27
indústrias de alimentos e bebidas do Brasil As ISSN 1984-4212 - Ano VII - n o 30 - R$ 25,00 indústrias de alimentos e bebidas do Brasil Maiores Consumo - Mudanças à vista 100 100

ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

  • Upload
    vothu

  • View
    219

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

indústrias de alimentos e bebidas do Brasil

As

ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00

indústrias de alimentos e bebidas do Brasil

Maiores

Consumo - Mudanças à vista

100100

Page 2: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

3

Adalberto Luiz Faria de AlmeidaEngenheiro de alimentos e profissional contratado da Plury Química

Airton VialtaEspecialista em genética de microorganismos, pesquisador científico do Ital

Alfredo Luiz Barcelos FerreiraQuímico, mestre-cervejeiro da Schincariol

Ary BucioneEngenheiro de alimentos, gerente de sweeteners da Danisco Culturas para a América do Sul

Denise C. P. JardimPesquisadora científica e coordenadora do Centro de Tecnologia de Cereias e Chocolate (Cereal Chocotec) do Ital

Ellen Almeida LopesFarmacêutica bioquímica, mestre em Ciência dos Alimentos, diretora da Food Design Sistemas de Gestão de Qualidade dos Alimentos

Fábio HasegawaEngenheiro e Mestre em Tecnologia de Alimentos, gerente da Silliker Brasil.

Grace Maria WilleDoutora em Tecnologia dos Alimentos e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Maria Cecília F. ToledoProfessora Doutora da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Múcio M. FurtadoTécnico em laticínios, bioquímico, doutor em ciências de alimentos e consultor técnico da Danisco

Murilo Hadad PiresPHd em Ciência dos Alimentos e Gerente de Projetos da Globalfood

Ricardo SzusterEngenheiro de Alimentos, atua no segmento de food service da Unilever

Valdomiro ValleGerente técnico da Solae

Comit� Editorial-T�cnico-Cient�fico

A revista IT - Ingredientes e Tecnologias é uma publicação trimestral sobre

pesquisa e desenvolvimento na indústria de alimentos e bebidas da Setembro Editora

Ano VII, n. 30 - out/ 2015 a dez/ 2015

Diretor e Editor Luiz José de Souza ([email protected])

RedaçãoSetembro Editora e Colaboradores ([email protected])

ColaboraçãoJuçara Pivaro

[email protected]

DiagramaçãoFábio Ruiz

PublicidadeLuiz José de Souza ([email protected])

AtendimentoAna Carolina Senna de Souza ([email protected])

CRÉDITO FOTO CAPA: freeimages.com

SETEMBRO EDITORAEd. Green Office Morumbi

Rua Domingos Lopes da Silva, 890, cj.402 - Portal do Morumbi - CEP 05641-030, São Paulo, SP, BrasilTels: (11) 3739-4385/ 8141-3274/ 2307-5561/ 2307-5563/ 2307-5568/ 2307-5574

Outra publicaçãoAssinatura Anual

4 edições trimestrais - R$88 - pagamento por Boleto Bancário

Exemplar AvulsoR$25,00

Anuário Brasileiro de Ingredientesedição especial - R$50,00

Para [email protected]

Tel e fax: (11) 3739-4385

O Anuário Brasileiro de Ingredientes é uma edição especial da revista IT-Ingredientes e Tecnologia. Com periodicidade anual, é uma fonte de consulta e de pesquisa aos profissionais das indústrias de alimentos e de bebidas

Edito

rial

P

Diante do atual cenário da economia brasileira, o setor da alimentação ocupa posição melhor do que outros setores produtivos. Em 2015, frente a um quadro de retração de consumo, alguns segmentos das indústrias de alimentos e bebidas apresentaram desempenho positivo, principalmente aqueles considerados básicos. Por outro lado, a participação do emprego no setor, se comparado à indústria em geral e ao total da economia continuou crescendo. Estimativas da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação apontam que, em 2016, o desempenho do setor pode melhorar, apesar de apresentar queda no crescimento, reflexo natural da crise econômica. Confira o balanço de 2015 e as expectativas de alguns segmentos das indústrias do setor na matéria de capa.

Mudanças na economia acabam por refletir em transformações na forma como o consumidor se relaciona com produtos e compras. Para entender essa dinâmica, trazemos a entrevista de Renata Pompa Moura, gerente da área de pesquisa da Mintel, que fala das tendências de comportamento dos consumidores em períodos econômicos difíceis.

Durante períodos de crise, a criatividade e a busca para obter maior conhecimento dos movimentos de mercado são importantes para ganhar competitividade e, em 2016, nossa publicação tentará levar a seus leitores as novas ideias e soluções.

Boa leitura

Luiz SouzaDiretor e Editor

rezado Leitor,

Page 3: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

anunciantes desta edição

Sum

ário

Entrevista Renata Pompa de Moura, da Mintel fala de mudanças no consumo08

Produtos & MarcasLançamentos e inovações das indústrias para o consumidor14

Matéria de CapaAs maiores empresas de alimentos e bebidas21

Canal DiretoAções e investimentos das empresas de ingredientes 38

Ingredientes & AplicaçõesInovações em insumos para as indústrias de alimentos e bebidas44

48 Pesquisas e TecnologiaPercorrendo longas distâncias com bebidas esportivas

46 TendênciasNova realidade para alimentos

Albion / Kilyos............3ª Capa

Cargill ..................................6 Döhler....................................5

Dupont .......................2ª Capa

FiSouth America.................47

Fortitech.....................4ª Capa

Granolab..............................19

QuantiQ...............................13

SupplySide...........................33

Sweetmix.............................17

Page 4: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

7

Page 5: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Entre

vista

Mudanças no consumo

Renata Pompa de Moura é gerente de pesquisa da Mintel no Brasil, desde 2009. Com mais de doze anos de experiência trabalhando em empresas de consultoria e pesquisa de mercado no Brasil, Estados Unidos e Chile, Renata possui um amplo conhecimento do comportamento do consumidor e de tendências globais de consumo.

Nas últimas décadas, os brasileiros de todas as classes sociais tiveram oportunidade de consumir mais, no caso da nova classe média, que vinha em crescimento e pode experimentar inovações e produtos mais sofisticados. Com a situação econômica do Brasil apertando o orçamento dos consumidores, houve a necessidade de mudanças nos hábitos de compra. Renata Pompa Moura fala um pouco do comportamento do brasileiro no setor de alimentos e bebidas, de tendências e alternativas que as indústrias podem fazer para estimular o consumo.

9

Por Juçara Pivaro

Foto

: Div

ulga

ção

Revista Ingredientes e Tecnologias - De maneira geral, como foi o desempenho das várias categorias de alimentos e bebidas em 2015?

RENATA MOURA - Ainda não possuímos dados finalizados das diversas categorias para 2015, pois só serão fechados no primeiro semestre de 2016. O que possuímos sobre o ano passado são estimativas e dados do comportamento do consumidor durante este ano. Em 2015, o consumidor brasileiro priorizou seus gastos,focando nos itens essenciais. Alimentos e bebidas foram um dos setores que menos sofreram, em especial alimentos e bebidas do dia a dia considerados básicos. Por exemplo, 51% dos brasileiros manteve seu volume de compras de alimentos/bebidas do dia a dia de marcas conhecidas/populares nos últimos 12 meses, 23% aumentou seu volume de compras desse tipo de alimentos/bebidas e apenas 18% cortou esses produtos da sua lista de compras. Já em relação aos produtos não essenciais de marcas conhecidas/populares, como por exemplo, biscoitos Bono e chocolates Garoto, o corte foi maior, com 30% reduzindo suas compras desses tipos de produtos nos 12 meses anteriores a setembro de 2015.

IT - Em 2015, os casos de inovações e/ou ocupação de novos nichos de mercado ocorreram mais fortemente em quais categorias de alimentos e bebidas?

RENATA MOURA - Nos últimos anos, a ascen-são da classe média com seu maior poder aqui-sitivo estimulou o surgimento de inovações em diversas categorias com produtos que ofereciam um maior valor agregado. Quanto ao lançamento de novos produtos, desde 2011, categorias dos

segmentos de panificação, molhos e condimen-tos, salgadinhos e laticínios se destacaram. A ca-tegoria de iogurtes é um exemplo disso. O iogur-te grego surgiu no Brasil no segundo semestre de 2012, e dados da nossa pesquisa realizada recen-temente indicou que 61% dos brasileiros consu-miu a categoria nos 12 meses anteriores a agosto de 2015. Apesar da crise, 22% dos consumidores indicou que aumentou o seu consumo deste tipo de iogurte nos últimos 12 meses.

IT - Principalmente, em 2015, o movimento de mudança de consumo na classe média foi forte em decorrência da crise na economia brasileira. A crise traz também oportunidades e, nesse aspecto, quais seriam os caminhos para evitar perda de consumo? Inovação? Novas embalagens? Lançamentos com produtos de menor custo? Outros.

RENATA MOURA - Entre os quatro principais grupos pesquisados, alimentos e bebidas, in-cluindo itens de marca e de marca própria, são

“ As marcas têm a oportunidade também para transformar suas promoções e descontos em momentos divertidos para o consumidor com ações que surpreendam as pessoas.

Page 6: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

11

Entre

vista

No Reino Unido, o varejista Tesco iniciou uma campanha chamada “prove antes de comprar” em seis lojas em agosto de 2015. A campanha envolveu diversas categorias de produtos e pode ajudar a impulsionar o consumo de marcas privadas no Brasil também, mostrando aos consumidores a qualidade dos produtos.

os setores que os consumidores C12 estão com-prando mais nos últimos 12 meses. Em setembro de 2015, 38% dos consumidores C12 declarou que estão comprando mais alimentos e bebidas comparado com um ano atrás. A maior redução é em relação aos alimentos não essenciais, com 31% dos consumidores da classe média decla-rando que estão comprando uma menor quanti-dade comparado ao ano anterior. Em relação às marcas próprias de supermercado, 28% da classe média está mantendo seu volume de compras, enquanto 12% está comprando mais e 25% está comprando menos. A crise pode ser uma opor-tunidade para as marcas próprias se destacarem, uma vez que geralmente essas marcas são mais acessíveis que as regulares. Os preços baixos são prioridade para os consumidores brasileiros, com 78% deles declarando que esse é o motivo que mais pesa na decisão de compra de alimen-tos e bebidas. No Reino Unido, o varejista Tesco

iniciou uma campanha chamada “prove antes de comprar” em seis lojas em agosto de 2015. A campanha envolveu diversas categorias de pro-dutos e pode ajudar a impulsionar o consumo de marcas privadas no Brasil também, mostrando aos consumidores a qualidade dos produtos.

IT - A Mintel, durante evento realizado no final de 2015, divulgou as tendências para consumo em 2016. No evento, foram destacadas algumas alternativas de vários setores da indústria que foram aplicadas na Europa e EUA. Com a diferença de cultura entre esses locais em relação ao brasileiro, acredita que algumas das alternativas citadas sejam aplicáveis no Brasil?

RENATA MOURA - Com certeza, as tendências são todas aplicáveis ao Brasil neste momento de crise econômica e podem ser utilizadas para que as marcas se diferenciem frente ao consu-midor. Países como os EUA e UK passaram por crises econômicas recentemente e as marcas tiveram que inovar para continuar atraindo o consumidor. Muitos desses exemplos podem ser replicados ou adaptados ao Brasil. Por exemplo, serviços de compartilhamento, troca e assinatura estão emergindo em diversos setores e devem se tornar ainda mais popular uma vez que o consu-midor está buscando alternativas para economi-zar. As marcas têm a oportunidade também para transformar suas promoções e descontos em momentos divertidos para o consumidor com ações que surpreendam as pessoas.

IT - Na área das indústrias de alimentos e bebidas, quais seriam as alternativas para não perder substancialmente vendas? Por favor, cite alguns exemplos.

RENATA MOURA - Varejistas têm a oportuni-dade de investir em experimentação e degusta-ção dos seus produtos de marca própria. Existe oportunidade também para fazer o consumidor se sentir autossuficiente, dando-lhe meios para que desenvolva suas habilidades culinárias fazen-

do produtos e pratos em sua própria casa, como por exemplo, oferecendo treinamentos para baristas. Outra alternativa é transformar o pro-cesso de compra em algo divertido, não apenas oferecendo descontos e promoções ao consumi-dor, mas transformando estas iniciativas em algo divertido para o consumidor, por exemplo dando descontos para clientes que façam demonstra-ções de afeto e gentileza com o próximo, ou que participem em brincadeiras durante o processo de compra.

IT - Segmentos como o de produtos premium tendem a ter grande queda de vendas em 2016? Havia parcela significativa da classe média baixa consumindo produtos premium no setor de alimentos e bebidas?

RENATA MOURA - Sim, esperamos uma redu-ção no consumo desses itens. Nos doze meses anteriores a agosto de 2015 31% dos consumi-dores da classe C12 reduziram suas compras de produtos alimentícios não essenciais de marca, como por exemplo chocolates, balas. Além disso, em julho de 2015, 21% dos consumidores da classe C2 declaram que estavam comprando menos biscoitos que nos doze meses anteriores a pesquisa.

Na categoria de café por exemplo, quase a metade (45%) dos consumidores das classes C12 indicam que o preço baixo é um dos principais fatores que os influenciam na compra de café, indicando que muitos consumidores da classe média estão priorizando marcas mais acessíveis.

IT - Em 2016, como devem se comportar os brasileiros em relação ao aspecto sustentabilidade em suas compras? A crise econômica deverá afetar o desejo de comprar produtos que tenham apelo ao meio ambiente, caso tenham maior custo?

RENATA MOURA - Marcas que não agridam o meio ambiente influenciam na decisão de com-pra de 39% dos brasileiros. No entanto, com o agravamento da crise econômica preços baixos

torna-se um fator cada vez mais importante para os consumidores. Portanto, os produtos sustentá-veis devem também trazer o benefício de redu-ção de custo para o consumidor para que possam chamar a sua atenção. A tendência Green and Lean da Mintel reforça este comportamento. Cada vez mais existe a necessidade de quantificar os benefícios financeiros dos produtos sustentá-veis para o consumidor, tornando-os produtos mais necessários em um período de crise. Por exemplo, produtos que utilizam embalagens que podem ser reutilizáveis pelo consumidor, com outras funções, além de garantir uma economia na compra de um produto futuro podem reforçar a imagem sustentável do produto. Na verdade, os consumidores estão começando a descobrir que a adoção de práticas sustentáveis pode ajudá-los com suas finanças, como apontado na tendência de consumo para 2016 “Sede por Mais”.

IT - Geralmente, quais categorias do setor da alimentação são mais afetadas em tempos de crise?

RENATA MOURA - Certamente as categorias de itens não essenciais, alimentos e bebidas pre-mium, como os indicados na primeira questão. Em abril de 2015, 36% dos brasileiros acima de 18 anos já indicaram que estavam comprando menos bebidas alcoólicas comparado com os 12 meses anteriores.

IT - Apesar de apresentar crescimento significativo

nos últimos anos, o setor foodservice deve ter retração em 2016? Em caso de retração, isso beneficiaria as indústrias de alimentos, já que os consumidores farão suas refeições em casa? Essa seria uma das oportunidades da crise para as indústrias?

RENATA MOURA - Sim, o consumidor brasilei-ro tem reduzido a sua frequência de alimentação fora de casa e isso favorece as refeições feitas em casa. Em abril de 2015, 36% dos brasileiros já havia reduzido sua frequência de consumo de alimentação fora de casa em relação aos 12 meses anteriores a pesquisa. Essa tendência tem

Page 7: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Entre

vista

13

“ Cada vez mais existe a ne-cessidade de quantificar os benefícios financeiros dos produtos sustentáveis para o consumidor, tornando-os produtos mais necessários em um período de crise.

Surge oportunidade para as indústrias de alimenta-ção em casa, com marcas trazendo para a casa do consumidor produtos si-milares aos oferecidos em restaurantes.

afetado diferentes categorias de foodservice, in-clusive fast food. Em setembro de 2015, 33% dos brasileiros declarou que estava comendo menos fora de casa, em restaurantes fast food (ex. Mc Donald’s, Bob’s, Habib’s) em comparação com os 12 meses anteriores à pesquisa. No entanto, 35% dos brasileiros declarou que está comprando mais alimentos para comer em casa nos últimos 12 meses, confirmando este movimento de subs-tituição da alimentação fora de casa pela dentro de casa. Surge oportunidade para as indústrias de alimentação em casa, com marcas trazendo para a casa do consumidor produtos similares aos oferecidos em restaurantes ou os próprios restaurantes lançando opções de comidas prepa-radas vendidas em supermercados para o consu-mo em casa.

IT - Fale um pouco das pesquisas sobre as

tendências para 2016 com o foco para as indústrias de alimentos e bebidas.

RENATA MOURA - A tendência ‘Sede por Mais’ explica que enquanto o país luta contra a recessão e problemas climáticos, os brasileiros começam a descobrir que adotar práticas ecoló-gicas pode ajudá-los a economizar dinheiro. Por exemplo, os consumidores começam a reciclar lixo em troca de descontos, trocando garrafas e latas por descontos nas máquinas de refrige-rante da Triciclo. Quando se trata de lidar com um possível racionamento de água, marcas de comida e bebida – incluindo varejistas – têm a oportunidade de aumentar a conscientização sobre a quantidade de água necessária ou desper-diçada. Já a tendência “Ocupe Brasil” indica que os consumidores estão mais exigentes e, fre-quentemente, fazem denuncias. As marcas estão se ajustando a este contexto com a busca por práticas justas. Em 2016, as marcas irão encora-jar ações positivas entre seus clientes. A marca de sucos Tang, por exemplo, incentiva crianças brasileiras a se unirem para conquistar mais e tornar o mundo um lugar melhor. Além disso, uma série de iniciativas que ajudam os consumi-dores a serem propulsores de mudanças positivas são observadas. A Red Bull, por exemplo, está apoiando um concurso para encontrar projetos tecnológicos inovadores que possam melhorar a cidade de São Paulo. Outra tendência que vem sendo seguida por diversas empresas no setor de alimentos e bebidas é a da “Famílias Alterna-tivas”. Essa tendência indica que a forma como os brasileiros vivem juntos e criam laços evoluiu significativamente, resultando no surgimento de novas formas de convivência. A marca de sorvetes Ben & Jerry´s demonstrou, nos Estados Unidos, o seu apoio a essa tendência criando um sabor para apoiar o casamento entre as pessoas do mesmo sexo.

Page 8: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

15

Prod

utos

& M

arca

s

Linha Selecta Supreme da Duas Rodas conta com cinco novos produtos

Foto

: Div

ulga

ção

Na constante busca por inovação e aprimoramento, a linha Selecta Supreme, da Duas Ro-das, lançou cinco novos produtos para facilitar ainda mais a vida de seus clientes. A linha de ganaches ganhou três sabores irresistíveis, sendo que um deles é exclusivo no mercado: o Gana-che Chocolate Sabor Avelã, que alia a inovação em um produto premium com pedaços de avelã.

O Ganache Sabor Chocolate Meio Amargo possui notas intensas de cacau, sabor, cremosida-de e textura ideal. Já o Ganache Chocolate Branco traz o sabor do mais puro chocolate cremoso.

A linha de ganaches é indicada para recheios e coberturas de bolos e tortas, trufas, bom-bons, pães de mel, alfajores, ovos de Páscoa, doces e sobremesas em geral.

Seguindo a tendência de mercado na busca de praticidade e qualidade, a Selecta Supreme apresenta ao mercado também uma linha de docinhos, com dois sabores: Brigadeiro e Beijinho. Práticos e prontos para uso, os produtos possuem o verdadeiro sabor de receita caseira com os melhores ingredientes. Têm textura perfeita para o manuseio e rendem muito mais que o produto artesanal, pois não há desperdício.

Além dos tradicionais docinhos, os produtos podem também ser utilizados como recheios e coberturas de bolos, tortas, trufas, bombons, pães de mel, alfajores, ovos de Páscoa, pizzas doces e sobremesas em geral.

Esses lançamentos ampliam o portfólio da empresa e aumentam a participação no mer-cado artesanal de chocolates e panificação e confeitaria. Os produtos são comercializados em potes de 1,01kg e podem ser encontrados em lojas de doces, produtos para festas e atacados. Fo

tos:

Div

ulga

ção

Mundo Verde amplia marca própria e lança linha de biscoitos salgados

O Mundo Verde, maior rede de lojas especializadas em produtos naturais, orgânicos e para o bem-estar da América Latina, amplia o investimento da com-panhia na marca própria Mundo Verde Seleção e lança uma linha exclusiva de biscoitos salgados.

Disponíveis em três versões, Picante, Ervas Finas e Pizza, as novidades fortalecem o posicionamento da marca, que oferece cada vez mais opções para uma dieta gostosa e saudável.

“Os produtos são livres de conservantes, corantes artificiais, gorduras trans e dos principais alergênicos alimentares, como glúten, leite e ovos. Os biscoitos têm em sua composição farinha de banana verde, uma excelente fonte de fibras prebi-óticas, explica Flávia Morais, gerente de nutrição e desenvolvimento de produtos do Mundo Verde.

É importante ressaltar que o mercado de produtos sem glúten cresce exponencialmente, o que resulta em novas oportu-nidades de negócios para segmento de alimentos especiais.

Segundo dados da organização especializada em pesquisas de mercado, Euromonitor, as vendas globais desse tipo de alimento cresceram 75% entre 2008 e 2013. Além disso, o levantamento também revelou que mais da metade dos consumidores globais que com-pram pela internet manifestam interesse em pagar mais por alimentos com benefícios específicos, como a ausência de alergênicos alimentares, por exemplo.

No Brasil, de acordo com a Federação Nacional dos Associados de Celíacos (Fenacel-bra), são ,aproximadamente, 2 milhões de celíacos, consumidores que dependem exclusi-vamente dos alimentos livres de glúten.

“Este é um importante investimento do Mundo Verde, que amplia ainda mais o portfólio de produtos da linha própria Mundo Verde Seleção, uma das principais estratégias da empresa para a consolidação definitiva da marca. Com o lançamen-to da linha de chás, a rede passa a disponibilizar, aproximadamente, 80 produtos do portfólio próprio“, conta Carlos Wizard Martins, presidente da rede Mundo Verde.

Nutwhey lança Creme de Avelã Proteico da Integralmédica®

A alimentação correta, com dieta variada, saudável e balanceada, é um dos fatores que tem maior influência na saúde e no bem-estar. Para manter o corpo em forma durante o ano todo, alguns aspectos como a prática de atividade física e adotar hábitos saudáveis são fatores importantes para essa continuidade, principalmente para os atletas, praticantes de musculação e desportistas em geral. Pensando neste público em auxiliar a todos que buscam melhorar a qualidade de vida, a Integralmédica®, empresa pioneira e líder no segmento de suplementos nutricionais, apresenta ao mercado brasileiro o Nutwhey, o novo creme de avelã proteico, que integra o portfólio da linha Body Size®.

Mais uma vez a marca inova e lança a novidade mais deliciosa dos últimos tempos, uma combinação perfeita entre pasta integral de avelã (fonte de fibras), cacau (antioxidante) e whey protein (proteína do soro do leite), que vai turbinar o sabor dos lanches e sobremesas fit. Nutwhey não tem adição de açúcar, é isento de glúten, tem 36% menos carbos e quase três vezes mais proteínas que o creme de avelã mais tradicional do mercado. O produto apresenta 20% de whey protein, não possui adição de adoçantes, corantes e aromatizantes. De consistência cremosa é uma opção versátil para criar novas receitas no dia-a-dia e manter uma dieta saudável. “Mesmo conhecendo os benefícios do whey protein, muitas pessoas acabam encontrando dificuldades em incluir o nutriente na dieta. Nutwhey é uma forma prática de auxiliar as pessoas no consumo diário de proteínas. Além de ser saboroso, ajuda dar saciedade e matar aquela vontade de doce”, declara Rafael Gallego, gerente de marketing da Integralmédica®.

O produto é apresentado em embalagem de 200g, com um rótulo de design moderno que explora o apelo visual do creme de avelã. Pode ser encontra-do nas lojas de suplementos nutricionais ou body shops de todo o país, lojas de produtos naturais e e-commerce especializado.

Novo Cream Cheese Catupiry®, mais sabor e versatilidade à mesa

A fabricante do requeijão mais famoso do Brasil está diversificando seu portifólio para continuar surpreendendo o paladar de seus consumidores. Após entrar para a categoria de alimentos prontos com o lançamento da linha de quitutes, a marca anuncia seu mais novo produto: o Cream Cheese Catupiry®.

Leve, saboroso e de textura cremosa, o produto é elaborado a partir de um delicioso creme de leite, que passa por rigoroso processo industrial, assegurando sabor incomparável, com a qualidade da marca Catupiry, que faz seus momentos mais gostosos!

Além de se fazer presente no café da manhã com excelência, o Cream Cheese Catupiry® também é um curinga na culinária, figurando como ingrediente es-sencial em diferentes receitas, do cheesecake à pizza, da entrada à sobremesa, garantindo pratos especiais com a chancela da Catupiry.

O Novo Cream Cheese Catupiry® chega ao mercado em embalagem de 150g e pode ser encontrado nos melhores supermercados e padaria de todo o Brasil.

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Page 9: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

17

Prod

utos

& M

arca

sSelmi amplia portfólio de licenciados com lançamento da Mistura para Bolo Renata Divertix

Colocar a mão na massa e preparar receitas deliciosas com a ajuda dos pais é a brincadeira preferida de muitas crian-ças. Pensando nisso, a Selmi, uma das maiores empresas de alimentos do País, lança a Mistura para Bolo Renata Divertix, inspirada no desenho infantil Hora de Aventura.

O lançamento amplia o portfólio de produtos licenciados da empresa, que já conta com marcas como As Meninas Super-poderosas e Ben 10. Divertix é a primeira mistura para bolo do mercado com confeitos coloridos que não se dissolvem na massa e nem perdem o sabor. Mesmo quando colocados na batedeira ou liquidificador, mantêm o formato original, dando um toque de diversão ao seu preparo,

tornando o momento de cozinhar com os mínis chefs ainda mais alegre e especial.O desenho Hora de Aventura, que é transmitido pelo canal Cartoon Network, traz Finn, um menino superdes-

colado e Jake, o cão mais esperto do mundo, juntos em grandes aventuras. Na Mistura para Bolo Renata Divertix são os responsáveis por tornar essa experiência na cozinha ainda mais fun.

Feita com a Farinha Renata e confeitos coloridos, a novidade chega ao mercado em embalagem de 400g e sabor baunilha. Para prepará-la basta adicionar leite, margarina e ovos e, em seguida, assar em forno convencio-nal ou micro-ondas. O resultado é um bolo colorido, macio e com sabor de feito em casa.

“Os confeitos dão um toque todo especial à apresentação do bolo, transformando qualquer momento em uma festa, isso sem mencionar os personagens de Hora de Aventura, que são um verdadeiro sucesso!”, destaca o diretor Comercial da Selmi, Marcelo S. Guimarães.

A Mistura para Bolo Renata Divertix e os outros produtos da Selmi podem ser encontrados nas principais redes varejistas e atacadistas de todo País

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Graníssimo com aval de Café Pelé

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Há mais de 50 anos conquistando consumidores com seu jeito especial de selecionar, torrar e moer grãos para oferecer uma bebida com sabor e aroma únicos, a Café Pelé lança uma nova linha, composta por produtos desenvolvidos com blends diferenciados e sabor equilibrado, próprios para serem apreciados em companhia de um bom livro, ao lado de pessoas especiais, e, também, harmonizados com doces e outros acompanhamentos preferidos.

Na versão torrado e moído, Graníssimo reúne uma composição de grãos que reflete em um paladar intenso, com acidez equilibrada e leve doçura. A marca está disponível em embalagens a vácuo e Standing Pack de 500 gramas, mantendo o aroma e sabor do café por mais tempo.

Além da versão torrado e moído, Graníssimço também pode ser encontrado em três blends de cápsulas: Oro: com café 100% arábica, gourmet, a bebida é delicada e traz um blend elegante com sabor adocicado e notas frutadas. Tem aroma floral e sua finalização é marcada por frutas secas; Rosso: com café 100% arábica, gourmet, a bebida é encorpada, com blend equilibrado e sabor intenso, com notas de nozes e amêndoas. Seu aroma é doce e sua finalização é agradavelmente achocolatada e

Nero: com café 100% arábica, é uma bebida encorpada, com sabor e aroma intensos e notas carameladas. Sua finalização é marcante, longa, com notas de chocolate meio amargo.

As cápsulas são compatíveis com máquina Nespresso* (*marca de terceiro, alheio a Cia. Cacique) e vêm em embalagem com 10 unidades. Cada cápsula de Graníssimo prepara um expresso de 40 ml.

Todos os produtos da linha Granissímo podem ser encontrados nos melhores supermer-cados dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Stevita traz adoçante natural de stevia em comprimido

A indústria alimentícia Stevita acaba de colocar no mercado brasileiro um adoçante natural de bolso. Inédito no país, o produto é feito à base de stevia, não contém calorias, glúten ou lactose. Também não tem adição de nenhum adoçante sintético, como sucralose, aspartame, sacarina ou ciclamato.

A novidade tem formato prático: é comercializado em caixinhas com 100 unidades e foi desenvolvido para ser levado na bolsa ou no bolso, sem que ocupe muito espaço. Assim, o consumidor terá sempre a chance de substituir o açúcar convencional pelo comprimido de stevia. Além de saudável, o produto é econômico: dois comprimidos de Stevia, equivalem à doçura de uma colher de chá de açúcar.

A OMS tem sido cada vez mais enfática ao afirmar que é preciso diminuir o consumo de açúcar de cana no mundo. A indicação é de que o produto seja substituído por adoçantes naturais e a stevia é uma das principais alternativas.

Originária da divisa entre Brasil e Paraguai, a Stevia rebaudiana é uma planta naturalmente doce e com poten-cial para adoçar até 300 vezes mais do que o açúcar de cana. É dela que se extrai o adoçante natural esteviosídeo, responsável por realçar o sabor dos alimentos e que tem sido usado cada vez mais pela indústria ao redor do mundo em sucos, refrigerantes, chocolates, iogurtes, biscoitos, entre outros.

A Stevita atua há mais de 25 anos no mercado brasileiro, sendo a primeira indústria do mundo ocidental a ter uma plantação própria para processar a folha de stevia – lançando no País o primeiro adoçante realmente saudável. A indústria conta com portfólio de adoçantes líquidos e em pó, além de produtos à base da planta como cookies, cho-colates em pó, achocolatado e também adoçantes para forno & fogão. A Stevita exporta uma variedade de produtos para diversos países e, desde 2014, fornece às indústrias brasileiras matérias-primas para a produção de alimentos.

Foto

: Div

ulga

ção

Page 10: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Prod

utos

& M

arca

s

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

QUAKER® inova portfólio e lança barrinhas feitas com iogurte sabor

grego e cookies de aveia integral

19

A marca Quaker® lançou, em todo o Brasil, duas linhas de lanches rápidos que incentivam uma alimentação mais balanceada durante o café da manhã e proporcionam mais energia ao longo do dia. Feita com iogurte sabor grego, a novidade em barrinhas de cereal tem menos de 100 calorias* e chega às gondolas nas versões frutas vermelhas e damasco. A marca também apresenta a extensão da sua linha de cookies de aveia integral nos sabo-res “coco com raspas de coco”, “frutas cítricas” e “banana e mel com pedaços de banana”, que agora estará dis-ponível em uma prática embalagem com uma porção de 150g, ideal para o consumo em meio às tarefas diárias.

Para atender a demanda dos consumidores por produtos cada vez mais nutritivos, as novas barrinhas de cereais contam com iogurte de verdade, além das 8 gramas de aveia integral em sua composição, critério de qualidade comum a todos os produtos da linha Quaker®. Segundo pesquisas realizadas com consumidores, 88% das pessoas que testaram o produto gostaram muito da novidade, como explica o diretor da categoria de Nutrição da Manhã da PepsiCo Brasil, Daniel Assef. “Apostamos no lançamento de um produto que associa sabor e nutrição, superando as expectativas do nosso público. As novidades foram de-senvolvidas no Brasil com o objetivo de suprir uma necessidade local, mas, após testarmos o produto em um grupo de pesquisa, o resultado foi tão positivo que o produto será comercializado também em outros países da América Latina”, afirma o executivo.

Ainda com foco no mercado de alimentos que ajudam a promover o bem-estar, a marca Quaker® deve surpreender seus consumidores com sua linha de cookies em nova embalagem prática de 150g. Para Marcela Mariano, diretora da categoria de biscoitos da PepsiCo Brasil, o incremento no portfólio em cookies reforça

o conceito de praticidade e de modernidade oferecida pela marca aos seus consumidores. “Quaker® é referência em produtos com alto valor nutricional e vem se modernizando ao longo do caminho, com um portfólio cada vez mais inovador e que auxilia o nosso público na busca de um equilíbrio entre rotina e bem-estar. Os cookies da marca trazem conveniência e sabor, sempre associados a um benefício nutricional, requisitos muito importantes para quem precisa enfrentar o dia a dia com muita energia”, conclui.

*Valor nutricional das barrinhas de cereal sabor iogurte – frutas vermelhas (93Kcal) e damasco (91Kcal)

Ao completar 110 anos, a Castelo Alimentos, marca líder no segmento de vinagres, apresenta mais uma novidade para o mercado gastronômico: Creme de Balsâmico Framboesa.

Produzido a partir do Vinagre Balsâmico Tradizionale Castelo reduzido e suco de framboesa, o molho já vem pronto para uso e promete agradar aos exigentes consumidores do universo gourmet.

Encorpado, com sabor agridoce e aroma frutado, a novidade é ideal para dar um toque especial às carnes, legumes, grelhados, queijo, entradas, petiscos e para finalização de receitas (tem até um bico dosador que facilita esta prática).

Disponível em embalagem PET de 230 ml, o Creme de Balsâmico Framboesa da Castelo Alimentos - assim como a versão tradicional - também pode ser usado no preparo de molhos e usado como calda para sobremesa.

Creme de Balsâmico Castelo agora na versão framboesa

Page 11: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Prod

utos

& M

arca

sFo

to: D

ivul

gaçã

o

Bebidas com ouro criam um novo paradigma de consumo no Brasil

O mercado de bebidas alcoólicas do Brasil nunca esteve tão aquecido. Vemos que a cada dia sur-gem novos produtos que surpreendem os consumidores e mostram que esse mercado ainda pode nos surpreender. Algo que se destaca com a cachaça e a cerveja. Afinal, as bebidas mais queridas dos brasileiros ganharam destaque no último ano com a chegada de produções que engarrafam flocos de ouro junto a essas bebidas.

Esses produtos que levam ouro em sua composição rapidamente caíram no gosto do consumidor que enxergou neles a melhor companhia para momentos de celebração e de contemplação de suas mais nobres conquistas. Portanto, o consumo desse produto vai além da simples degustação ao inseri-lo como elemento que eterniza na memória e no coração das pessoas a ocasião em que foi apreciado. Com isso, essas novas bebidas criam fortes laços com seus consumidores e aglutinam uma forte fidelização de marca.

A cachaça douradaA Cachaça Middas Reserva, produzida no interior de São Paulo, é a mais nova representante desse

mercado. A bebida foi armazenada em barris de carvalho francês de primeiro uso e a exclusiva produ-ção foi limitada a mil garrafas. É uma cachaça equilibrada, suave e com um leve adocicado proveniente do barril. Os flocos de ouro comestível de 23k vieram da Alemanha e o consumidor também recebe um frasco contendo mais flocos. Assim ele pode dar o seu toque de ouro à bebida.

O empreendedor Leandro Dias, CEO da marca Middas, foi responsável pela idealização do produto. Teve como base os mesmos princípios aplicados para os cognacs mais caros do mundo após uma visita à França em que ele buscou inspiração para novas produções. Leandro trouxe na bagagem alguns barris

de carvalho francês de primeiro uso com a mesma tostagem da madeira utilizada pelos melhores cognacs do mundo e deixou a cachaça armazenada por alguns anos.

O processo produtivo ainda contou com o acompanhamento de um dos mais conceituados master blender de cachaça do mundo: o pós-doutor pela USP Leandro Marelli, que foi o responsável pela elabo-ração de seu blend.

CervejaPor meio da Meara Importação e Distribuição, chegou a país, a primeira cerveja verdadeiramente

de luxo do mundo. A Golden Queen Bee surgiu na Bélgica pelas mãos de Silvio Lemaitre de Freitas Pe-reira, fundador da Aurum Drink - empresa que promove experiências e partilha de conhecimentos com expoentes chefs de cozinha. Por isso, produziram a cerveja (considerada a Rainha das Cervejas) junto à Cervejeira La Binchoise que além dos flocos de ouro 24k também leva mel.

Elegante e sedutora, a cerveja apresenta coloração amarelo dourado com espuma consistente e notas pronunciadas de mel e malte. O caráter gastronômico fica ainda mais evidente pelas inúmeras possibilidades que a cerveja tem de harmonização com pratos e sobremesas.

21

As

Indústrias de alimentos e bebidas do Brasil

100Maiores

Balanço de 2015 e Perspectivas 22Ranking das indústrias 24Massas 26Panificadoras 27Café 28

Lácteos 30Bebidas não alcoólicas 32 Cerveja 34Chocolate 36Soja 37

Page 12: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Maté

ria de

Capa

23

Por Juçara Pivaro

Talvez não tão rigorosa como em outros setores da economia brasileira, por comportar segmentos de consumo básico, as indústrias de alimentos e bebidas experimentaram em 2015 um período de retração de consumo. Alguns segmentos, a exemplo do de massas, biscoito e pães tiveram crescimento ainda expressivo, porém não no ritmo que vinham apresentando nos últimos anos.

Para driblar o momento econômico pelo qual passa o Brasil, a inovação é instrumento utilizado por alguns fabricantes para conquistar novos consumidores. Para alguns setores, a exportação constitui saída possível, como no caso dos lácteos.

Confira o que dizem as entidades de vários segmentos das indústrias de alimentos e bebidas e o que esperam para o ano de 2016.

Balanço de 2015 e perspectivas

Foto

: fre

eim

ages

.com

O setor de alimentos e bebidas teve a produção física no acumulado dos últimos doze meses até novembro queda de 1,7%, enquanto as vendas reais (faturamento descontada a inflação) recuaram 1,6%, segundo a Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação). Normalmente, o período de festas de fim de ano impulsiona o desempenho do setor, contudo a recessão tornou esse cenário atípico. A crise econômica impacta diversos setores, contribuindo com a desaceleração do desempenho da indústria. No entanto, como os alimentos são produtos de primeira necessidade, o segmento é um dos menos afetados pela crise.

Os percentuais registrados são mais favoráveis quando comparados ao desempenho do PIB nacional, cujos dados finais de 2015 devem apontar retração de 3,7%. Além disso, a alta da inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que atingiu 10,67% no final do ano, pressionou o preço dos produtos, aumentou custos de produção e reduziu a renda real das famílias.

Para a Abia, outro fator que influenciou esse desempenho foi o aumento na taxa de desemprego para 7,5% em novembro de 2015. O nível de emprego na economia brasileira (total) apresentou retração de 3,7% até novembro. O emprego na indústria da alimentação, por sua vez, apresentou uma retração menor de 1,9% ambos em relação ao mesmo período de 2014. Dessa forma, a participação do emprego na indústria da alimentação em relação à indústria geral e ao total da economia continuou crescendo.

Mesmo diante da retração do consumo, alguns segmentos ainda apresentam um desempenho positivo, pois são considerados produtos básicos. Nesse sentido, é possível destacar as carnes e derivados, com aumento de 6% no volume das vendas reais entre janeiro e novembro, óleos e gorduras, 1,2%, e desidratados, que teve alta de 3% no período. Já os produtos que têm maior valor agregado apresentam recuo na produção, como as bebidas, com queda de 2%; laticínios, -1,7%; café, açúcar e cereais, com -6%.

Perspectivas para 2016A Abia estima que em 2016 a indústria da

alimentação pode ter um desempenho melhor, contudo ainda será um ano de queda no crescimento, reflexo da crise econômica. A estimativa é de que o volume da produção física aumente entre 0,2% e 0,8% e as vendas reais, entre 0,3% e 0,7%. É importante ressaltar que esse resultado é positivo quando comparado ao PIB nacional que deve encerrar 2016 com queda de 3%, segundo estimativas do mercado.

Page 13: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Maté

ria de

Capa

25

Ranking das Maiores Empresas das Indústrias de Alimentos e Bebidas

EmpresaReceita Líquida

(em R$ milhões)Sede Lucro líquido

(em R$ milhões)Capital

1 JBS* 120.469,7 SP 2.406,4 BR2 Ambev* 38.079 SP 12.362,0 BE/BR3 Bunge Alimentos* 34,084,3 SC 1.107,3 HO4 BRF* 29.006,9 SP 2.224,9 SP5 Cargill* 26.150,7 SP 481,2 US6 Mafrig* 21.073,3 SP -720,2 BR7 LDC Brasil* 13.907,9 SP -167,1 FR8 Amaggi* 8.869,0 MT 81,7 BR9 Coca-Cola Femsa* 7.786,8 SP 355,3 MX

10 Minerva 6.987,2 SP -418,2 BR11 Aurora Alimentos 6.121,1 SC 417,9 BR12 M.Dias Branco* 4.579,9 CE 599,3 BR13 Vigor Alimentos* 4.394,6 SP 12,0 BR14 Solar.Br 4.096,3 CE 380,0 BR15 Brasil Kirin 3.987,1 SP 22,3 JP16 Camil* 3.675,8 SP 105,0 BR17 Granol 3181,4 SP 70,6 BR18 Caramuru Alimentos* 3.000,8 GO 26,3 BR19 Itambé 2.452,3 MG 107,8 BR20 Três Corações Alimentos* 2.352,5 CE 182,1 HO/BR21 Copacol 2.338,8 PR 86,4 BR22 Vonpar* 1.999,0 RS 91,5 BR23 Piracanjuba 1.887,0 GO 120,6 BR24 Algar Agro* 1.879,0 MG -97,7 BR25 Frimesa 1.734,1 PR 63,8 BR26 J. Macedo* 1.508,9 CE 79,5 BR27 Garoto 1.507,7 ES -158,4 BR28 Pif Paf Alimentos 1.453,2 MG 78.0 BR29 Agrex1* 1.418,0 GO -48,1 JP30 Oleoplan* 1.382,7 RS 28,4 BR31 Grupo GTFoods* 1297,3 PR 101,3 BR32 Frigol4 1.101,6 SP 0,6 BR33 Josapar* 1028,2 RS 26,1 BR34 Embaré 1.008,5 MG 29,7 BR35 Olfar Alimento e Energia 975,8 RS 12,0 BR36 Moinho Cruzeiro do Sul* 963,6 RS 31,5 BR

37 Alibem 915,4 RS 40,8 BR38 Dalia Alimentos 894,6 RS - BR39 GDC* 881,2 SC 51,2 EP40 Pamplona 865,8 SC 65,6 BR41 Pastifício Selmi 794,4 SP 26,8 BR50 Cacique* 769,6 PR 39,1 BR51 Arroz Brejeiro 766,5 SP 1,0 BR52 Frisa* 763,0 ES 19,3 BR53 Better Beef 761,0 SP 14,5 BR54 Tio Jorge Alimentos 713,8 GO - BR55 SSA Alimentos 667,4 GO 60,7 BR56 Piraquê 655,,0 RJ 53,0 BR57 Laticínios Jussara 642,7 SP 17,0 BR58 ASA Participações* 641,9 DF 18,5 BR59 Brazal Refrigerantes 614,8 DF 59,0 BR60 Anaconda 605,2 SP 109,1 BR61 Marilan 599,6 SP 30,3 BR62 Parati 554,5 SC 49,6 BR63 Vilma Alimentos* 547,2 MG 10,3 BR64 Ocrim* 506,1 SP 30,6 BR65 Guibon Frangos 495,3 PR 7,2 BR66 Compar 480,4 PA 81,5 BR67 CRA 476,1 PA 37,3 BR68 Yakult 453,8 SP 53,9 JP69 Xinguara 453,0 PA -9,4 BR70 Frangos Parati 448,9 PR -15,6 BR71 Orquídea 447,8 RS 22,6 BR72 Moinho Cearense* 445,0 CE 52,0 BR73 Cia. Muller de Bebidas* 440,7 SP 49,9 BR74 EBBA – Maguary/Da Fruta 437,2 PE 3,7 BR75 Harald* 432,9 SP 1,7 BR76 Sococo* 426,5 AL 107,0 BR77 Leite Betânia* 414,2 CE 22,0 BR78 Rações Guabi 406,0 GO 7,9 BR79 Moinho Paulista1 385,7 SP 19,8 BR80 Agra Industrial 381,1 MT -31,2 BR

*Dados extraídos do balanço consolidado ou combinado 1 Empresa com data de balanço diferente de 31/12 4 Empresa apresentou demonstração de resultados diferente de 12 meses- Dado não fornecido ou que não se aplica à empresaFonte: VALOR 1000 - Maiores Empresas e as Campeãs em 25 setores e 5 regiões

Page 14: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Maté

ria de

Capa

27

O Brasil é ocupa o terceiro lugar no mundo em consumo de macarrão e biscoitos. Em pão de forma está em sexto lugar no ranking mundial.

As massas alimentícias têm 99,5 % de penetração no mercado, continuaram acessíveis em custo para os consumidores em 2015. Os biscoitos que também têm alta penetração no mercado brasileiro, o segmento manteve suas vendas em decorrência da versatilidade como que se apresenta para consumo, ou seja, embalagens para todos os gostos e capacidades de aquisição. Essa categoria chega, em alguns casos, a substituir lanches ou refeições devido à praticidade e custo.

A categoria de pães industrializados, composta por integrais ou de forma branco têm penetração de 75% no mercado e apresenta possibilidade de expansão, já que um quarto da população brasileira ainda não consume pães de forma. O produto tende a crescer no mercado por estar alinhado à tendência da busca por praticidade nos lares brasileiros.

As três categorias cresceram em faturamento em 2015. As massas alimentícias não exigem muitos lançamentos das indústrias por ser opção de grande parte da população, porém os biscoitos, já demandam inovação para conquistar consumidores.

Claudio Zenão, presidente a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, pães e bolos industrializados), destaca que: “a estimativa é que o setor apresente um crescimento entre 3 a 4% em 2016, pois mesmo com a crise econômica em 2015, o setor teve bom desempenho. Foi um ano em que, principalmente no último trimestre, houve necessidade de repasse de custos, já que além do câmbio desfavorável, pesaram os custos com energia elétrica, logística e mão de obra.

Em 2015, algumas indústrias adotaram estratégias de manter preço para vender mais, lucrando pelo volume e outras aumentaram”.

Como metade do trigo utilizado no Brasil vem via importação, a categoria de massas alimentícias foi a que mais sofreu com o câmbio desfavorável em 2015. Para a produção de macarrão é necessário de 60 a 70% de farinha de trigo e a alta do dólar influiu diretamente nos custos de produção.

Na categoria de biscoitos, alguns fabricantes enriqueceram seus produtos com vitaminas, fibras ou cereais e cresceram muito em 2015. As classes C, D e E continuam os grandes consumidores em volume de biscoitos e as classes A e B não foram muito afetadas pela crise.

O presidente da Abimapi ressaltou que entre as ações da entidade está esclarecer a população sobre a questão do glúten free, pois há muita desinformação sobre o consumo desse ingrediente. Para isso, a Abimapi, juntamente com outras entidades do setor de panificação, conta com o site www.glutenconteminformacao.com.br, que leva informações para o público na internet.

Massas

Mantêm crescimento

Foto

: fre

eim

ages

.com

O aperto no bolso dos consumidores não tirou o macarrão da mesa do brasileiro. Os biscoitos e o pão também estão garantidos.

Um dos segmentos que apresentaram crescimento no cenário de retração da economia brasileira registrada em 2015, as empresas do segmento de Panificação e Confeitaria do País registraram vendas de R$ 84,7 bilhões, o que representa um crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior. “Esse resultado mostra que, apesar das dificuldades vividas pela economia brasileira, o setor soube articular-se, vencendo seus principais desafios”, comenta o presidente da Abip (Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria), José Batista de Oliveira.

Para superar as adversidades da conjuntura, ele conta que a panificação brasileira beneficiou-se com a adoção de medidas e tecnologias preconizadas e divulgadas pela Abip junto a seus associados. Como exemplos, cita a tecnologia do congelamento – que vem proporcionando ganhos de produtividade e redução de custos para o empresário – e o processo de fermentação lenta, que resulta na produção de pães mais saborosos e de maior durabilidade. “Além destas técnicas, é preciso destacar também o espírito empreendedor e inovador do empresário brasileiro. A somatória destes fatores faz da panificação brasileira um dos mais resilientes setores de nossa economia”, afirma o presidente da Abip.

O número de empresas que compõem o segmento manteve-se estável no período, situando-se em 63,2 mil – a grande maioria composta por micro ou pequenas empresas. Já o número de funcionários caiu 3,76% em 2015. Hoje, a panificação emprega diretamente 818 mil pessoas e 1,8 milhão de forma indireta. Comparando-se com 2014, houve uma perda de 32 mil postos de trabalho.

O tíquete médio registrado teve uma média de crescimento de 7,6%, ao passo que o fluxo de clientes registrou uma queda de 4,2% no período. De outra parte, os negócios da panificação foram pressionados pelo aumento de 6,8% das despesas operacionais, sem falar na alta da própria inflação no período, da ordem de 10,67%.

“Diante desses indicadores, podemos dizer que a panificação registrou um bom desempenho no período. Superado esse momento mais crítico, o setor está preparado para atuar com maior determinação e energia em 2016, colhendo resultados ainda melhores”, finaliza o presidente da Abip.

O levantamento foi realizado pelo Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) em parceria com a própria Abip, por meio de pesquisa realizada com 1.018 empresas de todo o país, abrangendo representantes do setor de todos os portes.

Panificadoras

Inovação para crescer

Foto

: fre

eim

ages

.com

Page 15: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Maté

ria de

Capa

29

Foto

: fre

eim

ages

.com

Os indicadores divulgados pela Abic ( Associação Brasileira das Indústrias de Café) sobre o desempenho de produção e consumo interno em 2015, que apontam um leve acréscimo, de 0,86 %, nos doze meses entre novembro de 2014 e outubro de 2015, completando 20,508 milhões de sacas. Os números foram levantados pela área de pesquisa da entidade. “Entretanto, o volume industrializado exclusivamente pelas empresas associadas da ABIC acusou um crescimento de 1,33%”, informa Ricardo de Sousa Silveira, presidente em exercício da entidade. Em 2014, houve uma recuperação de +1,24%, atingindo 20,333 milhões de sacas.

O consumo per capita em 2015 também aumentou ligeiramente, passando a 4,90 kg/habitante/ano de café torrado e moído (6,12 kg de café verde em grão), o equivalente a 81 litros/habitante/ano.

Para 2016, a ABIC estima que o consumo de café volte a crescer moderadamente, devido ao atual cenário político-econômico, alcançando os 21 milhões de sacas no ano. “A diversidade de produtos oferecidos, com maior qualidade, muitos deles certificados pelo PQC – Programa de Qualidade do Café da ABIC, e sustentáveis, têm mantido o interesse dos consumidores”, avalia Ricardo de Sousa Silveira.

Mercado: aumento do conilon e câmbio

O levantamento feito pela mostra que, sob o efeito da seca e das altas temperaturas no Espírito Santo, resultaram numa previsão de quebra da segunda safra seguida, as cotações mundiais e internas do grão se elevaram acentuadamente. O dólar valorizado está tornando o grão brasileiro ainda mais competitivo e ampliando as exportações, inclusive do conilon. Sendo matéria-prima importante para a indústria de café, os altos preços do conilon aumentaram o custo do blend, pressionado os preços do café industrializado para os consumidores.

O café arábica tipo 6 aumentou em media 2,7%, para R$ 503,00/saca em Dezembro/2015, enquanto o café conilon variou 26,8%, para R$ 361,00/saca, no ano (dados do Informe Estatístico, do DCAF-MAPA).

Enquanto isto, segundo pesquisas na cidade de São Paulo, de janeiro a dezembro de 2015, os preços dos cafés Tradicionais, nas prateleiras do varejo, subiram 16,1%, para R$ 16,17/kg, enquanto os cafés Gourmet aumentaram 0,3%, alcançando R$ 48,66/kg em média.

De acordo com a Abic, as vendas do setor em 2015 podem ter alcançado R$ 7,4 bilhões. Por outro lado, a diferença dos índices de variação entre matéria-prima e o produto final evidencia que a indústria chegou ao final de 2015 com seus custos muito pressionados. “Reajustes nos combustíveis, energia elétrica, gás, câmbio e mão de obra continuarão a pressionar os custos da indústria neste início de 2016”, analisa Nathan Herszkowicz, diretor executivo da entidade.

Expectativas do setor diante da crise

O consumidor brasileiro não reduziu o consumo de café no ano 2015, mesmo diante da crise. Segundo pesquisa da ABIC com empresas associadas, feita em final de outubro de 2015, existiam as seguintes expectativas para 2016:

- 51% das indústrias acreditam em aumento do volume de vendas em 2016;

- 53% acreditam que os custos do café vão aumentar e pressionar os preços;

- 73% vão manter o quadro de funcionários;- 50% não acreditam que a rentabilidade da

empresa pode melhorar;- 55% acham que haverá retração na economia;- 39% entendem que a inflação será um grande

desafio na administração dos negócios- 32% apontam o custo do grão como maior desafio

para recuperar rentabilidade.

Cresce consumo de café em cápsulas

A pesquisa da Euromonitor contratada pela Abic no ano passado mostra uma elevada penetração do café entre os consumidores. Mais de 80% dos lares pesquisados tem café. Diante da crise, o comportamento geral dos consumidores tem variado com relação às marcas e tipos de café:

- Entre os consumidores que não serão afetados pela crise, 58% manterão o consumo e a marca atual;

- Entre os consumidores que podem ser afetados pela crise, 41% manterão o consumo, mas podem migrar para marcas mais baratas;

- Apesar das pessoas acreditarem que a crise não afetara o consumo, a parcela mais jovem e abaixo dos 30 anos poderá ter seu consumo afetado. Estes são os que consomem preferencialmente fora do lar;

- A pesquisa projeta um crescimento do consumo em volume, para 24 milhões de sacas em 2019;

- Consumidor fora do lar é o que mais procura por café de qualidade. A desaceleração econômica impactou este consumo, que poderá se recuperar no segundo semestre de 2016;

- Café moído e cápsulas são as estrelas do consumo dentro do lar, sendo que o café em pó representa 81% do volume total consumido e as cápsulas 0,6% em 2014, mas pode dobrar até 2019;

- Espera-se que o mercado de cápsulas triplique em valor até 2019, atingindo R$ 3,0 bilhões;

- Consumidores declaram que desejam praticidade, qualidade e diversidade no café, e a praticidade das cápsulas tem capturado os consumidores especialmente no consumo dentro do lar;

- 89% dos consumidores acima de 60 anos bebem café diariamente. Os jovens de 16 a 20 anos, têm frequência diária de 49%, com média geral de 3,7 xícaras/dia.

O consumo de café em monodoses, seja na forma de cafés expressos, seja em sachês ou em cápsulas, está crescendo acentuadamente. Segundo a pesquisa da Euromonitor, as vendas em valor das cápsulas em 2015 alcançaram R$ 1,4 bilhão, com estimativa de que atinjam R$ 2,96 bilhões em 2019. O consumo de cápsulas continuará concentrado em casa e o alto preço fora de casa é a principal razão para a queda do consumo neste segmento. “As pessoas têm procurado diferentes variações como os cafés gourmet, existindo uma consistente evolução para atender aqueles mais atentos à diferenciação de regiões, sabores, certificações, entre outros”, avalia Nathan Herszkowicz.

Marketing e Publicidade

O ritmo de crescimento do consumo interno leva a Abic a reforçar a sua tese de que é preciso estimular a demanda de café investindo muito mais em marketing, publicidade, diferenciação e inovação de produtos. Nathan Herszkowicz observa que o comportamento dos consumidores “tem sido o de ampliar a experimentação e valorizar os produtos com melhor qualidade, certificados e sustentáveis. A publicidade institucional deve servir para orientar, educar e difundir conhecimentos sobre café e suas qualidades”.

Foi com esse objetivo que a entidade desenvolveu uma campanha de marketing em 2015, investindo cerca de R$ 2 milhões de seus próprios recursos, para enfatizar a importância da pureza e da qualidade, com destaque para o Selo de Pureza, que é um programa de Autorregulamentação que vai completar 27 anos. “A pesquisa mostrou que 48% dos consumidores entrevistados declaram que conhecem o Selo de Pureza e 78% consideram o trabalho da Abic muito importante para estimular o consumo e a qualidade do café”, destaca o diretor executivo.

Atualmente, a entidade também está com foco na elaboração de iniciativas que destaquem os atributos do café e os seus benefícios para a saúde, energia e bem-estar, que serão os princípios a explorar no período pré-Olimpíadas e posteriores, de modo a criar uma relação estreita entre a vida saudável, com a energia e o prazer que o consumo de café propicia. Ricardo Silveira prevê que: “os resultados dessas ações serão positivos para todos os setores”.

Café

Ligeiro crescimentoExpectativa é que a demanda mantenha crescimento moderado

também em 2016, devido ao atual cenário político-econômico, alcançando os 21 milhões de sacas no ano.

Page 16: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Maté

ria de

Capa

31

Um dos caminhos para driblar a contenção de despesas no mercado brasileiro pode estar na possibilidade de exportação em função do dólar em patamar mais alto que nos últimos anos. Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, classificou 2015 como um ano que trouxe problemas sérios para qualquer cadeia produtiva. “Foi um ano em que tivemos dois fatores importantes associados – questões complexas na política e na economia brasileira. Em 2015, a produção do setor do leite foi de 35 bilhões de litros de leite e o crescimento esteve em torno de 2%. Com o brasileiro ganhando menos, houve restrição nas compras, afetando bastante os derivados lácteos”.

Para o presidente da Leite Brasil, a corrupção e suas consequências para o país foram responsáveis por limitar investimentos no Brasil. “O fato é que o mercado está difícil para todos. Para 2016, não consigo ver melhora significativa, mas também não vejo piora. Para aqueles que produzem alimentos não deverá ficar ruim como para outros setores que são mais atingidos quando os consumidores apertam o cinto nas escolhas de compras”, complementa Rubez.

“A situação da economia brasileira vai depender muito do momento político pelo qual estamos passando”, avalia Rubez, destacando que o setor leiteiro tem capacidade de produzir mais.

Lácteos

Depois dos desafios de 2015, os produtores da cadeia do leite esperam um 2016 com

dificuldades, porém não de piora para o setor.

Foto

: fre

eim

ages

.com

Fatia positivaUma fatia considerável dos lácteos, o segmento

de queijos também avaliou 2015 como um ano de desaceleração de consumo, mas a Abiq (Associação Brasileira das Indústrias de Queijos) avaliou que deve fechar o ano com crescimento positivo, ao redor de 3% sobre 2014.

Os tipos de queijos mais consumidos continuaram os mesmos, ou seja, mussarela, requeijão e prato. Esse é um modelo de hábito de consumo que permanece, porém com a introdução de novas variedades, como cremosos e queijos finos.

Na visão da Abiq, em 2015, o consumidor ainda tentou manter sua cesta de alimentos, procurando pontos de venda com preços mais baixos para os mesmos produtos que tinha hábito adquirir, porém o setor foodservice foi responsável pela desaceleração mais significativa.

A entidade estima que os pequenos e médios laticínios estejam operando com margens apertadas, ou seja, com menor rentabilidade. Os insumos subiram com o dólar, o custo da energia e do combustível subiu muito acima da inflação. O preço do leite se manteve alto mesmo na safra. Apesar de todos esses fatores, as empresas têm feito um grande esforço para manter seus preços de venda. Um equilíbrio bem trabalhoso.

1º Semestre (US$ Milhões) 2º Semestre (US$ Milhões) Total (US$ Milhões)

2014 2015 Variação % 2014 2015 Variação % 2014 2015 Variação %

Importações 205,7 216,6 5% 240,4 202,7 -16% 446,1 419,3 -6%

Exportações 168,2 105,8 -37% 177,2 213,4 20% 345,4 319,2 -8%

Saldo -37,5 -110,8 -63,2 10,7 -100,7 -100,1

Fonte: Aliceweb/MDIC; Elaboração: VIVA LÁCTEOS

Dados da Balança Comercial de Lácteos Brasileira

PerspectivasCom o consumo interno em baixa, a capacidade de

produção do setor de lácteos pode ser explorada de outras formas em tempos de economia desacelerada no país e trazendo mudanças de direcionamento de produção no próximo ano.

Em 2016, o dólar alto, perspectivas de aumento de inflação e consequente queda do poder aquisitivo dos consumidores brasileiros devem refletir em todas as áreas da economia e, no setor de leite, não será diferente. Para o produtor do campo, maiores custos com insumos importados, além da alta do preço de grãos devem diminuir os lucros. Essa situação deverá afastar as possibilidades de investimentos. Como resultado, os custos atuais da produção e as margens de lucros apertadas terão reflexo no preço de matéria-prima.

A indústria deverá sentir essa pressão e também sofrerá com aumento dos custos com energia, mão de obra e de insumos. Esse cenário levará à perda de rentabilidade das empresas.

Porém, nem tudo são dificuldades e a demanda favorável do mercado internacional na área de lácteos em 2016 pode beneficiar o Brasil, que terá oportunidade e espaço para exportar. Com a oferta de alguns países exportadores em baixa, a exemplo da Nova Zelândia, a menor produção na Europa e maior restrição ao mercado de leite no EUA, detectada pelas projeções do Rabobank, caso o dólar fique próximo do patamar de R$4,00, o Brasil poderá exportar mais produtos lácteos neste ano.

Page 17: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

33

Maté

ria de

Capa

Se para refrigerantes, os números não são favoráveis, a água mineral e os sucos/néctares, de acordo com os números dos últimos anos, estão ocupando o espaço de consumo de refrigerantes.

As bebidas energéticas vêm crescendo todos os anos, apesar de seu consumo ser ainda pequeno no Brasil, registrando, em 2014, 0,7 litros por habitante.

Há um cenário de diminuição da produção de refrigerantes, conforme apontam os dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (SICOBE) da Receita Federal. Em 2015, a produção total de refrigerantes diminuiu 5,9% em relação a 2014.

Na análise dos dados, é preciso considerar o crescente consumo de outras bebidas, como sucos e néctares, que surgiram no mercado brasileiro apenas a partir de 2000. Porém as mudanças nos hábitos da população não foram a principal razão da queda na produção industrial.

A crise econômica do país também é um importante fator. Da mesma forma, o aumento do ICMS anunciado em vários estados brasileiros

no final de 2015 poderá agravar ainda mais a situação da indústria. "O setor não tem planos de demissões nem de cessar os investimentos previstos, mas não há dúvida que estamos atentos e preocupados com os efeitos da diminuição do consumo bem como com a crise econômica" afirma Alexandre Jobim, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR).

Em 2016, em fevereiro, o Carnaval pode contribuir para a melhora dos números, porém a sinalização é de que em março haverá nova queda.

Bebidas não alcoólicas

Bom para néctares, ruim para refrigerantes

Foto

: fre

eim

ages

.com

As categorias com melhor desempenho em 2015 foram as de bebidas energéticas, água mineral e sucos/néctares, segundo a Abir (Associação Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas).

Page 18: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

35

Maté

ria de

Capa

O setor de cervejas no Brasil produziu 13,8 bilhões de litros do produto em 2015, porém representou uma queda de -2% em relação a 2014. Os principais fatores que contribuíram para a menor produção são: queda de renda disponível do consumidor; pressão em decorrência de alta de inflação; alta do dólar também interferiu, pois o setor utiliza insumos importados, como cevada, embalagem, entre outros e crise econômica nacional.

Em 2015, as indústrias do setor enfrentaram ainda o desafio de um novo modelo tributário federal.. Se, por um lado, esse modelo traz maior previsibilidade orçamentária para as empresas, efetivamente aumentou a carga tributária federal por volume produzido. Dentro do previsto, 2016 inicia com nova elevação dos tributos federais, dentro da progressividade estabelecida na Lei 13.097/2015.

Paulo Petroni, diretor-executivo da Cervbrasil, comenta que: “o setor de bebidas frias foi um dos primeiros setores da economia a colaborar, efetivamente, já em 2015, com o importante e necessário ajuste fiscal em curso. As pressões de custos enfrentadas pelo setor foram crescentes ao longo do ano. Os índices gerais de

inflação e a desvalorização cambial são exemplos destas pressões. Em 2016, adiciona-se essas pressões, fortes aumentos da carga tributária em vários estados brasileiros”

O setor cervejeiro fechou o ano de 2015 com um decréscimo de 2% dos volumes produzidos em relação ao ano de 2014. Petroni complementa: “é dessa forma que chegamos em 2016, que inicia trazendo um momento de elevada imprevisibilidade nos cenários políticos e econômicos. Para superar esses desafios, torna-se fundamental o reforço das atividades de planejamento, priorização das ações de inovações e controle de custos, capacitando as empresas a acompanhar de forma ágil a evolução do cenário macro, as possíveis mudanças do comportamento de compra dos consumidores e o atingimento de seus objetivos empresariais”.

Produção por embalagens Consumo no domicílio favorece

cerveja em lata. Desde 2010, as latas elevaram sua participação em 11,2 pontos percentuais. Isso pode indicar uma mudança nos hábitos de consumo, com aumento do consumo no domicílio.

Consumo no domicílio favorece cerveja em lata. Desde 2010, as latas elevaram sua participação em 11,2 pontos percentuais. Isso pode indicar uma mudança nos hábitos de consumo, com aumento do consumo no domicílio.

Cerveja

Setor enfrenta desafios. Alta do dólar, inflação e tributos refletem na queda da produção.

Produção de cerveja no Brasil Nordeste é destaque na produção nacional.

Nos últimos cinco anos, a região Nordeste destacou-se com um ganho de share de produção de 1,2 pontos percentuais.

Variação sobre mesmo mês do ano anterior.

Colocar apenas os gráficos com os textos correspondentes ao lado. Copiar também tabela Acumulado 2014 e 2015

Dados IPCA (acumulado ano) Fonte: IBGE. Elaboração Cervbrasil IPCA: dados até Dezembro 2015. IPCA – A inflação da cerveja em 2015 medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) foi de 11,6%, acima do IPCA Geral (10,7%), e próximo do índice de Alimentos e Bebidas (12%). O IPCA da cerveja no domicílio registrou aumento de 8,8% e, fora do domicílio a alta foi de 13,2%

Fonte: Cervbrasil

Fonte: IBGE

Fonte: Cervbrasil

Page 19: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

37

Maté

ria de

Capa

O primeiro semestre de 2015 registrou recuo na produção de chocolates no Brasil. Segundo balanço realizado pela ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados, o setor apresentou um decréscimo de 6%, índice de desempenho inferior em relação ao mesmo período de 2014. Em volume, foram produzidas 231 mil toneladas em 2015 e 245,8 mil toneladas no ano anteiro. “A retração é reflexo da atual crise econômica brasileira, que trouxe como consequências o aumento da inflação, PIB cada vez menor e crescimento de desemprego”, afirma o vice-presidente de chocolate da Associação, Ubiracy Fonseca. Ele ainda acrescenta que “apesar do resultado negativo neste semestre, o primeiro trimestre de 2015 obteve uma queda maior de quase 10%”. Portanto, houve um recuo do resultado negativo, em torno de 4%.

Além da retração no mercado, decorrente das crises econômicas e política, Fonseca atribui os desafios a outros fatores, tais como variação cambial muito grande, afetando o preço dos principais insumos, principalmente o cacau, que é vendido em dólar nas bolsas de NovaYork e Londres e aumento de custos de maneira geral, a exemplo de custo de distribuição muito maior em virtude do aumento dos combustíveis.

Nesse contexto, os principais fabricantes procuraram melhorar a produtividade, inovando com produtos mais adequados ao atual momento do mercado, reduzindo margens para manter a demanda.

O setor de chocolates apresentou queda no primeiro semestre de 2015 e caindo em torno de 6% em produção em relação a 2014. A expectativa é fechar 2015 com uma queda menor, porém, sem dúvidas, haverá queda em relação ao ano anterior.

Chocolate

A guloseima que tanto sucesso faz entre os consumidores também

sentiu um mercado em retração.

Foto

: fre

eim

ages

.com

Em 2015, a sojicultura brasileira continuou contribuindo para a economia nacional com ta-xas de crescimento importantes na produção e na exportação. A Associação Brasileira das Indús-trias de Óleos Vegetais (Abiove), cujas empresas processam 60% da soja produzida no país, projeta mais um ano de safra recorde.

A safra estimada para 2016, de 98,6 milhões de toneladas, dependerá das condições climáti-cas, ainda incertas. Se esse patamar for atingido, o crescimento será de 3,6% em relação à colheita de 2015. A produção de farelo está projetada em 30,7 milhões de t., aumento de 1% ante a produção em 2015, e a de óleo, em 8,0 milhões de t, crescimento de 1,3%. Para 2016, a Abiove prevê embarques de soja em grão de 53,8 milhões de t., aumento de 1,5% na comparação com o resultado em 2015. Quanto ao farelo, a expectativa é que as vendas externas sejam semelhantes às de 2015 (15,2 mi-lhões de t). As exportações de óleo deverão ficar em 1,47 milhão de t, crescimento de 5%.

O Brasil deverá fechar 2015 com a produção de 95,2 milhões de toneladas de soja, um aumento de 10,2% na comparação com a safra anterior. A produção de farelo está estimada em 30,4 milhões de t e a de óleo, em 7,95 milhões de t.

O processamento de soja, neste ano, deve atin-gir 40,1 milhões de t, mais 6,6% em relação a 2014. Em 2016, o esmagamento da oleaginosa, de 40,5 milhões de t, deve mostrar uma pequena variação positiva de 1% ante 2015.

A Abiove estima uma retração no consumo interno de óleo de soja para fins alimentícios da ordem de 2%.

Para a entidade, os pontos negativos continu-am sendo o problema tributário (acúmulo de cré-ditos fiscais) e o aumento das exportações de soja em grão, em detrimento de produtos de maior va-lor agregado, como o farelo proteico.

Soja

Em 2016, Abiove projeta safra de soja em 98,6 milhões de t e exportações

em 53,8 milhões de t

Foto

: fre

eim

ages

.com

Page 20: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Cana

l Dire

to

39

Para manter o crescimento de suas divisões de negócio, a Holding Sabará Participações, detentora da marca Beraca, líder global no fornecimento de ingre-dientes naturais provenientes da biodiversidade brasileira, apresenta ao mercado suas três novas empresas: a BioE Integrated Solutions (setor sucroalcooleiro, indústrias de bebidas e mercado de energia), Concepta Ingredients (indústrias de alimentos, nutrição animal e farmacêutica veterinária) e Sabará Químicos e Ingredientes (tratamento de águas industriais e saneamento básico).

O reposicionamento do Grupo visa o fortalecimento dos negócios, tornando as áreas independentes e capazes de atuar de acordo com as demandas específicas dos seus mercados. Com a iniciativa, a empresa cresceu 7,4 % no último ano e faturou R$ 216 milhões em 2015. "Mesmo diante de um cenário econômico recessivo, nosso objetivo é continuar identificando oportunidades de crescimento, e para isto enxergamos que é o momento de segmentar os negócios e nos especializarmos cada vez mais no desenvolvimento de inovações e tecnologias sustentáveis, adotando modelos transformacionais, afinal essa é uma tendência global", explica Wellington Rodgério, Diretor Financeiro da Holding Sabará.

O Grupo conta com quatro pilares de atuação, nutrição, saúde, beleza e bioenergia, e a estratégia é que as marcas tenham condições de oferecer serviços personalizados e customizados, o que garante a eficiência e a qualidade de todo o processo produtivo.

"A nossa intenção é fazer com que a Holding Sabará atue como um grupo econômico e que as nossas marcas e empresas investidas, estejam prontas para acompanhar as transformações dos mercados em que elas estão presentes. Para isso, continuaremos investindo fortemente em inovação e pesquisa, sempre em busca de soluções altamente tecnológicas e sustentáveis. Essa é uma iniciativa que está no DNA da empresa", destaca Rodgério.

A Holding Sabará Participações atua nos segmentos de saúde, beleza, nutrição, bioenergia, e é detentora da marca Beraca, líder global no fornecimento de ingredientes naturais provenientes da biodiversidade brasileira. Atualmente, seus produtos e tecnologias permeiam por mais de 40 segmentos de mercado.

Em 2013, foi reconhecida por suas ações de sustentabilidade no Prêmio FINEP, Prêmio ECO-AMCHAM, III Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade e XII Prêmio LIF de Sustentabilidade. Já em 2014, foi premiada pelo Fórum Econômico Mundial para a América Latina como “Empresa Destaque de Crescimento Global” (Global Growth Company Award, World Economic Forum), devido ao seu comprometimento com a inovação e o desenvolvimento sustentável, econômico e social. A Holding também recebeu os prêmios do Guia Exame de Sustentabilidade como a empresa mais sustentável do setor Químico no Brasil, da Revista Época ‘Empresa Verde’, da Revista Isto é Dinheiro ‘Empresas do Bem’, além do Prêmio Green Project Award e ODM Brasil.

Holding Sabará Participações anuncia reposicionamento no mercado

O Sistema Coca-Cola Brasil, por meio da Leão Alimentos e Bebidas, e a Laticínios Verde Campo, de Minas Gerais, assinaram contrato de intenções com cláusula de compra e protocolaram requerimento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Com 15 anos de história, a Verde Campo é uma marca pioneira em produtos lácteos no Brasil. Em sua fábrica em Lavras (MG), a empresa vem produzindo principalmente iogurtes e queijos, que estão conquistando o país. Já consolidada no mercado de diet e light, a companhia é pioneira e líder absoluta em produtos lácteos sem lactose, sendo proprietária da marca Lacfree, que hoje se estende por diversas opções de produtos.

O Sistema Coca-Cola Brasil é líder em vários segmentos de bebidas no mercado nacional. Após sua entrada nos negócios de sucos e néctares, chás, águas e isotônicos, a potencial expansão para o mercado de produtos lácteos frescos faz parte da estratégia de oferecer mais opções de bebidas no mercado.

Os valores e conceitos dos fundadores da Verde Campo sobre inovação e qualidade estão alinhados com o que o Sistema Coca-Cola oferece aos seus consumidores. Se concretizada essa negociação, o Sistema Coca-Cola Brasil irá inaugurar sua entrada em produtos refrigerados, abrindo oportunidades para no futuro ampliar sua atuação em novos segmentos de bebidas.

Leão Alimentos, do Sistema Coca-Cola, firma parceria com Verde Campo, com cláusula de intenção de compra, para entrar no segmento de lácteos no Brasil

A Alibra, fornecedora de ingredientes e misturas alimentícias em pó para o mercado de alimentos e de bebidas, ganha destaque no mercado graças à busca constante por inovação. A empresa 100% nacional, com 16 anos de atuação e com fábricas em Campinas-SP e Marechal Cândido Rondon-PR, possui em seu por-tfólio mais de 600 ingredientes utilizados na fabricação de produtos industrializados tais como: sorvetes, pães, biscoitos, chocolates, laticínios, pizzas, molhos etc. Seus clientes vão desde pequenas e médias empresas até grandes corporações nacionais e multinacionais.

Além dos produtos destinados à indústria, a Alibra possui uma linha Varejo que inclui achocolatados, farinha láctea, mingaus e compostos lácteos, comer-cializada em supermercados, atacados e montadoras de cestas básicas. A empresa conta também com a Linha Food Service composta por ingredientes para uso em restaurantes, cozinhas industriais e refeições coletivas.

Pesquisa & Desenvolvimento

Pelo menos 1% do faturamento da Alibra é investido por ano em atividades de P&D, em desenvolvimento de produtos, compra de equipamentos e montagem de laboratórios. São dois centros de pesquisa e desenvolvimento nas fábricas da Alibra, com total de 10 funcionários e os projetos não param. “Em nossos labora-tórios não fazemos pesquisa pura, mas desenvolvemos soluções sob medida, para atender às necessidades de aplicação de cada cliente, inclusive neste ano lan-çaremos um novo produto para o mercado Food Service”, explica o diretor-executivo Roberto Stefanini, sócio-fundador da Alibra e responsável pela área de P&D.

Entre as ações inovadoras e pioneiras da Alibra mais recentes podemos destacar o desenvolvimento do primeiro óleo em pó do país, produto rico em ácidos graxos essenciais, e a elaboração de uma linha de ingredientes para sorvetes fortificados, formulados com ferro e vitamina C, cujo lote experimental foi lançado no Dia do Sorvete (23 de setembro).

“Temos 900 clientes pelo Brasil e apostamos na inovação para nos diferenciar. Buscamos constantemente desenvolver produtos com alto valor tecnológico”, diz o diretor-presidente da Alibra, Humberto Salvador Afonso.

O ano passado também foi marcado pela aquisição da Genkor, especializada na fabricação de ingredientes (corantes, estabilizantes, espessantes, emulsifi-cantes), que se tornou uma unidade de negócios da Alibra. A compra faz parte de um investimento de R$ 23 milhões da empresa para diversificar sua atuação e fortalecer sua presença no mercado.

“As duas empresas tinham produtos complementares e algumas parcerias em atividades das áreas técnicas e comerciais. Sempre existiu o desejo de realizar a fusão e havia boas perspectivas com a incorporação”, diz o diretor-presidente. A Genkor e a Alibra integram o mesmo conglomerado, o Grupo Káiros, formado por dez empresas do setor alimentício.

Alibra é destaque em inovação no setor de alimentos

Alimentos Zaeli entra no mercado de água mineral

Dando continuidade à sua estratégia de crescimento e desenvolvimento de produtos para consumidores preocupados com bem-estar, qualidade de vida e saúde, a Alimentos Zaeli anuncia o lançamento da Água Mineral Natural Zaeli Prime, marcando sua entrada nesta categoria de crescimento contínuo e que hoje registra um consumo per capita de 69 litros/ano.

Captada na Fonte Santa Fé, de Quedas do Iguaçu (PR), em uma profundidade de 102 metros, 96 dos quais de pura rocha, a Água Mineral Natural Zaeli Prime está disponível em supermercados, padarias, lanchonetes, restaurantes e hotéis dos estados do Paraná (PR) e Mato Grosso do Sul (MS), na versão 510 ml, com preço sugerido de R$ 1,49 (sem gás) e R$ 1,79 (com gás).

Possui, entre as águas minerais disponíveis no mercado, uma das maiores concentrações de Vanádio (0,28mg/l), um mineral com propriedades medicinais e que é raro nas marcas de água que hoje são disponibilizadas e oferecidas ao consumidor final. Também possui alto pH alcalino (9,75), o que demonstra sua alcalinidade e grande potencialidade de neutralizar ácidos, contribuindo para minimizar os danos resultantes da vida moderna, como poluição, estresse e consumo de produtos industrializados. De acordo com estudos medicinais, o consumo da Água Mineral Zaeli Prime ajuda a equilibrar o pH do organismo, afastando as doenças que se “alimentam” da acidez corporal de da fragilidade que este ambiente gera às células.

“O consumo de muitos produtos industrializados, de bebidas alcoólicas, o estresse diário, a poluição e tantos outros hábitos ruins promovem um aumento da acidez corporal, com todos os malefícios daí decorrentes e, neste sentido, os brasileiros estão mais preocupados com qualidade de vida, saúde e bem-estar. Os benefícios de beber água mineral natural diariamente são inquestionáveis para a saúde, a beleza e o bem-estar das pessoas. Por esse motivo, visualizamos a oportunidade de entregar um produto diferenciado, com Vanádio e alto PH 9,75”, diz Valdemir Zago, Presidente da Alimentos Zaeli.

Page 21: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Cana

l Dire

toMercado de doces se reinventa

com criatividade e inovação Por Neudo Lambertucci

Com a atual situação econômica, negócios de todos os tipos enfrentam dias desafiadores. Contudo, esse momento acaba se tornando um verdadeiro divisor de águas no cenário empresarial. Em todos os casos, a palavra chave para superar a crise é criatividade! E, no universo dos doces, isso não é diferente. Ao longo das décadas, o setor se reinventou diversas vezes para se manter sempre aquecido.

Saídas inteligentes como apostar em novos segmentos, fortalecer estratégias de marketing alinhadas com a produção e a distribuição dos produtos e observar as demandas reais dos clientes, são alguns dos caminhos possíveis para inovar nesse setor. Nos últimos anos, criou-se o conceito do “Doce da Temporada”, onde os clássicos foram reinventados e se tornaram uma febre lucrativa. Foi assim com os cupcakes, com as paletas mexicanas, os gelatos, os brigadeiros gourmets, dentre muitos outros.

Anteriormente composto por empresas que faziam de tudo, o mercado mudou e, cada vez mais, tem priorizado a especialização. Assim, o negócio de doces con-quistou um espaço bom e confortável para crescer, vendendo apenas o seu produto título, porém garantindo uma grande diversificação de sabores. Dessa forma, as empresas conseguiram se manter atualizadas no mercado, mesmo vendendo apenas um tipo de alimento.

Outro segmento que tem crescido substancialmente é o de doces para casamentos, festas e eventos corporativos. O público desse setor se tornou mais exigente e as inovações surgiram para atender estas novas demandas. O mercado se expandiu novamente e deu espaço para microempreendedores, fomentando as economias locais.

A presença online também foi um dos caminhos abraçados pelos doces. Nos últimos anos, o e-commerce cresceu vertiginosamente, Com o acesso a internet banda larga, responsável pela grande facilidade de acesso dos consumidores, aliado aos novos hábitos da atual geração Z, a venda online alcançou um patamar nunca antes previsto.

Porém, cabe ressaltar que, mesmo com todas estas inovações, não existe milagre. Conhecer seu público alvo, entender o que ele precisa, pensar e estudar as novas demandas devem ser atitudes recorrentes em qualquer segmento. Para aqueles que conseguem identificar os rumos do setor, a crise está sendo uma oportunidade de expansão. E, pode acreditar, neste quesito o ramo de confeitaria e sorveteria já provou mais de o poder de sua versatilidade e inovação. Tenho certeza que nesse verão não irão faltar boas ideias para os próximos anos.

Neudo Lambertucci é engenheiro de alimentos CEO da Blend Coberturas

41

Unesp desenvolve metodologia para análise de néctarO Centro de Isótopos Estáveis Ambientais em Ciências da Vida (CIE), unidade auxiliar do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu, desenvolveu

nova metodologia para determinação do teor de sucos em néctares.A exposição da proposta foi realizada, no dia 18 novembro de 2015, por Evandro Tadeu da Silva, assistente de suporte acadêmico que atua no CIE, durante

reunião da Câmara de Normatização de Produtos da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir), em Brasília.Segundo Silva, o método consiste na avaliação da razão isotópica de carbono acoplado ao analisador elementar e contempla extração da polpa da fruta e

comparação com a bebida in natura.Para o seu desenvolvimento, foi firmado contrato de um ano entre a Fundação do Instituto de Biociências (Fundibio) e a Abir e o trabalho incluiu preparo de néc-

tares com polpas enviadas pelas empresas associadas à Abir e produção da bebida com frutas adquiridas pelo CIE, elaborados de acordo com a legislação vigente.Quanto às vantagens econômicas e sociais dessa técnica, Silva destaca que a mesma possibilitará controle dos sucos servidos nas merendas escolares, verifi-

cação da quantidade de fruta informada no rótulo e controle de matéria-prima comprada pelas empresas de seus fornecedores.A proposta foi encaminhada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), órgão em que o CIE já é credenciado. A expectativa é que, em breve,

a técnica apresentada seja aprovada e incorporada ao Manual de Qualidade do Mapa. Atualmente, as bebidas do tipo néctar de laranja e uva devem conter, no mínimo, 40% de suco de frutas ou polpa em sua composição, quantia que deve ser

ampliada para 50% no próximo ano.

Duas Rodas prevê crescimento de 15% em 2016Em um ano que teve a crise econômica com um dos principais protagonistas, muitas empresas não tiveram muito a comemorar no final de 2015. Não é o caso da Duas

Rodas, líder brasileira na fabricação de aromas e produtos para a indústria de alimentos e bebidas, que fechou o ano com um balanço de resultados bastante positivo.Com faturamento de R$ 663 milhões - 13% acima de 2014, a empresa, que completou 90 anos em dezembro de 2015, encontrou oportunidades de crescimento

ao manter a equipe comprometida com a racionalização de custos e colocar em prática os projetos de ampliar sua participação no mercado.No primeiro semestre do ano, por exemplo, a Duas Rodas concretizou a aquisição da Mix Indústria de Produtos Alimentícios, de São Bernardo do Campo (SP),

que atua nos segmentos de padaria e confeitaria.Além desta aquisição, a companhia catarinense promoveu um aporte de R$ 30 milhões direcionados à finalização das novas instalações de sua fábrica na

Argentina, onde está desde 1996, além de investimentos em processos de automação nas fábricas da matriz, em Jaraguá do Sul (SC), e de Estância (SE)."A nossa empresa tem a inovação como pilar estratégico de competitividade e expansão dos negócios, um posicionamento que é consolidado com fortes

investimentos em pesquisa e inovação", explica Leonardo Fausto Zipf, presidente da Duas Rodas.No mercado externo, o crescimento, de janeiro a dezembro, foi maior na comparação com o mesmo período de 2014. Presente na Argentina, Chile, Colômbia e

México, os negócios da Duas Rodas fora do país representam, este ano, 13% da receita bruta da empresa.Entre os planos para 2016 estão novas aquisições, no Brasil e América Latina, além do reforço de ações que possibilitem o incremento do faturamento nas

unidades já existentes. A meta de crescimento estabelecida pela companhia para o ano de 2016 é de 15%.Outro objetivo para o ano é ampliar a presença no mercado de nutrição animal, no qual a Duas Rodas reforçou sua participação em 2015 com o lançamento da

marca Statera, que atende às indústrias de produtos pet e feed. A empresa mira ainda no crescimento no mercado de sorvetes com as linhas gourmet de produtos da marca Specialitá, além de forte aposta no mercado de chocolates, com diversos lançamentos da marca Selecta ao longo do ano.

Certificação FSSC 22000Em novembro de 2015, a Duas Rodas recebeu a confirmação da sua segunda Certificação Internacional em Segurança de Alimentos FSSC 22000, concedida

pela DNV GL, fundação norueguesa de auditoria.Agora, três unidades na fábrica da Matriz, situada em Jaraguá do Sul (SC), contam com esta chancela de atendimento de padrões mundiais de exigências de

segurança de alimentos: Essências (recertificada), Aromas Encapsulados, Corantes, Frutas e Extratos desidratados (Spray Drier) e Aromas Pó.A certificação comprova que as unidades trabalham com técnicas que garantem a qualidade segura do alimento não apenas na fabricação, mas também no

fornecimento de matérias-primas e outros suprimentos."A ampliação da certificação internacional assegura um diferencial importante de mercado e consolida o nosso Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos,

que tem como estratégia permanente a ampliação deste escopo para outras unidades de produção da empresa no Brasil", afirma o diretor de Inovação e Tecnologia, Antonio Carlos Figueiredo Gonçalves. A Pif Paf Alimentos tem novidades para o segundo semestre deste ano. A empresa acaba de anunciar o investimento em novas marcas: Pif Paf Premium, Ladelli

e a PescaNobre. Com um aporte inicial da ordem de R$ 2 milhões, a companhia tem como meta diversificar ainda mais o seu mix de produtos, além de ampliar sua atuação. “Nossa expectativa é alcançar um número ainda maior de consumidores e oferecer a eles opções diferenciadas, saborosas e de qualidade”, afirma o diretor superintendente da Pif Paf Alimentos, Luiz Carlos Mendes Costa. A companhia espera um acréscimo de 5% no volume de negócios com as novas marcas.

A linha Pif Paf Premium, que acaba de chegar ao mercado, iniciou com dois produtos: pão de queijo Premium, biscoito de queijo três queijos. Em breve trará também, produtos derivados de carnes. Os produtos de queijo estão nas gôndolas dos pontos de venda nas regiões sudeste, sul da Bahia e Goiás.

Outro investimento da empresa foi na marca PescaNobre, focada na comercialização de pescados. “Mais um segmento que estamos presentes, oferecendo produtos com maior valor agregado”, afirma. A marca oferece bacalhau dessalgado congelado, nas opções lombo e em postas e também filé de tilápia, dentre outros desenvolvimentos que estão por vir.

As inovações não param por aqui, e ainda este mês chegará ao mercado os “mini churros”, sobremesa recheada de doce de leite, que marcará a estréia da marca Ladelli, tudo isso, somado à já tradicional qualidade, praticidade e atendimento, que marcam o sucesso do Grupo Pif Paf Alimentos.

As três marcas vieram para impulsionar ainda mais os negócios da Pif Paf Alimentos. “De fato estamos focados na diversificação e na ampliação do nosso consumidor final; acreditamos em um aumento de faturamento da ordem de 8%”. No início deste ano, a companhia anunciou o investimento de R$ 54 milhões para este ano. Segundo a direção da indústria, os investimentos estão sendo direcionados para o aumento da infraestrutura do parque industrial, melhoria da sua capacidade de produtos industrializados, aporte em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e construção de novos aviários.

A Pif Paf tem sede corporativa em Belo Horizonte (MG), possui cinco unidades industriais e doze unidades produtivas que com suas fábricas de ração, matrizei-ros e incubatórios fornecem matérias-primas para as indústrias Pif Paf. As unidades estão instaladas no interior de Minas Gerais, em Visconde do Rio Branco, Viçosa, Leopoldina, Patrocínio, Pará de Minas, Pitangui, São José da Varginha, Paula Cândido, Igaratinga. Em Goiás, a Pif Paf está presente em Palmeiras de Goiás e Paraúna (GO). Os centros de distribuição estão localizados em Contagem, Araguari (MG), Jandira (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Vila Velha (ES). Há 47 anos no mercado, a empresa hoje conta com cerca de 8.500 empregados diretos e mais de 80 mil clientes. Atua nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de exportar para diversos países.

Pif Paf Alimentos anuncia expansão de linha e investe em três novas

Page 22: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Even

toCa

nal D

ireto

43

Produtos Rei já estão enquadrados na nova norma da Anvisa sobre Recall de alimentos

Terminou em dezembro de 2015 o prazo dado pela Anvisa para as empresas produtoras de alimentos se adequarem à RDC 24 - Resolução da Anvisa sobre Recall de alimentos - recolhimento de produtos com problemas de qualidade ou sanidade, cujo consumo possam envolver riscos para a saúde da população. A nova resolução define a forma com que as empresas responsáveis pelos produtos deverão fazer a comunicação aos seus clientes, consumidores e à Anvisa.

Uma das inovações da norma é que todas as empresas deverão ter um Plano de Recolhimento de produtos disponível aos seus funcionários e à autoridade sanitária. A norma também determina que as empresas tenham a rastreabilidade dos seus produtos de forma a garantir o recolhimento de um alimento quando necessário. Para isso, as empresas da cadeia produtiva de alimentos deverão manter registros que identifiquem as origens dos produtos recebidos e o destino dos produtos distribuídos. Uma distribuidora de alimentos, por exemplo, terá que manter registros das empresas fornecedoras e também das empresas para as quais vendeu.

A norma também prevê que a empresa comunique imediatamente a Anvisa e aos consumidores qualquer problema que represente risco ou agravo à saúde do consu-midor, e a necessidade de realização de Recall. A Agência também poderá determinar o recolhimento caso não seja realizado voluntariamente pela empresa responsável.

De acordo com dados do Boletim Saúde e Segurança do Consumidor 2015, do Ministério da Saúde, em 2014 houve 120 campanhas de recolhimento de produtos no Brasil, sendo seis referentes a alimentos. No mesmo período, os EUA registraram 396 processos de recolhimento, sendo 278 somente de alimentos. O descumprimento das novas regras caracterizará infração à legislação sanitária que pode ser punida com interdição, cancelamento de autorização de funcionamento, multa de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, além do próprio recolhimento obrigatório.

No Brasil, a informação sobre a rastreabilidade dos alimentos só passa a ser obrigatória a partir da validação desta norma da Anvisa. Entretanto, algumas empre-sas já correm na frente desta norma, como é o caso da Itaueira, produtora brasileira de melões e mini melancias da marca Rei. Enquanto o mercado busca meios de se adequar as exigências da ANVISA, a Itaueira é uma das pioneiras em rastreabilidade de alimentos e seus códigos podem, inclusive, ser lidos utilizando um padrão internacional de códigos de barras.

A Itaueira considera seu sistema de rastreabilidade algo da máxima importância e o mantém em constantemente aperfeiçoamento, sendo utilizado também para receber o feedback dos consumidores. “Quando alguém liga para falar alguma coisa sobre os Melões Rei, acionamos o sistema de rastreabilidade e, dessa forma, podemos saber qual a origem e por quais situações exatamente passou o produto para confirmar ou corrigir o processo de produção e logística”, explica Amanda Prado, Gerente Administrativa da Itaueira.

O primeiro sistema de rastreabilidade da Itaueira foi implantado em 2011 e de lá para cá a empresa vem aprimorando e atrelando novas informações nos códigos dos seus produtos. “Fazemos isso para comercializar frutas de qualidade e com total segurança no mercado interno”, destaca José Roberto Prado, diretor comercial. Atualmente, 85% do Melão Rei produzido pela Itaueira é comercializado no mercado brasileiro, o restante é exportado para os Estados Unidos, Canadá, Europa, Rússia, Dubai e Chile.

Os Melões e Mini Melancias Rei possuem informação de sua origem a cada fruta, caixa e pallet. A rastreabilidade da fruta permite ao consumidor consultar as informações e duas maneiras: com a leitura do Código QR, usando um aplicativo em seu Smartphone, ou digitando o código da etiqueta no site da Itaueira. Essa tecnologia e um farto banco de dados permitem a todos os elos envolvidos na cadeia de compra, venda e consumo das frutas saber quando foi plantada, a data da colheita e sua origem.

A fazenda, com os códigos, consegue ir além e ver todo o histórico da fruta, inclusive o tipo de semente utilizado, os fertilizantes aplicados, em que frequência e intensidade, a quantidade de horas de irrigação por dia, quantidade de água aplicada, se a planta chegou a receber chuva, etc.

Pesquisa, pequeno produtor, alimentos seguros e sustentabilidade são o foco da Secretaria para 2016

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, definiu as principais prioridades da Pasta para 2016. Ganham ênfase a aproximação entre pesquisa e sua aplicação no campo, a preservação ambiental alinhada com a produção agropecuária, a atenção ao pequeno produtor e agricultor familiar e a saudabilidade dos alimentos.

De acordo com o secretário, essas quatro diretrizes seguem as orientações do governador Geraldo Alckmin para a Pasta e foram cristalizadas ao longo de 2015. A primeira é a necessária união entre produção no campo e preservação dos recursos naturais. O ano de 2016 será a consolidação da ideia de que é possível produzir sem agredir o meio ambiente.

Arnaldo Jardim lembrou que “serão prioridades para a Secretaria a implementação do Programa de Regularização Ambiental (PRA), a definição do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC) e caminharmos para desenvolver o conceito de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)”.

Outro foco da Pasta será a integração entre produção e pesquisa, diminuir a distância entre a tecnologia gerada pelo Governo do Estado e sua apli-cação no campo. Um ponto importante será a implantação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) em cada um dos institutos vinculados à Secretaria. Para garantir mais resultados, serão multiplicadas as parcerias com o setor produtivo. Está em pauta também a consolidação da dinâmica das Câmaras Setoriais e o fortalecimento do funcionamento das Comissões Técnicas.

A terceira prioridade será a atenção especial ao pequeno produtor e ao agricultor familiar, destacada em iniciativas como a continuidade e o avanço do Programa Microbacias II. Está na lista também a consolidação da participação de agricultores em ações como o Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS).

A preocupação em oferecer um alimento seguro para o consumo da população paulista também será priorizada em 2016, por meio de atividades como o processo de exterminação dos chamados obsoletos, que são os defensivos sem condições de aplicação e que serão incinerados. A Secretaria enfatizará ainda o Programa Aplique Bem, que por meio de software reduz a quantidade de produtos químicos aplicados nas culturas.

2016 será também o ano de “desenvolver instrumentos e um programa específico de monitoramento para que se evite resíduos de toxinas nos ali-mentos, preservando a saudabilidade deles. Estes são programas fundamentais como um todo para a Secretaria de Agricultura”, concluiu Arnaldo Jardim.

A Alibra, fornecedora de produtos lácteos em pó e de soluções em ingredientes para alimentos e bebidas, é a primeira empresa brasileira a utilizar a tecnologia de produção via spray drier para produzir óleos vegetais em pó. Eles são provenientes das mais variadas fontes de óleos vegetais como soja, canola, girassol, linhaça e coco. O óleo em pó atende a uma crescente demanda do mercado brasileiro, pois até então os custos de utilização do produto eram mais altos, porque as indústrias precisavam importar de outros países.

Segundo a gerente de Vendas industriais, Carol Spinelli, o diferencial dos óleos em pó da Alibra está nos teores de concentração de óleo na composição, que podem variar. “Os nossos produtos possuem acima de 70% de concentração de óleo em sua composição, mas de acordo com a necessidade de cada cliente podemos desenvolver com teores mais baixos ou, até mesmo, a partir de outras fontes”, explica.

Outras vantagens dos óleos em pó são a facilidade de armazenamento, manuseio, transporte, praticidade no processo de aplicação e alto valor nutritivo e energético. Carol afirma ainda que: “por se tratar de um produto em pó, conseguimos aumentar para 12 meses o shelf life, ou seja, a vida útil do alimento, tempo que ele permanece fresco, saudável e adequado para o consumo”.

O gerente industrial da Alibra, Maurício Botelho, explica que os óleos em pó passam pelo processo de secagem em torre spray-dryer. “Para a secagem dos óleos vegetais, além da formulação, alteramos alguns ajustes nos parâmetros da planta, desenvolvidos exclusivamente pela Alibra. A maioria das empresas faz um mix de produtos em misturador com matérias-primas importadas, portanto somos pioneiros nesta tecnologia”, ressalta Botelho.

O produto abre novos mercados. Os óleos em pó são produtos novos no amplo portfólio da Alibra que engloba mais de 600 itens e tem grande potencial de crescimento. Atualmente, eles já são comercializados para indústria de nutrição enteral – alternativa para ingestão de alimentos na forma líquida ou em pó quando a alimentação pela boca é insuficiente ou impossível de ser realizada. A Alibra atende também as indústrias de nutrição animal, de suplementos para atletas e de produtos naturais ou com algum apelo de saudabilidade.

A gerente de exportação, Débora Lapa, ainda acrescenta que a Alibra está em negociação com dois clientes de mercados distintos na América Central e do Sul. Os óleos em pó podem ser utilizados em aplicações diversas e tem sido uma ótima opção para indústrias que buscam ingredientes que sejam fontes de

Ômega 3, Ômega 6 e/ou Ômega 9.

Alibra é pioneira na fabricação de óleo em pó no Brasil

Biscoitos Bela Vista investe em linha de biscoitos integrais

Em 2014, o ticket médio de compra de alimentos e bebidas saudáveis subiu 13,5%, segundo pesquisa da consultoria Niel-sen. Entre esses produtos um dos segmentos mais populares é o de produtos integrais. Foi para acompanhar essa tendência que a Biscoitos Bela Vista, dona das marcas Tuc´s, Fazendinha e Bela Vista, colocou no mercado este ano, a linha Ecoo.

O produto se destaca por ser integral e conter ingredientes naturais. Eles estão disponíveis em estabelecimentos de todo o país nos sabores laranja / cenoura / mel, chocolate e coco.

“No ano do centenário da Bela Vista reformulamos nossas linhas para atender as novas exigências do mercado, e a linha de produtos mais saudáveis e integrais foi uma delas”, explica Jorge Conti, CEO da Bela Vista.

Page 23: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Ingr

edie

ntes

& Ap

licaç

ões

* Nancy Gaul

Fibra: O herói desconhecido no conjunto

de ferramentas de marketing de alimentos

Treze fatias de pão de trigo integral, 10 xícaras de brócolis ou 6 maçãs médias.1 Isso seria o necessário para um consumidor alcançar sua ingestão de fibras diária sugerida de 25 gramas, conforme descrito pela Organização Mundial da saúde.2 Embora hoje em dia os consumidores não estejam conseguindo atingir esta meta de ingestão, eles estão tentando. 50% dos consumidores relatam que buscam ingerir mais fibra em suas dietas3.

Décadas de pesquisa mostraram que dietas mais ricas em fibra estão associadas com um risco reduzido de doenças cardíacas e diabetes,4, 5 assim como a saúde intestinal e digestão saudável.5 Ao invés de deixar os consumidores na dependência apenas de pão integral, brócolis e maçãs, os fabricantes têm a oportunidade de ajudá-los a alcançar esses benefícios nutricionais com alimentos e bebidas enriquecidos com fibras.

Além de seus benefícios inerentes à saúde, as fibras fornecem a funcionalidade de ajudar muitas outras necessidades de saúde e bem-estar. Por exemplo, algumas fibras podem ajudar a reequilibrar a massa e o paladar em produtos com açúcar reduzido. Esta combinação única de benefício e funcionalidade tornam as fibras elementos chave para a comercialização de produtos "better for you".

Redução de Açúcar e CaloriasDe acordo com um estudo do IFIC de 2015,

55% dos consumidores estão buscando a redução de açúcar. Essa tendência leva muitos fabricantes a recorrer aos adoçantes de alto potencial. Ao substituir açúcares por adoçantes de alto potencial, as fibras podem ajudar a manter a experiência sensorial de um produto com alto nível de açúcar. As fibras, incluindo a fibra de solúvel do milho e a polidextrose ajudam a reequilibrar a massa e o paladar nestas formulações.

Redução da GorduraSemelhante aos produtos com açúcar reduzido, a

fibra solúvel do milho e a polidextrose também podem ajudar a reduzir a gordura, reequilibrando a massa e o paladar. A beta glucana da aveia é outra opção de fibra que ajuda a entregar um produto com redução de gordura. Sua forte retenção de água e propriedades emulsificadoras engrossam e estabilizam as emulsões, o que imita a textura de cremosidade e suavidade associadas aos produtos com alto teor total de gordura.

45

* Nancy Gaul é a Gerente Sênior de Categoria, com foco em Saúde e Bem-estar da equipe de Marketing Global da Tate & Lyle’s. Nancy tem mais de 20 anos de experiência em marketing de alimentos e bebidas. Ela é responsável pelo fortalecimento de inúmeras marcas regionais e globais que podem ser encontradas em muitas mesas em todo o mundo. Para saber mais sobre o portfólio de fibra da Tate & Lyle, visite www.tateandlylefibres.com.

Manter o Colesterol Sanguíneo SaudávelVários estudos clínicos têm demonstrado que

o aumento da ingestão de fibras solúveis viscosas, como a beta glucana, também pode ajudar a reduzir o colesterol total e lipoproteína de baixa densidade (LDL)6,7,8 quando consumido como parte de uma dieta saudável para o coração. Em geral, os dados sugerem que 3 g/dia de beta glucana pode reduzir o colesterol LDL em 3-5% e o colesterol total em 2-4%. 6,7,8 Vários países admitem exigências de benefícios de saúde ou exigência funcional para a beta glucana e a redução de colesterol. No Brasil, a ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária concedeu a seguinte alegação funcional para produtos alimentícios com

beta glucana de aveia: “beta glucana (fibra dietética) ajuda a reduzir a absorção de colesterol. O consumo precisa estar associado com uma dieta balanceada e hábitos saudáveis de vida.”

De "excelente fonte de fibra" a "menos açúcar" e até "baixo teor de gordura" e "ajuda a manter o colesterol saudável", as fibras oferecem aos fabricantes de alimentos e bebidas a oportunidade de adicionar recursos extras aos rótulos de suas embalagens. Em parceria com a Tate & Lyle, fornecedore global com um amplo portfólio de fibras e ingredientes especiais, os fabricantes podem atender as exigências e demandas que melhor se adequam ao seu público-alvo.

1 Departamento de Agricultura dos Estados Unidos www.ars.usda.gov/nutrientdata; USDA Banco de Dados Nacional de Nutrientes para Referência Padrão Outros Banco de Dados e Relatórios Banco de Dados de Ingredientes Suplementares Dietéticos Valor Nutritivo de Alimentos.

2 A Junção WHO/FAO Consultoria Especializada em dieta, nutrição e prevenção de doenças crônicas: implicações de política, produto e processo, http://www.who.int/nutrition/publications/public_health_nut9.pdf (acesso em 1 de abril de 2015).

3 (Fonte: NMI)4 Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Departamento de Agricultura dos EUA: Diretrizes Dietéticas para

Americanos, 2010, 7º Edição. Washington, DC, Departamento de Impressão do Governo dos EUA; 2010.5 Instituto do Conselho de Medicina, Alimento e Nutrição. Ingestão Dietética de Referência: Energia, Carboidratos, Fibras, Gordura,

Ácidos Graxos, Colesterol, Proteína e Aminoácidos. Washington, DC: National Academies Press; 2002/2005.6 Ripsin CM, Keenan JM, Jacobs DR, Jr., Elmer PJ, Welch RR, Van Horn L, et al. Produtos da Aveia e redutores de lipídios. Uma meta-

análise. J Am Med Assoc. 1992;267(24):3317-25.7 Brown L, Rosner B, Willett WW, Sacks FM. Efeitos da redução de colesterol de fibra alimentar: Uma meta-análise. American J Clin

Nutr. 1999;69(1):30-428 Whitehead A. Meta-análise para quantificar os efeitos da beta glucana da aveia sobre o colesterol. MPS Unidade de Pesquisa,

Departamento de Matemáticas e Estatísticas, Universidade de Lancaster, Reino Unido. Inédito. Relatado por: Revista EFSA. (2010; 8 12): 1885.

9 EFSA Conselho sobre Produtos Dietéticos, Nutrição e Alergias (NDA); Opinião Científica sobre evidência de exigências de saúde referentes a beta glucana proveniente de aveias e cevada e manutenção das concentrações normais de colesterol LDL no sangue (ID 1236, 1299), aumento da saciedade levando a redução de colesterol ingerido (ID 851, 852), redução da resposta glicêmica pós prandial (ID 821, 824), e “função digestiva” (ID 850), nos termos do Artigo 13(1) da Regulação (EC) No 1924/2006. Revista EFSA. 2011;9(6):2207

Page 24: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Tend

ênci

as

Uma nova realidade para o mercado de alimentos

Por Lilia Kawazoe

Nos últimos anos temos acompanhado uma mudança significati-va no comportamento da população quando o assunto é o consumo de alimentos. Muito além do sabor, hoje, as pessoas também estão preocupadas com as questões relacionadas à saudabilidade daqui-lo que consomem. Em outras palavras, quais benefícios eles podem proporcionar à saúde e ao bem-estar?

Uma pesquisa divulgada neste ano pela Euromonitor aponta que a venda de alimentos naturais e orgânicos cresceu 98% nos úl-timos cinco anos, enquanto que a demanda por opções tradicionais cresceu 67% no mesmo período. O estudo ainda mostra que 28% dos brasileiros consideram que o valor nutricional é o mais importante na hora de consumir um produto e 22% das pessoas ouvidas disse-ram preferir alimentos naturais sem conservantes.

Diante desses números notamos o grande desafio que a indús-tria de alimentos tem pela frente que é investir cada vez mais em opções saudáveis e naturais, transformando receitas tradicionais em opções ricas em vitaminas, ômegas, fibras e proteínas. Esse é um trabalho que envolve pesquisas constantes para o desenvolvimento de novos ingredientes tecnológicos e a busca pela inovação.

Ao buscarmos exemplos práticos desse trabalho na indústria ali-mentícia, encontramos as farinhas e óleos obtidos a partir de frutos e sementes da biodiversidade brasileira, como o açaí, cupuaçu e castanha do Brasil. A proposta desses ingredientes é que eles sejam acrescentados a receitas tradicionais do dia a dia, como pães, bolos, cookies, molhos e maioneses, tornando o alimento uma opção de alto valor nutritivo.

Outro ponto que não devemos deixar de lado é a questão dos alimentos orgânicos, pois em janeiro deste ano, um estudo feito pela Nielsen mostrou que 33% dos consumidores preferem alimen-tos orgânicos e pagariam mais caro por isso. Nesse sentido, estamos indo muito além do consumo de um alimento saudável, estamos falando de produtos comprometidos com a questão da sustentabili-dade. Hoje, o consumidor está preocupado em saber se o alimento que ele vai consumir foi obtido a partir de um processo que engloba o respeito ao meio ambiente e aos envolvidos na cadeia produtiva.

Toda essa evolução do mercado alimentício nos leva a destacar também o segmento de produtos direcionados às pessoas com die-tas restritivas. Isso porque, nos últimos anos, as empresas passa-ram a investir nesse nicho com o grande desafio de oferecer alimen-tos que possam suprir as necessidades das pessoas alérgicas ou com intolerância alimentar. Para isso, a indústria de matérias-primas para alimentos está focada também na customização de serviços e desenvolvimento de insumos tecnológicos exclusivos.

Esse cenário nos mostra que a indústria de alimentos está pas-sando por um grande processo de transformação, o que envolve a mudança no comportamento do consumidor e a adequação das marcas a esse novo momento do mercado. O resultado certamente trará benefícios a todos e os alimentos saudáveis e funcionais vão se tornar parte essencial do nosso cardápio diário.

* Lilia Kawazoe é Gerente da Concepta Ingredients, empresa especializada nos segmentos de alimentos, nutrição animal e farmacêutico veterinário e pertencente a Holding Sabará, detentora das marcas Beraca, BioEnergy e Sabará Químicos.

Foto

: fre

eim

ages

.com

47

Page 25: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Pesq

uisa

s e Te

cnol

ogia

s

Percorrendo longas distâncias com

bebidas esportivas

49

As bebidas esportivas representam um mercado em crescimento e, atualmente, têm um papel cada vez mais importante. Hoje em dia, os atletas e as pessoas ativas desejam saber mais sobre os diversos tipos de bebidas disponíveis e que podem ajudar a aprimorar o uso da energia e desempenho em geral. Para complementar o regime de treinamento rigoroso, eles procuram bebidas esportivas que lhes deem a energia suficiente, no momento certo para ir mais além no esporte.

Para estes esportistas, é essencial complementar o treinamento com a nutrição correta antes, durante e depois dos exercícios (para aumentar o bem-estar). De acordo com orientações alimentares modernas, uma pessoa comum deveria obter de 55 a 60 por cento da energia diária dos carboidratos, o que equivale a 8 g por kg do peso corporal. Os carboidratos são ainda mais fundamentais para o desempenho nos esportes e exercícios. Os atletas dependem dos carboidratos porque estes são fonte da energia essencial para o desempenho físico, a glicose. No caso de exercícios de resistência que duram mais de uma hora, as bebidas esportivas com 6 ou 8 por cento de carboidratos devem ser consumidas em quantidades de 800 ml por hora.

* Dr. Antje Jungclaus,

* Senior Manager Nutrition Communication (Gerente de Comunicação Nutricional), BENEO-Institute

As bebidas esportivas mais populares contêm carboidratos com alto índice glicêmico como a maltodextrina, xarope de glicose e sacarose. Elas liberam glicose na corrente sanguínea rapidamente, visando maximizar o uso dos carboidratos. Se ingeridas antes do esporte, no entanto, estas bebidas podem resultar no aumento e diminuição dos níveis de glicose no sangue, o que não é uma situação ideal para que os atletas comecem a se exercitar, e a contribuição valiosa do uso da gordura na mistura de combustíveis é significativamente suprimida, inclusive durante o exercício.

O carboidrato PalatinoseTM (isomaltulose), o qual oferece uma liberação de energia mais constante e equilibrada durante um período de tempo mais longo, é uma alternativa interessante. Com base em pesquisa científica, a PalatinoseTM demonstrou ter um efeito contínuo nos níveis normais de glicose no sangue em comparação a outros carboidratos também completamente digeríveis.

Mas como exatamente a PalatinoseTM pode ajudar os atletas a percorrer longas distâncias sem o risco de diminuição dos níveis de açúcar ou enfraquecimento?

Análise mais detalhada

Sem dúvida, os carboidratos são importantes nos esportes. Para entender a ciência por trás disso, a importância relativa da oxidação da gordura e carboidratos para alimentar os músculos ativos durante o exercício e a influência da ingestão de carboidratos adicionais devem ser levados em consideração.

Uma meta-análise concluiu que os suplementos de carboidrato com composição e administração adequadas poderiam oferecer um desempenho de resistência significativamente melhor. O exercício envolve força muscular com energia dos carboidratos, mobilizada das fontes do próprio corpo (por ex., glicogênio) ou gorduras das reservas de gordura. Especialmente durante exercícios intensos, o substrato preferido para a conversão da energia são os carboidratos devido ao fornecimento de energia mais eficaz. No entanto, o glicogênio armazenado nos músculos e fígado está limitado a cerca de 1750 kcal.

Durante exercícios de resistência prolongados a níveis de alta intensidade, estes depósitos se reduzem e não são mais suficientes para suportar a atividade de resistência de alta intensidade. Em contrapartida, os depósitos de gordura do corpo são maiores (cerca de 80.000 kcal), mas a conversão destes em energia é muito mais lenta do que os de carboidratos. Em teoria, baseado apenas nos depósitos de carboidratos, o atleta comum exercitando-se em aproximadamente 75 por cento de seu consumo de oxigênio máximo (75% VO2 máx.) poderia durar apenas entre 80 e 100 minutos antes que ocorra a diminuição do glicogênio, seguido de uma queda do desempenho. Contudo, na prática, os atletas são capazes de suportar eventos de resistência mais prolongados, como maratonas. O desafio é utilizar as reservas de gordura do corpo em maior escala na alimentação dos músculos.

Qual o papel da escolha do carboidrato em bebidas esportivas? As bebidas esportivas fornecem carboidratos adicionais ao corpo. Desse modo, o tipo de carboidrato e a liberação de glicose afetam a divisão do combustível, ou seja, a contribuição relativa do carboidrato e o uso da gordura no metabolismo da energia. Dois aspectos são importantes para entender essa interação. Em primeiro lugar, os carboidratos consumidos com a comida ou bebidas esportivas são utilizados primeiro no fornecimento de energia ao músculo, simplesmente porque isto permite que o corpo guarde suas próprias reservas de carboidratos e gordura para momentos nos quais as fontes “externas” não estão mais disponíveis.

Em segundo lugar, a taxa de fornecimento de glicose dessas bebidas determina a medida na qual a mobilização e uso das fontes internas são suprimidas. Isto significa que os carboidratos que fornecem glicose rápida ao corpo levam a uma maior supressão do uso da gordura. E neste ponto, evidenciam-se as vantagens da PalatinoseTM: carboidrato de “liberação lenta” que proporciona a energia de forma mais constante por um período mais prolongado, permitindo que o corpo mantenha um nível mais alto de uso da gordura na mistura de combustível para os músculos. No exercício de resistência, afirma-se que uma maior contribuição da oxidação da gordura possui um efeito de economia de glicogênio e, portanto, um efeito benéfico para melhorar o desempenho.

Quebra de carboidratos

Um estudo da Universidade Freiburg pesquisou o impacto de diversos carboidratos no desempenho do exercício. Analisou como as diferenças na oxidação da gordura durante os exercícios poderiam influenciar o desempenho, como resultado da diminuição retardada de glicogênio em atletas treinados. Os atletas começaram consumindo uma bebida com carboidrato antes do exercício de resistência.

Page 26: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias

Pesq

uisa

s e Te

cnol

ogia

s

Em um dia, os atletas consumiram uma bebida com maltodextrina; no outro, os mesmos atletas consumiram uma bebida com PalatinoseTM (desenho de estudo cruzado). Os resultados mostraram que os participantes evidenciaram uma resposta continua de glicose no sangue e níveis baixos de insulina, o que levou a maiores taxas de oxidação durante os exercícios de resistência, após terem consumido a bebida com PalatinoseTM. Além disso, os atletas puderam se desempenhar tão bem quanto, se não melhor, com a bebida de PalatinoseTM em comparação à bebida com maltodextrina.

O aumento da oxidação de gordura também pode ser importante para aqueles que desejarem manter um peso e composição corporal saudáveis. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o sobrepeso e a obesidade são grandes problemas nos países do NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) com taxas de sobrepeso e obesidade de aproximadamente 69 por cento no México, a mesma nos EUA e 60 por cento no Canadá. Segundo a pesquisa com consumidores encomendada pelo BENEO, no México 77% e 62% dos consumidores estão preocupados em manter o peso e em perder peso, respectivamenteV.

Diversos estudos estabeleceram que a PalatinoseTM aumenta a proporção de energia derivada da gordura no consumo energético geral. Isto se aplica tanto a atletas quanto àqueles que possuem vidas menos ativas fisicamente. Embora o equilíbrio energético (a relação entre ingestão de calorias e gasto de calorias) seja importante, a PalatinoseTM não incrementa a taxa metabólica basal, isto é, a quantidade de energia gasta quando o corpo está em repouso. Ao utilizar PalatinoseTM ao invés de carboidratos com altos índices glicêmicos, ocorre um aumento na taxa de queima de gordura ou na proporção da produção de energia geral gerada pela oxidação de gordura. Uma maior taxa de queima de gordura significa que os consumidores ativos podem utilizar suas próprias reservas de carboidrato por mais tempo e, simultaneamente, queimar gordura de forma mais eficaz.

Os resultados indicam que a PalatinoseTM pode ter um papel decisivo no gerenciamento do peso. Ao realizar esportes ou participar de exercícios, os atletas podem obter um benefício duplo do carboidrato funcional: a energia em forma de glicose está disponível por um período mais prolongado (durante esportes de resistência), enquanto uma maior proporção de energia pode ser liberada da gordura corporal. Isto evita o completo esgotamento das reservas de carboidrato, melhora a resistência e contribui ao desempenho do atleta durante a atividade.

Uma opção natural para o esportista entusiasta

A PalatinoseTM obtém-se do açúcar de beterraba e também pode ser encontrado no mel e no açúcar de cana como componente natural. Com uma doçura moderada, seu perfil sensorial é semelhante ao açúcar, sem nenhum gosto residual. Ao mesmo tempo, as bebidas esportivas produzidas com PalatinoseTM mantêm uma osmolaridade constante inclusive em bebidas ácidas e pasteurizadas – independentemente de que sejam isotônicas, hipotônicas ou hipertônicas. Isto significa que a quantidade de partículas de soluto de sal, minerais ou proteínas continua estável durante toda a vida útil. Com a PalatinoseTM, são possíveis conceitos novos e modernos de bebidas esportivas, ao fornecer energia prolongada com uma doçura moderada e natural.

Além do treinamento intenso, manter a dieta e preparar a mente para a próxima competição, os atletas de resistência podem usufruir de bebidas esportivas voltadas especificamente às suas necessidades e, assim, ter o potencial de impulsionar ainda mais seus níveis de desempenho. No entanto, sua importância e principais benefícios ultrapassam o conteúdo da garrafa. Aprender mais sobre os componentes contidos na bebida pode ajudá-los a tomar decisões conscientes e escolher a bebida esportiva que realmente irá ajudá-los a percorrer longas distâncias.

www.BENEO-Institute.com www.BENEO.com

51

Page 27: ISSN 1984-4212 - Ano VII - no 30 - R$ 25,00 As100revistait.com.br/download/edicoes/IT-30-bx.pdf · Anuário Brasileiro de Ingredientes edição especial - R$50,00 ... indústrias