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PRISCILA D'AGOSTIN BATISTAo JOGOS E ATIVIDADES LlJDICAS PARA 0 ENSINO DA GEOGRAFIA NAS SERIES INICIAIS Trabalho de Conclusao de Curso apresentado como requisito parcial para a conclusao do Curso de Geografia com enfase em Geoprocessamento da Universidade Tuiuti do Parana. Professora orientadora: Maria Letizia Marchese. CURITIBA 2003 r _C~O~N.zS.;..U:.:.L.:.;T-"A.--,r;;:r;mr..l BIIl\\GUI\ _ INTERN A t'.:::.:-------

JOGOS EATIVIDADES LlJDICAS PARA 0 ENSINO DA GEOGRAFIA …tcconline.utp.br/wp-content/uploads//2012/10/JOGOS-E-ATIVIDADES... · a presente trabalho tern como tema "Jogos e Atividades

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PRISCILA D'AGOSTIN BATISTAo

JOGOS E ATIVIDADES LlJDICAS PARA 0 ENSINO DA

GEOGRAFIA NAS SERIES INICIAIS

Trabalho de Conclusao de Cursoapresentado como requisitoparcial para a conclusao do Cursode Geografia com enfase emGeoprocessamento daUniversidade Tuiuti do Parana.Professora orientadora: MariaLetizia Marchese.

CURITIBA

2003

r_C~O~N.zS.;..U:.:.L.:.;T-"A.--,r;;:r;mr..lBIIl\\GUI\_ IN T ERN A t'.:::.:-------

Universidade Tuiuti do ParanaCrederlciada por Decreta Presidencial de 7 de jult10 de 1997 • D_O.U nO 128, de 8 de julho de 1997. Sec;:ao 1. pagina 14295

TERMO DE APROVAC;:AO

.)OGOS E ATIVIDADES UJDICAS PARA 0 ENSINO DA GEOGRAFIA NASS~R!!;S !N!CIA!S

Por

PRISCILA D'AGOSTIN BATISTAO

Monografia aprovada com menyao~~ como requisito parcial para obtentyao detitulo de Bacharel em Geografra com Enfase em Geopmcessamento. pela BancaExamin~doraformada pelo$ profe$$ores:

ProF. Maria Le i ia Marchese

<u--~~c.

Prot Sandra Jose Briski

curitib3,.A5. de ,~~ de 2003.

AGRADECIMENTOS

Nao poderia deixaf de agradecer quem me ajudou durante todD este

percurso. Primeiramente deva agradecer ao meu amado esposo, 0 Leandro,

que me ajudou durante todo 0 curs~ das mais diversas maneiras,

principaimente pelo seu amor e compreensao dispensada nestes anos.

Aos meus pais Nelson e Sueli que, atraves de seus incentivQs,

contribuiram para 0 meu sucesso academico.

Aos professores do curso de Geografia, em especial a professora iviaria

Letizia Marchese, prime ira per me ensinar e me orientar muito bern durante

todo 0 trabalho, segundo par ser uma pessoa muito amiga e de born coragao.

Par fim, agradego a Deus par ter me dado vida e saude, 819m de ter

colocado no meu caminho as quatro pessoas maravilhosas acima.

RESUMO

o tema deste trabalho configura-se em Jogos e Atividades Ludicas para

o ensina de Geografia nas series iniciais do Ensino Fundamental. 0 objetivo do

mesma foi elaborar uma proposta metodol6gica que favorecesse 0 ens ina de

Geografia, tornando-o ludico e atraente para as alunos. 0 trabalho encontra-se

dividido em quatro etapas, sendo elas: inicialmente tragou-se urna retrospectiva

historiea sabre a Geografia e 0 seu ensina, posteriormente caracterizou-se as

etapas de desenvolvimento do publico desta monografia (criang8s de 1a a 4a

serie); e ainda a contribuic;ao dos jogos e 8tividades ludicas para esie

desenvolvimento e por fim, a apresentagao da proposta metodol6gica. Foram

reaiizadas quatro aplic8<;oes para a verific8C;80 da proposta. Como percebido

durante as aplica90es, a proposta ludica favoreceu interesse maior voltado aGeografia. Para tanto, conciuiu-se que a aplicat;8.o de jogos e atividades

ludicas concomitantemente com a pro posta curricuiar de Geografia propicia

momentos de aprendizagem efetiva e intens8.

SUMARIO

1. INTROOU<;AO ..

2. HISTORICO Oil. GEOGRAFIA NO BRASIL..

. 01

2.1 Ensino da Geografia ...

. 03. 08

3. IDENTIFICACAO E CARACTERIZACAO DAS ETAPAS DE

OESENVOLV!MENTO Oil. CRIANCA ..

~. JOGOS E ATIVIDADES LUDICAS ..

5. CONTEUDOS DA GEOGRAFIA.

.. 11. 17

. 20

5.1 Sele9c3o de conteudos ..

5.2 Aplica90es ..

o. CONCLUsAo ..

7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..

. 25

............................................................ 37

8. ANEXOS ..

. 39

. .40

. .41

1 INTRODU<;:Ao

a presente trabalho tern como tema "Jogos e Atividades Ludicas para 0

ensina de Geografia nas series iniciais do Ensino Fundamental". A pro posta, e fazer

dos jogos e atividades ludicas urna das principais estrategias para 0 ens ina de

Geografia nas series iniciais do ensina fundamental, tornando a Geografia mais

atraente e sedutora para as crian9<3s. Nota-s8 a falta dessas atividades no ensina de

Geografia para crianC;8s, levan do as mesmas a apresentar baixo desempenho e falta

de interesse pela aprendizagem de 9809rafia, que aeaba tarnando-s8 mayante.

Tambem sera apresentado no trabalho uma breve explicac;ao sabre as etapas

de desenvolvimento infantil, segundo Piaget, urna retrospectiva hist6rica do ensina

da Geagrafia, selegaa de conteudas, a prapasta e a aplica~a de algumas

alividades ludicas e jogos elaboradas a partir dos conleudos propostos pelo

Curricula Basica nas series iniciais do ensina fundamental

Brincar exige naturalmente participac;:aa e engajamento. 0 brinqueda e

certamente uma forma de desenvalver a capacidade de manter-se ativa e

participante.

A crian9a que participa de jagas e atividades ludicas aprende a aceitar as

regras e estende esse aprendizada as necessidades do engajamenta as regras

saciais. Os jagos e atividades ludicas possibilitam 0 aumento gradativo da

capacidade de atenc;ao e concentrac;ao, tao necessarias ao processo ensino-

aprendizagem. Os jogos e atividades ludicas em sala de aula nao sao urna proposta

inovadora. Porem, eles tem sido usados na maioria das vezes como urn premio para

quem terminau a tarefa.

Tarna-se necessario, entao, que 0 professor fac;a com que as atividades

ludicas e os jogos estejam presentes em sala de aula. E importante tambem estar

ciente de que as crianr;as precisam de orientar;c3.o e tempo para 0 desenvolvimento

da autonomia na organiZ8c;c3.0 das regras e a respect iva adequ8r;2o a elas, tanto as

regras do jogo quanto as de comportamento para jogar. Tudo isso deve ser discutido

e construido com as crianr;8S a partir das necessidades do dia-a-dia.

Como 0 principal objetivo do educador e a forma9ao de cidadaos

independentes, que pensam par si mesmos e resolvem seus problemas em qualquer

situ8gao, assim a educador estara possibilitando atrav9S da pratica com jogos e

atividades ludicas a desenvolvimento da autonomia reflexiv8.

Portanto se as criangas coordenarem varios pontos de vista, ou relagoes,

utilizando as atividades ludicas e as jogos, elas desenvolverao sua inteligencia

naturalmente, e esse desenvolvimento leva a autonomia.

2 HISTORICO DA GEOGRAFIA NO BRASIL

A trajet6ria da geografia no Brasil pode ser dividida em tres grandes perfodos:

o colonial, 0 imperial e da Primeira Republica e 0 moderno - este iniciado nos anos

30. ALESSANDRI (2002, p.9), explica que

no primeiro periodo, a contribuiyao foi dada pelos chamadoscronistas coloniais que aqui estiveram nos seculos XVI, XVII e XVIII eque, por razoes as mais diversas, fizeram descri~6es da terra e dasua gente, influenciados ao mesmo tempo, par imagens ecomportamentos daqueles com quem conviviam e pel a imaginarioeuropeu no mundo tropical. Dentre estes destacaram-se Pero Vaz deCaminha, com sua carta ao rei D. Manuel, descrevendo a terra andeaportara a esquadra de Cabral, e Antonil, com urna obra bernestruturada em que divide 0 pais de acordo com as atividadesecon6micas das varias Arias povoadas, indicando as suas principaisriquezas. No fim do periodo colonial, 0 Brasil foi visitado tambem pornumerosos naturalistas que deram uma contribuiryao extra ordinariaao conhecimento do pais ou das areas por eles percorridas, como,entre outros, Saint-Hilaire, Spix e Martius.

Este primeiro per [ado da Geografia no Brasil, inicia-se em 1500, com a

descrig80 da terra recem descoberta que seria conquistada tambem nesse per [ado.

Ocorre um grande avango nas medi90es cartograficas para a confecC;80 de cartas de

navegag80 para a Atlantica SuI.

Estas tarefas foram realizadas par especialistas que viajavam nas expedigoes

de descobrimento e explora98o ocorridas durante 0 inicio do seculo XVI. Pera Vaz

de Caminha, entre outros, seria um destes especialistas, au cronistas coloniais , que

descreveu os principais fatos geograficos. Ele era 0 escrivao oficial da frota

comandada por Pedro Alvares Cabral, e tomou posse das terras descobertas no

litoral da Bahia. Tambem, com uma carta ao rei de Portugal Manoel, relatou uma

serie de cr6nicas geogn3ficas sabre nosso pais, descrevendo seu quadro fisico:

forma do litoral, solo, clima, vegeta980 e fauna; e a quadro humano: os indios que

habitavam no nosso litoral; tentando explicar os tra<;os fisionomicos e atitudes desse

pavo estranha que as portugueses passariam a conhecer a partir daquela data.

Ainda segundo ALESSANDRI (2002, p.10), no periodo Imperial e da Primeira

Republica, as trabalhos dos naturalistas continuaram a produzir substanciais

informagoes sabre as populagoes existentes, bastante diversificadas quanto a

origem, aos sistemas de explorac;ao da terra e aos niveis culturais, num momento

em que se discutia a necessidade de levar a cidadania a maiaria da popula<;:ao

formada por negros, em grande parte escravos, e indigenas, em sua maioria

localizados em areas de dificil acesso.

Tambem deste periodo, e de grande interesse geografico, sao os trabalhos de

Tavares Bastos, ja preocupado com a divisao regional do pais, defendendo a

necessidade de uma federagao das provincias e, indiretamente, de uma politica

regionalizante; de Joaquim Nabuco, sabre a estrutura de uma sociedade latifundiaria

e escravista; de Rui Barbosa, em defesa de uma politica liberalizante e industrialista;

de Tobias Barreto, com serias criticas a sociedade agucareira; de Silvio Romero,

com preocupagoes renovadoras; de Alberto Torres, com preocupa96es de

centralizac;ao polltica. Muito importantes seriam os trabalhos elaborados pelo Bareo

do Rio Branco, em face das disputas territoriais travadas pelo Brasil com paises

vizinhos.

No periodo posterior a Primeira Grande Guerra, os problemas territoriais e 0

destino dos estados muito preocuparam os estudiosos, politicos e administradores

do pais. Esses problemas fizeram com que eles abandonassem a ideia de que 0

Brasil, poderia ser urn pais europeu transplantado nos tropicos, pais se sentiam

muito perturbados pela presenga de negros e indios,

Entao surgem obras fundamentais, como as de Sergio Buarque de Holanda,

com Raizes do Brasil, de Gilberto Freyre, com Casa grande & senza/a e Sobrados e

mocambos, de Caio Prado Junior, com Evoluc;ao polftica do Brasil e formac;ao do

Brasil contemportmeo, de Nina Rodrigues, com Os africanos no Brasil e, logo apos,

na decada de 1940, com Josue de Castro, com Geografia e geopofitica da fame,

(ALESSANDRI, 2002, p.11). Os primeiros livros nao eram especificamente de

geografia, mas, sendo livros voltados para 0 conhecimento da realidade brasileira e,

ate certo ponto, descomprometidos com modelos interpretativos importados,

trouxeram uma substancial contribuigeo ao desenvolvimento da geografia brasileira.

A revolu9f10 de 1930, apesar de frustrada em grande parte dos seus objetivos,

trouxe uma notavel renova9EI0, provocando 0 crescimento da leitura e da reflexao

sobre 0 pais. Com ela se iniciaram os estudos superiores de Geografia nas

universidades do Distrito Federal e de Sao Paulo e, em seguida, as atividades do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, IBGE. Nesse periodo, nasceu em Sao

Paulo (1934), sob a inspira9aO de Pierre Deffontaines, a Associa9aO dos Ge6grafos

Brasileiros, a AGB, que, criada quase como uma instituigao paulista, se expandiria

em cerca de duas decadas, par todo territ6rio nacional. (ALESSANDRI, 2002, p. 09)

Como se ve, a Geografia Cientffica no Brasil teve inicio na decada de 30, com

a fundac;:ao da Universidade de Sao Paulo em 1934, da Universidade do Distrito

Federal em 1935 8 com 0 IBGE, que se tornou um mercado de trabalho para

geografos, pais era preciso conhecer esse pais chamado Brasil e entao S8 da a

criayao desse orgao. 0 Estado precisava conhecer a pais, seu territorio, para melhor

governa-Io. A geografia do IBGE estava, portanto ligada ao Estado.

Neste periodo enquanto a geografia estava se estruturando e tornando-se

autonoma, segundo ALESSANDRI (2002, p.12,), ela apresenta quatro period os: 0

do dominio da escola francesa, com alguma influencia alema; 0 periodo

quantitativista, de dominio anglo-saxonico; 0 chamado de geografia critica com

alguns representantes da escola marxista - leninista; e, finalmente, 0 atual, mais

ecletico e em que se procuram modelos brasileiros para responder a desafios

brasileiros.

Assim, no primeiro periodo, com 0 dominio do Estado Novo, procurou-se

despolitizar a Geografia, fazendo com que ela se tornasse uma analise de

descric;6es de paisagens, diminuindo a influencia dos geopoliticos e do proprio

Delgado de Carvalho, considerado 0 pioneiro da Geografia Cientlfica no Brasil.

Esse periodo foi de grande utilidade porque permitiu 0 desenvolvimento do

trabalho de campo e 0 conhecimento de varias areas do pais, por meio de

pesquisas feitas nas assembh§ias gerais da AGB, de artigos publicados na Revista

Brasileira de Geografia do IBGE e de teses de doutorado e de livre - docencia

defendidas na USP. Os estudos geopollticos foram feitos em func;ao de projetos

governamentais, como a politica de expansao do povoamento para oeste, a de

tentativa de localizayao da nova capital federal e a redivisao territorial do Brasil. Nao

se pode deixar de salientar a influencia exercida sabre as geografos brasileiros por

mestres franceses como Pierre Deffontaines, Pierre Mombeig e Francis Ruellan e

pelo mestre alemao Leo Waibel. De acordo com ALESSANDRI (2002, p.11),

apas a Segunda Guerra Mundial, a ascensao dos EUA e das formasde utilizagao do territario leva ram aquele pais a desenvolver urnapolltica de formagao de aliados militares e econ6micos e tambem detransferir para as paises de pen dentes as seus metodos e tecnicas depensamento e ensino. Com 0 golpe de Estado de 1964, procurou-sedesenvolver no pais urna politica de crescimento economico, sem

preocupar;6es com problemas ecol6gicos nem socia is, mas apenascom 0 crescimento da produr;ao em funr;ao da demanda dosmercados.

Essa orientagaa levau 0 meio universitaria a se voltar para os model os

saxonios, geralmente elaboradas em fungaa de determinados desafios e aplicados

de forma sumaria em qualquer situagao. Dai a maximizagao do usa da estatistica, da

analise fatorial, do indice de Gini etc. , tanto entre as economistas como entre os

cientistas socia is e geografos. Iniciaimente difundiu-se no pais 0 usa e a defesa dos

metodas estatfsticos e, em seguida, 0 de uma Geografia teoretica que pregava uma

ruptura com toda a Geografia entao desenvalvida e classificada, pejorativamente,

como tradicianal. A simples citagao de geografos que tiveram grande influencia

nesse periodo entre as duas grandes guerras, como Vidal de La Blache, Jean

Brunhes ou Demangean, seria suficiente para classificar 0 autor brasileiro como

ultrapassado.

A crise economica dos an os 70 e 0 desastre do modele impasto em 1964

deram margem a que surgisse uma reag80 entre geografos, classificados em geral

de crfticos, que procuravam reabilitar uma Geografia polftica e social. 0 grupo reunia

tanto ge6grafos positivistas como marxistas - leninistas, que procuravam modelos

europeus para a Geografia brasileira, e marxistas heterodaxos, que usavam 0

marxismo como metodo e nao como doutrina, enquanto grupos menores tambem

arregimentavam adeptos. Esses grupos trouxeram inovagoes ao pensamento

geografico nacional, mas tambem promoveram serias distorgoes. 0 seu maior

servigo foi destrogar a dominagao quantitativista, sebretudo apos a democratizagao

do pais, ( ALESSANDRI, 2002, p. 11).

Pode-se observar que a Geografia em nosso pais passou por diferentes

momentos, gerando muitas reflex6es.

As primeiras tendemcias da Geografia no Brasil eram marcadas, como foi vista,

pela explicag80 objetiva e quantitativa da realidade fundamentada pela escola

francesa. Essa escola passou entao, a embutir um pensamento geografico que tinha

como meta, abordar as relagoes do homem com a natureza de forma objetiva. Toda

essa tendemcia da Geografia e as correntes que dela iam surgindo, foram chamadas

de Geografia Tradicional. Que, apesar de valorizar 0 papel do homem como sujeito

historico, propunha-se, na analise da produyao do espa90 geografico, estudar a

relagao homem - natureza sem priorizar as relagoes socia is. Por exemplo,

bariljl,\.\

estudava-se a populac;ao, mas nao a soeiedade; os estabeleeimentos humanos, mas

nao as relac;:oes sociais; assim acabava-se abstraindo 0 hom em de seu earater

social.

No Pos - Guerra, quando a realidade se tornava ainda mais eomplexa, com 0

eapitalismo penetrando na fase monopolista do grande capital, a urbaniz8c;:ao se

acentuando e eomec;ando a sofrer modifie8c;oes comandadas pela Revolug80

Verde*, as realidades locais passarn a se articular em urna rede de eseala mundial.

Cad a lugar deixa de explicar-se por si mesmo.

Assim, os metodos e as teerias da Geografia Tradicional tornaram-se

insufieientes para apreender toda essa complexidade, principalmente para explica-Ia.

o levantamento feito por meio de estudos apenas empirieos tornou-se insuficiente.

Era preciso realizar estudos voltados para analise das relac;:oes mundiais. Por outro

lado, como ja foi comentado anteriormente, 0 meio tecnico e eientffico passou a

exercer forte influencia nas pesquisas realizadas no campo da geografia.

Sob influencia das teorias marxistas, surge urna tendemcia critica a Geografia

Tradicional, como comentado anteriormenle por ALESSANDRI, entao surge e

difunde-se a Geografia Marxista. Agora os geografos procuram estudar a sociedade

por meio das relac;:oes de trabalho e da apropriaC;:Elo humana da natureza, para

produzir e distribuir os bens necessarios as condic;:oes que a garantam.

Segundo os Parametros Curriculares Nacionais de Geografia (1998, p. 105),

tanto a Geografia Tradicional como a Geografia Marxista, negligeneiaram a relac;:ao

do hom em e da sociedade com a natureza em sua dimens80 sensivel de percepg80

do mundo: 0 cientificismo positivista da Geografia Tradicional, por negar ao homem

a possibllidade de um conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginario;

o marxismo, aiienante a qualquer explicac;:ao subjetiva e afetiva da relaC;8o da

sociedade com a natureza.

Nesta ultima decada, em nosso pais, uma das caracteristicas fundamentais da

geografia e a definig80 de abordagens que considerem as dimensoes subjetivas e,

portanto, singulares que os homens em sociedade estabelecem com a natureza,

sendo que estas dimens6es est80 marcadas pela cultura na qual se encontram

inseridas .

• A partir de 1950, os raises capitalistas descllvolvidos intensificaram 0 processo de industrializar;,::1o cbagricullura no mundo subdcscnvolvido. A par do uso de m:iquinas. fertilizanlcs c dcfcnsivos agricolas, foramdivulgadas por inslitui,<oes norte-amcric:lIlas varias mcdidas Iccnicas deslin:ldas a aumcnlar a produ,<uo c aprodutividadc cia agricultura nos paiscs de tcrcciro mundo

Assim, a ge6grafo deve utilizar a seu potencial te6rico, a dominio das tecnicas

modernas e 0 seu comprometimento com os altos objetivos nacionais para dar uma

contribuic;:ao positiva a soluc;:ao dos problemas do pais. Ciencia e tambem politica, e

a cientista deve saber porque e utilizada, como e utilizada e em favor dos interesses

de quem ela e utilizada.

2.1 0 ENSINO DA GEOGRAFIA

Toda essa breve trajet6ria da geografia brasileira vai influenciar na Geografia

estudada dentro das escolas. Hoje muitos professores, educadores e pesquisadores

tentam explicar e analisar quest6es como: a que e a Geografia? Para que serve?

Como ensina-Ia?

Estas quest6es ganham peso na medida em que a Geografia como ramo do

conhecimento, sofreu profundas transforma96es, tanto a nivel te6rico como

metodol6gico. Importantes estudos, a exemplo daqueles realizados pelo ge6gralo

frances Yves Lacoste, tern colocado, a descoberto a grande defasagem existente

entre a Geografia que se ensina atualmente nas escolas, isto e, "a Geografia do

professor", e os estudos cientificos que sao produzidos nas Universidades e demais

instituic;6es de pesquisa. Pode-se mesmo, afirmar que 0 tempo que as separa e de,

no minimo, 30 anos. Esta se falando portanto, que a escola permanece trabalhando

nos moldes da chamada Geagrafia Tradicional, produzida no seculo passado na

Europa, e que influenciou significativamente os ge6grafos brasileiros e 0 ens ina da

Geografia no Brasil, como ja foi explicado anteriormente.

A Geografia Tradicional apresenta certas particularidades nos seus metodos e

nos seus objetivos que acabam par nao satisfazer nem a professores, nem a alunos.

Trata-se de urn ens ina que fragmenta excessivamente a realidade, que se reduz a

situac;6es de lugares, paises e capita is; a descrever de maneira incompleta os

"acidentes geograficos", a fornecer escassos elementos para uma empobrecida e

rala vi sao de mundo. Hoje 0 que temos presenciado e a discusseo de estrategias,

alterac;ao a ordem dos programas, adoC;:8o de livros didaticos ~mais interessantes",

mas as conteudos e 0 seu tratamento metodol6gico permanecem os mesmos, ou

seja, continuamos praticando uma ~Geografia aos cacos".

Segundo 0 Curriculo Basico para a Escola Publica do Estado do Parana

(1990), a Geogralia, assim como as demais disciplinas do curriculo escolar, deve

"prestar-se a desenvo/ver no a/uno a capacidade de observar, interpretar, analisar e

9

pensar eriticamente a reafidade, para me/hor compreende-Ja e identificar as

possibilidades de transformaq8o no sentido de superar suas contradiqi5es".

Na medida ern que as professores, tiveram acesso a produg80 do

conhecimento esvaziado, 0 livro didatico ternaU-S8 a fio condutor da pratica

pedag6gica em sala de aula. E a livre didatico, hoje recheado de elementos da

Geografia Tradicional, da Geografia Nova, e ate mesma da Geografia Critica, quem

acaba por determinar a que €IGeografia e como trabalha-Ia.

Par urn longo periodo, nas escolas, a Giencia Geografica foi considerada a

ciencia respons8vel pel a descrig80 da Terra nos seus aspectos flsicos, na forma de

uacidentes" geograficos, entre os quais a ser humane era considerado urn elemento

a mais na paisagem, urn "dado" do lugar.

Na Geografia Tradicional, 0 conteudo trabalhado no Ensino Fundamental era

pautado na memorizaryao de nomes de rios, paises e capitais, pontos culminantes,

etc. Era uma geografia desinteressante, tida como ciemcia auxiliar. Par esse motiv~,

fOi, aos poucos, perdendo sua especificidade e seu fascinio, passando a reproduzir

e a organizar dados de uma realidade aparentemente estatica.

Hoje e preciso trabalhar a concep9ao de Geografia que propicie a

compreensao da realidade tal qual ela se apresenta. Essa postura e imprescindivel

para a livre exercicio da cidadania e para a desenvolvimento da consciencia critica,

duas condiryoes fundamentais no processo de transformary80 da sociedad8.

o esparyo geografico e composto de elementos naturais e culturais que sao

transformados com 0 passar do tempo natural pelo trabalho humano, a que resulta

na paisagem, marcando a historicidade do seu conteudo.

Trabalhar numa viseD integrada do esparyo, sem a separayao homem/meio, e

utilizar a pratica metodol6gica adequada asseguram ao atuno a aquisiyao do saber

cientifico e par meio dele 0 dominio da realidade da qual ele faz parte. Na leitura de

PULASKI, (1983, p.5),

"0 objetivo principal da educa9ao e criar homens capazes de realizarcoisas novas, e nao simplesmente repetir 0 que fizeram as gera90esanteriores - homens que sejam criativos, inventivos e descobridores.o segundo objetivo da educa9ao e formar mentes criticas, quepossam avaliar e nao apenas aceitar tudo que Ihes seja oferecido. 0grande perigo de hoje sao as slogans, as opinioes coletivas e astendencias prontas de pensamento. Temos de ser capazes de resistira eles individual mente, de critica-los e de distinguir entre 0 que estaprovado e 0 que nao esta. Assirn, precisamos de alunos ativos, que

10

aprendam a descobrir par si mesmas, em parte atraves de suapropria atividade espontimea, e, atraves do material queorganizarnos para eles~ (Pulaski, 1983, pag.5)

Dessa forma, objetiva-se 0 ensino de uma Geografia que trabalhe com a

construC;80 de conceitos em vez de definic,;:oes para serem memorizadas, que

real mente explique a espac,;:o, par meio da compreensao de seu processo de

produc;ao e organiz8g8o, e que fale da sociedade e articule 0 entendimento desse

espa<;ocomo produto das varias rela<;6esentre os seres humanos no decorrer do

tempo.

Sob essa perspectiva, e passivel analisar as diferentes espac,;:os,

compreendendo a natureza e a sociedade como um todD. IS50 signifiea que nac S8

concebe mais os estudos dos aspectos fisicos do lugar separado da 89<3.0humana.

Hoje trabalhamos a conceito de espaC;o produzido pel a sociedade, que e dinamica e

transforma eonstantemente esse espa90 para satisfazer suas neeessidades.

A Geografia que 0 Curricula Basieo propoe que seja ensinada, deriva de uma

eoneep98o eientifiea, como ja foi citado. Nesta, a Geografia se ocupa de analise

hist6riea da forma<;8o das diversas configura<;oes espaciais e distingue-se dos

demais ramos do conhecimento na medida em que se preocupa com localizacyoes,

estruturas espaciais e dos processes espaciais. Trata, portanto da producyao e da

organizacy8o do espacyo geografico, a partir das rela<;oes sociais de produy80,

historieamente determinado.

Assim, esta se eptando pelo ensino de uma Geografia Critica, que desvele a

realidade, uma Geografia que conceba 0 espayo geografico como sendo urn espa<;o

social, produzido e reproduzido pela sociedade humana, com vistas a nele se

realizar e se reproduzir. E se no ensine ela se preoeupa com a desenvolvimento do

sensa critieo do aluno, implica em desenvolver-Ihe a compreensao do papel historico

daquilo que e criticado. Neste sentido, nao se trata apenas de repassar para os

alunos fatos para que eles memorizem, e sim levantar questoes e instrumentaliz8-

los, de modo a Ihes propiciar as eondigoes de se compreenderem como sujeitos da

hist6ria e agentes da transformacy8o social. E dentro des sa perspectiva que deve-se

proceder na escolha e no tratamento dos conteudos essenciais dessa disciplina no

ensino fundamental, buscando aspectos fundamentals para a seu ensino. Deve-se

selecionar, entaD, os conteudos necessarios a apreensao do espa90 geografico

como uma totalidade, que envolve espa<;o e sociedade, natureza e homem.

II

3 IDENTIFICA<;Ao E CARACTERIZA<;Ao

DESENVOLVIMENTO DAS CRIAN<;AS

DAS ETAPAS DE

Para sa abter urn maior exito na aplic8gao das atividades ludicas com fins

pedag6gicos com as crianc;:as, e preciso ter urn conhecimento sabre como ocorre 0

desenvolvimento delas.

A pSicologia do Desenvolvimento e urna area da psicologia que estuda 0

desenvolvimento do ser humane em todos as seus aspectos: fisico-motor,

intelectual, afetivo-emocional e social- desde 0 nascimento ate a idade adulta.

Existem varias teorias do desenvolvimento humano em psicologi8. Elas foram

construidas a partir de observa96es, pesquisas com grupos de individuos desde 0

nascimento ate a idade adulta. Dentre essas teorias, destaca-se a do psicologo e

bi61ogo suil'o Jean Piagel (1896 - 1980), pela sua produl'ao continua de pesquisas,

pelo rigor cientifico de sua prodU<;:80 teorica e pelas implic8<;:oes praticas de sua

teeria, principalmente no campo da Educa<;:ao. A teo ria deste cientista sera uma das

referencias neste trabalho, para compreender 0 desenvolvimento humano, e para

que se possa entender como e par que a crianc;a se comporta de determinada

forma, em determinada situa<;:ao, neste momento de sua vida.

Se torna muito importante 0 estudo de desenvolvimento humano, po is

sabemos, que a crian<;:a nao e urn adulto em miniatura. Ao contra rio, apresenta

caracteristicas proprias de sua idade. Compreender isso e compreender a

importimcia do estudo do desenvolvimento humano. Estudos e pesquisas de Pia get

dernonstram que existem formas de perceber, compreender e se comportar diante

do mundo, proprias de cada faixa etaria, isto 8, existe urna assimila.yao progress iva

do meio ambiente, que implica uma acomoda<;:ao das estruturas menta is a este novo

dado do mundo exterior. (Bock, 2001, p.98)

Estudar 0 desenvolvimento humano significa conhecer as caracteristicas

comuns de cada faixa etari8, permitindo reconhecer as individualidades, 0 que nos

torna mais aptos para a observa~o e interpreta~o dos comportamentos, assim

como a aplica<;:8o de jogos e atividades adequadas para cada faixa eta ria.

Todos esses aspectos levantados tern importancia para a Educa<;:8o. Planejar a

que e como ensinar impliea saber quem e a educando. Por exemplo, a linguagem

12

que usamos com a crianr;a de 4 enos nao e a mesma que usamcs com urn jovem de

14 enos.

Enquar:t0 especie 0 58;- humano apresenta, ao nascer, umaplasticidaGe muito grande, ;)odendo deser,vo!ver varias formas decompcrtamenio, aprender •...~rias Unguas, :..:ti!izar-se de direrentesrecursos e estrategias para se inserir no meiQ e agir sabre ele. Mas aindividuc .=prende e utiliza 5cmente as formas de a~ao que existiremem seu meie, assim como 818 aprende somente a lingua au asH:-:guasque at forem fa!adas. (MUSSEN,1995, pag.242)

15tO quer dizer que a cultura e constitutiva do processo e desenvolvimento de

aprendizagem, urna vez. que determinadas estrategias de a980 e padr6es de

interar;ao entre as pessoas sao definidas palo. pratica cultural. Os comportamentos e

ar;6es privi!egiados em um determinado grupo sao, entao, determinados no processo

de desenvolvimento da crianr;a.

Os periodos de desenvolvimento sao norn:almente referidos como inf2ncia,

ado!escencia, maturidade e vell"""!ice. Estas sao, no entanto, categorias mUlto amplas

e a propria definj~ao de cada uma, ass~:n como sua durar;8o, dependerao

grande mente ds cultura.

Segundo Piaget (MUSSEN,1995, p.242), "0 desenvolvimento prossegue

descontinuamente numa sequencia de quatro estagios quaHtativamente diferentes: a

estagia sensoria-motor (0 a 13 meses), 0 estagio pre-operacional (18 meses a 7

anos), 0 estagio operecional concreto (7 a 12 enos), eo estagio operacional formal

(de 12 anos em dian/e)"

A trans!9=3o de urn estagio para outro segundo Piaget, envolve um8

reorganiza<;ao fundamental dB forma que 0 indiv[duQ constr6i (au reconstr6i) e

interpreta 0 mundo. Isto e, quando as crianr;as passam de um estagio para 0 outro,

elas adquirem qualitativamente novas maneiras de entender 0 munda. A sequencia

de estagios e invariavel, au seja, todas as crianr;as normais pass am pelos estegios

n2 mesma ordem. Nenhuma cria!'1~a passa do estagio pre-operadOnE! para 0 forma!

sem passar pe!o estagio das OpsT296es concretas. Isto porque ceda estagio eembasado na rea!izar;ao do estagio anterior e deriva dele. Em cad a estagio, novas

cepacidades cognitivas diferen!es e mais adaptativEs sao acrescentadas aquilo que

foi alcan9ado previamente.

Embora a ordem na qual Os estagios emergem nao varie, ha grandes

diferen9as individuais na velocidade com a qua! as crian9as passam paf eles. Entao

13

Algumas

crian';8S alcangam urn determinado estagio precocemente, Qutras, muito mais tarde.

Como a proposta e desenvolver urn trabalho com criany8s das series inieiais do

ensina fundamental que apresentam ida des entre 7 a 12 anos de idade, sera

descrito 0 estagio das operaY,oes concretas.

o Estagio das operacoes concretas

Na leitura do livra "Desenvolvimento e Personalidade da CrianC;8, P. H.

Mussen (1995, p. 244), comega a explicar sobre esse estagio, afirmando que a

operaC;8o e uma estrutura cognitiva basica usada para transformar a informaC;:3o, OU

~ opera-Ia" Urna realiz8g:30 caracteristica desse estagio e a capacidade de S8

envolver em operac;oes menta is que sejam flexfveis e plena mente reversfveis. Por

exemplo, as crianc;as entendem que tirar alguns centavos de urn cofrinho pode ser

urna opera\=ao reversivel, acrescentando-se, depois, 0 mesmo nurnero de rnoedas

no cofrinho"

Crian\=as no estagia operacional concreto sao capazes de descentra~ao; au

seja, elas concentram sua atenv80 ern diversos atributos de urn objeto ou de urn

acontecimento simultaneamente e entendem as rela\=oes entre dimensoes e

atributas. Elas entendem que os objetos tem mais de urna dimensao - par exemplo,

peso e tamanho - e percebem que essas dirnensoes sao distintas. Urna vareta pode

ser, sirnultaneamente, pequena e leve; urna bola de boliche, pequena e pesada; urn

balaa, grande e leve; urn carro, grande e pesado.

As crian<;:as deixam de se basear em informavoes perceptuais e passam a usar

principios 16gicos. Um principio 16gico importante e 0 principio da identidade, que

estabelece que os atributos basicos de urn objeto nao rnudarn. Se urna caixa de

mantar contem 32 pevas, urna casa montada com todas as pec;as contern 32 bloeos.

o princfpio da equivalencia e intimamente relacionada com a principia da identidade.

(MUSS EN, 1995, p.245)

Este perfacto como esta sando explicado, e urn perfodo caracterizada pela

constru<;:ao logica que seria a eapacidade da crian<;:a estabelecer rela<;:6es que

permitam a coordenavao de pontos de vista diferentes. Estes pontos de vista podem

referir-se a pessoas diferentes ou a pr6pria crianga, que "ve" urn objeto ou situav80

com aspectos diferentes. Isso tudo, ira possibilitar a crianc;a a urna nova capacidade

14

mental: a opera93o, ista a, ela consegue realizar uma 8c;ao fisica ou mental dirigida

para urn objetivo e reverte-Ia para seu inicio.

Urn exemplo que pode ser dado e quando uma crianC;8 esta "brincando" com

um jogo de quebra-cabega, proprio para sua idade, ela consegue na metade do

jogo, descobrir urn erro, desmanchar uma parte e recomec;ar de ande corrigiu,

terminando-o. As operac;6es sempre irao S8 referir a objetos concretes presentes ou

ja experimentados.

De acordo com Bock (2001, p. 104), em nivel de pensamento, a crian<;a

can segue:

estabelecer corretamente as relar;:oes de causa e efeita e de meio e

tim;

sequemciar ideias au eventos;

trabalhar com ideias sobre dois pontcs de vista, simultaneamente;

formar 0 conceito de numero (no inicio do periodo, sua nOC;8o de

numero esta vinculada a uma correspond en cia com 0 objeto concreto);

A no~ao de conserva<;ao da substancia do objeto (comprimento e quantidade),

que sera explicada a seguir, surge no inicio do periodo; por volta dos 9 anos, surge

a noc;:ao de conservaC;:80 de peso; e ao final do periodo, a noc;:ao de conservayao de

volume:

• Conservayao: Os famosos experimentos de Piaget sobre a conservac;ao

demonstram tres aspectos do pensamento operacional concreto:

reversibilidade das operac;6es menta is, descentrac;ao e substituiyao dos

julgamentos perceptuais pelos logicos. Em urn tipo de experimento, a crianc;a

ve dois copos identicos, ambos contendo a mesma quantidade de liquido

colorido. Depois que a crianc;a concorda que os dois vidros tern a mesma

quanti dade de liquido, e derramado 0 liquido de um copo num outro mais alto

e tino, e e feita a pergunta: "Sera que este copo (0 mais alto) tem a mesma

quantidade, mais liquido ou menos liquido que este outro (0 mais baixo) ?" As

criangas pre-operacionais freqOentemente dizem que 0 copo mais alto contem

mais. As crianc;as operacionais concretas entendem que a quantidade de

liquido nao mudou, apesar da mudanc;:a em sua aparencia. Pode-se

demonstrar com este experimento a conservayao da substancia. Tem-se

tambem a conservayao do numero. Urn 8xperimento tipico de conservaC;ao

IS

de numero, a crian,a ve duas fileiras idenlicas de botoes. Oepois que a

crianc;a concorda que 0 numero de botoes na fileira e 0 mesma, as botoes em

uma fileira sao espalhados. As crianfYas pre-operacionais provavelmente

esU30 mais inclinadas a dizer que a fileira mais langa tern mais bot6es porque

elas focalizam uma dimensao (0 comprimento) e usam pistas perceptuais ao

inves de principios J6gicos. Aquelas que estao no periodo operacional

concreto podem reverter mentalmente a operac;ao, e usar 0 principia da

identidade para concluir que 0 novo arranjo naD altera 0 numero de botoes

numa fileira, (MUSS EN, 1995, p. 245).

• Seria~ao: Outra caracteristica do estagio operacional e a capacidade de

dispor objetos de acordo com algumas dimens6es quantificadas, tBis como

peso ou tamanho. Essa habilidade e chamada seria~ao. Uma crianc;a de 8

anos pode dispor oito varetas de diferentes comprimentos em ordem, do

menor para 0 maior. A seria9ao ilustra que a crianva captou outro principio

logico importante, a transitividade, a qual estabelece que ha certas relac;oes

fixas entre as qualidades dos objetos. A seriayao pode ser demon strada em

um jogo de cartas, urn dos favorites pelas crianc;as que estao nos primeiros

anos do estagio operacional concreto em que cada um dos jogadores joga

uma carta, e aquela que tiver maior valor ganha a jogada.

• Pensamento relacional: No periodo operacional concreto a crianc;a distingue

o fata de que muitos termos, tais como mais alto, mais baixo e mais eseuro,

referem-se a relac;oes, mais que a qualidades absolutas. As erianc;as mais

novas tendem a pensar em termos absolutos e, assirn, interpretam mais

escuro como significado "muito escuro" ao inves de "mais escuro que 0 outro

objeto". Se elas veern dais abjetas claros, sendo urn deles rnais eseuro do

que 0 Qutro, e Ihe pedirem para pegar a mais eseuro, elas podem nao

responder au podem dizer que nenhurn dos objetos e mais eseuro. 0

pensamento racional ilustra a capacidade de eonsiderar mais do que urn

atributo simultaneamente, porque requer a eomparayEia de dois ou mais

objetos, (MUSSEN, 1995, pag.248).

• Inclusao de classe: 0 entendimento que as crianc;as tern de inclusao de

classe ilustra 0 principio logieo 0 qual ha relac;oes hierarquicas entre as

categorias. Se crianryas de 8 anos veern oito balas amarelas e quatro

marrons, e alguem pergunta: "hit mais balas amarelas ou mais balasT elas

16

geralmente dirao que ha mais balas. Entretanto, quando 0 mesmo problema edado para crian<;8s de 5 anos, elas provavelmente dirao que ha mais balas

amarelas, embora sejam capazes de cantar as balas e compreender 0 que

sao balas amarelas e a que sao todas as balas. Piaget acreditava que a

dificuldade dessas crian,as reflete a falta que elas tem em compreender as

rela<;6es hienjrquicas, bem como, a inabilidade de raciocinar sobre uma parte

e ao todo ao mesmo tempo, (MUSSEN, 1995, pag.248).

As crianc;:as do periodo operacional concreto podem avaliar 0 fato de que

alguns conjuntos de categorias S8 agrupam ou S8 ajustam uns com as Qutros. Par

exemplo, em geografia, seu bairro e Qutros bairros pr6ximos ao seu, pertencem a

categoria mais ampla da cidade, todas as cidades pertencem a categoria mais ampla

dos estados e todos as estados pertencem a categoria mais ampla Brasil.

A crian98 no perfodo operacional concreto percebe que as objetos podem

pertencer a rna is de uma categaria au mais do que uma rela~a ao mesma tempo,

um principio chamado de mulliplica,{;o de classes au re/aq{Jes. As crian,as podem

avaliar 0 fata de seu bairro pertencer ao mesma tempo a categoria de cidade, estado

e a categoria de Brasil; uma pessaa pode ser ao mesma tempo programadora de

computador e mae.

Embora as crianyas do perfodo operacional concreto tenham ido alem

daquelas que se encontram no perfodo pre-operacional quanto ao raciocinio,

resoluC;ao de problemas e 16gica, muito de sua atividade mental continua a ser

restrita ao aqui e agora dos objetos concretos e das relac;6es. Nesse esta9io, as

crianc;as conservam a quantidade e 0 numero e podem ordenar e classificar objetos

e coisas que existem, mas nao podem raciocinar bem sabre abstrac;6es, propasic;6es

hipoteticas au eventos imaginarios.

A estrutura de raciocinio do perfodo operat6rio-concreto vai se formando a

partir do momenta em que situac;6es VaG se apresentando as crianc;as e estas

devem resolve-las. Nesse sentido, acredita-se que os jogos, por meio de suas

metas, abjetivos e regras pod em auxiliar 0 desenvolvimento do raciocinio,

favorecendo a apropriaC;ao de conteudos de maneira instrutiva, porem informal.

17

4 JOGOS E ATIVIDADES LUDICAS

Sempre foi desejo de alguns professores poder criar na sala de aula uma

atmosfera de motivavao que permitisse aos alunos participar ativamente do

processo ensino-aprendizagem, trabalhando com a geografia de uma forma mais

diniimica atraente e sedutora. Mas surgia uma pergunta: como faze-Io? A historia da

Pedagogia demonstra que varios educadores do passado jil S8 preocupavam com 0

aspecto motivacional do ensina, preconizando uma edUC898:0 de acordo com as

necessidades e interesses infantis, e que tambem reconheciam 0 valor formativQ do

jogo e das atividades ludicas.

Jagar e uma atividade natural do ser humano. Ao brincar e jagar, a criany8 fica

tao envolvida com 0 que esta fazendo, que caloca na 8980 seu sentimento e

em09f10. "0 jogo e as atividades /iJdicas , sao um e/o integrador entre as aspectos

motores, cognitivos, afetivos e sociais, par isso, se parle do pressuposto de que ebrincando e jogando que a crianr;;a ordena a mundo a sua volta, assimilando

experiencias e informaq6es e, sobretudo, incorporando atividades e va/ores", (RIZZI,

L.1994, p. 13).

Aqui esta sendo explicitada uma visao da importancia da atividade ludica no

desenvolvimento e na educagao da crianya, fornecendo subsidios te6ricos que

norteiam a ayao do educador, e sobretudo, apresentando sugest6es praticas que

auxiliem 0 planejamento e a execuy.3o das atividades diarias no ensino da geografia

na sala de aula.

No que se refere aos recursos materiais necessarios para a realizac;;ao dos

j090s e das atividades ludicas, nao se torna necessario 0 usa de material sofisticado,

alguns jogos simples e muito comuns entre as crian9as, brincadeiras, musicas e

paesias por exemplo, ja tornam-se recursos didaticos necessarios para um melhor

entendimento dos assuntos no ensino da geografia nas series iniciais do Ensino

Fundamental. A sele9.30 e a execu9.30 das atividades vai depender dos objetivos

que cada professor tiver definido para a seu trabalho.

E irnportante ressaltar que a exito do processo ensino-aprendizagem depende,

em grande parte, da interaC;ao professor-aluno, sendo que neste relacionamento, a

atividade do professor e fundamental. Ele deve ser, antes de tudo, urn facilitador da

18

aprendizagem, criando condic;6es para que a crianC;8 explore seus movimentos,

manipule materiais, interaja com seus companheiros e resolva situ8c;oes-problema.

Como 0 ato de jogar e brincar supoe, relac;oes interpessoais, espera-se que as

atividades e as jogos aqui apresentados possam contribuir para enriquecer a

dinamica das relac;:6es sociais e 0 aprendizado da geografia na sala de aula.

Como ja foi explicado anteriormente, 0 desenvolvimento e a aprendizagem sao,

aspectos integrantes do mesmo processo de constituic;:ao do individuo.

Na infancia, a compreensao das eoisas e construfda a partir da ac;ao concreta

no real. A atividade da crianc;a, desta forma, e fundamental. Entendemos atividade

como 8c;ao da crian~a no meio, podendo esta ser caracterizada como os jogos e

brincadeiras, explora~a.o do ambiente, modificagao dos elementos que constituem

este meio, observa~o, etc.

A atividade que se destaca na infancia, por sua importancia e frequElncia, a 0

JOGO. Brincar a urna atividade seria para a crian<;a na medida em que ela mobiliza

possibilidades intelectuais e afetivas para a sua realizagao. Na brincadeira, 0 motivo

esta no pr6prio processo, ou seja, 0 que motiva a crianc;a a a atividade em si.

Atraves dos jogos e brincadeiras, a crianc;a aprende a conhecer a si pr6pria, as

pessoas que a cercam, as relac;6es entre as pessoas e os papais que elas

assumem. Eta aprende sobre a natureza, os eventos sociais, a estrutura e a

dinamica interna de seu grupo. E atraves deles, tam bam, que ela explora as

caracteristicas dos objetos ffsicos que a rodeiam e chega a compreender seu

funcionamento.

Os jogos se classificam em jogos com predominio da fantasia infantil e jogos

com predominio de regras. Os primeiros jogas da crianc;a pertencem a primeira

categoria e sao estes que sera.o encontrados com maior frequencia no casa da

crianc;a pre-escolar. Neste trabalho sera dado mais enfase aos jogos com

predominancia de regras, pois envolvem conteudos e ac;oes pre-estabelecidas que

regularao a atividade da crianga.

As atividades [udicas vao promover uma interagao ainda maior, sendo que esta

interayao e fundamental no processo de desenvolvimento e aprendizagem do ser

humano. Para a crianc;a, alem da interac;ao com 0 adulto, as interac;oes entre

crianc;as sao iguaimente importantes. Pais as crianc;as aprendem muito umas com

as outras. A intera~ao com urna outra crianc;a, em dupla, ou mesmo em grupinhos de

tres ou quatro, e importante, pois leva as crianc;as a confrontarem seus pontos de

19

vista e suas informac;6es, a argumentar e a negociar para chegarem a urn acordo.

Para explicitar au defender seu ponto de vista, opiniao au informac;ao a criam;a eobrigada a organizar cognitivamente 0 conteudo de forma que sle seja

compreendido.

A interac;ao atrav8S de atividades ludicas e jogos entre crianC;8s de niveis de

conhecimento proximos pode ser mais eficaz para a aprendizagem de urn

determinado conteudo. As criam;as incapazes de resolverem uma situ8c;ao problema

sQzinha, aprendem como faze-Io ao trabalharem conjuntamente.

20

5 CONTELJDOS DE GEOGRAFIA PARA AS SERIES INICIAIS

De acordo com 0 Curricula Basico, as principais conteudos selecionados a

serem trabalhados na Geografia nas series iniciais do ensina fundamental sao:

1- 0 MEIO AMBIENTE ON DE VIVEMOS

1.1 Os elementos do meio ambiente

as elementos produzidos diretamente pela natureza

os elementos que sao frutos do trabalho humano

1.2 0 meio au paisagem natural

1.3 0 meio cultural ou social

II - AS PESSOAS UTILIZAM OS ELEMENTOS DO MEIO AMBIENTE E

ASSEGURAM SUA EXISTENCIA

2.1 Os elementos naturais importantes para a existemcia da vida.

oar

o solo

a agua

os vegetais

os animaisluz e calor do sol

2.2 As pessoas transformam os elementos naturais em produtos que ten ham

utilidade.

2.3 Usa dos elementos naturais e seu impacto sabre 0 meio ambiente.

III - AS PAISAGENS DOS LUGARES ON DE VIVEMOS

3.1 A paisagem do meio urbano

os elementos do meio urbano

o trabalho das pessoas no meio urbano

3.2 A paisagem do meio rural

21

as elementos do meio rural

o trabalho das pessoas no meio rural

3.3 0 meio urbano e 0 meio rural sao interdependentes.

IV - A CRIANyA E SEU MEIO AMBIENTE

4.1 A familia da criany8 e Qutras familias

a familia da Criany8

a habita<;ao da crian<;a

Qutras familias e Qutras habita<;oes

4.2 A escola

as elementos que fazem parte da escola

as pessoas e 0 trabalho na escola

I - A SUPERFiclE TERRESTRE Eo A MORADA DOS SERES VIVOS

1.1 as elementos que formam a superficie terrestre

a atmosfera

a hidrosfera

a litosfera

1.2 Os seres vivos habitam a superficie terrestre

as elementos importantes para a vida (solo, clima, agua)

as seres vivos que habitam a superficie terrestre

1.3 0 ser humano nao passui urn habitat especifico, ele pode viver em

quase toda a superficie terrestre.

a habitat dos animais e vegetais

o homem vive em quase toda a superffcie terrestre

II - OS GRUPOS HUMANOS MODIFICAM A SUPERFiclE TERRESTRE E

CRIAM DIFERENTES LUGARES PARA VIVEREM

2.1 0 que leva a homem a modificar a superficie terrestre

2.2 diferentes grupos criam diferentes necessidades e produzem diferentes

modifica90es na superffcie da terra

2.3 Ao produzirem modifica<;6es, certos grupos degradam 0 meio ambiente

22

III - 0 MEIO AMBIENTE ON DE VIVEMOS

3.1 Os elementos natura is

o clima, 0 tempo, as estayaes do ana

a relevo

o solo

a vegetac;:ao

a hidrografia

3.2 A paisa gem natural no seu conjunto

3.3 Os elementos que sao frutos do trabalho humano

IV - AS PAISAGENS DOS LUGARES ONDE VIVEMOS

4.1 0 meio urbano

o surgimento das cidades e os tipos de cidades

os elementos naturais e culturais do meio urbano

lugares do meio urbano

4.2 0 meio rural

a influencia dos elementos naturais nas atividades do meio rural

quando 0 meio rural s fortemente influenciado pelos elementos

culturais

4.3 0 urbano e 0 rural formam 0 espago do municipio

I - 0 ESPA(fO DO MUNiCiPIO NAS SUAS RELA(fOES COM OUTROS

ESPA(fOS

1.1 As relac;oes entre as meios urbano e rural

os espa<;:os urbano e rural na perspectiva da realidade brasileira

a divisao do trabalho entre espagos urbano e rural

1.2 0 espa<;:o do municipio eontsm 0 espago urbano e a rural

o espago urbano s a sede do municipio

1.3 A localiza9iio e a representa9iio do espa90 no municipio

os limites do municipio

23

a interdependencia entre 0 munidpio do atuno e Qutros munidpios

1.4 A inclusao dos espar;os

do espago do municipio ao esp8yo mundial: noc;oes e representac;oes

11- A ATIVIDADE INDUSTRAL E A TRANSFORMA9Ao DO ESPA90

2.1 0 espa,o da atividade industrial

fatores da atividade industrial

2.2 Os tipos de industria

2.3 A atividade industrial e 0 cresci menta urbano

2.4 A atividade industrial e a degradac;:ao ambiental

111- AS ATIVIDADES PRIMARIAS E AS TRANSFORMA90ES DO ESPA90

3.1 A descoberta da agricultura

a domestic8c;8.0 das plantas e a fix89ao do homem a terra

a agricultura e a substituiC;BO do extrativismo vegetal

3.2 A agricultura e a organiza,ao do espac;:o

os tipos de agricultura e as condic;6es natura is

a agricultura na subordinaC;8o aos interesses urbanos - industriais

3.3 A criac;ao de animais

a domesticac;ao de animais tambem promove a fix8C;80 do homem aterra

a pecuaria e a substituic;ao do extrativismo animal

os tipos de pecuaria e a organiZ8c;8.0 do espaC;o

a pecuaria tambem e uma atividade fortemente influenciada pel a

industria

3.4 A minera,ao

as formas de extrayao mineral

a minerayao e a atividade industrial

vivendo a era do petr61eo

a minerayao e seu impacto ambiental

24

I - 0 ESPAC;:O PARANAENSE NA SUA INTEGRAC;:AO COM OUTROS

ESPAC;:OS

1.1 0 espa9D do municipio, da escola, do aluno, e uma parcela do espago

paranaense

1.2 A localiz8ry8o do espagD paranaense e sua representag80

as limites do esp8yo paranaense

aspectos de integrag80 do espago paranaense com Qutros espagos e

sua localiz8ry8o relativa

1.3 A inclusiio dos espayOS

do espagD do estado ao espago mundial: nogoes e representac;oes

nog6es da posigao absoluta do espagD paranaense

1.4 0 meio ambiente paranaense

as conjuntos de paisagens natura is do Parana

as transformac;oes da paisagem natural e a questao ambiental no

Parana

II - A PRODUC;:AO DO ESPAC;:O PARANAENSE

2.1 A moderniza9iio do Parana

Parana: urn espago urbano e industrial

as transformac;oes no espago rural paranaense

as relagoes entre a agricultura e a industria

a industrializac;:ao do Parana

a urbanizac;ao do Parana e as transformac;6es nos espac;os urbanos

2.2 As transformac;6es na sociedade paranaense

a cresci menta da populac;ao paranaense

as movimentos da populayao paranaense

a qualidade de vida da populayao paranaense

o Curriculo Basico para a Escola Publica do Estado do Parana baseia-se na

pedagogia historico-critica assim como as Parametros Curriculares Nacionais

(PCNs). Estes sao oferecidos a todos as professores pelo Ministerio da Educac;ao e

do Desporto, auxiliando-os na execuc;ao de seu trabalho e tornandO-s8 um

instrumento util no apoio as discussoes pedag6gicas nas escolas brasileiras, na

elaborac;:ao de projetos educativos, no planejamento das aulas, na reflexao sabre a

25

pratica educativa, na analise do material didatico e ainda apontando metas de

qualidade que possam ajudar 0 aluno a enfrentar 0 mundo atual como cidadao

participativo, reflexivo e aut6nomo, conhecedor de seus direitos e de seus deveres.

Os peNs (1997, p. 5), tern como principal objetivo "fazer com que as crianqas

dominem as coni1ecimentos de que necessitam para crescerem como cidadaos

pienamente reconhecidos e conscientes de seu papei na sociedade brasiieira."

5.1 SELE~)i,O DE CONTEUDOS

o ensina de Geografia deve ter como proposito levar as alunos a

compreenderem a realidade em que vivem, para que possam intervir de forma

consciente sobre essa realidade. Para tanto, e preciso que 0 trabalho desenvolvido

possibilite a compreensao da importancia do individuo no conjunto de relayoes da

sociedade com a Natureza, destacando que suas ar;6es geram conseqOencias para

si mesmo e para a sociedade, alem de ressaltar seu comprometimento com 0

destino das futuras relar;6es.

o ensino de geografia possibilita tambem reconhecer, que os avanr;os obtidos

na tecnologia, nas ciemcias e na arte sao resultantes do trabalho e das experiencias

coletivas da humanidade.

Nos livros e apostilas, a geografia muitas vezes e dividida em sociedade e

Natureza. Convem destacar que seu principal objetivo e compreender e estabelecer

a relar;ao entre elas e verificar de que forma a sociedade se apropria da natureza,

relacionando e identificando tambem, as sucessivas interferencias da sociedade na

Natureza e vice-versa, ao longo do tempo.

Desse modo, 0 conteudo ministrado em sala de aula, junta mente com os jogos

e atividades ludicas, sera enriquecido e facilitara os alunos a serem levados a

compreender as relar;6es socioculturais, adquirindo a capacidade de pensar sobre a

realidade.

Os conteudos selecionados a seguir, baseiam-se na proposta de ensino de

geografia nas series iniciais do Ensino Fundamental do Colegio Joao Batista

Lovato Sobrinho, localizado na rua Venancio Trevisan, numero 812 no Municfpio de

Colombo. Este col!'gio, e conveniado com 0 colegio Expoente, portanto utiliza seu

material didatico, este, teve como fonte de conteudos 0 PCN.

26

Algumas atividades ludicas e os jogos que serao apresentados, foram

aplicados dentro do conteudo programatico de cada serie, de acordo com 0

conteudo trabalhado.

l'SERIE

CONTEUDO:

o MEIO AMBIENTE

o meio natural

o meio social

o que e produzido pel a natureza

o conteudo aqui trabalhado, faz uma distin<;:ao entre 0 meio social e 0 meio

natural. 0 objetivo do trabalho com este conteudo e fazer que 0 atuno reconhey8 no

meio ambiente, os elementos naturais e as elementos sociais, compreendendo a

inter-rela~o da sociedade com a natureza.

Alem das atividades propostas pelo material didatico, fcram realizadas as

seguintes atividades:

1) Jogo com 0 baralho ambiental

2) Confec~ao de uma maquete representando 0 meio rural e urbano.

l'SERIE

Jogo: BARALHO AMBIENTAL

CONHECENDO 0 BARALHO AMBIENTAL

As cartas do naipe de copas

o naipe de copas relme cartas que representam 0 ambiente da

FLORESTA AMAZONICA.

1. Agrupe as cartas do naipe de copas, que tam bern e conhecido como

"coraC;ao vermelho"

2. 0 naipe de copas possui quantas cartas? 13 cartas.

3. Observe as cartas do naipe de copas e agrupe as que possuem numero.

Escreva quais sao os numeros que aparecem nestas cartas.2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

4. Quais sao as seres vivos que estao desenhados nas cartas de copas de

numeros 2, 3, 4 e 5?abelha, macaco barrigudo, prea e anta.

As cartas do naipe de ouras

o naipe de Duras retme as cartas que representam 0 ambiente de

cidade.

1. Agrupe as cartas que sao do naipe de auras, que tambem e conhecido

como "balao vermelho"

2. Coloque em ordem as 13 cartas do naipe de auras: comece pelo A, em

seguida junte os numeras de 2 a 10, e, depois, 0 J, 0 Q e 0 K.

3. Que ambiente esta desenhado na carta K (rei) de ouros?cidade.

4. Que animal esta desenhado na carta de numera 6 de ouras?bem-te-vi.

5 Ele pode comer as animais que estao ilustrados nas cartas de numeras

2,3,4 au 5 de ouros?sim.

As cartas do naipe de espadas

o naipe de espadas reune cartas que representam 0 ambiente de um

rio.

1. Agrupe as cartas do naipe de espadas, que e conhecido como "folhinha

preta" au "cora9ao pre to" .

2. Quantas cartas sao do naipe de espadas?13 cartas.

3. Qual e a ser vivo que esta desenhado na A de espadas?aguape.

4. Que animais estao desenhados nas cartas 6, 7 e 8 de espadas?piranha,

corvina e jacare.

As cartas do naipe de oaus

o naipe de paus reune cartas que representam 0 ambiente de

piantafiio.

1. Agrupe as cartas do naipe de paus, que tambem e conhecido por "ps de

galinha" au "florzinha preta".

2. Que ambiente esta desenhado no K de paus?planta,ao de milho.

28

3. observe as cartas 9 e 10 de paus. Que animais estao desenhados?um ser

humano e urn lobo - guare.

4. Esses animais S8 alimentam de vegetais e animais, par issa sao chamados

de onivoros.

COMO JOGAR COM 0 SARALHO AMBIENTAL:

JOGO DOMICO

convide 3 colegas para jogar com voce.

Junte todas as cartas, inclusive 0 mica; deixe-as com a desenho para

baixo.

Embaralhe as cartas de modo que fiquem bern misturadas.

Oistribua 6 cartas par cada jogador, iniciando por quem esta a sua

esquerda; de uma ou duas cartas por vez para cada urn. As que sabra rem devem

sar colocadas, juntas, no centro da mesa, com 0 desenho para baixo.

o primeiro que recebeu as cartas inicia 0 jogo, comprando uma carta

do monte. Se tiver uma ou mais duplas, deve caleca-las de lado. Depois. deve

descartar uma para a proximo colega jagar.

o proximo a jogar devera comprar uma carta do monte au a que foi

descartada na mesa pelo jogador anterior. Se ele formar uma dupla de cartas deve

coloca-Ia de lado e descartar uma carta.

o proximo jogador procede da mesma maneira; mesmo que nao formar

uma dupla deve descartar uma carta.

Ganha a jogo quem terminar primeiro com as cartas que tiver na mao;

quem fica com a carta do mico perde 0 jogo.

ROUSA - MONTE

Convide 3 colegas para jogar.

Embaralhe bem as cartas e distribua 3 para cada jogador. Coloque 4

cartas na mesa, com as figuras para cima.

Urn dos jogadores inicia a jogo verificando S8 ele possui algurna carta

correspondente as da mesa, au seja, se tern a me sma letra au numero, au se e do

mesmo naipe. Caso possua a carta correspondente, ele ~rouba" a da mesa e a

coloca no seu monte, sempre com a figura para cima.

29

Podem ser ~roubadasJJ tanto as cartas da mesa como 0 monte do

adversario.

Se 0 jagador nao tiver a carta para "roubar", devera depositar uma

carta na mesa, com a figura para cima, e passar a vez para 0 proximo jogador.

Terminadas as cartas das maDS dos jogadores, distribuem-se mais tres

cartas para cada um e completam-se as quatro cartas na mesa.

Reinicia 0 j090 quem estiver a esquerda do que iniciou anteriormente,

Ganha a j090 quem tiver a maior numero de cartas no monte quando

acabarem as cartas para distribuir.

As cartas deste jogo estao em anexo

CONTEUDO:

OS LUGARES ON DE MORAMOS

o meio urbano

o meio rural

a interdependencia entre 0 meio rural e 0 meio urbano

Neste conteudo 0 meio urbano e abordado nos seguintes aspectos: os tipos de

trabalhos existentes nas cidades, as transportes e as cuidados que se deve ter no

trans ito, a problema das diferenc;as e dos men ores abandonados nas grandes

cidades.

Os alunos analisam 0 meio urbano como um espa90 geografico total mente

transformado pelo homem.

Relacionado ao meio rural, as alunos estudam a que e exodo rural e quais as

suas causas e consequencias, quem sao os moradores da area rural e quais as

elementos existentes nela. Observam como e a trabalho do homem no campo, a

que ele produz, quais sao seus habitos e costumes.

Par fim, fazem uma comparac;ao entre a vida no meio rural e no meio urbano,

analisando as dificuldades e os aspectos positivos encontrados em ambos.

Atividades propostas:1) Musica IICriam;a e Esperancall

2) Quebra - cabe~a: "Chico Bento na Ro~a" (foto em anexo)

30

3) Confec9ao de que bra - cabe9a pelos alunos

Musica: CRIANCA E ESPERANCA

Uma crianc;a0 papai parou

Sorrindo Ihe estendeu a mao

Me da licenya, meu senhor, desculpe eu to de pe no chiio

A minha roupa ta rasgada

Nem 0 cabelo penteei

E que eu dormi nasta calC;8da

E com 0 sol eu aeardeiQueria ser como seu filho

Corre, brincar e jogar bola

Ter uma mae pra me acordar

E ter urn pai par me levar na escolaMeus pais naD sei par ande andamA minha casa e esta esquina

Meus irmaos sao as estrelas

E a vida me ensina

Moc;o, auvi dizer que sou a esperan.ya

Mas nao sei do que, S8 ninguem me ve como crianc;aMayo, eu vivo aqui sem carinho e protegeo

Va pro seu trabalho

S6 quero urn trocado pra comprar urn paa.Sandy & Junior, 20 musicas do secufo XX, Polygram.

2' SERlE

CONTEUDOS:

o TRABALHO NO MUNiCipIO

ATUAMOS NO ESPACO E CAUSAMOS PROBLEMAS

No trabalho com estes conteudos, as alunos devem estudar e compreender a

import£mciado trabalho como necessidade da vida do homem. Os alunos identificama produ980 rural e urbana e as modifica90es no espa90 decorrentes dessas

produ90es, reconhecendo as tipos de trabalho existentes nessas areas: a

agricultura, a pecuaria, a industria, 0 comercio e a presta980 de servi90s.

J 1

Tambem sao trabalhadas e identificadas as transformac;:6es na natureza

decorrentes do trabalho do homem, e as implic896es muitas vezes negativas sobre 0

meio ambiente. Os alunos identificam as 8c;;6es que degradam a natureza,

observando examplos encontrados no dia-a-dia, mas tambem percebem que epassivel haver trabalho, progresso e satisfac;ao das necessidades das pessoas, sem

prejuizos a natureza.

Alividades proposlas:

1} Quebra-cabe((a sabre 0 meio rural

2) Poema: 0 TRABALHO E 0 LAVRADOR

3) Teatro de fanloches

4) Jogo: Passeando pela minha cidade (folo em anexo)

5) Jogo: Baralho Ecol6gico (folo em anexo)

POEMA: 0 TRABALHO EO LAVRADOR

o que disse a pac aD padeiro?

Antes de pac, eu era farinha,

Farinha que 0 moinho moia

Oebaixo do othar do moleiro.

o que disse a farinha ao moleiro?

Urn dia au fui urn grao de trigo

Que 0 lavrador ia colhendo

E empilhando no celeiro.

o que disse 0 graD ao lavrador?

Antes de trigo, fui semente,

Que tuas maDS semearam

Ate que me fizesse em flor.

32

o que disse 0 lavrador a suas maDS?

Com voces, lavro essa terra,

Semeio 0 trigo, colha 0 graD,

Moo a farinha e fayo 0 pac.

E tudo isso eu chamo trabalho.

Sergio Caparelli, A Jib6ia Gabriela, pag. 40

Nesta 8tividade as alunos realizam a leitura do poema, que ilustra a situ8yao

de transforma980 da natureza por meio do trabalho do homem.

Ap6s dramatizam o poema par meio de urn teatro de fantoches,

confeccionados com cartolina e palitos de sorvete. Os personagens sao: 0 padeiro, 0

paD, a farinha, 0 graD de tr190 e 0 lavrador. Os cenaries sao: uma pad aria (a parte da

produ980), um moinho de trigo, um celeiro com sacos de trigo, uma planta,ao de

trigo.

Com esta atividade as alunos poderao compreender que tudo 0 que dispomos

para nossa alimentayao, vestuaria, conforta, etc., provem do trabalho das pessoas.

JOGO: PASSEANDO PELA MINHA CIDADE

Neste jogo as alunos sao [evados a discutir a relac;ao meio ambiente e

qualidade de vida

Participantes: 2 a 4 jogadores

Material: tabuleiro, dado, fichas coloridas, lapis e papel para marcar os

pontos

Cada jogador escolhe uma ficha de cor diferente para andar sobre a

trilha do tabuleiro.

o primeiro a iniciar 0 joga sera aquele que abler maior numero de

pontos no dado.

o jago deve ter inicio na casa "Minha Cidade".

Os jagadores, cada um na sua vez, andam sabre a trilha conforme 0

numero sorteado pelo dado.

33

Quando 0 jogador parar numa casa verde, devera ler a situayao e

cumprir as ordens apresentadas.

Se 0 jogador parar numa casa branca, devera fazer a leitura do texto

em voz alta para 0 grupo e tem direito de jogar 0 dado mais uma vez.

Quando 0 jogador parar numa casa vermelha, ele devera cumprir em

tres minutos a tarefa designada. Se for cumprida, ele ganha 5 pontos, se nao

cumprir perde 5 pontos.

Cada vez que 0 jogador voltar ou avanyar casas, devera ler novamente

a questao da trilha.

o jogo termina quando todos chegarem a ultima casa.

o jogador que chegar em primeiro lugar ganha mais 10 pontos, 0

segundo ganha 5 pontos, 0 terceiro 3 pontos e 0 quarto 2 pontos.

o vencedor sera aquele obtiver maior numero de pontos.

Questoes da trilha em anexo.

JOGO: BARALHO ECOLOGICO

Neste jogo os alunos adquirem conhecimentos basicos sobre como auxiliar e

manter 0 equillbrio ecol6gico tao necessario a qualquer forma de vida.

Seis participantes

A distribui9aO se inicia da esquerda para direita

Ap6s a distribui9aO cada um devera formar os pares das diferentes

cartas colocando-as sobre a mesa.

A seguir , aquele que recebeu a ultima carta, apresentara, viradas para

baixo,ao seu companheiro da esquerda, as cartas que Ihe sobraram, onde ele

escolhera uma ao acaso. Ele ficara com a carta escolhida se nao puder formar par

com algumas das cartas que possuir.

o companheiro, em seguida, da mesma forma que 0 anterior,

apresentara as cartas que Ihe restarem ao companheiro imediato, a sua esquerda,

para que tambem tire uma carta.

Repete-s8 0 ate entre todos os participantes ate que sejam

completados todos os pares.

34

o participante cujo poder ficar a carta da POLUtC;:AO, a unica figura

sem par, perde a partida e sujeita-se a cumprir uma tarefa previamente estabelecida

pelos outros companheiros.

As cartas do baralho ecol6gico estao em anexo.

CONTEUDOS:

CONHECENDO 0 ESPAC;:O ONDE VIVEMOS

como S8 orientar no espayo?

LlMITANDO OS ESPAC;:OS

limites e fronteiras

DIVIDINDO OS ESPAC;:OS PARA DESENVOLVER

Divisao regional brasileira

Ao trabalhar a conteudo "conhecendo a espa90 onde vivemos", a aluno localiza

ande vive no planeta Terra, com a utiliza9ao de mapas. Ao observar 0 mapa mundi,

ele identifica as continentes, e dentro do continente americana, localiza a Brasil. No

mapa do Brasil, a aruno identifica a seu estado e sua cidade. Tambem tera uma

noyao de como as pessoas S8 localizam no passado, e como e importante 0 trabalho

daqueles que estudaram e estudam a espa90 ande vivemos para que possamos

conhecer cada vez mais 0 nosso planeta.

Os alunos tambem estudam os pontos cardeais e colaterais, reconhecendo-os

como uma das invenc;oes do hom em que permite a sua localizac;ao na Terra, e que

varios instrumentos, cad a vez mais precisos e modernos, foram criados com a

me sma finalidade.

No conteudo ~limitando as espac;os" e "dividindo as espac;os para desenvolver",

a aluno aprende a conceito de limites entre territorios e percebe que foi atraves

desses limites que as pessoas puderam organizar melhor a espac;o em que vivem,

percebe ainda a finalidade de dividir a territ6rio em regioes, e quais as criterios que

levam a essas divisoes. Tambem percebem que as limites de determinadas regioes

do mundo ainda mudam, gerando guerras e conflitos entre as paises.

Atividades proposta:

35

quebra-cabe~a do mapa do Brasil (foto em anexoO

quebra-cabe\ya do mapa mlindi (foto em anexo)

constrw;ao de uma bussola

jogo: Desvendando as pistas (foto em anexo)

jogo: Explorando 0 mundo (foto em anexo)

CONSTRUCAO DA BOSSOLA:

MATERIAL NECESsARIO

agulha de costura

Ima

rolha de corti9a

tinta nao-soluvel

pote de plastico vazio

agua

PROCEDIMENTOS:

a) pinte no fundo do pote as pontcs cardeais e colaterais.

b) pegue a agulha e deixe-8 em cantata com 0 frna par alguns minutos para

que fique imantada.

c) corte a rolha de modo que fique semelhante a urna meed a

d) depois que a agulha estiver imantada, perfure a peda90 de rolha.

e) encha a pate com agua e coloque a agulha e a rolha para flutuar. A agulha

devera apantar para 0 norte. Caso isso nao acorra, gire 0 pote ate ticar no ponto

certc.

JOGO: DESVENDANDO AS PISTAS

Dividir os alunos em duplas e dar a eles as referencias de alguns locais do

patio.

Os alunos, utilizando suas bussolas, deverao encontrar esses locais. Vence a

dupla que descobrir todas as pistas em menas tempo. Par exemplo, as pistas podem

ser:

36

o que localize-s9 a sudeste da cantina e ao suI do canteiro de flores?

o parque

o que localize-s6 a lesle da cantina e ao norte do parque? 0 banheiro

o que localiza-se a sudeste do canteiro de flores e a oeste do parque?

A horta

o que loca!iz.e-s6 ao norte da 110rta e a noroeste do canteira de flores?

A cantina

JOGO: EXPLORANDO 0 MUNDO

PARTICIPANTES: 20:..; r!1eis

COfviPONENTES:

1 tabuleiro, 24 fiches-temas (4 fiches de cada urn dos 6 tamas: espa<;o,

tecnologia, natureza, animais, esportes, lugares e mo::umentos), 1 peao, 1 roleta de

letras, 1 dado, 1 ampulheta.

corviO JOGAR:

Os jogadores usarao 0 mesmo peao para andar no tabuleiro. No inicio do jogo,

ele devera ser colocado em uma cas a C{ua!quer.cada jogador !an<;a 0 dado. quem

tira a numero maior, inlcia 0 jogo.

Na sua vez de jogar, lance 0 dado e ande com 0 peao a numero de casas

indlcado. Voce padera andar pare frente au para tr2s, mas depois que decidir nao

paden::; faze-lo e outra forma. ,t;,. casa em que 0 peao parar sera 0 tema da radada.

Gire a ro!eta para sortear uma letra. Pe,;a aos jogedores que sem repe!lr 0 qLJe 0

outro jogador ja disse, digam, urn a urn, pa!avras inlcladas com a letra sorteada que

estejam de aeordo com 0 tems do tabule!ro.

Vence 0 jogo 0 primeiro jog ad or :3conseguir 4 f~ch:3s-temas diferentes.

o jogo tambem pode ser jQgado em equipes, as regras sEo as mesmas

4'SERIE

CONTEUDOS:

o MUNDO E SUAS PAISAGENS

como entender as paisagens do mundo?

Os cantinentes

37

o BRASIL E SUAS REGIOES

as regi6es brasileiras

Neste estudo as alunos percebem que 0 mundo tern muitos lugares. Cada urn

desses lugares e diferente do outro em muitos aspectos, como vegetaC;8o, relevo,

clima e a 8980 do homem. 0 usa de mapas e de suma importancia, pois nesses

assuntos as alunos compreendem a significado dos sfmbolos e de suas legendas.

A divisao geografica das regiees brasileiras tambem e estudada e a partir

delas, as alunos observam e compreendem diversas imagens e informayoes das

diferentes regiees do Brasil.

Atividades sugeridas:

jogo: Veja 0 mundo (foto em anexo)

jogo: War Junior (foto em anexo)

jogo: Resposta Magica (foto em anexo)

quebra-caber;as do Brasil e do mundo

5.2 APLlCA90ES

Os jogos fcram aplicados durante a semana de oito a doze de setembro do ano

de dois mil e tres, nas series iniciais do Ensino Fundamental do Colegio Cenecista

Joao Batista Lovato Sobrinho, localizado na Rua Venancio Trevisan nO 812 no

Municipio de Colombo.

No dia oito de setembro, as jogos e as atividades ludicas foram trabalhadas na

primeira serie, com um total de vinte e tres alunos. No dia nove de setembro, as

atividades foram aplicadas na turma da segunda serie, com um numero total de vinte

e oito alunos. No dia dez de setembro, a turma a participar das atividades propostas

foi a da terceira serie, com vinte e cinco alunos. E no ultimo dia de aplicac;:ao dos

jogos, a turma trabalhada foi a quarta serie com 26 alunos.

Em todas as series as jogos aplicados obtiveram sucesso.

Os alunos mostraram-se bastante interessados as atividades propostas, aJem

de apresentarem urna maior compreensaa sabre a assunto trabalhado, mastraram

grande interac;:ao entre 0 grupo,

38

Na medida em que participavam das atividades ludicas e dos jogos propostos,

aprendiam sobre a natureza, a astrutura e dinamica interna de seu grupo, tambem

exploraram muito as caracteristicas dos jogos propostos ate chegarem a entender

seu funcionamento.

Como as jogos e as atividades aplicadas envalvenda as centeudos de

Geografia, tinharn predominio de regras, estas passaram a regular a atividade da

maiaria dos educandos.

Muito boa tambem, fOI a interayao entre as alunos. Sabe-s8 que a interacyao efundamental no processo de desenvolvimento e aprendizagem de todo a ser

human~. Os educandos conseguiram aprender muito uns com as Qutros, na medida

em que jogavam, confrontaram pontcs de vista e informa90es, argumentararn e

negociaram para chegar a urn acordo.

Assim, para explicar ou defender seu ponto de vista, opiniao ou inforrnayao, os

educandos (oram obrigados a organizar cognitivamente 0 conteudo, que estava

sendo trabalhado, de forma que ele fosse compreendido.

Alguns educandos ao apresentarem dificuldades para resolver sozinhos

alguma das situayoes propostas, aprenderam como faze-Io ao trabalharem

conjuntamente. 8aseado nissa, pode-se perceber que a interayao proporcionada

pelos jogos e pelas atividades ludicas, entre crianyas de niveis de conhecimentos

pr6ximos pode ser muito eficaz para a aprendizagem da Geografia.

As professaras regentes de cada turma, mostraram-se bastante interessadas

na metodologia usada. E confirmaram que as atividades aplicadas (oram muito bern

aceitas e estimuladoras para a maiaria dos alunos. Assim, todas pretendem no

decorrer do ana, continuar trabalhando com os jogos e as atividades ludicas nao 56

na disciplina de Geagrafia, mas em tadas aquelas trabalhadas em sala de aula.

39

6 CONCLUsAo

Para a realiz89ao deste trabalho, primeiramente fo; estabelecida urna

retrospectiva hist6riea sabre 0 ensina da Geografia. Ap6s a realiz8gao desta etapa,

fcram identificadas e caracterizadas as etapas de desenvolvimento das crianC;8s das

series iniciais do Ensino Fundamental, e 0 papel dos jogos nas mesmas. E a partir

de urna sele~o de centeudos fcram propostas e aplicadas algumas atividades

ludicas e jogos.

Realizado 0 trabalho, pode-se conhecer 0 grande valor educacional dos jogos e

das alividades ludicas no ensina da geografia nas series iniciais do Ensine

Fundamental.

Durante muito tempo confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse contexto,

o aluno era urn agente passiv~ da aprendizagem e 0 professor urn transmissor naD

necessaria mente presente nas necessidades do aluno.

Hoje, sabe-se que nao existe ens ina sem que ocorra a aprendizagem, e esta

nao acontece senao pela transformayao, pela agao facilitadora do professor e do

processo da busca do conhecimento.

o interesse do educando passou a ser a farya que comanda 0 processo de

aprendizagem, suas experiencias e descobertas, a motor de seu progresso e 0

professor urn gerador de situayoes estimuladoras e eficazes. E nesse contexto que

os jogos e as atividades ludicas tornam-se recursos pedag6gicos ideais como

ferramentas da aprendizagem da geografia.

Utilizados como recursos pedag6gicos, os jog os e as atividades ludicas que

foram aplicados, ah§m de facilitarem 0 entendimento dos conteudos referentes a

disciplina da geografia e a tornarem bern mais interessante, ajudaram os educandos

a construir novas descobertas, desenvolver e enriquecer sua personalidade,

contribuindo para a formayao de atitudes sociais, como: 0 respeito mutuo, a

solidariedade, a cooperagao, a obediencia as regras, 0 sen so de responsabilidade e

a iniciativa pessoal e grupal.

Assim, pode-se concluir com a realizayao deste trabalho, que e possivel

elaborar uma proposta Judica para a ensina de Geografia nas series iniciais e auxiliar

na aprendizagem discente, pais em assim agindo, os alunos sentir-se-ao motivados

em aprender.

40

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALESSANDRI, A. F. A Geografia na sala de aula. Sao Paulo: contexto, 2002.

ANTUNES, C. Jogos para a estimuta~ao das muttiplas intetigencias. Rio de

Janeiro: Vozes, 2001.

BOCK, A.M.B. Psicologias: Uma introdu~ao ao estudo da PSicologia. Sao

Paulo: Saraiva, 2001

FERREIRA, C.C. A Evolu~ao do Pensamento Geografico. Lisboa: Gradiva,1986.

GABARDO, E. Curriculo Basico para a Escola Publica do Estado do Parana.

Parana: Imprensa olicial do Estado do Parana, 1992.

LARANJEIRA, M.1. Parametros Curriculares Nacionais 1 a a 4<1 series: Historia

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MAJOR, S. Crian~as com Dificuldades de Aprendizagem. Sao Paulo: Manole,

1990.

MUSSEN, PH Desenvolvimento e Personalidade da crian~a. Sao Paulo:

Harbra, 1995.

PULASKI, M. A. S. Compreendendo Piaget: uma introdu~ao ao

desenvolvimento cognitiv~ da crian~a.Rio de Janeiro: Zahar,1983.

RIZZI, L. Atividades Ludicas na Educa~ao da Crian~a. Sao Paulo: Atica, 1994.

RIZZO, G. Jogos Intetigentes. Rio de Janeiro: Bertrand, 1996.

ANEXOS

JOGOS

• Quebra- cabec;a "Urn Passeio na Roga"

Quebra- cabe~a "0 Mundo".

• Quebra- cabec;a "0 Brasil"

• "Volta ao Mundo em Cartas~

• "Jogo da Memoria"

41

JOGOS

• "Explorando 0 Mundo".

• "8aralho Ecologica".

• "Veja 0 Mundo"

42

43

JOGO:

"Resposta Magica Geografia" .

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