24
jornal Diretora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5490 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA abrantes de NOVEMBRO2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected] GRATUITO António Mendes e Francisca Laia são jovens promessas São dois jovens mas já dão cartas, ele no karting e ela na canoagem. O António ga- nhou a taça de Portugal e a Francisca foi a jovem promessa da Confederação do Des- porto de Portugal. página 17 DESPORTO António Rodrigues fala-nos da Comunidade do Médio Tejo O Presidente dá-nos a conhecer o trabalho que daí é feito. As novas medidas da Troi- ka preocupam António Rodrigues, que nos deixa a sua opinião como representante da Comunidade. página 3 ENTREVISTA Projecto Padrinho apoia crianças em Cabo Verde Ser padrinho de uma criança em Ribeira Brava é muito simples. 30 euros por ano servem para comprar material escolar para uma criança na escolaridade obriga- tória. página 8 SOCIEDADE Produtos locais são motor de desenvolvimento económico O Jornal de Abrantes passou pelas casas e empresas de alguns produtores locais e fomos conhecer aquilo que mais nos faz felizes. Produtos que são feitos de forma tradicional ou indus- trialmente, mas que têm um objectivo comum, salvar a melhor gastronomia regional. Neste mês, convidamo-lo a sentar-se à mesa com o nosso Jornal. páginas 7 a 14

JA Novembro 2011

Embed Size (px)

DESCRIPTION

jornal, abrantes, novembro

Citation preview

Page 1: JA Novembro 2011

jornalDiretora JOANA MARGARIDA CARVALHO - MENSAL - Nº 5490 - ANO 112 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

abrantesde

NOVEMBRO2011 · Tel. 241 360 170 · Fax 241 360 179 · Av. General Humberto Delgado - Ed. Mira Rio · Apartado 65 · 2204-909 Abrantes · [email protected]

António Mendes e Francisca Laia são jovens promessasSão dois jovens mas já dão cartas, ele no karting e ela na canoagem. O António ga-nhou a taça de Portugal e a Francisca foi a jovem promessa da Confederação do Des-porto de Portugal. página 17

DESPORTO

António Rodrigues fala-nos da Comunidade do Médio TejoO Presidente dá-nos a conhecer o trabalho que daí é feito. As novas medidas da Troi-ka preocupam António Rodrigues, que nos deixa a sua opinião como representante da Comunidade. página 3

ENTREVISTA

Projecto Padrinho apoia crianças em Cabo VerdeSer padrinho de uma criança em Ribeira Brava é muito simples. 30 euros por ano servem para comprar material escolar para uma criança na escolaridade obriga-tória. página 8

SOCIEDADE

Produtos locais são motor de desenvolvimento económicoO Jornal de Abrantes passou pelas casas e empresas de alguns produtores locais e fomos conhecer aquilo que mais nos faz felizes. Produtos que são feitos de forma tradicional ou indus-trialmente, mas que têm um objectivo comum, salvar a melhor gastronomia regional. Neste mês, convidamo-lo a sentar-se à mesa com o nosso Jornal. páginas 7 a 14

Page 2: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO20112 ABERTURA

De que forma a crise vai afectar as suas compras de Natal?

António José Luz

Operador de máquinas, Abrantes

Gostaria de dar prendas a to-das as pessoas importantes para mim, como já fi z noutros tempos. Actualmente isso não é possível. As condições de vida não permi-tem grandes aventuras. Só mes-mo os mais chegados terão pren-das. O nosso governo obriga-nos a cortar em muita coisa, e as pren-das de natal vão ser menos.

Apostar no que é nosso

IDADE 31RESIDÊNCIA AbrantesPROFISSÃO Jornalista

UMA POVOAÇÃO Póvoa de La-nhosoUM CAFÉ Brasileira, BragaUM BAR Casa do Guarda, Torres Novas

UM PETISCO Amêijoa à Bulhão Pato UM RESTAURANTE Sabores da Cascata, AbrantesPRATO PREFERIDO Arroz de ma-risco UM LUGAR PARA PASSEAR

S. Lourenço, AbrantesUM RECANTO PARA DESCO-

BRIR Palácio Nacional da Pena, SintraUM DISCO “Tempo”, Pedro Abrunhosa UM FILME Cidade dos AnjosUMA VIAGEM Terceira, AçoresUM LEMA DE VIDA “Tu te tor-nas eternamente responsável por aquilo que cativas” Saint-Exupèry

FICHA TÉCNICA

DirectoraJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)

[email protected]

Sede: Av. General Humberto

Delgado – Edf. Mira Rio,

Apartado 65

2204-909 Abrantes

Tel: 241 360 170

Fax: 241 360 179

E-mail: [email protected]

RedacçãoJerónimo Belo Jorge

(CP.1907)

[email protected]

Alves Jana

André Lopes

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 785

[email protected]

SecretariadoIsabel Colaço

Design gráfico António Vieira

ImpressãoImprejornal, S.A.

Rua Rodrigues Faria

103, 1300-501 Lisboa

Editora e proprietáriaMedia On

Av. General Humberto Delgado

Edf. Mira Rio,

Apartado 65

2204-909 Abrantes

GERÊNCIAFrancisco Santos,

Ângela Gil

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direcção) Catarina

Branquinho, Gabriela Alves

[email protected]

MarketingSusana Santos

[email protected]

Recursos HumanosSónia Vieira

[email protected]

Sistemas InformaçãoHugo Monteiro

[email protected]

Tiragem 15.000 exemplares

Distribuição gratuita

Dep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617

Nº Contribuinte: 505 500 094

Sócios com mais de

10% de capital

Sojormedia

jornal abrantesdeFOTO DO MÊS EDITORIAL

INQUÉRITO

SUGESTÕES

Estamos prestes a entrar num novo ano, um novo ciclo que vai ser muito difícil a muitos níveis. Com os bolsos mais apertados, te-mos todos a noção de que vamos ter de nos adaptar e talvez mu-dar alguns hábitos que até ago-ra pareciam rotineiros e banais.É nesta luta diária que muitos em-presários têm corrido para alcan-çar novos objectivos e alguns já se encontram a consegui-lo. Neste mês, estivemos em casas e empresas que continuam nessa luta de adaptação à realidade que temos agora e na preparação da mais difícil que vem aí. Estivemos na presença de produtores que re-presentam verdadeiros motores do desenvolvimento desta região. Segundo eles, é preciso arregaçar as mangas, não parar e apostar no que é nosso… Apostar no produ-to regional é garantir que todos possam continuar a fazer um bom trabalho, a promover mais empre-go e a garantir novas oportunida-des para esta região e também muito importante é podermos ter à mesa o que se faz com qualida-de e tradição. São estes estímulos importantes para continuarmos a levar um dia de cada vez, em tem-pos que representam uma verdadei-ra incógnita para as nossas vidas.Hoje, mais do que nunca, care-cemos de uma política credível, segura e capaz que aposte … para que todos possamos ter a cada dia que passa uma esperan-ça, uma esperança renovada.JOANA MARGARIDA CARVALHO

Cabeleireira, Abrantes

As medidas orçamentais que nos são impostas, obrigam-nos a ser comedidos em vários aspectos da vida, e nas prendas de natal, isso também se vai notar. Irei oferecer prendas sim, mas serei sem dúvida mais comedida nas ofertas que vou fazer. E mesmo nessas tentarei pou-par o máximo que for possível.

Ricardo Silva

Animador de rádio em Tramagal, Abrantes

A crise afectará sem dúvida as mi-nhas compras de natal porque nos tempos que correm não se pode gastar muito dinheiro em prendas. Antes comprava quase para toda a família. Este ano só mesmo as crianças é que vão receber. O país em que vivemos obriga-nos a isso. A qualidade de vida está a piorar.

SOFIA GONÇALVES, Jornalista

Os sinais estão lá. Será que com a crise económica o dinheiro não chegou para comprar tinta e marcar as passadeiras na via?

Page 3: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 ENTREVISTA 3

ANTÓNIO RODRIGUES - PRESIDENTE DA COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DO MÉDIO TEJO

“Ter apenas uma cor política numa autarquia é acabar com a mesma”JOANA MARGARIDA CARVALHO

O que é e que competências tem

a Comunidade Intermunicipal?

É uma associação de municípios que está sediada em Tomar e que actualmente é composta por onze municípios do Médio Tejo. Em cada reunião debatemos assun-tos que são transversais às câma-ras do país e sobretudo às câmaras integradas no Médio Tejo. Fazemos debates profundos sobre diver-sas questões, por exemplo sobre os apoios comunitários, as políti-cas de governo, as reformas que o poder central pretende fazer para breve nas autarquias e no poder lo-cal, entre outros temas. A comuni-dade é um palco de debate políti-co entre os presidentes de câmara. Para além do debate temos outras competências, como a elaboração de projectos que abrangem todas as autarquias associadas.

Quais são os projectos que têm

em vigor?

Estamos a criar uma Central de Compras, que tem como fi nalidade comprar material a um baixo cus-to. Em vez de fazermos as compras para uma câmara individualmente, compramos para todas as associa-das, o que nos acaba por sair mais em conta. Por exemplo, pretende-mos fazer um seguro para a Câma-ra de Torres Novas, em vez de fa-zermos para apenas uma, que fi ca mais dispendioso, fazemos para todas as outras.

Outro projecto é o Médio Tejo Di-gital, que tem implícito um con-junto de investimentos na área da informática, por exemplo uma plataforma online que permite ao cidadão comum ter um acesso di-recto aos sites das câmaras, ou ain-da a criação de novos sites para as autarquias, que está previsto para breve.

Quais são as funções do presi-

dente da Comunidade Intermu-

nicipal?

As principais funções do presi-dente são a representação da Co-munidade dentro da mesma e no exterior, bem como coordenar as reuniões, garantir que as coisas se-jam bem encaminhadas e por fi m realizadas. Para mim, o mais im-portante é o papel de defensor dos municípios. Onde houver decisões políticas a serem tomadas que es-

tejam relacionadas connosco, eu tenho o dever de defender os in-teresses da região. O papel que as-sumo é bastante relevante sobre-tudo no que diz respeito à gestão dos apoios comunitários.

Como está a correr essa gestão?

Está a correr muito bem, somos a segunda Comunidade do país que mais depressa atingiu os seus ob-jectivos. Com muito empenho de cada uma das câmaras, que conse-guiram imprimir às obras do QREN uma velocidade tal e uma rentabi-lidade tal, que permitiram que no ranking nacional fi cássemos em segundo lugar, ou seja, fomos a se-gunda Comunidade do país a atin-gir as metas estabelecidas para o QREN.

O que é o Portal do Empreende-

dor?

Tem como principal objectivo a promoção da vertente empresarial no Médio Tejo.

Através do endereço www.me-diotejo.biz a Comunidade pode di-vulgar e promover as empresas, o

acolhimento e os serviços de apoio às empresas, a dinâmica e o perfi l do empresário, os casos de suces-so, o emprego, etc. Pode ainda in-formar sobre os parceiros locais, sobre a criação de novas empresas, sobre os apoios e incentivos socio-económicos. É um espaço online com uma base de dados de em-presas que ascende a cerca de 500 registos e onde está presente um sistema de informação geográfi ca.

Em parceria com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Em-presas e à Inovação, IAPMEI, va-mos ainda criar iniciativas sobre empreendedorismo em cada um dos municípios, para que um jo-vem que queira iniciar a sua carrei-ra como empresário possa contar com o apoio da Comunidade e do IAPMEI.

Como é feita a articulação dos In-

vestimentos Municipais de Inte-

resse Intermunicipal?

Existe uma verba comunitária que internamente, a título mera-mente orientativo, nós defi nimos para cada município associado, ou

seja, nós temos um bolo de fun-dos que provêm do QREN, que de-pois é repartido para cada um dos municípios. A partir daqui e dentro das regras do QREN, cada municí-pio gasta o dinheiro onde bem en-tender.

Uma das propostas do Governo

é diminuir o número de fregue-

sias e, talvez, dos municípios.

Como vê este problema?

Na minha opinião, não deviam ser eliminadas qualquer tipo de freguesias no país, porque o país não vai ganhar nada com isso, não vai haver qualquer tipo de pou-pança e é mau de mais deixar as populações sem o seu presiden-te. Se as freguesias rurais forem de facto reduzidas, estamos a retro-ceder no tempo. Quem reside nas freguesias, se necessitar de algo, ter de ir à freguesia do lado, isto não faz sentido. Assim voltamos àquele tempo em que as pessoas começam a procurar quem sim-boliza alguma “ordem” dentro da aldeia, como é o caso do padre. É importante haver freguesias rurais,

é um dos patrimónios imateriais e políticos mais importantes do país. Caso haja freguesias de livre vonta-de que se queiram juntar, óptimo. Agora impor por lei esta situação, não concordo nada. Relativamen-te à questão das câmaras, é uma questão que o PS e o PSD ainda não tiveram coragem de mexer. É mais fácil terminar com uma fre-guesia do que com um município. Isto resume-se num puro cinismo de quem quer fazer isto.

Também está previsto as câmaras terem apenas uma só cor política. Não concordo! É muito importan-te a presença da oposição. Quem ganha deve ter a maioria, mas essa maioria deve ser acompanhada sempre da oposição. Ter apenas uma cor política numa autarquia é acabar com a mesma, porque to-dos estão em concordância, não há uma pressão, não há um alerta.

Conta que vão ser atribuídas à

Comunidade Intermunicipal no-

vas funções, quer vindas do po-

der central, quer do poder mu-

nicipal. Que está previsto a este

respeito?

Essas funções, caso venham a ser assumidas por nós, vão ser retira-das aos municípios e eu não vejo como é que isso é possível. Porque, ao fi m ao cabo, a Comunidade re-sume-se num somatório de presi-dentes de câmara. É verdade que o Governo prevê dignifi car e aumen-tar as competências da Comunida-de, mas ainda não sabemos a que respeito. Não sei como vai ser pos-sível garantir um equilíbrio entre a Comunidade que tem uma au-tonomia própria e que vai tirar al-gumas competências às câmaras e manter a dignidade da própria câmara. É uma questão que deve estar em cima da mesa e deve ser pensada muito bem.

Municípios Associados

Abrantes, Alcanena, Constân-cia, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sar-doal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.Constituição

7 de Janeiro de 1988Contacto

www.mediotejodigital.ptSede

Convento de São Francisco, Apartado 4, 2304 – 909 Tomar

Page 4: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO20114 ACTUALIDADE

O Médio Tejo quer afi rmar-se como “o

coração de Portugal”, estando a Co-

munidade Intermunicipal do Médio

Tejo (CIMT) a desenvolver um pro-

jecto que visa a “afi rmação territorial”

da região, disse a sua administradora

executiva.

Ana Paula Remédios falava no semi-nário “O Médio Tejo como Destino Tu-rístico”, que decorreu no dia 16 de no-vembro em Tomar, numa sessão que se destinou ainda a apresentar a quar-

ta edição do mestrado em Desenvolvi-mento de Produtos de Turismo Cultu-ral, a funcionar no presente ano lectivo no Instituto Politécnico de Tomar (IPT). Ana Paula Remédios referiu que o Mé-dio Tejo, situado no centro do País e com ligação às principais artérias “que fazem Portugal ‘viver’”, conta com um “imenso” património, construído e imaterial, que a região quer potenciar.

Além de 87 bens patrimoniais clas-sifi cados – um como património da Humanidade, 21 como monumentos

nacionais e 66 como de interesse pú-blico –, no Médio Tejo existem 30 mu-seus, 175 alojamentos, 381 restauran-tes, 175 festas e 23 feiras, frisou.

Segundo disse, a riqueza do territó-rio obriga a uma concertação territo-rial, a uma articulação de iniciativas e projectos e, sobretudo, a um “planea-mento sobre o destino turístico Médio Tejo, através de um modelo adequado de governação”.

O coordenador e docente do mestrado apresentado no mesmo dia,

Luís Mota Figueira, disse que o IPT tem vindo a desenvolver um “roteiro turís-tico do Médio Tejo”, no âmbito de um protocolo assinado com a CIMT em 2010.

Sublinhando que o protocolo com a CIMT, sem qualquer custo para a co-munidade urbana, vai vigorar enquan-to houver estudantes de licenciatura e mestrado nesta área, Luís Mota Figuei-ra sublinhou a importância de quem visita um território encontrar “as coisas arrumadas, apresentadas”.

Escolas primárias estão ao serviço da comunidade

As antigas instalações da escola primária e jardim-de-infância da freguesia de San-ta Margarida da Coutada fo-ram ocupadas recentemen-te por algumas associações e entidades do concelho de Constância. Máximo Ferreira, presidente da autarquia, re-feriu ao JA que o objectivo passou por não acabar com o dinamismo que as escolas proporcionavam anterior-mente à comunidade. ““Por um lado, temos a intenção de preservar a memória da-quele espaço e das pessoas que vivem ainda junto a ele e que já o frequentaram an-tigamente. Por outro lado, gostaríamos que ali fossem desenvolvidas actividades de cariz cultural, para que haja uma dinâmica a ser vi-venciada por todos nós”. Al-gumas associações do con-celho não tinham instalações próprias e consideraram este o momento ideal para a inte-gração num dos espaços de ensino, uma vez que o novo Centro Escolar de Santa Mar-garida da Coutada entrou em funcionamento no iní-cio do ano lectivo. A Câmara abriu candidaturas e já insta-ladas nos espaços de ensino estão a associação Os Qua-tro Cantos do Cisne, uma as-sociação de desenvolvimen-to social e comunitário, o Grupo Cultural Emoções, de Malpique, e o Rancho Fol-clórico “Os Camponeses de Malpique”. Para já foram es-tas as associações e grupos que foram acolhidos. Con-tudo, ainda há espaço para outros que se queiram ins-talar. “Os protocolos que as-sinámos prevêem que as entidades sediadas possam partilhar os espaços com ou-tras entidades, desde que obtenham uma autoriza-ção prévia da autarquia. Por exemplo, temos conheci-mento de que a Universida-de Sénior tem necessidade de um outro espaço e pode vir a ingressar num destes. É um processo que se divide em duas fases, na primeira deverá haver conversações entre a entidade que já está no espaço e a que se quer candidatar a uma partilha e depois a entidade que já se encontra sediada deverá propor essa partilha à Câma-ra. Da nossa parte há toda a abertura possíve”.

As sociedades actuais ca-racterizam-se por um mo-vimento de constantes mu-danças, capazes de gerar si-tuações de instabilidade e difi culdades de adaptação que vão gerar grandes dis-funções sociais. Foi por ter descoberto grandes diferen-ças sociais na sua terra que Nuno Kunga, do Rossio ao Sul do Tejo, em conjunto com mais quatro pessoas, Tiago Estrela, Luís Horta, Uzaia Sil-va e Daniela Esteves, decidi-ram elaborar um projecto de inclusão social. Implementar este projecto não foi fácil. Se-gundo Nuno Kunga, demo-raram pelo menos um ano, até poderem começar a tra-balhar. Agora com nove me-ses o projecto já tem nome e sede. As instalações da Asso-ciação Envolve são das Fun-dições do Rossio, visto serem os antigos refeitórios da em-

presa. As Fundições fi zeram uma concessão de emprés-timo à Junta de Freguesia e a Junta acabou por ceder as instalações. Quando a Asso-ciação começou a trabalhar no terreno entendeu que os problemas sociais eram mui-to mais complicados do que pensavam. “As disfunções sociais são muito grandes e há muita gente a necessitar de ajuda. Existe um enorme número de desempregados, de pessoas com baixo nível escolar, de idosos em situa-ções de grande isolamento, ou seja, muita gente a neces-sitar de ajuda por parte da Associação”, explicou Nuno Kunga. Tornar o projecto mais activo perante as pes-soas e estabelecer parcerias com várias entidades da fre-guesia, para poderem estru-turar uma rede e consegui-rem diagnosticar os proble-

mas sociais, são os grandes objectivos da Associação. O Lar de Idosos do Rossio, a Co-missão Social do Rossio e a Junta de Freguesia são algu-mas dessas entidades. Uma das fontes de fi nanciamen-to da Associação é o FINSO-CIAL (programa de incentivo a projectos de intervenção social da Câmara Municipal de Abrantes), que Nuno Kun-ga diz ser essencial. Outra das fontes de fi nanciamento são os cursos não formais e ex-plicações às crianças que são promovidos na Associação, porque nem tudo é gratuito, apenas as pessoas ou famílias com necessidades mais des-favorecidas não pagam esta prestação de serviço. Pois, se-gundo Nuno Kunga, “nós não podemos fugir daquilo que nos garante continuidade. Só podemos fazer este acompa-nhamento e ter esta acção, se

de alguma forma as pessoas se consciencializarem de que têm que investir em nós”.

Os cursos dados na Associa-ção vão desde as línguas in-glês e espanhol, informática, edição de som e imagem e estudo acompanhado com crianças. Estes são cursos não formais, ou seja, não são cer-tifi cados pelo Ministério da Educação e são leccionados por profi ssionais voluntários, pois nesta valência a Envol-ve funciona em regime de voluntariado.

Para além dos cursos e ex-plicações, na Envolve exis-te uma ofi cina onde se dá uma nova vida a livros e mó-veis antigos. Para além de dar uma nova oportunidade de trabalho, esta ofi cina garan-te material para ser vendido ou oferecido a alguém que necessite.

Para o próximo ano, a As-

sociação Envolve está a ela-borar um programa que vai contar com mais actividades que pretendem garantir uma maior aproximação à comu-nidade. Um programa de mo-bilidade para a terceira idade cujo objectivo é melhorar a mobilidade geral e sensibili-zar para a saúde e para os cui-dados diários, que foi elabo-rado por uma fi sioterapeuta voluntária. Um banco social cujo objectivo é fazer che-gar gratuitamente serviços básicos de saúde a pessoas desfavorecidas economica-mente. Estes são alguns dos planos que estão a ser desen-volvidos para o próximo ano. O grande objectivo desta As-sociação é envolver-se com a comunidade e ajudar no que for possível, fazendo um acompanhamento contínuo e não apenas pontual.

Filipa Pereira

Médio Tejo quer ser “Coração de Portugal”

Uma Associação que se “Envolve” com as pessoas

Page 5: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 ACTUALIDADE 5

Projecto “Padrinh” apoia crianças em Cabo VerdePadrinho é a designação de um

projecto desenvolvido pela Asso-

ciação de Geminação de Abrantes

e que já tem cerca de dois anos. A

ideia base é muito simples. Através

da contribuição de 30 euros anuais,

qualquer cidadão pode apadrinhar

uma criança no município de Ribei-

ra Brava, Cabo Verde, com quem

Abrantes tem há mais de dez anos

uma geminação cultural.

Este valor, 30 euros, é entregue pelo padrinho à Associação de Geminação que envia para Ribei-ra Brava no sentido de ser adquiri-do um conjunto de material escolar para as crianças do primeiro ciclo do ensino básico daquela localidade. Cada criança recebe uma mochila com o respectivo material escolar, entre manuais, cadernos e lápis.

Ana Paula Fernandes, coordena-dora do projecto revelou que o pro-jecto surgiu com a necessidade de apoiar as crianças daquele território. “Há dois anos o presidente da Asso-

ciação de Geminação foi a Cabo Ver-de e, das visitas às escolas, percebeu as carências das crianças”, revelou a responsável do projecto Padrinho. O que se percebe é que “o dinhei-ro que mandamos para lá dá frutos. Eles têm a noção que a educação é fundamental porque estudam, vão para fora e, em geral, regressam com mais dinheiro para a sua ter-ra”, destacou Ana Paula Fernandes. A Associação de Geminação rece-be o dinheiro dos Padrinhos e de-pois envia-o à autarquia da Ribeira Brava. Todo o material é adquirido, à escala, em Cabo Verde, havendo assim a garantia de dinamização do comércio local.

De referir que este projecto Padri-nh (padrinho em crioulo) não faz apadrinhamentos individuais, nem os padrinhos escolhem os afi lha-dos. “Nós apadrinhamos escolas”, sublinhou Ana Paula Fernandes, acrescentado que só quando uma escola tem padrinhos para todas as crianças é que o dinheiro é trans-

ferido. Nesta altura, a coordenado-ra, revelou que estão apadrinhadas 218 crianças de um total de cerca de 1.100.

Os contactos dos padrinhos e afi -lhados são reduzidos. Os padrinhos têm no entanto a garantia de que as crianças do arquipélago africano es-crevem aos padrinhos e agradecem o apoio que lhes foi dado.

Ana Paula Fernandes deslocou-se

em Julho à Ribeira Brava para ava-liar a forma como o projecto está a ser aplicado.

Foi e na volta trouxe mais algumas preocupações. Numa das escolas, Covoada, uma pequena aldeia que fi ca no sopé de uma montanha e cujo acesso se faz apenas a pé, em cerca de duas horas de caminha-da, existem problemas com a ali-mentação. Ora, esta preocupação,

foi transmitida, no início de Novem-bro, aos padrinhos. Grande parte das crianças desta aldeia só comem uma refeição na escola. O objectivo da associação seria perceber de que forma é que os padrinhos poderiam ajudar esta escola. Ficou patente o apoio, com a realização de umas ri-fas que serão vendidas com o único objectivo de apoiar a alimentação das crianças da Covoada.

Quanto ao Padrinh, o projecto é para continuar e fi ca o desafi o, quem quiser apadrinhar uma des-tas crianças, só tem de entrar em contacto com a associação através do email [email protected]. Ana Paula Fernandes não es-conde a difi culdade de apadrinhar todas as crianças mas gostaria de ver mais abrantinos a acarinhar este projecto.

Na visita que fez, em Julho, trouxe muitas cartas dos meninos para os padrinhos. Estas cartas foram distri-buídas no inicio de Novembro.

Jerónimo Belo Jorge

• Padrinhos ouviram com atenção o relatório da visita realizada a Cabo Verde.

Page 6: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO20116 REGIONAL

A falta de médicos de clí-nica geral na região do Mé-dio Tejo é uma realidade que conseguiu ter algumas me-lhorias com a chegada de cinco profi ssionais colom-bianos. O concelho de Sar-doal até então não tinha um único médico a tempo intei-ro passou a ter uma médica de família colombiana e uma outra que fazia algumas con-sultas. Esta médica do Centro de Saúde do Entroncamento fazia as consultas em Sardoal com transporte assegurado pela autarquia.

Mesmo assim, para minimi-zar as consequências da fal-ta de clínicos gerais no Pos-to Médico de Alcaravela, aos cerca de mil utentes inscri-tos naquela freguesia vai ser disponibilizado transporte para começarem a ser aten-didos no Centro de Saúde de Sardoal.

O acordo foi alcançado en-tre a direcção do ACES - Agru-pamento de Centros de Saú-

de do Médio Tejo e Zêzere, Câmara Municipal de Sardoal e Junta de Freguesia de Alca-ravela e prevê que os utentes de Alcaravela sejam atendi-dos com carácter prioritário em duas manhãs semanais, à quarta e sexta-feira, sendo o transporte de ida e volta assegurado pela respectiva junta de freguesia.

O vice-presidente da Câma-ra, Miguel Borges, afi rmou que o acordo é de “extrema importância” para os cerca de mil utentes do Serviço Nacio-nal de Saúde inscritos naque-la freguesia. Gente idosa, na sua larga maioria, e mal ser-vida de transportes públicos”, observou. Miguel Borges.

Mesmo assim esta situação, de transportar os utentes de Alcaravela até Sardoal, só é possível já que foi garantida a presença de mais um mé-dico de origem colombiana que foi colocado na unidade de saúde de Sardoal.

Jerónimo Belo Jorge

Autarquias de Sardoal transportam idosos para consultas médicas

A Câmara Municipal de Vila Nova da

Barquinha foi premiada pelo Ministé-

rio da Educação pelo incentivo ao des-

porto escolar.

A Câmara recebeu o prémio na cate-goria “Autarquia” no último dia 18 de novembro, na Escola Secundária da Lourinhã.

A distinção foi recebida na sequência de vários eventos ligados ao desporto escolar, como explicou Fernando Freire, o vereador responsável pelo pelouro

da Educação na Câmara de Vila Nova da Barquinha. “Realizámos várias inicia-tivas desportivas no ano passado e este ano, nomeadamente o Corta Mato do Desporto Escolar do Médio Tejo, que foi promovido no nosso Parque Ribei-rinho. Foi sem dúvida um evento que nos trouxe algum benefício sobretudo pela forte adesão que teve e pela pró-pria envolvência da comunidade esco-lar e não só. Acabámos também por or-ganizar aqui o Campeonato Nacional de Corta Mato Absolutos Curto, Vetera-

nos, Universitário e Escolar. Foi sem dú-vida possível de concretizar graças ao Agrupamento de Escolas, à Câmara e ao Ministério. É nossa pretensão conti-nuarmos a apostar nesta vertente des-portiva canalizada para os jovens. Des-de que haja condições, é um trabalho que vamos continuar a exercer”.

A iniciativa de atribuição do prémio que aconteceu na Lourinhã teve como objectivo premiar os intervenientes do desporto escolar, focando-se nos alu-nos, professores, escolas e autarquias.

Vila Nova da Barquinha foi distinguida

Page 7: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

especial produtos regionais

A Tagus é uma associação que tem

como linha de trabalho a promo-

ção dos produtos regionais. Uma

associação que resulta de uma par-

ceria de entidades públicas e priva-

das, desde associações, estabeleci-

mentos de ensino e empresas. Um

trabalho conjunto e mobilizado na

prevenção da identidade regional

e na aposta e apoio aos produtores

locais.

Uma das apostas da TAGUS tem sido a Praça dos Sabores, um es-paço que se encontra no Mercado Criativo e onde se podem encontrar vários produtos da região, desde os azeites, aos enchidos, vinhos, doces e mel. Para além da mostra dos pro-dutos, são ainda desenvolvidas vá-rias actividades semanais. O “Vamos Jantar Fora” e as “Merendas com Personalidade” têm sido iniciativas a decorrer naquele espaço e vão con-tinuar até ao fi nal de 2011. Ao lon-go destas próximas semanas a ini-ciativa “Merendes com Personalida-de” vai trazer à Praça dois autarcas, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquer-que e o presidente da autarquia de Constância Máximo Ferreira, que vão falar de alguns conhecimentos que têm. “Máximo Ferreira vai falar-nos certamente da astronomia e de Camões, a Maria do Céu Albuquer-que vai falar sobre os seus dotes culinários, entre outros assuntos… isto tudo à medida que vamos co-

mendo, saboreando e socializando uns com os outros”, explicou Pedro Saraiva, técnico coordenador da TA-GUS.

Até ao fi nal do ano, referiu Pedro Saraiva, as actividades vão estar as-sociadas aos enchidos no mês de Novembro, e no mês de Dezembro passam a estar ligadas à temática do café. Vai ser ainda feita uma ven-da de cabazes de Natal.

Os preços variam entre os 10 e os 75 euros e estes cabazes vão incluir vinho, espumante, azeite, enchido,

mel, compota, café e condimentos de vinagre, entre outros produtos.

Pedro Saraiva faz um balanço posi-tivo da Praça dos Sabores. “Cada vez mais as pessoas começam a ir àque-le espaço e a estarem familiarizadas com o mesmo, fazem as suas com-pras e muitas vezes até aproveitam para fazê-lo quando vão buscar os cabazes do PROVE.

É claro que ainda falta alguma di-nâmica no próprio mercado. É ne-cessário trazer para lá outros mo-tivos de interesse, mais agentes

como é o caso da TAGUS, ou da li-vraria e editora que já está instala-da. É importante haver ali outros produtores ou até mesmo criativos que comecem a dinamizar activida-des, para assim atrair públicos diver-sifi cados”.

“As experiências que temos tido têm sido enriquecedoras”

Com a crise assombrar os bol-sos dos portugueses, a TAGUS ain-da pode sorrir face ao que tem fei-to pela região. Segundo o técnico coordenador, as coisas têm corrido bem. “Tudo está ligado ao investi-mento e à dimensão que damos ao que fazemos. Quando realizamos por exemplo uma feira do enchido ou dos doces, pela própria dimen-são da actividade acabamos por atrair muitos públicos.

As experiências que temos tido têm sido enriquecedoras, pois sen-timos que os produtores ganham com o que promovemos, seja nas feiras ou nos próprios restauran-tes quando levamos os produtos até ao consumidor fi nal. Através das casas de restauração, estamos a contribuir para o desenvolvimen-to económico da região, estamos a trabalhar bem e no caminho certo. Infelizmente, nas casas de restau-ração temos a noção que uma vez acabada a iniciativa de promoção aos produtos, são poucos os esta-belecimentos que mantêm os pro-

dutos e a dinâmica que foi feita. Este é um trabalho importante que te-mos vindo a reforçar. Temos a plena noção de que tem tudo a ver com a componente económica, pois sa-bemos que por vezes os nossos produtos são ligeiramente mais dis-pendiosos, porque têm qualidade e valor acrescentado. Quando se tra-ta de decidir por cêntimos, opta-se pelo mais barato, infelizmente hoje somos obrigados a isso”.

O próximo produto que a TAGUS vai trabalhar promocionalmente nos restaurantes vai ser os enchidos. Os azeites e vinhos já foram produ-tos escolhidos em edições anterio-res, desta vez a associação aposta nos enchidos produzidos nas em-presas da região.

Centrada na valorização dos pro-dutos regionais, a TAGUS começa a sentir a sua missão cumprida no que diz respeito ao consumidor fi -nal, numa melhor aceitação e apos-ta no que é feito localmente, confor-me explicou, Pedro Saraiva. “ É uma linha de pensamento que felizmen-te começa a existir e a generalizar-se. É muito importante consumir-mos o que se faz cá, porque esta-mos a apoiar directamente a nossa economia local e a manter muitos postos de trabalho. Eu pessoalmen-te faço essa opção, compro o que é nosso, porque se todos pensarmos assim estamos ajudar o país e a nos-sa região”.

Joana Margarida Carvalho

TAGUS - ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DO RIBATEJO INTERIOR

Ao serviço dos Produtos Regionais

• Pedro Saraiva, técnico coordenador da TAGUS.

São os bons momentos que tornam a vida feliz. Os

produtos tradicionais são especialidades que propor-

cionam esses momentos únicos e felizes. Neste mês

mostramos os que são feitos em casa nos segredos

dos deuses e os que já têm uma produção industrial.

Venha conhecer o melhor que se faz por cá!

Produtos locais são motor de desenvolvimento económico na Região

Page 8: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO20118 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

Mação é marca de presunto. O

projecto da Câmara Municipal

de Mação e dos produtores de

presunto do concelho come-

çou a ganhar forma em 2008 e

teve este ano os primeiros pre-

suntos a entrar no mercado.

Olhando a história deste pro-jecto ambicioso da autarquia, a marca Mação surgiu da neces-sidade dos industriais de car-ne se agregarem numa asso-ciação e potenciarem o que de melhor fazem, bem como con-tinuarem o legado deixa-do pelos seus antepassados.A pensar na tradição existente no concelho, responsável por 70 % da produção nacional de presuntos, a autarquia criou as condições para que o conce-lho ganhasse escala nesta ver-tente e criou uma marca que, diferenciando nas cores, ver-melho para o presunto, ama-relo para o mel e verde para o azeite, que destingue o melhor dos melhores.

Para já só os presuntos garan-tiram a certifi cação necessária para o mercado, já que todos os produtores envolvidos têm de cumprir regras idênticas, nos tempos e processos de cura para os presuntos Mação. O processamento, consideran-do a totalidade das fases que compõem a entrada dos pre-suntos nas empresas em carne fresca e a saída para o mercado varia entre 7 a 9 meses.

De acordo com o vereador António Louro, “foi importante passar-se do tradicional para o industrial com qualidade. “Há agora que rentabilizar o pro-duto por forma a haver retor-no de vendas e cimentação da marca no mercado”.

No que aos presuntos diz respeito, para além do envol-vimento dos produtores e da autarquia, também a Associa-ção dos Industriais de Carne do concelho esteve empenha-da no projecto. Esta associação nasceu da vontade dos pró-

prios industriais de toda a fi lei-ra da transformação de carnes com o apoio da Câmara Muni-cipal de Mação, no ano de 2006.O Presunto Marca Mação apre-senta-se no mercado com Pra-ta, Rede e Corda pretas; Gargan-tilha com Marca Mação; Rótulo com o mesmo formato mudan-do apenas o nome da empresa.Se olharmos para o sector no concelho, representa uma grande fatia da actividade eco-nómica. Mação tem cerca de uma dezena de empresas pro-dutoras, 200 funcionários e cinco mil toneladas de presun-to produzidas por ano, que re-presentam um volume de fa-turação anual na ordem dos 30 milhões de euros.

Depois do presunto, a ideia da autarquia, segundo o ve-reador António Louro, é que o queijo de cabra e o pimentão-doce e salgado possam tam-bém ter marca própria com o nome do concelho.

Jerónimo Belo Jorge

Mação é marca de presuntosPRODUTO CERTIFICADO

Page 9: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS 9

O meu nome é Maria de Lurdes

Mendes, tenho 79 anos e sou na-

tural da Portela de Santa Marga-

rida. Pode dizer-se que desde pe-

quena voltei o mundo. Fui traba-

lhar para o campo com 9 anos, até

aos 21.

Aos 21 anos vim para Constân-cia servir para a Casa do Relógio e estive lá até casar. Depois de ca-sar e de ter a minha fi lha, não ti-nha emprego e comecei a costu-rar sem saber nada, a fazer rissóis, a fazer de tudo um pouco… Sem-pre trabalhei, porque queria ter uma vida desafogada. Sempre lu-tei, era uma mulher dos sete ofí-cios. Nos tempos livres, ainda fa-zia teatro e frequentava os ran-chos.

Um dia encontrei uma senhora muito minha amiga com uma lata muito bonita e perguntei-lhe o que trazia lá. Respondeu-me que eram os Queijinhos do Céu e per-guntou-me se eu queria aprender a fazê-los. Eu respondi de ime-diato que sim. Contudo, da ma-

neira como ela me ensinou, eu não conseguia fazê-los. Entretan-to, como não conseguia acertar com os Queijinhos, fui “à crítica”. Fui a casa da Dona Elvira Burgue-te, que era a senhora que fazia a iguaria no antigamente. Pedi-lhe para ela me dar a sua considera-ção face aos meus Queijinhos. Ela acabou por me explicar como po-dia melhorá-los e assim o fi z, mas na condição de nunca contar a receita para fora de Constância, porque este é um doce daqui, da Vila Poema. O doce nasceu aqui, a receita era de uma freira que, se-gundo consta, era do tempo de Camões.

O único segredo dos Queijinhos do Céu está nas minhas mãos. Lavo a amêndoa, escaldo-a, ti-ro-lhe a pele e depois tenho que moer a amêndoa e o açúcar. Para fazer o doce agarro em três quilos de açúcar, nove dúzias de gemas, deixo o açúcar fazer o ponto e de-pois junto as gemas.

Para vender os Queijinhos, só faço apenas a Feira dos Doces de

Abrantes, pois não tenho meio de transporte para me deslocar. Tenho a noção de que, se tivesse meio de transporte, as coisas se-riam diferentes, pois conseguia vender muito mais. Na minha idade também já não é fácil. Para além da feira, tenho ainda alguns cafés aqui em Constância onde vendo, e vendo aqui em minha casa. O trabalho que os Queiji-nhos do Céu dão a fazer não com-pensa, não ganho muito dinheiro, mas gosto muito de confeccioná-los.

Já faço este doce há 25 anos e vou continuar a fazê-los até não poder mais. Sou uma mulher muito activa. Nunca gostei de estar parada, quando as minhas mãos deixarem de poder traba-lhar, já tenho alguém a quem dar o segredo dos Queijinhos. Al-guém aqui de Constância, é claro, pois como prometi à Dona Elvira, nunca darei o segredo para fora daqui.

Recolha por: Filipa Pereirae Joana Margarida Carvalho

MARIA DE LURDES MENDES - RETRATO TIPO PASSE

O segredo de um doce de Constância

Page 10: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO201110 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

Numa altura em que nos come-

çámos a habituar aos produtos

hortícolas, em modo de produção

biológica, deparamo-nos com o nas-

cimento do mel biológico. A melaria

Colmeicentro, de Abrantes, é uma

das que produz este tipo de mel.

Abílio Dias apicultor e sócio na em-presa explicou ao JA, o método pro-dutivo: “Para produzir mel biológico deverá haver um certo equilíbrio do meio ambiente, porque tudo o que há no meio ambiente, vai refl ectir-se na fl ora apícola, e no que as pes-soas consomem. Não se pode pro-duzir mel biológico alimentando as abelhas e as ceras têm que ser as mais puras e mais limpas. Os trata-mentos não podem ser feitos com produtos químicos. Há uma empre-sa de certifi cação que garante que o produto fi nal seja considerado de produção biológica.” Este mel foi lançado há pouco tempo no mer-cado e, segundo Abílio Dias, ainda não há uma aceitação muito gran-de por parte do consumidor, pela falta de informação, relativamente

aos benefícios que este tipo de mel traz à saúde. Para além do mel bio-lógico, a Colmeicentro produz mais quatro especialidades de mel: euca-lipto, mil fl ores, laranjeira e urze.

A primeira melaria do Médio Tejo

A melaria Colmeicentro foi a pri-

meira a ser licenciada na região. Sediada desde julho de 2005, é composta por dois sócios, Abílio Dias e Irene Dias (marido e mulher) e conta apenas com mais dois fun-cionários.

Abílio Dias é produtor de abelhas. Iniciou-se nas lides da apicultura ape-nas como apicultor nas horas livres.

Mas o amor às abelhas fez com que fi zesse da apicultura a sua ac-tividade profi ssional. “A Colmeicen-tro nasceu, com a necessidade de escoar a produção, porque quando comecei a dedicar-me à apicultura a cem porcento, tinha difi culdade em conseguir escoar o meu produto”, referiu o apicultor.

As abelhas vivem das fl ores que estão no campo e por vezes os api-cultores não têm facilidade em ar-ranjar terrenos para colocar as abe-lhas, porque na maioria das vezes ou já estão ocupados ou não têm as condições necessárias para a produção de mel. “Nós somos os apicultores sem terra”, referiu Abílio Dias.

Os terrenos onde o apicultor tem as colmeias fi cam em Abrantes, Constância, Gavião, Alter do Chão, Nisa e alguns locais de Ponte de Sor. Ao todo estes terrenos fazem um conjunto de 2.500 colmeias.

A comercialização do mel é feita na sede da empresa, na Zona Indus-trial de Abrantes, na Praça dos Sabo-res e ainda em Lisboa e Santarém.

Relativamente à crise, Abílio Dias referiu que a verdadeira crise neste sector, é na produção visto que tem que haver um clima específi co para a produção de mel. No que diz res-peito às vendas, estas caíram na or-dem dos 70%, mas o apicultor diz não desistir.

Filipa Pereira

Chamam-se Bolos de Noz e são o doce mais característi-co do concelho de Vila Nova da Barquinha.

A produção desta iguaria bastante doce nasceu na an-tiga casa de restauração Sol Tejo, em 1967, e pelas mãos do cozinheiro António Go-mes de Sousa. “Apesar de Vila Nova da Barquinha ser um concelho cheio de tradi-ções e de história, não tinha nenhum doce típico, como Abrantes e Constância têm. Assim, entendi que devia criar um.

Tive de fazer várias experi-ências até chegar ao produ-to fi nal. Criei uma receita mi-nha, que guardo em segredo, mas desejo passá-la quando falecer. Quando confeccionei os primeiros Bolos de Noz foi um sucesso, vendi logo em quantidades interessantes no meu restaurante. Actual-mente, como já não tenho o Sol Tejo, confecciono e ven-do em casa, mas apenas por

encomenda”, afi rmou o do-ceiro. Para além de confec-cionar o doce com nozes, An-tónio de Sousa também o faz com amendoim e amêndoa, mas referiu que as nozes são as mais requisitadas e as que representam o doce original de 1967.

Os Bolos de Noz já correram vários pontos do país. “A Câ-

mara Municipal costuma en-viá-los quando faz ofertas e aqui a casa já vieram pesso-as de todo o lado. Nas feiras artesanais da Barquinha, cos-tumo estar presente e acabo por vendê-los muito bem. O meu objectivo tem sido con-seguido. Cada vez mais as pessoas associam este doce a Vila Nova da Barquinha”.

BOLOS DE NOZ

O doce de Vila Nova da Barquinha

ABÍLIO E IRENE DIAS

“Somos os apicultores sem terra”

• Abílio Dias e Irene Dias são os sócios da Colmeicentro.

• António Gomes de Sousa é o mentor dos bolos de noz.

Page 11: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS 11

Se as mais cotadas obras de referência

do universo vinícola concedem pouca

atenção aos vinhos da província ribate-

jana, também as publicações portugue-

sas não lhe concedem o relevo que me-

recem, menos ainda a sub-regiões ou es-

paços de reduzida área.

Padecem desse efeito os concelhos de Abrantes e do Sardoal. No entanto, a corografi a prova a existência de vinhas desde há séculos neste território, Entre-vinhas salienta-se de imediato, cujo de-saparecimento começou por causa dos malefícios do oído e da fi loxera. Con-cedendo sentido à máxima: “não há re-gra sem excepção”, Richard Mayson no livro “Vinhos e Vinhas de Portugal” alu-de ao Centro Agrícola do Tramagal, di-zendo que detém “claramente a capa-cidade para fazer vinhos impressionan-tes”. As considerações encomiásticas do perito que colaborou na publicação do Oxford Companiou to Wine e a Larous-se Encyclopedia of Wine (pena estas duas

obras serem quase mudas relativamen-te ao Ribatejo) estão comprovadas pela crescente implantação dos vinhos do Casal da Coelheira e o seu enólogo rece-ber distinções de reconhecimento pelo seu labor. Acerca das virtudes dos vinhos tramagalenses escrevi na devida altura, espero poder continuar a evidenciá-las pois não estou preso a umbiguismos de nenhuma espécie, tão do gosto dos orto-doxos que em casa bebem de tudo con-trariando a doutrina, mas na rua apenas gostam dos vinhos de determinada re-gião. Claro, se participassem numa pro-va cega, mesmo cega, os propagados ga-lões de conhecimento juntavam-se às so-bras do provado. Os vinhos da Herdade de Cadouços, em ténue fronteira com o Alto Alentejo aguçam a curiosidade do consumidor pelas referências à nature-za, ao biológico, ao puro dos puros. Tive oportunidade de degustar as três refe-rências, agradaram-me, no entanto, o Ca-douços Natur e o colorido Wes We Can surgem de imediato na memória do gos-

to quando refi ro vinhos deste pendor, ainda como exemplo de vivaz harmonia. Sobre o tinto Quinta do Coro oriundo do Sardoal escrevi positivamente, já no refe-rente aos vinhos Vale do Armo, Vale Zan-gão e Vila Jardim nada posso dizer por-que a CVRT não me remeteu amostras, e não os consegui vislumbrar nas lojas e espaços de venda. Disseram-me bem de-les, no entanto, eu não bebo de ouvido, nem pelo rótulo, muito menos pelo pre-ço. Num tempo de tremenda competição nem sempre leal, o vinho sofre os efeitos da crise e de despudorado ataque ao ser associado a todos os malefícios dos efei-tos de excessivo consumo de bebidas al-coólicas. A existência de vinhos de carác-ter nesta região obriga-nos a pugnar pela continuidade do signifi cante trabalho na sua manutenção, também nos obriga a defendê-los e lembrá-los de modo a se-rem incluídos nas cartas de restaurantes e hotéis de todo o País, pelo menos. As-sim o desejo.

Armando Fernandes

OPINIÃO

Entrevinhas: entrevinhos

Page 12: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO201112 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

Uma marca associada aos azeites do

concelho de Abrantes pode vir a ser

lançada. A ideia nasceu entre a TA-

GUS, Associação para o Desenvol-

vimento Integrado do Ribatejo In-

terior, e os produtores do concelho,

que pretendem associar uma marca

única a todos os produtores e emba-

ladores de azeite de Abrantes.

Um projecto que pode vir a ga-nhar escala e que tem em vista a exportação. Pedro Saraiva, técnico coordenador da TAGUS, refere que a ideia representa uma mais-valia para cada um dos produtores e é uma forma de fomentar a identida-de da região, contudo é necessário pensá-la muito bem. “Nesta primei-ra fase estamos a avaliar como va-mos lançar a marca para o mercado. Sob um “chapéu” comum preten-demos valorizar o azeite de gran-de qualidade que é produzido aqui, promovendo todas as marcas exis-tentes. É uma ideia que está ainda a ser pensada, pois tem implícito investimentos muito grandes, so-bretudo se a pensarmos a nível in-ternacional e global. Ao criarmos uma marca mais local com menos investimento, certamente vamos ter resultados menos signifi cativos. Sendo assim, estamos avaliar como agir. Para já temos a marca ”Azei-tes da Nossa Terra”, uma iniciativa lançada pela TAGUS, que tem apoia-do os produtores da região, ao nível dos mercados nacionais e de expor-tação e sobretudo nos estabeleci-mentos de restauração”.

“Uma marca com identidade regional”

André Lopes, proprietário da mar-ca produtora azeite virgem extra

Ourogal DOP, refere que este é um projecto ambicioso, mas que ain-da está a dar os primeiros passos. “A ideia nasceu para dar signifi cado e peso aos azeites de qualidade da re-gião e para ajudar o consumidor a associar os produtos ao concelho de Abrantes. Uma marca que assume uma identidade regional. Em ter-mos de embalamentos, marketing, gestão de produto e divulgação, to-dos os produtores teriam de con-tribuir nas diversas áreas, até para existir uma certa competitividade. Temos elevada qualidade no que fazemos cá, os nossos azeites estão sobretudo dirigidos para a exporta-ção porque sem dúvida estamos a falar dos melhores azeites do mun-do, estamos direccionados para um mercado de excelência e gourmet. Perante a conjuntura nacional, é normal que esta ideia da marca es-teja ainda pendente. São necessá-rios grandes investimentos basea-dos na divulgação, no lançamento,

no plano de negócios, nas compras das garrafas, na criação de rótulos, etc. A vontade é muita, mas a cartei-ra é que manda”, referiu o produtor ao JA.

“Temos um património de olival extraordinário”

Os azeites da região têm sido pre-miados nos mais diversos concur-sos nacionais e internacionais. Con-cursos conceituados e exigentes nas especialidades.

Ao que parece este reconheci-mento da qualidade bem expres-sa nos azeites deve-se à nova tec-nologia em que alguns lagares têm vindo a apostar, conforme explicou André Lopes. “Os Lagares evoluíram e investiram na tecnologia e isso re-fl ectiu-se no produto fi nal. A forte regulamentação que existe nas ca-sas é bastante exigente e isso tem sido respeitado pelos produtores. Hoje os lagares são autênticos labo-ratórios, desde o material, à higie-

ne e ao profi ssionalismo que é le-vado a cabo nestes espaços. No que diz respeito à produção, as pesso-as começam a ter um maior cuida-do com o olival. As pessoas que tra-balham no olival têm muito mérito, pois não sabem a quanto vão ven-der a azeitona e o trabalho é duro. Hoje os preços são muito baixos de-vido à forte concorrência espanho-la e ainda continuamos com emba-ladores que por muito que queiram azeite nacional, a grande maioria trabalha com azeites de Espanha a granel, que depois são embalados com as marcas nacionais e acabam por ir para o mercado nestas condi-ções. Falo de azeites completamen-te diferentes que não têm a qualida-de dos azeites produzidos na nossa região”.

André Lopes afi rmou que a região do Ribatejo tem um património fan-tástico no que diz respeito aos oli-vais, devido à especialidade da azei-tona que é considerada das melho-

res do mundo, a conhecida galega. Apesar da elevada qualidade, os produtores continuam a não ver va-lorizado o seu trabalho. “Os embala-dores continuam a não pagar o jus-to valor pelo nosso produto, porque o mercado também não o compra e isto é uma bola de neve. Com isto não estou a criticar nenhuma das partes, vivemos uma conjuntura fi -nanceira e não há poder de compra. Hoje, produzir bom e de qualidade é mau, pois não há quem lhe dê o devido valor, isto parece não ter muita lógica, mas é o que se passa. A nível regional, as pessoas come-çam a reconhecer o nosso trabalho e a comprar os nossos azeites, mas ainda há muito a saber e a conhe-cer, sobretudo no que diz respeito à cultura destes azeites regionais”.

Segundo este produtor, André Lopes, a solução para atingir o reco-nhecimento, passa pela exportação, por atingir os mercados emergen-tes, como o Brasil, a Europa de Leste, a Rússia, a Polónia, entre outros. “Te-mos de nos virar para os mercados emergentes, temos de fomentar as nossas marcas, criar o nosso próprio mercado e focar os nossos horizon-tes na internacionalização dos pro-dutos. E por último, temos de con-tar com o apoio governamental.

Os nossos políticos começam a ter uma maior consciência de que grande parte do poder económi-co depende das pequenas e mé-dias empresas do país, e nós esta-mos nesse patamar. Para o ano va-mos ser auto-sufi cientes em azeite e esse será um ponto de partida para conseguir o tal reconhecimen-to e valorização do bom azeite que se produz por cá e no país”.

Joana Margarida Carvalho

Chama-se Ofi cina da Fru-ta, é uma lojinha que fi ca sediada na freguesia do Pego e lá pode encontrar as mais variadas compotas, frutas e hortícolas.

A proprietária é Mafalda Al-faiate e abriu o seu estabe-lecimento no último mês de março. “A ideia já tinha dois anos. Nas feirinhas aqui no Pego, eu já vendia as compo-tas, mas ter um espaço era o meu grande objectivo”.

O projecto nasceu em par-

ceria com a TAGUS e resultou também pelo gosto de cozi-nhar, que Mafalda já tinha há algum tempo. A proprietária trabalhou numa cozinha du-rante alguns anos, na Alema-nha, e quando voltou para Portugal não teve a oportu-nidade de continuar a exer-cer, dedicou-se ao seu outro dom, o arranjo de fl ores. “Eu gosto de cozinhar para muita gente, quando tenho de cozi-nhar apenas para mim é uma chatice. Entretanto, quando

ouvi uma palestra da TAGUS, aqui na Junta de Freguesia do Pego, pensei logo, chegou a minha oportunidade. Con-segui o fi nanciamento a 40 % a fundo perdido e o projecto seguiu em frente”.

Os frutos que são utilizados para confeccionar as com-potas são plantados na hor-ta da família da Mafalda, tal como as frutas e hortícolas que vende. São algumas as variedades de compotas que pode encontrar na Ofi cina da

Fruta, desde cenoura, maçã, morango, laranja, tomate, abóbora e nozes, ameixa, ca-baço, ananás e coco entre outras. Mas não são apenas as compotas que atraem os clientes ao estabelecimen-to de Mafalda. Esta também tem ao dispor maçãs assadas no forno com nozes, espeta-das de fruta com chocolate e sumos naturais. O horário do estabelecimento é das 9h às 19 horas todos os dias úteis da semana.

Uma marca comum para os azeites abrantinos

Um cantinho cheio de fruta

• André Lopes, da Ourogal.

• A proprietária Mafalda Alfaiate.

Page 13: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS 13

15 minutos é o tempo que

pode demorar entre a colo-

cação da azeitona nas máqui-

nas e a saída do azeite do ou-

tro lado da linha de moagem.

É assim no lagar da SAOV no

parque industrial de Abrantes.

Fruto do investimento de 1,5

milhões de euros, o moderno

lagar apresenta-se como um

dos mais avançados do país.

Numa visita rápida e com uma curta descrição, em vez das enormes mós e das pren-sas verticais por onde escorre o líquido da azeitona moída te-mos um conjunto de maquina-ria e tapetes rolantes. A azeito-na é descarregada, entra num silo de limpeza onde se sepa-ra o fruto de folhas e outras im-purezas. É pesada. Automatica-mente a azeitona é transporta-

da em tapetes rolantes para o moinho. Depois de moída entra num outro local onde a pasta é batida. No fi nal da linha, sai o azeite para as tarefas (recipien-tes com alguma dimensão). Depois ou entra nos garrafões para os clientes levarem para casa ou nos grandes depósitos caso de trate de grandes pro-dutores. O bagaço, resíduos re-sultantes da moagem são ven-didos a outras empresas que ainda fazem alguma extracção de restos de azeite. Assim, tudo rápido e industrializado. Ana Francisco, uma das gerentes da SAOV, disse ao JA que o lagar funciona 24 horas por dia entre outubro e janeiro. A azeitona moída em Alferrarede provém dos campos da SAOV, para pro-dução do azeite Cabeço das Nogueiras e Terras do Pouxão,

de pequenos produtores ou dos grandes produtores. Actu-almente a SAOV recebe azeito-na de diversos pontos do país. Ana Francisco explicou que o lagar tem uma produção que pode chegar às 100 toneladas por dia de azeitona a entrar na maquinaria. Os pequenos pro-dutores também podem moer a sua azeitona através de dois meios: maquia ou prestação de serviços. Na segunda hipó-tese, o cliente chega descar-rega a azeitona paga e leva o azeite. Na primeira opção, ma-quia, por cada 33 kg de azeito-na o cliente recebe 2,5 litros de azeite. Uma parte da produção fi ca no lagar como pagamento do serviço da moagem. Proces-sos simples mas que tornam da SAOV um dos mais moder-nos lagares do país. A empre-

sa tem ainda uma linha de em-balamento e rotulagem. É dali que saem para o mercado os azeites próprios.

Ana Francisco revelou que o lagar tem, em permanência, dez trabalhadores mas, com a apanha da azeitona, embora de forma sazonal são seis de-zenas os funcionários da SAOV. A empresa produz o azeite Ca-beço das Nogueiras, um dos mais premiados da região. Ana Francisco destacou a conquis-ta de duas medalhas de ouro em dois salões de azeite em Espanha entre muitos outros que vão da Europa a Israel ou à Argentina. A SAOV produz três marcas, o Cabeço das Noguei-ras, o Quinta do Pouxão DOP para a Sonae e o Terras do Pou-xão DOP para exportação.

Jerónimo Belo Jorge

Lagar SAOV ou a fonte do Azeite

Azeite está em mostra na Barquinha

Até ao dia 18 de Dezembro, o concelho de Vila Nova da Barqui-nha convida-o a sentar-se à mesa e a saborear pratos confecciona-dos com azeite. A mostra está-se a realizar pelo 11º ano conse-cutivo e é promovida pelos res-taurantes aderentes à iniciativa e pela Câmara Municipal. Segun-do o vereador Fernando Freire, “95% dos restaurantes aderiram à mostra gastronómica”. Alguns dos estabelecimentos vão con-feccionar vários pratos à base de azeite, como as petingas no for-no, o bacalhau assado, as couves com feijão, polvo à lagareiro, en-tre outros preparados. O objec-tivo da mostra, segundo o ve-reador, é trazer as pessoas a co-nhecer o concelho, atraídas pelo estômago. “No fundo o que nós pretendemos é dinamizar em termos turísticos a própria região e a nossa restauração, através de pratos confeccionados à base do azeite”. Em termos históricos, no passado o concelho da Barqui-nha exportou muito azeite no-meadamente para Lisboa e para outras localidades do país. Neste momento tem apenas um lagar a funcionar, na Praia do Ribatejo. As vantagens de confeccionar e utilizar o azeite, para preservar a saúde das pessoas através de uma dieta mediterrânea, são al-guns dos objectivos que contri-buem para a realização desta ini-ciativa.

Chamam-se fofas em Ma-ção mas podem também chamar-se cavacas. É um dos doces típicos deste con-celho com uma base muito grande de açúcar. Há quem procure este doce que tem a particularidade de ser se-cado ao Sol, depois da co-zedura. E pode muito bem ser este factor que leva ao toque fi nal deste doce.

Lucinda Dias é uma das produtoras de fofas de Ma-ção. Já lá vã muitos anos com dedicação a este doce. Desde muito nova que co-meçou a confeccionar este doce típico. O nome, não se sabe de onde vem mas, po-derá atribuir-se à massa uti-

lizada que “é fofa”.A doceira revela sempre

ter gostado de fazer doces mas, as fofas, tornaram-se a sua especialidade. Consi-dera que é um doce de Ve-rão, uma vez que é secado ao Sol, o que faz com que as fofas nunca fi quem prontas no próprio dia. “São neces-sários dois dias para a con-fecção. A cozedura deve ser feita num forno a lenha e depois o barramento e se-cagem até ao dia seguinte”.

Mas nem só com a recei-ta se fazem as fofas ou ca-vacas. Há alguns truques na manga. Conhecer a meteo-rologia é fundamental, pois é necessário o Sol para fa-

zer a secagem. Mesmo as-sim, Lucinda diz que pro-duz quinze a vinte dúzias em dias de Sol.

Mas o que torna as cava-cas de Lucinda num produ-to único? A resposta será simples: paciência e gos-to pelo que se faz e ainda amassar a massa com as mãos.

Mas nos dias de hoje, Lucinda Dias tem umas ca-vacas menos açucaradas. Chamas-lhes “cavacas sa-rapintadas”. É uma forma de chegar a todos, mesmo aqueles que não podem ou devem ingerir grandes quantidades de açúcar.

Jerónimo Belo Jorge

As fofas depois do forno secam ao sol

Melhor rosé do mundo,um ano depois

O vinho rosé Casal da Coelheira, colheita 2009, conquistou em 2010 o título de melhor rosé do mundo. A maior distinção de um vinho que proporcionou uma maior abertura de mercados, principalmente os internacionais. O vinho esgotou de imediato mas fi cou o mediatismo e uma maior procura da marca a todos os ní-veis, o rosé, os tintos e os brancos.

Nuno Falcão, enólogo do Casal da Coelheira destacou o mercado brasileiro como aquele em que a marca está a ter um maior cresci-mento.

Já o rosé, colheita de 2010, tam-

bém conquistou uma medalha de ouro num salão de vinhos de Paris, o que aumentou ainda mais a notoriedade deste néctar.

Apesar dos prémios, Nuno Falcão diz que isso não impli-cou um aumento de produção, sendo que, a colheita 2011, já disponível na adega e, breve-mente nos distribuidores, teve um aumento de 20% devido ao Verão ameno que tivemos este ano. “Quantidade não é sinóni-mo de qualidade, mas este ano conjugámos os dois factores e tivemos mais quantidade de vi-nhos com grande qualidade”.

Page 14: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO201114 ESPECIAL PRODUTOS REGIONAIS

São conhecidos como “os enchidos de Rio de Moinhos”, têm uma longa história e são fruto de uma forte união fa-miliar.

A Salsicharia Flor tem mais de cem anos de existência. Foi pelas mãos do pai de Manuel Flor que o projecto arrancou na aldeia dos antigos molei-ros, Rio de Moinhos, conce-lho de Abrantes.

Manuel Flor e Maria Pedro casaram e prosseguiram com o projecto. Mais tarde vieram os fi lhos Maria e Júlio Flor, to-dos com a mesma pretensão, levar a marca MF a bom porto.

“Na época, os porcos chega-vam vivos ao espaço da salsi-charia e eram mortos aqui. Vinha um delegado de saúde avaliar se os animais estavam em condições para consumo e, caso estivessem, seguiam para a matança. Normalmen-te quem os desmanchava era a minha mãe, a mulher que desde sempre agarrou esta casa como se ela fosse intei-ramente a sua vida. Utiliza-va-se a faca para matar e de seguida eram chamuscados com caruma e carqueja, mais

tarde substituídas pelo gás. Depois de abertos e pen-durados, os porcos estavam prontos para o desmanche. Actualmente este processo já não acontece aqui”, explicou ao JA Maria Flor.

Foi em 1998/99 que a Sal-sicharia sofreu uma reestru-turação, modernizou-se e in-vestiu em equipamento to-talmente novo. As matanças terminaram naquele espaço e a casa apenas continuou com o desmancho, tratamento e venda ao público de enchidos

e carnes de porco. Presente-mente, é nessa lida diária que ainda labora. Ao serviço tem seis funcionários e na repre-sentação tem Maria Pedro e os dois fi lhos. Focados ainda numa produção tradicional, os enchidos de Rio de Moi-nhos, pela marca MF são pro-curados por muitas pessoas. “Vendemos sobretudo enchi-dos nas grandes superfícies, Intermaché de Alferrarede e Pingo Doce de Abrantes, em Torres Novas, em algumas mercearias locais e no nos-

so talho. Depois são muitos os interessados que passam aqui, desde pessoas dos mais variados pontos do país a es-trangeiros. Manter a qualida-de na forma de temperar e na maneira como confeccio-namos os enchidos tem sido o nosso segredo. Também de salientar que o forno de lenha onde os enchidos são cura-dos acaba por dar um sabor e um gosto especial ao próprio produto. É esta aposta no tra-balho tradicional e artesanal que nos tem mantido a por-ta aberta e nos tem garantido uma crescente procura, pois aqui os enchidos têm quali-dade”, afi rmou Maria Flor.

Os objectivos da Salsicharia Flor passam pela expansão do produto para várias regi-ões do país, porque segun-do Maria “é nesta época de crise que podem surgir vá-rias oportunidades de negó-cios”. E quanto à exportação? “Quem sabe?, é algo a pensar no futuro. Para já, queremos manter a máxima qualida-de no trabalho desenvolvido aqui diariamente”.

Joana Margarida Carvalho

Maria do Rosário Dias e Márcio Dias

Alves são mãe e fi lho. Ambos têm

um objectivo comum, fazer o melhor

queijo de cabra da região.

A queijaria Rosário nasceu no ano de 2000. Inicialmente, o negócio de fa-mília era outro, passava pelo abate de animais, desde cabras, borregos, etc., num matadouro que tinham sediado na aldeia de Quebrada, concelho de Mação. Com o aparecimento de no-vas leis e burocracias, a família Dias decidiu dar um novo rumo ao espaço e transformou-o numa queijaria. “Co-meçámos a fazer queijos para consu-mo particular e vendíamos a uma ou a outra pessoa que nos pedia e gostava do nosso produto. Quando começá-mos a reparar que os queijos estavam a fazer sucesso junto dos clientes, de-cidimos construir a queijaria. Na altu-ra foi um elevado investimento, equi-pámos tudo como manda a lei, gastá-mos cerca de 10 mil contos (cerca de 50 mil euros), comprámos uma má-quina de ordenhar mecânica, com-prámos câmaras frigorífi cas, máquina

de embalamento, enfi m… foi um pro-cesso complicado mas que tem dado frutos. Certo é que chegamos ao pon-to de não ter produto sufi ciente para a crescente procura que temos. Não fazemos feiras de gastronomia, por exemplo, porque a nossa produção é pequena, devido também às pou-cas cabras que temos a produzir leite, cerca de 150. A nossa pretensão futu-ra é aumentar esta produção e esco-ar cada vez mais o produto para ou-tras regiões do país”, explicou Márcio Alves.

Para produzir o queijo de cabra há todo um processo. Márcio Alves refe-riu que a queijaria Rosário só está no activo metade do ano. “A ordenha co-meça na altura do Natal. De seguida, os queijos começam a surgir lá para Janeiro. Depois, o processo de confec-ção, mais a cura que demora cerca de um mês, dá-nos a possibilidade de tra-balhar até Agosto. A partir daí as ca-bras secam e voltam ao estábulo até ao fi nal do ano. O processo de confec-ção dos queijos é natural, sem quími-cos e é feito pela minha mãe e mais

uma funcionária da casa”.Os queijos Rosário são vendidos para

todo o país. A família chega a produzir uma média de 7 mil queijos por ano. “Há muitas pessoas que vêm de fora à procura dos nossos queijos. Não te-mos feito muita divulgação, mas os clientes aparecem. Isto, na minha opi-nião, tem uma explicação. As nossas cabras são de raça charnequeira, que é considerada uma raça de boa qua-lidade. As cabras não dão muito leite, cerca de um litro, mas o leite é rico em gordura e proteínas. É um leite denso que proporciona um sabor inigualável de óptima qualidade. Depois temos de ter em conta que as cabras são ali-mentadas da forma mais natural pos-sível, no campo, ao ar livre, sem rações na sua alimentação base. Temos no-ção que quanto mais leite tivermos mais queijo vendemos. Contudo, para já o meu objectivo passa pela qualida-de do queijo e não pela quantidade”.

A Queijaria Rosário fi ca sediada na localidade de Quebrada e lá pode en-contrar queijo curado de cabra.

Joana Margarida Carvalho

A empresa de azeites Casa Zé Bairrão vai lançar uma nova gama, mas desta vez o produto centra-se nas azei-tonas. Azeitonas em con-serva vão ser colocadas no mercado no início do próxi-mo ano, com a marca “Azei-tonas DuCarvalhal”. José Bairrão, o proprietário da empresa, referiu: “era uma ideia que tinha idealizado há já dois anos e só agora é que decidi apostar. Esta azei-tona que vou comercializar é uma azeitona com um ca-libre superior ao da galega, uma especifi cidade de azei-tona que é a cobrançosa. A cobrançosa tem as duas aptidões, pode ser utiliza-da tanto para o azeite como para azeitona em conser-va. Já tenho preparado três mil quilos e são todas trata-

das e preparadas de forma caseira, sem corantes nem conservantes. Inicialmen-te as azeitonas são apanha-das, depois são colocadas dentro de barricas fecha-das com água no seu inte-rior. A água tem de ser de nascente, nunca da rede. De seguida à medida que vou vendendo, vou temperan-do com sal e orégão, os oré-gãos são apenas colocados na fase do embalamento”. Em termos de mercado, o empresário afi rmou que vai apostar nos mini mercados, na Praça dos Sabores da TA-GUS, nos restaurantes e em outros espaços de hotelaria, mas já houve algumas pes-soas que experimentaram e, segundo José Bairrão, “o feedback foi muito positivo, estou confi ante”.

SALSICHARIA MANUEL FLOR

Fazer bem e com qualidade

Zé Bairrão lança azeitonas em conserva

QUEIJO DE CABRA

“Primeiro a qualidade e depois quantidade”

• Márcio Dias Alves e Maria do Rosário Dias.

• Maria Flor e Maria Pedro da Salsicharia Manuel Flor.

Page 15: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 ECONOMIA 15

A cidade de Abrantes vai começar a produzir biome-tano a partir de resíduos sóli-dos urbanos, um projecto que está a ser desenvolvido, igual-mente, noutras quatro cida-des europeias, no âmbito do programa Energia Inteligente para a Europa.

Denominado Urbanbiogas, o projecto vai garantir que o gás resultante deste processo vai ser utilizado para alimentar a rede de gás natural. Os res-ponsáveis pelo projecto espe-ram também que este biogás apresente preços competiti-vos dentro de dois anos. Este é um projecto iniciado há ape-nas seis meses e que tem uma duração prevista de três anos. Segundo os promotores, tra-ta-se de um projecto de inves-tigação a ser desenvolvido por entidades públicas e privadas e que, em última análise, pre-tende “provar” que a produ-ção de biogás a partir dos resí-duos sólidos urbanos poderá ser rentável e apetecível para as empresas do sector.

Para além de alimentar a rede de gás natural, o biogás pode ser utilizado também como combustível para os transportes públicos. O objec-tivo passa por contribuir para que, em 2020, cerca de 70% dos actuais resíduos urbanos inexplorados tenham valori-zação energética. Uma das ga-rantias dadas pelos parceiros

do projecto é que a tecnologia está disponível pelo que o que faz falta é “aliciar” o mercado. Apesar do envolvimento de Abrantes no projecto, que pre-tende, desenhar os conceitos fi cou claro que quando o pro-jecto for para o terreno, de for-ma concreta, poderá nem ser implementado em Abrantes. Estes parceiros estão a desen-volver e estudar os conceitos

Para além de Abrantes, es-tão a participar outras qua-tro cidades: Zagreb (Croácia), Rzeszów (Polónia), Graz (Áus-tria) e Valmier (Letónia). O in-vestimento total é de 17 mi-lhões de euros.

Abrantes entrou neste pro-jecto, segundo a presidente da autarquia, Maria do Céu Al-buquerque, porque é um pro-jecto ambiental, de desenvol-vimento sustentável e porque o município já deu alguns pas-sos neste sector. Recorde-se que a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Fonte Quente trata os esgo-tos da cidade e recebe as la-mas de todo o concelho assim como as águas ruças dos la-gares. As lamas são aproveita-das para a produção de biogás que vai produzir energia eléc-trica. A produção de electrici-dade desta ETAR garante, pra-ticamente, as necessidades energéticas dos seus equipa-mentos.

Jerónimo Belo Jorge

Abrantes em projecto europeu de biogás

Page 16: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO201116 ACTUALIDADE

A Câmara de Abrantes admitiu que

não tem condições para construir

o Museu Ibérico de Arqueologia e

Arte (MIAA) nos moldes anuncia-

dos, ou seja numa única emprei-

tada. No fi nal de outubro a autar-

quia anunciou que o museu vai ser

edifi cado de forma faseada.

A presidente da autarquia, Ma-ria do Céu Albuquerque, reafi rmou que tem a intenção de “honrar um conjunto de compromissos assumi-dos”, mas com algumas alterações. “Atendendo à actual conjuntura, se-ria irresponsável avançar para este investimento nos moldes em que estava previsto”, disse a autarca, vin-cando que não existem condições para se poder avançar com um in-vestimento “desta grandeza de uma só vez”. É um investimento que se estima que possa ascender a mais de dez milhões de euros.

Segundo Maria do Céu Albuquer-que, o MIAA vai ser construído em duas fases, a primeira das quais en-globando a requalifi cação e musea-lização do Convento de São Domin-

gos, no âmbito de um projecto de regeneração urbana.

Já a construção da torre vai fi car para uma segunda fase e avançará quando e se as condições económi-cas do País “o proporcionarem”, refe-riu a autarca. E no mesmo contex-to adiantando que o projecto MIAA

está a ser “reequacionado” tendo em vista a requalifi cação do Con-vento de São Domingos e a sua ca-pacidade de poder albergar exposi-ções parciais das quatro colecções que o deverão integrar.

A autarca disse ainda que o valor de construção do MIAA, “no âmbi-

to da primeira fase”, cifrar-se-á em montantes “muito inferiores” aos 13 milhões de euros anunciados.

O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes é um projec-to pensado e promovido pelo mu-nicípio e pela Fundação Estrada. O MIAA tem o propósito de apresen-

tar as colecções de arqueologia, de história e de arte, desde a pré-his-tória até à época contemporânea, reunidas pelas duas instituições, e ainda duas colecções do escultor Charters de Almeida e da pintora Maria Lucília Moita.

Com um investimento inicialmen-te estimado de 13 milhões de euros e projecto desenhado pelo arqui-tecto Carrilho da Graça, a criação do MIAA implica a construção de uma torre de 27 metros para aco-lher as cerca de cinco mil peças que integram as colecções de ourivesa-ria, numismática, armaria, arquitec-tura romana, medieval e moderna e arte sacra dos séculos XVI a XVIII, entre outras colecções que Ernesto Estrada recolheu ao longo de meio século, e cujo acervo será cedido à Câmara de Abrantes através de pro-tocolo.

Sendo um projecto polémico, quer pela envergadura do investi-mento quer pelo projecto de arqui-tectura, o MIAA ainda não existe e já enfrenta muitos opositores.

Jerónimo Belo Jorge

• Projecto do futuro museu ibérico

MUSEU IBÉRICO

MIAA avança mas a dois tempos

Page 17: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 DESPORTO 17

A Canonista do Clube Despor-tivo os Patos Francisca Laia ga-nhou o prémio Promessa do Ano 2011 da Confederação do Des-porto de Portugal. Esta distinção é o culminar do reconhecimento de todos os agentes desportivos do país para uma época de sonho que augurou um futuro brilhante a esta jovem atleta, que se cons-titui hoje em dia como a referên-

cia na canoagem do clube e que é uma fonte de inspiração para os seus jovens colegas. Francisca Laia foi indicada pela Federação Portu-guesa de Canoagem para repre-sentar a modalidade neste prémio. Passou uma primeira fase e foi elei-ta para os cinco fi nalistas.

No último dia 17 de novembro também o Comité Olímpico de Portugal atribuiu à jovem abranti-

na o Prémio Revelação 2011.Em 2011 a jovem canonista foi

3ª classifi cada no Campeonato da Europa (200m), 8ª classifi cada no Campeonato do Mundo (200m), Tri-Campeã Nacional de Velocida-de (200m + 500m + 1000m), Cam-peã da 1ª Taça de Portugal de Ve-locidade (200m) e Bi-Campeã da 2ª Taça de Portugal de Velocidade (200m + 500m).

António Mendes ganha Taça de Portugal de karting

O jovem António Mendes, neto de Santinho Mendes, conquistou a Taça de Portu-gal de Karting que é depois do Campeonato Nacional de Karting a mais importante competição da modalidade em Portugal.

António Mendes aprovei-tou esta prova para “rodar” com a equipa que vai repre-sentar em 2012. Nunca an-tes o piloto de Abrantes tinha rodado com um kart com es-tas características e, como tal, era necessário rodar com o chassis BIREL que vai utilizar no próximo ano.

Assim, esta foi a primeira ex-periência com a equipa Ykart que vai representar em 2012 e os resultados estão à vista, desde o primeiro momento António Mendes rodou com regularidade entre os cinco primeiros, na qualifi cação foi segundo classifi cado com o mesmo tempo do primeiro.

Na manga de qualifi cação efectuou um arranque me-nos bem conseguido caindo

para o 5º lugar, mas de ime-diato encetou uma recupera-ção que o levou até à segun-da posição. Na pré-fi nal o pi-loto de Abrantes arrancou bem e rapidamente assumiu a liderança que conseguiu manter até quatro voltas do fi nal, quando cometeu um erro que o levou a um des-piste e a baixar até à terceira posição em que viria a aca-bar. Na fi nal António Mendes liderou toda a corrida até à volta fi nal quando na dobra-gem a um piloto mais lento perdeu algum tempo o que lhe custou a vitória, sendo batido pelo piloto Brasileiro Victor Uchoa. No entanto, es-tava destinado que a Taça de Portugal vinha para Abrantes porque esta só pode ser en-tregue a pilotos de nacionali-dade Portuguesa.

O karting passou a ser mais uma modalidade com uma taça em Abrantes e com uma grande esperança do auto-mobilismo, afi nal o António tem apenas 10 anos.

Francisca Laia é promessa do ano 2011

Page 18: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO201118 CULTURA

TERESA APARÍCIO

Quem passe hoje em dia na Aveni-

da da Forças Armadas, junto à Es-

cola Secundária Solano de Abreu,

se olhar para o interior através das

grades da vedação, pode ver que,

junto ao campo de jogos, se encon-

tra uma pequena bancada, hoje

com os degraus pintados de bran-

co. O que já muitos não sabem, é

que estes foram construídos sobre

os degraus de madeira, que cons-

tituíam parte da bancada de uma

praça de touros, inaugurada a 8 de

Julho de 1900.

Na imprensa da época, pode cons-tatar-se que havia, nesta então vila, muitos amantes da “Festa Brava”, que ansiavam pela construção do que eles consideravam um importante melhoramento para a terra. O jornal “O Abrantes”, datado do dia da inau-guração, refere as fases mais impor-tantes do processo que conduziu à construção da praça, que vamos re-sumir de seguida:

No dia 24 de Junho de 1898, dia de S. João, havia importantes festas em Abrantes. O Montepio Abranti-no tomou a iniciativa de dinamizar, no Vale de Roubam, uma grandiosa corrida de bicicletas, desporto en-tão muito popular e a que concor-reram mais de duas mil pessoas. O entusiasmo do público contagiou dois empresários presentes, Antó-nio Frazão e António Franco, a que se agregou também o seu irmão João Franco e animou-os a empre-enderem a construção de uma pra-ça de touros, há muito desejada em Abrantes. À noite, no “Passeio do Castelo”, encontraram um outro em-presário, António Apolinário, que se juntou a eles na concretização do referido projecto. Homens de deci-sões rápidas, logo no dia 3 de Agos-to, fi zeram a escritura que legalizou a empresa de construção e, no mes-mo dia, compraram a D. Ana Olím-pia Vaz da Silva Rosa, um rectângu-lo de terreno com cinco mil metros quadrados, onde seria construída a praça. As obras iniciaram-se a 18 de

Julho de 1899. Na presença de re-presentantes de vários jornais e de muito público, deu-se início à cons-trução, tendo os quatro empresários metido a enxada e dado as primeiras cavadelas, na abertura dos alicerces. Houve foguetes e champanhe a assi-nalar o acontecimento.

Por razões pessoais, António Apo-linário e António Frazão abandona-ram depois a sociedade, tendo fi ca-do os irmãos Franco, que deram se-guimento aos trabalhos e com tão bom ritmo que, passado um ano, a 8 de Julho de 1900, já a praça era ofi -cialmente inaugurada. E houve fes-ta rija! O jornal “O Abrantes”, de 15 de Julho desse ano, refere:

“Logo de manhã a animação era grande por essas ruas, vendo-se aqui e ali uma profusão alegre e estranha aos nossos olhos, amigos de velha data e de diferentes terras, patrícios

ausentes, homens e mulheres do povo, gente do campo e burgueses de várias províncias. Até à hora da corrida, fa-lou-se animadamente sobre a festa do dia, sentindo-se o vácuo de uma fi lar-mónica a alegrar a multidão; as cerve-jarias abarrotavam de fregueses…”

Pelas quatro da tarde, deu-se iní-

cio à tourada, na presença de quatro mil pessoas, tendo sido abrilhantada pela fi larmónica de Rio de Moinhos. Diziam os cronistas dos jornais da época que, no seu conjunto, a toura-da foi regular, tendo-se distinguido o brilhante cavaleiro tauromáquico Fernando de Oliveira.

Heróis do dia, muito aplaudidos pela população, foram também os irmãos Franco, responsáveis pela construção da praça. Na véspera, An-tónio Franco cumprira a promessa que fi zera de dar um bodo aos po-bres, se a praça se concluísse sem ocorrer qualquer desastre grave, o que de facto aconteceu. Constou de pão, arroz e 180 réis em dinheiro, a cada pobre.

No dia 5 de Agosto, teve lugar ou-tra tourada, em que participaram o então muito conhecido cavalei-ro Manuel Casimiro de Almeida e o Grupo de Moços Forcados da Gole-gã.

Nos anos seguintes, especialmente nos meses de Junho, Julho e Agosto, as touradas continuaram a um ritmo de três, quatro por ano. O dia esco-lhido era sempre o domingo em que se realizava o mercado mensal de gado, naturalmente por este trazer mais gente à cidade.

A praça não se aguentou a funcio-nar por muito tempo. A construção era relativamente frágil e, passados pouco mais de trinta anos, encontra-va-se já completamente arruinada, tendo sido comprada pela Miseri-córdia, que, na altura, tinha intenção de a reconstruir. Tal não aconteceu, pois o “Jornal de Abrantes” de 24 – 4 -1945, referia-se-lhe como “aquela vergonha de paredes desmanteladas e esconderijo de vadios…” e incenti-vava a Misericórdia a cumprir a pro-messa que fi zera de reconstruir a praça.

Mas esta continuou em ruínas, até que, nos anos cinquenta, o terreno foi expropriado, para nele se cons-truir o novo edifício da então Escola Industrial e Comercial de Abrantes, inaugurado em 1959. De louvar o seu arquitecto que, sensível à his-tória dos lugares, sinalizou o local, fazendo construir, sobre parte das bancadas da praça, uma outra ban-cada, pequeno anfi teatro de um campo de jogos, que ainda hoje lá se encontra, tendo sido respeitada, também, pelas obras feitas, recen-temente, na Escola Secundária So-lano de Abreu.

LUGARES COM HISTÓRIA

A praça de touros de Abrantes

Page 19: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 CULTURA 19

António AparícioO “senhor Aparício” era uma refe-

rência nos Serviços Municipaliza-

dos de Abrantes. Reformou-se há

pouco. Fomos encontrá-lo a arru-

mar os papéis.

Nasci em Casais de Revelhos, em 1948, fi lho de um trabalhador rural e depois operário da UFA. Éramos oito irmãos, só com um vencimento e com o trabalho da horta. O meu pai desde novo que tinha dotes de professor Por isso, tirou a quarta classe com muita facilidade e come-çou a ensinar adultos que queriam tirar a quarta classe (hoje quarto ano). Por isso também sempre quis que os fi lhos estudassem, mas só pôde mandar os rapazes, que éra-mos três, as fi lhas não.

Eu entrei a trabalhar nos Serviços Municipalizados em Abril de 1966, por acidente: foi por um acidente do meu irmão que nós soubemos que era preciso aqui um servente. Comecei, então, a trabalhar tanto a abrir valas quando havia roturas, como na secretaria quando tinha tempo. Depois evoluí e comecei a ir montar e desmontar furos, e assim sucessivamente. É que eu andava já a tirar o curso de montador electri-cista, na Escola Industrial (hoje So-lano de Abreu). E de seguida, tirei o

comercial. Só não tirei línguas por-que me zanguei com a professora. Passado algum tempo, houve con-curso para escriturário-dactilógrafo, concorri e entrei. Então, continuei a trabalhar e a concorrer e ao fi m des-tes anos todos reformei-me como director delegado, o equivalente a chefe de departamento na câmara.

Nos Serviços, passámos fases mui-to difíceis. Por exemplo, naquele tempo fazíamos os recibos todos à mão e tínhamos de fazer os cálcu-los com uma máquina que ainda aí está, porque eu não deixei deitá-la fora.

Mas eu sabia o preço da água toda, metro a metro, até 100 metros cúbicos. Quando mudavam as tari-fas da água, no segundo mês já os sabia de cor. E tinha de cabeça to-dos os nomes de todos os consumi-dores de cada uma das redes. Por-que além dos recibos tínhamos de escrever à mão numa folha quan-tos eram os metros de água, quanto era o total... Os recibos vinham im-pressos da tipografi a e nós impri-míamos os dados através de uma máquina que trabalhava com uma chapa. Era preciso ser muito rápido para não deixar lá os dedos. Eu e ou-tro rapaz até trabalhávamos ao de-safi o, a ver quem fazia mais consu-

midores por hora. Como tínhamos de mandar fazer fora as chapas dos consumidores, depois comprámos a máquina de fazer as chapas. Essas duas máquinas trabalharam aí anos e anos e anos. Hoje há os compu-tadores, facilitam muito, mas ainda não chegam àquilo que nós éramos capazes de fazer. Eu não posso dizer isto, que me matam, mas é verdade. Hoje ninguém tem memória dos números, de nada…

Fizemos uma série de obras, para os serviços administrativos. Tínha-mos umas pequenas instalações na R. D. João IV, muito acanhadas, que ampliámos para cima quando a es-cola foi desactivada. Mais tarde fi -zemos o armazém onde hoje se encontra o Banco Alimentar. Final-mente fi zemos, já por empreitada, as instalações aqui no Parque Indus-trial, onde hoje estão os Serviços. Não tem nada a ver o que era com o que é agora. E demos um salto enorme no abastecimento de água ao concelho. A seguir ao 25 de Abril é que foi “estender esparguete” por esse concelho fora! Não sei onde é que o eng. Bioucas ia ao dinheiro. E fi nalmente construímos – fomos nós que o fi zemos! – o abasteci-mento a partir da albufeira de Cas-telo de Bode. Diziam-nos para não

nos metermos nisso, mas nós tínha-mos gente capaz – formada aqui! – e fi zemos o serviço. E a água aí está, sem uma rotura, sem perdas pelo caminho. Se eu fosse a contar as es-tórias do que aconteceu, um jornal

inteiro não chegava.E agora, vou para casa. Ainda não

estava preparado para sair. Meti os papéis, mas a pensar sair para o pró-ximo ano. Vamos ver…

recolha por Alves Jana

RETRATO TIPO PASSE

Page 20: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011

Nos dias 26 e 27 de novembro Vila Nova da Barqui-nha volta a ter a animação da Feira d´ Época. Lico-res, mel, produtos da terra e gastronomia regional fazem parte dos produtos que pode encontrar nes-ta feira que vai ter lugar no Centro Cultural da vila. No dia 26 de Novembro, pelas 15h30 actua o “Gru-po Barquinha Saudosa”, seguindo-se a apresenta-ção dos livros “Do Tempo e Outros Velhos” e “De Né-voa e de Vento”, do escritor Emílio Miranda. A noite termina com fados, nas vozes de Rita Inácio, Manuel Costa, Virgílio Quadrio, Julieta Condeço e Jorge Pi-nheiro, acompanhados à guitarra por Joaquim Ro-cha. No dia 27 de novembro, a tarde começa com a actuação da Escola de Cavaquinhos da Universi-dade Sénior do Entroncamento. Logo depois, às 17 horas, Júlio Pereira apresenta o livro “Fazendo Nada, Defendendo Coisa Nenhuma”. Entre as 18h30 e as 20 horas a poesia toma lugar da Feira d´Época, com a actuação do grupo de poesia de Vila Nova da Bar-quinha “Poetas da Casa”, acompanhados com a vio-la de Fernando Espanhol e Jorge Esperança, que to-carão temas originais. No Sábado a feira está aberta ao público das 15 horas às 24 horas e no Domingo, das 15 horas às 20 horas. A entrada é gratuita.

20 CULTURA

Abrantes Até 25 de Novembro – Exposição Carrilho da Graça – Galeria Municipal de Arte, de Terça a Sábado, das 10h às 12h30 e das 14h às 18h30Até 26 de Novembro – Exposição de fotografi a “Ribatejo, o outro lado da cor” - Átrio do Hospital de AbrantesAté 30 de Dezembro – Exposição “Cortiça: Tesouro Nacional, um Valor de Abrantes” – Biblioteca António Bot-to, das 9h às 19h30Até 30 Novembro – Exposição de Azeites – Posto de Turismo de Abrantes, das 9h30 às 17h30 Até 31 de Janeiro 2012 – Exposição “O Desporto Automóvel em Abrantes” – Arquivo Municipal Eduardo Campos25 de Novembro – “IX Jornadas de História Local” – Biblioteca António Botto25 de Novembro – Teatro de Mario-netas “As Pequenas Cerimónias João Chiccó”- Cine-teatro São Pedro, às 21h301 a 31 de Dezembro – Exposição de Natal – Posto de Turismo 1 a 31 de Dezembro – Exposição de Faianças Bordalo Pinheiro – Mercado Criativo – Quarta a Domingo, das 11h às 20h3 de Dezembro a 20 de Janeiro – Pin-tura e Ilustração de João Vaz de Carva-lho- Galeria Municipal de Arte15 de Dezembro – Entre Nós e as Pa-lavras…com o escritor Afonso Cruz – Biblioteca António Botto, às 21h30Até 4 Dezembro - Tejo Sentido, expo-sição de Fotografi a em São Lourenço 23 Dezembro – Mãos na Arte - Ex-posição na Junta de Freguesia de São João, das 10 às 13 horas.1 dezembro – 1º aniversário Dance Rio – Casa do Povo de Rio de Moinhos às 15 horas8 dezembro – 1º Feira de Artesanato da Casa do Povo de Rio de Moinhos, das 10:30 às 18hCinema – Espalhafi tas – Teatro São Pedro, às 21h30:23 de Novembro - “Um Tesouro” e “Histórias Selvagens”30 de Novembro – “Autobiografi a de Nicolau Ceausescu”7 de Dezembro – “E o Tempo Passa”

Barquinha Até 30 de Novembro - Mostra Biblio-gráfi ca de Nicholas Sparks – Biblioteca Municipal19 de Novembro – Teatro “Médico à Força” – Clube de Instrução e Recreio de Moita do Norte, às 21h3019 de Novembro – Teatro “Amália, Nossa Senhora do Fado”– Sociedade Instrutiva e Recreativa de Atalaia, às 21h3025 de Novembro – Noite de Fados – Sede do Grupo Folclórico “ Os Pesca-dores de Tancos”, às 22h - Tancos 26 e 27 de Novembro – Feira D´época – Centro Cultural, das 15h às 24h

Constância Até 30 de Novembro – Exposição “Letras e Cores, Ideias e Autores da Re-pública” - Biblioteca Alexandre O´Neill, das 10h às 18h30Até 30 de Novembro – Mostra Bio-bibliográfi ca de George R. Martin – Bi-blioteca Alexandre O´Neill27 de Novembro a 4 de Dezembro – XXV Feira do Livro – Cine-Teatro Mu-nicipal19 de Novembro a 18 de Dezembro - Exposição “O Centro Histórico de Macau – Património da Humanidade” – Casa-Memória de Camões 3 de Dezembro a 8 de Janeiro – Ex-posição e venda de presépios feitos por artesão do Concelho de Constân-cia – Posto de TurismoDVDteca – Biblioteca Municipal Ale-xandre O´Neill, às 15h:18 de Novembro –“Duas Irmãs, Um Rei”25 de Novembro – “Verão Azul 1”

Mação Até 30 de Novembro – Mostra Biblio-gráfi ca sobre Luísa Ducla Soares – Bi-blioteca MunicipalDe 21 a 25 de Novembro – Debate “Noites de Arqueologia em Mação” – Museu de Arte Pré-Histórica e do Sa-grado do Vale do Tejo, às 21h1 a 30 de Dezembro- Exposição e venda de artesanato local – Instala-ções da Singer, das 16h30 às 19h, fi ns-de-semana das 10h30 às 12h30 e das 14h às 19h17 de Dezembro – Concerto de Na-tal com a Filarmónica União Maçaen-se, FirMação, grupo de cantares “Os Maçaenses” e “Besclor” – Igreja Matriz, às 18h 18 de Dezembro – Concerto de Natal com a Filarmónica União Maçaense e o grupo de cantares “Os Maçaenses” – Salão Paroquial de Eventos, às 16h

Sardoal Até 19 de Novembro – Exposição “Lugares com Memória” fotografi a de Mendes de Almeida – Centro CulturalAté 9 de Dezembro – Exposição de escultura “Lella Castelo Branco em Portugal” – Centro Cultural Gil Vicente19 de Novembro - Cinema – “Ami-gos Coloridos” – Centro Cultural Gil Vicente, às 16h e 21h30 25 e 26 de Novembro – Aniversário do Getas – Teatro “A Casa das Albas” (dia 25, às 21h30) e a “Banda Getas” (dia 26, às 22h) – Centro Cultural Gil Vicente3 de Dezembro – Concerto da Socie-dade Filarmónica Gualdim Pais (To-mar) – Centro Cultural Gil Vicente, às 17h – entrada gratuita10 de Dezembro – Teatro “Campino, Mulheres e Fado” pela Companhia de Teatro do Ribatejo - Centro Cultural Gil Vicente, às 21h30

AGENDA DO MÊS

Feira do Livro promove leitura em Constância

Exposição de esculturas no Sardoal

O Cine-Teatro de Constância recebe a Feira do Livro en-tre 27 de novembro e 4 de Dezembro. A feira, que com-pleta a sua vigésima quinta edição, pretende ser um es-paço de leitura, emancipação do livro e incentivar à lei-tura, vai ter actividades de promoção da leitura, encontro com escritores e ilustradores e espectáculos e exposições. No Domingo, dia 27 de novembro, o Cine-Teatro acolhe a peça de teatro “Adversus – Espectáculo Poético de Lar-go Espectro”, pela companhia Andante. A Feira do livro vai proporcionar encontros com escritores, sendo que o pri-meiro destes encontros acontece no dia 28 de Novembro. Entre as 9 horas e as 14 horas Afonso Cruz, escritor, ilus-trador, realizador de fi lmes de animação e compositor de música vai estar à conversa com os presentes. A escritora Cármen Zita Ferreira vai estar na Vila Poema no dia 29 de novembro e no dia seguinte, 30 de Novembro, a conversa continua com a também escritora Paula Araújo, às 9h30. À tarde haverá o espectáculo “O Pinto Pançudo”, no palco do Cine-Teatro, às 14 horas. No feriado de 1 de dezembro comemora-se o centenário do nascimento de Alves Re-dol, a partir das 15 horas e no dia seguinte, o contador de histórias, António Fontinha, apresenta um reportório em temas da tradição oral portuguesa. O escritor Luís Miguel Rocha dará uma sessão de autógrafos no dia 3 de dezem-bro e no último dia da Feira do livro haverá uma palestra subordinada ao tema “Navegar em Família com Seguran-ça”. Durante todo o evento estará exposta uma exposição de fotografi as e cartazes dos 25 anos da Feira do Livro.

A escultura de Lella Castelo-Branco vai estar em exposição no Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal, até ao dia 19 de dezembro. “Lella Caste-lo-Branco em Portugal” mostra algum do traba-lho da artista, que já expôs no Brasil e Inglaterra. A sua última exposição foi na III Bienal de Cultura Lusófona, em Odivelas, mas no Sardoal Lella Cas-telo-Branca escultora apresenta várias esculturas em bronze. Lella Castelo-Branco nasceu no Rio de Janeiro, reside em Londres desde 1988, mas tem antepassados portugueses. A exposição pode ser vista de Terça a Sexta-Feira, das 16h às 18h e Sába-dos, das 15h às 18h.

Feira d’ época anima Barquinha

A cortiça vai estar em destaque na exposição que a Biblio-teca António Botto tem patente até ao dia 30 de Dezembro. “Cortiça: Tesouro Nacional – Um Valor de Abrantes” pretende reforçar a relação que a cidade de Abrantes tem com a corti-ça. Segundo disse Artur Marques ao JÁ “Uma das chamadas de atenção para esta exposição vai para a corticeira Amorim, por-que existe uma curiosidade em relação a esta corticeira que as pessoas vão poder descobrir na exposição”. O sobreiro e a cortiça foram durante muitos anos uma das principais produ-ções abrantinas, tendo nascido no concelho de Abrantes algu-mas das mais importantes empresas do sector. Esta exposição acontece numa parceria entre a Biblioteca António Botto e a Câmara Municipal de Coruche.

Cortiça em exposição na Biblioteca de Abrantes

Page 21: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 CULTURA 21

Luís Delgado - “Central de Escuta” na Rádio Antena Livre

A Casa-Memória Camões, em Constância, vai ter paten-te até 18 de dezembro a exposição “O Centro Histórico de Macau – Património da Humanidade”. Esta mostra inse-re-se numa estratégia de aproximação do Médio Tejo ao Oriente, estando a fi gura do poeta Luís de Camões asso-ciada à ligação entre as duas partes. O centro histórico de Macau esteve incluído na lista a Património da Humani-dade em 2005, servindo esta exposição para mostrar aos seus visitantes o Património Histórico que conjuga anos de história portuguesa e chinesa, que partilham vários elementos históricos, culturais e económicos. A Casa-Me-mória Camões está aberta de Segunda a Sexta-feira das 9h30 às 12h30 e das 14h às 18h.

Vai estar presente ao público até ao fi nal de janeiro uma exposição sob o tema “O Desporto Automóvel em Abrantes” no Arquivo Municipal Eduardo Campos. Segun-do Francisco Lopes chefe de departamento, bibliotecas e arquivos da Câmara Municipal de Abrantes, o pretexto desta exposição é “pegar na memória das pessoas a par-tir do espólio documental que têm no arquivo e estabe-lecer pontos com o passado e eventualmente com o fu-turo”. Entre 1979 e 2000, o desporto automóvel colocou Abrantes ao mais alto nível nos calendários de provas na-cionais e internacionais. Esta exposição recupera muita da informação sobre esses momentos e é realizada com base no fundo documental da extinta secção de Motorismo do Sporting Clube de Abrantes. Clube precursor desta acti-vidade desportiva. Em Junho de 1979 foi atribuído pelo Automóvel Clube de Portugal ao clube abrantino, o títu-lo de organizador de provas desportivas motorizadas, ten-do desde então organizado eventos a nível nacional e in-ternacional destacando-se o autocross, o Rally Cidade de Abrantes (campeonato nacional) e várias etapas do Rally de Portugal (calendário internacional). A exposição apre-senta também o percurso de dezenas de pilotos que mar-caram a época como Santinho Mendes ou Francisco Ro-mãozinho.

Começou a fazer rádio já lá vão cerca de 21 anos, em Tramagal na rádio Tágide. O que tinha intenção de ser só uma brinca-deira, acabou por se tornar numa grande paixão. Nunca mais parou de fazer rádio. Depois da Tágide, a Rádio Hertz em To-mar e, há cerca de 8 anos na Antena Livre em Abrantes. A música e os desportos motorizados sempre foram a sua espe-cialidade. Conhece os sucessos musicais que ocupam o nº1 em todos os tops da Europa e é isso que nos mostra na emis-são que há vários anos produz na Antena

Livre. “Central de Escuta” está no ar todos os sábados entre as 17h e as 20h, com re-petição todas as quintas entre as 21h e as 24h. Fala-nos sobre os lançamentos musi-cais, as novidades, as recordações, fazen-do deste espaço um verdadeiro magazi-ne musical que pode ser ouvido na Ante-na Livre, em 89.7 fm ou on line em www.antenalivre.pt. Natural de Tramagal, onde nasceu em 1973, Luís Delgado vive no Entroncamento desde 1996. A sua pai-xão pelos carros e a vontade de abraçar uma profi ssão levou-o a deixar a meio o

curso de Gestão de Recursos Humanos para fazer o curso de técnico de vendas, ingressando na equipa Salvador Caeta-no Ribatejo, onde ainda hoje está a tem-po inteiro na delegação de Tomar. Na An-tena Livre, tem ainda a seu cargo as ho-ras da madrugada, entre as 4h e as 6h, e é responsável pela playlist de música in-ternacional da estação emissora. Recen-temente, aceitou o desafi o de fazer um apontamento sobre desportos motoriza-dos, na rádio Tágide, que lhe despertou esta paixão.

Exposição no arquivo municipal de Abrantes

Constância expõe sobre Macau

AS CARAS DA RÁDIO

Page 22: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO201122 PUBLICIDADE

ABRANTES: Ed. S. Domingos - Rua de S. Domingos – 336 – 2º A – Apart. 37Tel. 241 372 831/2/3 – Fax 241 362 645 - 2200-397 ABRANTES

LISBOA: Rua Braamcamp – 52 – 9º EsqºTel. 213 860 963 – 213 862 922 - Fax 213 863 923 - 1250-051 LISBOA

E.Mail: [email protected]

Eurico Heitor Consciência

João Roboredo Consciência

Teresa Roboredo Consciência

Rui Roboredo Consciência

ADVOGADOS

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE MAÇÃO

ConvocatóriaNos termos dos Artigos 29.º e 50.º do Compromisso da Irmandade convoco a Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Mação para reunir em Sessão Ordinária, no próximo dia 23 de Novembro de 2011, pelas 17.30h, na respectiva Sede Social, sita na Av. Adelino Amaro da Costa, em Mação, com a seguinte

Ordem de Trabalhos:1. Eleição dos órgãos Sociais para o Triénio 2011-2014;

2. Apreciação e votação do Plano de Actividades para o ano de 2012;

3. Apreciação e votação do Orçamento Ordinário para 2012;

4. Apreciação e votação do Regulamento Interno do novo Lar de Idosos;

5. Apreciação e votação de autorização a conceder à Mesa Administrativa para permuta de património;

6. Outros Assuntos.

Mação, 04 de Novembro de 2011

O Presidente da Assembleia-Geral(José Manuel Saldanha Rocha)

Caso à hora marcada não esteja presente o número mínimo de Irmãos que permita realizar a Assembleia, a mesma terá lugar meia hora depois, conforme o estipulado no Art.º 28 n.º 2 do Compromisso, nova redacção dada em Acta n.º 24 de 3 de Junho de 1994.

Page 23: JA Novembro 2011

jornaldeabrantes

NOVEMBRO2011 SAÚDE 23

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEMDE ABRANTES

Largo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

ACUPUNCTURADr.ª Elisabete Serra

ALERGOLOGIADr. Mário de Almeida;

Dr.ª Cristina Santa Marta

CARDIOLOGIADr.ª Maria João Carvalho

CIRURGIADr. Francisco Rufi no

CLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio - Dr. António Prôa

DERMATOLOGIADr.ª Maria João Silva

GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVA Dr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira

MEDICINA INTERNADr. Matoso Ferreira

NEFROLOGIADr. Mário Silva

NEUROCIRURGIADr. Armando Lopes

NEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro;

Dr.ª Amélia Guilherme

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel

OFTALMOLOGIADr. Luís Cardiga

ORTOPEDIADr. Matos Melo

OTORRINOLARINGOLOGIADr. João Eloi

PNEUMOLOGIADr. Carlos Luís Lousada

PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia Gerra

PSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;

Dr.ª Maria Conceição Calado

PSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima

Palma

UROLOGIADr. Rafael Passarinho

NUTRICIONISTADr.ª Carla Louro

SERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria João

TERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

Vamos prevenir o cancro do reto, Vamos salvar vidas

SAÚDE É ... Secção da responsabilidade da Unidade de Saúde Publica do ACES do Zêzere

PLANO MUNICIPAL DE PROTECÇÃO CIVIL

É frequente os utentes, mesmo quando saudáveis, chegarem à con-sulta do médico de família e pedirem para fazer umas análises. Normalmen-te, não é hábito incluir nas análises de “rotina” a PSOF (iniciais de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes). Uma aná-lise muito simples, fácil de fazer e ba-rata. Mas, afi nal, qual o interesse des-ta análise? Como já dissemos atrás e o próprio nome indica, procura-se de-tetar a presença de sangue nas fezes (oculto, porque muitas vezes o san-gue não é visível a olho nu). Quando a análise confi rma a presença de sangue nas fezes, devemos fi car atentos, pois o utente pode ter uma lesão, um póli-po, por exemplo, que sangra, sem que o próprio se aperceba. Assim, é possí-vel detetar, precocemente, a existên-

cia de uma lesão que, caso não seja tratada, pode tornar-se maligna. Daí que, quanto mais cedo detetarmos es-sas lesões, mais hipóteses temos de as tratar, impedindo que evoluam para a malignidade. De referir que o cancro do cólon e do reto é um dos que mais mata em todo o mundo.

Todos os anos no conjunto dos Cen-tros de Saúde que integram o ACES do Zêzere, são diagnosticados um eleva-do número de novos casos de cancro do cólon e reto.

No entanto muitos estarão por iden-tifi car e é a pensar nesses casos, que o ACES do Zêzere, vai levar a efeito, du-rante todo o mês de novembro, uma campanha de sensibilização junto dos nossos utentes, através dos profi s-sionais de saúde, para a importância

da realização da pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF).

Para além do cartaz que vai ser afi xa-do em todos os locais de atendimento (sedes dos Centros de Saúde e exten-sões), os nossos profi ssionais, médicos e enfermeiros, irão sensibilizar os nos-sos utentes, principalmente com ida-des compreendidas entre os 50 e os 74 anos, para a importância da realiza-ção desta análise. Um ato simples, fácil de realizar, pouco dispendioso e que pode salvar vidas. As nossas vidas.

Caro utente, se tem entre 50 e 74 anos e está interessado em fazer esta análise, procure o seu médico ou en-fermeiro de família e esclareça as dúvi-das que, porventura, possa ter.

Urbano FigueiredoMédico de Medicina Geral e Familiar

Page 24: JA Novembro 2011