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1 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 15/01/2017 “Jesus tira o pecado e batiza no Espírito Santo” Leituras: Isaías 49, 3.5-6; Salmo 39 (40), 2.4ab.7-8a.8b-9.10; Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 1, 1-3; João 1, 29-34. COR LITÚRGICA: VERDE Animador: Iniciamos o Tempo Comum. Ele prolonga o sabor, o perfume e o brilho da festa pascal no cotidiano da vida e nos ajuda a descobrir o dia-a-dia como um tempo de graça e salvação, tempo e vida nova e ressurreição, por isso chamamos o domingo de “páscoa semanal de Jesus”. Nesta celebração Jesus é apontado por João Batista como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). 1. Situando-nos brevemente Celebramos no domingo passado a Epifania do Senhor, isto é, a manifestação do Senhor. Em outras palavras, o mistério do menino Jesus, nascido em Belém, se expande para além das fronteiras judaicas. É destinado a ser adorado e seguido por todos os povos como aquele que salva a todos de seus peados, como o líder máximo da paz mundial, o referencial de uma possível comunhão entre as pessoas, raças e nações. Todo o tempo do Natal, que há pouco celebramos, já trazia esta mensagem, a saber, que aquele menino é de fato o Messias-salvador, o anunciado pelos profetas, desde os tempos mais antigos, e tão ardorosamente esperado pelos pobres e abandonados. E “Ele está no meio de nós”, dizemos nós a toda hora. Está no meio de nós também aqui e agora, nesta celebração, como o ressuscitado que, uma vez sacrificado por nós, venceu a morte e hoje vive eternamente. Que bom que estamos aqui reunidos para ouvir a sua Palavra e celebrar o mistério de sua Palavra que nos salva e dá coragem. 2. Recordando a Palavra O relato do Evangelho de hoje é deveras lindo e impressionante. Jesus se aproxima de João Batista. E então João o apresenta ao povo dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é muitíssimo importante para todos nós. E garanto-lhes uma coisa, eu vi: na hora que o batizei, vi o Espírito descer sobre ele. Então comecei a entender e tirar minhas conclusões. Se eu batizei com água, este é quem batiza com o Espírito Santo. Acreditem! Eu vi e dou meu testemunho: Este é o Filho de Deus!” (Jo 1,29-34).

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2º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 15/01/2017

“Jesus tira o pecado e batiza

no Espírito Santo”

Leituras: Isaías 49, 3.5-6; Salmo 39 (40), 2.4ab.7-8a.8b-9.10; Primeira Carta de

São Paulo aos Coríntios 1, 1-3; João 1, 29-34.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Iniciamos o Tempo Comum. Ele prolonga o sabor, o perfume e o brilho da

festa pascal no cotidiano da vida e nos ajuda a descobrir o dia-a-dia como um tempo

de graça e salvação, tempo e vida nova e ressurreição, por isso chamamos o domingo

de “páscoa semanal de Jesus”. Nesta celebração Jesus é apontado por João Batista

como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).

1. Situando-nos brevemente

Celebramos no domingo passado a Epifania do Senhor, isto é, a manifestação do

Senhor. Em outras palavras, o mistério do menino Jesus, nascido em Belém, se

expande para além das fronteiras judaicas. É destinado a ser adorado e seguido por

todos os povos como aquele que salva a todos de seus peados, como o líder máximo da

paz mundial, o referencial de uma possível comunhão entre as pessoas, raças e

nações.

Todo o tempo do Natal, que há pouco celebramos, já trazia esta mensagem, a saber,

que aquele menino é de fato o Messias-salvador, o anunciado pelos profetas, desde os

tempos mais antigos, e tão ardorosamente esperado pelos pobres e abandonados.

E “Ele está no meio de nós”, dizemos nós a toda hora. Está no meio de nós também

aqui e agora, nesta celebração, como o ressuscitado que, uma vez sacrificado por nós,

venceu a morte e hoje vive eternamente.

Que bom que estamos aqui reunidos para ouvir a sua Palavra e celebrar o mistério de

sua Palavra que nos salva e dá coragem.

2. Recordando a Palavra

O relato do Evangelho de hoje é deveras lindo e impressionante. Jesus se aproxima de

João Batista. E então João o apresenta ao povo dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que

tira o pecado do mundo. Este é muitíssimo importante para todos nós. E garanto-lhes

uma coisa, eu vi: na hora que o batizei, vi o Espírito descer sobre ele. Então comecei a

entender e tirar minhas conclusões. Se eu batizei com água, este é quem batiza com o

Espírito Santo. Acreditem! Eu vi e dou meu testemunho: Este é o Filho de Deus!” (Jo

1,29-34).

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Sabe-se que na religião judaica se sacrificavam cordeiros em homenagem a Deus e se

comia de sua carne como parte de ritual. E Jesus está aí, como o servidor de Deus

servindo a todos, sacrificando e deixando-se sacrificar, Ele mesmo, em favor da

qualidade de vida de todos. Por isso recebe este significativo apelido: “Cordeiro de

Deus, que tira o pecado do mundo”. Nele se cumpre o que, por exemplo, já anunciava

o profeta Isaías, no seu segundo Canto do Servo, que ouvimos na primeira leitura (Is

49, 3.5-6): “Farei de ti luz das nações, para que sejas minha salvação” (v.6). De fato,

“Deus faz do seu Servo o Libertador de Israel e a Luz das Nações... Na sua humildade

revela-se a força de Deus” (J. Konings. OP., p. 132). Por isso, sentimos hoje Jesus

rezar o Salmo 39 conosco e, conosco, vem repetir este refrão: “Eu disse: Eis que venho

Senhor, com prazer faço a vossa vontade!”

De fato, somos agraciados e santificados por Deus, no Ungido Jesus, O Filho de Deus

no meio de nós. Por isso, o apóstolo Paulo nos saúda com estas palavras: “A vós, graça

e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,3).

3. Atualizando a Palavra

São vários os títulos messiânicos dados a Jesus logo no início do Evangelho de João.

Alguns deles são ditos hoje por Joao Batista tais como: Jesus é “o cordeiro de Deus

que tira o pecado do mundo”, o “ungido pelo Espírito Santo”, “Filho de Deus” que tem

por missão “tirar o pecado” e “batizar o Espírito Santo”. Neste sentido podemos nos

servir aqui de uma oportuna reflexão do biblista e teólogo, nosso irmão franciscano, de

saudosa memória, Frei Raul Ruijs:

1. A conscientização dos profetas: João Batista não era o primeiro profeta que

Deus enviou para preparar a vinda de Jesus. Ele é o último de um grande número.

Todos eles eram enviados ao povo do Antigo Testamento. Despertaram naquele povo

uma esperança de salvação sempre mais perfeita. Como os profetas conseguiram fazer

isso? Eles seguiram um duplo caminho. Em primeiro lugar chamara a atenção do

povo para os pecados de todo o mundo. Denunciaram a malícia, a deslealdade, a falta

de religiosidade, as superstições, a ganância, a infidelidade, as injustiças.

Despertaram o povo para a pecaminosidade do coração humano e mostraram que esta

maldade interior tem as suas consequências para a convivência dos homens, no

âmbito familiar e da sociedade. Mas não somente chamaram a atenção para a

maldade dos homens. Esclareceram o povo também a respeito da santidade de Deus,

da justiça divina, de sua fidelidade às promessas.

Ora, à medida que convenceram o povo de que ele não podia salvar-se a si mesmo da

situação deplorável em que se encontram e se atolava sempre mais, o prepararam

também à intervenção de Deus. Predisseram que Deus, por sua própria força, isto é,

pelo Espírito Santo, ia salvar os homens do pecado e conduzi-los no caminho da

perfeição, da justiça e da fraternidade.

2. Jesus, a realização das profecias: João Batista, o último profeta, proclamou

que Jesus de Nazaré veio realizar estas previsões dos profetas por sua dupla missão

de “tirar o pecado do mundo” e “batizar no Espírito Santo”. Jesus sempre age em duas

frentes: a do homem e do mundo, eliminando o pecado; e a de Deus, enviando o

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Espírito Santo. A obra da salvação de Jesus é essencialmente dupla e abrande morte e

ressurreição. Pela sua paixão e morte na cruz ganhou para a humanidade o perdão

dos pecados. Pela sua ressurreição se tornou capaz de enviar sobre a humanidade o

Espírito Santo, aquela força divina que santifica, que dá ao homem a força para não

mais pecar, para pecar sempre menos, para vencer as tentações e conquistar a

santidade.

3. A cara e a coroa da vida cristã: Estes frutos da morte ressurreição são

comunicados no batismo e em todos os sacramentos. Sempre recebemos neles o

perdão dos pecados cometidos e a força para progredir no caminho da santidade

cristã. Por isso, São Paulo diz sobre os cristãos que eles são, ao mesmo tempo,

“santificados e chamados a serem santos”. Sempre encontram-se juntas as duas faces

da moeda: a salvação dos pecados e a vocação à santidade.

4. Os cristãos, uma esperança para o mundo: Jesus era a realização das

esperanças despertadas no Antigo Testamento, pelos profetas. Nós, cristãos, a nossa

Igreja e as nossas comunidades, somos também chamados a ser uma esperança no

mundo de hoje, no nosso país e na região onde moramos. Quando realmente

soubermos cumprir o que Deus esperar de nós, sem nenhuma dúvida realizaremos

uma obra de salvação e de libertação que o mundo espera de nós. Como o Cristo,

realizando a vontade do Pai e trabalhando para a vinda do Reino, trouxe salvação,

alegria e felicidade para os pobres, os doentes, os oprimidos, os marginalizados e

injustiçados, assim também somos nós chamados a fazer o mesmo. Também nós

somos chamados a “tirar os pecados do mundo” e a “batizar (=mergulhar) o mundo no

Espírito Santo”, no Espirito de Cristo que é um Espírito de salvação e de libertação (R.

Ruijs. Jesus tira o pecado e batiza no Espírito Santo. In: VV.AA. A Mesa da Palavra.

Ano A. Op.,cit., p. 285-286)

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica

É para nos avisar disso que várias vezes em cada missa é lembrado o “Cordeiro de

Deus que tira o pecado do mundo” e, inclusive, diante dele rezamos: “tende piedade de

nós, dai-nos paz”.

Mergulhados (=batizados) no jeito de ser e agir solidário de Jesus, a saber, no Espírito

de Jesus, podemos concluir para viver tempos de paz. Por isso, logo no início da missa

já pedimos: “Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com

bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz”.

E, finalmente, depois de participarmos da Ceia do Cordeiro pascal, da experiência de

comunhão no Corpo entregue e no Sangue derramado do Senhor Jesus, concluímos

com esta significativa oração: “Penetrai-nos, ó Deus, com o vosso Espírito de caridade,

para que vivam unidos no vosso amor os que alimentais com o mesmo pão” (Oração

depois da Comunhão).

Que a Palavra hoje ouvida e assimilada, que a Eucaristia hoje celebrada, nos ajudem

a, unidos a Jesus, tirar o pecado do mundo e, consequentemente, batizar (mergulhar)

o mundo no Espírito do Senhor em seu santo modo de operar. Amém!

Oração dos fiéis:

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Presid.: Ao Pai que nos liberta e santifica pela força de seu Espírito, façamos as

nossas preces.

1. Senhor, que a Igreja seja sempre anunciadora desta grande luz que vem do

“Cordeiro de Deus”. Peçamos:

Todos: Senhor, seja a nossa luz!

2. Senhor, que nossos governantes possam mostrar sempre a luz da esperança para

tantos irmãos e irmãs sofredores. Peçamos:

3. Senhor, fortalecei a fé de nossa comunidade, para que o seguimento a Jesus Cristo

seja autêntico, tanto em palavras como em obras. Peçamos

4. Senhor, concedei a tua graça a todos os cristãos, que receberam a luz divina no

batismo, para que resplandeçam com a tua glória na sociedade. Peçamos:

(Outras intenções)

Presid.: Senhor, que nos fizestes participantes da vocação e da missão do teu Filho

Jesus, atendei com carinho a nossa prece. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:

Presid.: Concedei-nos, ó Deus, a graça de participar constantemente da Eucaristia,

pois todas as vezes que celebramos este sacrifício torna-se presente a nossa redenção.

Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:

Presid.: Penetrai-nos, ó Deus, com o vosso Espírito da caridade, para que vivam

unidos no vosso amor os que alimentais com o mesmo pão. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:

Presid.: O Senhor esteja convosco.

Todos: Ele está no meio de nós.

Presid.: Concedei, ó Deus, a vossos fiéis a bênção desejada, para que nunca se

afastem de tua vontade e sempre se alegrem com os teus benefícios. Por Cristo, nosso

Senhor.

Todos: Amém.

Presid.: (despede a todos).