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UFF UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO SOCIAL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO JÉSSICA SOUZA DA SILVA A formação de leitores na Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro. Niterói 2016

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UFF­ UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO SOCIAL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO

JÉSSICA SOUZA DA SILVA

A formação de leitores na Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro.

Niterói 2016

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UFF­ UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

JÉSSICA SOUZA DA SILVA

A FORMAÇÃO DE LEITORES NA BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do grau Bacharel em Biblioteconomia e Documentação.

Orientadora: Prof.ª Dra. Esther Hermes Lück

Niterói 2016

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Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá

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JÉSSICA SOUZA DA SILVA

A FORMAÇÃO DE LEITORES PELA BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia e Documentação

Aprovado em ______ de _________________ de 2016.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________ Prof.ª Dra. Esther Hermes Lück – Orientadora

Universidade Federal Fluminense

_____________________________________________________________ Prof.ª. Dra. Elisabete Gonçalves Souza

Universidade Federal Fluminense

____________________________________________________________ Prof.ª Ms Sandra Borges Badini Universidade Federal Fluminense

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Dedico à minha mãe, meu pai e ao meu irmão,

os grandes amores da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Foram muitos ônibus, barcas e marmitinhas congeladas. Os estágios foram

puxados na carga horária, no começo era Biblioteca Nacional de manhã, Fragoso

advogados a tarde e faculdade a noite, uma correria só. Mas foram lugares que

conheci pessoas que levarei pra vida toda, na BN eu agradeço imensamente ao

Rutonio, um bibliotecário muito atencioso que me ajudou muito com todos os

contratempos da faculdade, sempre muito prestativo, à bibliotecária Fátima, que

embora tenha tido pouco contato, mas que sempre me deixava recadinhos

atenciosos de como trabalhar naquele espaço maravilhoso que é a BN. Na Fragoso

advogados agradeço à Raquel, uma arquivista muito durona que me ensinou demais

sobre arquivo jurídico, e também à toda equipe de advogados. Karina, Andressa,

Erika, Juliana, Carolina, Angelo, Ana e Leonardo, vocês marcaram muito minha vida,

obrigada!

Não poderia deixar de mencionar os amigos da faculdade, Ana Carolina,

Beatriz, Camilla, Luiza e Marcus, vocês foram as pessoas mais preciosas que a UFF

pode me dar,o lugar de vocês é e sempre será em meu coração. Ana Lu e Tailane,

não poderia deixar de mencioná­las, sempre muito prestativas com qualquer tipo de

duvida, muito obrigada e desculpa pela perturbação 24h.

A equipe mais linda e que eu sempre vou agradecer todos os dias por tudo,

pelo aprendizado, companheirismo e dedicação com um projeto lindo e um setor

maravilhoso que é a Biblioteca Parque e o setor da biblioteca infantil, todos os

nossos esforços têm tido resultados deslumbrantes. Emilio, Roberta e Thais, muito

obrigada por tudo. À equipe do Educativo, meu imenso e mais sincero, muito

obrigada, essa equipe é maravilhosa e merece crescer e colocar em prática todos os

projetos que tem no papel.

Agradeço de coração à minha orientadora Esther, que me acolheu no último

minuto do segundo tempo e foi de grande valia para esse trabalho.

E por último e não menos importante, gostaria de agradecer com lágrimas nos

olhos e coração muito aliviado por ter me ajudado a chegar até aqui, à minha família.

Sem vocês eu não séria nem ⅓ do que sou hoje. À minha mãe, sempre muito

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atenciosa, amorosa e prestativa por toda a preocupação do mundo comigo, você é

uma mulher incrível que eu admiro demais, sua força de vontade e bondade no

coração são detalhes de uma pessoa caridosa, o mundo precisa de pessoas que se

preocupam com o próximo, assim como você. Ao meu pai pela força e pelas

conversas de incentivo quando eu precisava, que disse uma frase que nunca vou

esquecer. “O homem mais importante do Brasil era pequenininho igual a você, é

pela sua capacidade que você será alguém”, falou ele depois de eu ter saído de uma

entrevista de estágio; eu achava que não ia ser contratada por ser baixinha e não

conseguiria pegar as caixas de arquivo na estante. Mas fui contratada e fiquei

naquela empresa por dois anos, meu muito obrigada, pai. Ao meu irmão, que foi a

pessoa que mais me incentivou a entrar na faculdade, pagou meu pré­vestibular e

disse: “Se você passar te pago uma viagem internacional.” A viagem ainda não vi e

nem fui (hahaha) mas foi uma aventura e tanto essa tal de faculdade, viajei muito de

Magé pra Niterói. Mas saiba, irmão, que você é a pessoa que mais me espelho

nessa vida pra ser uma pessoa melhor, tanto na acadêmica, como no dia­a­dia, você

é um exemplo de pessoa, inteligente, ético e muito feliz. Obrigada!

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RESUMO

O presente trabalho é um estudo de usuários aplicado num novo modelo de biblioteca pública trazido da Colômbia, com o objetivo de transformar o acesso à informação com um novo conceito de espaço dedicado à leitura. Em seu organograma, a biblioteca conta com o Programa de Educação, projeto voltado para atividades que fomentam a leitura em todo e qualquer usuário que a frequenta, fazendo parcerias com escolas, ONGs e educadores do entorno. Esta pesquisa objetivou traçar um perfil dos diferentes tipos de usuários que o Programa de Educação conseguiu alcançar em suas atividades ao longo de 1 ano e 10 meses de reabertura da biblioteca. Apresenta revisão de literatura, identifica e analisa fundamentos teóricos e metodológicos que apoiem a presente pesquisa. Explicita sobre a origem do modelo das Bibliotecas Parque, fala sobre a reabertura da Biblioteca Parque Estadual no Rio de Janeiro, das suas práticas de mediação de leitura e sobre o Programa de Educação. O estudo realizado é do tipo pesquisa de campo com uma abordagem quantitativa, cuja amostragem foi composta por diferentes tipos de usuários: de estudantes do ensino fundamental ao doutorado, de pesquisadores, de moradores de rua e de portadores de necessidades especiais.

Palavras­Chave: Estudo de usuários; Biblioteca Parque; Mediação de leitura.

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ABSTRACT

The present work is a study of library users applied to a new model of public library brought to Brazil from Colombia, with the objective to transform the access to information with a new concept of places dedicated to the practice of reading. In its organization chart, the library counts on the Program of Education, project directed toward activities that foment the reading in all and any user who frequently goes to that building, making partnerships with schools, NGOs and educators who work around. This research was aimed to trace a profile of the different users inside the Education Program during one year and ten months of the library's operation, after its reopening. It presents literature revision, it identifies and it analyzes theoretical and methodological beddings that support the present research. This research clarifies on the origin of the model of the Libraries Park, it talks about the reopening of the Library State Park in Rio de Janeiro, it talks about its practical of reading mediation and also about the Education Program. The study was a field research with a quantitative approach, whose sample was composed by different types of library users: from elementary school students to doctoral researchers, the homeless and people with special needs. Word­Key: Study of library users; Library Park; Mediation of reading.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Gênero…………………………………………………………………… 35

Gráfico 2: Faixa etária ……………………………………………………………... 36

Gráfico 3: Grau de escolaridade…………………………………………………... 37

Gráfico 4: Portador de deficiência visual…………………………………………. 37

Gráfico 5: Serviço mais utilizado………………………………………………….. 38

Gráfico 6: Moradores de rua………………………………………………………. 39

Gráfico 7: Região onde mora……………………………………………………... 40

Gráfico 8: Conhece o Programa de Educação?............................................... 40

Gráfico 9: Participação nas atividades do Programa de Educação.................. 41

Gráfico 10: Frequência que participa das atividades do Programa de Educação.

42

Gráfico 11: Avaliação das atividades do Programa de educação…………….. 42

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1: Visita Mediada………………………………………………………. 52

Fotografia 2: Visita mediada com público espontâneo………………………… 52

Fotografia 3: Visita mediada para público espontâneo…………………………. 53

Fotografia 4: Visita mediada, turma do EJA…………………………………….. 53

Fotografia 5: Palestra para Educadore………………………………………….. 54

Fotografia 6: Experiência de criação com infanto juvenil……………………… 54

Fotografia 7: contação de histórias……………………………………………… 55

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LISTA DE SIGLAS BPE – Biblioteca Parque Estadual PAC – Programa de Aceleração do Crescimento SEC – Secretaria do Estado e Cultura UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 14

1.1 PROBLEMA………………………………………………………………....…... 15

1.2 OBJETIVOS.…………………………………………………………………….. 16

1.2.1 Objetivo Geral.……………………………………………………………..… 16

1.2.2 Objetivos específicos.……………………………………………….……... 16

1.3 METODOLOGIA………………………………………………………….……... 16

1.4 HIPÓTESES……………………………………………………………………... 18

2 AS BIBLIOTECAS PARQUE: ORIGEM………………………….……………. 19

2.1 BIBLIOTECA PARQUE ESTATUAL DO RIO DE JANEIRO…….…………. 23

2.2 BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL …...…………………………………….. 26

3 PRÁTICAS DE MEDIAÇÃO DE LEITURA PELA BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL

29

3.1 O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO… …………………………………………... 30

4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS……………………………………………... 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………….. 43

REFERÊNCIAS…………………………………………………………………….... 46

ANEXO A ­ Questionário aos usuários da Biblioteca ………………………. 49

ANEXO B ­ Fotos…………………………………………………………………. 52

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1 INTRODUÇÃO

A Biblioteca Parque Estadual atua como equipamento cultural, cuja finalidade é

o fomento à leitura, oferecendo atividades educacionais e culturais que possibilitam

o aumento do conhecimento intelectual, desenvolvimento humano e cultural de seus

usuários. O objetivo do projeto é a realização de atividades de promoção à leitura

em diferentes suportes para todos os tipos de usuários que a frequentam. A

“Metodologia Parque” tem por interesse a potencialização da cidadania, inclusão

social e consequentemente cultural para todos os tipos de usuários que a

frequentam.

A Biblioteca Parque Estadual tem em seu organograma o Programa de

Educação que realiza ao longo de seus 1 ano e 10 meses atividades voltadas para a

formação de leitores, elaborando atividades que promovam a leitura através de

mecanismos artísticos, tecnológicos e geográficos.

Este trabalho visou identificar quais os tipos de usuários o Programa de

Educação consegue alcançar. Trabalhamos com a hipótese que o Programa não

consegue alcançar a todos, pois o quadro de colaboradores está menor do que se

foi planejado para o desenvolvimento das atividades programadas.

A pesquisa objetivou através da metodologia de estudo de usuários conhecer o

perfil dos usuários que frequentam a Biblioteca Parque Estadual, e assim, saber

quais são os usuários que se apropriam e utilizam alguma atividade do Programa de

educação.

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1.1 PROBLEMA

O objetivo dessa pesquisa foi avaliar o desempenho do Programa de Educação

da Biblioteca Parque Estadual e ter conhecimento dos tipos de usuários que ela

alcança em suas atividades.

O programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual (BPE) é desenvolvido

pela equipe do Programa de Educação , esses desenvolvem ações voltadas para a 1

promoção da leitura, escrita e oralidade, em diferentes mídias, relacionadas à arte e

educação.

A BPE, como um espaço vivo e contemporâneo de produção de conhecimento,

realiza ações baseadas nos princípios do sentido ampliado de leitura e de

acessibilidade, transdisciplinaridade e transversalidade, escuta e diálogo, onde visa

estimular a autonomia de pensamentos críticos e poéticos de seus frequentadores.

O programa busca criar vínculos com a sociedade, viabilizando o acesso ao

acervo e aos espaços da Biblioteca. Essa atuação é expandida para o entorno da

região, abarcando todas as idades, classes sociais, escolas, universidades,

instituições e projetos sociais, culturais e educacionais.

A biblioteca reabriu suas portas há 1 ano e 10 meses, a Equipe do educativo

desenvolveu aproximadamente 1.000 atividades, atendendo a um público composto

por 30.000 usuários. As principais atividades desenvolvidas foram visita mediada e

atividades infantis, com destaque para contação de história.

Desta forma, perguntamo­nos se, dentro desse período, o objetivo do trabalho

desenvolvido pela equipe foi alcançado, dentro da proposta a que se dispõe?

As atividades para a formação de leitores desenvolvidas pela Equipe do

Educativo, com base no Programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual, são

primordiais para o desenvolvimento do entorno. Sendo assim conseguem alcançar

todo e qualquer tipo de usuário de diferentes classes sociais, letramento e interesse?

1 Grupo que elabora atividades que promovam a leitura através de mecanismos artísticos, tecnológicos e geográficos.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar se as atividades de mediação de leitura feitas pelo Programa de

Educação da Biblioteca Parque Estadual conseguem atingir todos os tipos de

usuários propostos pelo projeto.

1.2.2 Objetivos específicos

1. Identificar e analisar fundamentos teóricos e metodológicos que apoiem a

presente pesquisa.

2. Classificamos quais os tipos de usuários o Programa de Educação conseguiu

alcançar.

3. Identificamos se os objetivos do programa de Educação foram alcançados.

1.3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho abrange dois procedimentos: 1) análise

documental referente ao Programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual do

seu texto­base; 2) levantamento do perfil dos usuários da biblioteca através de

estudo de caso.

Estudo exploratório que teve como universo de pesquisa a Biblioteca Parque

Estadual. De acordo com a proposta do mesmo, visamos identificar quais os tipos de

usuários que a BPE recebeu, e também, avaliamos se as atividades desenvolvidas

pelo Programa de Educação conseguiu alcançar todos os tipos de usuários. A

metodologia da pesquisa de acordo com Beuren (2008, p. 67) “é definida com base

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no problema formulado, o qual pode ser substituído ou acompanhado da elaboração

de hipóteses”.

Segundo Silva (2008, p. 20):

[...] a metodologia deve ser empregada em uma pesquisa contendo desde a formulação do problema, das hipóteses levantadas até a delimitação do universo ou a da amostra. O que se observa é que, no geral, usa­se mais de um método e mais de uma técnica na realização da pesquisa.

Foi feito uma análise documental do Programa de Educação que continha as

atividades de formação de leitores, elaborado pela coordenadora do Educativo, Mara

Pereira. Foram estudados os sites da Secretária de Cultura e o da Biblioteca Parque

Estadual, e o Programa de educação elaborado especialmente para a BPE, visando

conhecer suas atividades e programações.

Adotou­se, então, como estratégia de pesquisa, o método de estudo de caso.

Conforme Ohira (2006) apud Gil (1994) e Santos (1999) o estudo de caso “consiste

no estudo profundo e exaustivo (intensivo) de um ou poucos objetos, de maneira que

permita seu amplo e detalhado conhecimento”. Esta verificou se as atividades do

programa de educação conseguiu afetar todos os tipos de usuários que frequentam

o espaço, e também, quais são as necessidades de informação dos diferentes tipos

de usuários.

O instrumento utilizado para a realização da pesquisa foi o questionário.

Quanto a abordagem quantitativa é primordial para a garantia da exatidão dos

resultados, garantindo a precisão das análises e interpretaçóes. Certificando­se

sobre a margem de segurança com relação a possíveis interferências.

A pesquisa quantitativa, para Michel (2005, p. 33):

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[...] se realiza na busca de resultados precisos, exatos, comprovados através de medidas de variáveis preestabelecidas, na qual se procura verificar e explicar sua influência sobre outras variáveis, através da análise da freqüência de incidências e correlações estatísticas.

Sendo assim, este estudo teve características quantitativas, pois os dados

coletados foram submetidos às técnicas estatísticas, trabalhando com quantidades e

percentuais.

Teve como finalidade conhecer melhor os tipos de usuários que o Programa de

educação alcança, utilizamos o método do Estudo de Usuários para conhecer essa

gama.

De acordo com Figueiredo (1979, p. 79), estudos de usuários são:

investigações que se fazem para se saber o que os indivíduos precisam, em matéria de informação, ou então, para saber as necessidades de informação, por parte dos usuários de um centro de informação, estão sendo satisfeitas de maneira adequada.

1.4 HIPÓTESES

Nossa hipótese foi concentrada no aspecto infra estrutural da BPE: o número

de funcionários reduzido e os recursos financeiros limitados seriam um impedimento

para a execução plena dos objetivos da biblioteca. Os grupos realmente

beneficiados por projetos bem planejados estariam concentrados apenas na

Biblioteca Infantil e Juvenil e nos projetos dedicados a educadores.

Os usuários moradores de rua, portadores de necessidades especiais, bem

como o público adulto acabariam ficando de fora do programa, mesmo fazendo parte

de seu público­alvo.

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2 AS BIBLIOTECAS PARQUE: ORIGEM

O modelo de biblioteca Parque surgiu em Medelín, na Colômbia. Em 2002 a

cidade passou a ser pacificada pelo governo e além de receber uma infra­ estrutura

de urbanização e segurança, houve investimento também, na cultura e educação.

Um lugar que há alguns anos atrás era considerada a capital das drogas, dominada

pelo tráfico, considerada umas das cidades mais perigosas do mundo, com índices

de 381 homicídios por 100 mil habitantes, hoje é cercada por medidas de bem estar

social e segurança pública. Após o investimento do orçamento municipal de 40% em

Educação e 5% em cultura foi possível superar a criminalidade que era notória 2

durante toda a década de 90. Com isso, a cidade teve uma melhora na educação,

impulsionando a construção de escolas, metrôs, teleféricos e centros culturais.

A Biblioteca­Parque Espanha, inaugurada em 24 de março de 2007, é o cartão

postal e principal símbolo da transformação de Medelín, tornou­se referência em

desenvolvimento social e enfrentamento à violência urbana. Antes as vidas que

eram perdidas para o tráfico, hoje são renovadas dentro desse espaço onde podem

usufruir de cursos gratuitos, estudar e criar obras de arte. A biblioteca foi fruto de um

projeto inicial de cinco Bibliotecas­Parque e foi a quarta a ser construída. Projetada

pelo arquiteto Giancarlo Mazzanti, é composta por três edifícios interligados e

decoradas externamente por granitos pretos, com salas de leituras equipadas com

livros de todas as áreas do conhecimento, material áudio visual, jornais e revistas,

computadores e auditório. Além, da sala “Mi Bairro” que fora construída para

resgatar a memória da cidade, através de fotografias, livros e audiovisual da cidade,

e de uma Ludoteca e um Showroom ­ sala destinada para expressões artísticas.

O nome da Biblioteca foi dado em homenagem ao governo Espanhol que os

ajudou na construção. Atualmente as atividades e projetos desenvolvidos na

2 VIANA, Bernardo. Formação de leitores nas bibliotecas­Parque. Disponível em: <http://www.blogacesso.com.br/?p=6094>. Acesso em: 27 jan. 2015.

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biblioteca seguem o âmbito de conjuntos urbanísticos e sociais, voltados para a

transformação cultural que atualmente vive a cidade.

A mudança de paradigmas veio para transformar o acesso a informação. A

biblioteca trouxe um novo conceito de espaço dedicado à leitura, deixou de ser um

simples depósito de livros monótonos e tornou­se a Parque Biblioteca, um espaço

reinventado e completamente diferente do tradicional, um ambiente aconchegante

voltada para o desenvolvimento social e econômico da população, com atividades

educativas e recreativas na construção de leitores.

O nome Biblioteca Parque, justifica­se por ser uma biblioteca interativa,

diferente das demais. Tem uma arquitetura moderna e diferente, sustentável,

possuem muito verde, equipamentos de alta tecnologia, wifi livre, computadores por

todas as partes, além de espaço para assistir filmes e ouvir musicas. Ou seja, um

lugar novo, moderno e interativo em meio a uma comunidade à margem da cultura e

da informação.

Uma biblioteca interativa para Perrotti (2001, p.6),

Esse modelo de biblioteca visa a produção cultural, onde as pessoas são membros criadores e, não apenas, consumidores de cultura, possuindo uma concepção dinâmica de espaço dentro da própria unidade, existindo interação entre os indivíduos que lhe acessam, havendo espaços grupais para os mais diversos tipos de atividades, sejam elas através de informações escritas, orais, audiovisuais e multimídia.

As Bibliotecas Parque são implantadas em comunidades que enfrentam a

violência urbana. São fundamentadas por ideias básicas de transformação das

comunidades desfavorecidas, melhorando o ambiente cívico e cultural, fazendo uma

renovação na educação e no acesso à tecnologia.

A administração municipal de Medelín tem como lema “O melhor para os

necessitados”. O projeto tem como foco proporcionar a inclusão das classes sociais

mais pobres, vulneráveis e desfavorecidos por meio da prestação de serviços

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culturais que permitem integrar essas áreas marginalizadas, promovendo a

igualdade social e a integração cívica, aumentando assim a qualidade do seu

entorno.

A promoção de atividades de lazer ou culturais precisam satisfazer as

necessidades da comunidade que opera. Nesse caso, as atividades que ocorrem

nas Parques precisam ser totalmente focadas no público que antes não tinha o

hábito de frequentar uma biblioteca e, principalmente, o da leitura. É preciso que

hajam atividades que interesse o frequentador, principalmente no seu dia a dia.

Suaiden (1995, p.20), diz que,

Na realidade, a biblioteca pública deve constituir­se, cada vez mais em um centro convergente das aspirações comunitárias, ou seja, deve ter uma identificação muito grande com sua comunidade e contribuir para resolver os problemas que são próprios à mesma comunidade. Por exemplo, se há na comunidade um número razoável de mulheres que costuram para sobreviver, a biblioteca pública deve divulgar obras sobre corte e costura, e contribuir assim para melhorar suas atividades.

As atividades listadas abaixo, são oferecidas pelas bibliotecas e geram

promoção para a leitura e qualidade de vida, pois melhoram os estudos e até mesmo

o ambiente de trabalho . 3

A sala “ Mi Barrio ” resgata a cultura e as raízes da cidade;

São feitas oficinas como culinária, corte e costura e jardinagem;

Leitura em voz alta para todas as idades;

Trabalhos literários intensivos com a comunidade;

Encontro literário;

Aproximação com a cultura digital com o clube do livro por meio de e­books;

Estimulo à memória e patrimônio;

Exposições de arte;

3 Reddebibliotecas: um programa de fundação epm. 2016. Disponível em: <http://www.reddebibliotecas.org.co/>. Acesso em: 29 fev. 2016.

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Feriado criativo;

Aulas de inglês

Filmes;

Co­criação de trabalho colaborativo;

Salas interativas e

Laboratórios de comunicação e cultura digital.

Os serviços prestados são:

Empréstimo de materiais;

Consulta de referência;

Visitas guiadas;

Promoção da leitura;

Ludoteca;

Workshops e

Sala de Exposições.

Atualmente na Colômbia existe uma rede com mais de 26 bibliotecas

construídas. Elas formam uma rede chamada “ Red de bibliotecas ”. São elas 12

bibliotecas Municipais, a biblioteca Pública Piloto e suas 6 filiais, 5 Parques

bibliotecas, 12 bibliotecas de municípios, 1 Biblioteca de Empresa pública de

Medelim, 1 Biblioteca da controladoria geral, 1 Biblioteca do centro de Colombo

Americano de Medelín e 3 bibliotecas del oriente antioqueño . 4

O objetivo da Rede é servir como um ponto de encontro para as bibliotecas e

usuários, facilitando o acesso a bibliotecas na cidade, fornecendo informações

sobre cada biblioteca ligada à rede. Tendo recurso integrado para todo o catálogo

bibliotecas, onde possa fornecer informações sobre todas as atividades culturais das

bibliotecas e da cidade e principalmente disseminar o conhecimento e informação

aos usuários, permitindo assim as bibliotecas atingirem os usuários de uma forma

4 Reddebibliotecas: um programa de fundação epm. 2016. Disponível em: <http://www.reddebibliotecas.org.co/>. Acesso em: 29 fev. 2016.

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mais rápida, servindo como uma ponte entre a comunidade e as várias instituições

que podem oferecer informação e conhecimento.

2.1 BIBLIOTECAS PARQUE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

O projeto das Bibliotecas Parque envolve a questão da cidadania, da formação

cultural das pessoas da comunidade. Visa a formação de um cidadão participativo e

não passivo diante de todos os problemas sociais que aparecem nessas regiões

marginalizadas. É um modelo de biblioteca desenvolvido para áreas de conflito

social com deficiências em serviços básicos como saúde e educação . 5

A missão do Projeto das Bibliotecas Parque é ser um espaço de inclusão social

em regiões carentes, um lugar de reflexão e criação. A ideia é ser um lugar que se

aproxime de centros culturais, com ampla acessibilidade, com a realização de

atividades de promoção de leitura em diferentes suportes.

Baseado na concepção da promoção da cultura e da paz, o governo do Estado

do Rio de Janeiro, vinculadas ao Programa de Aceleração do Crescimento – PAC –

do governo Federal, inspirou­se na experiência colombiana de desenvolvimento de

um novo conceito de promoção à leitura e a formação de leitores por um novo

modelo de biblioteca pública, o qual traz uma nova abordagem de apresentar ao

seus diversos tipos de usuários uma forma diferente de se conquistar leitores . 6

O diferencial é que a mudança de paradigma se deu aqui ao lado, na Colômbia,

um projeto que está servindo de exemplo para todo o mundo. Geralmente governos

costumam se basear em projetos da Europa e Estados Unidos. Hoje, busca­se um

exemplo de lugar pobre, com dificuldades parecidas com as nossas e um modelo

mais condizente com a nossa realidade. O projeto foi uma potência incrível de

5 Castro, Marcos. Governo amplia rede de Bibliotecas Parque Estadual: Após passar por obras de reforma, nova unidade será inaugurada no centro do Rio de Janeiro. 2014. Disponível em: <http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article­id=2007789>. Acesso em: 20 jun. 2015. 6 LIMA, Priscila. Biblioteca Parque Estadual será referência para leitores: Previsão é de que unidade receba público de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas por ano. 2014. Disponível em: <http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article­id=2007797>. Acesso em: 20 jun. 2015.

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mudança da sociedade e de cidades que eram antes temidas por serem tão

perigosas e que agora recebem até mesmo um público turístico bem grande.

De acordo com o Manifesto da UNESCO (1994), a biblioteca pública é o centro

local de informação, que deve tornar prontamente acessíveis o conhecimento e a

informação de todos os gêneros aos seus utilizadores. Seus serviços devem ser

oferecidos com base na igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade,

raça, sexo, religião, nacionalidade, língua ou condição social.

Dentre as missões atribuídas à biblioteca pública, destacam­se as seguintes:

Promover o conhecimento sobre a herança cultural, o apreço pelas

artes e pelas realizações e inovações científicas;

Fomentar o diálogo intercultural e, em especial, a diversidade cultural;

Assegurar o acesso dos cidadãos a informação;

Facilitar o desenvolvimento da capacidade de utilização das novas TIC;

Apoiar, participar e, se necessário, criar programas e atividades de

alfabetização para os diferentes grupos etários.

As bibliotecas parque são bibliotecas públicas multifuncionais, com diferentes

abordagens e maneiras de atrair o público. Com um modelo de biblioteca moderna,

atrativa e com atividades condizente com o público que a frequenta. Instaladas

sempre em áreas de risco.

Atualmente a rede é formada por 4 bibliotecas parque. A primeira a ser

construída foi em Manguinhos, em abril de 2010; a segunda, após uma obra de

restauração, foi em Niterói inaugurada em 2011; a terceira, em junho 2012 na

Rocinha, em abril de 2014 seguindo o mesmo padrão de Manguinhos, Niterói e

Rocinha, foi reaberta após 4 anos de obras; e a Biblioteca Parque Estadual, que fica

na rua Presidente Vargas é a Matriz da rede de Bibliotecas Parque que o Governo

do Rio de Janeiro está implantando no estado.

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O motivo das bibliotecas serem em lugares precários de acesso à cultura e à

informação é o de oferecer aos usuários uma concepção diferente de biblioteca, de

acesso ao livro e à leitura serem mais dinâmicos, com atividades atrativas para

mostrar em diferentes formatos, tal qual como a leitura de um mesmo livro, ou a

fruição de uma mesma obra de arte, um filme ou peça de teatro. Com um espaço

democrático, para todos os tipos de usuários, desde os doutores até os moradores

de rua, leva até eles uma nova realidade de vida, visando uma melhoria profissional,

cívica e pessoal.

A Biblioteca Parque se aproxima de seus usuários através de uma dinâmica

diferente: os espaços são muito coloridos, o design de mobiliário são modernos, o

prédio auto sustentável, diferente do que se costuma ver em biblioteca “tradicionais”.

O diferencial é que elas são mais “barulhentas”, o espaço permite que aconteça

diferentes atividades ao mesmo tempo, como uma peça no teatro, um debate no

auditório e estudar nos aquários, que são salas de vidro oferecidas para estudo em

grupo. A biblioteca deixa o estereótipo de “Silêncio” que antes era tão cobrado e que

não se podia ter nenhuma atividade no espaço, transformado em um espaço vivo.

Projetada para ter o maior acesso para seus usuários, o que antes somente se

tinha dentro de escolas ou em grandes centros culturais, a biblioteca é instalada em

meio a lugares movimentados e de menos acesso a cultura. Deixou­se de lado a

ideia de ser guarda de livros e passou a ser associada mais à centros culturais. É

também, um lugar de salva guarda, mas a preocupação é além disso, é a construção

do saber e o acesso a informação de quem as frequenta. A biblioteca parque é um

símbolo de potência da transformação da mentalidade do espaço biblioteca em

ambiente de acolhimento do leitor e do futuro leitor, um espaço que está ali para

desenvolver espírito crítico e quebrar barreiras.

A tecnologia vem auxiliando esse novo paradigma de Biblioteca. Tem­se uma

nova concepção do que é leitura, pois ler não é somente um livro, um jornal ou uma

revista impressa, é também, ler uma imagem ou som, isso faz compreender um novo

universo, em uma nova forma de se relacionar a informação com o conhecimento e,

também, na troca de experiências. Nesse sentido, é visível a presença da tecnologia

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nas redes Parques. As bibliotecas Parque tentam consolidar uma leitura como um

todo, assim como lê­se um livro é possível ler uma peça, uma obra de arte ou uma

exposição. O que em bibliotecas comuns é difícil essa compreensão, de não apenas

ter uma estante cheia de livros e oferecê­los ao usuários, nas redes Parques há um

oferecimento deles, uma apresentação do que é a leitura e da sua importância.

Exemplo da leitura ligada à diversas linguagens artísticas são as salas de teatro

Alcione Araújo, que fica na Parque do Estado e o Cine teatro ­ Eduardo Coutinho em

Manguinhos, ambas com programações de espetáculos teatrais, musicais e filmes.

Esses espaços conectados com a biblioteca fazem com que os usuários entrem para

ler em diversos formatos/ suportes. Um fato importante na elaboração de conteúdo é

a forma com que o acervo oferecido em expositores que se relacionam com as

atividades que estão sendo realizadas no teatro, na exposição e nos laboratórios.

2.2 BIBLIOTECA PARQUE ESTADUAL

Inaugurada em 1873 por D. Pedro II como a “Bibliotheca Municipal” no Rio de

Janeiro, capital do império do Brasil, foi provisoriamente instalada em vários outros

prédios da cidade, como no prédio do Arquivo da Câmara Municipal, palácio da

prefeitura e na escola Orsina da Fonseca. Em 1943 foi finalmente instalada na Av.

Presidente Vargas, sua atual localização.

O espaço foi reaberto após 4 anos de reforma como Biblioteca Parque

Estadual, com 15 mil metros quadrados a BPE é a matriz das Parques. Localizada

em meio ao caos da Presidente Vargas e próxima à Central do Brasil, quem passa

pela frente nem imagina o que há de tão importante por dentro. A reformulação não

foi apenas arquitetônica. Inclui, também, a modernização de todo o acervo e seus

serviços. Com direito a mobiliário moderno da arquiteta Bel Lobo, o prédio exibe,

também, em seu pátio uma enorme escultura do artista plástico Waltercio Caldas.

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Com um prédio altamente verde, a BPE já conquistou até mesmo um selo

ambiental e se tornou referência em sustentabilidade e educação ambiental. Hoje, o

prédio abriga painéis fotovoltaicos, que produzem energia elétrica proveniente de

fontes renováveis e geram uma economia de energia de 50.000 megawatts por ano.

Os vidros duplos de proteção solar, reduzem em até 52% a entrada de calor no

edifício. Existe um sistema de reaproveitamento de água da chuva, que é reutilizada

na irrigação e nas descargas, e mais de 2.000 m 2 de telhados verdes, que

contribuem para maior conforto térmico no interior da edificação.

A BPE oferece um acervo com mais de 250 mil obras de todas as áreas do

conhecimento, 20 mil filmes, 3 milhões de músicas digitalizadas, biblioteca infantil,

teatro com capacidade para 240 pessoas, auditório com capacidade para 90

pessoas, estúdio de som e de vídeo para a realização de gravação de CD e DVD,

laboratórios para cursos e oficinas, café literário, restaurante, jardim suspenso, pátio

e bicicletário . 7

Desde a sua reinauguração, a BPE em menos de um ano já realizou incríveis

exposições: em Março de 2014, foi realizado a exposição Vinícius de Moraes ­ 100

anos e, juntamente com a exposição, foram feitas grandes instalações, palestras,

leituras e Shows. Em junho de 2015 a mostra “A biblioteca de grifos de Waly

Salomão” recebeu a vida e os grifos sobre o poeta, compositor, diretor de show e

agitador cultural, Waly Salomão, uma das principais referências da cultura pop no

Brasil. A instalação apresentou livros com intervenções do poeta que fazia parte da

sua biblioteca particular, frases destacadas, grifadas, desenhos, além de

pensamentos e composições inéditos. Em dezembro de 2015, a biblioteca recebeu a

exposição Thanara Shonardie ­ Meu Pedacinho de chão. A mostra apresentou 42

peças de figurino criada por Thanara Shonardie para a novela “Meu pedacinho de

chão” exibida na Rede Globo em 2014, a exposição fez uma alusão com o universo

fabular, onde o personagem e o figurino formavam a simbologia contida na memória

infantil.

7 A Biblioteca Parque Estadual. Disponível em: <http://www.bibliotecasparque.rj.gov.br/sample­page­2/sobre­a­biblioteca­parque­estadual/>. Acesso em: 29 fev. 2016.

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Além de livros, a BPE conta com um acervo de DVDs dos mais variados

gêneros. O espaço Multimídia oferece cabines privadas e TV de LCD para duas

pessoas poderem assistir ao filme escolhido.

Um grande legado da BPE é o acervo de 30 mil livros sobre a história da cidade

do Rio de Janeiro, um verdadeiro patrimônio carioca. A Ganabarina, como é

chamada, é um espaço dedicado as obras raras e a seção foi instalada em 1957. O

acervo inclui um valioso Incunábulo com o título de Ópera, de Prisciano de 1488, 8

que foi escrito e produzido antes do descobrimento do Brasil. O espaço Guanabarina

inclui, também, a coleção Cidade do Rio de Janeiro, que são obras editadas em

Portugal tendo o Brasil como tema, entre outras obras importantíssimas para a

história da Guanabara.

8 incunabulum: berço em latim, são livros publicados na infância da imprensa antes de 1500, os livros produzidos nos primeiros anos desde o advento da imprensa por Gutenberg,

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3 PRÁTICAS DE MEDIAÇÃO DE LEITURA PELA BIBLIOTECA

PARQUE ESTADUAL

A Biblioteca Parque Estadual atua como agente de leitura, oferecendo

atividades educacionais e culturais que possibilitam o aumento do conhecimento

intelectual, desenvolvimento humano e cultural de seus usuários. O objetivo do

Programa é a realização de atividades de promoção a leitura em diferentes suportes

para todos os tipos de usuários que a frequenta. A “metodologia parque” tem por

interesse a potencialização da cidadania, inclusão social e consequentemente

cultural para todos os tipos de usuários que a frequenta.

A BPE veio com o intuito de não ser um depósito de livros, e sim um

equipamento de incentivo à leitura e centro cultural, focando no livro e no incentivo à

leitura e que ao mesmo tempo possa estabelecer relações fecundas com todas as

linguagens artísticas, democratizando o acesso.

A leitura é a porta principal de entrada para a compreensão do mundo,

desenvolvimento da inteligência, para a autonomia e a liberdade do cidadão.

Considerando que são poucas bibliotecas para muitos habitantes, lê­se pouco,

compra­se menos ainda: o livro é caro. As bibliotecas ainda são consideradas

lugares apenas de estudo/obrigação e não de lazer/prazer. E assim estamos à

margem do hábito da leitura. As estatísticas indicam que os brasileiros leem e

compreendem pouco, a compreensão leitora revela enormes dificuldades em relação

à interpretação e produção de textos.

O projeto da biblioteca parque foi desenvolvido para desafiar seus usuários a

mudar esse hábito e atravessar essa barreira de que biblioteca é um lugar antigo e

silencioso. Ela é uma biblioteca viva e barulhenta.

Nesse capítulo abordaremos, além do conceito, uma concepção mais ampla de

leitura, associada à visão de mundo e na experiência de vida de cada indivíduo. É

muito importante compreender que a fala é um instrumento formador dos usuários

da BPE, assim como a imagem. Quando se percebe uma imagem, como artes

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plásticas ou até mesmo a natureza, tem­se a possibilidade de admirar e contemplar,

compreender que a elaboração das ideias nesse mundo é visível e se dá através de

uma literatura permanentemente escrita em nossas cabeças, mesmo não sabendo

ler. O conceito de leitura por muitas vezes está associado à decodificação de texto

escrito e à escolarização.

A Biblioteca Parque Estadual tem esse papel e aborda a literatura dessa

maneira. Sendo possível a leitura em diversos aparatos como o teatro, o cinema,

exposições, livros de artes. Conforme nesta definição: “A leitura é um processo

mental que permite decifrar e compreender uma mensagem (sentido amplo do

termo), transmitida em símbolos, manuscritos ou impressos” (COSTA, 2011, p. 76).

O acervo é composto por diversos tipos de assuntos, desde Aristóteles até

John Green , pois foi desenvolvida para ser uma biblioteca democrática e acessível

ao conhecimento e não uma formação determinada por profissionais da leitura.

Para Nóbrega (2009), a concepção de leitura para o Programa de Educação e

para os bibliotecários da BPE é:

A leitura não poderá ser compreendida somente como a decifração do código escrito, mas como leitura do mundo, a que viabiliza a transformação do si mesmo, processando o ser­no­mundo­com­o­outro” (NÓBREGA, 2009, p. 108).

3.1 O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO

O Programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual tem como objetivo

desenvolver ações voltadas para público escolar (infantil e adulto), educadores

pedagógicos e público espontâneo visando a promoção da leitura e alargamento do

aproveitamento dos espaços da Biblioteca . Atualmente, o Programa de Educação 9

conta com uma coordenadora, dois educadores, um auxiliar de educação e dois

9 Educação. 2015. Disponível em: <http://www.bibliotecasparque.rj.gov.br/>. Acesso em: 20 jun. 2015.

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estagiários que se dividem em ações escolares ao longo da semana, ações livres ao

longo do fim de semana além de pesquisa sobre educação, programas de educação

em centros culturais e bibliotecas.

Para desenvolver ações para o público escolar, o Programa de Educação se

divide em 3 grandes eixos: cidade arquitetura e ambiente, mídias e tecnologias e

artes. A partir desses três eixos são desenvolvidas ações que visam promover a

ligação entre estes eixos e os espaços da Biblioteca.

Os públicos atingidos pelo Programa são: escolas públicas e privadas de

educação infantil até EJA, público infantil e juvenil, público espontâneo frequentador

da biblioteca independente de classe social.

Ao contatarem o Programa, as escolas respondem um questionário no qual

indicam qual eixo gostariam de trabalhar. A partir disso os educadores alinham em

conjunto com os interesses da escola a realização da visita. São realizadas

atividades que fazem ligação com o eixo escolhido, os espaços da biblioteca, o

entorno, visando trazer um maior entendimento ao público sobre o lugar em que a

Biblioteca está inserida. Com o público espontâneo busca­se desenvolver ações que

liguem artes ao acervo da biblioteca, seja com público infantil ou juvenil.

O Programa tem como objetivo desenvolver a leitura dos mais variados

públicos, trazer a sensação de pertencimento aos espaços da biblioteca,

desenvolver atividades educacionais voltadas à leitura, escrita, oralidade e artes.

O Programa busca desenvolver ações em parceria com instituições do entorno,

envolvendo estudantes e educadores, considerando diferentes faixas etárias e a

organização do sistema de ensino municipal, estadual e federal, de instituições

privadas, ONGs e público espontâneo. Listamos, a seguir, algumas atividades

planejadas por seus Coordenadores e que constam no Programa, lembrando que

muitas delas como atividades externas e público adulto, ainda estão somente no

papel.

Infância de 0 a 2 anos ­ na biblioteca infantil, onde há um espaço chamado

bebê­teca, os bebês acompanhados pelos seus pais participam de contações

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de histórias com livros táteis, sonoros, com cores, formas e ABC. Essa

atividade visa ser um incentivo para os pais lerem para seus filhos. Além

disso, o projeto propor­se fazer parcerias com maternidades e hospitais.

Infância de 3 a 5 anos ­ atividades realizadas na biblioteca infantil com livros

ABC, sonoros, palavra e imagem, realizadas com rodas de leitura ou com um

contador de história. Nas experimentações sonoras, costuma ­se fazer

utilização sonoras com canto e composição musical, literatura e corpo,

literatura e audiovisual, críticas literária e jogos.

infância de 6 a 7 anos ­ Atividades desenvolvidas na biblioteca infantil com

rodas de leitura, clube de leituras, com críticas literárias, caligrafia, literatura e

corpo, literatura e audiovisual, literatura e música (canto e composição

musical), contação de histórias, jogos e família contadora de histórias.

infância de 8 a 10 anos ­ atividades desenvolvidas na biblioteca infantil com

laboratório de quadrinhos, escrita criativa, escrita e gêneros literários

(desenvolvimento de textos); críticas literárias, literatura e corpo, literatura e

audiovisual, literatura e música (canto e composição musical), sarau infantil,

pesquisa bibliográfica (biblioteca física e virtual), contação de histórias, jogos

e família contadora de histórias.

juvenil de 10 a 14 anos ­ atividades desenvolvidas nos setores infanto­juvenil

e quadrinhos e artes, laboratório de quadrinhos, escrita criativa , escrita e

gêneros literários (desenvolvimento de textos), crítica literária, literatura e

corpo, literatura e audiovisual, literatura e música (canto e composição

musical), escrita jornalística, pesquisa no acervo (biblioteca física e virtual),

contação de histórias infantil, sarau, Cosplay , animes, jogos.

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juvenil 15 a 18 anos ­ desenvolvidas nos setores Artes, auditório, Café

literário, Multimídia e Pátio, as atividades envolvem escrita criativa, escrita e

gêneros literários (desenvolvimento de textos), produção de textos de 140

caracteres, escrita jornalística, ciberativismo, sketchbooks , crítica Literária,

literatura e corpo, literatura e audiovisual, literatura e música (canto e

composição musical), pesquisa no acervo (biblioteca física e virtual), contação

de histórias; sarau, cosplay , animes, jogos.

adultos a partir de 18 anos ­ desenvolvidas nos espaços: Café Literário,

Multimídia, Artes, Auditório e Pátio, as atividades baseiam ­se em escrita e

criativa, escrita e gêneros literários (desenvolvimento de textos), produção de

textos de 140 caracteres, escrita jornalística, ciberativismo, sketchbooks ,

crítica Literária, literatura e corpo, literatura e audiovisual, literatura e música

(canto e composição musical), pesquisa no acervo (biblioteca física e virtual),

contação de histórias para adultos, sarau, cosplay e animes.

encontro entre educadores ­ Encontros mensais com educadores que atuam

em diferentes contextos e que estejam interessados em desenvolver suas

práticas com experiências na BPE. Nesses encontros os participantes podem

perceber as possibilidades de acesso à biblioteca, visitando a biblioteca,

recebendo e produzindo materiais que eles poderão usar com os estudantes,

e conversando sobre suas experiências. O objetivo desses encontros é

possibilitar que o professor perceba que ele pode agendar sua turma, contar

com a colaboração de educadores da BPE e também que ele mesmo pode

desenvolver ações com seu grupo na biblioteca. Para esses encontros podem

ser convidadas pessoas relacionadas às exposições, à proposta curatorial do

semestre e outros assuntos, para conversar e desenvolver práticas com os

professores. Os professores que se inscreverem serão imediatamente

cadastrados e receberão carteirinha da biblioteca.

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4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo são apresentados os resultados e suas análises, sendo

demostrados por gráficos os resultados do Estudo de usuários. O questionário

contendo 11 perguntas se configurava em saber quem era o público alcançado pelo

Programa de educação e qual o grau de satisfação das suas atividades.

A população atendida pela biblioteca abrange desde estudantes de ensino

fundamental até o superior, incluindo dentre eles pesquisadores, moradores de rua e

deficientes visuais. A amostra constou de 40 pessoas em diferentes setores da

biblioteca: biblioteca infantil, juvenil, Guanabarina, multimídia, braile e humanidades.

O questionário contem 11 perguntas (anexo A), que depois de respondidos e

recolhidos, foram analisados e repassados para gráficos que geram melhor

visualização das respostas.

A coleta de dados foi realizada individualmente e teve como objetivo traçar o

perfil do usuário, para saber qual o público que o Programa de educação consegue

alcançar, visamos identificar a idade, sexo, escolaridade, os serviços que mais

utiliza, a região onde mora, a satisfação das atividades e palestras oferecidas pelo

Programa.

Os questionários foram aplicados durante a primeira quinzena do mês de

janeiro de 2016, em diferentes turnos e dias, como o sábado, em que a biblioteca é

estava aberta, podendo alcançar diferentes tipos de usuários, com o intuito de

alcançar maior variedade no tipo de usuários e manter a imparcialidade dos

resultados da pesquisa. A identidade dos respondentes foi mantida em sigilo.

As respostas foram tabuladas e organizadas estatisticamente para entender

melhor os resultados alcançados, juntamente com os resultados totais, percentuais e

analises descritivas.

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O gráfico 1 consiste em saber qual o gênero dos entrevistados. Os sujeitos da

pesquisa são em sua maioria do gênero masculino (23 sujeitos, sendo 57,5% do

total) e os do gênero feminino com 17 indivíduos, no total de 42,5%.

Gráfico 1: Gênero

Fonte: A autora

No gráfico dois (2) para identificar a idade média dos usuários, a questão

elencava 10 faixas etárias, cada uma compreendendo um período de cinco anos.

Verificou­se uma maior concentração de respostas dos usuários na faixa etária

de 31 a 35 anos, com o total de 10 respostas. Em seguida de crianças e

adolescentes entre 8 a 15 anos com 9 respostas. Duas faixas etárias obtiveram 2

respostas, entre 16 a 20 anos e 21 a 25 anos. Pessoas entre 26 a 30 e 36 a 40 anos

tiveram 5 respostas. 4 respostas para pessoas entre 41 a 45 anos. 1 resposta para

pessoas entre 46 a 50, 51 a 60 anos e mais de 60 anos.

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Gráfico 2: Faixa etária

Fonte: A autora

A questão 4 tratou do grau de escolaridade dos sujeitos da Biblioteca Parque

Estadual. Os usuários optaram entre 6 respostas que definia qual já havia concluído,

uma das respostas foi destinada àquelas que nunca frequentaram a escola. Esta

opção foi incluída para englobar a quantidade de moradores de rua que a BPE

recebe.

Verificou­se que a maior parte dos entrevistados possui ensino fundamental,

sendo esta 42,5% dos respondentes; os sujeitos que declararam ter completado o

ensino fundamental somam 17 respostas; 9 sujeitos responderam que concluíram o

ensino médio (22,5%); 7 declararam ter pós­graduação, somando 17,5%; 4

responderam ter ensino superior (10%); 3 pessoas apenas responderam nunca ter

frequentado a escola, sendo eles (7,5%) dos respondentes.

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Gráfico 3: Grau de escolaridade

Fonte: A autora

O setor de braile da BPE atende os deficientes da visão. Durante a pesquisa de

campo, 5 sujeitos eram deficientes visuais, somando 12, 5%.

Gráfico 4: Portador de deficiência visual

Fonte: A autora

A questão número 5 destinou­se a saber quais os serviços que os

entrevistados procuravam na biblioteca. Esta questão pode ser respondida com 1 ou

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mais opções. Os serviços destacados foram: empréstimos de livros, multimídia,

programação cultural e acesso a internet.

O serviço mais procurado foi o empréstimo de livros com 30 respostas, sendo

26% dos sujeitos pesquisados, seguida de 28,95% de acesso à internet,

programação cultural com 68% e Multimídia com 17,11%.

Gráfico 5: Serviço mais utilizado

Fonte: A autora

O setor de multimídia da BPE costuma receber, desde o início da sua

reabertura, uma grande quantidade de moradores de rua. Visando isso, a questão

número 6 buscou identificar os mesmos. Dentre os respondentes, podemos verificar

que 9 sujeitos responderam que não tinham moradia no momento (22,5%).

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Gráfico 6: Moradores de rua

Fonte: A autora

Por ser localizada no Centro da cidade, rodeada por diversas comunidades,

como o Morro da Providência, a mesma consegue, também, receber usuários de

diversas regiões do município. O centro é a principal delas, como podemos verificar

no gráfico 7, onde 18 sujeitos são moradores de bairros próximos localizados no

centro, perfazendo 45%; 6 pessoas responderam que moravam na Zona Sul do Rio

de Janeiro (15%); 5 que moravam na Zona norte (12,5%); 4 sinalizaram que

moravam na baixada (10%); 2 pessoas moravam na Zona Oeste (5%); na Região

Serrana tivemos 2 pessoas (5%); as Regiões Litorânea, Fluminense e outras tiveram

1 pessoa cada, sendo 2,5% do total para cada uma delas. A regiões Costa Verde e

Médio Paraíba não tiveram respostas.

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Gráfico 7: Região onde mora

Fonte: A autora

As questões número 8, 9, 10 e 11 referiam­se ao conhecimento do Programa,

participação, frequência e avaliação das atividades.

O gráfico 8 identifica o número de usuários da biblioteca que sabiam da

existência do Programa, 27 sujeitos disseram que conheciam, sendo esses 67,5%

da amostra.

Gráfico 8: Conhece o Programa de Educação?

Fonte: A autora

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Apesar de 67,5% dos sujeitos terem conhecimento do Programa, o gráfico 9

mostra que apenas 21 pessoas (52,5%) participaram de alguma atividade

desenvolvida. As outras 19 (47,5%) nunca participaram de nenhuma atividade.

Gráfico 9: Participação nas atividades do Programa de Educação

Fonte: A autora

Sobre a frequência da participação das atividades do Programa de Educação,

o gráfico 10 mostra que 47,5% disseram nunca participar; 22,5% dos sujeitos

disseram participar semanalmente das atividades; outras 15% quinzenalmente; 10%

Mensalmente e 5% raramente.

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Gráfico 10: Frequência que participa das atividades do Programa de Educação.

Fonte: A autora

Quanto à avaliação das atividades do Programa de Educação, pode­se ver

pelo gráfico 11 que 47,5% responderam como Excelente; 35% como Bom, 12,5%

Regular e 5% como Ruim.

Gráfico 11: Avaliação das atividades do Programa de educação

Fonte: A autora

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo de usuários possui grande importância para a Biblioteca Parque, pois

possibilita o aperfeiçoamento dos serviços prestados a sua comunidade. Com ele é

possível constatar as necessidades de seus usuários. Este estudo confirmou a

hipótese levantada que o objetivo do projeto do Programa de Educação da

Biblioteca Parque Estadual não está sendo plenamente alcançado, tendo em vista

não possuir o contingente de equipe necessária para a realização das atividades

planejadas.

Durante o mês de janeiro de 2016, foi aplicado um questionário em diferentes

setores da biblioteca, quais sejam: de biblioteca infantil, juvenil, guanabarina,

multimídia, braile e humanidades, com o objetivo de alcançar os diferentes usuários

que a biblioteca recebe. Com a amostra de 40 usuários, a pesquisa pode constatar

que a maioria deles é do gênero masculino; maior concentração de usuários com 31

a 35 anos, seguido da faixa etária de 8 a 15 anos; o grau de escolaridade é o ensino

fundamental.

O serviço mais utilizado na BPE é o empréstimo de livros. Chama­nos a

atenção que um quarto do público que a frequenta é a população de rua. A maioria

dos usuários entrevistados mora no Centro da cidade. Isto significa que o projeto

está realmente abrigando seu entorno, seus bairros adjacentes e comunidades como

o Bairro de Fátima e Morro da Providência. Grande parte dos pesquisados disse

conhecer ou ouvir falar do Programa de Educação.

Pode­se constatar na pesquisa de campo que o Programa de Educação é

conhecido por boa parte dos sujeitos pesquisados, porém, muitos nunca haviam

participado das atividades por não serem oferecidas para o grupo adulto de 31 a 35

anos, o qual se mostrou. Podemos certificar que a mesma não é oferecida para os

moradores de rua que têm grande assiduidade e frequência diária na biblioteca. Os

usuários do setor de braile não são contemplados com nenhuma atividade, a não ser

com visitas mediadas. Os setores infantil e infanto­juvenil, são os únicos setores que

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recebem semanalmente atividades planejadas, ficando assim comprovada a

hipótese do trabalho, na qual o público alcançado se limita ao infantil e

infanto­juvenil, com atividades semanalmente realizadas.

O Programa de Educação procura promover atividades para todas as idades a

partir dos 3 anos. Porém, devido ao tamanho da equipe algumas faixas etárias são

menos trabalhadas, como a faixa etária adulta. São realizadas algumas atividades

com adultos, entretanto este não tem sido o foco do programa, tendo em vista a

atenção que demanda as faixas etárias infantil e infanto­juvenil.

Para contemplar a pesquisa sobre a atuação com adultos seria necessário

mais profissionais com dedicação exclusiva para este fim. De qualquer forma, ainda

são realizadas visitas com grupos de faixa etária adulta levando em consideração os

limites da atuação da equipe. São realizadas visitas com foco na arquitetura e

história do prédio, sua importância no entorno em que se insere e questões de

sustentabilidade – ecológica e social, entre outros assuntos. Diferente da atuação

com grupos infantis, são realizadas poucas atividades artísticas e experimentais, a

não ser quando percebido o interesse em conhecer melhor as atividades efetivadas

pelo Programa de Educação pelo grupo assistido.

Pode­se se dizer sobre este quadro as inúmeras mudanças e ausência de

coordenadores no curto período em que o Programa esteve em vigor desde a

reabertura da biblioteca em 2014. No período de 1 ano e 10 meses o Programa de

Educação já teve 3 coordenações diferentes, sendo um fator de reflexão sobre as

ações realizadas. No início do projeto o Programa tinha em sua equipe uma

supervisora, dois educadores, um auxiliar de atendimento para o agendamento das

visitas e dezesseis estagiários, além de alguns capacitadores que deram consultoria

para elaboração de experiências de criação, contação de histórias e mediação de

visitas. O mês de agosto de 2015 foi marcado pela ausência de coordenação. Os

dois educadores, além das suas funções, acumularam as funções temporárias de

coordenação e supervisão da equipe. Este período também é marcado pelo

congelamento das vagas dos colaboradores do setor educativo. Porém, este

congelamento ocorreu quando os setores educativo e o de recursos humanos

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estavam repondo vagas de estagiários que haviam deixado a equipe. Sendo assim,

uma equipe com mais de 20 colaboradores, hoje (janeiro de 2016), por falta de

repasse de verba do governo estadual e com as vagas congeladas, o Programa de

Educação conta com somente 5 colaboradores, são eles: dois educadores, uma

auxiliar e dois estagiários, acarretando a acumulação de tarefas de pesquisa,

agendamento, planejamento de tarefas e suas realizações e visitas mediadas.

Podemos concluir então, que para melhorar o funcionamento do Programa de

Educação seria necessário a contratação de mais educadores para aumentar o fluxo

de pesquisas, facilitar a programação e planejamento das ações além de estimular o

desenvolvimento de atividades novas.

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REFERÊNCIAS

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Teoria e Prática. Atlas: São Paulo, 2003.

BEUREN, I. M.; RAUPP, F. M.; Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências

Sociais. In: COLAUTO, R. D.; LONGARAY, A. A.; PORTON, R. A. de B.; RAUPP, F.

M.; SOUSA, M. A. B. de.; BEUREN, I. M. (Org.). Como Elaborar Trabalhos

Monográficos em Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2008. p.

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COSTA, Lêda Maria Ramos. Biblioteca de Caráter Público e Práticas Leitoras.

Bahia, 2011. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) ­ Instituto de Ciência

da Informação, Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2011. Disponível em:

<https://repositorio.ufba.br >. Acesso em: 28 jun. 2013.

ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA,

DOCUMENTAÇÃO. E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 33, 2010, Paraíba. SILVA,

Kenia. O bibliotecário na formação de leitores em potencial. Paraíba: H, 2010. 10

p. Disponível em:

<http://dci.ccsa.ufpb.br/enebd/index.php/enebd/article/viewFile/195/194>. Acesso

em: 12 abr. 2015.

FERREIRA, Sueli Mara Soares Pinto. Estudos de necessidades de informação :

dos paradigmas tradicionais à abordagem Sense­Making. Porto Alegre: ABEBD,

1997.

FIGUEIREDO, Nice. Usuários. In:_______. Paradigmas modernos da Ciência da

Informação . São Paulo: Polis/APB,1999.

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MICHEL, Maria Helena. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais:

um guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos

monográficos. São Paulo: Atlas, 2005.

NÓBREGA, Nanci Gonçalves. A biblioteca e sua anima ação. Comunicação e

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https://revistas.ufg.br/index.php/ci >. Acesso em: 20 out. 2014.

____________. No espelho, o trickster. In: Mediação de leitura: discussões e

alternativas para a formação de leitores . São Paulo : Global, 2009, 284 p. cap. 1,

p. 95­112

OHIRA, Maria Lourdes Blatt. Métodos e Técnicas de Pesquisa. Florianópolis:

UDESC, 2006.

PAES, Denyse Maria Borges; NUNES, Jefferson Veras. O papel educativo da

biblioteca e do bibliotecário: um estudo sobre a biblioteca Rachel de Queiroz em

Fortaleza/CE. Revista EDICIC , v.1, n.2, p.200­211, Abr./Jun. 2011.

PERROTTI, E. A Biblioteca Interativa. Revista CFB , Brasília, v. 1, n. 1, abr. 2001. p.

6.

RIBEIRO, Ruth Leuda da Silva. Leitura : um processo interdisciplinar de prazer,

interesse e interação. Fortaleza: UFC, 2005.

SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da Pesquisa Aplicada à

Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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SUAIDEN, Emir José. Biblioteca pública e informação á comunidade . São Paulo:

Global, 2008.

UNESCO. Recommendation on the Promotion and Use of Multilingualism and

Universal Access to Cyberspace and Report by the Director­General . Paris:

UNESCO, 2003. (31 C/25).

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ANEXO A

Questionário sobre Estudo do Usuário

Questionário: 1. Sexo: F( ) M ( ) 2. Idade: ( ) de 8 a 15 anos

( ) de 16 a 20 anos

( ) de 21 a 25 anos

( ) de 26 a 30 anos

( ) de 31 a 35 anos

( ) de 36 a 40 anos

( ) de 41 a 45 anos

( ) de 46 a 50 anos

( ) de 51 a 60 anos

( ) mais de 60 anos

3. Qual a sua escolaridade? (Considere, por favor, o que já completou)

( ) Não frequentou a escola

( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio

( ) Cursinho pré­vestibular

( ) Superior

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( ) Pós Graduação 4. É portador de algum tipo de deficiência? Se sim, qual? Sim ( ) Não ( )

5. Qual serviço oferecido pela BPE você utiliza com frequência? ( ) empréstimo de livros ( ) multimídia ( ) Programação Cultural ( ) Acesso a internet 6. Possui residência fixa? Sim ( ) Não ( ) 7. Qual região você mora? ( ) RJ / Zona norte ( ) RJ / Zona sul ( ) RJ / Zona oeste ( ) RJ / Baixada ( ) RJ / Região Serrana ( ) RJ / Região litorâneas ( ) RJ / Região fluminense ( ) RJ / Costa verde ( ) RJ / Médio paraíba ( ) RJ / Centro ( ) Outras. Onde? ________________

8. Conhece o Programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual? Sim ( ) Não ( )

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9. Já participou de alguma atividade do Programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual? Sim ( ) Não ( ) 10. Com que frequência você participa das atividades do Programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual? ( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente ( ) Raramente ( ) Nunca 11. De um modo geral como você avalia as atividades do do Programa de Educação da Biblioteca Parque Estadual? ( Contação de Histórias, Conto e Ação, Programação de férias, Oficina de Quadrinhos, visita guiada, Encontro de Educadores e etc... ) ( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Não sabe

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ANEXO B

FOTOS

Fotografia 1 ­ Visita Mediada

FONTE: Foto tirada pelo Programa de Educação ­ 2015

Fotografia 2 ­ Visita mediada com público espontâneo

FONTE: Foto tirada pelo Programa de Educação ­ 2014

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Fotografia 3 ­ Visita mediada para público espontâneo

FONTE: Foto tirada pelo Programa de Educação ­ 2014

Fotografia 4 ­ Visita mediada, turma do EJA

FONTE: Foto tirada pelo Programa de Educação ­ 2015

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Fotografia 5 ­ Palestra para Educadores

FONTE: Foto tirada pelo Programa de Educação ­ 2015

Fotografia 6 ­ Experiência de criação com infanto juvenil

FONTE: Foto tirada pelo Programa de Educação ­ 2015

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Fotografia 7 ­ contação de histórias

FONTE: Foto tirada pelo Programa de Educação ­ 2015