13
JOÃO CABRAL JOÃO CABRAL DE MELO DE MELO NETO NETO

João cabral de_melo_neto

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: João cabral de_melo_neto

JOÃO JOÃO CABRAL DE CABRAL DE MELO NETOMELO NETO

Page 2: João cabral de_melo_neto

JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1920 – 1999)

- DIPLOMATA;

- MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS;

- POETA-ENGENHEIRO;

- PRINCIPAL OBRA: MORTE E VIDA SEVERINA.

Page 3: João cabral de_melo_neto

O ovo de galinha

O ovo revela o acabamento

a toda mão que o acaricia,

daquelas coisas torneadas

num trabalho de toda vida.

E que se encontra também noutras

que entretanto mão não fabrica:

nos corais, nos seixos rolados

e em tantas coisas esculpidas

Page 4: João cabral de_melo_neto

cujas formas simples são obra

de mil inacabáveis lixas

usadas por mãos escultoras

escondidas na água, na brisa.

No entretanto, o ovo e apesar

da pura forma concluída,

não se situa no final:

está no ponto de partida.

Page 5: João cabral de_melo_neto

CARACTERÍSTICAS

- Raciocínio e lógica;- Objetividade;- Ausência da ambiguidade;- Presença de elementos concretos da realidade;- Rejeição à inspiração;- Oposição à espontaneidade poética;- Traços metalinguísticos;- Tendência surrealista e cubista;- Denúncia social sem arrebatamentos sentimentais;- A situação do homem nordestino.

Page 6: João cabral de_melo_neto

Sevilha e o progresso

Sevilha é a única cidade

que soube crescer sem matar-se.

Cresceu do outro lado do rio,

cresceu ao redor, como os circos,

conservando puro seu centro,

intocável, sem que seus de dentro

Page 7: João cabral de_melo_neto

tenham perdido a intimidade:

que ela só, entre todas as cidades,

pode o aconchego de mulher,

pode o macio existir do mel,

que outrora guardava nos pátios

e hoje é de todo antigo bairro.

Page 8: João cabral de_melo_neto

TEMAS

- O Nordeste;- A Espanha;- A Arte.

ESTILO

- Anti-lírico e de musicalidade dissonante;- Textos de configuração concreta.

Page 9: João cabral de_melo_neto
Page 10: João cabral de_melo_neto
Page 11: João cabral de_melo_neto

MORTE E VIDA SEVERINA

AUTO DE NATAL PERNAMBUCANO

- Escrito entre 1954-55;- O retirante Severino sai do sertão e vai à cidade, seguindo o rio

Capibaribe (“o fio da vida”): sobrevivência, alimentação, multiplicação...

RIO VIDA- Divisão da obra:

I) Da cena 01 até a cena 12 – Caminho ou fuga para a morte.

II)Da cena 13 até a cena 18 – Presépio ou encontro com a vida.

Page 12: João cabral de_melo_neto

MORTE E VIDA SEVERINA

AUTO DE NATAL PERNAMBUCANO

- Dois movimentos narrativos:

I) O trajeto de Severino, para Recife, em face da opressão econômico-social.

II)A vida como o otimismo e a confiança no homem, em sua capacidade de resolver os problemas sociais.

- Estrutura dramática, em que a personagem principal transforma-se em adjetivo:

SEVERinO- “Saltar fora da ponte e da vida” X “saltar para dentro da vida”.

-

Page 13: João cabral de_melo_neto

"...E não há melhor respostaque o espetáculo da vida:

vê-la desfiar seu fio,que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma,

teimosamente, se fabrica,vê-la brotar como há pouco

em nova vida explodida;mesmo quando é assim pequena

a explosão, como a ocorrida;mesmo quando é uma explosãocomo a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosão

de uma vida severina.“