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IZABEL SADALLA GRISPINO
No atalho de uma estrada,Capengava um lobo faminto,Estava quase morto e dizia:
Água, água, por piedade,Ele, que no passado, foi do rio a beldade,
Que muitos inocentes expulsou de seu leito,Agora, indefeso e estropiado,Implorava ajuda desvairado.
Assim, são os lobos da vida,Em pleno domínio das forças,
Confiscam, arrebentam, não têm medida,Uivam amedrontando, os cordeiros abocanhando,
Mantêm mil emboscadas em seu terreno,Que acabam provando do próprio veneno.
Ofuscando o entendimento da vida,Avançam sem discernimento,
No ataque, não distinguem jóia de bijuteria,Colocam trave nos bons sentimentos,
Enrolam-se tanto na valentia, Que se enforcam nas próprias armas da covardia.
Autora:Izabel Sadalla GrispinoFormatação:Francisco Graciano Grispino