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1 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 7, número 28, novembro de 2017. www.faceq.edu.br/regs JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS: UM ESTUDO COM PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL Dandara Rorato Dascanio (FAFE) 1 Glauciane Cristina dos Santos (FAFE) 2 Sônia Aparecida Venijio Maggion (FAFE) 3 Vera Maria Matos (FAFE) 4 Maria Clara Lopes Saboya (USP/FAFE/UNIESP) 5 Resumo Por meio de pesquisa bibliográfica e de pesquisa de campo, este trabalho buscou investigar a importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil. Para tanto, foram aplicados questionários com 18 questões abertas a sete professoras que atuam nesse nível de ensino, cujos resultados foram analisados com base no método qualitativo descritivo e demonstraram que as atividades lúdicas são utilizadas pelas professoras, com frequência, na sala de aula, como instrumento de aprendizagem, Assim, enquanto a criança brinca, também incorpora valores, conceitos e conteúdos, o que proporciona o desenvolvimento de habilidades e potencialidades, atingindo diferentes objetivos, simultaneamente. Palavras-chave: Jogos. Brinquedos. Brincadeiras. Educação Infantil. Aprendizagem. Abstract Through bibliographical research and field research, this work sought to investigate the importance of children's play, toys and games in Early Childhood Education. To that end, questionnaires were applied with 18 questions open to seven teachers who work at this level of education, whose results were analyzed based on the descriptive qualitative method and showed that the activities of the teachers are used by the teachers frequently in the classroom, as an instrument of learning. While the child plays, it incorporates values, concepts and contents, which provides the development of abilities and 1 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 2 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 3 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 4 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 5 Doutora e mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Licenciada em Pedagogia pela mesma instituição. Bacharel e licenciada em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Docente e Coordenadora na Faculdade Fernão Dias (FAFE) e na UNIESP S.A. (unidade Faculdade de Jandira).

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Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 7, número 28, novembro de 2017. www.faceq.edu.br/regs

JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS:

UM ESTUDO COM PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO

INFANTIL

Dandara Rorato Dascanio (FAFE)1

Glauciane Cristina dos Santos (FAFE)2

Sônia Aparecida Venijio Maggion (FAFE)3

Vera Maria Matos (FAFE)4

Maria Clara Lopes Saboya (USP/FAFE/UNIESP)5

Resumo

Por meio de pesquisa bibliográfica e de pesquisa de campo, este trabalho buscou

investigar a importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil. Para

tanto, foram aplicados questionários com 18 questões abertas a sete professoras que

atuam nesse nível de ensino, cujos resultados foram analisados com base no método

qualitativo descritivo e demonstraram que as atividades lúdicas são utilizadas pelas

professoras, com frequência, na sala de aula, como instrumento de aprendizagem,

Assim, enquanto a criança brinca, também incorpora valores, conceitos e conteúdos, o

que proporciona o desenvolvimento de habilidades e potencialidades, atingindo

diferentes objetivos, simultaneamente.

Palavras-chave: Jogos. Brinquedos. Brincadeiras. Educação Infantil. Aprendizagem.

Abstract

Through bibliographical research and field research, this work sought to investigate the

importance of children's play, toys and games in Early Childhood Education. To that

end, questionnaires were applied with 18 questions open to seven teachers who work at

this level of education, whose results were analyzed based on the descriptive qualitative

method and showed that the activities of the teachers are used by the teachers frequently

in the classroom, as an instrument of learning. While the child plays, it incorporates

values, concepts and contents, which provides the development of abilities and

1 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 2 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 3 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 4 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 5 Doutora e mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Licenciada

em Pedagogia pela mesma instituição. Bacharel e licenciada em Ciências Sociais pela Faculdade de

Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Docente e Coordenadora na

Faculdade Fernão Dias (FAFE) e na UNIESP S.A. (unidade Faculdade de Jandira).

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potentialities, reaching different goals simultaneously.

Keywords: Games. Toys. Children's play. Child education. Learning.

Introdução

Este trabalho tem como temática a importância dos jogos, brinquedos e

brincadeiras na Educação Infantil, cuja relevância justifica-se pelo fato do lúdico, ou

seja, o ato de jogar e brincar ser essencial nessa fase, para o desenvolvimento das

crianças, uma vez que essas atividades contribuem para o desenvolvimento de aspectos

físicos, intelectuais e motores. Desde que a educação formal das crianças se tornou uma

preocupação para o conjunto da sociedade, observa-se que o lúdico tem sido deixado de

lado pela necessidade de se cumprir o conteúdo proposto ou pela falta de motivação dos

profissionais envolvidos.

No entanto, essas atividades são essenciais na infância e, segundo o

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) (BRASIL, 1998, p.

22-27), brincar é uma atividade fundamental “para o desenvolvimento da identidade e

da autonomia [...] as atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a autoestima

das crianças ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa”.

Pode-se afirmar que as atividades lúdicas desenvolvem, na criança, todos os

aspectos básicos para o processo de aprendizagem, constituindo-se em recurso

pedagógico importante para o seu desenvolvimento cognitivo. A Educação Infantil é

uma fase importante na vida da criança e merece atenção especial por parte do

professor, que deve proporcionar meios para que ela consiga, de maneira espontânea,

sonhar, fantasiar, imaginar e vivenciar a infância plenamente.

Desta forma, o estudo do lúdico na Educação Infantil constitui-se como um

objeto de considerável relevância, uma vez que se trata de um recurso pedagógico de

reconhecida importância em uma das principais fases do processo de formação

educacional do indivíduo, sendo necessário compreender melhor seu impacto, sua

extensão e sua aplicabilidade, a fim de melhor orientar as práticas pedagógicas e as

políticas públicas educacionais.

Tendo esses pressupostos como pano de fundo, este estudo tem como objetivos

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gerais reconhecer os jogos, os brinquedos e as brincadeiras como possibilidades de

socialização das crianças; identificar a importância desses procedimentos lúdicos no

desenvolvimento global das crianças. Como objetivos específicos, pretende-se abordar

professoras que atuem na Educação Infantil, para que revelem como os jogos, os

brinquedos e as brincadeiras são explorados com as crianças e se contribuem para o

desenvolvimento de habilidades cognitivas.

Para se chegar a esses objetivos foram elaborados os seguintes problemas de

pesquisa: 1) A brincadeira faz parte do cotidiano das crianças na Educação Infantil? 2)

Uma atividade com jogos e brincadeiras promove aprendizado e desenvolvimento de

diferentes habilidades das crianças? Em resposta a essas problemáticas, foram

formuladas as seguintes hipóteses: 1) As brincadeiras fazem parte do cotidiano das

crianças, auxiliando no aprendizado e proporcionando aulas mais atrativas; 2) Os jogos

e as brincadeiras são ferramentas utilizadas pelos professores da Educação Infantil, no

desenvolvimento das diferentes habilidades.

Como metodologia, este estudo utilizou pesquisa bibliográfica e de campo,

sendo que a coleta de dados empíricos foi feita por meio de questionário composto por

18 questões abertas, sendo oito referentes ao perfil das pesquisadas e dez de caráter

específico, relacionado à temática investigada. O questionário foi aplicado a sete

professoras, sendo quatro de escolas da rede particular da cidade de Osasco e as outras

três de escolas municipais da mesma cidade. Os dados foram analisados à luz do

modelo qualitativo que se caracteriza pela apreciação subjetiva do objeto analisado,

estudando as suas particularidades e experiências individuais.

1 Referencial teórico

1.1 Definições de jogos, brinquedos e brincadeiras

Segundo Kishimoto (1998), tentar definir jogo não é tarefa fácil. Quando se

pronuncia a palavra jogo cada um pode entendê-lo de modo diferente. Pode-se estar

falando de jogos políticos, de adultos, crianças ou animais. São compreendidas como

jogos, situações como disputar uma partida de xadrez, um gato que empurra uma bola

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de lã, um tabuleiro com piões ou uma criança que brinca com boneca. A conceituação

de jogo envolve vários termos como sinônimos. Assim, jogo, brinquedo e brincadeira

têm sido utilizados com o mesmo significado.

Para se compreender a natureza do jogo, é preciso, antes de tudo, identificar as

características comuns que permitem classificar situações entendidas como jogo; em

seguida, é necessário fazer diferenciações que permitem o aparecimento de suas

espécies (faz de conta, construção etc.) A analogia entre o jogo e a família, proposta por

Wittgenstein (apud KISHIMOTO, 1998, p. 3), facilita a compreensão deste tema.

A existência de regras em todos os jogos é uma característica marcante, todo

jogo tem suas regras e uma sequencia na própria brincadeira; mas, o que importa é o

processo de brincar que a criança se impõe. Quando ela não brinca, não adquire

conhecimento ou desenvolvimento mental e físico. Quando brinca, a criança se desliga

da vida cotidiana e entra em seu mundo imaginário.

Froebel (apud KISHIMOTO, 1998, p. 61) não foi o primeiro a analisar o valor

educativo do jogo; porém, foi “o primeiro a colocá-lo como parte essencial do trabalho

pedagógico, ao criar o jardim de infância com uso dos jogos e brinquedos”. Montaigne

(apud KISHIMOTO, 1998, p. 62-63), por sua vez, divulgou o caráter educativo do jogo.

Considerou inúteis os jogos de caça, passatempo dos nobres, e a dança, tida como lazer

popular. Para Montaigne, o jogo é instrumento de desenvolvimento da linguagem e do

imaginário.

Antes de Froebel, três concepções se divulgavam nas relações entre jogo

infantil e educação: 1) recreação; 2) uso do jogo para favorecer o ensino de conteúdos

escolares e 3) diagnóstico da personalidade infantil (BROUGÉRE, 1995, p. 64). Desde

a Antiguidade greco-romana, o jogo era visto como recreação e aparece como

relaxamento necessário a atividades que exigem esforço físico, intelectual e escolar.

Por muito tempo, o jogo ficou restrito à recreação. Ao longo da Idade Média, o

jogo foi apontado como “não-sério”, por estar ligado ao jogo de azar. O Renascimento

contempla a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da

inteligência e facilita o estudo. Por esse motivo, foi adotada como instrumento de

aprendizagem de conteúdos escolares (KISHIMOTO, 1999, p. 118).

De acordo com Kishimoto (1998), Froebel postula a brincadeira como ação

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metafórica, livre e espontânea da criança; aponta no brincar, características como

atividade representativa, prazer, autodeterminação, valorização do processo de brincar,

seriedade do brincar e expressão de necessidades. Para a criança, no entanto, quase toda

a atividade é jogo e é pelo jogo que ela adivinha e antecipa as condutas superiores.

“Para a criança, escreveu Claparède, o jogo é o trabalho, o bem, o dever, o ideal da vida.

É a única atmosfera na qual seu ser psicológico pode respirar e, consequentemente,

pode agir”. A criança é um ser que brinca/joga, e nada mais (CHATEAU, 1987, p. 13-

14).

Os jogos são criações pedagógicas que desenvolvem excelentes resultados

psicomotores, em que se trabalha a interação entre os alunos, ajudando-os a superar as

dificuldades de se desenvolver e interagir. É muito mais fácil e eficiente aprender por

meio de jogos e isso é válido para todas as idades, desde o maternal até a fase adulta. O

jogo em si possui componentes do cotidiano e o envolvimento desperta o interesse do

aprendiz, que se torna sujeito ativo do processo, em que “a confecção dos próprios

jogos é ainda muito mais emocionante do que apenas jogar” (LOPES, 2000, p. 34).

Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação, isso significa

que aquele que brinca tem o domínio da linguagem simbólica. Assim, para brincar é

preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata, de tal forma a atribuir-lhes

novos significados. Essa característica da brincadeira ocorre por meio da articulação

entre a imaginação e a imitação da realidade. “Toda brincadeira é uma imitação

transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente

vivenciada [...] Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da

identidade e da autonomia” (BRASIL, 1998, p. 27).

Cada um dos autores citados tem a sua visão de jogos, brinquedos e

brincadeiras; no entanto, todos eles são unânimes em relatar que tais atividades auxiliam

a criança em seu desenvolvimento mental e físico, assim como em seu desempenho

educacional. Os jogos, os brinquedos e as brincadeiras têm importante papel na

formação da criança como um todo, pois quando a criança brinca ela viaja através da

imaginação e o brincar faz parte da natureza dela, seja apenas no brincar por brincar, ou

no brincar para aprender.

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1.2 As relações entre o jogo infantil e a educação

Muitas dúvidas persistem entre os educadores que procuram associar o jogo à

área da educação: se há diferença entre o jogo e o material pedagógico; se o jogo

educativo empregado em sala de aula é realmente jogo; se tem um fim em si mesmo ou

é um recurso para alcançar objetivos e o desenvolvimento da criança, desde que

respeitadas as características da atividade lúdica. Muitos professores da educação

infantil têm dúvidas do que sejam exemplos de jogos e materiais pedagógicos, pois os

brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, e sua utilização deveria criar

momentos lúdicos de livre exploração. O uso de brinquedos e jogos em sala de aula

nem sempre foi aceito, mesmo quando destinados a criar situações de brincadeiras.

Nesse contexto, a escola tem por objetivo proporcionar ao aluno a aquisição de

conhecimentos e o capacitar a realizar as atividades dentro da escola, visando sempre

um melhor resultado, pois é necessária uma ação dirigida e orientada para atingir as

finalidades pedagógicas. Quando se emprega um jogo em sala de aula, ele se transforma

em um meio para realização daqueles objetivos, especialmente com crianças de

Educação Infantil (KISHIMOTO, 1998).

O jogo não pode ocupar o lugar de lições de moral e não deve absorver o

tempo de estudo, embora ninguém no mundo possa ficar sempre escutando,

nem estudando. É preciso, nesta idade, sobretudo, dançar, correr, saltar,

move-se por si próprio. Se o jogo não forma diretamente o espírito, ele o

recria. (BROUGÈRE, 1987 apud KISHIMOTO, 2013, p. 83)

É preciso destacar, nesse sentido, o papel atribuído por Dewey (apud

KISHIMOTO, 2013, p. 99), ao jogo infantil, como expressão máxima da atividade

aberta da criança e instrumento educativo poderoso, capaz de assegurar a ligação vital

entre as necessidades infantis de desenvolvimento e as exigências sociais próprias da

comunidade democrática. Para esse autor, o jogo é tão natural e inevitável que poucos

pensadores educacionais atribuíram a ele, em teoria, o lugar de destaque que sempre

ocupou na prática; poucos tentaram descobrir se as atividades naturais de jogos das

crianças propõem sugestões que possam ser adotadas na escola. O valor educacional

dessas brincadeiras se torna óbvio, na medida em que eles ensinam às crianças a

respeito do mundo em que vivem.

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Dewey (op. cit.) declara que quando as crianças observam atentamente, elas

fixam na memória e em hábitos muito mais do que se elas simplesmente vivessem

indiferentemente a vida ao redor. Para esse autor, enquanto jogos imitativos são de

grande valor educacional, se o meio onde está se aprendendo não for bom, a criança

aprende maus hábitos e maneiras erradas de pensar e julgar.

Tais modos são muito difíceis de corrigir, porque foram fixados ao serem

vivenciados em situação de brincadeira. Para que não aconteça de a criança fixar maus

hábitos, as escolas devem usar, dentro do horário escolar, os mesmos tipos de jogos que

são exercitados fora da escola, não somente como método de tornar o trabalho mais

interessante para a criança, mas pelo valor educacional das atividades envolvidas,

permitindo oferecer a ela ideias e ideais corretos e apropriados sobre a vida cotidiana.

Por isso, cumpre trazer para a escola, os jogos desenvolvidos fora do horário escolar,

como garantia de que, no ambiente escolar, seja possível reviver, com segurança, o

aspecto próprio de vida social democrática.

Para Dewey (apud KISHIMOTO, 2013, p. 100), as possibilidades oferecidas

pelos jogos ou representações teatrais são perduráveis, pois para o autor, é sempre

possível encontrar um assunto que vai oferecer às crianças oportunidade de melhorar o

aprendizado da leitura, escrita, Literatura, História, Geografia, do que através da rotina

dos livros didáticos.

Os jogos estabelecem elos soberanos de ligação entre poderes e necessidades

infantis, de um lado, e requisitos de renovação dos valores inseparáveis às experiências

sociais, de outro. Para a criança é o exercício e a preparação para a vida adulta. A

criança aprende brincando; é o exercício que a faz desenvolver suas potencialidades. As

mais variadas metodologias podem ser eficazes se forem adequadas ao modo de

aprender da criança (DEWEY apud KISHIMOTO, 2013).

Já são conhecidos muitos benefícios de certos jogos. Porém, é importante que o

educador, ao utilizar um jogo, tenha definidos os objetivos a alcançar e saiba escolher o

jogo adequado a cada momento educativo. Enquanto a criança brinca, incorpora

valores, conceitos e conteúdos. A proposta de ir além do jogo, do ato de jogar, para o

ato de antecipar, preparar e confeccionar o próprio jogo, antes de jogá-lo, é essencial ao

processo, pois amplia a capacidade do jogo em outros contextos, como exercícios,

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desenvolvimento de habilidades, potencialidades e na terapia de distúrbios específicos

de aprendizagem.

Assim, os educadores podem ministrar conteúdos e realizar avaliações de

forma mais atraente e motivadora, atingindo diferentes objetivos simultaneamente. As

atividades que exigem maior esforço e concentração, tais como o preparo de peças

pequenas, o quadriculado, diferentes dimensões de espaço e precisão de detalhes,

colaboram para diminuir o nível de ansiedade da criança, pois ela necessita se

concentrar e até mesmo os mais dispersos passam a adquirir gradativamente um maior

poder de atenção nas tarefas que estão desenvolvendo (DEWEY apud KISHIMOTO,

2013).

Segundo Lopes (2000), os jogos desenvolvem na criança o respeito a regras;

através delas, a criança manifesta a permanência de seu ser, sua vontade e sua

autonomia. Através da confecção de jogos, a criança poderá ter novas experiências,

errar, acertar, construir, criar, copiar, desenvolver planos e isto aumentará sua

autoestima, revelando que é capaz, que pode usar o jogo pronto, mas também pode fazer

muitas coisas para ela própria.

O desenvolvimento da autonomia na criança é aspecto fundamental para a

maturidade emocional e o equilíbrio entre o psíquico e o mental. Alguns jogos

proporcionam a oportunidade do exercício motor, desenvolvendo assim essa habilidade

tão importante para a alfabetização. Algumas atividades proporcionam oportunidades

para a criança perceber, relacionar e organizar espaços externos, possibilitando a

introjeção dessa organização. A criança aprenderá a controlar os segmentos de seu

corpo para a realização prazerosa de tarefas antes exaustivas. Atividades minuciosas,

com peças e espaços pequenos para pintar, colar recortar, ou a visualização de objetos

diferentes dentro de um conjunto, podem auxiliar no desenvolvimento da atenção.

Prever, calcular e montar uma estratégia são aspectos de raciocínio fundamentais para a

ampliação da visão de mundo do indivíduo (LOPES, 2000).

Alguns jogos facilitam o desenvolvimento dessas habilidades: apresentando

diferentes sons à criança, ela vai aprendendo a distingui-los. É muito importante, que o

educador trabalhe sempre com o objetivo de desenvolver, cada dia mais, a capacidade

de raciocínio lógico da criança. Todos os jogos que exijam antecipação, planejamento e

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estratégia estimulam a criança a raciocinar. O educador tem como tarefa facilitar esse

desenvolvimento dando espaço e permissão, sem censuras ou críticas. Para o processo

de alfabetização, essa habilidade é de extrema importância, pois inicialmente a criança

separa as partes de uma palavra, seja em letras ou sílabas, para depois uni-las ao

conjunto, que são as palavras e as frases (LOPES, 2000).

Para Piaget (1990), a brincadeira, enquanto processo assimilativo, participa do

conteúdo da inteligência, à semelhança da aprendizagem. Na concepção de Vygotsky

(apud KISHIMOTO, 1998, p. 123), a brincadeira é considerada como situação

imaginária e o desempenho de papéis é conduta predominante a partir de três anos,

sendo fruto de influências sociais recebidas ao longo dos anos anteriores.

Na visão de Bruner (apud KISHIMOTO, 1998, p. 124), as brincadeiras infantis

estimulam a criatividade, mas na interpretação de Chomsky, elas visam conduzir à

descoberta das regras e colaborar com a aquisição da linguagem. Segundo Brougère

(1993 apud KISHIMOTO, 1998, p. 124), as metáforas dos jogos aparecem em várias

áreas e na visão de outros autores o jogo livre, sem constrangimentos, se opõe à norma e

a toda regra fixa.

Mead (1972) reconhece o jogo como uma estrutura aberta, que permite

descobertas, em que jogos coletivos apresentam analogias com as relações que se

estabelecem entre os indivíduos dentro de uma sociedade. Para Henriot (1987 apud

KISHIMOTO, 1998, p. 125), não se pode chegar ao jogo, se não há a conjunção de uma

conduta subjetiva e uma situação objetiva. O surgimento de novos paradigmas, partindo

de pressupostos sociais e da linguística, oferece novos fundamentos teóricos ao papel

dos brinquedos e brincadeiras na educação pré-escolar.

1.3 Tipos de brinquedos, jogos e brincadeiras

O brinquedo (ou jogo educativo) data do tempo do Renascimento e ganhou

força com o crescimento da educação infantil; com fins pedagógicos, é um importante

instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Ele

adquire a função lúdica quando propicia ao aluno diversão e prazer, quando escolhido

voluntariamente; e a função educativa, quando ensina ao aluno qualquer coisa que

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complete o seu saber, seus conhecimentos e sua compreensão do mundo (KISHIMOTO,

1999, p. 36-38).

Para Linn (2010, p. 43), os brinquedos se classificam em estruturados e não-

estruturados:

Brinquedos estruturados são baseados em características de mídias, que só

podem ser usados de uma única maneira e que requerem o mínimo de esforço

das crianças. Eles limitam suas habilidades de interagir com o brinquedo, de

imprimir nele suas características pessoais, de usá-lo como forma de se

expressar e de conquistar uma sensação de domínio sobre seu mundo. Com

brinquedos não-estruturados, os “valores da brincadeira” estão muito mais na

criança. Dessa forma, ela precisa confiar em seus próprios recursos para

conduzir a brincadeira. Blocos de madeira são um exemplo de brinquedo

não-estruturado.

1.4 Brincadeiras tradicionais infantis

A brincadeira tradicional infantil faz parte da cultura popular e, sendo um

elemento folclórico, assume características de anonimato, tradicionalidade, transmissão

oral, conservação, mudança e universalidade, garantindo à criança a presença do lúdico

e do imaginário, tais como: amarelinha, pipa, jogo de pedrinhas, pião e parlendas

(KISHIMOTO, 1999, p. 38).

Segundo Kishimoto (1999), a tradicionalidade e universalidade, características

das brincadeiras, nos mostram que até os povos antigos, como os gregos, já brincavam

de amarelinha, empinar papagaio, jogar pedrinhas, brincadeiras essas que até hoje são

vivenciadas pelas crianças. As brincadeiras preservam, muitas vezes, sua estrutura

inicial por conta de sua expressão oral, sendo passadas de geração em geração, de forma

espontânea, perpetuando assim a cultura infantil.

Nas brincadeiras, as crianças começam a vivenciar conteúdos, os quais elas irão

reproduzir e transformar, apropriando-se deles e lhes dando uma significação. Assim, a

brincadeira é a entrada da criança na cultura, tal como ela existe em determinado

momento, mas também com todo um peso histórico pertencente à sociedade. Portanto, a

brincadeira pressupõe um aprendizado social, pois aprendemos formas, regras e

habilidades para assim brincarmos (BROUGÉRE, 1995). O resgate das brincadeiras

tradicionais seria uma forma de valorizar a cultura lúdica infantil, promovendo o

desenvolvimento físico, psicológico e social das crianças.

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1.5 Brincadeiras de faz de conta

A brincadeira de faz de conta é reconhecida também como simbólica, de

representação de papéis ou sociodramática; é a que mais deixa em evidência a presença

da imaginação que vem de experiências anteriores, adquiridas pelas crianças, em

diferentes contextos, ou seja, família, escola e sociedade. Essa modalidade de

brincadeira é muito importante para a aquisição do símbolo, porque quando a criança

consegue mudar o significado de objetos e situações, ela cria novos significados,

desenvolvendo a função simbólica:

• Representação e linguagem: a boneca é meu bebê;

• Símbolos: na maioria das vezes, abstratos;

• Cenário: um pano se transforma em uma casa ou cabana para a criança

(KISHIMOTO, 1999, p. 39).

1.6 Brincadeiras de construção

Para Dahl (2017), o que caracteriza as brincadeiras de construção é que a criança

constrói objetos grandes com objetos menores, manipulando-os. Uma variedade de

atividades é envolvida nesse processo, como empilhar, rearranjar, montar, desmontar,

desenhar e moldar. Nessa perspectiva, o RCNEI (BRASIL, 1998) recomenda que o

professor de Educação Infantil organize situações para que as brincadeiras de

construção ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade

de escolherem os temas, papéis, objetos e coleguinhas com quem brincar, elaborando de

forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras

sociais (BRASIL, 1998, p. 29).

Os jogos de construção são importantes para enriquecer a experiência

sensorial, estimular a criatividade e desenvolver habilidades da criança. Quando está

construindo, a criança está expressando suas representações mentais, além de manipular

objetos, o que permite aos terapeutas o diagnóstico de dificuldades de adaptação e aos

educadores o estímulo da imaginação e o desenvolvimento afetivo e intelectual. Os

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blocos de construir são muito utilizados pelas crianças nas brincadeiras de construção

(KISHIMOTO, 1999, p. 40).

1.7 Tipos de jogos

A classificação dos jogos tem como objetivo padronizar e mostrar a sua função

dentro de um programa de conteúdo ou de recreação, auxiliando os educadores e demais

profissionais em sua escolha. Assim, na infância, os jogos de exercício, por exemplo,

também classificados por Piaget (1990) como jogos sensório-motores, aparecem no

primeiro período de desenvolvimento da criança (período sensório-motor). Eles são

fundamentais, pois é nesse período que a criança começa a explorar o mundo, a

conhecer seus sentidos, sensações e movimentos. Esse período é acentuado

principalmente nos dezoito primeiros meses, apesar de permanecer por toda a vida.

Ainda para Piaget (1990), os jogos simbólicos ocorrem principalmente no

período entre dois até os sete anos, é a fase em que a criança começa a representar e a

simbolizar alguma atividade da vida real. O jogo simbólico permite que a criança

desenvolva a imaginação, compreenda o mundo e a realidade. A partir dos sete anos, a

criança vai se adaptando às realidades físicas e sociais; vai deixando de se dedicar às

transposições simbólicas e começa a se voltar para a existência verdadeira, passando a

se interessar por outros tipos de jogos.

Tanto os jogos sensório-motores, quanto os jogos simbólicos são classificados

por Lopes (2000, p. 51), nas seguintes categorias:

• Quebra-cabeça, cujos objetivos são: desenvolvimento da coordenação

motora fina, percepção, regras e controle da ansiedade;

• Jogo da memória, cujos objetivos são: atenção, concentração, criatividade,

regras e socialização;

• Jogo de damas, cujos objetivos são: memorização, atenção, concentração,

autoestima e controle de ansiedade;

• Jogo do mico/mico alfabético, cujos objetivos são: identificação,

classificação, coordenação motora fina, relação entre figura e escrita, regras,

memorização e socialização;

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• Jogo das adivinhações, cujos objetivos são: identificação, classificação,

raciocínio lógico;

• Dominó, cujos objetivos são: fixação de conteúdos, conceitos matemáticos,

estratégia e planejamento;

• Jogos com cubos, cujos objetivos são: raciocínio lógico-matemático,

alfabetização e memória auditiva e visual.

2 Pesquisa de campo

Para o melhor entendimento do tema pesquisado, foi realizada pesquisa de

campo de cunho qualitativo, com coleta de dados, por meio de questionário com 18

questões abertas, sendo oito referentes ao perfil das pesquisadas e 10 de caráter

específico, relacionado à temática investigada. O questionário foi aplicado a sete

professoras, sendo quatro de escolas da rede particular da cidade de Osasco e as outras

três de escolas municipais da mesma cidade.

2.1 Metodologia

A análise dos dados coletados na pesquisa de campo foi realizada com base no

modelo qualitativo descritivo. Por metodologia qualitativa entende-se aquele modelo

que não pode ser quantificável e mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos

indissociáveis. Assim, “quando se trata do sujeito, levam-se em consideração seus

traços subjetivos e suas particularidades. Tais pormenores não podem ser traduzidos em

números quantificáveis” (DUARTE, 2017, s/p), sendo necessário um método de análise

que permita alcançar, comparar e analisar opiniões, valores, posturas e comportamentos,

que é do que se trata nesta monografia.

A análise dos dados segue a abordagem descritiva. Segundo Marconi e Lakatos

(2011), o método descritivo é aquele que visa à descrição de certa realidade pesquisada.

Com base nos dados coletados, foi possível construir o perfil das professoras, que é

apresentado a seguir.

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2.2 Perfil das professoras pesquisadas

A seguir apresentam-se as informações referentes ao perfil das professoras

pesquisadas, de acordo com os dados coletados nos questionários respondidos por elas:

Tabela 1 – Perfil das professoras pesquisadas ENTREVISTADA SÉRIE IDADE ESTADO CIVIL FILHOS FORMAÇÃO INSTITUIÇÃO TEMPO/MAGISTÉRIO

Vitória Berçário 23 União Estável 1 Pedagogia Cursando Anhanguera 5 meses

Marisa Maternal I 21 Solteira 0 Pedagogia Cursando Estácio de Sá 8 meses

Beatriz Pré 29 Solteira 0 Pedagogia Não informado 3 anos

Manuela Jardim 24 Solteira 0 Pedagogia Sud. Paulistano 4 anos

Isabel Pré 35 Solteira 0 Pedagogia Anhanguera 4 anos

Regina Pré 51 Casada 2 Pedagogia Unifieo 16 anos

Laura Maternal II 38 Casada 1 Pedagogia Univ. Sorocaba 22 anos

Fonte: Tabela elaborada pelas autoras deste trabalho

2.3 Apresentação dos dados e análise dos resultados

Apresentam-se, a seguir, as 10 questões específicas relacionadas à temática

deste trabalho, que foram respondidas pelas professoras, seguidas de suas respostas e

das análises correspondentes.

1) Você utiliza os jogos e as brincadeiras como formas de socialização das

crianças em sala de aula? Como? Explique.

Todas as professoras utilizam os jogos e as brincadeiras em sala de aula para

promover a socialização dos alunos. Às vezes, elas escolhem os brinquedos e, em outros

momentos, os jogos e as brincadeiras são direcionados para atingir os objetivos

propostos, tais como: regras, interação, respeito, resolução de conflitos, diferenças,

criatividade, responsabilidade, vínculo de amizade e a partilha. As brincadeiras

utilizadas pelas professoras são: faz de conta, bonecas (os), cantinhos montados

(supermercado, danceteria, salão de beleza, contação de histórias, fantasias, etc.).

As respostas remetem a Dewey (apud KISHIMOTO, 2013), quando ele afirma

que os jogos estabelecem elos soberanos de ligação entre poderes e necessidades

infantis, de um lado, e requisitos de renovação dos valores inseparáveis das experiências

sociais, do outro. Para a criança, os jogos e as brincadeiras funcionam como exercício e

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preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando; é o exercício que a faz

desenvolver suas potencialidades. As mais variadas metodologias podem ser eficazes se

forem adequadas ao modo de conviver da criança.

2) Na sua visão, qual a importância dos jogos e brincadeiras no

desenvolvimento global da criança?

Segundo as professoras, os jogos e as brincadeiras são importantes porque

desenvolvem habilidades, regras de convivência, lateralidade, coordenação motora

global, os sentidos, a concentração e o desenvolvimento cognitivo, auxiliando na

fixação da aprendizagem, no enriquecimento do vocabulário e na expressão simbólica:

fantasias, medos, desejos, sentimentos, sexualidade e agressividade. Além disso, os

jogos e as brincadeiras tornam o aprendizado estimulante, agradável, eficaz e de fácil

compreensão. Uma delas respondeu que “a criança é mais visual do que auditiva e

aprende brincando”. As respostas das professoras lembram o que escreveu Lopes (2000)

quando afirma que, por meio dos jogos, as crianças poderão ter novas experiências e

que isso aumentará sua autoestima.

3) Os alunos desenvolvem habilidades cognitivas por meio de jogos,

brinquedos e brincadeiras? Quais? Cite algumas.

Na visão das professoras sim, tais como, memória, atenção, percepção, leitura,

escrita, pensamento simbólico, sentidos, respeito, regras do dia a dia, cores, tamanho,

afetividade, habilidades (sociais, motoras e cognitivas), estimula o pensamento e a

ordenação do tempo e espaço, traduzindo o real para o imaginário.

As respostas confirmam a visão de vários autores (LOPES, 2000; CHATEAU,

1987; KISHIMOTO, 1999; BROUGÈRE, 1995) que são unânimes em afirmar que os

jogos, brinquedos e brincadeiras auxiliam a criança em deu desenvolvimento mental e

físico, assim como, em seu desempenho escolar. Essas atividades têm importante papel

na formação da criança como um todo, pois quando a criança brinca ela viaja através da

imaginação, e o brincar faz parte da natureza dela, seja apenas no brincar por brincar, ou

no brincar para aprender.

4) Quais jogos você utiliza com seus alunos?

As respondentes citaram jogos de bola, jogos de encaixe, massa de modelar,

bola de sabão, bonecas, carrinhos, monta-monta, quebra-cabeça, jogo da memória,

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percurso, jogo simbólico, lego, bingo de letras e jogos dos pares. Os jogos citados pelas

professoras são indicados para a educação infantil e remetem tanto aos jogos de

exercício, classificados por Piaget (1990) como jogos sensório-motores, quanto aos

jogos simbólicos, que ocorrem principalmente no período entre os dois e os sete anos.

5) Qual o objetivo de usar esses jogos?

As professoras utilizam os jogos com o objetivo de desenvolver as seguintes

capacidades: atenção, memorização, criatividade, raciocínio lógico, concentração,

coordenação motora, memória, partilha, socialização e apropriação de regras. Esses

jogos, citados pelas respondentes, confirmam a visão de Lopes (2000), quando essa

autora afirma que, por meio deles, a criança desenvolve a imaginação, compreende o

mundo e a realidade que a cerca, além de estimular diversas habilidades (coordenação

motora fina, percepção de regras, controle da ansiedade, atenção, concentração,

criatividade, socialização, memorização, relação entre figura e escrita, classificar e

seriar, raciocínio lógico, conceitos matemáticos, estratégia e planejamento,

alfabetização, memória auditiva e visual).

6) Quais brincadeiras você utiliza com seus alunos? Qual o objetivo de utilizar

essas brincadeiras?

Segundo as respostas das professoras as brincadeiras utilizadas são: roda

cantada, brincadeira de corda, esconde-esconde, estátua, batata quente, lencinho branco,

continuar a música, queimada, roda, bola, peteca, cauda da serpente, pega-pega, pato

ganso, vivo ou morto, chefinho mandou, casinha, piscina de bolinhas, pula-pula, caixa

surpresa, gangorra, balanço, rabo do burro. Os objetivos são: desenvolvimento motor,

flexibilidade do corpo, empatia, atenção, autoavaliação, autoestima, fala e autonomia.

Pelas respostas, percebe-se que as brincadeiras mesclam recursos tradicionais,

como esconde-esconde e pular corda, ao mesmo tempo em que utilizam elementos

novos, como a piscina de bolinhas. Os objetivos mencionados pelas professoras

remetem ao desenvolvimento de habilidades motoras, individuais/pessoais e sociais. O

desenvolvimento da autonomia na criança, por exemplo, como escreve Lopes (2000), é

aspecto fundamental para a maturidade emocional e o equilíbrio entre o psíquico e o

mental. Alguns jogos proporcionam a oportunidade do exercício motor, desenvolvendo

assim essa habilidade tão importante para a alfabetização. Algumas atividades

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proporcionam oportunidades para a criança perceber, relacionar e organizar espaços

externos, possibilitando a introjeção dessa organização.

7) Quais brinquedos você utiliza com seus alunos?

Os brinquedos mais citados foram: jogos de encaixe, jogos pedagógicos,

carrinho, boneca, bicho de pelúcia, quebra-cabeça, lego, casinha de boneca, dominó e

massa de modelar. Percebe-se, pelas respostas, que há uma mescla ou uma combinação

entre brinquedos e jogos, sendo os jogos considerados como brinquedos. Isso confirma

a visão de Kishimoto (1999), quando essa autora diz que muitos professores de

Educação Infantil têm dúvidas do que sejam exemplos de jogos e materiais

pedagógicos, pois os brinquedos são sempre suportes de brincadeiras e sua utilização

deveria criar momentos lúdicos de livre exploração.

8) Qual o objetivo de utilizar esses brinquedos?

Os principais objetivos que as professoras buscam desenvolver são:

socialização, coordenação motora, criatividade, interação, ludicidade, autonomia,

convivência, respeito, partilha e imaginação. Esses fins educacionais confirmam, na

prática, o que Kishimoto (2013) escreveu, quando afirmou que são conhecidos muitos

benefícios dos brinquedos, em sala de aula. Mas, é importante que o educador, ao

utilizar os brinquedos, tenha definidos os objetivos a alcançar e saiba escolher os mais

adequados para cada atividade, pois enquanto a criança brinca, incorpora valores,

conceitos e conteúdos, o que proporciona o desenvolvimento de habilidades e

potencialidades, atingindo diferentes objetivos simultaneamente.

9) Todos os dias você utiliza brincadeiras com as crianças? Como elas reagem?

As professoras relataram que utilizam todos os dias as brincadeiras com os

seus alunos e que eles reagem com alegria e ansiedade, acrescentando ideias; mas, nem

todos participam ativamente; depende dos tipos de brincadeiras e dos momentos em que

elas são utilizadas. Para Brougère (1987 apud KISHIMOTO, 2013), nessa idade em que

as crianças se encontram, na Educação Infantil, é preciso, sobretudo, dançar, correr,

saltar, mover-se por si próprio, senão vai se tornar pouco interessante para elas.

Nesse sentido, Dewey (apud KISHIMOTO, 2013) alerta que as brincadeiras

devem ser utilizadas não somente como método de tornar o trabalho mais interessante

para a criança, mas pelo valor educacional das atividades envolvidas, permitindo

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oferecer a ela ideias e ideais corretos e apropriados sobre a vida cotidiana.

10) Esses jogos, brinquedos e brincadeiras estão previstos em seu plano de

ensino ou você improvisa em sala de aula?

As professoras informaram que alguns já fazem parte do plano de aula e outros

são improvisados conforme o andamento da aula, dependendo do dia e do momento, de

acordo com as necessidades dos alunos e do nível de interesse. Disseram ainda que os

alunos são adeptos das brincadeiras, mas que nem todos participam. Na concepção de

Kishimoto (1998) a escola tem por objetivo proporcionar ao aluno a aquisição de

conhecimentos e o capacitar para realizar as atividades dentro e fora da escola, visando

sempre um melhor resultado; assim, é necessária uma ação dirigida e orientada para

atingir as finalidades pedagógicas. Quando se emprega um jogo, brinquedo ou

brincadeira em sala de aula, eles se transformam em um meio para a realização daqueles

objetivos que foram previstos, planejados nos planos de ensino e não devem ser

improvisados.

Considerações finais

Para a realização deste estudo foram pesquisadas sete professoras, na área de

Educação Infantil, e todas foram unânimes em afirmar a importância dos jogos,

brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento das crianças, nessa fase da educação,

tanto no aspecto lúdico, como para auxiliar na aprendizagem dos alunos.

Quanto aos problemas de pesquisa, elaborados inicialmente, como vetores

deste trabalho, a saber: 1) A brincadeira faz parte do cotidiano das crianças na Educação

Infantil? 2) Uma atividade com jogos e brincadeiras promove o aprendizado e o

desenvolvimento de diferentes habilidades das crianças? Ambos foram plenamente

respondidos, por meio das respostas obtidas.

As professoras afirmaram que os jogos, brinquedos e brincadeiras fazem parte

do dia a dia das crianças na Educação Infantil e que auxiliam no desenvolvimento, na

coordenação motora, na socialização, na criatividade, na interação, no lúdico, na

autonomia, na convivência, no respeito, na partilha e na imaginação. Os jogos,

brinquedos e brincadeiras aparecem nas respostas das professoras com um caráter

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lúdico, sobretudo, relacionado a valores e conteúdos. Assim, quando bem planejados,

são um recurso pedagógico eficaz para a construção do conhecimento.

Quanto à primeira hipótese formulada: “As brincadeiras fazem parte do

cotidiano das crianças, auxiliando no aprendizado e proporcionando aulas mais

atrativas”, essa hipótese foi confirmada pelas respostas das professoras que foram

unânimes em afirmar que os jogos, brinquedos e brincadeiras contribuem ao

desenvolvimento da aprendizagem, em seus mais variados aspectos, assim como

desenvolvem diferentes capacidades na criança, além de formar sua identidade e

personalidade.

Com relação à segunda hipótese: “Os jogos e as brincadeiras são ferramentas

utilizadas pelos professores da Educação Infantil, no desenvolvimento das diferentes

habilidades”, também foi confirmada, pois se constatou que essas atividades fazem

parte dos planos de ensino das professoras, mas também são utilizadas de forma

espontânea e improvisadas, no dia a dia da sala de aula, como meios para o

desenvolvimento de habilidades e como facilitadores da aprendizagem dos alunos.

Percebe-se, então, com base no estudo bibliográfico e de campo, que os jogos,

brinquedos e brincadeiras fazem parte do cotidiano da criança desde o seu nascimento.

Por isso, é muito importante que no início de sua vida acadêmica esses recursos

continuem fazendo parte do seu cotidiano escolar, tornando o aprendizado mais

prazeroso e eficiente, porque quando a criança aprende brincando ela fixa e internaliza o

aprendizado e quando ela aprende de maneira mecânica ela aprende por um momento,

mas não internaliza e se esquece, rapidamente.

Portanto, os autores pesquisados e as profissionais que responderam ao

questionário, nos deram grandes contribuições no sentido de nos mostrar que o trabalho

com crianças, na Educação Infantil, pressupõe a utilização de jogos, brinquedos e

brincadeiras, no planejamento de situações educacionais, como importantes ferramentas

que tornam a aprendizagem mais prazerosa e significativa, proporcionando a integração

ao meio social e constituindo fontes essenciais para o processo de ensino como

instrumento de desenvolvimento afetivo e respeito mútuo, não apenas entre os próprios

alunos, mas destes com os adultos e com a própria vida. Afinal, como escreveu o grande

dramaturgo irlandês Oscar Wilde, “a melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-

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las felizes” (WILDE apud MAIA, 2016, p. 18).

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Recebido em 20/08/2017

Aceito em 10/10/2017