John MacArthur Jr - Princípios para uma Cosmovisão Bíblica.doc

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Princpios para uma Cosmoviso Bblica

Princpios para uma Cosmoviso BblicaJohn MacArthur, Jr.Digitalizado por Dalrilo Augustowww.semeadoresdapalavra.netNossos e-books so disponibilizados gratuitamente, com a nica finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que no tem condies econmicas para comprar.

Se voc financeiramente privilegiado, ento utilize nosso acervo apenas para avaliao, e, se gostar, abenoe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros.Semeadores da Palavra e-books evanglicosPrincpios para uma cosmoviso bblica, 2003, Editora Cultura.CristOriginalmente publicado em ingls com o ttulo Why One Way? Defending an Exclusive Claim in an Inclusive WorldCopyright 2002 by John MacArthur, Jr. por W Publishing Group, uma diviso da Thomas Nelson, Inc., 501 Nelson Place, P.O.Box 14]000, Nashville, TN, 37214-1000, USA.Todos os direitos so reservados.

1 edio, 2003 - 3000 exemplares.Traduo Neuza Batista

Reviso Madalena Torres

Editorao Alessandro Moreno

Capa LeIa Design

Publicao autorizada pelo Conselho Editorial:

Cludio Marra (Presidente), Alex Barbosa Vieira, Andr Lus Ramos, Mauro Fernando Meister, Otvio Henrique de Souza, Ricardo Agreste, Sebastio Bueno Olinto, Valdeci Santos Silva.EDITORA CULTURA CRIST

Sumrio

Irmos, no vos maravilheis se o mundo vos odeia. (1Jo 3.13)

4Introduo

7Captulo 1 - A Igreja versus o Mundo

17Captulo 2 - Objetividade

23Captulo 3 - Racionalidade

30Captulo 4 - Veracidade

35Captulo 5 - Autoridade

40Captulo 6 - Incompatibilidade

44Captulo 7 - Integridade

48Notas Finais

IntroduoNo Movimento de Jesus de 1960 e 1970, o sinal One way [Mo nica] o dedo indicador levantado se tomou um cone popular. Adesivos de pra-choques e alfinetes de lapela com os dizeres One way eram encontrados em toda parte e o slogan se tomou as palavras identificadoras dos evanglicos.

O movimento evanglico naqueles dias era extremamente diversificado (De certa forma era ainda mais ecltico do que atualmente). Ele inclua tudo desde o Povo de Jesus, que era parte integral da cultura jovem daquela poca, aos fundamentalistas da direita, que desprezavam tudo o que fosse contemporneo. Contudo, todos tinham pelo menos uma coisa importante em comum: Eles sabiam que Jesus Cristo o nico caminho para o cu. A One way parecia uma crena inabalvel de todos os evanglicos.

Esse j no mais o caso. O movimento evanglico da atualidade no est mais unido em torno desse ponto. Alguns que se denominam evanglicos andam insistindo abertamente que a f s em Jesus no o nico caminho para o cu. Eles agora esto convencidos que os povos de todas as crenas estaro no cu. Outros simplesmente esto acovardados, constrangidos ou hesitantes em afirmar a exclusividade do evangelho numa poca em que o exclusivismo, pluralismo e tolerncia so tidos pelo mundo secular como virtudes supremas. Eles pensam que seria um tremendo fora cultural declarar que o Cristianismo a nica verdade e que todas as outras crenas so erradas. Aparentemente o maior medo que o movimento evanglico tem hoje em dia de ser visto como posicionado em desarmonia com o mundo.

Por que se deu essa dramtica mudana?

Por que o movimento evanglico abandonou aquilo que outrora aceitava como verdade? Eu creio que porque, em sua busca desesperada pelo relevante e atual (na moda), os lderes da igreja na verdade no conseguiram ver para onde se encaminha o mundo contemporneo e por qu.

Ns no estamos mais vivendo no mundo moderno. Este o mundo ps-moderno. E o ps modernismo to hostil verdade do Cristianismo quanto o foi o modernismo talvez mais ainda. As questes filosficas so diferentes, mas a hostilidade do mundo para com a verdade das Escrituras no diminuiu nem um pouco.

Este no o momento de se fazer amizade com o mundo. E certamente no tempo de capitular aos gritos do mundo por pluralismo e inc1usivismo. A menos que recuperemos nossa convico de que Cristo o nico caminho para o cu, o movimento evanglico se tornar cada vez mais fraco e irrelevante.

irnico que tantos que esto demolindo a exclusividade de Cristo, assim fazem porque acreditam que isso uma barreira "relevncia". Na verdade, o Cristianismo no relevante de modo algum se ele for apenas um dos muitos caminhos para Deus. A relevncia do evangelho tem sido sempre sua exclusividade absoluta, sumariada na verdade que s Cristo fez a expiao pelo pecado e, portanto, s Cristo pode fazer a reconciliao com Deus daqueles que crem somente nele.

A igreja primitiva pregou a Cristo crucificado, sabendo que a mensagem era uma pedra de tropeo para os judeus religiosos e loucura para os gregos filsofos (1Co 1.23). Ns precisamos recuperar essa ousadia apostlica. Ns precisamos lembrar que pecadores no so ganhos atravs de relaes pblicas bem engendradas, mas o evangelho uma mensagem inerentemente exclusiva o poder de Deus para a salvao.

Este pequeno livro deve ser um lembrete da distino do evangelho. Justamente esta estreiteza coloca o Cristianismo parte de qualquer outra cosmoviso. Afinal de contas, o ponto central do sermo melhor conhecido de Jesus foi declarar que a estrada para a destruio larga e bem viajada, enquanto que a estrada da vida to estreita que poucos a encontram (Mt 7.14). Nossa obrigao como embaixadores de Deus justamente apontar a estrada to estreita. Cristo , ele mesmo, o nico caminho para Deus, e obscurecer o fato , na realidade, negar Cristo e desacreditar o evangelho em si.

Devemos resistir tendncia de sermos absorvidos nas modas e modismos do pensamento humano. Ns precisamos enfatizar, no diminuir, o que torna o Cristianismo nico. E para fazer isso de modo eficaz ns precisamos ter uma melhor compreenso de como o pensamento do mundo est ameaando a s doutrina na igreja. Devemos ser capazes de apontar exatamente onde a estrada estreita se afasta da estrada larga.

para esta finalidade que eu ofereo este pequeno volume. apenas uma breve resenha, mas minha orao que ele ajude a estabelecer a verdade do evangelho em contraste claro para com a sabedoria deste mundo. "Ningum se engane a si mesmo: se algum dentre vs se tem por sbio neste sculo, faa-se estulto para se tornar sbio. Porque a sabedoria deste mundo loucura diante de Deus; porquanto est escrito:

"Ele apanha os sbios na prpria astcia deles" (1Co 3.18,19).Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ningum vem ao Pai seno por mim. (Jo 14.6)

Captulo 1 - A Igreja versus o Mundo

Irmos, no vos maravilheis se o mundo vos odeia. (1Jo 3.13)

Por que os evanglicos tentam to desesperadamente cortejar o favor do mundo? As igrejas planejam seus cultos de adorao para servir aos "sem-igreja". Os produtores cristos imitam a coqueluche mundana do momento em termos de msica e entretenimento. Os pregadores se sentem aterrorizados de que a ofensa do evangelho possa fazer algum se voltar contra eles; ento deliberadamente omitem partes da mensagem que o mundo pode no se agradar.

O movimento evanglico parece ter sido sabotado por legies de falsos especialistas mundanos que esto empenhados em tentar fazer o melhor que podem para convencer o mundo de que a igreja pode ser to inclusiva, pluralista e de mente aberta quanto a mais politicamente correta pessoa mundana.

A busca pela aprovao do mundo nada mais, nada menos que adultrio espiritual. Na verdade, isto precisamente a imagem que o apstolo Tiago usou para descrev-la. Ele escreveu, "Infiis [NKN: "adlteros e adlteras"], no compreendeis que a amizade do mundo inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tg 4.4).

Existe e sempre existiu uma incompatibilidade fundamental, irreconcilivel entre a igreja e o mundo. O pensamento cristo totalmente desarmnico com todas as filosofias da Histria. A f genuna em Cristo implica numa negao de todo valor mundano. A verdade bblica contradiz todas as religies do mundo. O prprio Cristianismo , portanto, virtualmente contrrio a tudo o que este mundo admira.

Jesus disse a seus discpulos, "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vs outros, me odiou a mim. Se vs fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, no sois do mundo, pelo contrrio, dele vos escolhei, por isso, o mundo vos odeia" (Jo 15.18,19). Observe que o nosso Senhor considerou como certo que o mundo desprezaria a igreja. Longe de ensinar a seus discpulos a que tentassem ganhar o favor do mundo, reinventando o evangelho para se adequar s suas preferncias, Jesus expressamente advertiu que a busca pelas aclamaes mundanas uma caracterstica dos falsos profetas: "Ai de vs, quando todos vos louvarem' Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lc 626).

Ele foi mais longe, "No pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras so ms" (Jo 7.7). Em outras palavras, o desprezo do mundo pelo Cristianismo deriva de motivos morais, no intelectuais: "O julgamento este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram ms. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e no se chega para a luz, a fim de no serem argidas as suas obras" (Jo 3.19,20). por esta razo que, no importa quo dramaticamente a opinio do mundo possa vir a variar, a verdade crist no ser jamais popular ao mundo.

Contudo, virtualmente em toda poca da histria da igreja, tem havido gente na igreja que est convencida de que a melhor maneira de ganhar o mundo satisfazer os seus gostos. Tal tipo de abordagem tem sempre sido em detrimento da mensagem do evangelho. As nicas vezes que igreja causou impacto significativo sobre o mundo foi quando o povo de Deus permaneceu firme, se recusou a compactuar e ousadamente proclamou a verdade apesar da hostilidade do mundo. Quando os cristos se desviam da tarefa de confrontar os enganos do mundo com as impopulares verdades bblicas, a igreja invariavelmente perde sua influncia e impotente se mescla ao mundo. Tanto as Escrituras quanto a Histria atestam esse fato.

E a mensagem crist simplesmente no pode ser torcida para se conformar com a instabilidade da opinio do mundo. A verdade bblica fixa e constante, no sujeita a mudana ou adaptao. A opinio do mundo, por outro lado, est sempre em fluxo constante. Os vrios modismos e filosofias mudam radicalmente e regularmente de gerao para gerao. A nica coisa que permanece constante no mundo seu dio por Cristo e seu evangelho.

Ao que tudo indica, o mundo no abraar por muito tempo qualquer das ideologias que esto atualmente em voga. Se a Histria servir como indicador, quando nossos netos se tomarem adultos a opinio do mundo ter sido dominada por um sistema completamente novo de crenas e um conjunto de valores totalmente diferente. A gerao de amanh renunciar a todas os modismos e filosofias de hoje, mas urna coisa permanecer imutvel: at que o Senhor mesmo volte, seja qual for a ideologia que ganhe popularidade no mundo, ela ser to hostil s verdades bblicas corno o foram todas as precedentes

MODERNISMO

Pense no que aconteceu no sculo passado, por exemplo. Cem anos atrs a igreja estava ameaada pelo modernismo. Modernismo era urna cosmoviso baseada na noo de que somente a cincia podia explicar a realidade. O modernista, com efeito, comeou com a pressuposio de que nada sobrenatural real. Deveria ter ficado instantaneamente bvio que o modernismo e o Cristianismo eram incompatveis no nvel mais bsico. Se nada sobrenatural era real, ento grande parte da Bblia seria falsa e sem autoridade; a encarnao de Cristo seria um mito (anulando a autoridade de Cristo tambm); e todos os elementos sobrenaturais do Cristianismo, incluindo o prprio Deus, teriam de ser totalmente redefinidos em termos naturalistas. O modernismo foi anticristo at sua medula.

No obstante, a igreja visvel no comeo do sculo 20 ficou cheia de gente que estava convencida de que modernismo e Cristianismo podiam e deviam ser conciliados. Eles insistiam que se a igreja no acompanhasse o passo com dos tempos, abraando o modernismo, o Cristianismo no sobreviveria ao sculo 20. A igreja se tornaria paulatinamente irrelevante para o povo moderno, eles diziam, e logo desapareceria. Assim sendo, eles inventaram um "evangelho social" desprovido do verdadeiro evangelho da salvao.

Naturalmente, o Cristianismo bblico sobreviveu o sculo 20 muito bem, obrigado. Nos lugares onde os cristos permaneceram comprometidos com a verdade e autoridade das Escrituras, a igreja floresceu, mas, ironicamente, aquelas igrejas e denominaes que abraaram o modernismo foram as que se tornaram pouco a pouco irrelevantes e desapareceram antes do fim do sculo. Muitos edifcios de pedra, grandiosos, mas quase vazios, do testemunho da fatalidade da conformao com o modernismo.

POS-MODERNISMO

O modernismo agora considerado como um modo de pensar do passado. A cosmoviso dominante tanto no crculo secular quanto no acadmico atualmente chamada de ps-modernismo. Os ps-modernistas tm repudiado a confiana absoluta dos modernistas na cincia como nico caminho para a verdade. Na realidade os ps-modernistas perderam completamente o interesse pela "verdade", insistindo que no existe tal coisa como verdade absoluta ou universal.

O modernismo era de fato asneira e precisava ser abandonado, mas o ps-modernismo um passo trgico na direo errada. Ao contrrio do modernismo, que estava ainda preocupado com a possibilidade de convices bsicas, crenas e ideologias serem objetivamente verdadeiras ou falsas, o ps-modernismo simplesmente nega que qualquer verdade possa ser objetivamente conhecida.

Para o ps-modernista a realidade o que o indivduo imagina que seja. Isso significa que o que "verdadeiro" determinado subjetivamente por cada um, e no existe tal coisa como a chamada verdade objetiva, com autoridade que governa ou se aplica universalmente a toda humanidade. O ps-modernista acredita naturalmente que no faz sentido debater se a opinio A superior opinio B. No final de contas, se a realidade meramente uma inveno da mente humana a perspectiva de verdade de uma pessoa afinal to boa quanto a de outra.

Tendo desistido de conhecer a verdade objetiva, o ps-modernista se ocupa em lugar disso, com a busca para "entender" o ponto de vista da outra pessoa. Ento as palavras "verdade" e "compreenso" tomam significados radicalmente novos. Ironicamente, "compreenso" requer que primeiro de tudo desacreditemos na possibilidade de conhecer qualquer verdade afinal. E "verdade" se torna nada mais do que uma opinio pessoal, geralmente melhor guardada para si mesmo.

Essa uma exigncia essencial, no negocivel que o ps-modernismo faz a todo mundo: ns no devemos pensar que conhecemos qualquer verdade objetiva. Os ps-modernistas freqentemente sugerem que toda opinio deveria receber igual respeito. E, portanto, numa viso superficial, o ps-modernismo parece movido por uma preocupao pela mente aberta para se chegar harmonia e tolerncia. Tudo soa muito caridoso e altrusta, mas o que realmente sublinha o sistema de crenas ps-modernistas uma intolerncia total por toda cosmoviso que faa alegaes de qualquer verdade universal particularmente o Cristianismo bblico.

Em outras palavras, o ps-modernismo comea com uma pressuposio que irreconcilivel com a verdade objetiva, divinamente revelada nas Escrituras. Da mesma forma que o modernismo, o ps-modernismo fundamental e diametralmente oposto ao evangelho de Jesus Cristo.

PS-MODERNISMO E A IGREJANo obstante, a igreja atualmente est cheia de gente que advoga idias ps-modernistas. Alguns deles fazem isso consciente e deliberadamente, mas a maioria o faz sem querer (Tendo embebido demasiado do esprito dos tempos, eles esto simplesmente regurgitando opinies do mundo). O movimento evanglico como um todo, ainda se recuperando de sua longa batalha contra o modernismo, no est preparado para um adversrio novo e diferente. Muitos cristos, portanto, no reconheceram ainda o perigo extremo colocado pelo pensamento ps-modernista.

A influncia ps-modernista claramente j infecta a igreja. Os evanglicos esto baixando o tom da sua mensagem para que as rgidas alegaes de verdades do evangelho no soem to desagradveis aos ouvidos ps-modernos. Muitos evitam fazer afirmaes inequvocas de que a Bblia verdadeira e todos os outros sistemas religiosos do mundo so falsos. Alguns que se intitulam cristos foram ainda mais longe, determinadamente negando a exclusividade de Cristo e abertamente questionando sua alegao de ser ele o nico caminho para Deus.

A mensagem bblica clara. Jesus disse, "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ningum vem ao Pai seno por mim" (Jo 14.6). O apstolo Pedro proclamou a uma audincia hostil, " ... no h salvao em nenhum outro; porque abaixo do cu no existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). O apstolo Joo escreveu, " . quem cr no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantm rebelde contra o Filho no ver a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus" (Jo 3.36). Repetidas vezes as Escrituras enfatizam que Jesus Cristo a nica esperana de salvao para o mundo. " ... h um s Deus e um s Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Tm 2.5). Somente Cristo pode expiar pecados e, portanto, somente Cristo pode dar salvao. " ... o testemunho este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida est no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que no tem o Filho de Deus no tem a vida" (1Jo 5.11,12).

Essas verdades so contrrias doutrina central do ps-modernismo. Elas fazem alegaes de verdade exclusivas, universais, declarando ser Cristo o nico caminho para o cu e errneos todos os outros sistemas de crena. Isto o que as Escrituras ensinam. o que a igreja verdadeira tem proclamado ao longo de toda sua histria. a mensagem do Cristianismo. E simplesmente no pode ser ajustado para acomodar as sensibilidades ps-modernas. Em vez disso, muitos cristos simplesmente vo passando por cima das alegaes exclusivas de Cristo, debaixo de um silncio constrangedor. Pior ainda, alguns na igreja incluindo alguns dos mais conhecidos lideres evanglicos comearam a sugerir que talvez o povo possa ser salvo fora do conhecimento de Cristo.

Os cristos no podem capitular ao ps modernismo sem sacrificar a essncia da nossa f. A alegao da Bblia de que Cristo o nico caminho da salvao est certamente em desarmonia com a noo ps-moderna de "tolerncia", mas , no final de contas, exatamente o que a Bblia claramente ensina. E a Bblia, no a opinio ps-moderna, a autoridade suprema para o cristo. Somente a Bblia deve determinar o que ns cremos e proclamar isso ao mundo. Ns no podemos abrir mo disso, no importa quanto o mundo ps-modernista reclame que nossas crenas fazem de ns pessoas "intolerantes".TOLERNCIA INTOLERANTE

A venerao da tolerncia pelo ps-modernista uma caracterstica bvia, mas essa verso da "tolerncia" , na verdade, uma distoro perigosa da verdadeira virtude. Alis, tolerncia nunca mencionada na Bblia como uma virtude, exceto no sentido de pacincia, longanimidade e mansido (ver Ef 4.2). De fato, a noo contempornea de tolerncia um conceito pateticamente fraco comparado ao amor que as Escrituras ordenam aos cristos que mostrem aos seus inimigos. Jesus disse, "amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam" (Lc 6.27,28; confira os versculos 29-36).

Quando nossos avs falaram de tolerncia como uma virtude, eles tinham isso em mente. A palavra ento significava respeitar as pessoas e trat-las com bondade mesmo quando acreditamos que elas esto erradas, mas a noo ps moderna de tolerncia significa que ns nunca devemos considerar a opinio de ningum como errada. A tolerncia bblica para as pessoas; a tolerncia ps-moderna para idias.Aceitar toda crena como igualmente vlida dificilmente uma virtude real, mas praticamente o nico tipo de virtude que o ps-modernismo conhece. As virtudes tradicionais (incluindo humildade, domnio prprio e castidade) so abertamente zombadas e at mesmo consideradas como transgresses, no mundo do ps-modernismo.

Previsivelmente a beatificao da tolerncia ps-moderna tem tido seus efeitos desastrosos sobre a verdadeira virtude em nossa sociedade. Nestes tempos de tolerncia, o que era proibido passou a ser encorajado. O que era tido como imoral agora festejado. Infidelidade marital e divrcio foram normalizados. Impureza o lugar comum. Aborto, homossexualidade e perverses morais de todos os tipos so aclamados por grandes grupos e entusiasticamente promovidos pela mdia popular. A noo ps-moderna de tolerncia est sistematicamente virando virtude genuna na cabea deles.

Praticamente a nica coisa a ser rejeitada pela sociedade como maligna a noo simplria e politicamente incorreta que o estilo de vida, religio, ou perspectiva diferente de outra pessoa incorreto.

Uma exceo notvel quela regra se destaca claramente: os ps-modernistas aceitam a intolerncia se for contra aqueles que alegam conhecer a verdade, particularmente os cristos bblicos. De fato, aqueles que se proclamam os advogados lderes de tolerncia atualmente so freqentemente os oponentes mais declarados do Cristianismo evanglico.

Basta dar uma olhada na Internet, por exemplo, e veja o que est sendo dito pelos autoestilizados campees de tolerncia religiosa. O que voc vai encontrar uma grande quantidade de intolerncia pelo Cristianismo bblico. Na verdade, alguns dos materiais mais amargos anticristos na Internet podem ser encontrados em sites supostamente promovendo a tolerncia religiosa.!

Por que isso? Por que o Cristianismo bblico autntico depara com tal feroz oposio de pessoas que pensam ser modelos de tolerncia? porque as alegaes de verdade das Escrituras e particularmente as alegaes de Jesus de ser o nico caminho para Deus so diametralmente opostos s pressuposies fundamentais da mente ps-moderna. A mensagem crist representa um golpe fatal cosmoviso ps-modernista.

Mas se os cristos se deixam enganar ou so intimidados a suavizar as alegaes diretas de Cristo e a alargar o caminho estreito, a igreja no far qualquer progresso contra o ps-modernismo. Ns precisamos recuperar a distino do evangelho. Precisamos reconquistar nossa confiana no poder da verdade de Deus. E ns precisamos proclamar com ousadia que Cristo a nica verdadeira esperana para o povo deste mundo.

Isso pode no ser o que o povo quer ouvir neste tempo pseudo-tolerante do ps-modernismo, mas verdade assim mesmo. E precisamente porque verdade e o evangelho de Cristo a nica esperana para um mundo perdido que ainda mais urgente levantarmos acima de todas as vozes de confuso no mundo e dizer desta forma.

O restante deste livro ir examinar seis conceitos chaves que explicam a distino do Cristianismo. So princpios que totalmente contradizem a sabedoria convencional do ps- modernismo, mas eles so componentes essenciais de uma cosmoviso bblica. Esses seis princpios, definidos por seis palavras-chave, se elevam uns sobre os outros e se interligam de tal modo que permanecem em p ou caem juntos. Eles nos do a estrutura necessria para o pensamento, para entendermos o mundo nossa volta e para ministrarmos neste tempo ps-moderno.

Captulo 2 - Objetividade

A tua palavra a verdade. (Jo 17 .17)

O Cristianismo autntico comea com a premissa de que existe uma fonte de verdade fora de ns. Especificamente a Palavra de Deus verdade (Sl 19.151; Jo 17.17). Ela objetivamente verdade quer dizer, ela verdade quer fale subjetivamente a um dado indivduo ou no; verdade independente de como algum se sente sobre ela; verdade para todos universalmente e sem excees; absolutamente verdade.

Isso, claro, contradiz a pressuposio bsica que governa o pensamento da maioria das pessoas atualmente. A filosofia ps-moderna diz que no existe tal coisa como verdade absoluta ou, se houver, ser impossvel de ser conhecida. Segundo o ps-modernismo, verdade nada mais do que uma criao da mente humana; as pessoas determinam sua prpria realidade; e portanto, ningum tem a verdade. Acima de tudo, o ps-modernista est convencido de que nenhuma religio superior a outra. Ns no devemos pensar que nossas crenas so necessariamente vlidas para mais ningum. Nem tampouco qualquer posio teolgica ser, em tempo algum, tida como certa ou errada. O que eu acredito vlido para mim; e seja l o que for que voc cr igualmente vlido para voc. E desta forma ns podemos aceitar a religio um do outro, mesmo se nossas crenas totalmente contradizem uma a outra. Esse o credo do ps-modernista.

Voc pode no se dar conta de quo profundamente esse tipo de pensamento penetrou na conscincia contempornea, mas ele j tomou conta do mundo acadmico e secular Dois meses aps o dia 11 de setembro de 2001, do dia que ocorreu o ataque terrorista ao World Trade Center [Centro Mundial de Comrcio] e ao Pentgono, o ex-presidente dos Estados Unidos da Amrica, EUA, Bill Clinton, proferiu um discurso na Universidade de Georgetown, no qual ele sugeriu que o senso "arrogante de justia" dos norte-americanos era em parte responsvel por ter feito a nao um alvo do terrorismo. Aparentemente, para Clinton, toda a confuso poderia ter sido evitada se todas as pessoas de ambos os lados tivessem simplesmente se dado conta de que no existe tal coisa como uma verdade absoluta ou universal e que, portanto, nenhuma ideologia merece briga."Ningum tem a verdade," disse ele aos estudantes. "Vocs esto numa universidade que basicamente cr que ningum nunca tem a verdade toda, nunca Ns somos incapazes de alguma vez ter a verdade completa." Os terroristas, sugeriu Clinton, esto sendo brutais e intolerantes apenas porque acreditam serem donos da verdade, enquanto que as atitudes mais tolerantes de nossa sociedade so enraizados na compreenso de que a verdade absoluta impossvel de ser conhecida. "Eles acreditam t-la, mas ns, porque acreditamos que ningum pode ser dono de toda a verdade, ns pensamos que todos so importantes."1 Essas observaes praticamente resumem a atitude da sociedade atualmente. O ceticismo foi entronizado e consagrado, enquanto que a f confiante foi banida e exorcizada. A nica coisa de que podemos estar certos que ns no podemos estar certos de coisa alguma. Ter convices fortes sobre qualquer coisa (outra que no seja nossa prpria inabilidade de descobrir a verdade), tido como inerentemente intolerante at mesmo perverso. Alm disso, de acordo com o modo de pensar ps-moderno, pouco adianta tentar combater as falsas idias com as verdadeiras. Afinal de contas, eles dizem se alegarmos que temos a verdade, ns nos tornamos exatamente to maus quanto os terroristas. Ento, em vez disso, a inteligncia ps-moderna est fazendo o que pode para tirar de todo mundo a noo arcaica de que verdade absoluta e objetiva passvel de ser conhecida de alguma forma.

Este ponto de vista est moldando o mundo em que vivemos. Multides literalmente e de todo corao acreditam que podem construir sua prpria realidade e definir sua prpria verdade. A popularidade de tal filosofia responsvel pelo crescimento da religio e ideologia da Nova Era. Explica tambm porque as pessoas de hoje em dia so mais voltadas para si mesmas e mais narcisistas do que praticamente as de qualquer outra gerao na Histria. O ex-presidente Clinton estava sugerindo que arrogncia algum pensar que conhece a verdade absoluta, mas arrogncia de fato aquela da pessoa que pensa que pode inventar sua prpria verdade para a ocasio.

Quando tudo depende de sua definio de o que quando os indivduos podem re-imaginar e re-interpretar tudo subjetivamente de modo que cada pessoa determina o que certo a seus prprios olhos a civilizao encontra-se em srias dificuldades. Essa a direo na qual caminha nossa sociedade. Tendo acatado a noo de que verdade absoluta impossvel de ser conhecida, as pessoas se dispe a aceitar quase qualquer coisa em lugar da verdade.

Mesmo na igreja tem havido uma eroso sria de confiana na verdade objetiva das Escrituras. Dogmatismo sobre qualquer ponto da doutrina geralmente considerado fora de moda; incerteza e abertura a mltiplos pontos de vista o estilo prprio entre os pregadores e professores nestes dias. Os movimentos de massa mais populares no meio evanglico atual so ecumnicos em sua confiana, insistindo para que coloquemos de lado a doutrina por amor harmonia. Tais tendncias refletem uma capitulao diante da idia ps-moderna de que verdade absoluta impossvel de ser conhecida e, portanto, ela no importa muito, afinal de contas.

O desprezo do ps-modernismo pela verdade objetiva est se infiltrando na igreja de formas sutis, tambm. s participar de um tpico encontro evanglico para estudo da Bblia no lar e voc ver que, com grande probabilidade, ser convidado a compartilhar sua opinio sobre "o que este versculo significa para mim," como se a mensagem das Escrituras fosse diferente para cada indivduo. raro o professor estar preocupado com o que as Escrituras significam para Deus.

Se realmente cremos que as Escrituras so a Palavra de Deus, por que ns hesitamos em dizer que ela tem um significado objetivo; absolutamente verdade; e todas as outras interpretaes so falsas? Os evanglicos sempre acreditaram que as Escrituras so claras seu significado essencial evidente de imediato. No um segredo ou um mistrio para ser solucionado. A Bblia a revelao de Deus para ns. uma revelao da verdade; no um enigma. E em todos os assuntos essenciais ela fala com perfeita clareza.

Certamente que nas Escrituras " ... h certas coisas difceis de entender, que os ignorantes e instveis deturpam ... para a prpria destruio deles" (2Pe 3.16). Existem tambm muitos assuntos de importncia secundria sobre os quais ns no precisamos discutir muito. Em tais assuntos indiferentes a regra clara: "Cada um tenha opinio bem definida em sua prpria mente" (Rm 14.5), mas a mensagem principal das Escrituras e a mensagem do evangelho em particular clara e sem ambigidade. No "provm de particular elucidao," e seu significado no est sujeito a preferncias individuais. "Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Esprito Santo" (2Pe 1.20,21).

Repetidas vezes a Escritura faz esse tipo de alegao sobre si mesma: "Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo, para a educao na justia, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2Tm3.16,17). Em outras palavras, a Escritura no apenas inspirada por Deus, mas tambm suficiente para nos equipar totalmente com toda a verdade espiritual de que precisamos. mais segura do que os nossos prprios sentidos (2Pe 1.19, KN). Ela "permanece eternamente" (1Pe 1.25). garantida at cada til e i (Mt 5.18). imutvel e "permanece eternamente" (Is 40.8). Jesus mesmo disse, "Passar o cu e a terra, porm as minhas palavras no passaro" (Mt 24.35).

O Cristianismo autntico sempre sustentou que as Escrituras so a verdade absoluta, objetiva. to verdade para uma pessoa quanto o para outra, independente da opinio seja l de quem for sobre ela. Ela tem um significado verdadeiro que se aplica a todo mundo. a Palavra de Deus para a humanidade e seu verdadeiro significado determinado por Deus; no alguma coisa que possa ser formatada para encaixar nas preferncias de ouvintes individuais.

As Escrituras so absolutamente verdadeiras, quer afetem voc e eu, quer no. As Escrituras seriam verdadeiras mesmo que no existssemos. De nenhuma maneira a verdade das Escrituras decidida pela experincia de algum. Se ela nos afeta ou no subjetivamente nada tem a ver com seu significado de fato ou veracidade. A mensagem das Escrituras no malevel. No singular para cada pessoa. No determinada pela experincia pessoal ou opinio pessoal.

Isso significa um forte golpe para um grande segmento dos que professam o Cristianismo atualmente. Multides esto procurando ouvir a voz de Deus em suas cabeas ou buscando algum tipo de epifania intuitiva na qual a verdade lhe ser revelada subjetivamente, mas a nica verdade final e absoluta para o cristo a verdade que supera todas as opinies particulares, sentimentos pessoais e experincias subjetivas a verdade objetiva de Deus como revelada nas Escrituras quando corretamente interpretada.

A verdade bblica objetiva. verdadeira em si mesma. verdadeira se sentimos ou deixamos de sentir que verdadeira. verdadeira se foi ou no validada pela experincia de algum. verdadeira porque Deus disse que verdadeira. verdadeira por completo e verdadeira at o menor til ou i. O Salmo 119. 160 diz, "As tuas palavras so em tudo verdade desde o princpio, e cada um dos teus justos juzos dura para sempre" (Sl 119.160).

Esse exatamente o ponto de partida e o alicerce necessrio para uma cosmoviso crist verdadeira. Abra mo do fundamento da verdade bblica e seja qual for o sistema de crena que reste no vale a pena ser chamado cristo, mesmo se ele retiver vestgios do simbolismo e da terminologia cristos.

Muitos que se intitulam cristos atualmente esto precisamente nessa situao. Eles usam linguagem e simbolismo cristos, mas a fonte real da autoridade deles algo alm das Escrituras. Alguns simplesmente vivem pelo que sentem e moldam suas crenas segundo suas preferncias pessoais. Outros alegam que Deus lhes fala diretamente por meio de vozes, impresses fortes, ou sentimentos vagos que eles interpretam como revelaes diretas do Esprito Santo. Outros ainda pensam que as Escrituras so escritos improvisados que eles podem modificar ou interpretar da maneira que desejarem. De qualquer modo, a vida e crena deles so comandadas pelas suas preferncias pessoais. As crenas deles no so realmente diferentes daquelas dos seguidores da Nova Era que acreditam que a verdade encontrada dentro deles mesmos.

Mas o Cristianismo histrico baseado na revelao objetiva das Escrituras. Essa a razo pela qual nossa primeira palavra-chave para descrever a cosmoviso crist objetividade. Nossa f est firmada na convico de que Deus falou e a sua Palavra a verdade objetiva. O que ele nos deu absoluto e inabalvel. a verdade pelas quais todas as outras alegaes de verdade so medidas. Captulo 3 - RacionalidadeNo vos escrevi porque no saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade. (Jo 2.21) Uma segunda palavra-chave que ajuda a definir uma cosmoviso autenticamente crist a racionalidade. Ns acreditamos que a revelao objetiva das Escrituras racional. A Bblia faz sentido perfeitamente. Ela no contm contradies, nem erros nem princpios mal fundamentados. Qualquer coisa que contradiga as Escrituras falso.

Esse tipo de racionalidade oposto a todo o contedo do pensamento ps-moderno As pessoas da atualidade so ensinadas a glorificar a contradio, a abraar o que absurdo, a preferir o que subjetivo e a permitir que os sentimentos (em vez do intelecto) determinem o que eles crem. Elas so ensinadas a no rejeitar idias apenas porque contradizem o que ns aceitamos ser verdadeiro. E elas so at mesmo encorajadas a abraar conceitos contraditrios e mostrar-lhes o mesmo respeito como se fossem verdadeiros. Tal irracionalidade no nada menos do que rejeitar o conceito da verdade.

Como cristos ns sabemos que Deus no pode mentir (Tt 12). Ele no "pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2.13); e, portanto, ele no se contradiz. Ele no Deus de confuso (1Co 14.33). Sua verdade perfeitamente coerente.

Isso significa primeiro de tudo, que a Palavra de Deus um registro preciso e incontestvel da verdade. A Bblia no cheia de absurdos, contradies ou fantasias. Ela perfeitamente consistente com tudo o que verdadeiro. Os fatos colocados pelas Escrituras so fidedignos. Os eventos histricos descritos na Bblia so histria verdadeira, no alegorias mticas ou exticas. A doutrina ensinada nela sem erro. Os detalhes das Escrituras so preciosos, desde o dia da Criao at o dia final da consumao, da volta de Cristo. As Escrituras em si so completamente livres de todos os erros e deficincias.

" ... mais fcil passar o cu e a terra do que cair um til sequer da Lei" (Lc 16.17). desse modo que Cristo via as Escrituras, e qualquer pessoa que adote um ponto de vista diferente no ser, nesse aspecto, um seguidor genuno de Cristo.

Mas existe uma segunda, igualmente importante, implicao de nossa confiana na veracidade absoluta de Deus: Visto que sua Palavra verdade objetiva e perfeitamente fidedigna em tudo que ensina, as Escrituras deveriam ser tanto o ponto de partida como o de chegada do teste da verdade em todo nosso pensamento. Se as Escrituras so totalmente verdadeiras, ento qualquer coisa que as contradiga simplesmente falsa, mesmo se estivermos falando de crenas fundamentais sobre as quais as ideologias mais populares do mundo so baseadas.

Esse tipo de racionalidade em branco e preto uma das principais razes do Cristianismo bblico ser intolervel numa gerao que despreza a simples idia de verdade absoluta.

A fim de que ningum entenda mal, ns no estamos defendendo o racionalismo a noo de que a razo humana sozinha, independente de qualquer revelao sobrenatural, possa descobrir a verdade. Um racionalista imagina que a razo humana tanto a fonte como o teste final de toda verdade. O fato que o racionalismo exalta a razo humana acima das Escrituras.

Como cristos ns nos opomos ao racionalismo, mas o Cristianismo no de modo algum hostil a racionalidade. Ns cremos que a verdade lgica; coerente; inteligvel. No apenas a verdade pode ser conhecida racionalmente; ela no pode ser conhecida de modo algum se ns abandonarmos a racionalidade.

Irracionalidade uma agresso s Escrituras e aos intentos de Deus. Quando Deus deu a Bblia, era para que ela fosse entendida, mas ela s pode ser entendida por aqueles que aplicam sua mente a ela racionalmente. Contrrio ao que muitos podem pensar o significado das Escrituras no algo que nos vem atravs de meios msticos. No segredo espiritual que tem de ser descoberto por algum mtodo enigmtico ou arbitrrio. Seu significado verdadeiro pode ser entendido apenas por aqueles que a abordam racionalmente e sensivelmente.

Neemias 8 descreve o re-avivamento que se passou naquele tempo, motivado pela leitura pblica das Escrituras. Neemias descreve a cena:

Em chegando o stimo ms, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um s homem, na praa, diante da Porta das guas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moiss, que o SENHOR tinha prescrito a Israel. Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregao, tanto de homens como de mulheres e de todos os que eram capazes de entender o que ouviam. Era o primeiro dia do stimo ms. E leu no livro, diante da praa, que est fronteira Porta das guas, desde a alva at ao meio-dia, perante homens e mulheres e os que podiam entender; e todo o povo tinha os ouvidos atentos ao livro da lei (Ne 8.1-3).

Observe-se a nfase na ateno do povo.

A leitura era em beneficio" ... de todos os que eram capazes de entender o que ouviam ... os que podiam entender." O versculo 8 descreve como Esdras e os escribas fizeram a leitura: "Leram no livro, na lei de Deus, claramente, dando explicaes, de maneira que entendessem o que se lia" (Ne 8.8).

A leitura no foi um exerccio ritualista, como um canto ou a entoao cerimonial de alguma liturgia. Era dirigido s faculdades cognitivas das pessoas suas mentes racionais.

O poder da Palavra de Deus reside em seu significado, no meramente no som das palavras. No era um encantamento mgico em que seu poder pode ser liberado meramente recitando slabas, mas o poder inerente nas Escrituras o poder da verdade. Eu gosto de dizer que o significado das Escrituras as Escrituras. Se voc no interpretar a passagem corretamente, ento voc no tem a Palavra de Deus, porque apenas o significado verdadeiro a Palavra de Deus.

No como se ns pudssemos fazer as palavras significarem qualquer coisa que queiramos que elas signifiquem, de forma que, seja qual for a conotao que impusermos s palavras, elas se tornam a Palavra de Deus. Somente a interpretao verdadeira do texto a autntica Palavra de Deus e qualquer outra interpretao simplesmente no o que Deus est dizendo.

Lembre-se, a Palavra de Deus a verdade objetiva revelada e, portanto, tem um significado racional. Esse significado, e esse significado apenas, a verdade. Entend-la corretamente de suprema importncia.

Por essa razo que to importante interpretarmos as Escrituras cuidadosamente a fim de entend-la corretamente. um processo racional, no um processo mstico ou estranho.

um processo espiritual? Certamente. Eu nunca incio meu estudo da Palavra de Deus sem orar: "Senhor, abre meu entendimento para ver a verdade." Mas eu no fico sentado esperando que alguma coisa caia do cu; eu abro meus livros e busco o entendimento racional do texto.

Isso comea com a compreenso de que as Escrituras so internamente coerentes. Portanto, enquanto ns comparamos as Escrituras com as Escrituras, as partes mais claras explicam as partes mais difceis. Quanto mais estudamos mais luz lanada no nosso entendimento. trabalho mental duro, mas tambm trabalho espiritual da mesma forma.

De fato, ns somos totalmente dependentes do Esprito Santo para nos ensinar a verdade, porque " ... o homem natural no aceita as coisas do Esprito de Deus, porque lhe so loucura; e no pode entend-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2.14). Mas a maneira como o Esprito Santo nos d entendimento atravs de nossas mentes empregando nossas faculdades racionais (v. 16; Ef 1.18; 4.23; 2Tm 1.7).

A teologia neo-ortodoxa, que encontrou destaque na primeira metade do sculo 20, causou tremenda confuso sobre a racionalidade da verdade. Os telogos neo-ortodoxos insistiam que o Cristianismo um sistema de crena irracional uma religio de "paradoxo". O que eles estavam realmente dizendo que o Cristianismo cheio de contradies. Paradoxo uma designao errnea no sentido em que eles o usavam. Um verdadeiro paradoxo um jogo de palavras, tal como "Porm, muitos primeiros sero ltimos; e os ltimos, primeiros" (Mt 19.30), e ''No assim entre vs; pelo contrrio, quem quiser tornar-se grande entre vs, ser esse o que vos sirva" (Mt 20.26). Mas quando os neo-ortodoxos usam o termo paradoxo eles esto falando de uma contradio real. Eles consideram toda verdade como irracional, contraditria e absurda mente lgica. No sistema deles, f implica no abandono da lgica. um pulo cego no abismo do irracionalismo. Eles emprestaram seu irracionalismo da filosofia existencial e fizeram dele uma marca registrada de sua teologia. Ao fazer isto, eles lanaram fundamentos para uma verso ps-moderna do Cristianismo.1 Mas esse no o Cristianismo verdadeiro porque ele abandonou a racionalidade, que essencial verdade propriamente dita.

O problema com tal irracionalismo que ele anula a lei da no-contradio, o fundamento essencial de todo pensamento racional. Se duas proposies contraditrias pudessem ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo, ento uma idia que se ope verdade no poderia necessariamente ser considerada errada. A anttese de uma afirmao verdadeira no poderia automaticamente ser julgada falsa. Este o mesmo tipo de pensamento que reside no corao da tolerncia ps-modernista. No uma viso crist da verdade. irracionalismo.

O apstolo Paulo escreveu, "Se algum ensina outra doutrina e no concorda com as ss palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, enfatuado, nada entende, mas tem mania por questes e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocao, difamaes, suspeitas malignas" (1 Tm 6.3,4). A afirmao de Paulo assume que a verdade racional e seja o que for que contradiga a verdade est errado. Este o entendimento cristo correto da verdade bblica. a anttese do pensamento ps-modernista.

Existem algumas partes difceis de entender na doutrina crist. Por exemplo, ns acreditamos que Deus soberano sobre a vontade humana "Como ribeiros de guas assim o corao do rei na mo do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina" (Pv 21.1). No obstante, cremos que a pessoa escolhe livremente de acordo com seus desejos de modo que cada um moralmente responsvel por suas aes "Assim, pois, cada um de ns dar contas de si mesmo a Deus" (Rm 14.12). Muitos acham essas verdades difceis de reconciliar; contudo no existe de fato nenhuma contradio entre elas. A soberania de Deus no se encontra em conflito com a responsabilidade humana. Os dois princpios trabalham em perfeita harmonia, mesmo embora no seja imediatamente bvio para ns o como eles funcionam. Ns tambm acreditamos na Trindade que Deus um em essncia, mas subsiste em trs pessoas. Alguns tentam caracterizar esta doutrina como contraditria, mas ela no . Ns no cremos que Deus trs no mesmo sentido em que ele um. Tais verdades no so contraditrias; elas no so nem ao menos paradoxos no sentido em que os neo-ortodoxos usam os termos. Elas so verdades difceis que, no mximo, requerem que exercitemos cuidado extra na aplicao da lgica com rigor, mas ns no devemos pensar que so irracionais. Elas no so.

Irracionalidade equivalente negao da verdade. Precisamente porque acreditamos que a Bblia objetivamente verdadeira, ns insistimos que ela deve ser compreendida e interpretada racionalmente.

Captulo 4 - Veracidade

Agora, pois, SENHOR Deus, tu mesmo s Deus, e as tuas palavras so verdade, e tens prometido a teu servo este bem. (2Sm 7.28)

Uma terceira palavra que estabelece o arcabouo para uma cosmoviso crist veracidade. O Cristianismo autntico, como ns estamos vendo, est preocupado do princpio ao fim com a verdade. A f crist no tem a ver primariamente com sentimentos, embora sentimentos profundos com certeza resultaro do impacto da verdade no nosso corao. No tem a ver com relaes humanas, muito embora as relaes sejam o foco principal de muitos plpitos evanglicos atualmente. No tem a ver com sucesso e bnos terrenas, no importa quanto uma pessoa possa ter essa impresso ao assistir os programas que dominam a televiso religiosa estes dias.

O Cristianismo bblico todo sobre verdade. A revelao objetiva de Deus (a Bblia) interpretada racionalmente produz verdade divina em medida perfeitamente suficiente. Tudo o que ns precisamos saber para a vida e a piedade est se encontra nas Escrituras (2Pe 1.3). Deus escreveu somente um livro a Bblia. Ela contm toda a verdade pela qual ele tenciona que orientemos nossa vida espiritual. No temos necessidade de consultar qualquer outra fonte de princpios morais ou espirituais. As Escrituras no so apenas a verdade inteira; elas so tambm o mais elevado padro de toda verdade a regra pela qual todas as alegaes de verdade devem ser medidas.

Tal convico a exata anttese da noo ps-modernista de que ningum deve alegar conhecer a verdade objetiva. E essa outra grande razo pela qual o Cristianismo tem sido bombardeado pelos proponentes do inclusivismo ps-moderno.

O Cristianismo autntico a "f que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 1:3). A verdade crist no est sujeita a mudana ou emenda. No anulada por alteraes na opinio do mundo ou nos padres do que possa ser politicamente correto. No precisa ser adaptada e redefinida para cada nova gerao.

Certamente que uma compreenso individual da verdade pode ser refinada e apurada pelo estudo das Escrituras, mas a verdade em si no necessita ser reinventada ou remoldada a fim de se tomar apropriada para os tempos em que vivemos. A mesma verdade em que Abrao, Moiss, Davi e os apstolos acreditavam ainda verdade para ns. Tempos mutveis no mudam a verdade. As Escrituras so imutveis como tambm o prprio Deus: " ... a palavra do Senhor, porm, permanece eternamente" (1Pe 1.25). Em outras palavras, ns precisamos adaptar nossa compreenso verdade da Palavra de Deus, no tentar manipular as Escrituras num esforo vo de harmoniz-la com opinies mutveis deste mundo.

A verdade das Escrituras algo precioso que deve ser cuidadosamente manejado e zelosamente guardado (1Tm 6.20). Mais uma vez, uma compreenso apropriada das Escrituras envolve estudo consciencioso e diligente. Segundo Timteo 2.15 diz, "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que no tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." Por implicao ns vemos que todos os que no manejam as Escrituras corretamente, so trabalhadores desleixados que devem ser envergonhados A expresso traduzida por "maneja bem" vem da expresso grega que significa "cortar reto."

Paulo estava utilizando sua prpria experincia como um fazedor de tendas e aplicando um princpio aprendido do oficio para interpretao da Bblia. Tendas eram feitas de materiais como peles de cabras. Visto que cabras so animais relativamente pequenos, nenhuma pele era grande o suficiente para fazer uma tenda. Portanto, o fazedor de tendas tinha de cortar muitas peles de cabras conforme um padro e costur-las para fazer uma tenda grande. Obviamente se os pedaos no fossem cortados retos eles no se ajustariam apropriadamente. Ento quando o apstolo Paulo diz que devemos "cortar reto" as Escrituras ele quer dizer que as passagens individuais das Escrituras devem ser interpretadas de modo que uma combina perfeitamente com a outra de uma forma coerente e harmoniosa.

Em outras palavras ningum tem o direito de ser um telogo se no for um exegeta. impossvel que voc consiga entender o todo se voc no puder colocar todos os pedaos juntos de forma correta. E se voc for lidando de forma errada com os pedaos eles no se ajustaro uns aos outros. Interpretaes errneas no iro ao final se encaixar num todo coerente. Voc tem de interpretar as passagens individuais corretamente (cort-las de forma reta). Voc faz isso comparando as Escrituras com as Escrituras ou seja, deixando as Escrituras serem a regra pela qual se interpreta as Escrituras. Quando isso feito de forma correta quando voc entendeu corretamente os textos das Escrituras ento eles se encaixam uns aos outros, e o todo aparece da maneira como Deus planejou.

Precisamente porque ela a "palavra da verdade" tanto no todo quanto em partes, as Escrituras se encaixam perfeitamente. Este encaixe perfeito uma das maneiras pela qual ns sabemos que temos interpretado as sees das Escrituras corretamente. Ento as Escrituras corretamente interpretadas apresentam a verdade. E esta verdade a substncia de nossa mensagem.

Nos tempos de Paulo, da mesma forma que atualmente, havia homens que buscavam posies de destaque no ministrio e liderana da igreja, mas no estavam realmente preocupados com a verdade. Eles fabricavam sua mensagem medida que prosseguiam. Estavam aparentemente buscando prestgio ou influncia, ou algum outro tipo mais sinistro de gratificao carnal. O ensinamento deles, portanto, torcia a verdade. Paulo se referia a isso como "falatrios inteis e profanos" (2Tm 2.16). Essa afirmao segue imediatamente aps sua admoestao a Timteo sobre manejar bem a palavra da verdade.

Ele escreve, "Evita, igualmente, os falatrios inteis e profanos, pois os que deles usam passaro a impiedade ainda maior. Alm disso, a linguagem deles corri como cncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreio j se realizou, e esto pervertendo a f a alguns" (2Tm 2.16-18).

Observe-se que o apstolo Paulo no se importou em citar os nomes. Ele no estava preocupado em ser politicamente correto; ele estava preocupado com a verdade. E os fornecedores de mentiras deviam ser identificados e respondidos com a verdade. A verdade torcida deles estava de fato derrubando a f de alguns.

Verdade e f so inseparavelmente entretecidas. As pessoas no podem ter f genuna fora da verdade. A f real envolve a concordncia da mente e a submisso da vontade verdade. Ento, se subtrair a verdade da equao voc derruba a f, como Himeneu e Fileto estavam fazendo.

Voc se d conta de que a verdade instrumental na salvao? As pessoas no podem ser salvas sem ouvir e abraar a verdade. Romanos 6.17 diz, " ... graas a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de corao forma de doutrina a que fostes entregues." Em outras palavras, as pessoas so salvas quando so libertas do erro para a s doutrina a verdade. Existe um sentido real no qual fomos salvos pela verdade. Pedro escreve, "Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obedincia verdade" (1Pe 1.22). Ns somos regenerados pela palavra da verdade (v. 23).

Portanto, a verdade tudo para um cristo.

por essa razo que somos chamados a refutar o erro, defender a verdade e proclamar as Escrituras como a suprema verdade contra toda mentira propagada pelo mundo.

Eu temo que a igreja nesta poca ps-moderna tenha deixado de se concentrar nesse fato. No mais considerado necessrio lutar pela verdade. De fato, muitos evanglicos agora consideram maus modos e descaridoso discutir sobre qualquer ponto da doutrina. At mesmo os erros grosseiros so agora totalmente tolerveis em alguns ambientes em nome de preservar a paz. Em lugar de manejar bem a Palavra da verdade e proclam-la como verdadeira, muitas igrejas agora apresentam palestras, dramas, comdias e outras formas de entretenimento motivacionais enquanto ignoram as grandes doutrinas da f. Enquanto isso pessoas que atacam a verdade de forma pretensamente erudita encontram no meio evanglico editoras que publiquem os seus escritos e so honradas como se tivessem profundo entendimento.

Precisamos recuperar nosso amor pela verdade bblica, bem como nossa convico de que ela verdade indiscutvel. Ns temos a verdade num mundo em que a maioria das pessoas est simplesmente vagando sem rumo em ignorncia desesperada. Precisamos proclamar do topo dos telhados e parar de brincar com aqueles que sugerem que ns estamos sendo arrogantes se alegarmos que sabemos alguma coisa como certo. Ns temos a verdade, no porque somos mais inteligentes ou melhores do que outros, mas porque Deus a revelou nas Escrituras e foi gracioso em abrir nossos olhos para v-la. Estaramos pecando se tentssemos guardar a verdade s para ns mesmos.

Captulo 5 - Autoridade

Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e no como os escribas. (Mc 1.22) Um entendimento da autoridade da Bblia a quarta pedra fundamental para uma cosmoviso crist. Visto que acreditamos que as Escrituras so verdadeiras, ns devemos proclam-las com convico, sem transigir e sem nos desculparmos. A Bblia faz alegaes ousadas e os cristos que crem nela devem afirm-las com ousadia.

Qualquer pessoa que fielmente e corretamente proclama a Palavra de Deus ir falar com autoridade. No a nossa autoridade. Nem ao menos a autoridade eclesistica ligada ao oficio de um pastor ou professor na igreja. uma autoridade ainda maior que essa. Na medida que nosso ensino reflete com preciso a verdade das Escrituras, ele tem o peso total da prpria autoridade de Deus. Este um pensamento surpreendente, mas precisamente como 1Pedro 4.11 nos instrui em como manusear a verdade bblica: "Se algum fala, fale de acordo com os orculos de Deus."

Esta naturalmente uma profunda ameaa tolerncia de uma sociedade que ama seu pecado e pensa que transigncia uma coisa boa. Falar ousadamente e declarar que Deus falou com finalidade no moda nem politicamente correto, mas se ns cremos verdadeiramente que a Bblia a Palavra de Deus, como podemos manuse-la de outra maneira?

Muitos evanglicos modernos, amedrontados pelas exigncias do ps-modernismo, alegam crer nas Escrituras, mas depois se abstm de proclam-la com qualquer autoridade. Eles esto dispostos a falar sobre a verdade das Escrituras, mas na prtica eles a desnudam de sua autoridade, tratando-a apenas como mais uma opinio num grande mix de idias ps-modernas.

Nem as Escrituras nem o bom senso iro permitir tal postura. Se a Bblia verdadeira ento ela tem tambm autoridade. Como verdade divinamente revelada ela carrega o peso inteiro da prpria autoridade de Deus. Se voc alega crer na Bblia de algum modo, voc finalmente tem de se curvar sua autoridade. Isto significa fazer dela o final rbitro da verdade a regra pela qual toda opinio avaliada.

A Bblia no apenas uma outra idia para ser jogada numa discusso pblica e aceita ou rejeitada como o indivduo desejar. a Palavra de Deus e exige ser recebida como tal, com a excluso de todas as outras opinies.

Obviamente, essa maneira de avaliar a verdade impopular hoje. Segundo a nova tolerncia ps-moderna, todo mundo tem direito a ter sua prpria opinio de acordo com suas preferncias; toda crena tem de receber igual respeito; e ningum deve alegar superioridade para qualquer ponto de vista. Com efeito, ento, a tolerncia ps-moderna implica em total rejeio de todo conceito de autoridade divina. Ela acarreta uma negao de que Deus verdadeiramente falou, ou no mnimo, uma negao de que suas palavras tm qualquer autoridade real.

Como cristos ns enfrentamos uma escolha clara: ou acompanhar o esprito da poca e reduzir a autoridade das Escrituras, ou aceitar as Escrituras e colocar sua autoridade e ns mesmos contra o resto do mundo. Nosso dever claro (Tg 4.4).

No obstante, parece que muitos dos lderes da comunidade evanglica, pessoas que so vistas e ouvidas, esto temerosos de afirmar a autoridade bblica. Raramente o pregador evanglico fala claramente ao mundo com um autorizado "Assim diz o Senhor." Como que ns chegamos ao ponto em que podemos aceitar como autoridade a opinio de um advogado, um mdico, um arquiteto, mas no podemos tolerar a autoridade da Palavra de Deus?

Ser que os evanglicos ainda acreditam sem reservas que a verdade bblica tem autoridade divina? Evidentemente no. Tem se tomado moda falar sobre o choque entre verdade e erro como um "dilogo." Toda vez que um conflito se levanta entre o Cristianismo e outro ponto de vista, alguns lderes evanglicos convocam um dilogo com os defensores do outro ponto de vista. Na ltima dcada lderes evanglicos bem conhecidos tm patrocinado dilogos formais com uma variedade ampla de figuras religiosas no-crists, lderes de seitas, defensores de vrios estilos de vida e representantes de praticamente todo ponto de vista que hostil ao Cristianismo bblico.

Pouco aps o evento terrorista de 11 de setembro nos Estados Unidos da Amrica, uma de suas mais conhecidas igrejas evanglicas patrocinou um dilogo com um clrigo islmico (imam) no culto de adorao do final de semana, ostensivamente para reunir cristos e muulmanos. "Eu achei muito interessante ver o quanto ns temos em comum," disse um membro da igreja a um reprter depois do culto. Outro disse que o dilogo com o imam tinha "aberto portas para comunicar e mostrou que os muulmanos so gente do mesmo jeito que ns." Segundo o reprter que cobria o evento, aquelas respostas eram "o tipo de impacto que o pastor desejava."1 Por qu tais dilogos sempre parecem minimizar as diferenas entre o Cristianismo e a falsa religio e nunca traar linhas de distino mais claramente?

A verdade bblica para ser proclamada com autoridade, no colocada na mesa para discusso apenas como uma alternativa possvel entre outros pontos de vista. O conflito entre verdade bblica e crenas rivais no assunto para ser resolvido por meio de dilogo. Essa uma guerra espiritual no uma festa descontrada. Ela deve ser vista como um combate no uma conversao. Ns recebemos ordens de destruir as fortalezas do pensamento anti-bblico " ... e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus ... levando cativo todo pensamento obedincia de Cristo" (2Co 10.5).

Mas as igrejas tm se tornado to efeminadas e fracas nestes tempos que os mais evanglicos parecem pensar que tal postura de militncia contra o erro inconveniente e demasiado severa. Os cristos tm virtualmente se rendido na batalha pela verdade. Como resultado, a comunidade evanglica se tornou um lugar onde as pessoas podem advogar virtualmente qualquer coisa ou promover quase qualquer doutrina, e a nica coisa que ningum pode dizer que algum est errado.

Existe at um nome para a nova perspectiva: chamada "hermenutica da humildade." Um resumo da proposta de um seminrio no assunto diz o seguinte:O curso visa auxiliar os alunos a aprenderem a formular uma nova teologia e mtodos que so relevantes e significativos no mundo pluralista, multicultural, ps-moderno, no qual somos chamados a ministrar. basicamente uma tentativa de articular uma hermenutica... Baseada no dilogo, um esforo sincero de extrapolar os limites dos pontos de vista individual, isto , uma hermenutica da humildade.2

Um outro que defende o mesmo objetivo diz, Os cristos devem destilar as preciosas percepes do ps-modernismo com sua cultura multicultural e desconstruda. Ns precisamos extrair desta crtica radical o que apropriado para uma viso cultural crist renovada desenvolvendo uma hermenutica da humildade. Ns precisamos dar um exemplo de uma postura cultural no-triunfalista, que ouve e confessa.

Mas a Bblia nada sabe da tal "hermenutica" baseada no dilogo com outros pontos de vista. Nossa pregao das Escrituras deve ter autoridade. Em Tito 2.1, o apstolo Paulo disse a um jovem pregador, "Tu, porm, fala o que convm s doutrina" (Tt 2.1). No final deste mesmo captulo ele acrescentou, "Dize estas coisas; exorta e repreende tambm com toda a autoridade. Ningum te despreze" (Tt 2.15). A palavra traduzida como "desprezar" o termo grego kataphroneo, que literalmente significa "pensar ao redor." Paulo est dizendo a Tito, "No deixa ningum te iludir; no deixa ningum frustrar a verdade. Prega a s doutrina; ensina e exorta as pessoas com autoridade que inerente na Palavra de Deus, e confronta ou repreende as pessoas que se ope verdade." Nas palavras de 1 Timteo 4.11: "Ordena e ensina estas coisas" (nfase acrescentada). Isso no significa que devamos ser abusivos ou grosseiros, naturalmente. possvel ser ao mesmo tempo ousado e caridoso e esse o equilbrio que ns precisamos buscar. Paulo diz em Efsios 4.15 que devemos falar "a verdade em amor", mas proclam-la com a devida autoridade.

No existe nenhum outro meio genuno de manusear a verdade bblica. Ela afinal a verdade bblica revelada pelo prprio Deus e deve ser proclamada como tal.

Captulo 6 - Incompatibilidade lei e ao testemunho! Se eles no falarem desta maneira, jamais vero a alva. (Is 8.20) As Escrituras dizem que "mentira alguma jamais procede da verdade" (1Jo 2.21). Como cristos ns sabemos que seja o que for que contradiga a verdade bblica , por definio, falso. Em outras palavras, a verdade incompatvel com o erro. Incompatibilidade , portanto, uma quinta palavra essencial para descrever uma cosmoviso bblica.

Claramente e sem rodeios, Jesus afirmou a total exclusividade do Cristianismo. Ele disse, "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ningum vem ao Pai seno por mim" (Jo 14.6). ". no h salvao em nenhum outro; porque abaixo do cu no existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). Obviamente este tipo de exclusividade fundamentalmente incompatvel com a tolerncia ps-moderna.

Como cristos ns devemos entender que seja o que for que se oponha Palavra de Deus ou de alguma maneira se afaste dela um perigo causa da verdade. Passividade em relao ao erro conhecido no uma opo para o cristo. A intolerncia para com o erro encontra-se permeada nas prprias Escrituras. E tolerncia para com o erro conhecido tudo menos uma virtude.

Verdade e erro no podem ser combinadas para produzir algo bom. Elas so incompatveis da mesma forma que a luz e as trevas. "No vos ponhais em jugo desigual com os incrdulos; porquanto, que sociedade pode haver entre a justia e a iniqidade? Ou que comunho, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que unio, do crente com o incrdulo? Que ligao h entre o santurio de Deus e os dolos?" (2Co 6.14-16).

Ns no podemos dizer ao mundo, "Isto verdade, mas, seja l o que for que voc quiser acreditar, tambm est bem." No est bem. As Escrituras nos ordenam a ser intolerantes para com qualquer idia que negue a verdade.

Para que ningum entenda mal, eu no estou defendendo dogmatismo em nenhum tema teolgico. Algumas coisas nas Escrituras no so perfeitamente claras. Nas palavras da Confisso de F de Westminster, "Todas as coisas, por si mesmas, no so igualmente claras nas Escrituras, nem igualmente evidentes a todos" (1.7).

Algumas vezes ns no podemos reconstruir o contexto histrico para entender uma dada passagem. Um exemplo notvel a meno dos que "se batizam por causa dos mortos" em 1Corntios 15.29. Existem pelo menos quarenta idias diferentes sobre o que este versculo significa. Ns no podemos ser dogmticos sobre tais coisas, mas essas so raridades nas Escrituras.

O ensinamento central das Escrituras simples e to claro que at mesmo uma criana pode entend-la O caminho da salvao em particular to claro que "quem quer que por ele caminhe no errar, nem mesmo o louco" (Is 35.8). E nas palavras da Confisso de F de Westminster novamente, "no obstante, aquelas coisas que precisam ser conhecidas, cridas e observadas para a salvao so to claramente expostas e visveis, em um ou outro lugar da Escritura, que no s os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinrios, podem alcanar um suficiente entendimento delas" (1.7).

Toda a verdade que necessria para a salvao facilmente entendida de um modo verdadeiro por qualquer pessoa que aplica o bom senso e devida diligncia em buscar entender o que a Bblia ensina. E essa verdade o cerne da mensagem das Escrituras incompatvel com qualquer outro sistema de crena. Sobre isso ns temos de ser dogmticos.

No de se admirar que o ps-modernismo, que se orgulha de ser tolerante com todo ponto de vista oposto, seja contudo hostil ao Cristianismo bblico. At o mais determinado ps-modernista reconhece que o Cristianismo bblico por sua natureza totalmente incompatvel com uma posio de abertura mental indiscriminada. Se aceitarmos o fato de que a Escritura a verdade objetiva com a autoridade de Deus, ns seremos obrigados a ver que todo outro ponto de vista no igualmente ou potencialmente vlido.

No h necessidade de buscar um terreno comum atravs de dilogo com proponentes de pontos de vista anticristos, como se a verdade pudesse ser refinada pelo mtodo dialtico. loucura pensar que a verdade dada por revelao divina precisa de qualquer refino ou atualizao. Nem tampouco devemos imaginar que ns podemos encontrar os pontos de vista opositores em algum terreno neutro filosfico. O terreno entre ns no neutro. Se ns realmente acreditamos que a Palavra de Deus verdadeira, ns sabemos que toda oposio um erro. E somos instrudos a no ceder qualquer espao ao erro.

Em 2Joo 1.9-11 o apstolo Joo escreveu, "Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela no permanece no tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se algum vem ter convosco e no traz esta doutrina, no o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe d boas-vindas faz-se cmplice das suas obras ms." Isso que incompatibilidade' Nosso amor pela verdade demanda uma intolerncia do erro. Para ser claro, o apstolo no estava advogando rudeza nem falta de hospitalidade para com os descrentes em geral (Novamente, a Escritura claramente nos ordena a mostrar amor e bondade mesmo para com nossos inimigos), mas Joo estava tratando com o problema dos falsos mestres itinerantes na igreja primitiva. Tipicamente, aqueles qualificados para ensinar a doutrina naquele tempo viajavam de cidade em cidade e buscavam abrigo nos lares dos crentes. Joo estava dizendo que quando um conhecido fornecedor de falsas doutrinas viesse buscando acomodao, no era para ele ser recebido na comunho; no era para ele receber hospitalidade grtis; no era para ele receber encorajamento de nenhuma espcie especialmente uma acolhida que significasse apoio ao seu trabalho de ensinar falsas doutrinas. A anttese entre verdade e erro era to importante que os crentes tinham o dever sagrado de deixar clara a desaprovao deles a qualquer um que deliberadamente corrompesse a verdade com mentiras.

De modo semelhante o apstolo Paulo escreveu, " ... ainda que ns ou mesmo um anjo vindo do cu vos pregue evangelho que v alm do que vos temos pregado, seja antema [maldito]. Assim, como j dissemos, e agora repito, se algum vos prega evangelho que v alm daquele que recebestes, seja antema" (Gl1. 8,9). A fala pesada, mas o ponto clara: quando algum torcer a verdade fundamental do evangelho, mesmo que ele seja um anjo ou um apstolo, que seja amaldioado.

Advertncias contra falsos mestres enchem o Novo Testamento. um tema importante nas epstolas pastorais, 2Pedro, Judas e 2Joo. Tudo o que for anti-bblico incluindo toda falsidade, qualquer m interpretao das Escrituras e toda heresia no para ser tolerado por aqueles que amam a verdade. um perigo para a verdade e uma desonra verdade de Deus. Uma cosmoviso bblica incompatvel com qualquer tipo de tolerncia de mentiras.

Captulo 7 - IntegridadeA integridade dos retos os guia; mas, aos prfidos, a sua mesma falsidade os destri. (Pv 11.3) Completando nossa lista de princpios simples para uma cosmoviso bblica temos a palavra integridade. Esta flui naturalmente de todos os princpios precedentes. Visto que o Cristianismo coloca tal alta nfase na verdade, ns devemos reconhecer que integridade uma virtude essencial e a hipocrisia um vcio terrvel.

Integridade a qualificao bblica essencial para todo o ministrio. Em toda lista de qualificao para lderes da igreja no Novo Testamento, um pr-requisito encabea a lista: O homem que deve ocupar um cargo na igreja deve ser "irrepreensvel" (1Tm 3.2,10; Tt 1.6,7).

Sucesso nos negcios seculares, habilidade em relaes pblicas ou outros talentos mundanos no so o que qualifica um homem para liderana na igreja. A suprema e primria qualificao em todos os nveis da liderana da Igreja integridade amor pela verdade e consistncia em viv-la na prtica. Ignorar este princpio sacrificar o valor que ns atribumos verdade como cristos.

Em outras palavras, se ns realmente acreditamos que a verdade das Escrituras objetiva e entendida racionalmente tanto autoridade quanto incompatvel com o erro, visto que a Bblia a Palavra singular do Deus vivo devemos no apenas preg-la, mas devemos viv-la tambm. No basta falar da boca para fora. Se verdadeiramente cremos que a Bblia a verdade divina, devemos deixar que ela permeie nossa vida e ministrio. Viver de outra maneira equivalente a negar a verdade. As pessoas que pensam de modo diferente, "No tocante a Deus, professam conhec-lo; entretanto, o negam por suas obras; por isso que so abominveis desobedientes e reprovados para toda boa obra" (Tt 1.16).

Esdras, o sumo sacerdote nos tempos de Neemias, o prottipo do que todo ministro piedoso deve ser. "Esdras tinha disposto o corao para buscar a lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juzo s" (Ed 7.10, nfase acrescentada).

Eu aprendi essa lio com meu pai, que foi pastor toda sua vida e um modelo de integridade, como tambm o foi meu av antes dele. Eu comecei a entender quo difcil pode ser a luta logo quando comecei meu ministrio aos vinte e poucos anos. Eu estava pastoreando havia apenas um ms quando fui solicitado a realizar o casamento de uma moa de nossa igreja que estava planejando se casar com um no-crente. Numa reunio do conselho da igreja alguns dos lderes insistiram comigo para realizar o casamento, visto que o pai da noiva era um homem influente. Havia muito em jogo. Poderamos perder essa famlia na igreja se eu me recusasse.

Eu disse, "mas eu no posso fazer isso. Eu no posso fazer o que as Escrituras claramente probem. Os crentes no devem se colocar em jugo desigual com os incrdulos, segundo Corntios 6.14." Eles estavam esperando isso. Ento responderam, "Bem, est certo. Ns entendemos seus sentimentos. Ns conhecemos um pastor de outra igreja que aceita realizar a cerimnia na nossa igreja."

Ento eu lhes perguntei, "mas de quem esta igreja? de vocs para fazerem como bem entenderem ou de Cristo?"

Eles responderam, felizmente como deviam, "Voc est certo; ns no podemos fazer isso. Esta igreja de Cristo."

Essa experincia foi o Rubico1 para a Grace Community Church. Esse foi o momento em que o futuro da nossa congregao foi decidido. De fato uma famlia inteira saiu da igreja e muitos outros membros saram tambm por causa desse incidente, mas naquele dia ns decidimos como presbteros, que no iramos apenas pregar a Palavra de Deus; ns espervamos que ela fosse vivida na vida comunitria da igreja.

Tal tipo de obedincia Palavra de Deus tem modelado e moldado nosso ministrio com o passar dos anos. Ela aparente mesmo na maneira como ns cultuamos. Ns no entretemos as pessoas. Ns no apresentamos um espetculo de circo. Ns nos reunimos para adorar a Deus, para exaltar a Cristo e para ouvir a pregao da Palavra de Deus. Ns praticamos a disciplina de igreja conforme Mateus 18.15-20. Ns buscamos obedecer o que as Escrituras pregam, sem importar com o quo politicamente incorreto ou fora de moda possa parecer. E num tempo em que muitas igrejas esto se tornando mais e mais como o mundo, nosso objetivo nos conformarmos mais e mais com os padres estabelecidos nas Escrituras. Deus tem abenoado isso e eu estou convencido que porque os presbteros tm buscado elevar o padro de integridade bblica em todos os nveis da liderana.

Infelizmente, o movimento evanglico hoje est se desviando desses princpios fundamentais e tem comeado a abraar as idias ps-modernas indiscriminadamente. Os evanglicos esto perdendo a sua base; a confiana das pessoas nas Escrituras est erodindo; e a igreja est perdendo seu testemunho. Cada vez menos cristos esto dispostos a se posicionar contra a tendncia desta gerao e os efeitos tem sido desastrosos. Subjetivismo, irracionalidade, mundanismo, incerteza, transigncia e hipocrisia j tm se tomado o lugar comum entre as igrejas e organizaes que no passado constituam a corrente evanglica.

A nica cura, eu estou convencido, a rejeio consciente total dos valores ps-modernos e um retorno para estes seis princpios distintivos do Cristianismo bblico. Ns devemos ser fiis em guardar o tesouro da verdade que nos foi confiado (2Tm 1.14). Se no o fizermos, quem o far? * * *

Notas FinaisCAPTULO 1: A IGREJA VERSUS O MUNDO1. Veja-se, por exemplo, http://www.religioustolera,nce.org

CAPTULO 2: OBJETIVIDADE1. Um transcrito do discurso de Clinton do dia 7 de novembro de 2001, foi fornecido pela Georgetown University Office of Protocol and Events (O transcrito est disponvel na Internet no site http://www.georgetown.du/admin/publicaffairs/protocol_events/events/clinton_glf110701.htm).CAPTULO 3: RACIONALISMO1. Para ver um tratamento mais aprofundado do neo-ortodoxismo e irracionalismo, veja-se John MacArthur, Reckless Faith (Wheaton, IL: Crossway, 1994), 25-30. CAPTULO 5: AUTORIDADE

1. Sean D. Hamill, "Willow Creek d as boas vindas perspectiva do clrigo muulmano; pastor, imam mantm dilogo numa igreja suburbana," Chicago' Tribune, 12 de outubro de 20012. Stephen S. Kim, Ph.D., "Cincia e Teologia em Dilogo:

Uma Hennenutica da Humildade," Claremont School of Theology (resumo na Internet no site: http://templeton.org/pdf/SandR/kim.pdf). nfase acrescentada.

3. Bruce Hennan, "Toward a Culture of Hope: Facing Christ in the Fact of the Other" de uma palestra pronunciada no dia 6 de agosto de 2001, no Glen Workshop em Santa F, Novo Mxico, patrocinada pelo Image: Um Jornal de Artes e Religio. nfase acrescentada.

CAPTULO 7: lNTEGRIDADE

1. Rubico era o nome do rio que Jlio Csar atravessou em desafio ao Senado Romano, marchando sobre Roma. usado aqui como sinnimo de deciso que molda o futuro (N. do E.).