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J o r n a l d o SIN SP REV Publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo - Nº 241 - Filiado à FENASPS e CNTSS/CUT GESTÃO MUDANÇA JÁ! 2005-2008 www.sinsprev.org.br O governo quer parcelar as férias dos trabalhadores em 3 vezes (o projeto de lei 3343/89 já foi aprovado em comissões da Câmara dos Deputados); Com o PAC os salários dos servidores vão ficar congelados até 2016; Com a nova ‘reforma’ da Previdência, a idade mínima para aposentadoria vai aumentar ainda mais; Na saúde, para se manter nos locais de trabalho os servidores já estão tendo que se mobilizar; Não se tem notícia das parcelas retroativas do PCCS da Saúde; A Super-Receita retira direitos, visa aumentar a jornada e não garante atribuições; Plano de carreiras, o governo não quer nem discutir... Por tudo isso você também vai cruzar os braços no dia 23, não vai? Basta! 23 de maio: parar a Seguridade contra as ‘reformas’ de Lula e em defesa dos direitos Assembléia dia 18 e seminário da saúde, dia 19 de maio Assembléia estadual no próximo dia 18 de maio (sexta-feira) - às 17 horas no sindicato (rua Antônio de Godoy, 88 - 2º andar - Centro) - organiza a paralisação marcada para o dia 23 de maio. A data é parte do calendário da federação nacional (Fenasps) e foi referendada pela última assembléia. No dia 19 (sábado), seminário discute a situação da Saúde pública no país e a necessidade de adoção de uma política de saúde do trabalhador. A atividade terá início às 9 horas, também no sindicato. É fundamental que os locais de trabalho se reúnam e mandem representantes para a assembléia do dia 18 e do seminário dia 19. Charge de Ricardo Borges

J o r n a l d o SINSPREV · o acesso à terra, que é um bem da natureza e deve estar a serviço de toda a população - não apenas de uma minoria. O Estado tem a responsabilida-de

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J o r n a l d o

SINSPREVPublicação do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo - Nº 241 - Filiado à FENASPS e CNTSS/CUT

GESTÃOMUDANÇA

JÁ!2005-2008

www.sinsprev.org.br

O governo quer parcelar as férias dos trabalhadores em 3 vezes (o projeto de lei 3343/89 já foi aprovado em comissões da

Câmara dos Deputados);

Com o PAC os salários dos servidores vão ficar congelados

até 2016;

Com a nova ‘reforma’ da Previdência, a idade mínima

para aposentadoria vai aumentar ainda mais;

Na saúde, para se manter nos locais de trabalho os

servidores já estão tendo que se mobilizar;

Não se tem notícia das parcelas retroativas do PCCS

da Saúde;

A Super-Receita retira direitos, visa aumentar a jornada e não

garante atribuições;

Plano de carreiras, o governo não quer nem discutir...

Por tudo isso você também vai cruzar

os braços no dia 23, não vai?

Basta!23 de maio: parar a Seguridade contra as ‘reformas’ de Lula e em defesa dos direitos

Assembléia dia 18 e seminário da saúde, dia 19 de maioAssembléia estadual no próximo dia 18 de maio (sexta-feira) - às 17 horas no sindicato (rua Antônio de Godoy, 88 - 2º andar -

Centro) - organiza a paralisação marcada para o dia 23 de maio. A data é parte do calendário da federação nacional (Fenasps) e foi referendada pela última assembléia. No dia 19 (sábado), seminário discute a situação da Saúde pública no país e a necessidade de adoção de uma política de saúde do trabalhador. A atividade terá início às 9 horas, também no sindicato.

É fundamental que os locais de trabalho se reúnam e mandem representantes para a assembléia do dia 18 e do seminário dia 19.

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Página 02 - Jornal do Sinsprev EDIÇÃO 241 07 de maio de 2007

CONJUNTURA

A plenária da federação nacional (Fenaps) realiza-da em 22 de abril aprovou moção de repúdio ao mi-nistro da Previdência, Luiz Marinho, pela truculência com que tratou aposenta-dos durante protesto contra o “reajuste” de 3,3% nas aposentadorias. Marinho passou dos limites.

Já tinha ficado claro desde quando foi nomeado para a nova pasta que a tarefa do ministro ex-sindicalista se-ria passar por cima dos direitos dos trabalhadores. Mas, aparentemente, o ministro quer atropelar literalmente os aposentados.

A cena, mostrada em toda a mídia, do ministro jogando o carro contra os aposentados na tarde do dia 19 de abril, é aviltante.

Depois de trair os trabalhadores e ajudar a construir a ‘reforma’ da Previ-dência que taxou os aposentados, em 2003, o ex-presidente da CUT ganhou de prêmio por fidelidade ao governo o Ministério do Trabalho. Na cadeira, pôs para andar a reforma trabalhista

Fora Marinho, atropelador de velhinhosEdiTORiAl

e sindical, à qual já vinha articulando com o empre-sariado e o governo desde quando presidia a Central Única dos Trabalhadores. Novamente foi premia-do, dessa vez com o Mi-nistério da Previdência (rejeitado pelo PDT, que não quer se queimar com a nova reforma agendada

por Lula), onde entrou para retirar ainda mais direitos da classe traba-lhadora.

Depois de atropelar velhinhos em Brasília, Marinho deu entrevistas de-fendendo reduzir pensões em até 80%. E, agora, quer entregar o leilão da folha de pagamentos do INSS - e junto com ele os milhões de reais pagos mensal-mente em pensões, aposentadorias e demais benefícios - para bancos priva-dos. A Febraban (federação dos ban-queiros) deve apresentar uma proposta de modelo de leilão em 15 dias.

Por isso, nos somamos à luta de de-zenas de entidades e exigimos a ime-diata demissão do ministro que quer atropelar nossos direitos.

Por que estamos mobilizados em todo Brasil?

A reforma agrária deve ser um progra-ma público promovido pelo governo com base na aplicação da Cons-tituição para combater a concentração da pro-priedade da terra, por meio do instrumento da desapropriação e indenização aos fazendeiros.

O programa deve também orga-nizar e promover a sustentabilidade dos assentamentos porque a distri-buição de lotes para as famílias de trabalhadores rurais democratiza o acesso à terra, que é um bem da natureza e deve estar a serviço de toda a população - não apenas de uma minoria.

O Estado tem a responsabilida-de de garantir aos cidadãos e cida-dãs o acesso democrático, com di-reitos iguais, ao emprego, moradia, educação e saúde.

Nos últimos anos, pouco ou nada foi feito para uma verdadeira reforma agrária. Pelo contrário, os governos têm dado prioridade ao modelo agrícola do agronegócio, que se baseia na grande proprie-dade “modernizada”, usa elevadas quantidades de agrotóxicos, gera poucos empregos e produz somente para exportação.

O modelo agroexportador re-cebe vultosos investimentos em crédito dos bancos públicos e do BNDES (Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e So-cial) e não paga quase nada em im-postos, graças à Lei Kandir.

Por outro lado, os pobres da terra que resolvem se organizar recebem apenas medidas de compensação so-cial, como o Bolsa-Família, o assen-tamento em projetos de colonização na Amazônia, distante dos principais mercados consumidores, ou em lotes vagos em assentamentos antigos.

Por isso, nesses últimos 12 anos, a concentração da proprieda-

de da terra continuou a crescer e agora com um agravante: o ca-pital estrangeiro das grandes transnacionais também está compran-do muita terra! Que-rem implantar grandes áreas de monocultura

de eucalipto, soja e cana para obter lucro e atender apenas aos seus in-teresses. Deixam a depredação do meio-ambiente, o desemprego e a pobreza para os brasileiros.

Por essas razões, mais de 140 mil famílias de brasileiros, trabalhado-res rurais, estão organizados e lutan-do, obrigados a criarem seus filhos debaixo de lonas pretas em acam-pamentos ao longo das estradas por causa da omissão dos governos.

Você pode imaginar ficar apenas esperando, inerte, ouvindo promes-sas de distribuição da terra, mo-rando em um barraco de lona preta sem poder produzir por 2, 3, 5 ou até 8 anos?

Cansados de esperar, estamos nos mobilizando em todo o país, protes-tando para acelerar a reforma agrária.

O pano de fundo é o período de 17 de abril, quando em 1996 a PM do Pará, sob os governos Almir Ga-briel e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), massacrou um acampa-mento em Eldorado de Carajás, re-sultando em 19 sem terra assassina-dos na hora (outros dois morreram depois de algumas semanas), 69 mutilados e centenas de feridos.

Passados 11 anos, ninguém está preso ou punido. Como se sabe, no Brasil em geral o Poder Judiciário só funciona para proteger o patrimô-nio dos ricos. Os direitos dos pobres sempre ficam em segundo plano.

Direção nacional do Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem-Terra (MST). A íntegra do texto pode ser lida em

www.sinsprev.org.br

Convém saberA obsessão dos conservadores sem-

pre foi predominar no poder, não para satisfazer o povo, mas para enriquece-rem. Os candidatos conservadores são banqueiros e industriais, que dos obrei-ros só querem votos. E quem naqueles votam sofre.

A guerra não é luta entre soldados, mas entre exércitos. E política não é luta entre políticos, mas entre as clas-ses sociais. Os políticos conservadores dispõem de uma arma que o povo não tem: a mídia, com a qual ludibriam e dominam o povo.

O eleitor está tão anestesiado pela propaganda da minoria abastada, que não percebe ser refém, e nela vota.

Da riqueza que o país produz, 70% é apropriada pelos empresários e 30% cabe à maioria assalariada (dados do Banco Mundial de 31 de julho de 1995). Só com o inverso pode o país crescer.

Não é só o pobre ignaro em política - muitos bacharéis em Direito, jornalis-tas e outros - que a ciência mais rele-vante ignoram.

Maximiano L. Santos, fiscal aposentado da Previdência Social

mENSAGENS dA CATEGORiA

Depois de atropelar idosos

e defender a redução de

pensões, Marinho vai entregar o leilão dos

pagamentos do INSS aos bancos

péROlAS

“Qual cidadão de pensamento progressista em 1974 não votou no Quércia para senador? Quem é o progressista que, em 1978, não votava em Jader Barbalho no Pará para deputado federal?”.Luis Inácio ‘LULA’ da Silva, presidente da República, em mais uma das dispensáveis tiradas para justificar a guinada do governo à direita, referindo ao jantar com o PMDB ocorrido no dia 11 de abril, na “Folha de SP”, no dia 13.

Nos últimos anos pouco ou nada foi feito para

uma verdadeira reforma agrária

no Brasil

Enquete realizada pelo site do Sinsprev no período de 30/03/07 a 07/05/07.

Reforma da Previdência - na sua opinião as mudanças na previdência anunciadas pelo governo significam:

67% - Ataque aos trabalhadores

24% - Melhorias para os trabalhadores

9% - Não muda nada

HUmOR

ENqUETE

Charge: Nei Lima

No último dia 3, entidades repre-sentativas de associados à Fundação do Seguro Social (Geap) no Estado voltaram a se reunir para discutir o plano. Foi aprovado um abaixo-assi-nado, reafirmando que os servidores não aceitam as recentes modificações da Geap, como a redução da cobertura e a retirada dos pais do seguro.

Já tinha havido um encontro no dia 17 de abril. A diretoria do Sinsprev participou das duas reuniões.

No dia 17 a superintendente es-tadual da Geap, Susana Rosa Lopez Barriós, esteve presente e disse que as “adequações” feitas pela seguradora são resultado da política do governo Lula. “A Geap tem a obrigação legal de se adequar à portaria do Ministério do Planejamento (1983/06)”, falou.

Suzana defendeu ainda a exclu-são dos pais e mães de servidores dos planos patrocinados pela seguradora. “Temos vários centenários na Geap”, disse a superintendente, que em se-guida afirmou: “quando as pessoas passam dos 40 anos, elas passam a ter mais problemas, e tudo isso é caro, muito caro”.

Em relação ao descredenciamento de vários hospitais, Susana disse que a opção é das instituições, que podem cobrar mais sem o convênio. A mes-ma lógica foi defendida pela supe-rintendente para os tratamentos que deixaram de ser oferecidos. Segundo Susana, como os custos são cada vez maiores, tratamentos de primeira ne-cessidade acabam por ser excluídos da cobertura para cortar gastos.

Os representantes dos trabalha-dores questionaram os “argumentos” apresentados por Susana e lembraram que os servidores arcam com a maior

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JORNAL DO SINSPREV é uma publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e previdência no Estado de São paulo. Jornalista responsável: luciana Araujo (mTb: 39715). Colaborador: Rodrigo mendes. Editoração Eletrônica: Orliano Trindade da Cunha (leon). Fotolitos e impressão: Editora Forma Certa. Tiragem: 18 mil exemplares. Endereços: Sede Capital – Centro: Rua Antonio de Godoy, 88 - 2º andar – Centro - Fone: (11) 3361-4344 - E-mail: [email protected] - CEp: 01034-000. Sede Capital – Aclimação: Rua Senador Felício dos Santos, 404 – Aclimação - Fone: (11) 3207-9344 - E-mail: [email protected] - CEp: 01511-010. Sub-Sede de Guarulhos: Rua dr. Eloy Chaves, 208 - Vila Sorocabana - Guarulhos – Sp - Fone (11) 6421-0175 - CEp: 07024-181. delegacia Regional de Araçatuba: Rua Euclides da Cunha, 48 – Araçatuba - Fone/Fax: (18) 3625-9002 - E-mail: [email protected] - CEp: 16015-453. delegacia Regional da Baixada Santista: Av. Bernardino de Campos, 145ª - V. Belmiro – Santos - Fone (13) 3221-3028 - E-mail: [email protected] - CEp: 11065-001. delegacia Regional de marilia: Rua Julio de mesquita, 112 – Jd maria izabel – marilia - Fone/Fax: (14) 3433-8159 - E-mail: [email protected] - CEp: 17515-230. delegacia Regional de piracicaba: Av Armando Salles Oliveira, 642 – Centro – piracicaba - Fone/Fax (19) 3433-3920 ou 3434-3309 - E-mail: [email protected] - CEp: 13400-010. delegacia Regional de presidente prudente: Rua Francisco machado de Campos, 503 - Vila Nova - presidente prudente - Fone (18) 3223-1800 - E-mail: [email protected] - CEp: 19010-300. delegacia Regional de Ribeirão preto: R. Amador Bueno, 983 – Centro - Ribeirão preto - Fone/Fax (16) 3625-3228 - E-mail: [email protected] - CEp: 14010-070. Sub-Sede de Barretos: Rua Avenida 13, 570 – Centro - Barretos – Sp - Fone (17) 3323-6859 - E-mail: [email protected] - CEp: 14780- 615. delegacia Regional de São José do Rio preto: Rua major Joaquim Borges de Carvalho, 497 – V. Angélica - São José do Rio preto - Fone/Fax (17) 3215-3648 - E-mail: [email protected] - CEp: 15050-170. delegacia Regional do Vale do paraíba: Rua mauricio diamante, 45 – Jd matarazzo – São José dos Campos - Fone/Fax: (12) 3923-9037 - E-mail: [email protected] - CEp: 12209-570. DIRETORIA COLEGIADA - ADMINISTRAÇÃO: denise maria Solimar diana, Gilceli leite lima, Josias de Jesus; APOSENTADOS: Edna lopes Rosa, maria Aparecida Vicente Assencio, Gilberto Silva; ASSUNTOS JURÍDICOS: Sandro paulo Sabbauskas, Gilmar Rodrigues miranda, maria das Graças Alves Candido; CULTURAL E POLÍTICAS SOCIAIS: irene Guimarães dos Santos, Tereza Aparecida da Costa, Eli Nunes dos Santos Rossignatti; DELEGACIAS E NÚCLEOS: Silvia Helena Garcia Barreto, Cláudio José machado, maria do Carmo Simões de Oliveira; FINANÇAS: deise lucia do Nascimento, Regina Célia porfírio de lima Silva, Nair Assis de Oliveira; FORMAÇÃO POLÍTICA E RELAÇÕES INTER-SINDICAIS: Rita de Cássia pinto, João maia, Nélson Novaes Rodrigues; IMPRENSA E DIVULGAÇÃO: Fábio Antonio Arruda, José Rubens decares, Higino de Souza pacanaro; SAÚDE, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL: Vinicius Vasconcelos, Rita de Cássia Assis Bueno, Felipe Antonio Neto; SUPLENTES: Flávio milton de Souza, inez Alquati, Vanessa marques Castilho Hachuy, marcelo Gomes de Santana, maria Angelita da Silva; CONSELHO FISCAL: leandro Gomes Zamboni, Gilberto Santos, márcia Antonia p. puerro, Simone dos Santos, maria do Carmo damaceno; SUPLENTES DE CONSELHO FISCAL: Odalina Bueno de Camargo, José Elesbão Souza dos Santos.

Geap sem pai, nem mãe

Sustentar os idosos no plano “é muito caro”, afirma superintendente da GeapEntidades representativas dos servidores vão realizar seminário conjunto para discutir medidas para retomar o atendimento digno * Superintendente da Geap defende exclusão de idosos do plano e indigna dirigentes sindicais

parte do financiamento da seguradora. Os as-sociados hoje são res-ponsáveis por 55% (47 milhões de reais oriun-dos das mensalidades) da receita da Geap, segundo relatório da reunião do Conselho Deliberativo ocorrida no dia 11 de abril. Mas não recebem atendi-mento digno.

“Isso porque o go-verno aparelha a Geap para privatizar a saú-de”, lembrou o diretor do Sinsprev Nelson Novaes Rodrigues, o “Nelsinho”.

Durante a reunião, dirigentes sindicais chegaram a propor que a seguradora seja gerida pelos trabalhadores. Ao que Suzana respondeu que se os se-gurados querem controlar a Geap de-veriam arcar com os custos integral-mente. Sua fala evidenciou a defesa intransigente do governo por parte da administração da Geap.

Tendo em vista que não houve avanços nas discussões e a evidente falta de vontade política por parte da administração da Geap para resolver os problemas, os departamentos jurídicos das entidades estudarão as medidas ca-bíveis contra a portaria 1983, a Agência Nacional de Saúde e a própria Geap.

Também será realizado um semi-nário conjunto para debater entre as categorias a situação da Geap.

A federação (Fenasps) e os sindi-catos estaduais preparam ação nacio-nal em defesa dos servidores.

Exclusão de pais gera transtornos incontornáveis

A decisão tomada pela direção da Geap de excluir os pais de servido-res da cobertura de saúde vem causando prejuízos irreparáveis às famílias. Tratamentos contínuos tiveram de ser suspensos, assim como o acompanha-mento de doenças que colocam inclusive risco de morte para os ex-associa-dos. A partir de 1º de janeiro 2008 se quiserem manter seus familiares nos planos, os servidores terão que arcar com a totalidade dos custos.

Os transplantes, antes oferecidos em qualquer modalidade, serão limi-tados aos casos que dependam de rim, córneas, fígado e coração. Órteses, próteses e internações em quartos particulares também deixarão de ser co-bertas pelo sistema de reembolso.

A direção do Sinsprev mantém a orientação para que os servidores registrem boletim de ocorrência nos casos de negativa de atendimento e enviem cópias para o sindicato, por fax (11) 3361-4344 ou pelo correio (Rua Antônio de Godoy, 88 – 2º andar – Centro – São Paulo – cep 010134-000). A formalização das denúncias é fundamental para embasar os procedimentos jurídicos.

Foto: Jesus Carlos/Imagenlatina

Representantes sindicais durante a reunião que discutiu a GEAP, no Sindifisp

Página 04 - Jornal do Sinsprev EDIÇÃO 241 07 de maio de 2007

No dia 23 de maio, categoria pára em defesa dos direitosParalisação já foi aprovada na assembléia estadual do dia 26 de abril * Nova assembléia no dia 18 de maio, às 17 horas no sindicato, organiza atividades da mobilização * Categoria pára por recomposição salarial, carreira, 30 horas, e direitos dos fixados na RFB

Mobilização

Assembléia estadual realizada no dia 26 de abril organizou a jornada de lutas da categoria contra as ‘reformas’ preparadas pelo governo Lula, que reti-ram direitos como 13º, férias, licença-maternidade; aumentam a idade mínima para aposentadoria e desvinculam os benefícios da Previdência Social do salário mínimo. A categoria também vai lutar pela reposição das perdas salariais, pelo plano de car-reiras, regulamentação da jornada de 30 horas para todos e em defesa dos direitos dos trabalhadores do INSS hoje redistribuídos para a Receita Federal do Brasil.

No dia 2 de maio já houve atos contra a Super-Receita e em defesa dos direitos da categoria. Agora a tarefa é preparar a paralisação do dia 23.

A assembléia encampou o indicativo da federa-ção nacional (Fenasps) de paralisação nacional 23 de maio. Neste dia, dezenas de categorias estarão em luta contra as reformas neoliberais patrocinadas pelo governo Lula, em defesa do direito de greve do funcionalismo (atacado pelo projeto de lei 001/07 - que está no Congresso Nacional) e contra o conge-lamento salarial imposto pelo Programa de Acelera-

ção do Crescimento (PAC), cujas medidas provisó-rias também estão no parlamento.

A mobilização foi proposta pelo Encontro Na-cional Unificado realizado em São Paulo no dia 25 de março, que reuniu seis mil pessoas. E foi apro-vada também na plenária realizada pela Coordena-ção Nacional das Entidades dos Servidores Federais (Cnesf), no dia 6 de maio.

Servidores devem se reunir até o dia 18 nos locais de

trabalhoSerá realizada nova assembléia estadual no dia

18 de maio para organizar a mobilização, às 17 horas, no sindicato (rua Antônio de Godoy, 88 - 2º andar). Todos os locais de trabalho devem mandar representantes para socializar na assembléia as dis-cussões feitas nas unidades.

É fundamental também a realização de assem-bléias ou reuniões nos locais de trabalho, que de-vem acontecer antes do dia 18, para discutir como os servidores vão organizar a paralisação nas suas unidades.

A federação nacional (Fenasps) realizou plenária extraordinária no dia 22 de abril. Além da mobilização dos trabalhadores da Receita Previ-denciária (ocorrida em 2 de maio), a plenária aprovou retomar o comando de mobilização em Brasília para ga-rantir a aprovação das emendas apre-sentadas pela Federação à medida provisória 341/07 (que regulamenta o pagamento do PCCS na Saúde). O comando vai pressionar o governo para reinstalar a mesa de negociação para reduzir o número das parcelas dos 47,11%.

A plenária marcou a paralisação no dia 23 de maio (Dia Nacional de Luta contra as Reformas Neoliberais de Lula) e marcou para o início de ju-nho a Marcha da Seguridade.

Categoria dedide relaçãocom a CUT

A plenária da Fenasps também agendou o plebiscito para discutir a filiação à Central Única dos Traba-

lhadores. A consulta acontecerá em todo o país nos dia 19 e 20 de junho.

Desde o início do governo Lula, o apoio incondicional da CUT ao Planalto tem levado a constantes enfrentamentos da entidade com os trabalhadores, o funcionalismo pú-blico em particular. Na ‘reforma’ da Previdência, em 2003, a CUT se co-locou contra os servidores. A Cental também vem construindo a ‘reforma’ sindical que ataca o 13º salário, fé-rias e outros direitos.

Por isso, vários sindicatos se des-filiaram da Central - como o Andes (sindicato nacional dos professores universitários), o Sinasefe (dos traba-lhadores das escolas técnicas federais), o Sintrasef (o terceiro maior sindicato de servidores do Rio de Janeiro) e ou-tros.

Em São Paulo a categoria já deci-diu em assembléia que a Fenasps deve sair da CUT. E a diretoria do Sinsprev estará na linha de frente da organiza-ção do plebiscito em todos os locais.

Fenasps retoma comando de luta e marca plebiscito sobre a CUT

CONSElHO dE REpRESENTANTES

A partir de 29 de maio categoria escolhe representantes locais

A assembléia estadual realizada no último dia 26 também marcou a eleição para o novo conselho de repre-sentantes do sindicato. Desde 2005, o Sinsprev não organizava a categoria pela base e a recomposição do con-selho foi mais um dos compromissos assumidos pela atual gestão quando da campanha eleitoral.

O conselho de representantes é deliberativo e reúne representantes dos locais de trabalho - eleitos em as-sembléias de acordo com o número de

servidores lotados na unidade - e três diretores do sindicato eleitos pela di-retoria executiva.

As assembléias locais para a elei-ção de representantes deverão ser co-municadas ao sindicato com, no míni-mo, 10 dias de antecedência.

Na próxima edição do Jornal do Sinsprev será publicado um especial sobre as eleições.

Informe-se e participe do processo, fortaleça o seu sindicato e a luta da ca-tegoria.

Fotos: Manoel Messina

Servidores aprovam resoluções da assembléia do dia 26 de abril

Página 05 - Jornal do Sinsprev EDIÇÃO 241 07 de maio de 2007

Vitória da luta no PAM Maria Zélia

A categoria obteve uma importante vitória na pri-meira semana deste mês: ofício da Coordenadoria de Serviços de Saúde da Secretaria Saúde do Estado de São Paulo do dia 26 de abril informa que nenhum ser-vidor será deslocado do Posto de Assistência Médica (PAM) Maria Zélia, a não ser por vontade própria.

A servidora Heloísa Manzato Cicereli diz que o clima melhorou muito, dando maior estabilidade aos trabalhadores.

A diretora do Sinsprev Simone dos Santos, tam-bém funcionária do PAM Maria Zélia, tem acordo com Heloísa. “Muitos servidores chegaram a sair, porque não agüentaram a pressão. Era uma situação humi-lhante”, diz. Segundo ela, após a decisão da Secretaria Estadual de Saúde (em conjunto com a organização social que administra a unidade - a SPDM - e o núcleo de recursos humanos do Ministério em São Paulo) de colocar cerca de 100 servidores à disposição, a tensão entre as novas chefias e a categoria chegou a níveis insustentáveis. Os novos gestores do posto chegaram

a argumentar que trabalhadores que atuam no Maria Zélia há mais de 20 anos “não atendiam mais o perfil da administração”, num claro assédio moral.

Mudança de administração

Em 2005 o PAM Maria Zélia passou a ser admi-nistrado pela SPDM, fundação ligada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), como parte da políti-ca dos governos tucanos de entregar a saúde pública à iniciativa privada. O fechamento de setores, como os laboratórios, e a disponibilização de servidores com anos de casa foram parte dessa política.

A vitória dos servidores do Maria Zélia é importan-te para o conjunto do funcionalismo, por mostrar que a mobilização é a única forma de obter conquistas. Essa vitória é mais um incentivo para os trabalhadores da Saúde em todo o Estado realizarem paralisações nas unidades, em defesa da Saúde pública, da jornada de 30 horas, da redução do número de parcelas do acordo do PCCS e contra as organizações sociais.

Mobilização

Servidores se mobilizam e revertem deslocamento de trabalhadores da unidade para Secretaria de Saúde * Conquista fortalece paralisação no dia 23 de maio, que na Saúde vai defender pagamento do PCCS em menos parcelas e jornada de 30 horas

SAÚdE dO TRABAlHAdOR

Seminário no dia 19 de maio discute defesa da saúde pública

No próximo dia 19 de maio, o Sinsprev or-ganiza novo seminário, desta vez para discutir a situação da Saúde pública no país e uma política de defesa da saúde dos trabalhadores. O seminário “A Saúde do Trabalhador e o SUS - defender a saúde pública é defender nossos direitos” terá início às 9 horas do sábado, no auditório do sindicato (rua Antônio de Godoy, 88 - 2º andar - Centro).

O assédio moral constante, o aumento da exploração e as políticas governamentais que todos os anos retiram direitos têm levado a um crescimento de doenças físicas e mentais.

Por isso, as reuniões dos servidores da Saúde

aprovaram a iniciativa, referendada em assem-bléia. O seminário foi incorporado pelo Movi-mento 28 de Abril (que luta contra os acidentes e mortes nos locais de trabalho) e debaterá: o SUS e as organizações sociais, a situação dos trabalhadores do SUS e a necessidade de um projeto de Saúde do Trabalhador no SUS.

Para o diretor do Sinsprev Cláudio José Ma-chado um dos objetivos do seminário é “traçar estratégias conjuntas para lutar contra esse pro-cesso de desmonte e privatização da saúde”. Para ele, “é importante a articulação com outras entidades para criar um campo de luta contra as organizações sociais [OSs]”

Unidade dos trabalhadores do PAM Maria Zélia foi fundamental para derrotar a política do governo Serra (PSDB)

Saúde: avançar nas mobilizações

Antes da assembléia estadual do dia 26 de abril aconteceu nova reunião da Saúde, na sede do Sinsprev da Aclimação. Cerca de 40 pessoas receberam os informes da plenária da federação nacional (Fenasps) e do encontro nacional dos trabalhadores da Saúde promovidos pela fe-deração, da vitória no PAM Maria Zélia e das últimas negociações para buscar a alteração da medida provisória 341 (que regulamenta o pa-gamento do PCCS).

Foi debatida ainda a política que o governo federal vem impondo para exonerar servidores com anos de casa e cassar a aposentadoria de outros. A diretora do Sinsprev Regina Célia Por-fírio frisou que há servidores sendo exonerados “sem o devido direito de defesa e até mesmo com problemas de saúde. Houve até a demissão de uma servidora que estava internada”, disse.

Regina ressaltou ainda que - por conta das mobilizações do PAM Centro e Maria Zélia - foi obtido o agendamento de uma audiência com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que será ser marcada para o mês que vem. Na reu-nião será pautada a questão das organizações sociais (OS) no Estado.

Os servidores também aprovaram a partici-pação no seminário sobre o SUS e a Saúde do Trabalhador, que acontece dia 19 de maio, no sindicato. “É importante debater a saúde do tra-balhador. Muitos servidores sequer percebem que estão doentes”, reiterou Regina.

O diretor da federação nacional (Fenasps) Maurício Amalfi lembrou que o segmento da Saúde já foi o carro chefe das mobilizações da categoria nos anos 80. Ele ressaltou ainda que, hoje, a vitória da luta pela redução das parcelas dos 47,11% depende da mobilização, citando o exemplo do PAM Maria Zélia.

Por fim, foi aprovado que São Paulo se fará representar no comando nacional de mobiliza-ção, retomado por deliberação da última ple-nária da Fenasps. As principais pautas a serem levadas por São Paulo serão: a necessidade de garantir o direito dos servidores se manterem lotados nos locais de origem (em função da política das OSs de remover trabalhadores das unidades arbitrariamente) e a redução do prazo para o pagamento dos 47,11%.

Reunião da saúde, realizada no dia 26/04/07

lUTAS ESpECíFiCAS

Fotos: Manoel Messina

Página 06 - Jornal do Sinsprev EDIÇÃO 241 07 de maio de 2007

Câmara aprova MP 359

Luta por emendas segue no Senado Câmara aprovou MP, mas reivindicações da categoria ainda estão pendentes * Fenasps e categoria lutam por emendas para garantir direitos dos redistribuídos

2 de maio: redistribuídos à RFB realizaram atos em todo o paísEm São Paulo, servidores fizeram atos na Xavier de Toledo, Vila Mariana e Santo Amaro * Unafisco participou

A plenária da federação nacional (Fenasps), realizada no último dia 22 de abril, discutiu entre outros temas a situação dos servidores do INSS redis-tribuídos à Receita Federal do Brasil. Para garantir a esses trabalhadores o direito de opção pela permanência no INSS, a especificação das atribuições, a jornada de 30 horas e a incorporação

das gratificações houve atos e paralisa-ções em todo o país no dia 2 de maio. O sindicato dos auditores fiscais da Receita (Unafisco/SP) participou.

A Super-Receita (lei 11.457/2007) foi sancionada em 19 de março. Mas o presidente Lula vetou os incisos 1, 2 e 3 do artigo 12 do texto aprovado no Congresso Nacional após muitas

manifestações da categoria contra o “Receitão” e em defesa dos direitos dos trabalhadores. Os pontos vetados garantiam: o direito de opção, com prazo de 30 dias para os servidores se manifestarem pela permanência na carreira do Seguro Social; o direito dos servidores e pensionistas a permanece-rem filiados à Geap; e a paridade no tratamento a aposentados e ativos.

Mas a categoria prepara uma forte reação. Na Baixada Santista, a maio-ria dos servidores já se posiciou contra o aumento da jornada e foi feito um abaixo-assinado - que será encaminha-do ao delegado regional da Receita.

A plenária da Fenasps também aprovou a confecção de um termo de opção, de caráter político, para mostrar ao governo o interesse dos servidores em permanecer no INSS. O documen-to está disponível no site do sindicato (www.sinsprev.org.br) e deverá ser en-tregue diretamente ao sindicato.

A luta e as mobilizações dos trabalhadores do INSS desde a greve de 2005 – passando pelas inúmeras pa-ralisações e atos em 2006 – garantiram a aprovação da medida provisória 359, de 19 de março de 2007. A MP garantiu o reajuste da GDASS (gratificação de atvida-de no Seguro Social).

Se a categoria não tivesse se mantido firme, o go-verno continuaria enrolando para não cumprir o acor-do. Mas, o cabo de guerra ainda está sendo jogado e o governo manteve a política de garantir o reajuste exigido pelos trabalhadores na forma de gratificações por produtividade, que podem ser retiradas a qual-quer tempo.

Na primeira reunião do grupo de trabalho do Segu-ro Social (dia 4 de abril), a bancada do governo queria discutir um calendário para a regulamentação da ava-liação de desempenho, mas os dirigentes da federação presentes reafirmaram que não têm autorização da ca-tegoria para discutir produtividade. Devido ao impasse, o GT está suspenso e sua retomada ficou prevista para o mês de outubro, o que dá aos trabalhadores tempo de discutir e se organizar para barrar o produtivismo.

Para garantir a vitória da categoria sem ameaças futuras, a federação nacional (Fenaps) e os sindicatos estaduais vêm tentando derrubar, no Congresso Nacio-nal, os aspectos nocivos da MP.

No final da tarde desta terça-feira, quando esta-va sendo fechada esta edição do Jornal do Sins-prev, o plenário da Câmara aprovou a MP - mas a maioria das emendas propostas pela Fenasps não foram aprovadas. A assessoria Jurídica da Fenasps está analisando o conteúdo das emendas aprovadas. A análise será publicada na página do sindicato na internet (www.sinsprev.org.br).

SUpER RECEiTA

PARIDADE - O artigo 16 da lei 10.855/2004 passaria assegurar que os aposentados e pensionistas do INSS terão a GDASS incorporada nos mesmos valores pagos no mês imediatamente anterior ao da concessão da aposentadoria ou da pensão.

PODER AQUISITIVO - Propõe acrescer um parágrafo único ao artigo 7º da MP 359 garantindo que, na hipótese de redução da remuneração, pro-vento ou pensão decorrente da aplicação da MP, a diferença será paga a título de Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada - VPNI, sobre a qual se-rão aplicados os índices relativos aos reajustes gerais de remuneração. O objetivo é assegurar que eventu-ais diferenças remuneratórias sejam mantidas, sem ameaçar o servidor de qualquer abatimento em fun-ção de vantagens posteriormente concedidas.

DIREITO DE OPÇÃO - Busca garantir que os servidores referidos neste artigo poderão, no pra-zo de 180 dias contados da data referida no inciso II do art. 51 desta lei, requerer sua permanência no seu órgão de origem, cabendo à administração adotar as providências necessárias à eficácia desta manifestação”. A emenda visa assegurar aos ser-vidores redistribuídos do INSS para a Receita Fe-deral do Brasil o direito de optarem pela perma-nência no INSS, sem a necessidade de anuência da Receita.

DIREITO DE RETORNO - Proposta de ga-rantia aos servidores lotados na área de conten-cioso fiscal e cobrança de dívida ativa, o mesmo direito à opção pela permanência no INSS deferi-do aos servidores da área de fiscalização, através da inclusão de um segundo parágrafo no artigo 21 da lei 11.457/2007. Pelo texto, “os servidores referidos neste artigo poderão, no prazo de cento e oitenta dias contados da data referida no § 1º, do artigo 16 desta Lei, requerer seu retorno ao seu órgão de origem, cabendo à administração adotar as providências necessárias á eficácia des-ta manifestação.”

CARREIRA DO SEGURO SOCIAL - Inclui na MP um artigo que garante a todos os servido-res atualmente lotados no INSS, inclusive os que foram redistribuídos para a autarquia após a apro-vação da Lei nº 10.855/2004, e os que mesmo es-tando lotados na instituição anteriormente à Lei, não fizeram opção pela estrutura por ela institu-ída. Assim, os servidores não seriam penalizados com a exclusão dos benefícios previstos na MP.

REDISTRIBUIÇÃO - Propõe a supressão do artigo 20-A, que veda futuras redistribuições de servidores para o INSS e dele para outros órgãos da administração pública, mantendo o atual qua-dro precário de funcionários.

As emendas da Fenasps à MP 359/07pRESERVAçãO dE diREiTOS dOS TRABAlHAdORES NA RFB

À esquerda, ato estadual em frente à GEX-Xavier de Toledo. No alto, ato na APS Santo Amaro e, acima, na APS Vila Mariana

Fotos: Manoel Messina

Trabalhadores correm mais riscos

Em seminário realizado no dia 14 de abril pelo Sinsprev, o advogado da federação nacional (Fenasps), Luís Fernando Silva, esclareceu a cate-goria sobre os riscos que as diversas mudanças promovidas pelos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula na Previdência trouxeram para os traba-lhadores.

Além dos ataques diretos, as várias alterações nos critérios de cálculo não permitem hoje estabelecer uma orien-tação geral sobre o melhor caminho para o servidor se aposentar. “Cada caso agora é um caso”, frisou o diretor do sindicato José Rubens Decares du-rante a última assembléia da categoria, lembrando que todos os servidores de-vem procurar o departamento Jurídico do Sinsprev antes de entrarem com pedido de aposentadoria - para evitar prejuízos.

Como as regras são combinadas, o servidor tem que atender a vários cri-térios ao mesmo tempo - um item pode prejudicar o trabalhador embora outros o beneficiem. Essa é mais uma das mal-

dades dos projetos privatistas da Previ-dência impostos pelos governos.

Além disso, o governo vem des-considerando o respeito aos direitos adquiridos para os servidores que in-gressaram no serviço público antes da emenda 20 (15 de dezembro de 1998) e calculando indevidamente a aposen-tadoria de servidores pelas regras do regime geral da Previdência - descon-siderando a paridade entre aposenta-dorias e salários da ativa.

Fundos privados: a conclusão do desmonte da

Previdência pública

Durante o seminário, Luís Fernan-do também ressaltou a importância dos servidores acompanharem atenta-mente a discussão sobre a regulamen-tação dos fundos complementares de Previdência. “Enquanto o governo não instituir o fundo, o teto [do INSS] não existe para os servidores”, lembrou o advogado.

O advogado explicou que “havia uma dúvida se esse critério se apli-

caria desde a emenda 41, de de-zembro de 2003, ou só depois da lei que institui o fundo. Hoje está claro que ele só tem incidência de-pois da previdência complementar instalada”.

Luta agora é para barrar regulamentação

A observação vai de encontro à opinião da diretoria do Sinsprev de que a categoria deve lutar para impedir ou postergar o máximo possível a regulamentação dos fundos privados de previdência complementar, que são na verdade a conclusão da privatização da Se-guridade Social.Participaram do seminário cerca de

150 servidores. A iniciativa é parte do programa de formação para ação do sindicato, que terá como próxima ativi-dade o seminário sobre saúde do traba-lhador e o SUS (no próximo dia 19 de maio). Em breve o Sinsprev divulgará uma cartilha com todas as informações sobre as mudanças na Previdência So-cial dos servidores públicos.

Orientações do Sinsprev

A diretoria do sindicato orienta todos os servidores que estão às vés-peras da aposentadoria que não dêem entrada no pedido sem analisar atenta-mente as mudanças ocorridas na Pre-vidência, que podem levar a prejuízos irreparáveis.

O departamento Jurídico do sindi-cato prepara orientações para evitar prejuízos à categoria. Em caso de dú-vida, o servidor pode entrar em conta-to com os advogados do Sinsprev para verificar as melhores opções em seu caso específico.

Página 07 - Jornal do Sinsprev EDIÇÃO 241 07 de maio de 2007

Governo tem desrespeitado regulamentação da ‘PEC paralela’ , que garante direitos adquiridos

Veja o que mudou na aposentadoria com FHC e Lula

Emenda Constitucional 20, de 15 de dezembro de 1998 (‘reforma’ de FHC)1) Mudança do critério de contagem do tempo para aposentadoria, passando a ser exigido 35 anos de contribuição, e não mais de serviço;2) Fim da aposentadoria proporcional para os servidores que entraram no serviço público a partir de 16 de dezembro de 1998;3) Idade mínima de 55 (mulheres) e 60 (ho-mens) anos para obtenção de aposentadoria integral, com redução de sete anos no período de transição (para os servidores que já estavam no serviço público quando a emenda foi apro-vada);4) Exigência de pelo menos dez anos no serviço público e cinco no cargo;

5) Previsão da criação, por lei complementar, de um fundo de previdência complementar pri-vado para os servidores públicos.

Emenda Constitucional 41, de 19 de dezembro 2003 (‘reforma’ de Lula)1) Fim da integralidade, com adoção de cálculo pela média das contribuições;2) Fim da regras de transição da EC 20/98;3) Fim da aposentadoria proporcional;4) Fim da paridade nas aposentadorias;5) Aumento do tempo de permanência no servi-ço público exigido para que o servidor obtenha aposentadoria integral, de 10 para 20 anos;6) Criação de um redutor de até 30% nas pen-sões, aplicáveis sobre tudo o que exceder o teto do INSS;

7) Criação da taxação das aposentadorias e pensões sobre tudo o que exceder o teto do INSS;8) Adoção de teto e subteto na administração pública;9) previsão de criação, por lei ordinária, do fun-do de previdência complementar privado para os servidores públicos, com o objetivo de desti-nar toda a parcela que exceder o teto do INSS;10) Recenseamento dos aposentados a cada cinco anos.

Emenda Constitucional 47, de 2005 (com efeitos retroativos a 1º de abril de 2004)1) Ampliou o tempo de permanência do serviço público para 25 anos;2) Fim da paridade.

As Emendas Constitucionais 20/98, 41/03 e 47/05 trouxeram várias mudanças e prejuízos para os trabalhadores. Entre as principais alterações nas regras para a obtenção dos benefícios previdenciários para os servidores públicos estão:

‘REFORmAS’

Aposentadoria

Em sessão do plenário do Su-premo Tribunal Federal ocorrida no último dia 19, os ministros decidiram que cinco aposentados do Ministério dos Transportes têm direito de receber a pontuação mí-nima da gratificação de desempe-nho paga aos servidores da ativa. A decisão do STF é uma vitória que possibilita reabrir o debate sobre a paridade entre ativos e aposentados no serviço público.

O voto do relator do processo, ministro Sepúlveda Pertence, res-saltou que o pagamento com crité-rios diferenciados para os aposen-tados fere a “regra da paridade de proventos entre ativos e inativos”. O ministro também frisou que, mesmo a ‘reforma’ da Previdên-cia de Lula – aprovada em 2004 no Congresso Nacional – garan-tiu aos servidores que já estavam aposentados antes da nova lei “a revisão dos proventos da aposen-tadoria e pensões na mesma pro-porção e na mesma data sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade”.

Na Seguridade, os aposentados já recebem a pontuação mínima das gratificações. Mas a decisão do STF abre a possibilidade de fortalecimento da luta em defesa da paridade, com a incorporação das gratificações aos salários.

Decisão do STF defende paridade

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Luís Fernando fala durante o seminário sobre aposentadoria

Página 08 - Jornal do Sinsprev EDIÇÃO 241 07 de maio de 2007

1º de Maio classista contra as ‘reformas’ defendeu metroviários

Movimento

O ato do 1º de Maio na Praça da Sé fez parte da jornada de lutas aprovada no Encontro Na-cional Unificado que ocorreu em São Paulo, em março.

O encontro reuniu seis mil pessoas e lançou o Fórum Nacional de Mobilização Contra as Refor-mas Neoliberais, que retoma a tradição dos fó-runs nacionais de luta abandonados pela Central Única dos Trabalhadores após a eleição do gover-no Lula, em 2003. Este Fórum também pretende se contrapor ao Fórum Nacional da Previdência criado pelo governo Lula para preparar a terceira ‘reforma’ da Previdência e combater o programa de aceleração do crescimento do governo Lula (PAC), que congela os salários do funcionalismo até 2016.

O calendário de mobilizações aprovado no encontro será encerrado com uma marcha a Bra-sília, no mês de agosto. A próxima grande mo-bilização se dará no dia 23 de maio - quando diversas categorias estarão realizando atos e pa-ralisações contra as reformas.

Organizaram a atividade a Intersindical, Con-

lutas, Frente Sindical dos Trabalhadores, pasto-rais sociais da igreja católica, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e partidos como o PSOL, o PSTU e o PCB. O Movimento dos Trabalhado-res Rurais Sem-Terra (MST) e a Corrente Sindical Classista mandaram representações. O Sinsprev esteve entre as entidades organizadoras.

No dia 17 de abril manifestação unificada contra os ataques promovidos pelos governos José Serra (PSDB) e Lula (PT), na Avenida Paulis-ta, reuniu cerca de 8 mil pessoas. O ato também marcou a denúncia dos 11 anos de impunidade aos mandantes e executores do assassinato de 19 trabalhadores sem terra em Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido no dia 17 de abril de 1996. Hou-ve manifestações em pelo menos 10 capitais e ocupações de terras realizadas pelo MST e outros movimentos de luta pela reforma agrária.

No dia 28 de abril (dia de luta contra os aci-dentes e mortes nos locais de trabalho) ocorreram atos unificados em vários estados. Em São Paulo, o ato aconteceu em frente à Federação das Indús-trias do Estado (Fiesp).

Atos do 17/4 marcaram a retomada da mobilização unificada de diversos setores * Encontro nacional do dia 25 de março e Fórum Nacional de Mobilização Contra as Reformas Neoliberais fortalecem unidade do movimento * 1º de Maio classista é a próxima atividade dos que não se renderam ao sindicalismo chapa-branca

Ataques de Lula e Serra unificam trabalhadores

O 1º de maio em São Paulo este ano foi marcado outra vez pela resistência dos setores que se recusam a transformar a data em festa, com sorteio de prê-mios e participação de patrões. No ato organizado pelas pastorais sociais da igreja Católica, a Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), a Intersindical e partidos como o PSTU, PSOL e PCB, o centro do debate foi a defesa da aposentadoria e dos direitos sociais, sindicais e trabalhistas.

A manifestação, na Praça da Sé, também defen-deu a organização de grandes manifestações em todo o país no dia 23 de maio (Dia Nacional de Luta Contra as Reformas de Lula).

Cerca de 6 mil pessoas participaram do ato, entre elas uma delegação dos servidores organizada pelo Sinsprev. O protesto teve início com uma apresen-tação teatral que lembrou a origem do 1º de maio, com a repressão às greves pela jornada de oito horas em 1886. E foi encerrado na Praça Ramos, após uma passeata, ao som do hino da “Internacional Socia-lista”.

Teve destaque a campanha pela reintegração de cinco dirigentes do Sindicato dos Metroviários de-mitidos no dia 23 de abril após uma paralisação de duas horas contra a emenda 3. A emenda 3 é par-te da “Super-Receita” e está sendo negociada pelo governo Lula no Congresso Nacional. O dispositi-vo proíbe os fiscais da Receita de autuar empresas

que contratam funcionários como se fossem pessoas jurídicas para burlar o pagamento de direitos traba-lhistas.

Os demitidos são: Ronaldo Campos de Olivei-ra “Pezão”, Alex Adriano Alcazar Fernandes, Ciro Moraes dos Santos e Pedro Augustinelli Filho. O vice-presidente do sindicato, Paulo Roberto Vene-ziani Pasin, também foi afastado do trabalho para “apuração de falta grave” – o que também configura possibilidade evidente de demissão, tendo em vista que ficou claro que a política da empresa é tentar es-magar o movimento dos trabalhadores e atuar fron-talmente contra o direito de greve.

Todas as centrais sindicais do país assumiram a luta em defesa da reintegração dos demitidos, com a publicação de uma inédita nota que reuniu todo o leque do movimento sindical do país. O Sinsprev apóia a luta dos metroviários e participa da campa-nha, que é também uma luta em defesa do direito de greve e de organização sindical, contra a “Super-Receita” e a emenda 3.

No dia 30 de abril, as entidades que organizaram o ato na Sé montaram uma exposição em defesa dos direitos dos trabalhadores. O Sinsprev participou exibindo banners - feitos em conjunto com o Sin-trajud (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado) e o sindicato dos auditores da Receita (Unafisco)

Jornada de lutas iniciada no encontro do dia 25 de março unifica ações em defesa dos direitos dos trabalhadores

Encontro Nacional - 25 de março

Ato público dos servidores - 17 de abril

Saúde do Trabalhador - 27 de abril

1º de maio classista na praça da Sé

Sinsprev na mostra “Nossas Lutas” na praça da Sé - 30 de abril

Pela reintegração dos metroviários demitidos pelo governo Serra

Fotos: Jesus Carlos/Imagem Latina