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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011 1 Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Pedro de Sousa Oliveira Júnior [email protected] Pós-graduação em Avaliações e Perícias de Engenharia Resumo A ocorrência de “jogo de planilha” nos contratos administrativos relativos a obras públicas tem se tornado rotina, embora nem sempre seja imputável ou significativa. O tema “jogo de planilha” tem sido muito pouco explorado em trabalhos publicados em nosso país, além de possuir diversos pontos polêmicos que necessitam de maiores esclarecimentos. Discutem-se conceitos e procura-se embasar a metodologia proposta através de legislação pertinente. É apresentada uma metodologia, elaborada para utilização na esfera criminal, inclusive com formulação matemática e parâmetros objetivos iniciais, para cálculo do valor a ser imputado como superfaturamento devido exclusivamente ao “jogo de planilha”. Apresentam-se ainda, de modo a viabilizar um melhor entendimento do fenômeno, exemplos práticos relativos à obra e situações hipotéticas. Palavras-chave: Obras Públicas; Orçamento; Superfaturamento; Jogo de Planilha. 1. Introdução As obras públicas no Brasil exigem a aplicação de um grande volume de recursos financeiros. Segundo a Agência Câmara, o investimento previsto para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), integrante do Orçamento Geral da União (OGU) para o ano de 2010, é de R$ 29,9 bilhões, equivalente a 4,6% (quatro vírgula seis por cento) do PIB projetado de R$ 3,32 trilhões. Levantamentos realizados pelo Serviço de Perícias de Engenharia Legal e Meio Ambiente (SEPEMA), ligado à Divisão de Perícias (DPER) do Instituto Nacional de Criminalística (INC), por sua vez pertencente à Diretoria Técnico-Científica (DITEC) do Departamento de Polícia Federal (DPF), com base nos trabalhos periciais da área de engenharia civil desenvolvidos nos últimos anos, aponta o superfaturamento, donde temos o “jogo de planilha” como uma de suas parcelas, fato recorrente nas obras objeto de investigações policiais, cujo percentual médio seria da ordem de 30% (trinta por cento). Esse valor significativo vem demonstrar a grande importância do fenômeno e a necessidade de maior controle e acompanhamento das obras públicas em nosso país. Os agentes públicos responsáveis pela defesa dos interesses da Administração, na imensa maioria das vezes, não têm conhecimento do tema “jogo de planilha”, bem como seus diversos aspectos polêmicos, desconhecendo, por consequência, a correta forma para celebração dos termos aditivos contratuais, tão comuns nos contratos administrativos. Além disso, são ainda muito raros os trabalhos publicados especificamente sobre “jogo de planilha”, motivo pelo qual o autor visa dar sua contribuição, haja vista participar de equipe que já se debruçou exaustivamente sobre o tema nos últimos três anos, tendo sido inclusive

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Jogo de planilha nas obras públicas:

uma metodologia sob o ponto de vista criminal

Pedro de Sousa Oliveira Júnior

[email protected]

Pós-graduação em Avaliações e Perícias de Engenharia

Resumo

A ocorrência de “jogo de planilha” nos contratos administrativos relativos a obras públicas

tem se tornado rotina, embora nem sempre seja imputável ou significativa. O tema “jogo de

planilha” tem sido muito pouco explorado em trabalhos publicados em nosso país, além de

possuir diversos pontos polêmicos que necessitam de maiores esclarecimentos. Discutem-se

conceitos e procura-se embasar a metodologia proposta através de legislação pertinente. É

apresentada uma metodologia, elaborada para utilização na esfera criminal, inclusive com

formulação matemática e parâmetros objetivos iniciais, para cálculo do valor a ser imputado

como superfaturamento devido exclusivamente ao “jogo de planilha”. Apresentam-se ainda,

de modo a viabilizar um melhor entendimento do fenômeno, exemplos práticos relativos à

obra e situações hipotéticas.

Palavras-chave: Obras Públicas; Orçamento; Superfaturamento; Jogo de Planilha.

1. Introdução

As obras públicas no Brasil exigem a aplicação de um grande volume de recursos financeiros.

Segundo a Agência Câmara, o investimento previsto para o Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC), integrante do Orçamento Geral da União (OGU) para o ano de 2010, é de

R$ 29,9 bilhões, equivalente a 4,6% (quatro vírgula seis por cento) do PIB projetado de

R$ 3,32 trilhões.

Levantamentos realizados pelo Serviço de Perícias de Engenharia Legal e Meio Ambiente

(SEPEMA), ligado à Divisão de Perícias (DPER) do Instituto Nacional de Criminalística

(INC), por sua vez pertencente à Diretoria Técnico-Científica (DITEC) do Departamento de

Polícia Federal (DPF), com base nos trabalhos periciais da área de engenharia civil

desenvolvidos nos últimos anos, aponta o superfaturamento, donde temos o “jogo de planilha”

como uma de suas parcelas, fato recorrente nas obras objeto de investigações policiais, cujo

percentual médio seria da ordem de 30% (trinta por cento). Esse valor significativo vem

demonstrar a grande importância do fenômeno e a necessidade de maior controle e

acompanhamento das obras públicas em nosso país.

Os agentes públicos responsáveis pela defesa dos interesses da Administração, na imensa

maioria das vezes, não têm conhecimento do tema “jogo de planilha”, bem como seus

diversos aspectos polêmicos, desconhecendo, por consequência, a correta forma para

celebração dos termos aditivos contratuais, tão comuns nos contratos administrativos.

Além disso, são ainda muito raros os trabalhos publicados especificamente sobre “jogo de

planilha”, motivo pelo qual o autor visa dar sua contribuição, haja vista participar de equipe

que já se debruçou exaustivamente sobre o tema nos últimos três anos, tendo sido inclusive

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produzida normatização interna que atualmente encontra-se em vigência no âmbito do

Departamento de Polícia Federal (DPF), regulamentando os trabalhos periciais lá

desenvolvidos.

Este trabalho iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica sobre temas correlatos ao tema

principal, como contrato administrativo, orçamento, projeto básico, equilíbrio econômico-

financeiro, CLAIM e superfaturamento, todos de forma a fundamentar o raciocínio do autor,

bem como o próprio “jogo de planilha”, especialmente no âmbito das obras públicas. Essa

revisão bibliográfica foi realizada consultando-se literaturas especializadas sobre os temas,

artigos de revistas, congressos e outras publicações, informações publicadas pelo governo,

decisões do Tribunal de Contas da União (TCU), além de normas técnicas pertinentes.

Em complementação à revisão bibliográfica já descrita, foram também pesquisadas

legislações aplicáveis à área de licitações e contratos públicos e literatura específica da área

do direito aplicada à administração pública.

Por fim, de modo a propiciar um melhor entendimento do fenômeno “jogo de planilha”, foi

utilizada uma obra real periciada pelo autor, cujos detalhes não são apresentados por questão

de sigilo, e adotadas hipóteses que exemplificassem as alterações contratuais mais comuns,

sendo calculados os valores de superfaturamento a título de “jogo de planilha”.

2. Fundamentação Teórica e Legal

A fundamentação elaborada iniciou-se com a conceituação de contratos administrativos na

esfera pública, abordando suas peculiaridades. Após isso, houve a contextualização dos

orçamentos, tendo em vista serem essenciais à ocorrência do tema central do presente

trabalho, e também do projeto básico, do qual é parte integrante. Em seguida, temos alguns

aspectos sobre o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos administrativos e

possibilidades de sua quebra.

O assunto principal deste trabalho diz respeito diretamente ao equilíbrio econômico financeiro

do contrato administrativo e, por este motivo, entendemos necessária sua perfeita definição e

discussão de alguns aspectos relativos a ele, de modo a justificar as hipóteses adotadas

posteriormente.

2.1. Contrato Administrativo

Segundo Meirelles (2007, p. 203) os contratos administrativos firmados com órgãos públicos

possuem “certas peculiaridades que os contratos comuns, sujeitos às normas do Direito

Privado, não ostentam. Tais peculiaridades constituem, genericamente, as chamadas cláusulas

exorbitantes, explícitas ou implícitas em todo contrato administrativo.”

Com isso, vemos que os contratos administrativos são diferentes daqueles da esfera privada,

isto é, aquelas empresas que decidirem labutar nessa seara deverão conhecer perfeitamente as

regras que a regulamentam sob pena de não serem bem sucedidas em seu mister. Existem leis

específicas que regulamentam o setor e devem ser obedecidas no interesse maior da

coletividade em detrimento dos interesses particulares de determinada empresa. Vejamos: Surgida uma necessidade, o contrato pode ser estendido, a fim de adequar-se o

projeto à realidade. Essa extensão tem por limite o “interesse coletivo primário”.

Vale dizer: somente são admissíveis modificações do projeto que visem ao melhor

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atendimento do interesse da parcela da sociedade afetada pela obra a ser construída

(AMARAL, 1995, p.128).

O contrato administrativo representa um acordo de vontades que gera direitos e obrigações

recíprocas para as partes envolvidas. Ele apresenta basicamente dois tipos de cláusulas: as de

serviço ou regulamentares e as econômico-financeiras ou, simplesmente, financeiras. As

primeiras dizem respeito à forma de execução, quantidades e condições dos serviços, podendo

ser alteradas unilateralmente pela Administração Pública. Já as cláusulas financeiras, que

dispõem sobre o preço, as condições e critérios de pagamento, data-base e periodicidade de

reajustamento, são inalteráveis, salvo por acordo entre as partes.

As cláusulas de serviço ou regulamentares representam basicamente o objeto contratual

pactuado, ou seja, as obrigações assumidas pelo contratante no momento do ajuste, cujas

compensações econômicas encontram-se então definidas pelas cláusulas financeiras do

contrato. Portanto, tal como uma balança equilibrada, a relação de igualdade entre as

cláusulas de serviços e as financeiras (serviços x preços), originária de um regular processo

licitatório, representa o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, o qual deve ser

resguardado até o final da execução contratual.

2.2. Orçamento e Projeto Básico

Inicialmente podemos ter um conceito intuitivo de orçamento no âmbito das obras de

engenharia. Nessa ciência, de um modo bastante simplista, podemos afirmar que orçamento é

o levantamento dos custos para executar uma obra ou um empreendimento.

Assumpção (1999, p. 41), na apostila do curso “Planejamento Global da Obra e Orçamento”,

define orçamento como “a expectativa do quanto custará o empreendimento”, que

“geralmente é executado em bases presentes, como se o empreendimento ou a obra fosse

executado em um único momento”. Há que se recordar que essa é uma limitação do processo,

haja vista que não se pode prever o custo no futuro ou, da mesma forma, conhecer as

alterações que certamente irão ocorrer durante a execução da obra.

Já o Professor Giamusso (1991, p. 13), define orçamento como “a determinação do custo de

um empreendimento antes de sua realização”. Como se pode perceber, existe grande

uniformidade no conceito, o que não ocorre em muitos casos na área da engenharia.

O custo de uma obra normalmente é feito com os insumos (materiais) necessários, a mão de

obra e os equipamentos utilizados para a execução dos serviços definidos. Essa forma

tradicional de orçar define a forma como deve ser controlada a execução da obra e tem

impacto direto sobre os termos aditivos ao contrato, que por sua vez, influenciam diretamente

na ocorrência de jogo de planilha.

Há diversos níveis de orçamento e quanto mais detalhado ou discriminado ele for, mais

tenderá a se aproximar do custo real da obra. Isso é muito importante para a realização de uma

perícia em obra de engenharia, considerando que irá definir o grau de certeza que o Perito

disporá para conclusão do trabalho.

Resta lembrar somente que a definição de projeto básico da Lei 8.666/93, que rege as

licitações em nosso país, conforme inciso “f” do artigo 6o, contém “orçamento detalhado do

custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos

propriamente avaliados”. Ora, o texto legal nos parece bem claro, restando evidente que existe

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um grande desvirtuamento, por parte de inúmeros órgãos públicos, dessa definição em função

da denominação “básico” na nomenclatura. Fica aqui a sugestão, quando efetiva alteração da

Lei 8.666/93, ora em andamento, que se altere o nome de projeto básico para projeto técnico

ou projeto de engenharia.

Atualmente parece-nos bastante evidente que grande parte dos problemas de

superfaturamento, especialmente aqueles relativos ao “jogo de planilha”, tem sua origem em

projetos básicos deficientes. Cabe lembrar também grande iniciativa do Instituto Brasileiro de

Auditoria de Obras Públicas (IBRAOP), o qual publicou sua Orientação Técnica no 01/2006,

que bem define projeto básico e também aborda a questão do orçamento, uma vez que este

integra aquele. Gostaríamos de reforçar que o orçamento é parte integrante do projeto, até

mesmo do dito básico.

A questão do orçamento nos remete imediatamente à questão da economicidade, princípio

constitucional. Segundo Freire e Nunes (2002, p. 4), “O controle da economicidade, portanto,

deve ser inspirado nas idéias de adequação dos meios utilizados aos fins pretendidos, da

necessidade da medida adotada e, em especial, da proporcionalidade entre o custo e o

benefício obtido por meio do ato examinado”.

Esse autor também defende essa tese, no sentido de que o custo e o benefício devem guardar

estreita relação, mantendo uma proporção razoável, quando das análises realizadas na perícia.

Outro aspecto importante é que não prospere a subjetividade, tendo em vista que a legislação

prevê a necessidade de justificativas técnicas para a promoção de alterações nos contratos

administrativos.

2.3. Equilíbrio econômico-financeiro

Meirelles (2007, p. 206/207) define o equilíbrio econômico ou equilíbrio financeiro como “a

relação que as partes estabelecem inicialmente, no ajuste, entre os encargos do contratado e a

retribuição da Administração para a justa remuneração da obra, do serviço ou do

fornecimento”. Essa relação entre o objeto e a remuneração fixada originalmente deve ser

mantida até o final do contrato, seja em números absolutos ou em escala móvel, conforme

veremos adiante.

A proteção a esse equilíbrio tem a intenção de proteger ambos os lados, isto é, a

Administração ao garantir o melhor preço obtido quando da realização do certame licitatório e

a empresa executora da obra ao preservar o lucro almejado por ela quando da proposta

apresentada que veio a ser a vencedora da citada licitação.

A defesa desses interesses cabe, obviamente, aos representantes de cada uma das partes.

Assim temos que os fiscais de obras são os defensores dos interesses da Administração e os

engenheiros responsáveis técnicos o fazem pelas empresas executoras. Cabe, portanto, a cada

um deles acompanhar, rigorosamente, a execução da obra tomando as atitudes que cada

situação, com suas peculiaridades, possa requerer visando a manutenção do equilíbrio

econômico-financeiro do contrato.

Quanto às diversas situações que podem ocorrer, abordaremos algumas delas mais

detalhadamente, demonstrando a ocorrência do chamado “jogo de planilha”, tão prejudicial ao

erário público. Já pelo lado da empresa, da mesma forma, podem ocorrer algumas situações

que igualmente lhe causem prejuízo. Alguns consultores em atividade no país utilizam o

termo CLAIM para representar a defesa dos interesses das empresas.

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2.4. CLAIM

CLAIM é uma palavra em inglês cujo significado enquanto substantivo é “reivindicação,

solicitação, reclamação, direito, afirmação, alegação”, segundo o dicionário português-inglês /

inglês-português OXFORD Escolar (2007, p. 358).

No trabalho intitulado “Prevenção, Identificação e Registro de CLAIMs”, esse termo é

definido como “um pedido legítimo de ressarcimento de custos adicionais (um pagamento

adicional), em virtude de uma alteração em relação aos termos iniciais do contrato” (Almeida

Junior, 2006, p. 1).

Bernardes (2007, p. 21), em sua obra específica sobre a matéria, propõe um “instrumento

técnico e jurídico, de comprovada eficácia, para encaminhamento das questões relativas ao

reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos de empreitada de obras públicas”,

denominado por ele como revisão pericial de custos de obras públicas.

O mesmo autor defende a perícia como meio de prova, com o que concordo integralmente.

Entretanto, entendo ser ideal a firme atuação dos representantes legais das partes, a qual deve

ser tempestiva e tecnicamente correta, o que evitaria a necessidade da realização da perícia.

A empresa HORMIGON Engenharia e Consultoria, em trabalho intitulado “Engenharia de

Administração de Contratos”, apresenta algumas das principais “patologias dos contratos de

empreitada”: projetos e especificações incorretos, defeituosos ou alterados; mudanças na

metodologia construtiva; mudanças nas condições dos locais das obras; atrasos e suspensões;

serviços adicionais; condições climáticas e mudanças na legislação/normas do contratante.

Essas são situações que podem desequilibrar o contrato em desfavor da empresa executora,

embora algumas delas também possam justificar o desequilíbrio em desfavor da

Administração.

O conhecimento dos custos de uma determinada obra é extremamente importante para um

bom desempenho das empresas de engenharia, uma vez que permite a ela controlar seus

gastos e aferir seu lucro, de modo a realizar os ajustes necessários com vistas a um melhor

desempenho ou mesmo à própria sobrevivência da empresa. Pode-se afirmar que isso seria o

mínimo exigível para uma empresa que tenha pretensão ou atue na área de obras públicas,

tendo em vista as peculiaridades em favor da Administração nesse tipo de contrato.

Com base em nossa experiência pessoal, ao longo dos últimos anos atuando na área de

perícias em obras públicas, é possível afirmar que alguns dos problemas detectados na esfera

criminal advêm do fato de que as empresas desconhecem os custos reais das obras públicas

para as quais ofereceram proposta vencedora em licitação, o que ocorre em inúmeras obras de

pequeno porte no interior do país, ou os manipulam de modo a lhes favorecer em detrimento

do erário público.

2.4. Superfaturamento

Existem poucos trabalhos técnicos específicos sobre o tema de superfaturamento, e menos

ainda sobre a parcela de “jogo de planilha”. No VI SINAOP – Seminário Nacional de

Auditoria de Obras Públicas, realizado em Florianópolis/SC no ano de 2001, temos um dos

artigos pioneiros sobre superfaturamento, onde é apresentado seu conceito como a emissão de

uma nota discriminada de um produto ou serviço, cujo preço é superior ao praticado no

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mercado (Rocha, 2001, p. 3). Naquela oportunidade, foi apresentada proposta de metodologia

para a construção de intervalos de confiança, baseados em modelo probabilístico, para

definição das tolerâncias nas análises de auditorias para caracterização de superfaturamento

com base científica. A proposta era lastreada em inferência estatística aplicável aos materiais

de construção com o cálculo do valor pericial utilizando o limite superior.

Apesar de ser uma proposta fundamentada, entendo que a mesma não prosperou,

especialmente na área de perícias, pela grande dificuldade da aplicação dos critérios

estatísticos que demandam pesquisa com significativa quantidade de dados amostrais, tendo

em vista tratarem-se de obras pretéritas. Ainda que fossem obtidos os dados necessários, o

longo tempo de resposta tornaria a relação custo/benefício inviável economicamente na

grande maioria dos casos. Além disso, temos que a utilização do limite superior vai de

encontro à legislação atualmente em vigor, considerando também que o objeivo da

Adminsitração é obter o menor preço exequível.

O mesmo autor elaborou posteriormente outro artigo, onde mantinha a mesma definição para

superfaturamento e se atinha à questão dos preços, embora considerasse os pagamentos

indevidos como englobando também as quantidades e especificações que apresentassem

incompatibilidades ou incoerências entre o que foi efetivamente executado e o que foi orçado

e pago (ROCHA, 2002). Foi uma evolução, porém essas parcelas não eram consideradas

superfaturamento.

Vejamos outra abordagem sobre superfaturamento, citada por Campiteli (2006, p. 2 apud

MARQUES NETO, 1993):

[...] o superfaturamento de um contrato administrativo consiste em procedimento

doloso no sentido de lesar o erário público, por meio do expediente da prática de

preços acima dos padrões de mercado, com desrespeito aos princípios da

economicidade e razoabilidade que devem nortear a avença administrativa. Dito de

outra maneira, superfaturamento implica na emissão de fatura em valor superior ao

valor efetivo do bem, visando – no mais das vezes – a um locupletamento de alguma

das partes por meio da apropriação dessa diferença.

Segundo se pode depreender dos trabalhos localizados sobre superfaturamento, existe clara

vinculação aos preços acima dos padrões de mercado, o que coaduna com a definição clássica

constante inclusive dos dicionários. Segundo o dicionário MICHAELIS

(michaelis.uol.com.br/moderno/português), superfaturamento, sinônimo de sobrefaturamento,

é “Fraude contra o fisco, caracterizada pela diferença a mais entre o preço da fatura e o preço

de mercado”.

O autor do presente artigo pretende, em conjunto com os demais peritos criminais

engenheiros do Departamento de Polícia Federal (DPF), quando da elaboração do “Manual de

Cálculo do Superfaturamento e outros Danos ao Erário”, desenvolvido para uso interno no

âmbito da esfera criminal, ampliar esse conceito visando aplicação na área da engenharia.

Assim, foi elaborado um conceito de superfaturamento composto de diversas parcelas, bem

como uma metodologia de cálculo que permitisse a análise individual de cada uma delas de

forma independente das demais, permitindo conclusões parciais e o cálculo do valor global

mediante simples soma aritmética. Isso proporciona um maior entendimento por parte dos

destinatários dos laudos periciais, os quais geralmente são leigos posto que, em sua maioria,

bacharéis em direito.

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Segue transcrição do conceito proposto para superfaturamento, naquele documento

considerado também sinônimo de dano ao erário: Dano ao erário ou superfaturamento em obras de engenharia – prejuízo aos cofres

públicos caracterizado por:

a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas;

b) pagamento de obras, bens e serviços por preços manifestamente superiores à

tendência central (mediana ou média) praticada pelo mercado ou incompatíveis com

os fixados pelos órgãos oficiais competentes, bem como pela prática de preços

unitários acima dessa tendência central (mediana ou média) de mercado;

c) deficiência na execução de obras e serviços de engenharia que resulte em

diminuição da qualidade, vida útil ou segurança;

d) quebra do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em desfavor da

Administração por meio da alteração de quantitativos e/ou preços (jogo de planilha)

durante a execução da obra;

e) alteração de cláusulas financeiras gerando recebimentos contratuais antecipados,

distorção do cronograma físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo

contratual ou reajustamentos irregulares; e

f) superdimensionamento ou subdimensionamento de quantidades e/ou qualidades

de materiais ou serviços, além ou aquém das necessárias segundo práticas e normas

de engenharia vigentes à época do projeto.

Pode-se perceber que o foco do presente estudo, o “jogo de planilha”, é o item “d” da

definição acima, a qual se refere necessariamente à quebra do equilíbrio econômico-

financeiro inicial do contrato e também à sua ocorrência durante a execução da obra, uma vez

que requer a alteração da planilha orçamentária proposta na licitação.

2.5. “Jogo de Planilha”

Em se tratando especificamente de “jogo de planilha” temos que ele tem sua origem vinculada

sempre aos termos aditivos contratuais. Mais que isso, para sua ocorrência, como o próprio

nome nos leva a intuir, faz-se necessário que haja alterações diretamente na planilha

orçamentária, seja nos quantitativos ou nos preços, tanto na inclusão como na supressão de

serviços.

Ressalte-se que é extremamente comum a ocorrência de alterações durante a execução de

obras de engenharia, especialmente as obras públicas, tendo em vista que um dos grandes

problemas visualizados por aqueles que militam nessa área é a enorme deficiência dos

projetos que servem de suporte para as licitações.

Fortes (1988, p. 139) afirma que: [...] antes de executarem quaisquer obras e/ou serviços não discriminados na

licitação ou em contrato, sejam os mesmos comunicados oficialmente ao

contratante, com cópia para o setor de planejamento do contratado, a fim de serem

incluídos em medição e, conseqüentemente, no respectivo faturamento.

O autor entende que na esfera pública a situação é ainda mais exigente, havendo que ser

devidamente firmado e publicado o termo aditivo contratual, com todas as informações

necessárias ao perfeito entendimento das alterações promovidas, o que infelizmente nem

sempre ocorre de fato.

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Ainda que haja o termo aditivo, o § 1o da alínea “d”, inciso II, artigo 65 da Lei 8.666/93,

determina que as alterações do contrato administrativo, para as situações lá previstas, devem

manter as mesmas condições iniciais: § 1

o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os

acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25%

(vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular

de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento)

para os seus acréscimos.

Portanto, entendo que o desconto original, caso exista, deve ser mantido para os termos

aditivos, ressalvadas as situações excepcionais previstas legalmente.

Um dos melhores trabalhos sobre “jogo de planilha” localizados pelo autor, o qual possui alto

grau de profundidade, foi a tese de mestrado defendida em 2006 por Marcos Vinicius

Campiteli, servidor do TCU, intitulada “Medidas para Evitar o Superfaturamento Decorrente

dos Jogos de Planilha em Obras Públicas”. Essa tese pode ser considerada um marco sobre o

assunto, o qual ainda é muito pouco explorado em trabalhos publicados, bem como possui

diversos aspectos polêmicos.

Campiteli (2006, p. 37/38) define “jogo deplanilha”como: O “jogo de planilha”, também conhecido por “jogo de preços”, é um artifício

utilizado por licitantes que a partir de projetos básicos deficitários e/ou por

informações privilegiadas, conseguem saber antecipadamente quais os serviços que

terão o quantitativo aumentado, diminuído ou suprimido ao longo da execução da

obra a ser licitada e manipulam os custos unitários de suas propostas, atribuindo

custos unitários elevados para os itens que terão o seu quantitativo aumentado e

custos unitários diminutos nos serviços cujo quantitativo será diminuído ou

suprimido. Com isso, vencem a licitação por conseguirem um valor global abaixo

dos concorrentes, graças aos custos unitários diminutos que não serão executados.

Assim, após as alterações contratuais já previstas pelo vencedor do certame no

momento da elaboração da proposta, o valor global do objeto contratual passa a

encarecer em relação ao seu valor de mercado, podendo tornar-se a proposta mais

desvantajosa para a Administração entre as demais da licitação.

Há outra definição para jogo de planilha, classificada como o tipo clássico, conforme Kresch

(2008, p.1): [...] um grande aumento nos quantitativos exatamente daqueles itens cujos preços

unitários estavam acima dos de mercado, e uma redução dos quantitativos dos itens

cujos preços estavam abaixo dos de mercado, gerando um desequilíbrio econômico-

financeiro em desfavor do órgão contratante.

Esse mesmo autor descreve alguns casos de “jogo de planilha” como acréscimo de itens com

sobrepreço unitário, redução ou eliminação de quantitativos de itens com subpreço e

acréscimo de serviços novos, inclusive com apresentação dos métodos da limitação dos

preços dos quantitativos excedentes, do balanço, do desconto, do desconto localizado e ainda

do método da segunda colocada na licitação.

No manual desenvolvido pelo DPF, como já citado, temos diversas definições, sendo todas

muito importantes em função da necessária padronização de conceitos, inclusive a seguinte

que é o objeto principal desse trabalho: Jogo de planilha – ocorrência de alterações quantitativas na planilha contratual,

através de acréscimos, decréscimos, supressões ou inclusões de serviços e materiais,

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bem como de variações de preços nas medições, que modifiquem o ponto de

equilíbrio econômico-financeiro, sem justificativa adequada, causando dano ao

erário. Também pode ocorrer entre contratos de uma mesma obra.

Assim, pelo próprio conceito de “jogo de planilha” elaborado, temos as possibilidades de

ocorrência desse fenômeno devido à:

Acréscimo de quantidades de itens originais com sobrepreços;

Decréscimo ou supressão de quantidades de itens originais com subpreços;

Alteração de preços originais em termos aditivos;

Inclusão de itens novos com sobrepreços.

Essas diversas possibilidades foram exploradas mediante exemplos constantes do anexo,

através da utilização de planilhas orçamentárias e de modo a garantir o perfeito entendimento

do fenômeno. De maneira didática, exponho a ocorrência de cada possibilidade

individualmente, ressaltando que na prática é grande a possibilidade de ocorrem em conjunto

e de forma aleatória, isto é, podem ocorrer diversas combinações delas em cada caso concreto,

como o exemplo final que é uma mistura dos casos individuais apresentados inicialmente.

O “Jogo de Planilha” pode ocorrer principalmente nos seguintes casos:

Celebração de termos aditivos de acréscimos, supressões ou inclusões de serviços e

materiais;

Alteração de preços contratados nas medições que resultem em aumento de valor;

Paralisação da obra;

Abandono da obra por parte da Contratada.

Gostaria de explicar que os casos de paralisação ou abandono da obra podem causar “jogo de

planilha” quando os preços dos serviços iniciais estiverem altos e os preços dos serviços finais

estiverem baixos. Após a execução de determinado percentual da obra, a empresa já teria

auferido lucro maior que o pretendido inicialmente, o que a leva a abandoná-la, ficando o

contrato desequilibrado até aquele momento. Em caso de rescisão contratual, o agente público

tem o dever de analisar a execução físico-financeira do contrato visando promover seu

reequilíbrio, sendo o caso de retenção das garantias contratuais ou até mesmo devolução de

parte dos pagamentos já recebidos pela empresa executora da obra.

O superfaturamento por desequilíbrio econômico-financeiro ou “jogo de planilha” ocorre

quando há o rompimento desse equilíbrio inicial do contrato em desfavor da Administração

por meio da alteração das cláusulas de serviço (mudanças de quantitativos, trocas de serviços,

etc.) e/ou das cláusulas financeiras (mudanças de preços dos serviços, prazos de pagamento,

reajustamentos, etc.) durante a execução da obra.

O artigo 92 da Lei 8.666/93 tipifica como crime, aplicável ao agente público, conduta que

consideramos como “jogo de planilha”: Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem,

inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução

dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato

convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda,

pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o

disposto no art. 121 desta Lei:

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (grifo nosso)

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Já o artigo 96 da Lei 8.666/93 tipifica como crime, aplicável tanto ao agente público como ao

contratado, conduta considerada “jogo de planilha”: Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para

aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:

I - elevando arbitrariamente os preços;

II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

III - entregando uma mercadoria por outra;

IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;

V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a

execução do contrato:

Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (grifo nosso)

A Lei nº 12.017 de 12/08/2009, mais conhecida como Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

2010, em seu artigo 112, mais especificamente nos §§ 5º e 6º, prevê: § 5º Deverá constar do projeto básico a que se refere o art. 6º, inciso IX, da Lei nº

8.666, de 1993, inclusive de suas eventuais alterações, a anotação de

responsabilidade técnica e declaração expressa do autor das planilhas orçamentárias,

quanto à compatibilidade dos quantitativos e dos custos constantes de referidas

planilhas com os quantitativos do projeto de engenharia e os custos do SINAPI, nos

termos deste artigo.

§ 6º A diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos

custos unitários do SINAPI ou do SICRO não poderá ser reduzida, em favor do

contratado, em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária.

Ora, tais previsões legais caracterizam redundância em relação às outras previsões legais já

existentes, como as Leis 6.496/77 e 8.666/93. No caso do citado § 5º, a exigência do registro

de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é a mesma prevista na Lei Federal nº 6.496,

de 07/12/1977, sendo obrigatório para serviços técnicos de engenharia, caso em que se

enquadram os orçamentos.

A novidade fica por conta da exigência de declaração expressa do orçamentista quanto à

compatibilidade dos quantitativos e dos custos constantes das planilhas dos órgáos licitantes,

a qual contém os quantitativos de serviços dos projetos de engenharia e os custos advindos do

Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), mantido

pela Caixa Econômica Federal (CEF) em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE).

A parcela relativa aos quantitativos é intuitiva, uma vez que é o próprio objeto do trabalho

desenvolvido, e os custos do SINAPI são exigidos pela própria LDO, desde 2003, para as

obras públicas.

Quanto ao § 6º acima, aborda a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, normalmente

quebrado em desfavor da Administração via “jogo de planilha”, causado pelos aditamentos

que modifiquem a planilha orçamentária.

O artigo 65 da Lei 8.666/93, em seu inciso II, alínea “d”, já prevê exatamente esse mesmo

instrumento, o que corrobora meu entendimento pessoal de que, desde a publicação da citada

lei em 1993, existe a possibilidade de se punir a ocorrência de superfaturamento,

especialmente o “jogo de planilha”. Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas

justificativas, nos seguintes casos:

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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...

II - por acordo das partes:

...

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos

do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra,

serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-

financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou

previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da

execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do

príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994).

Com isso, percebe-se que, à exceção das situações previstas acima, as demais alterações

deverão configurar “jogo de planilha” caso sejam em desfavor da Administração. Nesse

ponto, cabe ressaltar que podem ocorrer variações normais de obra, que, dependendo de sua

relevância, não deverão ser considerados como “jogo de planilha”, embora eventualmente

possam não atender aos requisitos ora tratados.

Importante chamarmos a atenção para o fato de que o “jogo de planilha” pode ocorrer mesmo

quando o valor global final do contrato fica abaixo do valor médio de mercado. Caso a

condição de equilíbrio econômico-financeiro seja alterada, durante a execução do contrato, de

forma a causar prejuízo à Administração, ou seja, havendo redução do subpreço original,

restará configurada a ocorrência de “jogo de planilha”.

Durante a execução do contrato, eliminam-se itens com maiores descontos e acrescem-se

aqueles com menor desconto ou com valor superior ao de mercado, diminuindo-se assim o

desconto original do valor global, que pode ser significativo a ponto de se eliminar a

vantagem obtida pela Administração por ocasião da licitação, podendo ocorrer até mesmo a

inversão do ambiente, passando de subpreço para sobrepreço.

Esse fenômeno, até alguns anos atrás muito raro devido às licitações onde se contratavam

serviços e materiais com sobrepreço, vem ocorrendo com maior frequência. Desta forma, a

regra atual é que sempre se contrate empresas e fornecedores com subpreço através da

aplicação de desconto original, desde que verificada a ocorrência de preço inexeqüível

conforme previsto na Lei 8.666/93 e suas alterações.

Esse tipo de fraude permite que a licitante "mergulhe" no preço global para vencer o certame

e, por meio de alterações contratuais, diminua o desconto proposto originalmente no valor

global para garantir uma remuneração mais elevada, com a qual possivelmente ela sequer

teria vencido o certame licitatório. Nesse caso, impõe-se à Administração o dever de

reequilibrar o contrato de forma a garantir, ao final de sua execução, a manutenção da

condição original.

Outra forma de caracterizar jogo de planilha é a manipulação de preços. Durante a obra, ao

longo das medições, alteram-se os preços contratados aumentando-se alguns e abaixando-se

outros, em função dos quantitativos de cada serviço, de forma que o valor final fique superior

ao previsto com os valores originais. Cabe ressaltar nesse ponto que a participação do agente

público é imprescindível posto que atesta as medições autorizando seu pagamento e deveria,

de ofício, conferir se os preços cobrados estão compatíveis com aqueles contratados. Esse

autor também entende que as medições devem manter os preços históricos, leia-se preços

contratuais, devendo haver medições separadas para os reajustamentos ou outras alterações

contratuais com impacto nos valores pagos.

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Cabe destacar que, a princípio, qualquer percentual detectado como jogo de planilha deve ser

caracterizado como superfaturamento. Todavia, se faz necessário estabelecer algumas

ressalvas de forma a não atribuir superfaturamento por situações tecnicamente aceitáveis ou

legalmente justificadas. Lançando mão, mais uma vez, da Lei 8.666/93: Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas

justificativas, nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor

adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo

ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei.

A Administração Pública, portanto, pode unilateralmente modificar o projeto e,

conseqüentemente, os serviços previstos na planilha original. Nesses casos, desde que existam

justificativas técnicas e que as mesmas sejam consideradas pertinentes, pode não se mostrar

justo que a contratada mantenha o desconto original nos serviços novos, caso existam.

Deverá, então, ser estabelecido o valor limite como o preço médio de mercado respeitando-se

a LDO, caso não se demonstre, por outros meios, que essa mudança foi fruto de um conluio

entre as partes para burlar o desconto original ou ainda que as mudanças não tragam real

melhoria às condições técnicas da obra.

Na hipótese de aumento ou decréscimo de quantitativos em termos do objeto contratado, já

existem preços contratados estabelecidos e devemos proceder da seguinte forma:

se o serviço ou material a ser acrescido tiver preço superior ao médio de mercado, deverá

ser aditado pelo preço médio de mercado ou inferior (LDO e acórdãos do TCU);

se o serviço ou material a ser acrescido tiver preço inferior ao médio de mercado, deverá

ser pago pelo preço de contrato (§ 1o do inciso II, Art. 65 da Lei nº 8.666/93);

em caso de decréscimo ou supressão de serviço ou material, seja com preço superior ou

inferior ao médio de mercado, deve-se apenas atentar para os limites do § 1o do inciso II,

Art. 65 da Lei nº 8.666/93.

Em qualquer das hipóteses acima, cabe lembrar que a conclusão deverá ser em termos globais

e os cálculos são realizados em termos unitários de serviços. Com isto, podemos ter a

necessidade de adequações em alguns serviços objeto de aditamento de modo a assegurar a

manutenção do equilíbrio econômico–financeiro do contrato após as alterações promovidas.

As adequações necessárias estarão em desacordo com as orientações acima e deverão atingir o

menor número possível de itens aditados.

Em casos de sobrepreço final, recorda-se que caso haja supressão de itens com subpreço em

quantidades significativas para alterar o equilíbrio econômico-financeiro a ponto de elevar

uma situação inicialmente inferior a 10% (dez por cento) para um patamar superior a 10%

(dez por cento), deve-se imputar essa parcela integralmente, restando esclarecimentos e

justificativas por parte do contratado na esfera judicial.

Assim, promovendo-se as alterações de contrato na forma da lei e sem elevação do sobrepreço

final a patamares superiores a 10% (dez por cento), a parcela de superfaturamento por jogo de

planilha deve ser desconsiderada.

Em casos de subpreço final, pode-se diminuir sobremaneira o desconto original, a princípio

gerando uma parcela de superfaturamento devido ao “jogo de planilha” que deveria ser

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calculada e somada com as demais. Todavia, se esses acréscimos, decréscimos, inclusões e

supressões forem cobertos pela condicionante da alínea "a", do inciso I do Artigo nº 65 da Lei

nº 8.666/93 citada, seus efeitos no cálculo do superfaturamento por “jogo de planilha” devem

ser desconsiderados.

Além dessas exceções, existe outra no caso em que parte ou todo o percentual calculado como

“jogo de planilha” for considerado oriundo de ajustes corriqueiros nas quantidades finais da

obra. Não se deve considerar essa parcela no superfaturamento desde que sua ocorrência não

altere significativamente o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Preocupado em estabelecer um critério de tolerância, o Tribunal de Contas do DF estabeleceu

como limite o percentual de 10% (dez por cento) para variação nas quantidades (Lei nº 1.371,

de 13 de janeiro de 1997). Acima deste valor, existe a obrigatoriedade da apresentação de

justificativa por parte do responsável técnico pelo projeto básico.

Mais tolerante foi o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA),

em sua Resolução nº 361/91, que considerou aceitável o percentual de tolerância de 15%

(quinze por cento), conforme explícito no artigo 30:

Art. 30 - As principais características de um Projeto Básico são:

...

f) definir as quantidades e os custos de serviços e fornecimentos com precisão

compatível com o tipo e porte da obra, de tal forma a ensejar a determinação do

custo global da obra com precisão de mais ou menos 15% (quinze por cento).

Devemos atentar para o fato de que essa orientação se refere ao custo global da obra, o que

nos remete não apenas aos quantitativos como também às variações de custos, haja vista que

os custos de serviços advêm da multiplicação de ambos. Assim, o percentual de 15% (quinze

por cento) deve contemplar esses dois aspectos.

Podemos ir mais além, pois caso se tenha levado acabo o procedimento licitatório com base

no projeto executivo, teríamos então um menor percentual de tolerância posto que, com

melhor detalhamento do projeto, aumenta a precisão dos custos.

Assim, como orientação, recomenda-se desconsiderar a parcela de jogo de planilha causada

por acréscimos e supressões de quantidades de até 10% (dez por cento), considerados aqui o

tipo de serviço e o levantamento de campo realizado. Gostaríamos de lembrar que as análises

são realizadas para cada serviço individualmente e existem alguns deles que não admitem

tolerância, como por exemplo, janelas ou portas, cuja imprecisão pode ser considerada nula.

O Perito poderá, a seu critério, estabelecer outros limites de acordo com a natureza dos vários

tipos de serviços envolvidos. Ressalta-se que é fundamental não proceder a uma análise

puramente matemática, sendo necessário contextualizá-la nos aspectos construtivos e de

relevância envolvidos.

3. Metodologia de Cálculo do “Jogo de Planilha”

A metodologia ora apresentada foi desenvolvida pelos Peritos Criminais Federais, da área de

Engenharia Civil, dentre os quais o autor, todos vinculados, direta ou indiretamente, ao

Serviço de Perícias de Engenharia Legal e Meio Ambiente

(SEPEMA/DPER/INC/DITEC/DPF).

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Para a análise da ocorrência do “jogo de planilha” existem duas possibilidades em função das

análises de preço: ambiente de sobrepreço ou de subpreço. Ambas podem ser calculadas

individualmente por item de planilha, para tanto bastando aplicarmos a devida formulação

matemática em cada situação. Esse procedimento, que pode ser facilmente automatizado em

planilha eletrônica, facilita a compreensão de quais serviços estão causando superfaturamento

por jogo de planilha. Em ambos os casos, é fundamental determinar o ponto de equilíbrio

econômico-financeiro do contrato.

Esse autor defende a utilização de apenas dois métodos para cálculo da parcela de

superfaturamento devida exclusivamente ao “jogo de planilha”, sendo cada um adequado a

uma das situações acima descritas. Em ambiente de sobrepreço utilizamos o “método do

balanço” e em caso de subpreço usamos o “método do desconto”. A justificativa seria que os

métodos refletem melhor a realidade de cada situação, isto é, irão melhor definir o que deve

ser tutelado pela Administração na defesa de seus interesses.

No caso de sobrepreço original, temos duas hipóteses: sobrepreço abaixo do limite de

tolerância, que não seria considerado como superfaturamento e sobrepreço acima desse limite.

Na primeira hipótese a situação é simples: devemos atentar para que os termos aditivos

obedeçam aos limites dos valores de mercado de modo a não aumentar o sobrepreço. Já na

segunda hipótese, teríamos que renegociar o termo aditivo de modo a que o sobrepreço

diminua mantendo-se, pelo menos, dentro do limite de tolerância adotado. Nessa situação, o

mais adequado é o “método do balanço”, feito em termos monetários, pois que o que deve ser

garantido é que o valor do sobrepreço não aumente.

Na hipótese de subpreço, o mais adequado é o “método do desconto”, feito em termos

percentuais, pois o que deve ser garantido é que a proporção do desconto dado, que

entendemos reflita melhor a “relação” prevista na alínea “d” do artigo 65 da Lei 8.666/93, seja

mantida até ao final da obra, isto é, a vantagem auferida pela Administração com o evento

licitatório não se perca durante a execução do contrato. Deve ser em termos percentuais pois é

a forma mais simples de realizar tais análises, tendo em vista a grande quantidade de serviços

existentes nas planilhas orçamentárias, cada um com suas peculiaridades e seus quantitativos.

O autor gostaria de abordar o chamado fator “K”, utilizado em algumas licitações em nosso

país, que consiste basicamente na aplicação de um único fator, que pode ser maior ou menor

que a unidade caso se queira dar desconto ou estar acima do preço de referência do órgão

licitante, como uma solução para alguns casos de “jogo de planilha”. Ora, se todos os itens

planilhados receberam o mesmo desconto percentual, não há que se falar em manipulação de

quantitativos ou em preços altos e baixos em relação ao mercado. Entretanto, ainda poderiam

ocorrer, por exemplo, alteração de preços durante a execução da obra ou inclusão de serviços

novos, porém ambos seriam de mais fácil identificação e controle.

3.1. Ponto de Equilíbrio Econômico-Financeiro

O ponto de equilíbrio econômico-financeiro do contrato é obtido através da identificação da

situação original de cada item contratual em comparação com preços referenciais. Esses

preços deverão ser medianos ou médios de mercado à época do contrato firmado, geralmente

a data-base da proposta. Após isso, obteremos o valor global da obra calculado pela perícia,

através do qual poderemos concluir se ocorreu sobrepreço ou subpreço original.

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Caso a divergência devido ao preço global inicial (Dpi) seja positiva, poderá ser considerada a

ocorrência de sobrepreço global inicial, também denominado de sobrepreço original. Caso

contrário, consideramos a ocorrência de subpreço global inicial, também denominado

desconto original, ambos expressos em moeda corrente.

Devemos atentar para a análise da significância da parcela de divergência devida ao preço

global inicial, posto não existir consenso nesse ponto. Um aspecto importante é a definição de

uma margem de segurança global, a qual entendemos existir em função das imprecisões

intrínsecas aos métodos de levantamento de quantitativos e orçamentação, podendo-se adotar

inicialmente o percentual de 10% (dez por cento) ou outro arbitrado pelo perito.

A margem de segurança global adotada é aplicável apenas em casos de sobrepreço, quando

devemos compará-la ao percentual de sobrepreço global inicial (PE). Caso seja maior,

devemos considerá-la significativa, imputando como débito todo o valor calculado.

Caso o percentual de sobrepreço global inicial (PE) seja menor que a margem de segurança

global adotada, devemos realizar análises mais detalhadas, identificando os serviços cujos

preços unitários apresentem divergência percentual relevante, positiva ou negativa em relação

ao preço de referência, superior à margem de segurança por serviço, podendo ser adotado

inicialmente o percentual de 30% (trinta por cento), somando-as ao final. Cabe ressaltar que o

citado percentual foi adotado em função de análises de alguns projetos padrões do SINAPI,

mediante comparação dos valores da mediana com aqueles do 3º quartil para os serviços mais

relevantes.

Por fim, não posso me furtar em citar a LDO 2010, que em seu § 1o do artigo 112 contém

expressamente o percentual de 20% (vinte por cento) para essa mesma finalidade, embora

com algumas restrições:

§ 1o Em obras cujo valor total contratado não supere o limite para Tomada de

Preços, será admitida variação máxima de 20% (vinte por cento) sobre os custos

unitários de que trata o caput deste artigo, por item, desde que o custo global orçado

fique abaixo do custo global calculado pela mediana do SINAPI.

O valor monetário calculado nas análises mais detalhadas, caso positivo e menor que a

divergência de preços global inicial, poderá ser, em função da relevância dos itens e demais

aspectos porventura observados, considerado como divergência significativa devida aos

preços iniciais. Caso esse valor seja maior que a divergência de preços global inicial, esta

última é que deverá ser considerada como divergência significativa devida aos preços iniciais.

O ponto de equilíbrio econômico-financeiro (PE) é o percentual obtido, seja positivo ou

negativo, da razão entre a divergência devido ao preço global inicial (Dpi) e o valor de

referência do contrato inicial (VRc), calculado pela seguinte fórmula:

PE = Dpi / VRc

A idéia de se determinar esse ponto de equilíbrio é verificar posteriormente se, considerando

as quantidades e preços realmente executados ao final do contrato e os preços médios de

mercado, é preservado o ponto de equilíbrio original do contrato. Em caso negativo, a análise

apontará se o novo ponto obtido é favorável ou desfavorável à Administração Pública.

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3.2. Ambiente de Sobrepreço

Nesse caso será aplicado o método do balanço (referência Acórdão 583/2003 – Plenário –

TCU) para os cálculos, onde as conseqüências financeiras serão medidas em função de um

confronto entre os preços da contratada com os valores de mercado.

Na metodologia desenvolvida pelo DPF, a parcela do “jogo de planilha” é calculada

juntamente com o sobrepreço global final, não estando explicitada neste momento. Se a

diferença entre o sobrepreço final e o inicial for relevante, a critério do perito e em função das

peculiaridades de cada obra sob exames, a parcela de jogo de planilha poderá ser calculada,

então, de duas maneiras.

A primeira delas é feita de maneira simplificada, caso não seja necessário destacar os

principais serviços que deram causa ao jogo de planilha, pela simples diferença entre o

sobrepreço final (Dpf) e o inicial (Dpi), que nesse caso será monetária.

A outra maneira é o cálculo através do método do balanço, cuja definição segue abaixo:

Método do balanço – Análise dos efeitos financeiros causados pelas variações entre

as quantidades e preços unitários questionados e as quantidades e preços unitários de

referência do Perito Criminal Federal, utilizando valores monetários;

A formulação matemática do método do balanço é expressa por:

Djp = Σ[Qpe x (Pm – Pr) - Qc x (Pc – Pr)]

onde:

Djp – Divergência devida ao jogo de planilha

Qpe – Quantidade de serviços considerados pelos peritos como executados

Qc – Quantidades previstas no contrato inicial

Pm – Preço unitário do serviço medido ou pago

Pr – Preço unitário de referência

Pc – Preço unitário previsto no contrato inicial

Cabe ressaltar que não devem ser computadas no cálculo da divergência devida ao jogo de

planilha (Djp) aquelas decorrentes de alterações tecnicamente aceitáveis e legalmente

justificadas, a exemplo do disposto na alínea "a", do inciso I do Art. nº 65 da Lei 8.666/93,

salvo o caso em que tais alterações aumentem o sobrepreço original.

Se a divergência devida ao “jogo de planilha” for positiva e relevante, deve constar no Laudo

que foi caracterizada a ocorrência de “jogo de planilha”, devendo ser apresentadas as parcelas

decorrentes da divergência devida ao sobrepreço global inicial e da divergência devida ao

“jogo de planilha” separadamente.

Caso a divergência devida ao “jogo de planilha” for negativa ou irrelevante, deve constar no

Laudo que não foi caracterizada a ocorrência de “jogo de planilha”. Entretanto, seu valor

monetário deve ser computado no cálculo da divergência devida ao preço global final,

havendo redução do potencial dano ao erário causado pelo sobrepreço global inicial.

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3.3. Ambiente de Subpreço

Em caso de subpreço, que pode representar a vantagem auferida pela Administração Pública

com o procedimento licitatório, será aplicado o método do desconto (referência Acórdão

1755/2004 – Plenário – TCU), onde as conseqüências financeiras serão medidas em função de

uma análise do desconto original e o equilíbrio final medido pelos Peritos.

A divergência devida ao preço global final (Dpf) é igual à divergência devida ao “jogo de

planilha” (Djp), a qual é calculada pelo método do desconto, cuja definição é: Método do desconto – Análise dos efeitos financeiros causados pelas variações entre

as quantidades e preços unitários questionados e as quantidades e preços unitários de

referência do Perito Criminal Federal, considerando o desconto original em termos

percentuais.

A formulação matemática do método do desconto é expressa por:

Djp = Σ [Qpe x (Pm – Pr x (1 + PE)) - Qc x (Pc – Pr x (1 + PE))]

onde:

Djp – Divergência devida ao jogo de planilha

Qpe – Quantidade de serviços considerados pelos peritos como executados

Qc – Quantidades previstas no contrato inicial

Pm – Preço unitário do serviço medido ou pago

Pr – Preço unitário de referência

Pc – Preço unitário previsto no contrato inicial

PE – Ponto de equilíbrio econômico-financeiro do contrato

Nesse cálculo são considerados os serviços extracontratuais, adotando-se os preços medidos

ou pagos iguais ao preço de referência da perícia e as quantidades contratuais iniciais iguais a

zero. Entende-se por serviço extracontratual aquele constatado na vistoria, não integrante do

contrato original e/ou de seus termos aditivos, que não tenha sido medido ou pago durante a

execução da obra, ou seja, não formalizado.

Da mesma forma, devem ser considerados todos os serviços medidos ou pagos,

independentemente da sua quantidade na planilha orçamentária da proposta original e da

existência de termo aditivo contratual, tendo em vista que, na esfera criminal, se busca a

verdade real, a qual deverá estar lastreada na vistoria de campo obrigatoriamente realizada.

De forma similar ao ambiente de sobrepreço, cabe ressaltar que não devem ser computadas no

cálculo da divergência devida ao jogo de planilha (Djp) aquelas decorrentes de alterações

tecnicamente aceitáveis e legalmente justificadas, a exemplo do disposto na alínea "a", do

inciso I do Art. nº 65 da Lei 8.666/93, salvo o caso em que tais alterações causem sobrepreço

e a conseqüente perda do desconto original.

Se a divergência devida ao jogo de planilha for positiva e relevante, deve constar no Laudo

que foi caracterizada a ocorrência de jogo de planilha, devendo ser apresentada essa parcela

separadamente.

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Caso a divergência devida ao jogo de planilha for negativa ou irrelevante, deve constar no

Laudo que não foi caracterizada a ocorrência de jogo de planilha, inexistindo neste caso

divergência devida ao preço final (Dpf = 0).

4. Conclusão

A principal contribuição desse trabalho é a apresentação de metodologia para cálculo do

superfaturamento devido exclusivamente ao “jogo de planilha”, desenvolvida para utilização

na esfera criminal pelo grupo de peritos de Engenharia Civil do DPF, com base em alguns

critérios objetivos iniciais. Esse autor acredita que os valores iniciais propostos tiveram

apresentadas suas origens de modo a justificar sua adoção, porém encontrando-se abertos para

posteriores discussões enquanto assunto controverso, sobre o qual ainda não existe consenso.

Foram apresentados diversos conceitos, os quais foram discutidos mediante apresentação de

autores conhecidos no meio técnico e fundamentação na legislação vigente, com vistas à

estruturação da metodologia apresentada. Os métodos adotados nos casos de sobrepreço ou

subpreço originais, a saber, do balanço e do desconto respectivamente, são considerados mais

adequados a cada um deles do ponto de vista teórico, conforme já apresentado.

Como resultado das análises realizadas nos exemplos do anexo e fruto de anos de experiência

na área de perícias criminais, pode-se afirmar que a ocorrência de “jogo de planilha”

independe do valor absoluto ou mesmo do percentual relativo, havendo que se ater à intenção

de causar o dano através dos termos aditivos firmados ou da simples alteração durante a

execução da obra sem a devida formalização. Nesse ponto é essencial a experiência e o

conhecimento técnico do perito, haja vista que ele realizou todas as análises e cálculos,

conhece todas as informações do caso, dentre elas as justificativas técnicas caso existam, e,

com base em sua autonomia, pode melhor decidir acerca da efetiva ocorrência do “jogo de

planilha”.

Pode-se perceber que existem diversas formas de ocorrência de “jogo de planilha”, como

acréscimo de quantidades de itens originais com preços altos, decréscimo de quantidades de

itens originais com preços baixos, supressão de itens originais com preços baixos, alteração de

preços originais para preços mais altos e inclusão de itens novos com preços altos. Essas

hipóteses costumam ocorrer também em conjunto, existindo diversas combinações possíveis.

A obra selecionada para apresentação dos exemplos foi um caso real de perícia realizada pelo

autor, em determinada época e região com considerável lapso temporal decorrido, que se

tratava da construção de pequena barragem de concreto, cuja análise original apontou

sobrepreço. Ela possui estrutura de itens bastante simples, pouca quantidade de serviços e é

bastante adequada para a finalidade didática, permitindo fácil entendimento.

O resumo dos exemplos constantes do anexo encontra-se na tabela 1, a qual apresenta a

descrição de cada um com os valores absolutos em reais e relativos em percentual. Ressalta-se

que considero a ocorrência de “jogo de planilha” em todas as situações analisadas, embora

exista percentual muito pequeno como no exemplo 3.

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

19

EXEMPLO DESCRIÇÃO PREÇO OBRA

PERÍCIA (R$)

JOGO DE

PLANILHA (R$)

JOGO DE

PLANILHA (%)

1 Acréscimo de itens com preço alto 78.650,73 20.421,57 2,57

2 Decréscimo de itens com preço

baixo

75.250,93 19.414,27 2,38

3 Inclusão de item com preço alto 78.086,88 18.413,12 0,16

4 Supressão de item com preço

baixo

76.210,83 18.869,17 1,34

5 Mudança para preço mais alto que

o contratado

77.780,63 24.888,37 8,57

6 Caso geral englobando exemplos

anteriores exceto o 4

75.641,13 28.805,37 14,66

Tabela 1 – Resumo dos exemplos de “Jogos de Planilha”

Outra conclusão é que pode ocorrer “jogo de planilha” mesmo em ambiente de subpreço,

através da perda do desconto original. Não há que se argumentar preço global abaixo do preço

médio de mercado, pois ainda deveria estar mais, de modo a garantir a vantagem auferida pela

Administração Pública com o evento licitatório e manter o equilíbrio econômico-financeiro

original do contrato, conforme exigido pela legislação vigente.

Referências

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<http://www.claim.com.br/portal/modules/download_gallery/dlc.php?file=http://www.claim.com.br/portal/medi

a/download_gallery/003_prevencao_identificacao_registro_claim_sinduscon.doc>. Acesso em 21 jun 2010.

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prestação de serviços de engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de

Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA, de uma Mútua de Assistência Profissional; e dá outras

providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6496.htm>. Acesso em 18 jun 2010.

BRASIL. Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei 12.017, de 12 de agosto de 2009. Dispõe sobre as diretrizes para a

elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2010 e dá outras providências. Disponível em

<http://www9.senado.gov.br/portal/page/portal/orcamento_senado/arquivo/Outros/PrincipaisNormasOrcamentar

ias/300-LeisOrçamentárias/420-DiretrizesOrçamentárias/410-2010/420-Lei nº 2012.017 de 2009 - LDO

2010.pdf>. Acesso em 18 jun 2010.

BRASIL. Lei de Licitações, Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da

Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

20

providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em 18 jun

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CAMPITELI, Marcos Vinicius. Medidas para Evitar o Superfaturamento Decorrente dos “Jogos de

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de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em

<http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/3302/1/Dissert_MarcusViniciusCampiteli.pdf>. Acesso em 21 jun

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Engenharia de Administração de Contratos. HORMIGON Engenharia e Consultoria. Belo Horizonte.

Disponível em <http://www.hormigon.com.br/portal/media/download_gallery/claim.pdf>. Acesso em 21 jun

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FORTES, Roberto Borges. Planejamento de Obras: Orientação Básica para Apresentacção de Propostas.

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GIAMUSSO, Salvador E. Orçamento e Custos na Construção Civil. São Paulo, Pini, 1991.

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definição. Porto Alegre, 2006. Disponível em <http://www.ibraop.org.br/site/media/orientacao_tecnica.pdf>.

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Planilhas – Métodos Atualmente Utilizados e em Desenvolvimento. Anais do XII SINAOP, Brasília, 2008.

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MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. São Paulo, Malheiros, 2007.

NUNES, Wanda Cláudia Galuzzi; FREIRE, André Escovedo. Auditoria de Projetos: A análise Econômica

das Obras Públicas. Anais do VII SINAOP, Brasília, 2002. Disponível em

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<http://www.iaece.org.br/artigos/uploads/HMaQZo0blJM8Qobrass.pdf>. Acesso em 21 jun 2010.

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Superfaturamento de Obras Públicas. Anais do VI SINAOP, Florianópolis, 2001. Disponível em

<http://www.ibraop.org.br/site/media/sinaop/06_sinaop/painel_05/p5_t2_superfatur_obras_public.pdf>. Acesso

em 21 jun 2010.

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Anexo A – Exemplos de “Jogo de Planilha” em Obra de Engenharia

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

22

Obra adotada: Construção de pequena barragem de concreto

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN.

QUANT.

CONT.

P. UNIT.

CONT.

P. TOT.

CONT.

P. UNIT.

PERÍCIA

P. TOT.

PERÍCIA

A B C=AxB D E=AxD

01.00 SERVIÇOS

PRELIMINARES

3.823,05 4.810,35

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 566,00 566,00 566,00 566,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 0,21 283,50 0,46 621,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 551,20 551,20 551,20 551,20

01.04 Ligação provisória de luz e

força

un. 1,00 314,35 314,35 314,35 314,35

01.05 Barracão de obra m² 20,00 46,00 920,00 78,49 1.569,80

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 13,20 1.188,00 13,20 1.188,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 46.003,00 27.697,36

02.01 Escavação manual de valas

em terra até 2,00 metros

m³ 790,00 9,00 7.110,00 5,76 4.550,40

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 16,00 4.896,00 11,21 3.430,26

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 46,40 3.944,00 57,11 4.854,35

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 121,00 3.182,30 144,77 3.807,45

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 35,60 4.806,00 35,60 4.806,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 22,00 17.380,00 6,65 5.253,50

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 1,85 1.461,50 0,50 395,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 4,08 3.223,20 0,76 600,40

03.00 SUPERESTRUTURA 46.173,95 45.272,92

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 18,80 10.828,80 4,55 8.380,80

03.02 Desforma m² 1152,00 1,30 1.497,60 2,55 2.937,60

03.03 Armadura CA-50, diâmetro

6,3 a 10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 1,75 13.532,75 1,73 13.378,09

03.04 Concreto estrutural c/

betoneira controle tipo B Fck

18.0 Mpa

m³ 102,60 165,00 16.929,00 162,90 16.713,54

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 33,00 3.385,80 37,65 3.862,89

TOTAL CONTRATADO 96.000,00 T. PER. 77.780,63

DIFERENÇA DE PREÇOS 18.219,37

PERCENTUAL DE DIFERENÇA DE PREÇOS 23,42%

Tabela A1 – Análise de preço original – ambiente de sobrepreço

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

23

Exemplo 1 – Acréscimo de itens (2.6, 2.7 e 2.8) com preços altos

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. TOT.

MEDIÇÃO

P. UNIT.

PERÍCIA

P. TOT.

PERÍCIA

A B C=AxB D E=AxD

01.00 SERVIÇOS

PRELIMINARES

3.823,05 4.810,35

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00)

un. 1,00 566,00 566,00 566,00 566,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 0,21 283,50 0,46 621,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 551,20 551,20 551,20 551,20

01.04 Ligação provisória de luz e

força

un. 1,00 314,35 314,35 314,35 314,35

01.05 Barracão de obra m² 20,00 46,00 920,00 78,49 1.569,80

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 13,20 1.188,00 13,20 1.188,00

02.00 MOVIMENTO DE

TERRA

49.075,30 28.567,46

02.01 Escavação manual de valas

em terra até 2,00 metros

m³ 790,00 9,00 7.110,00 5,76 4.550,40

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 16,00 4.896,00 11,21 3.430,26

02.03 Lastro de brita 3 e 4

aplicadas manualmente

m³ 85,00 46,40 3.944,00 57,11 4.854,35

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 121,00 3.182,30 144,77 3.807,45

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 35,60 4.806,00 35,60 4.806,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 900,00 22,00 19.800,00 6,65 5.985,00

02.07 Carga mecanizada de terra

em caminhão basculante

m³ 900,00 1,85 1.665,00 0,50 450,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 900,00 4,08 3.672,00 0,76 684,00

03.00 SUPERESTRUTURA 46.173,95 45.272,92

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 18,80 10.828,80 14,55 8.380,80

03.02 Desforma m² 1152,00 1,30 1.497,60 2,55 2.937,60

03.03 Armadura CA-50, diâmetro

6,3 a 10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 1,75 13.532,75 1,73 13.378,09

03.04 Concreto estrutural c/

betoneira controle tipo B Fck

18.0 Mpa

m³ 102,60 165,00 16.929,00 162,90 16.713,54

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 33,00 3.385,80 37,65 3.862,89

TOTAL MEDIÇÃO 99.072,30 T. PER. 78.650,73

DIFERENÇA DE PREÇOS 20.421,57

PERCENTUAL DE DIFERENÇA DE PREÇOS 25,96%

Tabela A2 – Exemplo 1 – Análise de preço para obra executada com acréscimo de itens com preços altos

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

25

Exemplo 1 – Acréscimo de itens (2.6, 2.7 e 2.8) com preços altos

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

CONT.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. UNIT.

PERÍCIA

JOGO DE

PLANILHA

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES 0,00

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 1,00 566,00 566,00 0,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 1.350,00 0,21 0,46 0,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 1,00 551,20 551,20 0,00

01.04 Ligação provisória de luz e força un. 1,00 1,00 314,35 314,35 0,00

01.05 Barracão de obra m² 20,00 20,00 46,00 78,49 0,00

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 90,00 13,20 13,20 0,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 2.202,20

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 790,00 9,00 5,76 0,00

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 306,00 16,00 11,21 0,00

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 85,00 46,40 57,11 0,00

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 26,30 121,00 144,77 0,00

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 135,00 35,60 35,60 0,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 900,00 22,00 6,65 1.688,50

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 900,00 1,85 0,50 148,50

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 900,00 4,08 0,76 365,20

03.00 SUPERESTRUTURA 0,00

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 576,00 18,80 14,55 0,00

03.02 Desforma m² 1152,00 1.152,00 1,30 2,55 0,00

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3 a

10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 7.733,00 1,75 1,73 0,00

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 102,60 165,00 162,90 0,00

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 102,60 33,00 37,65 0,00

TOTAL DO JOGO DE PLANILHA 2.202,20

PERCENTUAL DO JOGO DE PLANILHA 2,54%

Tabela A3 – Exemplo 1 – Cálculo do “Jogo de Planilha” no caso de acréscimo de itens com preços altos

Obs.: Fórmula utilizada: Djp = Σ[Qpe x (Pm – Pr) - Qc x (Pc – Pr)] – ambiente de sobrepreço

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

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Exemplo 2 – Decréscimo de itens (1.2, 1.5 e 3.2) com preços baixos

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. TOT.

MEDIÇÃO

P. UNIT.

PERÍCIA

P. TOT.

PERÍCIA

A B C=AxB D E=AxD

01.00 SERVIÇOS

PRELIMINARES

3.237,05 3.749,45

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 566,00 566,00 566,00 566,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 750,00 0,21 157,50 0,46 345,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 551,20 551,20 551,20 551,20

01.04 Ligação provisória de luz e

força

un. 1,00 314,35 314,35 314,35 314,35

01.05 Barracão de obra m² 10,00 46,00 460,00 78,49 784,90

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 13,20 1.188,00 13,20 1.188,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 46.003,00 27.697,36

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 9,00 7.110,00 5,76 4.550,40

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 16,00 4.896,00 11,21 3.430,26

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 46,40 3.944,00 57,11 4.854,35

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 121,00 3.182,30 144,77 3.807,45

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 35,60 4.806,00 35,60 4.806,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 22,00 17.380,00 6,65 5.253,50

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 1,85 1.461,50 0,50 395,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 4,08 3.223,20 0,76 600,40

03.00 SUPERESTRUTURA 45.425,15 43.804,12

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 18,80 10.828,80 14,55 8.380,80

03.02 Desforma m² 576,00 1,30 748,80 2,55 1.468,80

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3

a 10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 1,75 13.532,75 1,73 13.378,09

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 165,00 16.929,00 162,90 16.713,54

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 33,00 3.385,80 37,65 3.862,89

TOTAL MEDIÇÃO 94.665,20 T. PER. 75.250,93

DIFERENÇA DE PREÇOS 19.414,27

PERCENTUAL DE DIFERENÇA DE PREÇOS 25,80%

Tabela A4 – Exemplo 2 – Análise de preço para obra executada com decréscimo de itens com preços baixos

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

27

Exemplo 2 – Decréscimo de itens (1.2, 1.5 e 3.2) com preços baixos

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

CONT.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. UNIT.

PERÍCIA

JOGO DE

PLANILHA

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES 474,90

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 1,00 566,00 566,00 0,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 750,00 0,21 0,46 150,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 1,00 551,20 551,20 0,00

01.04 Ligação provisória de luz e força un. 1,00 1,00 314,35 314,35 0,00

01.05 Barracão de obra m² 20,00 10,00 46,00 78,49 324,90

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 90,00 13,20 13,20 0,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 0,00

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 790,00 9,00 5,76 0,00

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 306,00 16,00 11,21 0,00

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 85,00 46,40 57,11 0,00

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 26,30 121,00 144,77 0,00

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 135,00 35,60 35,60 0,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 790,00 22,00 6,65 0,00

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 790,00 1,85 0,50 0,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 790,00 4,08 0,76 0,00

03.00 SUPERESTRUTURA 720,00

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 576,00 18,80 14,55 0,00

03.02 Desforma m² 1152,00 576,00 1,30 2,55 720,00

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3 a

10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 7.733,00 1,75 1,73 0,00

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 102,60 165,00 162,90 0,00

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 102,60 33,00 37,65 0,00

TOTAL DO JOGO DE PLANILHA 1.194,90

PERCENTUAL DO JOGO DE PLANILHA 2,38%

Tabela A5 – Exemplo 2 – Cálculo do “Jogo de Planilha” no caso de decréscimo de itens com preços baixos

Obs.: Fórmula utilizada: Djp = Σ[Qpe x (Pm – Pr) - Qc x (Pc – Pr)] – ambiente de sobrepreço

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

28

Exemplo 3 – Inclusão de item novo (2.9) com preço alto

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. TOT.

MEDIÇÃO

P. UNIT.

PERÍCIA

P. TOT.

PERÍCIA

A B C=AxB D E=AxD

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES 3.823,05 4.810,35

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 566,00 566,00 566,00 566,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 0,21 283,50 0,46 621,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 551,20 551,20 551,20 551,20

01.04 Ligação provisória de luz e força un. 1,00 314,35 314,35 314,35 314,35

01.05 Barracão de obra m² 20,00 46,00 920,00 78,49 1.569,80

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 13,20 1.188,00 13,20 1.188,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 46.503,00 28.003,61

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 9,00 7.110,00 5,76 4.550,40

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 16,00 4.896,00 11,21 3.430,26

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 46,40 3.944,00 57,11 4.854,35

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 121,00 3.182,30 144,77 3.807,45

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 35,60 4.806,00 35,60 4.806,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 22,00 17.380,00 6,65 5.253,50

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 1,85 1.461,50 0,50 395,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 4,08 3.223,20 0,76 600,40

02.09 Compactação de aterros a 95%

PN

m³ 500,00 1,00 500,00 0,61 306,25

03.00 SUPERESTRUTURA 46.173,95 45.272,92

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 18,80 10.828,80 14,55 8.380,80

03.02 Desforma m² 1152,00 1,30 1.497,60 2,55 2.937,60

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3 a

10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 1,75 13.532,75 1,73 13.378,09

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 165,00 16.929,00 162,90 16.713,54

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 33,00 3.385,80 37,65 3.862,89

TOTAL MEDIÇÃO 96.500,00 T. PER. 78.086,88

DIFERENÇA DE PREÇOS 18.413,12

PERCENTUAL DE DIFERENÇA DE PREÇOS 23,58%

Tabela A6 – Exemplo 3 – Análise de preço para obra executada com inclusão de item novo com preço alto

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

29

Exemplo 3 – Inclusão de item novo (2.9) com preço alto

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

CONT.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. UNIT.

PERÍCIA

JOGO DE

PLANILHA

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES 0,00

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 1,00 566,00 566,00 0,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 1.350,00 0,21 0,46 0,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 1,00 551,20 551,20 0,00

01.04 Ligação provisória de luz e força un. 1,00 1,00 314,35 314,35 0,00

01.05 Barracão de obra m² 20,00 20,00 46,00 78,49 0,00

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 90,00 13,20 13,20 0,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 195,00

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 790,00 9,00 5,76 0,00

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 306,00 16,00 11,21 0,00

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 85,00 46,40 57,11 0,00

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 26,30 121,00 144,77 0,00

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 135,00 35,60 35,60 0,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 790,00 22,00 6,65 0,00

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 790,00 1,85 0,50 0,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 790,00 4,08 0,76 0,00

02.09 Compactação de aterros a 95%

PN

m³ 0,00 500,00 1,00 0,61 195,00

03.00 SUPERESTRUTURA 0,00

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 576,00 18,80 14,55 0,00

03.02 Desforma m² 1152,00 1.152,00 1,30 2,55 0,00

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3 a

10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 7.733,00 1,75 1,73 0,00

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 102,60 165,00 162,90 0,00

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 102,60 33,00 37,65 0,00

TOTAL DO JOGO DE PLANILHA 195,00

PERCENTUAL DO JOGO DE PLANILHA 0,16%

Tabela A7 – Exemplo 3 – Cálculo do “Jogo de Planilha” no caso de inclusão de item novo com preço alto

Obs.: Fórmula utilizada: Djp = Σ[Qpe x (Pm – Pr) - Qc x (Pc – Pr)] – ambiente de sobrepreço

Page 30: Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob ... Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011 1 Jogo de planilha nas

Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

30

Exemplo 4 – Supressão de item (1.5) com preço baixo

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. TOT.

MEDIÇÃO

P. UNIT.

PERÍCIA

P. TOT.

PERÍCIA

A B C=AxB D E=AxD

01.00 SERVIÇOS

PRELIMINARES

2.903,05 3.240,55

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 566,00 566,00 566,00 566,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 0,21 283,50 0,46 621,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 551,20 551,20 551,20 551,20

01.04 Ligação provisória de luz e

força

un. 1,00 314,35 314,35 314,35 314,35

01.05 Barracão de obra m² 0,00 46,00 0,00 78,49 0,00

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 13,20 1.188,00 13,20 1.188,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 46.003,00 27.697,36

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 9,00 7.110,00 5,76 4.550,40

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 16,00 4.896,00 11,21 3.430,26

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 46,40 3.944,00 57,11 4.854,35

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 121,00 3.182,30 144,77 3.807,45

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 35,60 4.806,00 35,60 4.806,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 22,00 17.380,00 6,65 5.253,50

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 1,85 1.461,50 0,50 395,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 4,08 3.223,20 0,76 600,40

03.00 SUPERESTRUTURA 46.173,95 45.272,92

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 18,80 10.828,80 14,55 8.380,80

03.02 Desforma m² 1152,00 1,30 1.497,60 2,55 2.937,60

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3

a 10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 1,75 13.532,75 1,73 13.378,09

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 165,00 16.929,00 162,90 16.713,54

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 33,00 3.385,80 37,65 3.862,89

TOTAL MEDIÇÃO 95.080,00 T. PER. 76.210,83

DIFERENÇA DE PREÇOS 18.869,17

PERCENTUAL DE DIFERENÇA DE PREÇOS 24,76%

Tabela A8 – Exemplo 4 – Análise de preço para obra executada com supressão de item com preço baixo

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

31

Exemplo 4 – Supressão de item (1.5) com preço baixo

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

CONT.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. UNIT.

PERÍCIA

JOGO DE

PLANILHA

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES 649,80

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 1,00 566,00 566,00 0,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 1.350,00 0,21 0,46 0,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 1,00 551,20 551,20 0,00

01.04 Ligação provisória de luz e força un. 1,00 1,00 314,35 314,35 0,00

01.05 Barracão de obra m² 20,00 0,00 46,00 78,49 649,80

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 90,00 13,20 13,20 0,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 0,00

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 790,00 9,00 5,76 0,00

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 306,00 16,00 11,21 0,00

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 85,00 46,40 57,11 0,00

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 26,30 121,00 144,77 0,00

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 135,00 35,60 35,60 0,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 790,00 22,00 6,65 0,00

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 790,00 1,85 0,50 0,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 790,00 4,08 0,76 0,00

03.00 SUPERESTRUTURA 0,00

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 576,00 18,80 14,55 0,00

03.02 Desforma m² 1152,00 1.152,00 1,30 2,55 0,00

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3 a

10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 7.733,00 1,75 1,73 0,00

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 102,60 165,00 162,90 0,00

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 102,60 33,00 37,65 0,00

TOTAL DO JOGO DE PLANILHA 649,80

PERCENTUAL DO JOGO DE PLANILHA 1,34%

Tabela A9 – Exemplo 4 – Cálculo do “Jogo de Planilha” no caso de supressão de item com preço baixo

Obs.: Fórmula utilizada: Djp = Σ[Qpe x (Pm – Pr) - Qc x (Pc – Pr)] – ambiente de sobrepreço

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

32

Exemplo 5 – Mudança de item contratual (3.4) para preço mais alto

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. TOT.

MEDIÇÃO

P. UNIT.

PERÍCIA

P. TOT.

PERÍCIA

A B C=AxB D E=AxD

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES 3.823,05 4.810,35

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 566,00 566,00 566,00 566,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 1350,00 0,21 283,50 0,46 621,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 551,20 551,20 551,20 551,20

01.04 Ligação provisória de luz e força un. 1,00 314,35 314,35 314,35 314,35

01.05 Barracão de obra m² 20,00 46,00 920,00 78,49 1.569,80

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 13,20 1.188,00 13,20 1.188,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 46.003,00 27.697,36

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 9,00 7.110,00 5,76 4.550,40

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 16,00 4.896,00 11,21 3.430,26

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 46,40 3.944,00 57,11 4.854,35

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 121,00 3.182,30 144,77 3.807,45

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 35,60 4.806,00 35,60 4.806,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 790,00 22,00 17.380,00 6,65 5.253,50

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 790,00 1,85 1.461,50 0,50 395,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 790,00 4,08 3.223,20 0,76 600,40

03.00 SUPERESTRUTURA 52.842,95 45.272,92

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 18,80 10.828,80 14,55 8.380,80

03.02 Desforma m² 1152,00 1,30 1.497,60 2,55 2.937,60

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3 a

10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 1,75 13.532,75 1,73 13.378,09

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 230,00 23.598,00 162,90 16.713,54

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 33,00 3.385,80 37,65 3.862,89

TOTAL MEDIÇÃO 102.669,00 T. PER. 77.780,63

DIFERENÇA DE PREÇOS 24.888,37

PERCENTUAL DE DIFERENÇA DE PREÇOS 32,00%

Tabela A10 – Exemplo 5 – Análise de preço com mudança de item contratual para preço mais alto

Page 33: Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob ... Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011 1 Jogo de planilha nas

Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

33

Exemplo 5 – Mudança de item contratual (3.4) para preço mais alto

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

CONTR.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

CONTR.

P. UNIT.

MEDIDO

P. UNIT.

PERÍCIA

JOGO DE

PLANILHA

01.00 SERVIÇOS

PRELIMINARES

0,00

01.01 Placa da obra (6,00 x

4,00) m²

un. 1,00 1,00 1,00 566,00 566,00 0,00

01.02 Limpeza do terreno

(corte de capoeira fina

a foice)

m² 1350,00 1.350,00 1.350,00 0,21 0,46 0,00

01.03 Ligação provisória de

água e sanitário

un. 1,00 1,00 1,00 551,20 551,20 0,00

01.04 Ligação provisória de

luz e força

un. 1,00 1,00 1,00 314,35 314,35 0,00

01.05 Barracão de obra m² 20,00 20,00 20,00 46,00 78,49 0,00

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 90,00 90,00 13,20 13,20 0,00

02.00 MOVIMENTO DE

TERRA

0,00

02.01 Escavação manual de

valas em terra até 2,00

metros

m³ 790,00 790,00 790,00 9,00 5,76 0,00

02.02 Escoramento de valas

tipo contínuo

m² 306,00 306,00 306,00 16,00 11,21 0,00

02.03 Lastro de brita 3 e 4

aplicadas manualmente

m³ 85,00 85,00 85,00 46,40 57,11 0,00

02.04 Lastro de concreto,

inclusive lançamento

m³ 26,30 26,30 26,30 121,00 144,77 0,00

02.05 Ensecadeira, parede

simples

m² 135,00 135,00 135,00 35,60 35,60 0,00

02.06 Transporte,

espalhamento e

compactação de

material para reaterro

m³ 790,00 790,00 790,00 22,00 6,65 0,00

02.07 Carga mecanizada de

terra em caminhão

basculante

m³ 790,00 790,00 790,00 1,85 0,50 0,00

02.08 Regularização de

subleito e escarificação

m³ 790,00 790,00 790,00 4,08 0,76 0,00

03.00 SUPERESTRUTURA 6.669,00

03.01 Forma c/chapa

compensado resinado

12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 576,00 576,00 18,80 14,55 0,00

03.02 Desforma m² 1152,00 1.152,00 1.152,00 1,30 2,55 0,00

03.03 Armadura CA-50,

diâmetro 6,3 a 10 mm

(1/4 a 3/8")

kg 7733,00 7.733,00 7.733,00 1,75 1,73 0,00

03.04 Concreto estrutural c/

betoneira controle tipo

B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 102,60 165,00 230,00 162,90 6.669,00

Page 34: Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob ... Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011 1 Jogo de planilha nas

Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

34

03.05 Lançamento e

aplicação de concreto

em estrutura

m³ 102,60 102,60 102,60 33,00 37,65 0,00

TOTAL DO JOGO DE PLANILHA 6.669,00

PERCENTUAL DO JOGO DE PLANILHA 8,57%

Tabela A11 – Exemplo 5 – Cálculo do “Jogo de Planilha” com mudança de item contratual para preço mais alto

Obs.: Fórmula utilizada: Djp = Σ[Qpe x (Pm – Pr) - Qc x (Pc – Pr)] – ambiente de sobrepreço

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

35

Exemplo 6 – Caso geral dos exemplos anteriores exceto o 4

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

MEDIDO

P. TOT.

MEDIÇÃO

P. UNIT.

PERÍCIA

P. TOT.

PERÍCIA

A B C=AxB D E=AxD

01.00 SERVIÇOS PRELIMINARES 2.777,05 2.964,55

01.01 Placa da obra (6,00 x 4,00) m² un. 1,00 566,00 566,00 566,00 566,00

01.02 Limpeza do terreno (corte de

capoeira fina a foice)

m² 750,00 0,21 157,50 0,46 345,00

01.03 Ligação provisória de água e

sanitário

un. 1,00 551,20 551,20 551,20 551,20

01.04 Ligação provisória de luz e

força

un. 1,00 314,35 314,35 314,35 314,35

01.05 Barracão de obra m² 0,00 46,00 0,00 78,49 0,00

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 13,20 1.188,00 13,20 1.188,00

02.00 MOVIMENTO DE TERRA 49.575,30 28.872,46

02.01 Escavação manual de valas em

terra até 2,00 metros

m³ 790,00 9,00 7.110,00 5,76 4.550,40

02.02 Escoramento de valas tipo

contínuo

m² 306,00 16,00 4.896,00 11,21 3.430,26

02.03 Lastro de brita 3 e 4 aplicadas

manualmente

m³ 85,00 46,40 3.944,00 57,11 4.854,35

02.04 Lastro de concreto, inclusive

lançamento

m³ 26,30 121,00 3.182,30 144,77 3.807,45

02.05 Ensecadeira, parede simples m² 135,00 35,60 4.806,00 35,60 4.806,00

02.06 Transporte, espalhamento e

compactação de material para

reaterro

m³ 900,00 22,00 19.800,00 6,65 5.985,00

02.07 Carga mecanizada de terra em

caminhão basculante

m³ 900,00 1,85 1.665,00 0,50 450,00

02.08 Regularização de subleito e

escarificação

m³ 900,00 4,08 3.672,00 0,76 684,00

02.09 Compactação de aterros a 95%

PN

m³ 500,00 1,00 500,00 0,61 305,00

03.00 SUPERESTRUTURA 52.094,15 43.804,12

03.01 Forma c/chapa compensado

resinado 12 mm com reut. 3

vezes

m² 576,00 18,80 10.828,80 14,55 8.380,80

03.02 Desforma m² 576,00 1,30 748,80 2,55 1.468,80

03.03 Armadura CA-50, diâmetro 6,3

a 10 mm (1/4 a 3/8")

kg 7733,00 1,75 13.532,75 1,73 13.378,09

03.04 Concreto estrutural c/ betoneira

controle tipo B Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 230,00 23.598,00 162,90 16.713,54

03.05 Lançamento e aplicação de

concreto em estrutura

m³ 102,60 33,00 3.385,80 37,65 3.862,89

TOTAL MEDIÇÃO 104.446,50 T. PER. 75.641,13

DIFERENÇA DE PREÇOS 28.805,37

PERCENTUAL DE DIFERENÇA DE PREÇOS 38,08%

Tabela A12 – Exemplo 6 – Análise de preço com caso geral de exemplos anteriores exceto o 4

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Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

36

Exemplo 6 – Caso geral dos exemplos anteriores exceto o 4

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT.

CONTR.

QUANT.

PERÍCIA

P. UNIT.

CONTR.

P. UNIT.

MEDIDO

P. UNIT.

PERÍCIA

JOGO DE

PLANILHA

01.00 SERVIÇOS

PRELIMINARES

799,80

01.01 Placa da obra (6,00 x

4,00) m²

un. 1,00 1,00 1,00 566,00 566,00 0,00

01.02 Limpeza do terreno

(corte de capoeira fina a

foice)

m² 1350,00 750,00 1.350,00 0,21 0,46 150,00

01.03 Ligação provisória de

água e sanitário

un. 1,00 1,00 1,00 551,20 551,20 0,00

01.04 Ligação provisória de

luz e força

un. 1,00 1,00 1,00 314,35 314,35 0,00

01.05 Barracão de obra m² 20,00 0,00 20,00 46,00 78,49 649,80

01.06 Serviços topográficos un. 90,00 90,00 90,00 13,20 13,20 0,00

02.00 MOVIMENTO DE

TERRA

2.202,20

02.01 Escavação manual de

valas em terra até 2,00

metros

m³ 790,00 790,00 790,00 9,00 5,76 0,00

02.02 Escoramento de valas

tipo contínuo

m² 306,00 306,00 306,00 16,00 11,21 0,00

02.03 Lastro de brita 3 e 4

aplicadas manualmente

m³ 85,00 85,00 85,00 46,40 57,11 0,00

02.04 Lastro de concreto,

inclusive lançamento

m³ 26,30 26,30 26,30 121,00 144,77 0,00

02.05 Ensecadeira, parede

simples

m² 135,00 135,00 135,00 35,60 35,60 0,00

02.06 Transporte,

espalhamento e

compactação de material

para reaterro

m³ 790,00 900,00 790,00 22,00 6,65 1.688,50

02.07 Carga mecanizada de

terra em caminhão

basculante

m³ 790,00 900,00 790,00 1,85 0,50 148,50

02.08 Regularização de

subleito e escarificação

m³ 790,00 900,00 790,00 4,08 0,76 365,20

02.09 Compactação de aterros

a 95% PN

m³ 0,00 500,00 0,00 1,00 0,61 195,00

03.00 SUPERESTRUTURA 7.389,00

03.01 Forma c/chapa

compensado resinado 12

mm com reut. 3 vezes

m² 576,00 576,00 576,00 18,80 14,55 0,00

03.02 Desforma m² 1152,00 576,00 1.152,00 1,30 2,55 720,00

03.03 Armadura CA-50,

diâmetro 6,3 a 10 mm

(1/4 a 3/8")

kg 7733,00 7.733,00 7.733,00 1,75 1,73 0,00

03.04 Concreto estrutural c/

betoneira controle tipo B

Fck 18.0 Mpa

m³ 102,60 102,60 165,00 230,00 162,90 6.669,00

Page 37: Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob ... Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011 1 Jogo de planilha nas

Jogo de planilha nas obras públicas: uma metodologia sob o ponto de vista criminal Outubro/2011

37

03.05 Lançamento e aplicação

de concreto em estrutura

m³ 102,60 102,60 102,60 33,00 37,65 0,00

TOTAL DO JOGO DE PLANILHA 10.391,00

PERCENTUAL DO JOGO DE PLANILHA 14,66%

Tabela A13 – Exemplo 6 – Cálculo do “Jogo de Planilha” com caso geral de exemplos anteriores exceto o 4

Obs.: Fórmula utilizada: Djp = Σ[Qpe x (Pm – Pr) - Qc x (Pc – Pr)] – ambiente de sobrepreço