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Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Missões Nacionais Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Ponto de Vista Quarta edição da Conferência Nacional Multiplique surpreende participantes Página 07 Templo da Igreja Memorial Batista de Brasília - DF é reinaugurado Página 10 Batistas da Bahia celebram 135 anos de história; veja a matéria! Página 09 Confira o artigo: “Ministério diaconal exige preparo e obediência” Página 15 ISSN 1679-0189 Ano CXVI Edição 44 Domingo, 29.10.2017 R$ 3,20

ISSN 1679-0189 - Convenção Batista Brasileira - CBB · Além de falar da Reforma Protestante, O Jornal Batista, como é de costume, ... movida por Lutero os cinco pilares ou expressões

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Page 1: ISSN 1679-0189 - Convenção Batista Brasileira - CBB · Além de falar da Reforma Protestante, O Jornal Batista, como é de costume, ... movida por Lutero os cinco pilares ou expressões

o jornal batista – domingo, 29/10/17

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Missões Nacionais

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Ponto de Vista

Quarta edição da Conferência Nacional

Multiplique surpreende participantes

Página 07

Templo da Igreja Memorial Batista de Brasília - DF é

reinauguradoPágina 10

Batistas da Bahia celebram 135 anos

de história; veja a matéria!

Página 09

Confira o artigo: “Ministério diaconal

exige preparo e obediência”

Página 15

ISSN 1679-0189

Ano CXVIEdição 44Domingo, 29.10.2017R$ 3,20

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2 o jornal batista – domingo, 29/10/17 refl exão

E D I T O R I A L

500 anos depois...

Em outubro deste ano, comemoramos os 500 anos da Reforma Pro-testante. No dia 31

de outubro de 1517, o mon-ge alemão Martinho Lutero afixou na porta da Igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses, indo de encontro ao que a Igreja Católica pre-gava. Ele estava insatisfeito, percebeu que da maneira que estava não poderia ficar. Lutero propôs uma mudança radical, que mudaria a his-tória da Igreja de Cristo em todo o mundo.

A edição de OJB desta semana traz a colaboração de diversos autores sobre o tema. A Coluna Vida em

Família, por exemplo, apre-senta o artigo “Lutero em família”. O pastor Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pergunta: “Como vemos a Igreja após os 500 anos da Reforma Pro-testante?”

Para quem gosta de música, Joaquim Júnior, de Brasília--DF, fala sobre os “Outros hinos da reforma”. Você, que admira boa poesia, também tem espaço por aqui. Escolhe-mos “Os quinhentos anos da Reforma Protestante” para a sua apreciação. O pastor Almir de Oliveira fala dos “500 anos de uma Reforma que marcou a história!”, e o pastor Davi Nogueira traz um panorama histórico do assunto.

Pastor Jeferson Cristianini, de Bauru-SP nos conta sobre a “Reforma Protestante e seu legado”. Já Alonso Gonçal-ves, dá enfoque a uma das 5 Solas, a Sola Gratia. Levir Perea Merlo fala de outra re-forma, também muito impor-tante: a reforma do coração.

Além de falar da Reforma Protestante, O Jornal Batista, como é de costume, vai mos-trar o que tem acontecido nas Igrejas Batistas ao redor do Brasil, como o Congresso “Turma de Minas”, realizado pela Convenção Batista Mi-neira, e que reuniu mais de 800 jovens e adolescentes, entre o fim de setembro e início de outubro. Na Bahia,

nossos irmãos estão em festa: o trabalho Batista no estado completou 135 anos, e no dia 14 de outubro foi reali-zado um Culto de Gratidão a Deus, no templo da Filadélfia - Primeira Igreja Batista de Salvador. Na capital federal, o templo da Igreja Memorial Batista de Brasília foi reinau-gurado durante as comemo-rações do 57° aniversário da Igreja. Você vai conhecer também o trabalho da Juven-tude Batista e Adolescentes da Associação Centro, a JU-BADAC, que, em pouco mais de um ano, já colhe os frutos do trabalho realizado.

Que Deus te abençoe. Boa leitura!

O JORNAL BATISTAÓrgão ofi cial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profi ssional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios e assinaturas:[email protected]ções:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.batistas.com

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Infoglobo

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3o jornal batista – domingo, 29/10/17refl exão

Levir Perea Merlo, pastor, colaborador de OJB

“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai--vos pela renovação da vossa mente, para que experimen-teis qual seja a boa, agradá-vel, e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2)

O mês de outubro nos lembra de reformas. Refor-mar é construir de

novo, dar um novo sentido, começar uma nova história. Foi assim com a reforma em-preendida pelo jovem Josias,

Almir de Oliveira, pastor, colaborador de OJB

A Reforma Protestan-te, que completa 500 anos neste mês de Outubro, teve

como seu personagem prin-cipal o monge alemão Mar-tinho Lutero, que em um ato corajoso e histórico afixou na porta da Igreja de Witten-berg, no dia 31 de outubro de 1517, as 95 teses ou frases que formam a constituição da chamada Reforma Pro-testante, protestando contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo, com isso, uma reforma.

O pensamento inicial de Martinho Lutero não era romper com o catolicismo, mas, sim, através da apre-sentação dessas 95 teses, em

rei de Judá nos anos de 640 a 609 a. C, de acordo com II Reis 23. Foi assim com Marti-nho Lutero, que no dia 31 de outubro de 1517, desafiando o poderio político religioso da Igreja Romana afixou na Catedral de Witenberg, na Alemanha, suas 95 teses, que não tinha o objetivo de formar uma nova Igreja, mas o de de-nunciar os abusos da prática das indulgências, que con-sistia na compra de perdão e entrada dos fiéis no céu, cujo objetivo maior era arrecadar fundos para ajudar na constru-ção da catedral de São Pedro, no Vaticano, em Roma.

tom de protesto, promover o início de uma reforma. Na verdade, não alcançou o seu objetivo inicial, mas, o resultado foi muito além do que ele próprio esperava, pois, a partir do seu ato, foi inevitável seu rompimento com a Igreja Católica, que não aceitou e nem acolheu seus argumentos e as novas interpretações bíblico-teoló-gicas, vindo mais adiante a promover a chamada Con-trarreforma, no objetivo de combater a Reforma Protes-tante liderada por Martinho Lutero.

Assim, com a Reforma Pro-testante é estabelecido um “divisor de águas”, quando a Palavra de Deus, até então escondida a “sete chaves” pela Igreja Católica, começa a ter ênfase, sendo prega-

Através dos séculos, sem-pre houve e sempre haverá homens e mulheres com ide-ais de reformas e mudanças. No século passado tivemos alguns desses visionários: Gandh, na Índia, em 1947; Martin Luther King Jr., nos EUA, na década de 60; Mi-khail Gorbatchev, na Rússia, com a sua “Perestroyka”, de 1980-1991; e Nelson Mande-la, na África do Sul, contra a segregação racial.

No entanto, a melhor, a mais importante e a mais profunda reforma que existe é a reforma do coração, a mudança de vida, a vida de

da e ensinada abertamente, apresentando a verdade que estava sepultada e relegada a um esquecimento.

É bom ressaltar que Lutero não foi o único reformador. Outros reformadores, antes e depois dele, contribuíram para abrir os olhos do povo para as verdades reveladas na Palavra de Deus, as Es-crituras Sagradas. Podemos afirmar que esse movimento reformista cristão tem o seu ápice no início do século XVI, culminando com o ato de Lutero ao expor, publi-camente, suas 95 teses da referida Reforma.

Portanto, a Reforma Pro-testante exalta o valor das Sagradas Escrituras, dando à Palavra de Deus a impor-tância que foi esquecida, principalmente na chamada

santidade aos pés da “cruz”. É o cumprimento da profecia de Jeremias, dita no capítulo 31.33-34, para o novo Israel de Deus, a sua Igreja.

O mesmo que aconteceu com os perseguidores de Jesus, como Saulo de Tarso, doravante Paulo de Tarso, tem acontecido ao longo dos séculos com homens e mulheres que andavam completamente desiludidos, nas trevas da ignorância e pecados, como nos diz a Palavra: “...Jazendo no ma-ligno...” (I João 5.19) [grifo nosso], mas agora libertos, reformados, transformados

“Era das Trevas”, onde im-perou a idolatria, afastando ainda mais a humanidade da verdade bíblica.

Destaca-se na Reforma pro-movida por Lutero os cinco pilares ou expressões que sintetizam o que o reforma-dor alemão queria mostrar em seu protesto, a saber: Sola Scriptura (Somente a Escri-tura), Sola Fide (Somente a Fé), Solos Christus (Somente Cristo), Sola Gratia (Somente a Graça) e Soli Deo Glória (Somente a Deus Glória).

Devemos expressar nos-sa gratidão a Deus por esse acontecimento histórico, pois, a partir da Reforma, passamos a ter com mais intensidade a divulgação, o ensino, a pregação da Palavra de Deus, começando a ser impressa e chegando as mãos

e feitos novas criaturas (II Co 5.17).

Mas devemos lembrar que sempre existiu o perigo do comodismo, da indiferença para com as coisas do Reino de Deus e, por isso, a Palavra sempre nos exorta a vivermos em alertas! O texto de Roma-nos 12.2 é muito salutar para uma reflexão introspectiva. E quando reconhecemos a nos-sa total dependência Dele, passamos a ter uma vida ver-dadeiramente reformada e in-tegralmente submissa ao Seu senhorio. Que Ele sempre nos ajude nessa caminhada. Glória somente a Ele! Amém.

do povo, que começou a co-nhecer a verdade. O próprio Martinho Lutero se dedicou a traduzir a Bíblia Sagrada para a língua alemã, sendo isso também um marco para o aperfeiçoamento da gramá-tica alemã.

Sem dúvida, Lutero foi, pe-las mãos de Deus, um instru-mento vivo na proclamação da Verdade, sendo usado por Deus para proclamar que somente a Graça de Deus em Jesus Cristo é o caminho para a mudança de vida do homem, para que também tenha a sua história mudada, ou seja, para a sua reforma de vida espiritual. Então, como nos disse Lutero há 500 anos, digamos hoje: “Somente a Deus a Glória que lhe é de-vida, amém!”.

500 anos de uma Reforma que

marcou a história!

Vidas reformadas e integralmente

submissas a Cristo

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4 o jornal batista – domingo, 29/10/17 refl exão

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

A Bíblia perdida no Templo

“E Hilquias disse a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hi-lquias deu o livro a Safã.” (II Cr 34.15)

Parte da reforma espi-ritual promovida pelo rei Josias foi a recons-trução do Templo.

Para surpresa de todos, ao limparem alguns rolos manus-critos descobriu-se que aquele achado era o Livro da Lei, a Bíblia de então. “Hilquias dis-se ao secretário Safã: Encontrei o Livro da Lei no Templo do Senhor.” (II Cr 34.15)

Uma das razões da de-cadência religiosa do povo judeu, antes de Josias, foi exatamente a desobediência da Bíblia. Em função disso,

a vida do povo adoeceu, cheia de imortalidade, deso-nestidades, traições, famílias destruídas e religião pagani-zada. Em matéria de religião, o povo estava seguindo de tudo, menos a Bíblia.

Observadores do povo cris-tão hoje em dia descobrem muitas semelhanças entre o período anterior ao aviva-mento do rei Josias e o nosso tempo atual. O fato de que muitas Igrejas estão pregan-do todo tipo de mensagem, menos a bíblica, explica o destempero espiritual do nos-so povo. É urgente descobrir a Bíblia em nossos templos, e entronizá-la no seu lugar devido. Acima de tudo, en-tronizar a Bíblia em nosso coração.

Alonso de S. Gonçalves pastor, colaborador de OJB

Antes de ser também uma questão teoló-gica, a Sola Gratia está, intrinsecamen-

te, ligada a um contexto con-turbado na Europa nos anos que antecederam a Reforma. Para Jean Delumeau, havia uma angústia coletiva para uma gente que enfrentara nu-merosas crises, dentre elas, a Guerra dos Cem Anos e a Peste Negra. Delumeau indi-ca que a opção pela Reforma foi, também, uma maneira de encontrar respostas para a insegurança que assolava o velho continente.1

A Igreja de então, por sua vez, fornecia essa segurança por meio dos sacramentos. Assim, uma vez administrada pela Igreja, a graça se dava pela mediação da hierarquia e dos sacramentos. O sistema funcionava tendo a Igreja como indicadora de um ca-minho seguro, oferecendo um status confiante em meio a ad-ministração dos sacramentos constituídos como meios da graça. De certa forma, a Igreja detinha o controle, principal-mente, quando um sacerdote administrava os sacramentos.2

É nesse contexto que Lu-tero surge com a Sola Gra-

tia. Lutero percebeu que o sistema não cumpria o que prometia, a segurança da salvação. É aqui que ele des-cobre um outro caminho quando lê as Escrituras (Ro-manos). Não entraremos em detalhes quanto a essa des-coberta, uma vez que a vida do monge agostiniano está muito bem documentada, onde é possível perceber o quanto a culpa o consumia diante da grandeza de Deus em contraste com a sua vida, entregue a miserabilidade da existência. Daí também a sua antropologia pessimista.

Quando Lutero se deparou com a graça, percebeu que: Deus nos oferece gratuita-mente tudo que não somos capazes: não somos apenas perdoados, mas estamos jus-tificados diante dEle. Estava aí o início de uma extraordi-nária experiência com Deus, a de que Deus, em amor e graça, liberta dos jugos que promovem a culpa e a inse-gurança. Agora, para Lutero e outros reformadores, Deus está presente por toda parte e, por graça, sustenta, promo-ve, liberta e conduz. Esse é um canto de liberdade diante de um sistema que aprisiona-va por meio da consecução dos sacramentos.

A questão central na Sola

Gratia se dá na percepção de que Deus está no centro da existência humana, ativo em toda a história, sempre tomando a iniciativa para se aproximar dos seres huma-nos. A descoberta de Lutero abriu uma nova janela por onde um ar fresco e acon-chegante entrou: a Graça de Deus sustenta a vida, portan-to, vivamos, Deus já cuidou de tudo, principalmente da eternidade!

A Sola Gratia está para além da letra, ela é integrado-ra do ser, não está atrelada a qualquer meio de aprisiona-mento, porque esse Deus de graça é livre e nos chama à liberdade. Por isso, podemos cantar: “Graça! Que maravi-lhosa graça! / É imensurável e sem fim / É maravilhosa, é tão grandiosa / é suficiente para mim”.

Quando comemoramos 500 anos da Reforma Protes-tante, temos a oportunidade de iluminar, mais uma vez e quantas vezes for preciso, os pilares pelos quais podemos nos sustentar. A Sola Gratia é, indiscutivelmente, um desses pilares.

É inconcebível posturas de-marcatórias, tanto de Igrejas, como de pessoas (líderes) da Graça de Deus, ou seja, não é possível uma Igreja que ca-

Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

O peso e o legado da Reforma Pro-testante é que de-vemos crer e ensi-

nar os cinco pilares, “as cinco solas” (cinc o somente): Sola Scriptura (Somente a Bíblia e toda a Bíblia); Solus Christus (Somente Cristo); Sola Gratia (Somente a Graça); Sola Fide (Somente a Fé); Soli Deo Glo-ria (Somente a Deus Glória). O Povo de Deus deve crer

que esses pilares são funda-mentais para a saúde da Igreja e da fé cristã.

O Povo de Deus deve pre-gar e ensinar que a Bíblia é a Palavra de Deus, a regra de fé e prática da vida do cristão, e que todo cristão vive e segue a orientação pela meditação e leitura das Sagradas Escrituras. O Povo de Deus deve adorar somente a Jesus, o Cabeça da Igreja, o Salvador e Senhor das nossas vidas e, assim, toda honra, glória e louvor devem ser dados a Jesus, Cordeiro de

Deus, que tira o pecado do mundo. Essa adoração exclu-siva a Jesus Cristo expulsa o misticismo, o sincretismo, a compra de indulgências e a idolatria. Para os reformados, só há adoração a Jesus Cristo, Senhor e Salvador de nossas almas.

O Povo de Deus deve ser alimentado pela Graça de Cristo, graça que nos oferece a salvação por meio da fé, que diz que Deus fez tudo em nosso lugar, que nos ama com amor eterno, e que nós

somos chamados ao Seu Rei-no através dessa graça, favor imerecido. A Reforma nos trouxe esse legado: somos salvos pela graça e não por obras ou “qualidades” pes-soais.

A Reforma nos trouxe a cer-teza e segurança que somos salvos pela fé, e que vivemos pela fé, confiados na Graça de Deus e no sacrifício de Jesus, que pagou por nossos pecados, nos absolveu da condenação eterna e da ira do Senhor e nos redimiu por

completo. Por isso, o Povo de Deus vive pela fé e não pelas coisas que veem. A última Sola fala da glória so-mente a Deus, pois o Senhor não divide a Sua glória com ninguém. A Reforma lem-brou aos cristãos que fomos criados para a Glória de Deus e que devemos viver para a glória dEle.

Louvado seja Deus e que a Igreja do Senhor Jesus conti-nue sempre em reforma para cumprir Sua missão.

Reforma 500 anos: Sola Gratia

Reforma Protestante e seu legado

minha a partir da tradição da Reforma determinar a ação de Deus, cerceando o seu agir, dizer quem Deus aceita e quem Ele rejeita, como se assim fosse possível dimen-sionar o pecado melhor do que o próprio Deus!

A graça está dada como uma marca indelével da

Igreja; ela é celebrada na Reforma porque foi possível entender que Deus é Deus.

1 DELUMEAU, Jean. Nascimen-to e afirmação da Reforma. São Paulo: Pioneira, 1989, p. 60.

2 SHAULL, Richard. A Reforma protestante e a teologia da liber-tação. São Paulo: Pendão Real, 1993, p. 39-41.

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5o jornal batista – domingo, 29/10/17refl exão

Os justos, ao morrerem, vão logo para o céu.

Há pessoas que procuram contestar o ensino claro das Escrituras sobre o estado de-sincorporado dos mortos. Ba-seiam-se elas em textos bíblicos que nada lhes oferecem para escorar sua doutrina do “sono da alma”, que é, especialmen-te, esposada pelos sabatistas.

Em Lucas 23.43, lê-se: “Res-pondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Para que sirva aos seus planos doutrinários, eles colocam dois pontos após a palavra hoje e, assim, fica o texto: “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo hoje: esta-rás comigo no paraíso”. Desse modo, o texto fica totalmente modificado. Segundo essa lei-tura, um dia o crente irá para a bem-aventurança eterna, mas não se sabe quando.

Outros não usam do expe-diente acima citado, mas pro-curam afirmar que o paraíso não é o céu.

Dizem os sabatistas que, ao morrer, o crente fica dormindo na sepultura. O corpo se de-compõe, mas a alma fica ali. Só na volta de Cristo, ouvindo a Sua voz, ele acordará e, então, haverá a ressurreição e, em seguida, o juízo.

Dizem que o texto de Lucas 23.43 não prova que Jesus foi ao céu com o ladrão arre-pendido, no dia em que ele morreu. Para provar isso, ci-tam João 3.13, que diz: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem”. À primeira vista, parece realmente contradição. Mas, não o é. O leitor desavi-sado pode cair na armadilha dos que acatam a doutrina do “sono da alma”. O que ocorre é que a pessoa não familiarizada com as regras de hermenêutica bíblica, se deixa induzir por explicações que não são plau-síveis com o teor da Bíblia, no que tange ao destino dos que partem para o além.

O leitor deverá verificar que Jesus está tendo um colóquio

com Nicodemos (João 3.1-21). Esse surpreende-se, deslumbra--se com os maravilhosos ensi-nos que Jesus apresenta sobre o novo nascimento (João 3.7). Jesus lhe diz: “Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?” (v. 10). E Jesus ainda adiciona: “Em verdade, em ver-dade, te digo que nós dizemos o que sabemos e testemunha-mos o que temos visto; e não aceitais o nosso testemunho!” (v. 11). Aqui é Jesus quem se admira da ignorância de um reputado mestre em Israel, que ignora as coisas mais simples sobre o Reino de Deus. Jesus, então, adiciona: “Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (v. 12).

The Interpreter’s Bible, co-mentando sobre este texto, diz:

“Nosso Senhor estava fran-camente desapontado com Nicodemos...Se nós nos escan-dalizamos com os ensinos de coisas terrenas para as quais há analogias humanas e que po-dem ser verificadas pela expe-riência humana, como podere-mos nos aprofundar nas coisas de Deus, para entendermos as coisas celestiais? Somente um que tenha conhecimento direto dessas coisas pode comunicá--las a nós. Somente o Filho do homem que esteve no céu e que desceu do céu é que pode fazer isso.

“As coisas celestiais são aqueles mistérios que homem algum pode declarar, mas so-mente podem ser declarados pelo Filho do homem, que desceu do céu. Ninguém ja-mais subiu ao céu para trazer os segredos divinos.”

Com as palavras, “Ora, nin-guém subiu ao céu senão o que desceu do céu, o Filho do homem”, é como se Jesus estivesse desmentindo a tra-dição rabínica que dizia que Moisés tinha subido ao céu para trazer as tábuas das dez palavras. É que “Moisés, sendo mero homem, não fora capaz de subir ao céu, à esfera da realidade absoluta, para trazer a

este mundo as fontes da vida”, como escreve J.W. Shepard, na obra The Christ of the Gospels, página 102.

O ínclito teólogo W. C. Taylor, em seu comentário ao Evangelho de João (3 volumes, totalizando 1.214 páginas), co-mentando o texto “Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai...” (Jo 20.17), decla-ra: “Traduzindo ‘Não subi’, os curiosos e os autores de credos e dogmas , de teorias sabatis-tas, de sistemas de doutrinas anti-bíblicas a respeito do estado ‘intermediário’ (entre a morte e a ressurreição), todos esses apro-veitadores heterogêneos dessa tradução errada estabelecem, nas suas próprias cabeças, anar-quia a respeito do testemunho da Bíblia. Investem com uma Escritura contra outra Escritura e ficam com aquela que lhes parece mais útil para seus fins”.

E, mais à frente, o doutor Taylor acentua: “Menciono Atos 2.34, a fim de demonstrar que a tradução aqui discutida não deve ser igual à de Atos 2.34, mas fiel ao tempo diferen-te do verbo que, em João 20.17, é o perfeito. Eu não subi de modo a permanecer atualmente face a face com o Pai lá no céu. Estou aqui, mas não para ficar. É um intervalo curto entre minha visita ao céu ontem e a minha ida definitiva para o Pai, na hora da minha ascensão. Ainda não ascendi, não tive essa ascensão, de modo a ser minha subida definitiva ao céu para ocupar meu trono mediatório. Esse é o sentido do que Jesus disse a Maria Madalena. Jesus absolu-tamente não disse: ‘Não subi ao Pai’.” Traduzir assim é pecado contra sua linguagem. No mo-mento de sua morte, Ele bradou em alta voz: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.46). Ele disse ao criminoso convertido, em uma das cruzes do Calvário: “Hoje estarás co-migo no paraíso” (Lucas 23.43). João diz que Ele “rendeu o es-pírito”. A quem, senão ao Pai? Para onde, senão para a casa de seu Pai, em doce antecipação

de sua volta definitiva daí a uns quarenta dias? Mas, o tempo perfeito do verbo ascender trata de sua ascensão formal. Jesus foi ao céu quando morreu, mas subiu definitivamente para o céu e ficou, na ascensão. Nós nos unimos com Ele no céu no momento da nossa morte.” (Taylor, W.C. Evangelho de João. Rio: Casa Publicadora Ba-tista, 1945, 1o volume, página 325-326).

Meu mestre de escatologia, no Southwestern Baptist The-ological Seminariy, em Fort Worth, Texas, USA, doutor Ray Summers, afirmava: “Os justos desincorporados estão com Deus. A declaração em Ecle-siastes 12.7, de que o espírito volta a Deus, que o deu, acha--se repetida em passagens do Novo Testamento” (Summers, R. A Vida no Além. Rio: JUERP, 2a ed, tradução de A. Ben Oli-ver, 1979, pág. 31).

Em meu livro, “Dificuldades Bíblicas e Outros Estudos”, vo-lume 1, 2a edição, ao comentar sobre João 3.23 e 20.17, cito muitos teólogos que abonam a doutrina que esposamos neste artigo. Todos são unânimes em afirmar a mesma verdade aqui apresentada, de que Jesus, ao expirar na cruz, foi imediata-mente ao paraíso, levando para lá como um troféu de sua obra realizada aqui na terra o ladrão que se convertera.

Os ímpios, aos morrerem, vão logo para o inferno.

Isso é o que ensina a Escritura Sagrada. Na célebre parábo-la do “Rico e Lázaro” (Lucas 16.19-31), Jesus inculca jus-tamente esse ensino. Lázaro está no “seio de Abraão”. Essa é uma expressão metafórica da presença de Deus. Abraão, o “pai da fé”, o “amigo de Deus”, é tido, entre os judeus, como a figura máxima, porque Deus lhe fez a promessa de fazer dele uma grande nação (Gê-nesis 12.1-3). Daí usarem a expressão “Estar no seio de Abraão”, que equivalia a di-zer estar gozando das delícias

celestiais. Essa expressão “seio de Abraão” e “paraíso” são sinônimos de céu.

Já o rico epulão está no Hades (inferno), de onde, ao erguer os olhos, estando em tormentos, “Viu ao longe a Abraão e Lázaro, no seu seio” (Lucas 16.23b).

Doutor Ray Summers, co-menta: “Os maus desincorpora-dos estão sofrendo castigo. Foi assim o caso do rico. Ele mor-reu e achou-se imediatemente em estado de tormento. A in-tensidade de seu sofrimento se reflete na sua súplica pelo mi-nistério confortador de Lázaro e no desejo de que seus irmãos escapassem daquele destino” (Summers, R., op. cit. p. 35).

A “Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasi-leira” assim diz no item XVIII, sobre a morte: “Com a morte, está definido o destino eter-no de cada homem. Pela fé nos méritos do sacrifício subs-titutivo de Cristo na cruz, a morte do crente deixa de ser tragédia, pois ela o transporta para um estado de completa e constante felicidade na pre-sença de Deus. A esse estado de felicidade as Escrituras cha-mam ‘dormir no Senhor’ (Dn 12.2,3; Jo 5.28,29; At 24.15; I Co 15.12-24). Os incrédulos e impenitentes entram, a partir da morte, em um estado de se-paração definitiva de Deus (Mt 13.49,50; 25.14-46; At 10.42; I Co 4.5; I Co 5.10; II Tm 4.1; Hb 9.27; II Pe 2.9; 3.7; I Jo 4.17; Ap 20.11-15; 22.11,12).

ConclusãoPelo que expusemos, usando

os textos bíblicos e de acordo com os seus contextos, e mais as citações de eminentes teó-logos Batistas e a “Declaração Doutrinária da Convenção Ba-tista Brasileira”, não fica dúvida de que a resposta à pergunta “Onde estão os mortos?” é essa mesma: Os justos estão no céu e os ímpios estão no inferno.

Continuarei a escrever sobre o assunto em outro número deste periódico.

Ebenézer Soares Ferreira Diretor-geral do Seminário

Teológico Batista de Niterói – RJ

DIFICULDADES BÍBLICAS E OUTROS ASSUNTOS

Onde estão os mortos? (Parte I)

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6 o jornal batista – domingo, 29/10/17 refl exão

vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

Todos os pais desejam o melhor para seus fi-lhos. Os pais de Mar-tinho Lutero também

desejavam uma boa carreira para ele, nascido no dia 10 de novembro de 1483, em Eisleben. Seu pai, homem simples, que trabalhava em minas, tinha grandes sonhos para ele. Em busca desses sonhos, logo que Lutero nas-ceu a família mudou-se para Mansfeld, com o intuito de dar uma boa formação na área do direito. Enquanto preparava-se para ser um bri-lhante advogado, a morte de um amigo e uma tempestade, quando um raio quase lhe ti-rou a vida, foram usados por Deus para dar uma guinada em sua trajetória.

Preocupado com sua sal-vação, deixou o curso de di-reito e ingressou no mosteiro

dos eremitas agostinianos. A partir dali, Deus começou a falar ao seu coração sobre a justificação pela fé e a não se conformar com as orienta-ções religiosas do seu tempo, até que rompeu com a Igreja Católica de sua época e co-meçou a liderar um grande movimento, que mudou a história da humanidade: a Reforma Protestante.

Esses fatos nos lembram que os filhos, como dizem as Escrituras, “São herança do Senhor” (Sl 127.3). Devemos, como pais, esforçar-nos para dar-lhes o melhor. Podemos ter sonhos para eles, mas, como pais cristãos, devemos sempre orar para que sejam usados por Deus e deixar que o próprio Senhor con-duza suas vidas. Os pais de Martinho Lutero desejavam que seu filho fosse um bri-

lhante advogado, mas Deus tinha algo muito mais subli-me para ele. Não é errado ter sonhos para os nossos filhos, contudo, o mais im-portante é desejar no coração que os sonhos de Deus para suas vidas sejam realmente concretizados. Nossos filhos não são nossos, são de Deus. Somos apenas mordomos e devemos nos alegrar em ver Deus realizar Sua soberana vontade na vida deles.

Já adulto, Martinho Lutero casou-se com Catalina von Bora, 16 anos mais nova do que ele, e tiveram seis filhos. Uma das característi-cas da família de Lutero foi o valor que ele dava para as conversas ao redor da mesa. Diz a história, que no lar de Lutero e Catalina, as por-tas sempre estavam abertas para numerosos estudantes

que sentavam-se ao redor da mesa para aprender do grande teólogo. As “palestras à mesa”, como era conhecido aquele momento, serviram para fazer muitos discípulos e formar diversos líderes para o protestantismo nascente.

Um belo exemplo a ser imitado. Talvez, não tenha-mos estudantes de teologia em nossa casa, mas podemos aproveitar os momentos ao redor da mesa para discipular os nossos filhos. Um dos me-lhores lugares para falarmos de Deus com os nossos fa-miliares e amigos que entram em nossa casa é, sem dúvida, ao redor da mesa. Naquele momento que desfrutamos do prazer do alimento, po-demos falar da bondade, do amor, do perdão de Deus e do quanto Ele deseja que andemos em seus caminhos.

Antes de Lutero, Jesus já sabia do valor de uma boa conversa enquanto saboreava uma boa refeição. Um dos seus métodos favoritos de discipulado era a conversa enquanto se alimentava. Nós também podemos fazer isso. Basta desligar a televisão, o telefone convencional e o celular, e iniciarmos com nossos filhos e família boas conversas que poderão tornar nossos familiares melhores discípulos de Jesus Cristo.

Quando o mundo celebra os 500 anos do Dia da Refor-ma Protestante, que aprenda-mos essas lições, da vida fami-liar de Lutero, para as nossas famílias nos dias de hoje.

Pr. Gilson BifanoDiretor do Ministério OIKOS

e de Livres para Amar àManeira de Deus / Brasil.

Edson Landi, pastor, colaborador de OJB

Salomão, o homem que recebeu de Deus muita sabedoria e riqueza (I Cr 1.12),

também foi capaz de ter 700 esposas e 300 concubinas, que lhe perverteram o co-ração (I Reis 11.3). Durante uma parte de sua vida, a sua grande preocupação não era agradar a Deus e sim a si próprio: “E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei” (Ec 2.10). Salomão tinha poder

e autoridade, era rei; possuía muitas riquezas e tinha pres-tígio. Sua sabedoria atraía pessoas de todas as partes (II Cr 9.1-8). Assim, o filho de Davi tinha ao seu alcance tudo o que seus olhos viam e desejavam; é aí que mora o perigo. Viu, desejou, exe-cutou. Assim viveu Salomão durante boa parte de sua vida.

Lendo Eclesiastes, nos de-paramos com um desabafo do autor. Vemos alguém frustrado com a vida e con-sigo mesmo. Um homem que olha para o seu passado

e afirma que “Tudo é vaida-de” (Ec 1.2). A frustração de Salomão é o resultado dele não ter negado tudo aquilo que os seus olhos viram e desejaram.

Jó era um “Homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1). Ao contrário de Salomão, ele compreendia que muitos dos nossos pecados nascem no olhar. Ele nos adianta aquilo que Jesus dirá muito tempo depois, que os olhos “São a candeia do corpo” (Mt 6.22). Dessa forma, ele diz: “Fiz aliança com os meus olhos;

como, pois, os fixaria numa virgem?” (Jó 31.1).

Jó foi integro por toda a sua vida. Lutou para que seus olhos não o afastassem de Deus. Ao contrário de Sa-lomão, ele chega ao fim da vida plenamente realizado, apesar de seu sofrimento in-tenso. Assim, ele diz: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42.5). Os olhos que Jó cuidava para que não se tornassem uma janela aberta ao pecado são os mesmos que agora enxer-gam a Deus. A realização

experimentada por esse ho-mem é o resultado de uma vida que lutou contra o pe-cado e, como consequência disso, desenvolveu um rela-cionamento profundo com o Senhor.

Dois grandes homens da Bíblia, duas atitudes dife-rentes e com diferentes des-fechos. O que cuidou dos olhos chega ao fim da vida realizado. O que não cui-dou, conviveu com o pecado e encontrou a frustração. E você? Qual tem sido a sua atitude em relação aos seus olhos?

Lutero em família

Frustração e realização

a partir dos olhos

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7o jornal batista – domingo, 29/10/17missões nacionais

Mais de mil líderes e pastores do Bra-sil e do mundo se reuniram entre os

dias 17 e 20 de outubro, em Águas de Lindóia, no interior de São Paulo, para a realização da quarta edição da Confe-rência Nacional Multiplique 2017, com o tema “Siga-me: um chamado para morrer, um chamado para viver”, promo-vida pela Junta de Missões Nacionais da CBB. Foram dias de ampla troca de experiências e exortação. Pastores e líderes apresentaram seus trabalhos e testemunhos de como estão aplicando a visão da Igreja Multiplicadora em diferentes frentes de atuação. Para o pas-tor Fabrício Freitas, gerente de executivo de evangelismo da JMN, “Foi um tempo de cele-bração e unidade entre líderes e pastores Batistas brasileiros para unidos ganharem a Pátria para Cristo”.

Os preletores oficiais do evento, os pastores David Platt, presidente da International Mis-sion Board, Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais, Roberto Silvado, presidente da Convenção Batis-ta Brasileira, William Salgado, da Primeira Igreja Batista de Campo Grande - MS, Samuel Moutta, gerente-executivo de Missões da JMN e Walmir An-drade, também autor e edu-cador cristão, conduziram as

plenárias principais que ressal-taram a importância de reforçar o tempo de oração, de estudo bíblico, de jejum e motivaram os conferencistas a serem e gerarem discípulos como se-guidores de Cristo.

O doutor David Platt apre-sentou uma série de mensagens com o tema “Igreja Radical: se-guindo Jesus a qualquer custo”. Nas preleções, ele conceituou o que é “seguir a Jesus” e o que isso significa na vida de um cristão comprometido com a visão de formar líderes. Platt afirmou que “Precisamos sentir o peso da responsabilidade da-quele que diz ‘Siga-me’. E que quando entendemos quem é esse que chama, entendemos que Ele é digno de que sigamos a Ele. Digno da adoração supre-ma. Tantas pessoas no mundo dizem que são seguidoras de Jesus, mas suas vidas são iguais às do resto do mundo”.

Crianças também puderam aprender mais sobre evange-lização e discipulado através do Multiplique Infantil, que aconteceu paralelamente ao encontro. Mais de 40 crianças participaram das atividades programadas.

O cantor Asaph Borba, autor dos sucessos “Alto Preço” e “Jesus em Tua presença”, con-duziu o momento de louvor junto com o ministério Primeira Essência, de Jundiaí - SP. Os participantes entoaram juntos

canções de adoração em todos os dias de evento. O Coro da Cristolândia São Paulo também participou da segunda noite do Multiplique 2017, cantando o hino oficial da Campanha de Missões Nacionais, “Entre o antes e o depois”.

Pastor João Marcos, diretor executivo da Junta de Missões Mundiais, compartilhou sobre multiplicação de discípulos em um cenário de perseguição religiosa e hostilidade em todo mundo. Deus tem levantado pessoas destemidas em cumprir o ide e o Evangelho de Jesus.

Na Conferência Nacional Multiplique 2017, a Livraria de Missões Nacionais lançou três novos títulos para o público cristão. Os livros têm o intuito de propagar ainda mais a ne-cessidade de evangelização e discipulado em nossas Igrejas, tendo como alvo crianças ou adultos. Em “Igreja Radical: seguindo Jesus a qualquer cus-to”, o pastor e doutor David Platt, autor best-seller nos Esta-dos Unidos e principal preletor da Conferência Multiplique

2017, traz uma abordagem de-safiadora sobre o que significa para uma Igreja inteira negar a si mesma e assumir o Evan-gelho de forma radical. No “A Lista de Zequinha”, o segundo infantil que tem o personagem como protagonista, ensina as crianças como interceder pela salvação de seus amiguinhos. A autoria é da missionária e líder na área de Evangelização Disci-puladora de Crianças, Jaqueline da Hora Santos. E em “Supervi-são”, com a autoria de William Salgado, experiente supervisor, coordenador e pastor de rede de PGMs da Igreja Batista de Campo Grande/MS. No livro, ele ensina como implementar a supervisão em uma Igreja Multiplicadora, tendo por fun-damento o relacionamento discipulador entre líderes.

A última noite foi de home-nagens ao pastor David Platt e aos americanos que o acompa-nharam na caravana dos Esta-dos Unidos. O pastor Fernando Brandão relembrou a trajetória dos americanos em sua chega-da ao Brasil para a pregação do

Evangelho e enfatizou que os Batistas brasileiros têm honrado esse pioneirismo com a pro-pagação do Evangelho. “Diga aos americanos que a visão que eles plantaram aqui não morreu e nós vamos continuar avançando para conquistar o Brasil”, declarou o pastor.

Quem não pôde comparecer acompanhou a Conferência Nacional pelas redes sociais. Mais de 7 mil pessoas assisti-ram a transmissão ao vivo pelo Facebook e puderam ouvir as mensagens. Em breve, os materiais estarão disponíveis. Acompanhe as novidades pelos sites igrejamultiplicadora.org.br e missoesnacionais.org.br

A quinta edição da confe-rência já está com as inscri-ções abertas. Será de 23 a 26 de outubro de 2018, com o tema “Primitive-se: de volta ao princípio”, também no Hotel Majestic, em Águas de Lindóia, interior de São Paulo. Acesse www.e-inscricao.com/jmn/multiplique2018 e garanta já a sua participação.

Pastores, líderes e suas famí-lias se despediram da Conferên-cia Nacional Multiplique 2017 renovados e comprometidos com um modelo de Igreja e de ministério segundo a Palavra de Deus, que busca aplicar a visão da Igreja Multiplicadora, expandindo o Reino e forman-do discípulos para a G lória de Deus.

Edição da Conferência Nacional Multiplique 2017 convoca líderes para a ação

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8 o jornal batista – domingo, 29/10/17 notícias do brasil batista

Matheus Teles Santos e Ilimani Rodrigues

Nos dias 30/09 e 01/10, 800 jovens Batistas, dos quatro cantos do estado

de Minas Gerais, estiveram presentes na 29ª edição do Turma de Minas (TM), um congresso para adolescentes e jovens organizado pela Juven-tude Batista Mineira (JUBAM). Este ano, além de preletores que trataram de temas especí-ficos da realidade desta turma, quatro bandas levaram os pre-sentes a uma comunhão maior com o Senhor, por meio dos cânticos e louvores.

Em sua 29ª Edição, o TM já é um evento que faz parte do calendário de todo jovem e adolescente Batista. Este ano, o Congresso teve como tema o enigmático nome “Never-land”. A escolha foi proposital, pois o objetivo era despertar nos participantes a curiosidade sobre o tema. “Neverland”’ é uma terra de ilusão, que não deixa a gente amadurecer. E a proposta neste ano era de que a juventude saísse dessa terra, porque ser discípulo de Cristo é buscar a maturidade do Evangelho, maturidade na vida cristã”, explicou o diretor Executivo da JUBAM, pastor Daniel Soares.

Os três preletores que fica-ram com a responsabilidade de falar sobre “Neverland”,

Regilene de Oliveira, auxiliar administrativo na Igreja Batista em Guaranhuns - Vila Velha - ES

No dia 04 de setem-bro, a Igreja Batista em Guaranhuns, localizada à Rua

Cornélio Caldas de Carvalho, 934, Vila Velha - Es, com-pletou 24 anos e recebeu um público de mais de 500 pessoas, inclusive, muitas crianças, o que surpreendeu as expectativas, além de ter realizado batismo de 11 no-

foram o missionário César Queiros e também os pasto-res Rodrigo Quintã e Israel Perdonsin. Todos eles conta-ram um pouco sobre o tema, falaram dos bons e dos maus momentos que já enfrentaram em suas vidas, e fizeram um paralelo com a Bíblia. A inten-ção de todos eles foi provocar os participantes a abandona-rem as fantasias e as ilusões da “Terra do Nunca”, para viverem a realidade, por mais complexa e difícil que ela seja.

A parte musical do evento contou com a participação especial de Matheus Simões e Banda, que abriu o Congres-so animando os jovens, atra-vés do louvor e da adoração. Outro convidado foi Samuel Mizrahy, que já é conhecido da galera mineira, e este ano trouxe canções populares, e também músicas do novo álbum, batizado com o nome

vos membros. A comemora-ção também ocorreu nos dias 02 e 03 de setembro e contou com a participação de uma orquestra, irmãos de outras localidades, bem como os diversos ministérios da Igreja.

O pastor presidente, Mãnu Mezabarba Alves, de apenas 35 anos, tem demostrado que quando Deus está na direção, não importa a idade, Ele usa quem quer e faz o Lhe apraz; este, por sua vez, foi ovelha do pastor Nilson Dimarzio, que por muitos anos escreveu neste Jornal.

de “Novamente”. Também ti-veram participação especial as bandas “Celebre ao Rei”, com louvores autorais e congrega-cionais, e também a “Banda JUBAM”, que se reuniu após longa data sem tocarem juntos, aceitando o desafio de prepa-rarem um som especial para os jovens nesta edição.

Além dos momentos de cul-to, o TM contou com a presen-ça do “Igual Mais Diferente”, equipe que ficou responsável pela recreação nos momentos de lazer do evento, promoven-do brincadeiras animadas para os participantes após as cele-brações, e também na tarde de domingo. “Significou muito para nós estarmos aqui, pois sentimos a presença de Deus até mesmo nos momentos de brincadeiras e diversões. E não poderia ser diferente, pois sabemos aproveitar e nos di-vertirmos com um diferencial,

que é Jesus em nossa vida”, re-fletiu Ana Flávia, integrante da equipe. Já a equipe “Bugados”, ficou responsável pela parte do entretenimento. Os vídeos bem descontraídos dos dois dias já estão disponíveis em nossas redes sociais (pesquise por Juventude Batista Mineira). É o segundo ano que o grupo fica responsável pela cobertura do evento e, mais uma vez, fi-zeram um ótimo trabalho, não perdendo nenhum detalhe.

Novamente, o Congresso re-alizou a disputa de caravanas, uma competição saudável que estimula as Juventudes de Mi-nas Gerais a interagirem umas com as outras e, consequen-temente, com o Congresso. A JUBA (Juventude Batista) que levou o troféu desta vez foi a Juventude Batista do Vale do Aço (JUBAVAÇO). Este ano também foi premiada a Igreja que mobilizou e levou mais

pessoas para o Congresso, e a vencedora foi a Primeira Igreja Batista de Sete Lagoas - MG.

O Turma de Minas é um dos maiores congressos fe-chados de adolescentes. Ele já acontece há 29 anos, visando a interação da juventude em Minas Gerais, chegando a ter em suas edições mais de 1.100 congressistas. Muitos muda-ram de vida através da progra-mação, alguns até entenderam seu chamado ministerial no evento. Para ano que vem, a JUBAM está preparando uma edição bem diferente em comemoração aos 30 anos de existência do evento. Além do Turma de Minas, a JUBAM tem os projetos missionários que acontecem no mês de janeiro, o Congresso para Ju-ventude Batista Mineira (CON-JUBAM), que são realizados de dois em dois anos e a Escola de Líderes.

Igreja Batista em Guaranhuns - ES comemora mais um ano de existência

Minas Gerais recebe o maior congresso fechado de adolescentes do Brasil

Fotos: Brenda Campos, João Lucas e Laryssa Azeredo

Jovens de todo o estado participaram do Congresso Programação proporcionou momentos de louvor e adoração

Igreja compareceu em grande número para comemorar 24 anos de organização

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9o jornal batista – domingo, 29/10/17notícias do brasil batista

Lidiane Ferreira, gerência de Comunicação e Marketing de Convenção Batista Baiana

A noite de 14 de ou-tubro de 2017 foi marcante para a Bahia Batista. Na

data, foi realizado um Cul-to de Gratidão a Deus pe-los 135 anos dos Batistas na Bahia e na evangelização dos brasileiros. A programação, organizada pela Convenção Batista Baiana, reuniu diver-sos pastores, líderes, repre-sentantes de Igrejas de Sal-vador e também do interior, além de autoridades civis, no templo da Igreja Batista Filadélfia em Salvador, que, neste ano, completou 115 anos de organização. Aliás, a partir do mês de outubro, a Igreja passou a se chamar Filadélfia - Primeira Igreja Batista de Salvador, confor-me decisão formalizada pela Igreja em assembleia.

O evento contou com mo-mentos de celebração, louvor e adoração a Deus através de músicas cantadas pelos pre-sentes com o ministério de

Tiago Monteiro, Comunicação e Marketing da Convenção Batista Carioca

A ação de voluntários tem sido um dos destaques da Cape-lania Hospitalar de

Missões Rio. Com os missio-nários na coordenação das ações é possível alcançar um grande número de pessoas que precisam de aconselha-mento e conforto emocional e espiritual enquanto passam por momentos difíceis de re-cuperação da saúde.

O coordenador da Capela-nia Hospitalar, pastor Miguel Kopanishyn, explica que as equipes, formadas de mem-bros das Igrejas evangélicas, são devidamente treinadas para esta tarefa. “Cada unida-de hospitalar tem seu sistema de visitação. Em especial, no Hospital Norte D’Or, as visitas dos voluntários evangélicos se

adoração da anfitriã. Outro ponto de grande inspiração foi durante a apresentação do coral da referida Igreja. A lei-tura da Palavra também teve um espaço amplo na pro-gramação, a partir de textos, como: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus.” (Ef 2.8 - NVI).

Durante o culto, pastor Erivaldo Barros, secretário Geral da CBBA e dirigente da programação, narrou marcos da história da denominação Batista na Bahia, na Europa, nos Estados Unidos e no Bra-

dão semanalmente na terça--feira e aos domingos, das 14h às 16h. A equipe já foi capa-citada e é acompanhada por mim. Através de uma escala mensal, os participantes têm a oportunidade de atuar nos diversos andares, visitando os pacientes, ouvindo-os e compartilhando textos conso-ladores da Palavra de Deus.”

A forma como a capelania hospitalar tem atuado dá ao pa-ciente a oportunidade de ouvir o Evangelho a partir de muitas perspectivas. Um senhor, que já se encontra no terceiro mês de internação por conta de um câncer, já recebeu diversas visitas que, segundo pastor Miguel, estão fazendo toda a diferença. “Com essa manei-ra diferenciada de comparti-lhamento do Amor de Deus, cada semana um voluntário diferente tem se apresentado a ele. O que este paciente tem observado é que timbres de voz, personalidades, formas de

sil, culminando com o dia 15 de outubro de 1882 - data da fundação da Primeira Igreja Batista voltada para evan-gelização dos brasileiros na cidade Salvador - BA. Pastor Erivaldo ainda destacou o registro histórico para os 500 anos da Reforma Protestante, que ocorrerá no próximo dia 31 de outubro.

Houve participação de au-toridades eclesiásticas como o pastor Matheus Guerra, 1º vice-presidente da CBBA e pastor da Igreja Batista da Pituba em Salvador; profes-sora Antonia Ferreira, ex-

agir e falar de cada visitador é diferente. Mas tem algo em co-mum: todos são representantes de Deus e a sua Palavra está sendo apresentada de forma viva e consoladora.”

Este paciente, em especial, tem demonstrado desejo de ouvir mais sobre o Evangelho. Quando não está na com-

-presidente da CBBA; pastor Daniel Costa, presidente da Associação Batista do Sal-vador, além das autoridades governamentais.

“Deus é extraordinário e faz coisas extraordinárias através de pessoas comuns” foi o tema da mensagem pregada pelo orador da noite, pastor Samuel Moutta, gerente-exe-cutivo de Missões da Junta de Missões Nacionais. Pastor Samuel destacou a coragem dos pioneiros que, mesmo em meio a tantas dificuldades, “Envolveram-se com o que Deus estava fazendo. Eles se

panhia de um visitador, ele ouve áudios da Bíblia em seu celular. “A transformação em sua vida já é perceptível. Seu semblante está mais sereno, a angústia da doença que lhe corrói tem sido substituída pela paz que só Jesus Cristo dá”, comenta o coordena-dor da Capelania Hospitalar.

deixaram usar, eles quiseram ser parte, eles se doaram em um ato de renúncia, de pai-xão, de comprometimento”. O orador conclamou os pre-sentes a se deixarem ser usa-dos poderosamente por Deus para fazer grandes coisas, para a glória Dele”.

Os Batistas da Bahia olham para trás com gratidão e para frente com esperança de ver o estado rendido aos pés de Jesus Cristo, multiplicando discípulos. Louvado seja o Senhor pela obra missionária Batista na Bahia, no Brasil e no mundo.

“Em testemunho do impacto que a Palavra lhe causa, ele testemunhou: Cada vez que ouço a Palavra de Deus, fico arrepiado, me emociono e sinto a presença de Deus”, completou o pastor.

Vamos continuar levando o direito à esperança a todos os cariocas. Pedimos que você não desanime e que continue servindo a Deus com seus recursos e dons.

Ajude-nos em oração:• Por mais voluntários para

os hospitais do Rio;• Pelos decididos que en-

tregaram-se a Jesus, para que o Espírito Santo con-tinue falando aos seus corações;

• Pelos funcionários enfer-mos que pediram oração;

• Pela saúde dos voluntários. Alguns passam por enfer-midade, no momento;

• Pelos projetos de capaci-tação para novos volun-tários.

Batistas da Bahia celebram 135 anos de história

Voluntários em ação fazem a diferença no RJ

Equipe de voluntários da Capelania Hospitalar de Missões Rio

Templo da Filadélfi a - Primeira Igreja Batista de Salvador durante o culto

Participação do coro da Filadélfi a - Primeira Igreja Batista de Salvador durante o culto

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10 o jornal batista – domingo, 29/10/17 notícias do brasil batista

Roberto Torres Hollanda, diácono da Igreja Batista Memorial de Brasília - DF, colunista de OJB

Na manhã de do-mingo, dia 23 de julho de 2017, foi reinaugurado

o Templo Memorial, como parte das comemorações do 57º aniversário de organiza-ção da Igreja Memorial.

Estiveram presentes apenas cinco membros fundadores: os irmãos João Walfredo Tho-mé e Antovaldo França Car-doso e as Irmãs Rute Figueira de Almeida, Lígia de Almeida Santos (em 1960 com o nome de Lígia Figueira de Almeida) e Lídice Botelho Vianna.

O culto foi dirigido pelo pastor Francisco Carlos So-ares de Menezes, ministro de integração e comunhão, atual coordenador da equipe ministerial.

As orações de consagração e de despedida foram pro-feridas pelo pastor emérito; pastor Norton Riker Lages pastoreou a Memorial entre os anos de 1993 e 1998; a oração de gratidão, pelo pas-tor Ivanildo Ferreira Chagas Filho, ministro da juventude; a de dedicação de dízimos e ofertas, pelo diácono Waldyr Mendonça.

A leitura bíblica alternada dos versículos 1- 4 do Salmo 84 foi conduzida pelo pastor Jair Sousa Pereira, ministro de missões.

A congregação cantou os hinos “Dia festivo” (411 CC) “Temos por lutas passado” (502 HCC), “Como agrade-cer a Jesus?” (422 HCC) e “O estandarte desta igreja” (456 CC).

O Coro executou obras de Camille Saint-Saens, Franz Jo-sef Haydn e Georg-Friedrich Haendel, sob a regência do ministro de música Antônio Henrique Lino Melo e Silva.

O sermão oficial, intitulado “A Igreja de Jesus” e com base no Evangelho de Mateus (capítulo 16, versos 13-19), foi proferido pelo pastor Nor-ton; cremos poder resumi-lo nos seguintes itens: 1) - Jesus prepara-se para a Cruz; 2) - Em breve, Jesus edificará a Igreja; 3) - A Igreja facilita a

intimidade com Jesus; 4) - A Igreja enfrenta os Estados to-talitários e as ideias ateístas; 5) - A Igreja de Jesus reinará para sempre.

Um templo em uma cidade e para uma Igreja

que não existiamEm 1958, o empresário e

diácono Batista norte-ameri-cano Walton Maxey Jarman (1904-1980), ao saber da construção da nova capital brasileira, doou 300 mil dóla-res (o equivalente na época a 5 milhões e 400 mil cruzeiros antigos) para a edificação de um templo Batista.

O propósito era inusitado: construir, em uma cidade que ainda não existia, um templo, para uma Igreja que ainda não tinha sido fundada e organizada.

Foi realizado um concurso entre arquitetos e engenhei-ros evangélicos brasileiros para a escolha de um projeto arquitetônico. Venceu o dou-tor João Walfredo Thomé, de São Paulo - SP. Hoje, em suas reminiscências, julga-se des-preparado (na época, recém--formado) para tão grande empreendimento profissio-nal. Seu prêmio foi distribu-ído entre várias instituições evangélicas. Ressalta, entre-tanto, que tomou a decisão de construir sobre o púlpito um alto e espaçoso pórtico, de maneira que o pregador seria visto pela congregação como um homem minúscu-lo; mas, providenciando os melhores meios acústicos, daria à voz do pregador uma enorme ressonância.

Um templo modernoO templo, na concepção

de Walfredo, teria estilo mo-derno, de linhas sóbrias, em harmonia com o panorama arquitetônico da cidade e “Dentro do critério de sim-plicidade e nobreza”, de-fendido e exigido por Oscar Niemeyer.

Walfredo incorporou em seu projeto sete elementos novos: 1) - uma fachada en-vidraçada; 2) - uma rampa para acesso ao vestíbulo; 3) - uma marquise protegendo a rampa; 4) - um santuário (salão de cultos) sem janelas; 5) - iluminação natural do santuário por meio de tijolos de vidro branco transparente; 6) - uma torre de mármore, tendo uma cruz dentro dela; 7) - a bancada do coro colo-cada atrás do púlpito.

Passados 56 anos, constato que o Templo Memorial era um edifício de arquitetura avançada; com as melhorias introduzidas no padrão de qualidade dos materiais de construção, nos sistemas de ventilação, sonorização, ilu-minação, transporte de pes-soas, mobilidade de veículos, sinalização e segurança, ago-ra é o mais moderno edifício Batista no Brasil.

Transformações do Templo Memorial

Alguns membros mais an-tigos da Igreja começaram a olhar para fora do templo, preocupados com as pessoas, que vinham e precisavam entrar e sair em segurança.

Em abril de 2002, a irmã Elza Maria Jorge Fernandes

Rosa apontou alguns pro-blemas: 1) - o escoamento desordenado do público; 2) - a insegurança de pessoas deficientes no meio das aglo-merações; 3) - a visibilidade do templo prejudicada pela localização inadequada do acesso; 4) - o conflito entre pessoas e veículos no acesso ao templo; 5) - a insuficiência de vagas para veículos. As sugestões foram aceitas pela Igreja.

Muitos membros da Me-morial começaram a olhar, novamente, para dentro do templo, que, depois de 50 anos de uso, deu sinais de que estava precisando ser recuperado.

Em 09 de junho de 2013 foi mudado o local de cultos e reuniões para o Auditório “Éber Vasconcelos”. Ines-perados problemas admi-nistrativos interromperam a execução da revitalização; as obras foram intermitentemen-te paralisadas durante os anos de 2014 e 2015.

Em 07 de agosto de 2016, a congregação encaminhou-se para o templo (vazio) a fim

de verificar o estado desola-dor em que se encontrava o edifício.

Há mais de três anos, os “memorianos” não podiam cultuar a Deus no vetusto templo. Começou, então, uma das páginas mais bonitas da história da Igreja Memo-rial: a liderança e a membre-sia tomaram o propósito de, dentro de apenas 11 meses, recuperar totalmente o Tem-plo original, o que significou para alguns contribuir sacri-ficialmente, em um tempo de aperturas financeiras. O templo original, doado por Mr. Jarman, seria recupera-do pelo esforço da Família Memorial.

Ao projeto foram acrescen-tados itens para maior beleza e funcionalidade do templo.

E, então, no dia 23 de julho de 2017, foi reinaugurado o Templo Memorial, em meio a celebração dos 57 anos de existência da Igreja Memo-rial. Nossa esperança é que o Espírito de Deus encha essa renovada Casa de Oração, dedicada à Glória de Jesus Cristo!

Templo da Igreja Memorial Batista de Brasília - DF é reinaugurado

Destamento da fi ta simbólica da reinauguração - diácono José Júlio, pastor Francisco Carlos, doutor João Walfredo Thomé, Rute Almeida e Antovaldo Cardoso

Fotos: Edsom da Silva Leite

Pastor Norton falando à congregação, com cerca de mil pessoas presentes

Vista da galeria sobre a nave do Templo

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11o jornal batista – domingo, 29/10/17missões mundiais

Willy Rangel - Redação de Missões Mundiais

Moçambique foi o primeiro campo aberto por Mis-sões Mundiais

na África há quase meio sé-culo, e a colheita tem sido abundante, para a Glória de Deus. Na província do Dondo, a Missão Batista de Centro Emissor está com uma nova turma de preparação para o batismo. Com o au-mento de decisões por Cris-to, já são 30 os candidatos a cumprir o mandamento de Jesus e passar a integrar aque-la comunidade de fé.

Além disso, a Missão de Centro Emissor, onde nossa missionária Ana Cristina San-tos tem apoiado e atuado des-de junho, tem se engajado em oração e ação para que o Evangelho ganhe mais espa-ço na nação moçambicana.

“Em nosso encontro de jejum e oração, oramos pela paz em nosso país, por salva-ção, libertação e cura do nos-so povo”, conta Ana Cristina,

Marcia Pinheiro - Redação de Missões Mundiais

A missão de resgatar a infância de crianças refugiadas, a chama-da “geração perdida”

segundo a Organização das Nações Unidas, tem sido um dos principais focos de Mis-sões Mundiais nos últimos tempos. Trabalhamos para ajudar a resgatar a infância de meninos e meninas que já nas-ceram na guerra e carregam no coração e na mente a dor de grandes perdas irreparáveis. Para isso, desde o ano passa-do desenvolvemos o Projeto Tenda de Brincar, idealiza-do para atuar diretamente na identificação e tratamento dos traumas destas crianças. Ini-cialmente plantado em cam-pos de refugiados no Oriente Médio, o Tenda de brincar tem ajudado os pequeninos a escreverem uma nova história.

que antes de Moçambique serviu por quase três anos em Gâmbia, um pequeno país na África Ocidental.

“Éramos um grupo de 22 mulheres, todas com o mes-mo propósito. Durante cada período de oração, louvamos e oramos por cada necessida-de e pelos desafios a serem alcançados em nossa comu-

Neste semestre, o coorde-nador de Missões Mundiais na região atualmente atendi-da pelo Projeto, pastor Jessé Carvalho, destaca a abertura do Tenda de Brincar em um país duramente atingido por guerras e cuja população

nidade e em toda a província. Glorificamos a Deus e nos alegramos pelo mover do doce Espírito Santo em nosso meio”, destaca.

Entre outras atividades rea-lizadas no núcleo da missão, Ana Cristina tem buscado conhecer mais aquela comu-nidade, e busca visitar alguns lares. Foi o que aconteceu na

cristã é cada vez menor. Não citamos o nome do país para não pôr em risco o desenvol-vimento de nossas ações de esperança por lá. Só nesta unidade, mais de 150 crian-ças estão sendo beneficiadas pelo Tenda de Brincar.

casa do irmão Andrade, que junto a família, recebeu a missionária na casa dele.

“Eles mesmos expressaram a alegria de conhecer mais sobre Jesus. E satisfazendo o desejo do nosso irmão, inicia-mos em setembro o curso de preparação para o batismo e discipulado cristão em seu lar, ocasião em que juntos ado-

“Estamos apenas na fase inicial e sabemos que po-demos expandir para outras localidades e alcançarmos ainda mais crianças”, comen-ta Jessé.

O Tenda de Brincar foi de-senvolvido por nossa Ge-

ramos e louvamos a Deus e aprendemos mais da Palavra e sobre Cristo Jesus”, relata Ana Cristina. “Que você e sua Igre-ja redobrem as intercessões por esta e outras famílias que tanto necessitam de libertação e salvação”, completa.

Um congresso também reuniu mulheres de várias aldeias e missões no fim de setembro, quando a mis-sionária ministrou a oficina “Aprendendo a memorizar versículos bíblicos”.

“O foco da Missão Batista de Centro Emissor perma-nece prosseguir com a jus-tiça do Reino de Deus e a mensagem da salvação nesta comunidade, onde há vários grupos étnicos ainda sem acesso ao Evangelho. Por favor, continue intercedendo pelos dez irmãos em Jesus que estão desde setembro recebendo formação bíblica, para que o Espírito Santo capacite a equipe missioná-ria e nós ganhemos a cada dia mais conhecimento da Palavra e a comunidade para Jesus”, conclui a missionária.

rência de Missões para que cada unidade receba, diaria-mente, cerca de 25 crianças, de 04 a 06 anos de idade, divididas em dois turnos. É a partir desta faixa etária que, segundo a Associação Pró--Evangelização das Crianças, 85% dos meninos e meni-nas se convertem ao Evan-gelho de Cristo. No Tenda de Brincar, elas têm acesso a brinquedos e atividades recreativas desenvolvidas por missionários-educadores devidamente capacitados ao convívio com pessoas mar-cadas por profundas feridas psicológicas e espirituais.

Hoje, em todo o mundo há mais de 65 milhões de pessoas refugiadas. Destas, mais da metade são crianças. Elas precisam de esperança, de pessoas que se disponham a orar e contribuir para que vivam cada fase da vida de forma plena.

Tenda de Brincar: esperança a crianças refugiadas

Missão Batista fazendo discípulos de Cristo em Moçambique

Destacamos a abertura de uma Tenda de Brincar em um país atingido por guerra

Na Tenda de Brincar, crianças têm acesso a brinquedos e atividades próprias para sua idade e cultura

Ana Cristina está em MocambiqueCom o projeto Pão Nosso queremos ajudar a combater a desnutrição no mundo

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12 o jornal batista – domingo, 29/10/17 notícias do brasil batista

Lucas Kainã Barreto Macedo, vice-presidente da JUBADAC

Somos a Juventude Ba-tista Brasileira, somos a Juventude Batista Centro América (MT),

somos a JUBADAC - Juventu-de Batista e Adolescentes da Associação Centro (Cuiabá e região da baixada cuiabana), somos todos integrantes do corpo vivo de Cristo.

Em agosto de 2016, cinco jovens encontraram-se pela primeira vez. Era dia de assem-bleia da Associação Centro realizada, naquele ano, na Primeira Igreja Batista de Vár-zea Grande e, sem pretensão alguma, aqueles cinco jovens, Marya Karollyne, Lucas Kainã, Jourdayne Ávila, Álvaro Vele-da e Tamirys Lescano assumi-ram a diretoria da JUBADAC, nas funções de presidente, vice-presidente, 1ª secretária, 2º secretário e tesoureira, res-pectivamente.

Nosso primeiro desafio era conhecer “quem” e “o que” era a JUBADAC. Procuramos, então, os antigos diretores da JUBADAC e aprendemos muito sobre a história e sobre o sucesso dos retiros das déca-

Jeferson Cristianini, pastor da Primeira Igreja Batista de Bauru - SP

No dia 03/09, a Pri-meira Igreja de Bauru - SP realizou a abertura da Cam-

panha de Missões Nacionais. A Igreja foi preparada para elaborar a programação e toda membresia participou. O líder de Missões, irmão Adão, iniciou o culto com o lança-mento de desafios de oração e engajamento à Igreja, e tam-bém informou as áreas de atu-ação da Campanha. A equipe de músicos da Igreja tocou o hino oficial da Campanha, que logo ficou gravado nos lábios dos irmãos, que ento-aram duas vezes a canção. Alguns músicos, o casal de missionários presente e o lí-der de missões estavam com

das de 80, 90 e início dos anos 2000, contadas pelo irmão Cuca. Em seguida, procuramos apoio de alguns pastores para serem nossos conselheiros e fomos abençoados, nos pri-meiros meses, com os conse-lhos do pastor Terezo e com os ensinos sobre Visão, Missão e Objetivo com o pastor Rafa-el Soares Teles. Já tínhamos, então, uma base de quem éramos, quem estávamos re-presentando e o que já fora realizado e faltava-nos saber o que fazer diante de tamanha responsabilidade.

Diante disso começaram a surgir questionamentos em relação a calendário, eventos, programas, retiros e etc. Nossa primeira decisão foi realizar o Encontro da Juventude Batista da Associação Centro. Organi-

a camiseta da Campanha, e a Igreja providenciou um ban-ner com o tema. Houve a par-ticipação das crianças, através do ministério infantil; elas estavam vestidas de verde e amarelo, com bandeiras da nossa Nação. Foi comovente vê-las participando!

O casal de missionários Silvana e Misael Martines, coordenadores de alianças estratégicas do estado de São Paulo, foram os preletores da

zamos, então, o 1º EJUBA (En-contro da Juventude Batista), divulgamos para os líderes e pastores que conhecíamos e os convidamos para levarem seus jovens e, caso tivessem algum ministério para apresentar, po-deriam fazê-lo. Criamos uma página da JUBADAC na rede social Facebook, disparamos imagens do EJUBA através do WhatsApp para todos nossos contatos e, no dia 10 de se-tembro de 2016, na Igreja Ba-tista Boas Novas (IBBN), região centro de Cuiabá, mais de 300 jovens estiveram presentes na celebração.

Em outubro, realizamos o último encontro de 2016 e já estávamos planejando 2017.

O planejamento para o ano seguinte nos ajudou a focar em nossos objetivos. Assim, ficou

noite. O casal agradeceu o empenho da PIB nas campa-nhas e no auxílio à Cristolân-dia, e assim falou para a Igreja sobre os projetos e desafios de Missões Nacionais. O casal impactou a Igreja com vários testemunhos sobre o sertão brasileiro e encerrou a men-sagem com uma proposta de desafio pessoal para as ofertas da Campanha. Após a men-sagem, houve uma linda ce-lebração da Ceia do Senhor,

acertado que, em 2017, seria organizado o EJUBA apenas nos meses que tivessem o 5º sábado, pois teríamos mais tempo investido na organiza-ção e divulgação, bem como poderíamos estar mais próxi-mos às Igrejas locais servindo de apoio, pois entendíamos que essa, também, era nossa função: sermos ferramentas de apoio às Igrejas da nossa Associação no que diz respeito aos jovens.

O primeiro, o segundo e o terceiro EJUBA de 2017 aconteceram nos meses de janeiro, abril e julho, respecti-vamente, nas regiões oeste de Cuiabá, na 3ª Igreja Batista, e na cidade de Várzea Grande, na PIB Cristo Rei e na região norte de Cuiabá, na Igreja Batista da Vitória. Cada vez mais o nosso alvo estava sendo alcançado, pois mais Igrejas foram envolvidas, bem como as Igrejas de outras regiões estavam se mobilizando para estarem presentes. Isso gerava em nós sentimentos de alegria e satisfação.

Hoje, depois de um ano de JUBADAC, o encontro dos jovens foi na mesma Igreja que tomamos posse (PIB de

com foco na missão da Igreja, “Até que Ele Venha”. No dia 07 de setembro, o ministério de Esportes da Igreja realizou um Torneio Evangelístico de Futebol, que reuniu mais de 400 pessoas.

No domingo seguinte, a Igreja promoveu um culto cí-vico, em referência ao dia 07 de setembro, que contou com vários militares e autoridades da cidade, quando clamamos pela nossa Nação. No dia dos idosos, 01/10, pela manhã, a PIB Bauru recebeu a presen-ça do missionário e dentista André, que atua no Barco Missionário na Amazônia, e à noite houve uma progra-mação especial, estimulando os idosos a darem frutos na obra missionária. No Dia das Crianças, pela manhã, a Igreja promoveu um culto para os pequenos, com a presença de

Várzea Grande). A mensagem foi ministrada pelo pastor Sa-muel Lopes, diretor executivo da Convenção Batista Centro América e ouvida por, apro-ximadamente, 200 jovens. O sentimento experimentado foi algo inexplicável, pois vimos que Deus estava conosco e muito feliz com o nosso traba-lho, haja vista que em nossos encontros existiam conver-sões, reconciliações e muita comunhão.

Estamos planejando o ano de 2018, sonhando com os futuros líderes da JUBADAC. Para isso, aproveitaremos os contatos que tivemos com alguns jovens durante os en-contros e que demonstraram ter o mesmo sentimento que o nosso - de serem usados por Deus - os convidaremos para se tornarem apoio da JUBADAC, com intuito de que a próxima diretoria esteja engajada no desenvolvimento do trabalho.

Assim, diante de Deus e dos homens, a JUBADAC tem o prazer de dizer: somos a Ju-ventude Batista Brasileira em Cuiabá - MT, proclamando o Reino de Deus até que Ele venha.

missionários da APEC. A PIB segue firme na pro-

posta de levar Jesus, que é transformação e Vida, a loca-lidade bauruense e região. A Igreja continua contribuindo com o Lar Batista de Inúbia, apoio a seminaristas, com o projeto de plantação de Igreja em Cabrália Paulista, a 40 Km de Bauru, contribuindo com a unidade da Cristolândia Casa Rosa de Indaiatuba e com a Unidade masculina de Piratininga - SP, envian-do oferta para a JMN. Dessa forma, a PIB está colhendo resultados desse investimento missionário, que é uma linda turma para o batismo. A PIB vive missões e celebra os frutos com alegria. A PIB quer avançar na obra missionária e quer mais e mais pessoas rendendo-se a Jesus, que pro-move transformação e vida.

Juventude Batista de Cuiabá - MT colhe frutos e celebra conquistas após um ano de organização

PIB Bauru - SP vive missões e celebra resultados com alegria; confira!

EJUBA na Igreja Batista do Planalto

Igreja abraçou a Campanha de Missões Nacionais

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13o jornal batista – domingo, 29/10/17ponto de vista

Oswaldo Luiz Gomes Jacob, colunista de OJB

Antes de responder-mos essa pergunta, precisamos definir o que seja a Igreja

concebida e instituída pelo Senhor Jesus. Sabemos que os autores do Novo Testa-mento, quanto a origem e missão da Igreja, eram con-vergentes. A Igreja é o Corpo Vivo de Cristo (I Coríntios 12.12-27), ela é a coluna e firmeza da verdade (I Ti-móteo 3.15). A Assembleia dos santos e a família de Deus (Efésios 2.19-20). Ela é a geração eleita, o sacer-dócio real, a nação santa e povo de propriedade exclu-siva de Deus (I Pedro 29.10). Atualmente, poucas são as Igrejas que estão alinhadas com a Igreja concebida e instituída pelo Senhor Jesus. Poucas são as Igrejas que postulam as cinco Solas: Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, Sola Fide e Soli Deo Gloria. Na verdade, a centralidade da Igreja, o seu fundamento e a razão da sua missão é o Senhor Jesus Cris-to, o Autor e o Consumador de nossa fé (Hebreus 12.1-2). A Igreja do Novo Testamento está fundamentada em Cristo Jesus (Mateus 16.16-18). Ela não se mistura com o Estado. O princípio é: a não secu-larização da Igreja e a não clericalização do Estado.

Podemos notar alguns de-sajustes da Igreja após os 500 anos da Reforma. Temos a teologia da prosperidade; o pragmatismo religioso; a busca intensa por emoções; a intensa busca por milagres; a centralidade do homem; cânticos antropocêntricos; uma teologia larga e rasa; uma dicotomia entre o espi-ritual e o ético. Temos pre-senciado verdadeiros ab-surdos como o surgimento dos apostolados, dos líderes egocêntricos e megaloma-níacos, especialmente nas

Igrejas chamadas neopente-costais. Na vida ministerial, “Muitos dizem que, se sua Igreja estiver crescendo em número de conversões, de membros e de contribuições financeiras, seu ministério é eficiente. Essa visão de ministério está em ascensão porque o individualismo ex-pressivo da cultura moderna tem corroído profundamente a lealdade às instituições e às comunidades”. 1

A Igreja está se diluindo, está perdendo a sua relevân-cia no testemunho genuina-mente cristão. Há uma busca desenfreada por experiências sensoriais. A Igreja está per-dendo a sua identidade ou o seu DNA. Essa gente está mais preocupada em edificar Igrejas grandes do que gran-des Igrejas. As Escrituras têm sido relegadas a irrelevância. A sua interpretação tem sido viciada, errônea e compro-metida com os interesses dos líderes alinhados com o “materialismo evangéli-co”, vivendo um “hedonismo eclesiástico”. Não podemos deixar de notar a atração pelo poder.

Os princípios da Reforma, tais como: As Escrituras, Cris-to, Graça, fé e a Glória de Deus foram esquecidos ou superados pelos princípios do movimento gospel, por uma teologia marcadamente voltada para o prazer pelo prazer. Paulo nos ensina que os judeus buscavam sinais (viviam pelas emoções); os gregos buscavam sabedo-ria (viviam pela razão), mas ele buscava a Cristo e este crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gregos, ou seja, vivia pela fé (I Coríntios 1.23-25). Para o apóstolo, o viver era Cristo (Filipenses 1.21). Aos irmãos da Igreja em Colossos, ele declara: “Cristo em vós, a esperança da glória’.

1 KELLER, Tim. A Igreja Centrada. São Paulo: Edições Vida Nova, 2014, p.15.

Dou graças a Deus pelos movimentos de ortodoxia e ortopraxia. Pelo movimento cristão da Reforma. Por ho-mens e mulheres compro-metidos com o Evangelho aplicado às necessidades espirituais, éticas, emocio-nais e físicas do homem. O compromisso inadiável e inalienável com o Evangelho integral. Uma Igreja compro-metida com a Grande Co-missão deixada pelo Senhor Jesus (Mateus 28.18-20).

Há um fosso entre os pro-testantes antes, durante e de-pois de Lutero e os chamados evangélicos hoje, sem refe-renciais éticos. Quando uma doutrina é fraca, inconsisten-te, a ética segue o mesmo princípio. Uma doutrina frou-xa produz uma ética relativa, descolada dos padrões das Escrituras.

Temos hoje Igrejas libe-rais sem referenciais éticos e Igrejas com costumes rígidos, mas sem padrão escriturísti-co; sem firmeza doutrinária. Também, temos Igrejas volta-das para os números. Muitas vezes, usando meios ilícitos para agregarem membros às suas comunidades. Elas têm uma compreensão errada do ministério do Espírito Santo. Pessoas são alçadas à lide-rança quando falam “línguas estranhas”, “verberam profe-cias e outras manifestações ‘espirituais’”.

Precisamos resgatar os prin-cípios do Novo Testamento. Também, fazer sempre uma conexão entre o Antigo Testa-mento e o Novo Testamento. As nossas atitudes e os nossos atos devem ser pautados nas Escrituras. Vivermos pela fé na Palavra de Deus. Andar-mos em santidade de vida. Que sejamos sempre corretos em nossos relacionamentos, em nossas transações comer-ciais. Sejamos de uma só pa-lavra e comprometidos com a Missão de Deus em Cristo Jesus, no poder do Espírito Santo.

Os quinhentos anos da Reforma

ProtestanteMarinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB

Os quinhentos anos da Reforma Protestante;Séculos da verdadeira fé, bíblica, altissonante.

Quinhentos anos já se passaram desde que Martinho LuteroUm monge agostiniano contestou a tradição medieval. Indulgências, relíquias, autoflagelação e rezas;Nada disso livra o ser humano do castigo infernal. Homem de grande inteligência, professor de Teologia,Enfrentou o papado e o seu poder inquisitorial.Nenhum obstáculo levou Lutero ao desânimo.Teve inimigos poderosos, mas venceu a todo o mal.Ostenta na História o título de grande Reformador;Seus feitos merecem hoje uma homenagem especial.

A Bíblia foi para ele a única revelação;Nenhum valor deu aos vários ritos da tradição.Orou e seguiu firme quando recebeu a missão,Sabendo que só por graça e fé é que se tem a salvação.

De Wittenberg, as noventa e cinco teses ganharam dimensãoAnunciando a verdade bíblica com toda a sua exatidão.

Realizou Lutero uma Reforma necessária no seu tempo,Ensinando os princípios bíblicos que estavam esquecidos.Fez da Bíblia um livro acessível para todo o povo;Orientou que fizessem dela sempre o livro mais lido.Reafirmou que o nosso Senhor Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens, pecadores e perdidos; As dores da cruz Ele sofreu, com o Seu amor desmedido.

Prontamente, o Movimento expandiu-se pela Europa. Reformadores surgiram com fé e determinação,Orando, jejuando, pregando a Bíblia Sagrada, Tirando vidas deste mundo, livrando da escuridão;Entre eles, Zwínglio, Melâncton, Calvino e Knox.Sacrifícios enfrentaram, mas cumpriram a missão.Testemunhada, a fé evangélica espalhou-se rapidamente. A Inglaterra recebeu a mensagem e lá um grupo cristãoNa fé e na prática da Palavra constituiu-se Igreja BatistaTrazendo de volta a doutrina do batismo por imersãoE só após o ser humano passar por genuína conversão.

Como vemos a Igreja após os 500 anos da Reforma Protestante?

Francis Schaeffer, citado por Charles Swindoll, diz: “Eis o grande desastre evan-gélico: a negligência dos cris-tãos em defender a verdade como verdade. Há apenas uma palavra para isso: aco-

modação - a Igreja evangéli-ca acomodou-se ao espírito mundano desta época”. 2

2 SWINDOLL, Charles. A Igreja Desviada – Um chamado urgente para uma nova reforma. São Pau-lo: Ed. Mundo Cristão,2012, p. 9.

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14 o jornal batista – domingo, 29/10/17 ponto de vista

Joaquim Júnior, membro da Igreja Memorial Batista de Brasília-DF

A Reforma Protestan-te trouxe grandes contribuições para a música sacra.

Uma das figuras centrais da Reforma, Martinho Lutero, escreveu: “Excetuando a teo-logia, nenhuma arte poderia ser colocada no mesmo nível com a música”. Rolando de Nassau registra que “Lutero foi o grande incentivador do canto congregacional”1. John Julian ainda chama Lutero de “Primeiro hinista evangéli-co”. E, naturalmente, quan-do pensamos em hino da Reforma, nos lembramos de “Castelo Forte é nosso Deus” (323 CC e 406 HCC), basea-do no Salmo 46 e chamado de “Marselhesa da Reforma Protestante” por Heinrich Heine. Bach utilizou essa melodia em algumas de suas obras, como na Cantata ho-mônima BWV 80; Mendels-sohn, no último movimento da sua 5ª Sinfonia; Giacomo Meyerbeer, na ópera “Os Hu-

Davi Nogueira, pastor, colaborador de OJB

Em 2017, celebramos 500 anos da “Refor-ma Protestante”. No século XVI, Martinho

Lutero promulgou o movi-mento que desencadeou com a Reforma. Lutero identifi-cou 95 pontos da “Sagra-da Escritura” que a Igreja Romana descumpria ou os fazia diferente. De forma conciliadora, tentou resolver este conflito. Foi até o Papa, mas as suas alegações foram inclassificáveis. Naquela épo-ca, apenas o sacerdote podia ler a Bíblia, que estava dis-ponível somente nos idiomas originais: Hebraico (Antigo

guenotes”; Richard Strauss, na ópera “Friedenstag”; den-tre outros.

Outras melodias da épocaOs hinários Batistas regis-

tram, pelo menos, mais duas outras melodias da época da Reforma, mas vinculadas à linha calvinista. João Calvi-no também acreditava que toda a congregação deveria participar do louvor a Deus no culto, mas ele focava no canto dos salmos e era mais rígido quanto à música no culto: “Devemos tomar todo o cuidado para não fazer da música um elemento de en-tretenimento; ao contrário, a música é para adoração do Criador e a edificação da Igreja”. João W. Faustini destaca que, para Calvino, o foco do canto congregacional é Deus, e não o homem: “O primeiro objetivo maior do canto congregacional não é a expressão da resposta de alguém à fé, e nem o com-partilhar dos sentimentos de alguém, mas sim louvar a Deus pela sua misericórdia e graça”1.

Testamento) e Grego (Novo Testamento). Lutero, então, auxilia no processo de tradu-ção da Bíblia para o alemão e prende na porta da Igreja de Wittenberg aquilo que ficou conhecido como as “95 teses”, pontos bíblicos que questionavam a doutrina da Igreja de Roma. Sendo que os pontos sacrais eram: “Ven-da de indulgências” e a “In-falibilidade papal”. O povo, ao ler a Bíblia e descobrir as informações contidas nela e a práxis diferente da Igreja, decidiu apoiar as ideias de Lutero. Assim, deflagrou-se a “Reforma Protestante”.

Como medida de conten-ção da “Reforma Protestante” houve a “Contra-Reforma”.

“A Deus, supremo Ben-feitor” / “A Deus, o Pai e Benfeitor” (8 CC e 238 HCC) é uma doxologia com a famo-sa melodia Old Hundredth (1551), de Louis Bourgeois. Doxologia é uma fórmula de expressão de louvor, mui-to comum tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Neste hino, Thomas Ken exal-ta toda a Trindade. Mas dese-jamos destacar o compositor, Bourgeois, discípulo e Kantor de João Calvino (Ministro de Música da época, dirigente do canto congregacional e regente coral). Participou da preparação e de posteriores edições do Saltério de Ge-nebra, contribuindo com inúmeras melodias originais. Edith Mulholland destaca que “Suas melodias, com o uso frequente do padrão de quatro notas em linha des-cendente implicam em uma saída dos modos eclesiásticos para as escalas maiores e menores, mudança radical e duradoura para a salmódia e, em consequência, para a hinódia”2.

Outro hino com música de

A Igreja de Roma tomou me-didas para impedir o avanço do protestantismo. A criação de novas ordens religiosas e o investimento na educação, através da “Companhia de Je-sus”, uma ordem que formou sacerdotes jesuítas muito ex-perientes no trato da “Sagra-da Escritura”. Por ocasião da descoberta e colonização do Brasil, foi a ordem jesuíta que iniciou o trabalho de educa-ção no país. Não podemos deixar de reconhecer esse valor. Os jesuítas ensinaram os nativos brasileiros a lerem, escreverem e compreende-rem os ensinamentos bíbli-cos. O primeiro movimento cristão em solo brasileiro foi feito pelos jesuítas.

Louis Bourgeois é “O Meu Clamor, ó Deus, Atende” (387 HCC), cuja letra é uma paráfrase do Salmo 5. Sua re-levância histórica é enorme, pois foi cantado no primeiro culto evangélico em solo brasileiro, em 1557, realiza-do pelo pastor Pierre Richier (que deu o nome à melodia: Richier), outros pastores e membros da Igreja Reforma-da em Genebra, enviados por João Calvino e outros líderes. Após duras perseguições do catolicismo, muitos hugueno-tes e calvinistas foram presos e martirizados. E. Mulholland sugere o canto deste salmo nas celebrações anuais do aniversário da data em que suas palavras foram cantadas pela primeira vez em nosso país, 10 de março3.

As 5 SolasDiversos outros hinos se

vinculam à Reforma ao ex-pressar as verdades dos 5 So-las, frases latinas que definem os princípios fundamentais em contraposição aos ensi-namentos da Igreja Católica. Destacamos alguns:

Mas a “Contra-Reforma” não conseguiu impedir o avanço do protestantismo. Mais e mais pessoas aderi-ram o movimento na Europa, e a filosofia foi sendo disse-minada em todo o mundo e hoje temos inúmeras Igrejas evangélicas. A Igreja Ba-tista é fruto do movimento da reforma, bem como a Luterana, Anglicana, Con-gregacional e Presbiteriana. Muitos anos depois, surgiu o “Pentecostalismo Clássico”. E mais recente, o “Neopen-tecostalismo”. Estima-se que só na cidade do Rio de Janei-ro existam 4.500 denomina-ções evangélicas diferentes. E no mundo todo, 33 mil denominações evangélicas.

• Sola fide (Somente a fé): “Firmeza” / “A minha fé e o meu amor” (366 CC e 348 HCC), “Meu coração des-cansa em Deus” (336 HCC);

• Sola scriptura (Somente a Escritura): “A Lei do Se-nhor” / “É divina, sábia e pura” (138 CC e 214 HCC), Livro santo (215 HCC);

• Solus Christus (Somen-te Cristo): “Só por Jesus” (192 CC), “Salvador Ben-dito” (368 CC e 340 HCC), “Glória ao Redentor” (188 HCC), “Cristo é meu Se-nhor” (203 HCC);

• Sola gratia (Somente a gra-ça): “Maravilhosa graça” (193 HCC), “Graça de Deus, infinito amor” (291 HCC), “Preciosa a graça de Jesus” (314 HCC);

• Soli Deo gloria (Glória so-mente a Deus): “A Deus demos glória” (15 CC e 228 HCC), “Saudai o nome de Jesus” (60 CC e 56 e 59 HCC), “Tu és digno” (43 HCC), “Como agradecer a Jesus?” (422 HCC).

1 www.hinologia.org2 e 3 HCC - Notas históricas

E ainda existe, nestes últi-mos dias, o movimento dos “Desigrejados”. Insatisfeitos com a Igreja evangélica, que se reúnem para prestarem culto.

No que tange a Igreja de Cristo, nosso maior desafio enquanto cristãos é manter a unidade. Divisões não re-presentam o ideal da vida em comunidade. Precisamos nos unir em razão, emoção e espiritualidade; um grande desafio! Mas esse é o melhor caminho para os cristãos se-guirem.

“Liderança é assumir res-ponsabilidades enquanto outros inventam justifica-tivas”.

Outros hinos da Reforma

A História nos ensinando a Reforma Protestante

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15o jornal batista – domingo, 29/10/17ponto de vista

Jonatas de Souza Nascimento, diácono da Primeira Igreja Batista em Centenário - Duque de Caxias - RJ, vice-presidente da Associação dos Diáconos Batistas do Estado do Rio de Janeiro (Adiberj) - Seção Duquecaxiense.

“Devem também, antes de tudo, passar por experiên-cia; depois, se não houver nada que os desabonem, que exerçam o diaconato.” (I Tm 3.10)

Embora a contragos-to, passei a ser visto como uma espécie de “examinador oficial”

de candidatos ao diaconato em concílios realizados em minha região, o que ora me motiva a trazer à memória da comunidade diaconal Batista alguns pressupostos que jul-go importantes acerca desse fascinante ministério.

É praxe e também orienta-ção da denominação Batista obedecer a algumas etapas no processo de eleição e con-sagração de diáconos, sendo certo que esse ministério tem sustentação bíblica em Atos 6.1-3 e I Timóteo 3.8-13.

Tudo começa com a ne-cessidade de a Igreja instituir ou mesmo renovar o seu quadro de diáconos. Apren-demos que há, pelo menos, quatro formas de indicação de novos candidatos, a sa-ber: a) - indicação feita pelos diáconos mais antigos; b) - indicação feita pelo pastor; c) - indicação feita pela própria Igreja; e d) - autoindicação.

Dentre os “Documentos Batistas” editados pela Con-venção Batista Brasileira, temos um manual específi-co denominado “Exame e Consagração Diaconal”, que apresenta o passo a passo para as Igrejas filiadas pro-moverem as suas consagra-ções diaconais, onde temos o cronograma do processo de seleção, a convocação do concílio, o convite aos diáconos, a constituição da diretoria do concílio, a ata do concílio examinatório, além da sugestão de temas que

devem ser abordados pela banca examinadora.

Particularmente, defendo uma sabatina mais branda para candidatos ao diaco-nato em comparação com aquela praticada em concílio examinatório de candidatos ao ministério pastoral, pois enquanto este é responsável pelo ministério da palavra propriamente dita, aqueles se dedicarão, se aprovados forem, a um ministério de serviço que, de acordo com o documento acima mencio-nado, requer conhecimentos comuns a ambas as áreas, conforme transcrevo a se-guir, seguido de comentários meus:

I - Experiência de conver-são;

Meu comentário: A Bíblia fala que o inexperiente (neó-fito) não deve ser conduzido ao ministério diaconal. Em minha modesta opinião, três anos de conversão seria o tempo mínimo de vida cristã para alguém ingressar no ministério diaconal.

II - Teologia propriamente

dita: Escrituras Sagradas, Deus Pai, Filho e Espírito Santo, o homem, o pecado, salvação, eleição, Reino de Deus, Igre-ja, o Dia do Senhor, Ministé-rio da Palavra, Ministério do Serviço, liberdade religiosa, morte, justos e ímpios;

Meu comentário: Dentre outros temas, aqui são abor-dados assuntos relaciona-dos a doutrinas bíblicas, tais como Bibliologia (Estudo da Bíblia), Angelologia (Estudo dos Anjos), Cristologia (Es-tudo de Cristo), Teologia–sistemática, dogmática ou contemporânea (Estudo de Deus), Soteriologia (Estudo ou doutrina da Salvação), Hamartiologia (Estudo ou doutrina do Pecado), Eclesio-logia (Estudo da Igreja), Esca-tologia (Estudo ou doutrina das últimas coisas), Pneuma-tologia (Estudo ou doutrina do Espírito Santo) e Antro-pologia (Estudo do Homem).

III - Relacionamento Pesso-al: Amor ao próximo e ética;

Meu comentário: Penso que o diácono, enquanto promotor da paz em ambien-te eclesiástico, precisa ter elevado grau de amor ao pró-ximo, além da necessidade de ser ético em todo tempo.

IV - Teologia prá t ica : Batismo, Ceia do Senhor, Mordomia, Evangelização e Missões, Educação Cristã, Ordem Social e família;

Meu comentário: Importan-te que o candidato seja firme nas doutrinas defendidas pelos Batistas, a ponto de se posicionar sobre os temas acima, especialmente nos quesitos batismo e ceia, bem como possuir como marca o ser pregoeiro e fiel defensor das atividades, filosofias e ideologias defendidas e pra-ticadas pelos Batistas.

V - Declaração Doutriná-ria da Convenção Batista Brasileira, Pacto das Igrejas Batistas, Princípios Batistas, estrutura e funcionamento da Convenção Batista Brasileira e história dos Batistas.

Meu comentário: Só aqui temos material de estudo su-ficiente para uma graduação superior no campo acadêmi-co, razão pela qual o candi-dato não deve ingressar no ministério diaconal sem esses conhecimentos.

A Convenção Batista Brasi-leira recomenda que o Exame de concílio deve ter parecer favorável, desde que:

I - Conste na ata do Con-cílio de Exame o registro da presença de, pelo menos, sete diáconos Batistas; e

Meu comentário: Ainda que se trate de um ministé-rio local, toda Igreja filiada à Convenção Batista Bra-sileira deve observar esta recomendação em nome da publicidade e também da transparência no processo.

II - Haja aprovação de, pelo menos, 80% (oitenta por cen-to) dos diáconos presentes ao Concílio de Exame.

Meu comentário: Embora constrangedor, já que a ce-rimônia é realizada na Igreja

que promove o concílio, normalmente na presença dos membros, parentes e amigos, além da represen-tação denominacional, esse percentual sugerido encerra a ideia de legitimidade do processo, porquanto é ali o ambiente próprio para que cada candidato demonstre o seu preparo.

No ato do concílio, o pas-tor presidente da Igreja deve instalar uma assembleia, de-legando-se poderes a diáco-nos e pastores eventualmente presentes; em seguida, eleger uma diretoria, que deverá ser composta por:

a) Presidente (Via de regra, elege-se o próprio pastor ti-tular da Igreja promotora da cerimônia),

b) Examinador e c) Secretário. Uma vez aprovados, ele-

gem-se também:a) Mensageiro ocasionalb) Responsável pela entrega

da Bíblia ao novel diácono; e c) Responsável pela oração

de consagração.

Sendo redundante de pro-pósito, apesar do peso do conhecimento do candidato, que deve ser demonstrado no cotidiano da Igreja local e, especialmente, no dia do con-cílio, o diácono que cumprir com lealdade o seu ministério de serviço à luz da Bíblia, tudo fazendo para dignificar o papel do diácono que ele abraçou e com oração e impo-sição de mãos foi consagrado. Diácono que serve é aquele que não está preso às três mesas (do Senhor, do pastor e dos necessitados). Diácono que serve não é aquele que somente distribui a Ceia do Senhor. Não é aquele que faz plantão sob o signo da obrigação. Não é o que faz visitas para cumprir protocolo ou para receber elogios em público na primeira oportu-nidade. Não é aquele que se porta como “fiscal” da Igreja e que se julga melhor do que os outros, até porque, de fato, não o são.

Se me fosse dado o privi-légio de sugerir perguntas e/

ou informações que não po-deriam deixar de ser feitas a qualquer candidato, por oca-sião do concílio, estas seriam as minhas, além de muitas outras que oportunizam ao candidato demonstrar os seus conhecimentos adquiridos ao longo da sua vida cristã e, especificamente, no período probatório:

1. Experiência de conver-são ao Evangelho de Jesus Cristo;

2. Convicção do chamado para o ministério do serviço, com pleno entendimento do trinômio contido em Atos 6.3: “Boa reputação”, “Cheio do Espírito Santo” e de “Sa-bedoria”;

3. Entendimento sobre os atributos e as atribuições do diácono no cotidiano;

4. Fidelidade às doutrinas defendidas pelos Batistas e demonstração de conhe-cimentos de algumas de-las, exemplificativamente, bem como conhecimento razoável sobre a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das Igrejas Batistas filiadas à Convenção Batista Brasileira;

5. Relacionamento com o pastor e demais diáconos, com os membros da Igreja, com a comunidade local, com a família, bem como o seu posicionamento em rela-ção a questões controversas, tais como: a) - homossexua-lidade; b) - aborto; c) - pena de morte; d) - eutanásia; e) - porte de arma, e f) - relação Estado x Igreja (ou, simples-mente, política x Igreja); e

6. Acima de tudo, em qual-quer concílio é preciso saber se o candidato é, de fato, um servo obediente a Deus e fiel a Jesus Cristo, que é a razão da nossa motivação para o serviço.

Para finalizar, esclareço que iniciei este artigo di-zendo que tenho atuado a contragosto como examina-dor porque quase sempre o examinador é visto como “bicho papão”, e eu luto para desmistificar isso antes que o ministério diaconal seja visto como desnecessário .

Ministério diaconal exige preparo e obediência

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