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Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
Prefeitura Municipal de Campinas/SP
Assessora técnica de Proteção Social Especial da Alta Complexidade
Jane Valente/junho 2010
Os desafios do acolhimento e do retorno à família
II Seminário Estadual Pró-convivência familiar e comunitária
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
Um grupo de pessoas que são unidas por laços de consangüinidade[1], de aliança[2] e de afinidade[3].
Esses laços são constituídos por representações, práticas e relações que implicam obrigações mútuas.
[1] A definição pelas relações consangüíneas de quem é “parente” varia entre as sociedades podendo ou não incluir tios, tias, primos de variados graus, etc. Isto faz com que a relação de consangüinidade, em vez de
“natural”, tenha sempre de ser interpretada em um referencial simbólico e cultural. [2] Vínculos contraídos a partir de contratos, como a união conjugal.
[3] Vínculos “adquiridos” com os parentes do cônjuge a partir das relações de aliança.
CONCEITUANDO FAMÍLIA
Plano Nacional CFC 2006
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
“O Programa de Famílias Acolhedoras caracteriza-se como um serviço que organiza o acolhimento, na residência de famílias
acolhedoras, de crianças e adolescentes afastados da família de origem mediante medida protetiva. Representa uma modalidade de atendimento que visa oferecer proteção integral às crianças e aos
adolescentes até que seja possível a reintegração familiar”.
Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do direitode Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
Conceituando Acolhimento Familiar
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São famílias ou pessoas da comunidade, habilitadas e acompanhadas pelos Programas de Acolhimento Familiar, que
acolhem voluntariamente em suas casas por período provisório, crianças e/ou adolescentes, oferecendo-lhes
cuidado, proteção integral e convivência familiar e comunitária.
Entende-se que a FA não deva ser família extensa.A presença do vínculo de parentesco colide com a
proposta do Acolhimento Familiar, configurando-se como reintegração familiar.
Conceituando Famílias Acolhedoras
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Supõe uma relação de vínculos afetivos, quer seja na família de origem, quer seja na família ampliada,
podendo ser incluídos aqui: madrinhas, padrinhos, tios, avós, primos, entre outros, que exerçam relação de afinidade, cuidado e proteção
significativos à criança/adolescente.
CONCEITUANDO REINTEGRAÇÃO FAMILIAR
Esta é uma rede de relações que deve ser utilizada pelos programas de Acolhimento Institucional e Familiar para efetivar o retorno da criança/adolescente ao seu
meio de origem
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CONCEITUANDO REINTEGRAÇÃO FAMILIAR
A reintegração familiar é uma construção delicada,
que se inicia já na entrada da criança/adolescente no serviço.
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Base para um processo de discriminação social
Transformou em tipos jurídicos os tipos sociológicos já existentes na cultura familiar brasileira, institucionalizando as figuras da mãe solteira, da concunbina, da amante e do filho ilegítimo.
Estruturas Complexas com Dominantes
Família nuclear – padrão organização familiar e socialConvivência com outros padrões
Legitimação desse modelo - Código civil 1916Exercícios dos direitos reprodutivos – somente no âmbito do casamento
Fonte: Pesquisa IPEA 2004
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Quem é a criança que eu acolho?
Quem “entra“ com ela no serviço de acolhimento? Que pessoas? Que profissionais? Quais os serviços?
Suas historias não começam naquele momento. Então quem fala por ela e com ela?
Quem representa familia para ela? Apesar das dificuldades apresentadas nesse momento, quem se preocupa com ela?
POR QUE ACOLHEMOS CRIANÇAS E ADOLESCENTES?
PARA QUE ACOLHEMOS CRIANÇAS E ADOLESCENTES?
O QUE MUDA COM A PNAS
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Será que os profissionais envolvidos na medida de proteção estão preparados e conscientes que são, naquele momento,
UM DOS concretizadores de uma política de proteção integral!
Estamos preparados para lidar com a dor? Com o sofrimento do outro?
Acolhemos como protetores de fato? A sensibilidade necessária para esse momento esta presente em nossos atos?
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Precisamos ter a curiosidade sempre presente nas nossas
ações, curiosidade de conhecer a historia de cada familia,
curiosidade pelas informações que serão trazidas. A diferença
trazida por cada um é a diferença que faz a diferença (Sluzki)
E é no momento da chegada que isso tudo começa a acontecer, é
importante ter um ritual de acolhida. Essa acolhida já tem que ser a
expressão da diferença anterior sentida pela criança que resultou na
retirada de seu ambiente familiar.
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1. Jamais colocar a familia da criança como vilã! O acolhimento atual não deve se rivalizar com o anterior.
2. Não apresentar o espaço de acolhimento como a ilha da fantasia!
3. Apresentar duas dimensões: reconhecer o sofrimento e a esperança.
4. Percorrer os espaços físicos, apresentando as pessoas que ela passara a conviver.
6. Usar um tom de voz acolhedor. Dirigir-se a ela levando em conta a idade e a capacidade de compreensão.
5. Apresentar o educador de referência.
A acolhida da criança (Dirce França)
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Trabalho com Famílias
É uma tarefa complexa e exige equilíbrio nas etapas de trabalho com todos os envolvidos
A prática deve ser fundamentada por uma Metodologia - devem caminhar juntas
A construção de um plano individualizado com a família
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Importante construir
a construção de significados, de linguagens, de método, de consensos, tais como:
para a partir daí poder existir a ampliação do conhecimento da vida e das possibilidades
de superação e competências das pessoas implicadas na medida de proteção.
histórico da família pobre no Brasil, conceituação de “família”, necessidades e direitos das crianças e
adolescentes, rede de significações, trabalho em rede, legislação
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Nesse processo de construção coletiva permanente procura-se ter por base:
uma constante avaliação, reformulação e sistematização das ações.
A estruturação do processo de construção da equipe precisa ser desencadeada não só no sentido de proporcionar cuidados, mas
também de construir um processo de formação para um trabalho de qualidade que garanta o atendimento das necessidades e dos direitos de crianças e
adolescentes acolhidos, dirigindo o olhar para todo o contexto de cuidados e que torne possíveis as garantias previstas.
Esta é uma ótica complexa, que leva em conta os sujeitos que operam nos vários níveis desse contexto
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Famílias em alta vulnerabilidade e as relações de cuidado
Família de Origem: o cuidado da criança/adolescente, implica no cuidado com a família de origem. Toda vez que se descuida de algum desses aspectos se
empobrece o sentido do trabalho.
Programa social: cuidar para que possa processar um cuidado refletido na criança e no adolescente
Profissionais: precisam estar preparados para participar de casos muito dolorosos, para isso precisam ser também cuidados em um processo reflexivo e de
formação continuada
Criança e adolescente: para que se desenvolva intelectual, emocional, social e moralmente é preciso que tenha relacionamentos saudáveis com
uma ou mais pessoas, estabelecendo com elas um vínculo emocional, mútuo e forte.
Rede de relações significativas e de serviços: “embalar a rede” entendendo que cada um é muito importante na relação com o todo
(incompletude)
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O principio operacional norteador do trabalho
é o de atribuir centralidade à pessoa que está sendo atendida:
a valorização da pessoa em sua integralidade – como ser individual, como ser de relações (primárias e
secundárias), como protagonista de sua própria vida, em seus desejos, valores, cultura.
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Que repercussão imediata e futura esta decisão terá na
vida das pessoas implicadas?
No diversos espaços de discussão/ação do Programa procura-se ter em mente:
Quem se preocupa com essas crianças e adolescentes?
Quem mais fala e de que lugar fala na discussão e
nas decisões?
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
Processo de construção coletiva
uma constante avaliação, reformulação e sistematização das ações.
Naturalmente, tem-se claro que os resultados dos trabalhos não acontecem de forma linear e sem contradições:
• Durante todo o desenvolvimento do trabalho os profissionais vivenciam um processo de formação
continuada para adquirir e re-construir seus procedimentos e metodologias.
são situações reais, que possibilitam perceber que os resultados de cada ação dependem muito da forma como
as famílias se colocam frente ao mundo – o que não é igual em cada uma delas -
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A partir dessa apreensão, a equipe tem o compromisso em desafiar-se a criar soluções novas, diferenciadas, para as
diferentes situações concretas.
“[...] que quem não tiver debaixo dos pés da alma a areia da sua terra, não resiste aos atritos da sua viagem na vida,
acaba incolor, inodoro e insípido”Luis Câmara Cascudo
Manter um constante nível de curiosidade, desvestindo-se de modelos prontos.
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Criança/adolescente: Família de origem: Programa:Rede de proteção:
FASE DE ACOLHIMENTO INICIAL
METODOLOGIA:
FASE DE ACOLHIMENTO MÉDIO
FASE DE ACOLHIMENTO FINAL
ACOMPANHAMENTO PÓS-REINTEGRAÇÃO
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PLANO DE AÇÃO TRAÇADO COM CADA FAMILIA• FASE DE ACOLHIMENTO INICIAL - FAI (1º TRIMESTRE)• Realização da primeira entrevista do Serviço Social e Psicologia com a Família de Origem, na
sede do SAPECA, para esclarecer os objetivos e normas do programa.• Identificação dos familiares e/ou pessoas significativas para a criança/adolescente nos primeiros
atendimentos.• Composição do histórico da família de origem com os serviços que já a atenderam.• Transferência dos atendimentos da criança/adolescente para a região de moradia da família
acolhedora.• Programação de atendimentos sistemáticos com a família de origem na sede do programa e/ou
domicílio da mesma.• Início das visitas monitoradas da criança/adolescente com a família de origem na sede do
programa.• Se houver proibição de visitas, encaminhamento de relatório à VIJ, após conhecimento inicial da
família de origem, para solicitação de liberação das visitas.• Acompanhamento da adaptação da criança/adolescente na família acolhedora, através de
atendimentos sistemáticos na sede do programa e/ou no domicílio da família acolhedora.• Verificação da documentação do grupo familiar e se necessário encaminhamento para emissão
dos documentos.• Início dos atendimentos da criança/adolescente pela Psicologia para avaliação inicial, utilizando
instrumentais, fichas, desenhos e jogos.• Aplicação do genograma e mapa da rede com a família de origem.• Elaboração, em conjunto com a família de origem, de um plano de ação a ser desenvolvido com a
mesma durante o período de acolhimento da criança/adolescente.
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PLANO DE AÇÃO TRAÇADO COM CADA FAMILIA • FASE DE ACOLHIMENTO MÉDIO - FAM (a partir do 3º MÊS )• Acompanhamento sistemático da família acolhedora, avaliando a convivência com a
criança/adolescente acolhida (o), verificando a necessidade de atender demandas específicas da mesma, além de socializar as informações necessárias sobre o processo de acompanhamento da família de origem.
• Aprofundamento do histórico e intensificação dos atendimentos da família de origem de forma sistemática no SAPECA ou nos domicílios.
• Acompanhamento e avaliação do movimento das famílias de origem com relação aos encaminhamentos realizados, as alterações da dinâmica/organização familiar, a alteração nos padrões de relacionamento, a melhoria na qualidade de vida e capacidade de desenvolver novas estratégias para proteção do grupo familiar.
• Reaplicação do mapa da rede e analise das modificações sofridas durante o período de acompanhamento familiar.
• Intensificação das relações com a rede de serviços de proteção, discussão de caso com a mesma para co-responsabilização no atendimento do grupo familiar e para subsidiar o parecer técnico.
• Havendo a possibilidade de retorno, ampliação dos encontros entre a criança/adolescente com sua família de origem e/ou rede pessoal. Estes encontros poderão ocorrer na sede do programa, no domicílio da família ou em outros espaços.
• Elaboração do parecer técnico, com os dados relativos ao acompanhamento da família e o acolhimento da criança/adolescente, para subsidiar a decisão judicial em relação à guarda dos mesmos.
• A decisão judicial poderá ser: o retorno à família de origem, o encaminhamento para a adoção ou o abrigamento, o que dará início a fase seguinte do acolhimento.
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PLANO DE AÇÃO TRAÇADO COM CADA FAMILIA
• FASE DE ACOMPANHAMENTO PÓS REINTEGRAÇÃO (02 ANOS)
• Elaboração de um plano de acompanhamento específico para a família de origem ou extensa.
• Acompanhamento contínuo da família no território em conjunto com a rede de serviços.
• Avaliação da reinserção da criança, juntamente com a rede e demais envolvidos.
• Elaboração de relatórios de acompanhamento para a V.I.J. quando solicitado.
• Solicitação de nova medida de proteção para a criança caso haja revitimização.
• Após término do período de acompanhamento, efetivar o desligamento
da família de origem do programa através de atendimento conclusivo.
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Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
FAMÍLIA NOprograma
abrigoc.s. taquaral c.s. conceição
abrigo II
escola I
albergue
PGRFMAMIC
at. homeopNADEQ
escola III
CRIAD
Fam. acolhedora
Fam. extensa
SAF
escola IICEVI SAMIM
farmácia
transurc
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FAMÍLIA NOprograma
abrigoc.s. taquaral c.s. conceição
abrigo II
escola I
albergue
PGRFMAMIC
at. homeopNADEQ
escola III
CRIADconvênio
Fam. acolhedora
Fam. extensa
SAFNA
casa apoio
ISNescola II
CEVI SAMIM
farmácia
Rede de Atenção
transurc
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INSTRUMENTAIS DE TRABALHO E FINALIDADES DO SEU USO
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
MAPA DA REDE
SLUZKI (1997)
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GENOGRAMA
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O MOVIMENTO OPERACIONAL DO PROGRAMA
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
•Equipe Profissional Semanal
Reuniões de trabalho/atenção
•Com Famílias Quinzenal?
•Com crianças e adolescentes Quinzenal?
•Com profissionais co-parceiros (rede de proteção)
•Grupo familiar de origem
•Comissões no Conselhos e órgãos de gestão da política
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Nessas reuniões, são construídos os planos de trabalho, onde os diversos membros da equipe podem até ter opiniões
diferentes, mas têm de alcançar um consenso.
Deve-se ter em mente o compromisso com um jeito próprio de trabalhar, que não é a busca da homogeneidade, mas
sim da unidade da equipe: cada pessoa constrói a sua maneira própria de pensar e, com a discussão e a reflexão
permanente, vai construindo a unidade da equipe.
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
Esse processo se faz a partir da reflexão em equipe das questões que emergem no trabalho cotidiano, principalmente através de reuniões semanais.
Como e para quem este estudo deve ser apresentado
Essas reuniões são também espaços de formação que têm por base as experiências possibilitadas pela ação cotidiana.
Nelas são realizadas discussões do percurso de cada caso, análises da evolução da ação, avaliação de resultados, construção de propostas de novas ações e, quando necessário, de mudanças de rumo no trabalho
coletivo, no qual se estruturam conhecimentos a partir da pratica refletida.
A equipe deve ter o propósito de aprender com o que está fazendo.
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
Essa é uma parte da essência do programa. As proposições de cada membro da equipe são negociadas e compartilhadas de forma a se constituir uma base segura para a ação, embora seja sempre diferente no seu modo de
concretização, uma vez que é produto das diferentes realidades postas como desafio, por cada criança, cada adolescente, cada família.
A idéia é que todos saibam e reflitam sobre todos os processos de trabalho. Quando um profissional toma uma decisão, não é dele e sim do
Programa. A responsabilidade é de todos.
SÃO TENTATIVAS DE ACERTOS.
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Nessas oportunidades são resignificadas as propostas de trabalho, reconstruídos conceitos, sempre que
necessário.Entende-se que para chegar à decisão final do estudos, muitos outros parceiros foram implicados no atendimento, na reflexão e na construção de possíveis
soluções.
A decisão sobre a situação de uma família em um programa social deve ser a expressão máxima do que se conseguiu construir de significados em torno da criança, do adolescente e das pessoas
significativas para os mesmos.
OS ESTUDOS que envolvem a familia
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As informações pertencem às pessoas implicadas no processo de construção, sejam elas profissionais do serviço, como também da rede e da família.
As informações precisam necessariamente mostrar todo o percurso histórico da família, as repetições geracionais, o modo de cada um apreender essa história e se apresentar no mundo.
DO ESTUDO AO RELATÓRIO SÓCIO-PSICO
O relatório passa a ser a expressão do trabalho realizado, do compromisso das pessoas nele implicadas, das co-
responsabilidades construídas, das competências reveladas ou das dificuldades em reconhecê-las e superá-las.
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
Quanto maior o nível de co-responsabilidades construídas, maior a possibilidade da ampliação de condições para a reversão da situação que originou a medida
de proteção.
Esse estudo deve subsidiar o processo judiciário através de relatórios periódicos mais completos, envolvendo toda a rede de serviços e pessoas implicadas no mesmo, devendo ser considerado também a possibilidade
do envio de relatórios informativos mais sucintos, quando uma informação pode ser relevante ao percurso desencadeado.
Ele deve ser também o equilíbrio da expressão do cuidado com o tempo da criança/adolescente,
da família e da legislação nacional.
DO ESTUDO AO RELATÓRIO SÓCIO-PSICO
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O relatório sócio-psico:• fundamental na relação com o Poder Judiciário,• precisa ter informações suficientes
É de muita responsabilidade oconteúdo construído e por issomesmo ele precisa ser a expressãode várias vozes, que falam dediferentes lugares, possibilitandouma maior segurança no momentode difíceis soluções.
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O trabalho de atenção a crianças e adolescentes e famílias é algo que deve ser sistemático, processual e contínuo, pois são essas dimensões que irão oportunizar uma constante avaliação das práticas das pessoas envolvidas no processo e, conseqüentemente, a modificação de seus
hábitos e a interiorização das propostas.
A construção dessas propostas devem ser negociadas e compartilhadas por toda a equipe, constituindo-se uma base
segura para o trabalho a ser realizado.
É a partir desta base que a intervenção se movimenta e se concretiza de formas diferenciadas em razão das diferentes realidades postas
como desafio por cada criança, cada adolescente, cada família.
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do Estado: articula a ação do executivo municipal, do judiciário edo legislativo (em ações de cooperação e não de subordinação)
da sociedade: envolve a participação dos Conselhos de Direito eTutelar, das instituições sociais e empresariais, de profissionais dediferentes áreas de atuação, de pessoas interessadas na questão
Configura-se um trabalho complexo que articula, necessariamente, a ação de diferentes sujeitos, em diversos âmbitos de intervenção
estabelecendo parcerias e construindo uma rede deinclusão e de proteção social, em um trabalhoconjunto com as demais políticas setoriais.
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Essa co-presença de diferentes protagonistas
pertencentes a contextos institucionais
diversos, em interrelação permanente, requer
uma abordagem que precisa contemplar a
multiplicidade de sentidos e de significados
atribuídos por esses protagonistas às questões
que emergem em todas as etapas do processo.
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Existe a necessidade de trabalhar a VERDADE com a criança e o adolescente, respeitando o
grau de entendimento de cada um.
A autoridade(*) é primordial na relação com seres em condição peculiar de desenvolvimento.
(*) augere: significa fazer crescer
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FASE DE ACOLHIMENTO FINAL -
ACOMPANHAMENTO PÓS-REINTEGRAÇÃO
(por quanto tempo?)
Exige muita atenção e cuidado!
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c) Fase final do acolhimento / desligamento / pós-reintegração
A saída da criança da família acolhedora e o retornoao seu meio familiar e comunitário se revela um momento delicado, que deve ser trabalhado com osenvolvidos de forma clara, gradativa e sistemática.
ATENÇÃO
Nesse momento também devem ser incluídos outros atores do Sistema de Garantia de Direitos, como o Conselho Tutelar e o Juízo da Infância e Juventude.
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ApoioCompetência
Fonte: ABTH
FASE FINAL E ACOMPANHAMENTO PÓS RETORNO
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• Como promover o que consideramos o “bem estar da criança” sem atropelar os direitos de seus pais? Como promover a justiça social sem perpetuar a violência simbólica embutida na história da nossa legislação que, tradicionalmente, tem estigmatizado pais pobres? [...]
• Constatamos uma situação paradoxal em que o princípio igualitário, aplicado a uma sociedade de extrema desigualdade, tende a servir como mecanismo ideológico que reforça a desigualdade. Claudia Fonseca
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Assistencialismo
Incapacidade
Disfuncional
Desestruturada
Direito do Cidadão
Competência
Estratégia de Sobrevivência
Reconhecimento de Estrutura
DESAFIOS COTIDIANOS
Metodologia de trabalho com família de origem e família acolhedora
Jane Valente
Prefeitura Municipal de Campinas