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SALVADOR QUARTA-FEIRA 8/4/2020 ESPECIAL B1 COVID-19 Os primeiros beneficiados serão os que têm Cadastro Único com conta no BB ou poupança na Caixa GOVERNO COMEÇA A PAGAR O AUXÍLIO EMERGENCIAL DE R$ 600 AMANHÃ KELLY OLIVEIRA E ANDREIA VERDÉLIO Agência Brasil, Brasília O governo começa a pagar amanhã a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 para pessoas inscri- tas no Cadastro Único (Ca- dÚnico) com conta no Banco do Brasil ou poupança na Caixa Econômica Federal. Para os clientes dos demais bancos, o pagamento será feito a partir do dia 14 deste mês. O segundo pagamento do benefício de R$ 600 ocor- rerá entre 27 e 30 de abril, conforme a data de aniver- sário dos beneficiários. E a última parcela será paga de 26 a 29 de maio. A ideia é que todo o pagamento do bene- fício – as três parcelas de R$ 600 – seja feito em cerca de 45 dias, totalizando a li- beração R$ 98 bilhões para 54 milhões de pessoas. Ontem, foram lançados o site da Caixa e aplicativos para iOS e Android para os trabalhadores informais, autônomos, microempre- endedores individuais (MEI) e contribuintes da Previdên- cia que ainda não têm in- formações no CadÚnico. O cadastramento também é necessário para as pessoas que não estavam no CadÚ- nico até o dia 20 de março. Quem não sabe se está no cadastro pode conferir a si- tuação ao digitar o número do CPF no aplicativo. O aplicativo pode ser bai- xado gratuitamente. De acordo com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, houve um acordo com em- presas de telefonia para que mesmo as pessoas sem cré- dito no celular pré-pago pos- sam baixar a ferramenta sem custo. A Caixa disponi- bilizou ainda a central 111 pa- ra tirar dúvidas sobre como fazer o cadastramento. “O aplicativo é só para quem é MEI, que é contri- buinte individual do INSS ou informal. Quem está no Bol- sa Família ou outros progra- mas do governo federal não precisa fazer o cadastro”, ressaltou Onyx, em entre- vista coletiva, ontem, no Pa- lácio do Planalto. No caso dos beneficiários do Bolsa Família, o paga- mento seguirá o calendário normal do programa. De acordo com o presidente da Dataprev, Gustavo Canuto, o CadÚnico tem 75 milhões de pessoas inscritas. Desses, 43,6 milhões são beneficiá- rios do Bolsa Família. Ao excluir os beneficiá- Júlio Nascimento / PR Guimarães anunciou 30 milhões de contas digitais Felipe Iruatã / Ag. A TARDE Teatro Castro Alves fechado: na Bahia, pelo menos 57 mil profissionais atuam no segmento criativo INSS antecipa pagamento de um salário de auxílio-doença KELLY OLIVEIRA Agência Brasil, Brasília O Diário Oficial da União de ontem trouxe portaria que disciplina a antecipação de um salário mínimo mensal ao requerente de auxí- lio-doença ao Instituto Na- cional do Seguro Social (INSS). Segundo a portaria, a antecipação será devida a partir da data de início do benefício e terá duração má- xima de três meses. Enquanto perdurar o regi- me de plantão reduzido de atendimento nas agências da Previdência Social, os reque- rimentos de auxílio-doença poderão ser comprovados com atestado médico. Para requerer o auxí- lio-doença, o cidadão deve anexar o atestado ao reque- rimento por meio do site ou aplicativo Meu INSS. Será ne- cessário apresentar declara- ção de responsabilidade pelo documento. O atestado deve- rá estar legível e sem rasuras; conter a assinatura do pro- fissional emitente e carimbo de identificação, com registro do conselho de classe; conter as informações sobre a doen- ça ou Classificação Interna- cional de Doenças (CID); e conter o prazo estimado de repouso necessário. “A emissão ou a apresen- tação de atestado falso ou que contenha informação falsa configura crime de falsidade documental e sujeitará os res- ponsáveis às sanções penais e ao ressarcimento dos valores indevidamente recebidos”, diz a portaria. O beneficiário poderá re- querer a prorrogação da an- tecipação do auxílio-doen- ça, com base no prazo de afastamento da atividade informado no atestado mé- dico anterior ou mediante apresentação de novo ates- tado médico. Caixa cadastrou 10 milhões de benefícios em seis horas WELLTON MÁXIMO Agência Brasil, Brasília Em seis horas de funciona- mento, a Caixa Econômica Federal finalizou o cadastro de 10 milhões de benefícios da renda básica emergen- cial, disse no final da tarde de ontem presidente do ban- co, Pedro Guimarães. Segun- do ele, ao considerar os even- tuais pedidos rejeitados de quem não tem direito ao be- nefício, a expectativa é ter- minar o dia com 15 milhões a 20 milhões de trabalha- dores cadastrados que co- meçarão a receber o auxílio até o dia 14. Das 9h às 15h, as ferra- mentas de cadastramento da Caixa tinham enviado 15 milhões de SMS a trabalha- dores que requereram o be- nefício. As mensagens pelo celular avisam se o trabalha- dor preenche os requisitos para ter direito ao auxílio de R$ 600 ou de R$ 1,2 mil para mães solteiras. Segundo Guimarães, a pá- gina de cadastramento da Caixa tinha recebido 31 mi- lhões de visitas individuais nas seis primeiras horas da inscrição. A loja do sistema operacional Android tinha registrado seis milhões de downloads do aplicativo. A linha telefônica 111, disponí- vel para prestar informa- ções e tirar dúvidas, recebeu 330 mil ligações no mesmo período. Segundo Guimarães, o si- te da Caixa chegou a cair por três minutos e enfrentou momentos de lentidão ao longo do dia de ontem. Ele pediu paciência aos traba- lhadores e recomendou que eles não desistam do cadas- tramento. Pesquisa avalia impactos do coronavírus no setor criativo “Fraudadores, atenção, vocês vão parar é na cadeia” ONYX LORENZONI, ministro da Cidadania rios do Bolsa Família, ficam 31,4 milhões de pessoas. “Desse universo de 31,4 mi- lhões de pessoas, foram identificadas mais de 10 mi- lhões que estão elegíveis pa- ra receber o auxílio emer- gencial. Hoje estamos na fa- se final de análise desses da- dos para garantir que todos os quesitos foram atendidos e nenhum pagamento será feito para quem não estiver estritamente coberto pela lei”, disse Canuto. Contas digitais O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que criará 30 milhões de contas digitais para beneficiários sem conta em banco. Os be- neficiários poderão movi- mentar a conta e fazer trans- ferências gratuitamente, mas inicialmente não será possível sacar o dinheiro. Ainda será divulgado um cronograma para a realiza- ção de saques. Segundo Gui- marães, haveria um “colap- so” se fosse liberado o saque para todos ao mesmo tem- po. Guimarães informou ain- da que fará transferência gratuita para contas em ban- cos privados e públicos es- taduais nos casos de bene- ficiários que já têm conta. Os recursos que forem transferidos para conta de beneficiários não poderão ser usados para pagar dívi- das, como o cheque especial. Segundo o ministro da Ci- dadania, Onyx Lorenzoni, foi feito um acordo com os bancos para evitar que o au- xílio seja usado para pagar automaticamente dívidas dos clientes. Onyx destacou que a Agência Brasileira de Inte- ligência (Abin) e a Polícia Fe- deral investigam casos de fraudes e que a segurança do sistema da Caixa “está re- forçadíssima”. “Fraudado- res, atenção, vocês vão parar é na cadeia”, disse. “O presidente [Jair] Bolso- naro quer transparência, se- gurança e agilidade. É o que estamos nos empenhando para fazer. Na medida em que as coisas vão avançando no Brasil, nós vamos reto- mar o trabalho em poucos dias”, disse o ministro. Ele destacou ainda que a lei aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente determina a cobertura emer- gencial por três meses. FÁBIO BITTENCOURT Está previsto para ser divul- gado sexta-feira o primeiro – de uma série – boletim com informações a respeito dos estragos causados pela pan- demia de coronavírus sobre a indústria cultural no es- tado. O levantamento é fruto da pesquisa intitulada Im- pactos da Covid-19 na Eco- nomia Criativa, realizada pelo Observatório da Econo- mia Criativa da Bahia (Obec) e lançada no último dia 27, na internet, com o objetivo de traçar um panorama dos setores em meio à crise e elaborar medidas de enfren- tamento. A coleta de dados fica no ar até 31 de maio. De acordo com a coorde- nadora do Obec, a profes- sora da Universidade Fede- ral da Bahia (Ufba) e do Re- côncavo (UFRB) Daniele Ca- nedo, cerca de 500 questio- nários foram respondidos até o momento – 300 por indivíduos, 200 por organi- zações –, e, para efeitos es- tatísticos ou numéricos, “ainda é cedo para apurar o tamanho do prejuízo”. Mas já se sabe que ele é grande. Números do Instituto Bra- sileiro de Geografia e Esta- tística (IBGE) apontam que a cadeia produtiva da arte em- prega no país 1,9 milhão de pessoas, ou 1,6% dos ocupa- dos. Já a Secretaria de Cul- tura do Estado da Bahia (Se- cult – que apoia institucio- nalmente a iniciativa da re- demulti-institucional,cons- tituída ainda por docentes da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) – estima em 57 mil os profissionais envol- vidos. Mas o contingente po- de ser muito maior. Segundo Daniele, não só as áreas da cultura e criação são muito diversas, como abrangem também muitas outras correlatas, indo das artes mais tradicionais, co- mo literatura, espetáculos musicais, de dança e circo, até manifestações artísticas culturais (e religiosas), pas- sando por moda, gastrono- mia e até arquitetura. “É tudo muito preocupan- te. Aglomeração é parte fun- damental de toda atividade artística e cultural, que en- volve muitas áreas, daí as divergências nos dados. No teatro você tem a plateia, a produção na coxia, funcio- nários na bilheteria, segu- rança. Nesses espaços lanchonetes, restaurantes, toda uma estrutura física, muita gente empregada”. Ainda segundo ela, o questionário visa identifi- car o perfil dos profissionais impactados; o número de atividades afetadas; a escala de grandeza das perdas fi- nanceiras; possíveis cho- ques no mercado de traba- lho da economia criativa; além de contribuir para a elaboração de estratégias de enfrentamento, incluindo aí relações com o poder pú- blico e o papel de fomento. Antes e depois Gerente de promoção cultu- ral da Fundação Gregório de Mattos, Felipe Dias Rêgo des- taca que a indústria cultural foi a “primeira a ser atingida (com o fechamento de cine- mas, teatros e casas de es- petáculos) e deve ser a úl- tima a retomar as ativida- des”. Com pelo menos dois agravantes: primeiro que, no retorno, as pessoas ainda estarão receosas a sair de ca- sa e aglomerações em locais fechados; segundo que a grana vai estar curta. “Seja cinema ou música, a natureza das atividades pre- vê aglomerações, portanto a retomada deverá ser bem gradual, o que corrobora com os estudos do Obec, além de outras entidades. Por medo do contágio, o de- safio se mostra ainda maior para o setor. Esta é uma crise que não tinha como ser an- tevista e que requer respos- tas e tomadas de decisão rá- pidas, que envolvam o poder público e sociedade civil”. Coordenadora de econo- mia criativa no Sebrae Ba- hia, Tatiana Martins afirma que a entidade segue pres- tando consultoria (financei- ra e de estratégias digitais) a empresas do ramo. E que, com o grupo de artesãos – setor priorizado –, vem de- senvolvendo ações que es- timulam a fabricação de máscaras de tecido feitas “com recomendações do Mi- nistério da Saúde”, fala ela. DIVULGAÇÃO TODA SEXTA-FEIRA De acordo com a coordenadora do Obec, Daniele Canedo, a ideia é que, até 31 de maio, prazo que a enquete segue na internet, boletins sejam divulgados toda sexta 1,9 milhão em todo o país, segundo o IBGE – 57 mil na Bahia, de acordo com a Secult –, é o contingente empregado na indústria cultural brasileira. O número, porém, pode ser muito maior, dizem os especialistas no assunto

Júlio Nascimento / PR COVID-19 Os primeiros beneficiados ......ligência(Abin)eaPolíciaFe-deral investigam casos de fraudesequeasegurançado sistema da Caixa“está re-forçadíssima”

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Page 1: Júlio Nascimento / PR COVID-19 Os primeiros beneficiados ......ligência(Abin)eaPolíciaFe-deral investigam casos de fraudesequeasegurançado sistema da Caixa“está re-forçadíssima”

SALVADOR QUARTA-FEIRA 8/4/2020 ESPECIAL B1

COVID-19 Os primeiros beneficiados serão os que têmCadastro Único com conta no BB ou poupança na Caixa

GOVERNO COMEÇAA PAGAR O AUXÍLIOEMERGENCIAL DER$ 600 AMANHÃKELLY OLIVEIRA EANDREIA VERDÉLIOAgência Brasil, Brasília

O governo começa a pagaramanhã a primeira parcelado auxílio emergencial deR$ 600 para pessoas inscri-tas no Cadastro Único (Ca-dÚnico) com conta no Bancodo Brasil ou poupança naCaixa Econômica Federal.Para os clientes dos demaisbancos, o pagamento seráfeito a partir do dia 14 destemês.

O segundo pagamento dobenefício de R$ 600 ocor-rerá entre 27 e 30 de abril,conforme a data de aniver-sário dos beneficiários. E aúltima parcela será paga de26 a 29 de maio. A ideia é quetodo o pagamento do bene-fício – as três parcelas deR$ 600 – seja feito em cercade 45 dias, totalizando a li-beração R$ 98 bilhões para54 milhões de pessoas.

Ontem, foram lançados osite da Caixa e aplicativospara iOS e Android para ostrabalhadores informais,autônomos, microempre-endedores individuais (MEI)e contribuintes da Previdên-cia que ainda não têm in-formações no CadÚnico. Ocadastramento também énecessário para as pessoas

que não estavam no CadÚ-nico até o dia 20 de março.Quem não sabe se está nocadastro pode conferir a si-tuação ao digitar o númerodo CPF no aplicativo.

O aplicativo pode ser bai-xado gratuitamente. Deacordo com o ministro daCidadania, Onyx Lorenzoni,houve um acordo com em-presas de telefonia para quemesmo as pessoas sem cré-dito no celular pré-pago pos-sam baixar a ferramentasem custo. A Caixa disponi-bilizou ainda a central 111 pa-ra tirar dúvidas sobre comofazer o cadastramento.

“O aplicativo é só paraquem é MEI, que é contri-buinte individual do INSS ouinformal. Quem está no Bol-sa Família ou outros progra-mas do governo federal nãoprecisa fazer o cadastro”,ressaltou Onyx, em entre-vista coletiva, ontem, no Pa-lácio do Planalto.

No caso dos beneficiáriosdo Bolsa Família, o paga-mento seguirá o calendárionormal do programa. Deacordo com o presidente daDataprev, Gustavo Canuto, oCadÚnico tem 75 milhões depessoas inscritas. Desses,43,6 milhões são beneficiá-rios do Bolsa Família.

Ao excluir os beneficiá-

Júlio Nascimento / PR

Guimarães anunciou 30 milhões de contas digitais

Felipe Iruatã / Ag. A TARDE

Teatro Castro Alves fechado: na Bahia, pelo menos 57 mil profissionais atuam no segmento criativo

INSS antecipapagamento deum salário deauxílio-doença

KELLY OLIVEIRAAgência Brasil, Brasília

O Diário Oficial da União deontem trouxe portaria quedisciplina a antecipação deum salário mínimo mensalao requerente de auxí-lio-doença ao Instituto Na-cional do Seguro Social(INSS). Segundo a portaria, aantecipação será devida apartir da data de início dobenefício e terá duração má-xima de três meses.

Enquanto perdurar o regi-me de plantão reduzido deatendimento nas agências daPrevidência Social, os reque-rimentos de auxílio-doençapoderão ser comprovadoscom atestado médico.

Para requerer o auxí-lio-doença, o cidadão deveanexar o atestado ao reque-rimento por meio do site ouaplicativo Meu INSS. Será ne-cessário apresentar declara-ção de responsabilidade pelodocumento. O atestado deve-rá estar legível e sem rasuras;conter a assinatura do pro-fissional emitente e carimbode identificação, com registrodo conselho de classe; conteras informações sobre a doen-ça ou Classificação Interna-cional de Doenças (CID); econter o prazo estimado derepouso necessário.

“A emissão ou a apresen-tação de atestado falso ou quecontenha informação falsaconfigura crime de falsidadedocumentalesujeitaráosres-ponsáveis às sanções penais eao ressarcimento dos valoresindevidamente recebidos”,diz a portaria.

O beneficiário poderá re-querer a prorrogação da an-tecipação do auxílio-doen-ça, com base no prazo deafastamento da atividadeinformado no atestado mé-dico anterior ou medianteapresentação de novo ates-tado médico.

Caixa cadastrou10 milhões debenefícios emseis horas

WELLTON MÁXIMOAgência Brasil, Brasília

Em seis horas de funciona-mento, a Caixa EconômicaFederal finalizou o cadastrode 10 milhões de benefíciosda renda básica emergen-cial, disse no final da tardede ontem presidente do ban-co, Pedro Guimarães. Segun-doele,aoconsideraroseven-tuais pedidos rejeitados dequem não tem direito ao be-nefício, a expectativa é ter-minar o dia com 15 milhõesa 20 milhões de trabalha-dores cadastrados que co-meçarão a receber o auxílioaté o dia 14.

Das 9h às 15h, as ferra-mentas de cadastramentoda Caixa tinham enviado 15milhões de SMS a trabalha-dores que requereram o be-nefício. As mensagens pelocelular avisam se o trabalha-dor preenche os requisitospara ter direito ao auxílio deR$ 600 ou de R$ 1,2 mil paramães solteiras.

Segundo Guimarães, a pá-gina de cadastramento daCaixa tinha recebido 31 mi-lhões de visitas individuaisnas seis primeiras horas dainscrição. A loja do sistemaoperacional Android tinharegistrado seis milhões dedownloads do aplicativo. Alinha telefônica 111, disponí-vel para prestar informa-ções e tirar dúvidas, recebeu330 mil ligações no mesmoperíodo.

Segundo Guimarães, o si-te da Caixa chegou a cair portrês minutos e enfrentoumomentos de lentidão aolongo do dia de ontem. Elepediu paciência aos traba-lhadores e recomendou queeles não desistam do cadas-tramento.

Pesquisa avaliaimpactos docoronavírus nosetor criativo

“Fraudadores,atenção,vocês vãoparar é nacadeia”ONYX LORENZONI,ministro da Cidadania

rios do Bolsa Família, ficam31,4 milhões de pessoas.“Desse universo de 31,4 mi-lhões de pessoas, foramidentificadas mais de 10 mi-lhões que estão elegíveis pa-ra receber o auxílio emer-gencial. Hoje estamos na fa-se final de análise desses da-dos para garantir que todosos quesitos foram atendidose nenhum pagamento seráfeito para quem não estiverestritamente coberto pelalei”, disse Canuto.

Contas digitaisO presidente da Caixa, PedroGuimarães, anunciou quecriará 30 milhões de contasdigitais para beneficiáriossem conta em banco. Os be-neficiários poderão movi-mentar a conta e fazer trans-ferências gratuitamente,

mas inicialmente não serápossível sacar o dinheiro.Ainda será divulgado umcronograma para a realiza-ção de saques. Segundo Gui-marães, haveria um “colap-so” se fosse liberado o saquepara todos ao mesmo tem-po.

Guimarães informou ain-da que fará transferênciagratuita para contas em ban-cos privados e públicos es-taduais nos casos de bene-ficiários que já têm conta.

Os recursos que foremtransferidos para conta debeneficiários não poderãoser usados para pagar dívi-das, como o cheque especial.Segundo o ministro da Ci-dadania, Onyx Lorenzoni,foi feito um acordo com osbancos para evitar que o au-xílio seja usado para pagar

automaticamente dívidasdos clientes.

Onyx destacou que aAgência Brasileira de Inte-ligência (Abin) e a Polícia Fe-deral investigam casos defraudes e que a segurança dosistema da Caixa “está re-forçadíssima”. “Fraudado-res, atenção, vocês vão pararé na cadeia”, disse.

“O presidente [Jair] Bolso-naro quer transparência, se-gurança e agilidade. É o queestamos nos empenhandopara fazer. Na medida emque as coisas vão avançandono Brasil, nós vamos reto-mar o trabalho em poucosdias”, disse o ministro.

Ele destacou ainda que alei aprovada no Congresso esancionada pelo presidentedeterminaacoberturaemer-gencial por três meses.

FÁBIO BITTENCOURT

Está previsto para ser divul-gado sexta-feira o primeiro–deumasérie–boletimcominformações a respeito dosestragos causados pela pan-demia de coronavírus sobrea indústria cultural no es-tado.Olevantamentoé frutoda pesquisa intitulada Im-pactos da Covid-19 na Eco-nomia Criativa, realizadapelo Observatório da Econo-mia Criativa da Bahia (Obec)e lançada no último dia 27,na internet, com o objetivode traçar um panorama dossetores em meio à crise eelaborar medidas de enfren-tamento. A coleta de dadosfica no ar até 31 de maio.

De acordo com a coorde-nadora do Obec, a profes-sora da Universidade Fede-ral da Bahia (Ufba) e do Re-côncavo (UFRB) Daniele Ca-nedo, cerca de 500 questio-nários foram respondidosaté o momento – 300 porindivíduos, 200 por organi-zações –, e, para efeitos es-tatísticos ou numéricos,“ainda é cedo para apurar otamanho do prejuízo”. Masjá se sabe que ele é grande.

Números do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE) apontam que acadeia produtiva da arte em-prega no país 1,9 milhão depessoas, ou 1,6% dos ocupa-dos. Já a Secretaria de Cul-tura do Estado da Bahia (Se-cult – que apoia institucio-nalmente a iniciativa da re-demulti-institucional,cons-tituída ainda por docentesda Universidade Estadual daBahia (Uneb) – estima em 57mil os profissionais envol-vidos. Mas o contingente po-de ser muito maior.

Segundo Daniele, não sóas áreas da cultura e criaçãosão muito diversas, comoabrangem também muitasoutras correlatas, indo das

artes mais tradicionais, co-mo literatura, espetáculosmusicais, de dança e circo,até manifestações artísticasculturais (e religiosas), pas-sando por moda, gastrono-mia e até arquitetura.

“É tudo muito preocupan-te. Aglomeração é parte fun-damental de toda atividadeartística e cultural, que en-volve muitas áreas, daí asdivergências nos dados. Noteatro você tem a plateia, aprodução na coxia, funcio-nários na bilheteria, segu-rança. Nesses espaços hálanchonetes, restaurantes,toda uma estrutura física,muita gente empregada”.

Ainda segundo ela, oquestionário visa identifi-car o perfil dos profissionaisimpactados; o número deatividades afetadas; a escalade grandeza das perdas fi-nanceiras; possíveis cho-

ques no mercado de traba-lho da economia criativa;além de contribuir para aelaboração de estratégias deenfrentamento, incluindoaí relações com o poder pú-blico e o papel de fomento.

Antes e depoisGerente de promoção cultu-ral da Fundação Gregório deMattos,FelipeDiasRêgodes-taca que a indústria culturalfoi a “primeira a ser atingida(com o fechamento de cine-mas, teatros e casas de es-petáculos) e deve ser a úl-tima a retomar as ativida-des”. Com pelo menos doisagravantes: primeiro que,no retorno, as pessoas aindaestarão receosas a sair de ca-sa e aglomerações em locaisfechados; segundo que agrana vai estar curta.

“Seja cinema ou música, anatureza das atividades pre-

vê aglomerações, portanto aretomada deverá ser bemgradual, o que corroboracom os estudos do Obec,além de outras entidades.Por medo do contágio, o de-safio se mostra ainda maiorpara o setor. Esta é uma criseque não tinha como ser an-tevista e que requer respos-tas e tomadas de decisão rá-pidas, que envolvam o poderpúblico e sociedade civil”.

Coordenadora de econo-mia criativa no Sebrae Ba-hia, Tatiana Martins afirmaque a entidade segue pres-tando consultoria (financei-ra e de estratégias digitais) aempresas do ramo. E que,com o grupo de artesãos –setor priorizado –, vem de-senvolvendo ações que es-timulam a fabricação demáscaras de tecido feitas“com recomendações do Mi-nistério da Saúde”, fala ela.

DIVULGAÇÃO TODASEXTA-FEIRA

De acordo com acoordenadora do Obec,Daniele Canedo, a ideia éque, até 31 de maio, prazoque a enquete segue nainternet, boletins sejamdivulgados toda sexta

1,9milhão em todo o país,segundo o IBGE – 57 milna Bahia, de acordo coma Secult –, é o contingenteempregado na indústriacultural brasileira. Onúmero, porém, pode sermuito maior, dizem osespecialistas no assunto

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