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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia Janeiro 2015 Eu era cego , mas agora vejo! 12 Provado e aprovado 24 Quantas são demais? 26 Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia LAQUIS Escavando

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R e v i s t a I n t e r n a c i o n a l d a I g r e j a A d v e n t i s t a d o S é t i m o D i a

Jane iro 2015

Eu era cego,mas agora vejo!

12 Provado eaprovado

24 Quantassão demais?

26

R e v i s t a I n t e r n a c i o n a l d a I g r e j a A d v e n t i s t a d o S é t i m o D i a

LaquisEscavando

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 11, Nº- 1, Janeiro de 2015.

www.adventistworld.orgOn-line: disponível em 11 idiomas

Tradução: Sonete Magalhães Costa

A R T I G O D E C A P A

16 Escavando Laquis

Gerald A. KlingbeilQue luz a arqueologia traz sobre nossa compreensão da Bíblia?

8 V I S Ã O M U N D I A L

Passando a Tocha da Verdade Ted N. C. Wilson Relembramos nosso passado enquanto

olharmos para o futuro.

10 E S P E C I A L D E S A Ú D E Abstinência William Hayden Quando temos a certeza de que nossos

únicos vícios são do tipo saudável.

12 D E V O C I O N A L

Eu era cego, mas agora vejo! Myron Madden Se ao menos víssemos as coisas como

Deus as vê.

14 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Testemunhas do amor de Deus Denis Kaiser Um profeta não prediz o futuro, apenas.

22 D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O

D E P R O F E C I A

Mensageira de Deus – como tudo começou

James R. Nix Mulher usada por Deus.

24 S E R V I Ç O A D V E N T I S T A

Provado e aprovado Mikhail E. D. Byng Quando você sabe as respostas, mas não

tem as palavras para dizê-las.

26 R E S P O S T A S A

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Quantas são demais?

28 T R O C A D E I D E I A S

S E Ç Õ E S

Jane iro 2015

3 N O T Í C I A S D O M U N D O

3 Notícias breves 7 Notícia especial 21 Igreja de um dia

F o t o d a C a p a : G e r a l d K l i n G b e i l / A d v e n t i s t W o r l d2 Adventist World | Janeiro 2015

N O T í C I A S D O M u N D O

S E Ç Õ E S

■ Um pastor e um ancião foram mortos em emboscadas, na Guatemala e nas Filipinas, em um intervalo de dois dias, evidenciando o perigo que alguns obreiros da igreja enfrentam em regiões turbulentas do mundo.

Assaltantes mascarados atacaram o pastor Noé González, 54, e a esposa quando voltavam para casa em uma motocicleta, após reuniões evangelísticas realizadas por ele na cidade de Hierbabuena, na região leste da Guatemala, em 23 de outubro.

González recebeu quatro tiros e a esposa, Oralia, foi atingida na cabeça e abandonada para morrer. Ela foi socorrida, tratada em um hospital e liberada horas mais tarde. No dia anterior, homens mascarados e armados abriram fogo contra seis pessoas que se preparavam para embarcar em um veículo na província de Zamboanga del Norte, Filipinas. Morreram Ramil Ansong, 29, ancião de igreja e seu pai José, de 50 anos de idade.

Outras quatro pessoas do grupo, inclusive a mãe de Ansong, escapa-ram sem ferimentos, segundo relatado pela mídia local.

Ataques mortais contra pastores adventistas são raros, mas existem.“Estamos muito tristes pelos ataques violentos contra pastores

adventistas”, disse Derek Morris, secretário associado da Associação Ministerial da igreja mundial, que treina e apoia os pastores. “Em momentos difíceis como este, encontramos consolo nas palavras de Jesus, registradas em Mateus 5:10: ‘Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus’.”

Revelando o futuro

Homens armados assassinam na Guatemala e nas Filipinas.

Pastor e ancião adventistasmortos

PASTOR É MORTO: Centenas de pessoas acompanham o funeral do pastor Noé González, assassinado em Jalapa, Guatemala.

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A maioria das controvérsias, geralmente, é sobre o futuro.

Isso pode parecer estranho para os que passam a vida arrazoando sobre os fatos e o significado do passado.

Que motivo econômico provocou a violenta Revolução Francesa no fim do século dezoito? Como o comércio de algodão nos Estados Unidos contribuiu com o desastre moral, escravizando afro-americanos na mesma época em que o adventismo teve seu início? Que forças políticas e sociais geraram a corrida armamentista que lan-çou sua terrível centelha em Sarajevo, em 1914?

À primeira vista, todos parecem argumentos, ou pelo menos discussões, do passado, como se o passado fosse uma sequência única de eventos lineares, totalmente descritíveis. Historiadores e até alunos do ensino médio, se apegam a uma ou a outra teoria. No entanto, eles sabem que o que estão discutindo realmente, é a validade da sua interpretação dos acontecimentos futuros, na sua perspectiva, que dão significado aos eventos que ainda não aconteceram.

Até mesmo casais recém-casados que discutem se o tubo da pasta de dentes deve ser apertado generosamente desde baixo, ou casualmente pelo meio, estão, na verdade, nego-ciando a questão do poder entre eles no futuro. Um dará as ordens e o outro se submeterá? Encontrarão, com boa vontade, a harmonia para a qual o Senhor criou o homem e a mulher?

É por isso que as controvérsias contidas no artigo de capa deste mês, escrito pelo editor associado e especialista em Antigo Testamento, Gerald Klingbeil, não são somente argumentos sobre o que significam os fragmentos da antiga Laquis, da arqueologia do antigo Oriente Próximo que, infelizmente, alguns consideram ciência empoeirada. De fato, são controvérsias sobre o futuro da fé, especialmente a fé no re-lato histórico da Bíblia. Se temos nas Escrituras um relato confiável e protegido por Deus de um passado doloroso, como revelado cada vez mais em eventos arqueológicos, como as escavações de Laquis, então podemos colocar nossas preocupações sobre as promessas de que Deus cuidará de Seu povo remanescente no tempo

de angústia que acontecerá em breve, conforme descrito nas Escrituras.

Leia esta edição da Adventist World com a seguinte oração pelo seu futuro: “Senhor, mantém minha confiança em

Ti e meu compromisso com Tua Palavra.”

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Janeiro 2015 | Adventist World 3

N O T í C I A S D O M u N D O

Nas Filipinas, várias mídias relata-ram que Ansong era pastor adventista, mas a Divisão Ásia-Pacífico Sul, que inclui as Filipinas, informou que ele era ancião em sua igreja.

Na Guatemala, González morreu devido ao aumento da violência que tem preocupado os líderes da igreja.

“Nosso desejo é de que vocês vivam na presença de Jesus todos os dias, para que estejam preparados para qualquer incidente que possam enfrentar”, disse Guenther Garcia, presidente da Igreja Adventista na Guatemala, aos 117 pastores do seu país. “Não desanimem por causa da maldade, injustiça e depravação que precisam enfrentar devido ao seu chamado para proclamar as boas-novas da salvação.”

González que deixa esposa e quatro filhos, foi o quarto pastor adventista assas-sinado na Guatemala nos últimos 33 anos. – Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

neste caso, e congratulou-se com a deci-são do tribunal, no fim de outubro.

A decisão da justiça “representa uma vitória para todos os que procuram viver ativamente sua fé como um empregado leal”, disse Damien Rice, presidente da Associação do Sul da Nova Zelândia.– Linden Chuang, Adventist Record do Sul do Pacífico

Curaçao: Grande formatura ■ Cerca de 200 mil membros adventis-

tas na América Central e no Caribe re-ceberam certificados por terem comple-tado horas de treinamento nas seguintes áreas: Como dar estudos bíblicos, como dirigir séries evangelísticas ou como falar de Jesus para crianças.

A iniciativa, com um ano de duração, organizada pela Divisão Interamericana da igreja, sob o lema “Ano da Educação Não Formal”, tem por objetivo manter o rápido aumento do número de membros da igreja na região, entre as de cresci-mento mais rápido no mundo.

Nova Zelândia: Tribunal defende o sábado

■ Uma empresa da Nova Zelândia foi condenada a pagar indenização a um ho-mem Adventista do Sétimo Dia demitido por se recusar a trabalhar no sábado.

Mark Meulenbroek foi demitido de seu cargo na Vision Antenna, compa-nhia que instala televisões e sistemas de áudio, na cidade de Invergargill, em setembro de 2012, após recusar-se a trabalhar aos sábados. Meulenbroek, que trabalhava na Vision Antenna desde 2004, pediu o sábado livre após voltar para a Igreja Adventista, que havia abandonado aos 16 anos de idade.

O Tribunal de Revisão dos Direitos Humanos, órgão do Ministério da Justiça da Nova Zelândia, concluiu que Meulenbroek “foi demitido devido às suas crenças religiosas”, e o indenizou com 40 mil dólares neozelandeses (31.025 dólares americanos) por perdas salariais, despesas legais e danos morais.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia na Nova Zelândia interessou-se ativamente

DEFENDENDO O BEM: Noé González na região montanhosa ao leste da Guatemala onde ministrou por dez anos.

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CONCLUSÃO DE CURSO: Membro de igreja sorri após receber o certificado de educação em saúde do Departamento de Saúde da Divisão Interamericana, em Willenmstad, Curaçao.

4 Adventist World | Janeiro 2015

N O T í C I A S D O M u N D O

“O preparo que vocês receberam os ajudará a compreender as expectativas do Senhor, que espera que vocês deem tudo de si”, disse Israel Leito, presidente da Divisão aos 500 formandos presentes à cerimônia em Willemstad, Curaçao.

Myriam Guerrero, 60, estava entre os 500 vestidos com trajes acadêmicos na cerimônia para receber os certificados de educação não formal. Ela completou dois cursos de 40 horas: como preparar campanhas evangelísticas e como liderar uma classe de Escola Sabatina.

“Esse tipo de evento motiva os membros a um maior interesse em servir a igreja”, disse ela.– Libna Stevens, Divisão Interamericana

China: Compreendendo melhor

■ A China pode não ter sido iden-tificada na Bíblia como um destino missionário como já creram alguns adventistas, mas hoje a fé está florescen-do ali, em uma comunidade fraturada, quase sempre isolada e desconhecida do mundo exterior.

Isso foi o que um grupo de cerca de 100 líderes e eruditos adventistas ouvi-ram na primeira conferência desse tipo, realizada em Hong Kong, em outubro, tentando compreender melhor a igreja chinesa, que acredita-se ser composta por 500 mil membros.

“A comissão evangélica é ir a todo o mundo, e isso inclui a China”, disse Bob Folkenberg Jr., presidente da União Missão Chinesa.

Edward Allen, professor de religião do Union College, observou que o primeiro artigo sério sobre a China e missões foi escrito em 1874, por George W. Amadon, funcionário da Review and Herald Publishing Association. Amadon acreditava que a “terra de Sinim” citada em Isaías 49:12 na versão Almeida

canal na televisão a cabo, e o cresci-mento da igreja peruana é uma fonte de inspiração para os adventistas em toda América do Sul”, disse Köhler. – Felipe Lemos e Rosmery Sanchez, Divisão Sul-Americana.

Bahamas: centro de saúde ■ Líderes da Igreja Adventista estão

tentando abrir centros comunitários de saúde em todo o mundo, mas não é todos os dias que um primeiro ministro faz um apelo pessoal para a criação de um centro em seu país.

O primeiro ministro das Bahamas, Perry G. Christie, solicitou à Igreja Adventista a abertura de um centro de saúde e bem-estar em sua nação caribenha após ouvir um líder da igreja local apresentar um relatório sobre os centros adventistas no mundo.

“Vocês têm uma extraordinária his-tória de compromisso com as melhores práticas de saúde. Esse relatório mostra o sucesso dos programas de bem-estar que vocês têm, mas também revela que devemos avançar e criar um centro de bem-estar aqui nas Bahamas”, disse Christie aos líderes locais da igreja, em Nassau, capital do país.

Christie, falando nas quadrienais da Associação do Sul das Bahamas, solicitou o apoio de seu governador para a criação de um centro Adventista de bem-estar.

Revista e Atualizada, refere-se à China, hipótese aceita por eruditos bíblicos, hoje.

Independentemente disso, disse Allen, o importante é que os adventistas “estavam começando a pensar fora de sua caixa” de apenas compartilhar o evangelho dentro dos EUA.– Michael W. Campbell, AIIAS

Peru: TV Adventista é expandida

■ Elevando o controle remoto acima da cabeça, o presidente da Divisão Sul-Americana inaugura a expansão da TV Nuevo Tiempo no Peru, em estádio lotado com 40 mil membros da igreja, em Lima.

O presidente, Erton Köhler, apertou simbolicamente o botão de um controle remoto para inaugurar o lançamento da Nuevo Tiempo em TV a cabo local, no canal 571, durante um culto realizado no Estádio Monumental, na capital do Peru, em 1º de novembro.

O lançamento marca a expansão lo-cal do canal com sede no Brasil, que co-meçou a transmissão por ondas abertas nessa cidade de 10 milhões de habitantes, em dezembro de 2013 , e cuja programa-ção já está colhendo resultados. Um casal foi batizado no fim de outubro de 2014, após se convencerem de que era o desejo de Deus que guardassem o sábado.

“A influência da Igreja Adventista no Peru está aumentando por meio desse

NO AR: Erton Köhler, presidente da Divisão Sul-Americana, apertando o botão do controle remoto para lançar a TV Nuevo Tiempo na televisão a cabo, em Lima, Peru, no sábado, 1º- de novembro.

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Leonard Johnson, presidente da igreja na União Caribenha do Atlântico, disse que a igreja estava considerando estabelecer o seu centro de saúde.– Equipe de comunicação da União Caribenha do Atlântico

Romênia: nova clínica de 1 milhão

■ Foi inaugurado o primeiro centro médico da igreja adventista na Romênia, marcando uma expansão importante do sistema de saúde da Igreja Adventista na Europa e a realização de um sonho dos membros da igreja que já alugavam um auditório no prédio, para cultuar aos sábados.

O centro médico Premed (de 800 mil euros ou um milhão de dólares america-nos), localizado em um prédio reforma-do e recentemente adquirido pela Igreja Adventista, é o primeiro na capital do país, Bucareste, a oferecer ampla gama de serviços de saúde, da medicina geral a curso de culinária saudável.

Marius Munteanu, presidente da igreja na Romênia, comparou o potencial do centro médico à parábola de Jesus, em Mateus 13: 31 e 32, sobre

a pequena semente de mostarda que cresceu e se tornou uma grande árvore.

“Desde seu início, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem suprido as necessidades da alma como também as do corpo”, disse Munteanu na cerimônia de inauguração da clínica no último outono.

Em 2009, os membros adventistas alugaram um auditório no prédio para os cultos aos sábados e começaram a sonhar com a compra de um prédio e a orar para que a Igreja Adventista conseguisse realizar essa compra e transformar o imóvel em um centro médico, disse Adrian Bocaneanu, iniciador do projeto.

“Foi assim que tudo começou: com oração e grande esperança”, disse ele. – A. Horja e G. Isvan, EUCNews

Índia: Comemora 100 anos da mensagem adventista

■ Os membros da igreja no estado de Kerala, comemoraram o 100º aniversá-rio da chegada da mensagem adventista por meio de um colportor.

APRESENTAÇÃO IMPORTANTE: Perry G. Christie, Primeiro Ministro das Bahamas, falando nas reuniões quadrienais da Associação do Sul das Bahamas, na Igreja Adventista do Sétimo Dia Hillview, em Nassau, dia 2 de novembro de 2014.

VESTIDO A CARÁTER: Ted N. C. Wilson, líder mundial da Igreja Adventista, usando trajes típicos indianos, fala em uma reunião de aniversário, em Thiruvananthapuram, capital de Kerala.

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Ted N.C. Wilson, presidente da igreja adventista mundial, enfatizou em discurso para 4 mil pessoas no centro de convenções em Thiruvananthapuram, capital de Kerala, no fim de outubro, que os adventistas que desejam servir a Deus, suprem as necessidades da sociedade.

John Rathinaraj, presidente da Divisão Sul-Asiática, que inclui a Índia, falou que o Adventismo chegou à região por meio de um colportor chamado Suvshesha Muthu, vindo do estado vizinho de Tamilnadu. Suvshesha Muthu vendeu vários livros, inclusive Quem Mudou o Sábado, Verdade Presente e Caminho a Cristo a um capitão do Exército da Salvação chamado M. Abel, em outubro de 1914.

Abel convenceu-se de que o sétimo dia é o sábado bíblico e após vários meses de estudo da Bíblia, foi batizado. Em 1915, ele deixou o Exército da Salvação e começou a pregar sobre o sábado, e o breve retorno de Jesus.

Hoje, nessa região, a igreja possui 37 mil membros, 27 escolas e um hospital com uma escola de enfermagem.– Pothen Kurian, Divisão Sul-Asiática

6 Adventist World | Janeiro 2015

N O T í C I A S D O M u N D O

Reavivados por Sua Palavra, blog que milhares de adventistas estão usando diariamente para

ler toda a Bíblia, não será desativado quando a leitura terminar no livro de Apocalipse, em julho.

Ao contrário, o blog será relançado com um novo nome, “Crede em Seus Profetas”, e será expandido, incluindo os escritos de Ellen G. White.

As pessoas que seguem o plano de estudo de cinco anos cobrindo os 66 livros da Bíblia, também lerão os sete livros mais populares de Ellen G. White: Caminho a Cristo, Parábolas de Jesus e os cinco volumes da série O Conflito dos Séculos.

“Acredito que será uma bênção maravilhosa”, disse Derek Morris, editor da Revista Ministry e organizador dos planos de leitura diária da Bíblia.

Morris, que anunciou um novo plano durante o Concílio Anual, a maior reunião de negócios da igreja, em outubro de 2014, falou da grande quantidade de e-mails recebidos, solicitando que o “Reavivados por Sua Palavra” continu-asse, muito antes que o blog chegasse ao Novo Testamento, em novembro.

“Há pessoas dizendo: ‘Não pare. Talvez pudéssemos ler tudo outra vez e alguma coisa do Espírito de Profecia’,”

nizador do projeto.“Crede em Seus Profetas” recebeu esse

nome com base no texto de 2 Crônicas 20:20: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis”(ARA).

O plano de leitura atual, “Reavivados Por Sua Palavra”, também estimula os adventistas a ler a Bíblia diariamente, e foi iniciado com o objetivo de criar uma comunidade positiva on-line, disse Finley. Os leitores podem comentar após cada acesso diário ao blog.

“Você pode ler alguns blogs e […] alguns deles são um tanto negativos”, disse Finley. “Mas quando você acessa o blog “Reavivados por Sua Palavra”, adventistas positivos, entusiasmados, do mundo inteiro, estão animando uns aos outros: alguém da África anima alguém da América do Sul que encoraja alguém da Europa. Assim, ocorre uma fraternidade familiar. Sentimos que isso é algo que não podemos perder.” ■

disse Morris. “Portanto, creio que Deus está dirigindo e estamos seguindo Sua orientação.”

Reavivados por Sua Palavra, lançado em 2012 reúne todos os 1.189 capítulos da Bíblia com uma introdução reflexiva escrita por um líder da Igreja Adventista ou um membro leigo. Calcula-se que, quando a leitura da Bíblia for concluída na assembleia da Associação Geral, em San Antonio, Texas, em julho, o blog tenha recebido a contribuição de cerca de 150 blogueiros.

Alguns textos do blog “Reavivados por Sua Palavra” serão republicados no novo plano de leitura em consideração aos leitores que possam ter perdido a primeira publicação. Mas Ellen G. White se tornará a principal “blogueira” nos dias em que seus escritos contêm preciosidades sobre o capítulo a ser lido. Além do capítulo diário da Bíblia e da introdução do blog, as pessoas lerão um capítulo por semana de um dos livros de Ellen G. White.

“Nosso objetivo final é inspirar tantos adventistas quanto for possível, a adotar um processo de leitura diária da Bíblia, lendo toda a série do Conflito, Caminho a Cristo, e Parábolas de Jesus”, disse Mark Finley, evangelista e coorga-

Andrew McChesney, editor de notícias da Adventist World

leitura da BíbliaNovo plano de

2015para O novo blog, Crede em Seus Profetas, incluirá capítulos da Bíblia e citações de Ellen G. White.

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NOVO ESTUDO DA BÍBLIA: Foto da tela principal do Crede em Seus Profetas, página da Web do novo plano de leitura da Bíblia, a partir de julho de 2015.

Janeiro 2015 | Adventist World 7

N O T í C I A S D O M u N D O

Ao iniciar um ano novo, quase sempre pensamos em fazer novas resoluções. Essa prática

já é antiga. Há milhares de anos, os israelitas fizeram uma resolução enquanto tremiam no sopé do monte Sinai: “Tudo o que o Senhor falou, faremos!” (veja Êx 19:8; 24:3, 7)*. Infelizmente, como muitas resoluções, essa também não durou muito tempo.

Por outro lado, muitas pessoas des-cobriram que o fato de se concentrar na missão, em vez de resoluções, pode trazer resultados duradouros, eternos.

Vida guiada pela missão Jesus é nosso melhor exemplo de

vida guiada pela missão. Aos 12 anos de idade, Ele compreendia bem Sua missão. Ao retornar a Nazaré, já adulto, falava claramente sobre Sua missão às pessoas da Sua cidade natal. Na sinagoga, entregaram a Jesus o livro do profeta Isaías. Ele encontrou o local em que a missão do Messias é descrita, começando com as palavras “O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim…” (veja Is 61:1, 2). Ao Jesus explicar essa passagem (uma profecia sobre Si mesmo), “falou do Messias, como do libertador dos oprimidos e dos cativos, médico dos aflitos, restaurador da vista aos cegos e revelador da luz da verdade ao mundo.”1 O coração dos ouvintes foi movido, e “respondiam com fervorosos améns e louvores ao Senhor.”2

A alegria, no entanto, terminou repentinamente quando Jesus anunciou: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir” (Lc 4:21). Quando compre-enderam o significado das palavras de Cristo, o povo de Nazaré ficou profunda-mente ofendido. “Eles, israelitas, filhos de Abraão, haviam sido representados como em servidão. Tinha-lhes falado como presos a ser libertos do poder do mal; como em trevas e necessitados da luz da verdade. Seu orgulho ficou ofendido, despertaram-se neles os temores.”3

Como sua ideia sobre a missão do Messias diferia da verdade revelada por Jesus, tentaram matá-Lo.

12:6, tiveram que “fugir para o deserto” por 1.260 anos. Durante aquela idade escura, muitos foram martirizados por sua fé ao permanecerem firmes nas verdades bíblicas.

Missão da Reforma Perto do tempo do fim, reforma-

dores como Wycliffe, Huss, Jerônimo, Lutero, Zwínglio, Berquin, Tyndale e outros começaram a chamar a atenção para as verdades bíblicas que tinham sido distorcidas ou escondidas ao longo dos séculos. As verdades ensinadas por Cristo começaram a emergir à medida que a Palavra de Deus era levada ao povo em sua própria língua.

Pessoas de grande e de pouca proeminência pública faziam parte do grande movimento de reforma de Deus que invadiu o cristianismo, devolvendo-o

Centrado na missãoDurante toda a Sua vida terrestre,

a missão de Cristo de buscar e salvar o perdido foi o foco de tudo que Ele fazia. Quando completou Sua missão aqui, Suas palavras de despedida aos Seus dis-cípulos se tornaram conhecidas como a Grande Comissão (Mt 28:19, 20). Depois do Pentecostes, os primeiros seguidores de Cristo levaram adiante a Grande Comissão e viraram o mundo de cabeça para baixo! Infelizmente, não demorou muito para que Satanás assumisse sua missão, procurando confundir, desanimar, neutralizar e destruir a igreja cristã primitiva. Em meados do segundo século d.C., uma falsa forma de cristianismo havia surgi-do, e não mais se ensinava as verdades puras de Cristo. Os fiéis seguidores de Deus, como predito em Apocalipse

Ted N. C. Wilson

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V I S Ã O M U N D I A L

8 Adventist World | Janeiro 2015

INTERPRETAÇÃO DO ARTISTA: Através dos século, o povo de Deus sempre se beneficiou com o testemunho de Suas testemunhas fiéis.

ao propósito original de Deus para a Sua Igreja com base na justificação pela fé – o plano da graça de Deus que nos justifica, santifica por meio do cresci-mento diário pelo Espírito Santo e que, finalmente, nos glorificará, por intermé-dio de Jesus Cristo, nosso Salvador.

A missão profética

Desse grande movimento pro-testante da reforma, nasceu a Igreja Adventista do Sétimo Dia, com a mis-são profética fundamentada em Daniel 8:14, Apocalipse 12:17; 14:6-12; 18:1-4; 19:10, e outros textos dinâmicos. A missão continuou a reforma levando as pessoas de volta à verdadeira adoração a Deus, centrando-se em Cristo e Sua verdade encontrada na Bíblia e somen-te na Bíblia. Os adventistas do sétimo dia há muito compreenderam que sua natureza e missão singular nasceram das profecias encontradas nos livros de Daniel e Apocalipse, especificamente nas Três Mensagens Angélicas de Apo-calipse 14. Uma compreensão teológica correta dessas profecias conduzirá a uma abordagem correta da missão. A teologia adventista do sétimo dia e sua missão são inseparáveis – nossa missão cristocêntrica é impulsionada pela nossa mensagem cristocêntrica.

Os adventistas são singulares? Negar a mensagem especial que

Deus nos deu e afirmar que não somos tão diferentes dos outros cristãos é uma das maneiras mais rápidas e efi-cazes de neutralizar a missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em todo o mundo hoje, 2,18 bilhões de pessoas se identificam como cristãos. Além disso, foram identificadas mundialmente, cerca de 41 mil denominações e organi-zações cristãs.4

É claro que esses cristãos de várias denominações amam Jesus e valorizam Seu sacrifício na cruz assim como os Adventistas do Sétimo Dia. Então, qual é a diferença? Muitas pessoas sinceras fazem essa pergunta, e devemos estar preparados para respondê-la.

ao mundo. Alguns podem dizer que no mundo de sensibilidades políticas de hoje, as mensagens de Apocalipse 14 não são apropriadas para estar no primeiro plano de nossa missão. Mas as Três Mensagens Angélicas constituem o apelo final de Deus a este mundo para ajudar qualquer pessoa a se preparar para o encontro com Jesus.

“Em sentido especial, os adventistas do sétimo dia foram postos no mundo como vigias e portadores de luz. A eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer [...] Foram incumbidos de uma obra da mais solene importância: a procla-mação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Não há nenhuma obra de tão grande importância. Eles não devem permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção.”6

Todo adventista do sétimo dia, inde-pendentemente de idade, sexo, raça ou nacionalidade é chamado a partilhar a verdade, como ela é em Jesus, com esse mundo que agoniza. Chegou o momen-to em que todos devem trabalhar como um só corpo. Cada qual tem um papel a desempenhar na proclamação da men-sagem final de Deus. Falaremos mais sobre isso no futuro. Como o tema da nossa próxima sessão da Conferência Geral em 2015 nos lembra: “Levante-se! Brilhe! Jesus está voltando! “Esta é a sua e a minha missão”! ■

1 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 237.2 Ibid.3 Ibid.4 “General Statistics and Facts of Christianity,” extraído da Christianity.about.com.5 Da “Declaração da Missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia”, votada pela Comissão Executiva no Concílio Anual, em Silver Spring, Maryland, no dia 13 de outubro de 2009. Para ter acesso ao documento completo, visite adventist.org e procure por “mission statement.”6 White, Testemunhos para a Igreja, v. 9, p. 19.

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada.

A missão da verdade A maior parte da primeira geração

dos adventistas dirá que escolheu se tornar adventista porque “encontrou a verdade”. O próprio Jesus conhece os anseios do coração humano, e muito de Sua missão terrestre era composto de cura e ensino. Outra palavra para “ensino” é “doutrina”, e o coração de cada uma das nossas 28 Crenças Funda-mentais ou doutrinas é Jesus Cristo. Os judeus se perguntavam como Jesus era tão instruído. “Respondeu-lhes Jesus: O Meu ensino não é Meu, e sim dAquele que Me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade dEle, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se Eu falo por Mim mesmo” (Jo 7:16, 17). Em sua carta a Timóteo, Paulo instruiu o jovem ministro a ser “alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina […]”. “Aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino.”

Ele, então, aconselhou Timóteo: tenha “cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1Tm 4:6, 12, 13, 16).

Nossa missão dada por Deus Portanto, qual é nossa missão como

adventistas do sétimo dia? É “fazer dis-cípulos de todos os povos, comunicar o evangelho eterno no contexto das Três Mensagens Angélicas de Apocalipse 14: 6-12, levando-os a aceitar Jesus como seu Salvador pessoal, e a unir-se à Sua igreja remanescente, ensinando-os a servi-Lo como Senhor, e preparando-os para Seu breve retorno.” “Perseguimos essa missão sob a direção e capacitação do Espírito Santo por meio da pregação, do ensino, da cura e do discipulado.5

Estaria esse movimento destinado a simplesmente se tornar mais uma das tantas denominações religiosas? A res-posta é um sonoro “não!” Essa igreja remanescente foi chamada e formada por Deus em um tempo específico da história da Terra, para proclamar a última mensagem de advertência

Ted N. C. Wilson é presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Janeiro 2015 | Adventist World 9

na minha veia para equiparar, proporcionalmente, ao que fora dado àqueles roedores.

Posso parar quando eu quiser Vários anos se passaram. Eu dizia a mim mesmo: Posso parar

quando eu quiser. Mas eu simplesmente não queria. Ouvi sobre as terríveis dores cabeça que eu teria e como me sentiria mal por vários dias. Eu não queria passar por tudo isso. Por que me preocupar? Afinal de contas, era apenas um cafezinho...

No entanto, após cerca de 20 anos, concluí que estava bebendo muito mais café do que antes. Eu precisava de uma xícara só para me sentir normal. Penso que isso é chamado de “tolerância”, a ideia de que seu corpo, já está tão acostumado com uma droga, que necessita dela cada vez mais para ter o mesmo efeito que causava antes. Lembro-me de que, no início, eu tomava uma xícara de café e me sentia eufórico. Não me lembro da última vez que ele teve esse efeito em mim. Tudo que o café fazia ultimamente era me manter desperto e me dar alguma energia, pelo menos por um tempo.

Um efeito que senti bem cedo foi sobre meu sono. Antes, quan-do eu me deitava, bastava tocar a cabeça no travesseiro e, em dez minutos, eu dormia profundamente, por sete horas. Faz dezoito anos que não sei o que é uma noite de sono como aquelas.

O começo do pesadeloDecidi deixar. “Vinte anos bebendo café é suficiente”, pensei.

Já não era tão jovem e estava tendo alguns problemas de saúde. Não sabia se estavam ligados à cafeína ou não. O que eu sabia é que tinha tomado muito café e por muito tempo. Já era hora de parar. Mais de uma vez tinha desejado, mas não tinha come-çado, e a recriminação não era suficiente para que eu levasse o assunto a sério. Mais uma vez, perguntei a mim mesmo: “O que há de tão problemático nisso? É um café, apenas!”

Então, num impulso, no arroubo de um momento, eu disse:

Passei a tomar café há uns vinte anos. Comecei muito “inocentemente”. É claro que eu sabia o que Ellen White escreveu sobre o assunto, mas, mesmo assim, […]

bebia raramente: para dirigir por muitas horas, após uma noite difícil ou para compensar a diferença de fuso horário. Eu bebia uma vez a cada dois meses, ou talvez uma vez por mês... [?] Não me lembro. Sei que não era muito.

Isso foi no princípio. Depois, passou a ser uma vez por semana. Um prêmio! Só para uma injeção de energia. Esta-vam sendo lançadas as lojas “Gourmet” de café; elas fazem parte da cultura. Quem não frequentava essas lojas? Muitos de nós, adventistas e tudo, íamos juntos. Podíamos conversar, nos refrescar e ficar cafeinados, o que, definitivamente, nos energizava para voltarmos ao trabalho.

Sou pastor ordenado. Muitos dos que bebiam comigo também eram. Às vezes eu pensava: “Eu não devia estar fazendo isso”, mas na verdade, não queria parar. Não sentia uma necessidade real de fazê-lo. Afinal, era só um pingado, inclusive um pingado no leite de soja.

Antes que eu percebesse, estava bebendo todos os dias. Uma xícara pela manhã. Talvez algo à tarde, só para me manter “ligado” o dia todo. Isso também me ajudaria bastante no púlpito. E foi assim por vários anos. Eu nem pensava mais no assunto. Tomar café era só o que a maioria das pessoas fazia. Afinal, que mau isso poderia fazer, se tantos adventistas estavam bebendo também?

Eu lia relatórios médicos sobre o café e pensava que alguns fossem advertências sobre o uso excessivo, pois outros faziam o café parecer até muito benéfico. Alguns mostram, inclusive, alguns efeitos benéficos à saúde: menos chances de contrair o mal de Alzheimer, e esse tipo de coisa. Era tudo o que eu amava ouvir. Quando lia sobre ratos de laboratório que recebiam cafeína e adquiriam terríveis doenças, eu me acalmava pensando que teria de injetar cinco litros de café

William Hayden

abstinênciaConfissões de um viciado em cafeína

E S P E C I A L D E S A Ú D E

10 Adventist World | Janeiro 2015

“Acabou!” Eu teria uns dias de férias, e por duas semanas meu fardo não seria tão pesado. Pensei ser o tempo perfeito. Preparei-me para a dor de cabeça que viria e para me sentir um pouco zonzo por alguns dias, e pronto.

Mal sabia eu...Não muito depois que parei de beber café, comecei a sentir

uma indisposição estomacal. Como eu já estava tendo um pro-blema no estômago, concluí que devia ser o mesmo problema. Mas meu estômago só piorava. Eu sentia náuseas, com dor, cansaço; e tudo eu atribuía à minha doença.

Após dois dias, a dor de cabeça chegou. “Ah!”, pensei, “Aqui está ela! Era só o que eu precisava agora que estou lidando com meu estômago!” Mas eu estava determinado a abandonar o café. Felizmente, a dor de cabeça logo passou. Embora meu estômago ainda me incomodasse, eu não sentia nenhum dos sintomas da abstinência. “Nossa! Foi muito fácil! Nem sinto falta.” A essa altura, eu me sentia tão doente que nada me atraía, nem mesmo o café.

Após uns quatro dias eu estava me sentindo muito mal. Não tinha apetite e sentia muita náusea, além de não conseguir dormir. Não consegui pregar o olho por duas noites seguidas.

Foi quando o verdadeiro pesadelo começou. Eu estava oprimido pela ansiedade. Nunca antes tinha sofrido ataques de pânico. Então, passei a ter crises, uma após outra. Se eu pensasse em qualquer problema, por mais simples que fosse, sentia um aperto no peito e soltava um longo suspiro. As ondas de pânico me atacavam vez após vez e se alojavam firmemente em minha cabeça e peito. Eu não fazia a menor ideia do que estava acon-tecendo. Por cerca de 36 horas, cheguei a pensar que estivesse perdendo o juízo. “O que está acontecendo?” Sabia que, se não tomasse uma decisão definitiva, eu me suicidaria.

A maior fonte de estresse era não saber o que estava acon-tecendo. Por que eu estava tão doente? Por que estava sentindo tanta ansiedade? Não podia ser a crise de abstinência da cafeína, podia? Ela se resumiu nas três horas de dor de cabeça, não mais.

Fui para a cama, acessei a Internet e, para meu espanto, após procurar por “sintomas da abstinência da cafeína”, vi que era exatamente o que estava acontecendo comigo. A dor de cabeça é o sintoma mais comum, mas não é o único. Nem todo

mundo entende isso. Li sobre crises severas de abstinência e concluí que era exatamente o que estava acontecendo comigo. O que eu estava pensando? Que depois de colocar uma droga em meu corpo, quase todos os dias, durante 18 anos, eu iria ter só uma dorzinha de cabeça?

Estou muito envergonhado em dizer, mas eu estava passando por uma intensa crise de abstinência de droga. Essa era a angústia horrível que eu estava sentindo em meu corpo e mente.

Fiquei um pouco aliviado. Pelo menos eu sabia o que esta-va acontecendo. Olhando para trás, posso agradecer ao Senhor por não ter reconhecido meus sintomas com a abstinência da cafeína até a pior fase, porque se eu soubesse o que estava causando aqueles sintomas, por vingança, teria voltado a beber café. Depois que percebi o que estava acontecendo, o pior já tinha passado. E foi ruim! Muito ruim!

Coisa ruim Hoje, já não uso cafeína por vários meses. Ainda não

estou 100% bem, mas me sinto melhor a cada dia (graças ao Senhor!). Nunca soube que espécie de coisa ruim era a cafeína, até ter vivido essa experiência.

Aprenda com os meus erros. Se você ainda não começou a beber café – não comece! Esqueça o fato de que tantas pessoas fazem isso. Muitas pessoas bebem álcool, mas isso não torna correto nem saudável esse hábito para você. Se você está beben-do só um pouco, pare! Quanto mais tempo você beber, será pro-vável que beba mais, e mais difícil será deixar de beber. O café é uma droga, e como a maioria das drogas, vicia. Só os vendedores de café não admitirão que a cafeína vicia. Todo mundo sabe disso. Se você bebe bastante, beba menos. Vá se desacostumando (você pode se sentir muito mal, prepare-se!). Embora todo mundo seja diferente, pode ser que você não tenha os mesmos sintomas que eu tive, mas também pode senti-los muito mais fortes. Pode ser que até necessite de ajuda profissional.

Não se trata de apenas um café. É cafeína, uma droga poderosa e viciante. Deus quer o melhor para você! ■

A mídia popular e até a científica, muitas vezes fala sobre os benefícios do uso da cafeína. Alguns meios de comunicação têm publicado que o mundo inteiro parece usar a cafeína para acordar de manhã, ficar alerta

o dia inteiro e trabalhar até tarde da noite. A cafeína parece ser a base farmacêutica

para a produtividade pós-moderna. Por muitos anos, mesmo como

professor e diretor de departa-mento em uma universidade

adventista, fiz parte desse

apelo Bruce Solmner

padrão. Até que certa noite, há alguns meses, após um dia de 16 horas e muita cafeína, meu pulso baixou para 38 bati-mentos por minuto e acabei em uma am-bulância a caminho de um pronto-socorro cardiológico. Após uma série de exames, meu cardiologista concluiu que a cafeína era a grande responsável pelas contrações ventriculares prematuras (CVPs), ou extra batimentos cardíacos anormais.

Imediatamente parei de consumir cafeína e, desde então, as CVPs desapare-

ceram. Recentemente, fiz uma experiência tomando 350 ml de uma bebida cafeinada. Em 15 minutos as CVPs estavam de volta.

Embora a produtividade do mundo de-penda da cafeína, ela não é a substância inofensiva elogiada pela mídia popular e científica. Sem cafeína, agora durmo me-lhor, tenho um estado alerta mais estável, e as emoções estão menos agressivas. Talvez o mundo pudesse ser melhor se soubesse dos riscos desse estimulante aparentemente inofensivo.

William Hayden é um pseudônimo

Bruce Solmner é um pseudônimo.

D E V O C I O N A L

Eu costumava pensar que este mundo fosse confuso.Eu passava horas olhando para minha mão,

imaginando por que ela se parecia com uma televisão colorida estática, embora suave e sólida. A indefinição onipre-sente era um dos grandes mistérios da vida, mas eu nunca a questionei. Ela era parte normal da minha vida. O mundo era naturalmente desfocado, como sempre tinha sido e continua-ria sendo até o dia da minha morte.

Meu boletim do primeiro ano mudou tudo isso. Minhas notas não eram nada exemplares e minha mãe, repreen-dendo-me, deixou bem claro quanto estava decepcionada comigo.

– Isso não é justo! – eu disse emburrado, cruzando os braços. – Como você quer que eu tire boas notas se nem consigo ver direito o quadro negro?

Vi uma expressão de espanto no rosto de minha mãe e, em poucos minutos estávamos a caminho do consultório médico. Após passar por vários exames, o médico me disse que eu era “cego como um morcego”.

“Cego?” Lembro-me de ter pensado. “Como isso é possível? Todo o mundo não vê o mundo como eu vejo?” Enquanto refletia sobre minha visão, o médico colocou um par de óculos em meu rosto. Pisquei algumas vezes e soltei um suspiro sonoro. Em um instante, meu mundo mudou para sempre.

– Nossa! É tudo tão brilhante! – gritei ao entrar pela porta de nossa casa. Senti como se estivesse vendo o mundo pela primeira vez. Tudo era tão nítido e claro. Tudo permanecia igual, mas de alguma forma, diferente. – Olha a pia! Eu não sabia que ela era tão brilhante! E, olha! Até o lixo é brilhante!

Com tanto entusiasmo, não percebi que minha mãe vinha atrás de mim, com lágrimas rolando pelo rosto. Seu filho tinha sido “cego”, e, pela primeira vez, podia ver.

Cercados– Eliseu! Acorde! Eliseu se mexeu em sua esteira, sem entender direito os

sussurros frenéticos de seu servo.– Mestre! Por favor! Acorde!Eliseu sentou-se e olhou para o servo. O homem estava

encharcado de suor e tremia visivelmente. – O que aconteceu?O servo puxou seu mestre pela manga e o ajudou a ficar

de pé. Sem uma palavra, Eliseu foi conduzido para fora. Imediatamente, o profeta viu a razão do medo do seu servo. Um exército com cavalos e carruagens cercava toda a cidade. Eliseu sabia que o exército estava ali por causa dele e, sem dúvida, era proveniente da Síria. Deus já estava lhe revelando os planos de guerra do rei da Síria, e ele estava transmitindo esses planos ao rei de Israel. O rei inimigo deve ter descoberto que Eliseu era responsável por um vazamento de informação e enviou seus homens para ter certeza de que seus planos permaneceriam secretos.

Todos podiam perceber que Eliseu e seu servo estavam encurralados. Não havia escapatória; o ataque do exército era apenas uma questão de tempo.

– Mestre, o que devemos fazer?– Não há razão para ter medo – sorriu Eliseu. – Os nossos

são mais numerosos que os deles.O servo olhou confuso para seu mestre. Eles eram apenas

dois homens contra centenas. Será que contamos errado? Ou Eliseu finalmente havia enlouquecido?

O profeta olhou para a expressão do seu servo e riu. O homem o fazia lembrar-se de si mesmo quando era aprendiz de Elias. Chegando mais perto do rapaz, Eliseu começou a orar. “Pai, por favor, abre seus olhos para que veja.”

O servo abriu os olhos e engasgou. De repente, havia

Eu era Cego,

Myron Madden

mas agora

12 Adventist World | Janeiro 2015

aparecido outro exército, mas esse era diferente. Esse novo exército montava cavalos e tinha carruagens de fogo, excedia em centenas o exército sírio. O servo olhou rapidamente para a esquerda e para a direita, sem conseguir acreditar em seus olhos.

O exército do anjo estivera cercando Eliseu e ele mesmo o tempo todo. Nunca houvera motivo para ter medo. O servo suspirou aliviado. Ele estava cego, mas pela primeira vez, podia ver (veja 2 Reis 6:8-17).

Visão espiritual A cegueira física e espiritual são muito semelhantes –

você nunca percebe quanto é má sua visão até enxergar.Quando estava na faculdade, pensava que minha visão

espiritual fosse ótima. Compreendia de maneira impressio-nante a teologia, tinha certeza absoluta de minha fé, e sabia que Deus estava trabalhando em minha vida.

Tudo mudou depois que um dos meus professores me desafiou a mergulhar fundo na Bíblia. Mas ele não queria que eu fizesse apenas uma leitura. Ele queria que eu estudasse cada capítulo, verso por verso, saboreando cada palavra como se tivessem acabado de sair da boca de Deus.

Aceitei o desafio, pensando que seria apenas trabalhoso. Logo, então, algo aconteceu. Quanto mais fundo eu ia nas Escrituras, e quanto mais esforço eu dedicava para realmente compreender o que eu estava lendo, mais perto eu ficava de Deus. De repente, ler a Bíblia não era simplesmente mais uma tarefa; era uma forma de eu passar tempo de qualidade com o Pai. Rapidamente, em minha vida cotidiana, eu me tornei mais dependente de Deus e passei a dedicar mais tempo durante o dia em comunicação com Ele. E, depois de fazer de Deus parte integrante da minha vida, Ele abriu meus olhos.

Comecei a realmente ver como Deus estava trabalhando em minha vida. Vi como Ele estava presente em cada decisão, em cada sucesso, e em cada tristeza. As histórias da Bíblia que antes eram pouco mais do que palavras inspiradoras de um livro sagrado, tornaram-se vivas e verdadeiramente aplicáveis em minha vida espiritual e pessoal. Minha percepção de sofrimento, tristeza, alegria e amor foi alterada porque eu podia ver Suas mãos segurando as rédeas. Tudo era exatamente igual, mas de algum modo, diferente.

Clareza espiritual não é uma questão de conhecer; é uma

questão de ver. É verdade que eu sabia que Deus estava traba-lhando em minha vida, mas isso não significava nada porque eu não podia ver o que Ele estava fazendo.

Óculos espirituais Muitas vezes atribuímos a cegueira espiritual aos que não

creem e não conseguem ver Deus. Mas muitos de nós ainda estamos cegos. Ouvimos sobre o amor de Deus, mas falhamos em vê-Lo, quanto mais senti-Lo. Compreendemos o conceito de um Deus onipotente e ensinamos esse conceito a outros, mas não tivemos um encontro pessoal com Ele.

Não importa quão nítida pensamos ser nossa visão espiri-tual; todos nascemos cegos. O pecado deixou nossa visão tur-va, portanto, nossa visão de Deus é desfocada. Embora nossa visão completa não seja recuperada até que o Mestre retorne, podemos melhorar a visão deficiente que agora temos.

Deus está ansioso para abrir nossos olhos. Ele quer que vejamos a luz brilhando neste mundo escuro e almeja que testemunhemos Sua obra de transformar os caminhos ro-chosos da vida em estradas planas (Is 42:16). Ele está ansioso para revelar Seus planos para nossa vida e para nos dar um vislumbre de Seu caráter perfeito (Jr 29:11-14).

Tudo o que Ele pede em troca pelos óculos espirituais, é que O busquemos sinceramente (Dt 4:29). Para que vejamos Deus agindo em nossa vida, precisamos saber qual é a Sua aparência. Ao estudarmos diligentemente as Escrituras, pode-mos aprender sobre o Deus a quem servimos. Por meio das Suas palavras podemos obter uma visão mais nítida e mais clara de quem Ele é.

Mas não devemos parar por aqui. Sim, Deus promete estar conosco quando pedimos em oração, mas Ele também quer conversar conosco – uma conversa em que ambos os lados falam (Êx 33:11). É fácil pedir as bênçãos e falar com Deus, mas muitas vezes não temos a mesma disposição para ouvir. Buscar a Deus significa meditar em Suas palavras, mas também inclui tomar tempo para ouvir as novas palavras que Ele nos fala todos os dias (Jr 33:3).

Não se conforme com a falta de nitidez. Deus está espe-rando para abrir seus olhos, para que você possa ver o mundo como Ele planejou originalmente que fosse visto. E se Ele já abriu seus olhos, como os de Eliseu, você pode abrir os olhos de outros para que eles também possam ver toda a glória do Altíssimo. ■

O pecado deixou nossa visão turva, tornando desfocada a visão que temos de Deus.

Myron Madden foi um dos estagiários da Adventist World, no verão de 2014.

Janeiro 2015 | Adventist World 13

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Meu primeiro contato com Ellen G. White (1827-1915) e seus escritos certamente não

foi muito positivo quando, no início da adolescência, comecei a frequentar esporadicamente a igreja na Alemanha Oriental comunista. Enquanto algumas pessoas tinham fortes objeções ao seu ministério profético, outras usavam seus escritos para fazer discursos inflamados contra os “pecadores nas mãos de um Deus irado.”1 Talvez você compartilhe de minha experiência de a ter conhecido como uma senhora idosa que, aparentemente, gostava de criticar as pessoas com o dedo em riste.

Entretanto, a própria Ellen White se sentia desconfortável ao transmitir as mensagens de reprovação que Deus lhe dava, endereçadas a pessoas específicas, porque ela mesma julgava essas mensa-gens muito duras.2 Quando comecei a pesquisar seus escritos por mim mesmo, vi que a maior parte do que ela escreveu não se encaixa na categoria de censura e reprovação, mas na de auxílio para se obter mais compreensão das Escrituras, do crescimento em Jesus, para dar sentido ao conflito entre o bem e o mal e também de orientações de como se ter uma vida saudável e de realizações neste mundo, esperando a vida na nova Terra.

Mesmo os nove volumes dos Teste-munhos para a Igreja não contêm ape-nas admoestações às pessoas e igrejas com problemas específicos em circuns-tâncias distintas, mas também incluem material biográfico e conselhos úteis específicos. No entanto, mesmo boa parte das repreensões contidas nesses volumes pode ser resumida como segue: Seja mais carinhoso com seu cônjuge, família, irmãos, e vizinhos.

Evidentemente, nem sempre supor-tamos reprovações e repreensões. Você se lembra de que os profetas de Deus, nos tempo bíblicos, frequentemente eram perseguidos e até martirizados?

(Lc 11:46-51; At 7:52; Rm 11:3) No entanto, culpar os profetas pelas mensa-gens é errar o alvo, pois eles são apenas instrumentos de Deus para comunicar as mensagens que vieram dEle.

Natureza e propósito do ministério profético

Quando me tornei mais familia-rizado com as histórias dos profetas bíblicos e com a vida e pessoa de Ellen White, comecei a apreciá-los como pessoas não isentas de erros, mas que desejavam submeter-se à orientação do Espírito Santo e à Sua influência santifi-cadora. Descobri que, além de predizer os acontecimentos futuros e proclamar mensagens de advertência, os profetas bíblicos lembravam ao povo de Deus Seus atos poderosos, milagrosos e gloriosos ao longo da história.

Eles também enfatizavam a neces-sidade de relembrar as palavras e os ensinamentos de Deus no passado,

Amor

N Ú m e r O 1 8

Denis Kaiser

dirigindo Seu povo à Palavra de Deus, então conhecida (cf. Is 8:20). Seu relato de vitórias e fracassos ilustra o fato de que as vitórias espirituais só podem ocorrer se houver uma ligação íntima com Deus. Suas mensagens serviam para reavivar a confiança na direção divina, desenvolver um relacionamento fervoroso com Ele e indicar Jesus Cristo como o Messias divino-humano prometido.

Amor recíproco Apelos só têm sentido se o público-

alvo tiver liberdade de escolha. Se não tivéssemos livre-arbítrio, seríamos meros robôs, incapazes de amar e de sentir-nos satisfeitos e realizados.

Somente o livre-arbítrio e a graça santificadora proveniente de Deus podem tornar possível o amor recíproco entre Ele e Seu povo. As Escrituras nos dizem que Deus é a fonte suprema do amor (1Jo 4:7, 8). Os profetas bíblicos,

Testemunhasdo

Deusde

14 Adventist World | Janeiro 201514 Adventist World | Janeiro 2015

frequentemente proclamaram o amor imutável de Deus por Seu povo (Is 54:10; 63:7; Jr 31:3; Lm 3:22; Dn 9:4; Mq 7:20), e convidam Seu povo a desenvolver esse mesmo amor por Deus – além de sacrifícios e ofertas (Hs 6:6; 10:12; 12:6; Mc 6:8; Zc 7:9). Às vezes nos esquecemos de que a submissão forçada é contrária ao caráter amoroso de Deus, de modo que não produzirá o amor em nós.

Por amar-nos, Deus tenta tudo que é legitimamente possível para nos salvar. A morte de Jesus Cristo na cruz é obviamente a maior e mais surpreendente expressão do Seu amor por nós (Jo 3:16). Os profetas foram Seus instrumentos para revelar Seu caráter, Seus propósitos e Suas mensa-gens para nós. Embora, às vezes, elas sejam severas, nunca devemos nos esquecer de que se originaram em um Deus de amor que deseja nossa salvação e que tenhamos comunhão com Ele. Mesmo Sua maior ira é uma efusão de Seu amor. Ele está preocupado com o bem-estar e destino eterno dos Seus súditos (Is 54:8; Jr 32:18; Lm 3:32; Jl 2:13; Mq 7:18).

Os profetas muitas vezes descre-veram o trato de Deus com Seu povo como um relacionamento de fé, compa-rando Deus a um esposo que ama sua

esposa (Jr 3:20; 11:15; 31:32; Os 2:19) e a um pai que ama seus filhos (Is 63:16; Jr 3:19). Assim, a mensagem de adver-tência e reprovação que Deus envia por meio dos Seus profetas, na verdade são cartas de um esposo amoroso, de um pai afetuoso que se recusa a nos deixar perecer sem tentar tudo o que for possível para nos salvar, nos atraindo com seus “laços de amor” (Os 11:4).

Paixão por Jesus e pelas Escrituras

Quando comecei a ler os escritos de Ellen White, compreendi que ela não estava atraindo as pessoas para si, mas indicava as Escrituras. No início do seu ministério ela declarou: “Eu recomendo a você… a Palavra de Deus como sua regra de fé e prática”3. Mais tarde, levantando uma Bíblia, ela declarou para os delegados da assembleia da Associação Geral de 1909: “Irmãos e irmãs, recomendo a vocês este Livro.”4 Seus escritos se concentram nas Escri-turas e aplicam os princípios bíblicos a circunstâncias específicas.

Além disso, fiquei fascinado com outro aspecto fundamental de seus escritos: sua descrição da “profundidade incomparável” e “encantos incompa-ráveis” do amor do nosso Salvador.5 “O Amor de Deus”, primeiro capítulo

de seu livro Caminho a Cristo, começa assim: “A natureza e a Revelação, ambas dão testemunho do amor de Deus.”6 Ela iniciou e concluiu sua obra-prima espiritual e literária, a Série O Conflito dos Séculos, com as palavras “Deus é amor”7. O livro central dessa série, O Desejado de Todas as Nações, revela a expressão máxima do amor de Deus – Jesus Cristo, nosso Salvador e Amigo, que é o cumprimento de toda esperan-ça, desejo e expectativa.

A paixão pelas Escrituras e pelo nosso Senhor que encontro nos escritos dos profetas bíblicos, é também percep-tível em tudo que Ellen White escreveu. Esses escritos me ajudaram a chegar mais perto de Jesus e a me tornar uma testemunha do amor de Deus. De certa forma, é mais fácil aceitar os conselhos e repreensões de alguém que sei que me ama e se importa comigo. ■

1 A frase é extraída do título do famoso sermão de Jonathan Edwards. Veja Sinners in the Hands of an Angry God (Boston: Kneeland and Green, 1741).2 Ellen G. White, A Sketch of the Christian Experience and Views of Ellen G. White (Saratoga Springs, N.Y.: James White, 1851), pp. 63, 64.3 Ibid., p. 64.4 Citado por W. A. Spicer, The Spirit of Prophecy in the Advent Movement (Washington, D.C.: Review and Herald, 1937), p. 30.5 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 162; idem, Spiritual Gifts (Battle Creek, Mich.: James White, 1858), v. 1, p. 210, 211; cf. Peter M. van Bemmelen, “The Matchless Charms of Christ: Theological Significance of This Phrase in Ellen White’s Writings,” em Christ, Salvation, e the Eschaton: Essays in Honor of Hans K. LaRondelle, ed. Daniel Heinz, Jiří Moskala, e Peter M. van Bemmelen (Berrien Springs, Mich.: Old Testament Depart-ment, Seventh-day Adventist Theological Seminary, Andrews University, 2010), p. 231-240.6 Ellen G. White, Caminho a Cristo (Casa Publicadora Brasileira), p. 9.7 Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Casa Publicadora Brasileira) p. 33; idem, O Grande Conflito (Casa Publicadora Brasileira), p. 678.

profeciadomdeO

Um dos dons do Espírito Santo é o de profecia. Esse dom é uma característica da igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade. Eles proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser provado todo ensino e experiência (Jl 2:28, 29; At 2:14-21; Hb 1:1-3; Ap. 12:17; 19:10). – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº- 18

Denis Kaiser, natural da Alemanha, é candidato ao título de Ph.D. em Estudos Teológicos e

História Adventista no Seminário Teológico da Universidade Andrews.

Janeiro 2015 | Adventist World 15

A manhã estava muito silenciosa. Nuvens cobriam o tell1

que já havíamos escalado havia pouco tempo. Os raios de sol começa-vam a romper a névoa. Apenas meia hora mais tarde, o sol transformaria aquela manhã agradável em um dia quente e úmido. Entretanto, o ar ainda estava fresco e prevalecia o silêncio. De fato, os profissionais e voluntários da quarta expedição a Laquis, da Southern Adventist University, no Tennessee, EUA, ouviam com atenção a palestra do culto, antes da escavação vigorosa, carregamentos pesados, peneiramento cuidadoso e documentação meticulosa que transformaria a manhã silenciosa em outro dia agitado no tell.

Por que escavar? Os adventistas do sétimo dia sem-

pre foram interessados em pesquisas arqueológicas. De fato, a maior parte dos eruditos que trabalham nos sítios

arqueológicos do Oriente Próximo (incluindo os sítios em Israel, Síria, Jordânia, Líbano, etc.) reconhecem o empenho dos arqueólogos adventistas que trabalham nesse campo. Começan-do com a escavação do Tell Hesban, na Jordânia, pela Universidade Andrews, sob a liderança de Siegfried Horn, em 1968, as escavações conduzidas por arqueólogos e instituições adventistas sempre estiveram na vanguarda da pes-quisa e tecnologia arqueológica. Logo no início, esses escavadores reconhece-ram a importância de uma abordagem multidisciplinar e seu interesse se

Gerald A. Klingbeil

voltou para além dos vestígios arqui-tetônicos, artefatos e cerâmicas. Essa integração cuidadosa de todos os tipos de dados (incluindo os restos ósseos, restos da fauna e da flora, resultados de pesquisas, etc.) ainda é a marca registrada dos projetos arqueológicos adventistas2.

Alguns podem perguntar: Por que investir recursos significativos para descobrir mais sobre o passado? Antes de tudo, a arqueologia bíblica se con-centra nos territórios da Bíblia durante os tempos bíblicos. Embora a nomen-clatura “arqueologia bíblica” não mais

Recuperando o que o passado nos diz sobre o Deus do futuro.

“ENSACANDO” A HISTÓRIA: Vista da Área A da Quarta Expedição a Laquis.

Os sacos de areia ajudam a estabilizar os quadrados da escavação.

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A R T I G O D E C A PA

16 Adventist World | Janeiro 2015

esteja em voga (a maioria dos eruditos agora usam “arqueologia do Oriente Próximo antigo” ou “arqueologia Sírio-Palestina”) e, na opinião de Yossi Garfinkel, um dos três coorde-nadores da expedição e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, “arqueologia bíblica é o termo mais apropriado”. O foco sobre a realidade da história bíblica e os eventos nar-rados nas Escrituras ancoram uma disciplina que está constantemente buscando iluminar o passado distante. Daniella Hasel, voluntária em idade do ensino médio, declara de forma sucinta: “Podemos ver que a história bíblica realmente aconteceu”. Pessoas reais, lugares reais, encontros reais com um Deus que escolheu um grupo de pessoas, que vivia numa faixa de terra relativamente pequena, conectando a Ásia e a África, para falar ao mundo

sobre a salvação e responder àqueles questionamentos que nos mantêm acordados, à noite.

Outro voluntário, Malcolm Douglas, que pastoreia uma igreja adventista, no Arizona, resumiu muito bem: “A arqueologia não prova a Bíblia, mas certamente ajuda a validar o texto bíbli-co em que cremos.” Ou, colocando de outra forma, a arqueologia não é uma iniciativa científica, apenas. Destina-se a fazer uma ligação com a missão da igreja, “trazendo a Palavra de Deus à vida, para Seu povo”, declara Martin Klingbeil, coordenador da expedição e diretor associado do Instituto de Arqueologia.

Por que Laquis? O Tell Laquis é um dos maiores

sítios em Israel e abrange aproximada-mente 12,5 hectares. De fato, os arque-ólogos dizem que essa era a segunda maior cidade em Judá durante o perío-do bíblico. Localizado ao sul de Sefelá,

a região geográfica que liga a planície costeira da Palestina com o altiplano da Judeia ao redor de Jerusalém, a cidade foi muito importante durante o período monárquico de Israel. O local foi iden-tificado em 1929 e tem sido o centro de três grandes projetos de escavação.

A quarta expedição a Laquis está particularmente voltada para o início do período de Judá, após a monarquia conjunta de Davi e Salomão, um período sobre o qual os historiadores e arque-ólogos têm debatido acaloradamente durante os últimos 20 anos3. Como essa era a terceira expedição a Laquis por uma equipe de arqueólogos da Uni-versidade de Tel Aviv, Israel, em 1970 e 1980, que resultou em uma cronologia revisada de Israel, os diretores da quarta expedição a Laquis, sentiram que ela poderia ser a chave para esclarecer essas questões cronológicas importantes.

“Uma das razões de virmos aqui”, disse Michael Hasel, coordenador da

Esquerda: COM A HISTÓRIA NA MÃO: Kiersta Mackey segura uma vasilha de armazenamento com o selo do rei. Acima: LEITURA DAS CERÂMICAS: Diretores da escavação e outros interpretam a cerâmica encontrada no dia, para estabelecer a cronologia do sítio.

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expedição e diretor do Instituto de Arqueologia na Southern, “é esclarecer a data da idade do Ferro, porque os sítios foram escavados durante uma época em que os métodos de datação não eram muito precisos”. Enquanto a maioria dos escavadores priorizava os níveis superiores, os níveis inferiores relacio-nados ao início da história de Judá não foram sistematicamente expostos.

O momento mais famoso de Laquis na história bíblica está documentado em relevos que vieram de um palácio Assírio, em Nínive. Em 701 a.C. Laquis foi conquistada por Senaqueribe, rei assírio que conquistou a cidade alta-mente fortificada, construindo uma rampa de cerco imponente que pode ser vista ainda hoje. Essa história é contada em uma grande série de relevos expos-tos no Museu Britânico, em Londres, e também é mencionada em 2 Reis 18:14, 17; 19: 8 e em Isaías 36: 2 e 37: 8.

Cerca de 130 anos mais tarde, os

exércitos babilônicos destruíram a cidade mais uma vez (Jr 34:7), o evento é men-cionado em um óstraco, caco inscrito com tinta, encontrado durante a primei-ra expedição a Laquis na década de 1930. O texto menciona uma série de torres de vigia que, aparentemente, se comu-nicavam pelo fogo e reflete a ansiedade que devem ter sentido as pessoas que viveram durante a invasão babilônica final. “Então, será conhecido que estamos vendo os sinais (fogo) de Laquis segundo o código que o meu senhor nos deu, pois não conseguimos ver Azeqah”4. A última referência bíblica a Laquis é encontrada em Neemias 11:30, e descreve um assen-tamento judaico daqueles que haviam retornado de Babilônia após o exílio.

Olhando para além das fronteiras

Laquis é uma grande lembrança do envolvimento de Deus na história. Quando as Escrituras nos dizem que

Deus “despertou o espírito de Ciro” (Ed 1:1) para que Seu povo finalmente pudesse retornar a Jerusalém e recons-truir o templo e a cidade, mostram a soberania de Deus na história humana5. Em última análise, Deus está no contro-le e, às vezes, Ele até “entrega” Jerusalém nas mãos de Nabucodonosor (Dn 1:2), fazendo-nos questionar Seus planos e propósitos. Ele vê além das fronteiras e limites étnicos. Quando é necessário ação, Ele pode comandar um Nabuco-donosor ou um Ciro. Escavar Laquis também significa escavar a história de Deus. De repente vemos a realidade da intervenção divina manifestada em cacos, muralhas e artefatos. Começamos a ligar os pontos – histórico, cultural e religioso – e a vislumbrar o quadro geral. A quarta expedição para Laquis, entretanto, não está voltada apenas para a história antiga e a participação de Deus nas questões humanas. É também seu propósito afirmar a cooperação

OLHANDO O GRANDE QUADRO: Os diretores de escavação Yos-si Garfinkel (esquerda) e Michael Hasel (centro), compartilham as importantes descobertas com seu ex-professor, William Denver, em visita ao sítio.

PRESENTE ENCONTRA O PASSADO: Jovens voluntários,

Davi e Matias Klingbeil, observam enquanto Daniel

Perez usa um GPS para mapear o sírio antigo.

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internacional e capacitar os eruditos adventistas das instituições localizadas em contextos não ocidentais para parti-cipar da pesquisa.

Martin Klingbeil se lembra de suas primeiras escavações arqueológicas no projeto Madaba Planins, em 1998 quando era professor na Universidade Andrews, na Bolívia. Com um salário de aproximadamente 250 dólares americanos ao mês, as taxas normais de voluntariado teriam sido impossíveis. Porém, uma das instituições adventistas patrocinadoras ofereceu uma bolsa de estudos a ele, e o convidou para trabalhar como supervisor na quadra superior. “Aquela foi uma experiência esclarecedora que me ajudou a melhorar minhas aulas”, lembra. Ele levou alguns objetos que haviam sido divulgados pelo secretário da escavação, e dedicou um tempo organizando uma exposição com seus alunos. “O entusiasmo da comunidade diante dessas descobertas,

Eu ouvia as histórias a respeito de precisar acordar muito cedo, da poeira, do trabalho duro e sobre descober-tas emocionantes, mas nunca tinha participado de uma escavação. Essa foi minha primeira vez e, sim, o trabalho foi duro, acordava de madrugada, mas foi maravilhoso!

A história bíblica tomou nova dimensão, enquanto eu manuseava pedaços de cerâmica que alguém havia usado há milhares de anos. Escavar em nível das destruições, fez todas as advertências proféticas se tornarem vivas e muito reais. Pude ver Deus participando da história. Inesperadamente, na escavação, vi que Deus ainda trabalha em nossa história particular.

Por exemplo, um dia, um grupo de jovens israelitas voluntários partici-pou de uma escavação arqueológica. Mary, garota extrovertida de 16 anos de idade, foi escalada para o nosso sítio. Aconteceu de eu estar respon-sável pelo balde naquela manhã, então, só captei fragmentos da conversa que aconteceu no meu sítio, enquanto eu carregava os baldes de terra para ser peneirada. Enquanto todos em nosso sítio cortavam o barranco e colocavam a terra nos baldes, Mary descobriu que éramos um grupo diverso vindo da Bolívia, Alemanha e dos Estados Unidos. Ela se sentia meio confusa entre nós ali e tentava descobrir nosso denominador comum. Um tinha acabado de se formar no ensino médio; os outros faziam faculdade nas mais variadas áreas; eu era a mulher mais idosa do grupo.

Intrigada, Mary tentava entender por que fomos todos escavar ali. Fi-nalmente, ela descobriu que éramos todos adventistas do sétimo dia. En-tão, começou o questionamento. Ela nunca tinha ouvido falar dos adventis-tas. Quando descobriu que guardamos o sábado, eu prendi o fôlego. O que os voluntários do meu sítio diriam a ela? Embora fosse nominalmente judia, Mary deixou bem claro que achava a observância do sábado muito restriti-va. Entre um balde e outro, ouvi uma estudante da Universidade Adventista Southern dizer a Mary quanto o sábado é significativo para ela e como ela ama esse tempo com Deus, com a família e com os amigos. Outros acrescentaram sua experiência com Deus e o que isso significava para eles. Fiquei muito orgulhosa desses jovens do nosso grupo. No intervalo para a melancia, Mary aproximou-se de mim e me perguntou se nos reuníamos em algum lugar em Jerusalém. Disse que gostaria de ir visitar algum dia.

Gostei da minha breve incursão pelos lugares dos tempos bíblicos. Foi muito bom ter encontrado comprovações de que Deus trabalhou naquela época, mas gosto de ver Deus agindo, agora. Após a escavação em Laquis, estou ansiosa para ver o que Deus fará a seguir.

Deus Chantal J. Klingbeil

VerTONS DO SOLO: As cores de cada camada do solo são cuidadosamente classificadas para estabelecer os tipos e cores de solo.

trabalhando

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A R T I G O D E C A PA

FAZENDO UMA DESCOBERTA: Professor Segundo Teófilo Correa,

da Universidade Adventista da Bolívia, escava um nível de

destruição babilônica.

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tocou os objetos, fez grande diferença e promoveu um grande efeito cascata.” Considerando esse objetivo especial, o Southern realizou intencionalmente uma campanha para angariar recursos a fim de ajudar as instituições adven-tistas localizadas nos dois mundos para que se tornassem membros do consórcio. “Nós fornecemos um pacote financeiramente viável”, diz Klingbeil. Nesse sentido, a quarta expedição a Laquis é também uma escavação de ensino, permitindo que os voluntários experimentem grande variedade de tarefas associadas à pesquisa arqueoló-gica. Como resultado, os 62 membros da escavação do Southern 2014 em Laquis, representavam 14 diferentes nacionalidades, inclusive equipes vo-luntárias da Bolívia, Venezuela, Coreia,

África do Sul, Argentina, Espanha, Alemanha, Áustria, Inglaterra, do Peru, Brasil, Canadá, México, e dos Estados Unidos.

Keldie Paroschi, estudante de teolo-gia na Universidade Adventista de São Paulo, Brasil, resume sua experiência: “É divertido; o trabalho é pesado. É muito emocionante descobrir o que está debaixo da terra e as histórias que estão enterradas no solo que escavamos.” Melissa Farrow, membro da comunidade de Collegedale, gostou particularmente dos cultos e visitas que criavam a conexão com Deus, de

uns com os outros e com as Escrituras. Michael Sokupa, professor de Novo

Testamento no Heidelberg College, na África do Sul, apreciou a mistura de arqueólogos experientes que trabalham com voluntários. Ele pôde ver a função educativa da expedição transformando programas acadêmicos na África do Sul. “Esperamos que, no futuro, tenhamos alguns cursos e eventualmente um curso executado em conjunto com o Southern”, disse ele. “Esperamos que esse seja o início para a África, porque no momento, em todo o continente, não há nenhuma instituição que tenha esse tipo de curso.”

Muito impressionante Termina mais um dia de muito

calor. O silêncio retorna ao Tell La-quis. Um glorioso pôr de sol banha a colina com raios lilazes e dourados. Os voluntários e membros da equipe da

VISÃO PANORÂMICA: Fotos aéreas tiradas pelo robô proporcionam uma vista maravilhosa da área de escavação.

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quarta expedição a Laquis terminam a lavagem das cerâmicas. Talvez amanhã seja mais um dia de trabalho duro, sol quente, e, possivelmente, achados arqueológicos emocionantes. Amanhã, essa e muitas outras escavações na região de Israel mergulharão fundo na história.

Amanhã, como hoje, cacos de cerâ-mica, vestígios arquitetônicos e outros artefatos nos contarão algo sobre pes-soas reais, vivendo em um mundo real. Cherie Lynn Olson, recém-formado no Southern e um dos supervisores do sítio em Laquis, acertou: “Creio na Bíblia, e passei minha vida inteira estudando-a. Mas vir aqui e passar por esta experiência é outra coisa, é muito impressionante! Agora eu falo sobre coisas que realmente vi. Não dá para expressar com palavras o que essa expe-riência faz por você.” ■

1 O tell é um montículo artificial acumulado durante muitos séculos de habitação humana, alternando entre longos períodos de ocupação e períodos de abandono. 2 Atualmente, esses projetos incluem a continuidade do Projeto Madaba Plains, na Jordânia (englobando Diga Hesban, Tell ‘Umayri, e Diga Jalul, apoiado pela Universidade Andrews e Universidade La Sierra, em conjunto com outras instituições adventistas), a escavação em Khirbet al-’Balul, em Moabe pela Universidade Adventista Friedensau, Alemanha, como o trabalho anterior realizado pela Universidade Adventista Southern em cooperação com a Universidade Hebraica de Jerusalém, em Tel Hazor, de 2003 a 2007 e Khirbet Qeiyafa, Israel, de 2007 a 20013.3 Leia mais sobre o conflito nos artigos de Michael G. Hasel, “Another Battle Over David and Goliath,” Adventist Review, 25 de fevereiro de 2010, pp. 18-21.4 Dennis Pardee, “Lachish Ostraca,” in Context of Scripture: Archival Documents From the Biblical World, ed. William W. Hallo (Leiden: Brill, 2002), v. 3, p. 82.5 O motivo de Deus “mexer” ou “trocar” as pessoas – incluindo os líderes – é um elemento importante da teologia bíblica. Isaías 41:2, 25 e Jeremias 51:1-11 empregam o mesmo termo hebraico para se referir ao futuro conquistador de Babilônia, Ciro, cujo nome é até citado em Isaías 44:28; 45:1.

Quantas pessoas são necessárias para fazer uma igreja?Pergunte ao Pr. José Manuel. “São necessárias apenas duas pessoas para

formar uma congregação, mas pelo menos 30 ou 40, seria muito melhor. Porém, se não temos um prédio apropriado, é difícil manter os crentes crendo!”

A igreja de Manuel fica um pouco além de uma floresta de baobás, na encosta da vila Kibeto, Angola. Ao longo de 25 anos houve uma congregação de crentes em Kibeto. Às vezes, o grupo foi pequeno, e em outro momento chegou a um grupo mais representativo entre 30 a 40 membros. Isso aconteceu quando eles se mudaram de debaixo da árvore de baobá gigante para sua nova igreja.

Eles mesmos construíram a igreja: as paredes, o telhado, os bancos e o púlpito. Então veio o vento e arrancou o telhado e boa parte da parede. Após os

membros terem reforçado as paredes, o sol quente de Angola fez com que os adoradores se sentissem como “batatas assadas” dentro das paredes de aço. Eles foram saindo, um a um, e se abrigando à sombra do grande baobá.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, no Equador, os adventistas estão co-memorando a conclusão bem-sucedida de mais de 220 construções de igreja. Eles tiveram dois sábados de grandes comemorações, um em Quito e outro em Guayaquil.

“Recebemos tanto”, disseram os membros, “que queremos dar nosso melhor para Deus, e pedir a Ele que use nossos talentos para construir uma igreja em algum outro lugar do mundo.”

Os membros da igreja no Equador venderam produtos agrícolas, cabritos e muitos bens de grande valor pessoal. Essas ofertas foram suficientes para custear a Igreja de Um Dia com paredes de blocos de cimento, bancos de madeira maciça e um telhado “não voador” para a congregação de Kibeto.

A nova igreja de Kibeto será realmente uma Igreja de Gratidão e se encherá rapidamente! Pela graça de Deus, assim seja!

ASI* e Maranatha Volunteers International colaboram financiando e facilitando projetos de Igrejas de Um Dia e Escolas de Um Dia. Desde que esse projeto foi lançado em agosto de 2009, já foram construídas mais de 1.600 dessas igrejas em todo o mundo. História por Dick Duerksen.*Federação de Empresários e Profissionais Liberais da América do Norte

A Igreja da Gratidão

Esquerda: MELHOR DO QUE NADA: Antes dos Voluntários do Maranatha, os membros em Kibeto, Angola, usaram o melhor material disponível para construir sua casa de culto. Direita: ESTRADA DIFÍCIL: Materiais para o prédio da igreja em Kibeto precisaram ser transportados vagarosamente e com cuidado.

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Igreja de um dia

Gerald A. Klingbeil é apaixonado por escavar o passado e, com a esposa Chantal, desfrutou

de uma semana memorável com a equipe da quarta expedição a Laquis, em julho. Quando não está escavando, é editor associado da revista Adventist World.

Janeiro 2015 | Adventist World 21

No fim do ano de 1845, Ellen Harmon, de 18 anos de idade, escreveu para o editor na ex-publicadora da revista adventista milerita, em Cincinnati, Ohio. Em

sua carta ela descreveu os pontos principais da visão que Deus lhe havia concedido um ano antes, em dezembro de 1844, a primeira de centenas de visões e sonhos proféticos que ela recebeu durante a vida. Ela nem imaginava que essa carta seria a primeira de milhares de artigos, livros e panfletos de sua autoria durante os 70 anos seguintes, até sua morte em 1915.

Por quase todo esse tempo ela foi conhecida como Ellen G. White, após seu casamento com Tiago White, em 1846.

Durante todo o ano de 2015, centenário de sua morte, a Igreja Adventista do Sétimo Dia estará comemorando o im-pacto de sua vida notável, incluindo seu legado espiritual.

No inícioEllen e sua irmã gêmea Elizabeth (conhecidas como

“Ella” e “Lizzie” na infância), eram as filhas mais novas dos oito filhos de Robert e Eunice Harmon. A família vivia em Gorham, Maine, onde as meninas nasceram no dia 26 de novembro de 1827. Mais tarde se mudaram para Portland, Maine. Certo dia, quando as meninas tinham 9 anos de idade, enquanto atravessavam um pequeno parque em direção à sua casa, uma colega de classe, zangada, atirou uma pedra nelas. A pedra atingiu Ellen, no rosto. O acidente marcou-a pelo resto da vida.

A princípio, não esperavam que Ellen sobrevivesse. Quan-do finalmente ela se recuperou o suficiente para retornar à escola, sua mão tremia tanto que ela não conseguia segurar a

caneta. E quando tentava ler, as palavras da página pareciam se agrupar. Sua educação formal, então, acabou aí. Desde então, ela foi autodidata.

Os pais de Ellen eram metodistas e, aos 14 anos, ela se uniu à igreja deles. Quando William Miller, um fazendeiro que se tornou pregador batista, pregou em Portland sobre suas conclusões de que a vinda de Jesus à Terra no final da profecia dos 2300 dias de Daniel 8:14, seria no máximo em 1844, Ellen ficou animada com a ideia! Como resultado de suas novas crenças, a família Harmon foi excluída da igreja que frequentava.

Além do desapontamento Quando Jesus não retornou conforme o esperado, em

1844, Ellen e muitos outros ficaram terrivelmente desa-pontados. Foi quando Deus deu a ela sua primeira visão, representando o povo de Deus caminhando pelo caminho estreito que leva à Cidade Santa. Jesus estava à frente deles no caminho, e se eles mantivessem os olhos fixos nEle, foi-lhe assegurado que chegariam ao seu destino celestial. A visão trouxe coragem a ela e aos outros. Enaltecer Jesus se tornaria uma das marcas do ministério de Ellen.

Após suas primeiras visões, Deus instruiu Ellen a com-partilhar o que tinha mostrado a ela, tanto oralmente como por escrito. Com seu temperamento introvertido e a mão que ainda tremia quando ela escrevia, a tarefa recebida do Senhor parecia impossível. Mas Deus prometeu que, caso ela aceitasse Seu chamado para ser Sua mensageira, Ele estaria com ela quando falasse e firmaria sua mão quando escreves-

Mensageira de deus –

A vida e o legado de Ellen G. White, 1827-1915

LegadO de LuZ

começoucomo tudo

James R. Nix

Parte 1: 1827–1860

Os Primeiros anos

RETRATO DE FAMÍLIA: Tiago e Ellen White posam com seu filho William, em 1857. Acredita-se que esta seja uma das primeiras fotos da jovem família.

F o t o : C o r t e S i a d o p a t r i m ô n i o l i t e r á r i o d e e l l e n G . W h i t e22 Adventist World | Janeiro 2015

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Visões de Deus Em uma reunião geral realizada em Battle Creek, em

1855, os pioneiros ali reunidos oficialmente, registraram o reconhecimento de sua crença de que as visões de Ellen White vinham de Deus e, portanto, resolveram atendê-la. Em 1858, enquanto ela e Tiago viajavam em Ohio, foi mostrado a Ellen o que se tornou conhecido como o grande conflito – o conflito cósmico em curso, entre Cristo e Satanás. A visão foi publicada pela primeira vez no fim daquele ano no livro Spiritual Gifts (Dons Espirituais), primeiro volume.

Embora os adventistas tivessem construído um pequeno prédio para a casa publicadora em Battle Creek, em 1855, a instituição não podia ser incorporada legalmente, pois não tinham uma organização, nem mesmo um nome. No fim de 1860 foram votados os primeiros passos para incorporar legalmente a editora e o nome “Adventista do Sétimo Dia” foi escolhido. Curiosamente, na última visão que Ellen recebeu em 1860, o Senhor a instruiu, mais uma vez, que ela e seu esposo deveriam compartilhar seu testemunho.

Deus instruiu em visão uma garota de 17 anos, para com-partilhar o que foi mostrado a ela.3

Pelo resto de sua longa vida, a mensageira do Senhor conti-nuou compartilhando a orientação de Deus para Sua igreja. ■

1 Connecticut, Illinois, Indiana, Iowa, Maine, Massachusetts, Michigan, New Hampshire, New York, Ohio, Pennsylvania, Vermont, Wisconsin, and Canada East (Quebec).2 Duas cartas impressas na Day-Star; seis artigos ou cartas na The Present Truth; três na Second Advent Review and Sabbath Herald – 1851 Extra e 15 na Second Advent Review and Sabbath Herald.3 Ellen G. White, Dons Espirituais (Battle Creek, Mich.: James White, Steam Press, 1860), v. 2, p. 299; Ellen G. White, Testemunhos para Igreja, v. 1, p. 247, 248; Arthur L. White, Ellen G. White: The Early Years (Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn., 1985), v. 1, p. 433, 434.

se. Relutante, ela aceitou o chamado. Por Sua vez, Deus foi fiel ao que lhe havia prometido.

Ellen casou-se com Tiago White, um jovem pastor mile-rita. O casal teve quatro filhos: Henry Nichols, James Edson, William Clarence e John Herbert, nascidos entre 1847 e 1860. Tragicamente, o caçula morreu aos três meses de idade, em 1860. Pouco depois de se casarem, o casal aceitou o sábado do sétimo dia, apresentado a eles por José Bates, um capitão aposentado que também havia sido um pregador milerita.

Início do ministério Em 1848, Deus instruiu Ellen em visão, declarando que

seu esposo devia começar a publicar uma revista. Embora fosse pequena no início, foi dito a ela que se tornaria como raios de luz rodeando o mundo. Naquele mesmo ano, o Se-nhor também disse a ela que os adventistas teriam mais saúde se não usassem o fumo, chá preto e café. A saúde se tornaria a maior ênfase de seu ministério.

Especialmente durante 1848 e 1849, Ellen e seu esposo se uniram a José Bates e outros para ajudar a espalhar as principais doutrinas da Bíblia para o que se tornaria a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Embora todas as doutrinas adven-tistas tenham resultado do estudo da Bíblia, Deus escolheu, por vezes, guiá-los em sua busca da verdade por meio das visões que concedeu Ellen White. Mas nenhuma doutrina fundamental adventista originou-se de suas visões.

A primeira edição da The Present Truth (A Verdade Presente), revista iniciada por Tiago White, foi publicada em 1849. Dois anos mais tarde, foi impresso o primeiro pequeno livro de Ellen White, hoje parte dos Primeiros Escritos. A autora de 23 anos de idade concluiu seu livro insistindo com seus leitores para que lessem a Bíblia.

Tiago e Ellen White viajavam constantemente. Os tempos eram difíceis. Havia apenas alguns guardadores do sábado e sem uma igreja estruturalmente organizada, e até com alguns críticos das visões de Ellen, parecia altamente improvável que o movimento incipiente sobrevivesse. Porém, Tiago White con-tinuou a publicar as revistas, depois livros, pequenos no início, mas as publicações foram à medida que o tempo passava. Ele e outros, incluindo Ellen, também apresentavam sermões e pales-tras. Apesar das condições desafiadoras, durante esses anos, Ellen e Tiago viajaram por 13 estados, até o que é agora a província de Quebec, no Canadá.1 Além disso, foram impressos 26 artigos e cartas com seu nome, primeiro em gráficas comerciais, depois em uma gráfica de propriedade dos guardadores do sábado.2 E ela foi a autora de grande parte de 14 panfletos e livros.

Além de viajar para cumprir compromissos, Ellen e Tiago também se mudaram para vários lugares no Maine e Connecticut, passando longos períodos em Saratoga Springs e Rochester, Nova Iorque. Em 1855, se mudaram para Battle Creek, Michigan, onde, pela primeira vez, compraram uma casa. Sua vida foi muito agitada.

Parte 2: 1860–1868 anos do desenvolvimento da igreja

Parte 3: 1868–1881Os anos das Campais

Deus prometeu que, se ela aceitasse Seu chamado para ser Sua mensageira, Ele estaria com ela quando falasse e firmaria sua mão quando escrevesse.

James R. Nix é diretor do Patrimônio Literário de Ellen G. White, localizado em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

Janeiro 2015 | Adventist World 23

Nasci e fui criado na ilha caribenha de Trinidade. Aos oito anos de idade fui batizado

na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Quando era garoto, meu pai me ensinou a servir a Deus por meio da palavra falada. Ele era, e ainda é, um pregador.

Alguns anos atrás, sete meses após meu décimo-nono aniversário, recebi uma bolsa de estudos para a Universi-dade de Belgrado, na Sérvia. Após orar fervorosamente por semanas, entendi que essa era a vontade de Deus e aceitei a oportunidade.

Estou morando em Belgrado, capital da Sérvia, há mais de dois anos. Embora haja igrejas adventistas aqui, a maioria do povo segue a tradição ortodoxa, e muitos acham difícil desenvolver uma conversa sobre Deus e religião.

Tenho tentado conversar sobre Deus com as pessoas, mas na maioria das vezes minhas tentativas são infru-tíferas. No entanto, uma experiência

me mostrou um método com o qual o Senhor deseja que Seus seguidores testemunhem, uma forma de ministério exemplificado pelos seguidores de Deus em toda a Bíblia.

Vai cair na prova? Um dia em que teríamos um exame

oral na universidade, a maioria dos alunos estava nervosa, tanto sérvios como os colegas de outros países. Enquanto víamos os outros alunos sendo examinados, notamos que os professores não estavam de bom humor. Os alunos que pareciam estar dando as respostas corretas, estavam sendo reprovados, de modo que os outros estudantes estrangeiros e eu, ficamos perplexos.

Além de dar as respostas certas, era obrigatório que todos nós fizéssemos o exame no idioma sérvio. Assim, apesar de nós estrangeiros termos estudado a língua por apenas oito meses, devíamos

Mikhail E. D. Byng

responder as perguntas naquele idioma. Ao assentar-me ali pensei nas

histórias dos grandes personagens bíblicos sobre os quais havia aprendido na Escola Sabatina. Pensei em Moisés na corte de Faraó; Daniel e seus três amigos na corte de Nabucodonosor; em Ester e Mardoqueu na corte de Assuero; e como Deus solucionou seus desafios quando confiaram nEle.

Enquanto eu pensava nessas coisas, recebi uma mensagem de texto de meu país. Era de uma irmã em Cristo, que tinha sido minha professora da Escola Sabatina e me viu crescer. A mensagem no meu celular dizia: “Que uma brasa viva do Céu toque sua boca para que possa espalhar a mensagem de Deus.”

Naquele momento, pedi licença da sala de aula, fui ao banheiro, e tranquei a porta. Ajoelhei-me e orei. Minha oração simples era para receber sabe-doria, como fez Salomão. Orei: “Deus,

Provado Aprovado

Aprender a confiar em Deus em terras estrangeiras

S E R V I Ç O

e

24 Adventist World | Janeiro 2015

aconteça o que acontecer em minha vida aqui na Sérvia, que seja para glorificar Teu nome. Que meu sucesso ou fracasso seja usado para Tua glória!”

Eu ainda estava nervoso quando saí do banheiro. Duvidava que tivesse confiança para sequer tentar responder as perguntas. Mas tentei manter minha mente concentrada na crença de que Deus me daria o sucesso.

Eu disse isso? À medida que os estudantes

começaram a deixar a sala de aulas, alguns alegres com seu sucesso, outros zangados com o fracasso, o professor perguntou: “Da li ima neki jos?” (“Ainda há mais alguém?”)

Eu me levantei junto com um colega do Gabão, um país africano. Expres-samos nossa intenção de responder as perguntas. O professor permitiu que escolhêssemos um cartão com as perguntas, de uma pilha de cartões

embaralhados. Então, nos deram dez minutos para que fizéssemos algu-mas anotações e compuséssemos nossas respostas.

Com uma oração no coração sele-cionei meu cartão. Nele havia quatro perguntas. Após meu colega tentar sem sucesso responder as perguntas que havia escolhido, cheguei perto da mesa do professor e comecei a ler o que eu havia escrito, tentando explicar os vários conceitos em sérvio.

Enquanto eu falava, era difícil de acreditar que eu estivesse realmente explicando as várias teorias e dando exemplos. As palavras que eu dizia realmente faziam sentido! Naquele momento compreendi, mesmo enquanto falava que eu estava teste-munhando a atividade de Deus em minha vida. A mão que guiou Moisés no deserto, José no Egito e Daniel na Babilônia enquanto testemunhavam para Deus, o Criador do mundo, era a mesma que estava presente comigo exatamente naquele momento! Quan-do terminei, sabia que tinha testemu-nhado o poder de Deus.

O professor me cumprimentou e disse: “Parabéns” (em inglês). Ele me deu uma nota 9. Fiquei maravilhado!

Enquanto caminhava com meus amigos para a estação de ônibus, meus colegas me fizeram todo tipo de pergunta.

Hoan, do Vietnã, perguntou: “Mikhail, como você fez isso?”

Respondi: “Foi Deus, não eu.”

Hoan fez uma pausa e disse: “Você quer dizer que está falando sobre religião?” Ele não estava interessado nesse tipo de conversa. Explicou que no Vietnã a maior influência religiosa era budista. Em sua opinião a religião era cheia de rituais sem sentido que não o interessavam.

Eu disse: “Hoan, o Deus de quem estou falando é maior que a religião; Ele criou o mundo.”

Hoan ainda não estava convencido. Convidei-o para visitar comigo a Igreja Adventista em Belgrado, mas ele ainda não aceitou meu convite. No entanto, ainda somos bons amigos, e eu tento demonstrar um exemplo cristão para o Hoan e aos outros, sempre que tenho chance, seja nas atividades acadêmicas ou nas atividades simples do dia a dia.

Logo compreendi a mensagem que Deus estava me enviando. Meu sucesso acadêmico significava menos para Deus que o ministério de minha fé nEle. Meu exemplo cristão e ministério por Hoan e outros, significam mais para Deus do que a nota 9 que recebi no exame. Ela foi apenas uma ferramenta para mostrar o poder de Deus, assim como o conhecimento é apenas uma ferramenta para nos equipar melhor para realizar a obra para nosso Mestre. ■

Tentei manter minha mente concentrada na crença de que Deus me daria o sucesso.

COMPANHIA NAS PROVAÇÕES: O autor (direita) posa com outros dois estudantes estrangeiros: Hoan, do Vietnã e Thulisani, da África do Sul.

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Mikhail E. D. Byng mora em Belgrado, Sérvia, e procura seguir os passos de seu pai, Dwight, que dedica a vida espalhando a Palavra de Deus.

Janeiro 2015 | Adventist World 25

R E S P O S T A S A P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Penso que sua pergunta, na verdade, é como Deus lida com essa prática, e o

que motivava os reis a ter tantas esposas. Além dos

desejos corruptos das paixões humanas havia outras razões

sociais e políticas para tal prática. Vou resumir a vontade de Deus sobre esta questão, examinar o propósito pelo qual os homens se casavam com tantas mulheres israelitas, e, final-

mente, explorar a razão pela qual as esposas do rei não eram israelitas.

1. A Vontade de Deus: Parece ter sido a intenção de Deus que, em algum momento na história do Seu povo, fosse nomeado um rei sobre a nação. Com esse propósito, Deus providenciou uma legislação definindo o compromisso e o papel do rei (Dt 17:14-20). Até certo ponto, o rei devia ser um modelo para a nação, no estudo da lei, em confiar no poder de Deus e no propósito de Deus para o casamento. A lei estabelecia claramente: “Ele não deverá tomar para si muitas mulheres” (verso 17). Em outras palavras, ele não deveria ter um harém real. Deus esperava do rei o que tam-bém esperava de cada homem israelita: ter uma só esposa. Nesse aspecto, a realeza israelita falhou com o Senhor.

2. As muitas esposas de Davi: Foi principalmente por Davi que a prática real de ter muitas esposas foi introduzida em Israel. Ele tinha no mínimo nove esposas e não menos de dez concubinas. A função dessas concubinas não é clara. Elas estavam a serviço do rei para lhe dar filhos (2Sm 20:3), e também podiam ser responsáveis pela manutenção do palácio (15:16). No antigo Oriente Próximo, as proezas sexuais do rei eram parte da sua imagem como monarca, e as muitas esposas transmitiam essa ideia para as pessoas. Davi estava simplesmente seguindo uma prática cultural da época. Ele também tomou várias mulheres israelitas como esposas. Elas deviam ser filhas de israelitas influentes e poderosos cujo apoio poderia ser útil para a consolidação do reinado de Davi. Esses eram casamentos com motivação política. Embora a maioria de suas esposas fosse israelita, parece que ele teve uma esposa estrangeira: “Maaca, filha de Talmai, rei

de Gesur”(2Sm 3:3), uma princesa. Esse foi um casamento político e serviu para fortalecer a influência de Davi como rei entre as nações canaanitas.

3. Esposas estrangeiras e a idolatria: O que Davi iniciou foi praticamente institucionalizado por Salomão: “Casou com setecentas princesas e trezentas concubinas” (1Rs 11:3). Muitas de suas concubinas, se não todas elas, podem ter sido israelitas, mas as esposas provavelmente fossem mulheres estrangeiras, filhas de reis com os quais Salomão fez aliança de relaciona-mento. Esse era um acordo comum em casamentos reais no antigo Oriente Próximo. Tais casamentos consolidaram o reinado de Salomão e contribuíram com as relações pacíficas entre ele e as nações ao redor (Sidom, Moabe, Ammom). Qualquer casamento político poderia ter danificado seria-mente a integridade do rei, e, no caso de mulheres estrangei-ras, teria levado o rei à idolatria (Dt 17:17; 1 Rs11:2). Quando esse tipo de casamento era arranjado, o acordo marital incluía a decisão de que a princesa continuaria a adorar seu deus no palácio de seu marido, nesse caso, Salomão. Possivelmente, algumas delas tenham se tornado israelitas. Cada uma dessas esposas vinha acompanhada por suas servas e, às vezes, por um líder religioso para assisti-la no culto ao seu deus. O marido devia oferecer um local de adoração para ela e sua comitiva. Seguindo essa prática pagã, “Salomão construiu um altar para Camos, […] e para Moloque […] Também fez altares para os deuses de todas as suas outras mulheres estran-geiras, que queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a eles” (1Rs 11:7, 8). Essas práticas políticas e religiosas são típicas do antigo Oriente Próximo. Elas contribuíram diretamente para a queda do povo de Deus no Antigo Testamento.

É sempre bom ouvir a Palavra de Deus, pois as Escrituras nos alertam e nos previnem contra práticas culturais que tendem a nos desviar do Senhor. ■

são Quantas

demais?Por que os reis de Israel

tinham tantas esposas?

Ángel Manuel Rodríguez e esposa vivem no Texas.

26 Adventist World | Janeiro 2015

GLOW: Levando luz ao nosso mundo

Você está pronto para uma aventura? Uma das coisas mais emocionantes que podemos fazer como cristãos é compartilhar a maravilhosa mensagem que Deus nos deu. E um dos meios mais simples de fazê-lo é entregando literatura!

Há algum tempo, um homem comprou vários folhetos religiosos. Um desses folhetos – sobre o que acontece após a morte – acabou viajando para outro país. Ali, o folheto pas-sou de mão em mão, até chegar a um pastor batista que o traduziu para o francês e leu para 80 pessoas em um funeral.

Certa moça, simplesmente deixou um folheto sobre uma mesa. O capelão de uma penitenciária pegou e leu o folhe-to. Mais tarde ele encomendou mais de dois mil folhetos para os 900 presidiários.

Outra mulher entregou timidamente um folheto para a pessoa sentada ao seu lado no ônibus. Para sua surpresa, o homem disse: “Eu estava aqui orando e pedindo a Deus um sinal significando que Ele não queria que eu cometesse suicídio. Acho que este é o sinal.”*

Portanto, mais uma vez pergunto: você está pronto para uma aventura?

Na revista deste mês, estamos incluindo um folheto do GLOW para você destacar, dobrar e entregar para alguém. Ao fazer isso, estará se unindo a mais de 1,5 milhão de outros adventistas em todo o mundo que estão fazendo a mesma coisa! Separe um tempo para orar pedindo que Deus o conduza a um encontro divino ou para que lhe dê uma ideia criativa. Em seguida, basta entregar o folheto ou deixá-lo em algum lugar para que seja encontrado.

Ao longo do ano, a Adventist World publicará periodica-mente um folheto destacável. Cada vez que você entregar um folheto a alguém, envie à Adventist World sua história sobre o encontro marcado por Deus ou como você distri-buiu o folheto. Você pode enviar sua história por e-mail para [email protected].

Seja o mais criativo que puder, e sua história poderá ser publicada em alguma edição futura da Adventist World!

* Ellen G. White, Colportor Evangelista (Casa Publicadora Brasileira), p. 5.

Assim

como aniversários são m

emoriais d

estina-d

os a renovar nosso amor p

elas pessoas m

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s no

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po. Se o

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s, Ele pro

mete ab

enço

ar-no

s. “Se ch

amares ao

sábad

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eleitoso

[…]en

tão, te de-

leitarás no

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or” (Is 58:13, 14). Eu

experim

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ênção

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sábad

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anas.

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íblia e d

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ões d

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s, não

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aço

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ncessõ

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sabático

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e qu

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tas, mas o

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s são verd

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eiras. Ele fez o sáb

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para o homem

(Mc 2:28).

Ele o fez para nós. N

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vivemo

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mação

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da.

4

3

1

2

Histórias do

T r O C A D e I D e I A S

GRATIDÃOOraçãow

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para [email protected]. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

Ore por alguns dos jovens de Malaui, que estão se afastando de Deus e se envolvendo com álcool e drogas. Ore para que eles voltem para Deus.

Malyson, Malaui

Por favor, orem para que, segundo a vontade do Senhor, eu encontre alguém para me unir em casa-mento. Orem também para que eu consiga ingressar nos cursos específicos para medicina. Isso depende de custo e requisitos, pois as exigências estão mudando.

Stacia, Estados Unidos

Estou passando por um período de crise em minha vida: conflitos no casamento, minha saúde não está boa e também enfrento dificuldades financeiras. Peço que Deus me guarde e realize um milagre na minha vida.

Patrício, Chile

Orem para que meu amigo aceite Jesus como seu Salvador durante as próximas reuniões evangelísticas.

Maria, Indonésia

Peço oração por um amigo adolescente. Ele está viciado em jogos de computador e a família está muito preocupada.

Elia, Argentina

Trabalho para um ministério no qual temos obrei-ros, mas não temos orçamento. Por favor, orem sobre esse assunto.

Shiful, Bangladesh

Por favor, orem para que meu instrutor mude o horário das aulas do sábado para outro dia. Obrigado!

Harby, Filipinas

Sou pastor e estou passando por vários problemas de saúde. Por favor, orem por mim.

Stephen, Uganda

Por favor, orem para que meu amigo abra sua mente e coração e aceite a verdade do sábado. Obrigada!

Choi, França

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ela

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dam

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Espero que tenha ajudado a esclarecer um mal-entendido de um excelente artigo!

Victor Hulbert, Diretor de Comunicação e Mídia, da União Britânica dos Adventistas do Sétimo Dia Watford, Hertfordshire, Inglaterra

A batalhaAgradeço à Adventist World e a Ted N. C. Wilson pela sucinta e importante aula de história sobre nossa a herança pacificadora de nossa igreja (veja “A Batalha”, agosto de 2014). Esse artigo foi um lembrete útil sobre a razão de desen-volvermos esse princípio fundamental, e como o combate afeta a igreja mundial.

O patriotismo, muitas vezes, tem superado os vínculos da comunhão. Como irmã de três rapazes que esco-lheram servir nas forças armadas e que participaram de duas guerras recentes, também fiquei emocionada com a análise de Denis Kaiser (em seu artigo “Amar Nosso Inimigo?”) de como podemos amar, na prática, nossos ini-migos em tempos de guerra. Na minha vida pessoal assim como em meu papel de cidadã, preciso ser lembrada de que todos os seres humanos são filhos que-ridos de Deus e que sou chamada a agir amorosamente com eles, mesmo que estejam agindo como inimigos.

Muito obrigada por publicarem uma avaliação tão solícita, cristã e histo-ricamente enraizada, do convite feito à nossa igreja para sermos pacificadores.

Lisa Clark Diller Chattanooga, Tennessee, Estados Unidos

Bom artigo, uma correção Apreciei muito ler o artigo de Denis Kaiser “Amar Nosso Inimigo?” (agosto de 2014). O texto é excelente, dados de pesquisa muito bem reunidos, e tanto emocionante como apropriado.

Uma pequena correção na legenda da foto da página 19 do artigo: Na foto, veem-se adventistas convocados para a 3ª Corporação de Não Combatentes do Leste e posteriormente estacionada na França. Eles trabalhavam princi-palmente como estivadores nas docas, e pelos primeiros 18 meses, foi-lhes concedido o privilégio de guardar o sábado. Em novembro de 1917, as coisas mudaram com a entrada de um novo comandante. Foram enviados à corte marcial, sentenciados a seis meses de trabalho forçado, e jogados na prisão. Lá foram espancados, alguns até quase à morte, por se recusarem a trabalhar no sábado. Essa foi uma história impressio-nante de fidelidade sob circunstâncias extremas. Embora na fotografia estejam de uniforme, nunca serviram como de-sarmadores de bombas. (Penso que essa foi mais uma opção da II Guerra Mun-dial) Sua postura corajosa na I Guerra Mundial levou as autoridades militares britânicas a ser mais compreensivas na II Guerra Mundial, quando nossos homens foram isentados do serviço militar contanto que se envolvessem em trabalhos de importância nacional (na terra, desarmando minas, ou como médicos).

Um raio de luzApreciei ler o artigo de Curtis Rittenour “Um raio de luz” (dezembro de 2013). Esse artigo me lembra de que Deus é um Pai amoroso e atencioso, que resolve as dificuldades enfrentadas por Seus filhos.

Gaius EmmanuelLagos, Nigéria

ApreciaçãoSinto-me muito encorajado toda vez que leio sua publicação. Agradeço pelas orações e estou orando por vocês, também. Obrigada!

Becky MoraaNairobi, Quênia

Sou um dos leitores da Adventist World. Gosto muito desta revista. Espero que continuem escrevendo artigos extraor-dinários para a edificação da alma. Deus os abençoe!

Ludovic EugeneHaiti

Cartas

Uma jornada de descobertas pela BíbliaDeus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros, em mais de 180 países, que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui:

1º- DE FEVEREIRO DE 2015 • acts 3

ReavivadosSua Palavrapor

Janeiro 2015 | Adventist World 29

No dia 26 de janeiro de 1971, o Hospital Adventista Memorial Imperatriz Zauditu foi oficialmente inaugurado, em Adis Abeba, pelo imperador etíope Haile Selassie I. A União

Missão Etíope operava um hospital em Adis Abeba desde 1932.

Na ocasião da coroação de Selassie, em 2 de novembro de 1930, a União Escandinava dos Adventistas do Sétimo Dia enviou-lhe os parabéns. Em resposta, ele expressou o desejo de presentear a Missão Adventista. Ciente das necessidades do povo, e conhecedor da obra médica adventista, ele pediu à igreja que administrasse o novo hospital, que recebeu o nome de sua prima e anteces-sora no trono, Imperatriz Zauditu. O Dr. George Bergman foi o primeiro diretor médico.

Após a morte de Selassie, em 1975, o hospital foi nacionalizado e agora é administrado pelo Ministério da Saúde da Etiópia. É o principal hospital do país na terapia antirretroviral para o tratamento do HIV/AIDS.

Há anos44

Trio essencialA UNICEF estima que, no mundo, 25% das crianças menores de 5 anos são significativamente mais baixas do que a altura média para sua idade. Ela recomenda as seguintes soluções:

água limpa; nutrição adequada; saneamento adequado.

Nas últimas duas décadas, esses fatores ajudaram a reduzir em 50% a mortalidade entre crianças menores de 5 anos.Fonte: The Rotarian

CAmINhesImPLEsmENTE

1Em8Esse é o número de mortes em todo o mundo no ano de 2012, provocadas pela poluição do ar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Qual é a cidade mais poluída do mundo? Délhi, Índia.Fonte: National Geographic/newstatesman.com

T r O C A D e I D e I A S

Fonte: Men’s Health/Lawrence Berkeley National Laboratory

C o r t e S i a d o S r e S p o n S á v e i S p e l o S a r Q U i v o S d a a S S o C i a ç ã o G e r a l

Segundo pesquisas recentes, caminhar, simplesmente caminhar, pode reduzir em 40% o risco de morte por câncer no cérebro. A distância mínima necessária para colher os benefícios é de 20 quilômetros por semana.

5OA T É P A L A V R A S

■ Deus fala profundamente ao meu coração quando diz que enxugará dos olhos toda lágrima (Ap 21:4). Essa promessa me enche de esperança. Que maravilhoso será quando, por toda a eternidade, pudermos desfrutar de felicidade, paz, amor e alegria com Jesus, e sem lágrimas!

–Karla, Paraíba, Brasil

■ No ano passado, esse texto me ajudou a superar um período muito difícil. É uma promessa verdadeira e preciosa: “Não há ninguém como o Deus de Jesurum, que cavalga os céus para ajudá-lo, e cavalga as nuvens em Sua majestade” (Dt 33:26).

–Elenara

■ Por que ter medo com uma promessa poderosa como esta? “Por isso não tema, pois Eu estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; Eu o segurarei com a Minha mão direita vitoriosa” (Is 41:10).

–Antonio, Rio de Janeiro, Brasil

■ Esta promessa me motivou a continuar confiando no Senhor para vencer: “Em breve, muito em breve ‘Aquele que vem virá e não demorará. Mas o Meu justo viverá pela fé. [...] os que creem e são salvos” (Hb 10:37-39).

–Joel, Villavicencio, Colômbia

No próximo mês, diga em até 50 palavras qual é seu hino preferido. Envie para [email protected]. No local do assunto, coloque “50 Words or Less.”

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor Administrativo e Editor-ChefeBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoPyung Duk Chun

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, presidente; Akeri Suzuki, Kenneth Osborn, Guimo Sung, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han

Editores em silver spring, maryland, EUALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Kimberly Luste Maran, Andrew McChesney

Editores em seul, Coreia do sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim

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Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

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Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 11, nº- 1

preferida

Minha promessa bíblica

Janeiro 2015 | Adventist World 31

*Dr. James Gulley é o chefe do Serviço de Oncologia Médica do Instituto Nacional do Câncer, em Maryland (EUA), o maior centro de pesquisa clínica do câncer do mundo. É autor de mais de 180 artigos científicos e desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de uma vacina contra o câncer de próstata. Todo mês a

Adventist World chega às mãos deste cientista. Doctor James Gulley* se mantém em contato com a família adventista em todo o mundo graças à Adventist World.

Você também pode ficar em sintonia com essa família. Se a Adventist World não estiver sendo distribuída regularmente em sua igreja, entre em contato com o Departamento de Comunicação ou com a CPB. Você também pode acessá-la on-line, na página www.adventistworld.org, em onze idiomas.

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