Jesus subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos. Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo o olhar e viu que uma grande multidão viera ter com Ele, Jesus disse então a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para esta gente comer?» (Jo 6,3-5)

André, irmão de Simão Pedro disse: 9«Há aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» (Jo 6,5-9)

Aos olhos do mundo cinco pães e dois peixes são bem pouca coisa para tanta gente; não é assim para Jesus! Para Ele a pobre oferta daquele rapaz anónimo é suficiente para matar a fome a muita gente, antes, a sobrar, pois encheram mais doze cestos com as sobras.

Jesus realizou este milagre não só para preparar o Seu ensinamento sobre o Pão da Vida, mas também para realçar o valor dos humildes e dos pequenos gestos de amor.

O mundo gosta das grandezas, dos factos impressionantes, das coisas trabalhadas.

Ora bem, Deus ama as coisas pequenas que o mundo despreza.

A observação de Andrea: «o que é isso para tanta gente?» exprime bem o pensamento de uma mente calculadora. É como dizer: «Não sabes contar? Não vê a multidão a tua frente?»

Jesus pensa segundo Deus. Ele Acolhe com gratidão aquela pobre oferta, como vinda directamente do Pai Celeste.

Ele sabe que tudo o que vem do Pai é sempre abundante, chega para todos, até a sobrar. Assim todos comeram a vontade.

Assim acontece no Reino de Deus: a pequena oferta de uma pessoa humilde e desconhecida revela a infinita generosidade de Deus, como aquela pobre viúva que deitou uma moedinha no tesouro do Templo. Considerada nada aos olhos do mundo, mas não aos olhos de Deus

Quando chegar o tempo da distribuição, a pequena oferta dos humildes revela a generosidade de Deus.

Há pão para todos, em abundância, a sobrar!

Torna-se visível um grande mistério da Providência divina: o pouco multiplica-se. É a maneira com que Deus actua.

Entramos na lógica de Deus. Ele convida-nos a viver partilhando o pouco que temos: a nossa limitada capacidade de amar, a nosso pouco conhecimento, a nossa pequena informação, o nosso pequeno talento. Tudo é dom de Deus que se multiplica no mesmo momento que o damos.

Não há ninguém tão pobre que não tenha alguma coisa a partilhar. Mesmo que seja pouco, multiplica-se em dar-se!