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ISSN 0102-9924 FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DA UFRGS /-análise conomica CAPITAL HUMANO NOS MUNICIPIOS PARANAENSES LUCrANO fJAKABASHl E EVÃNIO FEUPE CÂMBIO, INFLAÇÃO, JUROS E RESERVAS NA TRANSIÇÃO DE REGIMES CAMBIAIS: UMA INVESTIGAÇÃO ECONOMÉTRICA PARA O BRASIL FLÁVIO VILELA VIEIRA E CARLOS DE ALMEIDA CARDOSO INTEGRAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO: EXPERIÊNCIAS E PERSPECTIVAS PARA A AMÉRICA LATINA RICARDO DATHEIN MERCADO IMOBILIÁRIO E A IMPORTÂNCIA DAS CARACTERÍSTICAS LOCAIS: UMA ANÁLISE OUANTÍLICQ- ESPACIAL D E PREÇOS HEDÔNICOS EM BELO HORIZONTE BERNARDO FURTADO ANÁLISE DA DINÂMICA DA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO ENTRE SETORES E ESTADOS BRASILEIROS NA DÉCADA D E 9 0 ADELAR FOCHEZATTO E VALTER /OSE STULP TEORIA ECONÔMICA DO SUICÍDIO: ESTUDO EMPÍRICO PARA O BRASIL CLAUDIO DJISSEY SHIKIDA, ARI FRANCISCO ARAÚJO JR E RAFAEL ALMEIDA ViLHENA 0A2ZI ÍNDICE RELATIVO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICgA SOCIAL DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUDOESTE PARANAENSE C A R M E M O Z A N A MELO DESEMPENHO COMERCIAL DA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS NO BRASIL CARLOS ALBERTO CINQUETTL COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DE P L A N T A S V I V A S E PRODUTOS DE FLORICULTURA ETEVALDO ALMEIDA, PATRÍCIA SALES ÜAAA. LUCIA JVIARIA SILVA, RUBEN DARÍO MAYORCA E FRANCISCO DE LIAAA UMA AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO FNE, NO PERÍODO 1995-2000 ALEXANDRE MANOEL ANGELO DA SILVA E GUILHERJUIE RESENDE

ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

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Page 1: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

ISSN 0102-9924

F A C U L D A D E D E C I Ecirc N C I A S E C O N Ocirc M I C A S D A U F R G S

-anaacutelise conomica

C A P I T A L H U M A N O N O S M U N I C I P I O S P A R A N A E N S E S

L U C r A N O f J A K A B A S H l E E V Atilde N I O F E U P E

C Acirc M B I O I N F L A Ccedil Atilde O J U R O S E R E S E R V A S N A T R A N S I Ccedil Atilde O

D E R E G I M E S C A M B I A I S U M A I N V E S T I G A Ccedil Atilde O

E C O N O M Eacute T R I C A P A R A O B R A S I L

F L Aacute V I O V I L E L A V I E I R A E C A R L O S D E A L M E I D A C A R D O S O

I N T E G R A Ccedil Atilde O E C O N Ocirc M I C A E P O L Iacute T I C A S D E

D E S E N V O L V I M E N T O E X P E R I Ecirc N C I A S E P E R S P E C T I V A S

P A R A A A M Eacute R I C A L A T I N A

R I C A R D O D A T H E I N

M E R C A D O I M O B I L I Aacute R I O E A I M P O R T Acirc N C I A D A S C A R A C T E R Iacute S T I C A S L O C A I S U M A A N Aacute L I S E O U A N T Iacute L I C Q -E S P A C I A L D E PRECcedilOS H E D Ocirc N I C O S E M B E L O H O R I Z O N T E

B E R N A R D O F U R T A D O

A N Aacute L I S E D A D I N Acirc M I C A D A P R O D U T I V I D A D E D O T R A B A L H O ENTRE S E T O R E S E ESTADOS B R A S I L E I R O S N A D Eacute C A D A D E 9 0

A D E L A R F O C H E Z A T T O E V A L T E R O S E S T U L P

T E O R I A E C O N Ocirc M I C A D O S U I C Iacute D I O E S T U D O E M P Iacute R I C O

P A R A O B R A S I L

C L A U D I O DJISSEY S H I K I D A A R I F R A N C I S C O A R A Uacute J O J R E R A F A E L A L M E I D A V i L H E N A 0 A 2 Z I

IacuteNDICE R E L A T I V O D E D E S E N V O L V I M E N T O E C O N Ocirc M I C g A S O C I A L D O S M U N I C Iacute P I O S D A REGIAtildeO SUDOESTE PARANAENSE C A R M E M O Z A N A M E L O

D E S E M P E N H O C O M E R C I A L D A I N D Uacute S T R I A D E M Aacute Q U I N A S E I M P L E M E N T O S A G R Iacute C O L A S N O B R A S I L

C A R L O S A L B E R T O C I N Q U E T T L

C O M P E T I T I V I D A D E D A S E X P O R T A Ccedil Otilde E S M U N D I A I S D E

P L A N T A S V I V A S E P R O D U T O S D E F L O R I C U L T U R A

E T E V A L D O A L M E I D A P A T R Iacute C I A SALES UumlAAA L U C I A JVIARIA

S I L V A R U B E N D A R Iacute O M A Y O R C A E F R A N C I S C O D E LIAAA

U M A A V A L I A Ccedil Atilde O D A E F I C Aacute C I A D O F N E N O P E R Iacute O D O

1 9 9 5 - 2 0 0 0

A L E X A N D R E M A N O E L A N G E L O D A S I L V A E GUILHERJUIE RESENDE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Reitor Prof Joseacute Carlos Ferraz Hennemann FACULDADE DE CIEcircNCIAS ECONOcircMICAS

Diretor Prof Gentil Corazza CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS ECONOcircMICAS

Diretor Prol Lovois de Andrade Miguel DEPARTAMENTO DE CIEcircNCIAS ECONOcircMICAS

Chefe Prof Eduardo Ernesto Filippi DEPARTAMENTO DE CIEcircNCIAS CONTAacuteBEIS E ATUARIAIS

Chefe Prof Ceno Odilo Kops CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ECONOMIA

Coordenador Prof Marcelo S Portugal CURSO DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM DESENVOLVIMENTO RURAL

Coordenador Prof Paulo Dabdab Waquil CONSELHO EDITORIAL Andreacute Moreira Cunha (UFRGS) Carlos G A Mielitz Netto (UFRGS) Carios Henrique Horn G-JFRGS) Eduardo A Maldonado Filho (UFRGS) Eleuteacuterio F S Prado (USP) Eugecircnio Lagemann (UFRGS) Fernando Cardim de Carvalho (UFRJ) Fernando Ferrari Filho (UFRGS) Fernando de Holanda Barbosa (FGVRJ) Flaacutevio Augusto Ziegelman aiFRGS) Flaacutevio Vasconcellos Comim (UFRGS) Gentil Coshyrazza (UFRGS) Giaacutecomo Balbinotto Netto GJFR-GS) Gustavo Franco (PUCRJ) Heacutelio Henkin (UFRGS) Jan A Kregel (University of Missouri at Kansas City) Joatildeo Rogeacuterio Sanson (UFSC) Joashyquim Pinto de Andrade (UnB) Juacutelio Ceacutesar Olishyveira (UFRGS) Luiz Estrella Faria (UFRGS) Luis Paulo Ferreira Nogueroacutel (UFRGS) Marcelo S Portugal (UFRGS) Maria Alice Lahorgue (UFRshyGS) Octavio Augusto Camargo Conceiccedilatildeo (UFRshyGS) Paul Davidson (Journal of Port Keynesian Economics) Paulo D Waquil (UFRGS) Pedro C

D Fonseca (UFRGS) Philip Arestis (University of Cambridge) Ricardo Dathein (UFRGS) Ronald Otto Hillbrecht (UFRGS) Sabino da Silva Porto Jr (UFRGS) Seacutergio M M Monteiro (UFRGS) Stefano Florissi (UFRGS) e Werner Baer (Univershysity of Illinois at Urbana - Champaign) COMISSAtildeO EDITORIAL Eduardo Augusto Maldonado Filho Fernando Ferrari Filho Heacutelio Henkin Marcelo Savino Portugal Paulo Dabdab Waquil e Seacutergio Marley Modesto Monteiro EDITOR Seacutergio Marley Modesto Monteiro EDITOR ADJUNTO Heacutelio Henkin SECRETAacuteRIO Emerson Douglas Neves REVISAtildeO DE TEXTOS Vanete Ricacheski EDITORACcedilAtildeO Nuacutecleo de Editoraccedilatildeo e Criaccedilatildeo da Graacutefica da UFRGS - Janaiacutena Horn FUNDADOR Prof Antonio Carlos Santos Rosa Os materiais publicados na revista Anaacutelise Econocircmica satildeo da exclusiva responsabilidade dos autores Eacute permitida a reproduccedilatildeo total ou parcial dos trabalhos desde que seja citada a fonte Aceita-se permuta com revistas congecircneshyres Aceitam-se tambeacutem livros para divulgaccedilatildeo elaboraccedilatildeo de resenhas e recensotildees Toda corshyrespondecircncia material para publicaccedilatildeo (vide normas na terceira capa) assinaturas e permutas devem ser dirigidos ao seguinte destinataacuterio

Prol Seacutergio Marley Modesto Monteiro REVISTA ANAacuteLISE ECONOcircMICA - Aw Joatildeo

Pessoa 52 CEP 90040-000 PORTO ALEGRE - RS BRASIL

Telefones (051) 3308 35133308 4164 Fax (051)3308 3990

Email rae(5)vonexufrgs br Assinatura revista Anaacutelise Econocircmica R$5000 A assinatura anual daacute direito a 2 niimeros da revista

Anaacutelise Econocircmica A n o 25 ndeg 47 se tembro 2007 - Porto Alegre Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas U F R G S 2000

Per iodic idade semestral ma rccedilo e se tembro ISSN 0102-9924

1 Teoria Econocircmica - Desenvo lv imen to Regiona l -Economia Agr iacutecola - Pesquisa Teoacuterica e Apl icashyd a -Per ioacutedicos I Brasi l

Facu ldade de Ciecircncias Econocircmicas Univers idade Federal do Rio Grande do Sul

CDU 33 (81) (05) C D D 33005

Compet i t iv idade das exportaccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f loricultura

Etevaldo Almeida Patricia Sales Lima Lucia Maria Silva

Ruben Dario Mayorga Francisco d e Lima

Resumo Este artigo teve como objetivo analisar a competitividade das exportashyccedilotildees de plantas vivas e flores no mercado internacional no periacuteodo 1998-2004 atraveacutes de um conjunto de indicadores de desempenho das exportaccedilotildees Os resultados mostrarm competitividade das exportaccedilatildeoes do segmento no mershycado internacional Poreacutem grandes exportadores nem sempre satildeo fortemente competitivos Caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha Os exportadores mais competitivos foram Equador Holanda Colocircmbia e Dinashymarca sendo que estes trecircs uacuteltimos apresentaram perdas de competitividade e Equador os maiores ganhos O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade Palavras-Chave Indicadores de desempenho comeacutercio internacional agro-negoacutecio Classificaccedilatildeo JEL Q13O Q170

Abstract This study aimed at analyzing the competitiveness of cut plants and flowers export toward the international market from 1998 to 2004 by using a set of tools meant to indicate the trends of the exportings The results confirmed the competitiveness of the exporting of ornamental products facing the global

Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Cearaacute Professor do Departashymento de Economia da Universidade do Estado do Flio Grande do Norte - UERN E-mail etevaIdoalhotmailcom

Doutora em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ - USP Professora do Departamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail patricialimapqcnpqbr Livre docente Professora do Departamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail lramosufcbr PhD em Ciecircncia dos Recursos de Terras Aacuteridas University of Arizona UAProfessor do Deparshytamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail darioufcbr Doutorado em Economia pela Universidade Federal do Cearaacute - UFC Professor do Departamenshy

to de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte E-mail pvpslimaterra combr

Artigo recebido em setembro de 2007 Aceito em novembro de 2007

market It was observed however that great exporters such as Italy Belgium United States German and France are not always strongly competitive The most competitive parts were Equator The Netherlands Colombia and Denshymark From those Equator presented the highest increase in competitiveness while the others presented a decrease Despite the fact that Brazil does not figure among the greatest exporters it stood out as a strong competitor with increasing exporting rates Keywords exports acting indicators international trade agrobusiness

I n t roduccedilatildeo

Nos uacuteltimos anos houve incremento da produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura natildeo soacute no Brasil mas tambeacutem em outros pashyiacuteses Segundo Kiyuna et al (2004) no final do seacuteculo XX o mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou cresshycimento acelerado intensificando-se a concorrecircncia entre os principaacuteis paiacuteses exportadores com objetivo de se obter maior fatia de mercado e explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional desses produtos

Apesar de o comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura ter apresentado avanccedilos consideraacuteveis deve-se destacar que ainda existem alguns problemas que impedem o desempenho competitivo do setor Anefalos e Guilhoto (2005) destacam burocrashycia para o despacho de documentos deficiecircncia logiacutestica dentro dos aeroportos frequumlecircncia de vocircos de cargas preccedilos dos fretes falta de aparato legal e tributaacuterio com relaccedilatildeo agrave lei de proteccedilatildeo de cultivares anaacutelise de risco de pragas carecircncia de informaccedilotildees sobre custos de produccedilatildeo poacutes-colheita e comercializaccedilatildeo Aleacutem destes fatores Miranda (2001) afirma que existem outros empecilhos que restringem e dificultam as exportaccedilotildees como por exemplo as restriccedilotildees teacutecnicas e sanitaacuterias impostas atraveacutes dos paiacuteses importadores sendo estas denominadas de barreiras comerciais

Acredita-se que o conhecimento do desempenho das exportaccedilotildees de plantas vivas e flores no comeacutercio internacional toma-se essencial para a conquista de novos nichos de mercado e pode contribuir para a inserccedilatildeo do Brasil no grupo dos grandes exportadores Assim o presente estudo tem como objetivo verificar a competitividade das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura no comeacutercio internacional durante o periacuteodo de 1998-2004 A anaacutelise foi pautada no conceito de competitividade compreendida como capacidade de uma empresapaiacutes permanecer no mercado atraveacutes de uma posiccedilatildeo competitiva criada para

um produto ou grupo de produtos sendo fruto portanto de estrateacutegias capazes de manter ou elevar eficientemente a posiccedilatildeo competitiva no comeacutercio internacional

1 A p r o d u ccedil atilde o e o comeacuterc io de p lantas v ivas e p r o d u t o s d e f lo r i cu l tu ra

Como referido produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura tem se expandido nos iacuteiltimos anos o que aumenta a relevacircncia do setor para a Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio - OMC Estima-se que ateacute a deacutecada de 1990 a aacuterea mundial destinada a esta atividade tenha sido de 190000 hectares Na produccedilatildeo deste segmento a Holanda se destaca como o maior produtor do mundo (SEBRAE 2002)

O mercado mundial de plantas vivas e produtos de floricultura moshyvimenta anualmente 49 bilhotildees de doacutelares desde a fase da produccedilatildeo ateacute agrave entrega final Um quinto deste valor eacute oriundo do fluxo de comeacutercio entre paiacuteses produtores e consumidores Isto significa que o comeacutercio mundial deste setor estaacute em plena fase de expansatildeo basta observar que no iniacutecio a produccedilatildeo concentrava-se em alguns paiacuteses europeus como Holanda Itaacutelia e Dinamarca Com a globalizaccedilatildeo novas regiotildees de proshyduccedilatildeo foram se firmando em todo o mundo como eacute o caso do Equador Peru Costa Rica Chile Meacutexico Quecircnia Aacutefrica do Sul e Brasil

Castro (1998) apud Marques (2002) afirma que o consumo de plantas vivas e produtos de floricultura no mundo eacute especificado em consumo de ocasiatildeo consumo de impulso consumo teacutecnico e consumo institucional O primeiro caso ocorre quando as flores satildeo adquiridas em datas especiais ou comemorativas o segundo quando haacute preferecircncia de algum consumidor em ornamentar seu local de trabalho jaacute o terceiro ocorre quando se tem por hobby cultivar flores Por uacuteltimo o consumo institucional que diz respeito a diferentes profissionais que compram estes produtos em grandes quantidades para decoraccedilatildeo

O comeacutercio deste setor eacute realizado principalmente no Veiling existente em cada paiacutes onde se concentram ofertantes e demandantes de plantas vivas e produtos de floricultura caracterizando-se como um mercado transparente do ponto de vista da compra e venda (Claro 1998)

Na Europa haacute quinze leilotildees especializados para a comercializaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura Dentre eles nove concenshytram-se na Holanda A comercializaccedilatildeo deste segmento obedece aos padrotildees de qualidade exigidos para os produtos do setor Para assegurar o cumprimento das normas exigidas existe a regulamentaccedilatildeo sanitaacuteria

que tem como objetivo evitar os riscos de doenccedilas e epidemias inerentes aos produtos da floricultura

No que diz respeito agrave geraccedilatildeo de emprego eacute estimado que o setor de plantas vivas e produtos de floricultura gere mais de 120 mil vagas anualmente em todo o mundo das quais 58 mil (483) estatildeo inserishydos na produccedilatildeo 51 mil (425) no mercado varejista 4 mil (33 ) na distribuiccedilatildeo e 7 mil (59) em outras funccedilotildees como no segmento de apoio (SEBRAE 2004) De acordo com Kiyuna et al (2005) o valor das transaccedilotildees do comeacutercio exterior de produtos da floricultura no ano de 2003 chegou a U$$ 94 bilhotildees apresentando taxa meacutedia anual de crescimento de 6 entre os anos de 1999 e 2003

No periacuteodo de 1998 a 2004 a Holanda se destacou como o maior exportador do mundo Os demais paiacuteses alternaram suas posiccedilotildees no ranking demonstrando que o mercado natildeo estaacute consolidado Nota-se ainda que estes procuram explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura (Kiyuna et al 2005)

Conforme Oliveira Juacutenior (2003) os paiacuteses que mais exportaram produtos da floricultura em relaccedilatildeo ao total mundial em 2003 foram Holanda com 53 das exportaccedilotildees Colocircmbia com 13 e Itaacutelia 8 Esshytados Unidos e Brasil exportaram34 e 025 respectivamente Entre os exportadores mundiais de plantas vivas e produtos de floricultura o Brasil alcanccedilou a 31a posiccedilatildeo

No Brasil boa parte da comercializaccedilatildeo dos produtos de plantas vivas e produtos de floricultura eacute feita atraveacutes de centrais de distribuiccedilatildeo sendo que cada uma possui suas particularidades Castro (1998) espeshycifica que haacute centrais de abastecimento nas quais eacute permitida a entrada de produtos exclusivos de produtores caso do Veiling Holambra e do Mercado Profissional da Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina (Mercaflor-SC) Em outras centrais eacute permitido comercializar apenas produtos de produtores e de atacadistas caso da CEAGESPE-SP e da CEASA-Campinas e por fim existem centrais onde soacute eacute permitido coshymercializar produtos de atacadistas como acontece na Companhia de abastecimento do Estado da Guanabara - CADEG no Rio de Janeiro e na CEASA de Porto Alegre

Deve-se ressaltar que no Brasil o mercado consumidor de plantas vivas e produtos de floricultura possui uma demanda sazonal e que a produccedilatildeo desse segmento eacute concentrada em periacuteodos como dia das matildees dia de finados dia internacional da mulher dia da secretaacuteria e dia dos amigos (Marques 2002)

Nos uacuteltimos anos o mercado de plantas vivas e produtos de florishycultura se tornou altamente profissional o que requer do produtor estar

atento agraves exigecircncias dos consumidores que a cada ano satildeo maiores Ademais eacute preciso que o produtor preencha os requisitos estabelecidos por esse mercado principalmente os elevados iacutendices de produtividade os padrotildees de qualidade uso de embalagens adequadas Esse avanccedilo depende tambeacutem das particularidades predominantes nas regiotildees produshytoras que estatildeo associadas agrave conjuntura econocircmica poliacutetica e social

2 Aspec tos conceituais sobre ind icadores de compe t i t i v i dade

O desenvolvimento da economia de um paiacutes em todos os seus asshypectos industrial setor de serviccedilos niacuteveis de renda e emprego padratildeo de vida estaacute relacionado com as economias de seus parceiros comershyciais Esta integraccedilatildeo se daacute atraveacutes dos movimentos internacionais de bens e serviccedilos matildeo-de-obra fundos de investimentos e tecnologia (Carbaugh 2004)

Atraveacutes do processo de globalizaccedilatildeo com a integraccedilatildeo do mercado mundial os setores produtivos da economia passaram por mudanccedilas importantes A abertura comercial e a formaccedilatildeo dos blocos regionais de comeacutercio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas de se tornar mais competitivos para atingir as exigecircncias do mercado externo e assim expandir suas exportaccedilotildees (Fontenele e Melo 2004)

Esse processo proporcionou o crescimento das exportaccedilotildees e imshyportaccedilotildees da maioria das naccedilotildees industrializadas o que eacute mutuamente vantajoso Eacute possiacutevel com isso que os produtores de um paiacutes possam especializar-se e produzir em larga escala ao mesmo tempo em que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que ocorreria na ausecircncia de comeacutercio (Carvalho e Silva 2000)

Desta forma o comeacutercio internacional tornou-se relevante para as naccedilotildees Segundo Carbaugh (2004) atraveacutes da permuta de negociaccedilotildees um paiacutes pode especializar-se na produccedilatildeo de um bem que produz com qualidade e conseqtientemente direcionar as receitas obtidas nesta atividade para obter de outras regiotildees produtoras aqueles bens cujo custo de produccedilatildeo eacute elevado Pode tambeacutem possibilitar o aumento da produtividade de um paiacutes uma vez que se torna possiacutevel adquirir de outro bens e serviccedilos nos quais as empresas internas satildeo menos produtishyvas e como mencionado especializar-se nos setores cujas empresas satildeo relativamente mais produtivas Com isso os recursos satildeo direcionados para a produccedilatildeo elevando portanto o niacutevel meacutedio de produtividade da economia condiccedilatildeo necessaacuteria para melhoria dos niacuteveis de renda

Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa que afirma que um paiacutes pode se beneficiar de outro empregando maior

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 2: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

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1 Teoria Econocircmica - Desenvo lv imen to Regiona l -Economia Agr iacutecola - Pesquisa Teoacuterica e Apl icashyd a -Per ioacutedicos I Brasi l

Facu ldade de Ciecircncias Econocircmicas Univers idade Federal do Rio Grande do Sul

CDU 33 (81) (05) C D D 33005

Compet i t iv idade das exportaccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f loricultura

Etevaldo Almeida Patricia Sales Lima Lucia Maria Silva

Ruben Dario Mayorga Francisco d e Lima

Resumo Este artigo teve como objetivo analisar a competitividade das exportashyccedilotildees de plantas vivas e flores no mercado internacional no periacuteodo 1998-2004 atraveacutes de um conjunto de indicadores de desempenho das exportaccedilotildees Os resultados mostrarm competitividade das exportaccedilatildeoes do segmento no mershycado internacional Poreacutem grandes exportadores nem sempre satildeo fortemente competitivos Caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha Os exportadores mais competitivos foram Equador Holanda Colocircmbia e Dinashymarca sendo que estes trecircs uacuteltimos apresentaram perdas de competitividade e Equador os maiores ganhos O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade Palavras-Chave Indicadores de desempenho comeacutercio internacional agro-negoacutecio Classificaccedilatildeo JEL Q13O Q170

Abstract This study aimed at analyzing the competitiveness of cut plants and flowers export toward the international market from 1998 to 2004 by using a set of tools meant to indicate the trends of the exportings The results confirmed the competitiveness of the exporting of ornamental products facing the global

Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Cearaacute Professor do Departashymento de Economia da Universidade do Estado do Flio Grande do Norte - UERN E-mail etevaIdoalhotmailcom

Doutora em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ - USP Professora do Departamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail patricialimapqcnpqbr Livre docente Professora do Departamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail lramosufcbr PhD em Ciecircncia dos Recursos de Terras Aacuteridas University of Arizona UAProfessor do Deparshytamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail darioufcbr Doutorado em Economia pela Universidade Federal do Cearaacute - UFC Professor do Departamenshy

to de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte E-mail pvpslimaterra combr

Artigo recebido em setembro de 2007 Aceito em novembro de 2007

market It was observed however that great exporters such as Italy Belgium United States German and France are not always strongly competitive The most competitive parts were Equator The Netherlands Colombia and Denshymark From those Equator presented the highest increase in competitiveness while the others presented a decrease Despite the fact that Brazil does not figure among the greatest exporters it stood out as a strong competitor with increasing exporting rates Keywords exports acting indicators international trade agrobusiness

I n t roduccedilatildeo

Nos uacuteltimos anos houve incremento da produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura natildeo soacute no Brasil mas tambeacutem em outros pashyiacuteses Segundo Kiyuna et al (2004) no final do seacuteculo XX o mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou cresshycimento acelerado intensificando-se a concorrecircncia entre os principaacuteis paiacuteses exportadores com objetivo de se obter maior fatia de mercado e explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional desses produtos

Apesar de o comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura ter apresentado avanccedilos consideraacuteveis deve-se destacar que ainda existem alguns problemas que impedem o desempenho competitivo do setor Anefalos e Guilhoto (2005) destacam burocrashycia para o despacho de documentos deficiecircncia logiacutestica dentro dos aeroportos frequumlecircncia de vocircos de cargas preccedilos dos fretes falta de aparato legal e tributaacuterio com relaccedilatildeo agrave lei de proteccedilatildeo de cultivares anaacutelise de risco de pragas carecircncia de informaccedilotildees sobre custos de produccedilatildeo poacutes-colheita e comercializaccedilatildeo Aleacutem destes fatores Miranda (2001) afirma que existem outros empecilhos que restringem e dificultam as exportaccedilotildees como por exemplo as restriccedilotildees teacutecnicas e sanitaacuterias impostas atraveacutes dos paiacuteses importadores sendo estas denominadas de barreiras comerciais

Acredita-se que o conhecimento do desempenho das exportaccedilotildees de plantas vivas e flores no comeacutercio internacional toma-se essencial para a conquista de novos nichos de mercado e pode contribuir para a inserccedilatildeo do Brasil no grupo dos grandes exportadores Assim o presente estudo tem como objetivo verificar a competitividade das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura no comeacutercio internacional durante o periacuteodo de 1998-2004 A anaacutelise foi pautada no conceito de competitividade compreendida como capacidade de uma empresapaiacutes permanecer no mercado atraveacutes de uma posiccedilatildeo competitiva criada para

um produto ou grupo de produtos sendo fruto portanto de estrateacutegias capazes de manter ou elevar eficientemente a posiccedilatildeo competitiva no comeacutercio internacional

1 A p r o d u ccedil atilde o e o comeacuterc io de p lantas v ivas e p r o d u t o s d e f lo r i cu l tu ra

Como referido produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura tem se expandido nos iacuteiltimos anos o que aumenta a relevacircncia do setor para a Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio - OMC Estima-se que ateacute a deacutecada de 1990 a aacuterea mundial destinada a esta atividade tenha sido de 190000 hectares Na produccedilatildeo deste segmento a Holanda se destaca como o maior produtor do mundo (SEBRAE 2002)

O mercado mundial de plantas vivas e produtos de floricultura moshyvimenta anualmente 49 bilhotildees de doacutelares desde a fase da produccedilatildeo ateacute agrave entrega final Um quinto deste valor eacute oriundo do fluxo de comeacutercio entre paiacuteses produtores e consumidores Isto significa que o comeacutercio mundial deste setor estaacute em plena fase de expansatildeo basta observar que no iniacutecio a produccedilatildeo concentrava-se em alguns paiacuteses europeus como Holanda Itaacutelia e Dinamarca Com a globalizaccedilatildeo novas regiotildees de proshyduccedilatildeo foram se firmando em todo o mundo como eacute o caso do Equador Peru Costa Rica Chile Meacutexico Quecircnia Aacutefrica do Sul e Brasil

Castro (1998) apud Marques (2002) afirma que o consumo de plantas vivas e produtos de floricultura no mundo eacute especificado em consumo de ocasiatildeo consumo de impulso consumo teacutecnico e consumo institucional O primeiro caso ocorre quando as flores satildeo adquiridas em datas especiais ou comemorativas o segundo quando haacute preferecircncia de algum consumidor em ornamentar seu local de trabalho jaacute o terceiro ocorre quando se tem por hobby cultivar flores Por uacuteltimo o consumo institucional que diz respeito a diferentes profissionais que compram estes produtos em grandes quantidades para decoraccedilatildeo

O comeacutercio deste setor eacute realizado principalmente no Veiling existente em cada paiacutes onde se concentram ofertantes e demandantes de plantas vivas e produtos de floricultura caracterizando-se como um mercado transparente do ponto de vista da compra e venda (Claro 1998)

Na Europa haacute quinze leilotildees especializados para a comercializaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura Dentre eles nove concenshytram-se na Holanda A comercializaccedilatildeo deste segmento obedece aos padrotildees de qualidade exigidos para os produtos do setor Para assegurar o cumprimento das normas exigidas existe a regulamentaccedilatildeo sanitaacuteria

que tem como objetivo evitar os riscos de doenccedilas e epidemias inerentes aos produtos da floricultura

No que diz respeito agrave geraccedilatildeo de emprego eacute estimado que o setor de plantas vivas e produtos de floricultura gere mais de 120 mil vagas anualmente em todo o mundo das quais 58 mil (483) estatildeo inserishydos na produccedilatildeo 51 mil (425) no mercado varejista 4 mil (33 ) na distribuiccedilatildeo e 7 mil (59) em outras funccedilotildees como no segmento de apoio (SEBRAE 2004) De acordo com Kiyuna et al (2005) o valor das transaccedilotildees do comeacutercio exterior de produtos da floricultura no ano de 2003 chegou a U$$ 94 bilhotildees apresentando taxa meacutedia anual de crescimento de 6 entre os anos de 1999 e 2003

No periacuteodo de 1998 a 2004 a Holanda se destacou como o maior exportador do mundo Os demais paiacuteses alternaram suas posiccedilotildees no ranking demonstrando que o mercado natildeo estaacute consolidado Nota-se ainda que estes procuram explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura (Kiyuna et al 2005)

Conforme Oliveira Juacutenior (2003) os paiacuteses que mais exportaram produtos da floricultura em relaccedilatildeo ao total mundial em 2003 foram Holanda com 53 das exportaccedilotildees Colocircmbia com 13 e Itaacutelia 8 Esshytados Unidos e Brasil exportaram34 e 025 respectivamente Entre os exportadores mundiais de plantas vivas e produtos de floricultura o Brasil alcanccedilou a 31a posiccedilatildeo

No Brasil boa parte da comercializaccedilatildeo dos produtos de plantas vivas e produtos de floricultura eacute feita atraveacutes de centrais de distribuiccedilatildeo sendo que cada uma possui suas particularidades Castro (1998) espeshycifica que haacute centrais de abastecimento nas quais eacute permitida a entrada de produtos exclusivos de produtores caso do Veiling Holambra e do Mercado Profissional da Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina (Mercaflor-SC) Em outras centrais eacute permitido comercializar apenas produtos de produtores e de atacadistas caso da CEAGESPE-SP e da CEASA-Campinas e por fim existem centrais onde soacute eacute permitido coshymercializar produtos de atacadistas como acontece na Companhia de abastecimento do Estado da Guanabara - CADEG no Rio de Janeiro e na CEASA de Porto Alegre

Deve-se ressaltar que no Brasil o mercado consumidor de plantas vivas e produtos de floricultura possui uma demanda sazonal e que a produccedilatildeo desse segmento eacute concentrada em periacuteodos como dia das matildees dia de finados dia internacional da mulher dia da secretaacuteria e dia dos amigos (Marques 2002)

Nos uacuteltimos anos o mercado de plantas vivas e produtos de florishycultura se tornou altamente profissional o que requer do produtor estar

atento agraves exigecircncias dos consumidores que a cada ano satildeo maiores Ademais eacute preciso que o produtor preencha os requisitos estabelecidos por esse mercado principalmente os elevados iacutendices de produtividade os padrotildees de qualidade uso de embalagens adequadas Esse avanccedilo depende tambeacutem das particularidades predominantes nas regiotildees produshytoras que estatildeo associadas agrave conjuntura econocircmica poliacutetica e social

2 Aspec tos conceituais sobre ind icadores de compe t i t i v i dade

O desenvolvimento da economia de um paiacutes em todos os seus asshypectos industrial setor de serviccedilos niacuteveis de renda e emprego padratildeo de vida estaacute relacionado com as economias de seus parceiros comershyciais Esta integraccedilatildeo se daacute atraveacutes dos movimentos internacionais de bens e serviccedilos matildeo-de-obra fundos de investimentos e tecnologia (Carbaugh 2004)

Atraveacutes do processo de globalizaccedilatildeo com a integraccedilatildeo do mercado mundial os setores produtivos da economia passaram por mudanccedilas importantes A abertura comercial e a formaccedilatildeo dos blocos regionais de comeacutercio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas de se tornar mais competitivos para atingir as exigecircncias do mercado externo e assim expandir suas exportaccedilotildees (Fontenele e Melo 2004)

Esse processo proporcionou o crescimento das exportaccedilotildees e imshyportaccedilotildees da maioria das naccedilotildees industrializadas o que eacute mutuamente vantajoso Eacute possiacutevel com isso que os produtores de um paiacutes possam especializar-se e produzir em larga escala ao mesmo tempo em que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que ocorreria na ausecircncia de comeacutercio (Carvalho e Silva 2000)

Desta forma o comeacutercio internacional tornou-se relevante para as naccedilotildees Segundo Carbaugh (2004) atraveacutes da permuta de negociaccedilotildees um paiacutes pode especializar-se na produccedilatildeo de um bem que produz com qualidade e conseqtientemente direcionar as receitas obtidas nesta atividade para obter de outras regiotildees produtoras aqueles bens cujo custo de produccedilatildeo eacute elevado Pode tambeacutem possibilitar o aumento da produtividade de um paiacutes uma vez que se torna possiacutevel adquirir de outro bens e serviccedilos nos quais as empresas internas satildeo menos produtishyvas e como mencionado especializar-se nos setores cujas empresas satildeo relativamente mais produtivas Com isso os recursos satildeo direcionados para a produccedilatildeo elevando portanto o niacutevel meacutedio de produtividade da economia condiccedilatildeo necessaacuteria para melhoria dos niacuteveis de renda

Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa que afirma que um paiacutes pode se beneficiar de outro empregando maior

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

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Compet i t iv idade das exportaccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f loricultura

Etevaldo Almeida Patricia Sales Lima Lucia Maria Silva

Ruben Dario Mayorga Francisco d e Lima

Resumo Este artigo teve como objetivo analisar a competitividade das exportashyccedilotildees de plantas vivas e flores no mercado internacional no periacuteodo 1998-2004 atraveacutes de um conjunto de indicadores de desempenho das exportaccedilotildees Os resultados mostrarm competitividade das exportaccedilatildeoes do segmento no mershycado internacional Poreacutem grandes exportadores nem sempre satildeo fortemente competitivos Caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha Os exportadores mais competitivos foram Equador Holanda Colocircmbia e Dinashymarca sendo que estes trecircs uacuteltimos apresentaram perdas de competitividade e Equador os maiores ganhos O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade Palavras-Chave Indicadores de desempenho comeacutercio internacional agro-negoacutecio Classificaccedilatildeo JEL Q13O Q170

Abstract This study aimed at analyzing the competitiveness of cut plants and flowers export toward the international market from 1998 to 2004 by using a set of tools meant to indicate the trends of the exportings The results confirmed the competitiveness of the exporting of ornamental products facing the global

Mestre em Economia Rural pela Universidade Federal do Cearaacute Professor do Departashymento de Economia da Universidade do Estado do Flio Grande do Norte - UERN E-mail etevaIdoalhotmailcom

Doutora em Economia Aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ - USP Professora do Departamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail patricialimapqcnpqbr Livre docente Professora do Departamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail lramosufcbr PhD em Ciecircncia dos Recursos de Terras Aacuteridas University of Arizona UAProfessor do Deparshytamento de Economia Agriacutecola da Universidade Federal do Cearaacute E-mail darioufcbr Doutorado em Economia pela Universidade Federal do Cearaacute - UFC Professor do Departamenshy

to de Economia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte E-mail pvpslimaterra combr

Artigo recebido em setembro de 2007 Aceito em novembro de 2007

market It was observed however that great exporters such as Italy Belgium United States German and France are not always strongly competitive The most competitive parts were Equator The Netherlands Colombia and Denshymark From those Equator presented the highest increase in competitiveness while the others presented a decrease Despite the fact that Brazil does not figure among the greatest exporters it stood out as a strong competitor with increasing exporting rates Keywords exports acting indicators international trade agrobusiness

I n t roduccedilatildeo

Nos uacuteltimos anos houve incremento da produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura natildeo soacute no Brasil mas tambeacutem em outros pashyiacuteses Segundo Kiyuna et al (2004) no final do seacuteculo XX o mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou cresshycimento acelerado intensificando-se a concorrecircncia entre os principaacuteis paiacuteses exportadores com objetivo de se obter maior fatia de mercado e explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional desses produtos

Apesar de o comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura ter apresentado avanccedilos consideraacuteveis deve-se destacar que ainda existem alguns problemas que impedem o desempenho competitivo do setor Anefalos e Guilhoto (2005) destacam burocrashycia para o despacho de documentos deficiecircncia logiacutestica dentro dos aeroportos frequumlecircncia de vocircos de cargas preccedilos dos fretes falta de aparato legal e tributaacuterio com relaccedilatildeo agrave lei de proteccedilatildeo de cultivares anaacutelise de risco de pragas carecircncia de informaccedilotildees sobre custos de produccedilatildeo poacutes-colheita e comercializaccedilatildeo Aleacutem destes fatores Miranda (2001) afirma que existem outros empecilhos que restringem e dificultam as exportaccedilotildees como por exemplo as restriccedilotildees teacutecnicas e sanitaacuterias impostas atraveacutes dos paiacuteses importadores sendo estas denominadas de barreiras comerciais

Acredita-se que o conhecimento do desempenho das exportaccedilotildees de plantas vivas e flores no comeacutercio internacional toma-se essencial para a conquista de novos nichos de mercado e pode contribuir para a inserccedilatildeo do Brasil no grupo dos grandes exportadores Assim o presente estudo tem como objetivo verificar a competitividade das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura no comeacutercio internacional durante o periacuteodo de 1998-2004 A anaacutelise foi pautada no conceito de competitividade compreendida como capacidade de uma empresapaiacutes permanecer no mercado atraveacutes de uma posiccedilatildeo competitiva criada para

um produto ou grupo de produtos sendo fruto portanto de estrateacutegias capazes de manter ou elevar eficientemente a posiccedilatildeo competitiva no comeacutercio internacional

1 A p r o d u ccedil atilde o e o comeacuterc io de p lantas v ivas e p r o d u t o s d e f lo r i cu l tu ra

Como referido produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura tem se expandido nos iacuteiltimos anos o que aumenta a relevacircncia do setor para a Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio - OMC Estima-se que ateacute a deacutecada de 1990 a aacuterea mundial destinada a esta atividade tenha sido de 190000 hectares Na produccedilatildeo deste segmento a Holanda se destaca como o maior produtor do mundo (SEBRAE 2002)

O mercado mundial de plantas vivas e produtos de floricultura moshyvimenta anualmente 49 bilhotildees de doacutelares desde a fase da produccedilatildeo ateacute agrave entrega final Um quinto deste valor eacute oriundo do fluxo de comeacutercio entre paiacuteses produtores e consumidores Isto significa que o comeacutercio mundial deste setor estaacute em plena fase de expansatildeo basta observar que no iniacutecio a produccedilatildeo concentrava-se em alguns paiacuteses europeus como Holanda Itaacutelia e Dinamarca Com a globalizaccedilatildeo novas regiotildees de proshyduccedilatildeo foram se firmando em todo o mundo como eacute o caso do Equador Peru Costa Rica Chile Meacutexico Quecircnia Aacutefrica do Sul e Brasil

Castro (1998) apud Marques (2002) afirma que o consumo de plantas vivas e produtos de floricultura no mundo eacute especificado em consumo de ocasiatildeo consumo de impulso consumo teacutecnico e consumo institucional O primeiro caso ocorre quando as flores satildeo adquiridas em datas especiais ou comemorativas o segundo quando haacute preferecircncia de algum consumidor em ornamentar seu local de trabalho jaacute o terceiro ocorre quando se tem por hobby cultivar flores Por uacuteltimo o consumo institucional que diz respeito a diferentes profissionais que compram estes produtos em grandes quantidades para decoraccedilatildeo

O comeacutercio deste setor eacute realizado principalmente no Veiling existente em cada paiacutes onde se concentram ofertantes e demandantes de plantas vivas e produtos de floricultura caracterizando-se como um mercado transparente do ponto de vista da compra e venda (Claro 1998)

Na Europa haacute quinze leilotildees especializados para a comercializaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura Dentre eles nove concenshytram-se na Holanda A comercializaccedilatildeo deste segmento obedece aos padrotildees de qualidade exigidos para os produtos do setor Para assegurar o cumprimento das normas exigidas existe a regulamentaccedilatildeo sanitaacuteria

que tem como objetivo evitar os riscos de doenccedilas e epidemias inerentes aos produtos da floricultura

No que diz respeito agrave geraccedilatildeo de emprego eacute estimado que o setor de plantas vivas e produtos de floricultura gere mais de 120 mil vagas anualmente em todo o mundo das quais 58 mil (483) estatildeo inserishydos na produccedilatildeo 51 mil (425) no mercado varejista 4 mil (33 ) na distribuiccedilatildeo e 7 mil (59) em outras funccedilotildees como no segmento de apoio (SEBRAE 2004) De acordo com Kiyuna et al (2005) o valor das transaccedilotildees do comeacutercio exterior de produtos da floricultura no ano de 2003 chegou a U$$ 94 bilhotildees apresentando taxa meacutedia anual de crescimento de 6 entre os anos de 1999 e 2003

No periacuteodo de 1998 a 2004 a Holanda se destacou como o maior exportador do mundo Os demais paiacuteses alternaram suas posiccedilotildees no ranking demonstrando que o mercado natildeo estaacute consolidado Nota-se ainda que estes procuram explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura (Kiyuna et al 2005)

Conforme Oliveira Juacutenior (2003) os paiacuteses que mais exportaram produtos da floricultura em relaccedilatildeo ao total mundial em 2003 foram Holanda com 53 das exportaccedilotildees Colocircmbia com 13 e Itaacutelia 8 Esshytados Unidos e Brasil exportaram34 e 025 respectivamente Entre os exportadores mundiais de plantas vivas e produtos de floricultura o Brasil alcanccedilou a 31a posiccedilatildeo

No Brasil boa parte da comercializaccedilatildeo dos produtos de plantas vivas e produtos de floricultura eacute feita atraveacutes de centrais de distribuiccedilatildeo sendo que cada uma possui suas particularidades Castro (1998) espeshycifica que haacute centrais de abastecimento nas quais eacute permitida a entrada de produtos exclusivos de produtores caso do Veiling Holambra e do Mercado Profissional da Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina (Mercaflor-SC) Em outras centrais eacute permitido comercializar apenas produtos de produtores e de atacadistas caso da CEAGESPE-SP e da CEASA-Campinas e por fim existem centrais onde soacute eacute permitido coshymercializar produtos de atacadistas como acontece na Companhia de abastecimento do Estado da Guanabara - CADEG no Rio de Janeiro e na CEASA de Porto Alegre

Deve-se ressaltar que no Brasil o mercado consumidor de plantas vivas e produtos de floricultura possui uma demanda sazonal e que a produccedilatildeo desse segmento eacute concentrada em periacuteodos como dia das matildees dia de finados dia internacional da mulher dia da secretaacuteria e dia dos amigos (Marques 2002)

Nos uacuteltimos anos o mercado de plantas vivas e produtos de florishycultura se tornou altamente profissional o que requer do produtor estar

atento agraves exigecircncias dos consumidores que a cada ano satildeo maiores Ademais eacute preciso que o produtor preencha os requisitos estabelecidos por esse mercado principalmente os elevados iacutendices de produtividade os padrotildees de qualidade uso de embalagens adequadas Esse avanccedilo depende tambeacutem das particularidades predominantes nas regiotildees produshytoras que estatildeo associadas agrave conjuntura econocircmica poliacutetica e social

2 Aspec tos conceituais sobre ind icadores de compe t i t i v i dade

O desenvolvimento da economia de um paiacutes em todos os seus asshypectos industrial setor de serviccedilos niacuteveis de renda e emprego padratildeo de vida estaacute relacionado com as economias de seus parceiros comershyciais Esta integraccedilatildeo se daacute atraveacutes dos movimentos internacionais de bens e serviccedilos matildeo-de-obra fundos de investimentos e tecnologia (Carbaugh 2004)

Atraveacutes do processo de globalizaccedilatildeo com a integraccedilatildeo do mercado mundial os setores produtivos da economia passaram por mudanccedilas importantes A abertura comercial e a formaccedilatildeo dos blocos regionais de comeacutercio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas de se tornar mais competitivos para atingir as exigecircncias do mercado externo e assim expandir suas exportaccedilotildees (Fontenele e Melo 2004)

Esse processo proporcionou o crescimento das exportaccedilotildees e imshyportaccedilotildees da maioria das naccedilotildees industrializadas o que eacute mutuamente vantajoso Eacute possiacutevel com isso que os produtores de um paiacutes possam especializar-se e produzir em larga escala ao mesmo tempo em que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que ocorreria na ausecircncia de comeacutercio (Carvalho e Silva 2000)

Desta forma o comeacutercio internacional tornou-se relevante para as naccedilotildees Segundo Carbaugh (2004) atraveacutes da permuta de negociaccedilotildees um paiacutes pode especializar-se na produccedilatildeo de um bem que produz com qualidade e conseqtientemente direcionar as receitas obtidas nesta atividade para obter de outras regiotildees produtoras aqueles bens cujo custo de produccedilatildeo eacute elevado Pode tambeacutem possibilitar o aumento da produtividade de um paiacutes uma vez que se torna possiacutevel adquirir de outro bens e serviccedilos nos quais as empresas internas satildeo menos produtishyvas e como mencionado especializar-se nos setores cujas empresas satildeo relativamente mais produtivas Com isso os recursos satildeo direcionados para a produccedilatildeo elevando portanto o niacutevel meacutedio de produtividade da economia condiccedilatildeo necessaacuteria para melhoria dos niacuteveis de renda

Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa que afirma que um paiacutes pode se beneficiar de outro empregando maior

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 4: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

market It was observed however that great exporters such as Italy Belgium United States German and France are not always strongly competitive The most competitive parts were Equator The Netherlands Colombia and Denshymark From those Equator presented the highest increase in competitiveness while the others presented a decrease Despite the fact that Brazil does not figure among the greatest exporters it stood out as a strong competitor with increasing exporting rates Keywords exports acting indicators international trade agrobusiness

I n t roduccedilatildeo

Nos uacuteltimos anos houve incremento da produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura natildeo soacute no Brasil mas tambeacutem em outros pashyiacuteses Segundo Kiyuna et al (2004) no final do seacuteculo XX o mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou cresshycimento acelerado intensificando-se a concorrecircncia entre os principaacuteis paiacuteses exportadores com objetivo de se obter maior fatia de mercado e explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional desses produtos

Apesar de o comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura ter apresentado avanccedilos consideraacuteveis deve-se destacar que ainda existem alguns problemas que impedem o desempenho competitivo do setor Anefalos e Guilhoto (2005) destacam burocrashycia para o despacho de documentos deficiecircncia logiacutestica dentro dos aeroportos frequumlecircncia de vocircos de cargas preccedilos dos fretes falta de aparato legal e tributaacuterio com relaccedilatildeo agrave lei de proteccedilatildeo de cultivares anaacutelise de risco de pragas carecircncia de informaccedilotildees sobre custos de produccedilatildeo poacutes-colheita e comercializaccedilatildeo Aleacutem destes fatores Miranda (2001) afirma que existem outros empecilhos que restringem e dificultam as exportaccedilotildees como por exemplo as restriccedilotildees teacutecnicas e sanitaacuterias impostas atraveacutes dos paiacuteses importadores sendo estas denominadas de barreiras comerciais

Acredita-se que o conhecimento do desempenho das exportaccedilotildees de plantas vivas e flores no comeacutercio internacional toma-se essencial para a conquista de novos nichos de mercado e pode contribuir para a inserccedilatildeo do Brasil no grupo dos grandes exportadores Assim o presente estudo tem como objetivo verificar a competitividade das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura no comeacutercio internacional durante o periacuteodo de 1998-2004 A anaacutelise foi pautada no conceito de competitividade compreendida como capacidade de uma empresapaiacutes permanecer no mercado atraveacutes de uma posiccedilatildeo competitiva criada para

um produto ou grupo de produtos sendo fruto portanto de estrateacutegias capazes de manter ou elevar eficientemente a posiccedilatildeo competitiva no comeacutercio internacional

1 A p r o d u ccedil atilde o e o comeacuterc io de p lantas v ivas e p r o d u t o s d e f lo r i cu l tu ra

Como referido produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura tem se expandido nos iacuteiltimos anos o que aumenta a relevacircncia do setor para a Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio - OMC Estima-se que ateacute a deacutecada de 1990 a aacuterea mundial destinada a esta atividade tenha sido de 190000 hectares Na produccedilatildeo deste segmento a Holanda se destaca como o maior produtor do mundo (SEBRAE 2002)

O mercado mundial de plantas vivas e produtos de floricultura moshyvimenta anualmente 49 bilhotildees de doacutelares desde a fase da produccedilatildeo ateacute agrave entrega final Um quinto deste valor eacute oriundo do fluxo de comeacutercio entre paiacuteses produtores e consumidores Isto significa que o comeacutercio mundial deste setor estaacute em plena fase de expansatildeo basta observar que no iniacutecio a produccedilatildeo concentrava-se em alguns paiacuteses europeus como Holanda Itaacutelia e Dinamarca Com a globalizaccedilatildeo novas regiotildees de proshyduccedilatildeo foram se firmando em todo o mundo como eacute o caso do Equador Peru Costa Rica Chile Meacutexico Quecircnia Aacutefrica do Sul e Brasil

Castro (1998) apud Marques (2002) afirma que o consumo de plantas vivas e produtos de floricultura no mundo eacute especificado em consumo de ocasiatildeo consumo de impulso consumo teacutecnico e consumo institucional O primeiro caso ocorre quando as flores satildeo adquiridas em datas especiais ou comemorativas o segundo quando haacute preferecircncia de algum consumidor em ornamentar seu local de trabalho jaacute o terceiro ocorre quando se tem por hobby cultivar flores Por uacuteltimo o consumo institucional que diz respeito a diferentes profissionais que compram estes produtos em grandes quantidades para decoraccedilatildeo

O comeacutercio deste setor eacute realizado principalmente no Veiling existente em cada paiacutes onde se concentram ofertantes e demandantes de plantas vivas e produtos de floricultura caracterizando-se como um mercado transparente do ponto de vista da compra e venda (Claro 1998)

Na Europa haacute quinze leilotildees especializados para a comercializaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura Dentre eles nove concenshytram-se na Holanda A comercializaccedilatildeo deste segmento obedece aos padrotildees de qualidade exigidos para os produtos do setor Para assegurar o cumprimento das normas exigidas existe a regulamentaccedilatildeo sanitaacuteria

que tem como objetivo evitar os riscos de doenccedilas e epidemias inerentes aos produtos da floricultura

No que diz respeito agrave geraccedilatildeo de emprego eacute estimado que o setor de plantas vivas e produtos de floricultura gere mais de 120 mil vagas anualmente em todo o mundo das quais 58 mil (483) estatildeo inserishydos na produccedilatildeo 51 mil (425) no mercado varejista 4 mil (33 ) na distribuiccedilatildeo e 7 mil (59) em outras funccedilotildees como no segmento de apoio (SEBRAE 2004) De acordo com Kiyuna et al (2005) o valor das transaccedilotildees do comeacutercio exterior de produtos da floricultura no ano de 2003 chegou a U$$ 94 bilhotildees apresentando taxa meacutedia anual de crescimento de 6 entre os anos de 1999 e 2003

No periacuteodo de 1998 a 2004 a Holanda se destacou como o maior exportador do mundo Os demais paiacuteses alternaram suas posiccedilotildees no ranking demonstrando que o mercado natildeo estaacute consolidado Nota-se ainda que estes procuram explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura (Kiyuna et al 2005)

Conforme Oliveira Juacutenior (2003) os paiacuteses que mais exportaram produtos da floricultura em relaccedilatildeo ao total mundial em 2003 foram Holanda com 53 das exportaccedilotildees Colocircmbia com 13 e Itaacutelia 8 Esshytados Unidos e Brasil exportaram34 e 025 respectivamente Entre os exportadores mundiais de plantas vivas e produtos de floricultura o Brasil alcanccedilou a 31a posiccedilatildeo

No Brasil boa parte da comercializaccedilatildeo dos produtos de plantas vivas e produtos de floricultura eacute feita atraveacutes de centrais de distribuiccedilatildeo sendo que cada uma possui suas particularidades Castro (1998) espeshycifica que haacute centrais de abastecimento nas quais eacute permitida a entrada de produtos exclusivos de produtores caso do Veiling Holambra e do Mercado Profissional da Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina (Mercaflor-SC) Em outras centrais eacute permitido comercializar apenas produtos de produtores e de atacadistas caso da CEAGESPE-SP e da CEASA-Campinas e por fim existem centrais onde soacute eacute permitido coshymercializar produtos de atacadistas como acontece na Companhia de abastecimento do Estado da Guanabara - CADEG no Rio de Janeiro e na CEASA de Porto Alegre

Deve-se ressaltar que no Brasil o mercado consumidor de plantas vivas e produtos de floricultura possui uma demanda sazonal e que a produccedilatildeo desse segmento eacute concentrada em periacuteodos como dia das matildees dia de finados dia internacional da mulher dia da secretaacuteria e dia dos amigos (Marques 2002)

Nos uacuteltimos anos o mercado de plantas vivas e produtos de florishycultura se tornou altamente profissional o que requer do produtor estar

atento agraves exigecircncias dos consumidores que a cada ano satildeo maiores Ademais eacute preciso que o produtor preencha os requisitos estabelecidos por esse mercado principalmente os elevados iacutendices de produtividade os padrotildees de qualidade uso de embalagens adequadas Esse avanccedilo depende tambeacutem das particularidades predominantes nas regiotildees produshytoras que estatildeo associadas agrave conjuntura econocircmica poliacutetica e social

2 Aspec tos conceituais sobre ind icadores de compe t i t i v i dade

O desenvolvimento da economia de um paiacutes em todos os seus asshypectos industrial setor de serviccedilos niacuteveis de renda e emprego padratildeo de vida estaacute relacionado com as economias de seus parceiros comershyciais Esta integraccedilatildeo se daacute atraveacutes dos movimentos internacionais de bens e serviccedilos matildeo-de-obra fundos de investimentos e tecnologia (Carbaugh 2004)

Atraveacutes do processo de globalizaccedilatildeo com a integraccedilatildeo do mercado mundial os setores produtivos da economia passaram por mudanccedilas importantes A abertura comercial e a formaccedilatildeo dos blocos regionais de comeacutercio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas de se tornar mais competitivos para atingir as exigecircncias do mercado externo e assim expandir suas exportaccedilotildees (Fontenele e Melo 2004)

Esse processo proporcionou o crescimento das exportaccedilotildees e imshyportaccedilotildees da maioria das naccedilotildees industrializadas o que eacute mutuamente vantajoso Eacute possiacutevel com isso que os produtores de um paiacutes possam especializar-se e produzir em larga escala ao mesmo tempo em que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que ocorreria na ausecircncia de comeacutercio (Carvalho e Silva 2000)

Desta forma o comeacutercio internacional tornou-se relevante para as naccedilotildees Segundo Carbaugh (2004) atraveacutes da permuta de negociaccedilotildees um paiacutes pode especializar-se na produccedilatildeo de um bem que produz com qualidade e conseqtientemente direcionar as receitas obtidas nesta atividade para obter de outras regiotildees produtoras aqueles bens cujo custo de produccedilatildeo eacute elevado Pode tambeacutem possibilitar o aumento da produtividade de um paiacutes uma vez que se torna possiacutevel adquirir de outro bens e serviccedilos nos quais as empresas internas satildeo menos produtishyvas e como mencionado especializar-se nos setores cujas empresas satildeo relativamente mais produtivas Com isso os recursos satildeo direcionados para a produccedilatildeo elevando portanto o niacutevel meacutedio de produtividade da economia condiccedilatildeo necessaacuteria para melhoria dos niacuteveis de renda

Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa que afirma que um paiacutes pode se beneficiar de outro empregando maior

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 5: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

um produto ou grupo de produtos sendo fruto portanto de estrateacutegias capazes de manter ou elevar eficientemente a posiccedilatildeo competitiva no comeacutercio internacional

1 A p r o d u ccedil atilde o e o comeacuterc io de p lantas v ivas e p r o d u t o s d e f lo r i cu l tu ra

Como referido produccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura tem se expandido nos iacuteiltimos anos o que aumenta a relevacircncia do setor para a Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio - OMC Estima-se que ateacute a deacutecada de 1990 a aacuterea mundial destinada a esta atividade tenha sido de 190000 hectares Na produccedilatildeo deste segmento a Holanda se destaca como o maior produtor do mundo (SEBRAE 2002)

O mercado mundial de plantas vivas e produtos de floricultura moshyvimenta anualmente 49 bilhotildees de doacutelares desde a fase da produccedilatildeo ateacute agrave entrega final Um quinto deste valor eacute oriundo do fluxo de comeacutercio entre paiacuteses produtores e consumidores Isto significa que o comeacutercio mundial deste setor estaacute em plena fase de expansatildeo basta observar que no iniacutecio a produccedilatildeo concentrava-se em alguns paiacuteses europeus como Holanda Itaacutelia e Dinamarca Com a globalizaccedilatildeo novas regiotildees de proshyduccedilatildeo foram se firmando em todo o mundo como eacute o caso do Equador Peru Costa Rica Chile Meacutexico Quecircnia Aacutefrica do Sul e Brasil

Castro (1998) apud Marques (2002) afirma que o consumo de plantas vivas e produtos de floricultura no mundo eacute especificado em consumo de ocasiatildeo consumo de impulso consumo teacutecnico e consumo institucional O primeiro caso ocorre quando as flores satildeo adquiridas em datas especiais ou comemorativas o segundo quando haacute preferecircncia de algum consumidor em ornamentar seu local de trabalho jaacute o terceiro ocorre quando se tem por hobby cultivar flores Por uacuteltimo o consumo institucional que diz respeito a diferentes profissionais que compram estes produtos em grandes quantidades para decoraccedilatildeo

O comeacutercio deste setor eacute realizado principalmente no Veiling existente em cada paiacutes onde se concentram ofertantes e demandantes de plantas vivas e produtos de floricultura caracterizando-se como um mercado transparente do ponto de vista da compra e venda (Claro 1998)

Na Europa haacute quinze leilotildees especializados para a comercializaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura Dentre eles nove concenshytram-se na Holanda A comercializaccedilatildeo deste segmento obedece aos padrotildees de qualidade exigidos para os produtos do setor Para assegurar o cumprimento das normas exigidas existe a regulamentaccedilatildeo sanitaacuteria

que tem como objetivo evitar os riscos de doenccedilas e epidemias inerentes aos produtos da floricultura

No que diz respeito agrave geraccedilatildeo de emprego eacute estimado que o setor de plantas vivas e produtos de floricultura gere mais de 120 mil vagas anualmente em todo o mundo das quais 58 mil (483) estatildeo inserishydos na produccedilatildeo 51 mil (425) no mercado varejista 4 mil (33 ) na distribuiccedilatildeo e 7 mil (59) em outras funccedilotildees como no segmento de apoio (SEBRAE 2004) De acordo com Kiyuna et al (2005) o valor das transaccedilotildees do comeacutercio exterior de produtos da floricultura no ano de 2003 chegou a U$$ 94 bilhotildees apresentando taxa meacutedia anual de crescimento de 6 entre os anos de 1999 e 2003

No periacuteodo de 1998 a 2004 a Holanda se destacou como o maior exportador do mundo Os demais paiacuteses alternaram suas posiccedilotildees no ranking demonstrando que o mercado natildeo estaacute consolidado Nota-se ainda que estes procuram explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura (Kiyuna et al 2005)

Conforme Oliveira Juacutenior (2003) os paiacuteses que mais exportaram produtos da floricultura em relaccedilatildeo ao total mundial em 2003 foram Holanda com 53 das exportaccedilotildees Colocircmbia com 13 e Itaacutelia 8 Esshytados Unidos e Brasil exportaram34 e 025 respectivamente Entre os exportadores mundiais de plantas vivas e produtos de floricultura o Brasil alcanccedilou a 31a posiccedilatildeo

No Brasil boa parte da comercializaccedilatildeo dos produtos de plantas vivas e produtos de floricultura eacute feita atraveacutes de centrais de distribuiccedilatildeo sendo que cada uma possui suas particularidades Castro (1998) espeshycifica que haacute centrais de abastecimento nas quais eacute permitida a entrada de produtos exclusivos de produtores caso do Veiling Holambra e do Mercado Profissional da Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina (Mercaflor-SC) Em outras centrais eacute permitido comercializar apenas produtos de produtores e de atacadistas caso da CEAGESPE-SP e da CEASA-Campinas e por fim existem centrais onde soacute eacute permitido coshymercializar produtos de atacadistas como acontece na Companhia de abastecimento do Estado da Guanabara - CADEG no Rio de Janeiro e na CEASA de Porto Alegre

Deve-se ressaltar que no Brasil o mercado consumidor de plantas vivas e produtos de floricultura possui uma demanda sazonal e que a produccedilatildeo desse segmento eacute concentrada em periacuteodos como dia das matildees dia de finados dia internacional da mulher dia da secretaacuteria e dia dos amigos (Marques 2002)

Nos uacuteltimos anos o mercado de plantas vivas e produtos de florishycultura se tornou altamente profissional o que requer do produtor estar

atento agraves exigecircncias dos consumidores que a cada ano satildeo maiores Ademais eacute preciso que o produtor preencha os requisitos estabelecidos por esse mercado principalmente os elevados iacutendices de produtividade os padrotildees de qualidade uso de embalagens adequadas Esse avanccedilo depende tambeacutem das particularidades predominantes nas regiotildees produshytoras que estatildeo associadas agrave conjuntura econocircmica poliacutetica e social

2 Aspec tos conceituais sobre ind icadores de compe t i t i v i dade

O desenvolvimento da economia de um paiacutes em todos os seus asshypectos industrial setor de serviccedilos niacuteveis de renda e emprego padratildeo de vida estaacute relacionado com as economias de seus parceiros comershyciais Esta integraccedilatildeo se daacute atraveacutes dos movimentos internacionais de bens e serviccedilos matildeo-de-obra fundos de investimentos e tecnologia (Carbaugh 2004)

Atraveacutes do processo de globalizaccedilatildeo com a integraccedilatildeo do mercado mundial os setores produtivos da economia passaram por mudanccedilas importantes A abertura comercial e a formaccedilatildeo dos blocos regionais de comeacutercio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas de se tornar mais competitivos para atingir as exigecircncias do mercado externo e assim expandir suas exportaccedilotildees (Fontenele e Melo 2004)

Esse processo proporcionou o crescimento das exportaccedilotildees e imshyportaccedilotildees da maioria das naccedilotildees industrializadas o que eacute mutuamente vantajoso Eacute possiacutevel com isso que os produtores de um paiacutes possam especializar-se e produzir em larga escala ao mesmo tempo em que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que ocorreria na ausecircncia de comeacutercio (Carvalho e Silva 2000)

Desta forma o comeacutercio internacional tornou-se relevante para as naccedilotildees Segundo Carbaugh (2004) atraveacutes da permuta de negociaccedilotildees um paiacutes pode especializar-se na produccedilatildeo de um bem que produz com qualidade e conseqtientemente direcionar as receitas obtidas nesta atividade para obter de outras regiotildees produtoras aqueles bens cujo custo de produccedilatildeo eacute elevado Pode tambeacutem possibilitar o aumento da produtividade de um paiacutes uma vez que se torna possiacutevel adquirir de outro bens e serviccedilos nos quais as empresas internas satildeo menos produtishyvas e como mencionado especializar-se nos setores cujas empresas satildeo relativamente mais produtivas Com isso os recursos satildeo direcionados para a produccedilatildeo elevando portanto o niacutevel meacutedio de produtividade da economia condiccedilatildeo necessaacuteria para melhoria dos niacuteveis de renda

Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa que afirma que um paiacutes pode se beneficiar de outro empregando maior

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 6: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

que tem como objetivo evitar os riscos de doenccedilas e epidemias inerentes aos produtos da floricultura

No que diz respeito agrave geraccedilatildeo de emprego eacute estimado que o setor de plantas vivas e produtos de floricultura gere mais de 120 mil vagas anualmente em todo o mundo das quais 58 mil (483) estatildeo inserishydos na produccedilatildeo 51 mil (425) no mercado varejista 4 mil (33 ) na distribuiccedilatildeo e 7 mil (59) em outras funccedilotildees como no segmento de apoio (SEBRAE 2004) De acordo com Kiyuna et al (2005) o valor das transaccedilotildees do comeacutercio exterior de produtos da floricultura no ano de 2003 chegou a U$$ 94 bilhotildees apresentando taxa meacutedia anual de crescimento de 6 entre os anos de 1999 e 2003

No periacuteodo de 1998 a 2004 a Holanda se destacou como o maior exportador do mundo Os demais paiacuteses alternaram suas posiccedilotildees no ranking demonstrando que o mercado natildeo estaacute consolidado Nota-se ainda que estes procuram explorar suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura (Kiyuna et al 2005)

Conforme Oliveira Juacutenior (2003) os paiacuteses que mais exportaram produtos da floricultura em relaccedilatildeo ao total mundial em 2003 foram Holanda com 53 das exportaccedilotildees Colocircmbia com 13 e Itaacutelia 8 Esshytados Unidos e Brasil exportaram34 e 025 respectivamente Entre os exportadores mundiais de plantas vivas e produtos de floricultura o Brasil alcanccedilou a 31a posiccedilatildeo

No Brasil boa parte da comercializaccedilatildeo dos produtos de plantas vivas e produtos de floricultura eacute feita atraveacutes de centrais de distribuiccedilatildeo sendo que cada uma possui suas particularidades Castro (1998) espeshycifica que haacute centrais de abastecimento nas quais eacute permitida a entrada de produtos exclusivos de produtores caso do Veiling Holambra e do Mercado Profissional da Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina (Mercaflor-SC) Em outras centrais eacute permitido comercializar apenas produtos de produtores e de atacadistas caso da CEAGESPE-SP e da CEASA-Campinas e por fim existem centrais onde soacute eacute permitido coshymercializar produtos de atacadistas como acontece na Companhia de abastecimento do Estado da Guanabara - CADEG no Rio de Janeiro e na CEASA de Porto Alegre

Deve-se ressaltar que no Brasil o mercado consumidor de plantas vivas e produtos de floricultura possui uma demanda sazonal e que a produccedilatildeo desse segmento eacute concentrada em periacuteodos como dia das matildees dia de finados dia internacional da mulher dia da secretaacuteria e dia dos amigos (Marques 2002)

Nos uacuteltimos anos o mercado de plantas vivas e produtos de florishycultura se tornou altamente profissional o que requer do produtor estar

atento agraves exigecircncias dos consumidores que a cada ano satildeo maiores Ademais eacute preciso que o produtor preencha os requisitos estabelecidos por esse mercado principalmente os elevados iacutendices de produtividade os padrotildees de qualidade uso de embalagens adequadas Esse avanccedilo depende tambeacutem das particularidades predominantes nas regiotildees produshytoras que estatildeo associadas agrave conjuntura econocircmica poliacutetica e social

2 Aspec tos conceituais sobre ind icadores de compe t i t i v i dade

O desenvolvimento da economia de um paiacutes em todos os seus asshypectos industrial setor de serviccedilos niacuteveis de renda e emprego padratildeo de vida estaacute relacionado com as economias de seus parceiros comershyciais Esta integraccedilatildeo se daacute atraveacutes dos movimentos internacionais de bens e serviccedilos matildeo-de-obra fundos de investimentos e tecnologia (Carbaugh 2004)

Atraveacutes do processo de globalizaccedilatildeo com a integraccedilatildeo do mercado mundial os setores produtivos da economia passaram por mudanccedilas importantes A abertura comercial e a formaccedilatildeo dos blocos regionais de comeacutercio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas de se tornar mais competitivos para atingir as exigecircncias do mercado externo e assim expandir suas exportaccedilotildees (Fontenele e Melo 2004)

Esse processo proporcionou o crescimento das exportaccedilotildees e imshyportaccedilotildees da maioria das naccedilotildees industrializadas o que eacute mutuamente vantajoso Eacute possiacutevel com isso que os produtores de um paiacutes possam especializar-se e produzir em larga escala ao mesmo tempo em que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que ocorreria na ausecircncia de comeacutercio (Carvalho e Silva 2000)

Desta forma o comeacutercio internacional tornou-se relevante para as naccedilotildees Segundo Carbaugh (2004) atraveacutes da permuta de negociaccedilotildees um paiacutes pode especializar-se na produccedilatildeo de um bem que produz com qualidade e conseqtientemente direcionar as receitas obtidas nesta atividade para obter de outras regiotildees produtoras aqueles bens cujo custo de produccedilatildeo eacute elevado Pode tambeacutem possibilitar o aumento da produtividade de um paiacutes uma vez que se torna possiacutevel adquirir de outro bens e serviccedilos nos quais as empresas internas satildeo menos produtishyvas e como mencionado especializar-se nos setores cujas empresas satildeo relativamente mais produtivas Com isso os recursos satildeo direcionados para a produccedilatildeo elevando portanto o niacutevel meacutedio de produtividade da economia condiccedilatildeo necessaacuteria para melhoria dos niacuteveis de renda

Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa que afirma que um paiacutes pode se beneficiar de outro empregando maior

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 7: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

atento agraves exigecircncias dos consumidores que a cada ano satildeo maiores Ademais eacute preciso que o produtor preencha os requisitos estabelecidos por esse mercado principalmente os elevados iacutendices de produtividade os padrotildees de qualidade uso de embalagens adequadas Esse avanccedilo depende tambeacutem das particularidades predominantes nas regiotildees produshytoras que estatildeo associadas agrave conjuntura econocircmica poliacutetica e social

2 Aspec tos conceituais sobre ind icadores de compe t i t i v i dade

O desenvolvimento da economia de um paiacutes em todos os seus asshypectos industrial setor de serviccedilos niacuteveis de renda e emprego padratildeo de vida estaacute relacionado com as economias de seus parceiros comershyciais Esta integraccedilatildeo se daacute atraveacutes dos movimentos internacionais de bens e serviccedilos matildeo-de-obra fundos de investimentos e tecnologia (Carbaugh 2004)

Atraveacutes do processo de globalizaccedilatildeo com a integraccedilatildeo do mercado mundial os setores produtivos da economia passaram por mudanccedilas importantes A abertura comercial e a formaccedilatildeo dos blocos regionais de comeacutercio fizeram com que os segmentos produtivos buscassem formas de se tornar mais competitivos para atingir as exigecircncias do mercado externo e assim expandir suas exportaccedilotildees (Fontenele e Melo 2004)

Esse processo proporcionou o crescimento das exportaccedilotildees e imshyportaccedilotildees da maioria das naccedilotildees industrializadas o que eacute mutuamente vantajoso Eacute possiacutevel com isso que os produtores de um paiacutes possam especializar-se e produzir em larga escala ao mesmo tempo em que podem usufruir do consumo de uma variedade maior de produtos por um menor custo do que ocorreria na ausecircncia de comeacutercio (Carvalho e Silva 2000)

Desta forma o comeacutercio internacional tornou-se relevante para as naccedilotildees Segundo Carbaugh (2004) atraveacutes da permuta de negociaccedilotildees um paiacutes pode especializar-se na produccedilatildeo de um bem que produz com qualidade e conseqtientemente direcionar as receitas obtidas nesta atividade para obter de outras regiotildees produtoras aqueles bens cujo custo de produccedilatildeo eacute elevado Pode tambeacutem possibilitar o aumento da produtividade de um paiacutes uma vez que se torna possiacutevel adquirir de outro bens e serviccedilos nos quais as empresas internas satildeo menos produtishyvas e como mencionado especializar-se nos setores cujas empresas satildeo relativamente mais produtivas Com isso os recursos satildeo direcionados para a produccedilatildeo elevando portanto o niacutevel meacutedio de produtividade da economia condiccedilatildeo necessaacuteria para melhoria dos niacuteveis de renda

Esse pensamento tem por base a lei da vantagem comparativa que afirma que um paiacutes pode se beneficiar de outro empregando maior

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 8: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

parte de seu tempo e recursos produzindo aqueles bens para os quais possui vantagem comparativa Desta forma se um bem ou serviccedilo pode ser obtido mais economicamente por meio do comeacutercio faz sentido compraacute-lo em vez de produzi-lo internamente Assim o que se prioriza eacute a forma como os recursos disponiacuteveis podem ser empregados para obter cada bem ao menor custo (Carbaugh 2004)

Fontenele e Melo (2004) tambeacutem destacam que o comeacutercio internacional promove maiores ganhos com o processo competitivo Para esses autores a concorrecircncia eacute fundamental para a inovaccedilatildeo e a produccedilatildeo eficiente A concorrecircncia internacional ajuda os produtores locais a se manterem em atividade e lhes proporciona um grande incenshytivo para aprimorar em qualidade seus produtos Ademais atraveacutes do comeacutercio internacional foi possiacutevel haver maior transaccedilatildeo de insumos industriais a baixo custo com melhor qualidade facilitando atualizaccedilatildeo tecnoloacutegica fonte impulsionadora de competitividade aos produtores domeacutesticos

Os indicadores de competitividade internacional podem ser classishyficados a partir de trecircs oacuteticas desempenho eficiecircncia e capacitaccedilatildeo

Os indicadores de desempenho caracterizam-se por focalizar as formas com que a competitividade internacional se manifesta voltada ao mercado nacional e particularmente ao comeacutercio internacional

O indicador de eficiecircncia requer a identificaccedilatildeo dos preccedilos e custos dos bens e serviccedilos comercializados e se relaciona com a produtividade teacutecnica e econocircmica no uso dos fatores de produccedilatildeo

Os indicadores de capacitaccedilatildeo se relacionam com os determinantes do sucesso competitivo associados agrave incorporaccedilatildeo de avanccedilos tecnoshyloacutegicos em produtos e processos aos ganhos cumulativos que derivam de formas apropriadas de organizaccedilatildeo empresarial e de cooperaccedilatildeo entre as firmas e ao niacutevel de composiccedilatildeo dos investimentos puacuteblicos e privados incluindo os investimentos feitos em capital humano

Dada a diversidade de significados atribuiacutedos agrave competitividade internacional foram desenvolvidos diversos tipos de indicadores para mensuraacute-la Estes indicadores podem ser classificados em absolutos e relativos Os indicadores absolutos referem-se direta ou indiretamente agrave comparaccedilatildeo do desempenho competitivo de um paiacutes especificado com o de seus concorrentes no comeacutercio mundial dos produtos respectivos Os indicadores relativos denominados indicadores de vantagem comshyparativa revelada medem a relaccedilatildeo entre o desempenho do setor em questatildeo e o desempenho dos demais setores do mesmo paiacutes Diversos estudiosos trabalharam na construccedilatildeo de indicadores de desempenho No entanto o mais influente foi Balassa (1965) cujas propostas foram adotadas por um nuacutemero significativo de autores e instituiccedilotildees

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 9: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

Este autor foi responsaacutevel pelo conceito de Vantagem Comparativa Reshyvelada (VCR) no ano de 1965 ao ter conhecimento sobre a dificuldade de quantificar os fatores responsaacuteveis pelas vantagens comparativas dos paiacuteses dentre os quais custos relativos Assim sugeriu que deveriam ser realizados estudos de forma que as vantagens fossem Reveladas nos padrotildees de comeacutercio

Hidalgo (1998) no seu estudo Especializaccedilatildeo e Competitividade do Nordeste no Mercado Internacioanal define competitividade nos mesmos moldes que Lafay (1990) como sendo a comparaccedilatildeo de custos entre diferentes produtos para um determinado paiacutes Acredita que a competitividade tambeacutem estava determinada pela conjuntura macroeshyconocircmica e pela taxa de cacircmbio real no que diz respeito principalmente a produtos natildeo diferenciados

Silva e Batalha (1999) afirmam que na literatura cientiacutefica especialishyzada o termo competitividade encontra vaacuterias interpretaccedilotildees cada uma apresentando suas especificidades Esses autores delimitam o conceito de competitividade em duas vertentes

A primeira analisa a competitividade como um desempenho de uma empresa ou produto Os resultados analisados decompotildeem-se na determinaccedilatildeo de uma competitividade revelada O indicador de comshypetitividade revelada nesta visatildeo estaacute relacionado com a participaccedilatildeo de um produto ou empresa em um mercado especiacutefico (market share) Esse indicador de competitividade foi difundido pela economia neoclaacutessica e segundo esta escola eacute o indicador mais apropriado na literatura econocircshymica para se fazer anaacutelise da participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um setor no mercado internacioanal Segundo essa vertente a competitividade de uma naccedilatildeo ou setor seria o resultado da competitividade individual dos atores pertencentes ao paiacutes regiatildeo ou setor

A segunda vertente analisa a competitividade pelo lado da eficiecircnshycia que procura medir o potencial de competitividade de um setor ou empresa Sob essa oacutetica o potencial competitivo seria reafizado atraveacutes de identificaccedilatildeo e estudo das opccedilotildees estrateacutegicas adotadas pelos agentes econocircmicos dadas as suas restriccedilotildees gerenciais financeiras tecnoloacutegicas e organizacionais Assim haveria uma relaccedilatildeo causal entre a conduta estrateacutegica da firma e o seu desempenho eficiente O alicerce deste pensamento estaacute pautado na organizaccedilatildeo industrial

Com base nessa vertente a competitividade eacute definida como a capacidade de um dado sistema produtivo obter rentabilidade e manshyter participaccedilatildeo de mercado nos acircmbitos interno e externo de maneira sustentada

Hidalgo (2000) afirma que existe uma variedade de indicadores que utilizam fluxos comerciais que mensuram a tendecircncia na especializaccedilatildeo

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 10: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

internacional de uma economia Isso se deve por um lado aos diferentes objetivos de estudos que agregam empresas e induacutestrias especiacuteficas ou por outro lado focalizam competitividade de paiacuteses ou naccedilotildees

Para Horta(1983) apud Coelho e Berger (2004) o conceito de comshypetitividade estaacute atrelado ao desempenho das exportaccedilotildees industriais Dessa forma afirmam que satildeo competitivas as induacutestrias que ampliam sua participaccedilatildeo no comeacutercio mundial de determinados produtos Para os autores essa definiccedilatildeo vai aleacutem das condiccedilotildees de produccedilatildeo pois envolve os fatores que inibem ou estimulam as exportaccedilotildees

Os autores supracitados consideram conforme o pensamento de Haguenauer (1989) que a competitividade das exportaccedilotildees pode ser analisada atraveacutes de visotildees diferentes que adotam como base criteacuterios tambeacutem diferenciados Sob este ponto de vista a competitividade eacute analisada pela visatildeo do desempenho pela visatildeo macro e pela visatildeo eficiecircncia

A primeira visatildeo avalia a competitividade considerando-se o deshysempenho das exportaccedilotildees de um paiacutes ou mercado internacional De acordo com a referida visatildeo quanto maior for a participaccedilatildeo no mercado internacional mais competitivas se tornaratildeo as exportaccedilotildees do paiacutes Neste caso o indicador mais utilizado eacute o constant market share

A segunda visatildeo faz anaacutelise da competitividade das exportaccedilotildees considerando as decisotildees poliacuteticas e classificando-as como de suma imshyportacircncia para o Estado Admite que as variaacuteveis de poliacutetica econocircmica cambial (taxa de cacircmbio) e fiscal no caso do subsiacutedio podem ser adoshytadas como mecanismo para incentivar o aumento da competitividade das exportaccedilotildees Os referidos autores apontam como o meacutetodo mais adequado para medir a competitividade a taxa de cacircmbio real

A uacuteltima visatildeo(eficiecircncia) defende que a competitividade das exportaccedilotildees estaacute atrelada agrave capacidade de um paiacutes produzir bens com niacuteveis de eficiecircncia e qualidade superiores aos seus competidores no mercado Nesse caso o indicador mais apropriado para mensurar a competitividade eacute a rentabilidade das exportaccedilotildees

Optou-se neste estudo pelo uso de indicadores de desempenho que podem ser utilizados em mercados nacionais e internacionais e que foram amplamente utilizados em anaacutelises com objetivos similares Como referencial teoacuterico foi adotada a Teoria do Comeacutercio Internacional com ecircnfase no meacutetodo de Vantagem Comparativa Revelada de Balassa A utilizaccedilatildeo desse modelo torna-se relevante por permitir acompanhar a evoluccedilatildeo do fluxo de comeacutercio externo de plantas vivas e produtos de floricultura ao longo dos anos e por se mostrar apropriado na anaacutelise do desempenho de poliacuteticas direcionados para esse setor

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 11: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

3 M e i o d o l o g i a

31 Meacute todos de Anaacutelise

311 Anaacutelise tabular e descritiva

As anaacutelises tabular e descritiva foram empregadas para atender a todos os objetivos deste estudo Estas teacutecnicas de acordo com Gil (1997) permitem relatar as caracteriacutesticas relativas ao objeto de estushydo e apresentar os dados de forma sistemaacutetica permitindo uma visatildeo globalizada do que se estaacute analisando

312 Indicadores de d e s e m p e n h o

Os indicadores apresentados a seguir contecircm informaccedilotildees que se complementam eou ampliam o entendimento sobre competitividade Satildeo eles

a) Vantagem Comparativa Revelada b) Taxa de Cobertura c) Inshytensidade de Comeacutercio d) Desempenho das Exportaccedilotildees e) Posiccedilatildeo Relativa das Exportaccedilotildees Estes indicadores tecircm por base Haguenauer (1989) Hidalgo(2000) e Viana (2004)

3121 Indicador de Vantagem Comparativa Revelada (VCR) Este indicador mostra a participaccedilatildeo das exportaccedilotildees de um dado

produto de um estadopaiacutes em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees nacionaismunshydiais desse mesmo produto e possibilita a comparaccedilatildeo da participaccedilatildeo relativa das exportaccedilotildees de um produto de diversas regiotildeespaiacuteses

Assim o indicador VCR de determinado produto para uma regiatildeo pode ser interpretado como a razatildeo entre o peso das exportaccedilotildees do produto i em questatildeo nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo j considerando o seu peso nas exportaccedilotildees totais da regiatildeo de referecircncia k

VCRij - (XijXik)(XjXk) Onde

VCRij - Vantagem comparativa revelada do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xij - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Xj - eacute o valor total das exportaccedilotildees da regiatildeo ou paiacutes j Xik - eacute o valor das exportaccedilotildees do produto i do paiacutes ou zona de refeshyrecircncia k

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 12: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

Xk - eacute o valor total das exportaccedilotildees do paiacutes ou zona de referecircncia k

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Quando VCRij gt 1 conclui-se que o produto i apresenta vantagem comparativa revelada

Para VCRjj lt 1 o produto i apresenta desvantagem comparativa revelada

Obtendo-se VCRjj = 1 a regiatildeo j natildeo teraacute vantagem nem desvanshytagem na produccedilatildeo do produto Nesse caso a produccedilatildeo local atende agraves necessidades internas de consumo e afirma-se que natildeo existe excedente para ser exportado

O emprego do indicador VCR torna possiacutevel uma anaacutelise mais aproshyfundada sobre a tendecircncia agrave especializaccedilatildeo de um paiacutes dissociando-a da conjutura macroeconocircmica e apontando os pontos fortes e fracos de uma economia em relaccedilatildeo aos produtos de exportaccedilatildeo (Lafay et al 1999) citado por ( Silva et al 2001)

3122 Taxa de Cobertura (TC) A taxa de cobertura - TC eacute utilizada para relacionar as exportaccedilotildees

com as importaccedilotildees do produto i Eacute tambeacutem um indicador utilizado para obtenccedilatildeo de informaccedilotildees que auxiliam no estudo da competitividade A taxa de cobertura do produto i eacute definida como sendo o quociente entre as suas exportaccedilotildees e as importaccedilotildees do produto i ou grupo de produtos de um paiacutes ou regiatildeo sendo expressa da seguinte maneira

TCij = XiMi Sendo

Xi = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j Mi = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo ou paiacutes j

Este indicador mostra o quanto as exportaccedilotildees satildeo maiores^menores que as importaccedilotildees do produto i

Quando TCiexclj gt 1 diz-se que houve uma vantagem comparativa em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees do produto i satildeo maiores que suas importaccedilotildees

Os produtos que ao mesmo tempo apresentam VCR e TC maior que a unidade constituem os pontos fortes de uma economia Aconteshycendo o oposto isto eacute caso os produtos apresentem simultaneamente desvantagens comparativas reveladas e taxa de cobertura inferior agrave unidade satildeo tidos como pontos fracos de uma economia Comparando-se os pontos fortes de um paiacutes com os fracos dos parceiros comerciais

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 13: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

identificam-se os produtos com maior potencial em termos de comeacutercio (Hidalgo 2000)

3123 Indicador de Intensidade de Conneacutercio (IC) Mostra a intensidade das relaccedilotildees de troca do produto i de uma

regiatildeo paiacutes j Eacute calculado pela razatildeo entre as exportaccedilotildees do produto i para o paiacutesregiatildeo j em relaccedilatildeo agraves exportaccedilotildees totais do produto i e as importaccedilotildees totais do paiacutesregiatildeo j relativamente agraves importaccedilotildees munshydiais w do produto i

IC = A^ MM

IJ ILU

Onde ICij = Indicador de intensidade de comeacutercio do produto i do paiacutes^regiatildeo j Xij = Exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j Xi = Exportaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Mij = Importaccedilotildees totais do produto i do paiacutesregiatildeo j Miw = Importaccedilotildees totais mundiais do produto i

Quanto maior este indicador maior a tendecircncia de comeacutercio bilashyteral entre as regiotildees exportadora e importadora

3124 Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees (DES) Este indicador mostra o desvio entre as exportaccedilotildees do produto

i de uma regiatildeo ou paiacutes j efetivamente realizadas em direccedilatildeo a uma outra regiatildeo ou paiacutes k no decorrer do ano t e o que estas exportaccedilotildees teriam sido se a regiatildeo ou paiacutes tivesse conservado a mesma participaccedilatildeo no mercado registrada no ano tO Este indicador analisa o comporshytamento do comeacutercio de um produto entre dois paiacutesesregiotildees e pode ser calculado como

DES = X^~(XyM^JM-^)

Em que

DESjkit = Indicador de desempenho das exportaccedilotildees do produto i do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k no ano t Xjkit = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano t do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Xjkito = Valor das exportaccedilotildees do produto i no ano tO do paiacutesregiatildeo j para o paiacutesregiatildeo k Mtjk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano t realizado pelo paiacutesregiatildeo k M tojk = Valor das importaccedilotildees totais do produto i no ano tO realizados

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

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Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 14: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

pelo paiacutesregiatildeo k

O caacutelculo do indicador de desempenho avalia se o paiacutes j perdeu ou ganhou espaccedilo no mercado do parceiro k e contribui para fazer uma anaacutelise sobre a evoluccedilatildeo no comeacutercio mundial para o produto i Se o resultado do indicador for positivo significa que o paiacutesregiatildeo aumentou sua participaccedilatildeo no mercado do paiacutes importador em relaccedilatildeo ao periacuteodo inicial da anaacutelise no que diz respeito ao produto em anaacutelise Portanto se houve perda de espaccedilo no mercado DES lt O e se houve ganho DES gt0

3125 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado (POS) Esse indicador eacute usado para identificar a posiccedilatildeo de uma regiatildeo

ou paiacutes no mercado internacional de um produto Refere-se ao saldo comercial do produto i na regiatildeo ou paiacutes j em relaccedilatildeo ao total comerciashylizado do referido produto no mercado internacional no ano t (Lafay et al 1999 apud Silva et al 2001) Matematicamente

POSV=100x X -M^ j i i j i j

X + M Sendo que

POStji = Posiccedilatildeo da regiatildeopaiacutes j no mercado mundial do produto i no ano t Xijt = Exportaccedilotildees do produto i da regiatildeopaiacutes j no ano t Mijt = Importaccedilotildees do produto i da regiatildeo paiacutes j no ano t Xwit = Exportaccedilotildees mundiais do produto i no ano t Mwit = Importaccedilotildees mundiais do produto i no ano t

O resultado indica o grau de competiccedilatildeo entre a regiatildeopaiacutes j e seus competidores no mercado internacional Quanto maiores seus valores maior a importacircncia da regiatildeo ou paiacutes j no comeacutercio mundial do produto i A evoluccedilatildeo do referido indicador mostra se as exportaccedilotildeesimportashyccedilotildees liacutequidas da regiatildeopaiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores agraves do comeacutercio mundial do produto (Cunha Filho 2005)

3 2 Fonte dos dados

As informaccedilotildees necessaacuterias para determinaccedilatildeo dos indicadores utishylizados neste estudo foram obtidas de fonte secundaacuteria na Secretaria de Comeacutercio Exterior (SECEX) do Ministeacuterio do Desenvolvimento Induacutestria e Comeacutercio Exterior (MDIC) do sistema ALICEWEB e satildeo referentes ao periacuteodo de 1998-2004 Secretaria de Produccedilatildeo e Comercializaccedilatildeo (SPC)

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 15: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

do Ministeacuterio de Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento (MAPA) Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO) PHATFAS-TPUBLISHING e Centro Internacional de Comeacutercio ITCUNCTAD

Os valores monetaacuterios das exportaccedilotildees e importaccedilotildees estatildeo expresshysos em (US$) e correspondem aos preccedilos FOB (Free on Board)

4 Resultados e discussatildeo

4 1 Compor tamen to d o mercado internacional de plantas vivas e produtos de f lor icul tura

O mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura eacute extremamente exigente e competitivo Mesmo assim verifica-se um dishynamismo no ranking dos exportadores ao longo do periacuteodo 1998-2004 como pode ser observado na Tabela 1 Equador e Brasil apresentaram as maiores taxas de crescimento das exportaccedilotildees com 11781 e 9605 respectivamente As condiccedilotildees climaacuteticas e de solo fazem com que os paiacuteses da Ameacuterica do Sul sejam excelentes produtores de flores e plantas vivas Aleacutem disso o bom desempenho brasileiro pode ser atribuiacutedo em parte agrave implantaccedilatildeo do Programa Setorial Integrado de Promoccedilatildeo de Exportaccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais (FloraBrasilis) Haja vista que ateacute o final da deacutecada de 1990 o Brasil natildeo tinha uma poliacutetica setorial voltada para a exportaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais

Atualmente os grandes compradores das flores brasileiras satildeo Hoshylanda e Itaacutelia cabendo destacar a crescente participaccedilatildeo dos Estados Unidos As mudas de plantas ornamentais satildeo as principais responsaacuteveis pelas exportaccedilotildees brasileiras do setor

Acompanhando a tendecircncia mundial a Holanda (Paiacuteses Baixos) apesar de liderar a exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura no periacuteodo apresentou uma queda de 1430 no valor das exportaccedilotildees comportamento seguido pela Itaacutelia Dinamarca e Espanha

TABELA 1 - Valor das Exportaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Exportadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 12 042 13123 11 884 13 286 15 022 19 533 23 608 9605

Holanda (Paiacuteses Baixos)

4 425 167 4 078 068 3 810 620 3 730 960 3 640 872 3 8 5 6 6 7 8 3 792 214 -1430

Colombia 603 508 550 149 5 7 0 3 3 5 610 300 672 700 6 8 2 4 0 0 7 0 3 6 0 0 1659

Itaacutelia 298 705 295 940 268 927 275 086 297 322 282 433 272 006 bull894

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 16: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

Beacutelgica 273 205 273 800 267 603 280 032 273 502 270 701 273 817 022

Dinamarca 3 1 4 3 2 0 287 482 261 328 270 139 300 901 274405 265 733 -1546

EUA 411 595 431 624 429 963 419 103 427 081 422 982 421 631 244

Equador 163 734 182 881 215 977 240 425 292 756 311 560 356 623 11781

A iemanha 201 736 199 973 197 438 2 2 4 0 4 5 200 854 198 975 211 011 460

Espanha 159 079 138 556 134 793 1 4 8 8 1 7 136 674 135 893 152 234 bull430

Outros 1 4 7 8 3 3 0 1 463 033 1 494 056 1 719 726 2 3 4 3 0 4 1 2 0 1 5 616 2 2 2 5 1 8 5 5052

Mundo 8 341 421 7 914 629 7 662 924 7 321 619 7 928 025 7 7 8 8 776 7 994062 -416

Fonte E laborada a part i r d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAOe d e PATHFASTPU-BLISHING

Como principais importadores destacaram-se a Alemanha e o Equador apesar da queda das importaccedilotildees da Alemanha (2570) Dos paiacuteses analisados o Brasil apresentou o menor valor das importaccedilotildees o que reflete a) o baixo consumo interno menos de US$ 6 per capitaano contra a meacutedia europeacuteia de US$ 50 per capitaano b) o incremento da produccedilatildeo nacional e c) o crescimento das flores de corte na pauta de exportaccedilotildees dos produtos da floricultura uma vez que este segmento necessita de uma menor quantidade de insumos importados relativashymente a outros produtos como mudas e bulbos

TABELA 2 - Valor das Importaccedilotildees de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Paiacuteses Importadores do Mundo 1998 a 2004 (US$ mil FOB)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variaccedilatildeo ()

Brasil 7 961 5 476 6414 7 944 8 2 1 0 6 8 6 9 6736 -1539

Holanda 777 673 747 035 741 970 740 972 76502 770 354 748 356 -377 (Paiacuteses Baixos)

Colombia 483 100 441 600 500 800 500 400 514000 560 400 701 600 4523

Itaacutelia 379 182 389 368 391 627 390272 386 360 392 726 378 703 -013

Beacutelgica 288 600 290 399 280 397 289352 291 703 278 407 280 311 -287

Dinamarca 153 899 154 366 160 905 158110 148 306 162 341 154 021 008

EUA 598 903 574 967 594 790 551179 529 492 601 149 699 816 1685

Equador 1 361 972 1 281 103 1 262 351 1850 300 1723 150 1 485 660 1 598 770 1739

A lemanha 2 0 2 8 064 1678 484 1 457 696 1 373 304 1 482 075 1689 022 1506 798 -2570

Espanha 122 584 125 244 119344 121 534 1 2 2 2 1 6 124 510 125 743 258

Outros 2 621 582 2 667 188 2 678 947 3 938412 4 9 6 6 160 4 319700 4 449 608 6973

Mundo 8 340 420 7 913 630 7 694 441 7 634 079 7 9 3 5 036 8 345 078 8 3 5 0 0 9 2 012

Fonte E laborada a part ir d e d a d o s d a SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 17: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

As Tabelas 1 e 2 permitem visualizar que o Brasil exporta mais que importa e apresenta superaacutevit em todo o periacuteodo analisado o que o caracteriza como fortemente concorrencial e aponta o mercado extemo como uma alternativa a mais de crescimento do setor

No Brasil os estados que se destacaram como principais exportashydores no periacuteodo foram Satildeo Paulo Rio Grande do Sul Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro e Cearaacute Os produtos destinados a esse comeacutercio foram as rosas flores tropicais bulbos de amarilis plantas e folhagens

Diante do cenaacuterio apresentado cabe ao Brasil aproveitar as oporshytunidades do mercado internacional sem esquecer os mercados jaacute conshyquistados e investindo em novos mercados como o aacuterabe No entanto para assegurar a presenccedila no comeacutercio internacional deve-se identificar os mercados compradores identificar tendecircncias e expectativas dos consumidores e buscar informaccedilotildees sobre a concorrecircncia

4 2 Indicadores de compet i t iv idade das expor taccedilotildees mundiais de plantas vivas e produtos de f lor icul tura no mercado internacional

421 Indicador de Vantagem Comparat iva Revelada (VCR)

Como referido o indicador de vantagem comparativa revelada (VCR) demonstra se os principais exportadores mundiais possuem vantagem comparativa na exportaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floriculturaConforme especificado na Tabela 3 o valor deste indicador para o Brasil em todo o periacuteodo analisado foi maior que a unidade demonstrando que o paiacutes possui vantagens comparativas reveladas para o segmento em anaacutelise Ainda de acordo com os resultados percebe-se que do ponto de vista do valor das exportaccedilotildees as maiores vantagens comparativas foram verificadas no Equador e Brasil Nota-se tambeacutem que estes paiacuteses apresentaram os maiores ganhos de competitividade 23165 e 7041 respectivamente

TABELA 3 - Indicador de Vantagem Comparativa Revelada de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2 0 0 0 2001 2002 2003 2004 Var iaccedilatildeo ()

Brasil 507 640 580 570 600 790 864 7041

Holanda (Paiacuteses Baixos) 680 590 710 701 570 560 590 -1324

Co locircmb ia 1020 862 1002 124 133 174 192 -8118

Itaacutelia 058 065 064 060 060 062 065 1207

Beacutelgica 909 1000 070 070 060 060 060 -9340

Dinamarca 420 430 405 390 394 380 360 -1429

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

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Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

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WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 18: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

Estados Unidos 040 050 044 042 043 049 050 2500

Equador 12702 16807 230 24852 26382 30559 42126 23165

A lemanha 078 088 190 0 94 0 76 075 077 -1 28

Espanha 008 007 006 290 006 006 007 -1250

Fonte E laborada a partir d e d a d o s da SECEXMDIC d a FAO e d e PATHFASTPU-BLISHING

Perosa (2002) ao analisar a participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de plantas vivas e produtos de floricultura afirma qtie ateacute 1998 o saldo da balanccedila comercial deste segmento no Brasil apresenshytou queda e a partir de 1998 recuperando-se desde entatildeo Segundo o autor este comportamento estaacute vinculado agrave desvalorizaccedilatildeo cambial ocorrida em 1999 apresentando como consequumlecircncia o aumento da competitividade de alguns produtos no exterior

Waquil et al (2004) afirmam que a significativa abertura comercial a estabilizaccedilatildeo econocircmica e o progresso tecnoloacutegico proporcionaram a evoluccedilatildeo da eficiecircncia produtiva a partir da deacutecada de 1990 fazendo com que os paiacuteses ampliassem a competitividade de suas exportaccedilotildees agriacutecolas no mercado internacional No entanto isto natildeo eacute regra Os indicadores de VCR da Holanda assim como da Colocircmbia mostraram-se tambeacutem significativos apresentando-se acima da unidade a cada ano Esses resultados refletem tambeacutem a participaccedilatildeo elevada do segmento na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio dos respectivos paiacuteses com vashylores superiores agrave participaccedilatildeo de plantas vivas e produtos de floricultura na pauta de exportaccedilatildeo do agronegoacutecio mundial Poreacutem verificou-se queda na competitividade destes paiacuteses

Paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha apresentaram VCR menores que a unidade indicando que natildeo foram competitivos no segmento segundo este indicador Constatou-se que seus baixos desempenhos no comeacutercio mundial de plantas vivas e proshydutos de floricultura foram decorrentes da pequena participaccedilatildeo destes produtos na pauta do agronegoacutecio do paiacutes

422 Indicador de Taxa de Cobertura (TC)

Conforme Gutman e Miotti (1996) apud Hidalgo (1998) a taxa de cobertura auxilia na identificaccedilatildeo dos pontos fortes e fracos de uma economia Satildeo pontos fortes os produtos que apresentam ao mesmo tempo VCR e TC superiores agrave unidade O processo inverso possibilita identificar os pontos fracos desta economia Se os valores da TC forem maiores que a unidade pode-se afirmar que existe vantagem comparashytiva em termos de cobertura das importaccedilotildees ou seja as exportaccedilotildees

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 19: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

de plantas vivas e produtos de floricultura apresentam dimensatildeo maior que as importaccedilotildees do mesmo produto

A Tabela 4 apresenta a taxa de cobertura destes produtos para os principais exportadores em relaccedilatildeo ao mundo

TABELA 4 - Indicador de Taxa de Cobertura de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos Principais Exportadores Mundiais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 151 239 185 187 182 284 350 Holanda (Paiacuteses Baixos) 569 545 513 503 475 501 506 Colocircmbia 124 125 113 121 130 121 100 Itaacutelia 078 076 068 070 076 071 072 Beacutelgica 095 094 095 096 094 097 097 Dinamarca 204 186 162 170 202 169 172 Estados Unidos 068 075 072 076 081 070 060 Equador 12021 14275 017 12993 16989 20971 22306 A lemanha 009 011 030 016 013 011 014 Espanha 129 110 112 122 111 109 121

Fonte Elaborada a part ir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Conforme apresentado na Tabela 4 o Brasil a Holanda (Paiacuteses Baixos) a Colocircmbia a Dinamarca e a Espanha apresentaram vantagens comparativas em termos de cobertura de suas exportaccedilotildees no periacuteodo de 1998 a 2004- O Equador tambeacutem apresentou comportamento parecido com o dos paiacuteses citados anteriormente com exceccedilatildeo do ano de 2000 quando as importaccedilotildees superaram as exportaccedilotildees A Itaacutelia a Beacutelgica os Estados Unidos e a Alemanha apresentaram taxa de cobertura menor que a unidade revelando que as suas importaccedilotildees superaram as exporshytaccedilotildees sendo estes paiacuteses considerados como pouco competitivos neste segmento No caso especiacutefico do Brasil esse indicador se reveste de grande importacircncia pois sinaliza avanccedilos tecnoloacutegicos no setor uma vez que para produzir plantas vivas e produtos da floricultura necessita-se de insumos tais como bulbos mudas sementes melhoradas ateacute entatildeo importados de paiacuteses com tradiccedilatildeo de produtores

A Tabela 5 apresenta a anaacutelise conjunta dos indicadores de vantashygem comparativa e taxa de cobertura para os principais paiacuteses exporshytadores de plantas vivas e produtos de floricultura A interaccedilatildeo destes dois indicadores como jaacute apresentado anteriormente destaca os paiacuteses que possuem alta competitividade ou natildeo no comeacutercio mundial atraveacutes da indicaccedilatildeo dos pontos fortes e dos pontos fracos respectivamente Os

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 20: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

dados mostram que os referidos produtos destacaram-se como produshytos fortemente competitivos no Brasil Holanda Colombia Dinamarca e Equador Os paiacuteses como Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha embora grandes exportadores se apresentaram fracamente competitivos nas exportaccedilotildees do segmento no periacuteodo em anaacutelise

Assim provaacuteveis nichos de mercado poderatildeo ser conquistados pelos exportadores brasileiros em paiacuteses como a Beacutelgica Itaacutelia Estados Unidos Alemanha e Espanha Na Beacutelgica se observa um consideraacuteshyvel aumento das importaccedilotildees de produtos brasileiros consequumlecircncia principalmente da inauguraccedilatildeo de um terminal de vegetais vivos em Antueacuterpia

TABELA 5 - Pontos Fortes e Pontos Fracos dos principais paiacuteses exportadores de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura em relaccedilatildeo ao Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Paiacuteses

1 1998

1999 2000 2001 2002 2003 2004

Brasil Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Holanda Paiacuteses Baixos) Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Colocircmbia Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Itaacutelia Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Beacutelgica Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Dinamarca Forte Forte Forte Forte Forte Forte Forte

Estados Unidos Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Equador Forte Forte Fraco Forte Forte Forte Forte

A lemanha Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco Fraco

Espanha Fraco Fraco Fraco Forte Fraco Fraco Fraco

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXIVIDI e d e PATHFASTPUBLISHING

Hidalgo (1998) ressalta que atraveacutes da comparaccedilatildeo entre os pontos fortes de um paiacutes ou regiatildeo com os pontos fi-acos dos parceiros comerciais pode-se chegar ao grau de aproveitamento e adaptaccedilatildeo da oferta dos produtos de um paiacutes ou regiatildeo conforme a demanda nacional O referido autor afirma ainda que a existecircncia de barreiras tarifaacuterias e natildeo tarifaacuterias a existecircncia de acordos comerciais e as preferecircncias comerciais dos paiacuteses podem impedir transaccedilotildees comerciais favoraacuteveis entre eles

423 Indicador de Intensidade de Comeacutercio O indicador de intensidade de comeacutercio analisa o comportamento

do mercado de plantas vivas e produtos de floricultura entre o Brasil e

seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

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seus parceiros comerciais Holanda Alemanha Espanha Reino Unido Estados Unidos Portugal Suiacuteccedila Beacutelgica e Itaacutelia ao longo dos anos de 1998 a 2004 (Tabela 6)

A intensidade de comeacutercio entre o Brasil e a Holanda (Paiacuteses Baishyxos) e a Itaacutelia apresenta-se elevada em todo o periacuteodo constatando-se que o comeacutercio bilateral entre o Brasil e estes paiacuteses foi intenso Com relaccedilatildeo aos demais paiacuteses a intensidade do comeacutercio aconteceu em todo o periacuteodo poreacutem em menor proporccedilatildeo Esse resultado ocorreu em funccedilatildeo da reduccedilatildeo das exportaccedilotildees de plantas vivas e produtos de floricultura para os respectivos parceiros comerciais

TABELA 6 - Indicador de Intensidade de Comeacutercio de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura do Brasil e seus Parceiros Comerciais (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002

2003 1

2004

Holanda (Paiacuteses Baixos) 580 540 500 470 280 530 550

A lemanha 008 011 014 010 013 010 011

Espanha 096 091 057 035 081 036 056

Reino Unido 009 044 041 039 028 022 021

Estados Unidos 059 075 071 108 156 266 259

Portugal 069 024 107 362 543 116 229

Suiacuteccedila 001 010 049 101 055 047 063

Beacutelgica 001 002 017 003 001 004 054

Itaacutelia 450 325 321 296 284 238 205

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s da SECEXMDI e d e PATHFASTPUBLISHING

424 Indicador de d e s e m p e n h o das exportaccedilotildees Esse indicador avalia o desempenho do comeacutercio brasileiro de

plantas vivas e produtos de floricultura em relaccedilatildeo aos seus parceiros comerciais tomando por base um ano inicial (zero) Valores positivos do indicador significam que o paiacutes exportador ganhou espaccedilo em relaccedilatildeo ao ano inicial no mercado do paiacutes importador Valores negativos indishycam que o paiacutes de origem da exportaccedilatildeo perdeu espaccedilo no mercado do paiacutes importador (Casques e Conceiccedilatildeo 2002) No presente estudo o ano tomado como inicial ou zero foi 1998 e o indicador foi calculado para os anos de 1999 a 2004

A evoluccedilatildeo do desempenho das exportaccedilotildees brasileiras de plantas vivas e produtos de floricultura de 1998 a 2004 estaacute apresentada na Tabela 7- Observa-se que o Brasil apresentou desempenho positivo de suas exportaccedilotildees em quase todo o periacuteodo e com boa parte de seus parceiros comerciais No entanto estrateacutegias devem ser traccediladas no

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

Page 22: ISSN 0102-9924 /-análise · issn 0102-9924 faculdade de ciÊncias econÔmicas da ufrgs /-análise conomica capital humano nos municipios paranaenses lucrano fjakabashl e evÃnio

sentido de recuperar mercados na Alemanha Espanha Reino Unido Portugal Sitiacuteccedila e Itaacutelia

TABELA 7 - Indicador de Desempenho das Exportaccedilotildees Brasileiras de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura para os Principais Mercados de Destino (1998 a 2004)

Paiacuteses 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Holanda (Paiacuteses Baixos) 000 917 11010 -1516 -1470 23240 115411

A lemanha 000 1324 6569 -1611 2889 -1995 -1786 Espanha 000 0 286400 000 000 000 000 Reino Unido 000 185 185000 000 000 000 000 Estados Unidos 000 -108 -534501 -466708 116 214 14071 Portugal 000 000 000 000 49700 000 242 Suiacuteccedila 000 21000 000 000 000 000 000 Beacutelgica 000 000 000 000 000 000 1046 Itaacutelia 000 300 000 000 000 000 000

Fonte Elaborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e PHATFAST PUBLISHING

Kiyuna et al (2005) destacam que no comeacutercio internacional de plantas vivas e produtos de floricultura existe uma competiccedilatildeo muito forte entre os iniaacutemeros paiacuteses exportadores para conquistar os mercashydos dos poucos importadores Afirmam estes autores que os mercados satildeo conquistados palmo a palmo cada qual explorando suas vantagens comparativas no comeacutercio internacional de produtos da floricultura

425 Indicador de Posiccedilatildeo Relativa no Mercado Mundial (POS) Como mencionado na metodologia este indicador demonstra a

evoluccedilatildeo da participaccedilatildeo do saldo comercial de um produtosetor no mercado mundial Neste estudo o indicador mostra se as exportaccedilotildees importaccedilotildees liacutequidas do paiacutes crescem a taxas superiores ou inferiores as do comeacutercio mundial do produto

De acordo com Lafay et al (1999) apud Silva et al (2001) o POS identifica uma medida de competiccedilatildeo internacional entre paiacuteses e sofre influecircncia de variaacuteveis macroeconocircmicas de caracteriacutesticas estruturais da produccedilatildeo e do consumo do produto das distorccedilotildees introduzidas pelo poder puacuteblico tais como subvenccedilotildees a exportaccedilotildees ou proteccedilatildeo a importaccedilotildees e ainda do peso da economia do paiacutes no mundo

Os indicadores de posiccedilatildeo relativa dos principais paiacuteses exportashydores de plantas vivas e produtos de floricultura no mercado mundial satildeo apresentados na Tabela 8 Com base nos resultados foi possiacutevel

classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

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classificar os paiacuteses em grupos os deficitaacuterios - quando o paiacutes foi imshyportador liacutequido Neste caso destacaram-se Itaacutelia Beacutelgica e Estados Unidos Os superavitaacuterios - quando o paiacutes foi um exportador liacutequido destacaram-se Brasil Holanda Colocircmbia Dinamarca e Equador E por uacuteltimo os intermediaacuterios - paiacuteses que oscilaram entre exportador liacutequido e importador liacutequido dentre eles a Alemanha

Retomando os indicadores de VCR e TC calculados neste estudo pode-se afirmar que o primeiro grupo congrega paiacuteses que natildeo tiveram peso no comeacutercio internacional do produto em anaacutelise Quanto ao segundo grupo congrega paiacuteses que se apresentaram competitivos no comeacutercio internacional com caracteriacutesticas estruturais internas de proshyduccedilatildeo vantajosas Jaacute no caso da Alemanha que apareceu no terceiro gnapo constatou-se a partir do VCR e TC que o paiacutes natildeo foi competitivo no mercado internacional

TABELA 8 - Indicador de Posiccedilatildeo Relativa de Plantas Vivas e Produtos de Floricultura dos principais paiacuteses exportadores no Comeacutercio Mundial (1998 a 2004)

Estados 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil 0244 0483 0356 0414 0429 0784 0103 Holanda (Paiacuteses Baixos) 0210 0210 0190 0190 019 019 0190

Colocircmbia 0007 0006 0004 0007 001 0007 0000 Itaacutelia -0005 -0005 -0007 -0007 -0005 -0006 -0006 Beacutelgica -0001 -0001 -0001 -0001 -1147 -00004 -0000 Dinamarca 0009 0008 0006 0007 0009 0006 0006 Estados Unidos -0011 -0009 -0011 -0008 -0006 -0011 -0017 Equador 9730 11470 -0068 15952 1834 1922 21720 A lemant ia -0109 -0093 12761 -0076 -0080 -0 092 -0079 Espanha 0002 0001 0001 0001 00009 00007 0001

Fonte E laborada a partir d e d a d o s d a SECEXMDIC e de PHATFAST PUBLISHING

5 Conc lusatildeo

O segmento de plantas vivas e produtos de floricultura apresentou-se competitivo no mercado internacional no periacuteodo 1998 - 2004 O mercado mundial destes produtos teve como principais exportadores a Holanda (Paiacuteses Baixos) Colocircmbia Itaacutelia Beacutelgica Dinamarca Estados Unidos Equador Alemanha e Espanha Como principais importadores destacaram-se Alemanha Equador e Holanda

Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

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SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

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Os grandes exportadores em termos de volume e valor das exshyportaccedilotildees nem sempre satildeo competitivos Eacute o caso da Itaacutelia Beacutelgica Estados Unidos Alemanha e Espanha classificados como fracamente competitivos

Dentre os maiores exportadores mostraram-se competitivos a Holanda Colocircmbia Equador e Dinamarca No entanto apesar de forshytemente competitivos Holanda Colocircmbia e Dinamarca apresentaram perdas de competitividade no periacuteodo analisado O Equador apresentou os maiores ganhos de competitividade O Brasil apesar de natildeo configurar entre os maiores exportadores mostrou-se fortemente competitivo com taxas crescentes de competitividade

Os paiacuteses fortemente competitivos tecircm um amplo mercado a ser conquistado Sabe-se que os caminhos a serem seguidos na conquista deste mercado embora natildeo estudados na pesquisa requerem ganhos constantes de competitividade adquiridos a partir de diminuiccedilatildeo nos custos de produccedilatildeo qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aumento na qualishydade do produto divulgaccedilatildeo dos produtos em feiras internacionais e obediecircncia agraves barreiras sanitaacuterias

Eacute importante ressaltar como fator limitante deste estudo a natildeo disponibilizaccedilatildeo de dados necessaacuterios ao aproftmdamento das anaacutelises Nesse sentido sugere-se a criaccedilatildeo de um banco de dados atualizados e acessiacuteveis aos oacutergatildeos de pesquisa por parte das instituiccedilotildees capacishytadas

Sugere-se ainda para estudos futuros que seja realizada anaacutelise de competitividade desse setor desagregando os dados referentes agraves exportaccedilotildees e importaccedilotildees de plantas vivas e produtos da floricultura inseridos no capiacutetulo 06 do sistema Aliceweb com o objetivo de gerar informaccedilotildees mais detalhadas sobre a evoluccedilatildeo das exportaccedilotildees destes produtos no comeacutercio mundial

Referecircncias ANEFALOS L C GUILHOTO J J M Estrutura d o m e r c a d o brasileiro d e flores e planshytas ornanaentais Revista Agricultura e m Satildeo Paulo Satildeo PauloSP 50(2)4I-63 2003 BALASSA B Trade liberalization and revealed compara t ive advan t age The Manshyches ter S c h o o of Economics n a Social Studies n 33 May 1965 CARBAUGH R J Economia Internacional Satildeo Paulo Pioneira T h o m s o n Learning 2004 CARVALHO M A de SILVA R L da Economia internacional Satildeo Paulo Saraiva 2000 CASTRO C E F Cadeia produt iva d e flores e plantas o rnamenta i s Revista Brasileira d e Horticultura Ornamen ta l Campinas SP 4 (1) 1- 46 1998

CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

Agronegoacutecio Outubro 2005 SILVA V da et a l Indicadores de competitividade internacional dos produtos agriacutecolas e agroindustriais brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo 2001

Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

WAQUIL et al Vantagens comparat ivas reveladas e o r ien taccedilatildeo regional das exportaccedilotildees agriacutecolas p a r a a un iatildeo eu ropeacute ia In CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMLA E SOCIOLOGIA RURAL - DINAcircMICAS SETORIAIS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL 40 2004 Cuiabaacute Anais Cuiabaacute 2004 1 CD-ROM

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CLARO D PAnaacutelise do Complexo Agroindustrial das Flores do Brasil 103f Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Universidade Federal de Lavras Lavras MG 1998 COELHO M R F BERGER R Competitividade das exportaccedilotildees brasileiras de moacuteveis no mercado internacional uma anaacutelise segundo a visatildeo desempenho Revista FAE Curitiba 7(1) 51 - 652004 CUNHA FILHO M H da Competitividade da fruticultura brasileira no mercado intershynacional Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2005 COSTA TVde A M Integraccedilatildeo regional e seus efeitos sobre as exportaccedilotildees brasileiras de carne aviacutecula Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Faculdade de Ciecircncias Econocircmicas Univershysidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre 1999 FONTENELE AM MELO M C P de Inserccedilatildeo internacional da economia cearense potencialidades e limites para o crescimento Fortaleza Banco do Nordeste 2003 GIL A C Meacutetodos e teacutecnicas de pesquisa social 2 ed Satildeo Paulo Atlas 1997 CASQUES J S et al Indicadores de competitividade e de comeacutercio exterior da agroshypecuaacuteria brasileira BrasiliaDF 2002 (Texto para discussatildeo n 908) HAGUENAUER L Competitividade conceitos e medidas uma resenha da bibliografia recente com ecircnfase no caso brasileiro Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Economia Industrial 1989 HIDALGO A B Especializaccedilatildeo e competitividade do Nordeste no mercado internacioshynal Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 29 ndeg especial p 491-515 1998 HIDALGO Aacute B Exportaccedilotildees do Nordeste do Brasil crescimento e mudanccedila na esshytrutura Revista Econocircmica do Nordeste Fortaleza v 31 n especial p 560-574 nov 2000 IPEA DATA Disponiacutevel em lthttp wwwipeadatagovbrgt Acesso em jul 2005 IBGE Caracterizaccedilatildeo do Setor Produtivo de Flores e Plantas Ornamentais no Brasil 1995 - 1996 Estudos e pesquisas Informaccedilatildeo Econocircmica Rio de Janeiro n 2 2004 KIYUNA I et a l Floricultura desempenho do comeacutercio exterior brasileiro de produtos de floricultura em 2003 Instituto de Economia Agriacutecola Secretaria de Agricultura e Abasshytecimento Disponiacutevel em lthttp wwwieaspgovbrgt Acesso em 30 jan 2005 LAFAY G et al Nations et mondialisation Paris Econocircmica 1999 p 67-334 MARQUES R Avaliaccedilatildeo da sazonalidade do mercado de flores e plantas ornamentais no Estado de Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo (Mestrado)-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Piracicaba SP 2002 OLIVEIRA JUNIOR J N de A produccedilatildeo de helicocircnias no Estado do Cearaacute Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rural)-Departamento de Economia Agriacutecola Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2003 PEROSA J M Y Participaccedilatildeo brasileira no mercado internacional de flores e plantas ornamentais Revista Brasileira de Horticultura Ornamental Campinas SP 8 (112) p 1 - 11 2002 SERVICcedilO BRASILEIRO DE APOIO AgraveS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Floricultura em Pernambuco 2002 (Seacuterie Agronegoacutecio)

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Indicadores de Competitividade Internacional dos Produtos Agriacutecolas e Agroindustriais Brasileiros 1986-1998 Agricultura em Satildeo Paulo Satildeo Paulo v48 n l p 69-87 2001

SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

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SILVA C A B da BATALHA M O WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTAtildeO DE SISTEMA AGR0ALIMENTARES2 Ribeiratildeo Preto PENSAFEAUSP 1999 VIANA S S d e A Competi t ividade d o agronegoacutecio cearense n o m e r c a d o internacional O caso da a m ecirc n d o a da cas t anha d e caju d o me latildeo e d o c a m a r atilde o 2004- Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia Rura l ) -Depar tamento d e Economia Agriacutecola Universidade Federal d o Cearaacute Fortaleza

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