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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS HABILITAÇÕES / DIVERGÊNCIAS RECEBIDAS PELA ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL 01. ÁVATO TECNOLOGIA LTDA Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda e RCC Drogarias e Farmácias LTDA. Rol de credores apresentado pela Devedora: Não relacionado. Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor da quantia de R$ 103.346,99. Indica que o valor corresponde a pagamentos não realizados entre 10/12/2017 e 15/06/2018, requerendo a inclusão do crédito no quadro geral de credores na classe quirografária. Relação de documentos anexos: Procuração; Solicitações de serviços; Notas fiscais; Contratos (solicitação de serviços); Boletos. Considerações da devedora: "As recuperandas concordam com a inclusão do referido credor no quadro geral de credores na classe quirografária, contudo, não concordam com o valor apresentado, visto que contabilizaram juros até 30/08/2018, quando em verdade deveria ter sido feito até a data de ingresso da recuperação judicial, que ocorreu no dia 27/04/2018, conforme disposto no art. 9º, II, da Lei 11.101/2005. Portanto, entendem que o valor total a ser incluído no quadro de credores é R$ 98.810,57." Considerações da Administração Judicial: Além da relação de documentos acima mencionada, em sua habilitação de crédito a credora trouxe em uma tabela o número das Notas Fiscais, a data de emissão, a data de vencimento originária, o valor do título, a atualização de multa e juros e os dias em atraso. Compulsando os documentos enviados e verificando as atualizações realizadas, a Administração _______________________________________ www.francinifeversani.com.br Rua Becker Pinto, n. 117, sala 101, Bairro Menino Jesus, Santa Maria - RS, CEP 97050-070, Tel: (55) 3026-1009 1

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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS HABILITAÇÕES / DIVERGÊNCIAS RECEBIDAS PELA ADMINISTRAÇÃO

JUDICIAL

01. ÁVATO TECNOLOGIA LTDA

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda e RCC Drogarias

e Farmácias LTDA.

Rol de credores apresentado pela Devedora: Não relacionado.

Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor da

quantia de R$ 103.346,99. Indica que o valor corresponde a pagamentos não

realizados entre 10/12/2017 e 15/06/2018, requerendo a inclusão do crédito no

quadro geral de credores na classe quirografária.

Relação de documentos anexos: Procuração; Solicitações de serviços; Notas

fiscais; Contratos (solicitação de serviços); Boletos.

Considerações da devedora: "As recuperandas concordam com a inclusão do

referido credor no quadro geral de credores na classe quirografária, contudo, não

concordam com o valor apresentado, visto que contabilizaram juros até 30/08/2018,

quando em verdade deveria ter sido feito até a data de ingresso da recuperação

judicial, que ocorreu no dia 27/04/2018, conforme disposto no art. 9º, II, da Lei

11.101/2005. Portanto, entendem que o valor total a ser incluído no quadro de

credores é R$ 98.810,57."

Considerações da Administração Judicial: Além da relação de documentos

acima mencionada, em sua habilitação de crédito a credora trouxe em uma tabela o

número das Notas Fiscais, a data de emissão, a data de vencimento originária, o

valor do título, a atualização de multa e juros e os dias em atraso. Compulsando os

documentos enviados e verificando as atualizações realizadas, a Administração

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Judicial percebeu que os valores haviam sido atualizados até 30/08/2018, ou seja,

em data diversa daquela estipulada no Art. 9, II, da Lei 11.101/2005 - LRF, que

estipula que a data de atualização corresponda à data do pedido de Recuperação

Judicial. Assim, buscando sanar o equívoco, a Administração Judicial entrou em

contato com a empresa e solicitou a atualização dos valores. Sanado o equívoco,

entende-se por adequada a inclusão do crédito dos seguintes créditos: R$

73.251,09, devido pela AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA, e R$

25.573,62, devido pela empresa RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA, ambos

classificados como quirografários. De outro lado, tendo em vista que os créditos não

restaram localizados junto aos Livros Razão do GRUPO RECUPERANDO, este

deve ser intimado para que retifique a contabilidade, ou apresente o Livro Diário

Auxiliar que os indique.

02. BANCO SANTANDER S.A.

Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 38.109,48, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito informando que o valor

relacionado pela empresa recuperanda estaria incorreto. Indica que o valor devido

com atualização até a data do pedido de Recuperação Judicial seria de R$

49.392,21, referente à Cédula de Crédito Bancário nº 00331166000000012230.

Assim, requer a readequação do valor na classe quirografária.

Relação de documentos anexos: Procuração; Substabelecimento; Cédula de

crédito bancário 00331166000000012230; Planilha de Cálculo.

Considerações do devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: A insurgência da Instituição credora

toca somente ao valor do crédito e a sua atualização. Tem origem na Cédula de

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Crédito Bancário n. 00331166000000012230, na modalidade de confissão e

renegociação de dívida, no valor de R$ 47.892,69, com o pagamento em 36

parcelas mensais, com primeiro vencimento em 15/04/2018 e a última parcela em

15/03/2021. Além disso, o ajuste tem previsão de juros remuneratórios mensais de

2,02% e 27,12% anual, assim como juros moratórios de 1,0% ao mês e multa por

inadimplemento de 2,0%. O cálculo apresentado levou em conta todos os índices, a

amortização de R$ 1.000,00 realizada, o seguro contratado e a data de ajuizamento

da Recuperação Judicial para fins de atualização, culminando no valor de R$

49.392,21. Assim, considerando a atualização do crédito dentro dos parâmetros do

Art. 9º, II da Lei 11.101/05, retifica-se o valor do crédito para R$ 49.392,21,

classificado como quirografário, em desfavor de RCC Drogarias e Farmácias LTDA .

03. BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - BANRISUL

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e RCC

Drogarias e Farmácias LTDA .

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 1.315.818,94, relacionado por

AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e R$ 431.488,00, relacionado por RCC

Drogarias e Farmácias LTDA os créditos foram classificados como quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta divergência e habilitação de crédito informando

créditos sujeitos e não sujeitos à Recuperação Judicial. Informa que os créditos

sujeitos corresponde a R$ 23.998,35, devidos por RCC DROGARIAS E

FARMÁCIAS LTDA, e R$ 441.273,03, devidos por AL DISTRIBUIDORA DE

MEDICAMENTOS LTDA, ambos classificados como quirografários. Os créditos não

sujeitos corresponderiam às seguintes operações bancárias: Cédula de Crédito

Bancário n. 1229755, no valor de R$ 6.478,90; Instrumento Particular de Dívida n.

1508537, no valor de R$ 805.506,04 e Cédula de Crédito Bancário n.

20170353303443921000003, no valor de R$ 595.745,82.

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Relação de documentos anexos: Procuração; Cédula de Crédito Bancário n.

2018035332100082000018/38; Extrato; Cédula de Crédito n. 1229755; Extrato;

Cédula de Crédito 1508537; Extrato; Cédula de Crédito Bancário n. 995523; Extrato;

Cédula de Crédito Bancário n. 2018035332100082000077/0038; Extrato; Cédula de

Crédito Bancário n. 2017035330343921000003; Extrato.

Considerações do devedora:

"a) Instrumento particular de confissão de dívida no 1508537: Contrariamente ao

informado pela credora, referido contrato se sujeita à recuperação judicial. Isso

porque, conforme previsão de cessão fiduciária de recebíveis, uma das exigências

obriga a identificação e individualização da garantia, conforme art. 1.362, inciso IV,

do Código Civil. Não fora apresentada relação de créditos que integrariam a cessão

fiduciária prestada como garantia do contrato celebrado, ou seja, sem a indicação

das operações de crédito que estariam sujeitas à cessão não há como se identificar

quais créditos são objeto das cessões fiduciárias. A identificação pormenorizada e

individualizada do bem ou direito dado em garantia deveria estar presente no

contrato, atendendo aos requisitos legais, o que não foi observado pela instituição

bancária. Ademais, o art. 49, §3º, da Lei 11.101/05 cuida apenas de alienação, não

mencionando cessão, podendo concluir que o legislador, ao editar o art. 49, não

pretendeu aplicá-lo à cessão e sim, à alienação, dois institutos diferentes, sendo

este o entendimento exarado no agravo de instrumento no

2236949-78.2018.8.26.0000, do Tribunal de Justiça de São Paulo.

b) Cédula de Crédito Bancário no 1229755: Referido contrato está garantido por

alienação fiduciária de bem móvel, em específico, um veículo marca

HYUNDAI/VERACRUZ GLS 3.8, ano 2009, modelo 2010, chassi

KMHNUB1CDAU104732, placa IRR4499 e renavam 184886988. Embora o atual

entendimento do STJ contrarie o disposto no §1º do art. 1.361 do Código Civil, no

sentido de dispensar o registro do contrato na repartição competente para o

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licenciamento, este entendimento se aplica tão somente no caso de bens fungíveis,

conforme teor do §3º do art. 66-B da Lei 4.728/65, que assim dispõe:

§ 3o É admitida a alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, hipóteses em que, salvo disposição em contrário, a posse direta e indireta do bem objeto da propriedade fiduciária ou do título representativo do direito ou do crédito é atribuída ao credor, que, em caso de inadimplemento ou mora da obrigação garantida, poderá vender a terceiros o bem objeto da propriedade fiduciária independente de leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes da realização da garantia, entregando ao devedor o saldo, se houver, acompanhado do demonstrativo da operação realizada.

Depreende-se da simples leitura que o dispositivo menciona ser admitida a

alienação fiduciária de coisa fungível, o que não é o caso do bem alienado

fiduciariamente. O carro está especificado, é um bem produzido em série que foi

personalizado, sendo, portanto, único, insuscetível de substituição por outro de

mesa espécie, qualidade e quantidade. O veículo do contrato foi individualizado pelo

número do chassi, renavam e etc., que o torna único e insuscetível de substituição.

É este o entendimento exarado pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa

abaixo:

DIREITO FALIMENTAR. RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CESSÃO FIDUCIÁRIA DE CRÉDITOS. NÃO SUJEIÇÃO AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO DEVEDOR-CEDENTE. REGISTRO NO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS. DESNECESSIDADE. 1 - Impugnação de crédito apresentada em 20/8/2013. Recurso especial interposto em 2/2/2015 e atribuído à Relatora em 25/8/2016. 2 - O propósito recursal é definir se os créditos cedidos fiduciariamente ao recorrente necessitam de prévio registro no Cartório de Títulos e Documentos competente para serem excluídos dos efeitos da recuperação judicial da devedora-cedente. 3 - A alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis ou títulos de créditos não estão submetidas aos efeitos da recuperação judicial

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(inteligência do art. 49, § 3º, da Lei 11.101/05). Precedentes. 4 - Ao sistema especial que engloba o instituto da alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis ou títulos de créditos – hipótese dos autos – não se aplica a norma do art. 1.361, § 1º, do CC, pois esta incide somente sobre propriedade fiduciária de coisa móvel infungível. 5 - A sujeição da propriedade fiduciária, conforme sua natureza, à respectiva disciplina legal é determinação expressa do próprio Código Civil, segundo o qual “as demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária” (vale dizer, quando não se tratar de negócio fiduciário envolvendo bem móvel infungível) “submetem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for incompatível com a legislação especial” (art. 1.368-A). 6 - À espécie, portanto, incide a disciplina normativa especial da Lei 4.728/65, que não exige o registro em cartório como elemento constitutivo da propriedade ou titularidade fiduciária. 7 - De fato, tratando-se de titularidade derivada de cessão fiduciária, a condição de proprietário é alcançada desde a contratação da garantia. Nessas hipóteses, uma vez preenchidos os requisitos exigidos pelo arts. 66-B da Lei do Mercado de Capitais e 18 da Lei 9.514/97, opera-se a transferência plena da titularidade dos créditos para o cessionário, haja vista a própria natureza do objeto da garantia, fato que o torna o verdadeiro proprietário dos bens, em substituição ao credor da relação jurídica originária. 8 - Essas circunstâncias são suficientes para exclusão dos créditos em questão dos efeitos da recuperação judicial do devedor-cedente, pois o art. 49, § 3º, da LFRE exige, apenas e tão somente, que o respectivo credor figure como titular da posição de proprietário fiduciário, condição que, como visto, independe do registro do contrato no Cartório de Títulos e Documentos. 9 - Os créditos cedidos em garantia, na medida em que deixam de integrar o patrimônio do cedente, não podem ser alcançados por eventuais pretensões de outros de seus credores, sujeitos cujas esferas jurídicas não sofrerão, como corolário – em razão da ausência de justa expectativa sobre aqueles créditos –, repercussão negativa decorrente de sua exclusão dos efeitos da recuperação judicial do devedor. 10 - Não havendo quebra de confiança ou frustração de legítima expectativa dos demais credores da recuperanda, não há que se cogitar de violação ao princípio da boa-fé. 11 - Recurso especial provido. (REsp 1592647/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, Julgado em 24/10/2017, Dje 28/11/2017).

Pelo exposto, entendem as recuperandas que o crédito se sujeita aos efeitos da

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recuperação judicial, devendo permanecer arrolado na classe quirografária.

c) Cédula de Crédito Bancário no 20170353303443921000003: Referido contrato

está garantido por alienação fiduciária de bem imóvel, qual seja, o terreno onde está

localizada a sede da AL Distribuidora de Medicamentos Ltda. Por se tratar de bem

infungível, entendem que o crédito se sujeita à recuperação judicial pelas mesmas

razões e termos expostos na fundamentação da Cédula de Crédito Bancário no

1229755. Se não bastasse, a 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiu

recentemente, ao julgar o AgInt no 149.561/MT, que os créditos de alienação

fiduciária podem ser incluídos na recuperação judicial se o bem em discussão for

essencial para atividade da empresa, o que, no caso dos autos, restou inconteste,

resultando inclusive na proibição por parte do juízo de consolidação da

propriedade."

Considerações da Administração Judicial: Objetivando uma análise cautelosa da

questão - e considerando os negócios jurídicos apontados pela credora em sua

exordial -, esta Administração Judicial apresenta as suas considerações de forma

individual, nos termos abaixo.

03.1 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 2018035332100082000018/0038 -

CONTA EMPRESARIAL N. 24.0306677.0-0 : O negócio jurídico em questão foi

ajustado em 31/01/2018, entre a Instituição Credora e RCC DROGARIAS E

FARMÁCIAS LTDA, gerando um limite de crédito de R$ 10.000,00, com primeiro

vencimento em 30/07/2018, com taxa de encargos pré-fixada em 8,75% ao mês. A

planilha de cálculo indica, como valor correspondente a abril de 2018 na ordem de

R$ 23.998,35 (data do pedido de Recuperação Judicial). Deste modo, considerando

a atualização do crédito dentro dos parâmetros do Art. 9º, II da Lei 11.101/05,

relaciona-se o crédito de R$ 23.998,35, classificado como quirografário, e devido por

RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA .

03.2 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 1229755 : Sobre este negócio jurídico,

ajustado com a RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA, a Instituição Credora

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indica que seus valores não se sujeitariam aos efeitos da Recuperação Judicial em

virtude de alienação fiduciária sobre um veículo. Observando-se a Cédula de

Crédito, é possível verificar que o bem alienado restou perfeitamente

individualizado, consoante cláusula oitiva do documento. De fato, o Art. 49, § 3º , da 1

Lei 11.101/2005 aponta a exclusão de créditos relativos à alienação fiduciária, sendo

que o fato dessa recair sobre veículo, leva à mesma compreensão do decidido no

Recurso Extraordinário n. 611.639 (julgado com Repercussão Geral) . Em tal 2

julgamento, o Supremo Tribunal Federal indicou que o registro do gravame deve ser

realizado para que seja possível a sua oposição a terceiros, sendo que uma vez se

tratando de veículo licenciado, o registro junto ao Cartório de Registro de Veículos

Automotores é suficiente - e necessário - para se ter eficácia, sendo requisito

indicado pelo §1º do Art. 1.361 do Código Civil . Ao se analisar os anexos que 3

instruíram a divergência, observa-se que não restaram anexados os documentos

capazes de comprovar o registro do gravame na repartição competente. De

1 "Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. [...] § 3 o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4 o do art. 6 o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial." 2 "VEÍCULOS AUTOMOTORES – GRAVAME – OBRIGATORIEDADE DO REGISTRO EM CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS – INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 1.361, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL DECLARADA NA ORIGEM. Possui repercussão geral a controvérsia sobre a constitucionalidade do artigo 1.361, § 1º, do Código Civil no tocante à obrigatoriedade do registro, no cartório de títulos e documentos, do contrato de alienação fiduciária de veículos automotores, mesmo com a anotação no órgão de licenciamento. Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar Peluso, Celso de Mello, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes e Ellen Gracie." 3 Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. § 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.

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qualquer modo, considerando a perfeita individualização do veículo na Cédula de

Crédito, foi possível verificar, através do sítio eletrônico do DETRAN/RS, que a

alienação fiduciária foi averbada na certidão do veículo em 21/12/2016. Assim,

levando em conta tal registro, de fato o crédito deveria ficar alheio aos efeitos da

Recuperação Judicial. Todavia, observando-se a Cédula de Crédito Bancário é

possível identificar de que o Interveniente Garante e Fiel Depositário é o Sr. RENI

ANTONIO RUBIN, estando o veículo alienado fiduciariamente em seu nome. Assim,

deve-se levar em conta que seus efeitos recaem sobre bens de propriedade de

terceiros (pessoa física) - RENI ANTONIO RUBIN -, e não das empresas

submetidas à Recuperação Judicial, sendo tal matéria consolidada nos Tribunais:

Recuperação judicial – Impugnação de crédito – Crédito garantido por propriedade fiduciária prestada por terceiro – Crédito submetido ao regime recuperacional, na classe quirografária – Entendimento predominante das Câmaras Reservadas de Direito Empresarial desta Corte – Decisão mantida – Recurso desprovido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2098638-10.2018.8.26.0000; Relator (a): Maurício Pessoa; Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial; Foro de São José dos Campos - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/07/2018; Data de Registro: 01/11/2018). 4

Considerando todas as questões, não se mostra possível a exclusão do crédito em

razão de que a alienação fiduciária recai sobre bem de terceiro. De outro lado,

considerando que a planilha de cálculo apresentada indica o valor correspondente a

abril de 2018 - dentro dos parâmetros do Art. 9º, II da Lei 11.101/05 - relaciona-se o

crédito de R$ 6.478,90, classificado como quirografário e devido por RCC

DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA .

03.3 INSTRUMENTO PARTICULAR DE DÍVIDA N. 1508537 : Sobre este negócio

jurídico, ajustado com a RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA, a Instituição

Credora indica que seus valores não se sujeitariam aos efeitos da Recuperação

Judicial em virtude de garantia de recebíveis. Em que pese a irresignação do

4 Sem grifos na original. _______________________________________

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GRUPO DEVEDOR - apontando que a exceção do Art. 49, §3º da Lei 11.101/05

indicaria somente a alienação fiduciária, não mencionando cessão -, o entendimento

da Terceira e da Quarta Turmas do Superior Tribunal de Justiça reconhecem que a

cessão fiduciária e a alienação fiduciária têm a mesma natureza jurídica e, por isso,

o crédito deveria ser excluído da Recuperação Judicial. Veja-se:

Recurso especial. Recuperação judicial. Contrato de cessão fiduciária de duplicatas. Incidência da exceção do art. 49, § 3º, da Lei 11.101/2005. Art. 66-B, § 3º, da lei 4.728/1965. Em face da regra do art. 49, § 3º, da Lei 11.101/2005, não se submetem aos efeitos da recuperação judicial os créditos garantidos por cessão fiduciária. 1. Recurso especial provido (REsp 1.263.500/ES (2011/0151185-8), Rel. Min. Maria Isabel Gallotti). Recurso especial. Recuperação judicial. Cédula de crédito garantida por cessão fiduciária de direitos creditórios. Natureza jurídica. Propriedade fiduciária. Não sujeição ao processo de recuperação judicial. “Trava bancária”. 1. A alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de créditos, possuem a natureza jurídica de propriedade fiduciária, não se sujeitando aos efeitos da recuperação judicial, nos termos do art. 49, § 3º, da Lei n.º 11.101/2005. 2. Recurso especial não provido (REsp 1.202.918/SP (2010/0125088-1), Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva).

Além disso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul tem idêntico

entendimento:

APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICO0S BANCÁRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO. - Cédula de Crédito Bancário nº 1207613, datado de 11/12/2012, no valor de R$ 237.000,00; - Cédula de Crédito Bancário nº 1208825, datado de 20/12/2012, no valor de R$ 564.000,00; - Cédula de Crédito Bancário nº 1216693, datado de 04/03/2013, no valor de R$ 2.000.000,00. (...) RECURSO DO EMBARGANTE CRÉDITO SUJEITO AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. O deferimento do processamento da recuperação judicial ou a homologação do plano de recuperação não impedem o prosseguimento das ações movidas em face dos coobrigados, sobretudo quanto aos contratos firmados anteriormente ao pedido, não sendo caso da incidência do artigo 6º da Lei n° 11.101/2005. Além disso, consoante art. 49 da Lei nº 11.101/05,

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todos os créditos existentes na data do pedido estão sujeitos à recuperação judicial. Todavia, o §3º do artigo supracitado prevê que o credor que ocupa a posição de proprietário fiduciário não se submete aos efeitos da recuperação judicial. No caso, tendo em vista que os contratos objeto da ação executiva estão todos garantidos (Instrumento Particular de Cessão Fiduciária em Garantia de Duplicatas e/ou Direitos Creditórios; fls. 46-50, 73-77 e 100-104) e devidamente registrados no Registro de Títulos e Documentos, nos termos do art. 1.361, §1º, do CC, ocupa o embargado posição de credor fiduciário, não se submetendo o crédito cobrado aos efeitos da recuperação judicial. (...) DESPROVIDOS OS APELOS. (Apelação Cível Nº 70076571595, Vigésima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Maraschin dos Santos, Julgado em 12/12/2018) AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA. CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO COM GARANTIA POR ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA E CESSÃO DE CRÉDITO. DESNECESSIDADE DE REGISTRO QUANTO ÀS GARANTIDAS POR BENS MÓVEIS FUNGÍVIES. NÃO SUJEIÇÃO DOS CRÉDITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 1. O princípio da preservação da empresa, insculpido no art. 47 da Lei 11.101/2005, dispõe que a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação daquela, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 2. Assim, o objeto do presente recurso está consubstanciado na possibilidade do crédito apontado pela parte agravante, estar contemplado na hipótese prevista no artigo 49, § 3º, da Lei nº 11.101/2005. 3. Destarte, conforme o entendimento da Corte Superior, nos contratos em que o objeto da garantia for bem fungível, dinheiro ou mútuo tido como cessão da propriedade até o pagamento do recurso adiantado pelo banco, desnecessária sua averbação no Registro de Títulos e Documentos do domicílio da parte devedora. 4. As garantias dadas no contrato em questão Cédula de Crédito Bancário Conta Garantida n.º 7.712 , relativamente aos direitos provenientes dos Contratos de Cessão Fiduciária de Títulos de Crédito, Duplicatas e direitos n.ºs 34.157 e 33.471, de sorte que plenamente preenchidos os requisitos previstos no art. 1.362 do Código Civil. 5. Portanto, resta consolidado que o crédito em questão não se sujeita aos efeitos da recuperação judicial, tendo em vista que se enquadra na exceção prevista no art. 49, §3º, da Lei n.º 11.101/05. 6. Por fim, descabida qualquer alusão ao preciso valor do crédito, ao menos por ora, tendo em vista que o

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contrato n.º 7.712 é objeto de ação revisional em trâmite e lá será definido. Dado provimento ao agravo de instrumento. (Agravo de Instrumento Nº 70077465201, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, Julgado em 29/08/2018)

Todavia, por ser Auxiliar do Juízo, é dever desta Administração Judicial apontar que

- apesar de fortemente consolidado - o entendimento de que a cessão fiduciária de

recebíveis estaria incluído na exceção do Art. 49, §3º da LRF possui divergência. Tal

desacordo reside no fato de que o supracitado Artigo menciona que “prevalecerão

os direitos de propriedade sobre a coisa ”. Ao utilizar a expressão ‘coisa’, o 5

legislador indicaria que a exceção aos efeitos da Recuperação Judicial alcança

apenas a propriedade fiduciária sobre bens (móveis ou imóveis), e não sobre

direitos de crédito. De qualquer forma, é de considerar que o entendimento 6

majoritário do STJ e do Tribunal deste estado é de que a cessão fiduciária possui a

natureza jurídica de propriedade fiduciária, não se sujeitando aos efeitos da

Recuperação Judicial. Já acerca da individualização da propriedade fiduciária, a Lei

10.931/2004, em seu Art. 33 indica que este deverá ser descrito e individualizado de

modo que permita sua fácil identificação. Com efeito, a discussão sobre a

individualização da propriedade fiduciária reside sobre cláusula genérica, sobretudo

naquelas em que não são possíveis de identificar as garantias pactuadas. De outro 7

5 Sem grifos no original. 6 No REsp 1.202.918/SP (2010/0125088-1), tal divergência foi apontada no voto vencido da Ministra Nancy Andrighi. 7Nesse sentido, a discussão no Agravo de Instrumento Nº 70069834059, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Léo Romi Pilau Júnior, Julgado em 28/09/2016. Destaca-se de seu teor: “A dois, os pactos igualmente, não se atêm ao que dispõe a Lei 10.931/2004, notadamente ao artigo 33 (...) Assim, em que pese a exigência do legislador no tocante à individualização das garantias fiduciárias, os contratos sob estudo não deixam clara quais seriam essas garantias - discriminado-as e apontando-as de forma individualizada. Veja-se o teor do cláusula que transcreve a garantia: 7. Cessão fiduciária de direitos sobres títulos de crédito. Em garantia do integral e pontual cumprimento das obrigações decorrentes do presente instrumento, em caráter irrevogável e irretratável, nos termos do artigo 1361 parágrafo primeiro do Código Civil Brasileiro e pelo parágrafo terceiro do artigo 66-B da Lei 4.728/65. a EMITENTE CEDE e TRANSFERE ao BANRISUL a propriedade fiduciária e a posse indireta da totalidade dos direitos

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lado, existem discussões jurisprudenciais que entendem que a individualização não

se dá tão somente em relação ao tipo de negócio jurídico, mas também às suas

descrições pormenorizadas, apontando a exata extensão de seu alcance . Assim, 8

por mais que não se esteja diante de um tema pacificado, esta Administração

Judicial entende que, observando-se o instrumento, percebe-se que a

individualização do crédito cedido fiduciariamente, resta indicado na cláusula 10 do

instrumento, a qual aponta a garantia sob os créditos oriundos das transações com

os cartões BANRICOMPRAS, na proporção de 50,00%, o que individualiza o tipo de

negócio jurídico que é objeto da cessão fiduciária, restando, s.m.j, individualizado.

No que tange ao registro e à publicidade da garantia, nota-se que o documento foi

registrado junto ao Ofício dos Registro Especiais de domicílio da Devedora,

atendendo ao disposto no Art. 1.361, §1º do Código Civil. Assim, haja vista o

atendimento aos preceitos do Código Civilista, acolhe-se a divergência de crédito no

que tange ao presente instrumento, excluindo-se da Recuperação Judicial, em

desfavor de RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA , a monta de R$ 805.506,04.

03.4 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 995523 - CONTA CORRENTE N.

24030026431 : O negócio jurídico em questão foi ajustado em 22/12/2017, entre a

Instituição Credora e AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTO LTDA, concedendo

um limite de crédito no valor de R$ 500.000,00. Alega a instituição credora de que

da contratação, subsistiria o valor de R$ 243.721,92, a ser relacionado na

Recuperação Judicial, como valor quirografário. De ofício, consultando o

instrumento, esta Administração Judicial observou que a referida Cédula de Crédito

sobre títulos de crédito na proporção de 100% (cem virgula zero por cento) do valor do presente empréstimo, de que o titular em razão das vendas efetuadas, e que serão creditadas em conta específica – vinculada do BANRISUL. Ora, a cláusula supramencionada é evidentemente genérica, não apontando de forma clara a garantia contratual pactuada. (...)” 8 Agravo de Instrumento 2208658-05.2017.8.26.0000 - TJ/SP. "(ii) Cédula de Crédito Bancário garantida por cessão fiduciária de direitos creditórios (nº 005132866 fls. 3.230/3.233 dos autos originários) os títulos cedidos (duplicatas mercantis item V) que garantiram 100% da operação não foram devidamente especificados e, portanto, não houve a constituição regular da propriedade fiduciária, a revelar que o crédito está sujeito ao regime concursal."

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tem previsão de cessão fiduciária de direitos creditórios sobre duplicatas, na

proporção de 100,00% do valor do crédito. Verifica-se que a cédula em apreço foi

registrada no Ofício de Registros Especiais do domicílio do devedor em 27/12/2017,

conferindo caráter de publicidade ao instrumento, consoante Art. 1.361, §1º do

Código Civil. No que tange à individualização dos créditos cedidos fiduciariamente,

resta indicada na cláusula 5 do instrumento, a garantia sob os direitos creditórios

sobre duplicatas, na proporção de 100,00%. As discussões sobre a inclusão da

cessão fiduciária no rol de exceções do Art. 49, §3º da LRF, bem como a atinente à

individualização da propriedade fiduciária se encontram no item acima, do qual, com

o fim de se evitar tautologia, se remete. Assim, haja vista o atendimento aos

preceitos do Código Civilista, acolhe-se a divergência de crédito no que tange ao

presente instrumento, excluindo-se da Recuperação Judicial, em desfavor de AL

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTO LTDA, a monta de R$ 243.721,92.

03.5 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 20180353321000820077/0038, CONTA

EMPRESARIAL N 19.030264.0-0 : O negócio jurídico foi ajustado em 23/04/2018,

entre a Instituição Credora e AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA,

gerando um limite de crédito de R$ 200.000,00, com primeiro vencimento em

22/10/2018, com taxa de encargos pré-fixada em 1,55% ao mês, que capitalizada

mensalmente corresponde a taxa efetiva anual de 20,27%. A planilha de cálculo

indica como valor correspondente a abril de 2018 - data do pedido de Recuperação

Judicial - R$ 197.551,11. Deste modo, considerando a atualização do crédito dentro

dos parâmetros do Art. 9º, II da Lei 11.101/05, relaciona-se o crédito de R$

197.551,11, classificado como quirografário e devido por AL DISTRIBUIDORA DE

MEDICAMENTOS LTDA.

03.6 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 20170353303443921000003 : Sobre

este negócio jurídico, ajustado com a AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS

LTDA, a Instituição Credora indica que seus valores não se sujeitariam aos efeitos

da Recuperação Judicial em virtude de alienação fiduciária sobre imóvel de

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matrícula n. 11.511 do Cartório de Registro de Imóveis de Santa Maria-RS

(CRI-SM). Nota-se que o instrumento foi devidamente registrado no Cartório de

Registro de Imóveis do Rio Grande do Sul (CRI-SM), junto ao R.12-11.511. Assim,

tem-se que o crédito incide na exceção do Art. 49, §3º da LRF, excluindo-se da

Recuperação Judicial, em desfavor de AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTO

LTDA, a monta de R$ 595.745,81.

CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 30.477,25, devido por AL

Distribuidora de Medicamentos LTDA, como quirografário e o valor de R$

197.551,11, devido por RCC Drogarias e Farmácias Ltda, como quirografário.

04. BERNARDES COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS LTDA

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos LTDA

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 40.003,30, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito indicando que os valores

pendentes correspondem a R$ 76.929,66, os quais seriam correspondentes à

“indenização 1/12 avos comissões receb. no contrato - R$ 75.474,33” e “

indenização ⅓ comissões receb. últ. 3 meses - R$ 1.455,33”.

Relação de documentos anexos: Cálculos, Notificação Administração Judicial.

Considerações do devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: O Grupo Recuperando relacionou a

monta de R$ 40.003,30 em favor de BERNARDES COMÉRCIO E

REPRESENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS LTDA. Apresentada a Divergência de

Crédito, algumas considerações se mostram importantes para a análise do mérito

da questão. Primeiramente, o que se percebe é que o credor deixou de juntar

qualquer contrato ou comprovação de seus serviços, juntando tão somente um

cálculo e uma notícia sobre a forma de cálculo nos Contratos de Representação

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Comercial (também chamado de Contrato de Agência ). O Código Civil, em seu Art. 9

710 e seguintes, e a Lei n° 4.886/1965 disciplinam tal modalidade típica de

contratação no ordenamento jurídico brasileiro. Segundo o Código Civil (art. 710),

pelo contrato de agência, "uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem

vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante

retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,

caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a

ser negociada". Ainda, a definição legal do Contrato de Representação Comercial

também está expressa no art. 1° da Lei n° 4.886/1965 que define que "exerce a

representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem

relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma

ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando

propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos

relacionados com a execução dos negócios.” No Art. 27 da Lei n° 4.886/1965,

tem-se os requisitos essenciais de um contrato de representação comercial, que

quando não pactuado por escrito não permite a conferência da observância das

previsões legais. Embora seja admitido doutrinária e jurisprudencialmente que a

contratação se dê de forma verbal, no caso em apreço não restou apresentado pelo

credor nenhuma prova verossímil que possibilite que esta Administração Judicial

possa considerar líquida, certa e exigível a obrigação nesta fase administrativa de

verificação de créditos. Soma-se a isso o fato de que não restaram localizados

lançamentos contábeis que atestem a existência do crédito, impossibilitando o

reconhecimento do crédito neste momento processual. Assim, diante da ausência

de documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e

principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa

9 “O contrato de agência e distribuição nada mais do que o contrato de representação comercial, regulado pela Lei n 4.886/65, de 9 de dezembro de 1965. Com as alterações feitas pela Lei nº 8.420, de 8 de maio de 1992.” (MONTEIRO, Washinton de Barros. “Curso de Direito Civil: direito das obrigações”, vol. 5, 37ª Ed., São Paulo. Saraiva, 2010, p. 345).

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até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.

Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram

apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise

da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na

Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados

pelo Grupo. Ainda, caso o credor venha a apresentar Impugnação à Relação de

Credores, deverá ser analisada a devida classificação do seu crédito, especialmente

considerando os recentes julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul , 10

que entendem que tal ser considerado como de natureza trabalhista.

05. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA.

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 3.567.060,00, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito quanto ao valor relacionado

pela empresa recuperanda. Indica que o valor devido seria de R$ 7.465.461,21, que

corresponde às seguintes operações bancárias: 18.0501.558.0000067/69;

18.0501.704.0000478/33; 18.0501.690.0000275/53 e 18.0501.690.0000268/24.

Indica que o contrato de n. 18.0501.690.0000268/24 deve ser classificado como

quirografário.

Relação de documentos anexos: Procuração; Contratos n.

18.0501.558.0000067/69; 18.0501.704.0000478/33; 18.0501.690.0000275/53;

18.0501.690.0000268/24; Demonstrativo de evolução contratual;

Considerações do devedora:

10 Ementa: Agravo de instrumento. Recuperação judicial. O crédito pertencente a representante comercial possui preferência legal, consoante art. 44 da Lei 4.886/45. Equiparação ao crédito trabalhista. Agravo de instrumento provido. (Agravo de Instrumento Nº 70073178113, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ney Wiedemann Neto, Julgado em 29/06/2017)

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"a) Contrato no 18.0501.558.0000067/69, no 18.0501.704.0000478/33 e no

18.0501.690.0000275/53: As recuperandas não concordam com o valor

apresentado, visto que foi atualizado até data posterior ao ingresso da recuperação

judicial, que ocorreu em 27/04/2018, contrariando o disposto no art. 9º, II, da Lei

11.101/2005.

b) Contrato no 18.0501.690.0000268/24: Referido contrato está garantido por

alienação fiduciária de bem imóvel, qual seja, o terreno onde está localizada a sede

da RCC Drogarias e Farmácias LTDA . Por se tratar de bem infungível, entendem

que o crédito se sujeita à recuperação judicial pelas mesmas razões e termos

expostos na fundamentação da Cédula de Crédito Bancário no 1229755,

formalizada com o Banrisul (item 3). Se não bastasse, a 2ª Seção do Superior

Tribunal de Justiça decidiu recentemente, ao julgar o AgInt no 149.561/MT, que os

créditos de alienação fiduciária podem ser incluídos na recuperação judicial se o

bem em discussão for essencial para atividade da empresa, o que, no caso dos

autos, restou inconteste, resultando inclusive na proibição por parte do juízo de

consolidação da propriedade pela instituição bancária. Por fim, não concordam com

o valor apresentado, visto que foi atualizado até data posterior ao ingresso da

recuperação judicial, que ocorreu em 27/04/2018, contrariando o disposto no art. 9º,

II, da Lei 11.101/2005."

Considerações da Administração Judicial: Por se tratarem de quatro diferentes

intrumentos negociais (três cédulas e um contrato), havendo pedido de exclusão em

relação a uma deles, as considerações serão apresentadas por instrumento, para

facilitar a compreensão. O Grupo Devedor refere-se, de forma geral, que a CEF

atualizou os cálculos para data diversa daquela prevista no art. 9º, II, da Lei de

Falências. Assim, nas três primeiras cédulas abaixo relacionadas, em razão da

complexidade dos cálculos, a Administração Judicial optou utilizar por base o valor

atualizado apresentado no demonstrativo da própria instituição financeira,

relacionando-o em consonância com a data imediatamente anterior ao pedido da

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Recuperação Judicial. Não obstante, ressalta-se que em pese a CEF tenha

apresentado cópias autenticadas de forma física, estas encontram-se forma de

ordem, sendo que não há identificação de número de contratação nas páginas dos

instrumentos e assim a análise administrativa restou dificultosa. De toda sorte,

segue a análise da Administração Judicial:

a) Cédula de Crédito Bancário 18.0501.558.0000067/69: A credora apresentou de

forma física cópia autenticada do referido contrato. Ao verificar o cálculo

apresentado pela CEF, o que se percebe é que o valor foi atualizado até 09/07/2018,

sendo que a data do pedido da Recuperação Judicial é datada de 27/04/2018. Ao

que se percebe da evolução do cálculo apresentado é possível utilizar por base a

atualização de 10/04/2018. Portanto, acolhe-se parcialmente a divergência e

relaciona-se o valor de R$ 60.261,65, classificado como quirografário, devido por

RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.

b) Cédula de Crédito Bancário 18.0501.704.0000478/33: A credora apresentou de

forma física cópia autenticada do referido contrato. Ao verificar o cálculo

apresentado pela CEF, o que se percebe é que o valor foi atualizado até

29/06//2018, sendo que a data do pedido da Recuperação Judicial é datada de

27/04/2018. Ao que se percebe da evolução do cálculo apresentado é possível

utilizar por base a atualização de 30/03/2018. Portanto, acolhe-se parcialmente a

divergência e relaciona-se o valor de R$ 191.344,91, classificado como

quirografário, devido por RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.

c) Cédula de Crédito Bancário 18.0501.690.0000275/53: A credora apresentou de

forma física cópia autenticada do referido contrato. Ao verificar o cálculo

apresentado pela CEF, o que se percebe é que o valor foi atualizado até

29/06//2018, sendo que a data do pedido da Recuperação Judicial é datada de

27/04/2018. Ao que se percebe da evolução do cálculo apresentado é possível

utilizar por base a atualização de 30/03/2018. Portanto, acolhe-se parcialmente a

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divergência e relaciona-se o valor de R$ 42.052,03, classificado como quirografário,

devido por RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.

d) Contrato Particular de Consolidação, Confissão, Renegociação de Dívida e

Outras Obrigações 18.0501.690.0000268/24: Analisando a cópia autenticada do

Contrato, percebe-se que a garantia de Alienação Fiduciária encontra-se prevista na

cláusula décima e recai sobre o imóvel de matrícula 57.772 do Registro de Imóveis

de Santa Maria, conforme R.14. O contrato restou registrado em 30/03/2017. A CEF

pleiteia que o tal instrumento seja excluído da RJ com base no artigo 49, §3o da Lei

11.101/05. Em que pese o bem tenha sido considerado por este juízo indispensável

para o desenvolvimento das atividades empresariais na decisão proferida em

19/07/2018, há que se referir que a CEF está amparada pela exceção do 49, §3o,

da Lei de Falência, tendo em vista que está o contrato está devidamente registrado

no domicílio do devedor e em data anterior ao pedido de Recuperação Judicial. De

toda sorte, pelo menos enquanto durar o stay period , essa Administração opina que

a CEF não possa ainda dar sequência na efetivação da consolidação da posse do

imóvel. Assim, acolhe-se a divergência de crédito para considerar excluído o crédito

oriundo do Contrato 18.0501.690.0000268/24.

CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 293.658,50, devido por RCC

Drogarias e Farmácias LTDA, como quirografário.

06. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL

Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA .

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 13.134,60, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Na Divergência de Crédito apresenta, tem-se a indicação de

que o valor devido corresponderia a R$ 19.574,50, atualizado até 31/07/2018. O

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credor aponta, ainda, que o crédito teria classificação tributária, por força do Art. 83,

III, da Lei 11.101/2005.

Relação de documentos anexos: Correspondência enviada pela Administração

Judicial; Planilha de débitos com o CRF-RS; procuração.

Considerações da devedora: "As recuperandas não concordam com o valor

apresentado, visto que atualizado até 31/07/2018, quando, em verdade, deveria ter

sido feito até a data de ingresso da recuperação judicial, que ocorreu no dia

27/04/2018, conforme disposto no art. 9º, II, da Lei 11.101/2005. Portanto, o valor

total que deve constar no quadro de credores é R$ 18.063,46."

Considerações da Administração Judicial: A instituição credora indica que seu

crédito possui natureza tributária, e embora o GRUPO DEVEDOR tenha tecido as

suas considerações apenas quanto à data de atualização do crédito, compete a esta

Administração Judicial analisar a questão de maneira global e em atenção à sua

função de auxiliar do juízo. Assim, mostra-se imprescindível a análise da natureza

jurídica da obrigação e a sua sujeição ou não à Recuperação Judicial. Nesse

aspecto, tem-se que a devida classificação das chamadas contribuições parafiscais

é objeto de inúmeras digressões jurídicas, sendo que do estudo realizado por Franz

August Gernot Lippert (Professor Adjunto da Universidade do Rio Grande do Sul) , 11

extrai-se:

Para Bernardo Ribeiro de Moraes a Contribuição Especial é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma atividade social do Estado ou de entidade que tenha a seu cargo "exercício de funções públicas, efetivas ou potenciais, dirigidas a grupos sociais". Assim sendo, caracteriza-se a contribuição especial por possuir um pressuposto de fato, definido em lei de forma típica, consistindo numa atividade estatal dirigida à coletividade, que atinge determinado grupo de pessoas, que se beneficiam de ' certa forma

11 file:///Users/francinifeversani/Downloads/69175-285937-1-PB.pdf. _______________________________________

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Ao tratar do Sistema Tributário Nacional, a Constituição Federal estabelece a

competência exclusiva da União para instituir contribuições "de interesse das

categorias profissionais ou econômicas" (Art. 149), ao passo que o Supremo

Tribunal Federal já reconheceu no REsp 1625052 que a contribuição ao Conselho 12

Regional de Farmácia importa em crédito tributário. Assim, por força do Art. 187 do

Código Tributário Nacional, tal crédito não se sujeita à Recuperação Judicial.

Ademais, a fundamentação do Conselho se pauta no Art. 83 da Lei 11.101/2005, o

qual se refere ao procedimento falimentar e não recuperacional. Portanto, exclui-se

o referido crédito do rol de credores, na monta de R$ 13.134,60, em desfavor de

RCC Drogarias e Farmácias LTDA.

07. COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE ASSOCIADOS DA

REGIÃO CENTRO DO RIO GRANDE DO SUL - SICREDI REGIÃO CENTRO

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e RCC

Drogarias e Farmácias LTDA.

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 1.043.231,64, relacionado por

AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS e R$ 218.128,50, relacionado por RCC

12 " PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO PARA O SÓCIO-GERENTE. CONSTATAÇÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA N.º 07/STJ.[...] 3. In casu, as conclusões da Corte de origem no sentido de que não restou comprovado excesso de poderes, dissolução irregular, infração à lei ou ao estatuto, "Nesse contexto, entendo que o simples inadimplemento, embora constitua infração à lei, não acarreta a responsabilidade por substituição dos diretores, gerentes ou representantes das pessoas jurídicas de direito privado. No presente caso, verifico que tendo restado infrutífero o acordo noticiado às fls. 26 e 29, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - CRF/SP requereu a inclusão dos sócios responsáveis, no pólo passivo da ação (fls. 34/38), indeferida às fls. 40/42. Constato, entretanto, que, a Agravante não colacionou qualquer documento apto a demonstrar que as pessoas indicadas exerciam cargo de gerência à época da constituição do crédito tributário e que tenham sido responsáveis por eventual extinção fraudulenta da pessoa jurídica. Ademais, não ficou demonstrado o esgotamento de tentativas no sentido de localização de bens de propriedade da sociedade. [...]"

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DROGARIAS E FARMÁCIA LTDA , os créditos foram classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito informando que o valor de

R$ 1.043.231,64 é oriundo da Cédula de Crédito Bancário n. B30832321-0, que nos

termos do aditivo de re-ratificação da cédula fora prestada como garantia o bem

registrado sob a matrícula n. 52.950. Diante da garantia prestada requer a inclusão

do crédito na classe garantia real.

Relação de documentos anexos: Estatuto social; Cédula de Crédito Bancário -

Abertura de Limite de Crédito Rotativo n. B30832321-0;

Considerações da devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: O que se percebe é que na Relação

de Credores do Grupo Recuperando foram lançados dois créditos, sendo um em

relação a AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e outro em relação a RCC

Drogarias e Farmácias LTDA . Não há divergência em relação ao crédito de R$

218.128,50, relacionado por RCC DROGARIAS E FARMÁCIA LTDA , classificado

como quirografário. A divergência da instituição financeira diz respeito a Cédula de

Crédito Bancário B30832321-0 cuja cópia simples foi apresentada junto a

divergência de crédito. Verifica-se que a cópia não foi registrada junto ao domicílio

do devedor, porém vislumbra-se no aditivo firmado em 16 de junho de 2017 (antes

do pedido de RJ), que foi ofertada hipoteca cedular de primeiro grau do imóvel de

matrícula 52.950 do Cartório de Registro de Imóveis de Santa Maria. Pela cópia da

matrícula apresentada pela instituição financeira, se percebe que a propriedade do

imóvel pertence a AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA e que o registro

da hipoteca cedular de primeiro grau se encontra no registro de número R.11 -

52.950. Assim sendo, acolhe-se a divergência de crédito para classificar a Cédula

de Crédito Bancário - Abertura de Limite de Crédito Rotativo n. B30832321-0, como

crédito de garantia real, na monta de R$ 1.043.231,64, devido por AL

DISTRIBUIDORA LTDA.

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CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 1.043,231,64, como garantia real,

devido por AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e o crédito de R$ 218.128,50,

como quirografário, devido por RCC Drogarias e Farmácias Ltda.

08. ITAÚ UNIBANCO S.A

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda e RCC Drogarias

e Farmácias LTDA.

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 448.279,56 relacionado por AL

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA, e R$ 246.519,00 relacionado por

RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA , ambos classificados como quirografários.

Resumo do pedido: Apresenta Divergência de Crédito indicando que os valores

apresentados estariam incorretos, apontado como devidos os montantes de R$

511.968,48 e R$ 243.987,35, ambos atualizados até a data do pedido de

recuperação judicial. Assim, requer a majoração dos valores apresentados na classe

quirografária.

Relação de documentos anexos: Procuração; Substabelecimento; Cédula de

Crédito Bancário - Confissão de Dívida n. 779709955; Demonstrativo de Débito;

Cédula de Crédito Bancário - Confissão de Dívida n. 779012079; Demonstrativo de

Débito.

Considerações da devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: Antes mesmo de adentrar no mérito

da Divergência, há que se ressaltar que a organização dos documentos e clareza da

divergência facilitou a análise por parte desta Administração Judicial. Quanto aos

créditos, observa-se que os cálculos apresentados estejam atualizados em

consonância com o Art, 9, II, da LRF, não havendo reparos a serem realizados.

Portanto, acolhe-se a divergência e relaciona-se o valor de R$ 511.968,48,

classificado como quirografário, devido por AL DISTRIBUIDORA DE

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MEDICAMENTOS LTDA e o valor de R$ 243.987,35, classificado como

quirografário, devido por RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.

CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 511.968,48, como quirografário,

devido por AL Distribuidora de Medicamentos Ltda e R$ 243.987,35, como

quirografário, devido por RCC Drogarias e Farmácias Ltda.

09. JEFERSON EVANDRO VARGAS NASCIMENTO e JEFERSON EVANDRO

VARGAS NASCIMENTO & CIA LTDA

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 59.942,14, classificado como

quirografário, devido a JEFERSON EVANDRO VARGAS NASCIMENTO & CIA

LTDA.

Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor do

valor de R$ 123.535,53, oriundo de verbas rescisórias de contrato de representação

comercial, previsto no Contrato de Representação Comercial. Requer a

classificação do crédito como trabalhista nos termos do Art. 44 da Lei 4.886/65.

Relação de documentos anexos: Procuração; Contrato de representação

comercial; Alteração de contrato social; Cálculo de atualização;

Considerações da devedora: “As recuperandas concordam com o valor

apresentado, contudo, não concordam com a classificação do crédito como

trabalhista. O contrato de representação comercial não é de competência

trabalhista, haja vista não existir o elemento subordinação a caracterizar relação

empregatícia. Com efeito, o art. 44 da lei 4.886/65 equipara o crédito decorrente de

contrato de representação comercial ao crédito trabalhista para fins de habilitação

em processo de falência, não no de recuperação judicial, que é o caso. Inclusive,

tem sido recorrente na Justiça do Trabalho a extinção de ações de representantes

comerciais, sob o argumento de que se trata de relação mercantil entre pessoas

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jurídicas.”

Consideração da Administração Judicial: Verificou-se que o Grupo Recuperando

relacionou a monta de R$ 59.942,14 em favor de JEFERSON EVANDRO VARGAS

NASCIMENTO LTDA. Apresentada a Divergência de Crédito, algumas

considerações se mostram importantes para a análise do mérito da questão.

Primeiramente, o que se percebe é que o credor juntou cópia de seu Contrato de

Representação Comercial (também chamado de Contrato de Agência ). Porém, tal 13

contrato não se encontra assinado pelos representantes da empresa do GRUPO

RECUPERANDO, mas sim apenas pelo representante comercial. Portanto, e para

todos os efeitos, não se está diante de contrato escrito. Como já referido por esta

Administração Judicial, o Código Civil - no Art. 710 e seguintes - e a Lei n°

4.886/1965 disciplinam tal modalidade típica de contratação no ordenamento

jurídico brasileiro. Segundo o Código Civil (art. 710), "pelo contrato de agência, uma

pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a

obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de

certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o

agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada". Ainda, a definição legal do

Contrato de Representação Comercial também está expressa no art. 1° da Lei n°

4.886/1965 que define que "exerce a representação comercial autônoma a pessoa

jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter

não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de

negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos

representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.”

No artigo 27 da Lei n° 4.886/1965, tem-se os requisitos essenciais de um contrato

de representação comercial, que quando não pactuado por escrito - neste caso por

13 “O contrato de agência e distribuição nada mais do que o contrato de representação comercial, regulado pela Lei n 4.886/65, de 9 de dezembro de 1965. Com as alterações feitas pela Lei nº 8.420, de 8 de maio de 1992.” (MONTEIRO, Washinton de Barros. “Curso de Direito Civil: direito das obrigações”, vol. 5, 37ª Ed., São Paulo. Saraiva, 2010, p. 345).

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não estar assinado pelo representante do grupo recuperando - não permite a

conferência da observância das previsões legais. Tem-se que, em pese seja

admitido doutrinária e jurisprudencialmente que a contratação se dê de forma verbal,

não restou apresentado pelo credor nenhuma prova verossímil que possibilite que,

nesta fase administrativa, esta Administração Judicial possa considerar líquida, certa

e exigível tal obrigação. Soma-se a isso o fato de que não restaram localizados

lançamentos contábeis que atestem a existência do crédito, impossibilitando o

reconhecimento do crédito neste momento processual. Assim, diante da ausência

de documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e

principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa

até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.

Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram

apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise

da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na

Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados

pelo Grupo. Ainda, caso o credor venha a apresentar Impugnação à Relação de

Credores, deverá ser analisada a devida classificação do seu crédito, especialmente

considerando os recentes julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que

entendem que tal ser considerado como de natureza trabalhista.

10. J.F INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS LTDA

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 14.714,12, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor da

quantia de R$ 10.322,88, referente às notas fiscais n. 32445 e 32682, requerendo a

inclusão do crédito na classe quirografária.

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Relação de documentos anexos: Procuração; Nota Fiscal n. 32445; Protesto; Nota

Fiscal n. 32682; Protesto; Planilha de atualização de débito;

Considerações da devedora: “As recuperandas discordam do valor apresentado

pela credora. Deve ser considerado o valor original de R$ 9.620,66 (soma das

quatro parcelas vencidas), acrescido de juros e correção até o ingresso da

recuperação judicial, que ocorreu no dia 27/04/2018, e não no dia 02/05/2018, como

foi informado pelo credor, o que resulta no valor total de R$ 9.871,44, conforme

tabela demonstrativa abaixo. Ademais, não deve incidir despesas com protestos,

visto enquadrar-se na hipótese prevista no art. 5º, II, da Lei 11.101/2005. Cumpre

informar que constam dois protocolos na inicial, um no dia 27/04/2018 e outro no dia

02/052018. O protocolo correto a ser considerado é o primeiro, visto que foi neste

dia que foi efetivamente distribuída a ação.”

Considerações da Administração Judicial: A credora alega a necessidade de

inclusão do crédito de R$ 10.322,88, referente às notas fiscais n. 32445 e 32682,

incluindo juros de mora e custas cartorárias. O que se percebe é que o crédito foi

atualizado equivocadamente pela credora até a data de 02/05/2018, dias após o

protocolo do procedimento recuperacional, em desconfirmado ao Art. 9º, II, Lei

11.101/05 - LRF). Oportuno referir ainda que o Grupo Recuperando, s.m.j., não deve

arcar com os valores despendidos pela parte credora para manter a exigibilidade do

crédito levado a protesto posto que se trata de protesto facultativo. De qualquer

sorte, considerando o equívoco na data de atualização do crédito, relaciona-se o

valor de R$ 9.871,44, classificado como quirografário, devido por AL

DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA .

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11. LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A

Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 52.875,71, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito referindo que o valor devido

seria de R$ 54.739,65, atualizado até a data do pedido da Recuperação Judicial.

Relação de documentos anexos: Procuração; Ata de reunião do conselho de

administração; Cálculo; Nota Fiscal n. 520082; Nota Fiscal n. 520289; Nota Fiscal n.

520559; Nota Fiscal n. 521378; Nota Fiscal n. 524041; Nota Fiscal n. 524189; Nota

Fiscal n. 524227; Nota Fiscal n. 522015; Nota Fiscal n. 522064; Nota Fiscal n.

522108; Nota Fiscal n. 522517; Nota Fiscal n. 523012; Nota Fiscal n. 525158; Nota

Fiscal n. 525545; Nota Fiscal n. 526613; Nota Fiscal n. 524376; Comprovantes de

recebimento.

Considerações da devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: Primeiramente há que se pontuar que

embora a Divergência de Crédito aponte que o cálculo utilizou como parâmetro a

data do pedido de Recuperação Judicial, tal compreensão não é possível a partir da

análise do cálculo apresentado pela credora. Via de regra, a Administração Judicial

indicaria que fosse mantido o valor lançado no Razão Contábil da empresa com

posição do dia do pedido da Recuperação Judicial. Ocorre que tal crédito, a

princípio, não se encontra na contabilidade da empresa, motivo pelo qual deve ser

intimada para retificação de sua contabilidade ou para alcançar à Administração

Judicial o diário auxiliar das contas de fornecedores que são genéricas. Mesmo

assim, levando-se em consideração as Notas Fiscais com comprovante de entrega

de mercadoria não se pode negar que efetivamente os serviços foram prestados,

porém, em razão o cálculo não demonstrar clareza em relação aos critérios exigidos

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pela Lei de Falências no artigo novo, deixa-se de acolher a divergência de crédito e

mantém-se relacionado o valor de R$ 52.875,71, classificado como quirografário,

devido por AL Distribuidora de Medicamentos Ltda .

12. NEWCO SM EMPRESA JORNALISTICA LTDA

Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 354,80, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor da

quantia de R$ 354,80. Ainda, requer que a Administração Judicial informe ao credor

todos os eventos relacionados ao processo de recuperação judicial.

Relação de documentos anexos: Comprovante de inscrição e de situação

cadastral; título de cobrança; Procuração;

Considerações da devedora: "O valor apresentado pela credora coincide com o

arrolado pelas recuperandas, razão pela qual desnecessária a apresentação de

habilitação de crédito."

Considerações da Administração Judicial: Primeiramente, é preciso que se

esclareça que o acompanhamento do feito recuperacional compete à credora.

Quanto ao mérito da "Habilitação", tem-se que o valor apresentado pela credora

coincide com o arrolado pela Devedora. Ocorre que, analisando a contabilidade do

Grupo Recuperando, não foi possível encontrar uma conta contábil para o referido

crédito. Ainda, não restaram apresentados pelo credor documentos que possam

trazer certeza, liquidez exigibilidade da cobrança. Assim, diante da ausência de

documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e

principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa

até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.

Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram

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apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise

da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na

Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados

pelo Grupo.

13. RUY RODRIGUES DA SILVA

Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e farmácias LTDA

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 11.948,55, classificado como

trabalhista.

Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito, sendo que as suas

considerações são as seguintes:

Relação de documentos anexos: Termos de rescisão do contrato de trabalho;

Aditivo ao termo de rescisão de contrato de trabalho; Extrato FGTS; Ressalva;

Considerações da devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: A insurgência do credor diz respeito à

ausência de indicação dos valores devidos a título de multa de Fundo de Garantia

por Tempo de Serviço - FGTS, e diferenças de saldo de salário referente ao mês de

março de 2018 e diferenças de FGTS entre os anos de 2017 e 2018 que não foram

depositados. Nesse aspecto, vale ressaltar que subsistem discussões quanto à

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possibilidade de serem reconhecidos pela Administração Judicial - na fase

administrativa de verificação de créditos - créditos trabalhistas que não tenham sido

objeto de Reclamatória Trabalhista e que não estejam suficientementes

demonstrados na contabilidade. No caso em apreço, é de se observar que embora

assista razão ao credor quanto às ressalvas realizadas pelo SINDICATO DOS

EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE SANTA MARIA quando da homologação de

sua rescisão e ser inequívoco que esse faz jus à multa de 40% prevista no artigo 18,

§1, da Lei nº 8.036, o mesmo credor aponta que teria direito a complementações de

depósito de FGTS. Assim, tem-se que o extrato apresentado não se mostra apto à

perfeita compreensão de qual seria o valor devido em razão de tal multa, motivo

pelo qual não se mostra líquido o valor referente a tal rubrica. No mais, as eventuais

diferenças de verbas salariais em razão de dissídios dependem da devida apuração

pela Justiça do Trabalho, competente para o trato do assunto. Por conseguinte,

considerando os estreitos limites da fase administrativa de verificação de créditos e

a necessidade de ajuizamento de ação própria, entende-se por inviável o

acolhimento da Divergência proposta. Assim, diante da ausência de documentos

suficientes para compreensão na fase administrativa e principalmente diante

da ausência de registro contábil por parte da empresa até o presente

momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado. Ressalta-se que as

contas contábeis auxiliarem ainda não restaram apresentadas pelo Grupo

Recuperando, o que por hora impossibilita a análise da Administração

Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na Relação de Credores

definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados pelo Grupo.

14. SULCLEAN - SERVIÇOS DE SEGURANÇA LTDA

Vínculo jurídico original: Al Distribuidora de Medicamentos Ltda

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Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 4.255,29, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta concordância com o valor apresentado pela

Recuperanda.

Relação de documentos anexos: NF 1666; NF 1667.

Considerações da devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: O valor apresentado pela credora

coincide com o arrolado pelas recuperandas, razão pela qual desnecessária a

apresentação de habilitação de crédito. Ocorre que, analisando a contabilidade do

Grupo Recuperando, não foi possível encontrar uma conta contábil para o referido

crédito. Ainda, não restaram apresentados pelo credor documentos que possam

atestar certeza, liquidez exigibilidade da cobrança. Assim, diante da ausência de

documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e

principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa

até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.

Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram

apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise

da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na

Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados

pelo Grupo.

15. UNIMED SANTA MARIA - COOPERATIVA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE LTDA

Vínculo jurídico original: Al Distribuidora de Medicamentos Ltda

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 37.572,90, classificado como

quirografário.

Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito alegando que o valor

relacionado não estaria correto, na medida em que o valor devido corresponderia a

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R$ 64.534,73, atualizado até a data do pedido de recuperação judicial. O crédito

seria referente a débitos vencidos e lançados até o mês de maio de 2018, com

aplicação de juros de 1% ao mês e multa de 2%, referentes a mensalidades de

planos de saúde e contrato de medicina ocupacional.

Relação de documentos anexos: Planilha indicativa de créditos; "Planos Coletivos

Empresariais CRE2B", com supostos aditivos sem individualização da contratante;

"Planos Coletivos Empresariais CRE1B", Contratos de planos coletivos

empresariais; Boletos Eletrônicos. Contrato de Prestação de Serviços em Saúde,

Segurança e Medicina do Trabalho

Considerações da devedora: Não apresentadas.

Consideração da Administração Judicial: Primeiramente, e considerando-se os

termos da Divergência apresentada, esclarece-se que o crédito foi relacionado pela

AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA, e não por esta Administração

Judicial (o envio das correspondências é realizado a partir dos dados fornecidos

pela devedora). Da análise dos documentos referentes aos Planos Coletivos

Empresariais CRE2B e CRE1B, observa-se a indicação de que tais teriam 32

páginas, mas apenas 31 delas foram apresentadas à Administração Judicial.

Sequencialmente a cada indicação de Plano, constam "Termo Aditivo Cobertura

SOS UNIMED", sem especificação dos dados da contratante ou do número do

contrato, o que também pode ser dito do "Módulo Adicional de Cobertura para

Procedimentos Médicos Especializados - Aditivo Contratual", ainda que deste último

conste a assinatura data de 22/03/2010. Especifica-se, ainda, que nos Termos

Aditivos de Cobertura, as cláusulas indicativas de pagamento sequer estão

preenchidas, sendo bastante razoável se compreender que a assinatura da

empresa se deu sem a especificação de valores. Quanto ao "Contrato de Prestação

de Serviços em Saúde, Segurança e Medicina do Trabalho", o documento

apresentado tem a indicação da contratante e sua assinatura, sendo indicado no

item 1 da cláusula décima terceira que o valor da mensalidade seria de "R$ 12,00

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por funcionário/mês inscrito". No entanto, não é possível aferir a partir dos

documentos colacionados quantos empregados a empresa possuía em cada mês

de referência. Tais fatos impedem a análise dos negócios jurídicos em sua

completude, ainda que tenham sido apresentados os boletos eletrônicos emitidos a

partir do serviço prestado. Em outras palavras, o que se tem é embora não se negue

a grande probabilidade da empresa divergente ter direito a tais créditos, os

documentos apresentados não são aptos a demonstrar a sua liquidez nesta fase

administrativa de verificação. De outro lado, considerando-se a presunção de

veracidade referente aos lançamentos contábeis e que os créditos em questão não

possuem conta contábil com designação específica, esta Administração Judicial

solicitou à Devedora a apresentação do Diário Auxiliar Contábil referente a tais

lançamentos e estes não foram alcançados. Por este motivo, não há como neste

momento analisar a questão, portanto, provisoriamente, deixa-se de acolher e

divergência e exclui-se o crédito relacionado. Assim, diante da ausência de

documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e

principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa

até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.

Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram

apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise

da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na

Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados

pelo Grupo.

16. UNIMED SANTA MARIA - COOPERATIVA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE LTDA Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA

Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 2.694,92, classificado como

quirografário.

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Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito alegando que o valor

relacionado estaria incorreto, informa que o valor devido corresponde a R$ 8.567,62,

atualizados até a data do pedido de recuperação judicial. O crédito seria referente à

débitos vencidos e lançados até o mês de maio de 2018, com aplicação de juros de

1% ao mês e multa de 2%, referentes a mensalidades de planos de saúde e

contrato de medicina ocupacional.

Relação de documentos anexos: Planilha indicativa de créditos. Boletos

eletrônicos. Contratos de prestação de serviços em saúde, segurança e medicina do

trabalho. Contrato de Prestação de Serviços de Urgência Médica.

Considerações da devedora: Não apresentadas.

Considerações da Administração Judicial: Restaram apresentados pela UNIMED

diversos "Contrato de Prestação de Serviços em Saúde, Segurança e Medicina do

Trabalho". O primeiro (sem indicação de número contratual próprio) prevê no item 1

da cláusula décima terceira, que o valor da mensalidade seria de "R$ 12,00 por

funcionário/mês inscrito". No entanto, não é possível aferir a partir dos documentos

colacionados quantos empregados a empresa possuía em cada mês de referência.

O primeiro instrumento contratual foi firmado pelos contratantes em 24/08/2011. Na

sequência, foram apresentados quatro Contratos, assinados na mesma data, com

os mesmos termos, porém com os CNPJ das filiais, porém, da mesma forma, sem

indicação do número de funcionários. Como anteriormente referido, em que pese as

informações não sejam necessárias para garantir a liquidez dos créditos,

considerando-se a presunção de veracidade referente aos lançamentos contábeis e

que os créditos em questão não possuem conta contábil com designação específica,

esta Administração Judicial solicitou à Devedora a apresentação do Diário Auxiliar

Contábil referente a tais lançamentos e estes não foram alcançados.Por este

motivo, não há como neste momento analisar a questão, portanto, provisoriamente,

deixa-se de acolher e divergência e exclui-se o crédito relacionado. Assim, diante

da ausência de documentos suficientes para compreensão na fase

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administrativa e principalmente diante da ausência de registro contábil por

parte da empresa até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente

relacionado. Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não

restaram apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita

a análise da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser

incluído na Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis

apresentados pelo Grupo.

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