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1. IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Valéria da Silva Trindade
Área PDE: Educação Física
Professor Orientador: Fabio Mucio Stinghen
IES: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
NRE: Área Metropolitana Norte
Escola de Implementação: Colégio Estadual de Vila Ajambi, Ensino Fundamental,
Médio e EJA.
Público alvo: Alunos do 6º ano
2. TÍTULO
Jogos, Brinquedos e Brincadeiras da Cultura Africana
2
RESUMO
Este trabalho buscou fazer um resgate da teoria e prática dos jogos, brinquedos e
brincadeiras de origem africana com alunos do 6º ano do Colégio Estadual de Vila
Ajambi. Com o avanço das tecnologias as maneiras de brincar foram sofrendo
mudanças significativas que acabou levando as crianças a se distanciarem das
brincadeiras coletivas. Antigamente as brincadeiras eram praticadas nas ruas,
parques, praças, hoje as crianças já não vivenciam estas experiências com tanta
frequência e liberdade devido a diversos fatores, como a violência e o aumento dos
aparatos tecnológicos. As tecnologias abriram espaços para brincadeiras voltadas
para os jogos individuais, dificultando a interação com outras crianças. A teoria e
prática aplicadas através do caderno pedagógico teve como objetivo fazer um
resgate dos jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais e da cultura africana,
levando os alunos a interagir com os colegas de classe e alunos de outra turma.
Como abordagem metodológica foi utilizada a pesquisa qualitativa, na modalidade
de pesquisa – ação, com objetivo de desenvolver competências que permitam
orientar, produzir, resgatar, vivenciar os jogos, brinquedos e brincadeiras da cultura
africana. Para coleta de dados foram utilizados questionários direcionados aos pais
e alunos para constatar o conhecimento prévio a respeito de alguns jogos,
brinquedos e brincadeiras de origem africana. Ao final do trabalho observou-se uma
mudança significativa no comportamento dos alunos em relação aos jogos e
brincadeiras desenvolvidos durante o projeto, algumas brincadeiras eles pedem que
sejam praticadas durante as aulas de educação física, e uma melhora nas relações
interpessoais e convivência entre os demais educandos.
3. INTRODUÇÃO
A sociedade, cada vez mais moderna, graças ao avanço das tecnologias.
Cada vez mais os alunos buscam entretenimentos de diversas formas como: vídeo
game, televisão e celulares que estão cada vez mais avançados oferecendo
diversos aplicativos gratuitos e de fácil acesso tornando-se mais interessante aos
olhos dos alunos.
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Os jogos e brincadeiras que antigamente eram usados como meio de lazer,
hoje são deixados de lado.
Segundo Cascudo (1984) e Kishimoto (1999 e 2003), os jogos tradicionais
infantis fazem parte da cultura popular, expressam a produção espiritual de um povo
em uma determinada época histórica, são transmitidos pela oralidade e sempre
estão em transformação.
Pretende-se usar as aulas de Educação Física para fazer um resgate da
teoria e da prática dos jogos, brinquedos e brincadeiras de herança africana, que
antigamente eram passados de geração em geração e que hoje não são praticados
por alunos, principalmente da região urbana. A finalidade desse resgate é levar os
alunos a interagir com seus colegas por meio do lúdico e leva-los a criar vínculos
sociais.
Conforme Vygotsky (1984):
“...jogos e brincadeiras são excelentes formas de aprendizado. Através deles pode-se simular situações, desenvolver a criatividade, a imaginação a interação e a socialização. O brincar, é mais do que diversão, é uma forma de interagir com a realidade, principalmente para as crianças. É pela brincadeira que a criança recria, interpreta e estabelece relações com o mundo em que vive, realizando desejos que não podem ser satisfeitos no mundo real”.
Na escola os jogos, brinquedos e brincadeiras são importantes para o
avanço dos alunos, através da prática o aluno aumenta a criatividade e habilidades
em diversos jogos.
Com o avanço das tecnologias as maneiras de brincar foram sofrendo
mudanças significativas que acabou levando as crianças a se distanciarem das
brincadeiras coletivas de rua tais como: Pular elástico, pular amarelinha, pular corda,
mãe da rua, queimada, bolinha de gude, bugalha, peteca, corrida do saco, escravos
de jó, alerta, etc. As tecnologias foram abrindo espaços para brincadeiras cada vez
mais voltadas para aparatos tecnológicos como por exemplo celulares, tablets,
computadores. Nesse sentido, vivenciar brincadeiras tradicionais no cotidiano da
educação fundamental será o desafio pedagógico.
Antigamente as brincadeiras eram praticadas nas ruas ou em terrenos
baldios, hoje as crianças, em grande parte, já não vivenciam essas experiências
com tanta frequência e liberdade, devido a vários fatores, como afirma Soler (2003,
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p.135): “As crianças já não podem brincar livremente pelas ruas, pois dois motivos
as impedem: o crescente desenvolvimento das cidades e a escalada da violência”.
As Diretrizes Curriculares contemplam na disciplina de Educação Física o
conteúdo estruturante Jogos e Brincadeiras e no conteúdo básico, jogos e
brincadeiras populares, mas de uma maneira superficial.
A escolha do tema jogos, brinquedos e brincadeiras de origem africana, tem
como objetivo desenvolver com os alunos a teoria e prática mais aprofundada no
assunto, uma vez que estão se perdendo com o passar do tempo, e levar os alunos
a conhecer outras formas de diversão diferenciadas e que não necessitem do uso
das tecnologias.
O Professor de Educação Física deve promover diferentes tipos de
atividades para tirar os adolescentes do sedentarismo, levando-os a participar de
atividades motoras por meio de jogos e brincadeiras que melhorem o seu
desenvolvimento motor e levá-los a inventar novas atividades que contribuam para o
seu desenvolvimento físico e intelectual.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p.28):
“... jogo constitui um momento de interação social bastante significativo, as questões de sociabilidade constituem motivação suficiente para que o interesse pela atividade seja mantido”, sendo assim, jogos e brincadeiras devem ser visto com seriedade e atenção por parte dos profissionais da educação infantil e dos anos iniciais, pois através dessas atividades há possibilidade de relação entre corpo e mente nas práticas pedagógicas. ”
O avanço das tecnologias se tornou mais atraente para os jovens, por
oferecer uma diversidade enorme de jogos e brincadeiras virtuais e isso contribuiu
para que os jogos e brincadeiras tradicionais fossem desaparecendo dos lares, das
ruas e principalmente nas escolas.
Conforme Queirós (2007, p.151):
Uma série de fatores da sociedade contemporânea tem contribuído para o desaparecimento gradativo dos brinquedos, brincadeiras e jogos tradicionais, enquanto expressão da cultura popular infantil e juvenil, entre os quais se destaca a influência crescente da mídia, a indústria cultural de brinquedos, os avanços e a popularização da informática. Entre várias consequências negativas que se apresentam uma delas é a eliminação, quase total, da construção dos brinquedos pela criança e o adolescente. Aspecto de grande importância para seu desenvolvimento, pois além de promover a diversão, é uma oportunidade de aprendizagem e aprimoramento das suas habilidades
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motoras, manuais, intelectuais e criativas, despertando ainda a curiosidade, a emoção e a cooperação, outrossim os brinquedos construídos estimulam o desenvolvimento de várias brincadeiras e jogos recreativos e esportivos.
As brincadeiras e jogos tradicionais, muitos deles da cultura africana, que
aconteciam nas ruas, praças, parques e ao ar livre, foram perdendo espaço para as
novas tecnologias, é comum hoje vermos crianças brincando com seus
computadores, tablets e celulares. De acordo com Guedes (1999, p.32):
“Infelizmente, a razão da inatividade física nos dias de hoje, onde é necessário a
prática de movimentos é compensada pelos avanços tecnológicos. A sociedade
atual está cultivando hábitos cada vez mais sedentários. As crianças e adolescentes
estão substituindo atividades que envolvem esforço físico, pelas novidades
eletrônicas.
É possível a disciplina de Educação Física resgatar as brincadeiras e jogos
tradicionais e promover o conhecimento da Cultura Africana inseridas neles?
O objetivo foi de resgatar Brincadeiras, brinquedos e jogos tradicionais e da
cultura africana.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 Um pouco de história
Poder estudar um pouco da origem de alguns jogos e brincadeiras, suas
origens que podem ultrapassar fronteiras, que vêm sendo passadas de geração em
geração, não deixar essa riqueza de culturas se perderem com o passar dos
tempos, esse vai ser o trabalho que vou desenvolver na escola.
Com a criação da lei nº 10.639/2003, a qual obriga o ensino da História e
Cultura Afro-Brasileira na educação básica (BRASIL,2004).
Tal lei altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, estabelece a obrigatoriedade do ensino da” História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana”. Essa decisão destaca a contribuição dos negros
na construção e formação da sociedade brasileira e tem o mérito de trazer aos
6
estudantes do ensino básico os conhecimentos acerca das relações étnico-raciais e
das histórias afro-brasileira e africana (BRASIL,2004).
Especificamente na área de Educação Física, os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCNS – (BRASIL, 1997) indicam a importância de se:
“conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como
aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer
discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crença, de sexo,
de etnia ou características individuais e sociais” (p.7).
A origem dos jogos e brincadeiras brasileiras está na cultura dos povos
que colonizaram o país. Estudos indicam a influência de três raças nos primeiros
séculos de colonização, a raça branca, a raça vermelha e a raça negra,
representadas pelos portugueses, índios e africanos (Kishimoto, 1993).
De influência portuguesa vieram para o Brasil os versos, advinhas,
parlendas e grande parte dos jogos tradicionais populares do mundo como o jogo de
saquinhos (cinco marias, bugalha), amarelinha, bolinha de gude, pião e outros.
A disciplina de Educação Física oferta uma diversidade de jogos e
brincadeiras que oportunizam os alunos a conhecer e valorizar os diversos aspectos
culturais de diferentes povos e nações.
De acordo com (Brasil 1997, p.28-29).
A Educação Física permite que se vivenciem diferentes práticas corporais advindas das mais diversas manifestações culturais e se enxergue como essa variada combinação de influências está presente na vida cotidiana. As danças, esportes, lutas, jogos e ginásticas compõem um vasto patrimônio cultural que deve ser valorizado, conhecido e desfrutado. Além disso, esse conhecimento contribui para a adoção de uma postura não preconceituosa e discriminatória diante das manifestações e expressões dos diferentes grupos étnicos e sociais e às pessoas que dele fazem parte (BRASIL,
As aulas de Educação Física na maioria das vezes são pautadas em práticas
esportivas deixando de lado jogos e brincadeiras que melhoram a interação e
convivência entre os alunos.
Segundo Gonçalves Junior (2007, p.31), observou que:
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“...observamos comumente nas aulas de Educação o Física, a predominância do esporte como conteúdo por vezes exclusivo, o que acaba por reduzir o universo da cultura corporal, circunscrevendo-o, não o raro, ao contexto cultural estadunidense e/ou europeu do futebol, voleibol, basquetebol e handebol, em detrimento das potencialidades que podem ser exploradas ao ticas corporais (jogos, propor a vivência de outras pra brincadeiras, danças, lutas), oriundas da diversidade cultural de diferentes povos que construíram e constroem o Brasil para além dos europeus, tais como os indígenas e africanos”.
4.2 Um pouco sobre Jogos, Brinquedos e Brincadeiras
Já se debate há bastante tempo o assunto Jogos, brinquedos e brincadeiras
na educação, mas ainda não chegamos a uma conclusão. Especialmente quando se
trata dos jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais, que são julgados como peça
importante da cultura popular, passados de geração para geração. Vários deles
encontram-se do jeito que eram anteriormente, outros passam por mudanças,
adaptando-se ao tempo, lugares e pessoas.
Os jogos e as brincadeiras encontram-se presos ao homem a partir do
princípio da construção da sua cultura. Antigamente o homem já jogava e brincava,
alguns registraram suas brincadeiras em forma de desenho nas cavernas, daí em
diante, o jogo acompanhou o homem no seu crescimento histórico, estando
presente em todas as civilizações.
Para Kishimoto (1993), os jogos e brincadeiras são aliados ao folclore da
cultura de um povo em certo período histórico com características de anonimato por
não se saber quem foram seus criadores. O que se sabe é que em algumas
brincadeiras é possível rastrear através do tempo a origem de qual povo a
brincadeira provém.
De acordo com Faria Junior (1996), os jogos e as brincadeiras tradicionais,
parlendas e jogos cantados foram sendo perdidos ou transformados nos últimos
cinquenta anos como consequência da urbanização e da industrialização. A
aplicação das novas tecnologias, em jogos de vídeo game e computadores,
televisores e brinquedos de controle remoto, tem feito que as crianças cada vez
mais estejam dentro de suas casas. São atividades passivas, diante de brinquedos
eletrônicos que a criança apenas manipula, sendo somente receptora ou mesmo ser
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imitadora de seu brinquedo. Não que esses brinquedos modernos sejam
considerados “ruins”, a questão é que se têm tornado praticamente a única “opção”
para as crianças de hoje (Oliveira, 1986, p.66).
Ainda conforme Kishimoto (1996, p.31):
“A brincadeira desde o nascimento se constitui como um elemento que transmite ações sensório-motoras, responsável pela estruturação dos primeiros conhecimentos constituídos a partir do saber-fazer: O autor comenta que o brinquedo educativo é utilizado nas escolas desde o renascimento. Afirma, ainda que desde recém-nascida a criança brinca de se movimentar, sorrir, olhar e falar”.
O autor ainda afirma que o jogo serviu para divulgar princípios de moral,
ética e conteúdo de história, geografia e outros a partir do Renascimento, o período
de compulsão lúdica, também diz que no renascimento os jogos serviam para propor
princípios morais, éticos e conteúdo de algumas disciplinas. Eram vistos como um
instrumento para facilitar o desenvolvimento e o estudo, descobrindo assim, uma
maneira de se usar o lúdico como metodologia de ensino, ajudando no
entendimento de conteúdo.
Não chega conhecer as teorias e querer trabalhar com jogos, é fundamental
possibilitar ir junto com a brincadeira, estudar e aprender as diversas variantes da
prática de uma turma. É essencial desprender-se do seu fazer profissional e das
linhas que foram construídas no decorrer de sua escolarização e desenvolvimento, o
que requer uma compreensão única e competente e muita vontade de mudanças
para presenciar algo sendo transformado.
Para Kishimoto (1993): “O jogo tradicional infantil é considerado como parte
da cultura popular, o jogo tradicional guarda a produção espiritual de um povo em
certo período histórico (...) e por ser um elemento folclórico, esse jogo assume
características anônimas, tradicionalidade, transmissão oral, conservação, mudança
e universalidade”.
O brincar incentiva o raciocínio uma vez que a pessoa liberta sua
imaginação e aumenta a criatividade, proporcionando prática da concentração, do
comprometimento, propiciando desta forma experimentar e incentivar desafios.
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Segundo(Oliveira 2000, p. 67), o brincar não significa apenas recrear, é
muito mais, caracterizando-se como uma das formas mais complexas que a criança
tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento
acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a sua vida
assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades importantes
como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o
desenvolvimento de área da personalidade como afetividade, motricidade,
inteligência, sociabilidade e criatividade.
Reorganizar ideias significativas com relação à prática de brincar e sua
relevância no contexto escolar é importante para à prática pedagógica do professor
pela busca ao desenvolvimento de pessoas práticas, criativas, comunicativas e
capacitadas para enfrentar desafios. Deve possibilitar situações para que as
crianças brinquem de forma espontânea, oferecendo a elas a oportunidade de ter
momentos de prazer e alegria no ambiente escolar.
Kishimoto (1992, p.15):” O jogo é toda situação estruturada por regras, nas
quais o sujeito se obriga a tomar livremente certo número de decisões tão racionais
quanto possíveis, em função de um contexto mais ou menos aleatório”.
5. METODOLOGIA
A implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola aconteceu
no Colégio Estadual de Vila Ajambi, em Almirante Tamandaré, região metropolitana
de Curitiba. O colégio atende alunos do Ensino Fundamental e EJA, distribuídos nos
turnos da manhã, tarde e noite. Seu desenvolvimento contou com 31 alunos de uma
turma do 6º ano do ensino fundamental, período matutino. Para sua execução foram
utilizadas as seguintes ações:
Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola para o
Conselho Escolar.
Apresentação do projeto na Semana Pedagógica para colegas do colégio, por
meio de um vídeo e um banner.
Elaboração do Caderno Pedagógico com Jogos, brinquedos e brincadeiras
tradicionais e da cultura africana a serem pesquisados na implementação.
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Na primeira etapa foi aplicado um questionário aos pais e alunos com o
objetivo de constatar o conhecimento prévio a respeito de jogos e brincadeiras de
origem africana.
Após a pesquisa foi feito um levantamento oral de quais brincadeiras
conhecem e quais já brincaram, as brincadeiras citadas foram: queimada,
amarelinha, bolinha de gude, as diversas variações de pega-pega, mãe da rua, pular
corda, o gato e o rato, lenço atrás.
Na segunda etapa os alunos realizaram uma pesquisa na sala de informática
para descobrirem a origem das brincadeiras da cultura africana.
Na terceira etapa foi adotado o modelo criado no caderno pedagógico, onde
na primeira unidade foram desenvolvidos jogos e brincadeiras tradicionais e de
origem africana.
Objetivos:-
Apresentar e vivenciar brinquedos e brincadeiras tradicionais e da cultura
africana;
Pesquisar com os alunos quais dessas brincadeiras conhecem e quais já
brincaram.
As brincadeiras da 1º unidade foram: amarelinha tradicional, amarelinha de
caracol, queimada ou caçador, cinco Marias ou bugalha, alerta, o gato e o rato,
lenço atrás, batata quente, pular corda e suas variações, ordem.
Na 2º unidade:-
Objetivos:-
Conhecer a cultura do jogo e das brincadeiras de origem africana;
As brincadeiras da 2º unidade foram: chicotinho queimado, picula ou pega-
pega, barra manteiga, cama de gato, mamba, pegue a cauda, terra-mar, pegador,
amarelinha africana.
Na 3º unidade:-
Objetivos:-
11
Analisar com os alunos as adaptações feitas nos jogos e brincadeiras
tradicionais e africanas pela cultura brasileira;
As brincadeiras da 3º unidade foram: feijão queimado, mãe da rua, polícia e
ladrão, a corrente que pega a gente, dia e noite, pular elástico.
Foram realizadas à prática dos jogos brinquedos e brincadeiras elencados
nas pesquisas dos pais e alunos. Ainda foi feita por meio de interação dos alunos do
sexto ano participantes do projeto, os quais escolheram algumas brincadeiras das
que mais gostaram para praticar com os alunos do sexto ano não participantes do
projeto.
Após foi aplicado um novo questionário para as duas turmas que praticaram
as brincadeiras o qual tiveram os resultados apresentados em gráfico para que
possamos fazer comparações sobre o gosto e conhecimento dos alunos a respeito
dos jogos, brinquedos e brincadeiras da cultura africana.
Concluímos o trabalho com uma mostra de cartazes sobre os jogos,
brinquedos e brincadeiras de origem e influência africana.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o desenvolvimento do projeto durante o programa de desenvolvimento
educacional (PDE), por meio de atividades lúdicas e teóricas com alunos do 6ºano
do Colégio Estadual de Vila Ajambi, pudemos observar que:
A maioria dos pais citaram vários jogos e brincadeiras que marcaram sua
infância, porém não sabiam que muitos desses eram de origem africana.
Muitos pais disseram que as brincadeiras de antigamente fazem falta nos dias
de hoje, por serem mais saudáveis, sem intuito de competição e sim de diversão, as
brincadeiras estimulam a amizade, a integração e a troca de ideias e estratégias
entre eles. As brincadeiras mais populares foram as que mais se repetiram na
pesquisa.
s alunos escolheram algumas brincadeiras as quais mais gostaram para que
fossem praticadas com os alunos do 6º ano não participantes do projeto.
12
Alguns alunos da turma, não participantes do projeto, acharam as
brincadeiras infantis, e não quiseram participar de algumas brincadeiras, ficavam
observando e rindo, outros gostaram e participaram de todas as brincadeiras
propostas
Nome dos Jogos e brincadeiras Turma
Participante Turma não
Participante
Queimada 28 20
Gato e o Rato 20 10
Lenço atrás 26 12
Alerta 15 8
Batata quente 14 8
Amarelinha 27 15
Bets 25 15
pular corda 28 18
Passar zero 18 10
Salada saladinha 20 10
Três marias 20 8
Ordem 12 4
Duro ou Mole 19 9
Chicotinho queimado 9 2
Pícula ou pega-pega 22 10
Barra manteiga 2 0
Cama de Gato 8 2
Pegue a calda 4 0
Terra mar 4 0
Pegador 10 3
Feijão queimado 5 0
Mãe da Rua 12 5
Polícia Ladrão 23 12
A corrente que pega gente 20 8
Dia e noite 15 5
Tabela XX – Preferência do jogos e brincadeiras entre os alunos participante
e não participantes do projeto
13
Grafico xx- Comparativo da preferência do jogos e brincadeiras entre os alunos
participante e não participantes do projeto
,
14
CONCLUSÃO
O objetivo deste projeto foi promover o conhecimento da cultura africana e
fazer um resgate de jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais da mesma.
Após a realização da revisão bibliográfica, implementação do Projeto de
Intervenção na Escola e análise dos resultados, percebemos que os alunos tinham
um conhecimento prévio sobre a cultura do jogo e das brincadeiras de origem
africana, através dos familiares ou do ambiente escolar, mas sem conhecimento da
importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento psicomotor e
social do indivíduo.
Analisamos com os alunos as adaptações feitas nos jogos e brincadeiras
tradicionais e africanas pela cultura brasileira.
Apresentamos e vivenciamos brinquedos e brincadeiras tradicionais e da
cultura africana.
A socialização e contextualização dos jogos e brincadeiras contribuíram para
melhorar e aumentar o conhecimento de forma significativa sobre atividade física
com jogos, brinquedos e brincadeiras, e o quanto prazeroso ela pode ser.
Apresentamos e vivenciamos os jogos tradicionais, percebemos que os jogos
e brincadeiras nas aulas de Educação Física podem ser um amplo e rico material
para o desenvolvimento motor, e também uma fonte inesgotável de cultura, onde
propiciam inúmeras possibilidades de aprendizagem.
Elaboramos através de trabalhos de pesquisas uma coletânea de jogos e
brincadeiras tradicionais e da cultura africana.
Após a implementação do projeto, através de pesquisas e atividades práticas
sobre os jogos, brinquedos e brincadeiras da cultura africana, concluiu-se que é
possível fazer um resgate dos jogos, brinquedos e brincadeiras e promover o
conhecimento da cultura africana inseridas neles. Uma vez que houve um grande
envolvimento e aprovação dos alunos em relação aos jogos, brinquedos e
brincadeiras.
Cabe aos professores de Educação Física proporcionarem aos educandos a
interação, socialização e desenvolvimento motor através de aulas práticas e
15
teóricas, visando promover o conhecimento sobre os jogos, brinquedos e
brincadeiras tradicionais e da cultura africana.
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