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PAOLA OLIVEIRA "Não vejo motivo para casar" Prestes a viajar em lua de mel depois do fim de Insensato Coração, a atriz fala do namoro com o ator Joaquim Lopes, com quem mora junto, confessa ter medo de ser mãe e é avaliada por Gilberto Braga e Dennis Carvalho na trama das 9 Ensaio ALÊ DE SOUZA APÓS HEMORRAGIA, REYNALDO GIANECCHINI DEIXA UTI GIANNE ALBERTONI NO INVERNO EM CAMPOS DO JORDÃO FÁBIO ASSUNÇÃO FALA SOBRE DROGAS: "CONHECI LIMITES QUE EU DESCONHECIA" BRUNA LOMBARDI E RICELLI UMA ENTREVISTA REVELADORA GISELE BÜNDCHEN E TOM BRADY FATURAM JUNTOS US$ 76 MILHÕES EM UM ANO EXCLUSIVO PEGAMOS CARONA NO AVIÃO DE ZEZÉ DI CAMARGO E LUCIANO 29/AGO/2011 ANO 12 N° 624 R$ 9,90 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 4 2 6 0 0 ISSN 1516 -8204

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PAOLA OLIVEIRA"Não vejo motivo para casar"

Prestes a viajar em lua de mel depois do fim de Insensato Coração, a atriz fala do namoro com o ator Joaquim Lopes, com

quem mora junto, confessa ter medo de ser mãe e é avaliada por Gilberto Braga e Dennis Carvalho na trama das 9

Ensaio ALÊ DE SOUZA

APÓS HEMORRAGIA, REYNALDO GIANECCHINI DEIXA UTI

GIANNE ALBERTONI NO INVERNO EM CAMPOS DO JORDÃO FÁBIO ASSUNÇÃO

FALA SOBRE DROGAS: "CONHECI LIMITES QUE

EU DESCONHECIA"

BRUNA LOMBARDI E RICELLI

UMA ENTREVISTA REVELADORA

GISELE BÜNDCHEN E TOM BRADY

FATURAM JUNTOS US$ 76 MILHÕES

EM UM ANO

EXCLUSIVO PEGAMOS CARONA NO AVIÃO DE ZEZÉ DI CAMARGO E LUCIANO

29/AGO/2011ANO 12N° 624R$ 9,90

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A estrelasobePaola oliveira venceu o desafio de substituir ana Paula arósio em insensato Coração. agora, ela se volta para cuidar do namoro com Joaquim loPes, assume que não quer casar no papel e que ter um filho seria perfeito para selar sua união com o ator

Simone Blanes Colaboraram Gustavo Autran,

Poliana Costa e Samia Mazzucco

Direção-Geral Alê de Souza

Fotos Felipe Lessa

eDição De moDa Rodrigo Grunfeld e Ale Duprat

(AR Consultoria de Imagem)

Macaquinho Rodrigo Grunfeld

Há cerca de um ano, em agosto de 2010, Paola oliveira estava em são Paulo quando recebeu no celular uma liga-ção da Globo. aos 29 anos, a atriz estava sendo escalada para um duplo desafio: fazer sua primeira protagonista no horário nobre da emissora e substituir no papel um dos rostos mais bonitos e consagrados da televisão brasileira: ana Paula arósio. Paola aceitou as duas missões. “Foi muito emocionante! ela até chorou quando soube. É que minha sobrinha sempre teve vontade de fazer uma novela das oito. aliás, quem não tem?”, recorda-se abigail oliveira, tia materna da atriz, que há dois anos mudou-se para o rio a fim de ajudar Paola a cuidar da casa que divide com o namorado, o ator Joaquim lopes. Passados dez meses no ar como marina Drummond em Insensato Coração, Paola sobreviveu – ao ritmo exaustivo de gravações, à rotulação que sofrem normalmente as mocinhas das tramas e, sobre-tudo, ao grande número de críticas que recebeu.

Fazer a marina foi, desde a notícia da convocação, um exercício de perseverança e paciência. Do telefonema em são Paulo à confirmação de fato demorou dois dias. os mais longos de sua vida, segundo ela. “Quando soube, pen-sou: ‘será que estou sonhando?’ Foi o Dennis (Carvalho) que sugeriu o nome da Paola para o Gilberto (braga)”, relembra a tia. sim, foi o diretor o primeiro a apostar suas fichas de que ela daria conta do recado, mesmo entrando com as gravações iniciadas e sem ter tido o tempo ideal de preparação para o papel. “Quando ela chegou, eu a tranquei no quarto do hotel onde a equipe estava hospedada para que ela estudasse um bloco de capítulos”, conta Dennis.

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A estrelasobePaola oliveira venceu o desafio de substituir ana Paula arósio em insensato Coração. agora, ela se volta para cuidar do namoro com Joaquim loPes, assume que não quer casar no papel e que ter um filho seria perfeito para selar sua união com o ator

Simone Blanes Colaboraram Gustavo Autran,

Poliana Costa e Samia Mazzucco

Direção-Geral Alê de Souza

Fotos Felipe Lessa

eDição De moDa Rodrigo Grunfeld e Ale Duprat

(AR Consultoria de Imagem)

Macaquinho Rodrigo Grunfeld

Há cerca de um ano, em agosto de 2010, Paola oliveira estava em são Paulo quando recebeu no celular uma liga-ção da Globo. aos 29 anos, a atriz estava sendo escalada para um duplo desafio: fazer sua primeira protagonista no horário nobre da emissora e substituir no papel um dos rostos mais bonitos e consagrados da televisão brasileira: ana Paula arósio. Paola aceitou as duas missões. “Foi muito emocionante! ela até chorou quando soube. É que minha sobrinha sempre teve vontade de fazer uma novela das oito. aliás, quem não tem?”, recorda-se abigail oliveira, tia materna da atriz, que há dois anos mudou-se para o rio a fim de ajudar Paola a cuidar da casa que divide com o namorado, o ator Joaquim lopes. Passados dez meses no ar como marina Drummond em Insensato Coração, Paola sobreviveu – ao ritmo exaustivo de gravações, à rotulação que sofrem normalmente as mocinhas das tramas e, sobre-tudo, ao grande número de críticas que recebeu.

Fazer a marina foi, desde a notícia da convocação, um exercício de perseverança e paciência. Do telefonema em são Paulo à confirmação de fato demorou dois dias. os mais longos de sua vida, segundo ela. “Quando soube, pen-sou: ‘será que estou sonhando?’ Foi o Dennis (Carvalho) que sugeriu o nome da Paola para o Gilberto (braga)”, relembra a tia. sim, foi o diretor o primeiro a apostar suas fichas de que ela daria conta do recado, mesmo entrando com as gravações iniciadas e sem ter tido o tempo ideal de preparação para o papel. “Quando ela chegou, eu a tranquei no quarto do hotel onde a equipe estava hospedada para que ela estudasse um bloco de capítulos”, conta Dennis.

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‘‘Ela se manteve firme desde que chegou, teve força, disciplina e profissionalismo. Ao longo da novela vi que ter a Paola no time fez muita diferença’’Dennis Carvalho

Não foi fácil, como a própria atriz reco-nhece, mas ela resistiu. “mesmo ao longo do caminho, não me arrependi. Por mais difícil que fosse, não pestanejei em nenhum momento porque para mim veio uma coisa de confiança em substituir uma pessoa que eu assistia da minha casa. e depois caiu a ficha de que era uma mocinha das nove, uma coisa além de qualquer papel, cheio de difi-culdades”, comenta Paola. a tia abigail chega a lembrar dos dias em que a sobrinha chegou à sua casa no rio aos prantos. “Paola é muito perfeccionista e se sentiu pressionada por-que substituiu outra atriz de peso, com expe-riência. então, quando criticaram a marina, ela ficou triste, chorou, afinal ela estava dando o melhor de si”, desabafa a tia.

AprovadaChorou, mas não desanimou. e a recom-

pensa foram os elogios que recebeu dos colegas envolvidos no folhetim. o autor Gilberto braga virou fã: “É uma atriz encan-tadora, que consegue reunir beleza, atitude e doçura. algumas dessas características foram emprestadas à personagem na dose certa, e eu estou muito feliz com o resulta-do”. Dennis Carvalho parece ter adotado também sua mais nova aposta. “ela se man-teve firme desde que chegou, teve força, disciplina e profissionalismo. ao longo da novela vi que ter a Paola no time fez muita diferença”, considerou. seu parceiro de cena, o ator eriberto leão engrossou o coro e destacou o bom humor da atriz paulista. “ela é muito brincalhona. Nunca, mesmo, a vi mal-humorada no estúdio”, disse.

Com moral no Projac, em alta em casa também. seu relacionamento de dois anos com o ator Joaquim lopes vai bem, obrigada. os dois esperam viajar para o exterior tão logo ele finalize as gravações de Morde&Assopra, a trama das sete no ar na Globo. serão férias sonhadas desde 2005, quando ela integrou o elenco de Belíssima, seu primeiro trabalho na emissora. “agora é mais uma vez o momento em que eu quero descansar. a meu ver, é um tempo muito curto de carreira para tantas boas oportunidades que tive. mas não podia deixar escapar. Foi uma na sequência da outra, que fui pegando, muito consciente. mas agora quero descansar”, diz Paola, que já tem em seus planos uma viagem à Grécia.

o clima será mesmo de puro romance. o casal se conheceu em 2009 nos bastidores do filme Uma professora muito Maluquinha, quando ele era casado com outra atriz, thaís Fersoza. Joaquim à época pediu a separação assim que retornou de sua lua de mel para ficar com Paola. apesar do início de namoro

Vestido Pucci para Alberta, com cinto Talie e

colar NK Store

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‘‘Ela se manteve firme desde que chegou, teve força, disciplina e profissionalismo. Ao longo da novela vi que ter a Paola no time fez muita diferença’’Dennis Carvalho

Não foi fácil, como a própria atriz reco-nhece, mas ela resistiu. “mesmo ao longo do caminho, não me arrependi. Por mais difícil que fosse, não pestanejei em nenhum momento porque para mim veio uma coisa de confiança em substituir uma pessoa que eu assistia da minha casa. e depois caiu a ficha de que era uma mocinha das nove, uma coisa além de qualquer papel, cheio de difi-culdades”, comenta Paola. a tia abigail chega a lembrar dos dias em que a sobrinha chegou à sua casa no rio aos prantos. “Paola é muito perfeccionista e se sentiu pressionada por-que substituiu outra atriz de peso, com expe-riência. então, quando criticaram a marina, ela ficou triste, chorou, afinal ela estava dando o melhor de si”, desabafa a tia.

AprovadaChorou, mas não desanimou. e a recom-

pensa foram os elogios que recebeu dos colegas envolvidos no folhetim. o autor Gilberto braga virou fã: “É uma atriz encan-tadora, que consegue reunir beleza, atitude e doçura. algumas dessas características foram emprestadas à personagem na dose certa, e eu estou muito feliz com o resulta-do”. Dennis Carvalho parece ter adotado também sua mais nova aposta. “ela se man-teve firme desde que chegou, teve força, disciplina e profissionalismo. ao longo da novela vi que ter a Paola no time fez muita diferença”, considerou. seu parceiro de cena, o ator eriberto leão engrossou o coro e destacou o bom humor da atriz paulista. “ela é muito brincalhona. Nunca, mesmo, a vi mal-humorada no estúdio”, disse.

Com moral no Projac, em alta em casa também. seu relacionamento de dois anos com o ator Joaquim lopes vai bem, obrigada. os dois esperam viajar para o exterior tão logo ele finalize as gravações de Morde&Assopra, a trama das sete no ar na Globo. serão férias sonhadas desde 2005, quando ela integrou o elenco de Belíssima, seu primeiro trabalho na emissora. “agora é mais uma vez o momento em que eu quero descansar. a meu ver, é um tempo muito curto de carreira para tantas boas oportunidades que tive. mas não podia deixar escapar. Foi uma na sequência da outra, que fui pegando, muito consciente. mas agora quero descansar”, diz Paola, que já tem em seus planos uma viagem à Grécia.

o clima será mesmo de puro romance. o casal se conheceu em 2009 nos bastidores do filme Uma professora muito Maluquinha, quando ele era casado com outra atriz, thaís Fersoza. Joaquim à época pediu a separação assim que retornou de sua lua de mel para ficar com Paola. apesar do início de namoro

Vestido Pucci para Alberta, com cinto Talie e

colar NK Store

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‘‘Eu procuro fazer o bem. Mas, se você não infringir as regras em algum momento, algo que saia do certinho demais, acho que você não vive”Paola Oliveira

polêmico, a relação perdura e ambos já divi-dem o mesmo teto. o casamento formal, porém, não está nos planos da atriz. “Não vejo mesmo um motivo para isso. a vontade do casamento eu realizei artisticamente, gravan-do a novela. Não acho também que tenha de assinar um papel”, declara.

em contrapartida, ter um filho seria, sim, uma ótima forma de selar definitivamente sua história com Joaquim. “Um filho, sim, é um bom casamento. É algo para a vida intei-ra, é algo muito maior do que o papel”, com-pleta Paola, que ainda revela que a vontade de ser mãe já existe, mas ainda não foi reali-zada por medo. “tenho medo de tudo. De educar, de colocar um ‘serzinho’ para sempre neste mundo maluco, e aí penso: ‘e o dia em que eu não puder estar perto’, sabe? estou no momento do receio”, confidencia. mesmo assim, ela não descarta a ideia e sabe que em algum momento vai criar coragem. “eu adoro crianças, sou louca pelos meus afilha-dos; um deles até assistia à novela para ver a casa da dinda. ele achava que eu morava na novela”, diverte-se.

enquanto o herdeiro não chega, Paola curte o momento. Gosta do assédio pós-novela, de dar autógrafos e posar para fotos dos fãs. mas, claro, continua humana e tem seus repentes. “sou uma pessoa completa-mente normal. tenho defeitos, xingo no trânsito, sou impulsiva, escuto que sou muito autoritária. Parafraseando Washington olivetto, eu sou politicamente saudável. Porque, como ele disse, os politicamente corretos tendem a ser chatos e os politica-mente incorretos correm o risco de ser inconvenientes e vulgares. eu procuro fazer o bem. mas, se você não infringir as regras em algum momento, algo que saia do certi-nho demais, acho que você não vive. então, sou politicamente saudável”, finaliza.

Chemise Reinaldo Lourenço para Daslu com colar Viva Loco e cinto NK Store

ProDUção De moDa Renato Teles e Marco Frige

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‘‘Eu procuro fazer o bem. Mas, se você não infringir as regras em algum momento, algo que saia do certinho demais, acho que você não vive”Paola Oliveira

polêmico, a relação perdura e ambos já divi-dem o mesmo teto. o casamento formal, porém, não está nos planos da atriz. “Não vejo mesmo um motivo para isso. a vontade do casamento eu realizei artisticamente, gravan-do a novela. Não acho também que tenha de assinar um papel”, declara.

em contrapartida, ter um filho seria, sim, uma ótima forma de selar definitivamente sua história com Joaquim. “Um filho, sim, é um bom casamento. É algo para a vida intei-ra, é algo muito maior do que o papel”, com-pleta Paola, que ainda revela que a vontade de ser mãe já existe, mas ainda não foi reali-zada por medo. “tenho medo de tudo. De educar, de colocar um ‘serzinho’ para sempre neste mundo maluco, e aí penso: ‘e o dia em que eu não puder estar perto’, sabe? estou no momento do receio”, confidencia. mesmo assim, ela não descarta a ideia e sabe que em algum momento vai criar coragem. “eu adoro crianças, sou louca pelos meus afilha-dos; um deles até assistia à novela para ver a casa da dinda. ele achava que eu morava na novela”, diverte-se.

enquanto o herdeiro não chega, Paola curte o momento. Gosta do assédio pós-novela, de dar autógrafos e posar para fotos dos fãs. mas, claro, continua humana e tem seus repentes. “sou uma pessoa completa-mente normal. tenho defeitos, xingo no trânsito, sou impulsiva, escuto que sou muito autoritária. Parafraseando Washington olivetto, eu sou politicamente saudável. Porque, como ele disse, os politicamente corretos tendem a ser chatos e os politica-mente incorretos correm o risco de ser inconvenientes e vulgares. eu procuro fazer o bem. mas, se você não infringir as regras em algum momento, algo que saia do certi-nho demais, acho que você não vive. então, sou politicamente saudável”, finaliza.

Chemise Reinaldo Lourenço para Daslu com colar Viva Loco e cinto NK Store

ProDUção De moDa Renato Teles e Marco Frige

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Especial

“Ainda somos“Ainda somosmuito caipiras”

Gente embarca na turnê de 20 anos de carreira da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, que já vendeu 36 milhões de discos e hoje aumenta o patrimônio com agronegócios e imóveis. Tudo sem perder as raízes do interior

Thaís Botelho, de Cuiabá (MT) e Uberlândia (MG)

FOTOS Rafael Hupsell/Ag. IstoÉ

44 IstoÉGente 29/8/2011 – 624 45

Zezé Di Camargo e Luciano, a bordo do jato particular, GTI King Air, de US$ 4 milhões, na noite do domingo 24

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Especial

“Ainda somos“Ainda somosmuito caipiras”

Gente embarca na turnê de 20 anos de carreira da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, que já vendeu 36 milhões de discos e hoje aumenta o patrimônio com agronegócios e imóveis. Tudo sem perder as raízes do interior

Thaís Botelho, de Cuiabá (MT) e Uberlândia (MG)

FOTOS Rafael Hupsell/Ag. IstoÉ

44 IstoÉGente 29/8/2011 – 624 45

Zezé Di Camargo e Luciano, a bordo do jato particular, GTI King Air, de US$ 4 milhões, na noite do domingo 24

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A BORDO DO AVIÃO ERJ 145, fretado em Ribeirão Preto (SP) com destino a Cuiabá (MT), Zezé Di Camargo está todo prosa com a foto que recebeu em seu iPhone 3. A imagem de um ultrassom mostra o neto do cantor, José Marcus, do casamento do empresário Marcus Buaiz com a cantora Wanessa, filha de Zezé. “Alô, vovô, tô na área”, dizia a mensa-gem com a foto, enviada pelo genro. “Meu neto é sacudo! Mas já disse pro Marcus que o mais importante não é ter o saco grande”, brincou ele. Zezé, de 49 anos recém-comemo-rados no badalado Bar Numero, em São Paulo, será avô pela primeira vez e não esconde o orgulho. “É doido isso. Ele nem chegou e eu já amo tanto o meu neto.” Ele e o irmão Luciano, mais todos os 50 integrantes de sua equipe, seguiam para mais um show da turnê que comemora os 20 anos de carrei-ra da dupla. De 1991 para cá, muita coisa mudou. Se antes os dois andavam de Caravan preta – “parecia até um carro de funerária”, brinca Luciano – para chegar aos locais onde toca-riam, hoje se movimentam a 450 km/h, non stop, no jatinho King Air GTI comprado em 2010 e usado para deslocamen-tos curtos. Avaliada em US$ 4 milhões, a aeronave transpor-ta, com muito conforto, apenas oito pessoas – geralmente os cantores, suas respectivas esposas, Zilu Camargo e Flávia Fonseca, e os seguranças Rui e Alex. O restante da trupe segue normalmente em dois ônibus, que levam bailarinos, produtores e o staff técnico, e as 20 toneladas de equipamen-tos que vão em duas carretas.

A vida de Zezé e Luciano realmente mudou para melhor nos últimos 20 anos. Os dois viraram homens de negócios,

donos de construtora, incorporadora de imóveis e fazenda de gado, com 1.200 cabe-ças da raça Nelore. E, entre uma coisa e outra, dão conta de uma agenda com média de 150 shows por ano. “Não entendo nada desses negócios e tal. A sorte é que estou bem assessorado”, diz Zezé, referindo-se ao irmão Emmanuel e a Murilo Godoy, sobri-nho de sua mulher, que administram o business. Entendendo ou não, as coisas vão bem fora da música. No começo de outu-bro, por exemplo, a conta bancária da dupla deve engordar mais um pouco, com a expectativa de vender um lote com dez bois seus por R$ 3 milhões. Estima-se que a hol-ding ZCL fature R$ 1,6 milhão só em agro-negócios, e outros mais de R$ 100 milhões/ano com as demais empresas.

Fruto de tanto trabalho, Zezé e Luciano moram em mansões distintas: o irmão mais velho no condomínio Alpha 0, em Alphaville, a 20 km de São Paulo, e o mais novo em Tamboré, não muito longe dali. Mas nem tamanha mudança no lifestyle de ambos os fizeram perder o jeitão quase simplório de ser. Na manhã do sábado 23 de julho, logo após o embarque em Ribeirão, Luciano assumiu o microfone da aeronave e brincou de comissário: “Atenção, senhores passageiros, vamos iniciar nosso voo com destino a Cuiabá. O tempo estimado é de 1 hora e 10 minutos.” Logo foi interrompido pela mulher, que pediu para falar tudo de novo, mas desta vez em inglês. O pedido é piada interna, já que Luciano não fala o idioma. No mesmo dia, por exemplo, ao saber da morte da cantora Amy Winehouse, ele deu a notícia aos colegas de voo. “Estão

À esq. a dupla faz graça antes de subir no avião com destino a Cuiabá, em Mato Grosso. À dir., Luciano recebe os cuidados do produtor Aimar Labaki

Zezé Di Camargo, no camarim na Chapada dos

Guimarães, e Luciano recebe o carinho da mulher,

Flávia, que o acompanhou na viagem

Especial

‘‘Meu neto é sacudo! Mas disse para o Marcus que o importante

não é ter saco grande’’Zezé Di Camargo, sobre o neto esperado pela

filha, Wanessa, e o genro, Marcus Buaiz

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A BORDO DO AVIÃO ERJ 145, fretado em Ribeirão Preto (SP) com destino a Cuiabá (MT), Zezé Di Camargo está todo prosa com a foto que recebeu em seu iPhone 3. A imagem de um ultrassom mostra o neto do cantor, José Marcus, do casamento do empresário Marcus Buaiz com a cantora Wanessa, filha de Zezé. “Alô, vovô, tô na área”, dizia a mensa-gem com a foto, enviada pelo genro. “Meu neto é sacudo! Mas já disse pro Marcus que o mais importante não é ter o saco grande”, brincou ele. Zezé, de 49 anos recém-comemo-rados no badalado Bar Numero, em São Paulo, será avô pela primeira vez e não esconde o orgulho. “É doido isso. Ele nem chegou e eu já amo tanto o meu neto.” Ele e o irmão Luciano, mais todos os 50 integrantes de sua equipe, seguiam para mais um show da turnê que comemora os 20 anos de carrei-ra da dupla. De 1991 para cá, muita coisa mudou. Se antes os dois andavam de Caravan preta – “parecia até um carro de funerária”, brinca Luciano – para chegar aos locais onde toca-riam, hoje se movimentam a 450 km/h, non stop, no jatinho King Air GTI comprado em 2010 e usado para deslocamen-tos curtos. Avaliada em US$ 4 milhões, a aeronave transpor-ta, com muito conforto, apenas oito pessoas – geralmente os cantores, suas respectivas esposas, Zilu Camargo e Flávia Fonseca, e os seguranças Rui e Alex. O restante da trupe segue normalmente em dois ônibus, que levam bailarinos, produtores e o staff técnico, e as 20 toneladas de equipamen-tos que vão em duas carretas.

A vida de Zezé e Luciano realmente mudou para melhor nos últimos 20 anos. Os dois viraram homens de negócios,

donos de construtora, incorporadora de imóveis e fazenda de gado, com 1.200 cabe-ças da raça Nelore. E, entre uma coisa e outra, dão conta de uma agenda com média de 150 shows por ano. “Não entendo nada desses negócios e tal. A sorte é que estou bem assessorado”, diz Zezé, referindo-se ao irmão Emmanuel e a Murilo Godoy, sobri-nho de sua mulher, que administram o business. Entendendo ou não, as coisas vão bem fora da música. No começo de outu-bro, por exemplo, a conta bancária da dupla deve engordar mais um pouco, com a expectativa de vender um lote com dez bois seus por R$ 3 milhões. Estima-se que a hol-ding ZCL fature R$ 1,6 milhão só em agro-negócios, e outros mais de R$ 100 milhões/ano com as demais empresas.

Fruto de tanto trabalho, Zezé e Luciano moram em mansões distintas: o irmão mais velho no condomínio Alpha 0, em Alphaville, a 20 km de São Paulo, e o mais novo em Tamboré, não muito longe dali. Mas nem tamanha mudança no lifestyle de ambos os fizeram perder o jeitão quase simplório de ser. Na manhã do sábado 23 de julho, logo após o embarque em Ribeirão, Luciano assumiu o microfone da aeronave e brincou de comissário: “Atenção, senhores passageiros, vamos iniciar nosso voo com destino a Cuiabá. O tempo estimado é de 1 hora e 10 minutos.” Logo foi interrompido pela mulher, que pediu para falar tudo de novo, mas desta vez em inglês. O pedido é piada interna, já que Luciano não fala o idioma. No mesmo dia, por exemplo, ao saber da morte da cantora Amy Winehouse, ele deu a notícia aos colegas de voo. “Estão

À esq. a dupla faz graça antes de subir no avião com destino a Cuiabá, em Mato Grosso. À dir., Luciano recebe os cuidados do produtor Aimar Labaki

Zezé Di Camargo, no camarim na Chapada dos

Guimarães, e Luciano recebe o carinho da mulher,

Flávia, que o acompanhou na viagem

Especial

‘‘Meu neto é sacudo! Mas disse para o Marcus que o importante

não é ter saco grande’’Zezé Di Camargo, sobre o neto esperado pela

filha, Wanessa, e o genro, Marcus Buaiz

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Especial

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‘‘Dormíamos nos bancos (do

furgão). Depois compramos

uma Ibiza. E comemoramos

uma semana inteira”

Luciano

A gravação do DVD de 20 anos, que acontece dia 13 de setembro, no Golden Hall, em São Paulo, também tem deixado a dupla animada. Às 8 horas da manhã daquele sábado, Zezé ligou para Hélio Bernal, seu diretor musical, ansioso para conversar sobre um novo arranjo que tinha vindo à sua cabeça na madrugada e que poderia ser usado no especial. “Ele é assim viu? Não dorme e também não me deixa dormir”, brincou o músico.

Marcas do passadoDesde o primeiro sucesso, “É o Amor”, a

dupla mantém certas manias. “Chego no camarim e sempre pergunto se o show está cheio”, diz Zezé. Do passado, eles lembram de tudo com humor. Desde a pouca estru-tura, sem bailarinos, iluminação, até a “ter-rível” mania de Luciano em ficar pedindo autógrafos para outros cantores mais famo-sos que encontravam nos camarins dos shows. “Quando você está começando, tem

dizendo que aquela cantora ‘AneAne House’ morreu! Estão matando ela no Twitter.”

Luciano também tem uma maneira peculiar de explicitar sua paixão pela mulher, Flávia. O nome da esposa está estam-pado nos seus três violões – em um deles tem até o rosto dela desenhado. “É o maior amor da minha vida, acima de carrei-ra, acima de qualquer coisa”, derrete-se. Em outra referência inusitada à amada, ele garante que os dois formam um casal quente. “Entre um show e outro rola ‘SDP’ (sexo da pesada). E quando a Fau (apelido de Flávia) não viaja comigo, já volto naquela vontade louca!”, entrega, aos risos.

Já Zezé estava mais calado, um pouco tenso antes de o avião ganhar os céus. O trauma decorrido de uma experiên-cia com tempestade de granizo e um pouso forçado em Foz do Iguaçu, parece ainda incomodar o cantor, que gosta de fazer o sinal da cruz antes da decolagem. Ele só relaxou ao falar do neto que vai ganhar e de seu novo xodó: Mia, sua cachorrinha de estimação da raça Lulu da Pomerânia, de nove meses. “E não é que a gente se apega, ‘rapais’? Ela dorme comigo, na ponta da minha cama”, confessou, aos risos. Zezé e Luciano estavam felizes com a repercussão da turnê, que passou pela Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, e seguiu para Uberlândia, Minas Gerais, no dia seguinte.

A dupla em cima do palco, durante o

Festival de Inverno na Chapada dos

Guimarães, na noite do sábado 23 de julho

Luciano exibe o violão com o rosto da mulher, Flávia

‘‘Alphaville era inimaginável para a

gente e o prazer de ter comprado com

nosso dinheiro é muito grande. Não

herdamos nada, além da dignidade’’

Zezé Di Camargo

aquela coisa de que tudo é novidade. Mas eu ficava bravo com ele!”, assume Zezé.

Luciano recorda também do furgão que levava a banda inteira, tudo apertado, pelos shows fora de Goiânia. “Ficávamos tão cansados que dormíamos nos bancos. Depois compramos uma Ibiza, que era um tipo de van maior. E comemoramos uma semana inteira. Naquela época, se um artista fazia sucesso, ele tinha uma Ibiza”, conta.

Olhar pelo retrovisor deste Ibiza é, claro, ver uma vida espetacular de realizações, que virou tema de filme em Os Dois Filhos de Francisco, do cineasta Breno Silveira. “No início era tudo um sonho e enxergávamos a vida de um jeito muito romântico, com inocência. Alphaville, por exemplo, era inimaginável para a gente e o prazer de saber que foi comprado com o nosso dinheiro é muito grande. Sem ostentação, porque não herdamos nada além da dig-nidade”, diz Zezé. O que espera dos próximos 20 anos? “Acho que não conquistamos nada na vida. E ainda somos muito caipiras”, sorriu Zezé.

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Especial

48 IstoÉGente 29/8/2011 – 624

‘‘Dormíamos nos bancos (do

furgão). Depois compramos

uma Ibiza. E comemoramos

uma semana inteira”

Luciano

A gravação do DVD de 20 anos, que acontece dia 13 de setembro, no Golden Hall, em São Paulo, também tem deixado a dupla animada. Às 8 horas da manhã daquele sábado, Zezé ligou para Hélio Bernal, seu diretor musical, ansioso para conversar sobre um novo arranjo que tinha vindo à sua cabeça na madrugada e que poderia ser usado no especial. “Ele é assim viu? Não dorme e também não me deixa dormir”, brincou o músico.

Marcas do passadoDesde o primeiro sucesso, “É o Amor”, a

dupla mantém certas manias. “Chego no camarim e sempre pergunto se o show está cheio”, diz Zezé. Do passado, eles lembram de tudo com humor. Desde a pouca estru-tura, sem bailarinos, iluminação, até a “ter-rível” mania de Luciano em ficar pedindo autógrafos para outros cantores mais famo-sos que encontravam nos camarins dos shows. “Quando você está começando, tem

dizendo que aquela cantora ‘AneAne House’ morreu! Estão matando ela no Twitter.”

Luciano também tem uma maneira peculiar de explicitar sua paixão pela mulher, Flávia. O nome da esposa está estam-pado nos seus três violões – em um deles tem até o rosto dela desenhado. “É o maior amor da minha vida, acima de carrei-ra, acima de qualquer coisa”, derrete-se. Em outra referência inusitada à amada, ele garante que os dois formam um casal quente. “Entre um show e outro rola ‘SDP’ (sexo da pesada). E quando a Fau (apelido de Flávia) não viaja comigo, já volto naquela vontade louca!”, entrega, aos risos.

Já Zezé estava mais calado, um pouco tenso antes de o avião ganhar os céus. O trauma decorrido de uma experiên-cia com tempestade de granizo e um pouso forçado em Foz do Iguaçu, parece ainda incomodar o cantor, que gosta de fazer o sinal da cruz antes da decolagem. Ele só relaxou ao falar do neto que vai ganhar e de seu novo xodó: Mia, sua cachorrinha de estimação da raça Lulu da Pomerânia, de nove meses. “E não é que a gente se apega, ‘rapais’? Ela dorme comigo, na ponta da minha cama”, confessou, aos risos. Zezé e Luciano estavam felizes com a repercussão da turnê, que passou pela Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, e seguiu para Uberlândia, Minas Gerais, no dia seguinte.

A dupla em cima do palco, durante o

Festival de Inverno na Chapada dos

Guimarães, na noite do sábado 23 de julho

Luciano exibe o violão com o rosto da mulher, Flávia

‘‘Alphaville era inimaginável para a

gente e o prazer de ter comprado com

nosso dinheiro é muito grande. Não

herdamos nada, além da dignidade’’

Zezé Di Camargo

aquela coisa de que tudo é novidade. Mas eu ficava bravo com ele!”, assume Zezé.

Luciano recorda também do furgão que levava a banda inteira, tudo apertado, pelos shows fora de Goiânia. “Ficávamos tão cansados que dormíamos nos bancos. Depois compramos uma Ibiza, que era um tipo de van maior. E comemoramos uma semana inteira. Naquela época, se um artista fazia sucesso, ele tinha uma Ibiza”, conta.

Olhar pelo retrovisor deste Ibiza é, claro, ver uma vida espetacular de realizações, que virou tema de filme em Os Dois Filhos de Francisco, do cineasta Breno Silveira. “No início era tudo um sonho e enxergávamos a vida de um jeito muito romântico, com inocência. Alphaville, por exemplo, era inimaginável para a gente e o prazer de saber que foi comprado com o nosso dinheiro é muito grande. Sem ostentação, porque não herdamos nada além da dig-nidade”, diz Zezé. O que espera dos próximos 20 anos? “Acho que não conquistamos nada na vida. E ainda somos muito caipiras”, sorriu Zezé.

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Carreira

Santoro!Depois de sair da favela do

Vidigal, para se tornar ator de cinema e tevê, Thiago MarTins, o vilão Vinícius de insensato Coração, quer

conquistar hollywood

Te cuida,

Michelle Licory

fotos Masao Goto Filho/ Ag. IstoÉ

Produção de moda Dulce Bernardi

Com o morro do Vidigal ao fundo, Thiago diz que quer ser referência para os jovens da comunidade, onde nasceu e foi criado

thiago martins não fala inglês, mas tem uma certeza: vai fazer carreira internacional. ele pretende apren-der o idioma agora que Insensato Coração acabou: “até 2013, estou nos estados unidos.” e o ator carioca, de 23 anos, já tem até madrinha em hollywood. a atriz inglesa Kate Winslet é sua fã desde que assistiu ao filme Era uma Vez (2008). os dois, aliás, devem contracenar juntos em uma produção alemã. “Vou embora mesmo. isso nem é sonho, é objetivo”, afirma ele, ciente de que levará junto os sonhos de toda uma comunidade, o morro do Vidigal, onde ele nasceu e virou referência de vida.

no ar na novela das oito como o vilão Vinícius, fora da telinha o ator faz o tipo boa-praça. e boa-pinta também, já que faz um sucesso danado com as mulheres. romântico, thiago gosta de dar joias e escrever músicas para as namo-radas. duas mulheres foram marcantes: as atrizes roberta rodrigues e fernanda Paes leme. roberta é do morro tam-bém, os dois cresceram juntos e thiago considera a família dela como sua também. “É uma princesa maravilhosa e a admiro muito por sua trajetória. a gente já teve a nossa his-tória, mas quem sabe daqui a dez anos?”

Já fernanda foi a primeira – e única – namorada de fora da favela. “ela me mostrou um outro mundo, me levou a lugares que nunca tinha ido. acho que fui importante para ela também”, avalia. fernanda subia nas lajes, comia churras-quinho e ia ao pagode na comunidade. “o amor por ela, não vai acabar nunca”, derrama-se. mas ele não se considera um sedutor. “essa coisa do sex appeal eu faço lá na hora, quando estou atuando, e funciona. mas não sou daquele jeito. sou fechado e de poucas palavras.”

Quieto mas com muita história para contar. sobretudo de sua família. filho de pai taxista e mãe doméstica, ele se diverte com suas raízes. “meu pai se chama agostinho e

cisma que A Grande Família foi inspirada nele por ser igualzinho ao personagem do Pedro Cardoso. tudo que ele faz com a Bebel, meu pai fez com minha mãe. ele anda com minha foto no carro e quando acha que a passageira é bonita, mostra para ela e diz que sou filho dele”, diverte-se.

Drama em casao sorriso se fecha quando ele recorda o

drama que viveu com seu irmão Carlos andré em um incidente com a polícia do rio quan-do tinha 12 anos. “estava escuro, uma confu-são entre polícia e bandido e por uma covar-dia acertaram meu irmão”, relata. o irmão, que é mais velho, sempre foi sua referência em casa, com quem conversava sobre assuntos de adolescentes como drogas e sexo. e foi ele que depois, recuperado do episódio, lhe deu uma lição. “se o tiro que tomei doeu tanto em você, leve isso para sua vida mostrando para o mundo quem você é, cale a boca de todos com a sua arte”, disse Carlos andré.

na época thiago já integrava a ong nós do morro. “lá aprendi que é mais importante ser ator que popstar”, conta. até os 13, quan-do fez o filme Cidade de Deus, ele ainda dividia seu tempo com outra paixão, o fute-bol. “Jogava no Botafogo, mas não dava para conciliar e tive a humildade de dar chance para alguém com mais talento com a bola.”

mesmo depois da primeira novela, Da Cor do Pecado, a mãe dele continuou trabalhando como empregada doméstica na casa do empre-sário da noite ricardo amaral. “ele pagou meu curso de informática e me deu dinheiro para ir a um parque de diversões com meus amigos no meu aniversário”, recorda com gra-tidão. ao ser escalado para Belíssima, thiago logo comprou um apartamento em uma área mais nobre do Vidigal e aposentou a mãe. ele a chama de “são Jorge”, por ter sido guerreira para sustentar a família. e fica orgulhoso por saber que sua avó, lá na Paraíba, pode assisti-lo na tevê. “mas é engraçado porque ela fica falando comigo pela televisão durante a novela e não entende por que eu não respondo”, ri.

‘‘Vou embora mesmo (para os Estados Unidos). Isso nem é sonho, é objetivo’’

Blazer e camisa Balasarae

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Carreira

Santoro!Depois de sair da favela do

Vidigal, para se tornar ator de cinema e tevê, Thiago MarTins, o vilão Vinícius de insensato Coração, quer

conquistar hollywood

Te cuida,

Michelle Licory

fotos Masao Goto Filho/ Ag. IstoÉ

Produção de moda Dulce Bernardi

Com o morro do Vidigal ao fundo, Thiago diz que quer ser referência para os jovens da comunidade, onde nasceu e foi criado

thiago martins não fala inglês, mas tem uma certeza: vai fazer carreira internacional. ele pretende apren-der o idioma agora que Insensato Coração acabou: “até 2013, estou nos estados unidos.” e o ator carioca, de 23 anos, já tem até madrinha em hollywood. a atriz inglesa Kate Winslet é sua fã desde que assistiu ao filme Era uma Vez (2008). os dois, aliás, devem contracenar juntos em uma produção alemã. “Vou embora mesmo. isso nem é sonho, é objetivo”, afirma ele, ciente de que levará junto os sonhos de toda uma comunidade, o morro do Vidigal, onde ele nasceu e virou referência de vida.

no ar na novela das oito como o vilão Vinícius, fora da telinha o ator faz o tipo boa-praça. e boa-pinta também, já que faz um sucesso danado com as mulheres. romântico, thiago gosta de dar joias e escrever músicas para as namo-radas. duas mulheres foram marcantes: as atrizes roberta rodrigues e fernanda Paes leme. roberta é do morro tam-bém, os dois cresceram juntos e thiago considera a família dela como sua também. “É uma princesa maravilhosa e a admiro muito por sua trajetória. a gente já teve a nossa his-tória, mas quem sabe daqui a dez anos?”

Já fernanda foi a primeira – e única – namorada de fora da favela. “ela me mostrou um outro mundo, me levou a lugares que nunca tinha ido. acho que fui importante para ela também”, avalia. fernanda subia nas lajes, comia churras-quinho e ia ao pagode na comunidade. “o amor por ela, não vai acabar nunca”, derrama-se. mas ele não se considera um sedutor. “essa coisa do sex appeal eu faço lá na hora, quando estou atuando, e funciona. mas não sou daquele jeito. sou fechado e de poucas palavras.”

Quieto mas com muita história para contar. sobretudo de sua família. filho de pai taxista e mãe doméstica, ele se diverte com suas raízes. “meu pai se chama agostinho e

cisma que A Grande Família foi inspirada nele por ser igualzinho ao personagem do Pedro Cardoso. tudo que ele faz com a Bebel, meu pai fez com minha mãe. ele anda com minha foto no carro e quando acha que a passageira é bonita, mostra para ela e diz que sou filho dele”, diverte-se.

Drama em casao sorriso se fecha quando ele recorda o

drama que viveu com seu irmão Carlos andré em um incidente com a polícia do rio quan-do tinha 12 anos. “estava escuro, uma confu-são entre polícia e bandido e por uma covar-dia acertaram meu irmão”, relata. o irmão, que é mais velho, sempre foi sua referência em casa, com quem conversava sobre assuntos de adolescentes como drogas e sexo. e foi ele que depois, recuperado do episódio, lhe deu uma lição. “se o tiro que tomei doeu tanto em você, leve isso para sua vida mostrando para o mundo quem você é, cale a boca de todos com a sua arte”, disse Carlos andré.

na época thiago já integrava a ong nós do morro. “lá aprendi que é mais importante ser ator que popstar”, conta. até os 13, quan-do fez o filme Cidade de Deus, ele ainda dividia seu tempo com outra paixão, o fute-bol. “Jogava no Botafogo, mas não dava para conciliar e tive a humildade de dar chance para alguém com mais talento com a bola.”

mesmo depois da primeira novela, Da Cor do Pecado, a mãe dele continuou trabalhando como empregada doméstica na casa do empre-sário da noite ricardo amaral. “ele pagou meu curso de informática e me deu dinheiro para ir a um parque de diversões com meus amigos no meu aniversário”, recorda com gra-tidão. ao ser escalado para Belíssima, thiago logo comprou um apartamento em uma área mais nobre do Vidigal e aposentou a mãe. ele a chama de “são Jorge”, por ter sido guerreira para sustentar a família. e fica orgulhoso por saber que sua avó, lá na Paraíba, pode assisti-lo na tevê. “mas é engraçado porque ela fica falando comigo pela televisão durante a novela e não entende por que eu não respondo”, ri.

‘‘Vou embora mesmo (para os Estados Unidos). Isso nem é sonho, é objetivo’’

Blazer e camisa Balasarae

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

No ar no matutino Hoje em Dia, da Record, a top-model Gianne Albertoni comemora as investidas na telona, com três filmes em menos de um ano. Mas o casamento com Sérgio Gobetti só sai depois de ela se formar em jornalismo

Paola DeodoroFOTOS Pedro DiasTRATAMENTO Felipe Juste

TOP APRESENTADORA BRILHA TAMBÉM NO CINEMA

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

No ar no matutino Hoje em Dia, da Record, a top-model Gianne Albertoni comemora as investidas na telona, com três filmes em menos de um ano. Mas o casamento com Sérgio Gobetti só sai depois de ela se formar em jornalismo

Paola DeodoroFOTOS Pedro DiasTRATAMENTO Felipe Juste

TOP APRESENTADORA BRILHA TAMBÉM NO CINEMA

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

A AgendA lotAdA não impediu que gianne Albertoni fosse até Campos do Jordão para conhecer a casa de inverno da revista Istoé Gente. A apresentadora do matutino Hoje em Dia – que também é atriz, modelo e estu-da jornalismo – chegou acompanhada do namorado, Sérgio gobetti, e foi direto ao camarim conferir o figurino das fotos. entre os vestidos glamourosos, ela não para de falar. Fala de tudo: dos modelos, das fotos, de sua vida. Aos 30 anos recém-completados, gianne comemora o sucesso de dois anos no programa da Rede Record e de suas investidas no cinema. em menos de um ano ela brilhou em três filmes: Carro de Paulista, Muita Calma Nessa Hora e Malu de Bicicleta. também não deixou de lado os holofotes das pas-sarelas. Sempre que as gravações permitem, aceita alguns trabalhos como modelo: “Aproveito para rever grandes ami-gos e ainda me atualizo com informações de moda”.

divertida, gianne elogiou a decoração da casa, especial-mente da suíte, e arrancou gargalhadas da equipe, com sua divertida tagarelice enquanto rolava na cama de casal. “gente, o meu pé está sujo?”; “nossa, este vestido é curto!”; “estou bagunçando toda a cama...”; “estou ficando linda?”...

para responder à última pergunta basta admirar as fotos que ilustram estas páginas.

“Vestido de noiva, meu bem, só depois do vestido de formatura”

gianne namora o arquiteto Sérgio gobetti há oito anos. Ainda assim, casamento é um assunto distante para ela. distância de, pelo menos, dois anos. ela cursa o segundo ano da faculdade de jornalismo na Fiam (Faculdades integradas Alcântara machado), em São paulo, e faz questão de concluir o curso antes de subir ao altar. “enquanto isso,

gianne se apegou a tica, cachorrinha que passeava pelos jardins da casa. ela adora animais. Até adotou um vira-lata que vive perto dos estúdios da Record

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

A AgendA lotAdA não impediu que gianne Albertoni fosse até Campos do Jordão para conhecer a casa de inverno da revista Istoé Gente. A apresentadora do matutino Hoje em Dia – que também é atriz, modelo e estu-da jornalismo – chegou acompanhada do namorado, Sérgio gobetti, e foi direto ao camarim conferir o figurino das fotos. entre os vestidos glamourosos, ela não para de falar. Fala de tudo: dos modelos, das fotos, de sua vida. Aos 30 anos recém-completados, gianne comemora o sucesso de dois anos no programa da Rede Record e de suas investidas no cinema. em menos de um ano ela brilhou em três filmes: Carro de Paulista, Muita Calma Nessa Hora e Malu de Bicicleta. também não deixou de lado os holofotes das pas-sarelas. Sempre que as gravações permitem, aceita alguns trabalhos como modelo: “Aproveito para rever grandes ami-gos e ainda me atualizo com informações de moda”.

divertida, gianne elogiou a decoração da casa, especial-mente da suíte, e arrancou gargalhadas da equipe, com sua divertida tagarelice enquanto rolava na cama de casal. “gente, o meu pé está sujo?”; “nossa, este vestido é curto!”; “estou bagunçando toda a cama...”; “estou ficando linda?”...

para responder à última pergunta basta admirar as fotos que ilustram estas páginas.

“Vestido de noiva, meu bem, só depois do vestido de formatura”

gianne namora o arquiteto Sérgio gobetti há oito anos. Ainda assim, casamento é um assunto distante para ela. distância de, pelo menos, dois anos. ela cursa o segundo ano da faculdade de jornalismo na Fiam (Faculdades integradas Alcântara machado), em São paulo, e faz questão de concluir o curso antes de subir ao altar. “enquanto isso,

gianne se apegou a tica, cachorrinha que passeava pelos jardins da casa. ela adora animais. Até adotou um vira-lata que vive perto dos estúdios da Record

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

cada um na sua casa”, sentencia. desde que começou a facul-dade, divide sua rotina entre as manhãs do programa da Record, a gravação dos quadros especiais e o curso à noite. “As aulas de jornalismo me preparam. programa ao vivo e diário exige uma mistura de conhecimento e técnica jorna-lística com uma postura espontânea que exercitei nos meus estudos de interpretação”, declara.

“Quando criança tive coelho, passarinho e até um pintinho que virou galo”

ela é apaixonada por cães. tem o grandalhão elvis, da raça cane corso, e Fiona, uma golden retriever ainda bebê, que chegou há pouco. mas também chama de seu o duque, um vira-lata que vive perto dos estúdios da Record. gianne se responsabiliza pela alimentação e pelas consultas médicas do bichinho. “Quando criança tive coelho, passarinho e até um pintinho que virou um galo enorme”, conta, feliz da vida com a companhia de tica, uma cadelinha que passeava pelos jardins da casa e que fez pose ao lado da top.

A habilidade e a intimidade com a moda são caracterís-ticas fortes na personalidade de gianne Albertoni. não é para menos depois de anos como top model. Além de saber exatamente o que fica bem em seu corpo e o melhor tom para seus cabelos, agora também empresta sua exper-tise para o look alheio. em seu quadro De Carona com a Moda mistura o conhecimento fashion com o contato com o público. “mexer com a vaidade e a autoestima das pesso-as é uma experiência que não tem preço.” gianne vive na internet buscando informações do que rola pelo mundo e mantém os olhos grudados nos desfiles e tendências das passarelas. Com olhos bem mais críticos do que quando deslizava sobre muitas delas.

“Mexer coM a vaidade e a autoestiMa das pessoas é uMa experiência que não teM preço”

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

cada um na sua casa”, sentencia. desde que começou a facul-dade, divide sua rotina entre as manhãs do programa da Record, a gravação dos quadros especiais e o curso à noite. “As aulas de jornalismo me preparam. programa ao vivo e diário exige uma mistura de conhecimento e técnica jorna-lística com uma postura espontânea que exercitei nos meus estudos de interpretação”, declara.

“Quando criança tive coelho, passarinho e até um pintinho que virou galo”

ela é apaixonada por cães. tem o grandalhão elvis, da raça cane corso, e Fiona, uma golden retriever ainda bebê, que chegou há pouco. mas também chama de seu o duque, um vira-lata que vive perto dos estúdios da Record. gianne se responsabiliza pela alimentação e pelas consultas médicas do bichinho. “Quando criança tive coelho, passarinho e até um pintinho que virou um galo enorme”, conta, feliz da vida com a companhia de tica, uma cadelinha que passeava pelos jardins da casa e que fez pose ao lado da top.

A habilidade e a intimidade com a moda são caracterís-ticas fortes na personalidade de gianne Albertoni. não é para menos depois de anos como top model. Além de saber exatamente o que fica bem em seu corpo e o melhor tom para seus cabelos, agora também empresta sua exper-tise para o look alheio. em seu quadro De Carona com a Moda mistura o conhecimento fashion com o contato com o público. “mexer com a vaidade e a autoestima das pesso-as é uma experiência que não tem preço.” gianne vive na internet buscando informações do que rola pelo mundo e mantém os olhos grudados nos desfiles e tendências das passarelas. Com olhos bem mais críticos do que quando deslizava sobre muitas delas.

“Mexer coM a vaidade e a autoestiMa das pessoas é uMa experiência que não teM preço”

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61 60 IstoÉGente 29/8/2011 – 624

NA SALAcom o cheffotos Marcelo Navarro/Ag. IstoÉ

Benny Novak, um dos mais reconhecidos chefs de São Paulo, mora com a mulher e os quatro filhos, no mesmo bairro onde estão dois de seus restaurantes. Mas, em casa, ele só pisa na cozinha por motivos nobres, como o lanche das crianças aos domingos

ESTILO CASApor Silviane Neno

No estar principal, Benny na poltrona Mole de Sergio Rodrigues e Natasha no sofá ao lado da foto de Armstrong, comprada em Nova York . No centro, tela de Ronan Martins, grafiteiro da Choque Cultural, e tela de Mino Carta. Acima, a sala de jantar com quadros de Wakabaiashi

A máximA de que o “o boi engorda diante dos olhos do dono” é levada a sério por um dos mais respeitados e criativos chefs de são Paulo, Benny Novak. Chova ou faça sol, ele bate ponto todos os dias em seus três restau-rantes na capital. No tappo – a simpática trattoria nos Jardins – ele costuma ficar até o último cliente. Às vezes, já é madrugada quan-do ele finalmente senta sozinho para comer um delicioso spaghetti ao pesto. Há oito anos Benny vive com a mulher Natasha e os quatro filhos – os mais novos, gêmeos de 2 anos e meio – num espaçoso e iluminado aparta-mento em Higienópolis, onde ficam os outros dois endereços gastronômicos com sua assi-natura: o ici Bistrô e o caçula, 210 Diner.

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61 60 IstoÉGente 29/8/2011 – 624

NA SALAcom o cheffotos Marcelo Navarro/Ag. IstoÉ

Benny Novak, um dos mais reconhecidos chefs de São Paulo, mora com a mulher e os quatro filhos, no mesmo bairro onde estão dois de seus restaurantes. Mas, em casa, ele só pisa na cozinha por motivos nobres, como o lanche das crianças aos domingos

ESTILO CASApor Silviane Neno

No estar principal, Benny na poltrona Mole de Sergio Rodrigues e Natasha no sofá ao lado da foto de Armstrong, comprada em Nova York . No centro, tela de Ronan Martins, grafiteiro da Choque Cultural, e tela de Mino Carta. Acima, a sala de jantar com quadros de Wakabaiashi

A máximA de que o “o boi engorda diante dos olhos do dono” é levada a sério por um dos mais respeitados e criativos chefs de são Paulo, Benny Novak. Chova ou faça sol, ele bate ponto todos os dias em seus três restau-rantes na capital. No tappo – a simpática trattoria nos Jardins – ele costuma ficar até o último cliente. Às vezes, já é madrugada quan-do ele finalmente senta sozinho para comer um delicioso spaghetti ao pesto. Há oito anos Benny vive com a mulher Natasha e os quatro filhos – os mais novos, gêmeos de 2 anos e meio – num espaçoso e iluminado aparta-mento em Higienópolis, onde ficam os outros dois endereços gastronômicos com sua assi-natura: o ici Bistrô e o caçula, 210 Diner.

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ESTILO CASA

63

O chef e sua guitarra. Rockeiro nas horas vagas. Ao fundo, a foto da trupe de Janis Joplin, tirada de um livro americano. Abaixo, a lareira é embutida no piso ao lado da tevê

Depois de duas longas temporadas em Londres e miami, o casal lançou âncoras no bairro que, para eles, é a soma cosmopolita dos lugares no mundo onde já estiveram. o apê tem aquela pinta de casa vivida, com brinque-dos espalhados, CDs fora das caixas e sofás com carimbos das estripulias das crianças. “montamos uma casa preparada para essa vida familiar e nem botamos capas nos sofás”, diz Benny, bem desencanado. o líder da bagunça (que ele não nos leia), na verdade, é o próprio Benny, dono da maior quantidade de discos, livros e instrumentos musicais. sim, o chef também faz parte de uma banda que se apresenta de tempos em tempos.

Na entrada do apartamento, uma grande foto de Janis Joplin e sua turma dá a pista da paixão dele pelo rock. “tirei a foto de uma revista gringa e mandei ampliar”, revela. Para Benny, a imagem reflete o astral da casa. A contribuição de Natasha se apresen-

ta nas obras de arte. filha de marchand, ela trouxe seu olhar treinado e algumas peças herdadas, como um desenho de tarsila do Amaral. foi com o pai que ela também aprendeu a gostar dos móveis de sergio Rodrigues, autor da premiada poltrona onde o chef relaxa sempre que está em casa. A cozinha, aberta para a sala, provoca a inevitável pergunta: “recebem muito para jantares em casa?” Raramente, é a resposta. Benny diz que só assume as caçarolas em oca-siões muito especiais ou a pedido dos filhos, quando bate a vontade de ficar em casa aos domingos e não ir a restauran-te algum, nem aos dele. mas, aqui e ali, se percebe que ali é mesmo a casa de quem sabe preparar iguarias de fino trato. Na cozinha, um dos objetos-fetiche é um forno de micro-ondas num laranja com ares de rádio vintage. “Estava na vitrine de uma loja em miami e nos apaixonamos”, afirma Natasha. Benny corrige: “mas não é só bonito, não, funcio-na”. É quando o chef revela seu lado empreendedor, carte-siano, muitíssimo prático. instado a explicar o que faria com uma jaca, ele usa o mesmo raciocínio do forno antigo, belo mas ainda útil, e dispara: “Comeria um pouco da fruta e faria uma aguardente do resto.”

Atrás de Benny, o micro-ondas laranja. Na família há dez anos. A coleção de CDs ocupa boa parte da parede do escritório

Post-it

Canto preferido:

O sofá da sala de tevê

Achado de décor:

Micro-ondas laranja, comprado

em Miami por U$50

Sonho de consumo:

Sofá de 3 metros do Sergio

Rodrigues

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ESTILO CASA

63

O chef e sua guitarra. Rockeiro nas horas vagas. Ao fundo, a foto da trupe de Janis Joplin, tirada de um livro americano. Abaixo, a lareira é embutida no piso ao lado da tevê

Depois de duas longas temporadas em Londres e miami, o casal lançou âncoras no bairro que, para eles, é a soma cosmopolita dos lugares no mundo onde já estiveram. o apê tem aquela pinta de casa vivida, com brinque-dos espalhados, CDs fora das caixas e sofás com carimbos das estripulias das crianças. “montamos uma casa preparada para essa vida familiar e nem botamos capas nos sofás”, diz Benny, bem desencanado. o líder da bagunça (que ele não nos leia), na verdade, é o próprio Benny, dono da maior quantidade de discos, livros e instrumentos musicais. sim, o chef também faz parte de uma banda que se apresenta de tempos em tempos.

Na entrada do apartamento, uma grande foto de Janis Joplin e sua turma dá a pista da paixão dele pelo rock. “tirei a foto de uma revista gringa e mandei ampliar”, revela. Para Benny, a imagem reflete o astral da casa. A contribuição de Natasha se apresen-

ta nas obras de arte. filha de marchand, ela trouxe seu olhar treinado e algumas peças herdadas, como um desenho de tarsila do Amaral. foi com o pai que ela também aprendeu a gostar dos móveis de sergio Rodrigues, autor da premiada poltrona onde o chef relaxa sempre que está em casa. A cozinha, aberta para a sala, provoca a inevitável pergunta: “recebem muito para jantares em casa?” Raramente, é a resposta. Benny diz que só assume as caçarolas em oca-siões muito especiais ou a pedido dos filhos, quando bate a vontade de ficar em casa aos domingos e não ir a restauran-te algum, nem aos dele. mas, aqui e ali, se percebe que ali é mesmo a casa de quem sabe preparar iguarias de fino trato. Na cozinha, um dos objetos-fetiche é um forno de micro-ondas num laranja com ares de rádio vintage. “Estava na vitrine de uma loja em miami e nos apaixonamos”, afirma Natasha. Benny corrige: “mas não é só bonito, não, funcio-na”. É quando o chef revela seu lado empreendedor, carte-siano, muitíssimo prático. instado a explicar o que faria com uma jaca, ele usa o mesmo raciocínio do forno antigo, belo mas ainda útil, e dispara: “Comeria um pouco da fruta e faria uma aguardente do resto.”

Atrás de Benny, o micro-ondas laranja. Na família há dez anos. A coleção de CDs ocupa boa parte da parede do escritório

Post-it

Canto preferido:

O sofá da sala de tevê

Achado de décor:

Micro-ondas laranja, comprado

em Miami por U$50

Sonho de consumo:

Sofá de 3 metros do Sergio

Rodrigues

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30 IstoÉGente 29/8/2011 – 624

Que Fábio Assunção está de volta à ativa não é novidade. Mas tanto na pré-estreia de sua peça, Adultérios, quanto nas festas que tem comparecido, o ator ainda mostra dificul-dade em falar sobre sua luta contra a depen-dência de drogas. na madrugada do domingo 21, porém, o galã quebrou o silêncio e comen-tou a experiência no programa Altas Horas, da Globo. “É uma questão complexa. esses dias eu estava pensando nisso. em chinês, por causa dos ideogramas, crise significa oportu-nidade mais risco. A droga é uma coisa muito sedutora. A dependência química tem a ver com compulsão e desejo, que todo mundo tem. Tem a ver com o desequilíbrio disso. não tem a ver com caráter ou integridade”, disse. o ator ainda comentou que teve sorte. “Agradeço muito a Deus por estar aqui, com a cabeça erguida, trabalhando, produzindo minhas coisas e conversando com vocês. Conheci pessoas que não tiveram tanta sorte”, decla-rou. “Acho que cada um soluciona essa ques-tão da sua maneira particular. A tendência é a pessoa se trancar, por achar que é algo errado, que causa vergonha, e isso só aumenta a pro-blemática toda. o ideal é dividir com as pes-soas que ama.”

Alexandre Reinecke, diretor de Adultérios e amigo do ator, acredita que vários fatores contribuíram para que Fábio falasse sobre sua superação em rede nacional. “Foi desde o nascimento da filha até o excelente momento profissional. e, mais do que tudo, a força de vontade dele”, opinou.

Quando aceitou participar do programa de serginho Groisman, Fábio conhecia o formato da atração. “ele estava tranquilo, muito simpático e feliz por estar lá. em nenhum momento teve receio de qualquer questão porque já sabia que a plateia era livre para perguntar o que quisesse”, disse um dos produtores do Altas Horas, que foi gravado na quinta-feira 18. “ele não veio para falar de drogas. Veio para falar da peça, e acabou comentando sobre isso e outras coi-sas. se não quisesse abordar algum assunto, ele nem teria vindo. Foi completamente diferente do caso do Casagrande (ex-jogador de futebol), que veio à tevê para quebrar o silên-cio sobre sua dependência química”, esclareceu a assessoria de imprensa da Rede Globo.

entretanto, pessoas próximas ao galã garantem que não foi tão fácil assim. “A droga ainda é um assunto muito deli-cado para ele, que detesta falar sobre isso”, disse uma amiga, que revelou ainda que depois da exibição do programa, Fábio acabou ficando inseguro com suas declarações. “ele não gostou do que disse, ficou nervoso.”

Televisão

No programa Altas Horas, Fábio AssuNção encarou a plateia e falou abertamente sobre drogas. Pessoas próximas, porém, dizem que o assunto ainda é tabu e o ator ficou inseguro com as declaraçõesSimone Blanes

‘‘A dependência química tem a ver com compulsão e desejo, que todo mundo tem. Tem a ver com o desequilíbrio disso’’

“Dependêncianão tem a ver com

caráter”química

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Diversão & ArteAVALIA

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★★★★ MUITO BOM

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cinema

Tilda Swinton em cena como Emma, protagonista do drama europeu Um Sonho de Amor, atualmente em cartaz

ELA JÁ CONTRACENOU com Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e George Clooney e ostenta um Oscar de atriz coadjuvante (por Conduta de Risco), mas não perde de vista suas raízes cinematográficas, profun-damente encravadas no cinema de arte europeu. Alta, esbelta, ruiva e dona de feições andrógenas, a escoce-sa Tilda Swinton seria uma inusitada convidada nos salões de Hollywood, onde tem desfilado com cada vez mais frequência. “Filmes de estúdio são uma excentricidade em minha filmografia”, avisa a atriz, que volta ao cinema independente com o drama ita-liano Um Sonho de Amor. O filme de Luca Guadagnino, que concorreu ao Oscar de figurino e está em cartaz nas salas brasileiras, é um estudo sobre a infidelida-de. Tilda encarna Emma, uma imigrante russa de pas-sado enigmático casada com um milionário de Milão. A atriz esteve associada ao projeto desde o nascedou-ro, há dez anos, e batalhou para vê-lo sair do papel. “O filme de Luca é mais o meu território, absurda-mente ambicioso e independente”, explica.

Em Um Sonho de Amor, você interpreta uma mulher cuja vida começa a se esfacelar ao iniciar um caso com um homem mais jovem. Como a descreveria?Como alguém que tem vivido sob um disfarce por 25 anos, sem um passado para ser analisado. Ela deixa uma parte de sua vida para trás ao entrar para esta família muito rica. No filme, a vemos no momento em que decide começar novamente uma outra vida. Ela está a ponto de terminar com aquela existência de esposa e mãe que cuida dos filhos. Um Sonho de Amor é um projeto de longa gestação, que exigiu seu total envolvimento desde o início. É frustrante esperar dez anos para vê-lo pronto?O que me interessa é trabalhar meticulosamente no filme, frame a frame. Não sou talentosa o suficiente para fazer participações cirúrgicas, chegar no meio de uma produção, fazer um esforço enorme para sentir a temperatura do filme inteiro, fazer minhas cenas e ir embora. Admiro muito os atores que conseguem fazer isso com frequência. Mas sou uma máquina que quei-ma combustível lentamente, que gosta de se envolver com um trabalho que ajudei a desenvolver ao longo de anos. Tal envolvimento prévio ajuda muito, porque já fiz todo o trabalho de casa antes. O que fiz com Luca é mais o meu território, filmes europeus absurdamente ambiciosos e independentes. Suas origens estão no cinema de vanguarda inglês. Como vê suas contribuições para o cinema comercial americano, como a franquia As Crônicas de Nárnia?Para mim, é uma excentricidade em minha filmo-grafia. Houve um momento, anos atrás, em que foram aparecendo essas ofertas nos Estados Unidos. Fiz alguns desses filmes que, provavelmente, me tornaram mais conhecida. Mas são uma distração completa. Esses grandes filmes de Hollywood são uma espécie de turismo para mim.

Qual o lado mais perverso da profissão?Não chamaria mais perverso, mas a parte mais difícil é conseguir levantar dinheiro para um filme indepen-

dente. Você vive em um longo estado de suspensão até o dia em que começa realmente a filmar. É como ser um corredor de maratona, a gente precisa guardar energia durante a corrida para usá-la com pro-priedade mais adiante. Sempre trabalhei de forma rápida e barata, isso não me incomoda. Falar com a gerência do banco é a parte mais penosa.

Como vai o seu festival de cinema, o Ballerina Ballroom Cinema of Dreams?Já fizemos três edições até agora. Foi inspirado em um de meus filhos que, quando tinha 8 anos, me perguntou como eram os sonhos das pessoas antes da invenção do cinema. Se alguém da idade dele podia ser tão mente aberta, esperava que outras pessoas pudessem fazer o mesmo questiona-mento. Moro numa cidade pequena do norte da Escócia, sem cinemas, e então improvisamos uma sala de projeção em uma casa de bingo, onde exibimos filmes de arte de várias partes do mundo. Ano passado, perde-mos o espaço e criamos um festival itinerante, a bordo de um caminhão. Pensa em dirigir, algum dia?Não preciso ser diretora. Trabalho com diretores maravilhosos. Gosto de trabalhar em colaboração. O que é mais importante na escolha de um projeto, o diretor ou o roteiro?Em geral, o roteiro é a última coisa que aparece. Primeiro vem a relação com o diretor e o meu diálogo com ele. Depois, vem o projeto em si e, somente depois é que vou descobrir qual será a minha função nele. Mas, claro, há momentos em que pessoas que não conheço me fazem ofertas instantâneas que resultam em uma relação duradoura, como aconteceu com os irmãos (Ethan e Joel) Coen. Eu não os conhecia antes de Queime Depois de Ler (2008). A amizade veio depois. Mas essa é a minoria dos casos comigo. (Classificação Indicativa: a conferir) Carlos Helí de Almeida

“Não sou talentosa o

para fazerparticipações”

suficiente ‘‘Fiz alguns desses filmes que, provavelmente, me tornaram mais conhecida. Mas são uma distração completa. Esses grandes filmes de Hollywood são uma espécie de turismo para mim”

A atriz, que já ganhou um Oscar,

prefere participar dos filmes

desde o começo,

como em Um Sonho de

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Tilda Swinton em cena como Emma, protagonista do drama europeu Um Sonho de Amor, atualmente em cartaz

ELA JÁ CONTRACENOU com Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e George Clooney e ostenta um Oscar de atriz coadjuvante (por Conduta de Risco), mas não perde de vista suas raízes cinematográficas, profun-damente encravadas no cinema de arte europeu. Alta, esbelta, ruiva e dona de feições andrógenas, a escoce-sa Tilda Swinton seria uma inusitada convidada nos salões de Hollywood, onde tem desfilado com cada vez mais frequência. “Filmes de estúdio são uma excentricidade em minha filmografia”, avisa a atriz, que volta ao cinema independente com o drama ita-liano Um Sonho de Amor. O filme de Luca Guadagnino, que concorreu ao Oscar de figurino e está em cartaz nas salas brasileiras, é um estudo sobre a infidelida-de. Tilda encarna Emma, uma imigrante russa de pas-sado enigmático casada com um milionário de Milão. A atriz esteve associada ao projeto desde o nascedou-ro, há dez anos, e batalhou para vê-lo sair do papel. “O filme de Luca é mais o meu território, absurda-mente ambicioso e independente”, explica.

Em Um Sonho de Amor, você interpreta uma mulher cuja vida começa a se esfacelar ao iniciar um caso com um homem mais jovem. Como a descreveria?Como alguém que tem vivido sob um disfarce por 25 anos, sem um passado para ser analisado. Ela deixa uma parte de sua vida para trás ao entrar para esta família muito rica. No filme, a vemos no momento em que decide começar novamente uma outra vida. Ela está a ponto de terminar com aquela existência de esposa e mãe que cuida dos filhos. Um Sonho de Amor é um projeto de longa gestação, que exigiu seu total envolvimento desde o início. É frustrante esperar dez anos para vê-lo pronto?O que me interessa é trabalhar meticulosamente no filme, frame a frame. Não sou talentosa o suficiente para fazer participações cirúrgicas, chegar no meio de uma produção, fazer um esforço enorme para sentir a temperatura do filme inteiro, fazer minhas cenas e ir embora. Admiro muito os atores que conseguem fazer isso com frequência. Mas sou uma máquina que quei-ma combustível lentamente, que gosta de se envolver com um trabalho que ajudei a desenvolver ao longo de anos. Tal envolvimento prévio ajuda muito, porque já fiz todo o trabalho de casa antes. O que fiz com Luca é mais o meu território, filmes europeus absurdamente ambiciosos e independentes. Suas origens estão no cinema de vanguarda inglês. Como vê suas contribuições para o cinema comercial americano, como a franquia As Crônicas de Nárnia?Para mim, é uma excentricidade em minha filmo-grafia. Houve um momento, anos atrás, em que foram aparecendo essas ofertas nos Estados Unidos. Fiz alguns desses filmes que, provavelmente, me tornaram mais conhecida. Mas são uma distração completa. Esses grandes filmes de Hollywood são uma espécie de turismo para mim.

Qual o lado mais perverso da profissão?Não chamaria mais perverso, mas a parte mais difícil é conseguir levantar dinheiro para um filme indepen-

dente. Você vive em um longo estado de suspensão até o dia em que começa realmente a filmar. É como ser um corredor de maratona, a gente precisa guardar energia durante a corrida para usá-la com pro-priedade mais adiante. Sempre trabalhei de forma rápida e barata, isso não me incomoda. Falar com a gerência do banco é a parte mais penosa.

Como vai o seu festival de cinema, o Ballerina Ballroom Cinema of Dreams?Já fizemos três edições até agora. Foi inspirado em um de meus filhos que, quando tinha 8 anos, me perguntou como eram os sonhos das pessoas antes da invenção do cinema. Se alguém da idade dele podia ser tão mente aberta, esperava que outras pessoas pudessem fazer o mesmo questiona-mento. Moro numa cidade pequena do norte da Escócia, sem cinemas, e então improvisamos uma sala de projeção em uma casa de bingo, onde exibimos filmes de arte de várias partes do mundo. Ano passado, perde-mos o espaço e criamos um festival itinerante, a bordo de um caminhão. Pensa em dirigir, algum dia?Não preciso ser diretora. Trabalho com diretores maravilhosos. Gosto de trabalhar em colaboração. O que é mais importante na escolha de um projeto, o diretor ou o roteiro?Em geral, o roteiro é a última coisa que aparece. Primeiro vem a relação com o diretor e o meu diálogo com ele. Depois, vem o projeto em si e, somente depois é que vou descobrir qual será a minha função nele. Mas, claro, há momentos em que pessoas que não conheço me fazem ofertas instantâneas que resultam em uma relação duradoura, como aconteceu com os irmãos (Ethan e Joel) Coen. Eu não os conhecia antes de Queime Depois de Ler (2008). A amizade veio depois. Mas essa é a minoria dos casos comigo. (Classificação Indicativa: a conferir) Carlos Helí de Almeida

“Não sou talentosa o

para fazerparticipações”

suficiente ‘‘Fiz alguns desses filmes que, provavelmente, me tornaram mais conhecida. Mas são uma distração completa. Esses grandes filmes de Hollywood são uma espécie de turismo para mim”

A atriz, que já ganhou um Oscar,

prefere participar dos filmes

desde o começo,

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Tilda Swinton

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20 IstoÉGente 9/9/2008 – 999 21

Nem o casal número 1 do cinema, angelina Jolie e Brad Pitt nem o da música, Beyoncé Knowles e Jay-Z. o casal que mais fatura é Gisele Bündchen e Tom Brady. a informação é da revista Forbes, que publi-cou a lista dos pares famosos mais bem pagos do mundo, na sexta-feira 19. Juntos, a brasileira e o jogador de futebol americano ganharam Us$ 76 milhões só em 2010, sendo que a maior parte vem dos contratos da übermodel pelo mundo, em um total de Us$ 45 milhões. o astro do New england Patriots, por sua vez, tem renda anual de Us$ 31 milhões. Beyoncè e Jay-Z conquista-ram a vice-liderança do ranking: faturaram Us$ 72 milhões, sendo Us$ 35 milhões dela e Us$ 37 milhões dele. Na terceira coloca-ção, angelina Jolie e Brad Pitt somaram Us$ 50 milhões em um ano. ela continua sendo a atriz mais bem paga de Hollywood e recebeu Us$ 30 milhões só no ano passa-do. o galã completa a cifra com R$ 20 milhões. Na quarta posição aparecem David e Victoria Beckham com Us$ 45 milhões, e na quinta, o casal de atores da saga Crepúsculo, Robert Pattinson e Kristen stewart, com R$ 40 milhões. será que todo esse dinheiro traz felicidade conjugal?

Ranking

enriquece unido...Casal que

A revista Forbes divulga a lista dos pares famosos com as contas-correntes mais polpudas: no topo, a modelo brasileira Gisele Bündchen e seu marido esportista, Tom Brady

Simone Blanes

US$ 50milhões

US$ 72milhõesUS$ 76

milhões

GISELE BÜNDCHEN E TOM BRADYBEYONCé E JAY-Z

ANGELINA JOLIE E BRAD PITT

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DAvID E vICTORIA BECkHAM

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Nem o casal número 1 do cinema, angelina Jolie e Brad Pitt nem o da música, Beyoncé Knowles e Jay-Z. o casal que mais fatura é Gisele Bündchen e Tom Brady. a informação é da revista Forbes, que publi-cou a lista dos pares famosos mais bem pagos do mundo, na sexta-feira 19. Juntos, a brasileira e o jogador de futebol americano ganharam Us$ 76 milhões só em 2010, sendo que a maior parte vem dos contratos da übermodel pelo mundo, em um total de Us$ 45 milhões. o astro do New england Patriots, por sua vez, tem renda anual de Us$ 31 milhões. Beyoncè e Jay-Z conquista-ram a vice-liderança do ranking: faturaram Us$ 72 milhões, sendo Us$ 35 milhões dela e Us$ 37 milhões dele. Na terceira coloca-ção, angelina Jolie e Brad Pitt somaram Us$ 50 milhões em um ano. ela continua sendo a atriz mais bem paga de Hollywood e recebeu Us$ 30 milhões só no ano passa-do. o galã completa a cifra com R$ 20 milhões. Na quarta posição aparecem David e Victoria Beckham com Us$ 45 milhões, e na quinta, o casal de atores da saga Crepúsculo, Robert Pattinson e Kristen stewart, com R$ 40 milhões. será que todo esse dinheiro traz felicidade conjugal?

Ranking

enriquece unido...Casal que

A revista Forbes divulga a lista dos pares famosos com as contas-correntes mais polpudas: no topo, a modelo brasileira Gisele Bündchen e seu marido esportista, Tom Brady

Simone Blanes

US$ 50milhões

US$ 72milhõesUS$ 76

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GISELE BÜNDCHEN E TOM BRADYBEYONCé E JAY-Z

ANGELINA JOLIE E BRAD PITT

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PAOLA OLIVEIRA"Não vejo motivo para casar"

Prestes a viajar em lua de mel depois do fim de Insensato Coração, a atriz fala do namoro com o ator Joaquim Lopes, com

quem mora junto, confessa ter medo de ser mãe e é avaliada por Gilberto Braga e Dennis Carvalho na trama das 9

Ensaio ALÊ DE SOUZA

APÓS HEMORRAGIA, REYNALDO GIANECCHINI DEIXA UTI

GIANNE ALBERTONI NO INVERNO EM CAMPOS DO JORDÃO FÁBIO ASSUNÇÃO

FALA SOBRE DROGAS: "CONHECI LIMITES QUE

EU DESCONHECIA"

BRUNA LOMBARDI E RICELLI

UMA ENTREVISTA REVELADORA

GISELE BÜNDCHEN E TOM BRADY

FATURAM JUNTOS US$ 76 MILHÕES

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29/AGO/2011ANO 12N° 624R$ 9,90

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