isabela e eduardo daniel mastral - guerreiros da luz - 2.pdf

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    GGUUEERRRREEIIRROOSSDDAALLUUZZ

    OOTTrreeiinnaammeennttoo

    VVoolluummee22

    Isabela MastralEduardo Daniel Mastral

    Original de Daniel e Isabela MastralPublicado por Editora Nas Ltda.

    Telefone - (011) 3992 8016 - Telefax - 3978 9182Assunto - Biografia

    Primeira edio - outubro de 2O02Digitalizado, Revisado e Formatado por SusanaCapWWW.PORTALDETONANDO.COM.BR/FORUMNOVO/

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    Nota dos autores

    Somos adeptos do estilo "Romance" dentro da Literatura.

    uma agradvel e consistente maneira de aprender.Esperamos que nossos leitores apreciem esta leitura passo a passo,momento a momento, tanto a histria quanto os ensinamentos dela.Esta srie composta por "Filho do Fogo" volumes I e II e"Guerreiros da Luz" volumes I e II, em associao ao livro deestudo "Tticas de Guerra", condensa de maneira diferente osprincpios da Batalha Espiritual e do forjar do Carter Cristo.Tanto se destina aos Cristos em geral, quanto queles cujo

    chamado especfico para a Guerra.Embora extensa, desejamos-lhe uma boa leitura!

    Dedicatria

    queles que merecem honra.

    * * *

    Bom aventurado o homem

    que suporta com perseverana aprovao;

    Porque, depois de ter sido aprovado,

    receber a Coroa da vida,

    a qual o Senhor prometeu

    aos que O amam

    Tiago 1:12

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    Esta uma histria baseada em fatosreais.

    ndice:

    ISABELA CONTA 4

    Captulo 31 4Captulo 32 25Captulo 33 47

    Captulo 34 72Captulo 35 90EDUARDO CONTA 117

    Captulo 36 117Captulo 37 141Captulo 38 160Captulo 39 183Captulo 40 208Captulo 41 228ISABELA CONTA 250

    Captulo 42 250Captulo 43 274Captulo 44 299EDUARDO CONTA 316

    Captulo 45 316

    Captulo 46 336Captulo 47 358EDUARDO E ISABELA CONTAM 388

    Captulo 48 - IIssaabbeellaaCCoonnttaa 388Captulo 49 - EEdduuaarrddooCCoonnttaa 408Captulo 50 -IIssaabbeellaaCCoonnttaa 426Captulo 51 - EEdduuaarrddooCCoonnttaa 443EDUARDO CONTA 474

    Eplogo 474CONCLUSES 482

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    IIssaabbeellaaCCoonnttaa

    Captulo 31

    O ms de janeiro e o de fevereiro gastamos em preparativospara o casamento. Melhor dizendo, no incio da segunda quinzenade janeiro ainda estvamos anestesiados e preocupados. E Eduardono tinha emprego. Mesmo assim, a primeira coisa que fomos fazerfoi procurar onde morar.

    Sem isso, no adiantava pensar em mais nada.

    Decidimos o quanto seria aceitvel gastar em aluguellevando em considerao o nosso salrio conjunto; isto , oquanto a gente ganhava quando eu e Eduardo trabalhvamos.

    Aquilo era somente um perodo. Quase metade do ms j foi e quem casa, quer casa.

    Ou melhor, apartamento... ser que vou me adaptar? Nuncamorei em prdio. Parece uma coisa to aglomerada, n? comentei com Eduardo. Vamos procurar com cuidado, tenhopavor de barulho de vizinho, barulho de msica alta. J tivemuita experincia prvia...

    Eduardo se espantava com minha capacidade dediscernir sons praticamente inaudveis para ele, especialmentesons vibratrios. Eu simplesmente escutava, e aquilo meincomodava sobremaneira. Cada um cada um. Eu era assim.

    Eduardo compreendia a necessidade de encontrarmosum lar onde pudssemos viver bem neste sentido. Noqueramos prdio com playground; tambm seria legal achar um

    andar alto. Quem sabe, uma rua de descida... assim noacumulava gente fazendo barulho na porta.

    Agendamos com corretores, mas nenhum deles nos

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    apresentou nada de que gostssemos.

    Ento, passando certo dia pela regio onde gostaramosde morar, a costumeira chuva da tarde j deixava o cu pretosobre ns, vimos uma agradvel rua com vrias placas de"aluga-se".

    Apesar do cansao e do fato de j estarmos indo embora,nos entreolhamos. E decidimos ver. Aqueles prdios eram ruins,mas na rua de cima, numa ladeira no muito ngreme, perto dealgumas rvores l estava o prdio de doze andares, com umafachada bem simptica. A chuva j caa sobre ns, mas nem nosdemos muito ao trabalho de nos espremermos embaixo doguarda-chuva.

    Fomos olhar. A chave estava l, o porteiro nos entregouna mo e subimos sozinhos. Era o apartamento 92.

    Percebemos que o apartamento era muito claro eespaoso, tinha excelente vista para a Avenida Heitor Penteado.No tinha nenhum outro prdio volta e a gente podia ver tudoao redor, havia muito espao aberto no horizonte. Uma

    localizao realmente privilegiada. Ficava a duas quadras doMetr Vila Madalena.

    O ms de janeiro e o de fevereiro gastamos empreparativos para o casamento. Melhor dizendo, no incio dasegunda quinzena de janeiro ainda estvamos anestesiados epreocupados. E Eduardo no tinha emprego. Mesmo assim, aprimeira coisa que fomos fazer foi procurar onde morar.

    Sem isso, no adiantava pensar em mais nada.Decidimos o quanto seria aceitvel gastar em aluguel

    levando em considerao o nosso salrio conjunto; isto , oquanto a gente ganhava quando eu e Eduardo trabalhvamos.Aquilo era somente um perodo.

    Quase metade do ms j foi e quem casa, quer casa.Ou melhor, apartamento... ser que vou me adaptar? Nunca

    morei em prdio. Parece uma coisa to aglomerada, n? comentei com Eduardo. Vamos procurar com cuidado, tenhopavor de barulho de vizinho, barulho de msica alta. J tive

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    muita experincia prvia...

    Eduardo se espantava com minha capacidade dediscernir sons praticamente inaudveis para ele, especialmentesons vibratrios. Eu simplesmente escutava, e aquilo meincomodava sobremaneira. Cada um cada um. Eu era assim.

    Eduardo compreendia a necessidade de encontrarmosum lar onde pudssemos viver bem neste sentido. Noqueramos prdio com playground; tambm seria legal achar umandar alto. Quem sabe, uma rua de descida... assim noacumulava gente fazendo barulho na porta.

    Agendamos com corretores, mas nenhum deles nos

    apresentou nada de que gostssemos.Ento, passando certo dia pela regio onde gostaramos

    de morar, a costumeira chuva da tarde j deixava o cu pretosobre ns, vimos uma agradvel rua com vrias placas de"aluga-se".

    Apesar do cansao e do fato de j estarmos indo embora,nos entreolhamos. E decidimos ver. Aqueles prdios eram ruins,

    mas na rua de cima, numa ladeira no muito ngreme, perto dealgumas rvores l estava o prdio de doze andares, com umafachada bem simptica. A chuva j caa sobre ns, mas nem nosdemos muito ao trabalho de nos espremermos embaixo doguarda-chuva.

    Fomos olhar. A chave estava l, o porteiro nos entregouna mo e subimos sozinhos. Era o apartamento 92.

    Percebemos que o apartamento era muito claro e espaoso,tinha excelente vista para a Avenida Heitor Penteado. No tinhanenhum outro prdio volta e a gente podia ver tudo ao redor,havia muito espao aberto no horizonte. Uma localizao realmenteprivilegiada. Ficava a duas quadras do Metr Vila Madalena.

    O apartamento estava com a reforma e a pintura recmterminadas. Uma graa.

    Ficamos apaixonados, os dois.

    O aluguel era um pouco acima do que pretendamos, mas

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    no muito. Samos de l entre esfuziantes e esperanosos,colocamos imediatamente aquele assunto diante de Deus.

    Quando Eduardo conversou com o proprietrio, elerenegociou o valor do aluguel, diminuindo-o um pouco. Paraencurtar a histria: acabamos indo ver mais uma vez o apartamentoe fechamos o negcio. O dono facilitou muito a tramitao.

    Quando minha me assustou, j tnhamos alugado oapartamento. Foi nessa hora que ela percebeu que era para valer.

    Logo fomos at l com Dona Clara para consagrar o local aJesus. Ungimos tudo.

    E eu insisti em mudar a cor da parede da sala... fiz tudo

    sozinha, pintei de amarelinho beb, ficou lindo!

    * * * *

    Depois... o resto! Como era caro casar!!! muito caro fazertudo ficar bonito, enfeitado, como ns imaginvamos. E foi muitopouco tempo para arrumar tudo, uma verdadeira maratona!

    A primeira coisa que tivemos que excluir foi a festa. Duradeciso. Depois de rodar So Paulo provando docinhos horrveispercebemos que uma festa nos padres que a gente queria estavafora de questo. No era questo de querermos luxo... mas tinhaque ser um lugar charmozinho, com uma comidinha gostosa.

    Ento tentamos ver na nossa Igreja se seria possveloferecer um bolo com refrigerante aos convidados, no prprio

    templo. Uma soluo plausvel pois no queramos deixar decomemorar, nem fazer festa s para alguns. Mas no permitirampor receio de que o carpete da Igreja sujasse com bolo.

    S restava uma sada, no era das melhores, mas... a nica!Minha me encomendou o bolo, os docinhos e salgados, econvidamos os padrinhos para virem em casa depois da cerimnia.Eu me lembrava de Jesus transformando gua em vinho nas Bodas

    em Can, no havia mal algum em festejar. Mas isso no saiu deacordo com nossos sonhos.

    Que pena... teria gostado de fazer uma recepo melhor! Eu

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    no era o tipo de noiva presunosa que s quer complicar. Squeria um casamento charmoso e cheio de significado, acima detudo!

    A despeito dos contratempos, amos entregando a Deuscada detalhe e pedindo todo o tempo que nosso casamento fosseuma verdadeira Celebrao! Se aquele dia estava chegando... seDeus tinha permitido isso... ento tinha que ser uma Celebrao.No a ns... mas a Ele! Seria um dia de muita gratido, um dia demuita alegria pela Fidelidade da Sua Aliana para conosco.

    Deus j tinha preparado cada pedacinho do nossocasamento antes da fundao do mundo. Bastava a gente buscarDele as solues certas. Cada detalhe... cada deciso... cada desejo,especialmente do meu corao... foi incansavelmente apresentadodiante do Pai.

    Levamos muito tempo para acertar a decorao para aIgreja. Conseguimos a mais bonita dentro do que era possvelgastar. Eu no gostava de nada convencional demais. Aquelastpicas guirlandas enormes e rebuscadas, mais parecidas comenfeites de velrio, era tudo o que havia de monstruoso! Optamos

    por rosas, s rosas, em arranjos originais. Ficou diferente e semexageros.

    Depois percebemos que se quisssemos uma lua-de-melteramos que abdicar de mais alguma coisa. Foi uma deciso triste,mas exclumos o servio profissional de filmagem. Um simpticocasal da nossa Igreja com quem havamos feito aconselhamentopr-nupcial fez a filmagem em sua prpria filmadora. S amos

    fazer as fotografias, porm o rapaz, inconformado, fez o filme.Queramos que algum cantasse ou tocasse ali ao vivo. Mas

    qualquer conjunto mais decente tambm era caro demais... nem fuiprocurar. Para fazer malfeito, melhor no fazer. Na maioria noscasamentos o conjunto sempre canta e toca muito mal! Serobrigada a ouvir "Ave-maria" ou "Jesus, alegria dos homens" aolado de outras canes batidas era impensvel. Montamos ns

    mesmos um CD com uma especial seleo de msicas. Aquilotraria um clima todo especial ao casamento. Essa economia fezcom que pudssemos acertar a lua-de-mel.

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    Mesmo assim, tivemos que espremer o dinheiro ao mximo.

    Ao invs de comprar fogo e geladeira foi necessrioinvestir no microcomputador, pois eu no poderia interromper aescrita do livro. Tambm no foi possvel comprar mquina delavar. Nem de roupa, nem de loua. Nem mquina de secar roupa.Nem qualquer tipo de eletrodomstico.

    A nica coisa que compramos, alm do computador, foi acama e o colcho. Uma cama king-size, de madeira, muito bonita.A TV e vdeo ns j tnhamos. Tinha sido possvel comprarnovamente uma televiso, mas no deu para fazer o mesmo com ageladeira.

    Ganhamos uma geladeira pequena de Dona Clara e minhame, graas a Deus! Seu Benito tinha facilidade em comprar maisbarato esse tipo de produto de uma determinada marca.

    Nosso nico descontentamento vinha quando noslembrvamos de todas as pessoas que conhecamos e queganhavam apartamento mobiliado, carro e tudo o mais de parentese amigos, enchiam um quarto inteiro com presentes de casamento.

    Conosco no seria assim. Ns sabamos disso. Mas a nossaconfiana maior era saber que Deus era nosso Provedor, e tudo oque Ele julgasse essencial... nos traria s mos!

    * * * *

    Mais para o fim do ms havia outro detalhe essencial. A

    roupa de Eduardo precisava da minha assistncia, o pobrezinhoestava perdido. Eu e minha me o ajudamos a escolher e alugar otraje. Gastamos o que foi preciso, j tnhamos decidido nodispensar todos os acessrios, e tudo ia ser nos conformes. Fomos auma das melhores lojas da Rebouas.

    Os trajes ali eram impecveis, o senhor que nos atendeuera um perfeito gentleman. Eduardo ficou lindo para valer! Ecompramos sapatos novos na prpria loja.

    Quando o noivo ajoelha no bonito aparecer osolado do velho sapato disse o homem que nos atendia.

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    Certssimo! No economizamos na roupa de Eduardo.

    Indicamos aquela loja para todos os homens que seriampadrinhos, seis ao todo. Eles alugaram trajes iguais para oconjunto ficar perfeito. As madrinhas capricharam nos seuslongos, estavam lindas, elegantes, uma com um vestidodiferente da outra.

    Optamos por apenas seis casais de padrinhos, trs aomeu lado, trs ao lado de Eduardo, apenas pessoas significativaspara ns. Dentre elas estavam Grace, Dona Clara e minha me.Dispensamos os protocolos, no adiantava encher o plpito degente. Somente pensamos naqueles que fariam diferena parans naquela celebrao.

    * * * *

    Faltava meu vestido.

    Depois de olhar dezenas de vezes as minhas revistas denoivas, criei na mente direitinho como seria o vestido. Aprimeira costureira que entrei em contato comeou de cara merecriminando por no estar com o vestido j pronto h trsmeses, no mnimo.

    H trs meses eu nem sabia se ia ou no casar... limitei-me a responder, j impaciente.

    Tudo o que eu no precisava era algum a me dizer oque podia dar errado, e o que eu deveria ter feito, e no fiz.

    Sempre fui muito calma, controlada, sem acessos de histeria.Mas organizar aquele casamento em to pouco tempo, sozinhacom Eduardo, fazendo malabarismos oramentrios... tudo issorealmente tinha me estressado.

    A costureira foi to implicante naquele dia, querendotoda hora me provar que ela sabia tudo sobre casamentos, e elatinha razo, e ela sabia a maneira certa de fazer tudo, quedesisti! Arrumei outra indicao. S queria algum que fizesse ovestido do meu jeito, sem me deixar louca!

    A outra costureira foi mais acessvel, mas realmente se

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    admirou que eu tivesse deixado tudo para a ltima hora... mepoupei de explicar... enfim... mos obra! Faltavam s vintedias para o casamento quando ela comeou a confeccionar ovestido.

    Eu e minha me corremos atrs dos tecidos. Foi umaaventura sair por So Paulo em busca dos preos maisacessveis. No havia outra alternativa: 25 de Maro! Essa foi aparte mais "corajosa" daquela empreitada de casamento,enfrentei o trnsito, o calor, o horrio do rush e as chuvas tpicasda estao.

    J estava exausta e sem pacincia. Saa do servio epassava o dia correndo. Estava at com labirintite. Nosuportava nem ouvir minha prpria msica, em casa. Pareciaressoar no meu ouvido e aumentar minha irritao.

    Eu no gostava de nada muito luxuoso, nem cheio debrilhos e lantejoulas, caudas excessivamente longas; nem nadamuito fofo ou flutuante l "noivinha de bolo". E tambm nadamuito clean, muito liso. O meu estilo era romntico, gracioso:flores, rendinhas, botezinhos em fileiras.

    At mesmo a costureira comentou quanto tempo faziaque no costurava um vestido como o que eu queria.

    Hoje em dia as moas querem mostrar tudo!

    Demorei a achar a renda como queria. Mas eralindssima! No fiz apenas detalhes de renda sobrepostos novestido, mas toda a sobressaia e a cauda, e tambm a borda do

    decote e das mangas eram de renda aguypur. O recorte erafloral, em tons de branco e um discreto dourado. Completei comum vu delicado, um buqu de rosas, grinalda de mini-rosasnaturais e sapatos revestidos com o mesmo tecido do corpete.

    * * * *

    Tudo ficou pronto. Nada foi por acaso. Nada foi feitoapenas por fazer. Tudo foi escolhido para ser smbolo de algomaior, smbolo de algo espiritual.

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    Ns estaramos, em breve, celebrando a nossa aliana deamor. E tambm uma outra Aliana... com Deus... atravs doSeu Filho. Ainda que no fosse possvel providenciar para o diado casamento, por causa do tempo corrido, nossas alianasteriam dizeres especiais na parte interna: no apenas o nome um

    do outro, e a data do casamento. Mas uma frase de indiscutvelvalor proftico, "o amor jamais acaba".

    Era uma data especialmente significativa. Por essemotivo oramos muito. Tambm para que todo aquele queentrasse na Comunidade naquele dia prximo percebesse, maisdo que uma simples cerimnia "religiosa", a Uno e a Presenade Deus.

    O que ns mais queramos era a aprovao do Senhor, ea Sua Bno.

    Ento preparamos o corao de todos os convidadosdesde os dizeres no convite:

    "Uma Celebrao da Gratido;

    Pois Deus a Fortaleza do nosso corao, a nossa

    Herana para sempre,O Rochedo da nossa Salvao.

    Cantaremos ao Senhor enquanto vivermos!

    Uma Celebrao do Amor;

    Que paciente e bondoso, no busca os seus prpriosinteresses e alegra-se com a verdade.

    O Amor tudo sofre, tudo cr, tudo espera e suporta.

    Jamais acaba!

    Com as bnos de nossas mes, e na saudosa lembranade nossos pais, no prximo dia e hora, estaremos celebrandonosso Matrimnio na Comunidade Evanglica Nova Videira,localizada no endereo abaixo.

    Isabela e Daniel."

    ****

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    Enfim chegou o dia.

    Havia previso de chuva para o fim da tarde, comoquase sempre acontece na poca do Vero. A manh tinha sidoabafada e o cu esteve claro, mas depois do almoo o tempoficou meio cinzento, o vento soprava as folhas e a poeira de SoPaulo. Eu estava um pouco incomodada que o temporal pudesseatrapalhar alguma coisa. Mas, no final no fez diferena...choveu s de tarde, e no na hora do casamento.

    Tinha sido um dia diferente.

    Acho que eu era muito diferente das outras noivas,talvez por isso.

    Claro que uma moa de 29 anos teve muito tempo navida para esperar por aquela data, pensar naquela data. No todo dia que se amanhece com esta expectativa!

    "Hoje o dia do meu casamento!"

    Sim. Aquele era o dia do meu casamento.

    Ainda que no tivesse sido criada nos moldes antigos,

    preparando-me exclusivamente para um dia ser esposa dealgum... certamente que aguardei muito por aquele dia! Achoque no entender dos meus pais, e especialmente no do meu pai,o objetivo principal da minha existncia no fosse exatamenteme casar. Mas claro que qualquer moa normal quer se casar,mesmo que ela no admita ou perceba isso.

    Procurei acordar mais tarde, mas, para variar, no dormi

    bem. Estava bem cansada. Nem pensei em almoar, s comialguma bobagem leve.

    Fiquei zanzando por ali, tomei meu banho e lembrei-medos sonhos, dos pedidos que fizera a Deus sobre o meu marido.Ao longo dos anos. E das Promessas de Deus, tambm ao longodos anos. Desde a primeira delas, quando o Senhor dissera queestava "guardando meu namorado". Mais tarde, Ele tambm

    diria que eu era "costela de um homem". E at mesmo que meucasamento j era uma realidade no Reino Espiritual, exatamentecomo me havia dito aquela senhora, uma irm que freqentou aminha primeira Igreja.

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    Eu vi seu casamento... voc estava linda! Vi seumarido. Ele um homem que tem um Ministrio, ele vai teensinar a caminhar nesse Ministrio.

    H tantos anos tinha sido tudo isso... tinha acontecidoantes que eu conhecesse Eduardo!

    Aquilo foi um blsamo para mim. No conseguiaconceber minha existncia na ausncia de algum para partilh-la comigo.

    claro que de tudo isso eu me recordei. E agora era odia.

    Eu tinha sonhado com aqueles casamentos de filme gua

    com acar, meus prediletos. Onde tudo acontece num passe demgica! A festa maravilhosa, todos ajudando, colaborando dealguma maneira, paparicando a noiva. Presentes enchendo oquarto, uma viagem inesquecvel, uma sria de alegriasindescritveis!

    Porque, afinal... aquele era o dia do meu casamento! Edevia ser- pelo menos assim se dizia , o dia mais feliz da

    minha vida! Isso o que toda noiva merece.Eu queria tudo o que o casamento prometia, tudo o que

    ele poderia me dar. Tinha escolhido Eduardo para compartilharem amor o resto da minha vida, constituir meu lar e minhafamlia ao seu lado.

    Queria o que todas querem: amor, alegria, sade e paz!

    Muita coisa no foi exatamente como eu imaginava, maso principal superou minhas expectativas. Entrei com Marco, anica pessoa plausvel para substituir meu pai. Se ele nopudesse ter vindo, entraria sozinha na Igreja. Eduardo entroucom sua me. O irmo do meu pai, um dos meus tios favoritos,fez par com minha me, como Padrinho.

    Mais tarde, quando as pessoas que estavam presentes

    comentaram o casamento, quase sempre choravam e diziam quenunca tinham visto um casamento to bonito. Um casamento tocheio de significado.

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    Duas pessoas que no se conheciam trouxeram para nsvises do Reino Espiritual: a presena de um carpete de fogo aolongo do caminho, at chegar ao altar. A presena de umacomitiva de anjos junto comigo, e outra junto com Eduardo. Apresena de um anjo indescritivelmente forte, um anjo ruivo...

    em p ao lado do plpito. Glria a Deus!Sem que a gente falasse nada, o Pastor Jaime fez uma

    pregao sobre aliana. E durante a bno final, da qual Gracese incumbiu a pedido nosso, quase choramos.

    Realmente Deus atendeu nosso pedido. Foi umacelebrao espiritual. Havia um clima diferente no ar, umauno diferente. Que todos foram capazes de perceber, crentesou incrdulos.

    Assim disse a Grace, para encerrar a cerimnia:

    E agora... que Aquele que caminhou em ntimacomunho com o primeiro casal nos dias da sua felicidade pura,o Prncipe da Paz que produziu grande alegria nas festas dasBodas de Can... Aquele que vive nos coraes de vocs... faa

    do seu novo lar um templo da Presena e da Glria de Deus,uma morada de amor, paz e alegria. Eu os abeno, Daniel eIsabela, com a bno de Jos. Vocs so ramos frutferos,ramos frutferos junto Fonte de Deus, cujos galhosultrapassam os seus limites. Os flecheiros lhes deram amargura,e os flecharam, e os perseguiram. Porm o seu arco permanecefirme e os seus braos foram fortalecidos pelas Mos do Todo-Poderoso de Jac, o Pastor, o Rochedo de Israel,

    Pai do nosso Senhor Jesus Cristo. Ele os ajudar e osabenoar com as bnos dos cus em cima, com as bnosdo abismo que j az embaixo, e com as bnos sobre a terra.Que a Graa do nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor do Pai e aComunho do Esprito Santo estejam com vocs e com seunovo lar, em primeiro lugar. E tambm com todos ns. Emnome de Jesus Cristo, amm!

    * * * *

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    Voltamos da Lua-de-mel no domingo noite.Demoramos bastante para pousar porque havia muito trfegoareo, isso atrasou bastante nosso vo. Eu j estava ficandoinquieta, estava tarde, ns estvamos cansados e no dia seguinteteria que trabalhar.

    Finalmente tivemos autorizao e pudemos pousar emCongonhas, onde minha me estava nos esperando. Para variar,chovia bastante em So Paulo e o aeroporto estava lotado.

    Nem acreditei quando nos encontramos com ela, j comas malas acomodadas nos carrinhos, e fomos embora. Contamosum pouco da viagem enquanto eu mesma dirigia o carro daminha me. Ela no enxergava bem noite.

    Ficamos no apartamento e ela foi embora direto, no erahora de pensarmos em mais conversas, em mostrar fotografias.Eu estava exausta e sabia que era imprescindvel descansar umpouco j que tinha uma semana de trabalho cheia pela frente.

    Tchau, Dona Mrcia! falou Eduardo, sedespedindo. Amanh ns vamos mostrar as fotos e dar os

    presentes... Tchau, me... obrigada pela carona. At amanh.

    Tchau! Descansem bem.

    Subimos para nosso apartamento e era um verdadeiroalvio estarmos chegando em casa. A viagem tinha sido boa,mas agora era preciso pr os pezinhos no cho. Eduardo abriu aporta enquanto eu me encostava na parede. Entramos, e...embora fosse timo ter chegado em casa... era muito estranhoestar ali! Ns no tnhamos aonde nos sentar porque no havianenhuma cadeira. No era possvel apoiar as coisas em cima denada porque no havia nada. Levaria um bom tempo para queaquele apartamento ficasse com cara de lar.

    Deixamos as malas e pacotes no cho da sala. Olhamosum para o outro:

    Ento? fez Eduardo. Essa casa da Gatinha!

    Eu sei... que eu ainda no me sinto em casa aqui...

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    ... eu tambm no. Mas tudo vai melhorar, voc vaiver!

    Eduardo me abraou e me levou at a janela da sala.

    Olha s... olha que vista bonita que tem da nossa

    janela.Fiquei olhando para fora, para as luzes, para o tempo

    mido e escuro. Senti at um n na garganta. Era uma sensaomuito estranha. A gente estava em casa, mas no se sentia emcasa... no era nada acolhedor!

    Resolvi tomar logo o meu banho para no dar vazoqueles sentimentos. Fui procurar roupas limpas no armrio do

    quarto enquanto Eduardo se acomodava no cho da sala paraver um pouco de televiso.

    Depois do banho me senti um pouco melhor. Tinhaescolhido dois conjuntos de toalhas que combinavam, um paramim, outro para Eduardo.

    Nen! Pode tomar seu banho, eu j sa! gritei paraele do quarto. Eduardo entrou no chuveiro enquanto euarrumava nossa cama, que tinha ficado desarrumada desde aprimeira noite, h uma semana. Com aquela confuso dedocumentos, no tinha dado tempo de deixar tudo em ordem.

    Minha me bem que tinha pedido a chave doapartamento, a inteno dela era levar Marina at l paraarrumar tudo. Mas Eduardo, ciumento em relao ao nossopequeno lar, preferiu que ningum entrasse l na nossa ausncia.

    Depois que ele saiu do banho ficamos conversando umpouco sobre as principais providncias que precisvamos tomarpara conseguir viver ali.

    Precisamos ir ao supermercado falei eu. Graasa Deus que temos a geladeira.

    Minha av falou que ia nos dar uma mesinha de

    cozinha... amanh mesmo vou ver isso, se o presente dela estde p. Se no, no tem nem aonde a gente sentar pra comer.

    Faa isso, ento, Nen. S estou preocupada por

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    causa do fogo. Como que ns vamos cozinhar sem fogo,sem forno?

    Meu irmo me prometeu um microondas. Serealmente ele fizer isso, quebramos o galho com microondas.

    Puxa vida, ser? Ser que d para fazer comida nomicroondas? Mesmo porque, eu preciso aprender a cozinhar umpouco...

    Ficamos quietos um pouco, pensativos. Agora a gentecomeava aos poucos a cair na realidade, nos deparando com osproblemas simples do dia-a-dia.

    Vai dar tudo certo, menina. Aos poucos a gente vai

    pondo essa casa em ordem. Isso, Nen. No final da semana tudo isso j vai estar

    com outra cara. No agentei assistir televiso. Estava muitocansada, realmente exausta.

    Precisava estar bem para o dia seguinte.

    Acho que vou dormir, Nen... na minha cabea

    sempre fiz planos de casar durante as minhas frias, voltar deuma Lua-de-mel e ter pelo menos mais duas ou trs semanaspara descansar bastante, para pr tudo no lugar, para meacostumar com tudo... mas no deu pra ser assim, n? Ento...tenho que pr a cabea no lugar porque a vida continua!

    T bom, "M"... descansa bastante!

    Fui deitar ainda pensando nisso: que a vida continuava.

    Eu estava feliz de estar casada, mas tambm me sentia assustadacom toda aquela responsabilidade nova.

    Dormi mais ou menos. O despertador tocou na manhseguinte e eu me esforcei para abrir os olhos. Eduardo cocouminha cabea com carinho, me estimulando a despertar.

    V levantando! ele mesmo pulou da cama.

    Toda minha vida gostei de marcar o despertador algunsminutos antes do necessrio s para poder ficar enrolando nacama. Naquela manh no foi diferente. Tudo o que eu queria

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    era no ter que ir! Havia tanta coisa a ser feita em casa...

    Mas eu no podia me atrasar em hiptese alguma, nopodia dar o menor motivo para perder meu emprego pois meusalrio era nossa nica fonte de renda. O restante do dinheiroque tnhamos no banco serviria para aparar as arestas at queEduardo arrumasse outro trabalho. Portanto tinha que sereconomizado ao mximo.

    Eu ainda estava na cama, de olhos abertos, olhando paraas paredes nuas do nosso quarto, ouvindo pela primeira vez orudo do trfego da avenida. Era um som bastante diferente paramim, em casa de minha me era bem mais silencioso. Euescutava tambm um ou outro barulho que vinha de outrosapartamentos, uma batida, uma janela que era aberta, s vezesum mvel que arrastava. Aqueles sons tambm eram novos paramim.

    Eu me sentia meio sem cho com tudo aquilo, comaquela situao to tremendamente nova que chegava a setraduzir em desconforto. Nunca imaginei que fosse me sentirdaquele jeito... mas a verdade que levaria vrios meses at que

    eu me adaptasse.Um cheiro de po torrado comeou a invadir o ar,

    puxando minha ateno daqueles pensamentos. No demoroumuito e Eduardo entrou no quarto trazendo um pouco derefrigerante (que tinha sobrado do casamento) e duas fatias depo de frma torrado na nossa torradeira nova.

    Puxa vida, Nen, no precisava...

    pra Gatinha... Eduardo me deu um beijo debom-dia colocando a bandejinha sobre a cama. Voc precisase alimentar antes de ir para o servio!

    Eu tinha at esquecido desse po de frma! Aindabem que tinha manteiga! eu me acomodei e reclamei comele. Mas eu vou tomar caf sozinha, ? Voc vai ficar a me

    olhando em vez de comer junto? a Gatinha que vai trabalhar, o Nen fez pra ela!

    No, senhor, torra l duas fatias para voc e vem

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    comer comigo. Eduardo correu para a cozinha e logo estava devolta. Aquele foi nosso primeiro caf da manh em casa. Foicurto. Comemos rpido porque eu tinha um horrio estreito.Corri para o banheiro e me arrumei em dez minutos.

    Quando entrei na sala e vi que nossa televiso estavatomando um verdadeiro banho de sol, falei para ele antes desair:

    Nen, precisamos tirar essa televiso da, vai torrartudo!

    No se preocupe, vou dar um jeito nisso... vai indo,para voc no se atrasar!

    Ele me acompanhou at a porta e ficou esperando at oelevador chegar. Acenei para ele, me despedindo:

    Te encontro na hora do almoo, na casa da minhame. Voc pega as lembrancinhas deles? No sei nem onde que esto!

    T bom, vai com Deus.

    Claro que a gente teria que almoar na casa da minhame, ns no tnhamos como fazer almoo e no amos gastarpara comer fora. Peguei o Palio na garagem e fui embora,olhando o relgio.

    "Hoje vou sentir o trnsito, vou saber se d para sairneste horrio ou se tem que ser mais cedo..."

    Eu tinha uma grande responsabilidade para com meu

    trabalho agora, muito diferente de quando eu morava na casa daminha me. Naquela poca, se perdesse o emprego, no haveriapiores conseqncias. Mas agora ns tnhamos vrioscompromissos financeiros, especialmente com aquele aluguel.Eu me sentia tensa com esta perspectiva. Seria to bom se eu mesentisse mais satisfeita com meu trabalho....

    "Quem corre por gosto, no se cansa."

    Que tremenda verdade nesse ditado popular! Como eusabia disso.

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    "Se pelo menos eu estivesse correndo por gosto, teriamais certeza de todas as coisas. Teria certeza de ser capaz!"

    Eu me sentia muito cansada. E tinha medo por causadisso. Medo de no conseguir dar conta. Fui orando um poucopelo caminho, percebi que teria que sair mais cedo. Havia umbom trnsito at l.

    A manh correu normalmente, meus colegas de trabalhoelogiaram muito o casamento.

    Foi uma coisa linda! Nunca vimos um casamento tolindo!

    E como foi a Lua-de-mel?

    Depois de contar um pouco das novidades e agradecer,atendi minhas consultas. O tempo passou rpido e logo j erahora de ir embora. Passei pela recepo ao meio-dia em ponto.

    Tchau, meninas! At amanh.

    Tchau, doutora. At amanh.

    ****Quando cheguei em casa de minha me, no demorou

    nem cinco minutos e Eduardo chegava tambm.

    Comecei a correr as agncias de emprego. Agora uma boa hora para arrumar trabalho, a hora que todo mundoest voltando das frias, entrando no ritmo outra vez, e

    contratando funcionrios. Acho que logo, logo j vou estarempregado!

    Ns havamos revelado apenas um rolo de filme. Foi oque deu para mostrar a minha me. Demos tambm ospresentinhos, algumas peas de artesanato tpico. Minha meadorava artesanato!

    Bom... falei para Eduardo mais tarde. Eu acho

    que a gente precisa fazer um supermercado, ter pelo menosalgumas coisas para lanche em casa.

    Vamos no Wal Mart, ento?

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    Minha me tinha que ir ao banco, ento nos despedimose cada um foi para o seu lado.

    No Wal Mart eu me sentia perdida! O que deveriacomprar? Estava meio em pnico.

    Eu sempre fiz compras como filha... sabe como que, n? As minhas compras eram bolacha, chocolate, iogurtes...mas no sei nem o que comprar para fazer uma casa funcionar.O que a gente faz?

    Acho que meu irmo vai mesmo me dar ummicroondas. Vai vir livro de receitas, eu acho...

    No sei se d para cozinhar tudo no microondas.

    A situao seria muito cmica se no fosse trgica. Eutinha sido criada para ter uma profisso, no para ser dona-de-casa! Minha me sabia fazer as coisas, mas eu no sabia.Mesmo assim tivemos bom humor para dar algumas risadas. Sde curiosidade fomos olhar os preos dos foges. Eraimpensvel fazer aquele gasto. Ento vimos um daquelespequenos botijes de gs acoplados a uma pequena boca de

    fogo, daqueles que se usam em acampamento. No era caro. Olha s... e se a gente levasse um desses? Quebra um

    galho, serve como fogo! falei.

    Eduardo achou boa a sugesto, aquele era um item deprimeira necessidade. Ento pusemos aquilo no carrinho,compramos leite, po, umas frutas, iogurte. Eu no passava semfrutas e sem iogurte.

    Da fomos comprar as coisas principais: peguei umpacote de acar, outro de farinha, um pacote de arroz, outro defeijo e...

    Que tipo de tempero ser que eu levo, hein? Notenho idia...

    Escolhi algumas coisas que eu sabia que minha me

    comprava, mas que eu no sabia como usar. Deixava paradescobrir isso depois.

    Vou levar uns saquinhos de Sazn. E tambm Caldo

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    Knorr... no, melhor levar o Maggi, est mais barato...

    Levei um tempo enorme para fazer aquela compra,pesquisando os preos mais baratos de todas as coisas. Leveitambm macarro, a salvao da ptria porque eu sabia fazermacarro! Escolhemos os molhos mais baratos.

    Acho que a gente merece levar um chocolatinho, pelomenos... qual voc prefere, Eduardo?

    Podemos pegar uma caixa de Bis. T bom.

    Compramos tambm produtos de uso pessoal, e tambmum pequeno suporte para pregar na parede do banheiro a fim deapoi-los dentro do box. A grande dificuldade foi quando

    chegamos seo de produtos de limpeza. No havia nada maisdistante do meu mundo do que aquela seo.

    E agora? indagou Eduardo.

    Sei l! Como que ns vamos lavar a roupa semmquina de lavar??

    Vamos ter que lavar no tanque!

    Voc por acaso j lavou roupa no tanque? No.

    Pois ... vai ser um trabalho de Hrcules. Acho quevou pedir para Marina lavar a roupa suja da viagem, e depois agente vai se virando.

    Mesmo assim, melhor a gente levar o sabo em p,roupa suja vai ter todo dia, no final da semana j vamos ter que

    lavar por nossa prpria conta.Escolhemos um sabo em p barato, pegamos tambm

    detergente, sabo em pedra, desinfetante, lcool... e demos acompra por encerrada! Quando fomos pagar, me assustei com ovalor.

    Nossa... cochichei para Eduardo. No levamosquase nada... Samos de l com o corao um pouco

    incomodado.Chegando em casa arrumamos tudo na geladeira e na

    despensa. Durante o resto da semana procuramos pr as coisas

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    em ordem. Era preciso abrir os pacotes de presente. O queganhamos de mais til foi um conjunto de loua para quatropessoas e um jogo de cinco panelas. Ganhamos tambm umoutro conjunto de pratos, mais elegante, fazendo conjunto comas xcaras. Dentre outras coisas, vieram duas torradeiras, dois

    ferros eltricos, dois tapetes, dois conjuntos de talheres para odia-a-dia. O restante das coisas era mais simples, embora amaioria fosse til.

    Minha me me comprou naquela semana algumas coisasbsicas e baratas, como escorredor de prato, suporte de sabopara pr na pia, um conjunto de copos, cestinho de lixo parabanheiro, cesto de lixo para a cozinha, sacos de lixo (que ns

    dois esquecemos de comprar), saboneteira, coisinhas assim.Eduardo colou alguns papeles na janela da sala, para

    impedir o sol de entrar com tanto vigor. O problema que porcausa disso tambm no podamos abrir a janela. Umaconhecida nossa havia prometido me fazer uma cortina, masficou por isso mesmo.

    Foi tambm Eduardo que se incumbiu da roupa, depois

    de se informar com a Marina como fazer para lavar roupa notanque.

    No difcil... eu vou cuidar disso, um Trabalhomuito pesado para voc.

    Onde vamos pendurar? perguntei, olhando para apequena rea de servio.

    Pois , esquecemos de comprar o varal. Isso imprescindvel!

    Eu lavei toda a loua que ganhamos, as panelas, arrumeitudo. Era preciso arrumar tambm nossas coisas de escritrio,parecia que tinha explodido uma bomba no quarto quetransformamos em escritrio! Estava cheio de caixas pelo cho,tudo bagunado. No tnhamos tido tempo de fazer isso antes do

    casamento.Levou bem algumas semanas at estar tudo arrumado.

    Realmente a av de Eduardo nos presenteou com a mesa

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    da cozinha, o que foi uma verdadeira bno! Eduardo foi comela na loja escolher, e logo entregaram. Era uma mesa redondade um metro. Como era bom poder sentar mesa para comer.Depois, minha me nos deu duas toalhas redondas para queficasse tudo direitinho.

    Quando olhei a pilha de roupas que Eduardo tinhalavado, me assustei. Era hora de passar tudo! L fui eu fazermais uma coisa que nunca tinha feito, a no ser de maneiraespordica. s vezes, quando precisava de uma blusa ou umacala no final de semana, eu mesma passava se por acasoMarina no tivesse feito. Mas nunca cuidei de toda a roupa!

    Enfim... vivendo e aprendendo!

    Mas havia a parte boa: estvamos casados! Agora agente no precisava mais ficar pensando em casamento, j tinhapassado, j tinha passado aquela etapa.

    Outro pedao bom foi a tima padaria que descobrimosperto de casa. No comeo, ns usvamos uma ali na avenida.Mas depois passamos a comprar na "Dona Dela", onde s tinha

    coisas gostosas! Era muito bom fazer um ch e comer combroinhas de fub ou trouxinhas de ma, meus preferidos.

    Durante a semana eu almoava no servio. Eduardoenganava com qualquer bobagem na rua porque passava quasetodos os dias procurando emprego. noite a gente tomavalanche, ou ento fazia sopa pronta, ou macarro no nossofogozinho de acampamento. A gente se virava como dava. Omicroondas demorou ainda mais de um ms para chegar.

    Captulo 32

    Mais ou menos dez dias depois que voltamos da Lua-de-mel, minha me pegou uma gripe forte. Ela tinha um problemade sade muito antigo e muito delicado, uma anemia auto-

    imune que ativava volta e meia, sempre em vigncia de friagemou infeces. Quer dizer: a anemia era desencadeadaprincipalmente durante o inverno. Naquele ano, aquela gripe

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    fora de hora fez com que ela comeasse a passar muito mal.

    Em anos anteriores minha me quase faleceu por causadessa doena, passou meses internada. Era algo srio, que nopodia ser negligenciado. Por isso, quando comentou comigo quesua urina estava de cor diferente, imediatamente soube de que setratava:

    Ento voc est tendo hemlise...

    Embora ela no quisesse, levei-a para o Hospital. Marcoj tinha viajado, de forma que fomos apenas eu e Eduardo comela, demos entrada no Pronto-socorro da minha Faculdade. Nomeu ntimo, eu esperava que o tratamento pudesse ser feito em

    casa.O Mdico colheu os exames pela urgncia, e ficamos

    esperando o resultado. Eu estava muito nervosa. Das outrasvezes em que minha me ficou ruim meu pai ainda estavaconosco. Mas, desta vez, eu estava sozinha. Alm do que, nossocontexto espiritual causava um enorme peso sobre os meusombros. No queria falar nada, mas ficava pensando se aquilo

    tinha alguma coisa a ver com as ameaas que tnhamosrecebido.

    Quando o Mdico veio com o Hemograma, avisou queseria necessria a internao. No d nem para descrever aminha sensao naquela hora.

    Ns vamos encaminh-la para o Hospital dereferncia.

    Eu sabia exatamente como funcionava aquelatramitao. Os Hospitais de referncia eram longe e ruins.Fiquei literalmente em pnico. Fui conversar com Eduardo:

    Esto querendo transferir... no pode acontecer isso,eles no podem transferir. No confio nestes outros Hospitais,s confio que ela fique aqui.

    Comecei a chorar de desespero. No posso autorizar uma coisa dessas continuei.

    Por outro lado, ela no pode ir para casa...

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    Ento conversa com ele. Afinal, voc fez Faculdadeaqui.

    Vamos orar. Se Deus abrir uma vaga para ela aqui,ento concordamos com a internao. Se no abrir uma vaga,ento vou lev-la para o Hospital do Servidor Pblico, onde elaj ficou internada mais de uma vez.

    Oramos. Eu me sentia com uma enormeresponsabilidade nas mos. Ento fui conversar com o Mdico,que eu no conhecia.

    Olha... sei que voc est seguindo o procedimento,mas... eu sou ex-aluna daqui. E sei que sempre tem vaga, os

    Assistentes sempre conseguem dar um jeito...Nem precisei continuar. A atitude dele mudou

    completamente.

    Ah, voc ex-aluna? Mas por que voc no falouantes? Eu vou ver o que d pra fazer...

    A vaga apareceu. Eu sabia disso. Sempre h vagas naEnfermaria, mas as internaes so escolhidas a dedo, squando o caso tem bastante interesse acadmico. Ele mesmoveio me procurar:

    Ela vai ficar aqui. J dei andamento na internao. Puxa... obrigada!

    Voc j devia ter dito logo que era ex-aluna.

    Eu no imaginei que ela fosse ter que ficar.

    Tudo bem, fica tranqila. Logo, logo ela j sobe.

    Minha me no ficou satisfeita com a notcia. Mesmoassim, concordou. Com tanto bom grado quanto era possvelnaquela situao. Mas eu me sentia pssima, partida por dentro.Alm de muito preocupada em deix-la ali sozinha, agora queeu sabia da influncia da Irmandade.

    Enquanto espervamos que a internao se efetivasse, ealgum descesse da enfermaria para busc-la, Eduardoprocurava tranqilizar-me. Como estivesse demorando, fui de

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    novo atrs do Mdico.

    Estamos esperando algum da enfermagem descer. Jliberamos a internao, est tudo certo.

    Voc s est esperando a enfermagem? .

    Eu posso subir com ela, ento. Assim agiliza umpouco.

    Ele adorou a sugesto. Assim no precisava mais ficarpensando naquilo.

    Faz isso. melhor assim.

    No perdi tempo. Minha me estava acomodada na maca

    e, para mim, no era segredo algum empurrar aquela maca esubir at a Enfermaria da Clnica Mdica. Uma vez instalada,observamos que o quarto triplo tinha apenas mais uma pacienteinternada. Mas ela estava passeando um pouco pelo corredor, deforma que minha me pde se acomodar antes mesmo deconhecer a companheira de quarto.

    Pede para Marina me arrumar uma sacola com

    algumas camisolas, pede os livros que esto em cima do criado-mudo, as palavras cruzadas, a escova de dentes, sabonete, essascoisas...

    Eu estava triste. Me segurei para no chorar na frentedela. Ento Eduardo nos conduziu em orao antes de irmosembora. Pedimos pela proteo de Deus, a presena dos anjos,abenoamos aquele lugar, aquele leito, toda a medicao que ela

    fosse tomar. No tnhamos leo ali conosco, mas realmentepedimos que Deus a guardasse.

    Quando no havia mais nada a ser feito, e minha meestava acomodada na sua cama, nos despedimos.

    Amanh eu trago tudo que voc pediu avisei.

    A outra paciente, uma senhora no muito idosa, veioentrando no quarto. Parecia simptica, e no demoraria muitopara que as duas estivessem conversando.

    Ento ns vamos indo...

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    Vai dar tudo certo, e logo a senhora j vai estar denovo sassaricando por a. Eduardo tambm abraou minhame.

    Samos de l e entramos no elevador. Eu estava calada,sentia meu corao apertado. Eduardo me abraou.

    Fica em paz, Gatinha... Deus vai estar tomando contadela... Ainda chorei um pouco mais. E acrescentei:

    No posso esquecer de pedir para Marina colocarcomida pra Viola no terrao. Pra amanh, depois do servio,passo l pra pegar as coisas e levo no Hospital...

    * * * *Na primeira semana de maro, poucos dias depois que

    voltamos da Lua-de-mel e ainda estvamos totalmente perdidosna nossa nova casa, comeou o curso da Grace. O curso deMinistradores, duas vezes por semana, noite, tinha durao depouco mais de trs meses e visava preparar pessoas para exerceraquele trabalho: ministrar pessoas.

    Optamos por ir de metr. Nosso apartamento ficava aduas quadras do metr, e depois a gente tinha de andar s maisumas trs quadras para chegar ao local do curso. Era melhor doque enfrentar o trnsito na hora do rush.

    No primeiro dia do curso Eduardo no estava bem.Passou mal a tarde toda com aquela dor abdominal terrvel que

    volta e meia o acometia. Fui farmcia comprar Buscopan paraele.

    Olha, Nen... falei estendendo o copo com guaonde j tinha pingado as gotas de medicamento. Toma tudo.

    Ele estava derrubado. O remdio no fez efeito, pelocontrrio, a dor aumentou e ele comeou a ter enjo. Voltei farmcia para comprar tambm Plasil.

    Ele tomou, mas de novo no adiantou nada. Pelocontrrio, desta vez ele vomitou muito. Foi um vmito toviolento que no dia seguinte Eduardo estava at mesmo com dor

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    muscular na regio do pescoo. Ele saiu do banheiro com orosto plido.

    Acho melhor te dar uma medicao injetvel... euolhava para ele preocupada.

    Fui pela terceira vez farmcia e comprei Buscopan ePlasil injetvel.

    Tem certeza que precisa disso? Eu vou melhorar... reclamava Eduardo. No quero tomar injeo.

    No tem jeito, Nen. J tentei te dar medicao viaoral, no tem jeito. Apliquei a medicao e deixei que eledescansasse. No finalzinho da tarde ele acordou e estava

    melhor. Fomos ao curso da Grace mesmo assim.Na semana seguinte, aconteceu de novo. Eduardo

    comeou com violentas dores de estmago e teve quenovamente tomar Buscopan endovenoso. Poucos dias depois,tambm no dia do curso da Grace, mais uma vez Eduardocomeou a passar mal.

    Mas eu vou no curso assim mesmo... com dor, ousem dor.

    Fomos orando durante o caminho, pedindo a Deus porlivramento e proteo. Cada vez que ele se contorcia de dor, nsorvamos mais. Sempre baixinho, sem chamar a ateno daspessoas, mas sabendo que Deus estava nos ouvindo. Foi assimdentro do metr, foi assim enquanto caminhvamos a p.

    Quando chegamos no curso, uma das primeiras pessoasque vimos foi Ricardo. Ele nos cumprimentou e ns fomoscolocar nossas coisas nas cadeiras, para guardar lugar.

    No demorou quase nada e Ricardo veio atrs deEduardo. Chamou-o de canto e logo os dois subiram para oandar superior para falar com Grace. Eu fiquei esperandoembaixo, sem saber o que os dois tinham ido fazer l em cima.

    Quando Eduardo voltou, tinha o semblante diferente: Sabe de uma coisa? Sabe o que que Ricardo queria?

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    No. O qu?

    Veio me dizer que assim que ns entramos, ele teveuma viso e viu Abraxas nas minhas costas. Contou para Grace,e ela me chamou l em cima. Os dois oraram por mim. Nosinto mais um pingo de dor!

    Fiquei bastante satisfeita em que Deus tivesse revelado acausa da dor, tinha atendido nossa orao. Mas me sentibastante entristecida porque ningum me chamara para orar pormim.

    Puxa vida... minha me est internada... e ningumnem mesmo me chama pra ir com voc, pra gente orar junto.

    Sobe l, Gatinha. Sobe l e pede para eles orarem porvoc tambm... To chateada fiquei que resolvi mesmo subir. ViRicardo ali mesmo na escada e falei:

    Olha, fiquei chateada de voc no ter me chamadopara vir junto. Acho que no custava nada, n?

    Ele se desculpou e chamou uma das mulheres da equipee os dois oraram por mim. Normalmente eu no teria me dado aesse trabalho, mas me sentia muito fragilizada por causa daminha me. Contei para Grace, mais tarde, e ela garantiu queestariam orando.

    No dia seguinte, conforme ficamos sabendo, Ricardo foisuper-retaliado. Ficou com os mesmos sintomas digestivos deEduardo, e tambm a sua cachorra passou mal.

    * * * *Todos esses episdios aconteceram nos primeiros quinze

    dias da nossa vida de casados. Certamente que no foi umcomeo muito fcil. Mesmo quando tudo corre bem, e cadacoisa est no seu lugar, ainda assim a adaptao pode ser difcil.Quanto mais desse jeito, com tudo de pernas para o ar!...

    Para a gente no estava sendo nem um pouco fcil,especialmente para mim.

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    Como se tudo isso no bastasse, logo percebi que nossoapartamento era especialmente barulhento. Por causa do vizinhode baixo. Ele tocava msica alta a tarde toda, eu escutava avibrao daquele bate-estaca, um barulho literalmenteinsuportvel para os meus ouvidos.

    Aquilo me punha muito mais irritada. Talvez por issoaquelas vertigens continuassem, desde antes do casamento queeu estava tomando remdio para labirintite. Volta e meia eutinha isso, geralmente quando estava muito cansada e muitotensa. Creio que, diante das atuais circunstncias, eraperfeitamente explicvel aquele pequeno problema de sade.

    A cada dia que passava, eu me sentia mais cansada doque no dia anterior. At mesmo minha prpria msica meirritava! Eu sempre gostei muito de msica, todo o tempo queestava em casa costumava ter sempre um CD tocando. Baixo, claro! Minha msica era sempre somente para eu ouvir. Mas euno conseguia escut-la, parecia que at aquilo me incomodava.

    noite, quando me deitava, escutava pessoas arrastandomveis em algum lugar acima da minha cabea. Quando eu

    estava quase pegando no sono, de repente, BRUMMM!! Aquelebarulho me punha novamente em estado de alerta. Quandoestava quase cochilando de novo: BRUUUMMM!

    Meu Deus do cu... em nome de Jesus, faz essebarulho acabar! Comecei a chorar de desespero. E Eduardoentrou no quarto e me encontrou naquele estado.

    Eu tenho que trabalhar, tenho de acordar cedo... noconsigo dormir! Oramos um pouco juntos.

    Vou procurar saber que barulho esse amanh.Parece de mveis arrastando, mas no entendo por que aspessoas ficam arrastando mveis a essa hora da noite.

    No dia seguinte, Eduardo foi se informar. Noapartamento em cima do nosso moravam apenas duas senhoras,

    o apartamento era todo acarpetado e elas garantiram que noarrastavam mveis. Foi uma incgnita.

    Eram muitas as responsabilidades da casa. Eu no sabia

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    direito por onde comear, limpava o que dava, como dava.Todas as tardes eu ia visitar minha me, s vezes Eduardo podiair comigo. Apesar de s haver dois perodos de visitas nasemana, eu entrava a hora que queria no Hospital. Sabia todas aspassagens, todas as entradas, alm do que ainda tinha meu

    crach antigo. Eduardo entrava comigo. Quando no dava parair de tarde, a gente ia de noite.

    Eu tinha informado Dona Clara, pedindo orao. Etambm comuniquei s pessoas que freqentavam a clula comminha me, na Igreja dela. Na quinta-feira seguinte, o primeirodia oficial de visita, trs senhoras da Igreja foram visit-la.Dona Clara tambm teve tempo de ir.

    Tive que avisar Marco tambm. Era importante que eleestivesse ciente de tudo o que acontecia.

    No sei se por coincidncia, ou por fruto das nossasoraes, mas essa foi a internao mais curta da minha me.Cerca de nove ou dez dias, apenas. Em outra ocasio, ela tinhaficado quase trs meses.

    Que alvio que foi quando ela estava de novo em casa!E, muito satisfeita ela estava tambm porque tinha levado umadas companheiras de quarto a aceitar Jesus. E depois essa moaacabou sendo batizada na sua Igreja. Foi a primeira pessoa queminha me levou a Cristo.

    * * * *

    Nosso primeiro ano de casamento seria muito difcil. Agente sentia uma carga negativa pairando no ar. No era fruto dediscernimento, como aconteceu algumas vezes com Eduardo.Mas era uma sensao constante de desconforto espiritual. Porum lado, ns acreditvamos que Deus estava conosco. Pelomenos ns estvamos realmente buscando fazer a vontade dele.Por outro lado ns no tnhamos nos esquecido das ameaas que

    estavam sobre a nossa cabea.Por causa dessas sensaes, to difceis de descrever em

    palavras, que comeamos a nos questionar se no deveramos

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    fazer um jejum.

    Todo o resto ns j estvamos fazendo, tudo aquilo queera possvel de ser feito. No estvamos de braos cruzados!Nossa semana era atribulada: tnhamos o curso da Grace duasvezes por semana, s teras e quintas. O seminrio na Igreja erauma vez por semana, s sextas. Uma vez por semana nstambm comeamos a participar de uma reunio de oraoministrada por Sarah e Jefferson, s segundas. Nas quartas-feiras participvamos dos Cultos do Pastor Joel, alm decontinuarmos nos encontrando com Dona Clara. Domingo eradia de Culto tambm.

    Isso quer dizer que apenas aos sbados no tnhamosnenhum compromisso com a Igreja. Isso para ns era muitoimportante, queramos buscar a face do Senhor, alm de sentirque havia pessoas perto de ns. Mesmo que fossem apenas osoutros alunos do seminrio, ou do curso da Grace, ou mesmo dareunio de Sarah: pessoas que conhecamos apenas de vista.Eram muitas pessoas ao nosso redor, mas poucas efetivamenteconosco.

    Num dos encontros com Dona Clara, enquantoorvamos no final, Eduardo novamente recebeu de Deus umarevelao:

    Foi diferente... enquanto a gente orava em lnguas, foicomo se eu pudesse entender algumas frases daquilo que eudizia... era como se Deus me pedisse um tempo especial comEle, um tempo a ss. Senti tambm uma sensao grande de

    aconchego, de ser pego no colo, de ser abraado. Ele me disseque vai chegar um tempo em que eu vou saber quem so oslobos em pele de cordeiro, s de olhar para eles... e nessahora seus olhos ficaram marejados de lgrimas.

    Aquilo de certa forma veio de encontro ao desejo que jestava no nosso corao, o de jejuar. No digo nem que fosserealmente um desejo, era antes uma sensao de urgncia, de

    necessidade. Ns estvamos casados h menos de um ms! Altima coisa que queramos fazer era um jejum... teria sido bemmelhor curtir a nossa nova casa, a nossa Lua-de-mel, a

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    companhia um do outro... mas no foi assim conosco.

    Mesmo que no houvesse aquele contexto espiritual,ainda assim nossa casa no era aconchegante, faltava tudo,faltava dinheiro para tudo, no tnhamos lazer de espciealguma... at mesmo a academia j tnhamos deixado defreqentar h mais de dois meses. Quando amos aosupermercado, era para comprar meia dzia de coisinhasindispensveis. E era meia dzia mesmo, das marcas maisbaratas, coisas que nunca comprei antes!

    Nosso dinheiro deveria durar at abril. Eduardoimaginava que at esta data j estaria empregado. No entanto, jpassava da metade de maro e nada acontecia apesar das nossasoraes. Talvez realmente estivesse faltando um jejum! Pareciahaver uma densa nuvem ao nosso redor, e ela no se dissipariaapenas com orao.

    Eduardo tinha novamente ficado at o final de umprocesso de seleo. No dia da ltima entrevista oramos juntos,pedimos a Deus que abrisse aquela porta, oramos com todas asnossas foras e f. No entanto, nada aconteceu. Escolheram o

    outro candidato e descartaram Eduardo.Realmente nenhum de ns tinha imaginado que o incio

    do casamento seria daquele jeito.

    Ento, dada a certeza de que era necessrio jejuar,restava saber o perodo a ser guardado. Durante alguns diasperguntamos ao Senhor, individualmente, quanto tempo Elequeria. Sabamos que h certas castas que s podem serconfrontadas mediante jejum e orao.

    Nossa angstia ia naturalmente crescendo a olhosvistos. Eu percebia que Eduardo no dormia bem noite, svezes levantava e ficava na sala, esperando o sol nascerenquanto orava. Eu acordava no meio da noite para ir aobanheiro e via que ele no estava na cama. Algumas vezes fuiat a sala, e ele estava l.

    Era como se, l no seu inconsciente, ele esperasse onascer do sol para pedir que Deus trouxesse tambm uma luz no

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    fundo daquele tnel. Ele procurava ver na Criao de Deus umaparte do Poder de Deus... de certa forma, observar o nascer dosol o convencia de que Deus era muito Poderoso!

    Outras vezes era ele quem dormia, e eu acabavalevantando, sentindo tanta angstia que precisava desabafar umpouco com Deus. Ento me acomodava no travesseiro queficava encostado na parede, e que nos servia de sof, e commuitas lgrimas pedia a Deus pelo livramento. Chorava,chorava, pedia uma soluo, pedia fora para continuartrabalhando, e tambm por Eduardo, para que o Senhoracalmasse o seu corao.

    medida que passavam os dias, ns conversvamos umcom o outro, sem saber o que fazer. Meu salrio dava para pagaro aluguel, a prestao do carro e as principais contas. Masdepois disso sobravam apenas algumas quireras...

    Ns pedimos a Deus confirmao da data docasamento. Houve unanimidade em todas as pessoas falavaEduardo. Deus tem que nos sustenta! Seria inconcebvel euvoltar para casa da minha me, e voc voltar para a casa da sua.

    verdade. No possvel uma coisa dessas...

    Eu entendia o desespero de Eduardo. Ele era o homem,era o provedor... era responsvel pelo sustento financeiro danossa casa. Eu nunca cobrei Eduardo de nada, eu via o seuesforo, a sua determinao, a quantidade de agncias quevisitava, a quantidade de processos de seleo a que sesubmetia. No raro passava o dia inteiro na rua, sem comerpraticamente nada. Mas eu compreendia que em primeiro lugaro sustento vinha de Deus! Por isso no o cobrava...simplesmente esperava que Deus suprisse as nossasnecessidades. Se Deus no fizesse isso, no seria Eduardo quepoderia faz-lo.

    Mas ele no se conformava, ele mesmo se cobrava ecobrava e cobrava. Eu procurava tranqiliz-lo:

    Nen... voc est fazendo sua parte... se Deus no deuainda o emprego, e eu no sei por que est sendo assim, mas... a

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    culpa no sua!

    Eu sei o que "eles" esto fazendo, primeiro deletarama nossa conta do banco, h um ano. Depois, me mandaramembora do meu emprego, pouco antes do casamento. E agora,pouco a pouco nosso dinheiro est minguando! Deve haveralgum Encantamento muito forte que est me impedindo dearrumar trabalho, isso nunca aconteceu antes, no possvel!Eles vo continuar arroxando cada vez mais... e Deus no faznada?!

    Nen, eu no sei por que est acontecendo assim...mas temos que ser fortes, temos que continuar acreditando queDeus Deus. E que a culpa no sua!

    Nos nossos aconselhamentos com Dona Clara elesempre se queixava, aflito:

    Eu quero trabalhar, quero sustentar a minha casa...tirei Isabela de dentro da casa dela, e o que posso oferecer paraela agora? Se Deus quer me dar um Ministrio, ento queacontea logo... mas nada acontece, e eu no posso ficar de

    braos cruzados esperando! Esperando que nosso dinheiro acabee a gente morra de fome!

    De certa forma, esse era um dos principais motivos dojejum: pedir direo a Deus! No era nem questo de pediremprego, mas que Deus nos pusesse no caminho certo. Tudoparecia muito nebuloso, muito fechado, muito difcil...

    Realmente ns queremos fazer a coisa certa, no

    podemos errar, no queremos errar! Se Deus tem para ns umMinistrio, como Ele mesmo disse... ento que essas portas seabram duma vez. Mas, se no isso... ento que Deus abra aporta de emprego para o Eduardo, porque tambm no podemosviver assim, debaixo dessa presso expliquei a Dona Clara.

    Mesmo porque no justo Isabela ficar trabalhandosozinha, ficar sustentando a casa sozinha... no foi assim que

    Deus idealizou o casamento. No este o padro Bblico! Eusou o homem, eu tenho que ser o provedor! No estouentendendo por que este emprego no aparece, por mais que a

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    gente ore... ns no temos nenhum respaldo agora, no temosmais dinheiro no banco, Deus permitiu que assim fosse... agoraEle tem que cuidar de ns! Temos procurado fazer a nossaparte, Ele tem que fazer a Dele.

    Dona Clara escutava nossos desabafos. E incentivou ojejum:

    Deus permitiu o casamento, e est no controle detoda esta situao de desconforto. Eu vejo que realmente tempo de vocs jejuarem. Embora exista a promessa de Deus arespeito do Ministrio, isso tambm precisa ser gerado emorao!

    Durante a semana, eu demorei a aceitar aquilo que Deusparecia estar dizendo.

    "Ser que isso mesmo? Ser que temos que jejuar 40dias?"

    Quando Eduardo falou tambm nos 40 dias, ento notivemos mais dvidas.

    Mas na nossa alma.... diante de toda aquela presso etodo aquele cansao.... realmente parecia uma tarefa sobremodopesada!

    Puxa. Nunca imaginei que ia comear minha vida decasada jejuando 40 dias ponderei.

    Pois , Isabela... nem eu! Mas acho que realmenteessa a direo de Deus para ns, nesse momento.

    E como que vamos fazer? tentei me sentiranimada.

    Bom... eu pensei em tirar alguns alimentos...

    Eu pensei nisso tambm, mas tambm acho quedevemos guardar um bom perodo do dia em jejum completo.

    Vamos tirar as coisas que mais gostamos.

    Refrigerante... caf... Doces... chocolate e sorvete... massas... continuei

    eu.

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    Carne vermelha tambm. muito difcil ficar semcarne vermelha!

    T bom. Ento a gente tira estas coisas, e ficamos emjejum da meia-noite at s seis da tarde, todos os dias. So 18horas de jejum completo. s seis da tarde a gente pode comer,mas s o que for permitido.

    Que quase nada, n?

    Tambm no assim, podemos comer arroz, feijo,frango, salada, fruta... Eduardo sorriu.

    Hum... que delcia!

    Delcia mesmo no poder comer meus doces. Euno fao isso nem quando estou de dieta, a nica coisa quesegura a minha boca nesse sentido um jejum!

    Para mim, o que me faz mais falta o caf e orefrigerante...

    Ento, quando comeamos? Agora que Deus j deu adireo, podemos comear.

    Amanh temos encontro com a Dona Clara, vamospedir para ela nos ungir. Ela autoridade sobre ns, vamos orarem concordncia para que Deus nos d fora para sermos fiisnesses 40 dias.

    Foi assim que fizemos. Essa foi a primeira vez quepedimos para uma figura de autoridade nos ungir. Notamos adiferena desde o incio, parecia haver realmente uma

    disposio diferente, um vigor diferente. Mas tambm sentimosa presso espiritual, como no poderia deixar de ser.

    Nosso jejum comeou exatamente no dia da Festa doOutono. S viemos a nos dar conta disto muito tempo depois,porque no foi planejado. Mas Deus, em sua infinita Sabedoriae Oniscincia, sabia que aquele era o momento certo. Mas noseria nem um pouco fcil. No apenas pela privao das coisas

    que gostvamos, uma a mais no meio de tantas outras privaesque j existiam... mas principalmente porque aquilo ia sacudir oReino Espiritual. A lembrana mais vivida daquele perodo a

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    do tremendo cansao... um indescritvel e anormal cansao.

    Eu me levantava da cama pela manh com vontade quej fosse outra vez de noite, para ir de novo para a cama. Nuncative que depender tanto de Deus para conseguir ir todos os diasao trabalho, chegar no horrio, no faltar.

    Eu estava acostumada a roubar uns minutinhos, tanto naentrada quanto na sada, exatamente como faziam os outrosMdicos. A gente podia tranqilamente chegar meia hora maistarde, quarenta minutos mais tarde, e sair mais cedo na mesmabase. Em todos os meus empregos esse sempre foi um tipo depadro comum de conduta.

    Essa foi a primeira coisa que o Senhor comeou aconfrontar na minha vida. Logo Ele me convenceu de que nome queria tendo um comportamento igual ao de todo mundo.Passei ento a levantar mais cedo e a chegar exatamente nohorrio. Durante todo o trajeto at l eu ia orando, meconsagrando, apresentando peties, conversando com Deus.

    Depois de estacionar o carro, subia minha costumeira

    ladeira. Mas era como se tivesse duzentos quilos sobre osombros, quase arrastava os ps. Eu no conseguia me recuperardaquele cansao. Mesmo assim, ia cantando minha musiquinha:

    Cada metro desta terra que eu piso, o lugar que ponhoa planta dos meus ps, o Senhor Jesus me deu como herana...

    Ungi tambm a minha sala e a minha mesa logo nocomeo do jejum. Eu tinha a mais absoluta certeza de que meu

    emprego estava na mira do inimigo. Obvio. Se eles queriamsecar toda nossa fonte de sustento, meu trabalho era o prximoque deveria ir para o espao. Mas eu no iria entreg-lo nasmos do inimigo! No que dependesse de mim, iria mant-lo,custasse o que custasse.

    Consagro este emprego a Ti, consagro esta sala,consagro o meu lugar como Mdica... me livra do ataque dos

    meus inimigos, declaro que tomo posse do meu emprego,declaro que ele me pertence, o Senhor me deu, e eu queroconserv-lo! Vou ficar neste lugar, neste cargo, at o ltimo dia

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    que o Senhor permitir que eu esteja aqui.

    Como estivesse chegando mais cedo, todas as manhstinha quase uma hora para ler a Bblia. O Ambulatrio estavavazio, nenhum dos Mdicos chegaria antes de oito e quarenta,oito e cinqenta. No comearamos a atender as consultas antesdas nove. Eu me sentia meio otria chegando ali s oito horascravado. Ningum fazia aquilo!

    Mas o Senhor estava me requerendo aquela fidelidade.Jamais me passaria pela cabea, como era to freqente antes,contar alguma mentira para poder faltar e descansar um dia oudois.

    De vez em quando eu me recordava, sorrindo, dashistrias que eu e Eduardo inventvamos para dar um chute noservio. Normalmente ele ligava falando que a doutora Isabelatinha tido um problema:

    Faleceu uma tia dela do interior, e Isabela teve queviajar at Mato para levar a me. O enterro vai ser hoje tarde,mas como muito longe, ela s volta amanh. Estou ligando pra

    avisar que ela no vai poder vir ao servio hoje e amanh. Ah! Coitada da Doutora. Manda os psames pra ela.

    Tudo bem por aqui, diz para ela ficar descansada.

    Mais de uma vez ns dois fizemos isso. Hoje... seriaimpensvel armar uma arapuca daquelas! Era fcil entender porque Deus queria tratar aquela minha fraqueza. Ento noroubava nem mesmo um minuto no horrio de servio, sabia

    que se fizesse isso estaria abrindo uma brecha, estaria dandolegalidade para o inimigo me dar uma rasteira. Poderia atmesmo tomar o meu emprego! Eu tinha plena conscincia dissoagora.

    Como era difcil!...

    No bastasse ficar esperando todo mundo chegar demanh, quando eram onze horas, onze e quinze, o pessoal da

    rea Mdica j comeava a debandar. Mas eu ficava at meio-dia, certinho. No tinha coragem nem mesmo de sair cincominutos antes.

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    "Se eu sair antes, batata que vai aparecer algumaconsulta grave, e vai sobrar pra mim..."

    Ento, no havia outra maneira a no ser me alinhar.

    Alm de direo, aquele jejum era tambm para

    consagrao. Ns tnhamos conscincia de que devamos estarnos entregando totalmente a Deus, e Sua vontade... nopercebemos exatamente isto naquela poca, mas durante o jejumDeus nos falou bastante sobre santificao. Sobre alinhar a vida.

    Ainda em relao ao emprego, certo dia sa com umaestranha convico no corao, como se Deus estivesserealmente me dizendo:

    "Voc no est a para sustentar a casa, voc est a paraaprender a obedecer. Quando aprender tudo que Eu quero quevoc aprenda, Eu mesmo vou tirar voc da."

    Quando cheguei em casa comentei com Eduardo sobreaquilo.

    verdade. Nunca tinha pensado sob este prisma.

    Pode ser que no esteja conseguindo fazer o melhor,no rigor da palavra, mas Deus sabe que estou fazendo o melhorque posso! No falto... no minto... no roubo no horrio...procuro ter a maior pacincia que posso com as pessoas! muito duro trabalhar em convnio, como duro...! Todo mundose julga sempre no direito de exigir mil e uma.

    O jejum trouxe tambm algumas revelaes. A primeira

    delas veio na Pscoa. Ns iramos almoar em casa de minhame, ento Eduardo levantou mais cedo e foi visitar dona Odete.Era melhor fazer aquilo pela manh porque depois, no final datarde, j iramos direto para a Igreja.

    Ento ele resolveu ir tomar um caf da manh de Pscoacom a me. Ou melhor, apenas acompanh-la no caf, porqueEduardo no podia comer por causa do jejum. Eu levantei um

    pouco mais tarde naquele domingo, me arrumei, dei um jeitinhomuito mixuruca na casa, e fiquei esperando por ele.

    Eu gostava de escutar o barulhinho da chave quando

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    girava na fechadura da porta. Era sinal de que Eduardo j estavachegando. Eu estava ainda l dentro, e foi ele que veio ao meuencontro.

    Assim que olhei para ele, achei que no estava dos maisnormais:

    U... que foi?

    No foi nada.

    Mas voc no est com a cara boa. Vai dizer que suame disse alguma coisa que voc no gostou?

    Eduardo no sabia disfarar muito bem.

    No foi bem isso... Pois eu no estou dizendo? T vendo que voc est

    com a cara esquisita! Que que aconteceu?

    Ela me falou uma coisa... que eu ainda estou tentandodigerir... Fiquei at meio inquieta. E indaguei, meio afoita:

    Conta, Nen...

    No sei por que saiu esse assunto, no sei por queacabei perguntando aquilo.

    Aquilo o que!

    Sobre o meu pai...

    Fiquei quieta um pouco. Sabia a que Eduardo se referia.

    Quer dizer... seu pai mesmo, ou...

    No... no o meu pai, quer dizer...

    Conta direito, vai.

    Bom... sempre existiu essa questo no ar, de que meupai no era meu pai de verdade. Mas nunca minha me admitiuque aquilo fosse verdade. Mas meu pai j morreu, eu j estoucasado... no sei por que, me deu na telha de perguntar mais

    uma vez. Ela estava meio nostlgica, comentando que meu paitinha morrido... que o Roberto estava trabalhando no Rio... queeu tinha casado... que a casa estava cada vez mais vazia...

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    ento... perguntei! Ela estava sozinha e pela primeira vez falou averdade.

    Eu s escutava. Eduardo continuou.

    Imaginei que como minha me estivesse se sentindo

    mais frgil naquele momento, talvez me respondesse. A bem daverdade, isso sempre me incomodou. Eu precisava saber!Queria ter certeza daquela histria, porque nunca me senti filhodo meu pai. Ele nunca me tratou bem, e como bebesse, acabavasempre me jogando na cara que eu no era filho dele. Quando apessoa bebe pode tanto falar besteira, quanto deixar escapargrandes segredos! Uma pessoa assim j no controla a suarazo, e quase sempre ele me dizia, nas brigas: "Voc no meufilho, voc uma desgraa que eu tive que suportar"! Domesmo jeito, quando eu causava algum problema em casa, elereclamava com minha me dizendo que: "O seu filho fez isso,seu filho fez aquilo"! A minha me costumava retrucar dizendoque no tinha me trazido para casa de enxoval, que ele tinhaparticipao naquilo. E meu pai respondia categoricamente:"Com esse no, com esse eu no tive participao nenhuma"!

    Olhei para Eduardo com certa compaixo. claro queele tinha uma grande mgoa no corao.

    Ele sempre me tratou diferente. E isso sempre ficouna minha cabea... outra coisa que me deixava desconfiado eraminha av. Depois que ela comeou a ficar meio esclerosada,volta e meia falava demais, falava para minha me que ela devia"ter ficado com aquele outro moo, afinal voc sofreu muito

    com esse seu marido, que bebe demais. Aquele que erabonzinho". Mas minha me sempre desconversou, sempreprocurou encobrir tudo. Eu no sabia se minha av estavaconfundindo as coisas, ou se estava mesmo falando a verdade.A, durante o caf, preparei muito bem o terreno e por fim faleipara minha me que no tinha mais sentido ficar escondendotudo de mim. Eu gostaria de saber de quem eu era filho deverdade! E perguntei: "Afinal de contas... eu sou ou no soufilho do meu pai?" Para minha surpresa, ela me respondeudiferente pela primeira vez. E disse: "Pai aquele que cria, esseque o pai verdadeiro... no aquele que gera". Quando ela

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    falou aquilo, no precisava nem dizer mais nada.

    Eduardo... voc no vai me dizer que ela falou...aquilo! eu estava embasbacada.

    Eduardo balanou a cabea afirmativamente.

    Pois falou...

    Ento verdade mesmo? eu custava a acreditar,mesmo sabendo que tinha sido eu a levantar aquela hiptesepela primeira vez.

    Certa ocasio, estava assistindo televiso e vi Marlon.Eu sabia do relacionamento dos dois, do vnculo entre ele e

    Eduardo, inclusive que Marlon sempre tratou Eduardo por "meufilho".

    Voc nunca imaginou a possibilidade do Marlon serseu pai? eu tinha perguntado para ele na poca.

    Aquilo nunca tinha passado pela cabea de Eduardo.Mas pelo visto ele tinha ficado pensando...

    Quando pressionei um pouco mais, ela simplesmentefalou. Contou como foi, como aconteceu... disse que ele sechamava Marlon... falou a descrio fsica... a idade... noentendo por que ele nunca me disse.

    A voz de Eduardo ficou um pouco embargada. Eleolhava pela janela do escritrio, com os olhos cheios delgrimas. Abracei-o, sem saber direito o que dizer.

    Voc gosta muito dele, n?...Ele fez que sim. Ficamos quietos um pouco, e ento ele

    continuou, contou-me toda a histria. No havia a menorsombra de dvida (Leia Filho do Fogo). Eduardo ficou o restodo dia meio que em estado de choque, pensativo, calado. Noera para menos! At eu estava assombrada.

    Nen, veja por um outro ngulo... isso uma grande

    revelao, algo que Deus est trazendo tona, uma parte da suahistria muito importante e que voc no tinha conscincia! Issomuda tudo! Ta muita coisa para ser ministrada...

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    Embora Eduardo soubesse disso, naquela hora noqueria nem falar em Ministrao.

    Isso aconteceu no domingo de Pscoa. Na segunda-feirade tarde ns estvamos excepcionalmente em casa e o nosso biptocou. Na verdade no era nosso, era de Karine, aquela moanossa amiga que estudava em So Paulo e freqentava a Igrejaconosco. Como no tnhamos telefone, ficvamosincomunicveis. Isso no era nada bom, especialmente porqueminha me agora morava sozinha.

    Ento Karine nos emprestou o seu bip por tempoindeterminado. Pelo menos era uma maneira de comunicaocom o resto do mundo. Para nossa surpresa melhor dizendo,desagradabilssima surpresa o recado que foi aparecendo notrouxe nada de bom. Mas, de certa forma, terminou deconfirmar aquilo que j sabamos.

    O bip tocou e eu pensei que fosse minha me. Quandofui ao encontro de Eduardo, ele me mostrou a mensagem,passando-me o aparelho. Nem consegui acreditar no que estavalendo. Devolvi o bip para ele muda.

    No possvel que isso est acontecendo...

    Eduardo olhou mais uma vez a mensagem.

    Pois est.

    Dizia algo mais ou menos assim: "Agora que voc jconhece a verdade, ela te libertar. Voc sabe que est no lugarerrado, agora no tem mais dvidas sobre quem a suaverdadeira famlia". E assinou, incrivelmente, com as iniciais doseu nome verdadeiro.

    Embora fosse uma pergunta tola para se fazer, no pudepensar em nada melhor naquele momento.

    Mas no possvel que eles j descobriram o nmerodeste bip... ser o benedito!!

    Ns dois ficamos com uma desagradvel sensaoengastalhada dentro da alma. s vezes, quando o emocional seabalava muito, era to difcil ficar sem comer nada... dava uma

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    vontade louca de encher a barriga de comida, descarregar dealguma forma. Mas no havia qualquer vlvula de escape...

    Quando contamos, Grace no acreditou muito nessahistria. Parecia mirabolante demais e de incio ela preferiuacreditar que fosse mais uma mentira daqueles Satanistas paraenvolverem Eduardo. No discutimos com ela, mas ns doistnhamos absoluta certeza de que era verdade, mesmo porqueestvamos em perodo de jejum, buscando a Deus todos os dias,tanto separados quanto em concordncia. Orvamos por direo,por proteo e por consagrao.

    Diante disso, Deus permitiria que uma mentira comoaquela passasse por verdade? Ns no cramos nisso, pelocontrrio, sabamos que Deus estava atendendo nossas oraes,Ele tinha mandado uma nova direo em termos de Ministrao.Algo totalmente novo!

    No fundo sabamos pelo menos assim espervamos que a principal direo que estvamos buscando tambmviria. Tinha a ver com a questo Ministerial. Todos os diassuplicvamos a Deus que nos guiasse, que abrisse as portas que

    Ele tinha para ns, fosse de emprego ou de Ministrio, que nostransformasse, que nos forjasse, que nos limpasse, que noscapacitasse a continuar caminhando...

    * * * *

    Captulo 33

    J tnhamos comeado a segunda metade do jejum.Como ns encontrssemos com Ricardo quase toda semana porcausa do curso da Grace, certa ocasio ele nos avisou que,orando por ns, tinha discernido no esprito muito ataque contrao meu emprego.

    J no era a primeira vez que ele nos dava uma direonesse sentido. No era novidade, mas a diferena que agora euestava muito mais alinhada. Mesmo assim, sentamos

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    necessidade de que mais pessoas que intercedessem por ns.Grace costumava nos cobrar:

    Vocs precisam arrumar dez intercessores pessoais.Eu peo isso para todo mundo que faz o meu curso! Geralmentepeo por escrito, inclusive. Vocs esto procurandointercessores?

    No sei onde vamos encontrar esses intercessores...no temos muito acesso liderana da nossa Igreja, como vocmesma sabe. A nica pessoa que ora por ns a Dona Clara...tem tambm a Sarah e o Jefferson, que dizem que oram emconcordncia com um grupo especial que eles tm... fora isso...

    Grace ficava incomodada com aquilo. E no seconformava.

    Mas vocs no podem ficar assim descobertos.Tentem ver se vocs arranjam mais pessoas na Igreja de vocs.

    Quando samos do curso naquela noite, voltando paracasa de metr, conversvamos a respeito.

    Tem um grupo de guerreiras na Igreja... falei.

    Voc acha que devemos abrir o jogo com elas? Serque no vai parecer que estamos passando por cima do PastorLucas? Afinal, ele nunca me liberou para testemunhar na Igreja,de repente vai achar que estou desobedecendo a sua autoridadese comear a falar da minha vida para outras pessoas alidentro...

    Imagine! Isso no tem nada a ver, estamos apenaspedindo orao pessoal! Mas podemos perguntar para DonaClara o que ela acha, e que foi a Grace que pediu...

    Ento vamos fazer isso.

    No fundo, no fundo ns queramos muito mais pessoasperto de ns. Havia um casal na Igreja, aquele mesmo comquem tnhamos feito aconselhamento de casais, que sempre nos

    garantia sua fidelidade em orao. Mas agora eles tinham umfilho pequeno, nunca dava certo da gente encontrar com eles.

    Dona Clara achou muito bom ns termos decidido

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    buscar mais ajuda. Tendo o aval dela e o incentivo de Grace,compreendemos que talvez essa fosse mesmo a direo deDeus. Dona Clara se ofereceu para intermediar o contato. Elaconversou com cinco pessoas que se intitulavam guerreiras, queestavam sempre envolvidas com Batalha Espiritual. Ns

    conhecamos todas elas de trocarmos pequenas conversas.No final de um Culto de domingo, Dona Clara nos disse

    que podamos falar com elas porque j estavam avisadas danossa necessidade. Ento Eduardo foi atrs, na tentativa demarcar uma data para nos encontrarmos durante a semana.Enquanto isso, eu continuei conversando com Dona Clara.

    Mais tarde, em casa, enquanto quebrvamos o jejumdaquele dia com os alimentos que podamos consumir, ele mecontou que tinha conseguido falar com uma delas. Sentamos nanossa mesa redonda, lado a lado, prontos para tomar nossolanche. Eu tinha colocado um CD suave no aparelho de som eno havia barulho naquela hora nos outros apartamentos.

    E a? Como ficamos?

    Marquei para quarta-feira, ao invs de nosencontrarmos com Dona Clara, vamos nos encontrar com elas.As trs diaconisas, uma outra irm que no conheo, e a PastoraAlice.

    A Pastora Alice? Mas ela nunca nem olha pra gente!Tem certeza que bom fazer isso, abrir nossa vida com umapessoa totalmente desconhecida e que nunca nem noscumprimenta?

    Eu no vou questionar... vamos ver no que d. Decerta forma, estamos cumprindo uma ordem da Grace! Derepente, vai que Deus est mesmo levantando estas pessoas paraestarem ao nosso lado? A pessoa com quem falei foi categricaem dizer que todas elas vo ficar do nosso lado, que a vitria nossa, que vamos derrotar o inimigo, esses demnios vo terque recuar etc.!

    Fiquei quieta, um pouco insatisfeita com a presena daPastora Alice. Mesmo assim, no retruquei.

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    Elas s vo conseguir realmente ficar conosco seDeus estiver chamando... se assim no for, logo, logo j vodesistir!

    Isso verdade. A Irmandade foi bastante firme emdizer que todos aqueles que se aproximassem de ns, eles iriamderrubar. Vamos ver no que d essa coisa toda. Ns estamosfazendo nossa parte, que sinalizar uma necessidade, sinalizarque estamos precisando de ajuda... agora, cabe a Deus levantaras pessoas certas...

    * * * *

    No dia do encontro, chegamos na Igreja antes dohorrio. Era um final de tarde e no havia praticamente ningumpor ali. Ao passarmos diante da Secretaria cumprimentamos asduas secretrias, Nadia e Sheila, e entramos. Fomos direto paraa salinha l do fundo, aonde combinamos. Ficamos por alidando uma olhadinha nos murais, conversando um pouco,esperando. Logo deu o horrio.

    Por enquanto no d pra gente considerar isso umatraso... agora que est dando a hora certa! comentei comEduardo.

    Depois de um tempo, cansamos de ficar ali de p, efomos nos sentar numa das salas. Deixamos a porta aberta paraque no tivessem dvida onde ns estvamos.

    Passou talvez mais um quarto de hora. Finalmente, a

    Pastora Alice apareceu. Ol! A Paz do Senhor! Tudo bem com vocs?

    Tudo bem com a gente. E com voc?

    Est tudo bem, graas a Deus.

    Ficamos calados um momento, esperando se ela iriafalar alguma coisa a respeito das outras. Como nada dissesse,Eduardo perguntou. Ela pareceu surpresa:

    No estava sabendo que elas vinham... mas... o

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    Senhor sabe de todas as coisas! Se elas no esto aqui, porqueo Senhor no preparou isso. A que horas vocs marcaramreunio?

    s cinco.

    Pois ento... j so quase cinco e meia! Eu acho quequem chegou, chegou... se elas no esto aqui, vamos comear areunio s ns trs.

    Pensei ter ouvido um leve tom de despeito na voz dela.Pelo visto, ela no devia ter as outras em muito alta conta. Elacontinuou:

    Acho que Deus preparou apenas para que eu estivesse

    aqui... ento, no vamos mais perder tempo! Eu estouacostumada com esse tipo de coisa, com a guerra! No sei comodizer, mas Deus chama cada um para um lugar. Eu acho quehoje este o meu lugar.

    Assentimos, concordando sem retrucar.

    Ento? Vamos orar para comear?

    Foi o que fizemos, em seguida ela quis saber um poucomelhor por que estvamos procurando ajuda dela.

    A Dona Clara no te falou? indaguei.

    No quis adiantar muita coisa... e disse que oEduardo se envolveu com uma seita satnica... mas no dissemuito mais.

    E... mais ou menos isso, mas a verdade que... Elainterrompeu.

    Vocs no precisam me contar nada, no isso queeu quero saber! Quais so suas necessidades hoje?

    preciso somente contextualizar um pouco retomei. A verdade que existem alguns decretos contrans... e por causa disso estamos passando algumas

    dificuldades... eu no sabia como me explicar em to poucaspalavras.

    Entendo.

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    Explicamos sucintamente o que deu, sem falar demais,expondo nossos principais motivos de orao.

    Grace espera que ns tenhamos mais intercessores,mais pessoas compromissadas com a gente falou Eduardo. Por isso resolvemos pedir ajuda a voc, e tambm s outrasdiaconisas.

    Eles disseram que quem se levantasse para estar aonosso lado, iria ser

    derrubado... realmente no fcil encontrar pessoas queestejam dispostas... esse, sem dvida, um motivo de orao!Gostaramos que Deus trouxesse outras pessoas para caminhar

    ao nosso lado. No que depender de mim, quero ter uma aliana com

    vocs. Quero estar ao lado de vocs nesta guerra! falou elacom bastante convico. Eu estou aqui para isso!

    Fora isso, ela anotava na agenda alguns pontos daconversa, ouvindo com ateno.

    Que mais?

    Bem... h vrios meses nossa situao financeira tempiorado gradativamente. Isso tambm foi algo que elesprometeram fazer, e tambm disseram que ningum nosajudaria.

    Disseram, como? dessa vez ela perguntou. Como assim? algum tipo de discernimento que vocs esto

    tendo, ou... No. literal mesmo, eles falaram tte tte.

    Ah, mas mesmo? Chega nesse ponto? Fizemos quesim.

    Mas no se preocupem. Deus maior, e vai pr umponto final nessa histria!, Ento compartilhou conoscorapidamente uma das suas histrias de Batalha

    Espiritual. Ns escutamos. Depois, Eduardo continuoufalando:

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    Ento estamos com a nossa situao financeirabastante abalada, eu no consigo arrumar emprego e o salrio deIsabela cobre nossas despesas, mas no sobra.

    Diga-se de passagem que ele foi despedido tambmdebaixo de um decreto...

    Quanto a isso no posso ajudar muito fez a PastoraAlice. No teria para quem encaminhar um currculo seu.Mas posso cuidar para que vocs sejam includos na lista dacesta bsica. Afinal, temos que procurar suprir a necessidadeimediata.

    Isso seria bom, no deixa de ser uma ajuda. Ela

    anotou novamente na agenda.Fomos conversando sobre assuntos paralelos, nos

    conhecendo um pouco melhor tambm. Compartilhamosrapidamente nossos sentimentos de solido, de temor, deinquietao. Nossas principais necessidades foram expostas. Lpelas tantas, ainda explicando sobre todos os roubos quevnhamos sofrendo nos ltimos