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ISSN 0103-5797

(@)Mi."nistériOdaAgriCUItUra'dOAbastecimentoedaRefOrmaAgrária - MAARA~ Emo"" B",ild •.•d, P"qn;'. Agroo•••••.•• - EMBRAPA'" Centro Nacional de Pesquisa de Agroindústria Tropical- CNPAT

CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA MICROE PEQUENA AGROINDÚSTRIA DE FRUTAS

TROPICAIS - ESTADO DO CEARÁ

Carlos Roberto Machado Pimentel

Fortaleza, CE1996

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Copyright © EMBRAPA-CNPAT - 1996

EMBRAP A-CNP AT. Documentos, 19.

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

EMBRAP A-CNP AT

Rua dos Tabajaras, 11 - Praia de IracemaCaixa Postal 376160060-510 Fortaleza, CE

Telefone (085) 231. 7655 Fax (085) 231. 7762 Telex (85) 1797

Tiragem: 500 exemplares

Comitê de PublicaçõesPresidente: Clódion Torres BandeiraSecretária: Germana Tabosa Braga PontesMembros: Valderi Vieira da Silva

Álfio Celestino Rivera CarbajalErvino BleicherLevi de Moma BarrosMaria Pinheiro Fernandes Corrêa

Antônio Renes Uns de Aquino

Coordenação Editorial: Valderi Vieira da SilvaRevisão: Mary Coeli Grangeiro FerrerNormalização Bibliográfica:Rita de Cássia Costa CidCapaJEditoração Eletrônica: Nicodemos Moreira dos Santos JúniorDiagramação: Arilo Nobre de Oliveira

PIMENTEL, C. R. M. Características tecnológicas da micro epequena agroindústría de frutas tropicais - Estado do Cea­rá. Fortaleza: EMBRAPA-CNPAT, 1996. l5p. (EMBRAPA­CNP AT, Documentos. 19).

Frutas tropicais; Agroindústria; Tecnologia; micro e pequena em­presa; Brasil - Nordeste - Ceará.

CDD: 338.45

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SUMÁRIO

Pág.

IMPORT ÂNCIA DA AGROINDÚSTRIA DE FRUTASTROPICAIS 5

Amostra 7

RESULTADOS E DISCUSSÕES 7

Produtos obtidos 7

Capacidade de produção anuaL 9

Capacidade de estocagem de matéria- prima e produção obtida 11

Disponibilidade de máquinas e equipamentos 11

Atualização de informações 13

Estratégias para modernização das micro e pequenas. d' .agroln ustnas 14

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15

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CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DA MICRO EPEQUENA AGROINDÚSTRIA DE FRUTAS

TROPICAIS - ESTADO DO CEARÁ

Carlos Roberto Machado Pimentel'

IMPORTÂNCIA DA AGROINDÚSTRIADE FRUTAS TROPICAIS

As transformações ocorridas, nos últimos anos, na economiamundial têm promovido modificações nos diversos segmentos produti­vos ligados à agricultura. Grande parte dessas transformações estãorelacionadas com a indústria agroalimentar e com a forma de como elase integra a produção agropecuária.

A produção agrícola tem-se tomado cada vez mais interdepen­dente e inter-relacionada com os diversos segmentos fornecedores ecompradores de produtos agrícolas. Neste contexto, a agroindústriatem desempenhado um papel fundamental, uma vez que é responsávelpela ligação entre produtor e mercado consumidor.

O estabelecimento racional da agroindústria, além de recuperaros investimentos em poucos anos ,contribui para:

• agregar renda dentro da economia;

• dinamizar o comércio e elevar o emprego em outros setores;• fixar o homem no meio rural;

• elevar a produtividade do agricultor;

• reduzir as oscilações dos preços do setor agrícola;

• reduzir os custos de armazenagem e transporte (Lauschner,1980).

, Eng.-Agr.,D.Sc.,EMBRAP A I Centro Nacional de Pesquisa de AgroindÚstria Tropical (CNP AT) ,Rua dosTabajaras.lI,Praia de Iracema.Caixa Postal 3761, CEP 60060-510 Fortaleza,CE.

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A interdependência da agroindústria e da agricultura minimizao caráter altamente perecível dos produtos e a perda de peso e volumepor que passam no processo de industrialização, influenciando noscustos de transporte, principalmente nas longas distâncias (Silveira,1991). No Brasil, a agroindústria teve seu crescimento acelerado apartir da década de 70. Atualmente possui uma capacidade instaladacapaz de processar toda a produção do País.

No Nordeste, a agroindústria desenvolveu-se a partir da criaçãodo Programa de Agroindústria no Nordeste (PDA.N), instituído em1974 pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico. No período1975 a 1985, foram contempladas por este programa 85agroindústrias (Silveira, 1992). Os subsetores que obtiveram maiorincentivo foram os de produção de conservas de frutas, legumes e ou­tros vegetais inclusive concentrados.

Dentre os estados do Nordeste beneficiados pelo PDAN naque­le período, o Ceará foi responsável por 17% e 11,3% do número deempresas contempladas e valor de crédito aprovado, respectivamente(Silveira, 1992).

De acordo com o Censo Agroindustrial de 1992, a composiçãosetorial da agroindústria cearense não é muito diferente da regionalhavendo uma predominância do setor de vestuário, de calçados e deprodutos alimentares.

Dentre os subsetores agroindustriais do Ceará, o de frutas tro­picais reúne melhores chances de promover uma expansão acelerada amédio prazo. Este subsetor foi responsável, em 1993, por, aproxima­damente, 33% das exportações cearenses (Ceará, 1994). Além do mer­cado externo existe amplo mercado interno para as frutas tropicais.Estimativas realizadas pela Companhia de Desenvolvimento do Valedo São Francisco (CODEV ASF) indicam que haverá no ano 2000escassez de oferta de frutas, destacando-se melão, manga, melancia elimão (Passos & Souza, 1993).

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Neste contexto, destacam-se as micro e pequenas empresas quesão responsáveis por grande parte da geração de emprego e renda,principalmente no meio rural. Entretanto, elas necessitam promovermelhorias contínuas no seu padrão tecnológico. Para que ocorra avan­ço tecnológico nas agroindústrias locais, torna-se indispensável conhe­cer suas atuais caracteristicas tecnológicas. Este conhecimento podeser uma importante fonte de informações no delineamento de uma es­tratégia para o desenvolvimento da agroindústria de frutas tropicais.

Este estudo tem por objetivo conhecer o perfil tecnológico dasmicro e pequenas indústrias de frutas tropicais existentes no Ceará.

Amostra

Os dados utilizados neste estudo foram levantados peloCNP ATe pelo Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas(SEBRAE), em agosto de 1993. Foram utilizados 28 questionários,obtidos por meio de entrevistas diretas realizadas nas micro e peque­nas empresas agroindustriais de frutas tropicais existentes no Estadodo Ceará. O tamanho da amostra foi determinado com base no cadas­

tro industrial fornecido pelo SEBRAE-CE. Para qualificar a empresacomo micro e pequena utilizou-se como referência o número de em­pregados, conceituando-se como microempresa aquela que possui até19 empregados e pequena a que tem mais de 19 e menos de 100 em­pregados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Produtos obtidos

Observou-se que as empresas pesquisadas produzem, pnnCl­palmente, doces, polpas, sucos e cajuína (Tabela 1).

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TABELA 1 - Principais produtos obtidos nas micro e pequenasagroindústrias de frutas tropicais. Ceará, 1993.

ProdutoDoces

GoiabaBanana

Caju

PolpaGoiaba

CajuCajáMaracujá

Sucos

LaranjaUva

CajuínaFonte: Dados de pesquisa

Número de

empresas

09

09

07

04030301

02

02

08

Percentual em relaçãoà amostra estudada

29,929,022,0

12,09,09,04,0

6,06,0

25,0

Com relação a doces, predominam os de goiaba, banana e cajuproduzidos em 29%, 29% e 22%, respectivamente, nas empresas estu­dadas. Dentre os outros tipos de doces produzidos destacam-se os demamão e abacaxi. Considerando a diversidade de frutas existentes no

Estado, observa-se que não há o seu aproveitamento para fabricaçãode doces.

Em termos de polpa de frutas, há maior freqüência das de goiaba,caju, cajá e maracujá, demonstrando que existe um mercado para este tipode produto. Com relação a sucos, são produzidos os de laranja e uva em6% das empresas pesquisadas. Entretanto, deve-se salientar que o Estadodo Ceará não é um grande produtor de polpa e suco de frutas.

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Em termos de cajuína, observou-se que apenas 25% das empre­sas pesquisadas produzem, isto talvez pelo fato de sua fabricação exi­gir mão-de-obra e equipamentos mais especializados.

Capacidade de produção anual

As empresas estudadas apresentam alta capacidade de produ­ção de doces de goiaba e banana, polpa de goiaba, sucos de laranja euva, e cajuína (Tabela 2).

TABELA 2 - Capacidade de produção anual nas micro e pequenasagroindústrias de frutas tropicais estudadas. Ceará,1993.

ProdutoDoces

GoiabaBanana

Caju

PolpaGoiaba

CajuCajáMaracujá

Sucos

LaranjaUva

CajuínaFonte: Dados de pesquisa** Litros

9

Capacidade de produção (t)

22626233

1603464

180170

200.000**

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Com relação ao doce de caju, observou-se que a capacidade deprodução anual é de aproximadamente 33 toneladas.

Analisando a capacidade instalada de produção, nas empresasestudadas, verificou-se que existe ociosidade na fabricação de polpa demaracujá (50%), suco de laranja (56%), suco de uva (55%) e cajuína(33%). Em geral, esta ociosidade associa-se à escassez de matéria­prima ao longo do ano (Tabela 3). A ociosidade observada na produ­ção de doces de goiaba (10%) e caju (5%) pode ser considerada nor­mal em qualquer empreendimento.

TABELA 3 - Produção anual das micro e pequenas agroindústriasde frutas tropicais estudadas. Ceará, 1993.

ProdutoDoces

GoiabaBanana

Caju

PolpaGoiaba

CajuCajáMaracujá

Sucos

LaranjaUva

CajuínaFonte: Dados de pesquisa** Litros

10

Produ~ão

200261

31

15934

5

2

8095

155.000**

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Capacidade de estocagem de matéria-prima e produção obtida

• Estocagem de matéria-prima

Do total das empresas estudadas, 22% não estocam matéria ­prima por falta de condições adequadas. Das empresas que estocammatéria-prima, 22% têm capacidade de armazenar o pedúnculo do cajue a goiaba, enquanto 10% estocam banana.

Por outro lado, a capacidade de armazenamento das frutas "innatura" para serem processadas pelas empresas estudadas é baixa(Tabela 4). Associando a capacidade de armazenamento de frutas "innatura" com a produção verifica-se que esta estocagem não tem efeitono período de entressafra relacionando-se mais com a capacidade deprodução, sendo portanto um armazenamento rotativo .

• Estocagem da produção

Em função da possibilidade de local para a estocagem e da altademanda da produção obtida, 20% das empresas estudadas não esto­cam produto. As restantes informaram que realizando esta prática,entretanto, a capacidade de estocagem existente é baixa (Tabela 5).Este fato mostra que as micro e as pequenas agroindústrias não têmcapacidade de armazenar a produção obtida, o que em parte prejudicaa comercialização no período de entres safra.

Disponibilidade de máquinas e equipamentos

De modo geral, as máquinas e os equipamentos existentes nas em­presas estudadas não são adequados para o tipo de produto que fabricam.

Considerando a produção de doces observa-se que o equipa­mento existente é adequado para uma produção artesanal, destinada aum mercado pouco exigente em termos de qualidade. As empresas quese dedicam à produção de doces, em geral, possuem os seguintes equi­pamentos: balança, triturador, tacho e fogão. Para que a produção de

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doces tenha um padrão de qualidade adequado às exigências atuais do.mercado consumidor é necessário que as empresas, além destes equi­pamentos, tenham lavador, despolpadeira, fogão industrial e tacho en­camisado.

TABELA 4 - Capacidade anual de estocagem de frutas "in natu­ra" nas empresas estudadas.

Produto

CajuGoiabaBanana

CajáFonte: Dados de pesquisa

Quantidade (t)96

1172715

TABELA 5 - Capacidade de estocagem dos produtos obtidos nasempresas estudadas.

ProdutoDoces

GoiabaBanana

Caju

PolpaGoiaba

CajuCajuína

Fonte: Dados de pesquisa** Litros

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Produção (t)

13,004,506,00

1,200,16

86.000**

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Na produ'ção de polpa de frutas, as empresas utilizam peneira,triturador, despolpadeira e liquidificador industrial. É necessário quealém destes equipamentos possuam lavador, pasteurizador, desaerador,resfriador e congelador.

Para produção de cajuína, as empresas estudadas não utilizamum cozimento adequado, promovendo conseqüentemente uma reduçãona qualidade do produto final e uma ausência completa de padroniza­ção. Em geral, as empresas pesquisadas utilizam como equipamentopara produção de cajuína apenas balança e prensa. Para que se viabilizeuma produção em bases adequadas é necessária a existência de balan­ça, lavador, despolpadeira, filtro, fogão industrial e encapsulador.

Atualização de informações

Qualquer empreendimento para preservar sua participação nomercado necessita que seus gerentes se atualizem com os novos méto­dos de produção e com as tendências do mercado consumidor.

Com relação às empresas estudadas observou-se que 35% nãotêm acesso a nenhum tipo de informação sobre o produto trabalhado.Esta situação poderá, a médio prazo, causar a falência de parte destasempresas, causando indiretamente uma redução do nível de empregono meio rural.

De acordo com a amostra estudada, as principais fontes de in­formação para as micro e as pequenas agroindústrias de frutas tropicaissão SEBRAE e Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (NUTEC).Esta situação mostra que os órgãos que têm por objetivo principal odesenvolvimento das miero e pequenas agroindústrias necessitam in­tensificar seus trabalhos para incentivar estas empresas a participaremde feiras, associações de classe, manterem contato com órgãos de pes­quisa e desenvolvimento e assinarem revistas especializadas.

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Estratégias para modernização das micro e pequenas agroindús­trias

Dentre os fatores apontados como empecilho ao desenvolvi­mento das empresas destacam-se falta de capital de giro, máquinasobsoletas. A inexistência de capital (em 80% das empresas estudadas)foi responsável pela não- realização de qualquer tipo de investimentono ano de 1993.

Por outro lado, apesar do reconhecimento das empresas de quenecessitam adquirir novas máquinas e equipamentos, observou-se queapenas 32% estão dispostas a investir. Esta situação mostra que asmicro e as pequenas agroindústrias de frutas tropicais precisam de in­centivos para seu desenvolvimento. Estes incentivos podem ocorrer viacrédito e/ou redução da carga tributária que sobre elas incide.

Com relação à melhoria da qualidade do produto, apenas 19%estão dispostas a utilizar este processo como forma de modernizar aempresa. Esta situação mostra que é necessário um esforço para sen­sibilizá-Ias sobre a importância da qualidade do produto na ampliaçãodo mercado consumidor.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Os resultados obtidos permitem as seguintes conclusões:

• Apesar da importância da micro e pequena agroindústria defrutas tropicais na geração de emprego e renda, a tecnologiautilizada na obtenção de produtos não é adequada para atin­gir os padrões de qualidade exigidos pelo mercado consumi­dor, uma vez que a sua produção continua a ocorrer de for­ma tradicional.

• Para reverter a situação encontrada, a pesquisa na área indus­trial tem um papel relevante no desenvolvimento de técnicasde produção para as micro e as pequenas agroindústrias.

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• A não-adoção de máquinas e equipamentos mais avançadospoderá ser contornada pelo acesso ao crédito do mesmomodo que as grandes agroindústrias.

• Para atingir um mercado mais amplo e obter melhores preços,os produtores devem se organizar em associações ou coope­rativas com o objetivo de comercializar a produção obtida etransferir tecnologias para os produtores associados.

• As micro e as pequenas agroindústrias de flutas tropicais ne­cessitam definir estratégias de atuação através de um plane­jamento de médio e longo prazo.

REFERÊNCIAS BffiLIOGRÁFICAS

CEARÁ. Secretaria de Indústria e Comércio - Cadastro industrial do

Ceará/1992. Fortaleza, 1994. 867p.

LAUSCHNER, R. Agroindústrias como fator de fortalecimento do setoragrícola. Brasília, Rev. Econ. Rural, v. 18, p.217-233, 1980.

PASSOS, O.S.; SOUZA, l da S. Considerações sobre a fruticulturabrasileira, com ênfase no Nordeste. Recife : EMBRAP N CNPMF,1993. 49p.

SILVEIRA, lD. da. Estudos sobre a agroindústria no Nordeste: aagroindústria de produtos alimentares. Fortaleza: BNB, 1991. v.6.(BNB-ETENE. Estudos Econômicos e Sociais, 51).

SILVEIRA, lD. da. Estudos sobre a agroindústria no Nordeste: análi­se macroestatística da agroindústria. Fortaleza: BNB, 1992. v.3.(BNB-ETENE. Estudos Econômicos e Sociais, 40).

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