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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável SUPRAM – TM e AP Av. Nicomedes Alves dos Santos, 136– Uberlândia – MG CEP 38400-170 – Tel: (34) 3237-3765 / 2983 DATA: 22/01/10 Página: 1 /49 PARECER ÚNICO SUPRAM TM/AP PROTOCOLO Nº 760.039/2010 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 14545/2005/003/2009 LICENÇA DE OPERAÇÃO DEFERIMENTO Empreendimento: HIDRELÉTRICA MALAGONE S/A CNPJ: 09.251.924/0002-16 Município: UBERLÂNDIA Unidade de Conservação: Bacia Hidrográfica: RIO PARANAÍBA Sub Bacia: RIO UBERABINHA Atividades objeto do licenciamento: Código DN 74/04 Descrição Classe E-02-01-1 BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA-HIDRELÉTRICA 3 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO Responsável Técnico pelo empreendimento: RONALDO OLIVEIRA GARCIA Superintendente Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados MATHEUS FUNCHAL MONTEIRO – Coordenador Registro de classe CREA/MG 95185/D Auto de Fiscalização: 016194/2009 016262/2010 DATA: 19/05/2009 19/01/2010 Data: 22/01/2010 Equipe Interdisciplinar: MASP Assinatura Amara Borges Amaral 598.804-3 Evandro de Abreu Fernandes Júnior 1.155.586-9 Adrian Franco Silva 1.197.554-7 Arlene Cortes da Rocha 1.148.094-4 Aila Rios de Souza 1.211.417-9 Amilton Alves Filho 1.146.912-9 Janaína de Souza Mendes 1.200.568-2 Kamila Borges Alves 1.151.726-5 Ciente: Rodrigo Angelis Alvarez 1.191.774-7

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CEP 38400-170 – Tel: (34) 3237-3765 / 2983 DATA: 22/01/10

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PARECER ÚNICO SUPRAM TM/AP PROTOCOLO Nº 760.039/2010 Indexado ao(s) Processo(s) Licenciamento Ambiental Nº 14545/2005/003/2009 LICENÇA DE

OPERAÇÃO DEFERIMENTO

Empreendimento: HIDRELÉTRICA MALAGONE S/A CNPJ: 09.251.924/0002-16 Município: UBERLÂNDIA Unidade de Conservação: Bacia Hidrográfica: RIO PARANAÍBA Sub Bacia: RIO UBERABINHA Atividades objeto do licenciamento : Código DN 74/04 Descrição Classe

E-02-01-1 BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA-HIDRELÉTRICA 3 Medidas mitigadoras: SIM NÃO Medidas compensatórias: SIM NÃO Condicionantes: SIM NÃO Automonitoramento: SIM NÃO Responsável Técnico pelo empreendimento: RONALDO OLIVEIRA GARCIA

Superintendente

Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados MATHEUS FUNCHAL MONTEIRO – Coordenador

Registro de classe CREA/MG 95185/D

Auto de Fiscalização: 016194/2009 016262/2010

DATA: 19/05/2009 19/01/2010

Data: 22/01/2010 Equipe Interdisciplinar: MASP Assinatura Amara Borges Amaral 598.804-3

Evandro de Abreu Fernandes Júnior 1.155.586-9

Adrian Franco Silva 1.197.554-7

Arlene Cortes da Rocha 1.148.094-4

Aila Rios de Souza 1.211.417-9

Amilton Alves Filho 1.146.912-9

Janaína de Souza Mendes 1.200.568-2

Kamila Borges Alves 1.151.726-5

Ciente: Rodrigo Angelis Alvarez 1.191.774-7

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1. INTRODUÇÃO

O presente Parecer refere-se à análise da solicitação de Licença de Operação para a Pequena Central Hidrelétrica Malagone – PCH Malagone, instalada no rio Uberabinha, aproximadamente 15,3km a montante de sua confluência com o rio Araguari em sua margem esquerda. O empreendimento encontra-se em área rural do município de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Estado de Minas Gerais; cujo empreendedor é a Hidrelétrica Malagone S.A.

A PCH Malagone iniciou seu processo de licenciamento ambiental em 17 de novembro de 2005, quando formalizou o processo de Licença Prévia, mediante apresentação de Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA.

Em 15/12/2006 obteve Licença Prévia n. 72/2006 e em 15/02/2008 a Licença de Instalação n. 005/2008 para a Pequena Central Hidrelétrica Malagone com reservatório de 127ha e potência nominal instalada de 19MW.

A autorização junto à ANEEL ocorreu por meio da Resolução Autorizativa n. 1.111, de 13 de novembro de 2007, conforme publicado no Diário Oficial da União.

A solicitação de Licença de Operação foi formalizada em 08/04/2009. Realizou-se vistoria técnica ao empreendimento nos dias 19 de maio de 2009 e 19 de janeiro de 2010 para verificar as condições de implantação das obras e o atendimento às condicionantes e programas ambientais propostos.

Tendo em vista a urgência em obter a Licença Ambiental expedida pelo órgão competente, para que o empreendimento desse início ao represamento da água necessária à formação do reservatório da PCH, bem como para que a obra pudesse ser concluída dentro do prazo devido, cumprindo os termos fixados pelo poder autorizador - Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), conforme as cláusulas do Contrato de Compra de Energia firmado entre o empreendedor e a CEMIG (concessionária responsável pelo abastecimento energético no Estado de Minas Gerais), o empreendedor requereu em 13/08/2009, a concessão da Licença de Operação “Ad Referendum” da URC/COPAM Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba do órgão julgador, nos termos do inciso V do artigo 8º do Decreto Estadual nº 44.667, de 03 de dezembro de 2007.

Assim, em 22/02/2010 o Subsecretário de Gestão Ambiental Integrada concedeu a Licença de Operação Ad Referendum, conforme delegação de competência contida na Deliberação Normativa nº 426 de 05 de fevereiro de 2010.

1.1. ALTERAÇÃO DE PROJETO

Após vistoria realizada no empreendimento dia 19/01/2010, solicitou-se documentos comprobatórios referente à área de cada uma das propriedades adquiridas para a formação do reservatório. Em resposta, foram protocolados em 20 de janeiro de 2010 os documentos solicitados, quando se constatou que o reservatório do empreendimento ocupará uma área total de 175,03ha, diferente daquela licenciada em fases de Licença Prévia e de Instalação. Esta alteração do projeto corresponde a cerca de 38% de ampliação referente à área de reservatório constante no projeto inicial.

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Ressalta-se que o empreendedor não solicitou modificação e/ou ampliação do empreendimento anteriormente à formalização da Licença de Operação; conforme preconiza a Deliberação Normativa COPAM n. 137/2009.

Em razão disto, foi então lavrado o Auto de Fiscalização n. 016263/2010 para posterior emissão do Auto de Infração, tendo em vista a ampliação do empreendimento sem a respectiva licença ambiental.

Esclarece-se que a instalação, operação ou ampliação de qualquer atividade impactante sobre o meio ambiente é passível de regularização ambiental e o descumprimento implica em infração sujeita a autuação.

Neste sentido, o presente Parecer Único refere-se ao licenciamento da PCH Malagone para uma geração de 19MW e área inundada de 127ha, conforme aprovado nas fases de Licença Prévia e de Instalação.

A Licença de Operação, segundo Resolução CONAMA 237/1997, “autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.” (grifo nosso)

O empreendedor deverá formalizar processo de Licenç a de Instalação Corretiva para a ampliação do reservatório.

2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

2.1. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento está instalado no rio Uberabinha, aproximadamente 15,3km a montante da sua confluência com o rio Araguari em sua margem esquerda, no município de Uberlândia/MG; cujo eixo encontra-se às coordenadas geográficas Latitude 18°41’20”S e Longitude 48°29’57”O.

A potência instalada é de 19 MW e a operação da PCH está caracterizada como a fio d’água. A vazão máxima turbinada será de 38,44m³/s, a vazão média de longo termo (Qmlt) estimada para o local do empreendimento equivale a 24,3m³/s sendo a vazão com 95% de permanência estimada em 7,69m³/s.

O reservatório a ser formado, com N.A. Máximo Normal na El. 600,5m, possui volume de 10,22x106m3 e área de inundação de 1,75km2. As obras do barramento consistem de uma barragem de concreto compactado a rolo (CCR) com crista na elevação 604m e comprimento da crista de 153m na margem direita além de uma barragem de terra/enrocamento com extensão aproximada de 321,4m, com crista na elevação 605m; um vertedouro de soleira livre com extensão de 90m e crista na elevação 600,5m que está incorporado a barragem de CCR e vazão de projeto (TR 1.000 anos) de 713m³/s.

A tomada d’água e a casa de força estão localizadas na margem esquerda do rio. O empreendimento prevê um trecho de vazão reduzida de aproximadamente 300m, com vazão residual de 0,49m3/s.

O Arranjo Geral da PCH Malagone pode ser visualizado a seguir:

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FIGURA 01: Layout geral da PCH Malagone, Uberlândia-MG. FONTE: AGETEL/MLT, 2010.

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2.2. RESERVA LEGAL

A Reserva Legal foi averbada pelo IEF na medida em que ocorreu a negociação para aquisição de todas as propriedades necessárias à implantação do empreendimento.

Nesta perspectiva, a floresta ou forma de vegetação existente, com área de 71,41 Hectares , não inferior a 20% do total das áreas de propriedade da Hidrelétrica Malagone, correspondente a 352,8127 Hectares, está gravada como de utilização limitada não podendo nela ser feito qualquer tipo de exploração, salvo com autorização do órgão competente.

Os documentos comprobatórios da averbação de Reserva Legal constam no processo.

FIGURA 02: Disposição geográfica das glebas de Reserva Legal do empreendimento. FONTE: AGETEL/MLT, 2010.

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2.3. AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO FLORESTAL

Para a supressão de vegetação das áreas que seriam utilizadas pelo empreendimento, foram emitidos dois documentos, na medida em que se comprovou, junto à SUPRAM Central Metropolitana, a aquisição das propriedades necessárias à implantação da PCH Malagone. Desta forma, no Parecer n. 022/2008 para Licença de Instalação, consta que:

Diante da análise dos fatos e das observações feitas no campo, no ato da vistoria, somos a favor da autorização para a exploração florestal (APEF) em 14,99 hectares, com o objetivo da implantação da PCH Malagone, desde que regularizada a questão fundiária das propriedades envolvidas.

A supressão autorizada, conforme supracitado, refere-se a uma das propriedades atingidas para construção do canteiro de obras e da barragem; quando foi emitida em 03/06/2008 a APEF n. 0033316.

Posteriormente, o empreendedor formalizou nova solicitação de supressão de vegetação para a área do reservatório referente a 13 das 20 propriedades atingidas pelo empreendimento. Diante da análise técnica da SUPRAM Central Metropolitana, foi emitido em 11/05/09 o Parecer n. 242.894/2009 favorável à supressão de vegetação nativa em uma área total de 90,43ha. Em 17/07/2009, para acobertar o transporte do rendimento lenhoso, o IEF-Uberlândia emitiu o DAIA n. 0029282.

Durante a análise do processo de Licença de Operação, constatou-se que o empreendedor não possuía autorização para supressão de vegetação nativa nas 6 (seis) propriedades restantes a serem afetadas. E, em vistoria ao empreendimento, no dia 19/01/10, a equipe técnica da SUPRAM TM/AP certificou-se de que o desmate de toda a área já havia sido concluído. Desta forma, lavrou-se o Auto de Fiscalização n. 016.263/2010 para emissão do auto de infração, uma vez que a supressão de vegetação nativa sem prévia autorização do órgão ambiental competente é passível de autuação.

Diante da necessidade de regularizar o desmate já ocorrido indevidamente, solicitou-se ao empreendedor o levantamento da área de intervenção nas citadas seis propriedades. Os documentos protocolados em 20/01/2010 demonstraram que ocorreu intervenção em uma área de 48,60ha.

Esta mesma documentação revelou que o barramento não possui área inundada de 127ha, como vinha sendo tratado até então, mas de 175,03ha, conforme já esclarecido no item 1.1. deste Parecer.

2.3.1. INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENT E

A intervenção em Área de Preservação Permanente ocorreu em uma área de 70,38ha, independente da forma de vegetação existente (fragmentos florestais ou pastagens).

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FIGURA 03: Identificação das áreas de APP intervindas. FONTE: AGETEL/MLT, 2010.

Ressalta-se que toda intervenção em área de preservação permanente dependerá de autorização prévia do órgão ambiental, e nesse sentido o empreendedor descumpriu o disposto na legislação vigente, fato que culminou na lavratura de um auto de infração.

No entanto, a intervenção em APP efetuada no empreendimento decorreu de uma atividade de utilidade pública, sendo passível de regularização, nos termos do art. 4º da Lei Federal n. 4.771/1965:

Art. 4º A supressão de vegetação em área de preservação permanente somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto.

Na mesma perspectiva, cita-se o art. 2º, inciso I, alínea b, da Resolução CONAMA n.369/2006 e art. 3º da Deliberação Normativa COPAM n. 76, de 25 de outubro de 2004.

Importante frisar que segundo o art. 1º, §2ª, inciso IV, da citada Lei, entende-se por utilidade pública: “as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia”.

2.3.2. MEDIDAS COMPENSATÓRIAS PELA INTERVENÇÃO EM A PP

A Resolução CONAMA 369/2006, em seu artigo 5°, esta belece que em virtude da intervenção em Área de Preservação Permanente, fica o órgão ambiental competente responsável por exigir, dentro do processo de licenciamento, as medidas ecológicas, de caráter mitigador e compensatório. O §2° do referid o artigo define ainda que estas medidas deverão ocorrer prioritariamente na área de influência do empreendimento ou nas cabeceiras dos rios.

Como medida compensatória pelas intervenções ocorridas em 70,38ha de Área de Preservação Permanente, o empreendedor deverá:

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- adquirir uma área não inferior ao dobro daquela impactada, na mesma bacia, preferencialmente na área de entorno do empreendimento e com vegetação nativa. Caso não seja possível a aquisição de uma área com estas características, deverá ser recomposta mediante apresentação de um PTRF – Projeto Técnico de Recomposição Florestal à SUPRAM TM/AP.

- esta área deverá ser averbada à margem da matrícula do imóvel, somando a área de reserva legal do empreendimento, vedada sua exploração salvo com anuência prévia do órgão ambiental. Ainda, deverá constar na citada averbação que esta área refere-se à medida compensatória imposta pelas intervenções em APP.

Ademais, o acompanhamento das atividades de recomposição desenvolvidas nesta medida compensatória, caso necessárias, deverá constar em relatório técnico a ser protocolado anualmente na SUPRAM TM/AP.

2.4. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

O empreendimento Hidrelétrica Malagone S/A formalizou na SUPRAM Central no dia 25/05/2007, o processo de outorga referente ao aproveitamento do potencial hidrelétrico, sendo o mesmo, de acordo o art. 2°, inciso VII, alí nea "b", da Deliberação Normativa CERH - MG nº 07, de 4 novembro de 2002, considerado um empreendimento de grande porte para o uso de recursos hídricos.

Através do processo de n° 2782/2007, o requerente s olicitou outorga para o aproveitamento do potencial hidrelétrico, nas coordenadas geográficas 18º40`50” S e 48º29`57” W, no município de Uberlândia-MG. O parecer da equipe técnica do IGAM foi favorável ao deferimento do processo, na modalidade de autorização com validade de 05 anos, sendo encaminhado à Câmara Técnica da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari – CBH Araguari.

Após a Deliberação da Câmara, em reunião realizada em 20/03/2008 conforme ata e relatório em anexo, o processo supracitado foi aprovado por unanimidade e com todas as condicionantes propostas pela equipe técnica da SUPRAM CENTRAL, através da portaria do IGAM de n° 1764/2008.

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FIGURA 04: Mapa da bacia de contribuição da PCH Malagone. FONTE: SIAM, 2009

Além do referido processo de outorga, o empreendimento ainda possui um Cadastro Efetivado Processo n. 004068/2009 para captação direta em curso d’água para utilização nas obras do empreendimento.

A água para consumo humano, segundo informado, é adquirida em galões no município de Uberlândia.

2.5. PROGRAMAS AMBIENTAIS

Conforme definido pela SUPRAM Central Metropolitana, na fase de Licença de Instalação do empreendimento ora em análise foram executados alguns programas ambientais; os quais serão sucintamente descrito a seguir.

2.5.1. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE - Projeto de Monitoramento da Mastofauna Este projeto teve por objetivos complementar o diagnóstico elaborado na fase de licenciamento prévio. O programa foi subdividido em pequenos mamíferos (roedores e marsupiais), mamíferos voadores (morcegos) e médios e grandes mamíferos. A área considerada para este monitoramento foi a Área de Influência Direta do empreendimento, com cerca de 3.033ha, onde são encontrados remanescentes de floresta

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estacional semidecidual, cerrado sensu stricto, cerradão e estreitas faixas de mata de galeria. Para amostragem de pequenos mamíferos não-voadores, foram instaladas armadilhas do tipo Box ou Sherman e armadilhas do tipo gaiola com isca suspensa ou gancho. As campanhas ocorreram nos meses de setembro-outubro/2008, dezembro/2008, fevereiro/2009 e abril-maio/2009. Foi utilizado o método de captura, marcação e recaptura. Foram capturados 94 pequenos mamíferos pertencentes a cinco espécies: Gracilinanus agilis (catita), Didelphis albiventris (gambá), Calomys tener (camundongo-do-campo), Oligoryzomys nigripes (ratinho-do-mato) e Rhipidomys sp. (rato-do-mato). Para os mamíferos voadores foram instaladas redes de neblina mist-nets para captura nos meses de agosto-setembro/2008, novembro/2008, março/2009 e maio/2009. Durante as campanhas, foram capturados 103 morcegos pertencentes a 16 espécies, sendo que nenhuma das espécies identificadas pertence a listas de ameaçadas de extinção. Os métodos utilizados para a amostragem de mamíferos de médio e grande porte foram: identificação de pegadas e vestígios; registros visuais e vocalizações; entrevistas e capturas em armadilhas fotográficas. O período de amostragem compreende os meses de setembro-outubro/2008, dezembro/2008, fevereiro/2009 e abril-maio/2009. Das 28 espécies identificadas na área, quatro delas foram citadas somente em entrevistas. Cita-se algumas das espécies identificadas: Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), Eira barbara (irara), Conepatus semistriatus (jeritataca), Galictis sp. (furão), Procyon cancrivorus (mão-pelada), Nasua nasua (quati), Dasypus novemcinctus (tatu-galinha), Euphractus sexcinctus (tatu-peba), Mazama sp. (veado), Cuniculus paca (paca), Dasyprocta azarae (cutia), Coendou prehensilis (ouriço-cacheiro), Hydrochaeris hydrochaeris (capivara), Callithrix penicillata (mico-estrela), Cebus apella (macaco-prego). Considerando as 24 espécies confirmadas pelas campanhas em campo, nove delas se encontram em listas de espécies ameaçadas de extinção, a saber: Pseudalopex vetulus (raposa-do-campo), Chrysocyon brachyurus (lobo-guará), Leopardus pardalis (jaguatirica), Leopardus sp. (gato-do-mato), Lontra longicaudis (lontra), Cabassous unicinctus (tatu-do-rabo-mole), Tamandua tetradactyla (tamanduá-mirim), Myrmecophaga tridactyla (tamanduá-bandeira), Pecari tajacu (cateto). - Projeto de Monitoramento da Herpetofauna As campanhas de monitoramento da herpetofauna ocorreram em agosto/2008, janeiro/2009, fevereiro/2009 e abril/2009, sendo utilizado o Método de Busca por Encontro Visual. O número de indivíduos de répteis foi quantificado por Registro Direto (visual) e para os anuros foi utilizado o Transecto Auditivo. Foram identificadas 29 espécies de anuros, 13 espécies de escamados, 01 espécie de quelônio e 01 espécie de crocodiliano.

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Nenhuma destas espécies é endêmica do cerrado do Triângulo Mineiro e apenas o Caiman latirostris (jacaré-do-papo-amarelo) está na lista de espécies ameaçadas de extinção na categoria Vulnerável, de acordo com a DN COPAM 41/1995. - Projeto de Monitoramento Biogeográfico da Avifaun a Para uma melhor caracterização da avifauna local foram utilizadas três metodologias complementares: amostragem por observação direta, amostragem pelo método de censo por ponto de escuta e amostragem com redes de neblina. As campanhas ocorreram nos meses de setembro/2008, dezembro/2008-janeiro/2009, março/2009 e maio/2009. Considerando os três métodos de amostragem realizados na área de influência do empreendimento, registrou-se um total de 213 espécies de aves, distribuídas em 20 ordens e 51 famílias. Interessante que 52 espécies citadas no EIA/RIMA não foram confirmadas neste monitoramento. Algumas espécies encontram-se na lista de ameaçadas de extinção (DN COPAM 41/95): Crax fasciolata (mutum-de-penacho), Mycteria americana (cabeça-seca), Ara ararauna (arara-canindé), Sicalis flaveola (canário-da-terra-verdadeiro) e Sporophila melanogaster (caboclinho-de-barriga-preta). Também se destaca aquelas que são endêmicas e bioindicadoras de qualidade ambiental: Antilophia galeata (soldadinho), Hylocryptus rectirostris (fura-barreira) e Herpsilochmus longirostris (chorozinho-de-bico-comprido). De acordo com o relatório deste projeto, algumas espécies aquáticas registradas nas lagoas temporárias que se formam na área de influência da PCH Malagone, tais como: Tachybaptus dominicus (mergulhão-pequeno) e Podilymbus podiceps (mergulhão-caçador), são espécies migratórias na região que se beneficiam das áreas formadas em épocas de chuva, importantes locais para reprodução. A maioria das espécies de aves registradas é de baixa sensitividade ambiental, ou seja, pouco sensíveis aos distúrbios antrópicos, portanto facilmente encontradas em áreas com pouca cobertura vegetal nativa. No entanto, interessante a presença de frugívoros como Crax fasciolata (mutum-de-penacho) e Penelope superciliares (jacupemba) que, contrariamente à maioria identificada, são espécies altamente sensíveis e bioindicadoras de qualidade ambiental. Este projeto foi coordenado e executado pelas Biólogas Jacqueline Bonfim Vasques, CRBio 44376/04-D, e Khelma Torga dos Santos, CRBio 49931/04-D. - Projeto de Monitoramento dos Andorinhões das Cach oeiras da Região da PCH Malagone O eixo da barragem da PCH Malagone foi construído cerca de 200m à montante da Cachoeira Malagone, área de abrigo noturno para grandes populações de andorinhões das

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espécies Cypseloides senex (taperuçu-velho) e Streptoprocne zonaris (andorinhão-de-coleira). Para se conhecer a dinâmica das populações de andorinhões, realizou-se quatro campanhas de campo nos meses de agosto/2008, novembro/2008, janeiro/2009 e abril/2009. Foram amostradas as cachoeiras Malagone, Mine e Martins no rio Uberarinha, uma cachoeira do rio Bonito, Cachoeira das Sete Quedas no ribeirão Sete Quedas, uma cachoeira no rio das Pedras e pequenas cachoeiras do distrito de Cruzeiro dos Peixotos. Tanto a espécie taperuçu-velho quanto o andorinhão-de-coleira foram registrados nas cachoeiras Malagone, Martins, rio Bonito e Sete Quedas. Em Miné encontrou-se apenas dois indivíduos de taperuçu-velho. Foram anilhados 146 indivíduos de andorinhões, sendo 107 da espécie C. senex e 39 da espécie S. zonaris. Ressalta-se que estas espécies são dependentes de rios encachoeirados, utilizando-se destas áreas para se alimentarem, se reproduzirem e passarem a noite. Desta forma, a crescente demanda por PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas representa uma pressão antrópica negativa sobre as espécies dependentes destes habitats. E, para se averiguar os reais impactos deste empreendimento sobre as populações de andorinhões, deverão ser continuadas as ações de monitoramento na área de influência da PCH Malagone. Destaca-se, ainda, que o EIA/RIMA da PCH Malagone (LIMIAR, 2005) relacionou a espécie Cypseloides fumigatus (taperuçu-preto) entre as espécies de andorinhões presentes na cachoeira Malagone, no entanto o presente estudo não confirmou a existência desta espécie em nenhum dos locais amostrados. Este estudo foi desenvolvido e coordenado pelo Biólogo Frederico Innecco Alves Garcia, CRBio n. 44078/04-D. - Projeto de Resgate ou Salvamento de Fauna Este projeto tem duas fases distintas: durante o desmatamento da bacia de acumulação e durante o enchimento do reservatório. O relatório completo a que se refere este projeto será entregue após o desenvolvimento das atividades previstas para enchimento do reservatório. 2.5.2. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DA ICTIOFAUNA - Projeto de Monitoramento da Ictiofauna

As campanhas para coleta de dados durante a fase de Licença de Instalação ocorreram nos meses de junho, setembro e dezembro/2008 e março/2009. Os pontos de monitoramento foram à montante e jusante da cachoeira Miné, à montante e à jusante da

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cachoeira Malagone, na confluência do rio Uberabinha com o rio das Pedras e no rio das Pedras.

FIGURA 05: Identificação dos pontos de amostragem da ictiofauna. FONTE: AGETEL/MLT, 2009. Foram capturados 1569 indivíduos pertencentes a 20 espécies; dentre elas, seis espécies são consideradas migradoras: Myleus tiete (pacu-prata), Leporinus friderici (piau-três-pintas), Leporinus obtusidens (piapara), Schizodon nasutus (taguara), Pimelodus maculatus (mandi-amarelo) e Rhamdia quellen (bagre). Duas espécies são exóticas: Oreochromis niloticus (tilápia) e Clarias gariepinus (bagre africano). O relatório do presente projeto destaca ainda que os pontos a jusante da cachoeira Malagone são os pontos de maior diversidade. E destaca que, segundo a Fundação Biodiversitas, o desenvolvimento de estudos técnico-científicos nos pequenos tributários da bacia do Paranaíba é considerado como uma ação prioritária para a conservação da fauna de peixes no estado de Minas Gerais. Diante da análise dos dados referentes a este projeto, condiciona-se a este Parecer que o monitoramento da ictiofauna à montante e à jusante do barramento seja desenvolvido durante a fase de operação do empreendimento. Este projeto foi desenvolvido pelos Biólogos Dr. José Fernando Pinese, MSc. Ana Carolina Lacerda Rêgo, MSc. Olívia Penatti Pinese e pelo Geógrafo José Fernando Pinese Júnior. Mecanismo de Transposição de Peixes: Durante a fase de Licença Prévia, foi apresentado à FEAM o Relatório Final de Monitoramento da Ictiofauna pré-Barramento da PCH Malagone de fevereiro/2006. Consta no Parecer Técnico DIENE 031/2006, aprovado pelo COPAM em 15/12/2006, que:

Destaca-se que nos pontos 04 e 05 foram registradas espécies exclusivas, fato considerado nos estudos como forte indicativo da existência de barreiras à dispersão dos peixes migradores, demonstrando diferenças na composição da ictiofauna encontrada entre os pontos amostrados. Com base nesses inventários realizados, torna-se desnecessário a implantação de mecanismos de transposição.

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O monitoramento realizado durante a instalação do empreendimento ratificou as informações consideradas para a LP, visto que, dentre as seis espécies migradoras identificadas, nenhuma foi encontrada nos pontos à montante da cachoeira Malagone (01, 02, 03); com exceção ao bagre (Rhamdia quellen) que foi verificado em todos os pontos de amostragem (01 ao 06). Ressalta-se que esta espécie é de ampla ocorrência e não possui restrição quanto ao hábitat, inclusive se adaptando bem às condições tróficas do rio Uberabinha. A restrição das espécies migradoras às porções à jusante da cachoeira reforça a hipótese de que a cachoeira Malagone representa uma barreira geográfica natural no curso d’água, impossibilitando a subida de espécies migradoras. Ressalta-se que o COPAM em 15/12/2006 aprovou a licença prévia sem a necessidade de implantação do mecanismo de transposição de peixes, atendendo ao disposto no art. 1º, parágrafo único, da Lei Estadual nº 12.488/1997. - Projeto de Resgate da Ictiofauna Durante o Desvio do Rio

Este projeto teve por objetivo o resgate da ictiofauna no trecho ensecado, quando do desvio do rio para construção da barragem, onde se formam poças d’água. A equipe responsável pelas atividades de resgate permaneceu em campo por três semanas, até que fossem concluídas as ações de salvamento. A captura foi realizada por meio de redes de arrasto, tarrafas, peneiras e puçás, de acordo com as características das poças d’água (tamanho, profundidade). Periodicamente monitorava-se a temperatura e oxigenação nas águas empoçadas. Ao final das atividades de resgate foram capturados e soltos 540 indivíduos pertencentes a 10 espécies de peixe de pequeno e médio porte. A maioria dos indivíduos pertence às espécies Hypostomus sp. (cascudo), Rhamdia quelen (bagre), Synbranchus marmoratus (muçum), Gymnotus carapo (tuvira) e Hoplias lacerdae (trairão). Este projeto se desenvolveu sob coordenação do Biólogo Prof. Dr. José Fernando Pinese.

- Projeto de Conservação do Pacu-Prata ( Myleus tiete) Este projeto teve por objetivo apresentar informações sobre a distribuição de Myleus tiete ao longo do rio Uberabinha, na área de influência da PCH Malagone, além de fornecer dados sobre biologia e ecologia da espécie. As campanhas para coleta de dados ocorreram nos meses de junho, setembro e dezembro/2008 e março/2009. Os pontos de monitoramento foram à montante e jusante da cachoeira Miné, à montante e à jusante da cachoeira Malagone, na confluência do rio Uberabinha com o rio das Pedras e no rio das Pedras (Figura 03).

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Apesar dos esforços de captura, somente um exemplar de pacu-prata foi capturado ponto à jusante da cachoeira Malagone. Tratava-se de uma fêmea com gônadas maduras e estômago cheio. Este estudo não foi conclusivo, entre as justificativas para a captura de somente um indivíduo da espécie monitorada pode-se citar o ciclo de chuvas atípico que vem ocorrendo na região, que apenas iniciou-se em dezembro, resultando em vazões muito baixas para o rio Uberabinha. O atraso nas cheias ocorrido durante o período de estudos teria impedido o desencadeamento da migração reprodutiva que, provavelmente, se manteve no reservatório da UHE de Itumbiara. Desta forma, sugere-se que este projeto tenha continuidade nos dois primeiros anos de operação da PCH Malagone, com campanhas trimestrais e relatórios anuais. Quando então serão propostas novas ações, caso necessário. Este projeto foi coordenado pelo Biólogo Prof. Dr. José Fernando Pinese. 2.5.3. PROGRAMAS SOCIOECONÔMICOS - Projeto de Prospecção Arqueológica e Educação Pat rimonial Na área do empreendimento, foram diagnosticados dois sítios arqueológicos e cinco ocorrências isoladas. Para tanto, o projeto de salvamento arqueológico da PCH Malagone foi autorizado pela Portaria IPAHN n. 3, de 24 de janeiro de 2008. Em 13 de junho de 2008, foi expedido o OFÍCIO/GAB/13ªSR/IPHAN n. 0725/08 aprovando o Relatório Final de Salvamento Arqueológico da PCH Malagone e certificando que a área do empreendimento está liberada para continuidade da implantação no que tange à proteção ao patrimônio arqueológico. - Projeto de Comunicação Social Os relatórios protocolados demonstram que as atividades desenvolvidas no âmbito deste projeto esclareceram a população da área de entorno quanto à implantação do empreendimento. Além de terem sido realizadas palestras, distribuição de folders, fixação de cartazes em escolas, postos de saúde, pontos de ônibus. Estas ações ocorreram nos distritos de Martinésia e Cruzeiros dos Peixotos e nas propriedades rurais atingidas. Foram disponibilizados quatro pontos de comunicação aos interessados: o escritório da AGETEL, o escritório da Malagone, o ICASU (Posto de Assistência Social) e o canteiro de obras. - Projeto de Educação Ambiental O Projeto de Educação Ambiental foi desenvolvido com os proprietários e trabalhadores rurais da ADA e na forma de treinamento para os professores das escolas públicas do distrito de Martinésia.

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Nesta perspectiva, ocorreram palestras para a comunidade escolar de Martinésia, reuniões na Escola Antônio Martins da Silva, oficinas com materiais recicláveis e biológicos, comemorações no Dia Mundial do Meio Ambiente, parceria com o Laboratório de Geografia Médica da UFU que desenvolve ações ambientais no distrito, campanha de combate ao mosquito transmissor da dengue, plantio de espécies nativas com a participação de alunos e professores, entre outras atividades descritas com mais detalhes nos relatórios protocolados no órgão ambiental. - Projeto de Saúde Para este projeto foi instalado ambulatório no canteiro de obras, possibilitando o acompanhamento de doenças e agravos de notificação compulsória do pessoal alocado nas obras, além de prevenir a introdução e o recrudescimento de endemias na região. Também foi firmado convênio com o Hospital de Clínicas do Triângulo Ltda, conforme documento constante nos autos. - Programa de Monitoramento Socioeconômico O Monitoramento dos Indicadores Sócio Econômicos da Área de Influência do empreendimento realizou-se através da coleta de informações sobre Saúde, Educação, Segurança Pública e Emprego em órgãos públicos de diferentes esferas, como Hospitais e Postos de Saúde, Escolas, Polícia Militar e Prefeitura, no intuito de verificar a evolução destes indicadores no município de Uberlândia e no distrito de Martinésia. 2.5.4. PROGRAMA DE CONTROLE E QUALIDADE DAS OBRAS - Projeto de Infra-estrutura Viária O acesso mais utilizado para o empreendimento é por estrada vicinal partindo de Martinésia e com características favoráveis ao tráfego, tanto para veículos de pequeno como de grande porte. Outro acesso utilizado é partindo da BR 365 em direção ao empreendimento, por estrada vicinal. Em ambos os acessos não houve necessidade de realização de cortes ou aterros. Sempre que necessário, visando a melhoria dos acessos, utiliza-se um Patrol para diminuir as ondulação da estrada e abrir canais de drenagem. - Projeto de infra-estrutura de saneamento do cante iro de obras Para o tratamento do efluente sanitário gerado no canteiro de obras construiu-se um conjunto de fossa séptica, filtro anaeróbio e sumidouro. A empresa A Limpar realiza a limpeza por sucção das fossas sépticas. Os resíduos recicláveis e Classe I foram armazenados em abrigo específico até que fossem destinados corretamente.

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FIGURA 06: Fossa séptica à esquerda e abrigo para resíduos à direita. FONTE: SUPRAM TM/AP, 2009. O posto de abastecimento possui bacia de contenção interligada à caixa separadora água e óleo. Na rampa de lavagem de veículos foram construídas canaletas direcionando o efluente também para a caixa SAO. - Desmobilização do Canteiro de Obras O canteiro de obras da PCH Malagone será totalmente desativado após o encerramento das atividades no local, para tanto estão previstas as seguintes ações: - retirada de computadores, armários, impressoras, documentos, geladeira, cubas, bacias, lâmpadas, janelas, portas, ar condicionado, etc. - lavagem do piso; - remoção da instalação elétrica-hidráulica; - remoção das telhas; - desmontagem das estruturas de madeira, paredes, caibros e vigas; - sucção dos efluentes das redes hidráulicas, fossas sépticas e banheiros; - triagem dos resíduos Classe I e II para correta destinação; - demolição das fundações em concreto; - os materiais reaproveitáveis serão triados, alguns encaminhados para a sede em Belo Horizonte e outros encaminhados para o canteiro de obras da PCH Mine; - após serem retirados todos os materiais da área, as máquinas de terraplanagem darão início à reconformação topográfica do terreno; - na seqüência, proceder-se-á a recomposição vegetal da área. O início das atividades previstas neste programa será 30 dias após o enchimento do reservatório. Ressalta-se a necessidade da comprovação da destinação quali-quantitativa de todos os resíduos originados pela desmobilização do canteiro de obras. - Projeto de Segurança e Alerta Este projeto teve por objetivo principal estabelecer as medidas de segurança e alerta a serem tomadas durante a implantação e a operação do empreendimento, visando a prevenção de ocorrência de acidentes durante a construção, enchimento do reservatório e operação da PCH Malagone.

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De acordo com os relatórios entregues, as principais ações executadas no âmbito deste projeto foram:

- sinalização: foram instaladas placas em toda a área do empreendimento chamando a atenção das pessoas para a velocidade máxima permitida, proibição de ultrapassagem, advertência quanto a perigo, presença de animais silvestres, placas educativas, etc.

- distribuição de cartazes na área de influência do empreendimento, incluindo os distritos de Martinésia e Cruzeiro dos Peixotos, esclarecendo sobre o aumento do fluxo de veículos, sobre a presença de técnicos e consultores da obras em toda a área e quanto ao início das obras.

- procedimentos de segurança e alerta prévios à detonação.

2.5.5. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS SO LOS

- Projeto de Remoção e Estocagem do Solo de Decapea mento Todo o horizonte de solo orgânico removido antes do início das obras foi estocado em leiras fora da área de inundação, identificadas por placas. Com o início do programa de recuperação de áreas degradadas, este material será utilizado. - Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas O objetivo desse programa é a recuperação de áreas que sofrerão degradação em virtude da implantação do empreendimento. Para cada tipo de cenário foram estabelecidas recomendações técnicas específicas, com a caracterização do tratamento e descrição das tarefas tanto na fase de construção quanto na de manutenção. Ressalta-se que a execução deste projeto ainda não teve início pois se dará concomitante à desmobilização do canteiro de obras. - Projeto de Monitoramento de Focos Erosivos e de M ovimento de Massa Este Programa tem por objetivo acompanhar e monitorar as feições erosivas, cuja metodologia a ser adotada será o preenchimento de ficha cadastral para cada foco erosivo com observações do perfil dos solos, relatório fotográfico e diagnóstico das causas do movimento de massa. Serão utilizados critérios para descrever o processo erosivo como uso do solo, declividade, severidade, etc. Dentre as técnicas de contenção de taludes foram listadas a recomposição, implantação de bermas, obras de arrimo, sistematização com septos, drenagem e sub-drenagem, proteção vegetal e rip-rap. Conforme previsto, este programa terá início na Fase de Licença de Operação.

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2.5.6. PROGRAMA FLORESTAL - Projeto de Coleta de Flora e Germoplasma Tendo em vista que a implantação da PCH Malagone, em especial a formação do reservatório, implicará em supressão de áreas com vegetação nativa, este projeto objetiva garantir a manutenção da variabilidade genética florestal da área, através de resgate de propágulos de indivíduos arbóreos a serem suprimidos, além de fornecer subsídios (insumos) ao Projeto de Revegetação do Entorno do Reservatório. Num primeiro momento, foram realizadas campanhas de campo para identificação das matrizes, as quais foram georreferenciadas e tiveram sua altura e diâmetro medidos. O relatório referente a este projeto traz uma tabela constando uma lista com 160 matrizes pertencentes a 52 espécies. Ao final de 72 dias de coleta de frutos e sementes, foram beneficiadas e encaminhadas ao viveiro um total de 263.932 sementes pertencentes a 37 espécies da flora nativa da região. Este projeto foi coordenado e executado pelo Biólogo Sérgio de Faria Lopes, CRBio 37.897/04. Ressalta-se que este programa é uma tentativa de mitigar os impactos advindos da implantação do empreendimento sobre a biodiversidade florística da região. Com intuito de otimizar as ações constantes neste projeto e em consonância ao sugerido no PCA, as atividades de coleta de frutos e sementes deverão se estender pelo período de um ano após enchimento do reservatório na AE do empreendimento. - Projeto de Conservação de Espécies da Flora Ameaç ada de Extinção De acordo com o Parecer Único SUPRAM CM 022/2008, o objetivo central deste projeto é garantir a manutenção da integridade das espécies ameaçadas de extinção registradas na área de inserção do empreendimento. Os gêneros citados para a execução deste projeto são: Paepalanthus, Syngonanthus, Chusquea, Xyris, Peperomia, Mikania e Piper. Também deveriam ser consideradas as famílias Flacourtiaceae e Rubiaceae, visto que foram apresentadas no PCA como espécies registradas na área de estudo, passíveis de coleta de sementes. Para a espécie Gloxinia sarmentiana, considerada vulnerável segundo Deliberação Normativa COPAM 85/1997, optou-se pela realocação de exemplares possivelmente encontrados na ADA. O relatório referente a este projeto trouxe os seguintes dados: para os gêneros Paepalanthus, Syngonanthus, Chusquea, Xyris, Peperomia e Piper realizou-se consultas à literatura especializada e ao Herbário da Universidade Federal de Uberlândia (HUFU), além de campanhas de campo para observação. Há indivíduos dos gêneros Paepalanthus, Syngonanthus, Xyris, Peperomia e Piper arquivados no HUFU, os quais foram coletados no município de Uberlândia e região: Estação Ecológica do Panga, Fazenda Experimental do Glória, Clube Caça e Pesca. Quanto ao gênero Chusquea, não há nenhuma amostra no herbário da UFU.

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Não consta no relatório referente a este projeto se houve ou não nova identificação de alguma espécie destes gêneros na área do empreendimento PCH Malagone. Para o gênero Mikania, consta no relatório que se optou pela não coleta uma vez que se trata de um grupo de lianas não sugeridas para projetos de recuperação/revegetação de áreas. Foram coletadas sementes das espécies Alibertia sessilis (marmelo-do-campo), Chomellia sericea (veludo-vermelho) e Genipa americana (genipapo), representantes da família Rubiaceae. Conforme mencionado no relatório, pág. 6, “da família Flacourtiaceae [...] foi coeltado sementes da espécie Casearia gossypiosperma” (cambroé). No entanto, este registro não consta no relatório do Projeto de Coleta de Sementes e Germoplasma. A espécie Gloxinia sarmentiana foi encontrada nos paredões da cahoeira Miné, localizada na área de influência da PCH Malagone. Conforme consta no relatório, optou-se por não realocá-la em virtude desta área não sofrer nenhum tipo de interferência pelo empreendimento. A que se considerar, contudo, que existe outro empreendimento (PCH Miné) com Licença de Instalação concedida para o referido local. Desta forma, caso sejam iniciadas as obras do referido empreendimento, este espécime deverá ser coletado e realocado. A equipe de análise considera que este programa não atendeu ao seu objetivo central uma vez que não foram apresentadas quais medidas/ações serão adotadas para garantir a conservação destas espécies e também não foram contempladas no Projeto de Coleta de Sementes e Germoplasma. Ressalta-se que estas premissas deverão ser incorporadas ao próximo relatório. - Projeto de Formação de um Viveiro Florestal Este projeto tem como finalidade a produção e o fornecimento de mudas para formação e incentivo à reconstituição de flora ciliar no entorno do futuro reservatório. A princípio, a demanda por mudas seria suprida por uma parceria com a Escola Agrotécnica Federal de Uberlândia – EAFUDI, para onde foram encaminhadas as sementes coletadas no Projeto de Coleta de Sementes e Germoplasma. No entanto, em função do insucesso na germinação de algumas espécies. Logo no primeiro ano, foram adquiridas 15.000 mudas do Viveiro SACOMAN para o programa de revegetação do entorno do reservatório.

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Posteriormente, firmou-se convênio com a empresa M.A. Canedo Engenharia Agronômica e Ambiental para o fornecimento de 85.000 mudas de espécies nativas, para a qual foram encaminhadas as sementes coletadas e armazenadas no Viveiro da EAFUDI. Deverão ser apresentados relatórios acerca do quantitativo de mudas de cada espécie nativa fornecida à PCH Malagone. - Programa de Limpeza das Áreas Afetadas pelas Obra s Este programa objetiva detalhar ações de desmate, através da remoção da vegetação arbórea e arbustiva, com o aproveitamento econômico dos recursos lenhosos. Este programa foi coordenado pela Bióloga Jacqueline Bonfim Vasques e executado pelos Biólogos Júlio César de Oliveira Filho, Fernanda Cavalcanti de Azevedo e Sérgio de Faria Lopes. Contou ainda com a colaboração de seis auxiliares de campo. Durante as atividades de limpeza da bacia de acumulação foram capturados 18 anfíbios pertencentes a quatro espécies, 32 répteis distribuídos em doze espécies, 4 aves pertencentes a quatro espécies e 8 mamíferos distribuídos em seis espécies. Quanto à flora, foram coletados 140 indivíduos pertencentes a sete espécies: quatro bromeliáceas, uma cactácea e duas orquidáceas. - Projeto de Revegetação do Entorno do Reservatório Este projeto tem como objetivo promover a regeneração natural da vegetação ciliar na Área de Preservação Permanente – APP do futuro lago formado pela instalação do empreendimento. De acordo com o Parecer Único SUPRAM CM n. 022/2008, a área a ser considerada por este projeto tem largura em 50m, em projeção horizontal, medida a partir do NA máximo normal. No primeiro ano, o plantio foi na margem direita do rio Uberabinha, cerca de 4km à montante do canteiro de obras, onde foram plantadas cerca de 11.000 mudas com espaçamento de 2,00 x 2,50m, numa área de 5,5ha. As espécies utilizadas foram: pororoca, cafezinho, cutieira, ipê amarelo, ipê roxo, ipê rosa, jacarandá, aroeira, baru, cabriúva, guapeva, goiabinha, peroba. A continuidade deste projeto deverá ser comprovada mediante relatórios semestrais, conforme condicionado no Anexo I deste Parecer. 2.5.7. PROGRAMA DE QUALIDADE DAS ÁGUAS – PQA O objetivo deste PQA é prever através de diagnósticos físicos, químicos e biológicos do corpo d’água, as modificações limnológicas advindas da transformação da dinâmica do curso d’água, decorrente da intervenção causada pelo reservatório – transformação do

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ambiente lótico em ambiente lêntico, e ser utilizado como instrumento para verificar o grau de eficiência dos sistemas de minimização dos possíveis efeitos negativos à qualidade das águas. - Projeto de Monitoramento Limnológico e da Qualida de das Águas Superficiais Foram realizadas cinco campanhas de campo: abril/08, julho/08, novembro/08, fevereiro/09 e junho/09, em três estações amostrais: - UBE 04: futuro remanso do reservatório: avaliar a qualidade da água que entra no sistema - UBE 05a: futuro reservatório, próximo à barragem: avaliar o efeito das contribuições recebidas e grau de depuração do sistema até a área do futuro barramento - UBE 05: jusante da Cachoeira Malagone: avaliar a região onde futuramente ocorrerá a saída das águas vertidas e turbinadas do reservatório para o rio, executadas em atendimento ao Programa de Qualidade das Águas (PQA) – geração de dados indicadores da qualidade ambiental e sanitária do sistema hídrico rio Uberabinha. Estas campanhas possibilitaram estabelecer um padrão de concentração dos nutrientes nas águas do rio Uberabinha no trecho de implantação da PCH MALAGONE durante um ciclo hidrológico completo. O Projeto de Monitoramento Limnológico avaliou 27 parâmetros (Acidez total em CaCO3, Alcalinidade total em CaCO3, Dureza total em CaCO3, cloretos, condutividade elétrica, cor, DBO, DQO, Dureza total, Ferro Solúvel, Ferro Total, Fósforo Solúvel, Fósforo Total, Nitrogênio Amoniacal, Nitrogênio Total, Nitratos, Óleos e Graxas, Oxigênio Dissolvido, pH, Sólidos Dissolvidos, Sólidos em Suspensão, Sólidos Sedimentáveis, Sólidos Totais, Temperatura, Turbidez, Coliformes Fecais, Coliformes Totais, Estreptococos fecais), dos quais 08 parâmetros ultrapassaram os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005 para corpos d’água Classe 2 (art. 42: “enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão consideradas Classe 2”) – Cor, DBO, Ferro Solúvel, Fósforo Total, Nitratos, Óleos e Graxas, Turbidez e Coliformes Fecais. Do total de 15 resultados/parâmetro, 09 resultados para cor, 06 para DBO, 05 para Ferro Solúvel, 10 para Fósforo Total, 03 para Nitrato, 10 para óleos e graxas, 01 para Turbidez e 06 para Coliformes Fecais não atenderam aos padrões de corpos d’água Classe 2. Dentre os parâmetros acima citados, chama atenção os parâmetros Fósforo Total e Nitrato (parâmetro pertencente à série de Nitrogênio – amônia, nitrato, nitrito e nitrogênio orgânico), pois estes são considerados os principais nutrientes responsáveis pela eutrofização de corpos d’água. Para Resolução 357/2005 do CONAMA, as águas doces classe 2 (podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa a vir ter contato direto, à aqüicultura e à atividade de pesca) devem apresentar as seguintes condições quanto aos parâmetros Fósforo e Série de Nitrogênio, conforme tabela abaixo:

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TABELA 1: Padrões dos parâmetros Fósforo Total e Série de Nitrogênio, estabelecidos para águas doces Classe 2.

Fósforo Total

Ambientes Lóticos e Tributários de Ambientes Intermediários

Ambientes Intermediários (tempo de residência entre 2 e 40 dias, e tributários

diretos de ambiente lêntico)

Ambientes Lênticos

0,1mg/L P 0,050mg/L 0,03mg/L Série Nitrogênio

Nitrato 10,0mg/L Nitrito 1,0mg/L

Nitrogênio Amoniacal Total pH ≤ 7,5 7,5 < pH ≤8,0 8,0 < pH ≤8,5 pH > 8,5 3,7mg/L 2,0mg/L 1,0mg/L 0,5mg/L

De acordo com a Tabela 01 – resultado das análises dos parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos avaliados nas estações de amostragem, do Programa de Qualidade das Águas, Hidrelétrica MALAGONE, Julho de 2009, os parâmetros pH, Fósforo Total, Nitrogênio Amoniacal Total e Nitratos apresentaram as seguintes concentrações: TABELA 2: Resultado das análises para o parâmetro Nitrogênio Total em mg/L Os valores estabelecidos pela Resolução CONAMA dizem respeito aos padrões da Classe 1.

Período Estações pH P (mg/L) Total

N2 Amoniacal Total (mg/L) Nitrato (mg/L)

UBE 04 7,2 0,02 0,05 0,40 UBE 05a 7,14 0,11 0,69 0,90 Abril/2008 UBE 05 7,27 0,10 0,82 1,00 UBE 04 6,73 0,29 <0,01 30,0

UBE 05a 6,89 0,39 0,05 30,0 Julho/2008 UBE 05 6,73 0,18 0,09 14,0 UBE 04 7,15 0,19 0,95 1,20

UBE 05a 7,31 0,16 0,88 1,20 Novembro/

2008 UBE 05 7,66 0,14 0,85 1,00 UBE 04 6,84 0,03 0,09 0,40

UBE 05a 7,11 0,08 1,2 0,90 Fevereiro/

2009 UBE 05 6,8 0,08 0,84 0,90 UBE 04 7,16 0,22 2,13 0,80

UBE 05a 7,2 0,22 2,06 0,90 Junho/ 2009

UBE 05 7,44 0,24 2,14 1,00 Conforme os dados apresentados, o parâmetro fósforo total excedeu o limite condicional para águas doce Classe 2 na grande maioria das amostragens – 10 em 15, e o limite condicional para águas doce classe 3, que em ambientes lóticos não pode ultrapassar concentração de 0,15mg/L, nas campanhas de Julho/2008 nas três estações, novembro/2008 em duas estações e junho/2009 nas três estações. Quanto ao parâmetro Nitrogênio Amoniacal, as concentrações obtidas atenderam as condições estabelecidas para classe 2 dentro da faixa de variação do pH amostrado, porém o parâmetro Nitrato na campanha de Julho/2008, apresentou condição desfavorável ao padrão classe 2 para este

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parâmetro, chegando a apresentar concentrações 3 vezes maiores nas estações UBE 04 e UBE 05a. O parâmetro Nitrogênio Total medido durante as campanhas do PQA apresentou concentrações significantes, ultrapassando o valor estabelecido § 3º do artigo 10 da Resolução CONAMA 357/2005 para ambientes lóticos – 2,18mg/L. Chama atenção o fato de a concentração estabelecida pelo mesma resolução para ambientes lênticos ser de 1,27mg/L – “Artigo 10, § 3º: para águas doces classes 1 e 2, quando o nitrogênio for fator limitante para eutrofização, nas condições estabelecidas pelo órgão ambiental competente, o valor de nitrogênio total (após oxidação) não deverá ulrapassar 1,27mg/L para ambientes lênticos e 2,18mg/L para ambientes lóticos, na vazão de referência.” A tabela abaixo expõe os resultados obtidos para este parâmetro durante a campanha realizada em atendimento ao PQA. TABELA 3: Resultado das análises para o parâmetro Nitrogênio Total em mg/L Os valores estabelecidos pela Resolução CONAMA dizem respeito aos padrões da Classe 1.

Período Estações de Amostragem Nitrogênio

Total

CONAMA 357/2005 (Lêntico)

CONAMA 357/2005 (Lótico)

UBE 04 0,5 UBE 05a 1,6 Abril/2008 UBE 05 1,9 UBE 04 3,4

UBE 05a 4,4 Julho/2008 UBE 05 3,7 UBE 04 2,4

UBE 05a 2,3 Novembro/2008 UBE 05 2,0 UBE 04 <1

UBE 05a 2,2 Fevereiro/2009 UBE 05 2 UBE 04 3,1

UBE 05a 3,1 Junho/2009 UBE 05 3,4

1,27mg/L 2,18mg/L

A disponibilização do nitrogênio em ambientes aquáticos pode estar associado a fontes naturais ou fontes antrópicas – despejos domésticos e industrial, excrementos de animais e fertilizantes. “O nitrogênio é um elemento de destaque para a produtividade da água, pois contribui para o desenvolvimento do fito e zooplâncto. Como nutriente, é exigido em grande quantidade pelas células vivas. Entretanto, o seu excesso em um corpo de água provoca enriquecimento do meio em conseqüentemente, o crescimento exagerado dos organismos, favorecendo a eutrofização.” (pg. 15, Significado Ambiental dos Parâmetros Químicos, Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais da Bacia do Rio Paranaíba, Relatório Anual 2007, Governo do Estado de Minas Gerais, Sistema Estadual de Meio Ambiente, Instituto Mineiro de Gestão das Águas)

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Quanto ao significado ambiental do Nitrato, principal forma de nitrogênio encontrada nas águas, quando em concentrações superiores a 10mg/L, conforme determinado pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, demonstram condições sanitárias inadequadas, pois as principais fontes de nitrogênio na forma de nitrato são dejetos humanos e animais. Esta observação é confirmada com os resultados obtidos do parâmetro Coliformes Fecais obtidos na campanha de Julho/2008 em todas as estações, pois este não atendeu durante esta campanha, ao padrão estabelecido para classe 2 (Resolução 357/2005 do CONAMA). Porém o parâmetro Nitrato apresentou baixas concentrações na campanha de Junho/2009, período em que as concentrações de Coliformes Fecais excederam novamente o padrão classe 2. Apesar de este parâmetro ter extrapolado o padrão classe 2 durante a campanha de Julho/2008, os nitratos devem ser minuciosamente acompanhado pois estes estimulam o desenvolvimento de plantas, sendo que organismos aquáticos, como algas, florescem na presença destes e, quando em elevadas concentrações em lagos e represas, pode conduzir a um crescimento exagerado, processo denominado de eutrofização – “experiências parecem indicar ser o nitrogênio, o fator limitante mais importante, isto é, o elemento que, uma vez reduzido, condiciona uma imediata limitação da quantidade dos microorganismos nos lagos estudados. E isso se dá, provavelmente, porque as algas exigem quantidades muito maiores desse elemento do que de fósforo, enquanto que, nas águas naturais, embora o fósforo exista em menor quantidade que o nitrogênio, a desproporção não é tão acentuada...entretanto, com relação ao fenômeno da poluição, o fósforo se apresenta como fator de maior importância, uma vez que, ainda que o suprimento de nitrogênio seja deficiente, este pode ser obtido a partir do ar atmosférico, sendo impossível exercer-se um controle sobre o teor presente nas águas.. ” (BRANCO, Samuel Murgel. Hidrobiologia aplicada à Engenharia Sanitária, 1978, pg. 354) Quanto ao parâmetro Nitrito, este não foi monitorado, porém não reflete na qualidade das informações apresentadas junto ao PQA, pois o nitrito é instável na presença de oxigênio, normalmente encontrada em quantidades diminutas nas águas superficiais. Os parâmetros DBO e Oxigênio Dissolvido (OD) são indicadores do nível de oxigenação das águas e da poluição produzida por matéria orgânica oxidável biologicamente. Estes parâmetros amostrados nas cinco campanhas, em sua grande maioria, estão dentro dos padrões estabelecidos pela Resolução 357/2005 do CONAMA para Classe 2 – OD, em qualquer amostra, não inferior a 5mg/L, e DBO (05 dias, 20°C), até 5mg/L – no entanto, as concentrações de DBO obtidas nas campanhas de amostragem de julho/2008 (UBE 04 – 8,82mg/L; UBE 05a – 8,28mg/L; e UBE 05 – 7,65mg/L), novembro/2008 (UBE 04 – 6,5mg/L; e UBE 05 – 5,4mg/L) e junho/2009 (UBE 05 – 5,1mg/L) extrapolaram a concentração padrão. Quanto ao OD, este parâmetro esteve presente em todas as campanhas em concentrações acima do padrão estabelecido para classe 2. O aumento da concentração de DBO em um corpo de água é reflexo de um alto teor de matéria orgânica e pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, no entanto, conforme discutido no parágrafo acima, não foi suficiente para reduzir as concentrações de OD. No entanto, um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da micro-flora presente e interferir no equilíbrio da vida aquática. Portanto, após consolidar o reservatório,

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o empreendimento deverá continuar a monitorar estes parâmetros, pois este poderá refletir no grau de eutrofização do mesmo. Apesar de a DQO ser um parâmetro representativo da oxigenação do curso d’água, este parâmetro não tem padrão estabelecido pela mesma resolução. Contudo, a concentração máxima observada foi de 62mg/L em Novembro/2008, estação UBE 04, e a mínima, <5mg/L, nas estações monitoradas na campanha de Abril/2008. Os valores de DQO normalmente são maiores que os DBO, no entanto, seu comportamento durante as campanhas não coincide com o aumento da DBO e de outros parâmetros monitorados. Em todas as campanhas, inclusive em julho/2008, os resultados do parâmetro Sólidos Dissolvidos Totais estiveram dentro dos limites previstos para Classe 2 na Resolução 357/2005 do CONAMA (abaixo de 500mg/L). Apesar da significativa alteração nos valores obtidos deste parâmetro para a campanha de Julho/2008 nas três estações de monitoramento, em comparação com as outras campanhas, não foi suficiente para ultrapassar o padrão estabelecido – 117,5mg/L (UBE 04); 109,5mg/L (UBE 05a); e 115,5mg/L (UBE 05). O aumento da concentração de sólidos dissolvidos está diretamente associado ao aumento da condutividade específica da água, fato que pode ser comprovado nos dados apresentados neste PQA. O parâmetro Turbidez, cujo limite estabelecido pela Resolução 357/2005 do CONAMA para corpos d’água Classe 2 é de 100NTU, apresentou uma única inconformidade com relação ao mesmo limite durante campanha realizada em Fevereiro/2009 na estação UBE 05a – 152 NTU. Já o parâmetro cor, cujo limite estabelecido pela Resolução 357/2005 do CONAMA para corpos d’água Classe 2 é de 75 UH, apresentou uma quantidade significativa de inconformidades durante as cinco campanhas realizadas – 09 resultados de 15 análises (3/campanha). Este parâmetro extrapolou o limite supracitado principalmente nas campanhas de Novembro/2008 (UBE 04: 148 UH; UBE 05a: 135 UH; e UBE 05: 151 UH) e Fevereiro/2009 (UBE 04: 97 UH; UBE 05a: 1050 UH; e UBE 05: 395 UH). Nas campanhas de Abril/2008 (UBE 05a: 342 UH e UBE 05: 76 UH) e Junho/2009 (UBE 05: 80 UH), o parâmetro cor foi avaliado fora do padrão estabelecido. A cor de uma amostra de água, medida a partir da redução de intensidade que a luz sofre ao atravessar uma coluna de água, é originada de forma natural, a partir da presença de sólidos dissolvidos, da decomposição da matéria orgânica, principalmente dos vegetais – ácidos húmicos e fúlvicos, além do ferro e manganês. A origem antropogênica surge dos resíduos industriais e esgotos domésticos. Conforme os resultados apresentados não é possível inferir sobre a alteração da cor do curso d’água em função do aumento da concentração ferro solúvel ou sólidos dissolvidos. Outros parâmetros que poderiam influenciar na alteração da cor da água seriam a DBO, associado a matéria orgânica dissolvida, no entanto, este parâmetro não sofreu alteração significativa, variando de 1mg/L a 8,82mg/L, durante as campanhas, além disso, as máximas concentrações observadas não correspondem com os maiores valores do parâmetro mensurado.

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“Os parâmetros Ferro total e Ferro Solúvel indicam uma concentração significativa desse elemento nas águas do rio Uberabinha, principalmente quando analisado o Ferro total, independente do período hidrológico. A Resolução 357/2005 do CONAMA estabelece limites somente para o Ferro Solúvel – 0,3mg/L. Dessa forma, em fevereiro/2009 (Período chuvoso) e junho/2009 (Período de estiagem) houve violação desse limite”. (pg. 24, AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos Ambientais). Quanto ao Índice de Qualidade das Águas elaborado a partir dos resultados obtidos das campanhas de amostragem nas três estações ao longo do trecho do rio Uberabinha diretamente afetado pelo remanso do reservatório, e da metodologia determinada pela SEMAD, 2005, durante amostragem do mês de julho/2008, todas as estações registraram IQA ruim. Em novembro, as águas do Rio Uberabinha foram classificadas como de qualidade média nas três estações de amostragem e em fevereiro/2009 como de boa qualidade na estação UBE 04 e média qualidade nas outras duas. Em junho/2009, já se observa uma nova tendência de queda nessa classificação, com exceção da estação UBE 05a. TABELA 4: Índice de qualidade das águas das estações de coleta do Rio Uberabinha; Bom (70<IQA<90); Médio (50<IQA<70); e Ruim (25<IQA<50); SEMAD, 2005. UBE 04 UBE 05ª UBE 05

Abril/2008 BOM (72,8) BOM (70,1) MÉDIO (69,9) Julho/2008 RUIM (37) RUIM (46,9) RUIM (40,8)

Novembro/2008 MÉDIO (62,7) MÉDIO (61,2) MÉDIO (63,6) Fevereiro/2009 BOM (73,6) MÉDIO (55,6) MÉDIO (62,6)

Junho/2009 MÉDIO (60,5) MÉDIO (60,4) MÉDIO (59,9) Segundo o Relatório Anual 2007 de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais da Bacia do Rio Paranaíba, do Governo do Estado de Minas Gerais – SISEMA/IGAM, o Índice de Qualidade das Águas no Rio Uberabinha a jusante da cidade de Uberlândia (Estação de Amostragem PB 023, Martinésia) piorou, passando de Média a Ruim. Os principais responsáveis por esta condição do IQA no trecho do Rio Uberabinha a jusante da cidade de Uberlândia foram coliformes termotolerantes, fósforo total e demanda bioquímica de oxigênio (DBO). O mesmo relatório registrou aumento dos parâmetros cor verdadeira e ferro dissolvido, e ressaltou ainda, que esse trecho do rio Uberabinha torna-se preocupante, em função do perigo de eutrofização das águas pelos elevados registros de fósforo total, uma vez que as águas provenientes desse rio chegam ao reservatório de Itumbiara. Segundo o Relatório Trimestral de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais no Estado de Minas Gerais, no 1º Trimestre de 2008 (18/03/2008 a 27/03/2008), o trecho do Rio Uberabinha a jusante da cidade de Uberlândia (PB 023/Martinésia) violou os padrões de águas doce classe 2 estabelecidos pela DN COPAM/CERH – 01/2008 quanto aos parâmetros Coliformes Termotolerantes, Cor Verdadeira e Fósforo Total; no relatório do 2º. Trimestre (10/06/2008 a 19/06/2008) houve violação para os parâmetros Coliformes Termotolerantes e Fósforo Total; no relatório do 3º Trimestre (09/09/2008 a 18/09/2008) houve violação dos parâmetros DBO, Ferros Dissolvido e Fósforo Total; e no Relatório do

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4º Trimestre, houve violação dos parâmetros Coliformes Termotolerantes e Fósforo Total. Quanto aos ensaios ecotoxicológicos, somente o relatório do 4º Trimestre apresentou a condição de efeito crônico. Quanto ao Relatório do 1º Trimestre de 2009, os parâmetros Coliformes Termotolerantes e pH, violaram o padrão legal determinado pela DN COPAM/CERH 01/2008. Os outros relatórios de 2009 ainda não estão disponíveis no site do IGAM. Quanto aos ensaios toxicológicos, durante esta primeira campanha, não apresentou caráter tóxico. TABELA 5: Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais no Estado de Minas Gerais, Relatório Trimestral, Rio Uberabinha, PB 023/Martinésia. Limites DN COPAM/CERH nº. 01/2008 (Classe 2): pH, 6 a 9; Cor Verdadeira, 75mg PT/L; Fósforo Total (limites para ambientes lóticos), 0,1mg/L; DBO, 5mg/L; Ferro Dissolvido, 0,3mg/L. Parâmetros 20/03/2008 12/06/2008 11/09/2008 04/12/2 008 pH 6,4 5,9 6,6 6,4 Cor Verdadeira 165 - 76 - Fósforo Total 0,20 0,22 0,84 021 DBO 3 3 7 5 Coliformes Termotolerantes 17000 30000 40 160000 Ferro Dissolvido 0,16 0,13 2,44 0,21 IQA 51,1 (Médio) 49,7 (Ruim) 62,4 (Médio) 45,6 (Ruim) Comunidade Fitoplanctônica Contagem de comunidade fitoplanctônica para cada uma das três estações de coleta – densidade total (expressa em porcentagem e indivíduos/ml), riqueza total (unidades taxonômicas) e índice de diversidade de Shannon-Wienner. Coletas: 14/04/2008; 25/07/2008; 21/11/2008; 17/02/2009 e 08/06/2009. Ao longo de todo o monitoramento da comunidade fitoplanctônica presente na região de implantação da PCH Malagone foram registrados 84 gêneros diferentes, divididos em 10 classes: Bacillariophyceae; Chlorophycea; Chrysophycea; Cryptophycea; Cyanophyceae; Chamydophyceae; Dinophycea; Euglenophyceae; Xanthophyceae; Zygnemaphyceae. (pg. 36, PQA PCH MALAGONE; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos).

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TABELA 6: Indivíduos/ml de comunidades fitoplanctônicas encontradas no Rio Uberabinha. Classes Período Estações Bacillariophyceae Chamydophyceae Chlorophycea Chrysophycea

UBE 04 5,65 0,00 7,27 0,00 UBE 05a 4,85 0,00 5,65 0,00 04/2008 UBE 05 6,46 0,00 5,65 0,00 UBE 04 4,85 0,00 5,65 0,00 UBE 05a 37,15 0,00 113,07 0,00 07/2008 UBE 05 29,07 0,00 100,14 0,00 UBE 04 13,00 0,00 0,00 0,00 UBE 05a 11,00 1,00 2,00 0,00 11/2008 UBE 05 10,00 0,00 2,00 0,00 UBE 04 4,00 0,00 2,00 0,00 UBE 05a 4,00 0,00 1,00 0,00 02/2009 UBE 05 5,00 0,00 2,00 0,00 UBE 04 8,00 1,00 4,00 0,00 UBE 05a 14,00 0,00 5,00 0,00 06/2009 UBE 05 19,00 0,00 3,00 1,00

TABELA 7: Indivíduos/ml de comunidades fitoplanctônicas encontradas no Rio Uberabinha. Classes Período Estações Cryptophycea Cyanophyceae Dinophycea Xanthophyceae

UBE 04 3,23 17,77 1,62 0,00 UBE 05a 4,85 15,34 0,00 0,00 04/2008 UBE 05 0,00 9,69 0,00 0,00 UBE 04 8,08 20,19 0,00 0,00 UBE 05a 2,42 25,04 0,00 0,00 07/2008 UBE 05 0,81 14,54 5,65 0,00 UBE 04 0,00 0,00 0,00 0,00 UBE 05a 4,00 0,00 0,00 0,00 11/2008 UBE 05 0,00 0,00 0,00 0,00 UBE 04 2,00 1,00 1,00 0,00 UBE 05a 0,00 0,00 0,00 0,00 02/2009 UBE 05 1,00 0,00 1,00 0,00 UBE 04 1,00 0,00 0,00 0,00 UBE 05a 0,00 5,00 1,00 0,00 06/2009 UBE 05 1,00 0,00 1,00 0,00

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TABELA 8: Indivíduos/ml de comunidades fitoplanctônicas encontradas no Rio Uberabinha. Classes Período Estações Zygnemaphyceae Euglenophyceae

UBE 04 0,00 1,62 UBE 05a 2,42 0,00 04/2008 UBE 05 2,42 0,00 UBE 04 0,00 0,00 UBE 05a 1,62 0,00 07/2008 UBE 05 2,42 5,65 UBE 04 1,00 0,00 UBE 05a 1,00 0,00 11/2008 UBE 05 0,00 0,00 UBE 04 0,00 1,00 UBE 05a 1,00 0,00 02/2009 UBE 05 0,00 1,00 UBE 04 2,00 0,00 UBE 05a 1,00 1,00 06/2009 UBE 05 1,00 1,00

A classe dominante nas três últimas campanhas foi a Bacillariophyceae, substituindo a classe Chlorophyceae, dominante nas campanhas de abril e julho 2008. Ambas as classes possuem grande riqueza de espécies catalogadas nas águas brasileiras, com gêneros de ampla distribuição, como os encontrados nesse estudo. Também conhecidas como algas diatomáceas, os representantes da classe Bacillariophyceae responderam por mais de 50% da densidade total de organismos em praticamente todos os pontos nas últimas três campanhas, mostrando a dominância dessa classe, que inclui uma gama bastante grande de espécies, entre elas as do gênero Navícula, principal pelos resultados observados. A presença de exemplares da classe Cyanophyceae merece atenção, uma vez que, conforme observado no relatório apresentado, que algumas espécies desta classe fitoplanctônica – Aphanocapsa sp., Aphanotece sp., Chrooccocales N.I., Chrooccocales N.I.1, Cyanodyctium sp. Epigloeosphaera sp., Merismopedia sp., Microcystis sp., Nostocaceae, Nostocalles NI, Ocillatoria sp., Ocillatoria sp1, Phormidium sp., Planktolyngbya sp., Pseudoanabaeba sp. Pseudoanabaenaceae NI, Raphidiopsis sp., Scytonematacea NI, foram identificadas em quase todas as campanhas, com exceção da campanha de novembro/2008 em todas as estações, e na campanha de junho/2009, na estação UBE 04. Comunidade Zooplanctônica A comunidade zooplanctônica foi monitorada durante as campanhas realizadas na região de implantação da PCH Malagone – contagem da comunidade zooplanctônica, lista de espécies, indicadores da riqueza de espécies e do índice de diversidade Shannon-Wienner e densidade dos grandes grupos zooplactônicos encontrados no trecho monitorado do Rio Uberabinha. Foram registrados 24 taxa diferentes divididos em 03 Filos – Protozoa (10 taxa), Rotífera (13 taxa) e Crustácea (01 taxa).

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Nas duas primeiras campanhas houve prevalência de representantes dos protozoários ciliados (Ciliophora), os quais apresentaram a maior concentração de um taxa em todo monitoramento (1800 indivíduos/L na estação UBE 04 no mês de Julho/2008). Nesta mesma campanha, os resultados mostraram reduzida densidade, diversidade e riqueza de taxa. Na campanha de novembro/2008 houve o predomínio do grupo dos rotíferos, indicando uma maior estabilidade da comunidade zooplanctônica. Nesta terceira campanha de campo a densidade dos grandes grupos foi moderada na estação UBE 04 e escassa nas estações a jusante. Na campanha de fevereiro/2009 foi observada a riqueza de taxa entre rotíferos e protozoários. Nesta mesma campanha houve a ocorrência de uma terceira classe, Crustácea, além do aumento médio nas densidades nas estações UBE 05a e UBE 05, com maior participação de representantes do Filo Protozoa. Já na campanha de junho/2009 a comunidade zooplanctônica amostrada foi bastante reduzida, com destaque para os protozoários. (pg. 43, PQA PCH MALAGONE; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos) Com relação à riqueza de espécies, ou de taxa, nota-se que houve maior riqueza na primeira coleta (abril/2008), onde os valores ficaram entre 22 e 28 espécies, enquanto na segunda coleta, a riqueza de espécies oscilou em torno de 20 espécies. A partir da terceira campanha, a riqueza foi menor, com pico de 10 espécies na estação UBE 04, sendo que a campanha de junho/2009 apresentou os menores resultados de riqueza, com mínimo de 03 espécies na estação UBE 05 e máximo de 06 na estação UBE 04. (pg. 44, PQA PCH MALAGONE; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos) Os índices de diversidade acompanharam o padrão de riqueza e densidade durante e foram reduzidos no ano de 2009. Em 2008, o índice foi intermediário em novembro, mas maior do que nas campanhas anteriores, refletindo a ausência de dominâncias pronunciadas nas águas do Rio Uberabinha durante esse mês. (pg. 44, PQA PCH MALAGONE; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos) Comunidade Bentônica Foram realizadas cinco amostragens durante a campanha de monitoramento do PQA, onde o substrato de cada uma das amostras foi caracterizada, os exemplares das comunidades identificadas, confecção de gráficos indicadores de densidade de taxa, riqueza de filos e cálculo do índice de BMWP (Biological Monitoring Working Party) para cada uma das três estações de coleta. Os resultados das coletas realizadas nos meses de Novembro/2008, Fevereiro e Junho/2009 mostram que a comunidade bentônica da área de estudo foi dominada por anelídeos das classes Hirudínea e Oligochaeta, juntamente com insetos dípteros da família Chironomidae. Destaque para o grande número de hirudíneos na estação UBE 04, nas campanhas de Julho/2008 e Novembro/2008, e para os Oligoquetas na campanha de Fevereiro/2009 (UBE 04) e Junho/2009 (UBE 05a). Embora com poucas ocorrências, o registro de representantes do gênero Biomphalaria (Filo Mollusca) merece atenção por se tratar de organismos hospedeiros intermediários de parasitoses humanas, como a esquistossomose. Na Classe Insecta houve dominância de larvas dos dípteros da família Chironomidae. (pg. 46, PQA PCH MALAGONE; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos)

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Apesar da dominância de anelídeos e quironomídeos, foram encontradas algumas espécies bioindicadoras de águas de boa qualidade – ordem Trichoptera em todas as estações amostrais durante o mês de Novembro/2008, ordem Odonata nas campanhas de Fevereiro e Junho/2009, ordem Lepdoptera em Julho/2008 (UBE 05), Coleóptera em Abril/2008 (UBE 04 e UBE 05a), Julho/2008 (UBE 04 e UBE 05), Novembro/2008 (UBE 05a) e Junho/2009 (UBE 04), Ephemeroptera em Abril/2008 (UBE 04 e UBE 05a) e Julho/2008 (UBE 04), e Odonata nas campanhas de Fevereiro/2009 (UBE 04 e UBE 05a) e Junho/2009 (UBE 04). (pg. 49, PQA PCH MALAGONE; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos) “O Índice BMWP calculado para as águas do Rio Uberabinha na região de implantação da PCH Malagone foi baixo e/ou intermediário, resultando em um enquadramento negativo desse corpo d’água. Entretanto esse índice não é absoluto e deve ser interpretado com cautela, uma vez que os resultados dos parâmetros físicos e químicos, e das comunidades planctônicas mostram um ambiente de melhor qualidade do que o apontado pelo índice.” (pg. 50, PQA PCH MALAGONE; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos) A análise das comunidades hidrobiológicas mostram se tratar de águas que abrigam uma biota bastante complexa com espécies tolerantes e outras bastantes sensíveis a ambientes impactados ocorrendo conjuntamente sem a ocorrência de dominâncias muito pronunciadas, o que mostra que o Rio Uberabinha, mesmo recebendo efluentes, muitas vezes in natura, possui capacidade de autodepuração acentuada. (PQA PCAH MALAGONE, pg. 52; AGETEL Suporte Ambiental e MLT Engenharia de Projetos Ambientais). De acordo com os dados gerados pelo Programa de Qualidade das Águas – PQA, da PCH MALAGONE, e com os dados disponibilizados pelo IGAM sobre o Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais da Bacia do Rio Paranaíba, é possível concluir que as águas do Rio Uberabinha apresentam disponibilidade de nutrientes limitantes ao processo de eutrofização, principalmente fósforo e nitrogênio. A eutrofização das águas significa seu enriquecimento por nutrientes e ocorre especialmente em lagos e reservatórios artificiais. Este processo, natural ou artificial – provocado pela ação antrópica, leva a uma progressiva degradação da qualidade das águas e cujas principais conseqüências são, perda da qualidade cênica, do seu potencial recreacional e do seu valor econômico, perda de biodiversidade, alteração no padrão de distribuição vertical de oxigênio da água, floração de algas, cianobactérias e macrófitas aquáticas, restrição aos usos da água, efeitos sobre a saúde humana e aumento nos custos para tratamento de água. Reservatórios e lagos com longo tempo de retenção hidráulica, baixa profundidade média e que estejam submetidas a elevados níveis de carga de nutrientes, são candidatos potenciais ao aparecimento indesejável de florações de algas, cianobactérias e macrófitas aquáticas com grande potencial de comprometimento de suas águas. Dentre os nutrientes responsáveis pelo enriquecimento das águas, nitrogênio e fósforo parecem ser os mais importantes.

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No entanto, o processo de eutrofização é resultante de um conjunto de outros fatores além do aumento da disponibilidade de nutrientes. As condições climáticas, os fatores morfométricos – principalmente a profundidade média do reservatório, os fatores hidrológicos – principalmente o tempo de residência das águas, e fatores óticos – turbidez e cor da água, afetam diretamente as condições de trofia da água. Diante das exposições acima, a equipe interdisciplinar sugere como condicionante a continuação do monitoramento da qualidade da água e das comunidades fitoplanctônica, zooplanctônica e bentônica, uma vez que estas medidas são consideradas essenciais à implementação de instrumentos de gestão do reservatório, gerando informações estratégicas, e possibilitando acompanhar a eficácia das ações realizadas, além de orientar a definição de diretrizes, programas e atividades para a manutenção e melhoria da qualidade da água do reservatório, e restabelecer o equilíbrio do lago, caso eutrofizado. Durante a operação do empreendimento, diante de circunstâncias que evidenciem o desencadeamento de eutrofismo, o empreendedor está condicionando a adotar medidas corretivas com objetivo de restabelecer o equilíbrio do reservatório eutrofizado, que após receber grande aporte de carga externa, também passa a apresentar grande carga de nutrientes em suas águas, sedimentos e excessiva produção de material biológico, de florações de algas, proliferação de macrófitas, etc. Este grupo de medidas visa a redução de cargas autóctones do reservatório. A proliferação de macrófitas é especialmente prejudicial em reservatórios de hidrelétricas, onde podem comprometer máquinas e equipamentos. Fica vedado o uso de herbicidas e algicidas no controle de fitoplânctons. No caso do curso d’água rio Uberabinha, é relevante a contribuição antrópica, caracterizada principalmente pelas fontes pontuais, como descargas industriais e esgoto sanitário oriundas do município de Uberlândia. Somadas às fontes pontuais, encontram-se ao longo da sua bacia, as atividades agropastoris, em grande intensidade e alta produtividade, caracterizando as principais fontes não pontuais ou difusas. A adoção de medidas preventivas junto às fontes de cargas alóctones, ou seja, as fontes de poluição pontual e difusa da bacia de drenagem, visa impedir ou minimizar a eutrofização do reservatório. Portanto, caberá ao empreendedor realizar um levantamento técnico sobre os principais contribuintes externos ao reservatório de cargas poluidoras, na bacia de drenagem diretamente afetada pelo reservatório, e propor em conjunto com os responsáveis pelas fontes, a adoção de métodos de controle para prevenção ou controle do processo de eutrofização. Outro aspecto importante diz respeito à caracterização do sedimento de fundo, pois este, freqüentemente, pode estar associado ao trofismo do meio aquático, visto que a concentração da maioria dos elementos químicos é significativamente maior neste compartimento, com possibilidade de liberação ao meio líquido. Também é onde ocorre a maioria das reações físico-químicas e biológicas com relação à ciclagem de nutrientes – reações de fixação e liberação para a coluna d’água – e ao fluxo de energia – deposição e reciclagem de carbono. A fração orgânica dos sedimentos constitui a principal fonte de energia para a população bentônica dos reservatórios. Neste sentido o empreendedor está condicionado a realizar anualmente, a caracterização dos sedimentos do fundo do reservatório em pontos de amostragem representativos do reservatório.

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- Projeto de Monitoramento e Controle da Malacofaun a A adoção desse programa de monitoramento possibilitará um diagnóstico preventivo relacionado à fauna de moluscos transmissores de doenças e invasores, na medida em que serão avaliadas quali-quantitativamente suas modificações naturais ou em decorrência da transformação do ambiente lótico em lêntico. Durante a instalação do empreendimento, no âmbito deste projeto, foram realizadas cinco campanhas: abril, julho e novembro de 2008, fevereiro e junho de 2009. Moluscos do gênero Physa foram registrados ao longo de todo o monitoramento mas sempre em baixas densidades. Os registros de Biomphalaria foram baixos, com prevalência nas campanhas de abril e julho de 2008. Na última campanha foram registrados exemplares de Curbicula fluminea. Não se identificou representantes de Limnoperna fortunei. O relatório concluiu que, apesar da ocorrência, as populações de Physa, Biomphalaria e Curbicula encontram-se controladas, no entanto o momento crítico para este projeto será após o enchimento do reservatório; quando as campanhas deverão ser intensificadas e estabelecidas medidas de controle efetivas.

- Projeto de Monitoramento e Controle de Macrófitas Os principais objetivos desse projeto são: monitorar o crescimento das espécies de macrófitas que possam se estabelecer no reservatório; avaliar as informações obtidas para que possam ser utilizadas no controle da eutrofização; proporcionar um equilíbrio entre as outras comunidades aquáticas, como fitoplâncton, zooplâncton e comunidades bentônicas. A avaliação do rio Uberabinha na fase de instalação do empreendimento não demonstrou a existência de focos de propagação de macrófitas. Apenas foram verificados exemplares da família Poaceae e Cyperaceae, resultado do contato direto de áreas de pastagem com o rio. Durante a operação do empreendimento, de acordo com o PCA, caso ocorra uma proliferação excessiva de macrófitas aquáticas, estas serão retiradas de forma mecânica e dispostas em local adequado para secagem. O empreendedor prevê a disposição final em Aterro Classe I ou co-processamento; ambas a serem realizadas pela empresa Essencis Soluções Ambientais S/A. No entanto, solicita-se ao empreendedor que, após a geração deste resíduo, seja realizada a análise e a classificação do mesmo segundo a ABNT NRB 10.004/04 para, posteriormente, definir a destinação mais adequada.

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2.5.8. PROGRAMA DE MONITORAMENTO CLIMATOLÓGICO Foi firmado convênio com o Instituto de Geografia, da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, para que sejam monitoradas as seguintes variáveis climáticas:

• Temperatura do ar • Velocidade e direção dos ventos • Umidade do ar • Pressão atmosférica • Medição de quantidade de chuva • Insolação

O Acordo de Cooperação Técnica entre a Hidrelétrica Malagone e a UFU foi firmado em 25 de julho de 2008, com prazo de vigência de 02 anos, podendo ser renovado mediante interesse entre as partes. 2.5.9. PROGRAMA AMBIENTAL DE CONSERVAÇÃO E USO DO E NTORNO DO RESERVATÓRIO ARTIFICIAL Este programa foi apresentado junto ao PCA na fase de Licença de Instalação. No entanto, por se tratar de documento ainda genérico, solicita-se que seja feita uma revisão do PACUERA e seja apresentado um cronograma detalhado. Ressalta-se que devem ser observados os preceitos elencados na Resolução CONAMA n. 302, de 20 de março de 2002. Conforme recomendação expedida pelo Ministério Público Estadual à SEMAD, deverá ser realizada audiência pública para que o Programa seja discutido. A realização deste procedimento deve ser comunicada ao Ministério Público com 30 dias de antecedência. Outra recomendação é a necessidade de se ouvir o Comitê de Bacia Hidrográfica da área do empreendimento sobre as questões relativas ao entorno dos reservatórios.

2.6. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

A Resolução CONAMA 302/02 estabelece que no entorno de reservatórios situados em área rural seja mantida uma APP de 100m. No entanto, esta mesma Resolução, em seu artigo 3°, § 1°, permite a ampliação ou redução da área de preservação permanente, obedecendo-se um patamar mínimo de 30m, desde que assim tratado no âmbito do licenciamento ambiental e no plano de recursos hídricos da bacia.

A Lei Federal n. 4.771/1965 estabelece em seu artigo 4º, § 6º, que, para implantação do reservatório artificial, o empreendedor é obrigado a desapropriar ou adquirir as áreas de preservação permanente criadas no seu entorno.

Conforme definido na fase de Licença de Instalação, a Área de Preservação Permanente do reservatório artificial a ser formada pelo empreendimento PCH Malagone é de 50 metros . O Parecer Único SUPRAM Central Metropolitana n. 022/2008 menciona:

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A área a ser considerada [...] tem largura em 50m, em projeção horizontal, medida a partir do NA máximo normal. Esta marcação considera o estabelecido na Resolução CONAMA nº 302/2002 e na Lei Orgânica do Município de Uberlândia, de agosto de 2004, em seu art. 210: “é considerada área de preservação permanente uma faixa de cinqüenta metros de largura em ambas as margens do Rio Uberabinha, em toda sua extensão na zona urbana”, além das solicitações realizadas durante audiência pública pelos representantes municipais.

No entanto, o empreendedor somente realizou a aquisição de 30m no entorno do futuro lago, contrariamente ao estabelecido na fase anterior do licenciamento ambiental da PCH Malagone; descumprindo portanto determinação do COPAM.

Fica, portanto, condicionado neste Parecer que deverá ser adquirida mais uma faixa de 20m no entorno de toda a área do futuro reservatório, em cumprimento ao estabelecido outrora.

Ressalta-se ainda que, onde houver Reserva Legal de propriedade do empreendedor ou de terceiros, conforme Figura 02, estas deverão ser realocadas.

2.7. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Para fins de Compensação Ambiental, conforme previsto no artigo 36 da Lei Federal n. 9985/2000 (SNUC), em 26/11/2008 foi protocolado no IEF – Núcleo de Compensação Ambiental, ofício do empreendedor manifestando a intenção da compensação ambiental em função da instalação da PCH Malagone.

Em resposta, a coordenadora do Núcleo de Compensação Ambiental encaminhou o Ofício n. 040/2009/NCA/IEF/SISEMA, datado de 3 de abril de 2009, informando que: ”em função da decisão do STF no âmbito da ADI 3378, foram suspensas todas as deliberações acerca da compensação ambiental pela CPB [...].” E ainda esclarece que: “tão logo o processo se normalize essa empresa receberá comunicado desse NCA, com vistas à continuidade do processo [...].”

Em 06/11/2009, por solicitação do NCA, o empreendedor protocolou Ofício contemplando a Planilha de Investimentos para a construção da PCH Malagone, da ordem de R$ 80.075.100,00.

De acordo com o Parecer Único de Compensação Ambiental NCA/DIAP n. 015/2010, pautado na 10ª RO CPB realizada em 04/02/2010, o valor da compensação é de R$400.375,50.

2.8. ATENDIMENTO ÀS CONDICIONANTES DA LICENÇA DE IN STALAÇÃO

1. Enviar relatório final conclusivo com os resultados de cada campanha de monitoramento da fauna contendo as devidas autorizações pertinentes expedidas pelo IBAMA.

Condicionante atendida. Relatório final protocolado em 11/08/2009, cujos resultados estão apresentados no item 2.5 deste Parecer.

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2. Apresentar manifestação formal de instituições que demonstrarem interesse em receber material biológico para suas coleções de referência.

Condicionante atendida. As declarações das instituições constam nos autos, conforme especificado a seguir:

Aves: Museu de Zoologia da USP

Mamíferos: Departamento de Zoologia da UnB

Mamíferos voadores: Setor de Zoologia da UFLA

Anfíbios e répteis: Laboratório de Herpetologia da UFMG

Coleções botânicas: Herbário HUFU

3. Apresentar relatório referente ao resgate de peixes na etapa anterior à do desvio do rio Uberabinha da PCH Malagone.

Condicionante atendida. Relatório protocolado em 19/11/2008, cujos resultados estão apresentados no item 2.5 deste Parecer.

4. Apresentar relatório final conclusivo referente aos programas de conservação da espécie Myleus tiete e do projeto de monitoramento da ictiofauna.

Condicionante atendida. Relatório protocolado em 17/07/2009, cujos resultados estão apresentados no item 2.5 deste Parecer.

5. Substituir o ponto de monitoramento de ictiofauna à jusante do barramento (vazão restituída) por um ponto no trecho de vazão reduzida.

Condicionante atendida.

6. Apresentar aprovação pelo GEPAN/IPHAN do relatório de prospecção arqueológica.

Condicionante atendida ; conforme OFÍCIO/GAB/13ªSR/IPHAN n. 0725/08, datado de 13 de junho de 2008, constante no processo.

7. Apresentar a Portaria IPHAN, acerca da autorização do arqueólogo responsável a executar o Programa de Prospecção Arqueológica.

Condicionante atendida. A cópia da Portaria IPHAN n. 3, de 24 de janeiro de 2008, foi protocolada sob n. R024462/2088, em 04/03/2008.

8. Durante a execução do Programa de Remoção e Estocagem de Solo as leiras de estocagem não deverão exceder 1,5 metros de altura e 2 metros de largura e deverão ser revestidas com leguminosas forrageiras.

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Condicionante atendida.

9. Apresentar relatórios semestrais consolidados acerca dos Projetos de Monitoramento Limnológico e da Qualidade das Águas, de Monitoramento e Controle da Malacofauna e Monitoramento e Controle de Macrófitas.

Condicionante atendida. As campanhas foram realizadas trimestralmente e apresentadas em três relatórios consolidados; cujos resultados constam no item 2.5 deste Parecer.

10. Apresentar destinação final da biomassa proveniente da coleta mecânica de macrófitas caso este material não seja utilizado na agricultura.

Condicionante atendida. Foram apresentadas duas propostas para destinação da biomassa de macrófitas, sendo: disposição final em Aterro Classe I ou co-processamento; ambas a serem realizadas pela empresa Essencis Soluções Ambientais S/A.

No entanto, solicita-se ao empreendedor que, após a geração deste resíduo, seja realizada a análise e a classificação do mesmo, segundo a ABNT NRB 10.004/04 para, posteriormente, definir a destinação mais adequada.

11. O empreendedor deve comprometer-se em promover esforços para manter os níveis atuais de qualidade da água, ou seja, anteriores à implantação do empreendimento. No caso do desenvolvimento de um possível quadro de eutrofização do reservatório, este impacto deve ser mitigado utilizando, para tanto, quaisquer ações e meios ambientalmente adequados. É importante observar que esta condição não torna o empreendedor responsável pela qualidade da água que chega ao reservatório, ou seja, o empreendedor não é responsável pelo uso do solo na bacia, mas sim, pela água que sai do reservatório, a qual deve manter, no mínimo, as mesmas características da água que chega ao mesmo.

Condicionante a ser observada durante toda a fase de Licença de Operação do empreendimento e, como se pode constatar, foi desdobrada em outras condicionantes constantes no Anexo I deste Parecer.

12. Apresentar solução para disposição dos resíduos da unidade de saúde, que não seja no aterro controlado, atendendo a Resolução CONAMA 358/2005.

Condicionante atendida. Foi firmado Contrato de Prestação de Serviços com a empresa Brasnutri Soluções Ambientais Ltda. para transporte, armazenamento temporário e destinação final de resíduos do serviço de saúde. A citada empresa possui Autorização Ambiental de Funcionamento de n. 01900/2007 com vencimento em 12 de junho de 2011.

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13. Construir os abrigos para armazenamento de material perigoso de acordo com a normatização pertinente. Apresentar relatório fotográfico com acompanhamento da implantação dos mesmos.

Condicionante atendida. Foi encaminhado o relatório fotográfico comprovando a construção de um local para armazenagem de resíduos Classe I; o qual também foi averiguado em vistoria técnica.

14. Apresentar relatório fotográfico das obras de implantação do abrigo para o armazenamento dos recicláveis.

Condicionante atendida. Foi encaminhado o relatório fotográfico comprovando a construção; o qual também foi averiguado em vistoria técnica.

15. Qualquer serviço terceirizado de coleta e disposição final de resíduos e efluentes deve ser realizado por empresas licenciadas junto aos órgãos competentes. Havendo esse tipo de serviço, a comprovação dessas licenças deve ser apresentada à SUPRAM CENTRAL.

Condicionante atendida. Foi firmado Contrato de Prestação de Serviços com a empresa A Limpar Logística Ltda. para sucção e transporte de efluentes e limpeza de fossa séptica. A citada empresa possui Declaração de não Passível de Licenciamento n. 075687/2007 com vencimento em 21 de março de 2011.

16. Identificar qual empresa será responsável pela limpeza das fossas e informar qual será o local de destino desse material.

Condicionante atendida. Foi firmado Contrato de Prestação de Serviços com a empresa A Limpar Logística Ltda. para sucção e transporte de efluentes e limpeza de fossa séptica. A citada empresa possui Declaração de não Passível de Licenciamento n. 075687/2007 com vencimento em 21 de março de 2011.

17. Apresentar os resultados e monitoramento do Projeto de Revegetação do Entorno do Reservatório em relatórios anuais.

Condicionante atendida. Relatório protocolado em 11/08/2009, cujos resultados estão apresentados no item 2.5 deste Parecer.

18. Formalizar AAF para o viveiro de mudas e apresentá-lo a esta Superintendência.

Condicionante justificada. Firmou-se convênio com a empresa M.A. Canedo Engenharia Agronômica e Ambiental para o fornecimento de 85.000 mudas de espécies nativas.

19. Apresentar ART’s dos responsáveis pela execução de cada um dos programas propostos no PCA.

Condicionante atendida.

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20. Apresentar documento comprobatório da aprovação da medida compensatória do empreendimento a ser definida pelo IEF/CPB.

Condicionante justificada. Em 26/11/2008 foi protocolado no IEF – Núcleo de Compensação Ambiental, ofício do empreendedor manifestando a intenção da compensação ambiental em função da instalação da PCH Malagone. Em resposta, a coordenadora do Núcleo de Compensação Ambiental encaminhou o Ofício n. 040/2009/NCA/IEF/SISEMA, datado de 3 de abril de 2009, informando que: ”em função da decisão do STF no âmbito da ADI 3378, foram suspensas todas as deliberações acerca da compensação ambiental pela CPB [...].”

E ainda esclarece que: “tão logo o processo se normalize essa empresa receberá comunicado desse NCA, com vistas à continuidade do processo [...].” Em 06/11/2009, por solicitação do NCA, o empreendedor protocolou Ofício contemplando a Planilha de Investimentos para a construção da PCH Malagone, da ordem de R$ 80.075.100,00.

De acordo com o Parecer Único de Compensação Ambiental NCA/DIAP n. 015/2010, pautado na 10ª RO CPB realizada em 04/02/2010, o valor da compensação é de R$400.375,50.

21. A confecção das placas de sinalização deverá obedecer às normas da ABNT.

Condicionante atendida. Foi protocolado em 11/08/2009 relatório fotográfico comprovando a confecção e instalação das placas.

22. Apresentar convênio assinado com uma instituição de saúde de Uberlândia, com a finalidade de absorver as demandas de atendimento médico e hospitalar para os trabalhadores durante a instalação do empreendimento.

Condicionante atendida. Foi firmado convênio com o Hospital de Clínicas do Triângulo Ltda., conforme cópia do contrato protocolada em 17/04/2008.

23. No âmbito do Projeto de Segurança e Alerta deverão ser entregues a SUPRAM relatórios para acompanhamento do projeto. Estes relatórios deverão ser semestrais durante a fase de instalação do empreendimento, depois um relatório pré-enchimento e um pós-enchimento e, por último, relatórios semestrais durante o primeiro ano de operação da PCH Malagone.

Condicionante atendida. Foram protocolados três relatórios contemplando as ações desenvolvidas no âmbito deste Projeto.

24. Apresentar convênio assinado com a Policia Militar do Estado de Minas Gerais para assegurar o acréscimo dos serviços de segurança pública.

Condicionante atendida. Em 24 de março de 2008, firmou-se o Convênio n. 01/2008 de cooperação mútua entre a Wanerg Energética Ltda. e a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais.

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25. O Projeto de Monitoramento dos Aspectos Socioeconômicos deve ter caráter contínuo durante as fases de implantação do empreendimento, de enchimento do reservatório e no primeiro ano após o enchimento, procurando registrar alterações e problemas que, porventura, estejam ocorrendo e propor, caso necessário, medidas a serem implementadas tempestivamente. Os resultados desse monitoramento – registros de campo, planejamento e execução das medidas cabíveis – deverão constar em relatórios semestrais a serem enviados a SUPRAM.

Condicionante atendida. Foram protocolados três relatórios contemplando as ações desenvolvidas no âmbito deste Projeto.

26. Realizar campanha de levantamento de dados referentes ao Programa de Monitoramento dos Aspectos Socioeconômicos antes do início das obras.

Condicionante atendida. Relatório protocolado em 14/05/2008, contemplando os dados referentes à entrevista realizada com os proprietários/moradores das propriedades da ADA.

27. Durante a fase de instalação da PCH Malagone deverão ser elaborados no âmbito do Projeto de Comunicação Social e Projeto de Educação Ambiental relatórios semestrais contendo todas as atividades desenvolvidas. Além disso, deverá ser entregue até três meses após o término dos projetos um relatório final contemplando todas as etapas.

Condicionante atendida. Foram protocolados três relatórios contemplando as ações desenvolvidas no âmbito destes Projetos; as quais estão sucintamente relacionadas no item 2.5 deste Parecer.

28. Apresentar registro dos imóveis adquiridos para instalação da infra-estrutura básica da PCH, com respectivas reservas legais averbadas.

Condicionante atendida. Conforme documentos constantes nos autos foram apresentados registro de imóvel, escritura pública de compra e venda e contrato de compra venda, comprovando a propriedade e posse das sobreditas áreas.

29. Apresentar Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial, conforme Resolução CONAMA Nº302 de 2002.

Condicionante atendida. O empreendedor protocolou junto ao PCA na fase de LI uma proposta para o Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório.

2.9. CONTROLE PROCESSUAL

O processo encontra-se formalizado e instruído no tocante à legalidade processual, haja vista a apresentação dos documentos exigidos pelo Formulário de Orientação Básica- FOB, conforme enquadramento disposto da Deliberação Normativa nº 74/2004.

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Insta mencionar, que o Ministério Público da Comarca de Uberlândia ingressou com uma Ação Civil Pública, processo nº 0702.09.576.316-6, em desfavor do empreendimento Hidrelétrica Malagone e do Estado de Minas Gerais, tendo em vista as disposições contidas na Lei Estadual nº 11.931/1995.

Segundo a Lei Estadual em referência, “ficam declarados área de preservação permanente, sob a denominação de Área de Preservação Permanente da Bacia Hidrográfica do Rio Uberabinha - APP do Rio Uberabinha -, os terrenos que integram essa bacia nos Municípios de Uberlândia e Uberaba”. Ainda, menciona a vedação de intervenções na APP do rio Uberabinha, como: “a instalação de unidades industriais, realização de obras de terraplenagem, de aterro e demais obras de construção civil ou outras que, de qualquer forma, causem risco de assoreamento do rio”.

Em decorrência disso, a SUPRAM TMAP solicitou ao Gabinete da SEMAD uma consulta formal à Advocacia Geral do Estado sobre a continuidade do licenciamento ambiental do empreendimento PCH Malagone. Em resposta ao ofício nº 389/GAB/SEMAD expedido pelo Gabinete da SEMAD, a AGE, por meio do seu Procurador-Chefe da PP/MA, Dr. Cléber Reis Grego, informou não ter óbice para a continuidade do empreendimento, in verbis:

Trata-se de ofício expedido pelo Sr. Secretário de Estado de Meio ambiente e Desenvolvimento sustentável, Dr. José Carlos Carvalho, que faz consulta sobre a possibilidade de dar continuidade ao licenciamento de empreendimento da empresa Wanerg Energética Ltda., consubstanciado na instalação de pequena central hidrelétrica no Município de Uberlândia.

Disse ainda que o processo administrativo de licenciamento ambiental está em fase de concessão de licença de operação, o que não ocorreu por força de decisão liminar proferida pelo Juízo da 2ª Vara da Fazenda e Autarquias da Comarca de Uberlândia, em sede de ação civil pública manejada pelo Ministério Público Estadual.

Com efeito, a ACP em questão foi contestada nesta Unidade e remetida à ARE de Uberlândia, na forma da Res. 199/07, não tendo sido manejado Agravo de Instrumento contra a decisão concessiva de liminar, porque foi a mesma cassada por decisão monocrática do Des. Elias Camilo, conforme se vê da cópia anexa.

Nesse passo, tendo a digna autoridade consulente afirmado que o empreendimento atende a todos os requisitos legais a não havendo mais vedação judicial para prosseguimento das obras, haja vista a cassação da medida liminar como acima ressaltado, não há óbice, a meu sentir, para a continuidade do empreendimento. (grifo nosso).

Importante destacar um trecho da decisão do Relator Dr. Des. Elias Camilo, em sede do Agravo de Instrumento interposto pela PCH Malagone, que cassou a decisão de primeiro grau que determinava a suspensão da obra:

De fato, visando a ação originária, dentre outras medidas, a “declaração de nulidade das licenças/certificados emitido pelo Estado de Minas Gerais” (sic. Fl.96-TJ), ato administrativo que goza de presunção de relativa

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legalidade, e que, neste exame sumaríssimo, não vislumbro qualquer vício capaz de maculá-lo, mostra-se imperioso a oitiva prévia do representante legal do Estado de Minas Gerais.

Por fim, em consulta aos autos na 2ª Vara da Fazenda e Autarquias da Comarca de Uberlândia, atestou-se que até a presente data não existe nenhuma decisão judicial vigente que proíba a continuidade do processo de licenciamento ambiental.

3. CONCLUSÃO

De acordo com a análise técnica e jurídica, considerando que o empreendedor foi autuado face às irregularidades vislumbradas durante a análise do processo, que estas mesmas irregularidades são passíveis de regularização nesta fase, que o empreendimento encontra-se totalmente instalado e, considerando ainda, que a fiel execução dos programas tenderiam a mitigar os impactos ocasionados pela implantação e operação do empreendimento; a equipe técnica sugere o deferimento da concessão da Licença de Operação, com prazo de validade de 06 (seis) anos para o empreendimento HIDRELÉTRICA MALAGONE S.A , desde que sejam atendidas às condicionantes listadas no Anexo I, ouvida a Unidade Regional Colegiada do Conselho Estadual de Política Ambiental do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

Ressalta-se que a Licença Ambiental em apreço não d ispensa nem substitui a obtenção pelo requerente de outras licenças legalmente exigíveis.

Ressalta-se ainda que as revalidações das licenças ambientais, tais como as de outorga, deverão ser efetuadas 90 (noventa) dias antes de se u vencimento.

Opina-se que as observações acima constem do Certif icado de Licenciamento Ambiental.

Equipe Interdisciplinar: MASP Assinatura Amara Borges Amaral 598.804-3

Evandro de Abreu Fernandes Júnior 1.155.586-9

Adrian Franco Silva 1.197.554-7

Arlene Cortes da Rocha 1.148.094-4

Aila Rios de Souza 1.211.417-9

Amilton Alves Filho 1.146.912-9

Janaína de Souza Mendes 1.200.568-2

Kamila Borges Alves 1.151.726-5

Ciente: Rodrigo Angelis Alvarez 1.191.774-7

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ANEXO I

Processo COPAM Nº: 14545/2005/003/2009 Classe/Porte: 3/M Empreendimento: HIDRELÉTRICA MALAGONE S/A CNPJ: : 09.251.924/0002-16 Atividade: BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Localização: Fazenda Mata do Rio das Pedras Município: UBERLÂNDIA Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA VALIDADE: 6 ANOS ITEM DESCRIÇÃO PRAZO *

1

Apresentar Relatórios de Andamento dos Programas Ambientais para aqueles projetos que ainda deverão ser atendidos em fase de LO: - Projeto de Monitoramento da Mastofauna; - Projeto de Monitoramento da Herpetofauna; - Projeto de Monitoramento Biogeográfico da Avifauna; - Projeto de Monitoramento dos Andorinhões das Cachoeiras da região da PCH Malagone; - Projeto de Resgate ou Salvamento de Fauna durante o enchimento do reservatório*; - Projeto de Monitoramento da Ictiofauna; - Projeto de Conservação do Pacu-prata (Myleus tiete); - Projeto de Educação Patrimonial; - Programa de Comunicação Social; - Programa de Educação Ambiental; - Projeto de Desmobilização do Canteiro de Obras*; - Projeto de Segurança e Alerta; - Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas; - Projeto de Monitoramento de Focos Erosivos e de Movimento de Massa; - Projeto de Coleta de Flora e Germoplasma; - Projeto de Conservação da Flora Ameaçada de Extinção; - Projeto de Revegetação do Entorno do Reservatório; - Projeto de Monitoramento Limnológico e de Qualidade das Águas Superficiais; - Projeto de Monitoramento e Controle da Malacofauna; - Projeto de Monitoramento e Controle de Macrófitas; - Programa de Monitoramento Climatológico. * O relatório de Projetos relacionados especificamente ao enchimento do reservatório e obras deverá ser protocolado, no máximo, após três meses do enchimento.

SEMESTRALMENTE

2

Apresentar relatório referente às ações de resgate da fauna durante o enchimento do reservatório. Para a ictiofauna, o TVR deverá receber atenção especial em função da possibilidade de formação de poças d’água.

3 MESES APÓS O ENCHIMENTO

3 Contemplar, no âmbito do Projeto de Segurança e Alerta, um mecanismo de proteção do Canal de Adução para que não Antes do enchimento

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ocorram acidentes com animais e pessoas. Obs.: Comprovar a instalação do mecanismo de proteção antes do enchimento do reservatório.

do reservatório

4

Apresentar relatório consolidado referente aos aspectos sócio-econômicos das propriedades diretamente atingidas pelo empreendimento, contemplando inclusive as novas negociações para aquisição da faixa de 20m para formação da APP do reservatório.

6 MESES

5 Comprovar a aquisição dos 20m restantes para a formação da futura APP no entorno do reservatório.

12 MESES

6 Apresentar relatórios acerca do monitoramento de vazões afluentes e defluentes ao reservatório, contemplando a eficiência do mecanismo que garante a vazão residual.

SEMESTRALMENTE

7 Apresentar uma proposta de monitoramento do assoreamento do reservatório.

3 MESES

8

Visando avaliar o comportamento do nível d’água do lençol freático em função do enchimento do reservatório, realizar medições mensais em piezômetros instalados à montante, à jusante e ao longo do reservatório. Obs.: Após um ano de monitoramento, as medições poderão ser realizadas trimestralmente. Os relatórios referentes a este monitoramento deverão ser protocolados semestralmente.

Durante a validade da licença de

operação

9 Realizar pesquisas arqueológicas na faixa de depleção do reservatório, consolidando os dados em relatórios anuais.

ANUALMENTE

10

Realizar o monitoramento da qualidade da água do reservatório, conforme estabelece o ANEXO II deste parecer. O monitoramento deverá ser realizado no mínimo em três pontos espacialmente distribuídos, de modo a representar trechos diferenciados do reservatório – um ponto mais a montante da barragem, representando a qualidade das águas do seu terço inicial (P01); um ponto amostral próximo ao vertedor da barragem, representando a qualidade das águas que saem do reservatório (P03); e um ponto na posição intermediária (P02). A coleta das amostras deverá ser realizada na superfície e próxima ao fundo da coluna d’água em cada ponto amostral.

Durante a validade da licença de

operação

11

Implementar um Plano de Contingência que contemplem ações preventivas, ações de manejo e ações de remediação capazes de prever e controlar com eficácia e rapidez os efeitos nocivos advindos do crescimento exagerado da população fitoplanctônica.

Durante a validade da licença de

operação

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12

Promover o controle do desenvolvimento excessivo de macrófitas aquáticas. Obs.: Não é autorizada a aplicação de herbicidas e algicidas em ambientes aquáticos.

Durante a validade da licença de

operação

13

Apresentar estudo estabelecendo níveis de alerta a partir de indicadores medidos capazes de sinalizar as florações de algas e cianobactérias para serem aplicados para deflagrar ações de controle e a avaliação do risco de ocorrência das florações.

12 MESES

14

Apresentar relatório técnico a que se refere o item 2.3.2. Medidas compensatórias pela intervenção em APP, contemplando as observações constantes no item.

ANUALMENTE

15 Apresentar relatório acerca da manutenção do véu d’água na cachoeira Malagone para manutenção das espécies de andorinhões.

2 MESES

16

Apresentar revisão do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial, específico para a PCH Malagone, conforme prevê a Resolução CONAMA n. 302/2002. Anexar cronograma de execução detalhado com as medidas a serem tomadas já no primeiro semestre de 2010.

6 MESES

17

Em observância ao item 2.5.7. deste parecer, apresentar um Programa para identificação dos lançamentos irregulares de efluentes à montante do empreendimento, em zona urbana e rural, em parceria com o DMAE, ABH Araguari e PCH Martins (CEMIG).

Obs.: Este programa deverá conter um cronograma de execução detalhado, contemplando as ações corretivas passíveis de serem implantadas.

12 MESES

18 Relatar a SUPRAM-TM/AP todos os fatos ocorridos na unidade do Aterro que causem impacto ambiental negativo, imediatamente após sua constatação.

Durante a vigência da LO

19 Executar o Programa de Automonitoramento conforme definido pela SUPRAM - TM/AP no Anexo II.

Durante a vigência da LO

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ANEXO II

Processo COPAM Nº: 14545/2005/003/2009 Classe/Porte: 3/M Empreendimento: HIDRELÉTRICA MALAGONE S/A CNPJ: : 09.251.924/0002-16 Atividade: BARRAGEM DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Localização: Fazenda Mata do Rio das Pedras Município: UBERLÂNDIA Referência: AUTOMONITORAMENTO

1. EFLUENTES LÍQUIDOS

Local de amostragem Parâmetros Freqüência

Caixa Separadora Água e Óleo da subestação

DBO, DQO, óleos e graxas, pH, sólidos suspensos totais, sólidos dissolvidos totais e fenóis totais.

Semestral

Fossa Séptica dos escritórios, casa de força e demais estruturas

DBO, DQO, óleos e graxas, pH, sólidos sedimentáveis, sólidos em suspensão, detergentes.

Semestral

Relatórios : Enviar ANUALMENTE à SUPRAM TM/AP, os resultados das análises efetuadas. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises alem da produção industrial e o número de empregados no período.

Método de análise : Normas aprovadas pelo INMETRO, ou na ausência delas, no Standard Methods for Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA, última edição.

2. EFLUENTE ATMOSFÉRICO

Local de amostragem Parâmetros Freqüência Monitoramento da frota de veículos e caminhões movidos a óleo diesel

Em consonância à Portaria IBAMA n. 85/96

Semestral

Relatórios: Enviar ANUALMENTE à SUPRAM TM/AP, os resultados das analises efetuadas, até o dia 20 do mês subseqüente, acompanhados pelas respectivas planilhas de campo e de laboratório, bem como a dos certificados de calibração dos equipamentos de amostragem. Os relatórios deverão conter a identificação, registro profissional, anotação de responsabilidade técnica e a assinatura do responsável pelas amostragens. Método de amostragem: normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency – EPA ou outras aceitas internacionalmente.

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3. RESÍDUOS SÓLIDOS

Enviar semestralmente à SUPRAM TM/AP, até o dia 20 do mês subseqüente, os relatórios de controle e disposição dos resíduos sólidos gerados, inclusive os resíduos Classe I. Segue abaixo modelo. Anexar identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.

RESÍDUO TRANSPORTADOR DISPOSIÇÃO FINAL Empresa

responsável Denominação Origem Classe

Taxa de geração (kg/mês)

Razão social

Endereço completo

Forma (*) Razão

social Endereço completo

OBS.

(*)1– Reutilização 6 – Co-processamento 2 – Reciclagem 7 – Aplicação no solo 3 – Aterro sanitário 8 – Estocagem temporária (informar quantidade estocada) 4 – Aterro industrial 9 – Outras (especificar) 5 – Incineração

4. PROGRAMA DE QUALIDADE DE ÁGUAS

Enviar semestralmente à SUPRAM TM/AP, até o dia 20 do mês subseqüente, os relatórios referentes a este monitoramento.

Parâmetros Físico-químicos Pontos Amostrais Periodi cidade Alcalinidade a hidróxidos Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Alcalinidade a carbonatos Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

Alcalinidade a bicarbonatos Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal DBO (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal DQO (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

Fósforo total (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Fósforo reativo total (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Nitrogênio orgânico (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

Nitrogênio amoniacal (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Nitratos (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Nitritos (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

pH Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Sólidos dissolvidos totais (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

Temperatura do ar (°C) Pontos 01, 02 e 03 (superfíc ie e fundo) Mensal Temperatura da água (°C) Perfil Mensal Cor verdadeira (mg Pt/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

Turbidez (UT) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Manganês (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

Ferro (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Zinco (mg/L) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal

Condutividade elétrica (mS/cm) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal Profundidade de Secchi (m) Pontos 01, 02 e 03 (superfície e fundo) Mensal % de saturação de oxigênio Perfil Mensal

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

SUPRAM – TM e AP Av. Nicomedes Alves dos Santos, 136– Uberlândia – MG

CEP 38400-170 – Tel: (34) 3237-3765 / 2983 DATA: 22/01/10

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Oxigênio dissolvido (mg/L) Perfil Mensal Parâmetros Hidrobiológicos Pontos Amostrais Periodi cidade Comunidade Fitoplanctônica Pontos 01, 02 e 03 Mensal Comunidade Zooplanctônica Pontos 01, 02 e 03 Mensal

Comunidade Bentônica Pontos 01, 02 e 03 Mensal Densidade de cianobactérias

(cel/ml ou mm3/L) Pontos 01, 02 e 03 Mensal

Clorofila A (µg/L) Pontos 01, 02 e 03 Mensal Coliformes termotolerantes Pontos 01, 02 e 03 Mensal

Parâmetro Amostragem Periodicidade Caracterização dos Sedimentos do fundo do reservatório quanto

aos parâmetros orgânicos e inorgânicos.

Em pontos amostrais representativos do reservatório. Semestral

Os resíduos devem ser destinados somente para empreendimentos ambientalmente regularizados junto à administração pública.

Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá comunicar previamente à SUPRAM TM/AP, para verificação da necessidade de licenciamento específico;

As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo empreendimento;

As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de fiscalização, deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor.

Importante: Os parâmetros e freqüências especificadas para o programa de automonitoramento poderão sofrer alterações a critério da área técnica da SUPRAM TM/AP, em face do desempenho apresentado pelos sistemas de tratamento.