12
JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] ANTÓNIO CARLOS MONTEIRO ANTÓNIO PRÔA RUI PAULO FIGUEIREDO PÁGS.04/O5 A NOSSA BANCADA DE OPINIÃO PÁGS. 10/11 Nº56 - SETEMBRO12 - ANO V “O CDS não tem conseguido acrescentar, quer do ponto de vista de projecto, quer do ponto de vista de base eleitoral nada de diferente”. A frase é de Mauro Xavier, presidente do PSD/Lisboa, para quem “não ganhamos nada irmos coligados pré-eleitoralmente” com os democratas-cristãos. Por isso, garante, o PSD vai concorrer em listas próprias em Lisboa nas eleições autárquicas do próximo ano. O líder laranja de Lisboa quer “derrotar António Costa, fazer de Lisboa a melhor cidade da Europa e pôr o IMI e a derrama lisboetas com os valores mais baixos do país”. ENTREVISTA | PÁGS.02 A 04 > CONCELHIA LARANJA | PÁG.05 > MAURO XAVIER, PRESIDENTE DA COMISSÃO POLÍTICA DO PSD/LISBOA PSD/Lisboa vende património e elege núcleos residenciais A nova concelhia do PSD de Lisboa vai desfazer-se das sedes das nove ex-secções. E vai promover a criação de três núcleos residenciais. > CAMPOLIDE | PÁG.09 Filosofia para crianças Crianças com ideias próprias e “espevitar” a estrutura do pensamento são os objectivos nucleares do inovador projecto da Junta de Campolide que é leccionar Filosofia para crianças. > ANJOS | PÁG.06 Freguesia aposta na preservação com emoção O projecto “Cuida Do Teu Bairro” tem um cariz cívico, e pretende apelar a comportamentos de preservação e respeito, por zonas públicas e edifícios da cidade de Lisboa. “CDS / PP NÃO ACRESCENTA NADA ELEITORALMENTE”

JDL56-Set2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO [email protected]

ANTÓNIO CARLOS MONTEIROANTÓNIO PRÔARUI PAULO FIGUEIREDO PÁGS.04/O5

A NOSSABANCADA DE OPINIÃO

PÁGS. 10/11

Nº56 - SETEMBRO12 - ANO V

“O CDS não tem conseguido acrescentar, quer do ponto de vista de projecto,

quer do ponto de vista de base eleitoral nada de diferente”. A frase é de

Mauro Xavier, presidente do PSD/Lisboa, para quem “não ganhamos nada

irmos coligados pré-eleitoralmente” com os democratas-cristãos. Por isso,

garante, o PSD vai concorrer em listas próprias em Lisboa nas eleições

autárquicas do próximo ano. O líder laranja de Lisboa quer “derrotar

António Costa, fazer de Lisboa a melhor cidade da Europa e pôr o IMI e a

derrama lisboetas com os valores mais baixos do país”.

ENTREVISTA | PÁGS.02 A 04

> CONCELHIA LARANJA | PÁG.05

> MAURO XAVIER, PRESIDENTE DA COMISSÃO POLíTICA DO PSD/LISBOA

PSD/Lisboa vende patrimónioe elege núcleos residenciaisA nova concelhia do PSD de Lisboa vai desfazer-se das sedes das nove ex-secções. E vai promover a criação de três núcleos residenciais.

> CAMPOLIDE | PÁG.09

Filosofia para criançasCrianças com ideias próprias e “espevitar” a estrutura do pensamento são os objectivos nucleares do inovador projecto da Junta de Campolide que é leccionar Filosofia para crianças.

> ANJOS | PÁG.06

Freguesia aposta na preservação com emoção O projecto “Cuida Do Teu Bairro” tem um cariz cívico, e pretende apelar a comportamentos de preservação e respeito, por zonas públicas e edifícios da cidade de Lisboa.

“CDS/PP não aCreSCenta naDa eLeitoraLmente”

Como é que chega ao PSD de Lisboa?Sou militante do PSD desde os 18 anos e fui militante da JSD desde os 14. Num percurso de proximidade, comecei por ser militante da mi-nha secção, em Abrantes, local onde nasci. Depois, fui evoluindo até ao sítio onde resido e trabalho, que é Lisboa, onde sou militante e onde tenho responsabilidades de tentar conduzir o PSD a vitórias nas próxi-mas autárquicas.

Durante a campanha para a concelhia, houve quem o classificasse como um pa-raquedista no PSD de Lisboa.Os meus percursos, quer pessoal, quer político, são conhecidos. Parece que sou responsável por um crime que é não ter nascido em Lisboa… Não sou nascido em Lisboa, nunca disse que sou nascido em Lisboa, portanto não consigo perceber a acusação. Os estatutos do PSD são claros: eu era militante do PSD há mais de dois

> MAURO XAVIER, PRESIDENTE DA CONCELHIA DO PSD DE LISBOA

anos, portanto não percebo qual é a questão. Terá de perguntar ao Paulo Ribeiro ou à sua lista porque é que essa consideração me poderia menorizar ou porque foi chamada para a campanha.

Tem fundamento a sua candidatura ter sido promovida por Miguel Relvas e por Miguel da Luz?Estou interessado em falar dos projectos do PSD para Lisboa. Nunca respondi a in-sinuações. Apresentei um projecto claro aos militantes, estou totalmente disponí-vel para falar deste projecto e dos objectivos e razões que me levaram a candidatar. Tudo o resto, não estou disponível para comentar.

Não é amigo de Miguel Relvas?Sou muito conhecido de Miguel Relvas. Não o considero meu amigo, porque eu tenho poucos amigos. Tenho quatro ou cinco amigos. Fiz política com o Miguel

O PSD/Lisboa não quer coligação pré-eleitoral com o CDS nas autárquicas do próximo ano. Porque “o PSD, sempre que

se coliga pré-eleitoralmente com o CDS não tem conseguido acrescentar nada de diferente”. Quem o diz é o presidente

da comissão política concelhia social-democrata da capital, Mauro Xavier. Quer derrotar António Costa, fazer de Lisboa a

melhor cidade da Europa e pôr o IMI e a derrama lisboetas com os valores mais baixos do país.

Concorda com a reorganização administrativa de Lisboa?Não concordo com a totalidade da reorganização administrativa. Foi dado um passo excelente. Deu-se um exemplo de liderança conseguindo-se reduzir o número de Freguesias. Eu teria uma maior ambição, acho que se poderia ter ido além do actual desenho.

Está mais próximo do CDS?Se calhar, intermédio, entre a posição final e aposição do CDS. O óptimo é inimigo do bom. Se foi este o passo possível, foi uma excelente lição de democracia ter conseguido chegar a este acordo.

Que competências acha que deveriam ser das Freguesias?Sou claramente a favor da tradição municipalista portuguesa. Sou claramente a favor de um núcleo de poder com base no município. Agora, quando olharmos para Lisboa, a primeira questão é discutir a

área metropolitana de Lisboa e a partir daí chegarmos à Freguesia. No que respeita a Lisboa, estou muito mais preocupado com a questão de delegação de competências do Governo para a Câmara, nomeadamente nas matérias dos transportes, para termos uma visão global da cidade. Resolve muitos mais problemas às pessoas e à cidade na negociação que possa ser feita com o Governo. Seja qual for o resultado eleitoral, Lisboa deveria estabelecer com o Governo um protocolo de delegação de competências, nem que seja experimental, para a área metropolitana de Lisboa. Assim como para a área metropolitana do Porto. Logo, se isto for a pirâmide aspiracional, as competências que devem chegar às Juntas, serão maiores e reforçadas relativamente ao que se verifica hoje. Por outro lado, previamente deverá discutir-se se, independentemente de ser descentralizado ou não, a autarquia de Lisboa deverá ter nos seus quadros a limpeza, a recolha do lixo… São estas as questões que têm de ser postas em cima do modelo: o que é que é economicamente

mais viável. Eu não estou nada convencido que o actual modelo seja o melhor. Neste momento estou a recolher informação para que possamos apresentar um programa eleitoral. Para mim não é garantido que serviços como a recolha do lixo ou a limpeza tenham de ser prestados no âmbito da Câmara Municipal.

Acha que deveria ser uma entidade supramunicipal?Quero perceber a bondade económica daquilo que lhe estou a dizer. Por isso pedi alguns estudos e estou em alguns grupos de trabalho para conseguir ter números correctos e poupanças concretas. Não tenho o caminho claro. À partida, acho que teoricamente esse pode ser o melhor modelo: uma gestão supramunicipal de um conjunto de matérias. E acredito que todos os outros municípios podem estar na mesma situação de Lisboa: querer obrigatoriamente baixar a carga fiscal sobre os seus munícipes. Esse é o meu objectivo: baixar a carga fiscal e manter ou reforçar a qualidade do serviço.

“Sou muito conhecido de Miguel Relvas. Não o considero meu amigo, porque eu tenho poucos amigos. Tenho quatro ou cinco amigos. Fiz política com o Miguel Relvas”.

“não ganhamoS naDa”CoLigaDoS Com o CDS/PP

gestão supra municipal e mais competências para a Câmara

0 2

SETEMBRO12

Concorda com a nova lei do arrendamento?Concordo com a generalidade da lei. A Câmara de Lisboa é um dos maiores senhorios do país, senão o maior, que vai ter de se adaptar à nova realidade.Mas esta é uma outra intervenção que deve merecer a decisão dos lisboetas: a Câmara de Lisboa deve manter-se como o maior senhorio do país? Essa é a sua missão? Não estou a dizer que a Câmara de Lisboa não deve ter uma intervenção social na recuperação de edifícios, substituindo-se àqueles que não têm capacidade para o fazer, mas não vejo razão para que mantenha os edifícios na sua propriedade. Portanto, temos aqui dois modelos: ou passagem para os fundos imobiliários, que os gerem numa relação de senhorio-arrendatário enquanto a Câmara apenas estabelece condições prévias para os seus munícipes acederem àqueles custos de habitação, fazendo a majoração da diferença entre o preço real e o preço subsidiado, com a Assembleia Municipal a decidir o valor da subsidiação, e independentemente de serem imóveis da Câmara ou não; ou o modelo actual, próprio do PS, que é fazer da Câmara proprietária e senhoria. Vejo muito poucas virtudes neste modelo, com o aumento de empresas municipais, com o aumento de quadros da Câmara, que presta um serviço, de acordo com a minha percepção, com o qual poucos ficam satisfeitos.

Como vê a Câmara enquanto entidade interventora na economia, designadamente através de empresas municipais?Vejo qualquer organização do Estado como não interventora na economia. Só acredito num Estado regular e prestador de serviços que a economia não presta. O Estado só deve exercer as actividades de soberania. A Câmara Municipal deverá garantir o direito ao acesso a todos a um conjunto de valências, independentemente de quem é a propriedade ou do prestador do serviço.

Defende a extinção da EPUL, da Gebalis, da EGEAC e das outras empresas municipais?Defendo, em primeiro lugar, um estudo concreto e claro das suas funções e do respectivo modelo. Não estou a pôr em causa a organização, estou a pôr em causa o ponto antes dessa organização. Se pusermos em causa a organização em si, estamos a prestar um mau serviço. Não estou a discutir se a empresa municipal A ou B trabalha bem ou mal. O que ainda estou a discutir é o fim pelo qual elas existem. Mas a Câmara Municipal de Lisboa tem funcionários a mais. Quer directamente nos seus serviços, quer nas empresas municipais. O global é claramente superior àquilo que devem ser as necessidades. Tenho duas ambições: que Lisboa tenha o menor IMI do país; que Lisboa tenha a menor derrama do país. Estes são os objectivos: garantir que as pessoas vivem, trabalham e geram riqueza em Lisboa possam ter no seu concelho o menor custo de serviço, enquanto cidade.

“O meu objectivo é recuperar a Câmara. Estou disponível, no limite, para mais uma mandato. O não vencer, para mim é um mandato que não atingiu o objectivo. Não atingindo o objectivo, dificilmente haveria condições para continuar.”

Câmara fora do mercado, menos imi menos derrama

Relvas e, como é do conhecimento público, fui director de campanha de Passos Coelho nas últimas legislativas e portanto é normal que se tenha ganho, no tra-balho, uma relação de proximidade. A única relevância que a mim me motivou foi perceber que o António Costa é presidente da Câmara de Lisboa e o PSD tinha de assumir uma liderança. Nesse contexto, mostrei-me disponível e consegui reunir um conjunto de apoios que terminou na minha eleição. Como é óbvio, tive de falar com vários militantes de Lisboa para o conseguir, apresentando as ideias-base.

Falou com Miguel Relvas?Não, não falei com Miguel Relvas.

Falou com Miguel da Luz?Falei com Miguel Pinto da Luz dizendo que me candidataria.

Quais são as suas prioridades para o PSD de Lisboa?As primeira, segunda e terceira prioridades do PSD de Lisboa são tentar recuperar a autarquia lisboeta para o projecto social-democrata. O candidato à Câmara de Lisboa é uma escolha do presidente do partido. A concelhia está interessada em trabalhar com os órgãos nacionais para garantir que se encontra um candidato que tenha o perfil par protagonizar uma candidatura vencedora.

Qual é o perfil?Tem de ser um homem com ambições para transformar Lisboa na melhor cidade para viver na Europa e tem de ser um homem dedicado e já com experiência para fazer duas coisas, que não são nem de Esquerda, nem de Direita: como as limpezas das ruas e o ordenamento do trânsito. Tem de ser um homem com um perfil de fa-zedor, mais do que com um perfil de tribuno. Não há razões nenhumas para Lisboa não estar entre os melhores. Tem todas as condições geográficas para poder estar entre os melhores.

Miguel Relvas fez uma declaração pública de grande afecto à candidatura de Fernando Seara. Seara tem esse perfil?A escolha do candidato será do presidente do PSD. Não contribuirei, de forma ne-nhuma, para a discussão de nomes publicamente. De acordo com o que foi aprova-

do no Conselho Nacional, o PSD divulgará os candidatos em Janeiro. Não contri-buo para discutirmos na praça pública o nome de candidatos.

O PSD tem candidatos que ganhem a António Costa?Esse é o meu desafio. Se não tivermos um candidato que seja claramente ganha-dor, a concelhia do PSD e a direcção nacional do partido não terão atingido a sua missão.

Para ganhar a Câmara, significa ganhar nas Juntas de Freguesia…Queremos ganhar a Câmara de Lisboa, queremos ter mais votos nas Assembleias de Freguesia e queremos ter mais votos na Assembleia Municipal, se o modelo for

0 3

o actual. Não vamos para empatar, nem para perder por poucos. Outra coisa que gosto de clarificar, e foi assim que me propus nas eleições para a concelhia, o PSD vai às eleições sem coligação pré-eleitoral com o CDS-PP. De um ponto de vista estratégico e de decisão política, se não tivermos maioria absoluta há a possibilidade de coligação com o CDS-PP.

Isso é um dado adquirido?Está no meu programa, apresentei-me dessa forma aos militan-tes, é essa a vontade da minha comissão política.

E se a comissão política nacional for contra essa decisão?Não gosto de especular. Acredito num projecto para um determinado caminho. E digo-o da mesma forma que disse que não estou disponível para ser candidato a deputado ou a vereador. Estou disponível para conduzir um projecto político dentro do PSD. É importante clarificarmos as coisas, deixando-as escritas, para a memória nos poder facilitar o discernimento. Neste sentido, não sou a favor de listas de coligações pré-eleitorais.

Se não conseguir fazer vingar essa opção?São coisas muito simples. As pessoas têm de acreditar em objectivos. O objecti-vo é recuperar a Câmara de Lisboa mas com um determinado fim. Que é fazer de Lisboa uma cidade com a melhor qualidade de vida da Europa e das melhores do mundo. Para atingir esses fins, tem de se perceber quais são as formas de lá chegar.O PSD é um partido autónomo do CDS, sempre foi, e não ganhamos nada, em ter-mos de projecto, irmos coligados pré-eleitoralmente. O PSD, sempre que se coliga pré-eleitoralmente em Lisboa com o CDS não tem conseguido acrescentar quer do ponto de vista de projecto, quer do ponto de vista de base eleitoral nada de diferen-te. Portanto, acho que nos devemos apresentar de forma autónoma, com projectos autónomos e depois de os lisboetas escolherem os diferentes projectos e os diferen-tes caminhos é óbvio que estaremos disponíveis para fazer pontes.

E se for obrigado a fazer uma coligação pré-eleitoral com o CDS?Não vou falar de cenários. Mas eu retirarei sempre consequências políticas das vá-rias questões que se forem passando.

Quais são os critérios que vão determinar as escolhas dos candidatos às Juntas de Freguesia?

O PSD de Lisboa não vai mudar em nada aquilo que foi apro-vado pelo conselho nacional, definindo o perfil dos autar-

cas para o país todo.

Há uns anos, o PSD decidiu que os autarcas acu-sados em inquéritos com origem no exercício de funções não seriam recandidatos. Vai manter essa triagem?O documento orientador não é claro nesse ponto. Mas

irei respeitar na íntegra aquilo que for a orientação da comissão política nacional.

Nas eleições autárquicas de 2013, há um factor de diferen-ciação em Lisboa, que é a reorganização administrativa. Não

acha que o que deve ser tido em consideração pelos partidos é a in-tenção da lei de limitação de mandatos em promover a renovação dos políticos?Na minha opinião, os detentores de cargos electivos, incluindo deputados, não de-veriam poder recandidatar-se depois de exercidos dois ou três mandatos.Neste momento, o que vigora é a limitação de recandidatura num mesmo sítio, querendo-se condicionar o exercício de funções executivas, fazendo a distinção entre estas e não executivas.Por outro lado, o legislador não quis impor limites de recandidatura à pessoa, mas a um determinado espaço e num determinado momento. O que significa que não está a retirar capacidade política à pessoa em concreto para intervir.São estas as regras com que vamos a votos em Outubro de 2013.Mas, sou a favor da limitação de mandatos para todos os cargos electivos.

Se não atingir os resultados eleitorais que pretende, que ilações tira?O meu objectivo é recuperar a Câmara.Estou disponível, no limite, para mais uma mandato.O não vencer, para mim é um mandato que não atingiu o objectivo. Não atingindo o objectivo, dificilmente haveria condições para continuar.Mas vejo alguns cenários em que pode haver essa possibilidade, dependendo dos resultados eleitorais e da avaliação das pessoas. Imagine que, perdendo a Câmara, se consegue vencer nas Assembleias de Freguesia…?Estou na política por projectos e enquanto esses projectos fizerem sentido. Quando a minha missão acaba sou o primeiro a sair. Há muitas outras coisas que gosto de fazer.

“O candidato à Câmara de Lisboa é uma escolha do presidente do partido. A concelhia está interessada em trabalhar com os órgãos nacionais para garantir que se encontra um candidato que tenha o perfil par protagonizar uma candidatura vencedora.”

Tenho vindo a ler e a escutar um feliz lugar comum, com cada vez mais

frequência, e com especial incidência nos últimos meses: “Lisboa está na

moda”. É um facto. Quem nos visita surpreende-se, afeiçoa-se e promete

voltar. São muitas as razões para Lisboa estar na moda. Pode ser pelo

magnífico património arquitetónico, onde o traçado tradicional dos bairros

se cruza com as linhas contemporâneas de espaços recentemente

erigidos e requalificados. Ou por causa da oferta gastronómica de grande

qualidade e variedade. Ou ainda, por uma oferta de espaços culturais e

lúdicos para todas as idades. Outros dizem que se deve ao clima ameno, com

uma luz solar que dizem ser única. Mas a principal razão de todas é obviamente, as gentes

que aqui vivem: os Lisboetas, aqui nascidos ou adotados pela cidade como seus. Com uma

hospitalidade muito própria, que disfarça as dificuldades que a generalidade atravessa, são o

melhor cartão de visita de Lisboa.

Lisboa está na moda porque se trabalhou para isso, sobretudo nos últimos anos. Foram

criadas as condições essenciais para projetar o nome de Lisboa no mundo. Parte dessas

condições têm vindo a ser construídas com uma gestão de rigor e alavancada numa ideia

concreta do futuro que se quer para a cidade. Eis um pequeno exemplo: no passado mês

de Julho, António Costa acordou com o Governo o abatimento de 43% da dívida a médio

e longo prazo da CML, permitindo o aumento da capacidade de investimento do município,

resolvendo um problema que se arrastava há vários anos.

São muitos os exemplos de toda a obra que tem sido feita, e que tem contribuído para

projetar o nome de Lisboa como destino turístico de eleição, mas também como uma

cidade acolhedora para os seus habitantes e para quem aqui trabalha ou estuda. A

revitalização do espaço público tem sido uma aposta da CML e é um dos aspetos visíveis

dessa obra. E este conceito de revitalização passou também a ser entendido como uma

forma de devolver a cidade às pessoas. Veja-se o caso dos quiosques que abriram em

diversos pontos da cidade, e que registam uma grande afluência. Percorra-se a Rua Augusta

até desembocar no renovado Terreiro do Paço. Ande-se de bicicleta nas ciclovias. Assista-

se a um espetáculo no Largo do Intendente, depois de vir a pé desde o Largo do Caldas.

Quem se lembra do Intendente de há poucos anos? E do Cais do Sodré? Aguardemos com

expetativa e nesta linha de atuação a requalificação da Ribeira das Naus.

Um dos melhores exemplos da revitalização do espaço público foi a que ocorreu no Martim

Moniz. Numa zona que muitos tinham votado ao abandono e em que outros tinham

perdido a esperança de ver alguma mudança, foram colocadas mãos à obra, e os resultados

estão à vista. A Praça do Martim Moniz fervilha hoje de vida, com muitas culturas e saberes

diferentes. Um novo centro de saúde está a ser ultimado num dos empreendimentos

habitacionais, com capacidade para 18 mil utentes. O empreendimento da EPUL parado

durante anos vai ser habitado na sua esmagadora maioria por jovens.

Sim, de facto, Lisboa está na moda. Mas não é por acaso.

Rui Paulo Figueiredo Presidente da Concelhia do PS de Lisboa

Lisboa está na moda, mas não é por acaso

0 4

Presidente a PrazoEste mês de Agosto é conhecido em termos mediáticos

como a silly season. A expressão em inglês resulta do facto de, durante este período de férias, o menor caudal de notícias e a indisponibilidade das pessoas para assuntos sérios, abrir espaço para que tenham honra de prime time assuntos que normalmente não seriam

objecto daquele tratamento, por serem considerados tontos. Alguns políticos, conhecedores destes mecanismos,

aproveitam o maior espaço mediático disponível para se afirmarem publicamente, lançando temas polémicos ou candidaturas. Foi o que fez o Dr. António Costa, o “D. Sebastião” dos socratistas, lançou a sua candidatura a Secretário-Geral do Partido Socialista, após as eleições autárquicas de 2013. As coisas parecem razoavelmente claras, em caso de vitória da sua recandidatura à Câmara de Lisboa, o actual Presidente tenciona ser líder do seu Partido e candidato a Primeiro Ministro em 2015. O calendário bate certo…O problema para Lisboa é que para o PS, em 2013, a Presidência da Câmara será apenas um trampolim a ser utilizado temporariamente para voos mais altos. O problema para os lisboetas é o de saberem quem vai substituir o Dr. António Costa quando a sua presidência a prazo terminar. Espero por isso que o Presidente da CML seja claro e que diga aos lisboetas até quando se tenciona manter o cargo e que seja feito o devido escrutínio a quem lhe vai suceder. Quem vai votar tem o direito de saber que ao votar no PS, vota numa candidatura por um determinado prazo e noutra para outro – não se sabendo ainda quando e quem é. Depois das declarações do Dr. António Costa, exige-se uma clarificação. António Carlos Monteiro Vereador do CDS-PP na CML

Pedonalização em LisboaA anunciada construção bizarra de duas rotundas no Marquês é

pretexto para reflectir sobre a política de mobilidade na cidade no que respeita à pedonalização. Com efeito, as obras previstas são fundamentadas com o objectivo de diminuir a circulação automóvel na avenida da Liberdade e aumentar a área pedonal. Quanto ao objectivo estamos de acordo. Mas ficámos a

saber que a iniciativa resulta, não de uma qualquer estratégia de pedonalização da cidade, mas apenas de um expediente para

evitar mais multas em por excesso de poluição na zona que a CML ainda não foi capaz de controlar. Depois da primeira iniciativa, ainda nos anos 80, de corte ao trânsito da rua Augusta e da rua do Carmo e, já no início deste século, da limitação à circulação automóvel de moradores nos bairros históricos (Bairro Alto, Bica, Castelo e Alfama), com excepção de intervenções pontuais, Lisboa deixou de progredir na prioridade ao peão e consequente melhoria da qualidade na cidade. Lisboa tem excelentes condições para promover uma estratégia bem sucedida de aumento das áreas reservadas à circulação pedonal. Clima ameno, segurança e existência de comércio local constituem factores que convidam a uma aposta no desenvolvimento da circulação pedonal. A pedonalização das cidades tem como consequências a requalificação e modernização do espaço urbano, o aumento da segurança, o incentivo ao comércio local e actividades de rua e promoção de hábitos de vida saudáveis. A aposta no aumento de áreas pedonais traduz-se na construção de uma cidade mais humana, adequada às necessidades das pessoas, em detrimento dos automóveis, com melhoria das condições ambientais nomeadamente quanto ao ruído e qualidade do ar. Lisboa precisa de uma estratégia para a pedonalização. Para isso é preciso vontade e prioridade no investimento. Outras cidades capitais na Europa já o fizeram e com resultados muito positivos. Por que espera Lisboa?António Prôa Presidente do Grupo Municipal do PSD

> NOVA CONCELHIA SOCIAL-DEMOCRATA

PSD/Lisboa vende patrimónioe elege núcleos residenciais

Anova comissão política concelhia do PSD de Lisboa quer fazer uma reno-vação total da estrutura partidária da capital. A estrutura laranja de Lisboa detém oito sedes que pertenciam às ex-tintas nove secções que cobriam toda a área geográfica de Lisboa. Destas oito

instalações, duas são propriedade do PSD – a sede da antiga secção D, no centro da cidade, e as instalações da extinta secção E, na Rua Damasceno Monteiro. De resto, os restantes oito imóveis são arrendados.Agora, como Mauro Xavier, presidente do PSD/Lis-boa, disse ao Jornal de Lisboa que um dos seus objec-tivos é dotar a estrutura lisboeta social-democrata de uma “sede própria, digna e que promova a participa-ção política dos militantes”. Por isso, salienta, “vamos vender e entregar” aos senhorios as sedes das extintas

secções, “utilizando a sede da distrital como local de trabalho político” da concelhia laranja.Entretanto, Mauro Xavier afirmou que pretende pro-mover a criação de três núcleos residenciais em Lis-boa, estrutura de proximidade do PSD. Para o líder da concelhia é essencial que haja uma efectiva coorde-nação política dos representantes do PSD nas Juntas e nas Assembleias de Freguesia, o que – afirma – será concretizado com a criação dos núcleos Oriental, Central e Ocidental. Por isso, o líder dos laranjas da capital quer que as novas estruturas estejam eleitas, no limite, no princípio do ano.Esta opção do presidente da concelhia social-demo-crata não é consensual, apesar de aprovada na comis-são política concelhia. Sectores sociais-democratas argumentam que a constituição daqueles três núcleos é “entregar a estrutura do partido aos caciques que

A nova concelhia do PSD de Lisboa vai desfazer-se das sedes das nove ex-secções.

E vai promover a criação de três núcleos residenciais.

controlam os colégios eleitorais” do PSD/Lisboa.Neste sentido, sublinham que Mauro Xavier “entrega de bandeja” ao ainda presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, que também é vice-pre-sidente da concelhia, e a Luís Newton a possibilidade de controlarem o PSD através da instrumentalização dos colégios eleitorais que publicamente se lhes reco-nhece saberem controlar. Uma situação – referem – que se agrava pelo facto do autarca de São Domingos de Benfica “ser arguido e acusado” em inquéritos-cri-me a diversos casos relacionados com as suas funções autárquicas e políticas, e por Luís Newton, tesoureiro da concelhia do PSD/Lisboa e assessor do secretário de Estado da Cultura ter “exercido”, em alegada in-compatibilidade, “funções autárquicas executivas e simultaneamente ser prestador de serviços à Junta de Freguesia Lapa” em que integrava o executivo.

0 5

madalena na praia

Na Freguesia da Madalena, o mês de Setembro é tempo de praia para os mais velhos. Assim, entre os dias 10 e 14 do corrente mês, o executivo

da Madalena proporciona um período de descanso aos seus residentes ido-sos com a organização da acção praia--campo sénior. Também a 14 de Setem-bro, a Junta da Madalena inaugura um evento que já marca a agenda local: o Campo das Cebolas acolhe a segunda edição do evento “Tasquinhas da Ma-dalena”.

O executivo dos Anjos implementou um

projecto de preservação da Freguesia que

aposta no civismo e na afectividade.

Estimular a preservação das zonas públicas e dos edifícios da Freguesia com recurso à emoção é um projecto inovador que a Junta dos Anjos, em parceria com o Atelier Pedro Pinto Correia, está a implementar na autar-quia. O projecto “Cuida Do Teu Bairro”, tem um cariz cívico, e pretende apelar a compor-

tamentos de preservação e respeito, por zonas públicas e edifícios da cidade de Lisboa. A primeira acção já está visível nas ruas desde e todas as peças da campanha foram estrategicamente afixadas nas artérias e bairros da freguesia dos Anjos, tendo início, dentro de dias, uma nova iniciativa no âmbito do “Cuida Do Teu Bair-ro”. Esta iniciativa aposta num tom afectivo social, para sensibilizar os residentes para um apelo à manutenção

e preservação da via pública, em prol de um bairro mais bonito, mais limpo, mais cuidado e mais feliz. Com esta iniciativa, o executivo dos Anjos pretende recordar e re-forçar velhos hábitos de boa vizinhança e com eles am-pliar a consciência colectiva da população. O projecto pretende assim, dar voz aos moradores e comerciantes, e mostrar aos restantes bairros, turistas, visitantes e até alguns locais, que a zona dos Anjos já não admite ser reconhecida apenas pelo seu estigma de zona tumul-tuosa e pouco atractiva, mas sim como um bairro em mudança, convidativo e interessante. As mensagens são apresentadas sob a forma de ícones (ao género da sinalética de trânsito), porque, tendo em conta a carac-terística multicultural desta zona da cidade, o recurso à linguagem simbólica facilita a transmissão das ideias e a captação dos conceitos entre as diferentes nacionali-dades residentes. De uma forma geral pretende-se que as mensagens sejam positivas e como tal, motes como – “Cumprimente o seu vizinho”, “Ponha uma flor à sua janela” ou “Sorria, está nos Anjos” estão muito presen-tes nesta intervenção urbana.

O NOSSO PEQUENO-ALMOÇO

EM SUA CASAENTREGAS EM LISBOA

DAS 07H ÀS16H

Serviço de Room ServiceConfiança ● Simpatia

Disponibilidade ● Confidencialidade

> BIBLIOTECA NACIONALhistória da Cartografia A Biblioteca Nacional vai acolher, entre 11 e 14 de Setembro o IV Simpósio Ibero-Americano de História da Cartografia, subordinado ao tema “Cartógrafos para toda a Terra - Produção e circulação do saber cartográfico ibero-americano: agentes e contextos”. A entrada é livre.

> CULTURAteatro na Penha de França A Junta de Freguesia da Penha de França organiza oficinas de teatro da autarquia, cujas inscrições já estão abertas. Esta actividade realiza-se no espaço multiusos da Junta e conta com grupos infantis, juvenis, de adultos e de séniores, com a coordenação de João Ferrador. Residentes na Penha de França pagam €25 mensais e não residentes têm um acréscimo de €2.

> “CUIDA DO TEU BAIRRO”

Freguesia dos anjos apostana preservação com emoção

0 6

> FREGUESIA DA LAPA

“hotel” Jardim da estrela

> FREGUESIA DA Séenriquecimento curricular

A Freguesia da Lapa passou a ter mais

um “hotel”. O “hotel” Jardim da

Estrela. Uma iniciativa com o apoio da

Junta daquela autarquia.

Oexecutivo da Junta da Lapa partici-pou, ao lado da Câmara de Lisboa e da EGEAC, no programa “Lisboa na Rua” que “criou” o “hotel Jardim da Estrela”. Com o tema “A felicidade so-mos nós que a fazemos”, o Jardim da Estrela foi literalmente transformado

num hotel, com a participação do IKEA, mostran-do aos “hóspedes” como a decoração de um espa-ço pode ser diferente com pequenos apontamen-tos, e a importância que os têxteis têm nas nossas vidas. Esta iniciativa decorreu nos dias 18 e 19 de Agosto, com a instalação de 26 quartos espalha-

dos pelo Jardim da Estrela, para além de uma área para aprender a costurar com o workshops de cos-tura e um cantinho de sustentabilidade, dedicado só ao cultivo de algodão biológico. No âmbito des-ta iniciativa, a música sueca invadiu o Jardim da Estrela, com a cantora Amanda Mair. No dia se-guinte, as actividades dirigiram-se especialmente às crianças, que, com os tecidos IKEA, puderam dar largas à imaginação. No final desta iniciativa, todos os artigos que compõem este hotel, basica-mente diversos quartos IKEA, compreendendo cama, mesa-de-cabeceira, iluminação e têxteis, foram doados a instituições de solidariedade so-cial. Por outro lado, a Junta de Freguesia da Lapa reconhece o apoio do IKEA, que se traduziu na re-cuperação total da Casa do Idoso, bem como dos sanitários públicos do Jardim da Estrela, compre-endendo pintura da fachada e do interior, subs-tituição dos pavimentos, nos três espaços, subs-tituição de todos os sanitários e equipamentos, portas, azulejos, entre outros.

SETEMBRO12

> TRâNSITOmarquês apertadoAté ao final do mês de Setembro irão ocorrer condicionamentos de trânsito na zona do Marquês de Pombal devido às obras de alteração da rotunda daquela praça lisboeta. Os trabalhos decorrerão com vedação ao trânsito da lateral nascente da rotunda Marquês de Pombal, entre a Av. Fontes Pereira de Melo e a Av. Duque de Loulé.

DESAFIOSPARA LISBOA

A promoção do turismo de Lisboa

No momento em que escrevo esta crónica, decorre um processo de reforma das instituições regionais de Turismo. A ideia é gastar/rentabilizar melhor, os cada vez mais escassos recursos financeiros na promoção interna e externa de Lisboa.

E Lisboa bem precisa de mais, melhor e sobretudo coordenação na melhoria da sua reputação externa. É

verdade que o actual ambiente de crise não ajuda, mas não podemos cometer erros nem repeti-los. Ainda me lembro das “ideias luminosas” de contratar um fotógrafo inglês a peso de ouro, para fazer fotos do Cristiano Ronaldo, da Mariza e da Joana Vasconcelos, entre outros, para colocar cartazes nos Restauradores a promover o Turismo em Portugal. Os principais actores, públicos e privados, no sector do Turismo exigem bom senso, estabilidade e flexibilidade nas acções de promoção. A capital portuguesa é a 25ª melhor cidade do mundo para se viver, de acordo com o mais recente ranking do EIU do Economist. As dormidas dos brasileiros subiram 48 %, a dos franceses 18% e dos alemães 4%. Segundo o Turismo de Lisboa, mais de 90% dos turistas querem regressar. O movimento de passageiros no Aeroporto e no Porto de Lisboa aumentou 3,6% e 11,6%, respectivamente. Podemos todos ajudar a fazer uma Lisboa ainda melhor? Claro que sim. É só nós querermos e acreditarmos que podemos dar a volta a este ambiente de crise.João Pessoa e Costa

Exigência e oportunidadeLisboa e a sua área metropolitana constituem uma

entidade urbana, social e económica que, do ponto de vista administrativo ainda não existe como tal. O que existe é insuficiente e politicamente insignificante. Trata-se uma região

urbana complexa e interdependente e não traduzir isso numa estrutura política compatível e

representativa reduz a sua capacidade de desenvolvimento e de afirmação como polo dinamizador da atividade económica. A promoção interna e externa das vantagens competitivas da área metropolitana de Lisboa pode e deve corresponder a uma realidade que se exprima a uma só voz e a partir da coerência interna das decisões políticas tomadas no seu seio.Quando a promoção do desenvolvimento é a condição essencial para a ultrapassagem da crise em que nos encontramos falar da promoção interna e externa de Lisboa e da sua área metropolitana é também falar da reorganização administrativa desta região. As crises podem gerar oportunidades. A da criação efetiva da região Área metropolitana de Lisboa é uma delas. Leonel Fadigas

Oreforço das competências das crianças da Freguesia é uma aposta da Junta da Sé que, mais uma vez, vai proporcionar às crianças residentes terem acesso a activi-dades de enriquecimento curricular.

Neste sentido, o executivo da Junta da Sé vai acom-panhar o início do ano lectivo 2012/2013 da Escola da Sé, tanto mais que a autarquia continua a ser também este ano a entidade promotora das activi-dades de enriquecimento curricular, que se reves-tem de grande importância para o desenvolvimento das nossas crianças, na promoção do seu sucesso escolar. Assim, a Junta de Freguesia colaborará com a Câmara de Lisboa, o Agrupamento de Escolas Gil Vicente e diversas entidades sem fins lucrativos, de-

signadamente IPSS e associações de pais, levando a efeito as seguintes actividades: ensino de Inglês, actividade física e desportiva e actividades lúdico--expressivas. Para os residentes mais velhos, entre 3 a 7 de Setembro a Sé leva a efeito a acção praia--campo sénior. Nos períodos da manhã os seniores irão aproveitar a Praia do Tamariz e durante as tar-des visitarão o Museu dos Coches, o Museu de São Roque, o Museu das Comunicações, os Estúdios da RTP e Sintra. No último sábado do mês de 29 de Setembro, a Sé regressa às Tardes (Sé)niores em Mo-vimento no Lusitano Clube, inserido no Programa Envelhecimento Activo e Saudável estas tardes de convívio têm-se evidenciado como uma motor de combate à solidão e isolamento dos nossos idosos.

0 7

> SÃO NICOLAU

Pintura dá cor ao quotidiano

Estimular o convívio, combater o isolamento e promover uma atitude positiva para pro-porcionar um envelhecimento activo e dig-no é o fundamento para o atelier de pintura que o executivo de São Nicolau desenvol-veu. Neste sentido, a Freguesia de São Nico-lau, promoveu mais uma iniciativa vocacio-

nada para a população mais idosa, proporcionando o contacto e aprendizagem de diversas técnicas de pin-tura. O grupo de idosos, aderiu a esta iniciativa e par-ticipou com bastante vontade e entusiasmo nas aulas coordenadas pelo técnico Álvaro João. Dedicando especial atenção e pormenorizada análise ao estudo e execução do desenho geométrico e composição de naturezas mortas ou inativas, este grupo de residentes

idosos, irão agora integrar novas fases de aprendiza-gem, que deverão abordar, numa fase mais avançada do projeto, técnicas mais elaboradas e exigentes. Neste contexto, serão lecionadas e introduzidas técnicas de pintura a óleo, acrílico, pastel, guaches, aguarelas e al-gumas noções de colagem. Desde o início desta inicia-tiva, verificou-se uma imensa vontade e empenho, por parte dos idosos em participar nesta iniciativa artís-tica. Para além de ser uma experiência pessoalmente enriquecedora, este atelier tem uma forte componente terapêutica, que tem como principal objetivo valori-zar o convívio, a ocupação dos tempos livres, e acima de tudo promover uma atitude positiva, e emocional-mente refrescante, e contribuir para um envelheci-mento digno e activo.

Qualidade de vida dos idosos e dignificação do envelhecimento activo são apostas

da Junta de São Nicolau. Aulas de pintura deram cor ao verão dos mais velhos.

> EXPOSIçÃO DE FOTOGRAFIASão mamede viaja à aldeiaA Junta de São Mamede organiza uma exposição de fotografia sobre o tema “Viagens na minha aldeia” de Cláudia Oliveira. A mostra é inaugurada no dia 13 de Setembro, na Biblioteca Arquiteco Cosmelli Sant’Anna, e está patente ao público até dia 28 deste mês.SETEMBRO12

A PAlAvrA de deus

Perturbem-se todos os moradores da Terra, porque o dia do SENHOR

vem. Dia de trevas e de tristeza; dia de nuvens e trevas espessas. Enviarei um povo como nunca houve, e diante dele um fogo

consome, e atrás dele vem um desolado deserto. Como o estrondo

de carros de combate sobre os cumes dos montes, eles irão saltando, como um povo ordenado para o combate. Diante dele temerão os povos. Como homens de guerra subirão os muros, e irá cada um nos seus caminhos, pelos seus carreiros, e não se desviarão da sua fileira.Irão pela cidade, correrão pelos muros, subirão às casas, pelas janelas entrarão como o ladrão. Diante dele tremerá a Terra, abalar-se-ão os Céus; o sol e a lua se enegrecerão. E o SENHOR levanta a sua voz diante do seu exército, porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do SENHOR é grande e terrível, e quem o poderá sofrer?Ainda assim, agora mesmo, diz o SENHOR: convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e convertei-vos ao SENHOR, vosso DEUS; porque Ele é misericordioso, e grande em beneficência. Quem sabe se se voltará e deixará atrás de si uma bênção ? Tocai a trombeta, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição.Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, chorem os sacerdotes, e digam: poupa o teu povo, ó SENHOR. Então o SENHOR se compadecerá do seu povo, e dirá: Eis que não vos entregarei mais à vergonha entre as nações; e aquele que é do Norte farei partir para longe de vós. Nesse dia, regozijai-vos e alegrai-vos no SENHOR, porque Ele vos dará ensinador de justiça e fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no primeiro mês. E restituir-vos-ei os anos em que fostes consumidos. E comereis fartamente, e ficareis satisfeitos, e louvareis o Nome do SENHOR, vosso DEUS, que procedeu para convosco maravilhosamente.E há-de ser que, depois, derramarei o meu espirito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E mostrarei prodígios no Céu e na Terra, sangue, e fogo, e colunas de fumaça. O Sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR.E há-de ser que todo aquele que invocar o Nome do SENHOR será salvo. Ismael Ferreira Membro da Assembleia Metropolitana de Lisboa do PSD

O dia do Senhor vem

O “Jornal de Lisboa” recebeu uma carta alegadamente remetida por Luís Newton sobre notícia publicada na edição de Maio deste ano, com o título “Assessor do S.E. da Cultura recebia ‘a dois carrinhos’”. Depois de confirmada a autoria da referida carta é agora dada expressão ao Direito de Resposta invocado.

“Exmo. Senhor,Diretor do Jornal de LisboaLuís Pedro Alves Caetano Newton Parreira (…) tendo tornado conhecimento (…) do teor do artigo publicado nas páginas 02 e 03, da Edição de Maio do “Jorna! de Lisboa” (…) vem (…) referir antes de mais que, foi com total estupefacção que (…) me deparei com uma capa totalmente fantasiosa, na qual se aproveitam da minha atual responsabilidade enquanto assessor do Senhor Secretário de Estado da Cultura, para me acusarem de um facto totalmente falso e que a ocorrer teria ocorrido há mais de cinco anos.(…) [É] totalmente falso que, durante os meus dois mandatos enquanto membro do Executivo da Lapa (2001/2005 e 2005/2009), tenha acumulado remunerações, seja enquanto autarca e avençado da Junta de Freguesia da Lapa, seja enquanto autarca e gestor de equipamentos afectos à autarquia. (…) Importa esclarecer também que, em momento algum, incorri ou fui coagido a incorrer ou a permitir qualquer ilegalidade, no âmbito do exercício de cargos políticos ou profissionais, que tive a honra de exercer (…).Como se pode verificar ao longo destes esclarecimentos, o artigo em causa mais não é do que um conjunto de factos, misturado com um conjunto de mentiras, redigido com frases bombásticas e com um estilo totalmente tendencioso e pejorativo, cujo único fim é fazer-me um ataque pessoal e de enxovalhamento politico, (…) o que mereceu já a competente queixa na Entidade Reguladora para a Comunicação Social e para a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.Mas vamos aos factos.

Ao contrário do que se refere no artigo, o Centro Desportivo da Lapa (CDLP) não é, nem era, um equipamento afecto a Junta de Freguesia da Lapa, razão pela qual, enquanto autarca, não era da minha competência (…) a gestão do mesmo. (…)(…) [E]m Agosto de 2004, foi possível celebrar um Protocolo com o Instituto do Desporto de Portugal (IDP), mediante o qual aquele cedia a Junta de Freguesia, apenas, o uso das instalações do CDLP (…).(…) [A] execução desse Protocolo (…) consumia, de forma inaceitável, uma grande percentagem do tempo e atenção do, então, Presidente da Junta, Aníbal Jorge Dias, razão pela qual este entendeu que tais competências (…) deveriam passar a ser exercidas por outro membro do Executivo, tendo a sua escolha recaído sobre mim (…).(…) [N]o âmbito do mesmo, foi-me atribuído o valor de €800 mensais, sem direito a subsidio de natal ou de ferias, e não cumulável, com qualquer remuneração enquanto membro do Executivo.(…) No mandato seguinte, (…) depois de terem [o executivo] confirmado a legalidade da decisão (…) que (…) dever-se-ia manter a mesma opção, aplicando-se exatamente os mesmos valores.Assim, e até Janeiro de 2007, coube-me a mim a sua execução (…).(…)Luís Newton”

Nota da Direcção: Apesar da desconformidade legal deste invocado direito de resposta – a que o “Jornal de Lisboa” poderia opor-se, de acordo com a Lei de Imprensa, artigos 25º, nº4 e 26º, nº7 –, nomeadamente por ausência de fundamento, optou-se pela sua publicação porque é o próprio subscritor que vem confirmar todo o conteúdo da peça noticiosa publicada.

Direito de resposta

CAMPO GRANDE CRIANçAS A BANhOS As crianças residentes no Campo Grande tiveram um verão animado, proporcionado pelo executivo da Junta daquela autarquia. Cerca de 50 crianças da Freguesia participaram na acção praia-campo do Campo Grande, gozando de banhos em Carcavelos, onde decorreu também um diversificado programa de animação. Durante 10 dias, para além da praia, as tardes foram dedicadas a visitas a museus, jardins, e idas à piscina. Este ano, as crianças do Campo Grande fizeram uma visita ao Jardim Zoológico, durante todo um dia. Esta acção daquela autarquia garantiu almoços e lanches gratuitos para todas as crianças, havendo a oferta, no último dia, de um gelado a cada um dos participantes. Noutra vertente, e no âmbito do espaço urbano, a Junta do Campo Grande instalou um corrimão nas escadas de acesso ao supermercado Pingo Doce da Av. Estados Unidos da América, para facilitar a movimentação de pessoas idosas que, com muita dificuldade faziam esse trajecto, muitas das vezes carregadas com as suas compras, reforçando simultaneamente a sua segurança.

0 8

> CAMPOLIDE

Filosofia para criançasA Junta de Campolide que contribuir para “espevitar” o pensamento das crianças que vivem

na Freguesia. Por isso, aposta na Filosofia para crianças.

SETEMBRO12

> REqUALIFICAçÃOmelhor frente ribeirinhaA Câmara de Lisboa abriu um concurso público internacional para projecto de requalificação do Campo das Cebolas / Doca da Marinha na Frente Ribeirinha da Baixa Pombalina. A área de intervenção é de mais de 62 mil m2 e engloba o Campo das Cebolas, a Doca da Marinha e a sua envolvente. É delimitada a Poente pelo conjunto edificado da Praça do Comércio, a norte pela Rua dos Bacalhoeiros/Rua Cais de Santarém, a nascente pelo arruamento da ligação da Rua Cais de Santarém / Av. Infante D. Henrique ao Largo Terreiro do Trigo e a sul pela Doca da Marinha/Frente Rio.

Crianças com ideias próprias e “espevitar” a es-trutura do pensamento são os objectivos nu-cleares do inovador projecto da Junta de Cam-polide que é leccionar Filosofia para crianças.De acordo com o executivo local, além das au-las de Inglês e de Matemática, que são impor-tantes apoios educativos em duas áreas estra-

tégicas, a Freguesia de Campolide proporciona, nas tardes de sábado, ateliers de Filosofia para crianças e de pintura.A estrutura do pensamento crítico fundamentado reveste--se da maior importância para o desenvolvimento da mais jovem população. Foi esta con-vicção dos autarcas de Cam-polide que fundamenta o pro-jecto de Filosofia para crianças “Pensa Comigo! (De um modo divertido)”, que pretende va-lorizar as ideias das próprias crianças e a sua discussão en-tre amigos a partir de contos ou de histórias da actualidade. O objectivo do projecto é preparar crianças entre os 6 e os 12 anos de idade para o pensamento lógico, para a argu-mentação e a interpretação, ou seja, para o debate.De destacar igualmente como novidade o atelier de Pintu-ra para crianças dos 5 aos 12 anos, que terá lugar todos os sábados a partir de Outubro, e que pretende levar os pe-quenos participantes à descoberta das muitas formas de diversão e aprendizagem proporcionadas pela expressão

plástica. Entretanto, durante os meses de férias a Junta de Campolide disponibilizou aos seus jovens Fregueses nove semanas de férias de praia, desportos, cultura e lazer. Os mais idosos beneficiaram também de duas semanas de praia e de um passeio a Peniche, rico em actividades e que envolveu mais de 150 pessoas.Neste contexto, mais de 80 famílias de crianças pertencen-tes à Escola Mestre Querubim Lapa escolheram a CAF da Associação Viver Campolide como forma de proporcionar

tudo isto às suas crianças. “À descoberta do mundo” foi o tema deste programa de Verão, proporcionando, ao longo dos meses de Junho e de Julho, a estas crianças a oportunidade de entrar em contacto com a Ciência, rea-lizando diversas experiências científicas; Artesanato, crian-do e produzindo diversas peças que puderam oferecer aos seus familiares e ami-gos; Culinária, aprendendo

a fazer pão e sobremesas; Ambiente, recriando o ciclo da reciclagem; Música, através de actividades de canto que levaram à criação de um concurso: “Querubim tem talen-to”; Desporto, realizando diversos torneios e gincanas de jogos e desportos de ontem, hoje e amanhã, além de aulas de judo, karaté e taekwondo no Judo Clube de Portugal; e até a construção de uma peça de teatro: “Natureza contra a Poluição”.

avenida mais calmaO anúncio da redução do

número de vias no eixo central da Avenida da Liberdade e a redução e acalmia de tráfego nas laterais. Há demasiados anos que a Av. da Liberdade é um susto para quem a quer atravessar a pé. A criação de uma ilha central aumentará a segurança dos peões. Esperemos que não se lembrem de colocar as bicicletas nos passeios! Ficamos, no entanto, perplexos como é que este projeto irá reduzir o tráfego e a poluição atmosférica ao longo da avenida de forma a evitar as multas da Comissão Europeia.

muros e muretesDepois de um longo

período de indefinição, abriu o túnel na Avenida António Augusto de Aguiar. Quem sofre são os Lisboetas que usam ou residem nesta rua: mais tráfego com mais velocidade e o espaço público cortado pelos muretes das rampas de entrada e saída do túnel. Será cada vez mais difícil humanizar a Avenida António Augusto de Aguiar.

BARÓMETRO DA MOBILIdAdE POR MáRIO ALVES – ACA-M

> SÃO JOÃO DE BRITOCultura e praia

AJunta de Freguesia de São João de Brito organizou um programa de férias em que a cultura e a praia marcam a agenda. Assim, os residentes

naquela autarquia podem usufruir de um programa de praia-campo com uma variedade de visitas culturais, de jogos, de convívios, além de banhos especiais cheios de episódios humorísticos. Por outro lado, iniciam-se as inscrições para as diversas actividades que irão decorrer durante os anos 2012/2013, como arraiolos, pintura. desenho, porcelana, cerâmica, informática, ginástica, , yoga, Inglês, estanho, pirogravura, canto coral, vitral, pintura tecido, artes decorativas, azulejo, registos, arranjos com frutos secos, ícones, madeiras, etc.A par destas actividades, realizam-se semanalmente sessões culturais no auditório, assim como muitas visitas culturais, passeios e convívios.

0 9

O seguro de Costa e as costas de SeguroPOR JOãO GONçALVES PEREIRA

>> deputado do CdS/PP

Habitação e saúde em riscoPOR MARCOS Sá

>> Membro da Comissão Política Nacional do PS e diretor do Jornal “Acção Socialista”

António José Seguro, que lidera o maior partido da oposição, vive com a ambição – legítima – de querer ser (a todo o custo, o que já não é assim tão legitimo tendo em conta o interesse de Portugal) Primeiro-Ministro de Portugal. Essa ambição convive condicionada pelo passado recente do Eng.º Sócrates (e seus correligionários que hoje estão sentados na Assembleia da República), e por aquele que desde a primeira hora se tem afirmado como a reserva política do Partido

Socialista, o Dr. António Costa. Seguro tem tentado afirmar-se perante um partido e uma bancada parlamentar que não controla e que não reconhece nele as capacidades para liderar o Partido Socialista e, portanto, o País. Desde o congresso que o elegeu, que Seguro sente as suas costas sistematicamente beliscadas pelos companheiros de partido.A Seguro vale o facto de António Costa viver em permanente indecisão sobre o seu futuro. Um dia acorda e quer ser recandidato à Câmara Municipal de Lisboa, no outro dia quer ser Secretário-Geral do PS para concorrer a Primeiro-Ministro, e no meio disto ainda vislumbra uma candidatura presidencial. António Costa é dos políticos mais hábeis e pragmáticos que temos na nossa vida política nacional. É bom lembrar que foi ele que negociou, ainda muito novo, a coligação para a Câmara Municipal de Lisboa entre o PS e a CDU, que permitiu a Jorge Sampaio ter uma confortável maioria para governar a Capital. Ele foi um Ministro que esteve em diferentes pastas e que deixou boa imagem pública. É Presidente da autarquia lisboeta há 6 anos e, apesar de pouco ou nada os lisboetas lhe conhecerem de original, goza de surpreendentes índices de popularidade. Convém ainda não esquecer que Costa conseguiu a magnífica proeza de ter

estado estrategicamente sempre ao lado do Eng.º Sócrates e de, quer a opinião pública quer a opinião publicada, nunca o “colarem” a esse período – lembro o último congresso do PS com o Eng.º Sócrates em que António Costa foi o autor da moção do ex-Primeiro-Ministro. António José Seguro, apesar do nome, vive inseguro no seu partido, entre António Costa e a herança socrática: uns dias, Seguro quer demarcar-se de Sócrates, chegando mesmo à desfaçatez de rejeitar aquilo que o seu partido assinou há pouco mais de um ano com a Troika, para noutros dias, pressionado internamente pelo partido, aparecer a defender o seu antecessor; umas vezes diz-se disponível para apoiar as reformas do Governo, e outras diz que o estado a que o País chegou é da responsabilidade de um Governo que está lá há cerca de um ano a tentar resolver a degradação herdada da governação socialista.Enquanto político que apoia esta maioria governamental, eu poderia ser levado a pensar que este “estado da arte” é benéfico para o Governo, mas não é. Vivemos dias em que a “partidarite” e as lógicas de poder pessoal estão a contaminar o futuro do País, em detrimento das exigências que são pedidas a todos os portugueses para retirar, tão breve quanto for possível, o País desta situação de protectorado.Os portugueses, que estão a passar dificuldades e a fazer sacrifícios, exigem dos governantes e da restante classe política o respeito por esse esforço, esperando que aqueles que os representam estejam mobilizados, concentrados e unidos na concretização dos compromissos assumidos. A última coisa de que o País precisa é de crises políticas, lutas pessoais ou de arrufos partidários.Uma coisa é certa: dia a dia, todos os dias, as ambições de Costa e as incertezas de Seguro prejudicam o País e a vida dos portugueses. Para nosso mal, assim anda o PS…

SETEMBRO12

709 mil. Este é o número de famílias portuguesas que já não consegue pagar os seus créditos ao banco a tempo e horas. No final de Junho, havia 709 mil portugueses com empréstimos em atraso, quase mais 48 mil do que no ano passado. Este número não diz nada à atual maioria, ou teriam aprovado a lei do crédito à habitação em Julho no parlamento, tendo em vista dar resposta aos problemas que as famílias enfrentam para pagar o seu encargo com o crédito à habitação.

Os números revelados pelo Banco de Portugal mostram que quinze em cada cem empréstimos concedidos pelas instituições financeiras estão vencidos. Isto significa que dos 4,5 milhões de particulares com crédito bancário, 709 mil falham a prestação mensal. Há um ano, eram cerca de menos 47 mil casos.O agravamento da conjuntura económica arrastou, só no segundo trimestre deste ano, mais de 10 mil lares para o incumprimento, de acordo com os dados da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal. Contas feitas, são 111 famílias que todos os dias passaram a ter prestações em atraso.

Esperemos que em Setembro o Parlamento aprove uma lei que dê resposta efectiva aos verdadeiros problemas destas famílias, ou teremos que concluir que os deputados do PSD e do CDS/PP querem que as famílias continuem a ficar sem casa, continuando a assumir as dívidas.42%. Esta é a percentagem de portugueses que diz não ter dinheiro para cuidados de saúde. Mesmo estabelecendo prioridades, os portugueses admitem que o orçamento familiar já não é suficiente para pagar todas as despesas de saúde necessárias.Neste estudo, a maioria dos inquiridos (65,5%) ainda recorre ao SNS, seguindo-se os seguros privados (22,5%) e a ADSE (22,1%). Mas o grande peso da utilização dos serviços públicos não está a ser suficiente para cobrir as despesas de saúde, com 35,8% dos inquiridos a admitir que, nos últimos seis meses, deixaram de comprar medicamentos prescritos pelo médico por motivos financeiros.Se a realidade não leva o Governo a mudar de políticas, que tragédia social os fará mudar de orientação?

1 0

A novela do “PDM” de LisboaPOR MOdESTO NAVARRO

>> deputado Municipal do PCP na Assembleia Municipal de Lisboa

Este “Plano Director Municipal de Lisboa” fica entre aspas porque foi e é repartido por vários episódios. Desde a famosíssima carta estratégica dos comissários convidados, e da propaganda da câmara de maioria PS, ao trabalho insano das comissões permanentes da Assembleia Municipal que então não foi considerado. Até chegar a um documento que não resultou da avaliação séria do PDM de 1994 e da consideração do Plano Estratégico elaborado também nessa altura.

Veio a proposta à Assembleia Municipal e deu uma trabalheira grande às comissões permanentes do Urbanismo e do PDM, para serem elaborados pareceres os mais completos que foi possível, face à vaguidão e imensas lacunas e abusos que a proposta continha. Terá sido então o tempo de negociações que eram e não eram, de integração enviesada das críticas e propostas dos pareceres em regulamentos. Ou seja, fica o dito PDM como estava, com duas propostazinhas mais, e algo do essencial andará por aí, esparso em regulamentos e com imensas aberturas para o que não interessa à cidade mas interessa ao negócio, à compactação e ao ajeitamento para intervenção das unidades de execução tão queridas como propícias ao que não interessa verdadeiramente à cidade.Sobre as unidades de execução, sobretudo o que fica é que as matérias em causa, promovidas pelas ditas unidades, apenas virão ao conhecimento da Assembleia Municipal já no período de discussão pública dessas andanças habilidosas e perversas. Diz, magnânimo, o senhor Vereador Manuel Salgado, que a Assembleia Municipal poderá fazer recomendações à Câmara Municipal nessa fase da consulta. Recomendações e nada mais. Equipamentos e sua distribuição por todo o lado, mudanças de uso e adjacências, centros comercias e altas superfícies

em perspectiva, e levantam-se alguns véus desses interesses que atacaram a Assembleia Municipal por estar a atrasar o processo do PDM... Bem se via onde queriam chegar, para além de outros desenvolvimentos previsíveis nesta novela que terá tantas partes quantas puderem realizar os produtores, agentes e actores contratados e a contratar. Nas intervenções sobre a proposta 530/2011 dissemos que se impunha uma postura diferente da CML, não esta coisa que parece e não é.Por nós, influenciámos e propusemos o que tínhamos a propor, na Câmara, nas Comissões da Assembleia e nas intervenções que fizemos, de cara limpa e aberta à discussão democrática e participada, para levar a um PDM que seria uma verdadeira constituição da cidade. Não foi o que aconteceu.Fica a cidade mais embrulhada em episódios e desenvolvimentos negativos que acompanharemos atentamente e denunciaremos nos combates que nunca rejeitamos. O PDM que a cidade merece terá de ser construído de outro modo, no futuro. Este “PDM” entre aspas está disperso em regulamentos que ainda hão-de vir à discussão na Câmara e na Assembleia Municipal. Votar assim um PDM só pode ser farsa e tragédia e a situação seria caricata se não fosse grave.Votámos contra a proposta insuficiente de PDM que não é o documento sério e completo que deveria ser e de que a cidade e a área metropolitana necessitam. Votámos contra as duas propostas, a das hipóteses e grandes falhas e a das duas emendas ou acrescentos.Nada disto é o que parece, e o que será há-de vir ao de cima. Esperemos que a cidade, as forças que ela tem e os eleitos que assumem sempre o que propõem nos seus programas e na prática verdadeiramente autárquica possam mudar e impor o essencial que falta, para evitar os pesadelos que aí ficam em perspectiva.

Novo Ano, Nova IlusãoPOR LuíS MIGuEL LARChER

>> Professor universitário

Como é que em democracia se constrói uma ilusão? Aquele termo fascinante para os políticos, cujo domínio está associado ao jovem promissor e ao velho barão da política, mas que foi a causa, pelo seu exercício nos mercados e nas finanças, da crise em que vivemos e da desilusão na vida de tanta gente Ao exercício diletante da arte da manipulação corresponde a descrença e a desistência, por agora nos políticos e nos órgãos de soberania, amanhã quem sabe se da própria

democracia. Sondagens à parte vamos entrar num novo ciclo. Para além da entrada em vigor de novos enquadramentos jurídicos, teremos eleições autárquicas. E os vendedores de ilusões já apareceram, com as velhas promessas de uma vida nova, mais cheia de obras e de novos bens materiais. Bem como as guerras nos partidos para os lugares disponíveis nas listas. As características que qualificam um putativo candidato são as da lealdade e da influência em futuros combates internos, independentemente das qualidades que tenham ou habilitações. O que é interessante, porque, num mundo cada vez mais complexo, com problemas complexos e de compreensão difícil, a qualidade e competência não são requisitos. O resultado está à vista, para além das dívidas descomunais e de obras inúteis, as ilegalidades cometidas, se parte por corrupção a maioria por ignorância. A resposta é sempre a mesma, sobretudo usada quando as sentenças judiciais são adversas ou os relatórios dos técnicos: as decisões são políticas, quase no limite de que as

decisões dos políticos podem ser absurdas, injustas e ilegais porque são sustentadas no poder da eleição. E o velho princípio de servir o povo? Alguém imagina o impacto que tem na vida concreta das pessoas as dívidas do poder local e a consequente incapacidade de conseguirem resolver os problemas que aparecem? A técnica é sempre a mesma: culpar o governo da falta de dinheiro e da incapacidade. De qualquer forma, fruto do devaneio dos autarcas ou do apoio financeiro do governo, quem paga é o povo. E agora com novos impostos e desemprego, para se manter a ilusão de se viver em democracia. O poder local, assim, é parte do problema da crise e do mau serviço público, e não solução ou exemplo. Quantos políticos passam a técnicos quando entram para os quadros das câmaras ou das empresas municipais e quantos lugares são preenchidos por membros dos partidos? O que diz muito sobre a proximidade e competência técnica das autarquias. Qual a solução? Servir o povo! Para isso, as escolhas para cargos políticos têm de recair na competência, empenho e trabalho das pessoas, só assim as reuniões das câmaras e das assembleias deixam de ser tabuleiros de xadrez político e de estratégias de simples oportunismo político, para se centrarem no povo e nas soluções para os seus problemas. Mas, já se vê Isaltino, Paulo Vistas e Moita Flores a disputarem Oeiras, Fernando Seara a disponibilizar-se para Lisboa – já agora, o que é que estes dois fizeram em Santarém e Sintra e os problemas judiciais são minudências? e vários autarcas a candidatarem-se a outras câmaras. Promete.

SETEMBRO12

1 1

ficha técnica Director francisco Morais BarrosEditor colunas de Opinião - comunicação Unipessoal, Lda.

R. D. Estefânia, nº 177, 2º C, 1000-154 Lisboa PortugalJornalista Estagiário antónio Serrano costa

Tel 21-8884039 | NIPC 508360900 | Nº de Registo na ERC 125327 | Depósito Legal: 270155/08 | Tiragem mínima: 15.000 exemplares | Periodicidade: MensalAs opiniões expressas nos artigos de Opinião são exclusiva responsabilidade dos seus autores

Dep. comercial carlos Loureiro ( 912563145 - [email protected] )Repórter Fotográfico Miguel Reis airesPropriedade francisco Morais Barrosimpressão Grafedisport

Oexecutivo da Junta do Alto do Pina acusa a Câmara Municipal de Lisboa de desleixo, porque a edilidade não trata da limpeza dos passeios naquela Freguesia, de acordo com o presidente Fernando Braamcamp.

Segundo o autarca, “há cerca de 5 meses  solicitá-mos a Câmara de Lisboa que resolvesse o proble-ma das ervas, já do tamanho de arbustos, junto aos edifícios e espalhadas pelo passeio.” Mas, continua o presidente do Alto do Pina, a edilidade afirmou não poder tratar do assunto, porque, “como nos foi transmitido, apenas podiam proceder ao corte por-que a Câmara de Lisboa não tinha herbicida, por se ter esgotado”. No entanto, refere o autarca, a Fre-guesia do Alto do Pina prontificou-se a substituir-se à edilidade, adquirindo o herbicida para, posterior-

> ESPAçO PúBLICO

alto do Pina queixa-se de desleixo da Câmara

Miguel Relvas insiste em acertar ao lado. De homem forte do Governo, precisa que António Borges dê a cara por si, sobretudo numa matéria que é ponto de honra para o ministro-Adjunto?

José Mourinho parece ter quebrado o enguiço. Conseguiu ganhar mais um troféu ao arqui-rival Barcelona e põe o Real de Madrid ainda mais nos píncaros. E com um brilhozinho para outros portugueses.

GRAçA VERãO COM ARTESANATOA já tradicional feira do Artesanato da Graça marcou a agenda deste verão naquela Freguesia. Numa época de excelência para o turismo, os artesãos e comerciantes da Graça tiveram a oportu-nidade de promover, divulgar e comercializar os seu produtos, numa iniciativa que, em todos os últimos fins-de-semana de cada mês, concentra as atenções na Freguesia da Graça.Entretanto, as crianças da Graça participaram na acção praia--campo da autarquia, durante duas semanas, e beneficiaram de acções de entretenimento e convívio nas instalações da Junta de Freguesia durante todo o resto do mês de Agosto.

BOAVISTA fARMáCIA EM RISCOO Bairro da Boavista, na Freguesia de Benfica, está na iminência de ficar sem um dos serviços de maior relevância para os residentes. De acordo com a Associação de Moradores daquele bairro, a Farmácia local, que funciona há mais de 20 anos, pode fechar a qualquer momento, devido estar a “passar uma grave situação económica.” De acordo com aquela instituição, a Farmácia do Bairro da Boavista tem “suportado o desmantelamento do sistema de cedência de medicamentos”, para além de ser um “apoio competente e próximo para orientar e ajudar a resolver os problemas de saúde” da população. Segundo a Associação de Moradores, o fecho da Farmácia é iminente e apenas a abertura da nova Unidade de Saúde Familiar do Bairro da Boavista poderia impedir este desfecho. Por isso, os moradores do Bairro da Boavista estão a disposição de organizarem manifestações que forcem a abertura da Unidade de Saúde Familiar, cujas instalações estão prontas há muitos meses, “estando a degradar-se diariamente”.

Pé de PáginA

POR BAIxO dO PANO

POR fRANCISCO MORAIS BARROS

ADemocracia, antes de ser um conjunto de valores definidos, assumidos e teoricamente dotados de coercibilidade, é um modo de ser e de estar.Portugal é uma verdadeira casa de “virgens

ofendidas” que batem com a mão no peito a jurar pela sua “pureza” e que usam os mecanismos que a Democracia criou para esconderem os seus

“pecados”. Os xicos-espertos podem acumular funções e vencimentos incompatíveis, podem mentir mesmo contra as evidências, podem abusar da coisa pública em seu benefício, podem ameaçar e coagir.A impunidade só tem dois pressupostos: o politicamente correcto e manter o curriculum por baixo do pano.

A Junta de Freguesia do Alto do Pina acesa a Câmara de Lisboa de desleixo.

Porque não mantém os passeios limpos.

> CAMPOLIDEVerão intergeracional

Overão de Campolide foi verdadeiramente inter-geracional, com as crian-ças e os residentes mais velhos daquela autarquia

a beneficiarem de intensos progra-mas de actividades. Para os mais novos, o projecto “Vamos à Aven-tura”, organizado pelo executivo da Junta, acolheu todos os jovens durante o tempo em que as famílias se encontram ocupadas ou para além das suas fé-rias, envolvendo mais de 160 crianças dos 6 aos 12 anos nas duas primeiras semanas. As sete sema-nas seguintes contaram com mais 307 inscrições, com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos, perfazendo um total de 467 inscrições no total das nove semanas oferecidas. A praia, o passeio e o la-zer porém, não são um privilégio reservado somen-

te para os mais novos, como atestam as 60 inscri-ções de fregueses seniores para duas semanas de praia que tiveram lugar na segunda quinzena de

Agosto. Por outro lado, mais de 150 fregueses de Campolide viaja-ram até Peniche sob o mote “Pelo olhar das Baleias e a ternura das ondas”. Foi um roteiro rico em ac-tividades, começando em Atou-guia da Baleia com uma visita ao Centro de Interpretação local, às Igrejas de São Lourenço e da Nos-

sa Senhora da Conceição, bem como ao centro da vila e pontos de interesse. O passeio prosseguiu em Peniche com a visita ao seu emblemático Forte, ao Museu Municipal, à Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios e Praia do Quebrado, onde os parti-cipantes assistiram a uma recriação histórica inte-ractiva dos “Amigos de Peniche” e a uma largada de papagaios, entre outras actividades relacionadas com a pesca, os desportos aquáticos, as touradas ou outros aspectos marcantes da cultura local.

mente a Câmara proceder ao corte. Porém, salienta Fernando Braamcamp, “uns dias depois fomos avi-sados que a limpeza era da competência da Câmara, pelo que a Junta não devia fazer nada.  E não fize-mos, na convicção que a edilidade iria proceder ao

trabalho.” No entanto, lamenta o autarca, a Câmara “limitou-se a proceder ao corte, resultando na repe-tição da situação de desleixo.” Por isso, conclui, “es-tamos a ponderar adquirir e colocar herbicida dado o desleixo com que a Câmara actua na  Freguesia.”

1 2