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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS HABILITAÇÕES / DIVERGÊNCIAS RECEBIDAS PELA ADMINISTRAÇÃO
JUDICIAL
01. ÁVATO TECNOLOGIA LTDA
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda e RCC Drogarias
e Farmácias LTDA.
Rol de credores apresentado pela Devedora: Não relacionado.
Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor da
quantia de R$ 103.346,99. Indica que o valor corresponde a pagamentos não
realizados entre 10/12/2017 e 15/06/2018, requerendo a inclusão do crédito no
quadro geral de credores na classe quirografária.
Relação de documentos anexos: Procuração; Solicitações de serviços; Notas
fiscais; Contratos (solicitação de serviços); Boletos.
Considerações da devedora: "As recuperandas concordam com a inclusão do
referido credor no quadro geral de credores na classe quirografária, contudo, não
concordam com o valor apresentado, visto que contabilizaram juros até 30/08/2018,
quando em verdade deveria ter sido feito até a data de ingresso da recuperação
judicial, que ocorreu no dia 27/04/2018, conforme disposto no art. 9º, II, da Lei
11.101/2005. Portanto, entendem que o valor total a ser incluído no quadro de
credores é R$ 98.810,57."
Considerações da Administração Judicial: Além da relação de documentos
acima mencionada, em sua habilitação de crédito a credora trouxe em uma tabela o
número das Notas Fiscais, a data de emissão, a data de vencimento originária, o
valor do título, a atualização de multa e juros e os dias em atraso. Compulsando os
documentos enviados e verificando as atualizações realizadas, a Administração
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Judicial percebeu que os valores haviam sido atualizados até 30/08/2018, ou seja,
em data diversa daquela estipulada no Art. 9, II, da Lei 11.101/2005 - LRF, que
estipula que a data de atualização corresponda à data do pedido de Recuperação
Judicial. Assim, buscando sanar o equívoco, a Administração Judicial entrou em
contato com a empresa e solicitou a atualização dos valores. Sanado o equívoco,
entende-se por adequada a inclusão do crédito dos seguintes créditos: R$
73.251,09, devido pela AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA, e R$
25.573,62, devido pela empresa RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA, ambos
classificados como quirografários. De outro lado, tendo em vista que os créditos não
restaram localizados junto aos Livros Razão do GRUPO RECUPERANDO, este
deve ser intimado para que retifique a contabilidade, ou apresente o Livro Diário
Auxiliar que os indique.
02. BANCO SANTANDER S.A.
Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 38.109,48, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito informando que o valor
relacionado pela empresa recuperanda estaria incorreto. Indica que o valor devido
com atualização até a data do pedido de Recuperação Judicial seria de R$
49.392,21, referente à Cédula de Crédito Bancário nº 00331166000000012230.
Assim, requer a readequação do valor na classe quirografária.
Relação de documentos anexos: Procuração; Substabelecimento; Cédula de
crédito bancário 00331166000000012230; Planilha de Cálculo.
Considerações do devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: A insurgência da Instituição credora
toca somente ao valor do crédito e a sua atualização. Tem origem na Cédula de
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Crédito Bancário n. 00331166000000012230, na modalidade de confissão e
renegociação de dívida, no valor de R$ 47.892,69, com o pagamento em 36
parcelas mensais, com primeiro vencimento em 15/04/2018 e a última parcela em
15/03/2021. Além disso, o ajuste tem previsão de juros remuneratórios mensais de
2,02% e 27,12% anual, assim como juros moratórios de 1,0% ao mês e multa por
inadimplemento de 2,0%. O cálculo apresentado levou em conta todos os índices, a
amortização de R$ 1.000,00 realizada, o seguro contratado e a data de ajuizamento
da Recuperação Judicial para fins de atualização, culminando no valor de R$
49.392,21. Assim, considerando a atualização do crédito dentro dos parâmetros do
Art. 9º, II da Lei 11.101/05, retifica-se o valor do crédito para R$ 49.392,21,
classificado como quirografário, em desfavor de RCC Drogarias e Farmácias LTDA .
03. BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - BANRISUL
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e RCC
Drogarias e Farmácias LTDA .
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 1.315.818,94, relacionado por
AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e R$ 431.488,00, relacionado por RCC
Drogarias e Farmácias LTDA os créditos foram classificados como quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta divergência e habilitação de crédito informando
créditos sujeitos e não sujeitos à Recuperação Judicial. Informa que os créditos
sujeitos corresponde a R$ 23.998,35, devidos por RCC DROGARIAS E
FARMÁCIAS LTDA, e R$ 441.273,03, devidos por AL DISTRIBUIDORA DE
MEDICAMENTOS LTDA, ambos classificados como quirografários. Os créditos não
sujeitos corresponderiam às seguintes operações bancárias: Cédula de Crédito
Bancário n. 1229755, no valor de R$ 6.478,90; Instrumento Particular de Dívida n.
1508537, no valor de R$ 805.506,04 e Cédula de Crédito Bancário n.
20170353303443921000003, no valor de R$ 595.745,82.
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Relação de documentos anexos: Procuração; Cédula de Crédito Bancário n.
2018035332100082000018/38; Extrato; Cédula de Crédito n. 1229755; Extrato;
Cédula de Crédito 1508537; Extrato; Cédula de Crédito Bancário n. 995523; Extrato;
Cédula de Crédito Bancário n. 2018035332100082000077/0038; Extrato; Cédula de
Crédito Bancário n. 2017035330343921000003; Extrato.
Considerações do devedora:
"a) Instrumento particular de confissão de dívida no 1508537: Contrariamente ao
informado pela credora, referido contrato se sujeita à recuperação judicial. Isso
porque, conforme previsão de cessão fiduciária de recebíveis, uma das exigências
obriga a identificação e individualização da garantia, conforme art. 1.362, inciso IV,
do Código Civil. Não fora apresentada relação de créditos que integrariam a cessão
fiduciária prestada como garantia do contrato celebrado, ou seja, sem a indicação
das operações de crédito que estariam sujeitas à cessão não há como se identificar
quais créditos são objeto das cessões fiduciárias. A identificação pormenorizada e
individualizada do bem ou direito dado em garantia deveria estar presente no
contrato, atendendo aos requisitos legais, o que não foi observado pela instituição
bancária. Ademais, o art. 49, §3º, da Lei 11.101/05 cuida apenas de alienação, não
mencionando cessão, podendo concluir que o legislador, ao editar o art. 49, não
pretendeu aplicá-lo à cessão e sim, à alienação, dois institutos diferentes, sendo
este o entendimento exarado no agravo de instrumento no
2236949-78.2018.8.26.0000, do Tribunal de Justiça de São Paulo.
b) Cédula de Crédito Bancário no 1229755: Referido contrato está garantido por
alienação fiduciária de bem móvel, em específico, um veículo marca
HYUNDAI/VERACRUZ GLS 3.8, ano 2009, modelo 2010, chassi
KMHNUB1CDAU104732, placa IRR4499 e renavam 184886988. Embora o atual
entendimento do STJ contrarie o disposto no §1º do art. 1.361 do Código Civil, no
sentido de dispensar o registro do contrato na repartição competente para o
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licenciamento, este entendimento se aplica tão somente no caso de bens fungíveis,
conforme teor do §3º do art. 66-B da Lei 4.728/65, que assim dispõe:
§ 3o É admitida a alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de crédito, hipóteses em que, salvo disposição em contrário, a posse direta e indireta do bem objeto da propriedade fiduciária ou do título representativo do direito ou do crédito é atribuída ao credor, que, em caso de inadimplemento ou mora da obrigação garantida, poderá vender a terceiros o bem objeto da propriedade fiduciária independente de leilão, hasta pública ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, devendo aplicar o preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes da realização da garantia, entregando ao devedor o saldo, se houver, acompanhado do demonstrativo da operação realizada.
Depreende-se da simples leitura que o dispositivo menciona ser admitida a
alienação fiduciária de coisa fungível, o que não é o caso do bem alienado
fiduciariamente. O carro está especificado, é um bem produzido em série que foi
personalizado, sendo, portanto, único, insuscetível de substituição por outro de
mesa espécie, qualidade e quantidade. O veículo do contrato foi individualizado pelo
número do chassi, renavam e etc., que o torna único e insuscetível de substituição.
É este o entendimento exarado pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa
abaixo:
DIREITO FALIMENTAR. RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CESSÃO FIDUCIÁRIA DE CRÉDITOS. NÃO SUJEIÇÃO AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO DEVEDOR-CEDENTE. REGISTRO NO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS. DESNECESSIDADE. 1 - Impugnação de crédito apresentada em 20/8/2013. Recurso especial interposto em 2/2/2015 e atribuído à Relatora em 25/8/2016. 2 - O propósito recursal é definir se os créditos cedidos fiduciariamente ao recorrente necessitam de prévio registro no Cartório de Títulos e Documentos competente para serem excluídos dos efeitos da recuperação judicial da devedora-cedente. 3 - A alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis ou títulos de créditos não estão submetidas aos efeitos da recuperação judicial
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(inteligência do art. 49, § 3º, da Lei 11.101/05). Precedentes. 4 - Ao sistema especial que engloba o instituto da alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis ou títulos de créditos – hipótese dos autos – não se aplica a norma do art. 1.361, § 1º, do CC, pois esta incide somente sobre propriedade fiduciária de coisa móvel infungível. 5 - A sujeição da propriedade fiduciária, conforme sua natureza, à respectiva disciplina legal é determinação expressa do próprio Código Civil, segundo o qual “as demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade fiduciária” (vale dizer, quando não se tratar de negócio fiduciário envolvendo bem móvel infungível) “submetem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for incompatível com a legislação especial” (art. 1.368-A). 6 - À espécie, portanto, incide a disciplina normativa especial da Lei 4.728/65, que não exige o registro em cartório como elemento constitutivo da propriedade ou titularidade fiduciária. 7 - De fato, tratando-se de titularidade derivada de cessão fiduciária, a condição de proprietário é alcançada desde a contratação da garantia. Nessas hipóteses, uma vez preenchidos os requisitos exigidos pelo arts. 66-B da Lei do Mercado de Capitais e 18 da Lei 9.514/97, opera-se a transferência plena da titularidade dos créditos para o cessionário, haja vista a própria natureza do objeto da garantia, fato que o torna o verdadeiro proprietário dos bens, em substituição ao credor da relação jurídica originária. 8 - Essas circunstâncias são suficientes para exclusão dos créditos em questão dos efeitos da recuperação judicial do devedor-cedente, pois o art. 49, § 3º, da LFRE exige, apenas e tão somente, que o respectivo credor figure como titular da posição de proprietário fiduciário, condição que, como visto, independe do registro do contrato no Cartório de Títulos e Documentos. 9 - Os créditos cedidos em garantia, na medida em que deixam de integrar o patrimônio do cedente, não podem ser alcançados por eventuais pretensões de outros de seus credores, sujeitos cujas esferas jurídicas não sofrerão, como corolário – em razão da ausência de justa expectativa sobre aqueles créditos –, repercussão negativa decorrente de sua exclusão dos efeitos da recuperação judicial do devedor. 10 - Não havendo quebra de confiança ou frustração de legítima expectativa dos demais credores da recuperanda, não há que se cogitar de violação ao princípio da boa-fé. 11 - Recurso especial provido. (REsp 1592647/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, Terceira Turma, Julgado em 24/10/2017, Dje 28/11/2017).
Pelo exposto, entendem as recuperandas que o crédito se sujeita aos efeitos da
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recuperação judicial, devendo permanecer arrolado na classe quirografária.
c) Cédula de Crédito Bancário no 20170353303443921000003: Referido contrato
está garantido por alienação fiduciária de bem imóvel, qual seja, o terreno onde está
localizada a sede da AL Distribuidora de Medicamentos Ltda. Por se tratar de bem
infungível, entendem que o crédito se sujeita à recuperação judicial pelas mesmas
razões e termos expostos na fundamentação da Cédula de Crédito Bancário no
1229755. Se não bastasse, a 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiu
recentemente, ao julgar o AgInt no 149.561/MT, que os créditos de alienação
fiduciária podem ser incluídos na recuperação judicial se o bem em discussão for
essencial para atividade da empresa, o que, no caso dos autos, restou inconteste,
resultando inclusive na proibição por parte do juízo de consolidação da
propriedade."
Considerações da Administração Judicial: Objetivando uma análise cautelosa da
questão - e considerando os negócios jurídicos apontados pela credora em sua
exordial -, esta Administração Judicial apresenta as suas considerações de forma
individual, nos termos abaixo.
03.1 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 2018035332100082000018/0038 -
CONTA EMPRESARIAL N. 24.0306677.0-0 : O negócio jurídico em questão foi
ajustado em 31/01/2018, entre a Instituição Credora e RCC DROGARIAS E
FARMÁCIAS LTDA, gerando um limite de crédito de R$ 10.000,00, com primeiro
vencimento em 30/07/2018, com taxa de encargos pré-fixada em 8,75% ao mês. A
planilha de cálculo indica, como valor correspondente a abril de 2018 na ordem de
R$ 23.998,35 (data do pedido de Recuperação Judicial). Deste modo, considerando
a atualização do crédito dentro dos parâmetros do Art. 9º, II da Lei 11.101/05,
relaciona-se o crédito de R$ 23.998,35, classificado como quirografário, e devido por
RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA .
03.2 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 1229755 : Sobre este negócio jurídico,
ajustado com a RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA, a Instituição Credora
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indica que seus valores não se sujeitariam aos efeitos da Recuperação Judicial em
virtude de alienação fiduciária sobre um veículo. Observando-se a Cédula de
Crédito, é possível verificar que o bem alienado restou perfeitamente
individualizado, consoante cláusula oitiva do documento. De fato, o Art. 49, § 3º , da 1
Lei 11.101/2005 aponta a exclusão de créditos relativos à alienação fiduciária, sendo
que o fato dessa recair sobre veículo, leva à mesma compreensão do decidido no
Recurso Extraordinário n. 611.639 (julgado com Repercussão Geral) . Em tal 2
julgamento, o Supremo Tribunal Federal indicou que o registro do gravame deve ser
realizado para que seja possível a sua oposição a terceiros, sendo que uma vez se
tratando de veículo licenciado, o registro junto ao Cartório de Registro de Veículos
Automotores é suficiente - e necessário - para se ter eficácia, sendo requisito
indicado pelo §1º do Art. 1.361 do Código Civil . Ao se analisar os anexos que 3
instruíram a divergência, observa-se que não restaram anexados os documentos
capazes de comprovar o registro do gravame na repartição competente. De
1 "Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. [...] § 3 o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4 o do art. 6 o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial." 2 "VEÍCULOS AUTOMOTORES – GRAVAME – OBRIGATORIEDADE DO REGISTRO EM CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS – INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 1.361, § 1º, DO CÓDIGO CIVIL DECLARADA NA ORIGEM. Possui repercussão geral a controvérsia sobre a constitucionalidade do artigo 1.361, § 1º, do Código Civil no tocante à obrigatoriedade do registro, no cartório de títulos e documentos, do contrato de alienação fiduciária de veículos automotores, mesmo com a anotação no órgão de licenciamento. Decisão: O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Não se manifestaram os Ministros Cezar Peluso, Celso de Mello, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes e Ellen Gracie." 3 Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. § 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.
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qualquer modo, considerando a perfeita individualização do veículo na Cédula de
Crédito, foi possível verificar, através do sítio eletrônico do DETRAN/RS, que a
alienação fiduciária foi averbada na certidão do veículo em 21/12/2016. Assim,
levando em conta tal registro, de fato o crédito deveria ficar alheio aos efeitos da
Recuperação Judicial. Todavia, observando-se a Cédula de Crédito Bancário é
possível identificar de que o Interveniente Garante e Fiel Depositário é o Sr. RENI
ANTONIO RUBIN, estando o veículo alienado fiduciariamente em seu nome. Assim,
deve-se levar em conta que seus efeitos recaem sobre bens de propriedade de
terceiros (pessoa física) - RENI ANTONIO RUBIN -, e não das empresas
submetidas à Recuperação Judicial, sendo tal matéria consolidada nos Tribunais:
Recuperação judicial – Impugnação de crédito – Crédito garantido por propriedade fiduciária prestada por terceiro – Crédito submetido ao regime recuperacional, na classe quirografária – Entendimento predominante das Câmaras Reservadas de Direito Empresarial desta Corte – Decisão mantida – Recurso desprovido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2098638-10.2018.8.26.0000; Relator (a): Maurício Pessoa; Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial; Foro de São José dos Campos - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/07/2018; Data de Registro: 01/11/2018). 4
Considerando todas as questões, não se mostra possível a exclusão do crédito em
razão de que a alienação fiduciária recai sobre bem de terceiro. De outro lado,
considerando que a planilha de cálculo apresentada indica o valor correspondente a
abril de 2018 - dentro dos parâmetros do Art. 9º, II da Lei 11.101/05 - relaciona-se o
crédito de R$ 6.478,90, classificado como quirografário e devido por RCC
DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA .
03.3 INSTRUMENTO PARTICULAR DE DÍVIDA N. 1508537 : Sobre este negócio
jurídico, ajustado com a RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA, a Instituição
Credora indica que seus valores não se sujeitariam aos efeitos da Recuperação
Judicial em virtude de garantia de recebíveis. Em que pese a irresignação do
4 Sem grifos na original. _______________________________________
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GRUPO DEVEDOR - apontando que a exceção do Art. 49, §3º da Lei 11.101/05
indicaria somente a alienação fiduciária, não mencionando cessão -, o entendimento
da Terceira e da Quarta Turmas do Superior Tribunal de Justiça reconhecem que a
cessão fiduciária e a alienação fiduciária têm a mesma natureza jurídica e, por isso,
o crédito deveria ser excluído da Recuperação Judicial. Veja-se:
Recurso especial. Recuperação judicial. Contrato de cessão fiduciária de duplicatas. Incidência da exceção do art. 49, § 3º, da Lei 11.101/2005. Art. 66-B, § 3º, da lei 4.728/1965. Em face da regra do art. 49, § 3º, da Lei 11.101/2005, não se submetem aos efeitos da recuperação judicial os créditos garantidos por cessão fiduciária. 1. Recurso especial provido (REsp 1.263.500/ES (2011/0151185-8), Rel. Min. Maria Isabel Gallotti). Recurso especial. Recuperação judicial. Cédula de crédito garantida por cessão fiduciária de direitos creditórios. Natureza jurídica. Propriedade fiduciária. Não sujeição ao processo de recuperação judicial. “Trava bancária”. 1. A alienação fiduciária de coisa fungível e a cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis, bem como de títulos de créditos, possuem a natureza jurídica de propriedade fiduciária, não se sujeitando aos efeitos da recuperação judicial, nos termos do art. 49, § 3º, da Lei n.º 11.101/2005. 2. Recurso especial não provido (REsp 1.202.918/SP (2010/0125088-1), Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva).
Além disso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul tem idêntico
entendimento:
APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICO0S BANCÁRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO. - Cédula de Crédito Bancário nº 1207613, datado de 11/12/2012, no valor de R$ 237.000,00; - Cédula de Crédito Bancário nº 1208825, datado de 20/12/2012, no valor de R$ 564.000,00; - Cédula de Crédito Bancário nº 1216693, datado de 04/03/2013, no valor de R$ 2.000.000,00. (...) RECURSO DO EMBARGANTE CRÉDITO SUJEITO AOS EFEITOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. O deferimento do processamento da recuperação judicial ou a homologação do plano de recuperação não impedem o prosseguimento das ações movidas em face dos coobrigados, sobretudo quanto aos contratos firmados anteriormente ao pedido, não sendo caso da incidência do artigo 6º da Lei n° 11.101/2005. Além disso, consoante art. 49 da Lei nº 11.101/05,
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todos os créditos existentes na data do pedido estão sujeitos à recuperação judicial. Todavia, o §3º do artigo supracitado prevê que o credor que ocupa a posição de proprietário fiduciário não se submete aos efeitos da recuperação judicial. No caso, tendo em vista que os contratos objeto da ação executiva estão todos garantidos (Instrumento Particular de Cessão Fiduciária em Garantia de Duplicatas e/ou Direitos Creditórios; fls. 46-50, 73-77 e 100-104) e devidamente registrados no Registro de Títulos e Documentos, nos termos do art. 1.361, §1º, do CC, ocupa o embargado posição de credor fiduciário, não se submetendo o crédito cobrado aos efeitos da recuperação judicial. (...) DESPROVIDOS OS APELOS. (Apelação Cível Nº 70076571595, Vigésima Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Maraschin dos Santos, Julgado em 12/12/2018) AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA. CÉDULAS DE CRÉDITO BANCÁRIO COM GARANTIA POR ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA E CESSÃO DE CRÉDITO. DESNECESSIDADE DE REGISTRO QUANTO ÀS GARANTIDAS POR BENS MÓVEIS FUNGÍVIES. NÃO SUJEIÇÃO DOS CRÉDITOS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 1. O princípio da preservação da empresa, insculpido no art. 47 da Lei 11.101/2005, dispõe que a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação daquela, sua função social e o estímulo à atividade econômica. 2. Assim, o objeto do presente recurso está consubstanciado na possibilidade do crédito apontado pela parte agravante, estar contemplado na hipótese prevista no artigo 49, § 3º, da Lei nº 11.101/2005. 3. Destarte, conforme o entendimento da Corte Superior, nos contratos em que o objeto da garantia for bem fungível, dinheiro ou mútuo tido como cessão da propriedade até o pagamento do recurso adiantado pelo banco, desnecessária sua averbação no Registro de Títulos e Documentos do domicílio da parte devedora. 4. As garantias dadas no contrato em questão Cédula de Crédito Bancário Conta Garantida n.º 7.712 , relativamente aos direitos provenientes dos Contratos de Cessão Fiduciária de Títulos de Crédito, Duplicatas e direitos n.ºs 34.157 e 33.471, de sorte que plenamente preenchidos os requisitos previstos no art. 1.362 do Código Civil. 5. Portanto, resta consolidado que o crédito em questão não se sujeita aos efeitos da recuperação judicial, tendo em vista que se enquadra na exceção prevista no art. 49, §3º, da Lei n.º 11.101/05. 6. Por fim, descabida qualquer alusão ao preciso valor do crédito, ao menos por ora, tendo em vista que o
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contrato n.º 7.712 é objeto de ação revisional em trâmite e lá será definido. Dado provimento ao agravo de instrumento. (Agravo de Instrumento Nº 70077465201, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luiz Lopes do Canto, Julgado em 29/08/2018)
Todavia, por ser Auxiliar do Juízo, é dever desta Administração Judicial apontar que
- apesar de fortemente consolidado - o entendimento de que a cessão fiduciária de
recebíveis estaria incluído na exceção do Art. 49, §3º da LRF possui divergência. Tal
desacordo reside no fato de que o supracitado Artigo menciona que “prevalecerão
os direitos de propriedade sobre a coisa ”. Ao utilizar a expressão ‘coisa’, o 5
legislador indicaria que a exceção aos efeitos da Recuperação Judicial alcança
apenas a propriedade fiduciária sobre bens (móveis ou imóveis), e não sobre
direitos de crédito. De qualquer forma, é de considerar que o entendimento 6
majoritário do STJ e do Tribunal deste estado é de que a cessão fiduciária possui a
natureza jurídica de propriedade fiduciária, não se sujeitando aos efeitos da
Recuperação Judicial. Já acerca da individualização da propriedade fiduciária, a Lei
10.931/2004, em seu Art. 33 indica que este deverá ser descrito e individualizado de
modo que permita sua fácil identificação. Com efeito, a discussão sobre a
individualização da propriedade fiduciária reside sobre cláusula genérica, sobretudo
naquelas em que não são possíveis de identificar as garantias pactuadas. De outro 7
5 Sem grifos no original. 6 No REsp 1.202.918/SP (2010/0125088-1), tal divergência foi apontada no voto vencido da Ministra Nancy Andrighi. 7Nesse sentido, a discussão no Agravo de Instrumento Nº 70069834059, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Léo Romi Pilau Júnior, Julgado em 28/09/2016. Destaca-se de seu teor: “A dois, os pactos igualmente, não se atêm ao que dispõe a Lei 10.931/2004, notadamente ao artigo 33 (...) Assim, em que pese a exigência do legislador no tocante à individualização das garantias fiduciárias, os contratos sob estudo não deixam clara quais seriam essas garantias - discriminado-as e apontando-as de forma individualizada. Veja-se o teor do cláusula que transcreve a garantia: 7. Cessão fiduciária de direitos sobres títulos de crédito. Em garantia do integral e pontual cumprimento das obrigações decorrentes do presente instrumento, em caráter irrevogável e irretratável, nos termos do artigo 1361 parágrafo primeiro do Código Civil Brasileiro e pelo parágrafo terceiro do artigo 66-B da Lei 4.728/65. a EMITENTE CEDE e TRANSFERE ao BANRISUL a propriedade fiduciária e a posse indireta da totalidade dos direitos
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lado, existem discussões jurisprudenciais que entendem que a individualização não
se dá tão somente em relação ao tipo de negócio jurídico, mas também às suas
descrições pormenorizadas, apontando a exata extensão de seu alcance . Assim, 8
por mais que não se esteja diante de um tema pacificado, esta Administração
Judicial entende que, observando-se o instrumento, percebe-se que a
individualização do crédito cedido fiduciariamente, resta indicado na cláusula 10 do
instrumento, a qual aponta a garantia sob os créditos oriundos das transações com
os cartões BANRICOMPRAS, na proporção de 50,00%, o que individualiza o tipo de
negócio jurídico que é objeto da cessão fiduciária, restando, s.m.j, individualizado.
No que tange ao registro e à publicidade da garantia, nota-se que o documento foi
registrado junto ao Ofício dos Registro Especiais de domicílio da Devedora,
atendendo ao disposto no Art. 1.361, §1º do Código Civil. Assim, haja vista o
atendimento aos preceitos do Código Civilista, acolhe-se a divergência de crédito no
que tange ao presente instrumento, excluindo-se da Recuperação Judicial, em
desfavor de RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA , a monta de R$ 805.506,04.
03.4 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 995523 - CONTA CORRENTE N.
24030026431 : O negócio jurídico em questão foi ajustado em 22/12/2017, entre a
Instituição Credora e AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTO LTDA, concedendo
um limite de crédito no valor de R$ 500.000,00. Alega a instituição credora de que
da contratação, subsistiria o valor de R$ 243.721,92, a ser relacionado na
Recuperação Judicial, como valor quirografário. De ofício, consultando o
instrumento, esta Administração Judicial observou que a referida Cédula de Crédito
sobre títulos de crédito na proporção de 100% (cem virgula zero por cento) do valor do presente empréstimo, de que o titular em razão das vendas efetuadas, e que serão creditadas em conta específica – vinculada do BANRISUL. Ora, a cláusula supramencionada é evidentemente genérica, não apontando de forma clara a garantia contratual pactuada. (...)” 8 Agravo de Instrumento 2208658-05.2017.8.26.0000 - TJ/SP. "(ii) Cédula de Crédito Bancário garantida por cessão fiduciária de direitos creditórios (nº 005132866 fls. 3.230/3.233 dos autos originários) os títulos cedidos (duplicatas mercantis item V) que garantiram 100% da operação não foram devidamente especificados e, portanto, não houve a constituição regular da propriedade fiduciária, a revelar que o crédito está sujeito ao regime concursal."
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tem previsão de cessão fiduciária de direitos creditórios sobre duplicatas, na
proporção de 100,00% do valor do crédito. Verifica-se que a cédula em apreço foi
registrada no Ofício de Registros Especiais do domicílio do devedor em 27/12/2017,
conferindo caráter de publicidade ao instrumento, consoante Art. 1.361, §1º do
Código Civil. No que tange à individualização dos créditos cedidos fiduciariamente,
resta indicada na cláusula 5 do instrumento, a garantia sob os direitos creditórios
sobre duplicatas, na proporção de 100,00%. As discussões sobre a inclusão da
cessão fiduciária no rol de exceções do Art. 49, §3º da LRF, bem como a atinente à
individualização da propriedade fiduciária se encontram no item acima, do qual, com
o fim de se evitar tautologia, se remete. Assim, haja vista o atendimento aos
preceitos do Código Civilista, acolhe-se a divergência de crédito no que tange ao
presente instrumento, excluindo-se da Recuperação Judicial, em desfavor de AL
DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTO LTDA, a monta de R$ 243.721,92.
03.5 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 20180353321000820077/0038, CONTA
EMPRESARIAL N 19.030264.0-0 : O negócio jurídico foi ajustado em 23/04/2018,
entre a Instituição Credora e AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA,
gerando um limite de crédito de R$ 200.000,00, com primeiro vencimento em
22/10/2018, com taxa de encargos pré-fixada em 1,55% ao mês, que capitalizada
mensalmente corresponde a taxa efetiva anual de 20,27%. A planilha de cálculo
indica como valor correspondente a abril de 2018 - data do pedido de Recuperação
Judicial - R$ 197.551,11. Deste modo, considerando a atualização do crédito dentro
dos parâmetros do Art. 9º, II da Lei 11.101/05, relaciona-se o crédito de R$
197.551,11, classificado como quirografário e devido por AL DISTRIBUIDORA DE
MEDICAMENTOS LTDA.
03.6 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO N. 20170353303443921000003 : Sobre
este negócio jurídico, ajustado com a AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS
LTDA, a Instituição Credora indica que seus valores não se sujeitariam aos efeitos
da Recuperação Judicial em virtude de alienação fiduciária sobre imóvel de
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matrícula n. 11.511 do Cartório de Registro de Imóveis de Santa Maria-RS
(CRI-SM). Nota-se que o instrumento foi devidamente registrado no Cartório de
Registro de Imóveis do Rio Grande do Sul (CRI-SM), junto ao R.12-11.511. Assim,
tem-se que o crédito incide na exceção do Art. 49, §3º da LRF, excluindo-se da
Recuperação Judicial, em desfavor de AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTO
LTDA, a monta de R$ 595.745,81.
CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 30.477,25, devido por AL
Distribuidora de Medicamentos LTDA, como quirografário e o valor de R$
197.551,11, devido por RCC Drogarias e Farmácias Ltda, como quirografário.
04. BERNARDES COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS LTDA
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos LTDA
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 40.003,30, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito indicando que os valores
pendentes correspondem a R$ 76.929,66, os quais seriam correspondentes à
“indenização 1/12 avos comissões receb. no contrato - R$ 75.474,33” e “
indenização ⅓ comissões receb. últ. 3 meses - R$ 1.455,33”.
Relação de documentos anexos: Cálculos, Notificação Administração Judicial.
Considerações do devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: O Grupo Recuperando relacionou a
monta de R$ 40.003,30 em favor de BERNARDES COMÉRCIO E
REPRESENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS LTDA. Apresentada a Divergência de
Crédito, algumas considerações se mostram importantes para a análise do mérito
da questão. Primeiramente, o que se percebe é que o credor deixou de juntar
qualquer contrato ou comprovação de seus serviços, juntando tão somente um
cálculo e uma notícia sobre a forma de cálculo nos Contratos de Representação
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Comercial (também chamado de Contrato de Agência ). O Código Civil, em seu Art. 9
710 e seguintes, e a Lei n° 4.886/1965 disciplinam tal modalidade típica de
contratação no ordenamento jurídico brasileiro. Segundo o Código Civil (art. 710),
pelo contrato de agência, "uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem
vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante
retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a
ser negociada". Ainda, a definição legal do Contrato de Representação Comercial
também está expressa no art. 1° da Lei n° 4.886/1965 que define que "exerce a
representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem
relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma
ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando
propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos
relacionados com a execução dos negócios.” No Art. 27 da Lei n° 4.886/1965,
tem-se os requisitos essenciais de um contrato de representação comercial, que
quando não pactuado por escrito não permite a conferência da observância das
previsões legais. Embora seja admitido doutrinária e jurisprudencialmente que a
contratação se dê de forma verbal, no caso em apreço não restou apresentado pelo
credor nenhuma prova verossímil que possibilite que esta Administração Judicial
possa considerar líquida, certa e exigível a obrigação nesta fase administrativa de
verificação de créditos. Soma-se a isso o fato de que não restaram localizados
lançamentos contábeis que atestem a existência do crédito, impossibilitando o
reconhecimento do crédito neste momento processual. Assim, diante da ausência
de documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e
principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa
9 “O contrato de agência e distribuição nada mais do que o contrato de representação comercial, regulado pela Lei n 4.886/65, de 9 de dezembro de 1965. Com as alterações feitas pela Lei nº 8.420, de 8 de maio de 1992.” (MONTEIRO, Washinton de Barros. “Curso de Direito Civil: direito das obrigações”, vol. 5, 37ª Ed., São Paulo. Saraiva, 2010, p. 345).
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até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.
Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram
apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise
da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na
Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados
pelo Grupo. Ainda, caso o credor venha a apresentar Impugnação à Relação de
Credores, deverá ser analisada a devida classificação do seu crédito, especialmente
considerando os recentes julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul , 10
que entendem que tal ser considerado como de natureza trabalhista.
05. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA.
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 3.567.060,00, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito quanto ao valor relacionado
pela empresa recuperanda. Indica que o valor devido seria de R$ 7.465.461,21, que
corresponde às seguintes operações bancárias: 18.0501.558.0000067/69;
18.0501.704.0000478/33; 18.0501.690.0000275/53 e 18.0501.690.0000268/24.
Indica que o contrato de n. 18.0501.690.0000268/24 deve ser classificado como
quirografário.
Relação de documentos anexos: Procuração; Contratos n.
18.0501.558.0000067/69; 18.0501.704.0000478/33; 18.0501.690.0000275/53;
18.0501.690.0000268/24; Demonstrativo de evolução contratual;
Considerações do devedora:
10 Ementa: Agravo de instrumento. Recuperação judicial. O crédito pertencente a representante comercial possui preferência legal, consoante art. 44 da Lei 4.886/45. Equiparação ao crédito trabalhista. Agravo de instrumento provido. (Agravo de Instrumento Nº 70073178113, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ney Wiedemann Neto, Julgado em 29/06/2017)
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"a) Contrato no 18.0501.558.0000067/69, no 18.0501.704.0000478/33 e no
18.0501.690.0000275/53: As recuperandas não concordam com o valor
apresentado, visto que foi atualizado até data posterior ao ingresso da recuperação
judicial, que ocorreu em 27/04/2018, contrariando o disposto no art. 9º, II, da Lei
11.101/2005.
b) Contrato no 18.0501.690.0000268/24: Referido contrato está garantido por
alienação fiduciária de bem imóvel, qual seja, o terreno onde está localizada a sede
da RCC Drogarias e Farmácias LTDA . Por se tratar de bem infungível, entendem
que o crédito se sujeita à recuperação judicial pelas mesmas razões e termos
expostos na fundamentação da Cédula de Crédito Bancário no 1229755,
formalizada com o Banrisul (item 3). Se não bastasse, a 2ª Seção do Superior
Tribunal de Justiça decidiu recentemente, ao julgar o AgInt no 149.561/MT, que os
créditos de alienação fiduciária podem ser incluídos na recuperação judicial se o
bem em discussão for essencial para atividade da empresa, o que, no caso dos
autos, restou inconteste, resultando inclusive na proibição por parte do juízo de
consolidação da propriedade pela instituição bancária. Por fim, não concordam com
o valor apresentado, visto que foi atualizado até data posterior ao ingresso da
recuperação judicial, que ocorreu em 27/04/2018, contrariando o disposto no art. 9º,
II, da Lei 11.101/2005."
Considerações da Administração Judicial: Por se tratarem de quatro diferentes
intrumentos negociais (três cédulas e um contrato), havendo pedido de exclusão em
relação a uma deles, as considerações serão apresentadas por instrumento, para
facilitar a compreensão. O Grupo Devedor refere-se, de forma geral, que a CEF
atualizou os cálculos para data diversa daquela prevista no art. 9º, II, da Lei de
Falências. Assim, nas três primeiras cédulas abaixo relacionadas, em razão da
complexidade dos cálculos, a Administração Judicial optou utilizar por base o valor
atualizado apresentado no demonstrativo da própria instituição financeira,
relacionando-o em consonância com a data imediatamente anterior ao pedido da
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Recuperação Judicial. Não obstante, ressalta-se que em pese a CEF tenha
apresentado cópias autenticadas de forma física, estas encontram-se forma de
ordem, sendo que não há identificação de número de contratação nas páginas dos
instrumentos e assim a análise administrativa restou dificultosa. De toda sorte,
segue a análise da Administração Judicial:
a) Cédula de Crédito Bancário 18.0501.558.0000067/69: A credora apresentou de
forma física cópia autenticada do referido contrato. Ao verificar o cálculo
apresentado pela CEF, o que se percebe é que o valor foi atualizado até 09/07/2018,
sendo que a data do pedido da Recuperação Judicial é datada de 27/04/2018. Ao
que se percebe da evolução do cálculo apresentado é possível utilizar por base a
atualização de 10/04/2018. Portanto, acolhe-se parcialmente a divergência e
relaciona-se o valor de R$ 60.261,65, classificado como quirografário, devido por
RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.
b) Cédula de Crédito Bancário 18.0501.704.0000478/33: A credora apresentou de
forma física cópia autenticada do referido contrato. Ao verificar o cálculo
apresentado pela CEF, o que se percebe é que o valor foi atualizado até
29/06//2018, sendo que a data do pedido da Recuperação Judicial é datada de
27/04/2018. Ao que se percebe da evolução do cálculo apresentado é possível
utilizar por base a atualização de 30/03/2018. Portanto, acolhe-se parcialmente a
divergência e relaciona-se o valor de R$ 191.344,91, classificado como
quirografário, devido por RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.
c) Cédula de Crédito Bancário 18.0501.690.0000275/53: A credora apresentou de
forma física cópia autenticada do referido contrato. Ao verificar o cálculo
apresentado pela CEF, o que se percebe é que o valor foi atualizado até
29/06//2018, sendo que a data do pedido da Recuperação Judicial é datada de
27/04/2018. Ao que se percebe da evolução do cálculo apresentado é possível
utilizar por base a atualização de 30/03/2018. Portanto, acolhe-se parcialmente a
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divergência e relaciona-se o valor de R$ 42.052,03, classificado como quirografário,
devido por RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.
d) Contrato Particular de Consolidação, Confissão, Renegociação de Dívida e
Outras Obrigações 18.0501.690.0000268/24: Analisando a cópia autenticada do
Contrato, percebe-se que a garantia de Alienação Fiduciária encontra-se prevista na
cláusula décima e recai sobre o imóvel de matrícula 57.772 do Registro de Imóveis
de Santa Maria, conforme R.14. O contrato restou registrado em 30/03/2017. A CEF
pleiteia que o tal instrumento seja excluído da RJ com base no artigo 49, §3o da Lei
11.101/05. Em que pese o bem tenha sido considerado por este juízo indispensável
para o desenvolvimento das atividades empresariais na decisão proferida em
19/07/2018, há que se referir que a CEF está amparada pela exceção do 49, §3o,
da Lei de Falência, tendo em vista que está o contrato está devidamente registrado
no domicílio do devedor e em data anterior ao pedido de Recuperação Judicial. De
toda sorte, pelo menos enquanto durar o stay period , essa Administração opina que
a CEF não possa ainda dar sequência na efetivação da consolidação da posse do
imóvel. Assim, acolhe-se a divergência de crédito para considerar excluído o crédito
oriundo do Contrato 18.0501.690.0000268/24.
CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 293.658,50, devido por RCC
Drogarias e Farmácias LTDA, como quirografário.
06. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL
Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA .
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 13.134,60, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Na Divergência de Crédito apresenta, tem-se a indicação de
que o valor devido corresponderia a R$ 19.574,50, atualizado até 31/07/2018. O
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credor aponta, ainda, que o crédito teria classificação tributária, por força do Art. 83,
III, da Lei 11.101/2005.
Relação de documentos anexos: Correspondência enviada pela Administração
Judicial; Planilha de débitos com o CRF-RS; procuração.
Considerações da devedora: "As recuperandas não concordam com o valor
apresentado, visto que atualizado até 31/07/2018, quando, em verdade, deveria ter
sido feito até a data de ingresso da recuperação judicial, que ocorreu no dia
27/04/2018, conforme disposto no art. 9º, II, da Lei 11.101/2005. Portanto, o valor
total que deve constar no quadro de credores é R$ 18.063,46."
Considerações da Administração Judicial: A instituição credora indica que seu
crédito possui natureza tributária, e embora o GRUPO DEVEDOR tenha tecido as
suas considerações apenas quanto à data de atualização do crédito, compete a esta
Administração Judicial analisar a questão de maneira global e em atenção à sua
função de auxiliar do juízo. Assim, mostra-se imprescindível a análise da natureza
jurídica da obrigação e a sua sujeição ou não à Recuperação Judicial. Nesse
aspecto, tem-se que a devida classificação das chamadas contribuições parafiscais
é objeto de inúmeras digressões jurídicas, sendo que do estudo realizado por Franz
August Gernot Lippert (Professor Adjunto da Universidade do Rio Grande do Sul) , 11
extrai-se:
Para Bernardo Ribeiro de Moraes a Contribuição Especial é um tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma atividade social do Estado ou de entidade que tenha a seu cargo "exercício de funções públicas, efetivas ou potenciais, dirigidas a grupos sociais". Assim sendo, caracteriza-se a contribuição especial por possuir um pressuposto de fato, definido em lei de forma típica, consistindo numa atividade estatal dirigida à coletividade, que atinge determinado grupo de pessoas, que se beneficiam de ' certa forma
11 file:///Users/francinifeversani/Downloads/69175-285937-1-PB.pdf. _______________________________________
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21
Ao tratar do Sistema Tributário Nacional, a Constituição Federal estabelece a
competência exclusiva da União para instituir contribuições "de interesse das
categorias profissionais ou econômicas" (Art. 149), ao passo que o Supremo
Tribunal Federal já reconheceu no REsp 1625052 que a contribuição ao Conselho 12
Regional de Farmácia importa em crédito tributário. Assim, por força do Art. 187 do
Código Tributário Nacional, tal crédito não se sujeita à Recuperação Judicial.
Ademais, a fundamentação do Conselho se pauta no Art. 83 da Lei 11.101/2005, o
qual se refere ao procedimento falimentar e não recuperacional. Portanto, exclui-se
o referido crédito do rol de credores, na monta de R$ 13.134,60, em desfavor de
RCC Drogarias e Farmácias LTDA.
07. COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DE ASSOCIADOS DA
REGIÃO CENTRO DO RIO GRANDE DO SUL - SICREDI REGIÃO CENTRO
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e RCC
Drogarias e Farmácias LTDA.
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 1.043.231,64, relacionado por
AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS e R$ 218.128,50, relacionado por RCC
12 " PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO PARA O SÓCIO-GERENTE. CONSTATAÇÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA N.º 07/STJ.[...] 3. In casu, as conclusões da Corte de origem no sentido de que não restou comprovado excesso de poderes, dissolução irregular, infração à lei ou ao estatuto, "Nesse contexto, entendo que o simples inadimplemento, embora constitua infração à lei, não acarreta a responsabilidade por substituição dos diretores, gerentes ou representantes das pessoas jurídicas de direito privado. No presente caso, verifico que tendo restado infrutífero o acordo noticiado às fls. 26 e 29, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - CRF/SP requereu a inclusão dos sócios responsáveis, no pólo passivo da ação (fls. 34/38), indeferida às fls. 40/42. Constato, entretanto, que, a Agravante não colacionou qualquer documento apto a demonstrar que as pessoas indicadas exerciam cargo de gerência à época da constituição do crédito tributário e que tenham sido responsáveis por eventual extinção fraudulenta da pessoa jurídica. Ademais, não ficou demonstrado o esgotamento de tentativas no sentido de localização de bens de propriedade da sociedade. [...]"
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DROGARIAS E FARMÁCIA LTDA , os créditos foram classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito informando que o valor de
R$ 1.043.231,64 é oriundo da Cédula de Crédito Bancário n. B30832321-0, que nos
termos do aditivo de re-ratificação da cédula fora prestada como garantia o bem
registrado sob a matrícula n. 52.950. Diante da garantia prestada requer a inclusão
do crédito na classe garantia real.
Relação de documentos anexos: Estatuto social; Cédula de Crédito Bancário -
Abertura de Limite de Crédito Rotativo n. B30832321-0;
Considerações da devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: O que se percebe é que na Relação
de Credores do Grupo Recuperando foram lançados dois créditos, sendo um em
relação a AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e outro em relação a RCC
Drogarias e Farmácias LTDA . Não há divergência em relação ao crédito de R$
218.128,50, relacionado por RCC DROGARIAS E FARMÁCIA LTDA , classificado
como quirografário. A divergência da instituição financeira diz respeito a Cédula de
Crédito Bancário B30832321-0 cuja cópia simples foi apresentada junto a
divergência de crédito. Verifica-se que a cópia não foi registrada junto ao domicílio
do devedor, porém vislumbra-se no aditivo firmado em 16 de junho de 2017 (antes
do pedido de RJ), que foi ofertada hipoteca cedular de primeiro grau do imóvel de
matrícula 52.950 do Cartório de Registro de Imóveis de Santa Maria. Pela cópia da
matrícula apresentada pela instituição financeira, se percebe que a propriedade do
imóvel pertence a AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA e que o registro
da hipoteca cedular de primeiro grau se encontra no registro de número R.11 -
52.950. Assim sendo, acolhe-se a divergência de crédito para classificar a Cédula
de Crédito Bancário - Abertura de Limite de Crédito Rotativo n. B30832321-0, como
crédito de garantia real, na monta de R$ 1.043.231,64, devido por AL
DISTRIBUIDORA LTDA.
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CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 1.043,231,64, como garantia real,
devido por AL Distribuidora de Medicamentos LTDA e o crédito de R$ 218.128,50,
como quirografário, devido por RCC Drogarias e Farmácias Ltda.
08. ITAÚ UNIBANCO S.A
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda e RCC Drogarias
e Farmácias LTDA.
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 448.279,56 relacionado por AL
DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA, e R$ 246.519,00 relacionado por
RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA , ambos classificados como quirografários.
Resumo do pedido: Apresenta Divergência de Crédito indicando que os valores
apresentados estariam incorretos, apontado como devidos os montantes de R$
511.968,48 e R$ 243.987,35, ambos atualizados até a data do pedido de
recuperação judicial. Assim, requer a majoração dos valores apresentados na classe
quirografária.
Relação de documentos anexos: Procuração; Substabelecimento; Cédula de
Crédito Bancário - Confissão de Dívida n. 779709955; Demonstrativo de Débito;
Cédula de Crédito Bancário - Confissão de Dívida n. 779012079; Demonstrativo de
Débito.
Considerações da devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: Antes mesmo de adentrar no mérito
da Divergência, há que se ressaltar que a organização dos documentos e clareza da
divergência facilitou a análise por parte desta Administração Judicial. Quanto aos
créditos, observa-se que os cálculos apresentados estejam atualizados em
consonância com o Art, 9, II, da LRF, não havendo reparos a serem realizados.
Portanto, acolhe-se a divergência e relaciona-se o valor de R$ 511.968,48,
classificado como quirografário, devido por AL DISTRIBUIDORA DE
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MEDICAMENTOS LTDA e o valor de R$ 243.987,35, classificado como
quirografário, devido por RCC DROGARIAS E FARMÁCIAS LTDA.
CONSOLIDAÇÃO - Relaciona-se o valor de R$ 511.968,48, como quirografário,
devido por AL Distribuidora de Medicamentos Ltda e R$ 243.987,35, como
quirografário, devido por RCC Drogarias e Farmácias Ltda.
09. JEFERSON EVANDRO VARGAS NASCIMENTO e JEFERSON EVANDRO
VARGAS NASCIMENTO & CIA LTDA
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 59.942,14, classificado como
quirografário, devido a JEFERSON EVANDRO VARGAS NASCIMENTO & CIA
LTDA.
Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor do
valor de R$ 123.535,53, oriundo de verbas rescisórias de contrato de representação
comercial, previsto no Contrato de Representação Comercial. Requer a
classificação do crédito como trabalhista nos termos do Art. 44 da Lei 4.886/65.
Relação de documentos anexos: Procuração; Contrato de representação
comercial; Alteração de contrato social; Cálculo de atualização;
Considerações da devedora: “As recuperandas concordam com o valor
apresentado, contudo, não concordam com a classificação do crédito como
trabalhista. O contrato de representação comercial não é de competência
trabalhista, haja vista não existir o elemento subordinação a caracterizar relação
empregatícia. Com efeito, o art. 44 da lei 4.886/65 equipara o crédito decorrente de
contrato de representação comercial ao crédito trabalhista para fins de habilitação
em processo de falência, não no de recuperação judicial, que é o caso. Inclusive,
tem sido recorrente na Justiça do Trabalho a extinção de ações de representantes
comerciais, sob o argumento de que se trata de relação mercantil entre pessoas
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jurídicas.”
Consideração da Administração Judicial: Verificou-se que o Grupo Recuperando
relacionou a monta de R$ 59.942,14 em favor de JEFERSON EVANDRO VARGAS
NASCIMENTO LTDA. Apresentada a Divergência de Crédito, algumas
considerações se mostram importantes para a análise do mérito da questão.
Primeiramente, o que se percebe é que o credor juntou cópia de seu Contrato de
Representação Comercial (também chamado de Contrato de Agência ). Porém, tal 13
contrato não se encontra assinado pelos representantes da empresa do GRUPO
RECUPERANDO, mas sim apenas pelo representante comercial. Portanto, e para
todos os efeitos, não se está diante de contrato escrito. Como já referido por esta
Administração Judicial, o Código Civil - no Art. 710 e seguintes - e a Lei n°
4.886/1965 disciplinam tal modalidade típica de contratação no ordenamento
jurídico brasileiro. Segundo o Código Civil (art. 710), "pelo contrato de agência, uma
pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a
obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização de
certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o
agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada". Ainda, a definição legal do
Contrato de Representação Comercial também está expressa no art. 1° da Lei n°
4.886/1965 que define que "exerce a representação comercial autônoma a pessoa
jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter
não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de
negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos
representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.”
No artigo 27 da Lei n° 4.886/1965, tem-se os requisitos essenciais de um contrato
de representação comercial, que quando não pactuado por escrito - neste caso por
13 “O contrato de agência e distribuição nada mais do que o contrato de representação comercial, regulado pela Lei n 4.886/65, de 9 de dezembro de 1965. Com as alterações feitas pela Lei nº 8.420, de 8 de maio de 1992.” (MONTEIRO, Washinton de Barros. “Curso de Direito Civil: direito das obrigações”, vol. 5, 37ª Ed., São Paulo. Saraiva, 2010, p. 345).
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não estar assinado pelo representante do grupo recuperando - não permite a
conferência da observância das previsões legais. Tem-se que, em pese seja
admitido doutrinária e jurisprudencialmente que a contratação se dê de forma verbal,
não restou apresentado pelo credor nenhuma prova verossímil que possibilite que,
nesta fase administrativa, esta Administração Judicial possa considerar líquida, certa
e exigível tal obrigação. Soma-se a isso o fato de que não restaram localizados
lançamentos contábeis que atestem a existência do crédito, impossibilitando o
reconhecimento do crédito neste momento processual. Assim, diante da ausência
de documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e
principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa
até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.
Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram
apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise
da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na
Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados
pelo Grupo. Ainda, caso o credor venha a apresentar Impugnação à Relação de
Credores, deverá ser analisada a devida classificação do seu crédito, especialmente
considerando os recentes julgados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que
entendem que tal ser considerado como de natureza trabalhista.
10. J.F INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS LTDA
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 14.714,12, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor da
quantia de R$ 10.322,88, referente às notas fiscais n. 32445 e 32682, requerendo a
inclusão do crédito na classe quirografária.
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Relação de documentos anexos: Procuração; Nota Fiscal n. 32445; Protesto; Nota
Fiscal n. 32682; Protesto; Planilha de atualização de débito;
Considerações da devedora: “As recuperandas discordam do valor apresentado
pela credora. Deve ser considerado o valor original de R$ 9.620,66 (soma das
quatro parcelas vencidas), acrescido de juros e correção até o ingresso da
recuperação judicial, que ocorreu no dia 27/04/2018, e não no dia 02/05/2018, como
foi informado pelo credor, o que resulta no valor total de R$ 9.871,44, conforme
tabela demonstrativa abaixo. Ademais, não deve incidir despesas com protestos,
visto enquadrar-se na hipótese prevista no art. 5º, II, da Lei 11.101/2005. Cumpre
informar que constam dois protocolos na inicial, um no dia 27/04/2018 e outro no dia
02/052018. O protocolo correto a ser considerado é o primeiro, visto que foi neste
dia que foi efetivamente distribuída a ação.”
Considerações da Administração Judicial: A credora alega a necessidade de
inclusão do crédito de R$ 10.322,88, referente às notas fiscais n. 32445 e 32682,
incluindo juros de mora e custas cartorárias. O que se percebe é que o crédito foi
atualizado equivocadamente pela credora até a data de 02/05/2018, dias após o
protocolo do procedimento recuperacional, em desconfirmado ao Art. 9º, II, Lei
11.101/05 - LRF). Oportuno referir ainda que o Grupo Recuperando, s.m.j., não deve
arcar com os valores despendidos pela parte credora para manter a exigibilidade do
crédito levado a protesto posto que se trata de protesto facultativo. De qualquer
sorte, considerando o equívoco na data de atualização do crédito, relaciona-se o
valor de R$ 9.871,44, classificado como quirografário, devido por AL
DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA .
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11. LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A
Vínculo jurídico original: AL Distribuidora de Medicamentos Ltda
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 52.875,71, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito referindo que o valor devido
seria de R$ 54.739,65, atualizado até a data do pedido da Recuperação Judicial.
Relação de documentos anexos: Procuração; Ata de reunião do conselho de
administração; Cálculo; Nota Fiscal n. 520082; Nota Fiscal n. 520289; Nota Fiscal n.
520559; Nota Fiscal n. 521378; Nota Fiscal n. 524041; Nota Fiscal n. 524189; Nota
Fiscal n. 524227; Nota Fiscal n. 522015; Nota Fiscal n. 522064; Nota Fiscal n.
522108; Nota Fiscal n. 522517; Nota Fiscal n. 523012; Nota Fiscal n. 525158; Nota
Fiscal n. 525545; Nota Fiscal n. 526613; Nota Fiscal n. 524376; Comprovantes de
recebimento.
Considerações da devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: Primeiramente há que se pontuar que
embora a Divergência de Crédito aponte que o cálculo utilizou como parâmetro a
data do pedido de Recuperação Judicial, tal compreensão não é possível a partir da
análise do cálculo apresentado pela credora. Via de regra, a Administração Judicial
indicaria que fosse mantido o valor lançado no Razão Contábil da empresa com
posição do dia do pedido da Recuperação Judicial. Ocorre que tal crédito, a
princípio, não se encontra na contabilidade da empresa, motivo pelo qual deve ser
intimada para retificação de sua contabilidade ou para alcançar à Administração
Judicial o diário auxiliar das contas de fornecedores que são genéricas. Mesmo
assim, levando-se em consideração as Notas Fiscais com comprovante de entrega
de mercadoria não se pode negar que efetivamente os serviços foram prestados,
porém, em razão o cálculo não demonstrar clareza em relação aos critérios exigidos
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pela Lei de Falências no artigo novo, deixa-se de acolher a divergência de crédito e
mantém-se relacionado o valor de R$ 52.875,71, classificado como quirografário,
devido por AL Distribuidora de Medicamentos Ltda .
12. NEWCO SM EMPRESA JORNALISTICA LTDA
Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 354,80, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta habilitação de crédito informando ser credor da
quantia de R$ 354,80. Ainda, requer que a Administração Judicial informe ao credor
todos os eventos relacionados ao processo de recuperação judicial.
Relação de documentos anexos: Comprovante de inscrição e de situação
cadastral; título de cobrança; Procuração;
Considerações da devedora: "O valor apresentado pela credora coincide com o
arrolado pelas recuperandas, razão pela qual desnecessária a apresentação de
habilitação de crédito."
Considerações da Administração Judicial: Primeiramente, é preciso que se
esclareça que o acompanhamento do feito recuperacional compete à credora.
Quanto ao mérito da "Habilitação", tem-se que o valor apresentado pela credora
coincide com o arrolado pela Devedora. Ocorre que, analisando a contabilidade do
Grupo Recuperando, não foi possível encontrar uma conta contábil para o referido
crédito. Ainda, não restaram apresentados pelo credor documentos que possam
trazer certeza, liquidez exigibilidade da cobrança. Assim, diante da ausência de
documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e
principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa
até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.
Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram
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apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise
da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na
Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados
pelo Grupo.
13. RUY RODRIGUES DA SILVA
Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e farmácias LTDA
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 11.948,55, classificado como
trabalhista.
Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito, sendo que as suas
considerações são as seguintes:
Relação de documentos anexos: Termos de rescisão do contrato de trabalho;
Aditivo ao termo de rescisão de contrato de trabalho; Extrato FGTS; Ressalva;
Considerações da devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: A insurgência do credor diz respeito à
ausência de indicação dos valores devidos a título de multa de Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço - FGTS, e diferenças de saldo de salário referente ao mês de
março de 2018 e diferenças de FGTS entre os anos de 2017 e 2018 que não foram
depositados. Nesse aspecto, vale ressaltar que subsistem discussões quanto à
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possibilidade de serem reconhecidos pela Administração Judicial - na fase
administrativa de verificação de créditos - créditos trabalhistas que não tenham sido
objeto de Reclamatória Trabalhista e que não estejam suficientementes
demonstrados na contabilidade. No caso em apreço, é de se observar que embora
assista razão ao credor quanto às ressalvas realizadas pelo SINDICATO DOS
EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE SANTA MARIA quando da homologação de
sua rescisão e ser inequívoco que esse faz jus à multa de 40% prevista no artigo 18,
§1, da Lei nº 8.036, o mesmo credor aponta que teria direito a complementações de
depósito de FGTS. Assim, tem-se que o extrato apresentado não se mostra apto à
perfeita compreensão de qual seria o valor devido em razão de tal multa, motivo
pelo qual não se mostra líquido o valor referente a tal rubrica. No mais, as eventuais
diferenças de verbas salariais em razão de dissídios dependem da devida apuração
pela Justiça do Trabalho, competente para o trato do assunto. Por conseguinte,
considerando os estreitos limites da fase administrativa de verificação de créditos e
a necessidade de ajuizamento de ação própria, entende-se por inviável o
acolhimento da Divergência proposta. Assim, diante da ausência de documentos
suficientes para compreensão na fase administrativa e principalmente diante
da ausência de registro contábil por parte da empresa até o presente
momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado. Ressalta-se que as
contas contábeis auxiliarem ainda não restaram apresentadas pelo Grupo
Recuperando, o que por hora impossibilita a análise da Administração
Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na Relação de Credores
definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados pelo Grupo.
14. SULCLEAN - SERVIÇOS DE SEGURANÇA LTDA
Vínculo jurídico original: Al Distribuidora de Medicamentos Ltda
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Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 4.255,29, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta concordância com o valor apresentado pela
Recuperanda.
Relação de documentos anexos: NF 1666; NF 1667.
Considerações da devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: O valor apresentado pela credora
coincide com o arrolado pelas recuperandas, razão pela qual desnecessária a
apresentação de habilitação de crédito. Ocorre que, analisando a contabilidade do
Grupo Recuperando, não foi possível encontrar uma conta contábil para o referido
crédito. Ainda, não restaram apresentados pelo credor documentos que possam
atestar certeza, liquidez exigibilidade da cobrança. Assim, diante da ausência de
documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e
principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa
até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.
Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram
apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise
da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na
Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados
pelo Grupo.
15. UNIMED SANTA MARIA - COOPERATIVA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE LTDA
Vínculo jurídico original: Al Distribuidora de Medicamentos Ltda
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 37.572,90, classificado como
quirografário.
Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito alegando que o valor
relacionado não estaria correto, na medida em que o valor devido corresponderia a
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R$ 64.534,73, atualizado até a data do pedido de recuperação judicial. O crédito
seria referente a débitos vencidos e lançados até o mês de maio de 2018, com
aplicação de juros de 1% ao mês e multa de 2%, referentes a mensalidades de
planos de saúde e contrato de medicina ocupacional.
Relação de documentos anexos: Planilha indicativa de créditos; "Planos Coletivos
Empresariais CRE2B", com supostos aditivos sem individualização da contratante;
"Planos Coletivos Empresariais CRE1B", Contratos de planos coletivos
empresariais; Boletos Eletrônicos. Contrato de Prestação de Serviços em Saúde,
Segurança e Medicina do Trabalho
Considerações da devedora: Não apresentadas.
Consideração da Administração Judicial: Primeiramente, e considerando-se os
termos da Divergência apresentada, esclarece-se que o crédito foi relacionado pela
AL DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA, e não por esta Administração
Judicial (o envio das correspondências é realizado a partir dos dados fornecidos
pela devedora). Da análise dos documentos referentes aos Planos Coletivos
Empresariais CRE2B e CRE1B, observa-se a indicação de que tais teriam 32
páginas, mas apenas 31 delas foram apresentadas à Administração Judicial.
Sequencialmente a cada indicação de Plano, constam "Termo Aditivo Cobertura
SOS UNIMED", sem especificação dos dados da contratante ou do número do
contrato, o que também pode ser dito do "Módulo Adicional de Cobertura para
Procedimentos Médicos Especializados - Aditivo Contratual", ainda que deste último
conste a assinatura data de 22/03/2010. Especifica-se, ainda, que nos Termos
Aditivos de Cobertura, as cláusulas indicativas de pagamento sequer estão
preenchidas, sendo bastante razoável se compreender que a assinatura da
empresa se deu sem a especificação de valores. Quanto ao "Contrato de Prestação
de Serviços em Saúde, Segurança e Medicina do Trabalho", o documento
apresentado tem a indicação da contratante e sua assinatura, sendo indicado no
item 1 da cláusula décima terceira que o valor da mensalidade seria de "R$ 12,00
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por funcionário/mês inscrito". No entanto, não é possível aferir a partir dos
documentos colacionados quantos empregados a empresa possuía em cada mês
de referência. Tais fatos impedem a análise dos negócios jurídicos em sua
completude, ainda que tenham sido apresentados os boletos eletrônicos emitidos a
partir do serviço prestado. Em outras palavras, o que se tem é embora não se negue
a grande probabilidade da empresa divergente ter direito a tais créditos, os
documentos apresentados não são aptos a demonstrar a sua liquidez nesta fase
administrativa de verificação. De outro lado, considerando-se a presunção de
veracidade referente aos lançamentos contábeis e que os créditos em questão não
possuem conta contábil com designação específica, esta Administração Judicial
solicitou à Devedora a apresentação do Diário Auxiliar Contábil referente a tais
lançamentos e estes não foram alcançados. Por este motivo, não há como neste
momento analisar a questão, portanto, provisoriamente, deixa-se de acolher e
divergência e exclui-se o crédito relacionado. Assim, diante da ausência de
documentos suficientes para compreensão na fase administrativa e
principalmente diante da ausência de registro contábil por parte da empresa
até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente relacionado.
Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não restaram
apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita a análise
da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser incluído na
Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis apresentados
pelo Grupo.
16. UNIMED SANTA MARIA - COOPERATIVA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE LTDA Vínculo jurídico original: RCC Drogarias e Farmácias LTDA
Rol de credores apresentado pela Devedora: R$ 2.694,92, classificado como
quirografário.
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Resumo do pedido: Apresenta divergência de crédito alegando que o valor
relacionado estaria incorreto, informa que o valor devido corresponde a R$ 8.567,62,
atualizados até a data do pedido de recuperação judicial. O crédito seria referente à
débitos vencidos e lançados até o mês de maio de 2018, com aplicação de juros de
1% ao mês e multa de 2%, referentes a mensalidades de planos de saúde e
contrato de medicina ocupacional.
Relação de documentos anexos: Planilha indicativa de créditos. Boletos
eletrônicos. Contratos de prestação de serviços em saúde, segurança e medicina do
trabalho. Contrato de Prestação de Serviços de Urgência Médica.
Considerações da devedora: Não apresentadas.
Considerações da Administração Judicial: Restaram apresentados pela UNIMED
diversos "Contrato de Prestação de Serviços em Saúde, Segurança e Medicina do
Trabalho". O primeiro (sem indicação de número contratual próprio) prevê no item 1
da cláusula décima terceira, que o valor da mensalidade seria de "R$ 12,00 por
funcionário/mês inscrito". No entanto, não é possível aferir a partir dos documentos
colacionados quantos empregados a empresa possuía em cada mês de referência.
O primeiro instrumento contratual foi firmado pelos contratantes em 24/08/2011. Na
sequência, foram apresentados quatro Contratos, assinados na mesma data, com
os mesmos termos, porém com os CNPJ das filiais, porém, da mesma forma, sem
indicação do número de funcionários. Como anteriormente referido, em que pese as
informações não sejam necessárias para garantir a liquidez dos créditos,
considerando-se a presunção de veracidade referente aos lançamentos contábeis e
que os créditos em questão não possuem conta contábil com designação específica,
esta Administração Judicial solicitou à Devedora a apresentação do Diário Auxiliar
Contábil referente a tais lançamentos e estes não foram alcançados.Por este
motivo, não há como neste momento analisar a questão, portanto, provisoriamente,
deixa-se de acolher e divergência e exclui-se o crédito relacionado. Assim, diante
da ausência de documentos suficientes para compreensão na fase
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administrativa e principalmente diante da ausência de registro contábil por
parte da empresa até o presente momento, exclui-se o crédito originalmente
relacionado. Ressalta-se que as contas contábeis auxiliarem ainda não
restaram apresentadas pelo Grupo Recuperando, o que por hora impossibilita
a análise da Administração Judicial, porém, tal crédito poderá vir a ser
incluído na Relação de Credores definitiva, a depender dos dados contábeis
apresentados pelo Grupo.
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