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1 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTAVEIS – PPGCIS TATIANA SOARES VIANA RIBEIRO ISO 37120 e Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11: Convergência frente à Agenda 2030 SÃO PAULO 2019

ISO 37120 e Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11: … · 2019. 5. 6. · Desenvolvimento do Milênio (ONU, 2017). O Brasil avançou no cumprimento das metas dos ODM’s. No

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIDADES INTELIGENTES E

SUSTENTAVEIS – PPGCIS

TATIANA SOARES VIANA RIBEIRO

ISO 37120 e

Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11: Convergência frente à Agenda 2030

SÃO PAULO

2019

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ISO 37120 e Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11:

Convergência frente à Agenda 2030

ISO 37120 and Sustainable Development Goal 11:

Convergence with Agenda 2030

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Administração - Cidades Inteligentes e Sustentáveis.

Orientadora: Profa. Dra. TATIANA TUCUNDUVA PHILIPPI CORTESE

São Paulo

2019

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ISO 37120 e Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11

Convergência frente à Agenda 2030

Por

Tatiana Soares Viana Ribeiro

Projeto de Defesa de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Cidades Inteligentes e Sustentáveis.

___________________________________________________________

Profa. Dra. Tatiana Tucunduva Philippi Cortese

Professora orientadora – Universidade Nove de Julho – UNINOVE

_______________________________________________________

Prof. Dr. Diego de Melo Conti

Universidade Nove de Julho – UNINOVE

___________________________________________________________

Prof. Dr. Valdir Fernandes

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

São Paulo, 19 de fevereiro de 2019.

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RESUMO

As cidades estão em crescimento constante e já não comportam a população atual devido a

fatores de ordem administrativa, social e econômica, gerando falta de organização e de

estruturas básicas, tais como saneamento, transporte de qualidade, miséria, fome, entre outros,

além de falta de políticas públicas eficazes. Esse crescimento dos aglomerados populacionais

traz desigualdade social entre os habitantes e má qualidade de vida. Pensando nas próximas

gerações e visando melhorar a vida da população de modo a proporcionar aos habitantes uma

cidade sustentável a todos, órgãos internacionais como a ONU (Organização das Nações

Unidas) e a ISO (International Organization Standardization), elaboraram objetivos e

indicadores respectivamente voltados para gestão pública das cidades, ambas com objetivo de

atender a Agenda 2030 estabelecida pela ONU. A pesquisa em questão analisou as

particularidades de cada indicador de cidade (ISO 37120) e do Objetivo do Desenvolvimento

Sustentável 11 (ODS11) e suas correlações observando quais os benefícios que trarão para

tornar as cidades sustentáveis. De acordo com a literatura, a governança e tomadores de decisão

devem implementar políticas públicas mais adequadas, com base nos resultados dos

indicadores, observando melhorias e melhores práticas.

As análises levaram a interações entre ambas as normas e as que não se relacionaram com a

ISO 37120 ou no ODS11 se relacionou com outros ODS’s, complementando os indicadores de

ambas Normas.

Na pesquisa, ambos indicadores convergem e se completam, tornando os indicadores mais

completos entre si, e trazendo observações especificas para melhoria para da qualidade de vida

nas cidades.

No caso de haver junção da ISO 37120 e do ODS 11, tomadores de decisão e ou governança

terão acesso a indicadores mais completos e mais adequados a realidade de cada cidade.

Palavras chave: Sustentabilidade Urbana, Cidades Sustentáveis, Desenvolvimento Sustentável,

Indicadores de Sustentabilidade, Políticas Públicas, Objetivo Desenvolvimento Sustentável

(ODS)

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ABSTRACT

Cities are in constant growth and no longer hold the current population due to administrative,

social and economic factors, generating a lack of organization and basic structures, such as

sanitation, quality transportation, poverty, hunger, among others. lack of effective public

policies. This growth of the population agglomerates brings social inequality between the

inhabitants and poor quality of life. Thinking about the next generations and aiming to improve

people's lives in order to provide the inhabitants with a sustainable city for all, international

bodies such as the United Nations (UN) and ISO (International Organization Standardization)

have developed objectives and indicators public management of cities, both with the objective

of meeting Agenda 2030 established by the UN. The research in question analyzed the

particularities of each city indicator (ISO 37120) and the Sustainable Development Goals 11

(SDG11) and their correlations, noting the benefits they will bring to make cities sustainable.

According to the literature, governance and decision makers should implement more adequate

public policies, based on the results of the indicators, observing improvements and best

practices.

The analyzes led to interactions between both standards and those that were not related to ISO

37120 or SDG11 related to other SDG, complementing the indicators of both Standards.

In the research, both indicators converge and complete, making the indicators more complete

among them, and bringing specific observations to improve the quality of life in cities.

In case of joining ISO 37120 and SDG 11, decision makers and / or governance will have access

to more complete and more adequate indicators for the reality of each city.

Keywords: Urban Sustainability, Sustainable Cities, Sustainable Development, Sustainability

Indicators, Public Policies, Sustainable Development Objective (SDG)

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SÚMARIO

1.INTRODUÇAO ............................................................................................................... 7

1.2 Objetivos..................................................................................................................... 14

2. Estrutura do Trabalho .................................................................................................... 11 3. REFERENCIAL ............................................................................................................ 11

3.1 Sustentabilidade Urbana .............................................................................................. 11

3.2 Planejamento Urbano .................................................................................................. 15

3.3 Cidades Sustentáveis .................................................................................................. 16 3.4 Agenda 2030 .............................................................................................................. 18

3.5 Indicadores .................................................................................................................. 21

3.5.1 Iindicadores de Sustentabilidade .............................................................................. 22

3.5.2 Indicadores ODS11 .................................................................................................. 23 3.6 ISO 37120....................................................................................................................30

4. METODOLOGIA ......................................................................................................... 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 38

5.1 Habitação segura e urbanização de favelas ................................................................. 42 5.2 Transporte seguro e acessível ...................................................................................... 45

5.3 Urbanização inclusiva e sustentável ............................................................................ 50

5.4 Proteção do Patrimônio Cultural e Natural ................................................................57

5.5 Catastrofe, perdas econômicas e de vida ...................................................................58 5.6 Qualidade do ar e gestão resíduos para reduzir impactos da urbanização.................61

5.7 Espaços públicos seguros , inclusivos e verde.............................................................63

5.8 Indicadores Correlatos ODS11 e ISO 37120................................................................65

6.0 CONCLUSÃO.............................................................................................................71

7.0 CRONOGRAMA PARA DESENVOLVIMENTO ....................................................73 8.0 REFERENCIAL...........................................................................................................74

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1.INTRODUÇAO

Após a revolução industrial, a população em busca de emprego e melhores condições

de vida migrou da zona rural para as cidades. Devido ao processo de urbanização abundante e

de forma desordganizada, problemas para as cidades se multiplicaram como a ocupação de

espaço físico irregular, que provocou mudanças na qualidade de vida, falta de estrutura básica;

e a insuficiência de recursos econômicos e sociais; o mau uso de recursos naturais existentes,

mudanças nos padrões de consumo com demanda crescente dos serviços públicos no setor de

habitação e transporte, uso de matérias-primas, além de escassez de emprego, entre outros

(Barbosa, 2014).

Com o crescimento da economia, grandes indústrias se instalaram em cidades sem

considerar os impactos nas áreas social e ambiental. Tais impactos trouxeram a necessidade da

conscientização para controle na industrialização e recuperação do meio ambiente destruído. A

partir daí, desenvolveram procedimentos para melhorar as atividades produtivas e controlar o

descarte de resíduos (Leal, Farias, & Araujo, 2008).

Com intuito de haver gestão pública adequada, os governos e a sociedade civil poderiam

mudar a maneira de governar, fazendo revisão nos padrões de conforto e qualidade de vida

urbana, reduzindo o uso inadequado e o esgotamento dos recursos naturais, contribuindo com

o desenvolvimento sustentável para as gerações futuras (Leite & Awad, 2012).

O termo desenvolvimento sustentável foi anunciado na Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD, 1992). Este conceito deu inicio a

necessidade de integração entre o crescimento econômico, inclusão social e proteção ambiental,

visando proporcionar oportunidades iguais para todos, reduzindo a desigualdade social,

melhorando a qualidade de vida, promovendo o progresso, gestão integrada e sustentável dos

recursos naturais e ecossistemas para o bem da sociedade. Nesta conferência, foi instituída a

Agenda 21 Global com a contribuição de governos e entidades sociais de 191 países, com

intuito de informar o processo de implementação do Desenvolvimento Sustentável e estabelecer

o conceito de indicadores de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas

(ONU, 2017).

A partir da Agenda 21, (2000), a Cúpula do Milênio se reuniu na sede da Organização

das Nações Unidas (ONU) em Nova York, firmando um pacto entre 191 paises, destacando o

compromisso de erradicação da fome e da pobreza no mundo, com nome de Declaração do

Milênio. Foi verificado o amadurecimento relacionado ao desenvolvimento sustentável, e com

isso foi preciso estabelecer objetivos e metas que os paises poderiam cumprir (ONU, 2000).

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Os Objetivos do Milênio (ODM) foram elaborados para atender a Agenda 21 com o

intuito de alcançar o Desenvolvimento Sustentável por meio de 8 objetivos: a erradicação da

extrema pobreza e da fome; a promoção da educação primária universal; a promoção da

igualdade de gênero e empoderamento da mulher; a redução da mortalidade infantil; a melhoria

da saúde materna; o combate ao HIV/AIDS, malária e outras doenças; a garantia da

sustentabilidade ambiental; e a promoção de uma parceria global para o desenvolvimento. Esses

objetivos foram subdivididos em 21 metas e 60 indicadores propostos nos Ojetivos do

Desenvolvimento do Milênio (ONU, 2017).

O Brasil avançou no cumprimento das metas dos ODM’s. No ODM 5, por exemplo,

reduziu em 55% a taxa de óbitos das gestantes, de 141 mortes para 64 mortes para cada mil

nascidos vivos nos últimos anos, media considerada boa e registrada pelas nações em

desenvolvimento e na América Latina (PNUD, 2015).

Em janeiro de 2016, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD,

Brasil, 2016) divulgou o último Relatório Nacional de Acompanhamento dos ODM’s apoiando

a mobilização nacional pela implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ODS, em parceria com a Secretaria de Governo da Presidência da República (SG/PR). Referida

Secretaria é a responsável pela coordenação das ações em conjunto com a sociedade civil no

monitoramento de políticas públicas voltadas para o alcance da Agenda 2030.

A Figura 1 representa o momento de transição do ODM para os ODS, que foram

apresentados durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em

setembro de 2015. Os ODS’s foram constituidos com 17 objetivos, 169 metas e 230 indicadores

(Okado & Quinelli, 2016).

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Figura 1 Transição do ODM para ODS

Nota. Figura 1 https://nacoesunidas.org/wpcontent/uploads/2015/12/wyrmgoviegb07122015184922.png Foto: PNUD Brasil/Tainá Seixas

A ONU estabeleceu novo processo na Conferência das Nações Unidas sobre

Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada no Rio de Janeiro, nos dias 13 a 22 de junho

de 2012, com o anúncio da criação de um painel intergovernamental para planejamento de

estratégias após 2015, já idealizando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Para atingir os ODS, foi necessários investimentos de países desenvolvidos e países em

desenvolvimento. Os governos tinham que desenvolver seus indicadores para auxiliar o

monitoramento com a proposta de atingir os objetivos e metas estabelecidas pela ONU nos

ODS (ONU, 2015).

Em 2014, a International Organization for Standardization (ISO) elaborou a primeira

norma voltada para cidades sustentáveis, a ISO 37120:2014 – Sustainable Development of

Communities Indicators for City Services and Quality of Life, de modo a auxiliar gestores

públicos a alcançar o desenvolvimento sustentável para cidades do mundo (ISO 2014).

A partir de janeiro de 2017, a ISO iniciou processo de Revisão da Norma ISO 37120,

utilizando como referência a norma de 2014, para atender à Agenda 2030. Até o final desta

pesquisa a norma encontrava-se em processo de revisão.

Para atender aos princípios da sustentabilidade urbana, o ODS 11 e a ISO 37120 têm

objetivos comuns para melhorar o futuro da população das cidades do mundo, priorizando a

extinção da pobreza, melhorando a saúde, combatendo doenças, garantindo a sustentabilidade

(ONU, 2016; ISO, 2017).

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Por meio da análise dos indicadores de sustentabilidade da Norma Técnica ISO 37120

e dos indicadores, objetivos e metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11, o presente

trabalho visa estabelecer se há relação entre eles e se existe convergência frente à agenda 2030.

Para responder as essas questões esta pesquisa apresentará as relações existentes entre

os indicadores da ISO 37120 e os Indicadores do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11

(ODS11), ambos voltados para cidades sustentáveis em relação à Agenda 2030 com a hipótese

de haver convergências entre ambas Normas ou diferenças entre elas. Tendo em vista que a

norma internacional e o ODS consideram a sustentabilidade como princípio geral e resiliência

como conceito orientador no desenvolvimento das cidades, o uso dos indicadores é essencial

como um instrumento facilitador de planejamento de necessidades futuras, levando em

consideração o uso atual e a eficiência dos recursos.

1.2.OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Estabelecer a relação entre os indicadores da ISO 37120 e os indicadores do ODS 11

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para atingir e complementar o objetivo geral, apresentam-se alguns objetivos

específicos a serem analisados no decorrer do trabalho:

- Identificar as contribuições das relações entre os indicadores de cidades da ISO 37120

e os indicadores do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS11) para atendimento

da Agenda 2030;

- Avaliar os indicadores do ODS11 e da ISO 37120, como base para tomadores de

decisão colocarem em prática o uso dos indicadores de cidade tanto da ISO 37120, quanto do

ODS11, um em complemento ao outro, tornando assim as cidades mais sustentáveis e com

melhor qualidade de vida.

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2. ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente capítulo apresenta uma breve estrutura deste trabalho.

No capítulo um, uma Introdução com a definição do tema, questão de pesquisa e

objetivos geral e específico.

Capítulo 3 com Referencial Teórico, abordando os principais conceitos estudados e a

discussão de diversos autores sobre o tema.

No capítulo 4 está a descrição dos aspectos metodológicos e processos realizados para

o desenvolvimento da pesquisa.

O quinto capítulo traz os resultados da pesquisa com análise e discussão; e, por fim, a

conclusão no capítulo 6.

3. REFERENCIAL

3.1 Sustentabilidade Urbana

O desenvolvimento urbano surgiu como um debate sobre sustentabilidade, como uma

solução para os problemas das cidades, quando as áreas urbanas não são planejadas ou

desenvolvidas de forma inteligente (UNHabitat, 2010; Koglin, 2008).

O desenvolvimento urbano sustentável tem como proposta colocar em prática o

desenvolvimento sustentável em escala local (Opschoor, 2011), incluindo considerações e

metodologias sustentáveis, como a oferta de recursos naturais, a sustentabilidade como proteção

dos sistemas urbanos contra os riscos ambientais e melhorias na qualidade da vida urbana (Cui,

Li,Yu & Lin.,2010; Yang & Yin, 2010). Com a inserção do desenvolvimento sustentável, as

cidades podem se equilibrar e melhorar os serviços ecossistêmicos urbanos que fornecem bem-

estar sustentável para seus residentes (Zhao, Liang,& Zhang, 2009).

Para Acselrad (1999), sustentabilidade urbana deve ser estratégica com eficiência

ecoenergética, proporcionando qualidade de vida.

Este tema aborda dois conceitos que interagem nas relações entre Estados, o primeiro

analisa necessidade de desenvolvimento das nações que ainda não atingiram o nível de riqueza

dos países desenvolvidos, e o segundo é a sustentabilidade, que determina a possibilidade do

desenvolvimento econômico ao envolver-se no processo produtivo das nações, além de atuar

nas relações nacionais e internacionais (Sachs, 2014).

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As cidades são diferentes em todo o mundo, com condições para o desenvolvimento

sustentável distintas (Yang, 2010; Tuts e Altinger, 2011). A pobreza, o crescimento da

população, condições insalubres de moradia, infra-estrutura inadequada, problemas de higiene,

má qualidade da água e poluição são problemas das cidades do mundo em desenvolvimento

(UN-Habitat, 2010). Diversos processos de transformação influenciam constantemente as

cidades, incluindo mudança de estrutura da população, economia, cultura, estilos de vida e

políticas públicas nacionais, que podem levar a funções urbanas alteradas e novas necessidades

e oportunidades locais (UN-Habitat, 2010).

O crescimento e a longevidade da população associados à urbanização e ao consumo de

novas tecnologias e necessidades básicas para sobrevivência tende a gerar fatores negativos

como a superpopulação em regiões especificas das cidades, e gerando a produção de resíduos

(Jacobi e Besen, 2011).

Conforme pode ser observado na Figura 2, estima-se que haverá aumento da população

urbana em 60% até 2030, e de 70% até 2050, passando de 8,6 bilhões de habitantes no mundo

(ONU, 2012).

Figura 2 Evolução Populacional

Nota. Figura 2: Evolução do crescimento da população mundial. Representa a evolução do crescimento da população mundial até

2050 Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU, 2012).

Um dos aspectos que favoreceram o crescimento da urbanização foi a migração da

população rural para áreas urbanas. Essa migração gerou aumento de desemprego, pois a

demanda era maior que a oferta, além da falta de infraestrutura das cidades para atender essa

população (UN-HABITAT, 2010). O histórico da migração da zona rural para as áreas urbanas

0

2

4

6

8

10

2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050

Evolução do crescimento da população mundial (2000-2050) (Em bilhões)

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provocou escassez de mão-de-obra nas tarefas agrícolas específicas, reduzindo a qualidade de

vida e o desenvolvimento das áreas rurais (Binswanger e Rosenzweig, 1986; Byerlee, 1974).

Após alguns anos, a migração populacional da zona rural ajudou no

reestabelecimento da economia nas áreas rurais, devido ao envio de remessas de dinheiro de

migrantes, colaborando com o desenvolvimento econômico da região (Yang, 2008).

A Figura 3 demonstra as projeções de crescimento da população Urbana em relação

à Rural até 2050.

Figura 3 Projeção da população em áreas urbanas e rurais até 2050

Nota: Figura 3 população mundial Rural e Urbana :Representa o crescimento da população mundial urbana e das áreas rurais no período de

1950 a 2050. Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU, 2014)

A população urbana tem maior índice de crescimento populacional em relação à

população da zona rural, e esse crescimento é significativo em relação a zona rural, como

podemos observar na figura 3.

As cidades têm crescimento rápido e com isso surgem desafios como o abrigo às

comunidades; infraestrutura e financiamento; adaptação ao clima e urgência de uma economia

próspera e em desenvolvimento. A maneira como uma cidade responde a estes desafios

determinará o seu sucesso e a proposta de qualidade de vida. A urbanização acelerada aumenta

o problema da escassez de recursos para as cidades (Salat, Bourdic & Kamiya, 2017).

950 980 1000 1000 10001500

20002500

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1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050

População mundial rural e urbana (1950-2050) (Em milhões)

urbana rural

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As cidades têm populações crescentes, atividades intensivas, demandas de serviços

ecológicos e ambientais e uso de recursos e consumo (Mori e Christodoulou, 2012).

O Brasil é um país que vivencia há muito tempo os problemas associados ao aumento

populacional sem interferência do poder público, com uma urbanização de comunidades de

baixa renda sem controle, passando uma imagem de que as cidades brasileiras estão associadas

à violência, ao trânsito, à poluição e às enchentes e gerando desigualdade social (Maricato,

2000).

Para Werbach (2010), a sustentabilidade tem quatro aspectos ao invés de três como

apresentados no triple bottom line; a ambiental, a econômica e a social, incluindo nestes itens

o aspecto Cultural. O aspecto ambiental está relacionado ao meio ambiente ecológico, mudança

de clima, derretimento das calotas polares, preservação de recursos naturais e prevenção de lixo

e contaminação de solo e agua; o aspecto econômico interage com o lucro e a satisfação das

necessidades pessoais da população, garantindo moradia, bem estar, alimentos, água, para as

pessoas; o aspecto social foca na condição das pessoas na sociedade, em relação à pobreza,

educação, saúde, violência, injustiça, trabalho e direitos humanos preservados; e, por fim, o

aspecto cultural refere-se às comunidades com identidade cultural e preservação das suas

tradições de geração em geração.

No relatório Brundtland, a alegação é de que a pobreza é inevitável e que o

desenvolvimento de uma cidade pode auxiliar o atendimento das necessidades básicas,

oferecendo oportunidades de melhoria na qualidade de vida da população. O conceito de

desenvolvimento sustentável no Relatório de Brundtland estabelece o atendimento às

necessidades das gerações futuras sem comprometer as presentes gerações, trazendo à tona os

debates sobre a igualdade social para tomada de decisões por meio de processos políticos para

o desenvolvimento urbano (CMMAD, 1988).

O conceito de sustentabilidade foi adaptado para enfrentar desafios diferentes, partindo

do planejamento para cidades sustentáveis e meios de subsistência sustentáveis, como

agricultura e pesca sustentável, com os esforços para desenvolvimento de empresas comuns e

padrões para Pacto Global das Nações Unidas e no World Business Council for Sustainable

Development que são pontos positivos para a maioria das pessoas. A combinação destes

conceitos pode ser considerada um acordo universal com a sustentabilidade pelo valor agregado

e o objetivo como um bom recurso em diversos contextos sociais conflituosos (Kates, Parris &

Leiserowitz,2005).

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Para alcançar a sustentabilidade urbana é necessário construir um ambiente de modo a

atender os conceitos sustentáveis para satisfazer as necessidades humanas nos âmbitos social,

econômico e ambiental. E, conforme Werbach (2010), não esquecendo do âmbito cultural. Com

essa conscientização, é possível analisar resultados de diversos métodos e ferramentas para a

avaliação da sustentabilidade urbana, com o intuito de promover uma definição mais ampla e

precisa do termo sustentabilidade e, ao mesmo tempo, a especificação de objetivos de

sustentabilidade global.

Para Sachs (1993) o planejamento urbano também deve considerar a sustentabilidade

social, econômica, ecológica e cultural.

A busca pela sustentabilidade urbana é um dos desafios atuais e está associada ao

desenvolvimento de políticas públicas urbanas. Duarte (2007) aborda que o planejamento

urbano é um processo que pode auxiliar a sustentabilidade utilizando quatro etapas:

1. Diagnóstico: analise da situação, verificando cenário atual;

2. Prognostico: deve responder sobre a situação atual da cidade;

3. Proposta: propostas de melhoria com infraestrutura, qualidade de vida;

4. Gestão: fazer um plano de esboço urbanístico com metodos eficazes para

atender a cidade.

O alcance da sustentabilidade depende da consciência da sociedade, dos governos e seus

representantes.

3.2 Planejamento Urbano

O Planejamento Urbano surge no Brasil como uma ação proposta para organizar os

espaços das cidades de forma mais adequada (Elias & Scotson, 2000).

O conceito de planejamento urbano se relaciona ao desenho urbano, urbanismo ou

gestão urbana. Estes tem como objetivo principal a Cidade, devendo ser considerada nos

aspectos sociais, fisicos, economicos e culturais (Duarte, 2007).

Planejamento urbano e gerenciamento das questões sobre o uso da terra estão em um

processo de mudança constante. Utilizando a sustentabilidade como meta, o uso de indicadores

para monitoramento urbano e a regulamentação está se tornando cada vez mais questionada

(Desthieux, Repethi, 2006; Zhang,Yang & Yu, 2006).

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O planejamento urbano é um processo de criação que busca melhorar a qualidade de

vida da população. Introduzindo processos de produção, infraestrutura e adequação do espaço

urbano, desenvolvendo soluções que proporcionem aos habitantes uma vida com mais

qualidade.

Slocombe (1993) defende que planejamento urbano deve ir a favor da sustentabilidade

se integrando ao planejamento ambiental, já que o primeiro é fraco na abordagem ecológica,

enquanto o segundo se atenta para as demandas ambientais locais.

As cidades precisam de um planejamento adequado para se desenvolver de forma

sustentavel. Na contramão não existe desenvolvimento sustentável para as cidades sem o

avanço da mobilidade urbana (Mitchell, Namdeo & Kay, 2001), sem o desenvolvimento

imobiliário, sem o avanço na saúde, entre outras. A sociodiversidade territorial necessita

integrar-se às cidades fazendo parte do desenvolvimento urbano sustentável. O entusiasmo

urbano das cidades de Manhattan, Barcelona, Paris ou Tóquio é incrível, pois são grandes

cidades, locais onde a sociodiversidade dos moradores é seriamente sustentável. No caso de

São Paulo, um modelo mais sustentável para a classe média, seriam bairros como Higienópolis

com vitalidade urbana e não como em condomínios fechados que excluem a vida urbana. A

cidade sustentável é compacta. No Rio de Janeiro, a vida urbana oferece modelos simples e de

sociodiversidade em bairros nobres como Ipanema, Copacabana e Leblon, ao contrário dos

modelos condomínios fechados da Barra da Tijuca (Leite, 2017).

Há outros fatores que interferem nesses processos, mas com um planejamento adequado,

a pratica de politicas publicas assertivas e tomada de decisão correta para as cidades, a

segurança, a habitação, a saúde e o bem estar da população estarão em consonância com uma

cidade sustentável.

3.3 Cidades Sustentaveis

O Relatório Brundtland, na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, deu importância às cidades como um meio para enfrentar o desafio do

desenvolvimento sustentável (CMMAD, 1987).

A sustentabilidade ambiental é um dos principais componentes do Índice de

Prosperidade da Cidade do UN-Habitat (UNHabitat, 2013).

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O conceito de cidade sustentável está voltado para a criação de um habitat

ambientalmente, socialmente e economicamente saudável e resiliente para a população

existente, sem comprometer as futuras gerações (ICLEI, 1996).

As cidades são sistemas complexos e dinâmicos cuja regulação ou desenvolvimento por

meio do planejamento requer métodos cada vez mais sofisticados para compreender, modelar,

prever e formular estratégias e planos para o futuro. O processo de planejamento é suportado

por fatos e evidências históricas e atuais, com dados de diversas fontes facilitam a tomada de

decisão (Geertman, Allan & Pettit 2017).

As construções nas cidades atuais, geram degradação ao meio ambiente, sendo

necessário criar metodologias para melhorias sustentáveis para garantir a eficiência nas medidas

tomadas para construir um ambiente sustentável (Massimini e Gonçalves, 2016).

A Nova Agenda Urbana (NUA) foi apresentada em outubro de 2016 na Habitat III. Foi

desenvolvida em resposta ao Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11 (ODS11), e pede

por um novo modelo que poderá readequar o método de planejamento para governar e conduzir

as cidades e assentamentos humanos, considerando o desenvolvimento urbano e territorial

sustentável, importante para a realização do desenvolvimento e prosperidade a todos. Para

alcançar este resultado, as ações incluem o planejamento e projetos urbanísticos em um

território integrado, otimizando o dimensionamento espacial urbano para entrega dos resultados

positivos da urbanização (ONU, 2016, Thomson e Newman, 2017).

De acordo com Leite (2012), as questões sociais, promovendo a sustentabilidade urbana,

com governo local, devem gerar mudança de atitude e atividade de revisão do planejamento

existente quanto ao uso do solo, redução do desperdício, renovação urbana, com espaço público

mais

No entanto, muitos desses problemas diminuíram nas cidades em países industrializados

da Europa, América do Norte e Oceania durante o século XX (McCormick, Anderberg, Coenen

&Neij, 2013). Isto foi principalmente devido a um crescimento econômico estável e distribuído

de forma equitativa, melhor organização, urbanismo e investimento em infra-estrutura,

construção e renovação urbana. Um desenvolvimento semelhante ocorreu em partes da América

do Sul e Ásia.

Na Europa, os problemas de sustentabilidade urbana hoje consistem principalmente de

segregação e crescimento social; tensões; problemas de tráfego local; crescimento contínuo da

geração de resíduos sólidos; e o consumo grande e muitas vezes ineficiente de energia e material

com relação às mudanças climáticas (McCormick et al, 2013).

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Os problemas de sustentabilidade urbana não são necessariamente características da

urbanização, mas podem ser consideradas como resultados de má governança e planejamento

(Rode e Burdett, 2011). As cidades exercem um papel significativo em relação ao impacto

positivo ou negativo do desenvolvimento urbano (McCormick et al, 2013).

O desenvolvimento e as oportunidades para cidades podem variar com o tempo.

Diversos processos de transformação influenciam constantemente as cidades, incluindo

mudança de estrutura da população, economia, cultura, estilos de vida e políticas nacionais, que

podem levar a funções urbanas alteradas e novas necessidades e oportunidades locais (UN-

Habitat, 2010).

As cidades, para se tornarem sustentáveis, precisam de apoio para desenvolver-se. A

Agenda 2030 em conjunto com os ODS pretende tornar a sustentabilidade para as cidades uma

realidade mais próxima.

3.4 Agenda 2030

A Agenda 2030 foi aprovada pela ONU em Nova York em setembro de 2015,

estabelecendo para as nações do mundo um quadro global para avançar o desenvolvimento

sustentável em três pontos: econômico, social e ambiental. Tornou-se um plano de ação para o

mundo com prosperidade, visando fortalecer a paz universal, incluindo os ODS, com seus

objetivos e metas, que poderão ser adotados por todos os países do mundo, estabelecendo

parcerias entre eles, dando prioridades em orientar as escolhas para melhorar a vida das pessoas

atuais e das gerações futuras (ONU, 2015).

O documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o

Desenvolvimento Sustentável” foi adotado por países que se comprometeram a tomar medidas

intensas para transformar e promover o desenvolvimento sustentável de 2015 até 2030 (ONU,

2015).

A ONU entendeu que havia necessidade de estruturar os indicadores dos Objetivos do

Desenvolvimento Sustentável de forma mais coerente, evitando abusos no processo de seleção.

Griggs, Stafford, Gaffney, Rockström, Öhman. & Shyamsundar (2013) acrescentam uma visão

ambiental e social unificada para os ODS, gerenciando os trade-offs e intensificando as

parcerias entre os métodos e as abordagens aplicadas ao desenvolvimento dos indicadores,

classificando em duas categorias, políticas e conceituais (Eurostat, 2014).

Os Objetivos e metas, apesar de serem apresentados em 2015, só entraram em vigor no

dia 1º de janeiro de 2016 e com orientações e diretrizes para decisões nos próximos anos, até

2030. O plano é que todos trabalhem para implementar a agenda em seus países de origem

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aplicando regionalmente ou de forma global, avaliando a realidade nacional, capacidades de

desenvolver-se, obedecendo as políticas públicas e preferências nacionais (ONU, 2016).

A Agenda 2030 não especifica o escopo dos indicadores, como há um número de metas,

há um número consideravel de indicadores para cada meta. No caso do ODS 11, temos 10 metas

e 15 indicadores. O desenvolvimento dos indicadores é um dos desafios da agenda 2030. O

desenvolvimento dos ODS é um processo de inserção de conhecimento científico e de criação

de normas políticas e outros itens que precisam ser reconhecidos e avaliados. Se o processo

como um todo for bem aplicado, o desenvolvimento de indicadores deverá ser projetado e

executado de forma clara e objetiva (Rametsteiner, Pülzl, Alkan &Frederiksen, 2011).

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio surgiram em 2000, na Declaração do

Milênio das Nações Unidas. Com uma meta determinada para até 2015, os ODM continham 60

indicadores globais, sendo 8 objetivos, 21 metas, mensurados e comparados entre os países.

Essas metas eram mais simples e em menor quantidade e estavam sendo praticadas e alcançadas

em sua maioria. A ONU, em 2015, reestrutura dos ODM, aumentando as metas e os indicadores,

passando então a serem nomeados como ODS – Objetivo do Desenvolvimento Sustentável.

Para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, foram adicionados 9 objetivos, totalizando

17 objetivos, 169 metas e 230 indicadores, que fazem parte do conjunto de normas da ONU e

da agenda 2030 Acredita-se que leve um tempo até que os ODS desempenhem o seu papel, que

é mensurar indicadores para auxiliar países na escolha de prioridades e ações para tomada de

decisão, porém há um prazo pré-determinado para atendê-los (PNUD, 2017).

As cidades são o foco da Nova Agenda Urbana, no processo global de acompanhamento

e revisão para as cidades analisarem seus desafios e aprenderem com os erros e acertos umas

das outras. As cidades têm muitas iniciativas interessantes apoiando o processo de

aprendizagem e compartilhamento de experiências. Essas atividades serão apoiadas, ampliadas

e alinhadas de acordo com a Nova Agenda Urbana (Dellas, Schreiber, Fischer & Carius, 2016).

A Tabela 1 apresenta a transição das metas dos Objetivos do Milenio (ODM) de 2000 a

2015 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) de 2015 a 2030.

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Tabela 1 Transição do ODM para ODS

ODM – 2000-2015 ODS 2015 -2030

1. Erradicar a pobreza extrema e a fome;

1. Erradicação da pobreza - Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

2. Alcançar o ensino primário universal;

2. Fome zero e agricultura sustentável - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.

3. Promover a igualdade de gênero e empoderar as mulheres;

3. Saúde e bem-estar - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

4. Reduzir a mortalidade infantil;

4. Educação de qualidade - Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

5. Melhorar a saúde materna;

5. Igualdade de gênero - Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;

6. Água limpa e saneamento - Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.

7. Garantir a sustentabilidade ambiental;

7. Energia limpa e acessível - Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.

8. Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.

8. Trabalho de decente e crescimento econômico - Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.

9. Inovação infraestrutura - Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.

10. Redução das desigualdades - Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.

11. Cidades e comunidades sustentáveis - Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

12. Consumo e produção responsáveis - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

13. Ação contra a mudança global do clima - Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos (*).

14. Vida na água - Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

15. Vida Terrestre Proteger, restaurar e promover uma utilização sustentável dos

ecossistemas terrestres, gerir as florestas de forma sustentável, combater a desertificação e parar e reverter a degradação da terra e interromper a perda de diversidade.

16. Paz, justiça e instituições eficazes - Promover sociedades pacíficas e inclusivas par ao

desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

17. . Parcerias e meios de implementação - Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentáveis

Nota : Tabela 1 ODM’s(2000) em relação aos ODS (2015) Adaptado: Organização das Nações Unidas(ONU, 2015)

Na tabela 1 pode-se observar a inserção de novas metas para a transição dos ODM para

os ODS, mantendo as antigas metas e melhorando seu conteúdo.

A Agenda 2030 é o principal dado para as cidades, com importância para a promoção

do desenvolvimento sustentável, efeito que causará ao atingir os objetivos globais e suas metas

estabelecidas. Em se tratando da importância do futuro das cidades e do planeta e a necessidade

de analisar as convergências, o ODS 11 estabelece uma posição política urbana global em uma

declaração sobre a funcionalidade social, econômica e ambiental das cidades e do sistema

urbano (Parnell, 2016).

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3.5 Indicadores

De acordo com a ISO 37120 (2017), indicador é uma medida quantitativa, qualitativa

ou descritiva.

Um indicador é uma ferramenta desenvolvida para obter informações relativas à itens

específicos, com experiência para resumir informações, ficando apenas o conceito fundamental

das informações a serem analisadas (Benetti, 2006).

Segnestan (2002) apresentou um conceito que os indicadores são componentes básicos

para o trabalho, servindo como ferramenta analítica para realização de estudos da sociedade.

Ressalta que os indicadores servem para formação de informações para base de todo processo

decisório.

A utilização de indicadores para identificar e observar a existência de aspectos e pontos

de melhoria tem sido uma prática normal, pois os indicadores agem como forma de analisar

processos de desenvolvimento, não apenas como incentivo para a elaboração das políticas

públicas, mas também monitorar o uso e os efeitos das políticas (Cunha, 2003).

Mousinho (2001) abordou que do mesmo modo que as informações podem expor

aspectos importantes, o indicador é uma ferramenta que pode rastrear problemas que dificultam

o funcionamento de todo processo que envolve cidades, empresas, projetos. Diante disso, com

a demanda para as organizações públicas ou privadas, usufruindo de informações com potencial

para tomada de decisão, é necessário entender os problemas relacionados ao meio ambiente,

com a conexão aos itens que envolvem o desenvolvimento sustentável.

Para Araújo, Fernandes & Rauen (2015), pode-se utilizar indicadores como ferramentas

de monitoramento e avaliação dos processos, para apoio na construção de novos modelos e

práticas de negócios, com base em mudanças da cultura de gestão.

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3.5.1 Indicadores de Sustentabilidade

Os indicadores ambientais tiveram início na década de 70 e 80, resultado dos esforços

governamentais e organizações internacionais na criação e publicação dos primeiros Relatórios

referentes ao Estado do Ambiente (França, 2001).

Para construir conceitos sobre as condições atuais de um sistema é importante utilizar

os indicadores sustentáveis, que poderão servir para analise do processo e das condições do

sistema, seja ele do passado, presente ou futuro. Para formar um conceito ou determinação das

condições existentes que podem ser confrontados com as metas, podendo ser aplicados na

sociedade civil, nos órgãos não governamentais, mercados econômicos, utilizados como

instrumentos de monitoramento, analise e base para gestão (Quiroga, 2001).

Os indicadores de sustentabilidade urbana são ferramentas que possibilitam o

planejamento das cidades, estabelecem políticas públicas mais precisas, que permitem avaliar

os impactos ambientais e socioeconômicos referentes aos projetos urbanos, possibilitando que

as cidades monitorem o sucesso e os resultados de seus procedimentos sustentáveis (Comissão

Europeia, 2015).

Atualmente, uso de indicadores sustentáveis ambientais tem aumentado. Isso ocorre por

interesse de órgãos governamentais e não-governamentais, além de alguns institutos de

pesquisa e centros universitários do mundo todo. Algumas conferências foram planejadas por

empresas de ordem internacional, iniciativas vinculadas a pesquisadores de instituições

governamentais ou universitárias (Marzal & Almeida, 2000).

Para a verificação das análises a respeito da sustentabilidade ambiental, foram

elaborados indicadores como ferramentas, estabelecendo uma análise do processo avaliativo

dos resultados relativos às metas sustentáveis previamente definidas, proporcionando às partes

interessadas condições apropriadas para acompanhar e dar apoio ao processo decisório

(Malheiros, Philippi & Coutinho, 2008).

Utilizadas como ferramentas, os indicadores de sustentabilidade podem auxiliar no

monitoramento da operação e no desenvolvimento, tendo como função oferecer informações

acerca das condições das várias dimensões ambientais, sociais, culturais e econômicas que

fazem parte do desenvolvimento sustentável de todo sistema da sociedade (Carvalho, Curi, &

Carvalho, 2011).

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O objetivo de utilizar os indicadores sustentáveis é juntar e mensurar informações,

destacando a importância para simplificar as informações referentes àqueles fenômenos

buscando melhorar o processo de comunicação (Bellen, 2006).

Os indicadores estão sendo aplicados para compreender as informações de estudos

internacionais e nacionais, possibilitando a análise dos impactos do homem no ecossistema

atual (Silva, Correia & Cândido, 2010).

A construção dos indicadores da ONU recomendou o início a um trabalho importante

para avaliar a implementação da Agenda 21 Global com incentivo para que outros países

iniciassem o processo de construção de seus próprios indicadores, seja ele nacional, regional ou

local (ONU, 2000).

Para a Organização das Nações Unidas, os indicadores não eram interessantes para o

Poder Público, em avaliar a competência das políticas aplicadas, mas servem como importância

para os habitantes, transformando-se em instrumento de cidadania, podendo informar as

condições do meio ambiente e da qualidade de vida do local (Câmara, 2002).

A proposta dos ODS é ter um objetivo único e abrangente para a governança, pois cada

objetivo deve ter sua própria estrutura para o governo(Foresti, 2014).

3.5.2 Objetivo do Desenvolvimento Sustentável ( ODS)

A ONU foi criada em 1945 em São Francisco nos Estados Unidos para evitar novos

conflitos, logo após a segunda Guerra Mundial. A primeira tentativa para acabar com conflitos

foi no final da primeira Guerra mundial, na formação da Liga das Nações. A Liga das Nações,

era uma organização internacional, estabelecida em 28 de abril de 1919, em Versalhes, na

França na cidade de Paris, onde os países vencedores da Primeira Guerra Mundial tinham o

objetivo de lutar pela paz mundial, e impedir novas guerras e assegurando a paz, ações

diplomáticas, se reuniram para negociar um acordo de paz e última reunião ocorreu em abril de

1946 (ONU, 2019).

A Liga das Nações não tinha poder executivo forte, nem representantes da União

Soviética e dos Estados Unidos. A invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, foi uma prova

do fracasso da Liga das Nações (ONU, 2019).

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Os Países membros iniciais foram a Inglaterra, França, Itália, Japão. E quatro membros

não permanentes, foram eleitos pela Assembleia por um período de três anos. Os primeiros

membros não permanentes foram Bélgica, Brasil, Grécia e Espanha (ONU, 2019).

O nome "Nações Unidas", foi dado pelo presidente dos Estados Unidos Roosevelt, e

usado pela primeira vez em 1 de janeiro de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, quando

26 representantes de nações aprovaram a "Declaração de as Nações Unidas (ONU, 2019).

A Carta finalmente foi assinada em 26 de junho de 1945, em San Francisco, no final da

Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional. Em 24 de outubro do mesmo

ano entrou em Vigor com parte integrante da Carta “O Estatuto da Corte Internacional de

Justiça” (ONU, 2019).

Desde então a ONU tem por objetivo buscar a Paz entre as nações do mundo, erradicar

a fome no mundo, dar uma vida digna a todos.

Em 2000 na Cúpula do Milênio, a Organização das Nações Unidas, deu inicio ao

Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, com 8 Objetivos, 24 metas e 48 indicadores para

alcançar o Desenvolvimento Sustentável com meta até 2015.

Em 2016 a Organização das Nações Unidas (ONU), estabeleceu nova meta e

reestruturou os ODM, passando para Objetivo de Desenvolvimento Sustentável com 17

objetivos e 169 metas e 230 indicadores com meta para até 2030.

Dentre estes Objetivos, um especifico interagiu na aplicação deste trabalho, o ODS 11,

que trata do desenvolvimento sustentável para as cidades inclusivas por meio de planejamento

e gerenciamento (ONU,2016).

3.5.3 Indicadores ODS 11

As cidades são grandes centros de comércio, cultura, ciência, produtividade,

desenvolvimento social, permitindo a evolução social e econômica das pessoas que ali vivem,

mesmo com desafios de continuar criando empregos, trazendo prosperidade sem prejudicar o

meio ambiente e seus recursos (ODS, 2016).

Para o futuro das cidades é preciso incluir oportunidades para todos, acesso aos serviços

básicos, energia, moradia, transporte, saúde entre outros (ODS, 2016). O Objetivo do

Desenvolvimento Sustentável 11 promove o desenvolvimento sustentável para as cidades

inclusivas por meio de planejamento e gerenciamento.

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O processo dos ODS iniciou-se em 2015, como desafio para os governos em todos os

níveis, reconhecendo a inclusão dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, inseridos

nos processos e estratégias nacionais de planejamento (ODS, 2016).

O ODS 11 é um objetivo que faz parte dos 17 Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável, lançado pela ONU, com 7 metas relacionadas ao alcance do ODS específico e 3

metas de implementação no documento da Agenda 2030, referindo-se aos recursos humanos,

tecnológicos, financeiros e de governança podendo envolver políticas públicas, legislação,

planejamento urbano, entre outros necessários ao alcance dos ODS (ODS11, ONU, 2016).

Os temas dos ODS podem ser divididos em quatro pontos:

Social: relacionado às necessidades humanas, educação, habitação, saúde,

qualidade de vida e justiça;

Ambiental: trata da conservação e preservação do meio ambiente,

biodiversidade, desmatamento, uso sustentável dos oceanos, proteção das

florestas, combate à desertificação, condições climáticas;

Econômico: orienta sobre o uso e o esgotamento dos recursos naturais, resíduos,

energia, segurança, patrimônio, uso de recursos financeiros;

Institucional: trata da utilização dos ODS de forma pratica e objetiva (ONU,

2016).

| a tabela 2 representa as metas e os indicadores dos ODS11.

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.

Tabela 2 Metas do ODS 11 e seus indicadores

METAS INDICADORES

11.1 Até 2030, garantir o acesso de todos a habitação e serviços básicos adequados, seguros e acessíveis e melhorar as favelas

11.1.1 População urbana que vive em habitações inadequadas

11.2 Até 2030, fornecer acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis e sustentáveis para todos, melhorando a segurança rodoviária, por meio da expansão dos transportes públicos, com atenção especial às necessidades das pessoas em situação vulnerável, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos.

11.2.1 Acesso ao transporte público

11.3 Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países

11.3.1 Taxa de consumo da terra para taxa de crescimento populacional 1.3.2 Cidades com estrutura de participação direta da sociedade civil no planejamento e gestão urbanos

11.4 Fortalecer os esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo

11.4.1 Despesas com o patrimônio cultural e natural

11.5 Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas e diminuir substancialmente as perdas econômicas diretas relativas ao produto interno bruto global causadas por desastres, incluindo desastres relacionados à água, com foco na proteção dos pobres e das pessoas vulneráveis. situações

11,5,1 a) Mortes, b) Pessoas desaparecidas e c) Pessoas diretamente afetadas atribuídas a desastres " 11.5.2 a) perda econômica, b) Danos à infra-estrutura crítica c) Interrupções nos serviços básicos, atribuída a desastres "

11.6 Até 2030, reduzir o impacto ambiental per capita das cidades, inclusive prestando atenção especial à qualidade do ar e à gestão municipal e de outros tipos de resíduos

11.6.1 Descarga de resíduos sólidos urbanos 11.6.2 Matérias finas particuladas nas cidades

11.7 Até 2030, fornecer acesso universal a espaços verdes, públicos e seguros, inclusivos e acessíveis, em particular para mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência.

11.7.1 Área construída de cidades que é espaço aberto para uso público 11.7.2 Vítimas de assédio físico ou sexual

11.a Apoiar vínculos econômicos, sociais e ambientais positivos entre as áreas urbanas, periurbanas e rurais, fortalecendo o planejamento do desenvolvimento nacional e regional

11.a. População que vive em cidades que implementam planos de desenvolvimento urbano e regional

11.b. Em 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e implementando políticas integradas e planos de inclusão, eficiência de recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, resiliência a desastres, e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai. Redução do Risco de Desastres 2015-2030, gestão do risco de desastres em todos os níveis.

11.b.1 Países que adotam e implementam estratégias de redução de risco de desastres 11.b.2 Governos locais que adotam e implementam estratégias de redução de risco de desastres

11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência financeira e técnica, na construção de edifícios sustentáveis e resilientes utilizando materiais locais

11.c.1 Apoio financeiro aos PMDs alocados a edifícios sustentáveis, resilientes e eficientes em recursos

Nota: Tabela 2 Adaptado de Metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 11 e seus respectivos indicadores

3.6 ISO 37120

A ISO Internacional Standardization Organization é uma entidade de padronização e

normatização Internacional, criada em Genebra na Suíça em 1947.

A Sigla vem do grego “ISOS” que significa “igual” o que define basicamente a

organização que deseja padronizar as normas, criando normatizações iguais. A ISO tem por

objetivo aprovar normas técnicas internacionais em todas as áreas técnicas, em todos os países

obedecendo normas, procedimentos e processos.

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Com a preocupação de melhorar o desenvolvimento sustentável até 2030, as cidades em

todo o mundo têm buscado implementar ações e políticas promovendo a sustentabilidade para

criar ambientes urbanos mais saudáveis e com qualidade de vida. As cidades necessitam avaliar

desempenho, verificar os progressos realizados e comparar melhorias e problemas para a

elaboração de políticas públicas mais sólidas e para embasamento de decisões (ONU, 2016).

Uma série de normas internacionais voltadas para cidades foi elaborada em 2014 pela

International Organization for Standardization (ISO), promovendo análise da sustentabilidade

e resiliência (ISO, 2017).

Em novembro de 2013, foi instituído o Technical Committee da ISO, de número ISO/TC

268 – Sustainable cities and communities. O comitê consistiu em elaborar a normalização

técnica do tema, incluindo o desenvolvimento de requisitos de gestão, estruturas, instruções,

métodos e ferramentas que auxiliassem as comunidades de todos os tipos, como fornecedores

e prestadores de serviços a se tornarem sustentáveis e resilientes e a indicação dos seus

resultados (ISO, 2013).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) instituiu a comissão espelho da

ISO/TC 268, que foi denominada ABNT/CEE-268 - Comissão de Estudo Especial de

Desenvolvimento Sustentável em Comunidades. Foi aprovada no Conselho Técnico da ABNT,

por solicitação do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) para atender as

necessidades de participar da elaboração de Normas Internacionais e adotá-las como Normas

Brasileiras, a fim de colaborar com a gestão das cidades, proporcionando indicadores para o

desenvolvimento sustentável (ABNT, 2017).

A comissão contou com parcerias de várias instituições como Sabesp; Ministério das

cidades; Conselho de Desenvolvimento Habitacional e Urbano Estado do São Paulo (CDHU);

Conselho Brasileiro da Construção Sustentável (CBCS); Companhia Paulista de Trens

Metropolitanos (CPTM); Tecnisa; DERSA; Metro SP; CBIC; ABNT; FIESP; Amazon; UFG

Secovi; Concremat; Uninove; CCBR; CAIXA; Romanel entre outras.

A mencionada comissão espelho da ISO/TC 268 no Brasil iniciou os trabalhos em 23

de setembro de 2015 como membro “O”, observador, ou seja, sem poder de voto. A Comissão

apenas tem a prerrogativa de adotar ou não adotar as Normas internacionais, traduzindo-a para

nossa língua pátria, e tornando-as uma Norma Brasileira (NBR). A Comissão Espelho TC268

em dezembro de 2018, após o amadurecimento da comissão, decidiu por meio de votação,

transformar a Comissão espelho de membro “O” para membro “P”, Participante com poder de

voto, espera-se com isso mais facilidade em obter recursos financeiros para a comissão e

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também maior visibilidade perante o ISO/TC 268, apesar da já participação efetiva no envio de

comentários e contribuições aos textos em elaboração.

A ISO 37120 foi a primeira norma técnica brasileira para o Desenvolvimento

Sustentável de Comunidades - Indicadores para Serviços Urbanos e qualidade de vida, com

indicadores criteriosos que irão auxiliar os municípios a mensurar e comparar seu desempenho

(ABNT, 2017).

A ISO/TC 268 já publicou três normas técnicas ISO, voltadas às cidades:

1. ISO 37120:2014 – Sustainable Development of Communities: Indicators for city

services and quality of life (ISO, 2014) , que foi substituída pela ISO 37120:2017

(revisada), porém esta também será substituída pela nova versão que já está em revisão

final FDIS2018;

2. ISO 37101:2016 – Sustainable Development in Communities: Management system for

sustainable development; Requirements with guidance for use (ISO, 2016);

3. ISO 37100:2016 – Sustainable cities and communities: Vocabulary (ISO, 2016).

Há também algumas normas técnicas em processo de Desenvolvimento pelo ISO/TC 268:

ISO 37104; Guidance for practical implementation in cities; ISO 37105; Descriptive

framework for cities and communities; ISO 37106 – Guide to establishing strategies for smart

cities and communitie; ISO 37122; Indicators for Smart Cities; ISO 37123; Indicators for

Resilient Cities.

A ISO 37120 define cidade como comunidade urbana sob uma delimitação

administrativa específica, normalmente referida como municipalidade ou governo local (ISO,

2017, pág. 1). O termo comunidade é definido como grupo de pessoas com um arranjo de

responsabilidades, atividades e relações, mas uma comunidade é definida por uma delimitação

geográfica (ISO, 2018, pág. 1).

A International Organization for Standardization (ISO), elaborou um normativo padrão

ISO 37120, oferecendo indicadores como uma maneira de medir ou mensurar resultados sem

julgamento, antes de analisá-los (ISO, 2018). O principal objetivo da International

Organization for Standardization (ISO) foi desenvolver uma norma voltada para as cidades,

com intuito de medir a gestão e desempenho dos serviços e da qualidade de vida, facilitando a

aprendizagem de uma cidade com a outra, permitindo a comparação ampla de medidas de

desempenho e compartilhando as melhores práticas. Este novo padrão internacional foi

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desenvolvido usando o framework da Global City Indicators Facility (WWCD, 2017; Bhada,

A, P. & Hoornweg, 2009).

Os indicadores podem orientar as políticas públicas, planejamento e gerenciamento em

vários setores e partes interessadas. A ISO indica benefícios na adoção do padrão 37120 como

a governança e prestação de serviços mais eficazes; pontos de referência e metas internacionais;

comparação e planejamento local; suporte à tomada de decisão; aprendizado por meio de

compartilhamento de informações das cidades; alavancagem para financiamento e

reconhecimento em entidades internacionais; estrutura para o planejamento da sustentabilidade;

transparência e dados abertos para atrair investimento (Bencke, et al 2018).

A ISO 37120, versão FDIS 2018, estabelece 19 temas relacionados aos serviços das

cidades e qualidade de vida. Cada tema possui um conjunto de indicadores totalizando 104,

destes, 45 são indicadores essenciais que devem ser seguidos na implementação desta Norma e

59 indicadores de apoio que convém ser seguidos na implementação desta norma. Além destes,

24 indicadores de perfil, que servem para caracterizar a cidade. Todos os indicadores essenciais

devem ser reunidos em bases anuais promovendo melhores práticas, para que as cidades

apresentem indicadores de apoio nas mesmas seções (ISO, 2018).Conforme a tabela 4, há uma

quantidade especifica para cada tipo de indicador essencial, apoio e de perfil .

Foram pesquisados mais de 150 sistemas de medição, desenvolvidos e adotados em

outros paises, alem do Brasil. Com 163 países do mundo adotando a ISO 37120, a ISO continua

a buscar melhorias para o Desenvolvimento Sustentável para as cidades.

Na tabela 3 apresenta os indicadores da ISO 37120 e as subdivisões por tipo de

indicador; como indicadores essencias, que são necessários para analise, indicadores de apoio,

para auxiliar os indicadores essenciais, e de perfil com informais adicionais.

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Tabela 3 Divisão de tipos de indicadores da ISO 37120 No

Indicadores ISO 37120 indicadores essenciais

indicadores de apoio

Indicadores de Perfil

5 Economia 1 7

3

6 Educação 4 2

0

7 Energia 5 2

2

8 Meio ambiente e mudança climáticas 3 6

0

9 Finanças 2 3

2

10 Governança 1 3

0

11 Saúde 4 2

12 Habitação 2 2

6

13 População e condições sociais 1 2

6

14 Recreação 0 2

0

15 Segurança 5 5

0

16 Resíduos sólidos 5 4

0

17 Esportes e cultura 1 2

0

18 Telecomunicação e inovação 0 2

0

19 Transporte 2 5

2

20 Urbanização, agricultura local, segurança alimentar 1 3

0

21 Planejamento urbano 1 3

3

22 Esgoto 3 1

0

23 Água 4 3

0

Total de indicadores 45 59

0

Nota :Tabela 3 quantidade de indicadores essenciais, que devem ser cumpridos por quem implementa a norma ISO37120. O restante são

indicadores de apoio para auxiliar os indicadores essenciais. Ainda há indicadores de perfil que fornecem estatísticas e informações de base

para as cidades e possíveis comparações. Fonte :Organização das Nações Unidas (ONU, 2015) http://www.estrategiaods.org.br/os-ods/ods3/

No Brasil, a iniciativa Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas (RBCIH) se

dedicou à criação do Índice Brasileiro de Cidades Inteligentes e Humanas e o Selo Certificador,

utilizando os indicadores como demonstradores para análise dos municípios dentro do processo

e de suas ações a serem implementadas, com base na ISO 37120 (RBCIH, 2016).

O WCCD (World Council on City Data), Conselho Mundial de Dados da Cidade em

português, foi criado para facilitar a adoção e implementar a ISO 37120 em cidades pelo mundo

por meio de uma plataforma de verificação e comparação de cidades que aderiram à ISO 31720

(WCCD, 2017). Há uma base comum para métricas urbanas promovendo aprendizado de cidade

para cidade, que permitirá análise de desempenho das cidades com o objetivo de melhorar a

qualidade de vida geral para cidadãos (MCCarney, 2015).

O WCCD recebe uma rede de cidades inovadoras comprometidas em melhorar os

serviços e a qualidade de vida com dados abertos, fornecendo uma plataforma consistente que

abrange métricas urbanas e padronizadas. O WCCD é um centro global com parcerias em

cidades, organizações internacionais, e parceiros corporativos e acadêmicos para promoção de

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inovações, visando compreender futuros alternativos e com o intuito de construir cidades

melhores e mais habitáveis (WCCD, 2017).

As certificações podem ser obtidas por meio da qualificação de 100 indicadores - 46

essenciais e 54 de apoio, sendo reconhecido mundialmente e constituído 5 tipos de

classificações: Aspirational até Platinum, conforme ilustrado na figura a seguir (Figura 4). As

classificações são válidas em todo mundo oferecendo qualidade, segurança e eficiência para

cidades avaliadas, observando o desempenho das cidades independente do tamanho, mas sim

avaliando pela eficiência da gestão de governo (Silva, 2016).

Figura 4 Selos para Certificação da WCCD

Nota: Selos para Certificação Fonte: World Council on City Data ( WCCD, 2017)

Tabela 4 Tipos de Certificação para cada indicador Selos certificados

Indicadores necessários

Aspirational 30 a 45 Indicadores essenciais Bronze 46 indicadores essencias e 0 a 13 de apoio Silver 46 indicadores essencias e 14 a 29 de apoio Gold 46 indicadores essencias e 30 a 44 de apoio Platinum 46 indicadores essencias e 45 a 54 de apoio

Nota: Selos para Certificação Fonte: World Council on City Data (WCCD, 2017)

O portal existente (WCCD, 2017) está disponível com dados de todas as cidades que

aderiram à ISO 37120 e tem como motivação dar às cidades uma base confiável de dados

padronizados de forma global, de acordo com o mapa ilustrativo (tabela 4). É esta base de dados

que auxiliará no desenvolvimento de conhecimentos básicos para a tomada de decisão por meio

de dados comparativos de todo mundo.

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Figura 5 Mapa das Cidades Certificadas pela WCCD

Nota Figura 5 Mapa com as cidades - World Council on City Data (WCCD, 2017)

O WCCD conduziu com sucesso a ISO 37120 para certificar as cidades da fundação.

Todas as cidades descritas no mapa da figura 5 foram certificadas de acordo com a ISO 37120

e incluídas no Global Cities Registry para a ISO 37120. Os dados da Fundação Cidades podem

ser visualizados no WCCD Open Data Portal (WCCD, 2017).

Para a ISO 37120 (2017), esses indicadores abrangem vários setores relacionados à

sustentabilidade urbana, criados para auxiliar as cidades em três eixos: medir a gestão de

desempenho de serviços urbanos e a qualidade de vida; comparar por meio de ações de sucesso

de outras cidades; dividir informações e melhores práticas entre as cidades.

Estes indicadores urbanos podem servir no desempenho de monitoramento integrado,

avaliar e recomendar objetivos específicos para melhoria das cidades, com avaliação

quantitativa e/ou qualitativa (ISO, 2017).

Os benefícios na adoção da ISO 37120 pode interferir na governança e na prestação de

serviços eficazes, referência e metas internacionais; planejamento e comparação de ações

locais; Apoio para tomada de decisão; compartilhamento de informações das cidades; Apoio

para financiamento e reconhecimento em entidades internacionais; planejamento da

sustentabilidade estruturada; clareza com dados abertos para interesse por investimento (ISO

37120).

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Os indicadores da ISO 37120 podem auxiliar as cidades com avaliação de desempenho,

medindo o seu progresso, os resultados das cidades, fazendo comparações de melhoria, com o

objetivo de obter a qualidade de vida e a sustentabilidade (ABNT, 2017).

As cidades apresentam um estimulo econômico, pelo acumulo do crescimento

populacional com apelo turístico, pela centralização empresarial, que influencia as cidades

trazendo a necessidade de oferecer qualidade de vida para população local, além de

infraestrutura, emprego e serviços de boa qualidade (Silva, 2016).

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4. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa exploratória, com análise documental

e análise de conteúdo. Segundo Bardin (2011), a pesquisa qualitativa apresenta qualidades

particulares para a elaboração de inferências específicas sobre os acontecimentos, de uma

variável precisa.

Gil (1999) aborda que a pesquisa exploratória é estabelecida quando há pouco

conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado, proporcionando uma amplitude maior dos fatos,

pois é difícil formular hipóteses com pouco conhecimento. Este tipo de pesquisa compreende

em aprofundar nos conceitos sobre o tema proposto na pesquisa, contribuindo para esclarecer e

fundamentar-se melhor de maneira satisfatória acerca de questões abordadas na pesquisa.

Para Bardin (2011), análise de conteúdo é fase inicial para elaboração de documentos

ou conjunto de dados. Quanto aos procedimentos metodológicos, será utilizada a análise

documental associada à análise de conteúdo, pois são técnicas que se complementam em relação

ao objeto de pesquisa proposto. O método de análise documental é considerado um tratamento

de conteúdo, um modo de apresentá-lo diferente do original, que por sua vez facilita a consulta

das referências, com objetivo de compreender as informações, por meio de procedimentos de

transformação (Bardin, 2011).

Bardin (2011) apontou que categorizar as análises é a melhor alternativa para estudar

valores, opiniões, crenças por meios de análise qualitativa, para interpretação de dados com

apoio da observação in loco. As categorias podem ser descritas de acordo com as temáticas

apontadas para o tema de estudo.

Para início da pesquisa, foi realizado levantamento sistemático da literatura sobre o

desenvolvimento sustentável de cidades, como demonstrado na Figura 6, a partir da análise de

artigos publicados nas bases de dados nacionais (Web of Science, Scopus, Google Scholar e

livros).

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Figura 6 Artigos e materiais utilizados

Nota: Quantidade de artigos pesquisados para análise documental e análise de conteúdo por meio de busca em palavras chaves, para coletar informações no alinhamento da pesquisa. Fonte: Plataforma Capes Web of Science, Scopus, Google Scholar

Para seleção dos artigos mencionados na figura 6, foram utilizadas as palavras-chave

ODS11; sustentabilidade urbana; governança; indicadores; ISO37120; cidades sustentáveis e

desenvolvimento sustentável. A análise dos artigos científicos foi realizada para identificar as

diferentes visões sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, indicadores de cidades

sustentáveis, ODS, para compilação dos resultados com uma análise detalhada da correlação

dos indicadores da norma ISO 37120 e os indicadores do ODS 11.

Em seguida, efetivou-se a análise de conteúdo dos documentos com as informações dos

Indicadores para Cidades Sustentáveis da ISO 37120 e dos Indicadores dos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável11 (ODS11) da ONU. As fontes utilizadas como dados,

evidências, com informações especificas, documentos de entidades públicas ou privadas,

gravações e registros escritos trouxeram informações pertinentes para pesquisar, possibilitando

conhecer o período histórico e entender o processo dos fatos (Martins & Theóphilo,2009).

A análise de conteúdo consistiu na identificação e verificação das informações

especificas, a utilização sites sobre o assunto e simultaneamente de informação das atas das

reuniões, no caso da ISO 37210 para completar as informações que permitiram a

contextualização das informações contidas nos documentos. A análise documental recebeu

informações mais específicas com objetivo de verificar a fonte original, permitindo localizar,

12

34

24

310 15 8 2

23

2 3 5

32

23

12 2

2129

15 31320

12 210

26

15 2

WEB OF SCIENCE SCHOLAR SCOPUS LIVROS

Quantidade de artigos e materiais utilizados

ODS11 ISO 37120Sustentabilidade Urbana Cidades SustentáveisGovernança Desenvolvimento sustentavelindicadores

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identificar, organizar e avaliar as informações contidas no documento, para contextualização

final das informações (Bardin,2011).

A figura 7 demonstra o processo aplicado por Bardin para a metodologia durante as

pesquisas. Bardin identifica fases para o desenvolvimento da pesquisa para a estrutura de

metodologia.

Diante de uma pesquisa qualitativa, a proposta da Bardin (2011), conforme figura 7

abrangem algumas etapas organizadas em três fases: 1) pré-análise, 2) exploração do material

e 3) tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

Fase1: pré-análise - é desenvolvida para estruturar as ideias iniciais de acordo com o

referencial teórico e estabelecendo indicadores para compreensão das informações coletadas.

Nesta fase a leitura do material escolhido para a análise devem estar organizadas com as ideias

principais de acordo com os seguintes itens:

a) Leitura flutuante: é o primeiro contato com os documentos coletados, conhecimento

dos textos, e outras fontes de análise;

b) Escolha dos documentos: definição de corpus análise;

c) Formulação dos objetivos: após a leitura inicial do material coletado

d) Elaboração de indicadores: interpretação e análise do material coletado;

Fase 2 A exploração do material - é a construção das ideias, considerando os recortes dos

textos, a definição dos assuntos, e a classificação e categorização das informações. Bardin (2011)

define codificação, por meio de recorte, baseada em regras das informações contidas nos textos,

onde representam as características do conteúdo.

Fase 3 Tratamentos dos resultados inferência e interpretação- busca compreender os

conteúdos dos materiais coletados. A análise comparativa é realizada por meio de aplicação de

diversas categorias de cada análise, considerando as semelhanças, opiniões e as diferenças entre

elas.

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Figura 7. Estrutura Metodológica

Figura 7 –Metodologias que serão desenvolvidas para alcance dos objetivos específicos e quais serão as estratégias que

serão utilizadas na pesquisa Desenvolvimento Análise de Conteúdo Fonte. Bardin (1977) - Bardin L. L’Analyse de contenu.

Editora: Presses Universitaires de France, 1977. Análise de conteúdo. SP: Edições 70, 2011

Para esta pesquisa, foi incorporada esta sequência de passos conforme a figura 7, para

realização da análise de conteúdo recomendada por Bardin (2011), que aos segui-las os

resultados serão oportunos e confiáveis

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na primeira fase da presente pesquisa, a pré-análise foi desenvolvida para organizar as

ideias iniciais no referencial teórico, verificando as possibilidades de acesso e as informações

pertinentes, e meios para entendimento e interpretação das informações coletadas. O material

escolhido foi separado, organizado por assunto para análise e leitura posterior. Segundo Bardin

(2011), a pesquisa estabelece três fases: a pré analise, com leitura flutuante, é o primeiro contato

com os documentos para coleta de dados; a interação com os textos; o acesso às informações e

outras fontes para análise. Na escolha dos documentos foi definido e separado todo material

coletado para a análise da pesquisa; a formulação dos objetivos após a leitura inicial dos

assuntos e coleta dos dados. Como a pesquisa é uma análise de conteúdo e análise documental,

qualitativa, foram elaboradas tabelas comparativas com os indicadores para compreensão do

material coletado.

Por meio desta pesquisa, serão apresentadas as comparações entre os indicadores do

Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 11 (ONU, 2015) e da Norma Brasileira ISO 37120

(ISO, 2018) conforme objetivo geral descrito no item 1.2.2.

Durante os trabalhos de coleta de dados, a autora do presente trabalho ingressou como

participante na Comissão Espelho ISO TC/268 da ABNT para acompanhar o processo de

análise e discussão do conteúdo das Normas Internacionais. A Comissão de Estudo Especial de

Desenvolvimento Sustentável em Comunidades, ISO/TC 268 que trata de uma comissão

espelho, nos parâmetros da ABNT, refere-se ao estudo e a possível adoção das publicações do

ISO/TC-268 para todo país. A ABNT/CEE-268 publicou em janeiro de 2017 a norma técnica

ABNT NBR ISO 37120 (ABNT, 2017), em 2018 e está em fase de adoção a ISO 37120 que

está na revisão FDIS37120:2018 e já está em processo de adaptação técnica de duas outras

normas já publicadas pela ISO, a ISO 37100:2016 e a ISO 37101:2016.

O comitê consiste na normalização técnica sobre o desenvolvimento sustentável em

comunidades (ISO37120) com requisitos de sistema de gestão, para auxiliar comunidades de

todos os tipos e tamanhos, além de partes interessadas, a se tornarem mais sustentáveis e

resilientes e a demonstrarem seus resultados obtidos, tornando exemplo para as outras cidades

(ISO, 2013).

A pesquisa limita-se a um recorte dos 17 ODS para os indicadores do ODS11 (ONU,

2015) por conter indicadores voltados para cidades e comunidades sustentáveis em comum

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acordo com os Indicadores da ISO 37120 FDIS (Final Draft) da revisão final 2018 (ISO, 2018),

que a primeira norma para cidades e comunidades sustentáveis.

A visão dos Indicadores tanto da ISO 37120, quanto do ODS 11 sobre o mesmo assunto,

chamou a atenção, para a análise dos indicadores, afim de verificar se eram compatíveis, ou se

haviam diferenças entre eles. A medida que a pesquisa foi realizada, os resultados eram

verificados e confrontados para relatório final.

Na fase seguinte, a exploração do material dos ODS e da ISO 37120, compreendendo a

construção das ideias entre os dois materiais, já observando os recortes do material de pesquisa,

a categorização das informações de cada processo entre eles para comparações e registro das

Tabelas classificando as informações. Bardin (2011) define categorização como mudança, por

meio de recorte, baseando-se em regras com informações textuais, que representam as

características do conteúdo.

Na última fase foi direcionado o tratamento dos resultados, inferência e interpretação,

dos textos analisados. Após a leitura dos documentos, pesquisas de artigos sobre o assunto e

participação nas reuniões da ISO, as análises comparativas foram realizadas por meio de uma

análise das categorias existentes, verificando aspectos considerados semelhantes e verificação

dos outros não conciliáveis comparando com os demais ODS.

Na Tabela 5 foram identificados, por tema correlato, os indicadores do ODS 11 que se

relacionam com os indicadores da ISO 37120. É possível constatar que os indicadores do ODS

11 são genéricos e os indicadores da Norma ISO são específicos, contando inclusive com a

denominação diferenciada de indicadores principais e indicadores de apoio.

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Tabela 5 Indicadores da ISO 37120 que se relacionam com ODS11

ODS11 ISO37120

Resíduos

8.1 Concentração de material particulado fino (PM2.5) (indicador apoio 8.2 Concentração de material particulado (PM10) (indicador apoio) 8.3 Emissões de gases de efeito estufa medidas em toneladas per capita (indicador essenciall) 8,5 NO2 (dióxido de azoto) concentração (indicador de apoio) 8.6 Concentração de SO2 (dióxido de enxofre) (indicador de perfil) 8.7 Concentração de O3 (ozônio) (indicador de perfil) 8.8 Poluição sonora (indicador de perfil) 16,1 Porcentagem da população da cidade com coleta regular de resíduos sólidos (residencial) (indicador essencial) 16.2 Total de resíduos sólidos urbaenos coletados per capita (indicador esssencial ) 16.3 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade reciclados (indicador essencial) 16.4 Porcentagem de resíduos sólidos da cidade que são descartados em um aterro sanitário (indicador essencial) 16,6 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são biologicamente tratados e usados como composto ou biogás (indicador de apoio) 16.7 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são descartados em um lixão aberto (indicador de perfil) 16.8 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são descartados por outros meios (indicador de perfil)

Habitação

12.1 Percentagem da população da cidade que vive em habitações inadequadas (indicador essencial) 12.2 Porcentagem da população que vive em moradias populares (indicador essencial) 12.3 Número de desabrigados por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 12.4 Porcentagem de domicílios que existem sem títulos legais registrados (indicador de apoio)

Espaços públicos seguros, inclusivos e verde

14,1 metros quadrados de espaço recreativo público interior per capita (indicador de apoio) 14,2 metros quadrados de espaço público de recreação ao ar livre per capita (indicador de apoio

Desastres

15.1 Número de bombeiros por 100.000 habitantes (indicador essencial) 15.2 Número de mortes relacionadas com incêndios por 100.000 habitantes (indicador essencial ) 15.3 Número de mortes relacionadas com os perigos naturais por 100 000 habitantes (indicador essencial ) 15.4 Número de policiais por 100.000 habitantes (indicador essencial) 15.5 Número de bombeiros voluntários e a tempo parcial por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 15.7 Tempo de resposta para serviços de resposta a emergências da chamada inicial (indicador de perfil) 15.9 Número de mortes causadas por acidentes industriais por 100.000 habitantes (indicador de apoio)

Patrimônio cultural e natural

17.1 Número de instituições culturais e instalações esportivas por 100.000 habitantes (indicador essencial) 17.2 Porcentagem do orçamento municipal alocado para instalações culturais e esportivas (indicador de apoio) 17.3 Número anual de eventos culturais por 100 000 habitantes (por exemplo, exposições, festivais, concertos) (indicador de apoio)

Transportes

19.1 Quilômetros de sistema de transporte público por 100.000 habitantes (indicador essencial) 19.2 Número anual de viagens de transporte público per capita (indicador essencial) 19.3 Percentagem de pessoas que utilizam um modo de viagem para trabalhar sem ser um veículo pessoal (indicador de apoio) 19,4 quilômetros de ciclovias e faixas por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 19.5 Mortes por transporte por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 19.6 Porcentagem da população que vive a 0,5 km de transporte público, operando pelo menos a cada 20 minutos durante os períodos de pico (indicador de apoio) 19.7 Tempo médio de deslocamento (indicador de apoio)

Áreas Verdes

21.1 Área verde (hectares) por 100.000 habitantes (indicador principal)

Tornar cidades e assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis

Urbanização inclusiva e sustentável

21.2 Tamanho regional dos assentamentos informais como porcentagem da área da cidade (indicador de apoio) 21.3 Relação empregos / habitação (indicador de apoio) 21.4 Proximidade do serviço básico (indicador de apoio) Tamanho local dos assentamentos informais como porcentagem da área da cidade (indicador de apoio)

Nota: tabela 5 Trata dos indicadores do ODS 11 que se relacionam com a ISO 37120 Fonte: ISO 37120 (ISO, 2018).

Diante do exposto na tabela 5, é necessário esclarecer a diferença entre o indicador

principal e o indicador de apoio, sendo que o principal (ou também denominado essencial) é

tido como indispensável para direcionar e avaliar o desempenho da gestão dos serviços urbanos

e a qualidade de vida. Já o indicador de apoio é apreciado como complementar, com o intuito

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41

de alcançar melhores práticas na gestão. Existe ainda o indicador de perfil, com a função

específica de ser uma referência na identificação das cidades, fornecendo estatísticas e

informações básicas do contexto socioeconômico de cada uma delas.

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são o resultado de três anos de pesquisa

e negociação inserindo três itens do desenvolvimento sustentável, assim como a ISO 37120

envolvendo as três competências da sustentabilidade: Ambiental, Social e Econômica, sendo

aplicados em todos os países. Não existe apenas um objetivo para alcançar as metas e

indicadores podem relacionar-se entre eles. Há metas que abordam problemas comuns, mas

responsabilidades distintas entre países e compromissos específicos para países desenvolvidos

estão inclusas. Existem indicadores para implementação em cada objetivo que contém ações

em áreas como questões sistêmicas, finanças, comércio, tecnologia, dados e prestação de contas

(ODS, 2016).

O estudo aprofundado do ODS11 introduz tópicos a serem abordados de acordo com os

objetivos, metas e indicadores visando alcançar a sustentabilidade e qualidade de vida. Em

contrapartida, a ISO 37120 apresenta indicadores voltados para a sustentabilidade das cidades

e qualidade de vida. Cumpre destacar que a norma ISO 37120 não apresenta metas, somente

indicadores.

Foi realizada uma análise detalhada dos ODS e da ISO37120 e será descrita nos itens a

seguir, de forma que possam auxiliar tomadores de decisão a desenvolver planos de ação com

base nos indicadores tanto da ISO quanto da ONU, para planejamento estratégico de uma cidade

sustentável, possibilitando melhoria de qualidade de vida para a população e tornando-a modelo

de comparação para outras cidades. Estes indicadores padronizados devem auxiliar as cidades

na avaliação de desempenho e mensuração do progresso de todo processo, formando banco de

dados confiável permitindo uma análise comparativa entre as cidades locais e globais e que

possibilite auxiliar e orientar as políticas públicas, a gestão entre os setores, o planejamento

urbano, compartilhando melhores práticas.

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5.1 Habitação segura e urbanização de favelas

O ODS11.1 trata do objetivo Habitação, que de acordo com o dicionário Aurélio (2018)

significa “ato ou efeito de habitar, de residir ou viver em lugar ou casa onde se habita,

residência, domicílio” (Tabela 6).

Tabela 6 Relação do ODS 11.1 com a ISO 37120

Habitação segura e urbanização de favelas ODS 11.1 ISO 37120

Met

a

aborda que todos tem direito à habitação

adequada, segura, acessível, com serviços

básicos, melhorando as favelas, e o indicador

Não há metas na ISO 37120

indi

cado

r

indica a população urbana que vive em

habitações inadequadas.

12.1 Percentagem da população da cidade que vive em habitações inadequadas (indicador essencial) 12.2 Porcentagem da população que vive em moradias populares (indicador essencial) 12.3 Número de desabrigados por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 12.4 Porcentagem de domicílios que existem sem títulos legais registrados (indicador de apoio) 21.3 Relação de emprego e habitação

Nota: Tabela 6 Categoria Habitação – ISO37120 (ISO, 2018) e ODS11(ONU, 2015)

Segundo o Censo Demográfico de 2010 do IBGE (2010) demonstrado na figura 8, a

quantidade de pessoas habitando nas áreas urbanas é superior à quantidade de pessoas habitando

nas áreas rurais.

Figura 8 Áreas de habitação

Nota: Figura 8 Censo da população residente em áreas urbanas x áreas rurais Fonte IBGE, (2010)

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43

De acordo com a Figura 8, a quantidade de pessoas vivendo nas áreas urbanas ainda é

maior que nas áreas rurais devido a busca de empregos e melhores condições de vida. Embora

muitas empresas migrem para cidades longe dos centros urbanos, abrindo novas frentes de

trabalho próximas das áreas rurais, ainda sim a população urbana continua grande e em fase de

expansão.

Na Figura 9, o Censo Demográfico de 2010 apresenta as cidades nas áreas urbanas com

maior crescimento populacional, demonstrando que além da busca por bons empregos,

qualidade de vida é importante.

Figura 9 Censo demográfico por cidades

Nota :Figura 8 Censo da quantidade de pessoas vivendo em áreas urbanas e áreas rurais, por cidades. Fonte IBGE, (2010)

Na figura 9 observa-se que as áreas rurais se mantêm sem evolução populacional,

diferentemente das áreas urbanas, principalmente cidades litorâneas, onde o crescimento é bem

evidenciado. As cidades do Rio de Janeiro e Curitiba são as mais procuradas, principalmente

Curitiba, pela qualidade de vida que oferece.

Na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (1948), o direito à moradia foi

expresso na condição de direitos humanos e fundamentais. O artigo XXV (1) da Declaração

trata:

"todos têm direito ao repouso e ao lazer, bem como a um padrão de vida capaz

de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação,

vestuário, habitação, cuidados médicos, e serviços sociais indispensáveis, o

direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice,

- 2 000 000 4 000 000 6 000 000 8 000 000

10 000 000 12 000 000 14 000 000 16 000 000 18 000 000 20 000 000

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pula

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Sinopse do Censo Demográfico 2010

Urbana - Na sede municipal

Rural

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ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu

controle”.

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Habitação consiste

em todo tipo de domicílio; material utilizado durante a construção como piso, parede; serviços

de infraestrutura como água, esgoto, iluminação e elétrica. O IBGE utiliza o Síntese de

Indicadores Sociais (SIS) como indicador para análise da qualidade de vida, o bem-estar das

pessoas, famílias, direitos humanos e sociais, o acesso a diferentes serviços, bens e

oportunidades, por meio de indicadores visando a heterogeneidade da sociedade brasileira sob

a perspectiva das desigualdades sociais.

Em 1950, uma habitação necessitava ter somente água e gás, sendo considerada ideal

para uma habitação tipicamente francesa.Com o passar do tempo a ausência de sanitários se

tornou uma ideia absurda. Era preciso ter sala de banhos, aquecimento, local para guarda de

ferramentas e outros objetos. Outros desejavam terraços, água quente, uma cozinha funcional,

lavanderia, antenas para tubo de lixo, antenas para rádio e televisão, telefone. Porém não tinha

cocheiras, escadas para fornecedores, quartos de empregadas no sótão (Havel, 1968, p.11).

Em 2007, a população urbana mundial superou a população rural. Quase um bilhão

dessas pessoas vivem em favelas, sendo 90% em países em desenvolvimento. Para Maricato,

Arantes & Vainer (2002), o crescimento urbano pressionado, devido à migração populacional

entre as cidades, mais do que das áreas rurais para as cidades. Maricato et al, (2002) afirmam

ainda que estamos sendo dominados por favelas, apesar de arquitetos sonharem com ferros e

vidros.

As favelas paulistanas continuam ruins, do ponto de vista de saúde pública. A área

ocupada pelos assentamentos em 2010 era de 4.404,63 hectares, com ocupação de 11,38% da

população (Pasternak, 2016).

Para algumas pessoas as favelas não são um problema, mas um início de

desenvolvimento de um sistema econômico, nacional, desigual e subdesenvolvido. A questão

das favelas precisa ser urbanística, mas com consequência estruturada e direcionada ao mercado

de trabalho. Sendo assim, existe sim um problema da mão de obra do proletariado e com a

classe média baixa em uma economia subdesenvolvida (Leeds, Cavalcanti, 2018).

Os autores concordam que as favelas não são uma forma adequada de moradia e isso

precisa acabar. A saúde de muitas pessoas está em risco constante e é um fator preocupante

quando falamos de habitação adequada, pois se a moradia não for adequada com saneamento

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45

básico, água limpa, sanitários adequados, a sociedade está longe de ter habitações adequadas

para população de baixa renda, e além de mudar a realidade deles.

A comunidade científica tem alertado para a baixa capacidade administrativa dos

municípios com bloqueio na efetivação de políticas urbanas dentro da política habitacional

(Neto, Moreira & Schussel, 2011).

A maioria dos assentamentos precários está localizado perto de áreas com restrição

ambiental, alguns até próximos de mananciais. São 56% dos assentamentos localizados em

Área de Preservação Permanente (APP) e 27,82% em área de proteção e recuperação de

mananciais. Estudos demonstram um percentual elevado de domicílios em áreas de risco

(Denaldi; Moretti Paiva; Nogueira; & Petrarolli, 2016).

5.2 Transporte seguro e acessível

A habitação ou moradia da população e a mobilidade urbana são assuntos que se

relacionam atualmente devido a necessidade das pessoas em se locomoverem de casa para o

trabalho e vice-versa, tudo isso com segurança, bem-estar e qualidade de vida, porém não é

assim que acontece. Em algumas cidades as pessoas precisam sair de suas casas, de madrugada,

para poderem chegar cedo ao trabalho. pois vivem em cidades dormitórios e distantes das

empresas em que trabalham. O transporte público até o trabalho demora e quando chega vem

cheio, às vezes dificultando o acesso ao transporte.

A Mobilidade deve proporcionar, por meio do transporte público, facilidades de

aperfeiçoamento profissional para as pessoas, acesso ao lazer, acesso à saúde, centros culturais,

escolas, e trabalho com maior agilidade. O tempo de espera de um transporte é longo, devido à

falta de veículos rodando nas cidades, e a demanda da população é maior que a oferta de

veículos disponíveis. Infelizmente, no Brasil, mais precisamente nas grandes capitais, falta

ônibus, trens e outros meios de transportes mais rápidos e em quantidade superior para atender

a demanda necessária da população que tende a crescer.

O conceito de mobilidade urbana relaciona as políticas de transporte, a mobilidade das

pessoas no direito de ir e vir com ou sem veículos, o acesso aos espaços urbanos e aos meios

não motorizados de transporte (Goulart, 2010).

O Ministério das Cidades (2007) trata do Plano Diretor Municipal para definição da

política urbana e do Plano Diretor de Transporte e da Mobilidade que deverá ser oficializada

por meio de decretos específicos orientando as políticas de mobilidade urbana.

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46

O transporte coletivo é um serviço essencial e influencia a qualidade de vida da

população nas cidades, fazendo parte da vida das pessoas que necessitam se deslocar para o

trabalho, estudos, e outras atividades diárias. O transporte interage com o desenvolvimento do

município e interfere em sua organização espacial e social (IBGE, 2013). Dentre as regiões

brasileiras com plano para atender a população com transporte público, o Norte tem o maior

percentual de municípios com 4,9%, depois a Região Sudeste (4,5%), seguido da Região

Centro-Oeste (4,1%), Região Sul (3,5%) e pôr fim a Nordeste (3%) (IBGE, 2013). De acordo

com o IBGE, dos municípios que possuem planos de transporte, 55,3% têm mais de 500.000

habitantes, ao passo que 22,4% têm entre 100.001 e 500.000 habitantes.

A Tabela 7 indica a relação entre o indicador da Meta do ODS11.2 (ONU, 2015) e a

ISO 37120 (ISO, 2018):

Tabela 7 Transportes

Transporte seguro e acessível ODS 11.2 ISO 37120

Met

a

estabelece que até 2030 o transporte público deve

ser seguro, acessível a todos, com preço justo, com

segurança rodoviária por meio da expansão dos

transportes públicos, com atenção especial para as

pessoas com necessidades ou em situação de

vulnerabilidade, como pessoas com deficiência,

idosos, mulheres e crianças.

Não há metas na ISO 37120

indi

cado

r

11.1.2 indica acesso ao Transporte Público 19,1 quilômetros de sistema de transporte público por 100.000 habitantes (indicador Essencial) 19.2 Número anual de viagens de transporte público per capita (indicador Essencial 19.3 Percentagem de pessoas que utilizam um modo de viagem para trabalhar sem ser um veículo pessoal (indicador de apoio) 19,4 quilômetros de ciclovias e faixas por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 19.5 Mortes por transporte por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 19.6 Porcentagem da população que vive a 0,5 km de transporte público, operando pelo menos a cada 20 minutos durante os períodos de pico (indicador de apoio) 19.7 Tempo médio de deslocamento (indicador de apoio)

Nota: Tabela 7 Categoria Transporte – ISO37120 (ISO, 2018) e ODS11(ONU, 2015)

A Política Nacional de Mobilidade Urbana, estabelecida na Lei Federal nº

12.587/2012, conhecida como a “Lei da Mobilidade”, dispõe sobre o conceito de mobilidade

urbana como política de transportes interligada ao desenvolvimento urbano. Essa relação deve

colocar em prática ações em prol da mobilidade sustentável, analisando o conceito de

mobilidade relacionado à utilização de transportes motorizados e a prioridade aos motorizados

individuais. Santos (2008) alega que um sistema de transportes bem planejado é essencial para

a qualidade de vida da população da cidade, bem como para o desenvolvimento da economia

urbana, sendo responsável pelo trânsito de mercadorias e pessoas que dependem dele nas

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47

cidades. O oferecimento de um transporte público planejado e com boa estrutura é função da

administração pública municipal de cada cidade.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea, 2017) aponta que 65% da

população das capitais usa transporte público para se deslocar. Esse percentual cai para 36%

nas não capitais. Apenas 2,85% da população residente em capitais se locomovem a pé no dia

a dia. Já nas outras cidades esse percentual sobe para 16,63%. A figura 10 demonstra as

diferenças de locomoção das pessoas nas capitais e nas cidades que não são capitais.

Figura 10 Meios da locomoção populacional

Nota: Figura 10: Meios de locomoção das pessoas nas capitais e em cidades que não são capitais Fonte: Ipea, (2017)

É possível verificar na figura 10 que as pessoas dos grandes centros utilizam

transporte público mais do que as pessoas das cidades menores, que além de utilizarem menos

o transporte, procuram andar mais a pé (IPEA, 2017).

A Literatura aborda que o objetivo do direito ao transporte está interligado à

mobilidade urbana, que é uma característica associada às pessoas do meio urbano, buscando

atender suas necessidades para deslocar-se nos cumprimentos das atividades diárias (Fanini,

Vacari, 2011).

O indicador do ODS11.2 trata do acesso ao transporte público. De acordo com a ISO

37120, nos indicadores 19.1 e 19.2 (como indicadores essenciais) indica que, para haver um

transporte público adequado será necessário quilômetros de sistema de transporte público por

0%

10%

20%

30%

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50%

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uso de transpPubl.nas capitais

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locomoção a pé nascapitais

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Meios de Locomoção da População Capitais x não capitais

Forma de locomoção

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48

100.000 habitantes; e o controle do Número anual de viagens de transporte público per capita.

Já os indicadores de apoio 19.3 ao 19.7 indica porcentagem de pessoas que utilizam um modo

de viagem para trabalhar sem ser um veículo pessoal; quilômetros de ciclovias e faixas por

100.000 habitantes; porcentagem da população que vive a 0,5 km de transporte público,

operando pelo menos a cada 20 minutos durante os períodos de pico; e Tempo médio de

deslocamento.

O transporte inadequado interfere na qualidade de vida, na saúde e no bem-estar da

população. A saúde e o bem-estar humanos podem ser considerados ecossistêmico cumulativo

(Sandifer e Sutton-Grier, 2014).

Os ônibus urbanos, que atendem a 90% da demanda de transporte público, tiveram

redução de 25% do volume de passageiros observado, em função do aumento da renda dos mais

pobres (Carvalho e Pereira, 2012).

A falta de mobilidade causa consequências negativas não somente para a qualidade de

vida, para a economia. Na saúde, a previdência social é afetada devido a acidentes, que por sua

vez deixa o cidadão acidentado dependente do Estado. Outro fator é o tempo gasto entre um

deslocamento e outro, no caso de casa para o trabalho e vice versa, gerando um problema para

as empresas devido ao tempo do profissional no transporte público, que acaba reduzindo o

potencial fator que gera prejuízo para empresas devido a uma redução de desempenho dos

funcionários devido a atrasos ou cansaço (Costa, 2014, p.74).

Um desafio encontrado durante este estudo foi analisar que a população brasileira está

envelhecendo com o passar dos anos, e, com a queda da natalidade e o aumento da expectativa

de vida, deu início a outro problema. Em 1991, somente 2,9% da população urbana tinha mais

de 65 anos, atualmente há quase 10% da população nesta faixa e isso vem crescendo (Pereira,

2013). O primeiro impacto na mobilidade urbana é econômico, devido a lei constitucional que

dá direito aos idosos com mais de 65 anos de não pagarem a passagem de transporte público

coletivo. Isso quer dizer que, aumentando o envelhecimento, aumenta a quantidade de

passageiros gratuitos e diminui o número de passageiros pagantes.

No Brasil o transporte público é custeado basicamente pelo passageiro pagante, e isso

causa um impacto significativo como demonstrado na figura 11, que simula o impacto tarifário

do volume de demanda de passageiro proporcional ao perfil demográfico.

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Figura 11 Premissa de volume de passageiros proporcional ao perfil demográfico urbano brasileiro

Nota: Figura11: Premissa de volume de passageiros proporcional ao perfil demográfico urbano brasileiro - Fonte:(IBGE).

O impacto atual das passagens gratuitas para os idosos chega a quase 10% do custo da

tarifa, tendendo a crescer, conforme figura acima. Como não há outra forma de custeio, os

usuários foram desta faixa etária pagam por eles, o que se torna uma grande injustiça social,

pois eles lotam os transportes, utilizam lugares de pessoas pagantes, mesmo sabendo que quem

utiliza o transporte público e paga por ele são usuários, em sua maioria de baixa renda.

A figura 12 apresenta a participação dos grandes grupos etários estimada até 2050,

segundo as projeções oficiais da Fundação Seade (2012) e do IBGE (2013).

0

2

4

6

8

10

12

14

1991 2000 2010 2020 2030

Envelhecimento Populacional

Idosos +65 anos impacto na atividade população idosa estimada impacto na atividade

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Figura 12 – Projeção Demográfica da População

Nota: figura 12 Projeção Demográfica de São Paulo Fonte: Censos Demográficos 1980, 1991, 2000 e 2010 (IBGE,1980; 1991; 2000; 2010),

(Seade, 2012) IBGE (2013).

São Paulo é uma das regiões urbanas mais ricas do país e é uma das regiões onde se

observou o declínio das taxas de natalidade (Potter, 2010). O ritmo de envelhecimento projetado

para São Paulo nas próximas duas décadas assemelha-se muito à projeção estimada para o

Brasil.

A população está envelhecendo e o crescimento da população, seja por migração ou

outros fatores, demanda melhorias no sistema de transporte público das cidades. Os indicadores

trazem métricas a serem observadas e analisadas, resta o poder público usá-las para tomada de

decisão.

5.3 Urbanização inclusiva e sustentável

O planejamento urbano e de transporte influencia a disponibilidade e acessibilidade do

emprego e os principais destinos necessários para a vida diária; design urbano da cidade local

e as políticas de transporte influenciam as vizinhanças locais; a estrutura, aparência,

sensibilidade e conveniência; a disponibilidade de infra-estrutura para caminhada e ciclismo;

densidades residenciais; a diversidade e mistura de uso da terra; tipos de alojamento e

conveniência dos bairros, níveis de crime e segurança contra o tráfico; e transporte público por

conveniência, responsabilidade, frequência de serviço, segurança e conforto. A conquista de

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1980 1991 2000 2010 2020 2030 2040 2050

Projeção Demografica em São Paulo

São Paulo Brasil São Paulo2 Brasil2 São Paulo3 Brasil3

De 0 a 14 anos

De 60anos ou +

De 15 a 59 anos

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desenvolvimento sustentável nas cidades que promovem a saúde requer uma integração

regional e planejamento e design local (ISO, 2018).

As cidades precisam de um planejamento urbano estratégico para combinar políticas de

tarifação de transporte público com analise de custos em relação aos horários de pico e fora do

horario de maior trânsito, para as áreas de baixo e maior congestionamento. É necessário haver

orientação nos programas de investimento para atender a demanda de acordo com políticas

anteriores, aumentar a demanda de veículos para atender a população integralmente,

melhorando o transporte público, tornando mais rápidos e serviços melhores. Desenvolver

planejamento para o uso do solo, com intuito de haver moradias próximas às áreas centrais,

estabelecendo corredores para o transporte público, melhorando o deslocamento da população

das cidades dormitórios para os grandes centros empresariais (Própolis, 2004).

O planejamento urbano para as cidades é importante devido à forma de utilização dos

espaços urbanos e um redimensionamento para melhor aproveitamento. O crescimento das

cidades interfere no transporte público e na urbanização inclusiva e sustentável, com

planejamento urbano e a gestão de recursos para atender a população.

A população necessita viver em cidades estruturadas, adequadas ao seu meio de vida,

com infraestrutura básica, moradias apropriadas, acesso aos centros comerciais urbanos com

facilidades, priorizando o bem-estar de todos. Para Mitchell, Namdeo & Kay (2001), ainda não

há um acordo sobre qualidade de vida, nem metodologia para construção, nem mesmo critérios

para a vida.

A Tabela 8 indica a relação entre o indicador da Meta do ODS11.3 (ONU, 2015) e a

ISO 37120 (ISO, 2018):

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Tabela 8 Urbanização inclusiva e sustentável

Urbanização inclusiva e sustentável ODS 11.3 ISO 37120

Met

a

Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e

sustentável, e as capacidades para o planejamento

e gestão de assentamentos humanos participativos,

integrados e sustentáveis, em todos os países

Não há metas para ISO 37120

Indi

cado

r

11.3.1 indica que a taxa de consumo de terra com

a taxa de crescimento populacional

11.3.2 As cidades com uma estrutura de

participação direta da sociedade civil no

planejamento e gestão urbana.

21.2 Tamanho regional dos assentamentos informais como porcentagem da área da cidade (indicador de apoio) 21.4 Proximidade do serviço básico (indicador de apoio) Tamanho local dos assentamentos informais como porcentagem da área da cidade (indicador de apoio)

Nota: tabela 8 Categoria Urbanização Inclusiva e Sustentável, metas e indicadores ODS11.3 e indicadores ISO 37120. Fonte ONU

(2015) e ISO (2018).

Harvey (2014, p. 15) estabelece que o direito à cidade não surge por modismo ou

vontade, mas ao olharmos para os movimentos rebeldes que há nas cidades do mundo, nos

processos desiguais de produção, o espaço urbano é atingido, afetando a vida das pessoas que

vivem ali.

As cidades necessitam desenvolver-se, mas de forma sustentável, com políticas públicas

alinhadas e voltadas para este tipo de desenvolvimento, com relevância ambiental, saúde e

educação.

O Ministério das Cidades foi criado em 1º de janeiro de 2003 com o objetivo de

combater as desigualdades sociais, transformar as cidades em espaços mais humanizados e

ampliar o acesso da população à moradia, saneamento e transporte. Em 1º de janeiro de 2019,

o Ministério das Cidades e o Ministério da Integração Nacional foram fundidos e transformados

em Ministério do Desenvolvimento Regional.

O indicador do ODS11.3 indica a taxa de uso da terra e o crescimento populacional; as

cidades com estrutura participativa da sociedade civil na gestão urbana e no planejamento

urbano. De acordo com a ISO 37120, o indicador 21.2.2 (como indicador de perfil) estabelece

como métrica a relevância de obter uma cidade bem planejada pronta para um crescimento

econômico, e com uma estrutura voltada para o meio ambiente para as comunidades existentes.

O crescimento deve ser concentrado em acomodar uma interação entre habitação, indústria e

comércio, além da recreação para valorizar o uso da infraestrutura existente, minimizando

tempo de viagens de casa para o trabalho e do trabalho para casa, minimizando custos de

serviços resultantes com crescimento autorizado que não estejam em conformidade com os

códigos e regulamentos de construção.

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No documento do direito à cidade, há um conjunto de legislações municipais e tratados

internacionais para que sejam aplicados de forma prática e visam atender os direitos civis e

políticos das cidades, considerando e ambiente rural, determinando espaços e lugares para

exercícios, assegurando o direito universal, democrático, com recursos sustentáveis, riquezas,

serviços, bens e oportunidades para as cidades (Instituto Pólis, 2006).

5.4 Proteção do patrimônio cultural e natural

A proteção de patrimônio cultural e natural das cidades mantém a história das cidades

e da sociedade local viva para as próximas gerações. A manutenção das instalações culturais

traz desenvolvimento cultural e aprendizado para a população, principalmente a mais carente.

A Tabela 9 indica a relação entre o indicador da Meta do ODS11.4 (ONU, 2015) e a

ISO 37120 (ISO, 2018):

Tabela 9 Patrimônio Cultural e Natural

Proteção do patrimônio cultural e natural

ODS 11.4 ISO 37120

Met

a estabelece que até 2030, fortalecer esforços para proteger e

salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo.

Não há metas para a ISO 37120

Indi

cado

r

Despesa total (pública e privada) per capita gasto na preservação,

proteção e conservação de todo o patrimônio cultural e natural, por

tipo de patrimônio (cultural, natural, misto e designação do Centro

do Patrimônio Mundial), nível de governo (nacional, regional e local)

municipal), tipo de despesa (despesa operacional / investimento) e

tipo de financiamento privado (doações em espécie, setor privado

sem fins lucrativos e patrocínio)

17.1 Número de instituições culturais e instalações esportivas por 100.000 habitantes (indicador essencial) 17.2 Porcentagem do orçamento municipal alocado para instalações culturais e esportivas (indicador de apoio) 17.3 Número anual de eventos culturais por 100 000 habitantes (por exemplo, exposições, festivais, concertos) (indicador de apoio)

Nota: Tabela 9 Categoria patrimônio Cultural e natural Fonte ONU, (2015)

De acordo com Soeiro (1968), havia preocupações sobre a preservação dos

patrimônios culturais e naturais já naquela época. A conformidade do desenvolvimento

econômico e a preservação dos patrimônios culturais, com apoio internacional, e o potencial

turístico integrando os estados e municípios nas ações para preservação da União.

O direito à cidade a ser adotado na Nova Agenda Urbana tem como base o Artigo 4,

item 4, da Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais

de 2005, incluindo os bens e as cidades a serem protegidos como um bem comum. O Artigo 11

da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural estabelece um

inventário dos bens como parte do patrimônio cultural e natural das cidades (UNESCO, 2005).

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O turismo nas cidades possui uma demanda contínua em busca da harmonia

paisagística de uma localidade ou região; porém pouco contribui para a manutenção da

infraestrutura. Outros fatores causam impactos como o crescimento desordenado, falta de plano

de gestão adequado, incapacidade de suporte e forte especulação imobiliária (Zago, 2011).

Ao preservar os patrimônios culturais e naturais das cidades, preserva-se parte da

história, a identidade, cultura, para as próximas gerações.

5.5 Catástrofes perdas econômicas e de vida;

Todos os anos, desastres naturais acontecem causando ferimentos, perdas irreparáveis

de vidas, além de perdas econômicas. A literatura indica um aumento de desastres naturais,

devido ao aumento populacional (Dilley, Chen, Robert, Deichmann, Lerner-Lam, Arthur

&Arnold, 2005)

O documento da Conferência Mundial para a Redução de Desastres em Kobe (UN,

2005) trouxe a necessidade de haver um sistema de indicadores de risco e vulnerabilidade para

atender os países e tomadores de decisão, para que estes analisem as informações e avaliem as

situações de risco e vulnerabilidade das cidades.

A Tabela 10 indica a relação entre o indicador da Meta do ODS11.5 (ONU, 2015) e a

ISO 37120 (ISO, 2018):

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Tabela 10 Desastres Naturais

Catástrofes perdas econômicas e de vida; ODS 11.5 ISO 37120

Met

a

até 2030, será preciso reduzir o número de

mortes e o número de pessoas afetadas por

desastres e diminuir as perdas econômicas

causadas por desastres relacionados à

água, com o foco em proteger os pobres e

as pessoas em situação de

vulnerabilidade.

Não há metas para ISO37120

Indi

cado

r

11.5.1 mortes, pessoas desaparecidas,

pessoas diretamente afetadas atribuídas a

desastres

11.5.2 Perda econômica, danos a

infraestrutura, Interrupções nos serviços

básicos atribuídas a desastres

15.1 Número de bombeiros por 100.000 habitantes (principal indicador) 15.2 Número de mortes relacionadas com incêndios por 100.000 habitantes (indicador essencial) 15.3 Número de mortes relacionadas com os perigos naturais por 100 000 habitantes (indicador essencial) 15.4 Número de policiais por 100.000 habitantes (indicador essencial) 15.5 Número de bombeiros voluntários e a tempo parcial por 100.000 habitantes (indicador de apoio) 15.7 Tempo de resposta para serviços de resposta a emergências da chamada inicial (indicador de Perfil) 15.9 Número de mortes causadas por acidentes industriais por 100.000 habitantes

(indicador de apoio)

Nota: Tabela 10 Categoria Desastres – Metas e indicadores ODS 11.5 e ISO 37120 item 15.3 ;15.4 Fonte: ONU, (2015) e ISO, (2018).

De acordo com a Literatura, as consequências dos desastres naturais não são iguais

para todos. Mulheres, crianças, idosos e da população de baixa renda normalmente são os mais

afetados, pois estão mais expostos e são mais vulneráveis a tais desastres (Dilley et.al, 2005).

As causas de desastres naturais atribuídas as leis da Natureza são: mudanças climáticas,

aquecimento global, chuvas intensas e localizadas, furacões e ciclones, monções derretimento

intensivo de neve e geleiras, tsunamis. Há também um fator humano que gera desastres nas

cidades, devido às ações do homem, tais como: descarte inadequado de lixo; intensificação da

agricultura; construções de barragens e hidrelétricas; desmatamento e erosão do solo. São

portanto, causas atribuídas aos fenômenos e eventos “naturais” e causas atribuídas as atividades

humanas.

Segundo pesquisa do IBGE (2017), dos 5.570 municípios brasileiros, 59,4% não têm

planejamento e gerenciamento de riscos. Conforme Figura 13, destes apenas 25% posuem Plano

Diretor para prevenção de enchentes e enxurradas e 23% dizem ter a Lei de Uso e Ocupação do

Solo prevendo essas situações de risco. A quantidade de municípios afetados em desastres

naturais é mais intensa nas áreas urbanas, devido à construção de residências, rodovias, ruas e

avenidas, além de outras obras que impedem o escoamento da água das chuvas e a erosão.

Destes municípios, 93% sofreram com alagamentos e 62% com deslizamentos.

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Figura 13. Comparativo de Desastres Naturais no Estado do Rio de Janeiro, Nordeste e

Sul do Brasil

Nota: Figura 13 Quantidade de Desastres Naturais que as regiões Nordeste e sul passaram em relação a cidade do Rio de Janeiro.

Fonte IBGE (2017)

O Rio de Janeiro apresentou o maior número de municípios atingidos por deslizamentos

(57,6%). Dos 53 municípios atingidos, 44 estavam em áreas de encostas e 35 em áreas de

ocupações irregulares ou de risco. A região Nordeste sofreu com a seca em 48,6% de seus

municípios, com alagamentos em 31% e enchentes em 27%. Na região Sul, 53,9% dos

municípios foram atingidos por alagamento, 51% por enchentes, 25% por deslizamentos e

24,5% por erosão.

O estado do Rio de Janeiro continua sendo o mais afetado por desastre naturais,

conforme pesquisa do IBGE (2018).

Os resultados dos projetos e programas com a participação organizada e ativa das

comunidades em ações de gestão de riscos e desastres funciona com menor investimento

(Furtado, Lopes, 2010).

O movimento de estruturação da Defesa Civil era voltado para atendimento aos

desastres mesmo de grande monta ou eventos extremos da natureza, imprevisíveis e inevitáveis,

dos quais a sociedade estaria exposta; compreensão essa que durou, pelo menos, até fins da

década de 1970 (Furtado, Lopes, 2013, p.14).

93%

31%

53%62%

27%

51%57,60%

25% 24,50%

49%

RIO DE JANEIRO NORDESTE SUL

Desastres Naturais Rio de Janeiro x Nordeste e Sul

Alagamento Enchentes Deslizamentos Erosão Seca

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Os desastres ocorrem devido ao crescimento e desenvolvimento populacional, sob a

influência do estilo de vida relacionados aos fatores sociais e sua vulnerabilidade aos desastres.

Inseridos nesse contexto a pobreza, ocupação e uso inadequada do solo, ocupação das áreas de

risco, falta de áreas adequadas de habitação e insuficiência de políticas públicas para atender e

resolver as necessidades da população (BRASIL, 2010, p. 25).

Segundo Guzi e Cartagena (2010), a cultura de risco de desastres deve dar ênfase na

prevenção, focando em segurança nos locais de riscos, empenhando para haver construção de

comunidades mais seguras.

A Estratégia Internacional para Redução de Desastres (EIRD) foi implementada pela

Organização das Nações Unidas (ONU), em 2000, após a Década Internacional para Redução

de Desastres, 1990 e 1999. O intuito da EIRD era tornar as nações e as comunidades mais

resilientes aos desastres naturais, aumentando a conscientização no contexto nacional, regional

e internacional (Silva, 2012).

Cada um dos ODS acima se relacionam com a Meta 11.5 e seus indicadores, seguindo

as informações dos indicadores específicos sobre desastres. No caso desta ocorrência, a falta de

água, a contaminação dos rios, mares e efluentes serão os primeiros problemas que teremos

uma vez que ocorra um desastre natural de grande monta. O que pode ser feito, além da

conscientização da população, é tornar as metas e indicadores um padrão de vida para melhoria

continua das cidades e da qualidade de vida da população.

5.6 Qualidade do ar e gestão dos resíduos para reduzir impactos da urbanização

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004) estabeleceu que resíduos

sólidos são resíduos nos estados sólidos e semissólidos, provenientes de atividades em

residências, assentamentos urbanos sem saneamento básico, industrial e agrícola.

Segundo Rodrigues e Cavinatto (2003), lixo, do grego lix, que significa “cinza”, já havia

preocupação com o descarte do que era produzido e consumido. O que era produzido pela

natureza, ou seja, biodegradável, seria devolvido para a natureza.

O lixo doméstico gera problemas para as cidades. Divide-se em duas frentes: lixo

orgânico (resíduo de comida), que se decompõe facilmente e lixo inorgânico como latas, pilhas,

vidro, papel, baterias, alumínio, plásticos, que se forem dispensados na natureza terão tempo de

decomposição em relação aos componentes orgânicos (Santos & Belline, 2013, p. 229).

A Tabela 11 indica a relação entre o indicador da Meta do ODS11.6 (ONU, 2015) e a ISO 37120 (ISO, 2018).

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Tabela 11. Qualidade do ar e Resíduos Qualidade do ar e gestão dos resíduos para reduzir impactos da urbanização

ODS 11.6 ISO 37120 M

eta

A Meta 11.6 estabelece que até 2030, reduzir o impacto

ambiental negativo per capita das cidades, inclusive

prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de

resíduos municipais e outros.

Indi

cado

r

11.6.1 Descarga de resíduos sólidos urbanos,

11.6.2 Materiais finos particulados nas cidades

8.1 Concentração de material particulado fino (PM2.5) (indicador central) 8.2 Concentração de material particulado (PM10) (indicador central) 8.3 Emissões de gases de efeito estufa medidas em toneladas per capita (indicador principal) 8,5 NO2 (dióxido de azoto) concentração (indicador de apoio) 8.6 Concentração de SO2 (dióxido de enxofre) (indicador de suporte) 8.7 Concentração de O3 (ozônio) (indicador de suporte) 8.8 Poluição sonora (indicador de suporte) 16,1 Porcentagem da população da cidade com coleta regular de lixo (residencial) (indicador essencial) 16.2 Total de resíduos sólidos urbanos coletados per capita (indicador essencial) 16.3 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade reciclados (indicador essencial) 16.4 Porcentagem de resíduos sólidos da cidade que são descartados em um aterro sanitário (indicador essencial) 16,6 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são biologicamente tratados e usados como composto ou biogás (indicador de apoio) 16.7 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são descartados em um lixão aberto (indicador de perfil) 16,8 Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são descartados por outros meios (indicador de perfil)

Nota :tabela 11 Categoria resíduos sólidos Metas e indicadores do ODS11.6 e ISO37120 item 16.1 a 16.8. Fonte ONU, (2015) e ISO,

(2018).

Nos últimos anos, os indicadores para gerenciamento de resíduos sólidos foram

utilizados como ferramenta de análise e interpretação de dados para coletar informações que

auxiliem os tomadores de decisão. De acordo com os especialistas, os indicadores devem ser

simples e precisam ter os dados disponíveis permitindo uma avaliação clara e objetiva (Besen;

Ribeiro Risso, Philippi Jr, Guinther & Malheiros, 2012).

Foram coletados no Brasil, em 2010, diariamente, entre 180 e 250 mil toneladas de

resíduos sólidos urbanos (IBGE, 2010). A produção de resíduos está aumentando, estimando-

se em 7% a mais para o próximo ano, superior à 1% anual do crescimento da população urbana

no país. Em 2017, a geração de resíduos sólidos urbanos demonstra um total anual de 78,4

milhões de toneladas no país, com um crescimento em cerca de 1% em relação a 2016. O que

foi realmente coletado em 2017 é 71,6 milhões de toneladas, com índice de cobertura de coleta

de 91,2% para o país. Isso evidencia que 6,9 milhões de toneladas de resíduos não foram objeto

de coleta, mas sim de destinação imprópria (Abrelpe; 2017).

A média de resíduos sólidos urbanos é de 1 Kg por habitante/dia no país em

comparação aos países europeus (EEA; 2008). A gestão e a distribuição inadequada dos

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resíduos sólidos geram impactos socioambientais, como degradação do solo, enchentes,

poluição do ar e proliferação de vetores, problemas sanitários nos centros urbanos e descarte de

resíduos em áreas de disposição final inadequadas (Besen et al., 2010).

A gestão integrada e sustentável dos resíduos sólidos deve integrar a redução de fontes

geradoras de resíduos, a reciclagem, coleta seletiva, catadores, recicladores e uso de resíduo

para geração de energia (Adedipe & Chopra, 2005).

5.7 Espaços públicos seguros, inclusivos e verde

Os parques públicos urbanos municipais, parques estaduais urbanos, praças e as unidades

de Conservação de Proteção Integral são regulamentados pelo Sistema Nacional de Unidades

de Conservação - SNUC, implantadas na cidade. Foi proposto com objetivo de analisar e avaliar

a distribuição das áreas verdes públicas na cidade, no caso de lazer os parques urbanos, praças

e de uso para pesquisadores a conservação de ecossistemas. Para melhorias e ampliação de

espaços será preciso apoio do poder para preservação de áreas verdes (SVMA, SMDU, 2014).

A Tabela 12 indica a relação entre o indicador da Meta do ODS11.7 (ONU, 2015) e a

ISO 37120 (ISO, 2018).

Tabela 12 Espaços Públicos Seguros

Espaços públicos seguros, inclusivos e verde ODS 11.7 ISO 37120

Met

a

A Meta 11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a

espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes,

particularmente para as mulheres e crianças, pessoas

idosas e pessoas com deficiência

Não existe meta na ISO 37120

Indi

cado

r

11.7.1 indica a área construída das cidades com espaço

aberto para uso público de todos, por sexo, idade e

pessoas com deficiência.

11.7.2 vítimas de assédio físico ou sexual

14,1 metros quadrados de espaço recreativo público interior per capita (indicador de apoio) 14,2 metros quadrados de espaço público de recreação ao ar

livre per capita

Nota :tabela 12 Categoria resíduos sólidos Metas e indicadores do ODS11.7 e ISO37120 item 21.1 Fonte ONU, (2015) e ISO, (2018).

O IBGE indica a porcentagem de áreas verdes em relação à área da região. Sendo o

Número total, em m², de áreas verdes /1000000) / Área total do município em quilômetros

quadrados (km²) *100 (SVMA, SMDU, 2014).

Espaços verdes urbanos inserem nas cidades serviços ambientais que fazem a

manutenção da diversidade biológica e a adequação do clima urbano. Em relação às áreas rurais,

existem diferenças quanto às áreas urbanas no que diz respeito à densidade solar, quantidade

de chuvas e aumento da temperatura, radiação solar, temperatura do ar, velocidade do vento e

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umidade relativa do ar (que variam devido aos tipos de construção existentes nas cidades) e

falta de absorção da água da chuva pelo solo (Heidt & Neef, 2008).

Nas áreas urbanas, o efeito de ilha de calor é causado pelas grandes áreas de superfícies

que absorvem calor, onde elevam as temperaturas urbanas, tornando as condições térmicas

quase insuportáveis em alguns lugares (Bolund, Sven, 1999). Sendo assim, o reflorestamento e

a vegetação ao redor de casas nas áreas urbanas são fatores que poderiam melhorar o ambiente,

reduzindo o calor e com a gestão dos corpos de água pelas autoridades atenuando a situação.

Espaços verdes urbanos em cidades podem reduzir os níveis de ruído, dependendo da

quantidade, qualidade e distância entre estes espaços e a fonte de poluição sonora. Nos estudos

contemporâneos em espaços verdes urbanos, considera-se o complexo ecossistema urbano e a

conservação dos espaços verdes urbanos para manter a rede ecológica natural para a

sustentabilidade ambiental nas cidades. Para as cidades em rápida urbanização e crescente

economia, países como a China podem considerar a forma dinâmica da expansão urbana para

gerir espaços verdes urbanos eficazes que contribuam para reduzir o CO2 total, mantendo ou

mesmo aumentando a capacidade de absorção de CO2 por meio do ecossistema natural (Huang,

Lu &, Wang, (2009).

5.8 Indicadores Correlatos ODS 11 e ISO 37120

Com base nas análises dos indicadores, da ISO 37120 e do ODS11, é possível colocá-

los juntos um em complemento do outro para melhores resultados.

A análise resultou a verificação da necessidade de informações que ambas normas

abordam, porem uma é mais completa do que a outra. Há vários fatores que interferem entre os

próprios indicadores.

Apresenta-se seguir as análises e observações das relações entre os indicadores ODS

11.1 a ISO 37120.

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Habitação

Para a Meta Habitação, o ODS 11.1 aborda que até 2030, garantir o acesso de todos à

habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas;

Em complemento com a ODS 11.1 a ISO 37120 dispões itens para análise complementar

para indicadores de habitação:

• População urbana vivendo em habitações inadequadas

• Porcentagem de pessoas as cidades vivendo me favelas

• Percentagem da população da cidade que vive em habitações inadequadas

• Porcentagem da população que vive em moradias populares

• Número de desabrigados por 100.000 habitantes

• Porcentagem de domicílios que existem sem títulos legais registrados

Análises observados na ISO 37120:

• Para atender a garantia a habitação será necessario haver algumas mundanças

Habitação deve estar em bom estado de conservação: Estado de conservação para

atender de forma confortavel e habitavel, que satisfará um ocupante respeitável que

utilize as instalações para fins comuns. Não será necessaro de haver luxo ou

melhorias execivas para para satisfazer caprichos do inquilino.

• Área de habitação suficiente: Considera-se que uma casa oferece uma área de

habitação suficiente para os membros do agregado, se não houver mais de três

pessoas no mesmo quarto e uma unidade de cozinha adequada.

• Acesso adequado a serviços acessíveis: Considera-se que um agregado familiar tem

acesso adequado aos serviços se tiver uma quantidade suficiente de água para uso

familiar; acesso adequado ao saneamento básico, com banheiro privativo ou

banheiro público compartilhado com um número razoável de pessoas estiver

disponível para os membros do domicílio; acesso a eletricidade; e acesso ao

aquecimento

• Uma moradia deve ser limpa, arejada, com aspecto saudável, com água, luz,

sanitários, quartos para descanso, com o mínimo de estrutura para salvaguardar do

frio, da chuva, do calor e com segurança

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Transporte

Para a Meta Transporte do ODS 11.2 aborda que até 2030, proporcionar o acesso a

sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos,

melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos transportes públicos, com

especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres,

crianças, pessoas com deficiência e idosos.

Indicador ODS 11.2:

• Acesso a transporte publico

Em complemento com a ODS 11.2 a ISO 37120 dispões itens para analise complementar

para indicadores de Transporte:

• Quilômetros de sistema de transporte público por 100.000 habitantes

• Número anual de viagens de transporte público per capita

• Percentagem de pessoas que utilizam um modo de viagem para trabalhar sem ser

um veículo pessoal

• Quilômetros de ciclovias e faixas por 100.000 habitantes

• Mortes por transporte por 100.000 habitantes

• Porcentagem da população que vive a 0,5 km de transporte público, operando pelo

menos a cada 20 minutos durante os períodos de pico

• Tempo médio de deslocamento

Analises observadas na ISO 37120:

A extensão da rede de transporte de uma cidade pode fornecer informações sobre o

congestionamento do tráfego, a flexibilidade do sistema de transporte e a forma urbana. Cidades

com maior quantidade de transporte público podem ser mais compactas geograficamente e

favorecendo meios de transporte não motorizados.

O transporte público deve incluir, trens metropolitanos, metrôs, VLT (Veículos leves

sob trilhos), bicicletas (a disposição da comunidade), trólebus entre outros.

O Aumento da frota nas ruas, também é um fator a ser considerado, ao atender a

população com horário certo e com menor intervalo, criando novas rotas, com menos paradas,

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redistribuindo para os bairros, diminuindo o tempo do transporte de passageiro parado no

trânsito.

As cidades devem calcular o número de viagens de transporte público com origens na

própria cidade.

O transporte público atende uma demanda dentro e fora das cidades, com

intermunicipalidade de transportes.

O uso do número de viagens de transporte público com origens na própria cidade irá

capturar muitas viagens cujo destino é fora da cidade

Os valores cobrados pelas empresas de transporte são altos, devido à baixa qualidade do

transporte em algumas regiões, a superlotação além dos atrasos.

Por esse indicador os censos gerais identificam pessoas que utilizam veículos.

As cidades não foram planejadas adequadamente, apenas foram surgindo de forma

desordenada, gerando problemas ambientais, sociais, além da dificuldade de locomoção das

pessoas e as distancias para os grandes centros empresariais. O transporte pode ser um fator

que necessita passar por mudanças para adequação a necessidade da qualidade de vida, mas as

mudanças na estruturação das cidades são necessárias tanto quanto o transporte.

Segundo Gomide e Orrico Filho (2000), ao estruturar os serviços integrados é

fundamental para a organizar os sistemas de transporte urbano, deixando a disposição da

população o serviço de transporte se estruturando com uma oferta para atender a demanda.

Para Gomide (2003), uma política de transporte urbano direcionada para a inclusão social

priorizando projetos e programas que proporcionem o acesso ao transporte adequado para

população de menor poder aquisitivo.

Este indicador informa como é fácil viajar pela cidade utilizando outros meios de

transporte, informar sobre política de transporte, congestionamento de tráfego, acessibilidade.

As Cidades com índices mais altos de ocupação de transporte investem em seus sistemas

de transporte e são mais geograficamente compactas. O uso de transporte público geralmente é

utilizado nas cidades para outros fins e não apenas para deslocamento de casa para o trabalho

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Urbanização

Para a Meta Urbanização inclusiva e sustentável do ODS 11.3 aborda que até 2030,

aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão

de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países.

Indicadores ODS11.3

• Indica que a taxa de consumo de terra com a taxa de crescimento populacional;

• As cidades com uma estrutura de participação direta da sociedade civil no

planejamento e gestão urbana.

Indicadores ISO37120

• Tamanho regional dos assentamentos informais como porcentagem da área da

cidade

• Relação empregos / habitação

• Proximidade do serviço básico

• Tamanho local dos assentamentos informais como porcentagem da área da cidade

Analise observadas na ISO 37120

As análises trazem a realidade atual, e de como deve ser até 2030.

Os assentamentos informais são conhecidos por muitos nomes diferentes em todo o

mundo, favelas (Brasil). A Divisão de Estatística da ONU desenvolveu as seguintes definições:

a) Áreas onde grupos de unidades habitacionais foram construídos em terrenos para os

quais os ocupantes não têm direito legal formal.

b) Assentamentos não planejados e áreas onde a habitação não está em conformidade

com o planejamento atual e regulamentos de construção (habitação não autorizada)

Embora muitos assentamentos informais também atendam à definição de favela, os

termos não são sinônimos. As favelas podem existir em áreas que não atendem à definição de

assentamentos informais. Alguns assentamentos informais podem ter melhorado de tal forma

que não atendem à definição de favela.

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As áreas de assentamentos informais devem ser delineadas usando fotografias aéreas ou

mapas de uso da terra e a área em quilômetros quadrados deve ser calculada. Algumas

metodologias de medição de baixo custo e mais sofisticadas foram desenvolvidas. Uma vez que

as áreas foram identificadas em um mapa, a área em quilômetros quadrados deve ser calculada

usando um sistema de baixo custo ou dispositivos de medição.

Os dados da UN-Habitat (2003) estimaram que 31,6% da população urbana mundial

vivia na época em assentamentos urbanos precários.

Moretti e Fernandes (2000), trataram que o crescimento da área urbanizada nas cidades

referente ao território causando impactos no meio ambiente, por não atender as normas técnicas

para o parcelamento do solo e os condicionantes do meio físico.

Este Indicador se relacionaria muito bem com o Indicador Habitação, pois a favela é

vista como uma forma de moradia, apesar de não ser uma habitação ideal, e estar longe de ser

uma moradia adequada. A Constituição do Brasil garante moradia adequada a todos, e, portanto,

as necessidades de mudanças nesse setor.

Patrimônio Cultural e Natural

Para a Meta patrimônio cultural e natural do ODS 11.4 aborda que até 2030, fortalecer

esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo

Indicadores ODS 11.4

• Despesa total (pública e privada) per capita gasto na preservação, proteção e

conservação de todo o patrimônio cultural e natural, por tipo de patrimônio

(cultural, natural, misto e designação do Centro do Patrimônio Mundial), nível de

governo (nacional, regional e local) municipal), tipo de despesa (despesa

operacional / investimento) e tipo de financiamento privado (doações em espécie,

setor privado sem fins lucrativos e patrocínio),

Indicadores ISO37120. Item 17

• Número de instituições culturais e instalações esportivas por 100.000 habitantes

(indicador essencial)

• Porcentagem do orçamento municipal alocado para instalações culturais e

esportivas (indicador de apoio)

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• Número anual de eventos culturais por 100 000 habitantes (por exemplo,

exposições, festivais, concertos) (indicador de apoio)

Análise observadas na ISO 37120

As instituições culturais são calculadas neste indicador para análise das quantidades de

locais que serão necessárias para atender a população das cidades locais, .como museus e

galerias de artes, centros culturais, bibliotecas, que proporcionam a população aprendizado e

promovem a coesão social , além de impulsionar a economia local e regional atraindo turistas,

empresas e a sociedade como um todo.

A Unesco formulou regras para definir critérios para proteção do patrimônio cultural. O

bem cultural passou a ser aplicado em foros internacionais em meados de 1950, na Convenção

de Haia, em 1954, que definiu que o patrimônio cultural abrangia sítios arqueológicos

monumentos arquitetônicos, estruturas herdadas com valores históricos, culturais e artísticos.

Eram classificados como bens com fontes culturais para uma sociedade ou de um grupo social

(Convenção de Haia, 1954).

Entre outras decorrências dessa nova situação países como China, Japão e Índia

passaram a integrar as partes da Convenção de Patrimônio, apesar da retirada dos Estados

Unidos. Essa flexibilidade confirma o dinamismo da ordem ambiental internacional15 em

relação às áreas naturais protegidas, que alterou a distribuição geográfica dos monumentos da

Unesco pelo mundo (Scifoni,2003 & Ribeiro,2005).

Desastres Naturais

Para a Meta Desastres naturais do ODS 11.5 aborda que até 2030, reduzir

significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por catástrofes e

substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causadas por elas em relação ao

produto interno bruto global, incluindo os desastres relacionados à água, com o foco em

proteger os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade

Indicadores ODS11.5 Desastres naturais

• Mortes, pessoas desaparecidas, pessoas diretamente afetadas atribuídas e desastres;

• Perda econômica e danos a infraestrutura, interrupções nos serviços básicos

atribuídas a desastres.

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Indicadores ISO 37120

• Número de bombeiros por 100.000 habitantes).

• Número de mortes relacionadas com incêndios por 100.000 habitantes.

• Número de mortes relacionadas com os perigos naturais por 100 000 habitantes.

• Número de policiais por 100.000 habitantes.

• Número de bombeiros voluntários e a tempo parcial por 100.000 habitantes.

• Tempo de resposta para serviços de resposta a emergências da chamada inicial.

• Número de mortes causadas por acidentes industriais por 100.000 habitantes.

Analise de para melhorias Desastres naturais

O cálculo de porcentagem refere-se ao número de bombeiros, pessoas adequadas e

capacitadas para atender a população de acordo com a quantidade populacional da cidade local.

Essa métrica do indicador deve garantir que a cidades estejam preparadas para

emergências a desastres, incêndios, e catástrofes de ordem natural, com socorristas na

quantidade ideal para atender a cidade local.

Para Neto (2000) algumas ações práticas devem ser realizadas para atender ao

gerenciamento a desastres naturais:

• Desenvolver projetos para previsão de desastres naturais, monitoramento e alertas;

• Fazer estudo dos custos para construção estruturas de mitigação de desastres

naturais;

• Fazer análise de riscos em locais de provável desastre;

• Elaborar plano de emergência;

• Separação de local para abrigo de vítimas em caso de acidentes e evacuação de

habitantes em áreas de risco;

• Planejar e estabelecer políticas do uso do solo, controle de construções e legislação;

• Simulação de crescimento da população urbana e análise de efeitos que isso causará

nas cidades;

• Desenvolver de planos de Mobilização;

• Desenvolver de políticas de planejamento e apoio logístico para estruturação

urbana.

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Castellanos (1997), ter saúde representa a maneira de realizar processos mais adequados

que caracterizam a estrutura e o desenvolvimento da sociedade, durante sua história. Este

processo deve envolver os aspectos sociais e econômicos de modo a desenvolver a produção de

produtos bens e serviços, as relações sociais, o desenvolvimento econômico e as relações

políticas.

Este indicador relaciona-se com o indicador Habitação e Urbanização inclusiva e

sustentável, pois se trata de desastre naturais ocorridos nas cidades. A falta de urbanização

sustentável e construções de habitações inadequadas fazem com que os desastres naturais,

tenham mais intensidade e mais vítimas, gerando mais despesas para o estado e para seus

habitantes.

Qualidade do Ar e Gestão de Resíduos

Para a Meta Qualidade do ar e gestão de resíduos do ODS 11.6 aborda que até 2030,

reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial

atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros

Indicadores ODS 11.6 Qualidade do ar e gestão de resíduos para reduzir impactos da

urbanização

• Descarga de resíduos sólidos urbanos

• Matérias finas particuladas nas cidades

Indicadores do ISO 37120

• Porcentagem da população da cidade com coleta regular de resíduos sólidos

(residencial)

• Total de resíduos sólidos urbanos coletados per capita

• Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade reciclados

• Porcentagem de resíduos sólidos da cidade que são descartados em um aterro

sanitário

• Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são biologicamente tratados e

usados como composto ou biogás

• Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são descartados em um lixão aberto

• Porcentagem dos resíduos sólidos da cidade que são descartados por outros meios

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Analise de para melhorias

O percentual da população da cidade atendida pela coleta regular de resíduos sólidos é

um indicador de saúde, limpeza e qualidade de vida da cidade. Os sistemas de resíduos sólidos

contribuem de muitas maneiras para a saúde pública, a economia local, o meio ambiente e a

compreensão e educação social sobre o meio ambiente

A coleta regular de resíduos sólidos deve ser definida como tendo os resíduos sólidos

coletados do domicílio, transportados e lançados em instalações adequadas de tratamento em

locais de reciclagem ou aterro sanitário pelo menos uma vez por semana ou a cada duas

semanas. Se os resíduos sólidos forem coletados em qualquer veículo em movimento por

pessoas que não constituíram uma entidade legalmente constituída, a casa não será considerada

como uma casa atendida com um serviço de coleta de resíduos sólidos.

É necessário haver apoio da população para haver uma coleta adequada, e constante

evitando acumulo de resíduos e problemas de saúde público, com risco de vetores e outros

problemas relacionados.

O controle de resíduos deve começar pela conscientização familiar, em casa, como

forma de educação escolar, para que o controle seja eficaz e não interfira nas próximas gerações.

O crescimento da população, o desenvolvimento industrial e a urbanização acelerada,

atrelados à postura individualista da sociedade, vêm contribuindo para o aumento do uso dos

recursos naturais e para a geração dos resíduos (Mazzer & Cavalcanti, 2004).

Os resíduos sólidos, se descartados inadequadamente no ambiente, podem provocar

alterações intensas no solo, na água e no ar, além da possibilidade de causarem danos a todas

as formas de vida, trazendo problemas que podem comprometer as futuras gerações Os resíduos

sólidos, se descartados inadequadamente no ambiente, podem provocar alterações intensas no

solo, na água e no ar, além da possibilidade de causarem danos a todas as formas de vida,

trazendo problemas que podem comprometer as futuras gerações (Mazzer & Cavalcanti, 2004).

Este indicador, relaciona-se com o indicador habitação e com a Urbanização Inclusiva

e Sustentável. A coleta de resíduo urbano deve ser realizada constantemente, porém por

dificuldade de circulação em determinados bairros ou falta de segurança, dificuldade de acesso

devida a falta de planejamento dos bairros, gera problemas de descarte de resíduo urbano nas

ruas, ou nas bocas de lobo, além de pontos viciados de descarte.

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Espaços Públicos Seguros

Para a Meta Espaços públicos seguros, inclusivos e verde do ODS 11.7 aborda que até

2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e

verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência

Indicadores ODS 11.7 Espaços públicos seguros, inclusivo e verde

• Área construída de cidades que é espaço aberto para uso público

• Vítimas de assédio físico ou sexual

Indicadores ISO 37120

• Metros quadrados de espaço recreativo público interior per capita

• Metros quadrados de espaço público de recreação ao ar livre per capita

Analise de para melhorias

De acordo com a ISO 37120 existe a necessidade de espaços recreativos públicos

internos varia dependendo das condições climáticas e culturais locais.

O espaço público de recreação deve se referir a terrenos e edifícios abertos ao público

para atividades de relaxamento, divertimento ou lazer. Espaço de recreação deve incluir apenas

o espaço que serve principalmente um propósito de recreação.

Espaço de recreação pública coberta deve incluir:

a) edifícios pertencentes ou mantidos pela cidade;

b) outros edifícios de recreação dentro da cidade não pertencentes ou operados pela

cidade, desde que estejam abertos ao público. Esta categoria pode incluir edifícios, escolas e

faculdades estaduais ou provinciais, bem como organizações sem fins lucrativos. Se as cidades

informarem apenas o espaço de recreação de propriedade da cidade, isso deve ser observado.

Para edifícios de vários andares, a área do piso de todos os andares do prédio deve ser

contada, se conhecida.

Espaço de recreação deve incluir apenas o espaço que serve principalmente um

propósito de recreação.

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Espaço de recreação ao ar livre deve incluir:

a) terra de propriedade ou manutenção da cidade;

b) outras terras de recreação dentro da cidade não pertencentes ou operadas pela cidade,

desde que estejam abertas ao público. Esta categoria pode incluir terrenos estatais ou

provinciais, terrenos para escolas e faculdades, bem como organizações sem fins lucrativos. Se

as cidades informarem apenas o espaço de recreação de propriedade da cidade, isso deve ser

observado.

Esse local deve além de tudo, de segurança. Os locais públicos abertos, como parques

e locais arborizados se tornam alvo fácil para a criminalidade no caso de crimes sexuais, devido

o local ter arvores e arbustos que são considerados como espaço fácil para se esconder. As

mulheres são as maiores vítimas nestes casos. O Ideal é que seja incluído como indicador para

policiamento adequado nestes locais, evitando acontecimentos de problemas relacionados a

isto.

Organizações Gerais para espaços públicos seguros

Espaço urbanos estabelece um lugar para vivência da população local, nos aspectos

físicos e mental dos habitantes locais das cidades, que tendem a ganhar importância cívica

igualmente como reflexo da urbanização da cidade e de condição da sociedade (Blanc, 2001).

Os espaços públicos urbanos devem ser acessíveis a todos, pensando nas pessoas com

mobilidade reduzida. Segundo Bartalini (1986), os espaços públicos urbanos necessitam de

adaptação para todos os tipos de limitação, sendo acessível a todos, com calçadas, iluminação

adequada, sinalização e estrutura segura.

As estratégias sustentáveis para as cidades podem ser obtidas por meio da importância

de haver uma gestão compartilhada enfatizando a co-responsabilidade da gestão pública nos

espaços destinados a população e na qualidade de vida urbana, estimulando o aumento de ações

preventivas, reduzindo assim as ações corretivas (Jacobi, 2006).

Para Acselrad (1999), “a convergência em relação a cidade entre sustentabilidade

urbana local e a global, é apenas um facilitador político para que os responsáveis pela poluição

e as autoridades políticas sejam identificadas mais rapidamente.”, o que pode tornar mais viável

a implementação de planos locais, e as ações para conscientização além da busca de atores

compromissados com projetos visando o alcance de mudanças.

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6.0 Conclusão

Diante de todas as informações durante a análise dos Indicadores da ISO37120 FDIS

2018 e pelas metas e indicadores do ODS11 da ONU, foi possível constatar que todos os

indicadores se relacionam ou se complementam, trazendo idéias de como a infraestrutura de

uma Cidade Sustentável deve ser, inclusive, com possibilidade de observar os indicadores e

compará-los com os resultados das cidades vizinhas para análise de modelos mais adequados.

Os Indicadores se relacionam e se complementam, indicando a necessidade de

informações especificas para alcance de resultados esperados. O uso dos Indicadores para

cidade pode trazer resultados e ou dados importantes para tomadores de decisão, de modo a

colocar em prática os planos de desenvolvimento para as cidades, alinhados com as

necessidades da população, projetando melhorias, visando a qualidade de vida da população

atual e considerando as próximas gerações. Há mais indicadores na ISO 37120 do que nos ODS

11, porém esses demais indicadores se relacionam com outros ODS.

Os indicadores da ISO 37120, que não se relacionam neste ODS, se relacionam com

outros ODS específicos que interagem com o ODS11.

Os indicadores para cidade como Educação, Finanças, Energia, Água, são temas que

todas as cidades necessitam melhorar, tanto a ISO 37120 quanto os ODS tratam destas

temáticas.

A busca pela melhoria na qualidade de vida da população das cidades é apresentada em

ambas Normas, e se aplicadas as mudanças serão para melhor e para o bem de todos.

Os indicadores da ONU são simples, genéricos e precisam de complemento e

observações para entendimento do que será realmente necessário para alcançá-los. Quanto aos

indicadores da ISO 37120:2018, trazem métricas percentuais para analisar o que será necessário

para alcançar a sustentabilidade nas cidades e como melhorá-las. As cidades, ao assumirem o

compromisso sustentável, poderão alinhar novos itens para melhorias ou complementar os

indicadores para adequar as necessidades da população local.

Ambos indicadores promovem formatos específicos de como uma cidade sustentável

deve ser, os indicadores apontam as necessidades de uma cidade sustentável, e o que precisa

para ser uma cidade modelo como meio de comparação de medidas de desempenho e

compartilhamento de melhores práticas.

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A tomada de decisão deve ser assertiva, a partir do momento que a qualidade de vida

nas cidades for realmente levada a sério. Pensar em melhorar a vida da população local trará

benefícios para a própria cidade, gerando aumento econômico e mais empregos, além do

desenvolvimento local.

Os indicadores urbanos devem direcionar a criação e mudança de políticas públicas, de

modo que as decisões e prioridades locais orientem a utilização de recursos públicos. Diante

disso, é preciso analisar as necessidades locais buscando estabilidade dos indicadores,

avaliando outras metodologias. Dificilmente os governos locais discutem resultados de suas

cidades, principalmente se suas cidades não estiverem bem colocadas. Tuwien (2015) ressalta

que os resultados dos indicadores e as metodologias utilizadas diferenciam a maneira de

classificação de cada cidade, em rankings diversos, pois o método utilizado poderá trazer

resultados diversos, para que a integração dos dados ocorra de maneira mais transparente e com

uma frequência maior.

O poder público e a sociedade devem estabelecer princípios básicos e procedimentos

para orientar a atuação para a implementação de cidades sustentáveis. Esta implementação de

políticas e práticas sustentáveis apoia-se em indicadores econômicos e ambientais, o que auxilia

no controle por todos os setores envolvidos (Vieira, 2013).

Em virtude do crescimento desordenado nas cidades, os habitantes são os maiores

prejudicados, pela falta de estrutura que lhes proporcione uma melhor qualidade de vida. A

maioria dos indicadores busca evidenciar se existe saúde pública, emprego, saneamento,

segurança, habitação e transporte adequado. Desta forma, a população das cidades irá se

beneficiar com isso e haverá motivos para cobrança de impostos justos, pois o retorno será

garantido. Isso só é possível se houver um planejamento urbano adequado.

Os Indicadores são importantes para auxiliar a governança a identificar problemas,

falhas e corrigi-las a tempo, gerando o menor dano possível para a população, e também podem

ajudar a verificar os bons resultados e repassa-las para cidades vizinhas que buscam apoio, mas

são apenas ferramentas de apoio, e devem ser utilizadas em conjunto com outros indicadores

para uma análise complementar.

Respondendo à pergunta de pesquisa, sim os indicadores convergem frente a Agenda

2030, porém para que esta se torne uma ferramenta adequada, será necessário colocá-la em

prática para que a governança ou tomadores de decisão, possam analisar os resultados e a partir

daí colocar o planejamento urbano adequado para atender as situações.

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Este trabalho é o início de outras pesquisas nessa área, lembrando que há outros

indicadores no ODS e na ISO que podem continuar a contribuir para a sustentabilidade urbana.

Sendo assim, se faz necessária a integração entre a sociedade e seus governantes para que juntos

possam fazer a sustentabilidade nas cidades não ser apenas um projeto engavetado, mas sim

uma realidade que todos conheçam e apoiem com responsabilidade, visando bem-estar e

qualidade de vida para a população atual e para as próximas gerações.

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