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istema construtivo steel framing garante total liberdade de criação Considerado a evolução do wood framing, o steel framing conquistou arquitetos e engenheiros norte-americanos, europeus e japoneses ainda no início da segunda metade do século 20. O sistema em aço, desenvolvido a partir dos avanços da indústria siderúrgica, foi a solução para atender a grande demanda por edificações no pós-guerra e possibilitou construções industrializadas, limpas, rápidas e seguras, capazes de garantir conforto termoacústico. No Brasil, o sistema ainda é recente, mas não uma novidade. À medida que cresce o conhecimento sobre ele, aumenta também sua utilização. As primeiras experiências datam dos anos 1990, e de lá para cá o steel framing consolidou-se como alternativa racional aos métodos convencionais de construção, “que são artesanais, sujeitos a desperdícios e difíceis de orçar com precisão”, entende o arquiteto Alexandre Mariutti, da construtora Seqüência. A empresa paulistana há 12 anos abandonou a alvenaria para trabalhar exclusivamente com esse sistema. A Casa Micura, de Mogi das Cuzes, SP, percorreu trajetória semelhante. “Até pouco tempo atrás ainda construíamos peloobsoleto sistema de alvenaria, mas nosso foco agora está no steel framing, um sistema racionalizado, que está em acordo com princípios da sustentabilidade”, explica a arquiteta Heloísa Pomaro, sócia da empresa. Aliada a esses fatores está a fase positiva da construção civil no país, que se reflete também no segmento e impulsiona os projetos em steel framing, apesar da escalada mundial do preço do aço. “Mesmo com o aço mais caro, o sistema é mais vantajoso que a alvenaria, que só parece ser barata”, compara Heloísa. De acordo com Mariutti,um projeto unitário em steel framing custa 5% a menos que uma construção convencional. “A diferença é pequena no caso de uma única residência, mas muito significativa quando se constroem conjuntos habitacionais”, ele observa. Entenda o sistema O steel framing é um sistema construtivo industrializado aberto ao uso de diversos materiais, para atender às necessidades específicas de cada projeto. Ele pode ser usado na construção de casas populares, residências de alto padrão, lojas ou pequenos edifícios. A diferença fica por conta dos acabamentos. “Na Alemanha vi prédios de até oito pavimentos em steel framing. No Brasil, que eu saiba, o máximo já feito são quatro andares”, relata Heloísa. O sistema não restringe a criatividade do arquiteto,dá total liberdade de formas e permite vãos e aberturas de grandes dimensões. Também oferece flexibilidade para a escolha dos fechamentos, e cada um deles implica técnicas próprias para a execução da obra. “O arquiteto deveria pensar de modo diferente para projetar com steel framing, mas não precisa. A maioria dos clientes já chega com um projeto arquitetônico pronto, que é adaptado para a construção nesse sistema”, destaca Mariutti. O ideal é trabalhar com a modulação de 1,20 metro de largura, porque os perfis são fixados com espaçamento de 40 ou 60 centímetros, conforme o projeto estrutural. “Se o arquiteto pensar a partir desse módulo, vai ter o benefício da economia”, ele completa. De acordo com Mariutti, um dos segredos para construir com steel framing é saber comprar e cortar os perfis, além de contar com um calculista de estruturas que conheça bem o sistema. Ambos os profissionais recomendam procedimentos de canteiro para medir a espessura dos perfis e da camada de galvanização. Segundo Heloísa, uma das principais vantagens é a rapidez de execução da obra. “É um sistema de montagem. Demora mais tempo para projetar, mas uma construção de cem metros quadrados fica pronta em um mês”, afirma. O steel framing permite construções sem entulho. O pouco que sobra é reciclável e pode ser vendido. De modo geral, as patologias mais comuns estão ligadas às redes hidráulicas e elétricas, idênticas às do método convencional em alvenaria. “O que vemos são mais vícios de obra que defeitos do sistema”, compara Mariutti. Heloísa concorda. “A maioria

Istema Construtivo Steel Framing Garante Total Liberdade de Criação

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istema construtivo steel framing garante total liberdade de criação

Considerado a evolução do wood framing, o steel framing conquistou arquitetos e engenheiros norte-americanos, europeus e japoneses ainda no início da segunda metade do século 20. O sistema em aço, desenvolvido a partir dos avanços da indústria siderúrgica, foi a solução para atender a grande demanda por edificações no pós-guerra e possibilitou construções industrializadas, limpas, rápidas e seguras, capazes de garantir conforto termoacústico.

No Brasil, o sistema ainda é recente, mas não uma novidade. À medida que cresce o conhecimento sobre ele, aumenta também sua utilização. As primeiras experiências datam dos anos 1990, e de lá para cá o steel framing consolidou-se como alternativa racional aos métodos convencionais de construção, “que são artesanais, sujeitos a desperdícios e difíceis de orçar com precisão”, entende o arquiteto Alexandre Mariutti, da construtora Seqüência. A empresa paulistana há 12 anos abandonou a alvenaria para trabalhar exclusivamente com esse sistema. A Casa Micura, de Mogi das Cuzes, SP, percorreu trajetória semelhante. “Até pouco tempo atrás ainda construíamos peloobsoleto sistema de alvenaria, mas nosso foco agora está no steel framing, um sistema racionalizado, que está em acordo com princípios da sustentabilidade”, explica a arquiteta Heloísa Pomaro, sócia da empresa.Aliada a esses fatores está a fase positiva da construção civil no país, que se reflete também no segmento e impulsiona os projetos em steel framing, apesar da escalada mundial do preço do aço. “Mesmo com o aço mais caro, o sistema é mais vantajoso que a alvenaria, que só parece ser barata”, compara Heloísa. De acordo com Mariutti,um projeto unitário em steel framing custa 5% a menos que uma construção convencional. “A diferença é pequena no caso de uma única residência, mas muito significativa quando se constroem conjuntos habitacionais”, ele observa.Entenda o sistemaO steel framing é um sistema construtivo industrializado aberto ao uso de diversos materiais, para atender às necessidades específicas de cada projeto. Ele pode ser usado na construção de casas populares, residências de alto padrão, lojas ou pequenos edifícios. A diferença fica por conta dos acabamentos. “Na Alemanha vi prédios de até oito pavimentos em steel framing. No Brasil, que eu saiba, o máximo já feito são quatro andares”, relata Heloísa.

O sistema não restringe a criatividade do arquiteto,dá total liberdade de formas e permite vãos e aberturas de grandes dimensões. Também oferece flexibilidade para a escolha dos fechamentos, e cada um deles implica técnicas próprias para a execução da obra. “O arquiteto deveria pensar de modo diferente para projetar com steel framing, mas não precisa. A maioria dos clientes já chega com um projeto arquitetônico pronto, que é adaptado para a construção nesse sistema”, destaca Mariutti. O ideal é trabalhar com a modulação de 1,20 metro de largura, porque os perfis são fixados

com espaçamento de 40 ou 60 centímetros, conforme o projeto estrutural. “Se o arquiteto pensar a partir desse módulo, vai ter o benefício da economia”, ele completa.

De acordo com Mariutti, um dos segredos para construir com steel framing é saber comprar e cortar os perfis, além de contar com um calculista de estruturas que conheça bem o sistema. Ambos os profissionais recomendam procedimentos de canteiro para medir a espessura dos perfis e da camada de galvanização.Segundo Heloísa, uma das principais vantagens é a rapidez de execução da obra. “É um sistema de montagem. Demora mais tempo para projetar, mas uma construção de cem metros quadrados fica

pronta em um mês”, afirma. O steel framing permite construções sem entulho. O pouco que sobra é reciclável e pode ser vendido.

De modo geral, as patologias mais comuns estão ligadas às redes hidráulicas e elétricas, idênticas às do método convencional em alvenaria. “O que vemos são mais vícios de obra que defeitos do sistema”, compara Mariutti. Heloísa concorda. “A maioria das patologias

está relacionada à mão-de-obra não qualificada. Não adianta esperar que o pedreiro instale perfis ou trate juntas corretamente. O pessoal tem de ser treinado e capacitado a trabalhar com o sistema”, alerta.

A ausência de centros formadores de mão-de-obrapara o steel framing é um dos problemas enfrentados pelos profissionais da área. “Os fabricantes dos fechamentos treinam profissionais para trabalhar com seus materiais. Mas, para montar a estrutura, nossa empresa é que faz o treinamento e forma equipes especializadas para atuar em cada uma das etapas de montagem de nossas obras”, revela Heloísa. Também não há softwares nacionais para cálculo nem normas técnicas específicas para o conjunto steel framing. “O Brasil tem normatização para os perfis e para os painéis de

gesso acartonado. Como não há normas nacionais para o cálculo estrutural, usamos a norte-americana”, explica Mariutti.Apesar desses aspectos, o steel framing oferece um conjunto de vantagens que o colocam como opção eficiente a ser considerada na hora de escolher o sistema construtivo. Entre elas destacam-se

aeliminação de grandes interferências no lote, a leveza estrutural, que dispensa fundações, a precisão que só sistemas industrializados podem oferecer, a

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grande velocidade de montagem, a limpeza e organização do canteiro, a redução de

custos e a quase inexistência de entulho.

Do perfil à estruturaO sistema steel framing é composto por perfis leves de aço galvanizado, chamados steel frame, disponíveis em espessuras entre 0,95 e 1,25 milímetro. Eles são usados como montantes (aplicações verticais) e guias (aplicações horizontais) em toda a estrutura, incluindo caixa-d’água e telhado. “Embora sejam parecidos no desenho, esses perfis não são os mesmos usados nos sistemas drywall. Pelas normas, os perfis de drywall têm espessura de 0,55 milímetro e não servem para fins estruturais”, alerta Mariutti. Os steel frames estão disponíveis em larguras de 90, 140 e 200

milímetros, que resultam em paredes com 9, 14 e 20 centímetros de espessura. “O mais usado no Brasil é o montante de 90 milímetros. O de 200 é muito caro e empregado somente em situações especiais, que exijam isolamento extremo”, completa Heloísa.O aço usado na fabricação dos perfis é fornecido somente pela Usiminas ou pela CSN e já vem

galvanizado. Esse tratamento cria uma camada superficial que protege o aço do contato com agentes agressivos, como maresia, poluição, geada e vapores industriais. Existem três opções de galvanização, com camadas de zinco de 180, 275 ou 320 gramas por centímetro quadrado. A mais espessa destina-se a perfis que serão empregados em atmosferas mais agressivas, como construções litorâneas ou áreas industriais. As demais são indicadas para ambientes não marinhos e já garantem resistência e longa vida útil. O aço galvanizado, fornecido em bobinas pelas siderúrgicas, é a matéria-prima com que as perfiladoras (beneficiadoras do aço) produzem os perfis, no comprimento exigido pelo projeto e já perfurados, para permitir a passagem das instalações.

A estrutura steel framing requer uma base em radier, calculada em função do terreno. A área onde ela será concretada deve ser impermeabilizada com manta geotêxtil, a fim de evitar a umidade ascendente. Além de garantir uma obra limpa, o radier já funciona como contrapiso para a

aplicação do acabamento desejado. “Para isso, é necessáriousar nível laser para garantir o nivelamento perfeito, e desempenar o concreto com o bambolê” (equipamento de pequeno porte que serve para alisar a superfície), detalha Mariutti.Após a cura do radier (21 dias ou menos se o concreto for aditivado) deve ser executada a alimentação elétrica e hidráulica da construção. A seguir tem início a montagem da estrutura - que, no caso de uma

residência de 200 metros quadrados, por exemplo, é feita em apenas uma semana, por equipe treinada. Em obras com dois pavimentos, ergue-se a estrutura do térreo, deita-se a laje seca, que pode ser feita em painel wall (de madeira maciça) ou OSB (oriented strand board, painel estrutural de madeira e resina prensadas sob alta temperatura). Ambos permitem montagem rápida e prática

e requerem isolamento acústico, para evitar o incômodo ruído de passos no andar de cima. A seguir, monta-se a estrutura do mezanino ou do andar superior. Também é possível utilizar a laje steel deck - fôrma metálica para o concreto que permanece na estrutura, trabalhando como armadura positiva e eliminando a necessidade de escoramento. Por fim, há ainda a possibilidade de uma laje convencional, mas com os inconvenientes do escoramento e do cronograma estendido para aguardar a cura do concreto. Os especialistas recomendam que todas as interfaces entre o steel framing e outros sistemas construtivos sejam tratadas com mástique.A etapa seguinte é a de cobertura, que emprega os mesmos perfis. Uma construção de 200 metros

quadrados estará coberta ao final de uma semana de trabalho. “Em apenas 15 dias, a equipe já estará trabalhando sem correr o risco de atrasos em decorrência de chuvas. Numa obra convencional, levaria seis meses para o telhado estar pronto”, compara Mariutti.

Opções para fechamentoApós a montagem da estrutura, é a hora de aplicar a membrana permeável, do tipo Tyvek, em versões específicas para vedações verticais ou subcoberturas. Essa membrana é instalada pelo lado externo do perfil e será recoberta pelo material de fechamento (placas cimentícias, siding vinílico ou painéis OSB)

ou ainda pelas telhas. A finalidade desse elemento de poros minúsculos é bloquear a entrada de água e, ao mesmo tempo, possibilitar a saída de vapores e umidade, evitando a condensação no interior da construção. No caso de uso de telhas cerâmicas, previne ainda o surgimento de goteiras.Para a cobertura é possível escolher qualquer modelo de telha. Entre as opções mais práticas e atuais,

Heloísa destaca a shingle asfática, que adere perfeitamente e impede a penetração de umidade, e as metálicas do tipo sanduíche, que garantem conforto termoacústico. “Numa residência, estas são usadas com forro por questão estética”, observa a arquiteta. “Alguns clientes ainda preferem a tradicional telha de barro. É possível fazer, mas é um serviço artesanal e sempre haverá o risco de quebras ou deslocamentos”, completa Mariutti.O sistema steel framing implica dois planos de fechamento, o que deixa um vazio entre paredes a ser preenchido com material isolante. O primeiro a ser instalado é o plano de fechamento externo, implantado junto da membrana permeável. Há opções bastante diversificadas para esse procedimento, o

que flexibiliza a escolha para o arquiteto. A mais comum é a placa cimentícia (painel de cimento reforçado por fibras). Disponíveis em opções com dez ou 12 milímetros de espessura, elas devem ser fixadas aos perfis com parafusos de aço inoxidável ou galvanizado autobrocante, que furam e aparafusam ao mesmo tempo, evitam reações químicas com a estrutura e ainda facilitam a

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desmontagem para reaproveitamento do aço no caso de a construção vir a ser demolida. Leves e resistentes, as placas aceitam acabamentos como massa fina e pintura, textura, cerâmica ou pedras, por exemplo.Para evitar patologias, recomenda-se nunca colocar as placas em contato direto com o piso, e sim apoiadas nas guias chumbadas sobre mástique. O ideal é que sejam impermeabilizadas pelo lado externo no mínimo até um metro de altura, o que protege contra a batida da chuva. Elas também requerem atenção especial para as juntas entre os painéis, de modo que a dilatação e a retração do material não venham a causar trincas na superfície acabada. Para prevenir esse problema, Heloísa

sugere que as placas nunca fiquem coladas umas às outras. “É necessário deixar uma fresta entre elas, preencher o espaço com a massa indicada pelo fabricante das placas e aplicar a tela de poliéster, própria para juntas de dilatação”, explica.

Entre as opções de tratamento para juntas, os especialistas destacam o Pesilox, adesivo à base de poliéter silil-terminado, desenvolvido no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo pela Adespec, empresa graduada no Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, da Universidade de São Paulo. Indicado para juntas de dilatação em geral (fachadas, granitos, painéis cimentícios, OSB etc.), o produto resiste a altas e baixas temperaturas, raios ultravioleta, água, umidade, intemperismo, impactos e vibrações. Flexibilidade, força de tração e coesão, o colocam como de elevado desempenho.Também é necessário que massas, tintas ou texturas aplicadas sobre as placas tenham

comprovadas propriedades elastoméricas, a fim de acompanhar o trabalho dos painéis cimentícios sem que surjam fissuras superficiais. No caso de pedras ou cerâmicas, o projeto

deve prever juntas capazes de seguir essa movimentação. Para a pintura direta da placa, sem o

uso de massa fina, a superfície deve ser previamente selada. O uso de tintas à base de solventes não é indicado em nenhuma circunstância.

Outra opção de fechamento externo é o siding vinílico, composto por barras de PVC fornecidas em diferentes larguras e várias cores, que dão uma personalidade norte-americana às construções. Esse revestimento dispõe de arremates para caixilharia e cantos, forro para beirais e outros itens de

acabamento. Também é possível utilizar painéis de concreto leve, vidro ou placas de OSB com acabamento masseado. “O sistema é feito para fechamentos industrializados, que são rapidamente instalados, mas também é possível usar tijolo aparente ou argamassa armada”, detalha Mariutti.

Instalações e acabamentosApós a aplicação do plano externo de fechamento, é a vez das instalações elétricas, hidráulicas e de ar condicionado. A rede de água pode empregar sistemas comuns, como os tubos de PVC e cobre, ou ainda soluções diferenciadas, como a tubulação de polipropileno copolímero random (PPR), que substitui o cobre, e sistemas hidráulicos flexíveis do tipo Pex. Para a rede elétrica, também é possível optar por

conduítes corrugados, flexíveis ou rígidos, conforme o previsto em projeto. “O sistema hidráulico flexívelé na verdade uma mangueira que acompanha o trajeto sem a necessidade de conexões, o que é bem mais vantajoso”, informa Mariutti. Como as instalações são feitas antes da aplicação do painel interno de fechamento, dispensa-se o tradicional quebra-quebra de paredes para a colocação de dutos, caixas de luz, metais sanitários etc. Isso também permite testar seu funcionamento e fazer ajustes antes de vedar internamente.

A etapa posterior é o preenchimento do vão entre as paredes com lã de vidro ou de rocha. As densidades podem variar de 12 a 60 quilos por metro cúbico, dependendo das necessidades de isolamento específicas de cada projeto. Por fim, aplica-se o painel de gesso acartonado (drywall), que vai fazer o fechamento interno. Disponível em diferentes espessuras, esse material também permite uma gama variada de acabamentos, tais como pintura, cerâmica ou pastilhas

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Painéis OSB são uma opção adequada para fechamento e laje seca

As placas cimentícias são usadas para fechamentos resistentes e seguros

itação em até cinco andaresAlém dos perfis de aço estrutural galvanizado conformados a frio, para os frames, os principais materiais que compõem o sistema steel framing são as placas cimentícias, para fechamentos externos; as de gesso acartonado drywall, para vedação interna; e as de OSB, para fechamento internos ou externos - neste caso, desde que protegidos com o siding vinílico e manta de não tecido que funciona como barreira contra a água (impermeabilização). Completam a lista de componentes as mantas e materiais para isolamento térmico e acústico (dentro das paredes), a tubulação flexível PEX e as telhas do tipo shingle ou de outros materiais. As esquadrias e os acabamentos são os mesmos utilizados nas construções convencionais. A estrutura é contraventada através de perfis ou fitas de aço posicionadas no interior dos painéis conforme o projeto estrutural. É fundamental que o dimensionamento seja feito por um projetista estrutural. “O sistema aceita todas as tipologias de edifícios e de usos. Porém, existe uma limitação da altura de prédios em até cinco andares”, diz Sílvia Scalzo, da ArcelorMittal.

Uma das tendências detectadas no setor é que muitas empresas que trabalham com montagem de paredes drywall têm interesse pelo sistema steel framing, em razão de algumas semelhanças. Isso poderá impulsionar sua aplicação nos próximos anos. Vale lembrar, porém, que, apesar da aparente semelhança, há grandes diferenças entre drywall e steel framing. A parede drywall não é estrutural, serve apenas de fechamento, enquanto a parede steel framing é estrutural, ou seja, pode ser dimensionada para receber cargas como o peso de uma laje, um segundo pavimento etc.”, lembra Roberto Inaba, da Usiminas. Os perfis de drywall utilizam aços de menor espessura - 0,50 milímetro -, enquanto os de steel framing usam aço estrutural ZAR 230, com espessuras acima de 0,80, 0,95 até 1,25 milímetro. Portanto, o steel framing necessita de projeto estrutural, e o cálculo da estrutura é feito em conformidade com a NBR 14.762 e os requisitos dos perfis pela NBR 15.217.

NORMAS TÉCNICAS PARA O SISTEMA STEEL FRAMING

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ABNT NBR 15.253Perfis de aço formados a frio, com revestimento metálico, para painéis reticulados em edificações - Requisitos gerais

ABNT NBR 15.217 Perfis de aço para sistemas de gesso acartonado - Requisitos

ABNT NBR 14.762 Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio

Conexão parafusada

SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING - O QUE É?

O sistema é conhecido internacionalmente por Light Steel Framing, que é a substituição dos

processos e materiais convencionais de construção por processos industrializados e materiais

produzidos de forma industrial com garantias e controles de qualidade. O concreto para a

estrutura é substituído pelo aço galvanizado, e os fechamentos de alvenaria, por chapas

prontas para receber a pintura ou revestimento.

Esse sistema construtivo utiliza produtos padronizados de tecnologia avançada que permite

uma obra rápida, limpa e com acabamento superior à alvenaria tradicional. É composto por

perfis leves de aço galvanizado, painéis de gesso acartonado, lã de rocha e placas

cimentícias.

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS:

• Total Flexibilidade na Arquitetura

• Alta produtividade / Construção a seco

• Redução de desperdícios / Baixo impacto ambiental

• Facilidade de montagem, manuseio e transporte

• Rapidez de execução / Redução de prazos

• Excelente Desempenho térmico e acústico

• Otimização de custos

• Rápido retorno do capital

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Light Steel Framing é uma designação utilizada internacionalmente para descrever um

sistema construtivo que utiliza o aço galvanizado como principal elemento estrutural. São

estruturas que não utilizam tijolo ou cimento, sendo que o betão (ou: concreto) é apenas

empregue nas fundações ou caves. O sistema também é conhecido por Estruturas em Aço

Leve, construção LSF ou construção com aço galvanizado.

Definição

Light Steel Framing poderá traduzir-se por Estruturas em Aço Leve.

Origem e história

Para definir os antecedentes históricos do Light Steel Framing é necessário remontar aos

Estados Unidos, no Século XIX. Naqueles anos, a população do país multiplicou-se por dez

sendo necessário recorrer aos materiais disponíveis localmente e a métodos práticos e

céleres que permitissem aumentar a produtividade na construção de novas habitações. A

madeira, que era já o material de eleição dos povos colonizadores, passou a ser utilizada no

novo continente como principal elemento estrutural dos edifícios habitacionais e assim

permaneceu até hoje.

Vantagens e Segurança

 resistência da estrutura é assegurada pelo metal. Neste sentido uma casa no sistema Light

Steel Framing não difere de qualquer outra casa de alvenaria. A resistência estrutural de

qualquer casa vulgar é assegurada pelo uso de varas de ferro embutidas em pilares e lintéis

de cimento. No entanto, no primeiro caso, são usados perfis e vigas de aço galvanizado em

espaçamentos de 60 cm ou menos. Tomando por hipótese uma habitação de tamanho

normal, tendo um piso térreo e um superior, totalizando 200 m² por exemplo, são utilizados

cerca de 1.300 metros de perfis ou montantes verticais, 500 metros de vigas de piso, 500

metros de vigas de telhado e 800 metros de canais além de centenas de outros elementos

metálicos essenciais.

Isto representa mais de 10 toneladas de metal de alta resistência unidos por milhares de

parafusos estruturais. No entanto, neste exemplo, a casa seria muito mais leve do que uma

vulgar visto não ser necessário todo o peso do cimento ou do tijolo. Ou seja, praticamente

todo o peso de uma construção LSF é proveniente do seu esqueleto metálico estrutural.

Pelo facto de não serem necessárias vigas ou colunas isoladas de apoio, todas as paredes

exteriores podem ser consideradas como estrutura do edifício e por onde se reparte todo o

peso das placas e andares. Assim, facilmente se compreende a extraordinária resistência

sísmica destes edifícios. A inteira casa pode ser comparada a uma enorme caixa metálica

reforçada por um revestimento estrutural, sendo usualmente escolhidas as placas de OSB, ou

fitas metálicas de contraventamento e fechamento em placas cimentícias para esse efeito.

Visto que não são empregues pontos de soldadura, são eliminados pontos frágeis de ruptura.

A casa torna-se uma estrutura flexível, adaptando-se às mínimas variações do terreno, não

abrindo fissuras nas paredes e sem apresentar o risco de queda de colunas ou de placas na

eventualidade de um sismo violento. Para isto também contribui o baixo peso da inteira

edificação e a uniformidade na distribuição das cargas, atenuando os pontos de

concentração de forças e de tensões.

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Esta vantagem do Light Steel Framing, fez disparar a construção de edifícios residenciais

com estrutura em aço nos Estados Unidos, especialmente na Califórnia, na Coreia do Sul ou

no Japão, visto que estas são zonas do planeta que correm graves riscos sísmicos.

Conforto

Espera-se que os edifícios mantenham os seus ocupantes confortavelmente protegidos dos

elementos. Qualquer espécie de construção, desde fábricas a supermercados, vivendas a

centros comerciais, deverão providenciar um ambiente interno apropriado para as

actividades mantidas no seu interior, independentemente das condições exteriores.

Portanto, diversos atributos são necessários para que uma casa ofereça aos seus habitantes

o necessário conforto. As construções com estrutura em aço distinguem-se no isolamento

térmico e acústico e na regulação da humidade no ambiente. Assim, este tipo de estruturas

são cada vez mais populares em países como o Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Países

Nórdicos, França, Alemanha, Coreia do Sul e Japão.

Isolamento térmico

Uma das mais apreciadas qualidades numa casa e talvez a menos conseguida, é o

isolamento térmico. Os materiais deveriam conferir à habitação um completo escudo contra

as variações de temperatura e de humidade sentidas no exterior. Nestes aspectos, uma casa

com estrutura em LSF é completamente isolada do exterior por placas de poliestireno

expandido, OSB e/ou placa cimentícias, vários centímetros de lã mineral e gesso cartonado.

As características tanto do poliestireno como da lã mineral conferem ao edifício uma

proteção térmica impossível de conseguir numa construção vulgar.

Com todos estes materiais, o interior de uma construção LSF é considerado um ambiente de

clima controlado. Isto representa uma poupança de energia que será cada vez mais

significativa conforme o passar dos anos. Devido a isto, normalmente as habitações deste

tipo são equipadas com ar condicionado ou sistemas de recuperação de calor de lareiras

visto que se exige um baixo consumo energético fornecer aos moradores o necessário

conforto.

Isolamento acústico

Por estes motivos, uma casa com estrutura metálica tem uma sonoridade diferente de uma

casa vulgar. O som produzido no interior de uma divisão é reflectido pelas paredes e

transmitido por elas, impedindo várias vezes mais a propagação do ruído do que uma parede

de tijolo. Este efeito provoca um som diferente, dando a sensação de parede oca quando se

bate nas paredes, visto que o som do impacto não é totalmente transferido para a outra face.

Os ruídos de impacto ou de percussão nos pisos podem ser minimizados ou mesmo

eliminados pela aplicação de lã mineral de alta densidade, ou outros materiais adequados,

directamente sob o OSB que reveste a estrutura da laje e finalmente aplicar o pavimento

final.

Equilíbrio da umidade no ambiente

O excesso de humidade proveniente da respiração dos ocupantes e da utilização de águas

quentes, provoca humidade nas paredes e vidros, muitas vezes chegando a escorrer água

nessas áreas como resultado da condensação do vapor de água em contacto com as

superfícies frias. Visto que o cimento e o tijolo são materiais frios, exige-se que o ambiente

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esteja constantemente aquecido para evitar estas condensações que, não só enegrecem as

paredes devido à proliferação de fungos, como mostram ser extremamente prejudiciais para

a saúde. Numa casa LSF são empregues materiais isolantes que, por si só, mantêm o

ambiente numa temperatura que evita tais condensações. Adicionalmente, todas as paredes

interiores são revestidas a gesso cartonado que, sendo poroso, pode absorver o excesso de

humidade para depois o devolver ao ambiente quando este estiver mais seco.

Rapidez de construção

Visto que os materiais empregados na construção LSF são usualmente mais caros do que os

usados na construção convencional, é precisamente esta característica que torna

economicamente acessível e competitiva esta solução construtiva. Evidentemente, o tempo

e a mão de obra estão intimamente ligadas com o custo final da obra.

Ganho em tempo

O baixo peso dos materiais apesar das grandes dimensões dos mesmos, a utilização de

sistemas de fixação mecânica ao invés de cimento, a aplicação de argamassas de rápida

secagem para rebocos exteriores, a facilitada colocação de tubagens e condutores eléctricos

devido a não ser necessária a abertura de roços e ainda muitas outras técnicas fáceis e

rápidas utilizadas nos edifícios LSF, diminuem consideravelmente a mão de obra e,

consequentemente, o tempo necessário para a conclusão dos trabalhos. Assim, é usual

conseguir uma redução de metade do tempo necessário para a construção quando

comparada com a construção convencional. Nas habitações com estrutura metálica poupa-se

na mão de obra e investe-se na qualidade dos materiais básicos.

Versatilidade na construção

O sistema construtivo LSF possui ainda a vantagem de se adaptar a qualquer tipo de

projecto, desde as mais simples e lineares garagens até vivendas de arquitectura bastante

elaborada. As características de resistência dos perfis usados permitem erigir edifícios até

um máximo de três pisos acima do solo. Em casos de altura superior, poder-se-á empregar

outro tipo de estrutura metálica, usando o ferro, tal como se utiliza na construção de pontes.

O sistema pode também ser utilizado em outros tipos de construções tal como armazéns,

fábricas, garagens, hangares, entre outros. Este tipo de estruturas adaptam-se também a

grandes obras de recuperação e reabilitação de edifícios antigos. Muitos destes foram

construídos em estrutura de madeira e ferro pesado. Mesmo graves deficiências estruturais

poderão ser solucionadas pelo uso de vigas leves de aço galvanizado tanto em pavimentos

como em telhados.

Construção sustentável

No ano de 1987, a Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

apresentou um documento chamado Our Common Future onde se cunhou o termo agora

popular de Desenvolvimento Sustentável. A sua definição básica é:

"Desenvolvimento Sustentável é o progresso ou desenvolvimento que satisfaz as

necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem

as suas próprias necessidades."

A ideia de desenvolvimento sustentável começou a difundir-se à medida que crescia a

consciência sobre os limites dos recursos naturais. As muitas frentes de discussão sobre o

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assunto enveredaram por aspectos económicos, sociais e ambientais, tais como a busca de

formas alternativas de energia substituindo o petróleo, o tratamento de florestas para evitar

a sua extinção ou o exercício de uma arquitectura sustentável.

Quanto à construção, muito pode ser feito para defender o meio ambiente e o sistema LSF

pode, sem dúvida, ser considerado uma construção sustentável, ou denominada pelo popular

termo "green building" visto que promove uma maior eficiência económica, uma enorme

poupança de recursos naturais e humanos e um menor impacto ambiental nas soluções

adoptadas nas fases de projecto, construção, utilização, reutilização e reciclagem da

edificação.

Custos finais

Apesar das vantagens da construção LSF e das preocupações ambientais, o preço continua a

constituir um factor importantíssimo na tomada de decisão . Algumas pessoas confundem

este tipo de edifícios com construções pré-fabricadas e imaginam que o preço deverá ser

muito mais baixo que os praticados na construção vulgar.

Não é construção pré-fabricada

Preços competitivosEmpregam-se os mais recentes materiais, eficientes e tecnicamente evoluídos actualmente disponíveis no mercado da construção civil. Os níveis de segurança e conforto são muito superiores à habitação média que usualmente se constrói usando o cimento e o tijolo. Naturalmente, a maior qualidade tem o seu custo. Apesar disso, as construções com estrutura em aço são comercializadas por valores semelhantes a qualquer outra habitação. Isto é possível devido à menor utilização de mão de obra, a uma gestão eficiente dos profissionais envolvidos e à racionalização dos meios de transporte e maquinaria. Ou seja, menos tempo de construção resulta numa poupança substancial de recursos o que permite alcançar valores finais competitivos. Além disso, o custo inicial também pode ser rentabilizado com o passar do tempo devido a uma menor manutenção e a uma considerável poupança energética na climatização.