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ISSN 0104-8910 BARREIRAS À ENTRADA: O CASO DO SETOR DE CREME DENTAL BRASILEIRO Luiz Guilherme Schymurif' Janeiro de 1997

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ISSN 0104-8910

BARREIRAS À ENTRADA: O CASO DO SETOR DE CREME DENTAL BRASILEIRO

Luiz Guilherme Schymurif'

Janeiro de 1997

BARREIRAS À ENTRADA: O CASO DO SETOR DE CREME DENTAL BRASILEIRO*

Luiz Guilherme Schymura**

Escola de Pós-Graduação em Economia

Fundação Getulio Vargas-RJ

(EPGEIFGV)

RESUMO

Ao se estudar as conseqüências sobre o bem-estar social de um mercado

relevante onde há elevada concentração na produção, deve-se identificar,

primeiramente, se a competição potencial existe. Uma forma de detecta­

la seria através do exame das barreiras à entrada da concorrência no

mercado relevante em estudo. O objetivo deste artigo é avaliar, no setor

brasileiro de creme dental, as barreiras para firmas: entrarem ou;

aumentarem sua participação de mercado. A motivação para este estudo

decorre da mudança na estrutura deste mercado relevante, uma vez que,

em janeiro de 1995, a Colgate, empresa com a segunda maior fatia do

mercado nacional, adquiriu a Kolynos, firma detentora de metade do

faturamento brasileiro deste setor.

*Este artigo originou-se do Parecer Econômico intitulado: "A Compra da Kolynos pela Colgate", relativo à

aquisição da Kolynos do Brasil S.A. pela Colgate-Palmolive Company, em co-autoria com Mário Henrique

Simonsen e Augusto Jefferson Lemos, de 20 de setembro de 1995.

* *Gostaria de agradecer a Mario Henrique Simonsen e Augusto Jefferson Lemos os valiosos comentários

sobre uma versão preliminar do texto e a AdIai Fisher as sugestões e a indicação de algumas referências

bibliográficas.

I. INTRODUÇÃO

Ao longo deste século, as normas que regem o comportamento e o

dimensionamento das empresas têm sofrido muitas alterações. Com os avanços

tecnológicos e a redução nos custos de transporte, algumas estruturas de mercado que eram

vistas como nocivas ao bem-estar social, passaram a ser encaradas como ótimas do ponto

de vista de eficiência. Para citar um exemplo, em meados deste século nos Estados Unidos

da América, uma empresa que detivesse uma fatia substancial de um mercado relevante

seria vítima de severas sanções por parte dos organismos antitruste. Com o decorrer dos

anos, o barateamento nos custos de transporte e a conseqüente aproximação dos mercados

relevantes, geraram o que veio a se chamar de concorrência potencial. Com isso, em

alguns setores, as empresas puderam passar a explorar as economias de escala sem ser

necessária a interferência das agências antitruste, uma vez que se estas firmas tentassem

fazer uso de seu aparente poder de mercado, tomariam lucrativa a entrada dos

competidores potenciais, levando a uma perda de sua fatia de mercado para os novos

ingressos. Desse modo, devido à existência de potenciais concorrentes, o equilíbrio de

livre mercado levaria à maximização do bem-estar social.

Isto posto, ao se estudar as conseqüências sobre o bem-estar social de um

mercado relevante onde há elevada concentração na produção, deve-se identificar,

primeiramente, se a competição potencial existe. Caso esta se verifique, agências

reguladoras não devem intervir. Por outro lado, na ausência da concorrência potencial,

medidas devem ser tomadas de forma a estabelecer um aumento no bem-estar da

sociedade. Para se identificar a presença da competição potencial, deve-se examinar as

barreiras à entrada da concorrência no mercado relevante em estudo.

o objetivo deste artigo é identificar, no setor de creme dental brasileiro, as

barreiras para firmas: entrarem ou; aumentarem sua participação de mercado. A motivação

para este estudo decorre da mudança na estrutura deste mercado relevante, uma vez que,

em janeiro de 1995, a empresa com a segunda maior fatia do mercado adquiriu a com a

maior fatia. I

1 Em janeiro de 1995, após a compra da Kolynos do Brasil S.A., detentora de 51,7%, pela Colgate-Palmolive Co, com 27.40/0, o índice de concentraçào na produçào de pasta de dente, que já era elevado, cresceu.

r -

o artigo se divide da forma descrita abaixo.

Na seção 2, descreve-se, sucintamente, o mercado de creme dental a nível

mundial, latino americano e brasileiro. Na seção 3, enumera-se as possíveis barreiras à

entrada e, com base nelas, avaliam-se os obstáculos ao acesso de empresas ao mercado

nacional de creme dental. Finalmente, na seção 4, tecem-se as considerações finais sobre

as barreiras à entrada no setor de creme dental brasileiro.

lI. O MERCADO DE CREME DENTAL

o mercado mundial de saúde bucal é fortemente concentrado.2 Em 1994,

quando o faturamento global no ano foi de U$10 bilhões, as quatro empresas com maior

participação no setor detinham cerca de 65% das vendas totais. A Colgate-Palmolive

Company possuía 24%, a Unilever 18%, a Procter & Gamble 16% e a Smithkline

Beecham 7%. No caso específico do creme dental, a Colgate-Palmolive Company detinha

individualmente, em 1994, 43% do mercado mundial.

Em 1994, no conjunto da América Latina, a Colgate-Palmolive Company ocupava o primeiro posto, seguida de Kolynos, Unilever e Procter & Gamble (ver

tabela 1).

Tabela 1: Creme Dental na América Latina - Participação no Faturamento (%)

(ANO 1994)

Marcas %

Colgate 54

Kolynos 25

Unilever 11

Procter & Gamble 4

Outros 6

Total 100

Fonte: Colgate-Palmolive

No Brasil a liderança, em 1994, era da Kolynos, com mais da metade do

mercado, seguida pela Colgate e pela Unilever (ver tabela 2).

2 No segmento de saúde bucal encontram-se os seguintes produtos: creme dental, escova de dentes, enxágüe bucal e fio

dental.

2

Tabela 2 Creme Dental no Brasil- Participação no Faturamento (%) (ANO 1994)

Marcas %

Kolynos 52 Colgate 27 Unilever 20 Outros 1 Total 100 Fonte: Colgate-Palmolive

Até a sua venda, a Kolynos do Brasil S.A. era uma subsidiária da American Home

Products, uma empresa gigante no ramo farmacêutico. A Kolynos detém uma substancial

fatia do mercado Latino Americano tendo, todavia, uma fatia muito pequena do mercado

mundial.

111. AS BARREIRAS À ENTRADA

Bain (1956) deu uma contribuição valiosa ao estudo formal de barreiras à

entrada, afirmando que as barreiras à entrada têm contribuição irrefragável na

determinação: (i) do número de empresas ativas; (ii) da estrutura de mercado; (iii) da

produção agregada e; (iv) do preço praticado. Nestes últimos quarenta anos, este tema tem

ganho importância nas debates acadêmicos.

Do ponto de vista teórico, as barreiras à entrada são bem compreendidas.

Todavia, quantificá-las é uma tarefa bem mais complicada. Tendo em vista suas várias

formas e dimensões, não existe uma única maneira de avaliar seu tamanho. Ao invés disso,

tem-se procurado identificar as formas mais convencionais. Na análise das barreiras à

entrada no mercado brasileiro de creme dental, procura-se elucidar cada uma das fontes

potenciais de barreiras à entrada identificadas na literatura, e avaliar o impacto de cada

uma delas no mercado brasileiro. Em uma lista abrangente de potenciais barreiras à

entrada constaria:

Barreiras Absolutas

Custos Irrecuperáveis ("sunk costs")

- manufatura

- desenvolvimento da marca

- distribuição

Custos de Troca

3

Reputação

Restrições à Importação

Custo de Capital

Preços Predatórios

Capacidade Excedente

Contração do Mercado

111.1. Barreiras Absolutas

Por definição, barreiras absolutas são aquelas nas quais o acesso de novas

empresas ao mercado relevante fica impedido. Exemplos de barreiras absolutas:

monopólios ou oligopólios oriundos de patentes em tecnologia e; limitações na quantidade

de matérias-primas essenciais. Nenhum desses obstáculos é atualmente significativo no

mercado de creme dental, tanto nacional como estrangeiro. Além do que, a única exigência

para uma nova entrante, no mercado brasileiro, é a apresentação do certificado de origem

do creme dental a ser comercializado.

111.2. Custos Irrecuperáveis

Os custos de iniciar um novo negócio estão freqüentemente associados às

barreiras à entrada. Tem-se demonstrado, contudo, que nem todos os custos iniciais

contribuem de maneira eqüitativa para as referidas barreiras. Para começar um novo

negócio, um empresário arca com custos fixos e irrecuperáveis. Sucintamente, custos

irrecuperáveis são aqueles investimentos essenciais de capital que, uma vez feitos, são

irreversíveis. Um bom exemplo é o investimento em maquinarias para siderurgia. Uma vez

que os equipamentos para uso siderúrgico têm pequeno valor para qualquer empresa de

outro setor, seu valor de revenda é baixo se comparado ao preço inicial de aquisição.

Custos como a compra de equipamentos para a fabricação de automóveis também são um

exemplo de custos irrecuperáveis, uma vez que muitos componentes, tais como a lataria e

o chassis, são específicos para o modelo a ser fabricado.

De um modo geral, qualquer parte do equipamento que somente é útil para

a empresa que o adquiriu originalmente, constitui um custo irrecuperável.

Um exemplo adicional seria o gasto com treinamento de mão-de-obra. Uma

vez que os empregados não são propriedade da empresa, todo e qualquer investimento que

4

a empresa faça no treinamento de seus empregados não pode ser recobrável se a empresa

encerrar suas atividades. Empresas de alta tecnologia, tais como empresas de iiúormática,

freqüentemente têm altos custos irrecuperáveis associados ao treinamento de seu pessoal.

Em contraste, custos fixos são investimentos recobráveis. Um bom

exemplo, é o investimento em terra. Considerando que a terra normalmente possui usos

alternativos para as indústrias, esta pode ser direcionada à uma nova atividade. Isto posto,

a terra adquirida não necessariamente obriga a empresa adquirente a realizar um processo

de produção específico. Ativos fungíveis ou facilmente destinados a outros usos,

constituem, tipicamente, custos fixos.

Custos irrecuperáveis, diferentemente dos custos fixos, são com freqüência

encarados como responsáveis por barreiras à entrada. 3

Nas próximas seções, analisam-se os custos irrecuperáveis associados à

entrada de novas firmas no segmento de creme dental: manufatura, desenvolvimento de

uma marca e desenvolvimento de um sistema de distribuição.

111.2.1. Manufatura

Calcula-se, segundo dados da Kolynos, que o total de dispêndio de capital

exigido para iniciar a produção de creme dental no país, ao nível de 10 milhões de

toneladas/ano (13% do mercado brasileiro, em 1995), seja de aproximadamente 8,2

milhões de dólares. Neste total estão incluídos: um milhão de dólares para a compra de

duas misturadoras a vácuo de 2100kg; quatro milhões de dólares na compra de três linhas

de enchimento/embalagem e; 3,2 milhões de dólares para instalação.4

A maior parte deste custos são recobráveis. Os equipamentos para mistura,

enchimento e fabricação de tubos podem com a mesma facilidade produzir cremes, loções,

filtros solares, sabões líquidos, xampus, e até mesmo produtos alimentícios como

maionese. Para alterar o destino de tais insumos, o produtor necessita, apenas, limpar

cuidadosamente a máquina e fazer ajustes menores. Por isso, os equipamentos para

mistura, enchimento e fabricação de tubos podem ser vendidos, sem perdas significativas,

a outro produtor. Assim, a maior parte dos custos de equipamento de um novo fabricante

podem ser considerados fixos.

3 ver Tirole (1988).

4 Esses cálculos presumem que o local da fábrica é arrendado e os tubos são comprados de terceiros.

5

Portanto, apenas os $3,2 milhões restantes, gastos com a instaláção de uma

nova fábrica, seriam contabilizados como custos irrecuperáveis. No entanto, como o

faturamento do setor de creme dental brasileiro no ano de 1995 foi de U$ 489,2 milhões -

13% deste montante seria U$ 63,6 milhões - as despesas irrecobráveis seriam da ordem de

8,5% do faturamento de um ano

111.2.2. Desenvolvimento da Marca

Os custos de desenvolvimento de uma nova marca são altoss, no entanto,

muitos dos competidores potenciais no mercado brasileiro de cremes dentais já a possuem.

A Crest, da Procter & Gamble, a Acquafresh, da Smithkline Beecham, e a

Oral B, da Gillette, são etiquetas de produtos de saúde bucal reconhecidas mundialmente.

Além de propaganda local, muitos consumidores brasileiros conhecem-as através de

viagens ao exterior e propaganda internacional. Uma outra marca de propriedade de

Smithkline Beecham, Phillips, acaba de retomar ao mercado brasileiro, após alguns anos

de afastamento. Por força de sua longa história no mercado brasileiro, a Phillips é bastante

conhecida, especialmente nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil. Com investimentos

comparáveis em propaganda e marketing, estas poderiam atingir uma escala similar à de

Kolynos, Colgate-Palmolive Ltda. e Gessy Lever.

Outras finnas poderiam usar a força do nome de um produto relacionado

para comercializar um novo creme dental. A Gillette está atualmente buscando essa

estratégia ao introduzir o creme dental Oral B, aproveitando sua elevada participação no

setor de escovas de dentes. Esse tipo de estratégia poderia ser empreendida por muitas

outras empresas com fortes posições em mercados correlatos, reduzindo substancialmente

o custo de introdução de um novo produto.6

Estender uma marca é sobremaneira eficiente quando: as duas classes de

produto possuem características comuns e; a mercadoria que propicia a extensão goza do

prestígio de ser considerada de alta qualidade.7 Alguns dos muitos exemplos de extensões

de marca bem sucedidas seriam: a mudança da Zenith de televisores para computadores de

5Estimativas recentes do custo de desenvolvimento de um nome de marca nos Estados Unidos chegam a $ 80 milhões. Embora custos de desenvolvimento de uma marca no Brasil sejam menores do que nos Estados Unidos, eles continuam sendo altos. Ver Aaker e Keller (1990) e Tauber (1988).

6 ver Ordover e Baker (1993).

7 Ver Aaker e Keller (1990) e Chakravarti. D., Maclnnis, D. e Nakamoto. K. (1990)

6

escritório; a Ivory ampliando sua presença de sabão para xampu e; a Clorox estendendo

sua base tradicional em alvejantes domésticos para detergente de roupa. No Brasil, ter-se­

ia a introdução da pasta de dente Phillips após o sucesso do leite de magnésia Phillips.

Determinadas empresas têm linhas de produtos que combinam

perfeitamente com uma extensão para cremes dentais. Como discutido acima, Gillette

beneficiou-se da força de sua linha de escovas de dentes Oral B para entrar em cremes

dentais. A linha completa de produtos de saúde bucal da Johnson & Johnson, poderia

também garantir a entrada no segmento de cremes dentais. Warner Lambert, através de seu

enxágüe bucal Listerine, é outra empresa que goza de uma posição forte e privilegiada para

estender a sua marca. De fato, Warner Lambert já levou a cabo tal extensão nos Estados

Unidos e no Canadá.

Além das empresas que podem ligar os cremes dentais a seus nomes, várias

empresas de varejo com reconhecimento público inegável, podem lançar suas marcas

próprias. Aliás, Carrefour acaba de lançar seu creme dental, por meio da contratação da

fabricação por encomenda junto à Biolab. Walmart, outra grande empresa de varejo norte­

americana e que está expandindo suas atividades no Brasil, tem tradicionalmente vendido,

em suas lojas nos Estados Unidos, muitos itens de higiene pessoal, incluindo creme dental,

sob a etiqueta Equate.

Uma marca famosa ("brand name") desempenha um papel importante no

processo de ingresso em um mercado relevante, sendo, na maior parte das vezes, mais

eficaz do que a própria propaganda. Birger Wemerfelt (1988) compara a extensão de

marca a colocar um termo de responsabilidade sobre a qualidade de um novo produto. Se

as mercadorias produzidas por uma companhia são reconhecidamente de alta qualidade, o

risco que a empresa corre ao colocar uma marca comum em um novo produto poderia ser

grande, uma vez que um fracasso comercial neste novo mercado prejudicaria o bom nome

da empresa. Em suma, para pagar um custo de entrada menor, muitas empresas põem em

jogo seu bom nomes.

Uma empresa com uma diversificada linha de produtos poderá obter baixos

custos de propaganda mediante a compra em pacote de espaços de propaganda para todos

os seus produtos. Tal estratégia reduz significativamente os custos marginais. Por

exemplo, Johnson & Johnson tem, presentemente, uma forte posição em escovas de

dentes, fios dentais e enxágües bucais. Mediante a compra conjunta de espaços de

8 Ver também Choi. eScarpa (1992)

7

propaganda para um novo creme dental, juntamente com o restante de sua linha de

produtos de saúde bucal, Johnson & Johnson pode obter descontos significativos.

Maiores economias de escopo em publicidade resultam da diversificação

internacional. Uma empresa como a Procter & Gamble gastará milhões de dólares no

desenvolvimento de campanhas publicitárias para o erest em outros países. A adaptação

dessa publicidade para o mercado brasileiro exigiria investimento adicional pequeno e

permitiria que a firma diluísse seus custos fixos de desenvolvimento sobre uma população

maior.

Os potenciais participantes também consideram o efeito que a propaganda

associada à extensão de um produto para cremes dentais exercerá sobre as vendas de suas

outras mercadorias. A análise econômica de uma marca comum de uma linha unificada de

produtos é similar à análise de seus efeitos em rede9.

Por ser tão eficiente na redução de custos, a extensão de marca já é muito

comum. De 1977 a 1984, aproximadamente 40% dos 120 a 175 produtos introduzidos nos

supermercados dos Estados Unidos anualmente eram extensões. 10 Números mais recentes

são ainda mais surpreendentes. Em 1992, setenta por cento dos 15.866 novos produtos de

saúde, beleza, casa e alimentação nos Estados Unidos eram, também, extensões. I I

111.2.3. Distribuição

Uma empresa que já utiliza uma rede de distribuição, própria ou de

terceiros, possui considerável vantagem na comercialização da extensão do produto. De

acordo com Aaker e Keller (1990), os empresários que já operavam com uma rede de

distribuição estabelecida tomaram-se os protagonistas do recente crescimento das

extensões de marca. A explicação é simples. Primeiramente, uma firma usando uma

extensão de produto evita os custos fixos associados com o estabelecimento de uma

sistema de distribuição a partir do zero. Em segundo lugar, uma firma com uma linha de

mercadorias diversificada atinge economias de escopo ao combinar embarque, estoque,

exibição e vendas de todos os seus produtos. Assim, o custo marginal de distribuição de

um produto adicional, como o creme dental, para uma firma com uma linha estabelecida

de cuidados orais ou produtos de saúde e limpeza seria pequeno.

9 Para uma discussão ampla dos efeitos de rede, ver Katz, M. e Shapiro, C. (1994), Besen, S. e Farrel, 1. (1994) e Liebowitz, S. e Margolis. S. (1994)

10 Ver Aaker e Keller (1990).

11 Esses números são relatados por Marketing Intelligence Service Ltd., MARKETING NEWS 27, pág. 10.

8

Adicionalmente, no mercado brasileiro existem vários grandes' grupos (tais

como Martins Comércio, Importação e Exportação Ltda., SBC Comércio e Importação

Ltda. e Peixoto Comércio e Importação Ltda.) que vendem serviços de distribuição por,

praticamente, todo território nacional. Essas redes de distribuição de terceiros praticam

preços muitas vezes menores do que os custos de se operar com uma rede própria. A título

de exemplo, tem-se o caso da Procter & Gamble que eliminou a rede de distribuição da

subsidiária Phebo do Nordeste, contratando a Martins Comércio, Importação e Exportação

Ltda. e a SBC Comércio e Importação Ltda. como prestadoras do serviço de entrega.

111.3. Custos de Troca

Em alguns produtos, a troca de marca é onerosa para os consumidores. Em

computadores, mudar de IBM para Apple é dispendioso porque é necessário aprender a

operar um novo tipo de sistema. As companhias aéreas criam custos de troca artificiais

através de ofertas de descontos especiais para os passageiros mais freqüentes, por

exemplo, programas de "milhagem". Os custos de troca são barreiras à entrada uma vez

que o novo entrante terá que induzir os consumidores a incorrerem em tais custos para

experimentarem seu produto.

Os custos de troca para cremes dentais são muito reduzidos. Todos os

cremes dentais são usados da mesma maneira com apenas um equipamento simples, e

nenhum dano ao consumidor pode ser causado pelo uso de um novo produto.

111.4. Reputação

Nesta seção, discrimina-se as circunstâncias sob as quais a reputação pode

atuar como uma barreira à entrada. Em uma das primeiras discussões sobre esta questão, o

Professor Bain cita quatro características da mercadoria que contribuem para as altas

barreiras: durabilidade, complexidade, a baixa freqüência de compras e o baixo

conhecimento do consumidor ou habilidade para avaliar o produto12•

Televisões e automóveis são bons exemplos de produtos para os quais a

reputação é uma barreira significativa à entrada. Sem usar um televisor ou um automóvel

por algum período de tempo, o consumidor tem dificuldade em julgar a qualidade e

12Yer Bain (1956).

9

durabilidade. Dessa fonna, a reputação do vendedor tem um papel importante quando se

compra uma televisão ou um automóvel.

o creme dental não possui nenhum dos atributos de um produto para o qual

a reputação pode agir como uma barreira significativa à entrada. O creme dental é barato,

não é durável e compra-se com freqüência. As características de uma marca de creme

dental não são dificeis de serem avaliadas, uma vez que padrões governamentais exigem

testes para: provar a qualidade e alterar a fónnula. Finalmente, os consumidores são muito

pouco prejudicados se compram uma marca de creme dental que lhes traz insatisfação,

tendo em vista que os testes governamentais exigem que os beneficios terapêuticos de um

creme dental sejam comprovados. Assim, o único prejuízo para os consumidores de um

produto ruim é o custo de um tubo de pasta de dente, e talvez um gosto desagradável

deixado na boca. Por conseguinte, os consumidores deveriam estar dispostos a

experimentar novos cremes dentais. J3

111.5. Restrições à Importação

Tarifas altas podem algumas vezes representar uma barreira à entrada. Uma

das fontes mais confiáveis de concorrência para muitos produtos é o mercado de

importados. Em especial, uma estratégia de conquistar uma participação em um

detenninado segmento seria: importar para em seguida expandir através da produção

local..

O caso chileno é um exemplo de obtenção de uma fatia considerável do

mercado via bens importados. Em 1993, ano de ingresso da pasta de dente Colgate no

Chile, a participação da Procter & Gamble e da Unilever somadas atingia,

aproximadamente, 99% da oferta de creme dental neste mercado relevante. Em 1995,

quando a tarifa de importação era de 11 %, a Colgate passou a atender a 11 % da demanda

chilena de pasta de dente através, apenas, da importação de suas fábricas dos EUA e da

Europa.

A tarifa brasileira não está elevada, tendo em vista que a Procter & Gamble,

a Smithkline Beecham e a Gillette estão importando os cremes dentais Crest, Acquafresh e

Oral B, respectivamente. A atual tarifa é relativamente baixa, quatro por cento, e, devido

13 De acordo com pesquisa realizada pela Marplan do Brasil Ltda, em 1993, no território brasileiro (Silo Paulo, capital e interior, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife), compreendendo um painel de 4.026 pesquisados, os consumidores trocam de marca de creme dental, em média, 5 (cinco) vezes ao longo da vida

10

ao processo de abertura que vive a economia brasileira, nenhum aumento da tarifa é

atualmente esperado.

111.6. Custo de Capital

Outra barreira comum à entrada reside nos custos de capital. No mercado

de creme dental, contudo, os potenciais entrantes são tão grandes ou maiores que os já

estabelecidos. O acesso ao capital a uma taxa de juro competitiva não é problema para

firmas do porte de Procter & Gamble, Gillette, Smithkline 8eecham, Johnson & Johnson,

Wamer-Lambert, Walmart ou Carrefour.

111.7. Preços Predatórios

Empresas podem provocar a saída ou impedir o ingresso de concorrentes

via prática de preços artificialmente baixos, também conhecida como política de preços

predatórios. Ao adotar tal estratégia, elimina-se a concorrência através da imposição de

lucro negativo às firmas do setor, pelo período de tempo necessário para suprimir a

competição. Por isso, preços predatórios requerem que o agente empreendedor tenha

recursos substancialmente maiores do que o de seus rivais. 14

No contexto do mercado brasileiro de creme dental, a política de preços

predatórios dificilmente ocorrerá já que Gessy Lever, Procter & Gamble, Smithkline

8eechman, Wamer-Lambert, Gillette, Carrefour, Walmart, Kolynos e Colgate são

empresas de grande porte e sabem que esta estratégia só lhes traria prejuízos financeiros.

111.8. Capacidade Excedente

Em trabalhos desenvolvidos por Spence e Dixit foram esclarecidas as

condições dentro das quais a capacidade excedente poderia operar como uma inibidora à

entradals. Para que isto ocorra, a capacidade excedente da empresa deve compor-se de uma

grande quantidade de insumos irrecobráveis. O aspecto do custo irrecuperável inserido na

capacidade excedente é fundamental, uma vez que obriga a empresa a expandir a produção

em face a uma nova entrada. Custos fixos não têm o mesmo compromisso de valor que os

14 Ver Tiro1e (1988)

15 Ver Spence (1977), Dixit (1979) e Dixit (1980). Uma resenha sobre o assunto pode ser encontrada em Schymura. (1991)

11

custos irrecuperáveis, tendo em vista que os investimentos fixos podem ser vendidos ou

dirigidos para a produção de outras mercadorias.

o compromisso por aumentar a produção em resposta a uma nova entrada

funciona como um desestímulo ao ingresso, porque convence os entrantes potenciais de

que a entrada não seria lucrativa. Se uma firma em operação aumenta a produção, em

resposta a um ingresso, o efeito daí gerado será o de provocar a queda dos preços e desviar

vendas do entrante.

Uma vez que os custos irrecuperáveis, relativamente à capacidade de

produção de creme dental são baixos, como visto na seção 111.2.1 ,a capacidade excedente

não gera o compromisso a uma empresa concorrente de aumentar sua produção em

resposta a uma entrada. Dessa forma, as capacidades excedentes de Colgate-Palmolive

Ltda. e da Unilever não geram um desestímulo à entrada.

111.9. Contração do Mercado

Ao se expandir a demanda em um mercado, onde não existem outras

expressivas barreiras à entrada, obtém-se: (i) uma possível queda no preço da mercadoria,

quando existem economias de escala na produção e; (ii) um provável aumento no número

de firmas no setor.

Desse modo, a expansão do mercado brasileiro de creme dental criará

oportunidades substanciais, uma vez que participantes interessados em aumentar suas

participações podem concentrar seus esforços na venda para novos demandantes. 16

IV. CONCLUSÃO

o mercado de creme dental tem como característica o elevado grau de

concentração na produção. Sendo assim, observam-se poucas empresas participando

ativamente deste segmento.

Ao se estudar as barreiras à entrada de empresas neste setor, avalia-se as

dificuldades que empresas de menor porte têm em adquirir uma fatia substancial deste

16 O mercado brasileiro de creme dental tem crescido e apresentado indicações de expansão. Segundo projeções da Anhur D. Little. "Aquisição da Kolynos pela Colgate-Palmolive Co", de junho de 1996, a demanda por creme dental terá crescido aproximadamente 108,7% até o ano de 2010.

12

mercado. Primeiramente, as propagandas são muito mais dispendiosas para as pequenas

empresas, uma vez que existem economias de escopo e de escala na publiCidade, isto é,

uma grande empresa pode diluir seus gastos através da propaganda de vários produtos ou

por intermédio da publicidade em vários países. Em segundo lugar, as economias de

escopo oriundas da estratégia de estender uma marca não é acessível a uma firma de

pequeno porte. Em terceiro lugar, o custo de capital é maior para as firmas pequenas. E,

finalmente, as empresas de pequeno porte não suportariam, por muito tempo, uma política

de preços predatórios.

N o que tange as firmas de grande porte, maIS especificamente as já

ingressas no segmento de higiene e limpeza ou no setor de varejo, as barreiras à entrada

(ou ao aumento da participação) no mercado brasileiro são pequenas.

Os únicos custos irrecuperáveis de entrada/expansão seriam os custos de

instalação de equipamentos e os custos de implementação da estratégia de extensão de

marca. Esses são custos relativamente pequenos para a entrada no mercado brasileiro de

cremes dentais.

Todas as outras barreiras à entrada são baixas. Não há barreiras absolutas à

entrada. Não há custos de troca no mercado de creme dental. A reputação não constitui um

obstáculo ao acesso. As tarifas de importação são baixas e portanto, não constituem uma

barreira substancial à entrada. Também, é esperado um aumento do consumo de produtos

de higiene bucal, aumentando a atratividade da entrada. Os custos de capital não

representam empecilho aos interessados no ingresso. Devido a seu tamanho, essas

empresas não serão ameaçadas por preços predatórios. E, finalmente, a capacidade

excedente não é suficiente para impedir o acesso da concorrência.

13

REFERÊNCIAS

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Economic Perspectives 8, págs. 93-115.

Liebowitz, S. e Margolis, S., 1994, "Network Externalities: An Uneommon Tragedy", The

Joumal of Economic Perspectives 8, págs. 133-150.

Ordover, J. e Baker, J., 1993, "Entry Analysis under the 1992 Horizontal Merger

Guidelines", Antitrust Law Joumal61, págs. 140.

Schymura, L., 1991, "Barreiras à Entrada nas Indústrias: O Papel da Firma Pioneira", Revista de Econometria 11, págs. 99-129.

Spence, M., 1977, "Entry, Capaeity, Investment and Oligopoly Pricing", BeU Joumal of Economics 8, págs. 534-544.

14

r-

Tauber, E., 1988, "Brand Leverage: Strategy for Growth in a Cost Control Worltl',

Joumal of Advertising Research 28, págs. 26-30.

Tirole, J., 1988, "The Theory of Industrial Organization", The MIT Press.

Wemerfelt, B., 1988, "Umbrella Branding as a Signal of New Product Quality: an

Example of Signalling by Posting a Bontl', Rand Joumal of Economics 19, págs. 458-466.

15

Ao

ENSAIOS ECONOMICOS DA EPGE

200. A VISÃO TEÓRICA SOBRE MODELOS PREVIDENCIÁRIOS: O CASO

BRASILEIRO - Luiz Guilhenne Schymura de Oliveira - Outubro de 1992 - 23 pág.

(esgotado)

201. HIPERINFLAÇÃO: CÂMBIO, MOEDA E ÂNCORAS NOMINAIS - Fernando de

Holanda Barbosa - Novembro de 1992 - 10 pág. (esgotado)

202. PREVIDÊNCIA SOCIAL: CIDADANIA E PROVISÃO - Clovis de Faro - Novembro de

1992 - 31 pág. (esgotado)

203. OS BANCOS ESTADUAIS E O DESCONTROLE FISCAL: ALGUNS ASPECTOS -

Sérgio Ribeiro da Costa Werlang e Annínio Fraga Neto - Novembro de 1992 - 24 pág.

(esgotado)

204. TEORIAS ECONÔMICAS: A MEIA-VERDADE TEMPORÁRIA - Antonio Maria da

Silveira - Dezembro de 1992 - 36 pág. (esgotado)

205. THE RICARDIAN VICE AND THE INDETERMINATION OF SENIOR - Antonio

Maria da Silveira - Dezembro de 1992 - 35 pág. (esgotado)

206. HIPERINFLAÇÃO E A FORMA FUNCIONAL DA EQUAÇÃO DE DEMANDA DE

MOEDA - Fernando de Holanda Barbosa - Janeiro de 1993 - 27 pág. (esgotado)

207. REFORMA FINANCEIRA - ASPECTOS GERAIS E ANÁLISE DO PROJETO DA LEI

COMPLEMENTAR - Rubens Penha Cysne - fevereiro de 1993 - 37 pág. (esgotado)

208. ABUSO ECONÔMICO E O CASO DA LEI 8.002 - Luiz Guilhenne Schymura de

Oliveira e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - fevereiro de 1993 - 18 pág. (esgotado)

209. ELEMENTOS DE UMA ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA

AGRICUL TURA BRASILEIRA - Antonio Salazar Pessoa Brandão e Eliseu Alves -

F evereiro de 1993 - 370pág. (esgotado)

210. PREVIDÊNCIA SOCIAL PÚBLICA: A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA - Hélio

Portocarrero de Castro, Luiz Guilhenne Schymura de Oliveira, Renato Fragelli Cardoso e

Uriel de Magalhães - Março de 1993 - 35 pág - (esgotado) .

211. OS SISTEMAS PREVIDENCIÁRIOS E UMA PROPOSTA PARA A REFORMULACAO

DO MODELO BRASILEIRO - Helio Portocarrero de Castro, Luiz Guilhenne Schymura

de Oliveira, Renato Fragelli Cardoso e Uriel de Magalhães - Março de 1993 - 43 pág. -

(esgotado)

212. THE INDETERMINATION OF SENIOR (OR THE INDETERMINATION OF

WAGNER) AND SCHMOLLER AS A SOCIAL ECONOMIST - Antonio Maria da

Silveira - Março de 1993 - 29 pág. (esgotado)

213. NASH EQUILIBRIUM UNDER KNIGHTIAN UNCERTAlNTY: BREAKING DOWN

BACKWARD INDUCTION (Extensively Revised Version) - James Dow e Sérgio Ribeiro

da Costa Werlang - Abril de 199336 pág. (esgotado)

r - - -- ---------------------------------

214. ON THE DIFFERENTIABILITY OF THE CONSUMER DEMAND FUNCTION - Paulo

Klinger Monteiro, Mário Rui Páscoa e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - Maio de 1993 -

19 pág. (esgotado)

215. DETERMINAÇÃO DE PREÇOS DE ATIVOS, ARBITRAGEM, MERCADO A TERMO

E MERCADO FUTURO - Sérgio Ribeiro da Costa Werlang e Flávio Auler - Agosto de

1993 - 69 pág. (esgotado).

216. SISTEMA MONETÁRIO VERSÃO REVISADA - Mario Henrique Simonsen e Rubens

Penha Cysne - Agosto de 1993 - 69 pág. (esgotado).

217. CAIXAS DE CONVERSÃO - Fernando Antônio Hadba - Agosto de 1993 - 28 pág.

218. A ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO MILITAR - Rubens Penha Cysne - Agosto

de 1993 - 50 pág. (esgotado).

219. IMPÔSTO INFLACIONÁRIO E TRANSFERÊNCIAS INFLACIONÁRIAS - Rubens

Penha Cysne - Agosto de 1993 - 14 pág. ( esgotado).

220. PREVISÕES DE Ml COM DADOS MENSAIS - Rubens Penha Cysne e João Victor

Issler - Setembro de 1993 - 20 pág. (esgotado)

221. TOPOLOGIA E CÁLCULO NO Rn - Rubens Penha Cysne e Humberto Moreira -

Setembro de 1993 - 106 pág. (esgotado)

222. EMPRÉSTIMOS DE MÉDIO E LONGO PRAZOS E INFLAÇÃO: A QUESTÃO DA

INDEXAÇÃO - Clovis de Faro - Outubro de 1993 - 23 pág.

223. ESTUDOS SOBRE A INDETERMINAÇÃO DE SENIOR, vol. 1 - Nelson H. Barbosa.

Fábio N.P. Freitas, Carlos F.L.R. Lopes, Marcos B. Monteiro, Antonio Maria da Silveira

(Coordenador) e Matias Vernengo - Outubro de 1993 - 249 pág (esgotado)

224. A SUBSTITUIÇÃO DE MOEDA NO BRASIL: A MOEDA INDEXADA - Fernando de

Holanda Barbosa e Pedro Luiz VaUs Pereira - Novembro de 1993 - 23 pág.

225. FINANCIAL INTEGRATION AND PUBLIC FINANCIAL INSTITUTIONS - Walter

Novaes e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - Novembro de 1993 - 29 pág

226. LA WS OF LARGE NUMBERS FOR NON-ADDITIVE PROBABILITIES - James Dowe

Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - Dezembro de 1993 - 26 pág.

227. A ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO MILITAR - VERSÃO REVISADA -

Rubens Penha Cysne - Janeiro de 1994 - 45 pág. (esgotado)

228. THE IMPACT OF PUBLIC CAPITAL AND PUBLIC INVESTMENT ON ECONOMIC

GROWTH: AN EMPIRICAL INVESTIGA TION - Pedro Cavalcanti Ferreira - Fevereiro

de 1994 - 37 pág. (esgotado)

229. FROM THE BRAZILIAN PAY AS VOU GO PENSION SYSTEM TO

CAPITALIZATION: BAILING OUT THE GOVERNMENT - José Luiz de Carvalho e

Clóvis de Faro - Fevereiro de 1994 - 24 pág.

230. ESTUDOS SOBRE A INDETERMINAÇÃO DE SENIOR - vol. 11 - Brena Paula Magno

Fernandez, Maria Tereza Garcia Duarte, Sergio Grumbach, Antonio Maria da Silveira

(Coordenador) - Fevereiro de 1994 - 51 pág.(esgotado)

2

231. ESTABILIZAÇÃO DE PREÇOS AGRÍCOLAS NO BRASIL: AVALIAÇÃO E I

PERSPECTIVAS - Clovis de Faro e José Luiz Carvalho - Março de 1994 - 33 pág.

(esgotado)

232. ESTIMA TING SECTORAL CYCLES USING COINTEGRA TION. AND COMMON

FEATURES - Robert F. Engle e João Victor Issler - Março de 1994 - 55 pág. (esgotado)

233. COMMON CYCLES IN MACROECONOMIC AGGREGATES - João Victor Issler e

Farshid Vahid - Abril de 1994 - 60 pág.

234. BANDAS DE CÂMBIO: TEORIA, EVIDÊNCIA EMPÍRICA E SUA POSSÍVEL

APLICAÇÃO NO BRASIL - Aloisio Pessoa de Araújo e Cypriano Lopes Feijó Filho -

Abril de 1994 - 98 pág. (esgotado)

235. O HEDGE DA DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA - Aloisio Pessoa de Araújo, Túlio Luz

Barbosa, Amélia de Fátima F. Semblano e Maria Haydée Morales - Abril de 1994 - 109

pág. (esgotado)

236. TESTING THE EXTERNALITIES HYPOTHESIS OF ENDOGENOUS GROWTH

USING COINTEGRATION - Pedro Cavalcanti Ferreira e João Victor Issler - Abril de

1994 - 37 pág. (esgotado)

237. THE BRAZILIAN SOCIAL SECURITY PROGRAM: DIAGNOSIS AND PROPOSAL

FOR REFORM - Renato Fragelli; Uriel de Magalhães; Helio Portocarrero e Luiz

Guilherme Schymura - Maio de 1994 - 32 pág.

238. REGIMES COMPLEMENTARES DE PREVIDÊNCIA - Hélio de Oliveira Portocarrero

de Castro, Luiz Guilherme Schymura de Oliveira, Renato Fragelli Cardoso, Sérgio Ribeiro

da Costa Werlang e Uriel de Magalhães - Maio de 1994 - 106 pág.

239. PUBLIC EXPENDITURES, TAXATION AND WELFARE MEASUREMENT - Pedro

Cavalcanti Ferreira - Maio de 1994 - 36 pág.

240. A NOTE ON POLICY, THE COMPOSITION OF PUBLIC EXPENDITURES AND

ECONOMIC GROWTH - Pedro Cavalcanti Ferreira - Maio de 1994 - 40 pág. (esgotado)

241. INFLAÇÃO E O PLANO FHC - Rubens Penha Cysne - Maio de 1994 - 26 pág. (esgotado)

242. INFLATIONARY BIAS AND STATE OWNED FINANCIAL INSTITUTIONS - Walter

Novaes Filho e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - Junho de 1994 -35 pág.

243. INTRODUÇÃO À INTEGRAÇÃO ESTOCÁSTICA - Paulo K1inger Monteiro - Junho de

1994 - 38 pág. (esgotado)

244. PURE ECONOMIC THEORIES: THE TEMPORARY HALF-TRUTH - Antonio M.

Silveira - Junho de 1994 - 23 pág. (esgotado)

245. WELFARE COSTS OF INFLATION - THE CASE FOR INTEREST-BEARING

MONEY AND EMPIRICAL ESTIMATES FOR BRAZIL - Mario Henrique Simonsen e

Rubens Penha Cysne - Julho de 1994 - 25 pág. (esgotado)

246. INFRAESTRUTURA PÚBLICA, PRODUTIVIDADE E CRESCIMENTO - Pedro

Cavalcanti Ferreira - Setembro de 1994 - 25 pág.

247. MACROECONOMIC POLICY AND CREDIBILITY: A COMPARATIVE STUDY DF

THE FACTORS AFFECTING BRAZILIAN AND ITALIAN INFLATION AFTER 1970

- Giuseppe Tullio e Mareio Ronci - Outubro de 1994 - 61 pág. (esgotado)

3

248. INFLATION AND DEBT INDEXATION: THE EQUIVALENCE OF TWO

ALTERNA TIVE SCHEMES FOR THE CASE OF PERIODIC PA YMENTS - Clovis de

Faro - Outubro de 1994 -18 pág.

249. CUSTOS DE BEM ESTAR DA INFLAÇÃO - O CASO COM MOEDA INDEXADA E

ESTIMATIVAS EMPÍRICAS PARA O BRASIL - Mario Henrique Simonsen e Rubens

Penha Cysne - Novembro de 1994 - 28 pág. (esgotado)

250. THE ECONOMIST MACHIAVELLI - Brena P. M. Femandez e Antonio M. Silveira -

Novembro de 1994 - 15 pág.

251. INFRAESTRUTURA NO BRASIL: ALGUNS FATOS ESTILIZADOS - Pedro

Cavalcanti Ferreira - Dezembro de 1994 - 33 pág. (esgotado)

252. ENTREPRENEURIAL RISK AND LABOUR'S SHARE IN OUTPUT - Renato Fragelli

Cardoso - Janeiro de 1995 - 22 pág.

253. TRADE OR INVESTMENT ? LOCATION DECISIONS UNDER REGIONAL

INTEGRATION - Marco Antonio F.de H. Cavalcanti e Renato G. Flôres Jr. - Janeiro de

1995 - 35 pág.

254. O SISTEMA FINANCEIRO OFICIAL E A QUEDA DAS TRANFERÊNCIAS

INFLACIONÁRIAS - Rubens Penha Cysne - Janeiro de 1995 - 32 pág. (esgotado)

255. CONVERGÊNCIA ENTRE A RENDA PER-CAPITA DOS ESTADOS BRASILEIROS­

Roberto G. Ellery Jr. e Pedro Cavalcanti G. Ferreira - Janeiro 1995 - 42 pág.

256. A COMMENT ON liRA TIONAL LEARNING LEAD TO NASH EQUILIBRIUM" BY

PROFESSORS EHUD KALAI EHUD EHUR - Alvaro Sandroni e Sergio Ribeiro da Costa

Werlang - Fevereiro de 1995 - 10 pág.

257. COMMON CYCLES IN MACROECONOMIC AGGREGATES (revised version) - João

Victor Issler e Farshid Vahid - Fevereiro de 1995 - 57 pág.

258. GROWTH, INCREASING RETURNS, AND PUBLIC INFRASTRUCTURE: TIMES

SERIES EVIDENCE (revised version) - Pedro Cavalcanti Ferreira e João Victor Issler -

Março de 1995 - 39 pág.(esgotado)

259. POLÍTICA CAMBIAL E O SALDO EM CONTA CORRENTE DO BALANÇO DE

PAGAMENTOS - Anais do Seminário realizado na Fundação Getulio Vargas no dia 08

de dezembro de 1994 - Rubens Penha Cysne (editor) - Março de 1995 - 47 pág. (esgotado)

260. ASPECTOS MACROECONÔMICOS DA ENTRADA DE CAPITAIS - Anais do

Seminário realizado na Fundação Getulio Vargas no dia 08 de dezembro de 1994 -

Rubens Penha Cysne (editor) - Março de 1995 - 48 pág. (esgotado)

261. DIFICULDADES DO SISTEMA BANCÁRIO COM AS RESTRIÇÕES ATUAIS E

COMPULSÓRIOS ELEVADOS - Anais do Seminário realizado na Fundação Getulio

Vargas no dia 09 de dezembro de 1994 - Rubens Penha Cysne (editor) - Março de 1995-

47 pág. (esgotado)

262. POLÍTICA MONETÁRIA: A TRANSIÇÃO DO MODELO ATUAL PARA O MODELO

CLÁSSICO - Anais do Seminário realizado na Fundação Getulio Vargas no dia 09 de

dezembro de 1994 - Rubens Penha Cysne ( editor) - Março de 1995 - 54 pág. (esgotado)

4

263. CITY SIZES AND INDUSTRY CONCENTRATION - Afonso Arinos de Mello Franco

Neto - Maio de 1995 - 38 pág.

264. WELF ARE AND FISCAL POLICY WITH PUBLIC GOODS AND INFRASTRUCTURE

(Revised Version) - Pedro Cavalcanti Ferreira - Maio de 1995 - 33 pág,

265. PROFIT SHARING WITH HETEROGENEOUS ENTREPRENEURIAL PROWESS -

Renato Fragelli Cardoso - Julho de 1995 - 36 pág.

266. A DINÂMICA MONETÁRIA DA HIPERINFLAÇÃO: CAGAN REVISIT ADO -

Fernando de Holanda Barbosa - Agosto de 1995 - 14 pág. (esgotado)

267. A SEDIÇÃO DA ESCOLHA PÚBLICA: VARIAÇÕES SOBRE O TEMA DE

REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS - Antonio Maria da Silveira - Agosto de 1995 - 24 pág.

268. A PERSPECTIVA DA ESCOLHA PÚBLICA E A TENDÊNCIA

INSTITUCIONALISTA DE KNIGHT - Antonio Maria da Silveira - Setembro de 1995 -

28 pág.

269. ON LONG-RUN PRICE COMOVEMENTS BETWEEN PAINTINGS AND PRlNTS -

Renato Flôres - Setembro de 1995 - 29 pág.

270. CRESCIMENTO ECONÔMICO, RENDIMENTOS CRESCENTES E CONCORRÊNCIA

MONOPOLISTA - Pedro Cavalcanti Ferreira e Roberto Ellery Junior - Outubro de 1995 -

32 pág. (esgotado)

271. POR UMA CIÊNCIA ECONÔMICA FILOSOFICAMENTE INFORMADA: A

INDETERMINAÇÃO DE SENIOR - Antonio Maria da Silveira - Outubro de 1995 - 25

pág. (esgotado)

272. ESTIMA TING THE TERM STRUCTURE OF VOLATILITY AND FIXED INCOME

DERIV A TIVE PRICING - Franklin de o. Gonçalves e João Victor Issler - Outubro de

1995 - 23 pág. (esgotado)

273. A MODEL TO ESTIMATE THE US TERM STRUCTURE OF INTEREST RATES -

Antonio Marcos Duarte Júnior e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang - Outubro de 1995 - 21

pág. (esgotado)

274. EDUCAÇÃO E INVESTIMENTOS EXTERNOS COMO DETERMINANTES DO

CRESCIMENTO A LONGO PRAZO - Gustavo Gonzaga, João Victor Issler e Guilherme

Cortella Marone - Novembro de 1995 - 34 pág.

275. DYNAMIC HEDONIC REGRESSIONS: COMPUTATION AND PROPERTIES - Renato

Galvão Flôres Junior e Victor Ginsburgh - Janeiro de 1996 - 21 pág.

276. FUNDAMENTOS DA TEORIA DAS OPÇÕES - Carlos Ivan Simonsen Leal - Fevereiro

de 1996 - 38 pág. (esgotado)

277. DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE UMA OpçÃO E ARBITRAGEM - Carlos Ivan

Simonsen Leal- Fevereiro 1996 - 55 pág. (esgotado)

278. SUST AINED GROWTH, GOVERNMENT EXPENDITURE AND INFLA TION - Pedro

Cavalcanti Ferreira - Fevereiro 1996 - 38 pág.

279. REFLEXOS DO PLANO REAL SOBRE O SISTEMA BANCÁRIO BRASILEIRO -

Rubens Penha Cysne e Sérgio Gustavo Silveira da Costa - Junho 1996 - 28 pág.

5

280. CURSO DE MATEMÁTICA PARA ECONOMISTAS, CAPÍTULOS I E 11: FUNÇÕES,

ÁLGEBRA LINEAR E APLICAÇÕES - Rubens Penha Cysne e Humberto de Athayde

Moreira - Junho 1996 -75 pág. (esgotado)

281. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PATROCINADA: VALE A PENA? - Clovis de

Faro e Moacyr Fioravante - Junho de 1996 - 23 pág.

282. OLIGOPOLISTIC COMPETITION UNDER KNIGHTIAN UNCERTAINTY - Hugo

Pedro Boff e Sérgio Ribeiro da Costa WerIang - Julho de 1996 - 37 pág.

283. CURSO DE MATEMÁTICA PARA ECONOMISTAS - CAPÍTULO IV: OTIMIZAÇÃO

ESTÁTICA - Rubens Penha Cysne e Humberto de Athayde Moreira - Julho de 1996 - 71

pág.

284. RIO DE JANEIRO E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA - Rubens Penha Cysne - Julho

de 1996 - 30 pág. . .. I

285. CURSO DE MATEMATICA PARA ECONOMISTAS CAPITULO 111: CALCULO NO

RD - Rubens Penha Cysne e Humberto Athayde Moreira - Agosto de 1996 - 106 pág.

286. REFLEXOS DO PLANO REAL SOBRE AS FINANCEIRAS - Rubens Penha Cysne e

Sergio Gustavo S. da Costa - Setembro de 1996 - 17 pág. (esgotado)

287. FUTUROS DE JUROS - Carlos Ivan Simonsen Leal- Setembro de 1996 - 49 pág.

288. PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL: POR UMA REFORMA MAIS DURADOURA -

Clovis de Faro - Setembro de 1996 - 38 pág.

289. CURSO DE MATEMÁTICA PARA ECONOMISTA - CAPÍTULO V: OTIMIZAÇÃO

DINÂMICA - Rubens Penha Cysne e Humberto de Athayde Moreira - Setembro de 1996

- 60 pág.

290. PERSPECTIVAS DE LONGO PRAZO DA ECONOMIA BRASILEIRA: UMA

ANÁLISE EXPLORATÓRIA - Pedro C. Ferreira - Outubro de 1996 - 40 pág.

291. INTEGRAÇÃO, CRESCIMENTO E BEM-ESTAR - Marcelo Leite de Moura e Silva e

Pedro C. Ferreira - Outubro de 1996 - 39 pág.

292. PROCESSUS STOCHASTIQUES EN FINANCE (lere partie) - Renato Flôres e Ariane

Szafarz - Novembro de 1996 - 31 pág.

293. ANAIS DO 11 ENCONTRO NACIONAL SOBRE POLÍTICA MONETÁRIA E

POLÍTICA CAMBIAL (Parte I) - SISTEMA FINANCEIRO E POLÍTICA MONETÁRIA

- Rubens Penha Cysne (editor) - Novembro de 1996 - 78 pág.

294. ANAIS DO 11 ENCONTRO NACIONAL SOBRE POLÍTICA MONETÁRIA E

POLÍTICA CAMBIAL (Parte 11) - BALANÇA COMERCIAL E FLUXO DE CAPITAIS -

Rubens Penha Cysne (editor) - Novembro de 1996 - 59 pág.

295. PROCESSUS STOCHASTIQUES EN FINANCE (2eme partie) - Renato Flôres e Ariane

Szafarz - Novembro de 1996 - 34 pág.

296. HIPERINFLAÇÃO: UMA ABORDAGEM NEOCLÁSSICA - Fernando de Holanda

Barbosa - Dezembro de 1996 - 23 pág.

297. INFRASTRUCTURE PRIVATIZATION IN A NEOCLASSICAL ECONOMY:

MACROECONOMIC IMPACT AND WELFARE COMPUTATION - Pedro Cavalcanti

Gomes Ferreira - Janeiro de 1997 - 28 pág.

6

298. A NOTE ON GROWTH, WELFARE AND PUBLIC POLICY (Revised Version) _ Pedro

Cavalcanti Gomes Ferreira - Janeiro 1997 - 22 pág.

299. BARREIRAS À ENTRADA: O CASO DO SETOR DE CREME DENTAL

BRASILEIRO - Luiz Guilherme Schymura - Janeiro 1997 - 24 pág. . .

000077643 7 1111111111111111111111111111111111111

N.Cham. PIEPGE EE 299

Autor: OLNEIRA, Luiz Guilherme Schymur Título: Barreiras a entrada: o caso do setor de creme denta

111IIIII1II FGV-BMHS

00077643 44680

N" Pat.:70197

l~

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