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ISSN-0100-9508

INFORME DA PESQUISA, 120 BOLETIM TÉCNICO, 35

SETEMBRO/96

PRAGAS DA CANOLABases preliminares para

manejo no ParanáNei Lúcio Domiciano1

Bráulio Santos2

Esta publicação recebeu apoio financeiro do

Ministério da Agricultura/DENACOOP.

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - LONDRINA-PR

COOPERATIVA CENTRAL AGROPECUÁRIA DE DESENVOLVIMENTO

TECNOLÓGICO E ECONÔMICO - CASCAVEL-PR

¹Eng. Agr., Msc, pesquisador da Área de Proteção de Plantas. IAPAR, Caixa Postal 481.86001-970 - Londrina-PR.

2Eng. Agr., Msc, pesquisador da COODETEC. Caixa Postal 30185806-970 - Cascavel - PR.

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INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁVINCULADO À SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

Rodovia Celso Garcia Cid, km 375 — Fone: (043)326-1525

Fax: (043)326-7868

Cx. Postal 481 — 86001-970 —LONDRINA-PARANÁ-BRASIL

COOPERATIVA CENTRAL AGROPECUÁRIA DE

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E ECONÔMICOBR 467, km 98 — Fone: (045) 225-5993 — Fax: (045)225-1094

Cx. Postal 301 — 85806-970 — CASCAVEL-PARANÁ-BRASIL

PRODUÇÃOEditoração e revisão de texto: Edmilson G. Liberal

Arte-final e capa: Tadeu K. Sakiyama

Fotografias: Edino F. da Silva

Coordenação Gráfica: Antonio Fernando Tini

Impresso na Área de Reproduções Gráficas

Tiragem: 1.200 exemplares

Todos os direitos reservados ao Instituto Agronômico do Paraná.

É permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte.

É proibida a reprodução total desta obra.

D669 Domiciano, Nei LúcioPragas da canola; bases preliminares para manejo no Paraná / Nei Lúcio

Domiciano e Bráulio Santos. Londrina: IAPAR, 1996.16p. ilust. (IAPAR. Informe da pesquisa, 120).

1 .Canola-lnsetos daninhos e úteis-Manejo-Brasil-Paraná. 2.Entomologia.I.Santos, Bráulio. II.Instituto Agronômico do Paraná, Londrina, PR.III.Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico eEconômico, Cascavel, PR. IV.Título. V.Série. VI.Série: COODETEC. Boletimtécnico, 35.

CDD 633.853AGRIS H10 4020

0334 G514

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 1

MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 2

PRAGAS DA CANOLA 3PRAGAS PRINCIPAIS 3

Traça das crucíferas 3

Pulgões 5

PRAGAS SECUNDÁRIAS OU POTENCIAIS 7

Lagarta das síliquas 7

Broca dos ponteiros 8

Lagarta desfolhadora 9

Vaquinha 9

Abelha irapuá 11

CONTROLE DAS PRAGAS PRINCIPAIS 11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . 15

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INTRODUÇÃO

A canola é originária de uma seleção de cultivares de colza(principalmente Brassica napus e B. campestris) que possui cerca de 45% de óleono grão e 35% de proteína no farelo. O óleo obtido possui excelentecomposição pela qualidade dos ácidos graxos onde, acima de 65% sãomonoinsaturados, 5% são saturados e 29% são polinsaturados, além disso, nãocontém colesterol.. Desperta interesse no meio industrial porque produz óleocomestível com 2% ou menos de ácido erúcico e, no farelo livre de óleo, 30micromoles por grama ou menos de glucosinolatos, o que a torna maisadequada ao consumo humano e animal que a sua precursora (Younts, 1990).

O cultivo dessa brássica, no Estado do Paraná, teve impulso a partir de1991, por se apresentar como alternativa econômica para rotação de culturacom o trigo e outros cereais no outono-inverno, pelos agricultores, e paraprocessamento dos grãos para obtenção de óleo e farelo na entressafra, pelaindústria. Experiências realizadas na região centro-sul despertaram o interesseem outras regiões (Carraro & Balbino, 1993).

No ano seguinte foram cultivados cerca de 2.000 hectares por agricultoresdo Estado, com resultados diversos: houve produtores que não conseguiramcolher e outros que alcançaram produtividade superior a 2.500 kg/ha. Asomatória dessas experiências, adicionada aos anos subseqüentes até 1994,mostrou a necessidade de planejamento e direcionamento dos órgãos depesquisa e cooperativas para realizar atividades experimentais e de pesquisapara adaptação tecnológica (Carraro & Balbino, 1999). Atualmente, a região deMaringá é um pólo de produção da canola.

Assim, dentre outros esforços, o IAPAR e a OCEPAR1 desenvolveram,nos anos de 1993/94, trabalhos de levantamento da entomofauna em regiõesrepresentativas do Estado do Paraná.

No levantamento de pragas utilizou-se rede de varredura, passada naparte superior e mediana das plantas; coleta de partes de plantas portadorasde formas imaturas de artrópodos; e observação visual direta. O materialrecolhido foi acondicionado em sacos ou caixas de plástico, juntamente com aficha de registro com dados do local/propriedade, cultivar , data da coleta,cultivo anterior, tipo de dano produzido, órgão afetado e grau de infestação.

Como resultado deste levantamento e outros trabalhos, especialmente nasestações experimentais do IAPAR e COODETEC, complementados por

1 Atualmente COODETEC - Cooperativa Central. Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico e Econômico

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revisões bibliográficas, procurou-se estruturar o manejo de pragas da canolano estado do Paraná, tendo como ponto de partida a definição das pragasprincipais, secundárias e potenciais; a estimativa do momento adequado aocontrole das pragas com inseticidas e aplicação de outros princípios de manejointegrado, no sentido de minimizar, racionalizar e otimizar a utilização deprodutos agrotóxicos. Tais informações serão expostas abaixo, com o objetivode auxiliar técnicos e agricultores nas decisões de controle das pragas dacanola.

BASES PARA O MANEJO INTEGRADO

DE PRAGAS

No manejo integrado de pragas é essencial o monitoramento cuidadosodos agentes fitófagos, através de amostragens, para predizer as tendências deexplosões populacionais de pragas principais (e eventualmente secundárias), edecidir sobre a aplicação de inseticidas seletivos, se disponíveis, ou de formaseletiva (iscas, aplicação localizada etc).

Recomenda-se, portanto, vistoriar sistematicamente as lavouras,intensificando-se a vigilância ao aproximar-se a tendência de rápidocrescimento populacional das pragas. Para facilitar a constatação de pragas,deve-se observar as plantas (a começar pelas suspeitas) nas regiões das raízes,hastes, face inferior das folhas principalmente, ponteiros e flores.

Esse procedimento permite muita economia na aplicação de inseticidaspois, em geral, tem-se verificado que a incidência de pragas, em quaisquerculturas, variam quantitativamente no tempo (entre anos e épocas deplantio), no espaço (entre áreas e dentro da área de plantio, nas reboleiras ebordas), com os estádios de desenvolvimento da planta e com a influência dosfatores ambientais. Somente como último recurso deve-se fazer o controlequímico generalizado.

É desaconselhável a aplicação preventiva, freqüente e generalizada deinseticidas, principalmente os de largo espectro, salvo na presença de agentesbroqueadores de frutos, hastes e dos transmissores de viroses (insetossugadores como pulgões, tripés, cigarrinhas, percevejos e outros) que,normalmente, causam danos econômicos Com esta medida usufrui-se docontrole natural, preservando-se em especial o potencial do controle biológicoe insetos polinizadores; diminui-se o aparecimento de pragas resistentes esurtos de pragas secundárias; diminui-se o uso de inseticidas; riscos deenvenenamento de trabalhadores rurais e consumidores; minimiza-se apoluição; diminui-se o custo de produção; e se obtêm produtos de boaqualidade (Domiciano et al., 1985).

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PRAGAS DA CANOLA

Levantamentos realizados em plantios de canola em onze locaisrepresentativos da cultura no Paraná, no período de abril a setembro de 1993 e1994, possibilitou constatar como pragas principais (artrópodos fitófagos quecausam danos econômicos com freqüência e com maior abrangênciageográfica) e como pragas secundárias (artrópodos fitófagos queocasionalmente podem causar danos econômicos, ou ocorrem em regiõesrestritas) os insetos abaixo discriminados (Figura 1).

PRAGAS PRINCIPAIS

Traça-das-crucíferasPlutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae)

A traça-das-crucíferas (Figura 2) é citada como a mais importante pragada colza no Rio Grande do Sul. Perdas na produção ocorrem em lavouras comgrande percentual de desfolha (Silva, 1985; Dias, 1992). No Canadá, P.xylostella é considerada uma das principais pragas de canola (Turnock, 1990).

Populações elevadas de lagartinhas deste inseto foram encontradas apartir do início de agosto até o final de setembro. Veirificou-se que há maiorincidência na fase vegetativa da cultura. Concordando com Metcalf & Flint(1962), aumentos das populações desta praga têm estreita correlação comperíodos de estiagem, como foi observado durante o período de levantamento.

A mariposa é um microlepidóptero de coloração parda. Os machos têm amargem posterior das asas anteriores branca e, em repouso, forma umamancha alongada característica sobre a face dorsal (Thomas, 1984; Gallo et al.,1988).

Os ovos são microscópicos, de coloração esverdeada, sendo a posturarealizada isoladamente ou em grupos de dois ou três, em ambas as faces dasfolhas. Cada fêmea põe em média 160 ovos e o período de incubação é de trêsa quatro dias (Thomas, 1984).

As lagartas recém eclodidas penetram no interior dos tecidos da folha ealimentam-se do parênquima. Após dois a três dias do início da fase dealimentação, passam a comer a epiderme inferior da folha. Nessa fase, aslagartas mexem-se nervosamente quando tocadas. Ao final de nove a dez diasatingem o maior tamanho (8 a 10 mm) e transformam-se em pupas dentro deum pequeno casulo em forma de malha, fixados nas folhas. Após cerca de 7 a14 dias emergem os adultos, que medem cerca de 9 mm de envergadura(Metcalf & Flint, 1962; Thomas, 1984; Gallo et al., 1988).

Quando a população de lagartas é baixa alimentam-se apenas das folhas,mas com a proliferação atacam também as hastes e epidermes das síliquas

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novas. Segundo Turnock (1990) somente altas populações podem causargrandes desfolhas e provocar perdas na produtividade.

PulgõesBrevicoryne brassicae (Hemiptera: Aphididae)

No início de agosto, observou-se a ocorrência esparsa do pulgão cerosoB. brassicae em reboleiras nas lavouras (Figura 3). Em setembro houve umaumento significativo da população deste pulgão, que atingiu infestaçõesgeneralizadas e elevadas nas inflorescências, principalmente na parte apical.

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Figura 3 - Pulgão ceroso das crucíferas (Brevicorynebrassicae): ninfas e adultos ápteros.

Estima-se que plantios tardios ou o uso de cultivares de ciclo longo, sejammais infestadas por esta praga. Pequenas colônias de M. persicae tambémforam observadas durante o levantamento, colonizando apenas a face inferiordas folhas de canola.

A forma áptera de B. brassicae possui o corpo verde coberto por umacamada cerosa, e apresentando a cabeça branca com aparência vítrea, sendoque o adulto mede cerca de 2 mm de comprimento (Mariconi, 1985).

Em condições climáticas favoráveis multiplica-se rapidamente, atingindoem elevada população em poucos dias, que por sucção de seiva nas folhas,brotos e inflorescências, pode causar prejuízos significativos. Os danosprovocados pelos pulgões geralmente são pequenos quando o ataque ocorreem fase adiantada do enchimento de grãos, após o completo desenvolvimentodas síliquas (Thomas, 1984; CETIOM, 1985). De acordo com Turnock (1990) B.brassicae é a^principal praga das crucíferas do noroeste dos EUA.

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PRAGAS SECUNDÁRIAS OU POTENCIAIS

Lagarta das síliquas

Helicoverpa zea (Lepidoptera: Noctuidae)

Foram observadas (Figura 4) broqueando síliquas e consumindo grãos decanola, ocorrendo no ano de 1994 de forma generalizada nas regiõesamostradas. Levantamentos subseqüentes deverão defini-la como pragaprincipal ou secundária.

Figura 4 - Lagarta grande das síliquas (Helicoverpa zea): A)lagartas; B) adultos.

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Broca dos ponteirosHellula sp. (Lepidoptera: Pyralidae)

A ocorrência da broca dos ponteiros (Figura 5), foi observada causando obroqueamento da haste no ponteiro e peciolos até antes da emissão dainflorescência. Quando ocorre na região apical surge o rebrotamentodesordenado e quando no pecíolo, dá origem a perdas apenas de folhas.

As lagartas possuem cor amarelada com faixas marrom no sentidolongitudinal. O adulto é uma pequena mariposa com cerca de 16 mm deenvergadura possuindo asas de cor parda com faixas brancas e pontos negros(Gallo et al, 1988).

Figura 5 - Broca dos ponteiros das crucíferas (Hellula sp.): A) danos; B) lagarta e dano; C)adulto.

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Lagarta desfolhadora

Ascia spp. (Lepidoptera: Pieridae)

Observações em outras espécies de crucíferas indicam que, no Estado deSão Paulo e norte do Paraná, altas infestações têm ocorrido de fevereiro a abril.Mas em alguns anos têm sido observadas no mês de janeiro, sendo poucofreqüentes antes desse período (Mariconi,1985 e Gallo et al., 1988). Por essemotivo infestações desta lagarta em canola poderão surgir em plantiosrealizados mais cedo, ficando neste caso afetados os primeiros estágios dedesenvolvimento da cultura. Embora, o adulto deste inseto não tenhapreferência de ovopositar na canola, a fase de lagarta se desenvolve bem nestacultura.

Em levantamentos de pragas no Rio Grande do Sul, Dias (1992) cita queforam registradas as espécies Ascia monuste orseis e Ascia monuste monuste,ambas da família Pieridae. Essas lagartas são comumente chamadas delagarta-da-couve ou curuquerê da couve e atacam crucíferas em geral (Figura

6).O adulto coloca os ovos amarelos em grupos nas folhas, ficando eretos

sempre no sentido do maior eixo do ovo. As lagartas iniciam a alimentaçãopelas folhas logo após a eclosão e quando completam o desenvolvimentomedem cerca de 35 mm, apresentam corpo de cor verde e lateralmente umafaixa escura longitudinal contornada por duas faixas amarelas. No dorsoacinzentado observa-se uma faixa longitudinal clara com 12 pares de pequenospontos negros.

Quando se transformam em adultos, as asas possuem coloração branco-amarelada, bordos marrom escuro e corpo preto. Nessa fase medem cerca de50 mm de envergadura (Mariconi, 1985; Gallo et al, 1988).

Vaquinha

Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae)

Este inseto foi observado no início de desenvolvimento das plantas, ondeadultos atacam cotilédones e folhas novas, consumindo pecíolos e caules dasplantas. A partir da fase de roseta observou-se baixa população desta praga.Nos meses de agosto e setembro, na fase de floração, novamente ocorreramgrandes populações de adultos deste inseto, alimentando-se de pétalas, sem noentanto, aparentemente causarem danos à produção. A canola, exceto na fasede floração, não é hospedeira preferencial do adulto desse besouro (Figura 7).

A fase crítica do ataque de D. speciosa compreende desde a emergênciaaté a fase em que a planta apresenta três folhas (Link et al, 1981).

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Figura 6 - Curuquerê da couve (Ascia monuste): A) ovos; B) lagartas; C) parasitóide; D) pupa;E) adulto.

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Figura 7 - Vaquinha (Diabrotica speciosa): danos nos cotiledones e inseto adulto .

Abelha IrapuáTrigona sp. (Hymenoptera: Apidae)

Tem o hábito de atacar em reboleiras. Os danos se caracterizam pelo cortede hastes e flores de canola (Figura 8 ).

Na fase adulta possui cor preta, cerca de 5;5 mm de comprimento e 2,5mm de largura. Esses insetos constroem ninhos em ramos de árvores e emcupinzeiros abandonados (Gallo et al, 1988).

CONTROLE DAS PRAGAS PRINCIPAIS

As observações mostram que há menor ocorrência de insetos-praga naslavouras de canola emergidas em fins de março e início de abril.

Para a traça-das-crucíferas, estudos preliminares sugerem a necessidadede tratamento com inseticida quando houver infestação generalizada delagartinhas e cerca de 10% de desfolha.

As infestações iniciais de pulgões tendem a ocorrer primeiro nas bordas,o que aconselha o uso de aficidas seletivos para evitar sua generalização. Osdados até agora obtidos indicam que o tratamento com inseticida deve serefetivado ao se detectar, na área, cerca de 25% de plantas com infestação nasinflorescências.

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Figura 8 - Abelha irapuá (Trigona sp.): danos nas floreses e hastes das inflorescências e inseto adulto.

É preciso fazer observações adicionais com relação à lagarta das síliquas,a fim de verificar se a espécie é praga principal ou secundária. Entretanto, oinseto se alimenta de grãos e síliquas, o que indica a necessidade de controlelogo no início das infestações.

Na Tabela 1 são relacionados os inseticidas citados na literatura paracontrole de pragas em canola. Todavia, não estão ainda liberados paracomércio e uso no Estado do Paraná, pois ainda carecem de avaliação pelapesquisa.

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Figura 9 - Abelha melífera (Apis mellifera).

Figura 10 - Joaninha (Hippodamia convergens): Figura 11 - Joaninha (Eriopis connexa):a) ovos, b) ferva, c) pupa, d) adulto. ^ l a r v a ; bj a d u l t O -

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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