., Molander, A., Spanagel, R., 2008. Neuropharmacology 740

of alcohol addiction. Br. J. Pharmacol. 154, 299–315. 741

Weyerer, S., Schäufele, M., Wiese, B., Maier, W., Tebarth, F., van den Bussche, H., 742

Pentzek, M., Bickel, H., Luppa, M., Riedel-Heller, S.G., 2011. Current alcohol consumption 743

and its relationship to incident dementia: results from a 3-year follow-up study among 744

primary care attenders aged 75 years and older. Age Ageing 40, 456–463. 745

Wilson, J.F., Nugent, N.R., Baltes, J.E., Tokunaga, S., Canic, T., Bellinger, E.R., 746

Delac, D.T., Golston, G.A., Hendershot, D.M., 2000. Effects of low doses of caffeine on 747

aggressive behavior of male rats. Psychol. Rep. 86, 941-946. 748

Page 58: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

Contents lists available at ScienceDirect

Pharmacology, Biochemistry and Behavior

j ourna l homepage: www.e lsev ie r .com/ locate /pharmbiochembeh

Irish coffee: Effects of alcohol and caffeine on object discriminationin zebrafish

Luana C. Santos, Julia Ruiz-Oliveira, Jéssica J. Oliveira, Priscila F. Silva, Ana C. LuchiariDepartamento de Fisiologia, Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, PO BOX 1510, 59078-970 Natal, Rio Grande do Norte, Brazil

E-mail address: [email protected] (A.C. Luchi

http://dx.doi.org/10.1016/j.pbb.2016.01.0130091-3057/© 2016 Elsevier Inc. All rights reserved.

a b s t r a c t

a r t i c l e i n f o

Article history:Received 17 December 2015Received in revised form 27 January 2016Accepted 31 January 2016Available online 2 February 2016

Many studies regarding the effects of drugs investigate the acute and chronic use of alcohol, but only a fewaddress the effects of caffeine and alcohol combined to the performance of the zebrafish in cognitive tasks. Thezebrafish is an important model for studying the effects of drugs on learning, because it has large genetic similar-ities to humans and the non-invasive administration of the substances favors translational bias of research. In thisstudy, we observed the effects of alcohol and caffeine on zebrafish cognition through an object discriminationtest. We noticed that animals subjected to acute alcohol dose and those under alcohol or caffeine withdrawaldid not show discrimination. When fish were treated with associated alcohol and caffeine, those chronicallytreated with alcohol and subjected to moderate acute dose of caffeine showed learning of the task. Our resultsreinforce the harmful effects of the alcohol use on cognitive tasks, and suggest that continued use of highdoses of caffeine cause cognitive impairment during withdrawal of the substance. However, the acute use ofcaffeine appears to reverse the harmful effects of alcohol withdrawal, allowing discriminative performanceequivalent to control fish. Finally, we reiterate the use of zebrafish as a model for drug effects screening andsearch for active compounds that modulate the alcohol and caffeine effects.

© 2016 Elsevier Inc. All rights reserved.

Keywords:Psychoactive drugsAlcoholCaffeineDiscriminationDanio rerioMemory

1. Introduction

The zebrafish has gained increasing popularity in behavioral brainresearch due to its practical simplicity, elaborated brain structure(Klee et al., 2012; Kolb and Whishaw, 1998) and neurochemistry(Gerlai et al., 2009) that offers translational relevance to humans(Crollius and Weissenbach, 2005). This species is a very prolific smallvertebrate that, due to its size and the social nature, can be held inlarge numbers in small rack systems (up to 4000 fish in 250 Lwater vol-ume), demanding little cost and technical maintenance. In addition, thezebrafish shares manymolecular pathways, genes and protein productswithmammals (Faraco et al., 2006; Holzschuh et al., 2001; Kaslin, 2004;Kaslin and Panula, 2001; McLean and Fetcho, 2004; Mueller et al., 2004;Prober et al., 2006). Moreover, the majority of the genes already identi-fied in this species is conserved and have homologs in mammals (Cerdàet al., 1998; Crollius and Weissenbach, 2005), which makes it an idealmodel organism for embryology, development and disease studies(Sison andGerlai, 2010). A large number of genetic tools have been pro-duced for the zebrafish and genetic knowledge has been accumulated(Ackerman et al., 2009; Welsh et al., 2009). These materials have beensuccessfully used for the examination of brain function and the develop-ment of brain diseases (Kalueff et al., 2014), and the zebrafish has beenaccepted as one of the best research animals for high throughput

ari).

screening in many areas of study (Gebauer et al., 2011; Gerlai, 2011;Holzschuh et al., 2001). In the past decade, many studies approachedthe genetics of behavior and brain function of the zebrafish, but only afew attempted to study learning processes (Fernandes et al., 2014;Sison and Gerlai, 2010).

Learning is an important feature that allows the acquisition of newskills or concepts from experience, possibly due to neuronal plasticity(Gould, 2010; Kolb and Whishaw, 1998). Learning capacity is mainlyaffected by physiological and neural changes due to psychoactive druguse (Gould, 2010). Amongst licit drugs, alcohol and caffeine are the psy-choactive substances most widely used by the society (Fredholm et al.,1999; Frances and Garfild, 2006). The alcohol develops a biphasic re-sponse, excitatory in the beginning and then depressive; the alcohol ef-fects depend on the dose and exposure regime (Tran and Gerlai, 2013).For instance, low doses of alcohol cause increase on locomotor activ-ity in zebrafish while higher doses lead to the opposite response(Gerlai et al., 2000). Also the effects of alcohol on the cognitive pro-cesses seem to be benefic in low doses and harmful in higher doses(Chacon and Luchiari, 2014). Moreover, while acute doses maycause sensitivity (Blaser et al., 2010), chronic exposure to alcoholmay develop tolerance to the substance (Luchiari et al., 2015a, b;Tran and Gerlai, 2013; Tran et al., 2015) and throughout long timecan cause irreversible dementia known as Wernicke–Korsakoff syn-drome (Savage et al., 2000).

Caffeine, as alcohol, shows a biphasic effect depending on thedosage. Low and medium doses increase locomotor activity while high

Luana
Textbox
56
Page 59: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

35L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

doses result in robust anxiogenic effects that includes decreasedlocomotion and increased freezing and erratic movements (Eganet al., 2009; Marin et al., 2011). Although many studies regard thebehavioral effects of caffeine (Cachat et al., 2010; Marin et al.,2011; Steenbergen et al., 2011), there are a lack in the literatureconcerning the chronic and acute consumption effects on memoryacquisition and consolidation. Amongst them, some suggests thatacute low doses of caffeine might improve memory retention inrodents (Angelucci et al., 2002), however the results are still incon-clusive and deserve more studies.

Therefore, while few studies have investigated learning andmemoryunder the effects of alcohol (Chacon and Luchiari, 2014; Fernandes et al.,2014; Luchiari et al., 2015a, b) and caffeine (Collier et al., 2014;Steenbergen et al., 2011), there are no reports of works that addressthe effects of both drugs combined on the cognitive responses. Knowingthat these drugs are indiscriminately used and, many times, used inassociation for the pursuit of potentializing the excitatory effects of alco-hol or lessening its later depressive effects (Heinz et al., 2013; Spinettaet al., 2008), this study proposes to test the influence of the acute andchronic alcohol and caffeine exposure in the performance of zebrafishon a cognitive task. For this aim, we used a one-trial-learning protocol,because the memory formed after a single exposure to an event ismore sensible and easily disrupted by the use of psychostimulantsubstances than memories formed by sequential exposure to stimuli(conditioning) (Oliveira et al., 2015).

2. Materials and methods

2.1. General procedures

For the study, 182 adult zebrafish Danio rerio (4 to 5 months; wild-type) were acquired from a local breeding farm (Natal-RN) and keptin high-density system tanks in the vivarium of the Ornamental FishLaboratory (Physiology Department — UFRN).

Each four 50 L-tanks formed a recirculating systemwithmulti-stagefiltration including a mechanical filter, a biological filter, activatedcarbon filter, and a UV light sterilizing unit. The animals were kept inthe tanks (onefish/L),with aerated and filteredwater, and temperature,pH and oxygen measured regularly. Photoperiod was set on 12 L:12D(Light:Dark) cycle and light intensity was around 250–30 lx. Feedingfrequency was twice a day ad libitum with brine shrimp and commer-cial flake diet. The Ethical Committee for Animal Use of Federal Univer-sity of Rio Grande do Norte gave permission for all animal procedures(CEUA 046/2015).

Table 1Summary of the alcohol and caffeine exposure treatments used for zebrafish.

Alcohol exposure Acute doses (

0.00%

Chronic doses(1st to 27th days)

0.00% C0.00A0.00 (n0.50% C0.50 A0.00 (

Caffeine exposure Acute doses (

00 mg/L

Chronic doses(1st to 27th days)

00 mg/L C00A00 (n =50 mg/L C50A00 (n =

Alcohol and caffeine exposure Acute doses (

Alcohol 1.00%

Chronic doses(1st to 27th days)

Alcohol 0.50% (Ca) –

Caffeine 50 mg/L (Cc)Cc50Aa0.50 (nCc50Aa1.00 (n

2.2. Alcohol and caffeine exposure

Seven days before the beginning of the drugs exposure, animalswere transferred from the stock tanks to 30 L tanks (50 × 30 × 30 cm,width × height × length) composing the groups for drugs treatments.The tanks were kept with constant aeration given by air stones andthe entire volume was exchanged in 30% every day to assure qualityconditions.

The drugs exposure followed the 2 × 3 experimental design pro-posed by Tran and Gerlai (2013) with two chronic and three acutedoses. For the alcohol treatments, we used 0.00% and 0.50% for thechronic doses and 0.00%, 0.50% and 1.00% for the acute doses(Table 1). For the caffeine treatments, we used 00 mg/L and 50 mg/Lfor the chronic doses and 00 mg/L, 50 mg/L and 100 mg/L for theacute doses (Table 1). For the groups exposed to alcohol and caffeinecombined, we used a 2 × 4 protocol, two chronic doses (0.50% alcoholor 50 mg/L caffeine) and four acute doses (0.50 and 1.00% alcohol or50 and 100 mg/L caffeine), in which two groups received chronic caf-feine and acute alcohol doses and two other groups received chronic al-cohol and acute caffeine doses (Table 1).

To achieve the final concentration of 0.50% alcohol and 50 mg/Lcaffeine, we applied a drug escalation procedure that minimizes themortality and allows the fish to acclimatize to the drug condition(Tran and Gerlai, 2013). The dosage was progressively increased alongthe days: 1/4 of the dose for the first four days, after which the dosewas increased to 1/2 for days 5–8, reached 3/4 for days 9–12 and thenwas increased to the final concentration of 0.50% alcohol or 50 mg/Lcaffeine for the remaining 15 days. The chronic exposure lasted27 days, 24 h per day. On the last 5 days (23rd to 27th day) fish weretransferred to a smaller tank for thehabituation phase of thediscrimina-tion task. During these days, the drug concentration in the habituationtank corresponded to the chronic dose for each particular group.

On the 28th and 29th days, fish were individually exposed to one ofthe acute doses for 1 h in a 2 L tank. After the acute exposure on the 28thday, fish returned to the previous chronic dosewhere it was held beforeuntil the 29th day. On these two days, zebrafishwere individually testedfor the objects discrimination (28th day: memorization phase and 29thday: discrimination phase). During the cognitive tests, drugs concentra-tion in the tank corresponded to the acute dose for each particular fish.

To name each experimental group from 2 × 3 alcohol treatment,2 × 3 caffeine treatment and 2 × 4 alcohol + caffeine treatment, weused C to refer to the chronic concentration and A to refer to the acuteconcentration. For the alcohol treatment, animals were divided intothe following groups: C0.00A0.00 (control group, n = 17), C0.00A0.50(acute 0.5% group, n = 18), C0.00A1.00 (acute 1.0% group, n = 12),

28th and 29th days)

0.50% 1.00%

= 17) C0.00A0.50 (n = 17) C0.00A1.00 (n = 9)n = 9) C0.50A0.50 (n = 13) C0.50 A1.00 (n = 13)

28th and 29th days)

50 mg/L 100 mg/L

17) C00A50 (n = 11) C00A100 (n = 11)12) C50A50 (n = 10) C50A100 (n = 7)

28th and 29th days)

(Aa) Caffeine 100 mg/L (Ac)

Ca0.50Ac50 (n = 9)Ca0.50Ac100 (n = 11)

= 13)= 13)

Luana
Textbox
57
Page 60: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

36 L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

C0.50 A0.00 (withdrawal group, n = 9), C0.50A0.50 (chronic group,n = 13), C0.50 A1.00 (increased dose group, n = 13).

For the caffeine treatment, fish were divided into the followinggroups: C00A00 (control group, n = 17), C00A50 (acute 50 mg/L,n = 12), C00A100 (acute 100 mg/L, n = 11), C50A00 (withdrawalgroup, n = 12), C50A50 (chronic group, n = 11), C50A100 (increaseddose group, n = 8).

The alcohol and caffeine combined design produced four treatmentgroups we refer to according to the chronic concentration of alcohol(Ca) and caffeine (Cc), and the acute concentration of alcohol (Aa)and caffeine (Ac) as follows: Ca0.50Ac50 (n = 9), Ca0.50Ac100 (n =11), Cc50Aa0.50 (n = 13), Cc50Ac1.00 (n = 13).

2.3. Object discrimination test

The object discrimination testwas based on the experimental designproposed by Oliveira et al. (2015) and consisted in three phases: habit-uation (23rd to 27th day of the drugs treatment), memorization (28thday) and discrimination (29th day).

The habituation phase lasted 5 days. The animalswere transferred tothe testing tank (40 × 20 × 25 cm) and were allowed to explore it for20 min (drugs doses were kept according to the chronic treatment).At first, fish were placed in the tank in groups of 6 to minimize isolationstress. On the following days, the number of fish allowed to explore thetank was progressively reduced to reach 1 fish/tank on the last day ofhabituation. After each habituation period fish were placed back ineach particular chronic treatment tank.

The drugs acute doseswere administrated on the 28th and 29th daysfor 40min before (in a 2 L tank) and 20 min during the test (in the test-ing tank), totalizing 1 h exposure. After the end of the memorizationphase the animals were transferred back to the chronic treatmenttank until the discrimination phase.

On thememorization phase (day 28) two 3D objects named A and Bwith same color, size and shape, were introduced in the tank, each onepositioned next to each smaller wall and around 30 cm away from eachother. Fish were individually allowed to explore the tank with the twoobjects for 20 min. Behavior was recorded from above using a handycam (Sony Digital Video Camera Recorder; DCR-SX45). After that, fishreturned to its chronic treatment tank.

On the discrimination phase (day 29), object B was replaced by anew one named object C. The new object showed the same size andshape but different color from the former. Fish were first exposed tothe acute dose for 40 min and then transferred to the tank to exploredthe objects for 20min. Behavior was registered in video. In both phases,we considered that animal's permanence in a 10 cm area around theobjects, characterizes exploration (Lucon-Xiccato and Dadda, 2014).

2.4. Data and statistical analysis

The behavioral data were analyzed using a tracking software devel-oped in MatLab. The following parameters were evaluated: time fishspent exploring each object, total distance traveled, freezing and aver-age swimming speed.

We compared the objects exploration time inmemorization and dis-crimination phases, and also between the two phases using Student ttest. All the locomotor parameters were statistically compared usingOne Way Anova. We considered the probability level of p b 0.05 forstatistical significance.

3. Results

3.1. Alcohol treatment

In the memorization phase, the control group (C0.00A0.00) did notshowany difference betweenobject A andB exploration time (Student'st test, t =−1.29, p= 0.22; Fig. 1a). In the discrimination phase, control

fish (C0.00A0.00) explore more the new object (object C) than theknown one (object A) (Student's t test, t = 2.78, p = 0.01). Fish ex-plored more object C in the discrimination phase than object B in thememorization phase (Student's t test, t = 1.94, p = 0.05).

The acute 0.50% alcohol group (C0.00A0.50) explored significantlymore object B than object A in the memorization phase (Student's ttest, t=−2.51, p= 0.02; Fig. 1b). In the discrimination phase, both ob-jects were explored equally (Student's t test, t =−2.00, p= 0.05). Fishexplored more object C in the discrimination phase than the object B inthememorization phase (Student's t test, t =−2.17; p = 0.04, Fig. 1b).

Both acute 1.00% alcohol group (C0.00A1.00; Fig. 1c) andwithdraw-al group (C0.50 A0.00; Fig. 1d) did not show differences in the explora-tion time in the memorization phase (Student's t test, acute 1.00%:t = −0.62, p = 0.67; withdrawal: t = −0.52, p = 0.62). When thenew object was displayed, the groups also did not differ in the explora-tion (Student's t test, acute: t= 1.40, p= 0.20; withdrawal: t=−0.62,p = 0.56).

The animals in the chronic group (C0.50A0.50) did not show differ-ence in the exploration of the objects in the memorization phase(Student's t test, t = −0.58, p = 0.58; Fig. 1e). In the discriminationphase, fish showed higher exploration of object C than object A(Student's t test, t =−6.60, p b 0.001). Object A explorationwas higherin the memorization than in the discrimination phase (Student's t test,t = 2.91, p = 0.01).

The increased dose group (C0.50 A1.00) did not show difference inexploration of objects A and B in the memorization phase (Student's ttest, t = 0.34, p = 0.71; Fig. 1f). There was higher exploration of objectC than object A in the discrimination phase (Student's t test, t = 2.24,p = 0.04). This group explored more object C in the discriminationphase than object B in the memorization phase (Student's t test,t = −2.10, p = 0.05).

The highest values of average swimming speed were observed forC0.50 A1.00 and C0.00A1.00 groups (One Way Anova, memorizationphase: F = 4.88, p b 0.001; discrimination phase: F = 3.41, p = 0.01;Fig. 2a). Both groups C0.00A1.00 and C0.50 A1.00 showed differencein average speed between thememorization and discrimination phases(Student's t test, C0.00A1.00: t = 2.65, p= 0.05; C0.50 A1.00: t = 3.0.5,p=0.01). Regarding the total distance traveled, groups C0.00A1.00 andC0.50 A00 showed the lowest values, while C0.5 A1.00 showed thehighest (One Way Anova, memorization phase: F = 15.73, p b 0.001;discrimination phase: F = 9.13, p b 0.001; Fig. 2b). The alcohol with-drawal and the chronic 0.50% alcohol treatment group differed in thetotal distance traveled between the memorization and discriminationphases (Student's t test, C0.5 A0.00: t = −2.34, p = 0.04; C0.50A0.50:t = 2.47, p = 0.03; C0.50 A1.00: t = 0.37, p = 0.71). The groups thatshowed the higher freezing values were C0.00A1.00 and C0.50 A0.00(One Way Anova, memorization phase: F = 14.56, p b 0.001; discrimi-nation phase: F=6.16, p b 0.001; Fig. 2c). Freezingdiffered between thememorization and discrimination phases only in C0.00A1.00 group(Student's t test, t = 2.70, p = 0.03).

3.2. Caffeine treatment

Fig. 3 shows objects exploration of animals exposed to chronic andacute caffeine treatment. A single control group (C00A00) was usedfor the caffeine and the alcohol treatments (results described above),and explored mainly the new object in the memorization phases.

The acute 50mg/L caffeine group (C00A50) did not show any differ-ence in exploration time of the objects in the memorization phase(Student's t test, t = 0.28, p = 0.78; Fig. 3b). Fish explored more objectC than A in the discrimination phase (Student's t test, t = 3.01, p =0.01). This group explored more object B in the memorization phasethan object C in the discrimination phase (Student t test, t = −3.07,p = 0.01).

The acute 100 mg/L caffeine group (C00A100) did not show differ-ences in exploration in the memorization phase (Student t test, t =

Luana
Textbox
58
Page 61: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Fig. 1. Zebrafish exploration time for objects A vs. B (memorization phase), or A vs. C (discrimination phase) for the alcohol exposure regimes: (a) C0.00A0.00 —Control (n = 17),(b) C0.00A0.50 — acute 0.50% alcohol (n = 18), (c) C0.00A1.00 — acute 1.00% alcohol (n = 12), (d) C0.50 A0.00 — withdrawal (n = 9), (e) C0.50A0.50 – chronic (n = 13), and(e) C0.50 A1.00 — increased dose (n = 13). Bars mean exploration time + SEM in each object, in the memorization and discrimination phases. Fish were observed for 20 min andanalyzed using video-tracking software (ZebTrack). Asterisk indicates statistical difference between fish exploration in each pair of objects markedwith a bracket (Student t test, p b 0.05).

37L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

0.28, p = 0.78; Fig. 3c). There was more exploration of object C than A inthe discrimination phase (Student t test, t=−3.04, p=0.01). This groupexplored more object A in the discrimination than the same object Ain the memorization phase (Student t test, t = −2.34, p = 0.04), andalso explore more object C in the discrimination phase than object Bin the memorization phase (Student t test, t =−6.96, p b 0.001).

The withdrawal group (C50A00) did not present exploration differ-ences either in the memorization phase (Student's t test, t = −1.04,p = 0.32; Fig. 3d) or in the discrimination phase (Student's t test, t =1.92, p = 0.08).

The chronic group (C50A50) did not show differences in explorationtime between objects in the memorization phase (Student's t test, t =0.27, p = 0.79; Fig. 3e). In the discrimination phase, this group showedincreased exploration of object C (Student's t test, t=−2.29, p=0.05).

There was also higher exploration of object C in the discriminationphase than object B in the memorization phase (Student's t test,t = −2.91, p = 0.04).

The increased dose group (C50A100) did not differ in explorationtime in the memorization phase (Student's t test, t = 0.80, p = 0.45;Fig. 3f), but explored more object C than the object A in the discrimina-tion phase (Student's t test, t = −4.36, p b 0.001). Fish also exploredmore object C in the discrimination phase than object B in the memori-zation phase (Student's t test, t = −5.01, p b 0.001).

The locomotion parameters differed between the caffeine treatedgroups. Average swimming speed was higher for C00A00 and C50A50groups, and lower for C00A50 group in the memorization phase (OneWay Anova, F = 3.50, p b 0.001; Fig. 4a). The caffeine groups did notdiffer in terms of average speed in the discrimination phase (One Way

Luana
Textbox
59
Page 62: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Fig. 2. Locomotor parameters for the alcohol exposure groups. (a) average speed ± SEM,(b) total distance traveled ± SEM and (c) freezing ± SEM. The alcohol treatmentconditions are shown on the x-axis. The letter C represents chronic alcohol exposureand the values that follow are the concentrations of alcohol used (0.00% and 0.50%). Theletter A represents acute alcohol exposure and the values that follow are theconcentrations of alcohol used (0.00%, 0.50% and 1.00%). At least one different letterindicates statistical difference by One Way Anova (p b 0.05). Lower case letter signalizethe comparison between the groups in the memorization phase and capital letterssignalize the comparison between the groups in the discrimination phase. Asteriskindicates statistical differences between memorization and discrimination phases of thesame alcohol treatment group.

38 L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

Anova, F = 0.68, p = 0.64). Only C50A50 group showed differences inaverage speed between the memorization and discrimination phases(Student's t test, t = 3.72, p = 0.005).

For distance traveled, once more C00A50 group showed the lowervalue while C00A00 and C50A50 groups had the higher values (OneWay Anova, memorization phase: F = 3.32, p = 0.01; discriminationphase: F = 1.77, p = 0.13; Fig. 4b). There was no significant differencebetween the memorization and discrimination phases for any of thecaffeine groups (Student's t test, p N 0.05).

The freezing values were higher for C00A50 and C00A100 thanfor the other groups in both phases (One Way Anova, memoriza-tion phase: F = 5.51, p b 0.001; discrimination F = 3.44,p b 0.001; Fig. 4c). The groups did not differ in terms of freezingbetween the memorization and discrimination phases (Student'st test, p N 0.05).

3.3. Alcohol and caffeine treatment

The Fig. 5 shows time of objects exploration in the memorizationand discrimination phases for the groups treated with both alcoholand caffeine. The groups exposed to chronic caffeine and acute alcohol,Cc50Aa0.50 did not show exploration difference between objects in thememorization phase (Student's t test, t =−0.71, p= 0.49; Fig. 5a), butexplored more object A than C in the discrimination phase (Student's ttest, t = 2.21, p= 0.05). The group Cc50Aa1.00 did not show explorato-ry differences in the memorization phase (Student's t test, t = −0.71,p = 0.49; Fig. 5b), but explored more object A than object C in the dis-crimination phase (Student's t test, t = 2.45; p = 0.03). This last groupshowed higher exploration of object B in the memorization phase thanobject C in the discrimination phase (Student's t test, t = 2.51, p =0.03).

The groups treated with chronic alcohol and acute caffeine,Ca0.50Ac50 did not present exploration differences in thememorizationphase (Student's t test, t=−0.71, p=0.49; Fig. 5c), whilefish exploredmore object C than object A in the discrimination phase (Student's t test,t =−2.92, p= 0.02), and exploredmore object A in thememorizationthan in the discrimination phase (Student's t test, t = 5.21, p b 0.001).On the contrary, Ca0.50Ac100 did not show difference in objects explo-ration either in the memorization (Student's t test, t = 0.69, p = 0.51;Fig. 5d) or in the discrimination phase (Student's t test, t = 0.78, p =0.45).

In the memorization phase there were no differences in averagespeed between groups (Anova One Way, F = 2.54, p = 0.07; Fig. 6a).In the discrimination phase, average speed was higher for Cc50Aa1.00than for Ca0.50Ac50 and Ca0.50Ac100 groups (Anova One Way, F =7.00, p b 0.001; Fig. 6a). Only Ca0.50Ac50 group showed average speeddifference between the memorization and discrimination phases(Student's t test, t = −2.14, p = 0.05).

There were no differences in total distance traveled in the memori-zation phase (Anova OneWay, F = 2.47, p = 0.08; Fig. 6b) and the dis-crimination phase (Anova One Way, F = 1.51, p = 0.23). For totaldistance traveled, only Ca0.50Ac50 group showed difference betweenthe memorization and discrimination phases (Student's t test, t =2.06, p = 0.01).

Therewere nodifferences between the groups in terms of freezing inthe memorization phase (Anova One Way, F = 1.42, p = 0.25; Fig. 6c).The freezing value Ca0.50Ac50 group was the highest in the discrimina-tion phase (Anova One Way, F = 6.35, p = 0.001). Again, Ca0.50Ac50was the only group that showed difference in freezing between thememorization and discrimination phases (Student's t test, t = 2.60,p = 0.02).

4. Discussion

In this study we present a view of the effects of alcohol and caffeineon the learning andmemory performance of adult zebrafish. Our resultsprovide evidence that acute alcohol exposure as well as withdrawalfrom both chronic alcohol and caffeine impair discriminative learning.Rather, the natural tendency to explore novelty is expected to motivatethe zebrafish to learn about new items in the tank. Not only do ourresults confirm the ability of zebrafish to discriminate objects, asshown by Oliveira et al. (2015), but we also show that the discrimina-tive performance was dependent upon the alcohol and caffeine doseand exposure regimen.

According to the naturalistic and psychological viewpoints, learningis the ability to change behavior with experience, which providesvarious benefits to the animal's life. The cognitive ability of discrimina-tive learning involves many areas of the central nervous system (CNS),particularly the hippocampus (Barker andWarburton, 2011; Good et al.,2007;Mumby et al., 2002). This is an important zone also becausemanydrugs affect neurons in this region, for example, alcohol was shown toaffect the hippocampus (Norman et al., 2009; Willoughby et al., 2008)

Luana
Textbox
60
Page 63: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Fig. 3. Zebrafish exploration time for objects A vs. B (memorization phase), or A vs. C (discrimination phase) for the caffeine exposure regimes: (a) C00A00—Control (n= 17), (b) C00A50—acute 50mg/L caffeine (n=12), (c) C00A100— acute 100mg/L caffeine (n=11), (d) C50A00—withdrawal (n=12), (e) C50A50— chronic (n=11), and (e) C50A100— increased dose (n=8). Bars mean exploration time+ SEM in each object, in the memorization and discrimination phases. Fish were observed for 20 min and analyzed using video-tracking software (ZebTrack).Asterisk indicates statistical difference between fish exploration in each pair of objects marked with a bracket (Student t test, p b 0.05).

39L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

and impair memory (Hamilton et al., 2003; Uecker and Nadel, 1996). Infact, our data corroborates these findings since the use of high dose ofalcohol affected fish performance in objects discrimination. However,the exact effects of alcohol in the fish lateral pallium, area that corre-sponds to the mammalian hippocampus, are still to be confirmed infuture studies.

High doses of alcohol have been suggested to promote depressionto the CNS (Gerlai, 2013; Quoilin et al., 2013; Roseribloom et al.,2004). In zebrafish, it has been shown that high concentrations of al-cohol cause a decrease in activity (Gerlai et al., 2000; Gerlai et al.,2006; Tran and Gerlai, 2013). In this study, we observed this patternfor acute doses of 1.00% alcohol in terms of the objects exploration,total distance traveled and freezing. Although it is not clear if theseeffects were derived from increased anxiety or sedation, high acute

alcohol exposure significantly affected behavior. At first glance, theresult of the group under high acute dose of alcohol action seemsto indicate their inability to discriminate objects. However, it is pos-sible that the fish did learn but the acute alcohol exposure interferedwith their ability to recall memory and/or simply swim properly inthe tank. Other studies have also noticed the harmful effects ofacute alcohol doses on motion (Gerlai et al., 2000; Tran and Gerlai,2013), perception, and memory recall (Bartholow et al., 2003;Chacon and Luchiari, 2014). On the other hand, we observed thatthe moderate acute dose of alcohol (C0.00A0.50) did not alter loco-motion patterns but affect objects discrimination, possibly interfer-ing with sustained attention and environmental details perception(Parker et al., 2014; Baiamonte et al., 2015), result that was notobserved for fish chronically exposed to alcohol.

Luana
Textbox
61
Page 64: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Fig. 4. Locomotor parameters for the caffeine exposure groups. (a) average speed± SEM,(b) total distance traveled ± SEM and (c) freezing ± SEM. The caffeine treatmentconditions are shown on the x-axis. The letter C represents chronic caffeine exposureand the values that follow are the concentrations of caffeine used (00 and 50 mg/L).The letter A represents acute caffeine exposure and the values that follow are theconcentrations of caffeine used (00, 50 and 100 mg/L). At least one different letterindicates statistical difference by One Way Anova (p b 0.05). Lower case letter signalizethe comparison between the groups in the memorization phase and capital letterssignalize the comparison between the groups in the discrimination phase. Asteriskindicates statistical differences between memorization and discrimination phases of thesame caffeine treatment group.

40 L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

The main differences on the performance of fish chronicallyexposed to alcohol appear when we compare withdrawal(C0.50A0.00) against the other groups (C0.50A0.50 andC0.50A1.00). It seems that chronic alcohol exposure promoted toler-ance to the drug and decreased the effects of higher acute exposureafterward (acute 1.00%), once these groups have shown perfor-mance comparable to the control group in many aspects. This resultis in agreement with the study of Boulouard et al. (2002), showingthat chronic administration produces tolerance to the adverse ef-fects of acute alcohol exposure in rats, and also in accordance tothe observed behavior of zebrafish (Gerlai et al., 2006; Gerlai et al.,2009; Tran and Gerlai, 2013). According to these studies, the toler-ance could be partly attributed to altered metabolism of ethanoland to cellular and molecular adaptations of the glutamate andGABA neurotransmissions. In fish, the same glutamatergic andGABAergic systems are present in the telencephalon, and participatein memory formation (Blank et al., 2009; Nam et al., 2004; Xu et al.,2003).

Contrary to the tolerance effect described above, we showed thatcessation of alcohol exposure (i.e. withdrawal) leads to a significant de-crease in exploration, suggesting higher levels of stress and anxiety inthe withdrawal fish. For example, Gerlai et al. (2009) showed that dis-continuous alcohol exposure disrupts zebrafish shoaling behavior,Cachat et al. (2010) observed that withdrawal from alcohol causesstress response in terms of increased cortisol release, and Mathur et al.(2011) related the alcohol withdrawal to anxiety-like behavior. Inmammals, the clinical symptoms of withdrawal are high anxiety, in-creased heart rate and perspiration, nausea and headache, increasedtremors, and hallucinations (Martinotti et al., 2008; Prat et al., 2009;Wills et al., 2009;Wu et al., 2009). In fish, our results suggest that with-drawal from alcohol can induce inability to properly explore the ambi-ent and difficulty to learn and form memory, behavioral responsesassociated with the peak of the withdrawal syndrome (Bayard et al.,2004).

On the opposite of the alcohol actions that are considered harmful,caffeine is considered a stimulant psychotropic. Caffeine acts on theCNS through several mechanisms, such as intracellular calcium mobili-zation, phosphodiesterase inhibition and sodium-potassium pumpstimulation (Braga and Alves, 2000), however the most striking effectis the reversible antagonism on adenosine receptors (El Yacoubi et al.,2000; Solinas et al., 2002). Considering that adenosine receptors arefound in dopaminergic, glutamatergic and GABAergic neurons (Dalyand Fredholm, 1998), by blocking adenosine receptors, caffeine alsoaffects these neurons sensibility.

In our study, withdrawal from caffeine (C50A00) affected discrimi-native learning. This cognitive impairment was not associated to anylocomotor compromising (average speed, total distance traveled andfreezing). Comparative studieswith rodents during caffeinewithdrawalshowedpoor performance in the aquaticmaze task (Bruce, 1989; Khaliqet al., 2012). Cessation of caffeine intakewas shown to increase sensitiv-ity to adenosine, and thus provoke decreased alertness, lethargy anddrowsiness, altered cerebral blood flow velocity and quantitative EEG(Jones et al., 2000; Rogers et al., 2013).

Animals exposed to acute caffeine (C00A50 and C00A100) showed aslightly decrease in average speed and total distance traveled during thefirst exposure to the drug, and increased freezing behavior. Similar loco-motor effects were reported in rodents and zebrafish (Chen et al., 2008;Marin et al., 2011). These effects may occur due to the caffeine's antag-onism on A1 and A2 adenosine receptors that affect locomotor activity(Gupta et al., 2014). On the other hand, the acute caffeine exposuredid not affect the fish's ability to discriminate the new object from theformer ones.

Acute and chronic caffeine exposure allow for cognitive performancein discrimination task comparable to untreated fish (control). Althoughit was already shown that chronic doses of caffeine leads to toleranceoutcome (Satel, 2006), the main effects of prolonged use are related todecrease in fatigue contender and alertness promotion (Striley et al.,2011). The long-term usage of caffeine causes no cognitive impairment(Angelucci et al., 2002; Borota et al., 2014), which is in accordance withour results. Many studies using caffeine support its role as a memoryimprover (Cunha and Agostinho, 2010). The drug mnemonic effectsseems to be related to the non-specific antagonism of adenosine recep-tors (Cunha and Agostinho, 2010; Fredholm et al., 1999). However, inzebrafish discrimination task, caffeine seems to prevent memory im-pairment, acting much more as a cognitive normalizer than enhancer.

The consumption of alcohol in combination with drinks containingcaffeine has been suggested as responsible for binge drinking anddependence development (Marczinski, 2011). The combination isworldwide reported and its consumption can often cause social prob-lems, interpersonal violence, risky sexual activity and severe intoxica-tion, mainly when indiscriminately used (Naimi et al., 2003). Severalbeverages such as teas, energetic drinks, soft drinks and others presentcaffeine as an ingredient (Lozano et al., 2007; Nehlig and Boyet, 2000),and lately alcohol has been added to it. Caffeine does not exert any effect

Luana
Textbox
62
Page 65: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Fig. 5. Zebrafish exploration time for objects A vs. B (memorization phase), or A vs. C (discrimination phase) for the alcohol and caffeine combined treatments. The letter C representschronic exposure and the letter A represents acute exposure. The letter that follows C represents the alcohol (Ca) or caffeine (Cc) chronic treatment and the values that follow are theconcentrations of alcohol (0.50%) or caffeine (50 mg/L) used. The letter that follows A represents the alcohol (Aa) or caffeine (Ac) acute exposure and the values that follow are theconcentrations of alcohol (0.50% and 1.00%) or caffeine (50 mg/L and 100 mg/L) used. (a) Cc50Aa0.50 (n = 13), (b) Cc50Aa1.00 (n = 13), (c) Ca0.50Ac50 (n = 9), and (d) Ca0.50Ac100(n = 11). Bars mean exploration time + SEM in each object, in the memorization and discrimination phases. Fish were observed for 20 min and analyzed using video-trackingsoftware (ZebTrack). Asterisk indicates statistical difference between fish exploration in each pair of objects marked with a bracket (Student t Test, p b 0.05).

41L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

on the alcoholmetabolism by the liver and thus, it does not reduce alco-hol blood concentrations (Ferreira et al., 2006). Still, when these sub-stances are combined, the caffeine may mask the depressive effects ofalcohol (Ferreira et al., 2006), leading to increased and prolongedintake.

In our study, fish chronically exposed to caffeine and acutelyexposed to alcohol (Cc50Aa0.50 and Cc50Aa1.00) did not discriminatea new object. This result seems to be derived from two effects: first,the withdrawal from caffeine that promotes decreased alertness, andthen, the acute alcohol effects that is detrimental for learning, resultsthat are also observed in separate. However, the locomotor responseobserved for these groups seems to reveal the stronger effects ofacute alcohol dose for these fish, as average speed, distance traveledand freezing are more related to the alcohol effects than to caffeinewithdrawal.

The group exposed to chronic alcohol dose and high acute caffeinedose (Ca0.50Ac100) also did not discriminate the objects. For thisgroup, we observed increased mortality during the caffeine exposure,which seems to be related to the high dose of caffeine in combinationto alcohol withdrawal. During chronic alcohol exposure, there areboth down regulation of GABA receptors and up regulation of glutamatereceptors (tolerance related response) (Kang et al., 1998; Piepponenet al., 2002; Tsai et al., 1995). The cessation of the drug intake provokeincrease in glutamatergic transmission and, due to the increasednumber of receptors, the excitatory response is highly increased.When we exposed fish to alcohol withdrawal and high dose of caffeine,the blockage of adenosine receptor may have intensified evenmore theglutamatergic response, leading to death. Similar response was also

observed by Rodriguez et al. (Rodriguez et al., 2014) after high dose ofcaffeine used for zebrafish. These authors describe curvature body as-pect before fish is considered dead.

On the other hand, chronic alcohol exposure followed by moderateacute caffeine dose (Ca0.50Ac50) brought about a complete differentpicture: fish showed objects discrimination and locomotor patternscomparable to the control group, indicating an attenuating effect ofthe caffeine on the withdrawal from alcohol. Taking into account thesame effects of withdrawal described above, the moderate dose of caf-feine used afterwards may have slightly blocked adenosine receptorsand thus, intensified the sensibility of the glutamatergic and GABAergicneurons in a moderate extent. Therefore, these combined effects seemto have promoted cognitive stimulation, allowing fish to perceive anddiscriminate objects. There are few studies regarding the effects of thiscombination, in rodents the adenosine reduces the number of seizurescaused by alcohol withdrawal (Malec et al., 1995) and caffeine preventsretrograde amnesia induced by alcohol (Spinetta et al., 2008), andhumans report higher tolerance to alcohol when the drug is combinedwith caffeine (Fillmore, 2003). However, studies approaching signalingpathways and brain areas related to the effects of both alcohol and caf-feine are still needed and future studies may contribute to increase theknowledge in this issue.

Although our study is the first to investigate alcohol and caffeine ef-fects on the cognitive performance in zebrafish,many gaps are still openand deserve attention, for instance, the substances effects on long-termmemory formation, development of the nervous system andmore com-plex cognitive functions. Also, alcohol and caffeine have dose dependenteffect, and other dosages may generate different consequences for the

Luana
Textbox
63
Page 66: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

Fig. 6. Locomotor parameters for the alcohol and caffeine combined exposure groups.(a) average speed ± SEM, (b) total distance traveled ± SEM and (c) freezing ± SEM.The letter C represents chronic exposure and the letter A represents acute exposure. Theletter that follows C represents the alcohol (Ca) or caffeine (Cc) chronic treatment andthe values that follow are the concentrations of alcohol (0.50%) or caffeine (50 mg/L)used. The letter that follows A represents the alcohol (Aa) or caffeine (Ac) acuteexposure and the values that follow are the concentrations of alcohol (0.50% and 1.00%)or caffeine (50 mg/L and 100 mg/L) used. (a) Cc50Aa0.50 (n = 13), (b) Cc50Aa1.00(n = 13), (c) Ca0.50Ac50 (n = 9), and (d) Ca0.50Ac100 (n = 11). At least one differentletter indicates statistical difference between the groups in the discrimination phase byOne Way Anova (p b 0.05). Asterisk indicates statistical differences betweenmemorization and discrimination phases of the same alcohol treatment group.

42 L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

learning process. In conclusion, our study confirms that increasedconsumption of alcohol is harmful for learning, but caffeine alonedoes not influence discrimination either in chronic or acute use.However, moderate caffeine exposure after cessation of prolongedalcohol intake seems to reduce the deleterious effects of withdrawal,indicating the caffeine potential as drug that may help to reverse thefirst effects of alcohol withdrawal. It would be important at this pointto invest in techniques that show the effects of alcohol and caffeinein the brain, mainly focusing on areas, neurotransmitters and pro-teins related to learning.

Acknowledgements

The authors are thankful to Miss J.P.S Lima for data collection sup-port. This study was supported by CNPq (Universal 481396/2012-8),grants to A.C. Luchiari, and by CAPES, master scholarship to L.C. Santos.

References

Ackerman, K.M., Nakkula, R., Zirger, J.M., Beattie, C.E., Boyd, R.T., 2009. Cloning and spatio-temporal expression of zebrafish neuronal nicotinic acetylcholine receptor alpha 6and alpha 4 subunit RNAs. Dev. Dyn. 238, 980–992.

Angelucci, M.E.M., Cesário, C., Hiroi, R.H., Rosalen, P.L., Da Cunha, C., 2002. Effects of caf-feine on learning and memory in rats tested in the Morris water maze. Braz. J. Med.Biol. Res. 35, 1201–1208.

Baiamonte, M., Brennan, C.H., Vinson, G.P., 2015. Sustained action of developmental eth-anol exposure on the cortisol response to stress in zebrafish larvae and adults. PLoSONE 10, 1–13.

Barker, G.R.I., Warburton, E.C., 2011. Evaluating the neural basis of temporal order mem-ory for visual stimuli in the rat. Eur. J. Neurosci. 33, 705–716.

Bartholow, B.D., Pearson, M.A., Gratton, G., Fabiani, M., 2003. Effects of alcohol on personperception: a social cognitive neuroscience approach. J. Pers. Soc. Psychol. 85,627–638.

Bayard, M.D., Mcintyre, J., Hill, K.R., Woodside Jr., J., 2004. Alcohol withdrawal syndrome.Am. Fam. Physician 69, 1443–1450.

Blank, M., Guerim, L.D., Cordeiro, R.F., Vianna, M.R.M., 2009. A one-trial inhibitory avoid-ance task to zebrafish: rapid acquisition of an NMDA-dependent long-term memory.Neurobiol. Learn. Mem. 92, 529–534.

Blaser, R.E., Koid, A., Poliner, R.M., 2010. Context-dependent sensitization to ethanol inzebrafish (Danio rerio). Pharmacol. Biochem. Behav. 95, 278–284.

Boulouard, M., Lelong, V., Daoust, M., Naassila, M., 2002. Chronic ethanol consumption in-duces tolerance to the spatial memory impairing effects of acute ethanol administra-tion in rats. Behav. Brain Res. 136, 239–246.

Braga, L.C., Alves, M.P., 2000. A cafeína como recurso ergogênico nos exercícios de endur-ance. Rev. Bras. Ciênc. Mov. 8, 33–37.

Bruce, M.S., 1989. The anxiogenic effects of caffeine. Postgrad. Med. J. 66, S18–S24.Cachat, J., Canavello, P., Elegante, M., Bartels, B., Hart, P., Bergner, C., Egan, R., Duncan, A.,

Tien, D., Chung, A., Wong, K., Goodspeed, J., Tan, J., Grimes, C., Elkhayat, S., Suciu, C.,Rosenberg, M., Chung, K.M., Kadri, F., Roy, S., Gaikwad, S., Stewart, A., Zapolsky, I.,Gilder, T., Mohnot, S., Beeson, E., Amri, H., Zukowska, Z., Soignier, R.D., Kalueff, A.V.,2010. Modeling withdrawal syndrome in zebrafish. Behav. Brain Res. 208, 371–376.

Cerdà, J., Conrad, M., Markl, J., Brand, M., Herrmann, H., 1998. Zebrafish vimentin: molec-ular characterization, assembly properties and developmental expression. Eur. J. CellBiol. 77, 175–187.

Chacon, D.M., Luchiari, A.C., 2014. A dose for the wiser is enough: the alcohol benefits forassociative learning in zebrafish. Prog. Neuro-Psychopharmacol. Biol. Psychiatry 53,109–115.

Chen, Y.H., Huang, Y.H., Wen, C.C., Wang, Y.H., Chen, W.L., Chen, L.C., Tsay, H.J., 2008.Movement disorder and neuromuscular change in zebrafish embryos after exposureto caffeine. Neurotoxicol. Teratol. 30, 440–447.

Collier, A.D., Khan, K.M., Caramillo, E.M., Mohn, R.S., Echevarria, D.J., 2014. Zebrafish andconditioned place preference: a translational model of drug addiction. Prog. Neuro-Psychopharmacol. Biol. Psychiatry 55, 16–25.

Crollius, H.R., Weissenbach, J., 2005. Fish genomics and biology. Genome Res. 15,1675–1682.

Cunha, R.A., Agostinho, P.M., 2010. Chronic caffeine consumption prevents memory dis-turbance in different animal models of memory decline. J. Alzheimers Dis. 20(Suppl. 1), S95–116.

Daly, J.W., Fredholm, B.B., 1998. Caffeine—an atypical drug of dependence. Drug AlcoholDepend. 51, 199–206.

Borota, D., Murray, E., Keceli, G., Chang, A., Watabe, J.M., Ly, M., Toscano, J.P., Yassa, M.A.,2014. Post-study caffeine administration enhancesmemory consolidation in humans.Nat. Neurosci. 17, 201–203.

Egan, R.J., Bergner, C.L., Hart, P.C., Cachat, J.M., Canavello, P.R., Elegante, M.F., Elkhayat, S.I.,Bartels, B.K., Tien, A.K., Tien, D.H., Mohnot, S., Beeson, E., Glasgow, E., Amri, H.,Zukowska, Z., Kalueff, A.V., 2009. Understanding behavioral and physiological pheno-types of stress and anxiety in zebrafish. Behav. Brain Res. 205, 38–44.

El Yacoubi, M., Ledent, C., Parmentier, M., Costentin, J., Vaugeois, J.M., 2000. Theanxiogenic-like effect of caffeine in two experimental procedures measuring anxietyin the mouse is not shared by selective A(2A) adenosine receptor antagonists. Psy-chopharmacology 148, 153–163.

Faraco, J.H., Appelbaum, L., Marin, W., Gaus, S.E., Mourrain, P., Mignot, E., 2006. Regulationof hypocretin (orexin) expression in embryonic zebrafish. J. Biol. Chem. 281,29753–29761.

Fernandes, Y., Tran, S., Abraham, E., Gerlai, R., 2014. Embryonic alcohol exposureimpairs associative learning performance in adult zebrafish. Behav. Brain Res.265, 181–187.

Ferreira, S.E., deMello, M.T., Pompéia, S., de Souza-Formigoni, M.L., 2006. Effects of energydrink ingestion on alcohol intoxication. Alcohol. Clin. Exp. Res. 30, 598–605.

Fillmore, M.T., 2003. Alcohol tolerance in humans is enhanced by prior caffeine antago-nism of alcohol-induced impairment. Exp. Clin. Psychopharmacol. 11, 9–17.

Frances, H.M., Garfild, J., 2006. Combined effects of alcohol and caffeine on the latecomponents of the event-related potential and on reaction time. Biol. Psychol.71, 63–73.

Fredholm, B.B., Bättig, K., Holmén, J., Nehlig, A., Zvartau, E.E., 1999. Actions of caffeine inthe brain with special reference to factors that contribute to its widespread use.Pharmacol. Rev. 51, 83–133.

Gebauer, D.L., Pagnussat, N., Piato, Â.L., Schaefer, I.C., Bonan, C.D., Lara, D.R., 2011. Effectsof anxiolytics in zebrafish: similarities and differences between benzodiazepines,buspirone and ethanol. Pharmacol. Biochem. Behav. 99, 480–486.

Gerlai, R., Lahav, M., Guo, S., Rosenthal, A., 2000. Drinks like a fish: zebrafish (Danio rerio)as a behavior genetic model to study alcohol effects. Pharmacol. Biochem. Behav. 67,773–782.

Luana
Textbox
64
Page 67: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

43L.C. Santos et al. / Pharmacology, Biochemistry and Behavior 143 (2016) 34–43

Gerlai, R., 2013. Zebrafish and alcohol. Biological Research on Addiction: ComprehensiveAddictive Behaviors and Disorders. Elsevier Academic Press, USA, pp. 43–50.

Gerlai, R., 2011. Editorial: A small fish with a big future: zebrafish in behavioralneuroscienceP: Rev. Neurosci. Rev. Neurosci. 22, 3–4.

Gerlai, R., Chatterjee, D., Pereira, T., Sawashima, T., Krishnannair, R., 2009. Acute andchronic alcohol dose: population differences in behavior and neurochemistry ofzebrafish. Genes Brain Behav. 8, 586–599.

Gerlai, R., Lee, V., Blaser, R., 2006. Effects of acute and chronic ethanol exposure on the be-havior of adult zebrafish (Danio rerio). Pharmacol. Biochem. Behav. 85, 752–761.

Good, M.A., Barnes, P., Staal, V., McGregor, A., Honey, R.C., 2007. Context- but notfamiliarity-dependent forms of object recognition are impaired following excitotoxichippocampal lesions in rats. Behav. Neurosci. 121, 218–223.

Gould, T.J., 2010. Addiction and cognition. Addict. Sci. Clin. Pract. 5, 4–14.Gupta, P., Khobragade, S.B., Shingatgeri, V.M., Rajaram, S.M., 2014. Assessment of locomo-

tion behavior in adult zebrafish after acute exposure to different pharmacological ref-erence compounds. Drug Dev. Ther. 5, 127–133.

Hamilton, D.A., Kodituwakku, P., Sutherland, R.J., Savage, D.D., 2003. Children with fetalalcohol syndrome are impaired at place learning but not cued-navigation in a virtualMorris water task. Behav. Brain Res. 143, 85–94.

Heinz, A.J., de Wit, H., Lilje, T.C., Kassel, J.D., 2013. The combined effects of alcohol, caf-feine, and expectancies on subjective experience, impulsivity, and risk-taking. Exp.Clin. Psychopharmacol. 21, 222–234.

Holzschuh, J., Ryu, S., Aberger, F., Driever,W., 2001. Dopamine transporter expression dis-tinguishes dopaminergic neurons from other catecholaminergic neurons in the de-veloping zebrafish embryo. Mech. Dev. 101, 237–243.

Jones, H.E., Herning, R.I., Cadet, J.L., Griffiths, R.R., 2000. Caffeine withdrawal increases ce-rebral blood flow velocity and alters quantitative electroencephalography (EEG) ac-tivity. Psychopharmacology 147, 371–377.

Kalueff, A.V., Stewart, A.M., Gerlai, R., 2014. Zebrafish as an emerging model for studyingcomplex brain disorders. Trends Pharmacol. Sci. 35, 63–75.

Kang, M.H., Spigelman, I., Olsen, R.W., 1998. Alteration in the sensitivity ofGABA(A) receptors to allosteric modulatory drugs in rat hippocampus after chronicintermittent ethanol treatment. Alcohol. Clin. Exp. Res. 22, 2165–2173.

Kaslin, J., 2004. The orexin/hypocretin system in zebrafish is connected to the aminergicand cholinergic systems. J. Neurosci. 24, 2678–2689.

Kaslin, J.A.N., Panula, P., 2001. Comparative anatomy of the histaminergic and otheraminergic systems in zebrafish (Danio rerio). J. Comp. Neurol. 377, 342–377.

Khaliq, S., Haider, S., Naqvi, F., Perveen, T., Saleem, S., Haleem, D.J., 2012. Altered brain se-rotonergic neurotransmission following caffeine withdrawal produces behavioraldeficits in rats. Pak. J. Pharm. Sci. 25, 21–25.

Klee, E.W., Schneider, H., Clark, K.J., Cousin, M.A., Ebbert, J.O., Hooten, W.M., Karpyak, V.M.,Warner, D.O., Ekker, S.C., 2012. Zebrafish: a model for the study of addiction genetics.Hum. Genet. 131, 977–1008.

Kolb, B., Whishaw, I.Q., 1998. Brain plasticity and behavior. Annu. Rev. Psychol. 49, 43–64.Lozano, R.P., García, Y.A., Tafalla, D.B., Albaladejo, M.F., 2007. Cafeína: un nutriente, un

fármaco, o una droga de abuso. Adicciones Rev. Socidrogalcohol. 19, pp. 225–238.Luchiari, A.C., Chacon, D.M., Oliveira, J.J., 2015a. Dose-dependent effects of alcohol on

seeking behavior and memory in the fish Betta splendens. 8 pp. 143–154.Luchiari, A.C., Salajan, D.C., Gerlai, R., 2015b. Acute and chronic alcohol administration:

effects on performance of zebrafish in a latent learning task. Behav. Brain Res. 282,76–83.

Lucon-Xiccato, T., Dadda, M., 2014. Assessingmemory in zebrafish using the one-trial test.Behav. Process. 106, 1–4.

Malec, D., Michalska, E., Pikulicka, J., 1995. Influence of adenosinergic drugs on ethanolwithdrawal syndrome in rats. Pol. J. Pharmacol. 48, 583–588.

Marczinski, C.A., 2011. Alcohol mixed with energy drinks: consumption patterns and mo-tivations for use in U.S. college students. Int. J. Environ. Res. Public Health 8,3232–3245.

Marin, M.T., Zancheta, R., Paro, A.H., Possi, A.P., Cruz, F.C., Planeta, C.S., 2011. Comparisonof caffeine-induced locomotor activity between adolescent and adult rats. Eur.J. Pharmacol. 660, 363–367.

Martinotti, G., Di Nicola, M., Reina, D., Andreoli, S., Focà, F., Cunniff, A., Tonioni, F., Bria, P.,Janiri, L., 2008. Alcohol protracted withdrawal syndrome: the role of anhedonia.Subst. Use Misuse 43, 271–284.

Mathur, P., Lau, B., Guo, S., 2011. Conditioned place preference behavior in zebrafish. Nat.Protoc. 6, 338–345.

McLean, D.L., Fetcho, J.R., 2004. Ontogeny and innervation patterns of dopaminergic, nor-adrenergic, and serotonergic neurons in larval zebrafish. J. Comp. Neurol. 480, 38–56.

Mueller, T., Vernier, P., Wullimann, M.F., 2004. The adult central nervous cholinergicsystem of a neurogenetic model animal, the zebrafish Danio rerio. Brain Res. 1011,156–169.

Mumby, D.G., Glenn, M.J., Nesbitt, C., Kyriazis, D.A., 2002. Dissociation in retrogrademem-ory for object discriminations and object recognition in rats with perirhinal cortexdamage. Behav. Brain Res. 132, 215–226.

Naimi, T.S., Brewer, R.D., Mokdad, A., Denny, C., Serdula, M.K., Marks, J.S., 2003. Bingedrinking among US adults. JAMA 289, 70–75.

Nam, R.H., Kim, W., Lee, C.J., 2004. NMDA receptor-dependent long-term potentiation inthe telencephalon of the zebrafish. Neurosci. Lett. 370, 248–251.

Nehlig, A., Boyet, S., 2000. Dose–response study of caffeine effects on cerebral functionalactivity with a specific focus on dependence. Brain Res. 858, 71–77.

Norman, A.L., Crocker, N., Mattson, S.N., Riley, E.P., 2009. Neuroimaging and fetal alcoholspectrum disorders. Dev. Disabil. Res. Rev. 15, 209–217.

Oliveira, J., Silveira, M., Chacon, D., Luchiari, A., 2015. The zebrafish world of colors andshapes: preference and discrimination. Zebrafish 12, 166–173.

Parker, M.O., Annan, L.V., Kanellopoulos, A.H., Brock, A.J., Combe, F.J., Baiamonte, M., The,M.-T., Brennan, C.H., 2014. The utility of zebrafish to study the mechanisms by whichethanol affects social behavior and anxiety during early brain development. Prog.Neuro-Psychopharmacol. Biol. Psychiatry 55, 94–100.

Piepponen, T.P., Kiianmaa, K., Ahtee, L., 2002. Effects of ethanol on the accumbal output ofdopamine, GABA and glutamate in alcohol-tolerant and alcohol-nontolerant rats.Pharmacol. Biochem. Behav. 74, 21–30.

Prat, G., Adan, A., Sánchez-Turet, M., 2009. Alcohol hangover: a critical review of explan-atory factors Gemma. Hum. Psychopharmacol. Clin. Exp. 24, 259–267.

Prober, D.A., Rihel, J., Onah, A.A., Sung, R.-J., Schier, A.F., 2006. Hypocretin/orexin overex-pression induces An insomnia-like phenotype in zebrafish. J. Neurosci. 26,13400–13410.

Quoilin, C., Didone, V., Tirelli, E., Quertemont, E., 2013. Chronic tolerance to ethanol-induced sedation: implication for age-related differences in locomotor sensitization.Alcohol 47, 317–322.

Rodriguez, R.S., Haugen, R., Rueber, A., Huang, C.C., 2014. Reversible neuronal andmuscu-lar toxicity of caffeine in developing vertebrates. Comp. Biochem. Physiol. C Toxicol.Pharmacol. 163, 47–54.

Rogers, P.J., Heatherley, S.V., Mullings, E.L., Smith, J.E., 2013. Faster but not smarter: effectsof caffeine and caffeine withdrawal on alertness and performance. Psychopharmacol-ogy 226, 229–240.

Roseribloom, M.J., Pfefferbaum, A., Sullivan, E.V., 2004. Recovery of short-term memoryand psychomotor speed but not postural stability with long-term sobriety in alcohol-ic women. Neuropsychology 18, 589.

Satel, S., 2006. Is caffeine addictive?—a review of the literature. Am. J. Drug Alcohol Abuse32, 493–502.

Savage, L.M., Candon, P.M., Hohmann, H.L., 2000. Alcohol induced brain pathology and be-havioral dysfunction: using an animal model To examine sex differences. Alcohol.Clin. Exp. Res. 24, 465–475.

Sison, M., Gerlai, R., 2010. Associative learning in zebrafish (Danio rerio) in the plus maze.Behav. Brain Res. 207, 99–104.

Solinas, M., Ferré, S., You, Z.-B., Karcz-Kubicha, M., Popoli, P., Goldberg, S.R., 2002. Caffeineinduces dopamine and glutamate release in the shell of the nucleus accumbens.J. Neurosci. 22, 6321–6324.

Spinetta, M.J., Woodlee, M.T., Feinberg, L.M., Stroud, C., Schallert, K., Cormack, L.K.,Schallert, T., 2008. Alcohol-induced retrograde memory impairment in rats: preven-tion by caffeine. Psychopharmacology 201, 361–371.

Steenbergen, P.J., Richardson, M.K., Champagne, D.L., 2011. Patterns of avoidance behav-iours in the light/dark preference test in young juvenile zebrafish: A pharmacologicalstudy. Behav. Brain Res. 222, 15–25.

Striley, C.L.W., Griffiths, R.R., Cottler, L.B., 2011. Evaluating dependence criteria for caf-feine. J. Caffeine Res. 1, 219–225.

Tran, S., Gerlai, R., 2013. Time-course of behavioural changes induced by ethanol inzebrafish (Danio rerio). Behav. Brain Res. 252, 204–213.

Tran, S., Nowicki, M., Chatterjee, D., Gerlai, R., 2015. Acute and chronic ethanol ex-posure differentially alters alcohol dehydrogenase and aldehyde dehydrogenaseactivity in the zebrafish liver. Prog. Neuro-Psychopharmacol. Biol. Psychiatry 56,221–226.

Tsai, G., Gastfriend, D.R., Coyle, J.T., 1995. The glutamatergic basis of human alcoholism.Am. J. Psychiatry 152, 332.

Uecker, A., Nadel, L., 1996. Spatial locations gone awry: object and spatial memory deficitsin children with fetal alcohol syndrome. Neuropsychologia 34, 209–223.

Welsh, L., Tanguay, R.L., Svoboda, K.R., 2009. Uncoupling nicotine mediated motoneuronaxonal pathfinding errors and muscle degeneration in zebrafish. Toxicol. Appl.Pharmacol. 237, 29–40.

Willoughby, K.A., Sheard, E.D., Nash, K., Rovet, J., 2008. Effects of prenatal alcohol expo-sure on hippocampal volume, verbal learning, and verbal and spatial recall in latechildhood. J. Int. Neuropsychol. Soc. 14, 1022–1033.

Wills, T.A., Knapp, D.J., Overstreet, D.H., Breese, G.R., 2009. Sensitization, duration, andpharmacological blockade of anxiety-like behavior following repeated ethanol with-drawal in adolescent and adult rats. Alcohol. Clin. Exp. Res. 33, 455–463.

Wu, L.-T., Pan, J.-J., Blazer, D.G., Tai, B., Brooner, R.K., Stitzer, M.L., Patkar, A.A., Blaine, J.D.,2009. The construct and measurement equivalence of cocaine and opioid depen-dences: a National Drug Abuse Treatment Clinical Trials Network (CTN) study. DrugAlcohol Depend. 103, 114–123.

Xu, X., Bazner, J., Qi, M., Johnson, E., Freidhoff, R., 2003. The role of telencephalic NMDAreceptors in avoidance learning in goldfish (Carassius auratus). Behav. Neurosci.117, 548–554.

Luana
Textbox
65
Page 68: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

66

Conclusões gerais

O tipo de consumo de álcool e cafeína, se agudo ou crônico, e a dose consumida afetam a

atividade locomotora e desempenho cognitivo do peixe paulistinha.

A exposição aguda a dose média de álcool não provoca alterações na atividade locomotora,

mas causa prejuízos cognitivos, enquanto a exposição aguda a dose alta e abstinência de

álcool diminuem padrões locomotores e aumentam o comportamento tipo-ansioso, além de

promoverem prejuízos cognitivos.

A exposição crônica à dose média e exposição aguda à mesma dose de cafeína aumentam

os padrões locomotores, mas diminuem o comportamento tipo-ansioso, enquanto o uso agudo

de dose elevada de cafeína causa resposta ansiogênica.

A abstinência da cafeína é prejudicial ao peixe paulistinha, promove resposta de ansiedade

e interfere na capacidade de discriminação em teste cognitivo.

A dose média de cafeína consumida após a cessação do uso continuado de álcool estimula

a resposta locomotora, o que não acontece com a dose elevada de cafeína. Ademais, a dose

moderada de cafeína permite desempenho cognitivo em tarefa de discriminação de objetos,

enquanto a dose elevada não auxilia na cognição e provoca mortalidade aumentada. Assim,

apenas a dose média de cafeína parece reverter os efeitos deletérios da síndrome de

abstinência alcoólica.

Doses elevadas de álcool usadas na abstinência de cafeína não afetam o comportamento

tipo-ansioso, mas diminuem padrões locomotores (resposta menos acentuada para a dose

média de álcool). Quanto à resposta cognitiva, tanto a dose média quanto a dose alta de álcool

impedem o reconhecimento de objetos.

Page 69: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

67

Referências

Abreu, R. V., Silva-Oliveira, E. M., Moraes, M. F. D., Pereira, G. S., & Moraes-Santos, T.

(2011). Chronic coffee and caffeine ingestion effects on the cognitive function and

antioxidant system of rat brains. Pharmacology Biochemistry and Behavior, 99(4), 659–

664. http://doi.org/10.1016/j.pbb.2011.06.010

Amouretti, M.C., McGovern, P. E., Fleming, S. J., Katz, S. H., Murray, O., & Tecusan, M.

(1999). The Origins and Ancient History of Wine. JSTOR.

Bahls, F. C., & Bahls, S. C. (2002). Cocaína: origens, passado e presente. Interação Em

Psicologia, 6(2).

Baraona, E. (2000). Site and Quantitative Importance of Alcohol First Pass Metabolism.

Alcoholism: Clinical and Experimental Research, 24(4), 405–406.

Brady, M. L., Allan, A. M., & Caldwell, K. K. (2013). A Limited Access Mouse Model of

Prenatal Alcohol Exposure that produces long-lasting deficts in hippocampal-dependent

learning and memory ;, 36(3), 457–466.

Brundtland, G. H. (2000). Mental health in the 21st century. Bulletin of the World Health

Organization, 78(4), 411.

Brunton, L. L., Chabner, B. A., & Knollman, B. B. (2012). As bases farmacológicas da

terapêutica de Goodman & Gilman. AMGH: São Paulo, Brazil.

Brys, I., Pupe, S., & Bizarro, L. (2014). Attention, locomotor activity and developmental

milestones in rats prenatally exposed to ethanol. International Journal of Developmental

Neuroscience, 38, 161–168.

Bucher, R., & Olievenstein, C. (1992). Drogas e drogadição no Brasil. Artes Médicas Porto

Alegre.

Cachat, J., Canavello, P., Elegante, M., Bartels, B., Hart, P., Bergner, C., & Kalueff, A. V.

(2010). Modeling withdrawal syndrome in zebrafish. Behavioural Brain Research,

208(2), 371–376.

Carneiro, H. S. (2005). Comida e sociedade: significados sociais na história da alimentação.

História Questões & Debates, 42.

Chacon, D. M., & Luchiari, A. C. (2014). A dose for the wiser is enough: The alcohol

benefits for associative learning in zebrafish. Progress in Neuro-Psychopharmacology

and Biological Psychiatry, 53, 109–115.

Collier, A. D., Khan, K. M., Caramillo, E. M., Mohn, R. S., & Echevarria, D. J. (2014).

Zebrafish and conditioned place preference: A translational model of drug addiction.

Page 70: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

68

Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry, 55, 16–25.

Cunha, R. A., & Agostinho, P. M. (2010). Chronic caffeine consumption prevents memory

disturbance in different animal models of memory decline. Journal of Alzheimer’s

Disease : JAD, 20 Suppl 1, S95–116.

Cuppari, L. (2002). Nutrição clínica no adulto. São Paulo: Editora Manole.

Aguiar, R. A., Turnes, T., Cardoso, T. E., Vasconcelos, D. I. C., & Caputo, F. (2011). Efeito

da ingestão de cafeína em diferentes tarefas de tempo de reação. Revista Brasileira de

Ciências Do Esporte, 34(2).

Groef, L., Dekeyster, E., & Moons, L. (2015). The zebrafish as a gerontology model in

nervous system aging, disease, and repair. Ageing Research Reviews, 24, 358–368.

DeLucia, R., Cruz, F. C., Marin, M. T., & Planeta, C. S. (2006). Capítulo 30 Etanol.

Dependência e Abuso. Farmacologia Integrada, 304.

Devaud, L. L., Fritschy, J., Sieghart, W., & Morrow, A. L. (1997). Bidirectional alterations of

GABAA receptor subunit peptide levels in rat cortex during chronic ethanol

consumption and withdrawal. Journal of Neurochemistry, 69(1), 126–130.

Duester, G., Farrés, J., Felder, M. R., Holmes, R. S., Höög, J.O., Parés, X., & Jörnvall, H.

(1999). Recommended nomenclature for the vertebrate alcohol dehydrogenase gene

family. Biochemical Pharmacology, 58(3), 389–395.

Dutra de Oliveira, J. E., & Marchini, J. S. (2003). Ciências nutricionais. In Ciências

nutricionais. Sarvier.

Edenberg, H. J. (2007). The genetics of alcohol metabolism: role of alcohol dehydrogenase

and aldehyde dehydrogenase variants. Alcohol Research & Health.

Edwards, J. G., & Michel, W. C. (2002). Odor stimulated glutamatergic neurotransmission in

the zebrafish olfactory bulb. Journal of Comparative Neurology, 454(3), 294–309.

Egan, R. J., Bergner, C. L., Hart, P. C., Cachat, J. M., Canavello, P. R., Elegante, M. F., &

Kalueff, A. V. (2009). Understanding behavioral and physiological phenotypes of stress

and anxiety in zebrafish. Behavioural Brain Research, 205(1), 38–44.

Engeszer, R. E., Patterson, L. B., Rao, A. A., & Parichy, D. M. (2007). Zebrafish in the wild:

a review of natural history and new notes from the field. Zebrafish, 4(1), 21–40.

Ferreira, S. E., Mello, M. T., Pompeia, S., & de Souza-Formigoni, M. L. O. (2006). Effects of

Energy Drink Ingestion on Alcohol Intoxication. Alcoholism: Clinical and Experimental

Research, 30(4), 598–605.

Ferreira, S. E., Hartmann Quadros, I. M., Trindade, Á. a., Takahashi, S., Koyama, R. G., &

Page 71: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

69

Souza-Formigoni, M. L. O. (2004). Can energy drinks reduce the depressor effect of

ethanol? An experimental study in mice. Physiology and Behavior, 82(5), 841–847.

Forman, S. a, Chou, J., & Strichartz, G. R. (2009). Farmacologia da Neurotransmissão

Gabaérgica. Princípios de Farmacologia, 146–165.

Fredholm, B. B., Bättig, K., Holmén, J., Nehlig, A., & Zvartau, E. E. (1999). Actions of

caffeine in the brain with special reference to factors that contribute to its widespread

use. Pharmacological Reviews, 51(1), 83–133.

Fredholm, B. B., Ijzerman, A. P., Jacobson, K. A., Klotz, K. N., & Linden, J. (2001).

International Union of Pharmacology. XXV. Nomenclature and classification of

adenosine receptors. Pharmacological Reviews, 53(4), 527–552.

Freund, G., & Anderson, K. J. (1996). Glutamate receptors in the frontal cortex of alcoholics.

Alcoholism: Clinical and Experimental Research, 20(7), 1165–1172.

Gebauer, D. L., Pagnussat, N., Piato, Â. L., Schaefer, I. C., Bonan, C. D., & Lara, D. R.

(2011). Effects of anxiolytics in zebrafish: Similarities and differences between

benzodiazepines, buspirone and ethanol. Pharmacology Biochemistry and Behavior,

99(3), 480–486.

Gerlai, R., Lahav, M., Guo, S., & Rosenthal, A. (2000). Drinks like a fish: zebra fish (Danio

rerio) as a behavior genetic model to study alcohol effects. Pharmacology Biochemistry

and Behavior, 67(4), 773–782.

Gold, M. S. (1993). Cocaine (Vol. 3). Springer Science & Business Media.

Goldsmith, P. (2004). Zebrafish as a pharmacological tool: the how, why and when. Current

Opinion in Pharmacology, 4(5), 504–512.

Griffiths, R. R., Bigelow, G. E., Liebson, I. A., O’Keeffe, M., O’Leary, D., & Russ, N.

(1986). Human coffee drinking: Manipulation of concentration and caffeine dose.

Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 45(2), 133–148.

Griffiths, R. R., & Woodson, P. P. (1988). Reinforcing effects of caffeine in humans. Journal

of Pharmacology and Experimental Therapeutics, 246(1), 21–29.

Gupta, P., Khobragade, S. B., Shingatgeri, V. M., & Rajaram, S. M. (2014). Assessment of

locomotion behavior in adult Zebrafish after acute exposure to different pharmacological

reference compounds. Drug Development and Therapeutics, 5(2), 127–133.

Heinz, A. J., de Wit, H., Lilje, T. C., & Kassel, J. D. (2013). The combined effects of alcohol,

caffeine, and expectancies on subjective experience, impulsivity, and risk-taking.

Experimental and Clinical Psychopharmacology, 21(3), 222–34.

Page 72: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

70

Heishman, S. J., & Henningfield, J. E. (1992). Stimulus functions of caffeine in humans:

relation to dependence potential. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 16(3), 273–

287.

Hoffman, P. L., Lorio, K. R., Snell, L. D., & Tabakoff, B. (1995). Attenuation of Glutamate

Induced Neurotoxicity in Chronically Ethanol Exposed Cerebellar Granule Cells by

NMDA Receptor Antagonists and Ganglioside GM1. Alcoholism: Clinical and

Experimental Research, 19(3), 721–726.

Howe, K., Clark, M. D., Torroja, C. F., Torrance, J., Berthelot, C., Muffato, M., & Matthews,

L. (2013). The zebrafish reference genome sequence and its relationship to the human

genome. Nature, 496(7446), 498–503.

Hu, P., Liu, M., Zhang, D., Wang, J., Niu, H., Liu, Y., Shen, Y. (2015). Global identification

of the genetic networks and cis-regulatory elements of the cold response in zebrafish.

Nucleic Acids Research, 43(19), 9198–9213.

Hughes, R. N. (2011). Adult anxiety-related behavior of rats following consumption during

late adolescence of alcohol alone and in combination with caffeine. Elsevier: Alcohol

(Fayetteville, N.Y.), 45(4), 365–72.

Jerlhag E, Landgren S, Egecioglu E, Dickson SL, E. J. (2011). The alcohol-induced

locomotor stimulation and accumbal dopamine release is suppressed in ghrelin knockout

mice., 45(4), 341–347.

Kandel, E. R., & Schwartz, J. H. I. J. (2001). Principios de neurociência. Madrid: McGraw-

Hill Interamericana.

Silverman, K., Evans, S. M., Strain, Eric C., Griffhts, R. R. (1994). Caffeine dependence

syndrome: evidence from case histories and experimental evaluations. Jama, 272(13),

1043–1048.

Killer, S. C., Blannin, A. K., & Jeukendrup, A. E. (2014). No evidence of dehydration with

moderate daily coffee intake: a counterbalanced cross-over study in a free-living

population. PloS One, 9(1), e84154.

Kimmel, C. B., Ballard, W. W., Kimmel, S. R., Ullmann, B., & Schilling, T. F. (1995). Stages

of embryonic development of the zebrafish. Developmental Dynamics : An Official

Publication of the American Association of Anatomists, 203(3), 253–310.

Kishi, S. (2011). The search for evolutionary developmental origins of aging in zebrafish: a

novel intersection of developmental and senescence biology in the zebrafish model

system. Birth Defects Research Part C: Embryo Today: Reviews, 93(3), 229–248.

Page 73: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

71

Kumar, V. (2013). Adenosine as an endogenous immunoregulator in cancer pathogenesis:

where to go? Purinergic Signalling, 9(2), 145–165.

Ladu, F., Mwaffo, V., Li, J., Macrì, S., & Porfiri, M. (2015). Acute caffeine administration

affects zebrafish response to a robotic stimulus. Behavioural Brain Research, 289, 48–

54.

Lieber, C. S. (2000). Alcohol and the liver: metabolism of alcohol and its role in hepatic and

extrahepatic diseases. The Mount Sinai Journal of Medicine, New York, 67(1), 84–94.

Lim, R. T., Gentry, R. T., Ito, D., Yokoyama, H., Baraona, E., & Lieber, C. S. (1993).

First‐Pass Metabolism of Ethanol Is Predominantly Gastric. Alcoholism: Clinical and

Experimental Research, 17(6), 1337–1344.

Longhi, M. S., Robson, S. C., Bernstein, S. H., Serra, S., & Deaglio, S. (2013). Biological

functions of ecto-enzymes in regulating extracellular adenosine levels in neoplastic and

inflammatory disease states. Journal of Molecular Medicine, 91(2), 165–172.

Lovinger, D. M. (1993). Excitotoxicity and Alcohol‐Related Brain Damage. Alcoholism:

Clinical and Experimental Research, 17(1), 19–27.

Lu, J.W., Ho, Y.J., Yang, Y.J., Liao, H.A., Ciou, S.C., Lin, L.I., & Ou, D.L. (2015). Zebrafish

as a disease model for studying human hepatocellular carcinoma. World Journal of

Gastroenterology, 21(42), 12042.

Luchiari, A. C., Chacon, D. M., & Oliveira, J. J. (2015). Dose-Dependent Effects of Alcohol

on Seeking Behavior and Memory in the Fish Betta splendens, 8(1), 143–154.

Ma, P. M. (2003). Catecholaminergic systems in the zebrafish. IV. Organization and

projection pattern of dopaminergic neurons in the diencephalon. Journal of Comparative

Neurology, 460(1), 13–37.

MacRae, E. (2001). Antropologia: aspectos sociais, culturais e ritualísticos. Dependência de

Drogas, 25–34.

Magkos, F., & Kavouras, S. A. (2005). Caffeine use in sports, pharmacokinetics in man, and

cellular mechanisms of action. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 45(7-8),

535–562.

Marczinski, C. A. (2011). Alcohol mixed with energy drinks: Consumption patterns and

motivations for use in U.S. college students. International Journal of Environmental

Research and Public Health, 8(8), 3232–3245.

Maximino, C., da Silva, A. W. B., Gouveia, A., & Herculano, A. M. (2011). Pharmacological

analysis of zebrafish (Danio rerio) scototaxis. Progress in Neuro-Psychopharmacology

Page 74: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

72

and Biological Psychiatry, 35(2), 624–631.

Merlin, M. D. (2003). Archaeological evidence for the tradition of psychoactive plant use in

the old world. Economic Botany, 57(3), 295–323.

Metscher, B. D., & Ahlberg, P. E. (1999). Zebrafish in context: uses of a laboratory model in

comparative studies. Developmental Biology, 210(1), 1–14.

Moreau, R. L. de M. (1996). Fármacos e drogas que causam dependência. In Fundamentos de

toxicologia (pp. 231–240). Atheneu.

Murad, J. E. (1996). Maconha: a toxicidade silenciosa. In Maconha: a toxicidade silenciosa.

O Lutador.

Nam, R. H., Kim, W., & Lee, C. J. (2004). NMDA receptor-dependent long-term potentiation

in the telencephalon of the zebrafish. Neuroscience Letters, 370(2-3), 248–251.

Nazario, L. R., Antonioli, R., Capiotti, K. M., Hallak, J. E. C., Zuardi, A. W., Crippa, J. A. S.,

Silva, R. S. (2015). Caffeine protects against memory loss induced by high and non-

anxiolytic dose of cannabidiol in adult zebrafish (Danio rerio). Pharmacology

Biochemistry and Behavior, 135, 210–216.

Niihori, M., Platto, T., Igarashi, S., Hurbon, A., Dunn, A. M., Tran, P., Jacob, A. (2015).

Zebrafish swimming behavior as a biomarker for ototoxicity-induced hair cell damage: a

high-throughput drug development platform targeting hearing loss. Translational

Research, 166(5), 440–450.

Nishimura, Y., Okabe, S., Sasagawa, S., Murakami, S., Ashikawa, Y., Yuge, M., … Tanaka,

T. (2015). Pharmacological profiling of zebrafish behavior using chemical and genetic

classification of sleep-wake modifiers. Frontiers in Pharmacology, 6.

Norberg, Å., Jones, A. W., Hahn, R. G., & Gabrielsson, J. L. (2003). Role of variability in

explaining ethanol pharmacokinetics. Clinical Pharmacokinetics, 42(1), 1–31.

O’Brien, M. C., McCoy, T. P., Rhodes, S. D., Wagoner, A., & Wolfson, M. (2008).

Caffeinated cocktails: Energy drink consumption, high-risk drinking, and alcohol-related

consequences among college students. Academic Emergency Medicine, 15(5), 453–460.

Oteri, A., Salvo, F., Caputi, A. P., & Calapai, G. (2007). Intake of energy drinks in

association with alcoholic beverages in a cohort of students of the School of Medicine of

the University of Messina. Alcoholism: Clinical and Experimental Research, 31(10),

1677–1680.

Peng, J., Zhang, J., & Meng, A. (2012). The tiny zebrafish keep swimming fast in the

developmental biology pond. Journal of Genetics and Genomics, 39(9), 419–420.

Page 75: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

73

Pratta, E. M. M., & Santos, M. A. dos. (2009). O processo saúde-doença e a dependência

química: interfaces e evolução. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 25(2), 203–211.

Purcell, N. (2003). The way we used to eat: diet, community, and history at Rome. American

Journal of Philology, 124(3), 329–358.

Purves, D., Augustine, G. J., Fitzpatrick, D., Hall, W. C., LAMANTIA, A. S., McNamara, J.

O., & White, L. E. (2010). Neurociências. 4a. edição. Porto Alegre: Artmed.

Rang, H. P., Dale, M. M., Ritter, J. M., & Flower, R. J. (2007). Farmacologia. 6a edição.

Tradutores: Patrícia Lydie Voeux.

Reimers, M. J., Hahn, M. E., & Tanguay, R. L. (2004). Two zebrafish alcohol

dehydrogenases share common ancestry with mammalian class I, II, IV, and V alcohol

dehydrogenase genes but have distinct functional characteristics. Journal of Biological

Chemistry, 279(37), 38303–38312.

Renier, C., Faraco, J. H., Bourgin, P., Motley, T., Bonaventure, P., Rosa, F., & Mignot, E.

(2007). Genomic and functional conservation of sedative-hypnotic targets in the

zebrafish. Pharmacogenetics and Genomics, 17(4), 237–253.

Richardson, N. J., Rogers, P. J., Elliman, N. A., & O’Dell, R. J. (1995). Mood and

performance effects of caffeine in relation to acute and chronic caffeine deprivation.

Pharmacology Biochemistry and Behavior, 52(2), 313–320.

Rink, E., & Guo, S. (2004). The too few mutant selectively affects subgroups of

monoaminergic neurons in the zebrafish forebrain. Neuroscience, 127(1), 147–154.

Rosenzweig, M. (1998). Les drogues dans l’histoire: entre remède et poison: archéologie

d'un savoir oublié. De Boeck Supérieur.

Rubinstein, A. L. (2003). Zebrafish: from disease modeling to drug discovery. Current

Opinion in Drug Discovery and Development, 6(2), 218–223.

Rubinstein, A. L. (2006). Zebrafish assays for drug toxicity screening. Expert Opinion on

Drug Metabolism & Toxicology, 2(2), 231–240.

Samson, H. H., & Harris, R. A. (1992). Neurobiology of alcohol abuse. Trends in

Pharmacological Sciences, 13, 206–211.

Sanna, E., Serra, M., Cossu, A., Colombo, G., Follesa, P., Cuccheddu, T., Biggio, G. (1993).

Chronic ethanol intoxication induces differential effects on GABAA and NMDA

receptor function in the rat brain. Alcoholism: Clinical and Experimental Research,

17(1), 115–123.

Santos, L. C., Oliveira, J. R., Oliveira, J. J., Silva, P. F., & Luchiari, A. C. (2016). Irish

Page 76: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

74

coffee: Effects of alcohol and caffeine on object discrimination in zebrafish.

Pharmacology Biochemistry and Behavior, 143, 34-43

Schuckit, M. A. (2006a). Comorbidity between substance use disorders and psychiatric

conditions. Addiction, 101(s1), 76–88.

Schuckit, M. A. (2006b). Drug and alcohol abuse: A clinical guide to diagnosis and

treatment. Springer Science & Business Media.

Seibel, S. D., & Toscano Junior, A. (2001). Dependência de drogas. In Dependência de

drogas. Atheneu.

Seidl, E. M. F., Costa, L. F., & Sudbrack, M. F. O. (1999). As drogas na atualidade.

Prevenção Ao Uso Indevido de Drogas: Diga Sim à Vida. Brasília: Secretaria Nacional

Antidrogas/Universidade de Brasília, 15–22.

Seto, S. W., Kiat, H., Lee, S. M. Y., Bensoussan, A., Sun, Y.-T., Hoi, M. P. M., & Chang, D.

(2015). Zebrafish models of cardiovascular diseases and their applications in herbal

medicine research. European Journal of Pharmacology, 768, 77–86.

Shah, A. N., Davey, C. F., Whitebirch, A. C., Miller, A. C., & Moens, C. B. (2015). Rapid

reverse genetic screening using CRISPR in zebrafish. Nature Methods, 12(6), 535–540.

Sheth, S., Brito, R., Mukherjea, D., Rybak, L., & Ramkumar, V. (2014). Adenosine

Receptors: Expression, Function and Regulation. International Journal of Molecular

Sciences, 15(2), 2024–2052.

Silveira, T. R., Schneider, A. C., Hammes, T. O., Panula, P., Chen, Y. C., Priyadarshini, M.,

Westerfield, M. (2002). The comparative neuroanatomy and neurochemistry of zebrafish

CNS systems of relevance to human neuropsychiatric diseases. Neurobiology of Disease,

3(1), 4–5.

Smith, G. B., & Olsen, R. W. (1995). Functional domains of GABAA receptors . Trends

Pharmacol Sci, 16, 162–168.

Spinetta, M. J., Woodlee, M. T., Feinberg, L. M., Stroud, C., Schallert, K., Cormack, L. K., &

Schallert, T. (2008). Alcohol-induced retrograde memory impairment in rats: Prevention

by caffeine. Psychopharmacology, 201(3), 361–371.

Steenbergen, P. J., Richardson, M. K., & Champagne, D. L. (2011). Patterns of avoidance

behaviours in the light/dark preference test in young juvenile zebrafish: A

pharmacological study. Behavioural Brain Research, 222(1), 15–25.

Thombs, D. L., O’Mara, R. J., Tsukamoto, M., Rossheim, M. E., Weiler, R. M., Merves, M.

L., & Goldberger, B. A. (2010). Event-level analyses of energy drink consumption and

Page 77: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

75

alcohol intoxication in bar patrons. Addictive Behaviors, 35(4), 325–30.

http://doi.org/10.1016/j.addbeh.2009.11.004

Tran, S., & Gerlai, R. (2013). Time-course of behavioural changes induced by ethanol in

zebrafish (Danio rerio). Behavioural Brain Research, 252, 204–213.

Trevisanato, S. I., & Kim, Y. I. (2000). Tea and health. Nutrition Reviews, 58(1), 1–10.

Tuma, D. J. (2002). Role of malondialdehyde-acetaldehyde adducts in liver injury 1, 2. Free

Radical Biology and Medicine, 32(4), 303–308.

Woods, I. G., Kelly, P. D., Chu, F., Ngo-Hazelett, P., Yan, Y.-L., Huang, H., Talbot, W. S.

(2000). A comparative map of the zebrafish genome. Genome Research, 10(12), 1903–

1914.

World Health Organization. (2014). Global status report on alcohol and health 2014. Global

Status Report on Alcohol, 1–392.

http://doi.org//entity/substance_abuse/publications/global_alcohol_report/en/index.html

Wu, L.T., Pan, J.J., Blazer, D. G., Tai, B., Brooner, R. K., Stitzer, M. L., Blaine, J. D. (2009).

The construct and measurement equivalence of cocaine and opioid dependences: a

National Drug Abuse Treatment Clinical Trials Network (CTN) study. Drug and Alcohol

Dependence, 103(3), 114–123.

Zakhari, S. (2006). Overview: how is alcohol metabolized by the body? Alcohol Research &

Health.

Zimatkin, S. M., & Deitrich, R. A. (1997). Ethanol metabolism in the brain. Addiction

Biology, 2(4), 387–400.

Page 78: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

UFRN – Campus Universitário – Centro de Biociências Celular Institucional (Claro): 9229-6491 Av. Salgado Filho, S/N – CEP: 59072-970 – Natal/RN e-mail: [email protected]

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS - CEUA

PROTOCOLO N.º 045/2015

Professor/Pesquisador: ANA CAROLINA LUCHIARI

Natal (RN), 02 de setembro 2015.

Certificamos que o projeto intitulado “Mudanças comportamentais causadas pela

administração de álcool e cafeína em peixe paulistinha (Danio rerio)”, protocolo 045/2015,

sob a responsabilidade de ANA CAROLINA LUCHIARI, que envolve a produção, manutenção

e/ou utilização de animais pertencentes ao filo Chordata, subfilo Vertebrata (exceto o homem),

para fins de pesquisa científica encontra-se de acordo com os preceitos da Lei n.º 11.794, de 8

de outubro de 2008, do Decreto n.º 6.899, de 15 de julho de 2009, e com as normas editadas

pelo Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA), e foi aprovado

pela COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte – CEUA/UFRN, em reunião de 02 de setembro de 2015.

Vigência do Projeto FEVEREIRO 2016

Número de Animais 100

Espécie/Linhagem Peixes (Danio rerio)

Peso/Idade 0,5g / 5 meses

Sexo Machos e Fêmeas

Origem Adquiridos em comércio local

Informamos ainda que, segundo o Cap. 2, Art. 13 do Regimento, é função do

professor/pesquisador responsável pelo projeto a elaboração de relatório de

acompanhamento que deverá ser entregue tão logo a pesquisa for concluída.

Josy Carolina Covan Pontes Coordenadora da CEUA

Luana
Textbox
76
Page 79: Irish Coffee: Efeitos de álcool e cafeína no ... · 1. Atividade ... que estão ou estiveram comigo no dia a dia, ... fazendo mil planilhas, escrevendo resumo para congressos, enfim,

UFRN – Campus Universitário – Centro de Biociências Celular Institucional (Claro): 9229-6491 Av. Salgado Filho, S/N – CEP: 59072-970 – Natal/RN e-mail: [email protected]

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS - CEUA

PROTOCOLO N.º 046/2015

Professor/Pesquisador: ANA CAROLINA LUCHIARI

Natal (RN), 02 de setembro 2015.

Certificamos que o projeto intitulado “Efeitos do álcool e cafeína na tarefa de

discriminação de objetos em peixe paulistinha”, protocolo 046/2015, sob a responsabilidade de

ANA CAROLINA LUCHIARI, que envolve a produção, manutenção e/ou utilização de animais

pertencentes ao filo Chordata, subfilo Vertebrata (exceto o homem), para fins de pesquisa

científica encontra-se de acordo com os preceitos da Lei n.º 11.794, de 8 de outubro de 2008,

do Decreto n.º 6.899, de 15 de julho de 2009, e com as normas editadas pelo Conselho

Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA), e foi aprovado pela COMISSÃO

DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS da Universidade Federal do Rio Grande do Norte –

CEUA/UFRN, em reunião de 02 de setembro de 2015.

Vigência do Projeto FEVEREIRO 2016

Número de Animais 100

Espécie/Linhagem Peixes (Danio rerio)

Peso/Idade 0,5g / 5 meses

Sexo Machos e Fêmeas

Origem Adquiridos em comércio local

Informamos ainda que, segundo o Cap. 2, Art. 13 do Regimento, é função do

professor/pesquisador responsável pelo projeto a elaboração de relatório de

acompanhamento que deverá ser entregue tão logo a pesquisa for concluída.

Josy Carolina Covan Pontes Coordenadora da CEUA

Luana
Textbox
77