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Universidade de Aveiro Ano 2010 Departamento de Engenharia Civil Joana Rita Gilvaz Pinho Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

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Universidade de Aveiro

Ano 2010 Departamento de Engenharia Civil

Joana Rita Gilvaz Pinho

Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

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Universidade de Aveiro

Ano 2010

Departamento de Engenharia Civil

Joana Rita Gilvaz Pinho

Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil, realizado sob a orientação científica do Doutor Nuno Filipe Ferreira Soares Borges Lopes, Professor Auxiliar do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro e co-orientação científica do Doutor Paulo Jorge de Melo Matias Faria de Vila Real, Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro.

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IV

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V

o júri

presidente Prof. Doutora Margarida João Fernandes De Pinho Lopes professora auxiliar da Universidade de Aveiro

Prof. Doutor João Paulo Correia Rodrigues professor auxiliar da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra

Prof. Doutor Paulo Jorge De Melo Matias Faria De Vila Real professor catedrático da Universidade de Aveiro

Prof. Doutor Nuno Filipe Ferreira Soares Borges Lopes professor auxiliar da Universidade de Aveiro

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VII

agradecimentos

Gostaria de aqui expressar o meu reconhecimento e sinceros agradecimentos a todos os que me ajudaram a realizar este objectivo pessoal. Assim, começaria por dizer que é com grande admiração e respeito que agradeço ao meu orientador Professor Doutor Nuno Lopes por toda a disponibilidade, paciência e dedicação que teve para comigo. Ao meu co-orientador Professor Doutor Paulo Vila Real, pela motivação que me transmitiu e pelos concelhos e criticas enriquecedoras. Um agradecimento especial aos meus amigos Carla Silva, Diana Couto e Flávio Arrais, pelo companheirismo e constante incentivo ao longo da realização desta dissertação. Aos meus pais, João Pinho e Helena Gilvaz Pinho, por todo o esforço e pela forma como me acompanharam e ajudaram, não só nesta etapa mas em toda a minha vida. Finalmente, um agradecimento muito especial ao João Raposo, pelo carinho, paciência e incondicional apoio que sempre demonstrou.

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IX

palavras-chave

Enformado a fio, madre, encurvadura lateral, encurvadura distorcional, incêndio, Eurocódigo 3, modelação numérica.

resumo

Os elementos estruturais metálicos com secções de paredes finas enformadas a frio, são correntes em edifícios devido à sua leveza e capacidade para suportar grandes vãos. A utilização destes perfis é muito comum como elementos de suporte de coberturas. Os perfis enformados a frio são caracterizados por terem secções transversais esbeltas, com possibilidade de ocorrência de encurvadura local. Adicionalmente, a encurvadura lateral e a encurvadura distorcional são também modos de colapso muito comuns nestes elementos. Estes fenómenos de instabilidade intensificam-se quando os perfis são submetidos a temperaturas elevadas, tais como as que ocorrem num incêndio. Esta dissertação tem como principal objectivo apresentar um estudo do comportamento ao fogo desses elementos estruturais quando sujeitos à flexão simples. Estudaram-se madres simplesmente apoiadas com um único vão. É apresentado um estudo realizado através de análises numéricas geométricas e materialmente não lineares, sendo os resultados comparados com as cargas últimas fornecidas pelas prescrições do Eurocódigo 3.

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XI

keywords

Cold-formed, purlins, lateral buckling, distortional buckling, fire, Eurocode 3, numerical modelling.

abstract

Steel structural elements with thin walled cold-formed sections are common in buildings due to their lightness and capacity to support large spans. The use of these profiles is very common as roof support elements. The cold-formed profiles are characterized by slenderness cross sections, with the possibility of occurring local buckling. Additionally, the lateral buckling and distortional buckling modes of collapse are also common on these elements. These instability phenomena are intensified when the profiles are subjected to high temperatures such as those that occur in fire. This thesis has its main objective the study of the fire behaviour of these structural elements when subjected to simple bending. Simply supported purlins with a single span were studied. It is presented a study through numerical materially and geometric non-linear analysis and the results compared with the ultimate loads provided by Eurocode 3 simplified rules.

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XIII

Índice

Índice de figuras ........................................................................................................... XV

Índice de tabelas .......................................................................................................... XIX

Capítulo1. Introdução ..................................................................................................... 1

1.1 Considerações gerais .......................................................................................... 3

1.2 Objectivos .......................................................................................................... 4

1.3 Estrutura da dissertação ..................................................................................... 5

Capítulo 2. Os perfis enformados a frio .......................................................................... 7

2.1 Aplicações .......................................................................................................... 9

2.2 Processo de fabrico .......................................................................................... 12

2.2.1 Processo de laminagem a Frio ................................................................. 12

2.2.2 Processo de Quinagem ............................................................................. 14

2.2.3 Propriedades dos materiais de perfis enformados a frio ......................... 15

2.3 Algumas características adicionais das secções enformadas a frio ................. 16

2.4 Madres em perfis enformados a frio em situação de incêndio ........................ 17

Capítulo 3. Comportamento ao fogo ............................................................................. 19

3.1 Incêndio ........................................................................................................... 21

3.2 Propriedades dos materiais a altas temperaturas .............................................. 22

3.3 Conceitos técnicos básicos da protecção contra fogo de estruturas metálicas. 24

3.3.1 Tempo de resistência ao fogo ................................................................... 24

3.3.2 O Factor de Massividade de cada elemento estrutural ............................ 25

3.3.3 Determinação da espessura adequada em função do factor de

massividade e do tempo de protecção requerido ..................................................... 25

Capítulo4.Comportamento estrutural ........................................................................... 27

4.1 Considerações necessárias para Análise Estrutural ......................................... 29

4.1.1 Fenómenos de instabilidade local (deformação da secção) .................... 31

4.1.2 Fenómenos de deformabilidade à torção e ao empenamento .................. 31

4.1.3 Presença de reforços (dobras da chapa) .................................................. 31

4.1.4 Colapso por esmagamento da alma (forças concentradas) ..................... 32

4.1.5 Especificidade das ligações (aparafusadas, rebitadas) ........................... 33

4.1.6 Fenómenos de instabilidade ..................................................................... 33

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XIV

4.2 Propriedades geométricas das secções de acordo com o Eurocódigo 3........... 34

4.2.1 Calculo das propriedades das secções ..................................................... 36

4.3 Dimensionamento à temperatura normal (Parte 1-3 do Eurocódigo 3) ........... 39

4.3.1 Classificação ............................................................................................ 39

4.3.2 Cálculo da secção transversal efectiva .................................................... 41

4.3.2.1 Secção efectiva para a instabilidade local................................................................... 42

4.3.2.2 Secção efectiva para a instabilidade distorcional ....................................................... 43

4.3.3 Verificação da secção transversal ............................................................ 44

4.3.4 Verificação do Elemento .......................................................................... 45

4.4 Dimensionamento em situação de incêndio (Parte1-2 do Eurocódigo 3) ........ 46

4.4.1 Classificação ............................................................................................ 46

4.4.2 Verificação da Secção transversal ........................................................... 46

4.4.3 Verificação do Elemento .................................................................................................. 47

4.5 Flexão composta com encurvadura lateral ....................................................... 48

Capítulo 5. Estudo numérico ......................................................................................... 51

5.1 Considerações gerais ........................................................................................ 53

5.1.1 Descrição geral do programa CUFSM .................................................... 53

5.1.2 Descrição geral do programa SAFIR ....................................................... 54

5.2 Caso de estudo ................................................................................................. 54

5.2.1 Massividade .............................................................................................. 55

5.2.2 Definição do modelo numérico ................................................................ 55

5.2.3 Modelo numérico adoptado ...................................................................... 58

5.3 Análise de resultados ....................................................................................... 61

5.3.1 Propriedades da secção ........................................................................... 61

5.3.2 Cálculo da secção efectiva ....................................................................... 67

5.3.3 Modos de instabilidade ............................................................................. 74

5.3.3.1 Temperatura ambiente (20ºC) ..................................................................................... 74

5.3.3.2 Situação de incêndio .................................................................................................... 75

5.3.4 Influência das imperfeições geométricas na resistência ........................... 81

Capítulo 6. Considerações Finais ................................................................................. 85

6.1 Conclusões ....................................................................................................... 87

6.2 Desenvolvimentos futuros ............................................................................... 88

Referências bibliográficas ............................................................................................. 89

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XV

Índice de figuras

Capítulo 1

Figura 1.1 – Aplicação de perfis enformados a frio como elementos de suporte de

coberturas ou fachadas (Seara et al., 2008). ..................................................................... 3

Capítulo 2

Figura 2.1 - Formas das secções de perfis enformados a frio: a) e b) secções U, C, Z

(CEN, 2004), c) secções Ω (Vila Real et al., 2008).......................................................... 9

Figura 2.2- Armazenamento e transporte de perfis enformados a frio (Silvestre, 2009).

........................................................................................................................................ 10

Figura 2.3- Exemplo de secções de chapas perfiladas (Silvestre, 2009). ....................... 11

Figura 2.4- Exemplo de aplicação de chapas perfiladas como cofragem perdida

(Tradeget, 2009). ............................................................................................................ 11

Figura 2.5- Aplicação de perfis enformados a frio como paredes resistentes (Silvestre,

2009). .............................................................................................................................. 11

Figura 2.6- Neste exemplo, uma secção Ω é enformada (Rhodes, 1992). ..................... 13

Figura 2.7 - Fabrico de uma chapa perfilada (Veríssimo, 2008). ................................... 14

Figura 2.8- Exemplo de um processo de quinagem e respectivas etapas de produção. . 14

Figura 2.9- Etapas do processo de quinagem (Veríssimo, 2008). .................................. 15

Figura 2.10 – Resistência entre uma chapa plana e de uma chapa dobrada (Silvestre,

2009). .............................................................................................................................. 16

Figura 2.11- Provetes para a determinação das diferentes propriedades mecânicas entre

as zonas planas e as zonas de dobra (Chen et al., 2006)................................................. 16

Figura 2.12 - Secções para madres: a) com conexões de encaixe (Fetureng, 2009), b)

com sobreposição Madremax (Constálica, 2006)........................................................... 17

Capitulo 3

Figura 3.1 – Cobertura constituída por vigas de aço enformadas a frio, após incêndio

(o3arquitectes, 2011). ..................................................................................................... 21

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XVI

Figura 3.2 – Relação tensões-extensões para o aço carbono a temperaturas elevadas

(CEN, 2005b). ................................................................................................................ 23

Capitulo 4

Figura 4.1 – Instabilidades em perfis de aço enformados a frio (a) encurvadura local, b)

encurvadura distorcional e c) encurvadura lateral) (M.Feng et al., 2004). ..................... 29

Figura 4.2 – Modo de colapso local da coluna num modo distorcional. ........................ 31

Figura 4.3 - Influência dos reforços intermédios na resistência das secções (Silvestre,

2009). .............................................................................................................................. 32

Figura 4.4 - Colapso local por esmagamento da alma (Veríssimo, 2008). .................... 32

Figura 4.5 - Colapso local na ligação (Veríssimo, 2008). .............................................. 33

Figura 4.6 - Variação do modo de instabilidade com o comprimento da coluna (CEN,

2004). .............................................................................................................................. 34

Figura 4.7- Secção em C: (a) bruta, (b) efectiva, (c) efectiva com espessura reduzida

(Silvestre, 2009). ............................................................................................................ 35

Figura 4.8- Resistência à flexão em função da esbelteza (CEN, 2004) .......................... 35

Figura 4.9- Definição das larguras idealizadas (Veríssimo, 2008)................................. 36

Figura 4.10– Definição das larguras nominais (Veríssimo, 2008). ................................ 37

Figura 4.11- Programa GBTUL...................................................................................... 38

Figura 4.12 – Resultados obtidos no programa GBTUL ................................................ 38

Figura 4.13 - Limites máximos das relações largura-espessura para os elementos

internos (CEN, 2006). ..................................................................................................... 39

Figura 4.14 - Limites máximos das relações largura-espessura para elementos salientes

(CEN, 2006). .................................................................................................................. 40

Figura 4.15 – Secção efectiva: a) para o modo de instabilidade loca; b) para o modo de

instabilidade distorcional. ............................................................................................... 41

Figura 4.16 - Elementos internos comprimidos (CEN, 2006). ....................................... 42

Figura 4.17 - Elementos salientes comprimidos (CEN, 2006). ...................................... 42

Figura 4.18 – Determinação da rigidez equivalente ao banzo reforçado: a)sistema real,

b)sistema equivalente (CEN, 2004). ............................................................................... 44

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XVII

Figura 4.19 - Factores de redução para relação tensões-extensões do aço a temperaturas

elevadas. ......................................................................................................................... 48

Capitulo 5

Figura 5.1 – Modos de instabilidade obtidos através do programa CUFSM (Schafer et

al., 2006). ........................................................................................................................ 53

Figura 5.2 – Modelo numérico testado nº1. .................................................................... 55

Figura 5.3 - Modelo numérico testado nº2. .................................................................... 56

Figura 5.4 - Modelo numérico testado nª3. .................................................................... 56

Figura 5.5 – Modelo numérico testado nº4. .................................................................... 57

Figura 5.6 - Modelo numérico testado nº5. .................................................................... 57

Figura 5.7 – Forma de encurvadura da secção C obtida no programa CUFSM. ............ 59

Figura 5.8 – Modelo numérico adoptado para a secção C.............................................. 60

Figura 5.9 – Direcções das tensões principais do modelo numérico adoptado a secção C.

........................................................................................................................................ 60

Figura 5.10 – Folha de cálculo - propriedades da secção C. .......................................... 61

Figura 5.11 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura ambiente (20ºC). ..... 75

Figura 5.12 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura de 350ºC. ................. 76

Figura 5.13 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura de 500ºC, a partir do

SAFIR, CUFSM e pela curva do EC3 ............................................................................ 76

Figura 5.14 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura de 600ºC, a partir do

SAFIR, CUFSM e pela curva do EC3 ............................................................................ 77

Figura 5.15 - Madre de comprimento L=100mm à temperatura ambiente a) Programa

SAFIR, b)Programa CUFSM. ........................................................................................ 78

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XVIII

Figura 5.16 - Madre de comprimento L=700mm à temperatura ambiente a) Programa

SAFIR, b)Programa CUFSM. ........................................................................................ 78

Figura 5.17 - Madre de comprimento L=4000mm à temperatura ambiente a) Programa

SAFIR, b)Programa CUFSM. ........................................................................................ 79

Figura 5.18 - Madre de comprimento L=100mm a) Programa SAFIR, b)Programa

CUFSM. .......................................................................................................................... 79

Figura 5.19 - Madre de comprimento L=500mm a) Programa SAFIR, b)Programa

CUFSM. .......................................................................................................................... 80

Figura 5. 20 - Madre de comprimento L=4000mm a) Programa SAFIR, b)Programa

CUFSM. .......................................................................................................................... 80

Figura 5.21 - Comparação de resultados numéricos à temperatura ambiente (20ºC) para

a secção C. ...................................................................................................................... 82

Figura 5.22 - Comparação de resultados numéricos à temperatura de 350ºC. ............... 82

Figura 5.23 - Comparação de resultados numéricos à temperatura de 500ºC. ............... 83

Figura 5.24 - Comparação de resultados numéricos à temperatura de 600ºC. ............... 83

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XIX

Índice de tabelas

Capitulo 3

Tabela 3.1 - Factores de redução do aço de carbono para o cálculo das secções da classe

4 e temperaturas elevadas. .............................................................................................. 23

Capitulo 4

Tabela 4.1 - Coordenadas de nós, espessura, coordenadas sectoriais médias e área dos

elementos da secção bruta idealizada da secção C. ........................................................ 62

Tabela 4.2 - Coordenadas do centro de gravidade e inércias em torno do referencial y-z

da secção C. .................................................................................................................... 62

Tabela 4.3 - Coordenadas sectoriais da secção C. .......................................................... 62

Tabela 4.4 - Constantes sectoriais e Inércia de torção da secção C................................ 63

Tabela 4.5 - Coordenadas sectoriais, coordenadas sectoriais médias e constante de

empenamento da secção C. ............................................................................................. 63

Tabela 4.6 – Coordenadas do centro de corte da secção C............................................. 63

Tabela 4.7 - Coordenadas sectoriais em relação ao centro de corte e coordenadas dos

nós da secção C. ............................................................................................................. 64

Tabela 4.8 - Inércia polar, coordenada sectorial máxima, módulos de torção e

empenamento da secção C .............................................................................................. 64

Tabela 4.9 - Coordenadas de nós, espessura, coordenadas sectoriais médias e área dos

elementos da secção bruta idealizada da secção C. ........................................................ 64

Tabela 4.10 - Coordenadas do centro de gravidade e inércias em torno do referencial y-z

da secção C. .................................................................................................................... 65

Tabela 4.11 - Coordenadas sectoriais da secção C. ........................................................ 65

Tabela 4.12 - Constantes sectoriais e Inércia de torção da secção C. ............................. 65

Tabela 4.13 - Coordenadas sectoriais, coordenadas sectoriais médias e constante de

empenamento da secção C. ............................................................................................. 66

Tabela 4.14 – Coordenadas do centro de corte da secção C........................................... 66

Tabela 4.15 - Coordenadas sectoriais em relação ao centro de corte e coordenadas dos

nós da secção C. ............................................................................................................. 66

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XX

Tabela 4.16 - Inércia polar, coordenada sectorial máxima, módulos de torção e

empenamento da secção C .............................................................................................. 66

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XXI

NOMENCLATURA

Não foram colocados todos os símbolos, pois alguns destes são descritos no

decorrer da dissertação.

Letras maiúsculas latinas

A Área da secção recta;

L Comprimento do elemento;

,aE Módulo de elasticidade do aço à temperatura ;

E Módulo de elasticidade do aço à temperatura ambiente;

G Módulo de elasticidade transversal;

crM Momento crítico elástico;

wI Momento de inércia de empenamento;

tI Momento de inércia de torção;

M Momento flector;

Rd,bN Valor de cálculo do esforço axial resistente à encurvadura por

compressão;

Rd,plN Valor de cálculo do esforço axial resistente de dimensionamento;

Rd,b,yM Valor de cálculo do momento resistente à encurvadura lateral de

gravidade da secção;

Ip Momento de inércia polar em relação ao centro de corte;

It Inércia de torção de Saint-Venant da secção ou de uma parede da

secção;

Iw Constante de empenamento da secção;

Iy, Iz Momentos de inércia de uma parede da secção em torno y e z no

centro de gravidade da secção;

Iy0, Iz0 Momentos de inércia de uma parede da secção em torno y0 e z0 no

centro de gravidade da secção;

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XXII

Iy0l, Iz0l Momentos de inércia de uma parede da secção em torno de um

referencial paralelo a y0 e z0 no seu centro de gravidade;

Iyz Produto de inércia de uma parede da secção em torno y e z no

centro de gravidade da secção;

Iyz0 Produto de inércia de uma parede da secção em torno y0 e z0 no

centro de gravidade da secção;

Iyz0l Produto de inércia de uma parede da secção em torno de um

referencial paralelo a y0 e z0 no seu centro de gravidade;

Iyθl, Izθl Momentos de inércia de uma parede da secção em torno dos seus

eixos;

Iyω, Izω, Iωω Constantes sectoriais associadas aos eixos y e z;

Iyω0, Izω0, Iωω0 Constantes sectoriais associadas aos eixos y0 e z0 principais de

inércia no seu centro de gravidade da secção;

Sy0, Sz0 Momentos estáticos em torno de y0 e z0 da secção ou de uma

parede da secção;

Sω0 Coordenadas sectoriais da secção;

Wel,max Maior módulo elástico da secção;

Wel,min Menor módulo elástico da secção;

Wpl Módulo plástico da secção;

Wt Módulo de torção da secção;

Ww Módulo de empenamento;

effW Módulo de flexão eficaz;

elW Módulo de flexão elástico;

plW Módulo de flexão plástico;

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XXIII

Letras minúsculas latinas

0y e 0z Distâncias entre o centro de corte e o centro de gravidade de um

perfil;

gz Distância no eixo zz entre o ponto de aplicação da carga e o

centro de corte;

k Factor de amplificação de momentos;

,yk Factor de redução da tensão de cedência efectiva, à temperatura

;

,Ek Factor de redução do limite de proporcionalidade, à temperatura

;

wk Factor relativo ao empenamento da extremidade;

f Função para ter em conta diferentes diagramas de momento na

encurvadura lateral;

sz Posição no eixo zz do centro de corte.

,yf Tensão de cedência, à temperatura ;

yf Tensão de cedência;

h, b, c e d Larguras ou alturas medidas pelo exterior da secção bruta;

rn Raios interiores de dobragem dos cantos curvos da secção;

s Comprimento da secção ou de uma parede da secção;

t Espessura das paredes da secção bruta;

y, z Sistema de coordenadas paralelo a y0 e z0 no centro de gravidade;

y0.cg, z0.cg Coordenadas do centro de gravidade no referencial y0 e z0;

yθl, zθl Eixos principais de inércia de uma parede da secção,

respectivamente, perpendicular e paralelo à sua linha média;

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XXIV

Caracteres do alfabeto grego

Coeficiente de Poisson

γM0 Coeficientes parciais de segurança de resistência;

1M Coeficiente parcial de segurança de resistência de elementos

sujeitos à encurvadura (neste trabalho usou-se 011 .M )

fi,M Coeficiente parcial de segurança de resistência de perfis sujeitos à

acção do fogo (neste trabalho usou-se 01.fi,M )

LT Coeficiente utilizado para o cálculo do factor de redução da

encurvadura lateral

LT Esbelteza adimensional normalizada para encurvadura lateral

LT Esbelteza para encurvadura lateral

Extensão

i Factor de imperfeição no eixo i (yy ou zz)

LT Factor de imperfeição para a encurvadura lateral

LT Factor de redução para a encurvadura lateral

Temperatura do aço

Tensão

αn Ângulos entre paredes da secção;

δ Factor de correcção de propriedades para ter em conta os cantos

curvos;

ω0 Coordenada sectorial de uma parede da secção;

ωi Coordenadas sectorial no nó i de uma parede da secção;

ωmax Máxima coordenada sectorial em relação ao centro de corte;

ωmean Coordenada sectorial média da secção;

ωs Coordenada sectorial em relação ao centro de corte.

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Capítulo1.

Introdução

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 3

1.1 Considerações gerais

Os perfis de aço enformados a frio podem ser aplicados a praticamente todas as

tipologias de edifícios existentes.

O uso destes perfis, na construção civil, começou por volta de 1850 nos Estados Unidos

e no Reino Unido, no entanto, não foram amplamente aplicados em edifícios até 1940.

Nos últimos anos, tem sido reconhecido que os perfis de aço enformados a frio podem

ser utilizados efectivamente como elementos estruturais primários, (ASRO, 2008), (Yu

et al., 2007) e (Xu et al., 2006).

Os enformados a frio são correntemente utilizados em edifícios devido à sua leveza e

capacidade de suporte a grandes vãos e são bastante comuns como elementos de suporte

de coberturas ou fachadas (Figura 1.1).

Figura 1.1 – Aplicação de perfis enformados a frio como elementos de suporte de coberturas ou fachadas

(Seara et al., 2008).

Estes elementos estruturais metálicos com secções de paredes finas enformadas a frio

são caracterizados por terem secções transversais esbeltas, com possibilidade de

ocorrência de modos de colapso como a encurvadura local, lateral e distorcional (Wang

et al., 2009). Estes fenómenos de instabilidade agravam-se quando os perfis são

submetidos a temperaturas elevadas, tais como as que ocorrem num incêndio.

A avaliação da resistência ao fogo dos perfis enformados a frio, tem um papel

preponderante no dimensionamento destes elementos. A alta condutibilidade térmica do

aço e as suas paredes finas, levam a um aumento rápido da temperatura do aço durante

um incêndio. Este aumento da temperatura leva à deterioração das suas propriedades

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

4 Joana Rita Gilvaz Pinho.

mecânicas, resultado numa perda significativa de capacidade de carga destes elementos

estruturais. (Vila Real et al., 2010b).

Embora o uso de perfis enformados a frio tenha vindo a crescer, a sua resistência ao

fogo é ainda pouco conhecida. Isto acontece devido ao facto de não haver padronização

do calculo da capacidade de carga final destes perfis quando sujeitos a fenómenos de

encurvadura em situação de incêndio. Esta falta de conhecimento é mais relevante no

caso de madres submetidas ao fogo (Kankanamge et al., 2010)

A dissertação apresentará um estudo numérico do comportamento de madres

enformadas a frio em situação de incêndio, quando sujeitas à flexão simples.

Actualmente, não existem regras específicas, para a determinação da capacidade de

carga última, de elementos de aço enformados a frio, sujeitos a encurvadura em

temperaturas elevadas (Ranawaka et al., 2009). A resistência ao fogo de edifícios

realizados com estes perfis tem sido calculada recorrendo a métodos avançados com

programas de elementos finitos que considerem a encurvadura local (por exemplo com

elementos de casca) (Vila Real et al., 2010b). Estes métodos não são facilmente

acessíveis a projectistas que façam regularmente dimensionamento de perfis

enformados a frio.

1.2 Objectivos

Fundamentado na procura de garantir a segurança, esta dissertação tem como objectivo

principal a validação da resistência mecânica ao fogo de perfis enformados a frio, dando

particular atenção à sua utilização em vigas de cobertura (madres). Com este objectivo,

foi feita uma modelação numérica do seu comportamento mecânico a altas temperaturas

(situação de incêndio), tendo em conta os problemas de encurvadura inerentes a esta

aplicação.

Na modelação numérica utilizou-se o programa de elementos finitos com análise não-

linear material e geométrica SAFIR. Este programa foi desenvolvido na Universidade

de Liége, na Bélgica, especialmente para a análise de estruturas em situação de

incêndio. Com o auxílio deste programa foram testados diferentes modelos numéricos,

até alcançar resultados coerentes com as curvas obtidas através de formulações

apresentadas pelo Eurocódigo 3 (CEN, 2005b).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 5

Por fim, pretendeu-se fazer uma análise comparativa dos resultados obtidos pelo

programa SAFIR com os modos de instabilidade (encurvadura local, global e

distorcional), obtidos através do programa CUFSM (Schafer et al., 2006).

1.3 Estrutura da dissertação

Esta dissertação encontra-se dividida em seis capítulos, correspondendo cada um dos

diferentes estudos e propostas efectuadas.

O capítulo 1 apresenta uma descrição geral dos assuntos abordados nesta dissertação e

expõe os objectivos.

No capítulo 2 descreve os enformados a frio, as suas aplicações, o seu processo de

fabrico e são apresentadas algumas características adicionais.

No capítulo 3 é feita uma breve descrição do comportamento do aço a altas

temperaturas, onde são apresentadas as suas propriedades mecânicas a temperaturas

elevadas, bem como alguns conceitos básicos da protecção contra o fogo em estruturas

metálicas.

No capítulo 4 descreve-se o comportamento estrutural tendo em conta as considerações

necessárias para a análise estrutural, o dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 3,

o dimensionamento à temperatura normal, o dimensionamento em situação de incêndio

e quando sujeito à flexão composta com encurvadura lateral.

No capítulo 5 é apresentado uma descrição geral dos programas SAFIR e CUFSM.

Tem-se como objectivo analisar vários modelos numéricos, utilizando o programa

SAFIR, até alcançar o modelo numérico mais adequado. Após este ser definido é feita

uma análise comparativa com as curvas propostas pelo Eurocódigo 3.

Posteriormente é feita uma comparação entre os resultados provenientes do SAFIR

com os modos de instabilidade.

Por fim o capítulo 6 apresenta as conclusões finais bem como destaca possíveis linhas

de desenvolvimento futuro.

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Capítulo 2.

Os perfis enformados a frio

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 9

2.1 Aplicações

Os perfis enformados a frio são fabricados a partir da dobragem de chapas de aço com

espessura constante (entre 0,5 a 5,0 mm), podendo ser peças de eixo recto e secção

uniforme, apresentando uma enorme diversidade de formas e dimensões. Neste tipo de

perfis, usa-se muito frequentemente secções U, C, Z e ainda secções Ω (Figura 2.1).

a)

b)

c)

Figura 2.1 - Formas das secções de perfis enformados a frio: a) e b) secções U, C, Z (CEN, 2004), c)

secções Ω (Vila Real et al., 2008).

Uma das principais áreas de crescimento para perfis de aço enformados a frio tem sido

no sector estrutural . Outras aplicações não estruturais não serão objecto de discussão

nesta dissertação.

Estes elementos estruturais são normalmente utilizados em pórticos industriais, como

elementos de cobertura (madres), suporte de paredes, pavimentos e coberturas, e como

cofragem perdida.

As vantagens dos perfis enformados a frio surgem quer a níveis económicos quer a

níveis estruturais, visto que, possibilitam um aligeiramento das estruturas e uma grande

flexibilidade de soluções.

Estes elementos podem também ser aplicados em conjunto com outros elementos

estruturais das mais variadas tipologias (diferentes secções, diferentes materiais, etc).

No entanto, e como já referido, em situação de incêndio, a combinação da alta

condutividade térmica do aço com a pequena espessura, proporcionam um rápido

aumento da temperatura do aço (M.Feng et al., 2004), diminuindo consideravelmente a

sua resistência mecânica neste estado limite de acidente.

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10 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Comparativamente aos perfis laminados a quente, os perfis enformados a frio são

caracterizados por:

Possuírem uma mais elevada esbelteza, devido às suas espessuras;

Conterem secções sem simetria;

A grande maioria das suas secções não serem ramificadas;

Conterem zonas da sua secção com maior resistência mecânica que outras (por

exemplo as zonas dos cantos);

A espessura ser a mesma em todas as partes da secção;

Uma elevadíssima eficiência estrutural (grande resistência com um reduzido

peso);

Uma significativa optimização estrutural (possibilidade de utilizar qualquer

forma de secção);

Um fabrico com dimensões inferiores às mínimas padronizadas pelos laminados

a quente;

Ter um fabrico que é processado à temperatura ambiente (os perfis enformados a

frio exibem menores tensões residuais);

Uma Elevada economia no armazenamento, transporte e manuseamento;

Algumas formas de secção (por exemplo, secções em Z, U ou L) podem

“encaixar” e permitir um aproveitamento óptimo do espaço de armazenamento

(Figura 2.2);

A sua pré-fabricação ser em grande escala de subestruturas e subsequente

montagem em obra, com grandes vantagens económicas.

Figura 2.2- Armazenamento e transporte de perfis enformados a frio (Silvestre et al., 2010a).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 11

Os painéis e chapas perfiladas são peças laminares de forma poligonal (Figura 2.3), de

chapa com espessura de 0.5 a 2.0 mm, de diversificadas formas e dimensões, que

podem ser aplicados em estruturas de suporte de paredes, coberturas e pavimentos.

Figura 2.3- Exemplo de secções de chapas perfiladas (Silvestre et al., 2010a).

A utilização de painéis de aço enformados a frio (nervurados) em lajes de pavimento

mistas com betão, tem a grande vantagem dos painéis assegurarem simultaneamente as

funções de cofragem (perdida) e como elemento resistente à tracção (Figura 2.4).

Figura 2.4- Exemplo de aplicação de chapas perfiladas como cofragem perdida (Tradeget, 2009).

As paredes resistentes “cassette-wall construction”, são também uma possível aplicação

dos enformados a frio, pois contêm elevada resistência às acções horizontais, vento e

sismo (Figura 2.5).

Figura 2.5- Aplicação de perfis enformados a frio como paredes resistentes (Silvestre et al., 2010a).

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12 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Estes perfis são também vistos, por exemplo, como uma alternativa ecológica e

reciclável, para a madeira, que é utilizada tradicionalmente como madres para

coberturas. A substituição da madeira pelo aço tem tido um papel importante em áreas

onde os recursos madeireiros são escassos, e também em aplicações comerciais ou

industriais onde outras vantagens, tais como a velocidade de montagem e retardante de

fogo são mais importantes (Tian et al., 2003).

2.2 Processo de fabrico

Os perfis de aço enformados a frio são normalmente fabricados pelos processos

laminagem a frio (“Cold-Rolling”) e Quinagem (“Press Braking”).

2.2.1 Processo de laminagem a Frio

O processo de laminagem a frio consiste (Rhodes, 1992) em guiar uma tira de aço

contínua através de uma série de rolos opostos, para deformar progressivamente o aço

plasticamente, de forma a obter a forma desejada. Cada par de rolos produz uma

quantidade fixa de deformação e apresenta uma sequência do tipo demonstrado na

Figura 2.6. Cada par de cilindros opostos é chamado de “fase”. Em geral, quanto mais

complexa a secção transversal, maior o número de fases necessárias.

No caso dos perfis enformados a frio de secção oca rectangular, os rolos inicialmente

formam a secção, numa secção circular, e posteriormente é aplicada uma solda entre as

extremidades opostas da tira antes de prosseguir para o enrolamento final (chamado de

dimensionamento), formando uma secção quadrada ou rectangular (ASRO, 2008).

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Joana Rita Gilvaz Pinho. 13

Figura 2.6- Neste exemplo, uma secção Ω é enformada (Rhodes, 1992).

Uma limitação significativa da laminagem a frio, é o elevado tempo necessário para

mudar os rolos sempre que são necessárias secções diferentes. Por outro lado, existem

rolos ajustáveis que são usados mais frequentemente, e que permitem uma mudança

rápida para uma largura de secção ou profundidade diferente (ASRO, 2008).

Este processo é normalmente usado para produzir secções onde grandes quantidades, de

uma determinada forma, são necessárias. Trata-se de um processo de fabrico mais

correntemente utilizado, pois conduz a uma produção sistematizada, normalizada e

extremamente eficiente. Os custos iniciais são altos, pois é necessário um investimento

em ferramentas, mas o custo de fabrico é baixo (Veríssimo, 2008).

Um outro exemplo de fabrico de secções enformadas a frio, é o fabrico de chapas

perfiladas. Durante a sua produção, partes da chapa são enformadas, pressionando a

faixa onde se encontra o molde, para depois dar forma à enformagem final do perfil

(Figura 2.7).

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14 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 2.7 - Fabrico de uma chapa perfilada (Veríssimo, 2008).

2.2.2 Processo de Quinagem

A quinagem é um processo mais simples e menos industrializado, em que as peças são

de comprimento curto e de geometria simples de produzir a partir de uma folha de

material, dobrando uma série de curvas (Figura 2.8).

Figura 2.8- Exemplo de um processo de quinagem e respectivas etapas de produção.

Este processo tem limitações sobre os comprimentos das secções que podem ser

produzidos, pois é normalmente restrito a secções de comprimento inferior a 6 m. O

equipamento geralmente utilizado é constituído por uma parte superior com uma forma

convexa (em V ou U) que comprime a chapa contra uma superfície inferior (prensa)

com a forma inversa (côncava). Os elementos a produzir deverão ter uma secção

transversal de configuração simples (como por exemplo C, Z e L) e a velocidade de

produção não ultrapassa os 60 m por minuto (Silvestre et al., 2010a).

Tratando-se de uma peça mais complexa, o processo de quinagem está associado a

pequenas quantidades de produção em que, cada quina do perfil é enformada

separadamente tal como é representado na figura seguinte as diferentes etapas (Figura

2.9).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 15

Figura 2.9- Etapas do processo de quinagem (Veríssimo, 2008).

2.2.3 Propriedades dos materiais de perfis enformados a frio

O material constitutivo das secções enformadas a frio, o EC3 considera as seguintes

propriedades e factores de segurança:

Módulo de elasticidade: E = 210GPa

Coeficiente de Poisson: ν = 0.30

Módulo de distorção:

No entanto existem outras propriedades igualmente importantes que variam conforme o

tipo de aço e processo de enformagem: tensões de cedência base (fyb) e tensões de

cedência média (fya).

Quando é usado o símbolo fy (tensão de cedência) para o dimensionamento, a tensão de

cedência de rendimento médio (fya) pode ser usada nos perfis enformados a frio, a

menos que (CEN, 2004):

a área transversal efectiva seja igual à área bruta nos membros carregados

axialmente;

o perfil seja sujeito a variações térmicas, o que pode induzir a uma reduzida

elasticidade.

Nesse caso, para o valor de fy, é utilizada a tensão de cedência de rendimento básico

(fyb).

O valor de tensão de cedência de rendimento médio pode ser obtido por:

(1)

(2)

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

16 Joana Rita Gilvaz Pinho.

2.3 Algumas características adicionais das secções enformadas a frio

O princípio fundamental dos perfis enformados a frio (Figura 2.10), é o efectuar o maior

número dobras para aumentar a sua resistência, tendo como contrapartida de, cada dobra

ter um custo associado (Silvestre et al., 2010a).

Figura 2.10 – Resistência entre uma chapa plana e de uma chapa dobrada (Silvestre et al., 2010a).

As propriedades mecânicas dos perfis de aço enformados a frio são substancialmente

diferentes das de folhas de chapa de aço, ou placa, antes de enformar. Isto ocorre porque

a operação de enformagem aumenta a elasticidade e resistência à tracção, e ao mesmo

tempo diminui a ductilidade nas zonas de canto.

O aumento percentual de resistência última à tracção é muito menor que o aumento da

tensão de cedência, com consequente redução acentuada de propagação entre o ponto de

cedência e o correspondente à tensão última. Assim, o material existente nos cantos

(zona de dobra, Figura 2.11) de uma secção enformada a frio contém propriedades

mecânicas consideravelmente diferentes às das restantes partes da secção transversal

(Chen et al., 2006).

Figura 2.11- Provetes para a determinação das diferentes propriedades mecânicas entre as zonas planas e

as zonas de dobra (Chen et al., 2006).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 17

2.4 Madres em perfis enformados a frio em situação de incêndio

As madres de aço enformadas a frio são amplamente utilizadas em sistemas de

cobertura moderna devido à sua alta eficiência estrutural e construção de capacidade. As

formas mais comuns de cintas de aço enformados a frio são secções C e Z.

Actualmente, há quatro tipos diferentes de sistemas de madres e são frequentemente

encontradas com diferentes graus de continuidade:

Vão único;

Vão duplo;

Vãos múltiplos “multi-span” com conexões de encaixe ( Figura 2.12 a);

Vãos múltiplos “multi-span” com sobreposições ( Figura 2.12 b).

a)

b)

Figura 2.12 - Secções para madres: a) com conexões de encaixe (Fetureng, 2009), b) com sobreposição

Madremax (Constálica, 2006).

Na prática, os sistemas de madres “multi-span”, de perfis de aço enformados a frio de

secção Z com sobreposições, são os mais frequentes devido à sua facilidade de

transporte com efectivo de empilhamento e de alta eficiência estrutural, e com alto nível

de continuidade entre os membros. É de notar que, a capacidade de carga destes

sistemas de madres, dependem de factores como o tipo de aço, a forma e o tamanho das

secções dos membros das madres (Chung et al., 2005).

Com o aumento da aplicação dos perfis enformados a frio, como madres, surge a

necessidade de estudos referentes à sua resistência ao fogo.

Sidey and Teague concluíram que, a redução da resistência dos perfis enformados a frio

em temperaturas elevadas podem ser de 10 a 20% maior do que a dos perfis laminados a

quente, devido à composição metalúrgica e efeitos de superfície molecular. Em

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

18 Joana Rita Gilvaz Pinho.

temperaturas elevadas, os aços enformados a frio também são propensos a perder a sua

resistência que eles ganharam com o processo do trabalho a frio, à temperatura ambiente

(Sidey et al., 1988).

Com o aumento da temperatura durante uma situação de incêndio, as propriedades

mecânicas dos perfis enformados a frio deterioram-se rapidamente, resultando uma

perda de capacidade de suporte de carga dos elementos estruturais.

A Parte 1-2 do EC3 fornece factores de redução adequados para as propriedades

mecânicas de aço enformados a frio em temperaturas elevadas. Os factores de redução

de força de rendimento correspondem a 0,5%, 1,5% e os níveis de tensão de 2,0%,

embora se use 0,2% como o limite de elasticidade. Além disso, fornece todos os

factores de redução para o módulo de elasticidade em temperaturas elevadas. Por outro

lado, prevê também os mesmos rendimentos, força elástica e factores de redução para

aços laminados a quente e enformados a frio, apesar de que a redução das propriedades

mecânicas são consideradas diferentes (Kankanamge et al., 2010).

A diminuição da resistência e rigidez do aço a temperaturas elevadas é prejudicial a

aços revestidos com betão. A diminuição da resistência normalmente exige, um material

adequado resistente ao fogo a ser fornecido, de modo que, durante um tempo razoável, a

resistência ao fogo possa ser alcançada. O composto que se enquadra nessa categoria é o

de betão cheio de colunas de aço rectangulares e tubulares que são geralmente de aço

estrutural leve. O peso reduzido, que deve ser transportado para o estado limite para

situação de incêndio, muitas vezes exige que apenas pequenas quantidades de armadura

nominal devem ser incluídas. No entanto, esta é baseada na suposição de que o aço é

ineficaz em termos de força. A estrutura será insuficiente para uso de rotina após o

evento de um incêndio. Esta prática, não fornece uma verdadeira compreensão do

comportamento estrutural e também é inviável economicamente (Heidarpour et al.,

2008).

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Capítulo 3.

Comportamento ao fogo

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 21

3.1 Incêndio

Há estruturas cuja resistência ao fogo é reduzida se não forem devidamente protegidas,

como é o caso das estruturas metálicas (Figura 3.1). Os materiais usados na protecção

de estruturas contra incêndio, devem ser incombustíveis, não devendo dar origem a

produtos voláteis inflamáveis nem a gases tóxicos.

Existem materiais isolantes correntes, térmicos e acústicos, usados na construção que

podem contribuir gravemente para a severidade de um incêndio.

Este facto ocorre pelas seguintes razões:

Se o material isolante é combustível, dará origem a um agravamento da carga de

incêndio do edifício em que está instalado;

Se o material isolante é combustível e está aplicado em tectos ou paredes,

contribui para uma mais fácil propagação do incêndio;

Seja ou não combustível, o material isolante, pelas suas propriedades

específicas, impedirá de algum modo a saída do calor gerado durante o fogo, do

compartimento de incêndio o que irá contribuir para o aumento de temperatura

nesse compartimento.

Figura 3.1 – Cobertura constituída por vigas de aço enformadas a frio, após incêndio (o3arquitectes,

2011).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

22 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Aos materiais usados na protecção de estruturas contra incêndio devem ser exigidas as

seguintes propriedades:

Elevada temperatura de fusão;

Boa capacidade para se deformarem sob a acção do calor;

Resistência às acções de origem térmica;

Condições de perfeita aderência às estruturas em que são aplicados;

Resistência ao longo do tempo aos agentes atmosféricos, químicos, choques,

etc.

3.2 Propriedades dos materiais a altas temperaturas

Tal como é amplamente conhecido, o aço quando sujeito a altas temperaturas sofre

grandes alterações nas suas propriedades mecânicas (Laim et al., 2011). De facto, com o

aumento da temperatura, verificam-se reduções da tensão de cedência e do módulo de

elasticidade linear.

Os perfis formados a frio são secções abertas com paredes finas muito esbeltas, o que

implica que estes sejam sujeitos a fenómenos de instabilidade.

Os fenómenos de instabilidade provocam uma redução na capacidade resistente dos

perfis formados a frio.

O mais simples possível, no estudo dos efeitos do fogo na resistência de elementos

estruturais, é a consideração do aumento da temperatura uniformemente distribuída por

toda a secção transversal. Para a consideração desses efeitos, é necessário empregar os

factores de redução ao módulo de elasticidade e a tensão limite de proporcionalidade de

acordo com a temperatura considerada (Tabela 3.1).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 23

Tabela 3.1 - Factores de redução do aço de carbono para o cálculo das secções da classe 4 e temperaturas

elevadas.

Temperatura

do aço θa

Factor de redução (referido a fy)

para o valor de cálculo da tensão

de cedência de secções de classe

4 laminadas a quente e soldadas

K0,2p,θ=f0,2p,θ/fy

Factor de redução (referido a

fyb) para o valor de cálculo da

tensão de cedência de secções

de classe 4 enformados a frio

K0,2p,θ=f0,2p,θ/fyb

20 ºC 1,00

100 ºC 1,00

200 ºC 0,89

300 ºC 0,78

400 ºC 0,65

500 ºC 0,53

600 ºC 0,30

700 ºC 0,13

800 ºC 0,07

900 ºC 0,05

1000 ºC 0,03

1100 ºC 0,02

1200 ºC 0,00

Para o cálculo em situação de incêndio, o valor de cálculo da tensão de cedência do aço

deverá ser considerado igual à tensão limite convencional de proporcionalidade a 0,2 %

(Figura 3.2). Este valor de cálculo da tensão de cedência (f0,2p,θ), poderá ser utilizado

para determinar a resistência à tracção, à compressão, à flexão ou ao corte.

Figura 3.2 – Relação tensões-extensões para o aço carbono a temperaturas elevadas (CEN, 2005b).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

24 Joana Rita Gilvaz Pinho.

3.3 Conceitos técnicos básicos da protecção contra fogo de estruturas metálicas

De uma forma genérica, os elementos estruturais em aço perdem cerca de 50% de sua

resistência mecânica quando aquecidos a uma temperatura de cerca de 350ºC. Este valor

é conhecido como “temperatura crítica”.

O objectivo da protecção passiva é garantir a estabilidade das estruturas sujeitas a um

incêndio, durante um determinado período de tempo, visando possibilitar a evacuação

do edifício, um possível combate e limitar a propagação do fogo.

Para o dimensionamento da espessura do material de protecção das estruturas, é

necessário analisar dois parâmetros:

3.3.1 Tempo de resistência ao fogo

É definido na legislação em vigor, nomeadamente nos Regulamentos de Segurança

Contra Incêndio para os vários tipos de edifícios.

Os regulamentos, normas ou análises técnicas que definem os tempos de protecção para

cada tipo de edificação têm em conta vários aspectos, tais como:

Utilização do edifício;

A altura e a área construída;

Compartimentação existente;

Carga combustível, taxa de ventilação, etc.

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Joana Rita Gilvaz Pinho. 25

3.3.2 O Factor de Massividade de cada elemento estrutural

O Factor de Massividade representa a resistência de em determinado perfil metálico

numa situação de incêndio.

Dois factores influenciam o comportamento de uma estrutura sob a acção do fogo e o

Factor de Massividade é o resultado da relação matemática entre estes dois factores:

(3)

Quanto maior for a exposição ao fogo (e incidência de energia térmica no aço), mais

rapidamente a estrutura aquecerá, e consequentemente atingirá o colapso.

A área da secção transversal do perfil está directamente relacionada com sua massa.

Assim, quanto maior a área da secção (ou sua massa), mais tempo o perfil irá levar para

ser aquecido e atingir a temperatura crítica.

3.3.3 Determinação da espessura adequada em função do factor de massividade e

do tempo de protecção requerido

Uma a vez determinado o tempo de protecção requerido e o factor de massividade,

pode-se calcular a espessura adequada do material de protecção através de dois

métodos.

Pode-se calcular analiticamente, com base em dados dos materiais como densidade,

condutividade térmica e calor específico (esta metodologia possui limitações, sobretudo

quando os materiais sofrem mudanças físicas durante o incêndio, como é o caso de

tintas intumescentes ou alguns materiais projectados que possuem fluidos cristalizados

na sua composição), ou outro método de cálculo é utilizar os resultados de ensaios reais

de resistência ao fogo, fornecido pelos fabricantes na forma de uma tabela, onde as

espessuras são facilmente determinadas.

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Capítulo4.

Comportamento estrutural

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 29

4.1 Considerações necessárias para Análise Estrutural

Tal como referido anteriormente, os perfis enformados a frio são, “por definição”,

elementos com secção de parede fina, o que faz com que o seu comportamento

estrutural seja influenciado por um conjunto de fenómenos de natureza diversa,

normalmente ausentes ou menos relevantes nos perfis laminados a quente (Silvestre et

al., 2010a).

As propriedades mecânicas destes perfis alteram-se também devido ao processo de

enformagem a frio. As regiões de canto, são zonas endurecidas e de maior força, do que

a força da folha de chapa inicial, bem como, contem uma menor ductilidade.

A instabilidade nos perfis de aço enformados a frio é composta por encurvadura local,

encurvadura distorcional, e encurvadura lateral (Figura 4.1 a), b) e c), respectivamente),

(M.Feng et al., 2004).

Figura 4.1 – Instabilidades em perfis de aço enformados a frio (a) encurvadura local, b) encurvadura

distorcional e c) encurvadura lateral) (M.Feng et al., 2004).

É ainda conveniente distinguir entre secções de parede fina abertas e fechadas, na

medida em que existem diferenças acentuadas entre as respectivas propriedades

mecânicas (por exemplo a rigidez de torção).

Têm sido elaborados diversos estudos na área da modelação dos diferentes fenómenos

de encurvadura. A Generalized Beam Theory (GBT) é, por exemplo, uma das análises

mais utilizadas na avaliação da resistência destas secções (Camotim et al., 2007).

O uso de métodos avançados por meio de programas de elementos finitos (FEM)(Vila

Real et al., 2010c), considerando a encurvadura local, para a determinação do

comportamento do fogo de estruturas de perfis enformadas a frio em projectos de

engenharia de segurança de incêndio, é também bastante comum. Outra análise

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

30 Joana Rita Gilvaz Pinho.

numérica, também utilizadas em membros de aço enformados a frio, é o método de

faixas finitas (FSM) (Li et al., 2010).

Actualmente, na maior parte dos regulamentos, o cálculo da resistência de uma barra é

efectuada em duas etapas, como o cálculo de resistência de secções, com o recurso a

esforços críticos de instabilidades locais e aos conceitos de largura efectiva e espessura

reduzida, e o cálculo de resistência de barras com o recurso a esforços críticos de

instabilidades globais e à utilização de curvas de dimensionamento.

A metodologia de cálculo preconizada pelo Eurocódigo 3 é muito dirigida à utilização

de perfis de utilização corrente (C, Z, U,Ω, etc). No caso de perfis com secções fora

deste grupo, como muitas secções que constantemente surgem no mercado com um

crescente número de reforços, requer um elevadíssimo número de cálculos, tornando o

processo muito complexo. Foi precisamente por se ter considerado muito complexa toda

a metodologia de cálculo de larguras efectivas e espessura reduzidas, que foi

desenvolvida uma metodologia alternativa bastante mais simples, a qual se denomina

por Método da Resistência Directa (DSM, “Direct Strenght Method”),(Schafer, 2002).

Este método, já incorporado na regulamentação Americana, tem a grande vantagem de

utilizar algumas curvas de dimensionamento devidamente calibradas com ensaios

experimentais. A utilização destas curvas apenas requer o conhecimento das

tensões/esforços críticos elásticos locais e globais, as quais são determinadas através da

realização de análises lineares de estabilidade utilizando para tal programas de cálculo

automático disponíveis livremente.

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Joana Rita Gilvaz Pinho. 31

4.1.1 Fenómenos de instabilidade local (deformação da secção)

Os fenómenos de instabilidade local e/ou global (Figura 4.2) são devidos, sobretudo, à

elevada esbelteza das chapas (placas) que constituem as paredes do perfil e à baixa

rigidez de torção das secções.

Figura 4.2 – Modo de colapso local da coluna num modo distorcional.

4.1.2 Fenómenos de deformabilidade à torção e ao empenamento

A deformabilidade à torção é devida à baixa rigidez, que as secções de parede fina

aberta exibem em relação a este modo de deformação, e ao facto de, em muitas dessas

secções, o centro de corte não coincidir com o centro de gravidade.

O empenamento é exibido por muitas secções de parede fina aberta submetidas a

momento torsor. As condições de fronteira de uma barra, relativas a este modo de

deformação, têm grande influência na sua resistência mecânica (Silvestre et al., 2010a).

4.1.3 Presença de reforços (dobras da chapa)

A presença de reforço (dobragem da chapa), tem como objectivo melhorar o

comportamento estrutural das secções, como por exemplo, a resistência das secções à

deformação no seu próprio plano. Com o objectivo de aumentar a tensão crítica local de

placa é usual introduzir reforços de extremidade nos banzos e/ou reforços internos (em

U ou V) nas chapas (alma e/ou banzos). Estes elementos passam a instabilizar em

curvatura dupla ou tripla (Figura 4.3).

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32 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 4.3 - Influência dos reforços intermédios na resistência das secções (Silvestre et al., 2010a).

É ainda de se salientar que o endurecimento do aço, junto dos bordos longitudinais

internos das barras (localização das “dobras” efectuadas na chapa original), traduz um

aumento da tensão de cedência e uma diminuição da ductilidade (Silvestre et al.,

2010a).

4.1.4 Colapso por esmagamento da alma (forças concentradas)

O colapso por esmagamento da alma, nas secções onde estão aplicadas forças

concentradas, deve-se, por um lado, à elevada esbelteza dessas mesmas almas e, por

outro lado, ao facto de ser construtivamente difícil a incorporação de reforços

transversais (Figura 4.4).

Figura 4.4 - Colapso local por esmagamento da alma (Veríssimo, 2008).

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Joana Rita Gilvaz Pinho. 33

4.1.5 Especificidade das ligações (aparafusadas, rebitadas)

As ligações podem ser tanto soldadas como aparafusadas. Estas ligações diferem nos

modos de colapso e podem ser distintos dos que ocorrem em ligações de perfis de aço

laminados a quente (Figura 4.5).

Figura 4.5 - Colapso local na ligação (Veríssimo, 2008).

4.1.6 Fenómenos de instabilidade

O comportamento estrutural e a resistência última de perfis com secção de parede fina

aberta, são fortemente afectados pela ocorrência de diversos fenómenos de

instabilidade, cuja natureza é, intrinsecamente, não linear. A determinação precisa do

comportamento geometricamente não linear (por exemplo de estabilidade), de uma

barra com secção de parede fina aberta envolve, obrigatoriamente, a consideração

simultânea de fenómenos de instabilidade de natureza global e local, os quais se

definem em seguida:

Os modos de instabilidade global são caracterizados pela ocorrência de

deformação do eixo da barra, sofrendo as suas secções transversais, unicamente

deslocamentos de corpo rígido no seu próprio plano. Normalmente ocorre em

elementos estruturais longos. Como por exemplo:

(i) A instabilidade de colunas (comprimidas), por flexão ou flexão-torção.

(ii) A instabilidade lateral de vigas (flectidas), por flexão-torção.

Os modos de instabilidade local envolvem, essencialmente, deformações das

paredes da barra, permanecendo o seu eixo na configuração indeformada.

Normalmente ocorre em elementos estruturais curtos ou de comprimento

moderado (Figura 4.6). É ainda conveniente distinguir entre os modos de

instabilidade local associados a:

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34 Joana Rita Gilvaz Pinho.

(i) Deslocamentos de flexão transversal das paredes sem que os bordos

longitudinais (dobragens) do perfil sofram deslocamentos;

(ii) Deslocamentos dos bordos longitudinais – modos distorcionais.

Figura 4.6 - Variação do modo de instabilidade com o comprimento da coluna (CEN, 2004).

Dependendo da sua geometria (forma e dimensões da secção transversal e

comprimento), o comportamento estrutural de um perfil de aço enformado a frio pode

ser fortemente influenciado por qualquer um destes tipos de fenómenos de instabilidade

(Silvestre et al., 2010a).

4.2 Propriedades geométricas das secções de acordo com o Eurocódigo 3

A análise e o dimensionamento deste tipo de estruturas contêm algumas diferenças

relativamente às estruturas de aço laminadas a quente.

A principal diferença, reside no facto da verificação de segurança das secções não ser

efectuada com base nas propriedades da secção bruta (área, momentos de inércia,

módulos de flexão) (Figura 4.7a), como frequentemente sucede nas secções laminadas a

quente, mas com base numa secção reduzida, designada por secção efectiva (Figura

4.7b) (Silvestre et al., 2010a).

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Joana Rita Gilvaz Pinho. 35

Figura 4.7- Secção em C: (a) bruta, (b) efectiva, (c) efectiva com espessura reduzida (Silvestre et al.,

2010a).

A secção efectiva dos elementos estruturais de aço enformados a frio é menor (tem

menos material) que a respectiva secção bruta em virtude do elemento poder instabilizar

localmente (deformação da secção no seu plano). As zonas da secção bruta com menor

“resistência à instabilidade” não devem ser consideradas na verificação de segurança e,

por isso, devem ser retiradas (não são “efectivas”). Desta forma, surge o conceito de

secção efectiva (em analogia com as secções de Classe 4, (CEN, 2005a).

A grande maioria dos elementos estruturais de aço enformados a frio é de classe 4. No

entanto, as secções de aço enformadas a frio poderão ter uma resistência elástico-

plástica ou elástica (secções de Classe 3 com plasticidade), ou apenas resistência

elástica com secção efectiva (secções de Classe 4), tal como é explícito na Figura

4.8(CEN, 2004).

Figura 4.8- Resistência à flexão em função da esbelteza (CEN, 2004)

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36 Joana Rita Gilvaz Pinho.

4.2.1 Calculo das propriedades das secções

Devido ao processo de fabrico, as secções de aço enformadas a frio exibem

simultaneamente um conjunto de paredes planas (placas) e um conjunto de cantos

“arredondados” que correspondem às zonas de dobragem das chapas. Devido à

existência destas zonas, a geometria das secções de aço enformadas a frio está longe de

ser simples e existem algumas formas de abordar a sua geometria.

A secção bruta aproximada entende-se pela secção que não é corrigida de forma a ter

em conta fenómenos de instabilidade local e distorcional. Devido à existência das zonas

de dobragem (cantos), a geometria das secções de aço enformadas a frio é complexa e

existem algumas formas de obter uma geometria aproximada, apenas com partes rectas

(paredes planas). O cálculo aproximado baseia-se numa linearização por troços rectos

da linha média da secção (Veríssimo, 2008). Uma das formas de obtenção desta secção

aproximada, que a parte 1-3 do EC3 apresenta, é através a secção bruta idealizada:

Secção bruta idealizada – A intercepção das linhas médias dos troços rectos

conduz à identificação de um conjunto de pontos A nas zonas dos cantos da

secção. A largura de cada uma das paredes rectas da secção bruta idealizada

corresponde à distância entre dois pontos consecutivos do tipo A (Figura 4.9).

Se as condições r≤5t e r≤0,10b forem satisfeitas a parte 1-3 do EC3 apenas exige

a consideração das larguras idealizadas.

Figura 4.9- Definição das larguras idealizadas (Veríssimo, 2008).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 37

Secção bruta nominal – O raio de curvatura dirigido a cada ponto A para o

centro respectivo circulo intersecta a linha média real da secção em pontos do

tipo B. Fazendo a projecção destes pontos B na perpendicular à linha média

idealizada, obtém-se os pontos do tipo C (C1 e C2) que constituem as

extremidades dos elementos da secção bruta nominal. As larguras nominais de

cada uma das paredes rectas da secção bruta nominal correspondem às distâncias

entre dois pontos do tipo C1 e C2 (Figura 4.10). As propriedades da secção bruta

nominal são calculadas sem recorrer a correcções posteriores.

Figura 4.10– Definição das larguras nominais (Veríssimo, 2008).

O anexo C da parte 1-3 do EC3, fornece uma forma aproximada e expedita para o

cálculo das propriedades das secções (área, inércias e constante de empenamento).

Foi desenvolvida uma folha cálculo para a obtenção dessas mesmas características, para

as secções U, C, Z e Ω (tal como é apresentado mais a frente no ponto 5.3.1) e

comparou-se os resultados com o programa GBTUL (Bebiano et al., 2008) e com a tese

de mestrado de Hugo Veríssimo.

O programa GBTUL, desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico da Universidade

Técnica de Lisboa, utilizou-se para a comparação de resultados com o cálculo de

propriedades de secções pelo método C do EC3 parte1-3.

Os resultados obtidos do cálculo de propriedades de secções pelo método C, mostraram-

se satisfatórios quando comparados com os resultados do programa GBTUL.

Este programa fornece informações e visualização sobre os modos de deformação do

membro. Além disso, contem ferramentas que permitem seleccionar os modos de

deformação a incluir na análise, permitindo assim uma visão em profundidade sobre a

mecânica do problema a ser resolvido.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

38 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 4.11- Programa GBTUL

Na Figura 4.12 são apresentados os resultados obtidos pelo programa GBTUL

Figura 4.12 – Resultados obtidos no programa GBTUL

Os resultados obtidos do cálculo de propriedades de secções pelo método do anexo C,

mostram-se satisfatórios comparativamente aos resultados obtidos do programa

GBTUL.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 39

4.3 Dimensionamento à temperatura normal (Parte 1-3 do Eurocódigo 3)

4.3.1 Classificação

A classificação das secções transversais tem como objectivo identificar em que medida

a sua resistência e a sua capacidade de rotação são limitadas pela ocorrência de

encurvadura local.

De acordo com o Eucódigo 3 Parte 1-1, as secções são classificadas através de valores

limites para a esbelteza, ou seja a relação entre o comprimento e a espessura de um

elemento, tendo em conta a distribuição de tensões ao longo do elemento.

Figura 4.13 - Limites máximos das relações largura-espessura para os elementos internos (CEN, 2006).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

40 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 4.14 - Limites máximos das relações largura-espessura para elementos salientes (CEN, 2006).

Segundo o ponto 5.5 do Eurocódigo 3 Parte 1-1 (CEN, 2005a) as secções transversais

podem classificar-se em:

Classe 1: Secções transversais que podem mobilizar a sua resistência plástica,

sem risco de encurvadura local, e possuindo uma grande capacidade de rotação

permitindo a formação de uma rótula plástica (secção plástica);

Classe 2: Secções transversais que podem mobilizar a sua resistência plástica,

sem risco de encurvadura local, mas com uma capacidade de rotação limitada

(secção compacta);

Classe 3: Secções transversais que podem mobilizar a sua resistência elástica nas

fibras extremas, mas não a sua resistência plástica em virtude do risco de

ocorrência de encurvadura local (secção semi-compacta);

Classe 4: Secções transversais que não podem atingir a sua resistência elástica

em virtude do risco de encurvadura local (secção esbelta).

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Joana Rita Gilvaz Pinho. 41

4.3.2 Cálculo da secção transversal efectiva

O dimensionamento de elementos enformados a frio é feito com base no método das

secções efectivas. Este método considera a redução da resistência da secção devido à

encurvadura local através da redução da dimensão de cada um dos elementos da secção

transversal (secção-efectiva).

A elevada esbelteza dos perfis enformados a frio conduz a secções transversais de classe

4. A parte 1-3 do Eurocódigo 3 (CEN, 2004), fornece as verificações regulamentares

para este tipo de secção. Um elemento enformado a frio é considerado como um

conjunto de placas individuais, com determinadas condições de fronteira, de tal forma,

que o comportamento individual de cada uma destas placas define o comportamento

global da secção.

A metodologia de cálculo da secção efectiva para o modo de instabilidade local difere

da metodologia de cálculo da secção efectiva para o modo de instabilidade distorcional.

Enquanto que o modo local se baseia no conceito de largura efectiva (a redução é

efectuada na dimensão da largura do elemento, Figura 4.15 a)), o modo distorcional

baseia-se no conceito de espessura reduzida (a redução é efectuada na dimensão da

espessura do elemento, Figura 4.15 b)).

a) b)

Figura 4.15 – Secção efectiva: a) para o modo de instabilidade loca; b) para o modo de instabilidade

distorcional.

O procedimento de cálculo de secções de classe 4 começa por determinar a classe dos

elementos comprimidos.

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42 Joana Rita Gilvaz Pinho.

4.3.2.1 Secção efectiva para a instabilidade local

A determinação de uma secção efectiva consiste no cálculo das larguras efectivas dos

seus elementos comprimidos de classe 4.

De acordo com a tabela 4.1 (para elementos internos comprimidos) e a tabela 4.2 (para

elementos externos comprimidos) do Eucódigo 3 Parte 1-5 (CEN, 2006) define-se a

secção eficaz. Estes elementos estão representados na Figura 4.16 e respectivamente.

Figura 4.16 - Elementos internos comprimidos (CEN, 2006).

Figura 4.17 - Elementos salientes comprimidos (CEN, 2006).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 43

De uma forma geral o calculo da secção efectiva sujeita a flexão deve seguir as

seguintes etapas:

Determinação dos valores de Ψ nos elementos paralelos ao eixo de flexão, com

base no diagrama de tensões actuantes devidas a M e nas propriedades brutas da

secção.

Determinação soa valores das larguras efectivas nos elementos comprimidos

paralelos ao eixo de flexão.

Determinação dos valores de Ψ nos elementos perpendiculares ao eixo de

flexão, com base no diagrama de tensões actuantes devidas a M e nas

propriedades de uma secção constituída pelas áreas brutas dos elementos

perpendiculares ao eixo de flexão e as áreas efectivas dos elementos paralelos ao

eixo de flexão.

Determinação dos valores das larguras efectivas nos elementos perpendiculares

ao eixo de flexão

Calculo das propriedades efectivas relevantes Weff,min

4.3.2.2 Secção efectiva para a instabilidade distorcional

Considera-se a tensão critica distorcional da secção igual à tensão critica global do

banzo comprimido σcr,st , modelado como uma coluna elasticamente restringida por uma

mola de rigidez Kst equivalente ao reforço e à alma (Figura 4.18 b)).

Processo de determinação das espessuras reduzidas baseia-se nas seguintes etapas:

Calcula-se as larguras efectivas dos elementos da secção de acordo com as

regras referidas anteriormente para a instabilidade local;

Designa-se por “reforço” ao conjunto composto pelo reforço de extremidade e

pela parte efectiva do banzo junto do reforço de extremidade (Figura 4.18 a));

Determinação da rigidez equivalente do “reforço” Kst ;

Determinação da tensão critica do “reforço” σcr,st ;

Determinação da esbelteza normalizada distorcional λd;

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

44 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Com base no valor λd; e numa curva de dimensionamento proposta pelo EC3

parte 1-3 especificamente dedicada à instabilidade distorcional, determina-se o

valor do factor de redução para a instabilidades distorcional χd, fornecido por

λ λ λ

λ λ

(4)

Determinação da espessura reduzida do “reforço”, tred;

Finalmente, e após o calculo das larguras efectivas, obtém-se a secção efectiva

final e podem ser determinadas as propriedades efectivas da secção (módulos de

flexão).

a) b)

Figura 4.18 – Determinação da rigidez equivalente ao banzo reforçado: a)sistema real, b)sistema

equivalente (CEN, 2004).

4.3.3 Verificação da secção transversal

De acordo com a Parte 1-3 do EC3 (CEN, 2004), nos casos em que existe flexão

simples, é estabelecida a seguinte verificação:

(5)

Caso o módulo de secção eficaz, Weff, seja menor que o módulo de elasticidade da

secção bruta Wel:

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 45

(6)

Por outro lado, se o módulo de secção eficaz, Weff, for igual ao módulo de elasticidade

da secção bruta Wel:

(7)

O procedimento de cálculo das secções efectivas dos perfis enformados a frio, começa

por determinar a classe dos elementos comprimidos. De acordo com a tabela 4.1 (para

elementos internos comprimidos) e a tabela 4.2 (para elementos externos comprimidos),

do EC3 Parte 1-5 (CEN, 2006), define-se a secção eficaz.

4.3.4 Verificação do Elemento

Com a ocorrência de encurvadura lateral, a resistência deve ser reduzida de forma a ter

em conta este fenómeno de instabilidade.

Segundo a parte 1-3 do EC3, deve ser estabelecida a seguinte verificação (CEN, 2004):

(8)

Assim, segundo a parte 1-1 do EC3 (CEN, 2005a), o momento resistente à encurvadura

lateral é dado pela equação:

(9)

em que o modulo de flexão adequado é considerado Wy=Wel,y , para secções

transversais de classe 3, e Wy=Weff,y para secções transversais de classe 4.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

46 Joana Rita Gilvaz Pinho.

4.4 Dimensionamento em situação de incêndio (Parte1-2 do Eurocódigo 3)

4.4.1 Classificação

As secções transversais em situação de incêndio, segundo a parte 1-2 do EC3, são

classificadas como à temperatura normal mas com um valor reduzido de Ɛ como é

indicado em na expressão 0:

(10)

4.4.2 Verificação da Secção transversal

De acordo com a Parte 1-2 do EC3 (CEN, 2005b), nos casos em que às estruturas de aço

é requerida uma resistência mecânica em situação de incêndio, elas devem ser

dimensionadas e construídas de forma a que, mantenham a sua função resistente durante

o tempo de exposição ao fogo requerido.

Através de uma análise elástica e com base nas secções, bruta para a classe 3 e eficaz

para a classe de 4, em situação de incêndio, deve-se satisfazer o seguinte critério (Vila

Real et al., 2010a):

(11)

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 47

4.4.3 Verificação do Elemento

Os elementos com secções da classe 3 sujeitos a uma combinação de flexão e

compressão, em situação de incêndio, devem satisfazer a condição:

(12)

Os factores de redução para a relação tensões-extensões do aço a temperaturas elevadas

são indicados no quadro 3.1, parte 1-3 do EC3 (CEN, 2004):

(13)

Estes factores de redução encontram-se representados na Figura 4.19.

Para os elementos com secções transversais de classe 4, que não sejam elementos

traccionados, admite-se a seguinte verificação:

(14)

Os factores de redução do valor de calculo da tensão de cedência dos aços de carbono

em relação à tensão de cedência a 20ºC poderão ser obtidos a partir do quadro E1, no

anexo E do EC3 parte 1-2 (CEN, 2005b):

(15)

Estes factores de redução encontram-se representados na Figura 4.19.

Page 72: Joana Rita Resistência ao fogo de vigas em aço com ... · 2.2.3 Propriedades dos materiais de perfis enformados a frio ... 4.5 Flexão composta com encurvadura lateral ... Capitulo

Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

48 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 4.19 - Factores de redução para relação tensões-extensões do aço a temperaturas elevadas.

4.5 Flexão simples com encurvadura lateral

Quando existe a possibilidade da madre encurvar lateralmente, ou seja, de

instabilizarem os banzos comprimidos, o momento resistente deve ser reduzido por

forma a tomar em consideração este fenómeno de encurvadura.

Deste modo e de acordo com a parte 1-1 do EC 3, os elementos com secções das classes

3 e 4 têm como valor de cálculo do momento resistente à encurvadura lateral

Classe 3:

(16)

Classe 4:

(17)

onde o factor , introduzido para considerar a encurvadura, de redução do momento

segundo o eixo yy determina-se através da seguinte expressão

(18)

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

20 200 400 600 800 1000 1200

Temperatura (ºC)

Tensão de cedência de

secções de classe 4 - k0,2,p,θ

Tensão de cedência efectiva -

ky,θ

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 49

em que

(19)

Segundo a parte 1-1 EC 3, o factor de imperfeição para a encurvadura lateral para

os enformados a frio, deve ser tomado igual a 0,76.

A esbelteza normalizada relativa à encurvadura lateral é dada pela expressão

Classe 3:

(20)

Classe 4:

(21)

O momento crítico elástico relativo à encurvadura lateral é calculado de acordo

com o anexo F da parte 1-1 do EC3:

(22)

Os factores de comprimento eficaz k e kw variam entre 0,5 para fixação completa e 1,0

para nenhuma fixação e 0,7 para fixado numa extremidade da viga e livre na outra.

O k refere-se à rotação da extremidade no plano. O kw refere-se ao empenamento da

extremidade, e a não ser que exista algum condicionamento especial kw deve ser tomado

igual a 1,0. It é inércia de torção e Iw a inércia de empenamento. Os factores C1 , C2 e C3

dependem do carregamento e das condições de apoio.

Page 74: Joana Rita Resistência ao fogo de vigas em aço com ... · 2.2.3 Propriedades dos materiais de perfis enformados a frio ... 4.5 Flexão composta com encurvadura lateral ... Capitulo
Page 75: Joana Rita Resistência ao fogo de vigas em aço com ... · 2.2.3 Propriedades dos materiais de perfis enformados a frio ... 4.5 Flexão composta com encurvadura lateral ... Capitulo

Capítulo 5. Estudo numérico

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 53

5.1 Considerações gerais

A análise da resistência ao fogo de madres pode ser realizada através de programas de

cálculo com diversos níveis de complexidade, que vão desde os que se baseiam nos

métodos simplificados de cálculo definidos nos Eurocódigos, até aos mais complexos,

com análise não-linear, baseados no método dos elementos finitos e que se incluem nos

designados métodos avançados de cálculo, como se refere nos Eurocódigos.

Neste estudo numérico, foram utilizados os programas CUFSM (desenvolvido na

Universidade Johns Hopkins nos Estados Unidos) (Schafer et al., 2006), e o SAFIR

(desenvolvido na Universidade de Liége na Bélgica) (Franssen, 2005). O programa

CUFSM utilizou-se com a finalidade de se obter os modos de instabilidade local, global

e distorcional comparando posteriormente com os resultados obtidos do SAFIR. O

modo de instabilidade local foi utilizado para a definição das imperfeições geométricas

locais (Figura 5.1).

Figura 5.1 – Modos de instabilidade obtidos através do programa CUFSM (Schafer et al., 2006).

5.1.1 Descrição geral do programa CUFSM

O programa CUFSM (Schafer et al., 2006), faz a análise de encurvadura elástica de

paredes finas.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

54 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Os elementos com paredes finas, pela sua própria natureza, tendem potencialmente a

sofrer diversos problemas de estabilidade. O CUFSM emprega o método de análise de

faixas finitas (FSM), para fornecer soluções para a estabilidade da secção transversal.

Este programa utiliza uma terminologia constante da norma Norte-Americana para a

designação das cargas e tensões criticas e das resistências nominais, sendo que a

designação das características materiais e geométricas coincide com a usada pelo EC3.

5.1.2 Descrição geral do programa SAFIR

O programa SAFIR (Franssen et al., 2004), é um programa de elementos finitos (FEM)

usado principalmente em simulações numéricas, especialmente para o estudo de

estruturas em caso de incêndio. É utilizado para a análise de estruturas à temperatura

ambiente e a temperaturas elevadas e em estruturas planas e tridimensionais.

Como se trata de um programa de elementos finitos, acomoda vários elementos para

diferentes simulações, procedimentos de cálculo e vários modelos de materiais para

incorporar no comportamento. Os elementos podem ser elementos sólidos 2D,

elementos sólidos 3D, elementos viga, elementos cascas e elementos barra.

A maioria dos programas de cálculo são capazes de resolver problemas materialmente

não lineares, o programa SAFIR é um programa de elementos finitos baseado no

método dos deslocamentos.

5.2 Caso de estudo

É apresentado como caso de estudo, madres de paredes finas de secção de classe 4, que

são muito comuns em edifícios devido à sua leveza e capacidade de atingir grandes

vãos.

Para as vigas escolheu-se como secção transversal C, com as dimensões 155x77x31

(mm). Esta secção foi escolhida por ser representativa na construção de coberturas

metálicas e por induzir a fenómenos de instabilidade.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 55

5.2.1 Massividade

Como já referido no capítulo 3, a resistência dos perfis metálicos em situação de

incêndio é representada pelo factor de massividade.

A madre atingirá o colapso, quanto maior for a incidência de energia térmica no aço.

Visto os enformados a frio tratarem-se de perfis metálicos de paredes finas, estes

atingem a temperatura crítica mais rapidamente. Pois quanto menor a sua massa menos

tempo o perfil leva para ser aquecido.

5.2.2 Definição do modelo numérico

Para a elaboração do presente estudo foram necessários testar diferentes modelos

numéricos de forma a obter resultados coerentes com as curvas alcançadas através das

formulações recomendadas pelo Eurocódigo 3.

Apresenta-se os diferentes modelos numéricos testados da Figura 5.2 à Figura 5.6.

Figura 5.2 – Modelo numérico testado nº1.

Aplicação de cargas concentradas banzos superior e inferior;

Restrições nos apoios na alma e no banzo inferior;

Refinamento da malha a meio vão.

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X Y

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1.0 E-01 m

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IMPOSED DOF PLOT

POINT LOADS PLOT

DISPLACEMENT PLOT ( x 1)

TIME: 71.37 sec

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

56 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 5.3 - Modelo numérico testado nº2.

Aplicação de cargas concentradas banzos superior e inferior;

Restrições nos apoios na alma, no banzo inferior e nos reforços inferior e superior;

Refinamento da malha a meio vão.

Figura 5.4 - Modelo numérico testado nª3.

Aplicação de cargas distribuídas nos banzos superior e inferior;

Restrições nos apoios na alma, no banzo inferior e nos reforços inferior e superior;

Refinamento da malha a meio vão e nas extremidades.

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X Y

Z

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Diamond 2011.a.1 for SAFIR

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IMPOSED DOF PLOT

POINT LOADS PLOT

DISPLACEMENT PLOT ( x 1)

TIME: 64.77 sec

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X Y

Z

5.0 E-02 m

Diamond 2011.a.1 for SAFIR

FILE: o

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IMPOSED DOF PLOT

DISTRIBUTED LOADS PLOT

DISPLACEMENT PLOT ( x 1)

TIME: 64.77 sec

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 57

Figura 5.5 – Modelo numérico testado nº4.

Aplicação de cargas distribuídas nos banzos superior e inferior;

Restrições nos apoios na alma, no banzo inferior e nos reforços inferior e superior;

Refinamento da malha a meio vão;

Aumenta da espessura (10x) apenas nas extremidades.

Figura 5.6 - Modelo numérico testado nº5.

Aplicação de cargas concentradas de acordo com a distribuição linear de tensões;

Restrições nos apoios na alma, nos banzos superior e inferior, e nos reforços e

superior inferior;

Refinamento da malha a meio vão e nas extremidades da madre.

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X Y

Z

1.0 E-01 m

Diamond 2011.a.1 for SAFIR

FILE: o

NODES: 2759

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SHELLS: 2640

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IMPOSED DOF PLOT

POINT LOADS PLOT

DISPLACEMENT PLOT ( x 1)

TIME: 71.37 sec

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Diamond 2011.a.1 for SAFIR

FILE: o

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SOILS: 0

SHELLS PLOT

IMPOSED DOF PLOT

POINT LOADS PLOT

t.tsh

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

58 Joana Rita Gilvaz Pinho.

5.2.3 Modelo numérico adoptado

Neste ponto são apresentados os principais parâmetros que definem o modelo numérico

adoptado.

Nesta análise de sensibilidade teve-se em consideração a forma de aplicação das cargas,

bem como as restrições nos apoios (Lopes et al., 2010). Foram assim analisadas vigas

simplesmente apoiadas com secção em C (com altura 155 mm, largura 77 mm, altura do

elemento saliente 31 mm e 2 mm de espessura)) e com tensão de cedência 360 MPa

(Veríssimo, 2008). Não se considerou o aumento de tensão de cedência nos cantos

devido ao processo de enformagem a frio.

Com o objectivo de analisar a influência das imperfeições geométricas nas análises

numéricas, consideraram-se as seguintes situações:

Sem imperfeições geométricas;

Apenas com imperfeições globais;

Somente as imperfeições locais;

Com imperfeições globais e com imperfeições locais (modo distorcional).

As imperfeições globais foram consideradas de forma sinusoidal dada pela expressão

(23)

A fim de alcançar o formato das imperfeições locais, foi feita uma análise com o

programa CUFSM, considerando o correspondente diagrama de tensões elásticas

aplicado.

A Figura 5.7 mostra o modo de encurvadura local da secção transversal obtida. Esta

forma do modo de encurvadura foi utilizada para a forma das imperfeições locais, com

um valor máximo de b/200 (CEN, 2006).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 59

a) b)

Figura 5.7 – Forma de encurvadura da secção C obtida no programa CUFSM.

Para a simulação numérica das madres utilizaram-se os comprimentos de 0.5m, 1m, 2m,

3m, 4m, 5m, 6m, 7m, 8m, 9m e 10 m, para as situações referidas.

Aplicaram-se cargas concentradas com direcção paralela ao eixo da viga, de acordo com

a distribuição linear de tensões resultantes de flexão simples em torno do eixo forte. As

restrições foram impostas de forma a reproduzir um apoio duplo e outro simples.

Um dos aspectos importantes foi a dimensão da malha do modelo numérico, isto é,

determinação das zonas onde a malha deverá ser mais refinada ou não. A malha foi

refinada de forma a obterem-se elementos pequenos nas posições de momentos

máximos e de elevada deformação, de modo a que o programa SAFIR os possa captar.

Nas restantes posições manteve-se a dimensão da malha de forma a reduzir o tempo de

cálculo e a quantidade de informação a armazenar pelo computador.

Tornou-se, também, necessário definir a precisão dos resultados, bem como, o tempo da

simulação numérica.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

60 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Na Figura 5.8, é apresentado o modelo numérico com as respectivas restrições, cargas e

refinamento de malha (Lopes et al., 2011).

Figura 5.8 – Modelo numérico adoptado para a secção C.

A Figura 5.9 mostra as direcções das tensões principais obtidas com a aplicação do

modelo numérico adoptado.

Figura 5.9 – Direcções das tensões principais do modelo numérico adoptado a secção C.

Neste trabalho foram adoptadas as temperaturas de 350 ºC, 500 ºC e 600 ºC, uniformes

em toda a secção, para mais fácil comparação com as curvas propostas nos

Eurocódigos, e devido à reduzida espessura das paredes da secção transversal. Estas

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Diamond 2011.a.1 for SAFIR

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NODES: 2848

BEAMS: 0

TRUSSES: 0

SHELLS: 2728

SOILS: 0

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Diamond 2011.a.1 for SAFIR

FILE: o

NODES: 2848

BEAMS: 0

TRUSSES: 0

SHELLS: 2728

SOILS: 0

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F0

F0F0

F0F0F0

F0

X Y

Z

Diamond 2011.a.1 for SAFIR

FILE: o

NODES: 2848

BEAMS: 0

TRUSSES: 0

SHELLS: 2728

SOILS: 0

SHELLS PLOT

IMPOSED DOF PLOT

POINT LOADS PLOT

t.tsh

F0

F0F0F0

F0F0

F0

F0

F0

F0F0F0

F0

F0

F0

F0

F0F0

F0

F0

F0F0

F0

F0

F0

F0

F0

F0

F0F0

F0

F0

F0

F0F0

F0F0

F0F0F0F0

F0F0F0F0

F0F0F0F0

F0F0

F0

F0F0F0

F0

F0

F0F0F0

F0F0

F0

F0

F0F0F0F0

F0

F0

F0F0

F0

F0

F0F0

F0

F0

F0

F0

F0

F0

F0F0F0

F0

F0

F0

F0

F0

F0

F0

F0F0F0

F0F0

F0

F0F0

F0F0

F0

F0F0

F0F0F0F0

F0

X Y

Z

Diamond 2011.a.1 for SAFIR

FILE: o

NODES: 2848

BEAMS: 0

TRUSSES: 0

SHELLS: 2728

SOILS: 0

IMPOSED DOF PLOT

POINT LOADS PLOT

N1-N2 MEMBRANE FORCE PLOT

TIME: 64.77 sec

- Membrane Force

+ Membrane Force

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 61

temperaturas representam o campo de temperaturas críticas comuns nestes tipos de

elementos metálicos enformados a frio.

5.3 Análise de resultados

5.3.1 Propriedades da secção

Calcularam-se as propriedades da secção bruta em “C”, idealizada e nominal (Figura

5.10). No entanto, para a classificação e cálculo de propriedades de secções efectivas e

da resistência de madres apenas serão cobertas as secções aproximadas nominais por se

tratar do processo mais abrangente.

Figura 5.10 – Folha de cálculo - propriedades da secção C.

Linha média idealizada

Neste método de cálculo foi necessário determinar as coordenadas dos nós, a espessura,

as coordenadas sectoriais médias e a área bruta idealizada da secção, Tabela 4.1.

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62 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Tabela 4.1 - Coordenadas de nós, espessura, coordenadas sectoriais médias e área dos elementos da

secção bruta idealizada da secção C.

yi

(mm)

zi

(mm)

t

(mm)

dAi

(mm2)

Sy0

(mm3)

Iy0

(mm4)

Sz0

(mm3)

Iz0

(mm4)

Iyz0

(mm4)

75 30 2 60 900 18000 4500 337500 67500

75 0 150 0 0 5625 281250 0

0 0 306 23409 2387718 0 0 0

0 153 150 22950 3511350 5625 281250 860625

75 153 60 8280 1147140 4500 337500 621000

75 123

Σ 726 55539 7064208 20250 1237500 1549125

De seguida determinaram-se as coordenadas do centro de gravidade e as inércias em

torno do referencial y-z da secção (Tabela 4.2), as suas coordenadas sectoriais (Tabela

4.3) e as Constantes sectoriais e Inércia de torção (Tabela 4.4).

Tabela 4.2 - Coordenadas do centro de gravidade e inércias em torno do referencial y-z da secção C.

zgc

(mm)

ygc

(mm)

Iy

(mm4)

Iz

(mm4)

Iyz

(mm4)

76.50 27.89 2815474.50 672675.62 0.00

Tabela 4.3 - Coordenadas sectoriais da secção C.

ω0

(mm2)

ω0i

(mm2)

ωi

(mm2)

ωj

(mm2)

0

2250 0 2250

0 2250 2250

0 2250 2250

11475 2250 13725

2250 13725 15975

15975

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 63

Tabela 4.4 - Constantes sectoriais e Inércia de torção da secção C.

(mm6)

Iyω0

(mm6)

Izω0

(mm6)

Iωω0

(mm6)

It

(mm4)

67500 5062500 675000 101250000 80

337500 12656250 0 759375000 200

688500 0 52670250 1549125000 408

1198125 55687500 183313125 11215968750 200

891000 66825000 122620500 13256662500 80

3182625 140231250 359278875 26882381250 968

Posteriormente calculou-se as coordenadas sectoriais, as coordenadas sectoriais médias

e a constante de empenamento (Tabela 4.5), e as coordenadas do centro de corte da

secção (Tabela 4.6).

Tabela 4.5 - Coordenadas sectoriais, coordenadas sectoriais médias e constante de empenamento da

secção C.

ω mean

(mm2)

Iyω

(mm6)

Izω

(mm6)

Iωω

(mm6)

Iw

(mm6)

4383.78 51459684.92 115808062.50 12930450271.18 21630614235

Tabela 4.6 – Coordenadas do centro de corte da secção C.

ysc

(mm)

zsc

(mm)

ys

(mm)

zs

(mm)

-41.13 76.50 -69.03 0.00

Por fim, calculou-se as Coordenadas sectoriais em relação ao centro de corte e as

coordenadas dos nós (Tabela 4.7), e a Inércia polar, a coordenada sectorial máxima, os

módulos de torção e o empenamento da secção (Tabela 4.8).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

64 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Tabela 4.7 - Coordenadas sectoriais em relação ao centro de corte e coordenadas dos nós da secção C.

yci zci yj,aux zj,aux ωsj

47.11 -61.50 13180344.88 -22975271.04 10705.23

9.61 -76.50 941561.20 -73592650.38 10705.23

-27.89 0.00 -63230247.02 0.00 10705.23

9.61 76.50 941561.20 73592650.38 769.77

47.11 61.50 13180344.88 22975271.04 3019.77

Σ -34986434.86 0.00

Tabela 4.8 - Inércia polar, coordenada sectorial máxima, módulos de torção e empenamento da secção C

Ip

(mm4)

ωmax Wω Wt

6947167.33 10705.23 2020565.01 484.00

Linha média nominal

De uma forma semelhante, no método de cálculo da linha média nominal, foi necessário

determinar as coordenadas dos nós, a espessura, as coordenadas sectoriais médias e a

área bruta idealizada da secção, Tabela 4.9.

Tabela 4.9 - Coordenadas de nós, espessura, coordenadas sectoriais médias e área dos elementos da

secção bruta idealizada da secção C.

yi

(mm)

zi

(mm)

t

(mm)

dAi

(mm2)

Sy0

(mm3)

Iy0

(mm4)

Sz0

(mm3)

Iz0

(mm4)

Iyz0

(mm4)

75 30

2

58.24 899.23 17999.55 4368.20 327614.85 67442.09

75 0.878

74.121 0 146.49 0.00 0.00 5493.20 271479.76 0.00

0.878 0

0 0.878 302.49 23140.12 2346815.33 0.00 0.00 0.00

0 152.121

0.878 153 146.49 22412.25 3429073.95 5493.20 271479.76 840459.30

74.121 153

75 152.121 58.24 8011.90 1106237.78 4368.20 327614.85 600892.21

75 123

Σ 711.94 54463 6900127 19723 1198189 1508794

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 65

De seguida determinaram-se as coordenadas do centro de gravidade e as inércias em

torno do referencial y-z da secção (Tabela 4.10), as suas coordenadas sectoriais (Tabela

4.3) e as Constantes sectoriais e Inércia de torção (Tabela 4.12).

Tabela 4.10 - Coordenadas do centro de gravidade e inércias em torno do referencial y-z da secção C.

zgc

(mm)

ygc

(mm)

Iy

(mm4)

Iz

(mm4)

Iyz

(mm4)

76.50 27.70 2733669 651812 0.00

Tabela 4.11 - Coordenadas sectoriais da secção C.

ω0

(mm2)

ω0i

(mm2)

ωi

(mm2)

ωj

(mm2)

0

2184 0 2184

0 2184 2184

0 2184 2184

11206 2184 13390

2184 13390 15574

15574

Tabela 4.12 - Constantes sectoriais e Inércia de torção da secção C.

(mm6)

Iyω0

(mm6)

Izω0

(mm6)

Iωω0

(mm6)

It

(mm4)

63604 4770289 673297 92611401 77.66

319938 11997689 0 698777061 195.31

660658 0 50540322 1442942076 403.31

1140704 52795597 174527785 10415783931 195.31

843486 63261435 115721758 12238744070 77.66

Σ 3028390.289 132825009.3 341463162.3 24888858539 949.25

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66 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Posteriormente calculou-se as coordenadas sectoriais, as coordenadas sectoriais médias

e a constante de empenamento (Tabela 4.13), e as coordenadas do centro de corte da

secção (Tabela 4.14).

Tabela 4.13 - Coordenadas sectoriais, coordenadas sectoriais médias e constante de empenamento da

secção C.

ω mean

(mm2)

Iyω

(mm6)

Izω

(mm6)

Iωω

(mm6)

Iw

(mm6)

4253.71 48929992.93 109791305.21 12006967866.61 20316505695

Tabela 4.14 – Coordenadas do centro de corte da secção C.

ysc

(mm)

zsc

(mm)

ys

(mm)

zs

(mm)

-41.59 76.50 -69.30 0.00

Por fim, calculou-se as Coordenadas sectoriais em relação ao centro de corte e as

coordenadas dos nós (Tabela 4.15), e a Inércia polar, a coordenada sectorial máxima, os

módulos de torção e o empenamento da secção (Tabela 4.16).

Tabela 4.15 - Coordenadas sectoriais em relação ao centro de corte e coordenadas dos nós da secção C.

yci zci yj,aux zj,aux ωsj

47.30 -61.06 12908729.74 -21969034.21 10727.57

9.80 -76.50 917067.05 -71666241.25 10727.57

-27.70 0.00 -60781990.83 0.00 10727.57

9.80 76.50 917067.05 71666241.25 478.56

47.30 61.06 12908729.74 21969034.21 2662.66

12911.67

Σ -33130397.23 0.00

Tabela 4.16 - Inércia polar, coordenada sectorial máxima, módulos de torção e empenamento da secção C

Ip

(mm4)

ωmax Wω Wt

6804122.951 12911.67 1573499.85 474.63

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 67

5.3.2 Cálculo da secção efectiva

Apresenta-se de seguida o cálculo detalhado de propriedades, por meio das larguras

aproximadas nominais, relativamente à instabilidade local e distorcional.

Calculou-se as larguras efectivas iniciais devido à instabilidade local para os elementos

paralelos ao eixo de flexão (banzos), que juntamente com as propriedades brutas dos

elementos perpendiculares ao eixo de flexão (alma), permitem calcular as propriedades

efectivas finais devido a instabilidade local da secção. Verificou-se que se trata de uma

secção de classe 4.

Iteração (0):

Banzo

Reforço

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

68 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Alma

Iteração (2):

Banzo

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 69

Reforço

Alma

Conhecida a secção efectiva, determinou-se a nova posição do centro de gravidade e de

seguida calculou-se o módulo de flexão da secção efectiva mínimo (Weff,min). Assim, a

instabilidade local obteve-se o momento resistente da secção (Meff):

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

70 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Itotal (mm4) 2654401.35

Weff,i (mm

3) 35137.369

Weff,s (mm

3) 33406.993

Meff (kN.m) 12.027

Para a obtenção das larguras e espessuras efectivas, que permitem considerar o efeito da

instabilidade distorcional, optou-se por um método iterativo onde se fazem diversas

iterações ao nível dos conjuntos banzo-reforço, para obtenção de tensões críticas de

instabilidade distorcional e das correspondentes espessuras reduzidas.

Iteração (0):

yg (mm) 9.575 b1 (mm) 65.425 E (MPa) 210000 ν 0.3

zg (mm) 6.638 Is (mm4) 9974.240 kf 0 As (mm

2) 121.6

0.823=0.8747

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 71

Iteração (1):

Calculou-se as novas propriedades efectivas do conjunto banzo-reforço inferior,

mantendo os valores Ψ e kσ obtidos para a distribuição de tensões associadas à secção

bruta. De salientar, que as parcelas efectivas adjacentes à alma, mantêm-se inalteradas.

Banzo inferior

Reforço inferior

yg (mm) 10.568 b1 (mm) 64.432 E (MPa) 210000 ν 0.3

zg (mm) 6.870 Is (mm4) 11846.041 kf 0 As (mm

2) 130.891

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

72 Joana Rita Gilvaz Pinho.

0.818=0.8783

Iteração (7):

Banzo inferior

Reforço inferior

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 73

yg (mm) 10.526 b1 (mm) 64.474 E (MPa) 210000 ν 0.3

zg (mm) 6.880 Is (mm4) 11836.232 kf 0 As (mm

2) 130.685

0.818=0.8787

Conhecida a secção efectiva, determinou-se a nova posição do centro de gravidade e de

seguida calculou-se o módulo de flexão da secção efectiva mínimo (Weff,min). Assim, a

instabilidade distrorcional obteve-se o momento resistente da secção (Meff):

Itotal (mm4) 2602271.28

Weff,i (mm

3) 34963.598

Weff,s (mm

3) 32297.472

Meff (kN.m) 11.6271

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

74 Joana Rita Gilvaz Pinho.

5.3.3 Modos de instabilidade

A previsão do comportamento geometricamente não linear (de estabilidade) de barras

de parede fina tem de ser feita usando métodos de análise que englobem a influência de

cada um dos fenómenos de instabilidade relevantes (Silvestre et al., 2010b).

No que diz respeito ao comportamento de estabilidade, uma barra com secção de parede

fina pode ser classificada de acordo com o seu comprimento:

Barra curta – se a instabilidade ocorrer num modo local;

Barra longa – se a instabilidade ocorrer num modo global;

Barra intermédia – se a instabilidade ocorrer numa combinação de um modo

local com o um modo global.

5.3.3.1 Temperatura ambiente (20ºC)

Nesta secção apresenta-se a determinação das cargas críticas de instabilidade elástica e

respectivos modos, através de análises numéricas realizadas às madres quando sujeitas à

temperatura normal (20ºC). Não se consideraram assim imperfeições iniciais

geométricas e na análise por elementos finitos adoptou-se para a lei constitutiva um

modelo elástico linear.

Para as secções referidas, retirou-se do programa CUFSM (à temperatura ambiente), os

modos de instabilidade que esta pode atingir para os diferentes comprimentos.

Na Figura 5.11 é apresentada a comparação entre os resultados numéricos obtidos pelo

programa SAFIR sem imperfeições geométricas e pela curva correspondente aos modos

de instabilidade elástica obtida pelo programa CUFSM.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 75

Figura 5.11 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura ambiente (20ºC).

Na comparação dos resultados numéricos obtidos à temperatura ambiente (20ºC),

verificou-se que os comprimentos estudados atingem o modo de instabilidade local,

global e distorcional.

5.3.3.2 Situação de incêndio

De uma forma semelhante apresenta-se a determinação das cargas críticas de

instabilidade elástica e respectivos modos, através de análises numéricas realizadas às

madres quando sujeitas às temperaturas 350 ºC, 500 ºC e 600 ºC.

Com a finalidade de se fazer uma comparação directa entre os resultados obtidos neste

trabalho, com o programa SAFIR e os métodos simplificados dos Eurocódigos, e devido

a facto de estes perfis possuirem paredes finas, os testes foram feitos com temperaturas

uniformes na secção transversal. Assim, as temperaturas foram impostas com

temperaturas uniformes na secção transversal, fazendo com que as temperaturas em

cada elemento fossem submetidos à mesma temperatura em toda a secção.

0

1

2

3

4

5

6

1.00E+02 1.00E+03 1.00E+04

M/Mc,rd,θ

L(mm)

SAFIR (FEM)

CUFSM (FSM)

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

76 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 5.12 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura de 350ºC.

Figura 5.13 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura de 500ºC, a partir do SAFIR, CUFSM e

pela curva do EC3

0

1

2

3

4

5

6

1.00E+02 1.00E+03 1.00E+04

M/Mc,rd,θ

L(mm)

SAFIR (FEM)

CUFSM (FSM)

0

1

2

3

4

5

1.00E+02 1.00E+03 1.00E+04

M/Mc,rd,θ

L (mm)

SAFIR (FEM)

CUFSM (FSM)

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 77

Figura 5.14 - Comparação dos resultados obtidos, à temperatura de 600ºC, a partir do SAFIR, CUFSM e

pela curva do EC3

Para uma melhor compreensão dos modos de instabilidade existentes, apresenta-se nas

Figura 5.12, Figura 5.13 e a Figura 5.14, uma análise comparativa entre os modos de

instabilidade que o perfil pode exibir, sujeito a flexão simples, e as cargas últimas

obtidas no programa SAFIR em 3D para os comprimentos 100 mm, 700 mm e 4000

mm à temperatura ambiente.

0

0.5

1

1.5

2

2.5

1.00E+02 1.00E+03 1.00E+04

M/Mc,rd,θ

L (mm)

SAFIR (FEM)

CUFSM (FSM)

0

1

2

3

4

5

6

1.00E+02 1.00E+03 1.00E+04

M/Mc,rd,θ

L(mm)

SAFIR (FEM)

CUFSM (FSM)

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

78 Joana Rita Gilvaz Pinho.

a) b)

Figura 5.15 - Madre de comprimento L=100mm à temperatura ambiente a) Programa SAFIR, b)Programa

CUFSM.

a) b)

Figura 5.16 - Madre de comprimento L=700mm à temperatura ambiente a) Programa SAFIR, b)Programa

CUFSM.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 79

a) b)

Figura 5.17 - Madre de comprimento L=4000mm à temperatura ambiente a) Programa SAFIR,

b)Programa CUFSM.

Para os mesmos comprimentos, faz-se a mesma análise comparativa entre os modos de

instabilidade e as cargas últimas obtidas no programa SAFIR em 3D (Figura 5.18 à

Figura 5.19) mas neste caso para uma situação à temperatura de 350ºC.

a) b)

Figura 5.18 - Madre de comprimento L=100mm a) Programa SAFIR, b)Programa CUFSM.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

80 Joana Rita Gilvaz Pinho.

a) b)

Figura 5.19 - Madre de comprimento L=500mm a) Programa SAFIR, b)Programa CUFSM.

a) b)

Figura 5. 20 - Madre de comprimento L=4000mm a) Programa SAFIR, b)Programa CUFSM.

É assim visível nos resultados obtidos por elementos finitos, a predominância do modo

de encurvadura local para os comprimentos pequenos, o modo de encurvadura

distorcional para os comprimentos intermédios e o modo de encurvadura global para os

comprimentos longos.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 81

5.3.4 Influência das imperfeições geométricas na resistência

Para as mesmas madres, referidas no ponto 5.3.3, foi realizada uma análise quanto à sua

resistência, contabilizando as imperfeições geométricas iniciais locais e globais de

acordo com a tolerância permitida na norma EN1090 (CEN, 2008).

São assim comparados os resultados numéricos, obtidos pelo programa SAFIR,

utilizando a lei constitutiva prevista na Parte 1-2 do Eurocódigo 3 (CEN, 2005b),

considerando que as madres:

Não têm imperfeições geométricas iniciais;

Apenas têm imperfeições globais;

Apenas têm imperfeições locais;

E têm ambas imperfeições globais e imperfeições locais.

Para além do estudo da influência da consideração destas diferentes imperfeições, foi

também analisado o comportamento das regras simples de cálculo prescritas na Parte 1-

2 do Eurocódigo 3.

Devido ao processo de fabrico, as secções de aço enformadas a frio exibem

simultaneamente um conjunto de paredes planas e um conjunto de cantos

“arredondados” que correspondem às zonas de dobragem das chapas. Devido à

existência destas zonas, no cálculo do momento resistente através da Parte 1-3 do

Eurocódigo 3, abordou-se a sua geometria através do método mencionado no Anexo C

do EC3 parte 1-3 (CEN, 2004). A metodologia de cálculo da secção efectiva para o

modo de instabilidade local diferiu da metodologia de cálculo da secção efectiva para o

modo de instabilidade distorcional. O modo de instabilidade local baseou-se no conceito

de largura efectiva, enquanto que o modo de instabilidade distorcional baseou-se no

conceito de espessura reduzida.

Esta comparação é apresentada na Figura 5.21 para a temperatura ambiente (20ºC).

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

82 Joana Rita Gilvaz Pinho.

Figura 5.21 - Comparação de resultados numéricos à temperatura ambiente (20ºC) para a secção C.

Posteriormente foi feita uma análise semelhante, mas sujeita a temperaturas elevadas.

Este estudo foi realizado considerando uma distribuição uniforme de temperatura em

toda a secção, para comparação com as curvas propostas nos Eurocódigos. As

temperaturas seleccionadas para este estudo foram 350ºC, 500ºC e 600ºC (Figura 5.22,

Figura 5.23 e Figura 5.24, respectivamente).

Figura 5.22 - Comparação de resultados numéricos à temperatura de 350ºC.

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00

M/Mc,rd,θ

λLT ,20

EC3

SAFIR sem imperfeições

SAFIR com imperfeições globais

SAFIR com imperfeições locais

SAFIR com imperfeições G+L

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00

M/Mc,rd,θ

λLT,θ

EC3

SAFIR sem imperfeições

SAFIR com imperfeições globais

SAFIR com imperfeições locais

SAFIR com imperfeições G+L

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 83

Figura 5.23 - Comparação de resultados numéricos à temperatura de 500ºC.

Figura 5.24 - Comparação de resultados numéricos à temperatura de 600ºC.

Em cada conjunto de resultados observam-se dois pontos máximos que distinguem a

ocorrência do modo de instabilidade local (para os comprimentos pequenos), do modo

de instabilidade distorcional (para os comprimentos intermédios), e o modo de

instabilidade global para os comprimentos longos.

Verifica-se que as madres sem imperfeições atingem uma maior resistência

relativamente às madres em que são tidas em conta as imperfeições locais e globais. É

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00

M/Mc,rd,θ

λLT,θ

EC3

SAFIR sem imperfeições

SAFIR com imperfeições globais

SAFIR com imperfeições locais

SAFIR com imperfeições G+L

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00

M/Mc,rd,θ

λLT, θ

EC3

SAFIR sem imperfeições

SAFIR com imperfeições globais

SAFIR com imperfeições locais

SAFIR com imperfeições G+L

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

84 Joana Rita Gilvaz Pinho.

perceptível a influência da introdução das diferentes imperfeições geométricas. Para

esbeltezas grandes as análises com imperfeições globais fornecem cargas últimas mais

baixas que as restantes simulações, enquanto que para esbeltezas baixas são as

imperfeições locais que reduzem as cargas últimas obtidas.

É ainda de salientar que apenas os comprimentos longos atingem uma maior

proximidade com a curva proposta pelo EC3, tornando a curva obtida para pequenas

esbeltezas demasiado conservativa.

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Capítulo 6.

Considerações Finais

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

Joana Rita Gilvaz Pinho. 87

6.1 Conclusões

Nesta dissertação apresentaram-se algumas aplicações dos perfis enformados a frio, os

processos de fabrico (processo de laminagem a frio e o processo de quinagem), algumas

características adicionais das suas secções, e ainda, alguns estudos já existentes sobre o

comportamento de madres em perfis enformados a frio, em situação de incêndio.

Abordaram-se algumas considerações necessárias para a análise estrutural dos perfis

enformados a frio, como os fenómenos de instabilidade (local, global e distorcional), os

fenómenos de deformação à torção e ao empenamento, a presença de reforços, o

colapso por esmagamento da alma e a especificidade das ligações.

Fez-se referência ao dimensionamento dos perfis enformados a frio de acordo com o

Eurocódigo 3. Foram mencionadas as propriedades dos materiais, o dimensionamento à

temperatura normal de acordo com a Parte 1-3 do EC3 e o dimensionamento em

situação de incêndio de acordo com a Parte1-2 do mesmo Eurocódigo.

Teve como objectivo principal a avaliação da resistência mecânica ao fogo de perfis

enformados a frio, dando particular atenção à sua utilização em vigas de cobertura

(madres). Com este objectivo, foi feita uma modelação numérica do seu comportamento

mecânico à temperatura ambiente (20ºC) e a altas temperaturas (350, 500 e 600ºC),

tendo em conta os modos de instabilidade e os problemas de encurvadura inerentes a

esta aplicação.

Foram comparados os resultados numéricos obtidos para a determinação das cargas

críticas de instabilidade elástica e respectivos modos, por análise de resultados obtidos

pelo método de elementos finitos (FEM) utilizando o programa SAFIR, com os

resultados obtidos pelo método faixas finitas (FSM) através do programa CUFSM.

Foi analisada a influência das imperfeições geométricas (locais, globais e locais mais

globais) verificando-se que estas são relevantes para a determinação da carga última

destes elementos.

Por fim, foi também realizada uma comparação entre os resultados obtidos para a

determinação da carga última e as prescrições previstas nas partes 1-2 e 1-3 do

Eurocódigo 3, verificando-se que estas últimas regras de cálculo se situam do lado da

segurança, sendo por vezes demasiado conservativas.

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Resistência ao fogo de vigas em aço com secções enformadas a frio

88 Joana Rita Gilvaz Pinho.

6.2 Desenvolvimentos futuros

O estudo de alguns dos aspectos focados pode ser merecedor de mais detalhe em

pesquisas futuras, tendo em vista a evolução do conhecimento do comportamento das

madres enformadas a frio sujeitas à situação de incêndio.

Todos os ensaios numéricos realizados nesta dissertação, para madres enformadas a

frio, foram realizados com uma secção em “C”. O estudo do comportamento das madres

com outras secções transversais, julga-se necessário.

No presente estudo foi abordada a flexão simples, por isso julga-se necessário em

desenvolvimentos futuros estudar o comportamento das madres à flexão desviada de

forma a permitir um conhecimento mais aprofundado das madres enformadas a frio.

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Referências

bibliográficas

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