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JOELMA - nossolarcampinas.org.brnossolarcampinas.org.br/site/wp-content/uploads/2015/03/revista... · cêndio do Joelma, sem mais infor-mações, tendo o Chico solicitado que esperasse

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4 SOCORRO ESPIRITUAL

CHICO XAVIER E O INCÊNDIO DO EDIFÍCIO

JOELMA EM 1974Mensagem de uma vítima do incêndio

12 REFLEXÃO

BOATOS DA CONFUSÃO

Acusações a Chico Xavier

14 CAPAO QUE O ESPIRITISMO PREGA?Seus princípios fundamentais

18 ESCLARECIMENTO

PEQUENA CONVERSA ACERCA DA FEITIÇARIA

Explicações históricas do termo “feitiço”

22 ESTUDO

PUREZA DOUTRINÁRIA

Mediunidade não é misticismo

25 OBSERVAÇÃO

A HUMANIDADE E OS DESASTRES NATURAIS

Causa e Efeito da atuação do homem sobre a

natureza

27 COM TODAS AS LETRAS

A SEMANA EM QUE SE ESTÁ É ESTA

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

SUMÁRIO

Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar”Rua Luís Silvério, 120 – Vila Marieta 13042-010 Campinas/SPCNPJ: 01.990.042/0001-80 Inscr. Estadual: 244.933.991.112

Assinaturas

Assinatura anual: R$45,00(Exterior: US$50,00)

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EDITORIAL

Edição

Centro de Estudos Espíritas

“Nosso Lar” – Depto. Editorial

Equipe Editorial

Adriana Levantesi

Leandro Camargo

Rodrigo Lobo

Sandro Cosso

Thais Cândida

Zilda Nascimento

Jornalista Responsável

Renata Levantesi (Mtb 28.765)

Projeto Gráfico

Fernanda Berquó Spina

Revisão

Equipe FidelidadEspírita

Administração e Comércio

Elizabeth Cristina S. Silva

Apoio Cultural

Braga Produtos Adesivos

Impressão

Citygráfica

O Centro de Estudos Espíritas

“Nosso Lar” responsabiliza-se

doutrinariamente pelos artigos

publicados nesta revista.

[email protected] (19) 3233-5596

Contam que um jovem sedento de afirmação

espiritual procurou certa vez o pensador e

sacerdote hebreu Shammai e o interrogou:

- Poderias ensinar-me toda a Bíblia durante o tempo

em que eu possa quedar-me de pé, num só pé?

- Impossível! Respondeu-lhe o filósofo religioso.

- Então de nada me serve a tua doutrina, redargüiu o

moço.

Logo após buscou Hilel, o famoso doutor, propondo-

lhe a mesma indagação. O mestre, acostumado à

sistemática da lógica e da argumentação, mas, também,

conhecedor das angústias humanas, respondeu:

- Toma a posição.

- Pronto! Retrucou o moço.

- Ama! Elucidou Hilel.

- Só isso?! E o resto, que existe na Bíblia? Inquiriu,

apressadamente.

- Basta o amor, concluiu o austero religioso. Todo

restante da Bíblia é somente para explicar isso.

Joanna de Ângelis

ERRATA:

Em nossa matéria anterior de nome A Noite de São Bartolomeu ed. nr.47, na pág. 15, segunda coluna primeiro parágrafo onde se lê 1859, ocorreto é 1589.

Em nota de rodapé na pág. 16 a data correta é 30/10/1963 e não 39/10/1963

A fonte correta da matéria é: BOECHAT, Newton. O Espinho da

Insatisfação. Pág. 32-60. feb. Agradecimentos especiais à ElisabeteBucinelli.

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

SOCORRO ESPIRITUAL

Chico Xavier e o incêndio

do Edifício Joelma em 1974da Caio Ramacciotti

Embora o irmão Álvaro atenha reconhecido noInstituto Médico Legal,

ocultou o fato à progenitora. O diahavia sido exaustivo; apenas àquelahora, perto das seis da tarde é que alonga busca chegava ao fim. Desdeos primeiros momentos do incên-dio, Álvaro esgotara todas as possi-bilidades de encontrar Volquimar.

Os dois trabalhavam no edifícioJoelma; Álvaro Avelino Carvalhodos Santos, o filho caçula de 19 anose Volquimar, de 21 anos, eram fun-cionários da Crefisul; o rapaz traba-lhava no Térreo e Vôlqui, como eracarinhosamente chamada, no 23°,como gravadora de processamentode dados.

Tão logo deflagrado o incêndio,Álvaro ficou aguardando a cada che-gada de colegas dos andares superi-ores, a presença da irmã. Como atéàs 10 horas e meia ainda não conse-guira localizá-la, encarregou algunsamigos de continuarem à procura,enquanto ia em casa tranqüilizar amãe.

D. Walkyria encontrava-se noPronto Socorro Infantil Santa Ge-nerosa, acompanhando a filha deuma vizinha que lá estava interna-da. Até próximo das 11 horas da-quela manhã, de nada se sabia; foi

informada do incêndio por uma ser-viçal que procedendo aos cuidadosrotineiros de limpeza no quarto dacriança, comentou que um prédiona cidade pegava fogo. Curiosa, D.Walkyria desceu para maiores infor-mações na secretaria do pronto So-corro e soube tratar-se do Joelma.Enquanto tentava inutilmente ligaçãopara os filhos, o Álvaro chega, colocaa mãezinha a par da situação e voltaaté o Joelma para localizar a irmã.

As buscas exaustivas em volta doprédio, nas outras agências da Orga-nização Crefisul mais próximas,onde se elaboravam listas das pesso-as que conseguiam salvar-se, foraminfrutíferas.

Voltou para casa, com D.Walkyria e o auxílio de um amigomotorizado partiram à tarde paranovas tentativas de localização deVolquimar, tentativas que os leva-ram, por fim, ao Instituto MédicoLegal.

Deixando a mãezinha no carro,Álvaro entrou com o amigo no Ins-tituto e ao encontrar o corpo dairmã, julgou prudente ocultar o fatoao coração materno, até que chegas-sem a um Pronto SocorroCardiológico, onde, junto de ummédico, daria a notícia; D. Walkyriapoderia não resistir ao impacto.

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 5ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

D. Walkyria teve confirmado o

falecimento da filha em um Pronto

Socorro

Julho 2006 | FidelidadESPÍRITA

Entrando no carro, disse a ela quea Vôlqui não estava no Instituto e,em piedosa desculpa, falou que iri-am a um hospital próximo, ondetalvez a jovem estivesse; mas, aquicomeçam as participações do Alémque não permitiram a D. Walkyriamanter ilusões a respeito do desti-no da filha.

Assim que Álvaro deu a descul-pa e o carro já rolava pela TeodoroSampaio, bem em frente ao vetustoedifício do Instituto Oscar Freire,Volquimar apareceu em espírito paraa mãe. Sem que o irmão e o amigoa vissem, ela disse:

- “Mãe, o Álvaro já me achou eidentificou o meu corpo.”

- Álvaro, meu filho, perguntou,então, D. Walkyria, você já locali-zou sua irmã, não é verdade? semdizer como estava recebendo a in-formação.

- Não, mamãe, retrucou o Álva-ro, confuso, não a encontrei.

Continuava, contudo, o diálogoinvisível da filha com a mãe.

- “Mamãe, falou Volquimar sor-rindo, ele já me encontrou, sim, eestá ocultando a verdade da senho-ra.”

D. Walkyria tocou os ombros dofilho, no banco da frente e repetiu:

- Álvaro, fale-me a verdade, aVôlqui está no Instituto MédicoLegal, não é mesmo?

Já que o filho continuava ocul-tando a realidade, D. Walkyria silen-ciou e teve apenas confirmada a cer-teza do falecimento da filha em umPronto Socorro, onde, de imediatolhe foram ministradas poções cal-mantes.

O episódio que envolve o apare-cimento da filha, pós-mortem, à sen-sibilidade da genitora, na tarde do

mesmo dia do incêndio, foi confir-mado pela Volquimar em sua primei-ra mensagem psicografada pelo Chico,como veremos mais adiante.

Fato consumado, voltaram paracasa e à uma da manhã chegava ocorpo de Volquimar já liberado; namanhã seguinte foi sepultada noCemitério Nova Cachoeirinha.

Filha de Walkyria Carvalho dosSantos e de Geraldo Avelino dosSantos, Volquimar nasceu emGuaratinguetá – SP a 1° de julhode 1952, vindo a falecer no dia 1°

de fevereiro de 1974, com 21 anos.Em 1969, residindo em

Pirassununga, no interior paulista,Volquimar formara-se professoraprimária, junto com outra irmã, aVolnéia, e, em seguida, a famíliamudara-se para São Paulo. Em ou-tubro de 1973, após passar por al-gumas organizações comerciais, foilevada pelo irmão que já era funcio-nário da Crefisul para trabalhar jun-to dele no Edifício Joema I, ondedesencarnaria quatro meses depois.

Exercia a função de gravadora no

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

A benção do esclarecimento espírita

foi muito importante para a família de

Volquimar

setor de processamento de dados,no 23° andar, que foi severamentecastigado pelo incêndio.

Na véspera de sua morte, Vôlquifaltara ao serviço para preparar a do-cumentação necessária à matrículana Universidade de São Paulo, ondefora aprovada nos exames vestibula-res recém-realizados, na cadeira deletras.

O Reencontro

A bênção do esclarecimento es-pírita foi muito importante para afamília de Volquimar, no períodode adaptação após a partida da filhapara o Plano Espiritual. A dor, con-tudo, não deixava o coração saudo-so de D. Walkyria, que, a despeitode convicta da sobrevivência da fi-lha, tendo-a visto, inclusive em es-pírito na tarde de seu falecimento,como vimos anteriormente, não seacostumava com a ausência daqueleanjo meigo, companheira de tantossofrimentos e lutas, amigainseparável.

Mas a vida nos empurra invaria-

velmente para a frente, com a reno-vação dos valores a nos cobrar areadaptação às circunstâncias, pormais adversas que sejam. E D.Walkyria sabia que não poderia fu-gir ao imperativo da renovação.

Conhecia Francisco CândidoXavier, das apresentações do Pinga

Fogo, no Canal 4 - São Paulo, ascélebres participações de julho e de-zembro de 1971, em que Chicoampliou consideravelmente a legiãode seus admiradores, sobretudo en-tre os não-espíritas que naquelasmemoráveis horas de magnetizaçãototal, através do vídeo, puderamavaliar a sua majestática dimensãode discípulo de Jesus.

Sendo informada pelo genro, re-sidente em Araras – SP, de queChico Xavier lá estaria no mês demarço, eis que quarenta dias depoisdo incêndio do Joelma, no dia 10de março de 1974, D. Walkyria eraa primeira pessoa da fila para abra-çar o querido médium.

Tão logo pôde cumprimentá-lo,disse-lhe que perdera a filha no in-cêndio do Joelma, sem mais infor-mações, tendo o Chico solicitadoque esperasse até o fim da reunião,o que ocorreu madrugada a dentro,dada a multidão que aguardava aoportunidade do abraço a ChicoXavier.

Às despedidas, Chico falou-lheda filha, identificando-a porVolquimar, sem nunca ter tido qual-quer informação a respeito da jo-vem. Aliás, Volquimar, é nome pou-co comum e, convenhamos, nadafácil de ser sacado...

Dois meses depois, em maio de1974, D. Walkyria encontrava-se emUberaba e, em meio a uma conver-sa informal, Chico contou-lhe queo espírito de Volquimar estava di-zendo a ele que deixara em casa algoque permitiria a comunicaçãomediúnica entre ela e a mãezinha.

D. Walkyria negou a existênciade qualquer cousa que a filha tives-se deixado e que pudesse servir deintercâmbio com o Plano Espiritu-

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Não se recomenda, no geral, a

utilização desse tipo de reunião

mediúnica

al. Como Chico Xavier insistisse,lembrando que a Volquimar confir-mava a existência de uma cartolinacom letras e números, com as pala-vras SIM, NÃO e ADEUS e comum pequeno cartão móvelacoplado, o filho Álvaro lembrou-se de que realmente a Vôlqui haviafeito um cartão semelhante.

Voltando a São Paulo, identifi-caram a cartolina guardada entre ascoisas da filha e esse meio incipientede comunicação com os mortospassou a ser utilizado com freqüên-cia por D. Walkyria.

A cartolina é citada nas mensa-gens de Volquimar, como veremosmais adiante; ressalte-se nesse episó-dio a intensidade da intervençãomediúnica de Chico Xavier, que denada sabia. Aliás, nem os familiaresda jovem se lembravam de que a fi-lha deixara semelhante cartão emcasa.

A comunicação com os espíritospelo mecanismo do abecedário éconhecida, com as restrições devidasà incipiência do método e à incon-veniência, no mais das vezes, de es-tabelecermos comunicação com oAlém, à nossa própria vontade, como risco de perturbações decorrentesdo intercâmbio, sem o adequadopreparo espiritual de nossa parte.

Consiste na disposição de umpedaço de cartolina, ou um cartãogrosso, das letras do alfabeto, dosalgarismos arábicos, e de palavrassimples, mas de utilidade no diálo-go mais rápido, como SIM e NÃO.Um copo ou, como no caso, umapequena peça de cartolina cortadaao meio, é que vai designando, du-rante a reunião, as letras e númerosque o espírito comunicante deter-mina. Uma pessoa as anota, forman-

do, assim, as frases desejadas.É necessária a presença de um

médium de efeitos físicos, pois ocopo ou o pequeno cartão cortadoao centro se move espontaneamen-te, à leve aproximação dos dedos domédium. Pessoalmente já presenci-amos semelhantes sessões em que ocopo utilizado para identificar asletras desejadas, circulava com tama-nha velocidade que chegava a cair,sem que os dedos do médium esti-vessem nele tocando. Trata-se de umfenômeno de efeitos físicos, com autilização do ectoplasma do mé-dium para a ação psicocinética so-bre o copo ou cartão.

Não se recomenda, no geral, autilização desse tipo de reuniãomediúnica. Apenas nos ocupamosde sua descrição para a ilustração defatos ocorridos com a família deVolquimar. Desse episódio da car-tolina e do abc destaca-se realmentea impressionante intervenção deChico Xavier que, desconhecendotudo, transmitiu o recado da filha àprogenitora.

Após essa visita de maio, D.Walkíria voltou a Uberaba em ju-lho de 1974, dois meses depois, re-cebendo a primeira mensagempsicográfica da filha. A segunda sur-giu um ano mais tarde.

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Quando recebi o impacto da notícia do

fogo, o tumulto fora da sala não era

pequeno

Mãezinha, estou bem!

Querida mãezinha, meu queridoÁlvaro. Primeiro a bênção que peço aDeus em nosso auxílio e a bênção querogo à querida mamãe para que asforças não me faltem, agora que tomoo lápis com o auxílio de meu avô paraescrever.

Não sei explicar a emoção que mecontrola todos os pensamentos. É comose voltasse todo o quadro de meses an-tes à memória.

Tudo me sensibiliza em excesso,tudo me faz recuar para rever o quedevo contemplar em mim própria comserenidade. E parece um sonho, ma-mãe, estarmos juntas, através das le-tras no entendimento desejado. Nãomais o cartão do alfabeto em que osmovimentos vagarosos demais nos im-

pedem a idéia de correr como deseja-mos.

Aqui, é alma para alma nas pala-vras que anseio impregnar de amor semconseguir. Peço-lhe não chorem mais oque ficou para trás no tempo, por ex-pressão das Leis Divinas em forma desofrimento.

Embora isto, sei que a senhora e osnossos pedem notícias. Como foi o ines-perado? Muito difícil a revisão. Tudoaconteceu de repente, como se devêsse-mos todos naquela manhã obedecer, deum modo só, a ordem que vinha domais Alto, a fim de que a gente trocas-se de vida e corpo.

Quando recebi o impacto da notí-cia do fogo, o tumulto fora da sala nãoera pequeno. O propósito de fazer comque o trabalho rendesse, habitualmen-

te, nos isolava dos ruídos exterio-res. E o tempo de preservação pos-sível havia passado. Atendi auto-maticamente ao impulso que nas-cia nos outros companheiros – des-cer à pressa. E fizemos isso. Eleva-dores não mais podiam aguardar-nos. A força elétrica sofrera a que-da compreensível.

Esforcei-me por atingir algummeio para a descida, mas isso sefazia impraticável. Com algunspoucos que me podiam ouvir, subi-mos apressadamente para os cimosdo prédio. A esperança nos helicóp-teros estava em nossa cabeça, masera muito difícil abraçar tantospara o regresso à rua com recursostão poucos. Entendi tudo e orei.Orei como nunca, lembrando todaa vida num momento só, porque osminutos de expectativa eram paranós um prolongado instante de ex-pectativa sempre menor. Tudo atra-vessei com a prece no coração. Eposso dizer a você, mãezinha que-rida, que um brando torpor me in-vadiu pouco a pouco...

O calor era demasiado para quefosse sentido por nós, especialmen-te por mim com minudências de re-gistro. Compreendi que não está-vamos à beira de uma libertaçãopara o mundo e sim na margem daVida Espiritual que devíamos acei-tar com fé em Deus. E aceitei. OsAmigos Espirituais, destacando-semeu avô Álvaro, comigo durantetodo o tempo, não me deixavamassinalar quaisquer violências, na-turais numa ocasião como aquela,da parte daqueles que nos removi-am do caminho em que se acredi-tavam no rumo da volta que nãomais se verificaria.

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Os irmãos hospitalizados, os que se

refazem do choque, são ainda muitos

Lembrando nossas preces e nossasconversações em casa, procurei esque-cer as frases de desespero que se pro-nunciavam em torno de mim. Essaatitude de prece e de aceitação meauxiliou e me colocou em posição deser socorrida.

Mais tarde com algumas horas deliberação do corpo, é que despertei aoseu lado. Aquele amigo certo que hojesei nele o meu avô e benfeitor de todosos dias, estava a postos, reconfortan-do-me...

Estava em meu próprio leito, refa-zendo energias, e por ele fui informa-da de que a ilusão de estar no corpo,precisava ser esquecida; que o nossoquerido amigo Álvaro, auxiliado porele, me encontrara a forma física nainstituição a que fôramos recolhidos,depois da luta enorme e que não mecabia agora, senão estar calma e fortepara fortalecê-la.

Mas quem pode se gabar de ser maisforte que os outros numa ocasião qualnaquela em que nos vimos todosagoniados e alterados sem qualquer pos-sibilidade de opção?

Chorei muito, mas Deus não nosabandona.

Por alguns poucos dias estive qua-se que constantemente ao seu lado, atédar-lhe a certeza de que deveríamosestar em paz.

Meu avô e outros amigos me aju-daram e prossigo na recuperação ne-cessária.

Os irmãos hospitalizados, os quese refazem dos choques, os que se reco-nhecem desfigurados por falta de pre-paração íntima na reconstituição daprópria forma e os que se acusam do-entes, são ainda muitos.

De minha parte, estou melhoran-do. Agradeço as suas preces e as ora-

ções de Volnéia e de Volnelita, do Ál-varo e dos nossos todos, sem esquecer anossa querida Célia e outras amigas.Todos os pensamentos de paz que meenviam são preciosos agentes de auxí-lio em meu favor.

Quanto posso, querida mamãe, eauxiliada por enquanto e sempre poramigos queridos daqui, volto ao nosso

ambiente familiar. Nossas irmãs e oscunhados José e Wilson sempre ami-gos, nosso Álvaro, nossos queridos Flá-vio e Cristiano, com a sua imagemmaterna em meu coração, prosseguemcomigo, como não podia deixar de ser.

Estou satisfeita por ter adquiridoum apartamento mais compatível comas nossas necessidades. Fui eu mesma,

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O amor é um milagre permanente. Por ele

nossos corações sempre se escoram em novas

esperanças para a vitória na vida

SOCORRO ESPIRITUAL

Baseado em Somos Seis, obra psicografada pelo médium ChicoXavier, Joelma 23º. Andar foi o primeiro filme brasileiro comtemática espírita e o único que retratou o trágico incêndio doedifício Joelma que deixou 179 mortos e mais de 300 feridos. Ajovem Lucimar (Beth Goulart) e seu irmão Alfredo trabalhamnum dos escritórios do edifício Joelma, em São Paulo. Noincêndio do Joelma, Lucimar morre e Alfredo escapa com vida.Dona Lucinda, a mãe de Lucimar, entra em depressão com amorte da filha. Aconselhada por amigos, ela procura o médiumChico Xavier, em busca de uma mensagem do outro mundo.

JOELMA 23º ANDAR

Extras: Entrevistas Especiais, Biografia de Chico Xavier, Entrevista com Chico Xavier, O Amor de Chico Xavier,

“Votos de Amigo”, de Emmanuel; Menus Interativos e Seleção de Cenas

PEDIDOS: www.dvdversatil.com.br OU Tel: (11) 3670-1950

DVD

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com o auxílio de meu avô e de outrosbenfeitores, quem lhe forneceu a idéiade aproveitarmos a ocasião para acompra.

A senhora, querida mamãe, não pre-cisava hesitar quanto ao assunto; vocêsabia que o nosso ideal era sempre ode conseguir o dinheiro para uma en-trada que aliviasse o futuro. E nãodiga mamãe que isso teria implicadona prova que atravessamos. De qual-quer forma a sua filha terminara otempo aí e, na essência, nós ambassempre tivemos a certeza de que a mi-nha existência seria curta na terradesta vez, em que aí estive. O fato degrifar as palavras “desta vez” me con-sola, pois isso dá a vocês a certeza deque estou em dia com a bênção da re-encarnação, na lembrança do queaprendi.

Meu avô e nossos amigos Augustoe José Roberto estão aqui conosco. Agra-deço as nossas queridas amigasYolanda e Helena, Acácia e outras ir-mãs, pelo incentivo à confiança emDeus que estamos recebendo.

O amor é um milagre permanente.Por ele as afeições se multiplicam e osnossos corações sempre se escoram emnovas esperanças para a vitória navida.

Querido Álvaro, lembre-me em nos-sos retratos felizes. Não me recorde des-figurada ou em situação difícil qualvocê é induzido a lembrar-me. Queridoirmão, atravessamos aquela sombra.Agora, tudo é luz e bênção; seja paraa nossa querida mamãe, o que vocêsempre foi, um companheiro e umabênção.

Comemoramos os aniversáriosde meu avô e meu que vocês marca-ram com as nossas preces. Quero pros-

seguir escrevendo, mas não consigo.Mamãe, continue forte e calma

na fé. A morte não existe; o que existeé a mudança que, por vezes, quandoimprevista, como foi o nosso caso, nãoé fácil de suportar.

Abraços aos nossos pequenos filhosdo coração. Não posso esquecer ossobrinhozinhos.

Nossos amigos Augusto e JoséRoberto, já treinados com o intercâm-bio na escrita, estão me amparando.Queridas irmãs Yolanda, Helena eAcácia, agradeço muito. Querida ma-mãe, meu querido Álvaro, irmãos eirmãs de coração, Deus os recompense.

Mamãe, ouça-me dando notícias erecorde aqueles recados: Mãezinha, fi-que tranqüila; mãezinha, estou bem;mãezinha, já cheguei do trabalho;mamãe, chegarei um pouco mais tar-de. E esteja certa, querida mãezinha,de que com o beijo de todos os dias e ocarinho de todos os momentos, conti-nua sendo sua, sempre sua, a filha quelhe entrega o próprio coração.

Hoje e sempre a sua �

VOLQUIMAR

13 julho 1974

Fonte:

XAVIER, Francisco Cândido. Somos Seis. Pág.

22 – 35. GEEM

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REFLEXÃO

Boatos da Confusão

por Suely Caldas Schubert

12-2-1945

“(...) Não te incomodes, meu caro

amigo, com os “boatos da confusão”.(...) Em Belo Horizonte, amigos

nossos em doutrina proclamaram depúblico que o “Chico Xavier nãopassa de uma propriedade da Fede-ração”, outros me escrevem me per-guntando “qual foi o preço pelo qualme vendi a ela”. Confrades da pró-pria Bahia costumavam escrever-me,começando assim: “Prezado amigoChico Xavier, você que se enrique-ceu com a literatura mediúnica, en-vie-nos tanto para auxiliar-nos nistoou naquilo”. Muitos me indagamsobre os “preços de meu contratomediúnico com a Federação” e al-guns irmãos aí do Rio, quase quesemanalmente, me escrevem em ter-mos ásperos, acusando-me de estarvendido à Casa de Ismael. A princí-pio, incomodava-me, hoje, porém,deixo que digam o que quiserem. Eisto ainda me serve de confortadora

advertência, porque se muitos dosnossos companheiros de crença nãopodem compreender a amizade de

um médium a uma instituição ve-nerável como a Federação, que es-perar dos nossos inimigos gratuitos?Temos de ouvir-lhes as leviandades,receber-lhes os golpes e seguir para afrente.

Grato pelas notícias do caso H.C.Esperemos por Jesus e pelas decisõesdo Supremo Tribunal com o Dr.Timponi à frente. Do que surgir, es-pero o obséquio de tuas notícias, sim?

...alguns irmãos me escrevem em

termos ásperos, acusando-me de estar

vendido à Casa de Ismael

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REFLEXÃO

Importa é perseverar no Bem,

prosseguir no trabalho e manter-se

vigilante

Fonte:

SCHUBERT, Sueli. Testemunhos de Chico

Xavier. Pág. 37-40. Feb. 1998

Em anexo, te envio no originalum trabalho que recebi ontem deAndré Luiz. Estou certo de que,com a ajuda de Deus, receberemos,em breve, novo livro dele.

Estou a seguir para Guaxupé eOuro Fino, logo que chegar a deter-minação telegráfica. É a luta das ex-posições pecuárias que recomeçamno novo período anual. (...)”

Chico Xavier inicia aconselhan-do Wantuil de Freitas a não se inco-modar com os “boatos da confu-são”. E relaciona algumas das levi-andades e agressões com as quais estásendo “presenteado” pelosconfrades. São tão absurdas que,realmente, não há nada a ser comen-tado sobre o teor dessas acusações.À nossa sensibilidade repugnam tais

acusações. O nosso bom senso re-jeita-as, imediatamente.

Mas disso resuma preciosa lição.Não apenas para os médiuns, maspara quantos trabalham na seara doBem.

Paulo de Tarso deixou-nos umalerta: “Em tudo somos atribula-dos, mas não angustiados; perple-xos, mas não desanimados.” (IICoríntios, 4:8.)

Em toda parte e em todos os tem-pos observamos que os obreiros doSenhor conhecem de perto as tribu-lações e perplexidades sob as mais

variadas formas, por permaneceremfiéis. Mas, por isto mesmo, isto é,porque dão o testemunho da fideli-dade a Jesus, não se deixarão domi-nar pela angústia ou se abater pelodesânimo.

Esta a lição que Chico Xavier nostransmite.

Que não nos deixemos abaterpelas tribulações e pelas surpresasdolorosas. Importa é perseverar noBem, prosseguir no trabalho e man-ter-se vigilante. Lembremo-nos deque o trabalho edificante é a nossamelhor defesa. Nele adquirimos re-sistência para vencer as tribulações.

Muitos companheiros se deixamficar no meio do caminho porquesofreram decepções, calúnias e ingra-tidões. Prostrados e abatidos, inter-rompem a marcha evolutiva, o que

redundará em graves prejuízos parasi mesmos.

Sigamos o exemplo que Pauloviveu no passado.

Imitemos o exemplo que ChicoXavier vive hoje, ao nosso lado.

Prosseguir sempre, com ânimofirme, perseverando no Bem, atribu-lados e perplexos, mas não abatidose angustiados. Afinal, se ChicoXavier tivesse desistido ante os em-bates, ante todas as perseguições ecalúnias, diante de todos os sofri-mentos que a esta altura do ano de1945 já eram em profusão em sua

vida, nós não teríamos toda essamaravilhosa literatura mediúnicaque ultrapassa, em 1985, a casa dos250 títulos.

Se Chico Xavier se deixasse aba-ter, e parasse, angustiado e prostra-do, desiludido e vencido, não teriacumprido o seu apostolado e nemseria o missionário que identifica-mos nele, atualmente.

Se Chico Xavier tivesse interrom-pido a sua caminhada, a pretexto delágrimas e dores, injustiças eincompreensões, estaria dando cam-po às trevas e semeando novos eamargos dissabores em sua existên-cia.

Com que rara felicidade ele devehoje abençoar todos esses aguilhõesque o impeliram a lutar e a vencer asi mesmo e que tornaram mais vali-osa a sua vitória!

Dando mostras de sua alta com-preensão das dificuldades humanas,lembra a Wantuil, no penúltimotópico: “(...) se muitos dos nossoscompanheiros não podem compre-ender a amizade de um médium auma instituição venerável como aFederação, que esperar dos nossosinimigos gratuitos? Temos de ouvir-lhes as leviandades, receber-lhes osgolpes e seguir para a frente.” �

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

O que o Espiritismo Prega?por Therezinha Oliveira - Campinas/SP

Quais são os seus princípios fundamentais, essenciais?

Que verdades eternas o Espiritismo nos descortina?

15Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : (19) 3233-5596

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

Deus

É a inteligência suprema do Universo,causa primeira de todas as coisas.

Tem a existência revelada pelas suas obras(efeito inteligente, causa inteligente).

São seus atributos: ser único, eterno,imutável, poderoso (onipotente), sábio(onisciente) mas, também, soberanamentejusto e bom, infinito em todas as suas per-feições.

Ama as suas criaturas, tudo prevê e pro-vê em favor delas por meio de leis naturais,perfeitas e imutáveis (não por capricho, ar-bitrariedade).

É o Pai, que respeitamos, em quem po-demos confiar, que não precisamos temer,a quem podemos amar.

A criação

No universo criado por Deus, dois sãoos elementos gerais: o fluido cósmico uni-versal e o princípio inteligente (ou seja, es-pírito e matéria).

Do princípio material (F.C.U.) surgem,por transformações e combinações, todasas substâncias e formas (a se comporem edecomporem incessantemente).

Do princípio inteligente que anima amatéria, individualizam-se os espíritos, se-res inteligentes que habitam o Universo,corporalmente ou não.

Imortalidade eintercâmbiomediúnico

Os seres espirituais sobrevivem à mortedo corpo e se comunicam com o plano ter-reno pela mediunidade.

A mediunidade é faculdade humana,natural (todos possuem, em maior ou me-nor grau) que permite a comunicação comos seres espirituais, geralmente de modo su-til.

Quando ostensiva:- enseja a manifestação evidente dos es-

píritos em nosso plano terreno;- comprova o intercâmbio entre o pla-

no espiritual e o material por efeitos físicos(objetivos), sons, luzes, movimento de coi-sas, materializações, ou por efeitos intelec-tuais (subjetivos), como a vidência, audi-ção, psicofonia, psicografia.

Encarnação eprogresso dosespíritos

Os espíritos:- encarnam para cumprir desígnios divi-

nos: serem úteis ao todo e se desenvolve-rem cada vez mais;

- individualizados a partir do princípiointeligente, têm todos um mesmo princí-pio, são simples e ignorantes, com o mes-mo potencial de faculdades a desenvolver.

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

- passam, em sua trajetóriaevolutiva, por experiências seme-lhantes, as quais levam o melhora-mento progressivo (intelectual emoral).

- até alcançarem todos um mes-mo fim, que é:

* a perfeição – o desenvolvimen-to de suas faculdades e potenciaisde pensamento, sentimento e açãono maior grau que nos é possívelconceber;

* e a felicidade – fruição de tudoo que se sabe, sente e pode, geran-do somente o bem, para si e paraoutros.

* O pleno progresso do espírito,intelectual e moral, somente é alcan-çado por meio da reencarnação. Oespírito reencarnará tantas vezesquantas se fizerem necessárias paraesse progresso.

Nascer, morrer, renascer ainda e progre-

dir sempre, tal é a lei. (Frase inscrita nodólmem do túmulo de Kardec, nocemitério Père Lachaise, em Paris)

A lei de ação ereação

A atividade dos espíritos é regidapela lei de causa e efeito que retri-bui ao ser conforme a ação que exer-cer, sem o que não saberia avaliar osefeitos do que fez.

Eles dispõem de livre-arbítrio, acapacidade (direito) de optar (esco-lher) o que acham melhor, sem oque não teriam responsabilidadenem merecimento individual. O li-vre-arbítrio tem limites providenci-ais, estabelecidos por Deus; é con-forme a capacidade que o espíritojá tenha de escolher com acerto ede modo que sua atividade não che-gue a perturbar o equilíbrio univer-sal.

Estão sujeitos ao determinismo,naquilo que a sabedoria divina im-põe para nosso bem. Por exemplo:encarnar, desencarnar, reencarnar;facear conseqüências do que já se fezrecebendo os efeitos dos atos prati-cados.

Entretanto, quaisquer que sejamas dificuldades exteriores, sempre

17Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : (19) 3233-5596

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

somos livres para melhorar ou agra-var a própria situação.

Pluralidade dosmundoshabitados

A reencarnação do espírito podese dar não apenas neste planeta masem outros mundos, poisincontáveis são no Universo osmundos habitados corporeamentepelos espíritos.

Há, pois, pluralidade dos mun-dos habitados.

Esses mundos podem ser classi-ficados, segundo o grau de evoluçãode seus habitantes, em: Primitivos;de Regeneração; de Provas e Expia-ções; Felizes; e Celestes ou Divinos.

Unidade do planodivino

Na vida universal, tudo e todosestão intimamente entrelaçados e seinfluenciam reciprocamente, deven-do a convivência ser harmoniosa,cooperativa.

Portanto, que haja respeito atudo na Criação, respeito à vida eajuda mútua entre todos os seres.

Estes são, em rápida síntese,

os princípios básicos do Espi-

ritismo. Quem quiser conhecê-

los mais amplamente, poderá

encontrá-los:

- nas obras básicas que Allan

Kardec escreveu, consideradas

como o pentateuco espírita:

* O Livro dos Espíritos

(1857)

* O Livro dos Médiuns

(1861)

* O Evangelho Segundo o Es-

piritismo (1864)

* O Céu e o Inferno (1865)

* A Gênese (1868)

- nas obras suplementares,

outros livros de Kardec, como:

O que é o Espiritismo (1859) e

Obras Póstumas (1890).

- e nas obras subsidiárias, de

autores como Leon Denis,

Gabriel Delane, Ernesto

Bozzano, Deolindo Amorim,

J. Herculano Pires; ou em li-

vros mediúnicos, como os

psicografados por Chico

Xavier, Yvonne Pereira,

Divaldo Franco e outros respei-

táveis médiuns. �

Fonte:

OLIVEIRA, Therezinha. Espiritismo a Doutri-

na e o Movimento. Pág. 29-33. CEAK. Campi-

nas/SP 2003.

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

por Hermínio C. Miranda

Pequena Conversa acerca

da Feitiçaria

Um desses dias, sentou-se à minha frente, no ônibuselétrico, uma senhora que trazia um exemplar do“Saturday Review”. Vinha na capa o título de um

dos artigos: “When space travel was witcheraft”, ou seja: “ Notempo em que as viagens espaciais eram feitiçarias”.

Não tive a oportunidade de ler o artigo e ignoro se aterei, pois nem sei ao certo de que data era a revista, masaquele título acendeu uma luzinha nesse maravilhosocomputador que todos temos na mente.

Antes de tudo, o que vem a ser feitiçaria? Todos nósouvimos histórias de feiticeiros medievais que realizavam seusprodígios, ora em benefício de alguém, ora em prejuízo. AEnciclopédia Britânica esclarece que a palavra inglesa parafeiticeiro (witch) tem a mesma raiz semântica de “wit”, que,por sua vez, quer dizer: saber, conhecer. O feiticeiro é, portanto,uma pessoa que possui certo conhecimento, usualmente tidopor “oculto” por não ser revelado a todos. Já em português, apalavra feiticeiro vem do feitiço, que os dicionaristasdecompõem em feito mais iço. O feiticeiro seria então aqueleque, na linguagem popular, arranja “uma coisa feita”. É precisolembrar que feitiço também se associa à palavra “fetiche”, queserve para nomear o objeto de adoração entre os selvagens.

Aí por volta do século XV, o termo feitiçaria passou a serempregado para designar os mágicos em geral, adivinhos e

O feiticeiro é, portanto, uma pessoa

que possui certo conhecimento,

usualmente tido por “oculto”

ESCLARECIMENTO

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 19ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

quando essas práticas são realizadas

pelas religiões institucionalistas são

chamadas de profecia

videntes. É ainda na tão sólida econceituadíssima Britânica quevamos colher esta observação deprofundo sentido filosófico. Diz láque quando a prática se realiza, “emnome da divindade de uma dasreligiões estabelecidas, chama-seprofecia; quando, porém, é feita emnome de um deus pagão, é merafeitiçaria”. Tudo depende, pois, doponto de vista em que se coloca apessoa que aprecia o fato. Nohistórico incidente entre Moisés eos mágicos do faraó, fica bemevidenciada essa verdade. Enquantoa versão bíblica considera os mágicosegípcios à sua moda, a versãodemótica do incidente retrataMoisés como miserável bruxoestrangeiro que os próprios egípcioshaviam salvado das águas.

Na Inglaterra, segundo LordeCoke, a definição oficial de feiticeiroé, “a pessoa que confidencia com oDemônio para consultá-lo oupraticar alguma ação”. Também éuma definição muito curiosa esta.

No fundo, o que os espíritasvemos nisso tudo é que assim comoa Alquimia esteve nas origens daQuímica e da Física, e a Astrologiafoi o germe de onde emergiu aAstronomia, a prática aindarudimentar e primitivas das artesdivinatórias era, no fundo, oalvorecer da mediunidade na raçahumana. A única diferença é –como frisa a Britânica – que,quando essas práticas são realizadaspelas religiões institucionalistas, sãochamadas de profecia, e, quando porqualquer outra religião, passam porfeitiçaria pura e simples.

Também os fenômenosmediúnicos de cura, daclarividência, da levitação, da

psicografia e da xenoglossia, quandoocorrem com Santos da Igreja, sãomilagres de pessoas tocadas pelagraça. Quando, porém, acontecemcom os que se acham fora do círculosagrado, então é feitiçaria ou práticademoníaca. Às vezes, os senhoresteólogos cometem enganos sérios,por não terem distinguido bem, àprimeira vista, de que lado deveriamcolocar a coisa. Um exemplodramático dessa dubiedade temosem Joana D’Arc, que foioficialmente herética e feiticeira e,depois, tão oficialmente quanto daprimeira vez, canonizada. As vozesque dantes ouvia eram do demônio,sob um dos seus mil disfarcesdiferentes. Depois de reexaminado

o processo, foi tudo isso desfeito,com muita habilidade e abundantesdissertações canônicas, mas aoexpectador bem atento nãoescaparão as escamoteaçõespraticadas à vista do respeitávelpúblico.

Não digo isso para atacarninguém, nem instituição alguma:são os fatos da história e não hácomo revogá-los; podemos apenasreconstituí-los.

A Inquisição queimou grandenúmero desses pobres seres que, porcontingências cármicas, nasciam comfaculdades mediúnicas. Amediunidade, aliás, é uma das maisbelas e das mais difundidas faculda-des do ser humano. No entanto,

ESCLARECIMENTO

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

Pasteur enfrentou o desprezo dos

inquisidores da Ciência

milhões de pessoas sofrem de malespsíquicos e físicos por não teremconhecimento desse problema e,por conseguinte, não estarem emcondições de desenvolver harmoni-osamente seus recursos mediúnicose canalizá-los para o exercício sadioe controlado. Em lugar disso, ficamà mercê de influências de que nemsequer suspeitam e levam uma exis-tência inteira, ou mais de uma, ator-mentadas por doenças misteriosas,temores incompreensíveis, joguetesde emoções incontroláveis, de esta-dos de depressão e euforiainexplicáveis. Se dispõem de recur-sos materiais, vivem numa peregri-nação permanente, de consultórioem consultório, sem jamais atina-rem com a causa real dos males queas afligem, quando poderiam facil-mente identificar essa causa e remo-ver os seus efeitos daninhos.

Mas isso é outra história. Faláva-mos, no início, sobre o tempo emque as viagens espaciais eram consi-deradas como feitiçaria. Há uma li-ção muito profunda nisso. A orgu-lhosa ciência de hoje está cheia de“conquistas” que, ainda há poucosséculos, eram pura feitiçaria. Quemousaria, na Idade Média, imaginaruma viagem à Lua? Quem seria ca-paz de proclamar a possibilidade deseres inteligentes, em outros corposcelestes, além da Terra? Quem po-deria experimentar, como aquelecientista americano, com o poder daprece sobre o crescimento das plan-tas? ou com o cogumelo “amanitamuscaria”, como o Dr. AndrijaPuharich? ou com a hipnose médi-ca, hoje tão difundida?

Não faz muito tempo, Pasteurenfrentou o desprezo dosinquisidores da Ciência que não

podiam admitir a existência do ger-me. Bastava formular uma hipótesecientífica acerca da circulação dosangue, como Miguel Servet, paraficar sob franca suspeição. Para Cel-so, que revolucionou a Medicina deseu tempo e discorreu até acerca damediunidade e da escrita automáti-ca (psicografia), andou às turras coma Inquisição. TambémErasmo, o humanistamáximo que avultacomo um gigante inte-lectual no século emque viveu, conseguia, àsvezes, polarizar as anti-patias tanto de um lado,da Igreja, como das fac-ções que se lhe opu-nham. Eram homensque pregavam coisas no-vas e revolucionáriasque, como filhas espúri-as do intelecto, não havi-am ainda merecido a gra-ça de ficar ao abrigo ma-terial da ciência oficial ou

da Teologia. Esse é o exemplo cons-tante, repetido, cansativo da História.

Já era tempo de ter sido corrigidaessa curiosa deformação do espíritohumano. Alguns grupos se apossa-ram do que lhes parece ser a Verda-de e tudo quanto esteja fora daque-le círculo está errado ou, na melhordas hipóteses, não tem méritos parareceber o “Nihil Obstat” dos carde-ais das Academias de Ciência.

Para quem olha a coisa superfici-almente, isto é mistério profundo.O que vemos, em última análise, éque a Ciência não progride com avelocidade que seria de se esperardela. Afinal de contas, o conheci-mento humano acumulado traz emsi mesmo um fator de aceleração,pois que, como dizia Lavoisier,

“nada se cria, nada se perde, tudo setransforma”. Inventar é descobrir no-vas combinações de idéias e de fatospreexistentes. Mas, se do inventárioque fazemos das idéias excluímosexatamente aquelas que nos assegu-ram a existência do Espírito e nosensinam algumas leis acerca do seufuncionamento, como é que vamosdescobrir novas combinações quelevam avante a Psicologia, a Medici-

Louis Pasteur (1822-1895)

ESCLARECIMENTO

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 21ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

Os que lidam com os problemas da

mediunidade ainda são atirados à

vala comum

na, a Sociologia, a Moral? Como?O que acontece, na realidade, é

que os cientistas que já atingiramesse patamar do conhecimento hu-mano, onde a existência,preexistência e sobrevivência do Es-pírito são concepções pacíficas e in-discutíveis, ainda não têm nas mãoso comando do mecanismo científi-co da Humanidade. A despeito depossuíres conhecimentos muitomais avançados que os homens dasacademias oficiais, vivem marginali-zados e o máximo que concedemaos colegas é um sorriso de compai-xão superior. Também isto não édifícil de entender. Essesvanguardeiros de hoje são os mes-mos de ontem. Servet, que primei-ro imaginou a teoria da circulaçãodo sangue, numa época em que issoera inadmissível, poderá muito bemestar por aí reencarnado a pesquisarimportantes questões suscitadas pelabiologia do Espírito. Galileu, queproclamava a revolucionária teoriado heliocentrismo, deve andar hojeenvolvido em aspectostranscendentais da medicina espaci-al, preparando a era de intercâmbioespiritual entre as diversas popula-ções siderais. Para Celso, o chama-do “médico maldito”, andará a es-tudar operações delicadíssimas noperispírito, a fim de que possam re-percutir no corpo físico e corrigirdeficiências deste. Os homens quefizeram a Reforma Protestante esta-rão hoje trabalhando na patrulhaavançada do Espiritismo. Nascemessas criaturas com a vocaçãoinvencível para o pioneirismo quedesgasta, sacrifica, aniquila o ho-mem quando está na carne, mas queo transfigura quando retorna aomundo espiritual.

O grande problema é que aquelesespíritos que antigamente sesentavam ao lado dos inquisidoresou escreviam tratados para provarque a Terra era um bolo sustentadopor doze elefantes já aceitaram acirculação do sangue, a esfericidadeda Terra, o heliocentrismo, oProtestantismo, mas continuam naspoltronas acadêmicas e nas cátedras

universitárias a combatertenazmente a existência do Espírito,a reencarnação, a possibilidade decomunicação entre os seresencarnados e os desencarnados, amediunidade e tantas outras idéiasque precisavam ser, quanto antes,incorporadas ao patrimônio dasVerdades provadas.

Por isso, vemos Freud mergulharnas profundezas do espíritohumano, agarrar lá no fundo tantasgenuínas pérolas e depois jogá-lasfora, julgando-as falsas, para trazercacos de vidro brilhante deixadospor algum naufrágio milenar.

Por isso, os que hoje lidam comos problemas da mediunidade aindasão atirados à vala comum, decambulhada com feiticeiros,mágicos, macumbeiros e bruxos.

A viagem espacial, que nopassado era bruxaria, é hoje realidadeque ninguém, em seu juízo perfeito,pode recusar. O mesmo acontecerácom a mediunidade, com areencarnação, com acomunicabilidade dos Espíritos.

Os que hoje recusam estasnoções, acabarão por aceitá-las,senão daqui a 50 anos pelo menosem um século, ou dois, ou mil anos,não sei, pois que o tempo não contamuito para o Espírito eterno. Nãosei quanto tempo levamos nós paraaceitá-las... E como não se vê, nemmesmo uma vaga linha do Infinito,onde termina a evolução do ser

humano, ficamos a imaginar otempo em que tambémperseguíamos o semelhante porcausa de idéias novas ouridicularizávamos por causa dasnovas doutrinas. Mas tambémsonhamos com o tempo futuro emque estaremos no plano onde seencontram hoje aqueles que, nopassado, foram vítimas de nossasrisotas e da nossa intolerância, poisque estes estão lá, muito além dalinha do horizonte, como diriaAlencar. �

ESCLARECIMENTO

Fonte:

MIRANDA, Hermínio C. Candeias na noite

escura. Pág. 55 a 60. Feb.

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

ESTUDO

Este é um assunto tratado com muita seriedade porvários núcleos Espíritas. Mas infelizmente, mui-tos outros não percebem sua importância, ou sim-

plesmente o desprezam, atendendo ao comodismo ou a in-teresses próprios deturpando o Espiritismo. Podemos dizerentão, que as deturpações da Doutrina são de duas modali-dades: uma, por assim dizer, ingênua, não tem intuito dolosoou segunda intenção; outra envolve exploração e possui fi-nalidade oculta. Na primeira consideramos: o uso damediunidade para assuntos mundanos; seu cultivo comorotina e sem orientação; as fantasias referentes às personali-dades dos espíritos comunicantes; o cerimonial que se en-xerta na prática espírita, o abuso das sessões de passes e decura; a falta de crítica no relato e na publicação dos fenôme-nos supranormais; as idéias estranhas ao Espiritismo quenele querem ser enxertadas: idéias dogmáticas, esotéricas outeosóficas. Como exemplo de deturpações dolosas, comintuito de lucro ou propaganda, encontramos o anúncio demédiuns receitistas, as falsas operações, as práticas baixas,visando questões materiais.

Nós, espíritas, devemos trabalhar pela pureza doutriná-ria, isto é, devemos praticar, estudar e divulgar a DoutrinaEspírita de acordo com sua codificação. Isso é necessárioporque, tememos que esteja ocorrendo, no movimento es-pírita, o que aconteceu com Cristianismo primitivo que erapuro, espiritualizado, como Cristo ensinou. Mas no mo-mento em que foi admitido pelo poder temporal de Romae as massas ignorantes o aceitaram, essas foram impondosuas crendices e superstições, trazidas do fetichismo e dopaganismo. Foram nele infiltrando seus rituais, explicaçõesinfantis, solenidades, mistérios. À medida que o ritualavassalava a nova igreja, aliada agora de reis e imperadores, aessência do cristianismo foi sendo relegada a segundo planoe, afinal, esquecida.

Com o Espiritismo há o perigo de acontecer o mesmo.À medida que a palavra dos Espíritos passou a ser ouvidaem toda parte, que os grandes médiuns começaram a atrairmultidões, e os livros espíritas mostraram ao mundo os prin-

Pureza DoutrináriaPor Wellington Santiago

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 23ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

ESTUDO

devemos estar atentos às deturpações

da Doutrina

cípios da Terceira Revelação, multi-dões acorreram aos Centros Espíri-tas. Mas estes, infelizmente, não fo-ram em busca de uma iluminaçãointerior, de uma explicação para astorturantes dúvidas filosóficas, masde remédio pronto e fácil para to-das as enfermidades do corpo e doEspírito. Essa grande massa nãopossuía o menor interesse na Dou-trina e, sim, no que poderia obterde imediato e material. Queria en-contrar dentro do movimento espí-rita, os mesmos rituais e solenida-des aos quais estava afeita.

Cada instituição tem sua parti-cularidade na maneira de conduçãodos trabalhos e estudos, pois, sãodirigidas por diferentes pessoas quesabemos, possuem individualidade,portanto, possuem sua própria ma-neira de pensar. O local do CentroEspírita, seu tamanho, tipo de pú-blico (escolaridade, nível sócio-eco-nômico) que o freqüenta, tambémpode influenciar na maneira de suacondução. Isso é perfeitamente com-preensível. Mas, devemos estar aten-tos às deturpações da Doutrina.

Muitos dirigentes, temendo ficarcom as Casas vazias, até hoje vãocedendo, fazendo sempre uma pe-quena concessão, aparentementeinofensiva, amanhã outra, e assimpor diante. Quando se perceber, aprática e as reuniões estarão total-mente deturpadas, com a introdu-ção de práticas não condizentescom o Espiritismo. Assim, vão sedistanciando da essência da Dou-

trina Espírita que é a de educar

almas.Esclareçamos, portanto, que no

Espiritismo não se adota:· Exorcismo para afastar maus

espíritos;

· Sacrifícios de animais e, mui-to menos, de seres humanos;

· Rituais de iniciação de qual-quer espécie ou natureza;

· Paramentos, uniformes ouroupas especiais;

· Altares, imagens, andores, ououtros objetos;

· Promessas, despachos,riscadura de cruzes e pontos, práti-ca de atos materiais oriundos dequaisquer outras concepções religi-osas ou filosóficas;

· Rituais e encenações extrava-gantes de modo a impressionar opúblico;

· Confecção de horóscopo,exercício de cartomancia e outraspráticas similares;

· Administração de sacramen-tos como casamentos e batizados,concessão de indulgência e sessõesfúnebres ou reuniões especiais parapreces particulares a desencarnados;

· Talismãs, amuletos, oraçõesmiraculosas, bentinhos, eescapulários, breves ou quaisqueroutros objetos e coisas semelhantes;

· Pagamento ou retribuição dequalquer natureza por beneficio es-piritual recebido;

· Atendimento de interessesmateriais para “abrir caminhos”;

· Danças, procissões e atos aná-logos;

· Hinos ou cantos em línguasexóticas;

· Incenso, mirra, fumo, velas

ou substâncias outras que induzamà prática de rituais;

· Qualquer bebida alcoólica,substâncias alucinógenas ou drogas.

Esclareçamos, também que só háum Espiritismo, o que foi codifica-do por Allan Kardec e por ele assimdenominado, não existindo, portan-to, diferentes ramificações ou cate-gorias, como “alto” ou “baixo Espi-ritismo”, “Espiritismo de mesa”,“Espiritismo Elevado”, ou outrasdesse gênero.

O Espiritismo nos liberta de to-das essas práticas, nos estimula a ser-mos sinceros nos nossos atos, pois,sabemos que o que importa sãonossos sentimentos, então, as práti-cas espíritas devem ser autênticas:simples (sem exterioridades), since-ras (baseadas na verdade), fraternas(caridade) e buscando o bem (cum-primento da vontade divina).

Todos que tiveram a felicidade de

entender a Doutrina devem coope-rar pela manutenção da Pureza Dou-trinária. Que não se omitam. Quenão se escondam atrás de um como-dismo preguiçoso, alegando que,cada qual tem o direito de adotar aprática que quiser, e que cada qualvive a religião de acordo com seu graude evolução intelectual. Realmente,não temos o direito de apontar odedo ameaçador à face dosprofitentes de outras religiões e cul-tos. Eles têm o direito de ter a reli-gião que quiserem e adotar os cultos

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FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

ESTUDO

que bem entenderem. O que não sepode compreender é que, em nomedo Espiritismo, se pratiquem atos to-talmente contrários à Doutrina.

Mas como lutar pela PurezaDoutrinária? Pensamos que toda

orientação neste campo deve serrealizada com amor, com desejoreal de esclarecimento, e nãoesnobando as práticas não condi-zentes com Doutrina, apenas paraexaltar o intelecto por vaidade.Sabemos do caso de um confradeque criticou severamente um Cen-tro Espírita. Ele foi convidado ase retirar, criou melindres e até

hoje o Centro continua com asmesmas práticas, isto é, não pro-duziu nada! Sejamos, então, frater-nos, colaborando para que o Es-piritismo alcance o seu objetivoonde ele for professado. Devemos

lembrar que todo indivíduo, ao setornar espírita, não só descobriuuma verdade nova, mas assumiu ocompromisso, perante Deus e oshomens, de lutar pela melhoria dahumanidade. Essa luta não consis-te, apenas na freqüência dos tra-balhos e em fazer caridade. Abran-ge, também a reforma moral. En-tretanto, que reforma é essa, em

que a pessoa procura tornar-se boae pura, mas não se importando se,em seu redor, os semelhantes con-tinuam abandonados, dominadospelas normas erradas de proceder,adotando posturas religiosas feti-chistas ou mágicas, substituindoa medicina e a higiene por práti-cas absurdas.

A Codificação nos ensina queo progresso do espírito está inti-mamente ligado ao da coletivida-de, onde o homem está inserido.Portanto, só evoluiremos espiritu-almente, na medida em que tam-bém ajudarmos o nosso semelhan-te a progredir. �

A Codificação nos ensina que o

progresso do espírito está intimamente

ligado ao da coletividade

Bibliografia:

LEX, Ary, Pureza Doutrinária, 3ª edição, Ed.

Humberto de Campos, São Paulo-SP, 1996.

OLIVEIRA, Therezinha, Iniciação ao Espiri-

tismo, 8ª edição, Ed. CEAK, Campinas-SP,

2000.

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 25ASSINE : (19) 3233-5596 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

OBSERVAÇÃO

por Wellington Santiago

A Humanidade e os

Desastres Naturais

Devido às últimas catás-trofes que abalaram omundo, a humanidade

começa a se dar conta de um aumen-to da devastação e dos desastres na-turais. A ONU (Organização das Na-ções Unidas) divulgou um relatóriorevelando que nos últimos dez anos,tragédias dessa ordem vitimaram60% mais pessoas em comparaçãocom as duas décadas anteriores.

A dúvida de todos é: por que issoestá ocorrendo? O primeiro impul-so é culpar as mudanças ambientaisprovocadas pelo ser humano.

Há evidências de que algumasdessas calamidades estejam se inten-sificando devido ao desmatamentoe a emissão de gases do efeito estufadesde o início da queima de com-bustíveis fósseis em larga escala, coma Revolução Industrial, a partir de1750. De fato, as mudançasambientais têm importância quan-do se tratam de furacões, tempesta-des, nevascas, secas e ondas de ca-lor. Outros tipos de desastres, po-rém, como terremotos, tsunamis eerupções vulcânicas, pouco ou nadatêm a ver com a ação do homemsobre a natureza.

Especialistas tentam elucidar essaquestão. Segundo pesquisas realiza-das, os flagelos acontecem em todosos continentes, mas cerca de 95%

das mortes restringem-se aos paísesde médio ou baixo nível de renda,pois, as nações ricas possuemtecnologia para detectar mudançasambientais e alertar a população,

reduzindo dessa maneira o númerode mortes, mas os prejuízos materi-ais nos países desenvolvidos são tão

ou maiores em comparação aos emdesenvolvimento. De acordo comessas informações, alguns pesquisa-dores dizem que talvez não existaaumento no número de desastres,

mas sim na percepção deles, pois aquantidade de pessoas expostas émaior, há cem anos a população

Há evidências de que algumas dessas

calamidades estejam se intensificando

devido ao desmatamento

ASSINE : (19) 3233-559626 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SP

FidelidadESPÍRITA | Setembro 2006

OBSERVAÇÃO

mundial era de 1,5 bilhão, saltandopara 6 bilhões de habitantes no ano2000, um número quatro vezesmaior.

Porém, a arqueologia e a geolo-gia revelam a ocorrência de cataclis-mos na Terra precedendo a existên-cia humana e faz supor que outrasespécies desconhecidas tenham sidoextintas pela fúria da natureza.

Exemplos não faltam. Há 250

milhões de anos, uma série de ex-plosões vulcânicas extinguiu 90%das formas de vida marinha e 70%das terrestres. Outra hecatombeocorrida há 65 milhões de anos,acabou com os dinossauros e milha-res de outras espécies.

Assim, é possível dizer que a espé-cie humana, nascida há menos de 100mil anos, pode estar aproveitando de

um intervalo de calma do planeta,sacudido por pequenos “espasmos”ao longo de toda sua existência.

Apesar de todas as pesquisas rea-lizadas, ainda não há um consensosobre as causas da fúria da natureza,se são meras fatalidades ou vivemosnum planeta que é hostil à espéciehumana e estamos passando poruma concessão temporária entre ume outro de seus acessos de fúria.

ANÁLISE ESPÍRITA

Recorremos ao capítulo VI daterceira parte de O LIVRO DOSESPÍRITOS, que nos esclarece so-bre a Lei de Destruição. Analisandoas questões 728, 737 e 738, obte-mos as seguintes informações: a cha-mada destruição não passa de uma

transformação, objetivando a reno-vação e a melhoria dos seres vivos.Os flagelos destruidores são meiosutilizados pelas Leis Divinas para quea humanidade progrida mais depres-sa, é preciso perceber o objetivo parase apreciar os resultados. Nós obser-vamos apenas através de nosso pon-to de vista pessoal; daí vem à classi-ficação de flagelos, devido ao preju-ízo que nos causam. Deus empregatodos os dias outros meios para ohomem progredir, pois tem o co-nhecimento do bem e do mal, po-rém, a humanidade não se aprovei-ta desses meios. Necessário, portan-to, que seja ferida em seu orgulho elhe faça sentir sua fraqueza.

Diante dessas informações, deve-mos mudar nosso modo de julgaros desastres e analisarmos com acompreensão de que somos espíri-tos imortais rumando para a divinafelicidade. Desta forma, não preci-samos entrar em pânico, achar Deusinjusto ou que estamos sendo casti-gados.

Mais uma vez o Espiritismo nosconforta e esclarece, mostrando aharmonia do Universo regida peloamor. �

Os flagelos destruidores são meios

utilizados pelas Leis Divinas para que a

humanidade progrida mais depressa

BIBLIOGRAFIA:

REVISTA TERRA, MARÇO 2005, ANO

13, Nº 155, ED. PEIXES.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS, TRADU-

ÇÃO DE GUILLON RIBEIRO, 80º

EDIÇÃO, R.J., ED. FEB, 1998.

Setembro 2006 | FidelidadESPÍRITA

Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : 0800 770-5990 27Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Campinas/SPASSINE : (19) 3233-5596

Fonte:

MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras.

Pág. 50. Editora Moderna. São Paulo/SP,

1999.

COM TODAS AS LETRAS

A semana em que se está é esta

por Eduardo Martins

Este é a forma que se emprega para designar pes-

soa ou coisa próxima de quem fala. Assim: Esta mesa

é minha. Da mesma forma: Este livro, este jornal, esta

página, esta empresa, este amigo.

A palavra refere-se ainda ao lugar em que alguémestá. Esta casa, esta vila, este país, este mercado.

No erro cometido mais habitualmente, é este (e

não esse) que indica o período em que se está ou a

vigência de alguma coisa: Este ano (o ano em que

estamos), este dia, esta noite, esta semana (a semana

em que estamos), esta manhã, este século, este momen-

to, este governo (o governo em que estamos), esta ad-

ministração, etc.

Regra prática. Repare que existe em geral uma

associação de este ou esta com está.

Esse indica coisa um pouco mais afastada de quemfala ou próxima da pessoa que ouve: Por favor, traga

esse pacote. / Afaste essa mesa. / Esse rapaz é meu ami-

go.

Também se emprega esse como segunda referên-

cia a uma pessoa ou coisa: Anos depois de ter-se casado,

percebeu que esse havia sido o dia mais feliz da sua vida.

/ Chegou ao Brasil em 1990; nesse ano, conseguiu seu

primeiro emprego no País.

Finalmente, designa alguma coisa que já pas-

sou: Esse tempo que não volta mais sempre deixa sau-

dade. / Esse período,o do aprendizado, foi a base da

sua realização profissional.

Aquele fica mais distante

Aquele indica algo afastado de quem fala ede quem ouve:

Feche aquela porta. / Pegue aquela chave. Pode

também indicar um tempo passado: Aquelas féri-

as foram as melhores da sua vida. / Aquele instante

lhe pareceu uma eternidade.

As formas isto, isso e aquilo equivalem res-

pectivamente a este, esse e aquele. Veja como

proceder com os advérbios: aqui e cá

correspondem a este; aí, a esse e lá e ali a aquele.

Portanto: Isto aqui, isso aí e aquilo lá.

Se você se divertiu muito nos últimos dias, como deve dizer?

Esta semana foi ótima? Essa semana foi ótima?

Se respondeu esta semana, acertou.

Existe muita diferença no uso de este, esse ou aquele.

esteesse

aquele

Auxílio Eficiente“E abrindo a sua boca os ensinava.”

(Mateus, 5:2.)

Chico Xavier - Emmanuel

Vinha de Luz

O homem que se distancia da multidão raramente assume posição

digna à frente dela.

Em geral, quem recebe autoridade cogita de encastelar-se em zona

superior.

Quem alcança patrimônio financeiro elevado costuma esquecer os que

lhe foram companheiros do princípio e traça linhas divisórias humilhantes

para que os necessitados não o aborreçam.

Quem aprimora a inteligência, quase sempre abusa das paixões

populares facilmente exploráveis.

E a massa, na maioria das regiões do mundo, prossegue relegada a si

própria.

A política inferior converte-a em joguete de manobra comum.

O comércio desleal nela procura o filão de lucros exorbitantes.

O intelectualismo vaidoso envolve-a nas expansões do pedantismo que

lhe é peculiar.

De época em época, a multidão é sempre objeto de escárnio ou

desprezo pelas necessidades espirituais que lhe caracterizam os movimentos

e atitudes.

Raríssimos são os homens que a ajudam a escalar o monte iluminativo.

Pouquíssimos mobilizam recursos no amparo social.

Jesus, porém, traçou o programa desejável, instituindo o auxílio

eficiente. Observando que os filhos do povo se aproximavam dEle, começou

a ensinar-lhes o caminho reto, dando-nos a perceber que a obra educativa

da multidão desafia os religiosos e cientistas de todos os tempos.

Quem se honra, pois, de servir a Jesus, imite-lhe o exemplo. Ajude o

irmão mais próximo a dignificar a vida, a edificar-se pelo trabalho sadio e a

sentir-se melhor.