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PARECER ÚNICO DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL GCA/DIAP Nº 189/2013 1 DADOS DO EMPREENDIMENTO Empreendedor Companhia Nacional de Cimento - CNC CNPJ 07.957.149./0001-02 Endereço Rodovia BR-040, Km 474. Zona Rural Caixa Postal 332. Sete Lagoas/Minas Gerais - CEP 35.701-970 Tel: (31) 2107-0100 Empreendimento Companhia Nacional de Cimento _ Ampliação 1 da unidade fabril Localização Sete Lagoas/MG N o do Processo COPAM 08227/2006/003/2012 Atividades Objeto do Licenciamento Fabricação de cimentos Código DN 74/04 B-01-05-08 Classe 3 Fase de licenciamento da condicionante de compensação ambiental LP+LI Fase atual do licenciamento LP+LI Nº da Licença 189/2012 Validade da Licença 02 (dois) anos com vencimento em 27/08/2012 Estudo Ambiental EIA/RIMA E PCA Valor de Referência do Empreendimento - VR R$ 63.579.443,20 (Sessenta e três milhões, quinhentos e setenta e nove mil, quatrocentos e quarenta e três reais e vinte centavos) Grau de Impacto - GI apurado 0,33 % Valor da Compensação Ambiental 209.812,16 (Duzentos e nove mil e oitocentos e doze reais e dezesseis centavos) Coordenadas da área: Lat./Long. 19° 3100S / 44° 07’ 30” W - Datum SAD69 Empresas/Profissionais Responsáveis: EMPREENDIMENTO (Legal e Técnico) Responsável Legal: Murilo César Bento Laurindo Responsável Técnico: Ecolab Meio Ambiente Ltda Registro de classe: 23.036 ELABORAÇÃO DO EIA/RIMA e PCA RTs: Ildeu Laborne Alves de Sousa - Engenheiro Civil CREA 18.938/D - Coordenador e Responsável Técnico; André Cordeiro De Paoli Engenheiro Ambiental CREA nº 125.170/D - Caracterização do Empreendimento / Avaliação de Impactos Ambientais / Programas Ambientais e de Monitoramento; Glauber Marcos de Oliveira - Geógrafo CREA nº 145.625/D Geoprocessamento e Análise

Item 5 2 CNC Ampliação1

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Ampliação1

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  • PARECER NICO DE COMPENSAO AMBIENTAL GCA/DIAP N 189/2013

    1 DADOS DO EMPREENDIMENTO

    Empreendedor Companhia Nacional de Cimento - CNC

    CNPJ 07.957.149./0001-02

    Endereo Rodovia BR-040, Km 474. Zona Rural Caixa Postal 332. Sete Lagoas/Minas Gerais - CEP 35.701-970 Tel: (31) 2107-0100

    Empreendimento Companhia Nacional de Cimento _ Ampliao 1 da unidade fabril

    Localizao Sete Lagoas/MG

    No do Processo COPAM 08227/2006/003/2012

    Atividades Objeto do Licenciamento

    Fabricao de cimentos

    Cdigo DN 74/04 B-01-05-08

    Classe 3

    Fase de licenciamento da condicionante de compensao ambiental

    LP+LI

    Fase atual do licenciamento LP+LI

    N da Licena 189/2012

    Validade da Licena 02 (dois) anos com vencimento em 27/08/2012

    Estudo Ambiental EIA/RIMA E PCA

    Valor de Referncia do Empreendimento - VR

    R$ 63.579.443,20 (Sessenta e trs milhes, quinhentos e setenta e nove mil, quatrocentos e quarenta e trs reais e vinte centavos)

    Grau de Impacto - GI apurado 0,33 %

    Valor da Compensao Ambiental 209.812,16 (Duzentos e nove mil e oitocentos e doze reais e dezesseis centavos)

    Coordenadas da rea: Lat./Long. 19 31 00 S / 44 07 30 W - Datum SAD69

    Empresas/Profissionais Responsveis:

    EMPREENDIMENTO (Legal e Tcnico) Responsvel Legal: Murilo Csar Bento Laurindo Responsvel Tcnico: Ecolab Meio Ambiente Ltda Registro de classe: 23.036

    ELABORAO DO EIA/RIMA e PCA

    RTs: Ildeu Laborne Alves de Sousa - Engenheiro Civil CREA 18.938/D - Coordenador e Responsvel Tcnico; Andr Cordeiro De Paoli Engenheiro Ambiental CREA n 125.170/D - Caracterizao do

    Empreendimento / Avaliao de Impactos Ambientais / Programas Ambientais e de Monitoramento; Glauber Marcos de Oliveira - Gegrafo CREA n 145.625/D Geoprocessamento e Anlise

  • Ambiental; Leonardo Franklin de Carvalho Gegrafo CREA n 23.536/D - Geoprocessamento e Anlise Ambiental; Maria Guimares Vieira dos Santos - Biloga CRBio n 13.429/04-D - Coordenao do Meio Bitico; Rasa de Abreu Neves Novaes Biloga CRBio n 80.485/04-P - Reviso e Consolidao do Diagnstico de Meio Bitico / Formatao do Relatrio; Teresa Cristina Ibraim Ferreira - Engenheira Ambiental CREA n 141.745/P - Elaborao e Integrao do

    EIA/RIMA; Vivianne Alves da Costa - Engenheira Ambiental - CREA n 136.801/D - Elaborao do RIMA; Marcos Rezende Silva - Historiador - Coordenao

    Geral, aspectos sociais, rea de entorno e rea diretamente afetada do Diagnstico Socioeconmico e Cultural; Ricardo lvares da Silva Antroplogo - Aspectos Histricos, Aspectos Culturais, rea de Entorno e rea Diretamente Afetada do Diagnstico Socioeconmico e Cultural; Said Flix Costa Historiador - Aspectos Institucionais, Aspectos Culturais, rea de Entorno e rea Diretamente Afetada do Diagnstico Socioeconmico e Cultural; Daniel Martins Socilogo - Aspectos Sociais do Diagnstico Socioeconmico e Cultural; Tiago Cisalpino Economista - Aspectos Econmicos do Diagnstico Socioeconmico e Cultural; Srgio Melo da Silva Gelogo - CREA n 121501 - Diagnstico Meio Fsico; Estefnia Fernandes dos Santos Gegrafa CREA n 118696 - Diagnstico Meio Fsico; Thomaz da Silveira Chausson Bilogo - CRBio 044156/04-D - Diagnstico Meio Bitico Mastofauna; Eduardo Jose Gazzinelli - Bilogo - CRBio n 057922/04-D -

    Diagnstico Meio Bitico Avifauna; Eduardo Rios Gonalves Bilogo - CRBio n 049560/04-D -

    Diagnstico Meio Bitico Herpetofauna; Gustavo Mascarenhas Maciel Bilogo - CRBio n 037882/04-D - Diagnstico Meio Bitico Flora.

    2 ANLISE TCNICA

    2.1- Introduo O empreendimento em anlise, Ampliao da Planta Industrial de fabricao de cimentos da empresa COMPANHIA NACIONAL DE CIMENTOS CNC, localizado no municpio de Sete Lagoas,MG, conforme processo de licenciamento do COPAM n 08227/2006/003/2012, foi analisado pela SUPRAM-Central PU n 258/2012 e, em face do significativo impacto ambiental, o mesmo recebeu condicionante de Compensao Ambiental prevista pela Lei 9.985/00, na Licena LP+LI - n 189/2012, em Reunio da URC Rio da Velhas no dia 27/08/2012.

  • A licena em tela se refere ampliao do circuito de beneficiamento de cimento no contexto de Planta de Beneficiamento j implantada, sendo que o objeto deste Parecer se restringe essa atividade ora em licencianciamento. A presente Anlise Tcnica tem o objetivo de subsidiar a CPB-COPAM na fixao do valor da Compensao Ambiental e forma de aplicao do Recurso, nos termos da legislao vigente. Maiores especificaes acerca deste empreendimento esto descritas nos EIA/RIMA E PCA, Estudos Ambientais apresentados e analisados que se encontram em anexo, em forma digital , no presente Processo Administrativo. 2.1.1 - Caracterizao do Empreendimento O empreendimento da Companhia Nacional de Cimento, objeto do Licenciamento Ambiental em tela (Projeto de Ampliao Industrial), est situado dentro do limite poltico- administrativo do municpio de Sete Lagoas, em localizao a sudoeste da sede municipal, na margem esquerda da rodovia BR-040, Km 474, sentido Belo Horizonte - Sete Lagoas, MG e inserido na Bacia Hidrogrfica do Rio das Velhas, sub-bacia do Crrego da Mata Grande. O municpio de Sete Lagoas pertence Mesorregio Metropolitana de Belo Horizonte, que se destaca como centro poltico, financeiro, comercial, educacional e cultural do estado de Minas Gerais. Os demais municpios pertencentes a essa Mesorregio, limtrofes com Sete Lagoas, so: Capim Branco, Esmeraldas, Inhama e Prudente de Morais.

    Figura 01 - Vista area do emprendimento.

  • O empreendimento em tela tem por objetivo aumentar a produo de cimento para atender a expanso da construo civil em Minas Gerais em particular, e especialmente no Brasil. A opo por Sete Lagoas devida grande ocorrncia de calcrio na regio, uma das matrias primas necessrias para a produo do cimento e das conexes ferrovirias e rodovirias, que facilitam logstica de distribuio colocando o produto com rapidez e baixo custo em todo o pas. Atualmente a empresa tem capacidade para produzir 900.000 toneladas/ano de cimento, pretendendo chegar a 1,6 milhes de toneladas/ano com a ampliao dessa unidade industrial. Vale ressaltar que a lavra utilizada para o fornecimento da matria prima para a produo de cimentos da CNC atende a vida til do empreendimento estando estimada para vrias dcadas de operao e sendo suficiente para o abastecimento contnuo de calcrio neste horizonte de produo. A Unidade Industrial da Companhia Nacional Cimento - CNC est localizada na rea rural do municpio de Sete Lagoas/MG, nas proximidades da rodovia BR-040, e encontra-se em operao desde maro de 2011, conforme a Licena de Operao Provisria (Processo COPAM N 08227/2006/002/2011) emitida pela Superintendncia Regional de Regularizao Ambiental da Central Metropolitana SUPRAM-CM. Em agosto de 2011 foi emitida a Licena de Operao Ambiental definitiva (LO N 190/2011). O empreendimento da CNC um centro produtivo completo, envolvendo todas as etapas da fabricao de cimentos, incluindo: I. Britagem; II. Pr-Homogeneizao; III. Moagem de Cru e Homogeneizao da Farinha; IV. Clinquerizao; V. Moagem de Cimento; VI. Armazenamento, Ensacamento e Expedio. O arranjo geral da estrutura operacional da Unidade Industrial da Companhia Nacional de Cimento - CNC em Sete Lagoas contempla todas as unidades administrativas e de apoio operacional, incluindo as instalaes e setores de produo e auxiliares, bem como os locais destinados ao armazenamento de matrias primas, insumos e de produtos, os sistemas de controle ambiental e os pontos de captao de gua. A Figura 01, acima apresenta uma imagem area da fbrica de cimento, mostrando em perspectiva todos os detalhes dessa Unidade Industrial e o seu entorno. As reas do empreendimento abrangem as seguintes extenses: a) rea total do terreno: 111,48 ha; b) rea total da unidade industrial: 25.300 m; c) rea total construda da unidade industrial: 45.000 m. O processo de fabricao do cimento constitudo por diversas etapas, que envolvem a britagem, preparao das matrias-primas, moagem de cru, estocagem e homogeneizao de farinha, clinquerizao, estocagem de clinquer, moagem de carvo, moagem de cimento, armazenamento de cimento, ensacamento, paletizao e expedio do cimento. Em seguida apresenta-se um breve descritivo das etapas que fazem parte desse processo industrial:

  • Extrao de Matria Prima o primeiro passo na produo de cimento extrair as matrias-primas, calcrio e argila, das pedreiras. A explorao de pedreiras feita normalmente a cu aberto e a explotao do minrio pode ser mecnico ou com explosivos;

    Britagem o material, aps a lavra, apresenta-se em blocos, sendo necessrio reduzir o seu tamanho a uma granulometria adequada;

    Pr-homogeneizao e Dosagem o material britado armazenado em silos verticais ou armazns horizontais. Essa armazenagem pode ser combinada com uma funo de pr-homogeneizao que consiste em colocar por camadas o calcrio e a argila. As matrias-primas selecionadas so depois dosificadas, levando em considerao a qualidade do produto a se obter (clnquer);

    Moagem do Cr definida a proporo das matrias-primas, elas so retomadas dos locais de armazenagem e transportadas para os moinhos onde se produz o chamado "cru (mistura finamente moda). Simultaneamente moagem pode ocorrer um processo de adio de outros materiais: areia, cinzas de pirite e bauxita de forma a obter as quantidades pretendidas dos compostos que constituem o "cru", a saber: clcio, slica, alumnio e ferro, essenciais no processo de fabricao do cimento;

    Homogeneizao - a mistura do cru, devidamente dosada e com a finura adequada, deve ter a sua homogeneizao assegurada para permitir uma perfeita combinao dos elementos formadores do Clnquer. A homogeneizao executada em silos verticais de grande porte, atravs de processos pneumticos e por gravidade;

    Pr-aquecimento antes do cru, tambm conhecido como farinha, entrar no forno ele ser aquecido passando pela torre de ciclones, onde ento iniciada a fase de pr-aquecimento. Na torre d-se a descarbonatao e inicia-se a pr-calcinao do material;

    Clinquerizao ao entrar no forno, a farinha desloca-se lentamente at ao fim deste, passando por um processo de clinquerizao (1300~1500C) e resultando no clinquer;

    Resfriamento uma vez clinquerizado, o clnquer sai do forno e segue para o arrefecedor onde sofre uma diminuio brusca de temperatura que lhe confere caractersticas importantes do cimento. O calor transportado pelo clnquer transferido para o ar que recuperado, melhorando assim o rendimento trmico do processo. O clinquer armazenado em galpes e/ou silos, de forma a evitar o contato direto com gua, antes de ser levado ao sistema de moagem de cimento.

    Moagem e Adies o cimento resulta da moagem do Clnquer, Gesso e Aditivos (cinzas volantes, escrias de alto forno, filler/calcrio) que iro dar as caractersticas ao cimento. Aps a moagem, o cimento produzido normalmente transportado por via pneumtica ou mecnica e finalmente armazenado em silos;

    Embalagem e Expedio a remessa do cimento ao mercado pode ser feita de duas maneiras: a granel ou em sacos. Na forma de granel transferido diretamente do silo de armazenagem para caminhes ou cisterna, cisternas para transporte ferrovirio ou para navios de transporte de cimento. Na forma de saco, o cimento embalado atravs de mquinas denominadas de ensacadeiras e depositados em paletes atravs de mquinas denominadas paletizadoras.

    Como aqui se trata uma ampliao, no haver movimentao de terras significativas e nem supresso de vegetao no local a ser licenciado e nem to pouco outorga de novas captaes de gua subterrnea j que, as existentes e em operao, cumprem a demanda estimada para o empreendimento em tela. 2.1.2 - Caracterizao meio fsico:

    Hidrografia

  • A rea industrial da Companhia Nacional de Cimento encontra-se localizada no interflvio de duas bacias hidrogrficas importantes no estado de Minas Gerais: a do Rio das Velhas, a leste, e a do Rio Paraopeba, a oeste. A rea do empreendimento encontra-se localizada na sub-bacia do Crrego da Mata Grande, afluente do rio So Joo, que o principal curso dgua da regio, sendo tributrio do rio Paraopeba, pela margem direita.

    Geologia/ Geomorfologia/ Clima

    A regio do empreendimento em tela est localizada na poro central do Estado de Minas Gerais, no domnio do compartimento geomorfolgico da Depresso Sanfranciscana, conforme indicado no Diagnstico Ambiental do Estado de Minas Gerais elaborado pela Fundao Centro Tecnolgico de Minas Gerais (CETEC, 1983).

    No municpio de Sete Lagoas, a Depresso Sanfranciscana caracteriza-se por superfcies aplainadas, superfcies onduladas e pedimentos ravinados. A Depresso Sanfranciscana teve incio a partir do entalhamento de formaes cretceas at atingirem o substrato das rochas do Grupo Bambu (regio centro-norte do Estado) ou rochas granito-gnssicas do Embasamento ou ainda por rochas xistosas e filticas do Supergrupo Rio das Velhas (estas duas ltimas unidades geolgicas ocorrem na rea em estudo). Esta regio tambm se caracteriza por apresentar formaes carsticas (substrato tpico de estruturas espeolgicas (grutas e cavernas) e a rea em tela encontra-se includa neste panorama, prxima a algumas ocorrncias notveis dessas estruturas crsticas, como ilustrado na Figura 04 apresentada no anexo 04. A classificao do clima de Sete Lagoas, seguindo a classificao climtica de Keppen tropical de altitude com inverno seco e vero quente. A temperatura mdia anual de 22,1C e a amplitude trmica est em torno de 5C (ALBUQUERQUE et al., 2005; IBGE, 2006). A precipitao pluvial mdia anual est por volta de 1.300 mm e a estao chuvosa se apresenta num perodo bem definido, ocorrendo a precipitao mxima em dezembro (mdia de 290 mm) e a mnima em agosto (menos de 8 mm) (ALBUQUERQUE et al., 2005). Segundo NIMER (1979), o municpio de Sete Lagoas apresenta grande diversificao climtica com transio entre os climas quentes das latitudes baixas e os mesotrmicos das latitudes mdias. Para o mesmo autor a caracterstica mais importante do carter transitrio do clima da Regio Sudeste a sua marcha estacional que determina uma estao chuvosa e outra seca. Essa classificao indica que na regio h duas estaes no que tange a pluviosidade, sendo uma seca e outra chuvosa. Isso ocorre principalmente pela influncia da circulao atmosfrica, prpria das reas que possuem altos ndices de insolao durante a maior parte do ano. O regime de seca ocorre durante o inverno e a concentrao pluviomtrica ocorre no vero. 2.2 - Caracterizao da rea de Influncia 2.2.1 - Abrangncia Os estudos ambientais descrevem a abrangncia do empreendimento por meio de categorias, cuja apresentao resuminda apresentada a seguir:

    rea Diretamente Afetada ADA: Para efeito da apurao do Grau de Impacto - GI, o espao territorial ocupado pela ADA comum aos meios fsico, bitico e antrpico. Determinante na efetividade e na mensurao dos efeitos do empreendimento, a

  • ADA evidencia impactos potenciais que podero ser evitados, auxiliando na definio de melhores alternativas de arranjos espaciais das estruturas industriais e de controle ambiental e, assim, minimizando os impactos ambientais negativos.

    Neste contexto, considera-se que a ADA do Projeto de Ampliao em tela est absolutamente restrita ao espao destinado planta industrial, hoje em operao, no havendo qualquer interferncia com propriedades de terceiros, mesmo que limtrofes ao empreendimento. Deve-se ressaltar que a rea ocupada pelo empreendimento est inserida na Zona Industrial (ZI) do macrozoneamento do Plano Diretor de Sete Lagoas, delimitada ao longo do eixo da rodovia BR-040;

    rea de Influncia Direta AID: Nesta rea, a abrangncia dos impactos incide diretamente, seja como impacto de primeira ordem ou de segunda ordem, sobre os recursos ambientais e antrpicos.

    Com relao ao meio fsico, a Fbrica de Cimento est localizada na sub-bacia hidrogrfica do Crrego Mata Grande, corpo receptor das drenagens naturais sob influncia direta da planta industrial. A definio da rea de Influncia Direta (AID) do empreendimento foi configurada a partir da delimitao desta sub-bacia hidrogrfica, em funo da influncia direta da implantao e operao do empreendimento, apresentando vulnerabilidade ambiental, principalmente quanto diminuio de rea de recarga de aqufero, devido construo do plat industrial, bem como ao potencial de assoreamento e degradao da qualidade das guas, devido formao de processos erosivos, descarte de efluentes lquidos e disposio de resduos slidos. Considerou-se um raio de influncia de 10 Km a partir dos centros geomtricos dos polgonos que delimitam o empreendimento (neste caso coincidente com a ADA, discutida no subitem anterior), como mostrado nas Figuras 02 e 04 apresentadas nos anexos 02 e 04, respectivamente. Desta forma, em funo do espao territorial que compe a ADA, considera-se que a abrangncia dos impactos ambientais incidir diretamente na sub-bacia hidrogrfica do crrego Mata Grande. importante destacar que o Projeto de Ampliao Industrial no aumenta as intervenes atuais decorrentes da implantao e operao da Fbrica de Cimento. Ressalta-se tambm que a sub-bacia hidrogrfica do Crrego Mata Grande apresenta um relevo carstco, com o curso dgua submergido e emergindo na drenagem natural at a confluncia com o ribeiro So Joo.

    rea de Influncia Indireta- AII: Do ponto de vista scio-econmico, a rea de Influncia Indireta da rea industrial da Companhia Nacional de Cimento CNC abrange o municpio de Sete Lagoas que recebe em seu territrio administrativo as

    intervenes diretamente associadas ao empreendimento, objeto do respectivo

    Licenciamento Ambiental. A AID compreende notadamente a rea urbana e justificada

    porque o empreendimento tem potencial para gerar impactos scio-econmicos diretos,

    no obstante, de baixa relevncia.

    Ressalta-se que a interveno do Projeto de Ampliao em estudo est

    restrita rea de operao da planta industrial e ter reduzidas magnitude e importncia

    sobre o meio socioeconmico da AII. Os novos equipamentos operacionais sero

    instalados em curto prazo e envolver reduzido contingente de pessoal de mo de obra.

    O empreendimento ter impactos scio-econmicos de baixa intensidade e de

    absoro natural pela estrutura urbana de Sete Lagoas, cidade de maior porte e plo

  • micro-regional na medida em que no se constitui em um fator gerador de emprego e

    renda de intensidade e nem de atrao populacional. Desta forma concu-se que o emprrendimento interere ambientalmente no mbito regional possuindo, portanto, Abrangncia Regional. 2.2.2 - Caracterizao Bitica O empreendimento se insere em rea do Bioma Mata Atlntica e do Cerrado (IBGE, 1995) e apresenta ainda algumas peculiaridades relacionadas presena de vegetao semelhante Caatinga nas reas de afloramentos calcrios.

    Com Relao Fauna e Flora nativas na rea de influncia do empreendimento como se trata de rea completamente antropizada, no cabe aqui caracterizar a fauna local, j que o empreendimento em tela no interferir com a mesma e, posto que no h espcies nativas na rea, nem em seu entorno adjacente, e, como se trata aqui de uma ampliao, os impactos que por ventura tenham ocorrido na fase de implantao do empreendimento me j foram devida e anteriormente licenciados. Alm disso, foi declarado nos estudos ambientais apresentados e analisados pela SUPRAM-CM que no houve e nem est prevista quaisquer supresso de vegetao nativa nesta fase de ampliao do empreendimento, informao inclusive constante no tem 2.3.5, abaixo, quando da avaliao dos impactos ambientais para aquele quesito em anlise neste Parecer.

    2.3 - Impactos ambientais

    Tendo em vista que o objetivo especfico deste Parecer aferir o Grau de Impacto

    do empreendimento com base na tabela de GI, oficializada pelo Decreto 45.175/2009, sero

    usados como linhas orientadoras da identificao dos impactos os ndices de relevncia da

    referida tabela (subitens abaixo apresentados).

    Esclarece-se que, para os fins de aferio do GI apenas sero considerados os

    impactos gerados, ou que persistirem, em perodo posterior a 19/07/2000, quando foi criado

    o instrumento da compensao ambiental.

    2.3.1 - Ocorrncia de espcies ameaadas de extino, raras, endmicas, novas e vulnerveis e/ou interferncia em reas de reproduo, de pousio ou distrbios de rotas migratrias. De acordo com os argumentos justificados no tem 2.2.2, acima, no ocorrem na rea do empreendimento em tela nenhuma espcie ameaada de extino e/ou interferncia em reas de reproduo, de pousio ou distrbios de rotas migratrias sendo, portanto para este quesito, o impacto ambiental decorrente da atividade em anlise classificado como nulo. 2.3.2 - Introduo ou facilitao de espcies alctones (invasoras) Considerando a natureza do empreendimento, ampliao do Planta de Beneficamento de cimento, e o fato que esta ampliao ocorrer em rea j em operao, sendo a mesma apenas de carter complentar e instalada no mesmo espao fsico, no

  • haver introduo ou facilitao de espcies alctones (invasoras) sendo para este quesito o impacto imbiental decorrente da atividade em estudo considerado nulo. 2.3.3 - Interferncia em cavernas, abrigos ou fenmenos crsticos e stios paleontolgicos Na regio leste e nordeste da rea em questo predominam formas planas tpicas de aplainamento fluvial, provocados pela eroso das rochas do Grupo Bambu. Nessa regio, tambm se desenvolvem importantes feies crsticas, principalmente dolinas. Ao norte da rea de estudo, ocorre relevo residual, desenvolvido sob os macios calcrios da Formao Sete Lagoas do Grupo Bambu. Nessa regio, alm da topografia ngreme, ganha-se destaque o grande desenvolvimento de feies crsticas. Alm de formas exocrsticas, como torres e lapis, nessa rea bastante notrio o desenvolvimento de feies endocrticas, especialmente cavernas. Destaca-se a existncia de grande quantidade de cavidades e so caracterizadas como grutas de tamanhos diversos e que se encontram protegidas, j que esto dentro da rea de Proteo Especial Estadual Gruta Rei do Mato APEEGRM, sendo a Gruta Rei do Mato a mais conhecida das cavidades da regio. Outras cavidades ocorrem fora da rea de proteo da referida MONA (Rei do Mato), todavia, no se registra nenhuma dentro da ADA da Companhia Nacional de Cimento CNC mas sim 13 (treze) ocorrncias em sua AID num raio de 10 Km, vide (Figura 04 no anexo 04). Por esta razo, tendo em vista que a rea do empreendiemento em tela se encontra dentro do permetro crstico (AID) e que, em funo do que determina o POA/2012, fundamento tcnico da anlise tcnica deste Parecer, o impacto ambiental para este quesito considerado negativo. Para uma viso geral desta situao a localizao do empreendimento em tela com relao a pontos notveis e cadastrados de ocorrncia de grutas e/ou cavernas est apresentada na Figura 04 apresentada no anexo 04, como aludido anteriormente. 2.3.4 - Interferncia em unidades de conservao de proteo integral, sua zona de amortecimento, observada a legislao aplicvel. Existem 02 (duas) Unidades de Conservao na proximidade do empreendimento industrial da Companhia Nacional de Cimento CNC, mapa no anexo 02:

    rea de Proteo Ambiental (APA) Serra de Santa Helena e o Monumento Natural (MN) Estadual Gruta Rei do Mato, a primeira de gesto municipal e a segunda de gesto estadual e

    A APA Serra de Santa Helena, declarada pela Lei Municipal n 5.243, de 07 de janeiro de 1997, possui 4.928 ha e est a aproximadamente 3.000 metros do empreendimento industrial da CNC. uma Unidade de Conservao de uso sustentvel, tendo como rgo gestor a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Sete Lagoas.

    Diante do exposto acima, para este quesito, o impacto ambiental considerado como negativo.

  • 2.3.5 - Interferncia /supresso de vegetao, acarretando fragmentao Em relao aos ecossistemas terrestres, os efeitos ambientais mais efetivos so decorrentes da supresso da cobertura vegetal, que alm de incidirem sobre a prpria flora, diretamente, afetam de forma indireta, a fauna. So comprometidos os recursos, que embora renovveis, podem implicar em perdas de diversidade e riqueza, alm de danos ecolgicos relativos funcionalidade e importncia das formaes vegetais para a dinmica dos ecossistemas. A composio florstica, a fitofisionomia e a conformao da paisagem, o potencial de uso, a capacidade de suporte faunstico, a utilizao das matas para o lazer e conservao, dentre outras, apresentam um valor a ser observado sob a perspectiva ecolgica e scio-econmica, quando da avaliao dos impactos ambientais de qualquer empreendimento. No contexto do Projeto de Ampliao Industrial da Companhia Nacional de Cimento CNC, em decorrncia de no haver qualquer nova supresso da cobertura vegetal e de fragmentao de ambientes naturais, a delimitao da rea de Influncia Direta (AID) sobre o meio bitico considera essencialmente um efeito de borda da rea Diretamente Afetada (ADA); ou seja, as alteraes ambientais estaro preponderantemente restritas ao entorno mais imediato do plat industrial, onde sero instaladas as novas estruturas operacionais, que por sua vez contrubuira negativamente do ponto de vista da fragmentao ambiental, j ocasionada anteriormente quando da implantao do empreendimento inicial. Sob esta tica consideramos para este quesito o impacto ambiental decorrente como negativo. 2.3.6 - Interferncia em reas prioritrias para a conservao, conforme Biodiversidade em Minas Gerais Um Atlas para sua Conservao De acordo com o mapa da Localizao do Empreendimento em relao s reas Prioritrias para Conservao em MG (Fundao Biodiversitas), conclu-se que houve a referiada Interferncia sendo, portanto, o impacto ambiental para este quesito considerado negativo. Vide o Mapa (Figura 03) no anexo 03. 2.3.7 - Alterao da qualidade fsico-qumica da gua, do solo ou do ar Com relao qualidade fsico-qumica:

    Da gua:

    Sero gerados efluentes lquidos sanitrios provenientes das equipes lotadas em funo das atividades eletro-mecnicas, obras civis e de administrao, durante a implantao do empreendimento. Tais efluentes, decorrentes das atividades higinicas dos funcionrios e de limpeza das instalaes sanitrias, sero direcionados para os sistemas j implantados, compostos de tanque sptico seguido de filtros anaerbios e sumidouro que, juntos, possuem capacidade suficiente para atender e tratar uma demanda equivalente a 1.060 usurios;

    As guas pluviais tero potencial poluidor representativo, principalmente por material particulado carreado dos locais onde estaro sendo realizadas as intervenes e obras civis e,

    A manuteno de mquinas, veculos e equipamentos necessrios implantao da infraestrutura so fontes geradoras de efluentes em funo dos reparos e da lavagem dos mesmos, contendo resduos slidos e resduos de leos e graxas.

  • Do solo: De acordo com o que foi exposto no tem 2.4.12 considera-se que no haver alterao da qualidade fsico-qumica no solo ocasionada pela atividade exercida pelo empreendimento em tela mas, durante a fase de implantao da ampliao em estudo, prevista a gerao de resduos, principalmente orindos da construo civil, em especial entulhos de cimento e concreto, madeiras e sucatas metlicas. A empresa comprometeu-se (condicionante n 2 da LP+LI em tela, s Fls. 22) a adotar, desde a fase de implantao, procedimentos de gesto baseados na segregao conforme a classificao de cada resduo, manuseio, armazenamento temporrio, transporte e destinao final em rea especificamente reservada para este fim.

    Do ar:

    Sero geradas emisses atmosfricas, na forma de poeira fugitiva, oriundas do processo de escavao das bases e fundaes dos galpes e equipamentos, alm da movimentao de veculos, mquinas e materiais em vias de acesso no pavimentado;

    Durante a fase de operao do empreendimento sero geradas emisses atmosfricas provenientes das seguintes fontes fixas:

    1. Alimentao da Moagem de Cimento II; 2. Moagem de Cimento II e 3. Ensacadeira.

    Alm dos pontos de descarga e transferncia de matrias primas, aditivos, utilidades, combustveis, produtos intermedirios (farinha, clinquer) e finais (cimento).

    Em face do exposto acima conclui-se para este queisito um impacto ambiental negativo para a atividade em tela. 2.3.8 - Rebaixamento ou soerguimento de aquferos ou guas superficiais A demanda atual de gua para a operao da Unidade Industrial da CNC Companhia Nacional de Cimento corresponde a uma vazo equivalente de 660m/dia. Com a expanso a demanda se dar em funo apenas para a nova etapa da moagem do cimento, denominada de Moagem de Cimento II e esta demanda immplicar em um consumo equivalente de gua da ordem de 210 m/dia. A captao realizada atravs de 02 Poos Tubulares Profundos (PTP), sendo que o PTP-01 perfaz uma vazo de 513 m/dia e o PTP-02 = 514,16 m/dia, ambos devidamente outorgados pelo IGAM, e que, somadas, a CNC pode captar um total de at 1027 m/dia. No caso deste emprendimento no haver a necessidade de outorga de novas captaes de gua subterrnea j que as existentes e em operao cumprem a demanda estimada para o mesmo (870 m/dia). Diante disso, no haver rebaixamento ou soerguimento de aquferos ou guas superficiais, objeto deste quesito, considerado como impacto ambiental nulo. 2.3.9 - Transformao de ambiente ltico em lntico Em face da natureza do empreendimento em anlise o mesmo no ir afetar o ambiente do ponto de vista deste quesito sendo, portanto, o mesmo considerado como de impacto ambiental nulo.

  • 2.3.10 - Emisso de gases que contribuem efeito estufa Durante a fase de instalao do Projeto de Ampliao Industrial haver um aumento no nmero de veculos circulando nas proximidades do empreendimento para transportar materiais de construo civil, equipamentos e mquinas, e, sobretudo de trabalhadores. Est previsto um pico de 365 funcionrios e 12 meses de durao dos servios. O incremento no trfego de veculos e pessoas nas rodovias prximas ao empreendimento no ser muito superior ao nvel de movimentao atual, portanto, a magnitude desse impacto de natureza negativa considerada baixa e de carter reversvel e temporrio por ocorrer apenas durante a fase de instalao do empreendimento em tela (ampliao). Haver tambm a emisso de gases de combusto decorrentes do funcionamento de motores de veculos e equipamentos como, por exemplo, retro-escavadeiras, tratores, motoniveladora e coaminhes em geral. Desta maneira o impacto ambiental para este quesito no que tange o preenchimento da tabela do GI, objeto deste Parecer, foi considerado como negativo. 2.3.11 - Interferncia em paisagens notveis Entende-se por paisagem notvel regio, rea ou poro NATURAL da superfcie terrestre provida de limite, cujo conjunto forma um ambiente de elevada beleza cnica, de valor cientfico, histrico, cultural e de turismo e lazer. Aqui deve-se considerar todo e qualquer comprometimento que interfere na beleza cnica, potencial cientfico, histrico, cultural turstico e de lazer daquele ambiente. Destaca-se que paisagem notvel uma paisagem de exceo, ou seja, que por suas caractersticas intrnsecas se destacam das demais paisagens. Como nossso parecer se concentra nos aspectos biticos e fsicos, desejvel que tal paisagem seja notvel em funo de seus atributos fsicos ou biticos o que no o caso para o empreendimento em tela sendo, portanto considerado para o presente quesito, o impacto ambiental como nulo. 2.3.12 - Aumento da erodibilidade do solo A erodibilidade do solo o resultado do conjunto de caractersticas fsicas e qumicas que tornam o solo mais ou menos vulnervel eroso. Assim o aumento da erodibilidade a alterao de alguma caracterstica do mesmo que o torne mais vulnervel eroso. No presente caso, onde tratamos de uma ampliao do projeto inicial, a erodibilidade alterada ser sobre o solo artificialmente depositado no local do empreendimento (vide figura 01, onde mostrada a vista rea do aterro que sustenta o empreendimento) e portanto aqui, no cabe caracteriz-la como tal, sendo o que este aumento de erodibilidade dever necessariamente ser considerado no momento da anlise do Licenciamento Ambiental para o empreendimento como um todo, quando da renovao da sua respectiva Licena de Operao. Portanto, para este quesito, considerando o acima exposto, consideramos este impacto ambiental (neste momento referente ampliao do projeto inicial) como nulo.

  • 2.3.13 - Emisso de sons e rudos residuais

    Durante a fase de implantao das estruturas e das obras as principais fontes

    geradoras de rudos sero os equipamentos e veculos utilizados nas obras civis ede

    montagem eletromecnica.

    Desta maneira, ser exigido das empreiteiras responsveis pela obra o fornecimento

    e a fiscalizao quanto ao correto funcionamento dos equipamentos, mantendo-os dentro do

    que especificado pelos fabricantes.

    O uso de Equipamentos de Proteo Individual EPIs por parte dos funcionrios

    ser exigido para aqueles que estiverem expostos nveis significativos de rudos e de

    acordo com o que for previsto nas normas reguladoras de Segurana Ocupacional e

    Legislao Trabbalhista.

    Diante do exposto acima pra este quesito o impacto ambiental decorrente da

    atividade em tela considerado negativo.

    2.5 Indicadores Ambientais 2.5.1 - ndice de Temporalidade

    A temporalidade de um empreendimento para fins de Grau de impacto, definida

    pelo Decreto 45.175/2009, como o tempo de persistncia dos impactos gerados pelo mesmo

    empreendimento no meio ambiente.

    Assim, considerando os impactos ambientais acima analisados, este Parecer

    considera que o ndice de Temporalidade do empreendimento baixo e de durao

    imediata (tempo 05 anos).

    2.5.2 - ndice de Abrangncia

    De acordo com o que foi exposto no tem 2.2.1 o ndice de Abrangncia para o

    empreendimento em tela e com a finalidade de lanamento na Tabela do GI em estudo o

    mesmo foi fixado como Regional.

    3 - APLICAO DO RECURSO __________________________________________________________________________

    3.1 - Valor da Compensao ambiental O valor da compensao ambiental foi apurado considerando o Valor de Referncia do empreendimento informado pelo empreendedor e o Grau de Impacto GI (tabela em anexo), nos termos do Decreto 45.175/09 alterado pelo Decreto 45.629/11:

    Valor de referncia do empreendimento: R$ 63.579.443,20 (Sessenta e trs milhes, quinhentos e setenta e nove mil, quatrocentos e quarenta e trs reais e vinte centavos)

    Valor do GI apurado: 0,33%

  • Valor da Compensao Ambiental (GI x VR): 209.812,16 (Duzentos e nove mil e oitocentos e doze reais e dezesseis centavos)

    3.2 - Unidades de Conservao Afetadas Uma vez que a unidade Monumento Natural Gruta Rei do Mato foi considerada

    afetada, de acordo com os critrios tcnicos e critrios do POA/2012, a mesma foi

    submetida metodologia prevista no mesmo instrumento para clculo do ndice de

    distribuio, que estipula a percentagem de recusos previstos para a unidade de acordo

    com os critrios sintetizados a seguir:

    Unidade Diretamente Afetada Monumento Natural Gruta Rei do Mato

    rea Prioritria Extrema

    Espcies Ameaadas No ameaadas

    ndice Biolgico 3 (elevado)

    rea da Unidade 14,37 h

    ndice Biofsico 2 (baixo)

    Categoria de Uso Unidade de Conservao Estadual e de Proteo Integral (1)

    ndice de Distribuio 3 (41,17%)

    Assim, tendo em vista o ndice de distribuio obtido 41,17%, se recomenda destinar

    R$ 25.913,90 para o Monumento Natural Gruta Rei do Mato, sendo o remanescente dos

    30% previstos no POA/2012, ou seja, R$ 37.029,75 destinados quela Unidade de

    Conservaoseja revertido para a Regularizao Fundiria.

    3.3 Recomendao de Aplicao do Recurso

    Desse modo, obedecendo a metodologia prevista, bem como as demais diretrizes do

    POA/2012, este parecer faz a seguinte recomendao para a destinao dos recursos:

    Valores e distribuio do recurso

    Monumento Natural Gruta Rei do Mato R$ 25.913,90

    50% dos recursos + remanescente da UC afetada para regularizao fundiria. R$ 141.935,82

    10% dos recursos para elaborao de Plano de manejo e aquisio de bens e servios para as UCs de proteo integral do Estado de MG. R$ 20.981,22

    5% dos recursos para Bens e servios destinados a implementao de aes de preveno e combate a incndios florestais das UCs de proteo Integral do Estado. R$ 10.490,61

    5% dos recursos para estudos para criao de UCs de proteo integral. R$ 10.490,61

    Valor total da compensao: R$ 209.812,16

    Os recursos devero ser repassados ao IEF em at 04 parcelas, o que deve constar

    do Termo de Compromisso a ser assinado entre o empreendedor e o rgo.

  • 4 CONTROLE PROCESSUAL

    Trata-se o expediente de processo visando o cumprimento da condicionante de compensao ambiental n 1, requerida pela empresa Companhia Nacional de Cimento - CNC, fixada na fase de LP + LI, certificado n 189/2012, para a atividade de Fabricao de cimentos, visando, assim, compensar ambientalmente os impactos causados pelo empreendimento/atividade em questo. O processo encontra-se formalizado e instrudo com a documentao exigida pela Portaria IEF 55/2012. O valor de referncia do empreendimento foi apresentado sob a forma de planilha, vez que o empreendimento foi implantado aps 19/07/2000 e est devidamente assinada por profissional legalmente habilitado, competente, acompanhada da certido de regularidade de seus elaboradores, em conformidade com o Art. 11, 1 do Decreto Estadual 45.175/2009 alterado pelo Decreto 45.629/2011:

    1 O valor de Referncia do empreendimento dever ser informado por profissional legalmente habilitado e estar sujeito a reviso, por parte do rgo competente, impondo-se ao profissional responsvel e ao empreendedor as sanes administrativas, civis e penais, nos termos da Lei, pela falsidade da informao.

    Assim, por ser o valor de referncia um ato declaratrio, a responsabilidade pela veracidade do valor informado do empreendedor, sob pena de, em caso de falsidade, submeter-se s sanes civis, penais e administrativas, no apenas pela prtica do crime de falsidade ideolgica, como tambm, pelo descumprimento da condicionante de natureza ambiental, submetendo-se s sanes da Lei 9.605/98, Lei dos Crimes Ambientais. Mister frisar que o empreendedor foi questionado pelo tcnico quanto aos valores apresentados, conforme documentos de fls. 55, sendo oportunizado ao mesmo a possibilidade de ratificao ou retificao da planilha ou VCL. No processo, o empreendedor sugeriu que os recursos advindos da compensao ambiental fossem aplicados nas UCs Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato. Entretanto, afirmamos que a sugesto de aplicao dos recursos financeiros a serem pagos pelo empreendedor a ttulo de compensao ambiental neste Parecer esto em conformidade com a legislao vigente, bem com, com as diretrizes estabelecidas pelo Plano Operativo Anual POA/2013. Dessa forma, de acordo com as anlises tcnicas empreendidas e, conforme metodologia constante no POA/2013, a unidade de conservao sugerida pela empresa para receber recursos da compensao ambiental encontra-se apta para receber os recursos, pois cumpre os requisitos POA/2013 e da Resoluo CONAMA 371/2006, art. 11, 1:

    Art. 11 A entidade ou rgo gestor das unidades de conservao selecionadas dever apresentar plano de trabalho da aplicao dos recursos para anlise da cmara de compensao ambiental, visando a sua implantao, atendida a ordem de prioridades estabelecidas no art. 33 do Decreto n 4.340, de 2002. 1 Somente recebero recursos da compensao ambiental as unidades de conservao inscritas no Cadastro Nacional de

  • Unidades de Conservao, ressalvada a destinao de recursos para criao de novas unidades de conservao.

    Isto posto, a destinao dos recursos sugerida pelos tcnicos neste Parecer atende as normas legais vigentes e as diretrizes do POA/2013, no restando bices legais para que o mesmo seja aprovado. 5 - CONCLUSO

    Considerando a anlise e descrio tcnicas empreendidas, Considerando a inexistncia de bices jurdicos para a aplicao dos recursos provenientes da compensao ambiental a ser paga pelo empreendedor, nos moldes detalhados neste Parecer, Infere-se que o presente processo encontra-se apto anlise e deliberao da Cmara de Proteo Biodiversidade e reas protegidas do COPAM, nos termos do Art. 18, inc. IX do Decreto Estadual 44.667/2007. Ressalta-se, finalmente, que o cumprimento da compensao ambiental no exclui a obrigao do empreendedor de atender s demais condicionantes definidas no mbito do processo de licenciamento ambiental. Este o parecer. Smj.

    Belo Horizonte, 09 de Agosto de 2013.

    Guilherme Ferreira Maia CREAMG 50.160/D

    Carla Adriana Amado da Silva Antnio Leonardo da Silva

    OAB-MG 122.660 Assistente Ambiental

    CRC/MG 093710/0-2

    De acordo:

    Samuel Andrade Neves Costa Gerente da Compensao Ambiental

    OAB/MG 117.572 MASP: 1.267.444-6

    Patrick de Carvalho Timochenco Coordenador da Gerncia de Compensao Ambiental

    MASP 1147866-6

  • Anexo 01 - Tabela de Grau de Impacto - GI

    Tabela de Grau de Impacto - GI

    ndices de Relevncia Valorao Valorao Valorao

    Ocorrncia de espcies ameaadas de extino, raras, endmicas, novas e vulnerveis e/ou interferncia em reas de reproduo, de pousio ou distrbios de rotas migratrias 0,0750

    Introduo ou facilitao de espcies alctones (invasoras) 0,0100

    Interferncia /supresso de vegetao, acarretando

    fragmentao

    ecossistemas especialmente protegidos (Lei 14.309) 0,0500 0,0500 x

    outros biomas 0,0450

    Interferncia em cavernas, abrigos ou fenmenos crsticos e stios paleontolgicos 0,0250 0,0250 x

    Interferncia em unidades de conservao de proteo integral, sua zona de amortecimento, observada a legislao aplicvel. 0,1000 0,1000 x

    Interferncia em reas prioritrias para a conservao, conforme Biodiversidade em Minas Gerais Um Atlas para sua Conservao

    Importncia Biolgica Especial 0,0500

    Importncia Biolgica Extrema 0,0450 0,0450 x

    Importncia Biolgica Muito Alta 0,0400

    Importncia Biolgica Alta 0,0350

    Alterao da qualidade fsico-qumica da gua, do solo ou do ar 0,0250 0,0250 x

    Rebaixamento ou soerguimento de aquferos ou guas superficiais 0,0250

    Transformao ambiente ltico em lntico 0,0450

    Interferncia em paisagens notveis 0,0300

    Emisso de gases que contribuem efeito estufa 0,0250 0,0250 x

    Aumento da erodibilidade do solo 0,0300

    Emisso de sons e rudos residuais 0,0100 0,0100 x

    Somatrio Relevncia 0,6650 0,2800

    Indicadores Ambientais

    ndice de temporalidade (vida til do empreendimento)

    Durao Imediata 0 a 5 anos 0,0500 0,0500 x Durao Curta - > 5 a 10 anos 0,0650

    Durao Mdia - >10 a 20 anos 0,0850

    Durao Longa - >20 anos 0,1000

    Total ndice de Temporalidade 0,3000 0,0500

    ndice de abrangncia

    rea de Interferncia Direta do empreendimento 0,0300

    rea de Interferncia Indireta do empreendimento 0,0500

    Total ndice de Abrangncia 0,0800 -

    Somatrio FR+(FT+FA) 0,3300

    Valor do grau do impacto a ser utilizado no clculo da compensao 0,3300%

    Valor de referencia do empreendimento R$ 63.579.443,20

    Valor da compensao ambiental R$ 209.812,16

  • Anexo 02

    Figura 02 Localizao do Empreendimento (seta preta) em relao s Unidades de Conservao

    presente na rea de Influncia Indireta-AII (raio de 10 KM).

  • Anexo 03

    Figura 03 Localizao do Empreendimento (seta preta) em relao s s regies geogrficas que tipificam as Prioridades para Conservao Ambiental no Estado de Minas Gerais de acordo com a

    Fundao Biodiversitas.

  • Anexo 04

    Figura 04 Localizao do Empreendimento (seta preta) e sua respectiva rea de Influncia (raio de 10

    km) em relao Regio Carstica (sob a tica da ocorrncia e probabilidade alta de ocorrncia de grutas e cavernas nesta regio, em particular).