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Jessica de Souza Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos BENEFICIAMENTO E C CTERIZAÇÃO DE DA INDÚSTRIA DE NA RAGIÃO DE CORUMBATAÍ DO SUL: APROVEITAMENTO DA ESTÁGIO SUPERVISIONADO Campo Mourão Fevereiro/2014 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso Superio de Tecnologia em Alimentos

Jéssica de Souza - Divisão de Estágios e Empregos · profissional de Tecnologia em Alimentos dentro de uma ... amendoim, lentilha ... que realizam análise de classificação para

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Jessica de Souza

Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos

BENEFICIAMENTO E C

CTERIZAÇÃO DE

DA INDÚSTRIA DE NA RAGIÃO DE CORUMBATAÍ DO SUL: APROVEITAMENTO DA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Campo Mourão

Fevereiro/2014

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus – Campo Mourão

Curso Superio de Tecnologia em Alimentos

Jéssica de Souza

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus – Campo Mourão

Curso Superio de Tecnologia em Alimentos

Jéssica de Souza

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Resumo

Este relatório tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas no

decorrer do estágio obrigatório para o Curso de Tecnologia de Alimentos da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. As atividades de estágio ocorreram na

empresa Pinduca Alimentos, onde foram realizadas análises físicas e químicas dos

produtos produzidos pela mesma que são farinha de mandioca, fécula, polvilho doce

e polvilho azedo. Também foram feitas análises em canjica, feijão branco, lentilha,

pipoca e amendoim, que são produtos fornecidos por empresas terceirizadas e

comercializados pela Pinduca.

As análises executadas no laboratório de controle de qualidade foram acidez,

pH, granulometria, umidade, capacidade de expansão, amostragem e classificação

de defeitos dos grãos. Os procedimentos de análise estão descritos utilizando a

ferramenta de qualidade Processo Operacional Padrão (POP).

A realização do estágio possibilitou a vivência das atividades de um

profissional de Tecnologia em Alimentos dentro de uma indústria, facilitando a

compreensão dos assuntos desenvolvidos ao longo do curso, associando-os às

atividades profissionais.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL ................................................................................................................. 10

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................................................... 10

3.1 Amostragem ................................................................................................................................ 11

3.2 Umidade ...................................................................................................................................... 11

3.3 Potencial hidrogeniônico (pH) ..................................................................................................... 12

3.4 Acidez ......................................................................................................................................... 12

3.5 Granulometria ............................................................................................................................. 13

3.6 Capacidade de expansão ........................................................................................................... 13

3.7 Classificações de defeitos .......................................................................................................... 14

4. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 18

5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 19

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1. INTRODUÇÃO

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é uma das plantas cultivadas mais

típicas da natureza, não havendo praticamente outra que a ela se assemelhe pelo

aspecto (ALBUQUERQUE, 1993).

A cultura da mandioca exerce importante papel no cenário agrícola nacional e

internacional, tanto como fonte de energia para a alimentação humana e animal,

quanto geradora de emprego e de renda, principalmente nas regiões Norte e

Nordeste do Brasil (CARDOSO; SOUZA, 2000).

A industrialização aparece como uma alternativa que possibilita melhor

aproveitamento do produto, que pode ser direcionado para o consumo humano, na

forma de farinhas cruas ou torrada e polvilhos (doce ou azedo), para consumo

animal, na forma de raspas e resíduos da própria indústria, ou transformado em

fécula ou amido para fins industriais. É importante salientar ainda o potencial

nutritivo das folhas e ramas como ração para animais e até mesmo para alimentação

humana (SUFRAMA, 2003).

Nos estados do Norte e Nordeste, o processamento das raízes acontece nas

chamadas Casas de Farinha, estruturas produtivas representantes do método

tradicional, ou seja, baseado na mão de obra familiar. No Centro-Sul, o

processamento acontece nas farinheiras, consideradas agroindústrias, com estrutura

de trabalho mais profissional (GRANÇO; ALVES; FELIPE, 2005).

A farinha tem uso essencialmente alimentar e, além dos diversos tipos

regionais, que não modificam as características originais do produto, encontram-se

duas formas: a farinha não temperada, que se destina à alimentação básica e é

consumida principalmente nas classes de renda baixa da população; e a farinha

temperada (farofa), de mercado mais restrito, mas de maior valor agregado (ALVES;

VEDOVOTO, 2003).

A farinha de mandioca é definida pela Legislação Brasileira como “o produto

obtido de raízes provenientes de plantas da família Euforbiácea, gênero Manihot,

submetidas a processo tecnológico adequado de fabricação e beneficiamento”

(BRASIL, 1995).

Segundo Brasil (2011) a farinha é classificada em três grupos básicos

(relacionados com a tecnologia de fabricação), farinha seca, farinha d’água e farinha

mista.

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De acordo com Brasil (2011) as farinhas dos três grupos básicos

reconhecidos pela nossa Legislação, são ainda classificadas segundo o subgrupo,

relacionadas com a granulometria, fina, grossa e média.

As operações unitárias do processo de fabricação de farinha de mandioca

seca encontram-se expressas na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma das etapas de processamento da farinha de mandioca.

“O processamento se inicia com a recepção e pesagem das cargas de raízes

de mandioca. Posteriormente, as raízes devem ser descarregadas em local coberto,

porém arejado, preferencialmente com piso impermeabilizado, de modo a evitar a

contaminação das raízes por fungos e bactérias. É importante destacar também a

necessidade de proceder à pesagem e armazenamento ao abrigo do calor e

umidade. Controlar a entrada da matéria-prima é fundamental para que os custos do

processo sejam otimizados e bem aproveitados, assim como seu adequado

armazenamento evita perdas por apodrecimento ou umidade em excesso”

(ARAUJO; LOPES, 2008).

“As raízes devem ser lavadas para eliminar a terra aderida à sua casca e

evitar a presença de impurezas que prejudicam a qualidade do produto final. O

descascamento elimina as fibras presentes nas cascas, as substancias tânicas, que

escurecem a farinha, a parte do acido cianídrico que se concentra em maior

proporção nas entrecascas. O descascamento pode ser manual feito com facas

afiadas ou raspador, ou mecânico, utilizando-se do descascador cilíndrico ou em

forma de parafuso. Após o descascamento manual, as raízes devem ser novamente

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lavadas para tirar as impurezas a elas agregadas durante o processo”

(TECNOLOGIA, 2004).

“Assim preparada, a mandioca passa à trituração onde a massa obtida é

levada à prensa (que pode ser hidráulica, mecânica ou manual). O objetivo desta

operação é a máxima redução de umidade na massa. A massa da prensa é passada

por uma peneira para desintegração das partes e uniformização do tamanho dos

grânulos de farinha, à medida que for definido” (CEREDA, 2001).

Segundo Farias (2005) mesmo que as raízes sejam raladas a seco, a massa

ralada é excessivamente úmida e o excesso de água deve ser eliminado antes da

secagem, para facilitar esta operação e evitar a formação de goma. A oxidação

também é reduzida, porque a massa fica reunida em blocos, que oferecem menor

exposição ao ar.

“Após o esfarelamento/peneiragem, a massa e colocada, em bateladas, no

forno para eliminação do excesso de água e gelatinizar parcialmente o amido, por

um período aproximado de 20 minutos, com o forneiro mexendo a massa com

auxilio de um rodo de madeira de cabo longo e liso” (TECNOLOGIA, 2004).

“A massa esfarelada deve ser levada ao forno até ficar bastante seca,

apresentando aspecto crocante. Na maioria das casas de farinha, essa operação é

realizada em 30 minutos, com o forneiro mexendo a massa com o auxílio de um

rodo de madeira, de cabo longo e liso, até a secagem final da farinha, em torno de

13% de umidade. Com a perda de umidade e secagem promovia pela torração,

ocorre também o clareamento da massa” (ARAUJO; LOPES, 2008).

“Na peneiragem a farinha já torrada é separada de acordo com sua

granulação (mais grossa ou mais fina); as partículas excessivamente grandes

podem ser moídas novamente” (SEBRAE, 2008).

“No condicionamento e armazenamento deixa-se a farinha esfriar antes de

embalá-la em sacos de algodão de 50 kg (quando vendida a granel) ou em sacos de

polietileno de 500 g ou 1 kg (para venda em supermercados e mercearias)”

(SEBRAE, 2008).

“Indústrias de farinha preferem cultivares de raízes com elevados teores de

matéria seca, e casca e entrecasca claras. Na produção de fécula, o aspecto mais

importante considerado é o teor de matéria seca. Para o consumo de mesa e na

indústria de congelados, o fator mais importante é o cozimento, além das

características de cor da casca e da polpa e facilidade de descascamento. Na

8

atualidade um aspecto muito importante considerado pela indústria e pelo produtor é

que as cultivares tenham elevados teores de matéria seca e amido na colheita

efetuada no verão, muito embora a maioria delas tenha comportamento semelhante,

algumas variações podem existir de uma safra para outra” (TAKAHASHI, 2001).

A fécula é um dos produtos mais importantes feitos a partir da mandioca, pois,

além das múltiplas aplicações possíveis, transcendem os mercados locais e se

prestam à exportação. A Food and Agriculture Organization (FAO), entidade

associada à Organização das Nações Unidas (ONU), considera a fécula uma

excelente oportunidade para que os países produtores de mandioca – geralmente

nações em desenvolvimento – adicionem valor a este produto de baixo custo.

Por isso, juntamente com a farinha, a fécula é um dos principais produtos

produzidos e comercializados pela Pinduca. A indústria produz além da fécula

(polvilho doce), o polvilho azedo, que é de grande apreço culinário para fabricação

de biscoitos e pães de queijo, por exemplo.

As etapas de extração da fécula de mandioca seguem expressas na Figura 2.

Figura 2. Fluxograma das etapas do processo de extração de fécula de mandioca.

Segundo Vilela; Ferreira (1987) as raízes que chegam à indústria são

encaminhadas ao lavador, que é dividido em duas seções, uma para lavar as raízes

e outra para descascá-las. Apenas a periderme ou camada externa é retirada, pois

contém fécula e representa de 8 a 15% da raiz.

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“A etapa seguinte é a de corte das raízes em pedaços de cerca de 30mm de

espessura e desintegração dos pedaços em equipamento de alta velocidade

periférica, que possibilita o máximo de rompimento das células” (VILELA;

FERREIRA, 1987).

“A extração da fécula é realizada em peneiras extratoras de alta rotação, cujo

princípio de funcionamento se baseia em cones rotativos providos de tela de

peneiração, com crivos alongados de 125-250 mm de abertura. O material

desintegrado passa por uma série de extratores cada vez mais finos, originando

nesta etapa o farelo e o leite de fécula” (VILELA; FERREIRA, 1987).

“O "leite de fécula" livre das fibras contém ainda outros componentes solúveis

como proteínas, lipídeos e açúcares, que serão separados na etapa de refinação,

juntamente com a água. Esta suspensão é denominada "água vegetal" e deve ser

rapidamente eliminada para evitar a fermentação e formação de complexos com a

fécula” (VILELA; FERREIRA, 1987).

“Para a purificação são utilizadas centrífugas, que apresentam discos cônicos

dentro do rotor. A fécula refinada segue para um filtro rotativo à vácuo visando

remoção parcial da umidade (40-45%) e após isto, passa por um secador

pneumático onde, em tempo bastante curto, é desidratada de acordo com o teor de

umidade final desejado” (VILELA; FERREIRA, 1987).

“A fécula refinada segue para um filtro rotativo à vácuo visando remoção

parcial da umidade (40-45%) e após isto, passa por um secador pneumático onde,

em tempo bastante curto, é desidratada de acordo com o teor de umidade final

desejado” (VILELA; FERREIRA, 1987).

“Dependendo do processo adotado na secagem, torna-se necessário reduzir

as partículas a pó, por meio de compressão e peneiragem, caracterizando a

moagem” (SEBRAE, 2008).

“A fécula já finalizada pode ser embalada em plástico (para consumo final) ou

papel (comum na venda industrial). O local de armazenamento deve ser seco e bem

ventilado, para que não haja modificação das características do produto” (SEBRAE,

2008).

Além dos produtos derivados da mandioca que são produzidos pela Pinduca,

a empresa conta ainda com outros produtos que são adquiridos de fornecedores

terceirizados, são eles: amendoim, lentilha, feijão branco, pipoca e canjica.

10

Todos os produtos, terceirizados e produzidos na empresa passam pelo

controle interno de qualidade, com análises físicas e químicas, além disso, a

empresa conta com instituições terceirizadas e credenciadas que realizam análise

de classificação para garantir que as características e a qualidade dos produtos não

sejam alteradas.

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL

A atividade de estágio desenvolveu-se no laboratório de controle de

qualidade de alimentos instalado na Pinduca Indústria Alimentícia Ltda., localizada

na cidade de Araruna– PR.

Para a realização das análises laboratoriais a indústria conta com vários

equipamentos, que são eles pHmetro, analisador de umidade por infravermelho,

balança analítica e semi analítica, microondas, equipamento de osmose reversa,

agitador magnético, liquidificador industrial, vidrarias, assim como reagentes e itens

de segurança, como os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s).

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio curricular foi realizado no laboratório de controle de qualidade da

PINDUCA no período de 5 de fevereiro de 2013 a 13 de maio de 2013. Ao longo das

400 horas realizadas, foram desenvolvidas diversas atividades de controle de

qualidade as quais foram: análise de amostragem, umidade, capacidade de

expansão, granulometria, acidez, pH e classificação.

O desenvolvimento das análises foi orientado por uma Tecnóloga em

Alimentos, que transmitiu todas as informações e fez todo acompanhamento das

atividades para que a realização e o aprendizado fossem satisfatórios.

Para realização das análises de rotina no laboratório da empresa, são

utilizadas metodologias oficiais preconizadas pelas Instruções normativas, que

padronizam todo o procedimento aplicado para as atividades desenvolvidas.

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3.1 Amostragem

Segundo Brasil (2008), amostra é uma porção representativa de um lote ou

volume do qual foi retirada.

A amostragem deve ser feita criteriosamente, pois todo o trabalho

subsequente estará na dependência direta do cuidado com que a amostra foi

coletada.

Para a realização de amostragem em produtos ensacados, como fécula,

polvilho doce e polvilho azedo, a coleta se dava com a utilização do calador, que era

introduzido na válvula de abertura do saco, coletando a amostra da parte superior.

Para cada pallet (40 sacos) retirava-se uma amostra de no mínimo 200 g, que era

encaminhada para laboratório com identificação numérica (ex.: 1; 2; 3; e 4...),

numero do lote e data de validade.

Em produtos que chegavam em bags, que são também fécula, polvilho doce,

polvilho azedo e pipoca, coletava-se uma amostra por bag e identificava-a por

número, como no exemplo acima.

Para amendoim, lentilha, feijão branco e canjica eram retiradas amostras por

furação ou calagem em no mínimo 5% (cinco por cento) dos sacos que compõem a

carga, em proporção mínima de 30 (trinta) gramas de cada saco, tomados

inteiramente ao acaso.

A amostragem da farinha de mandioca era realizada de forma aleatória

durante o processo de empacotamento, onde eram coletadas duas amostras a cada

duas horas.

3.2 Umidade

A umidade de um alimento está relacionada com sua estabilidade e

composição, e pode afetar a estocagem, embalagem, processamento e a

comercialização. Por isso sua determinação é uma das medidas mais importantes e

utilizadas na análise de alimentos.

12

As análises de umidade foram realizadas em equipamento analisador por

infravermelho modelo IV2500 a uma temperatura de 130ºC por 6 minutos.

A determinação de umidade foi utilizada para farinhas; fécula, polvilho doce,

polvilho azedo, pipoca, canjica, amendoim, lentilha e feijão branco. Os parâmetros

de umidade previstos pela legislação para os produtos analisados estão descritos no

Quadro 1.

Quadro 1: Padrões físico-químicos para produtos derivados da mandioca.

Produto Umidade (%) Acidez (mLNaOH) pH

Farinha <13,0 3,0 -

Fécula <14,0 <1,5 4,50 a 6,50

Polvilho Azedo <14,0 <5,0 <4,0

Polvilho Doce <14,0 <1,0 <6,0

Fonte: BRASIL (2005).

3.3 Potencial hidrogeniônico (pH)

A determinação do pH foi realizada através de potenciometria, em pHmetro

digital modelo PG 1800, na proporção de 25 gramas de amostra para 50 mL de água

destilada sob agitação em agitador magnético.

Essa determinação é feita em fécula e polvilho e seus parâmetros encontram-

se expressos no Quando 1.

3.4 Acidez

Acidez é a característica química que confere característica sensorial que se

manifesta em valores menores ou maiores, conforme o processo de fabricação, para

atender determinados padrões e hábitos de consumo, típicos de cada região

consumidora.

13

Em um béquer colocava-se 10 gramas de amostra, 100 mL de água destilada

e 0,3 mL de fenolftaleína e fazia-se a titulação com NaOH 0,1M até que a solução

apresentasse um tom permanente róseo claro.

A análise de acidez era realizada em farinha de mandioca, fécula, polvilho

doce e polvilho azedo, seus parâmetros encontram-se no Quadro 1.

3.5 Granulometria

Granulometria consiste na distribuição das partículas e grânulos que

constituem o produto, segundo os seus tamanhos.

Segundo Brasil (2011), a farinha de mandioca do Grupo Seca, de acordo com

a sua granulometria, será classificada em 3(três) classes:

a) fina: quando 100% (cem por cento) de o produto passar através da peneira

com abertura de malha de 2mm (dois milímetros) e ficar retida em até 10% (dez por

cento), inclusive, na peneira com abertura de malha de 1 mm (um milímetro);

b) grossa: quando o produto fica retido em mais de 10% (dez por cento) na

peneira com abertura de malha de 2 mm;

c) média: quando a farinha de mandioca não se enquadrar em nenhuma das

classes anteriores;

Para realização da análise pesava-se 100 gramas de amostra, em seguida a

transferia ao jogo de peneiras de 10,18 e 200 mesh e agitava-se vigorosamente por

1 minuto. Pesava-se individualmente a quantidade de amostra que ficava retida em

cada peneira, além da aferição do peso dos fiapos e do pó.

3.6 Capacidade de expansão

Essa análise era realizada para medir a capacidade que a pipoca tem de se

expandir.

Primeiramente pesava-se 30 gramas da amostra, a levava ao microondas por

um minuto e meio para que pudesse se expandir, em seguida media-se o volume de

14

pipoca estourada em proveta de 2000 mL, o resultado era divido pelo peso da

amostra, onde o resultado era expresso em mL/g.

Segundo Brasil (2011), a capacidade de expansão para milho de pipoca Tipo

1 é de no mínimo 30mL/g.

3.7 Classificações de defeitos

A classificação dos defeitos era realizada nos produtos terceirizados, onde

são considerados todos os aspectos que interfiram na qualidade física e química do

mesmo.

De acordo com a legislação consideram-se:

Brotado - grão que se apresenta visivelmente germinado, caracterizando

inclusive, o rompimento da película.

Ardido - grão ou pedaço de grão que apresenta alteração em sua coloração

normal, causada pela ação excessiva do calor e umidade ou fermentação.

Rancificado - grão ou pedaço de grão que apresenta cor anormal e odor

desagradável devido às características físico-químicas do óleo terem se alterado por

processo oxidativo.

Carunchado - grão que apresenta perfuração causada por carunchos ou

outros insetos, em qualquer de suas fases evolutivas.

Mofado - grão que se apresenta com fungos (mofos ou bolores), mostrando a

olho nu, aspecto aveludado ou algodoento.

Danificado - grão que apresenta danos causados por agentes biológicos

(insetos em qualquer de suas fases evolutivas, roedores, ácaros), assim como

danificado por diferentes causas (danos mecânicos e outros).

Partido ou quebrado - cotilédone (banda), pedaço ou fragmento de grãos,

qualquer que seja o seu tamanho.

Chocho - grão que se apresenta enrugado, praticamente desprovido de

massa interna e enrijecido.

Despeliculado - grão que se apresenta desprovido de sua película, parcial ou

totalmente.

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Imaturo - grão que não atingiu o seu desenvolvimento fisiológico completo

(maturação), apresentando-se geralmente descolorido e menor que o grão normal,

maduro, da classe à qual pertence.

Manchado ou descolorido- grão que apresenta alteração total ou parcial na

cor da película ou manchas visíveis, sem afetar, porém, a sua polpa.

Fermentados - os grãos ou pedaços de grãos que apresentam escurecimento

parcial do germe ou do endosperma provocado por processo fermentativo ou calor,

sendo também considerados como fermentados, devido à semelhança de aspecto,

os grãos que se apresentam parcialmente queimados.

Trincados - os grãos inteiros que apresentam trincas ou fendas visíveis a olho

nu, com ou sem rompimento da película.

Matérias Estranhas - corpos de qualquer natureza, estranhos ao produto, tais

como areia, fragmentos de madeira, grãos ou sementes de outras espécies,

sujidades, restos de insetos, entre outros.

Impurezas - detritos do próprio produto, tais como hastes, cascas, películas,

rabiças que se encontram destacadas das vagens, entre outros (BRASIL,1987;

BRASIL, 1989; BRASIL, 1993; BRASIL, 2008; BRASIL, 2011).

Os limites de tolerância de defeitos para esses produtos encontram-se nos

Quadro 2, 3, 4, 5 e 6.

Quadro 2. Limites máximos de tolerância para amendoim descascado - % em peso

SUBGRUPO TIPO UMIDADE

MÁXIMA (%)

MATÉRIAS ESTRANHAS

DE IMPUREZA (%)

MOFADOS,

RANCIFICADOS, ARDIDOS

(%)

DEMAIS

DEFEITOS (%)

Bica Corrida ou

Industrial Único 12 2 8 20

Selecionado 1 9 1 3 8

Moreirado 2 9 1 4 12

Fonte: BRASIL, (1987).

16

Quadro 3. Limites máximos de tolerância para canjica - % em peso

TIPO MATÉRIAS ESTRANHAS E

IMPUREZAS (%)

MÁXIMO DE

CARUNCHADOS (%)

MÁXIMO DE

ARDIDOS (%)

MÁXIMO DE

MOFADOS (%)

TOTAL

(%)

1 0,2 2 0,5 1 5

2 1 4 1 2 10

3 1,5 6 1,5 3 15

Fonte: BRASIL, (1989).

Quadro 4. Limites máximos de tolerância para lentilha - % em peso

TIPO UMIDADE

MÁXIMA (%)

MATÉRIAS

ESTRANHAS E

IMPUREZAS (%)

MÁXIMO DE

CARUNCHADOS (%)

MÁXIMO DE

ARDIDOS E

MOFADOS (%)

TOTAL DE

AVARIADOS (%)

1 14 0,5 0,5 0,5 4

2 14 1 1 1 8

3 14 2 1,5 1,5 12

4 14 2,5 2 2 16

Fonte: BRASIL, (1989).

Quadro 5. Limites máximos de tolerância para feijão branco - % em peso

ENQUADRAMENTO

DO PRODUTO

DEFEITOS GRAVES

TOTAL DE

DEFEITOS

LEVES

MATERIAS ESTRANHAS

E IMPUREZAS TOTAL DE

MOFADOS,

ARDIDOS E

GERMINADOS

TOTAL DE

CARUNCHADOS E

ATACADOS POR

LAGARTAS DAS VAGENS TOTAL INSETOS

MORTOS

Tipo 1 De 0 a

0,50%

De 0 a

0,10% De 0 a 1,50% De 0 a 1,50% De 0 a 2,50%

Tipo 2

Acima de

0,50% até

1,00%

Acima de

0,10% até

0,20%

Acima de 1,50% até

3,00% Acima de 1,50% até 3,00%

Acima de

2,50% até

6,50%

Tipo 3

Acima de

1,00% até

2,00%

Acima de

0,20% até

0,30%

Acima de 3,00% até

6,00% Acima de 3,00% até 6,00%

Acima

de6,50% até

16,00%

Fora de tipo

Acima de

2,00% até

4,00%

Acima de

0,30% até

0,60%

Acima de 6,00% até

12,00%

Acima de 6,00% até

12,00%

Acima de

16,00%

Desclassificado Acima de

4,00%

Acima de

0,60% Acima de 12,00% Acima de 12,00% -

Fonte: BRASIL (2008).

17

Quadro 6. Limites máximos de tolerância para pipoca - % em peso

Valor máximo expresso em percentual (%)

Valor mínimo de

Capacidade de

expansão mL/g Enquadramento

Grãos avariados

Grãos

quebrados

Matérias Estranhas

e Impurezas

Carunchados

Mofados e

Ardidos Total

Insetos

Mortos Total

Tipo 1 0,20 2,00 2,00 0,30 1,00 1,50 30

Tipo 2 0,40 3,00 2,50 0,30 1,50 2,00 30

Tipo 3 0,60 4,00 3,00 0,30 2,00 2,50 30

Fora de Tipo 1,00 6,00 4,00 0,30 2,50 3,00 Menor que 30

Fonte: Brasil (2011)

Para os produtos que se enquadravam fora dos parâmetros, realizava-se uma

reavaliação, e se confirmada a informação todo o produto deveria ser devolvido ao

fornecedor.

18

4. CONCLUSÃO

No decorrer do estágio foi possível acompanhar a rotina da empresa que

proporcionou o convívio com pessoas da área industrial e mostrou a real importância

da presença de Tecnólogos em Alimentos no controle de qualidade dos produtos,

visando sempre à melhoria dos processos. Possibilitou também, relacionar os

conhecimentos adquiridos na graduação à prática industrial.

Durante a etapa de produção pode-se notar a importância do controle de

processos na garantia de um elevado padrão de qualidade. Para que isso ocorra, é

necessário que haja um bom funcionamento do laboratório, com ética e domínio dos

princípios e procedimentos para com análises realizadas.

Na realização do controle de qualidade todos os aspectos necessários

devem ser avaliados, pois uma análise isolada não é fator de controle de qualidade,

mas sim um conjunto de parâmetros a serem avaliados é que garantem a não

alteração das características normais de um produto.

Portanto, o estágio supervisionado se mostra fundamental para formação

acadêmica, já que possibilita vivenciar a profissão de um Tecnólogo em Alimentos,

podendo associar a teoria à prática de forma precisa e segura, tendo um preparo

adequado à atuação no mercado de trabalho, resolvendo problemas e

aperfeiçoando técnicas de acordo com as necessidades apresentadas, agregando

experiência e visão mais dinâmica após a conclusão do curso.

19

5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, T. T. O.; MIRANDA, L. C. G.; SALIM, J.; TELES, F. F. F.;

QUIRINO, J. G. Composição centesimal da raiz de 10 variedades de mandioca

(ManihotesculentaCrantz) cultivadas em Minas Gerais. Revista Brasileira de

Mandioca, v.12, n.1, p.7-12, 1993.

ALVES, E. R. A. A.; VEDOVOTO, G. L. A indústria do amido de mandioca.

Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. 201 p. (Embrapa Informação

Tecnológica. Documentos, 6).

ARAUJO, J. S.; LOPES, C. A. Produção de farinha de mandioca na agricultura

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